BIOSSEGURANÇA

Conjunto de ações voltadas para a prevenção, controle, minimização ou eliminação de

riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal,
vegetal e o ambiente.

O que significa inerente?

• Sinônimo de intrínseco, próprio, particular, que existe como um constitutivo ou uma

característica essencial de alguém ou de algo;
Riscos que são característicos de cada profissão.

Riscos Biológicos
• Ocorre a exposição do profissional a microorganismos (MO) nocivos presentes em
amostras de material biológico.

Riscos Químicos
• É o risco que o profissional está exposto ao manipular produtos químicos que podem
causar danos à sua saúde;
Todos os produtos químicos devem ser considerados perigosos.

Riscos Ergonômicos
• São aqueles que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador,
proporcionando- lhe desconforto ou doença.
Alguns exemplos: esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, estresse,
trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, entre outros.

Riscos Físicos
• São aqueles em que o profissional é exposto a ruídos, temperaturas extremas (calor
ou frio), pressões anormais, radiações e entre outros.

Riscos de Acidentes
• Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas
inadequadas ou defeituosas, Iluminação inadequada, eletricidade, probabilidade de
incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, entre outras
situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.

Tipos de Precauções
Precaução Universal ou Padrão
• São medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os
pacientes, na manipulação de sangue, secreções e excreções, no contato com
mucosas e pele não íntegra;
• Cuidados recomendados para manipulação e descarte de materiais perfurocortante.
“Todos os pacientes são considerados potenciais portadores de patógenos”.

São divididas em 9 itens:

• Lavagem das mãos
• Uso de luvas
• Uso de máscara e óculos de proteção
• Vestimenta
• Equipamentos e materiais
• Controle ambiental
• Cuidados com perfurocortantes
• Saúde ocupacional e patógenos sanguíneos
• Localização do paciente
• Transporte do paciente

Lavagem das Mãos

• É uma das principais estratégias para a prevenção das infecções relacionadas à
assistência à saúde (IRAS) e da disseminação de microorganismos, especialmente os
multirresistentes, muitas vezes veiculados pelas mãos dos profissionais de saúde.
(ANVISA, 2021)
• As ações de higiene das mãos são mais eficazes quando a pele das mãos está livre
de lesões/cortes, as unhas estão no tamanho natural, curtas e as mãos/antebraços
sem adornos (anéis e relógios) e descobertos.

• É recomendada quando as mãos estiverem visivelmente sujas (material biológico

como sangue; poeira; entre outros) ou quando forem expostas a potenciais
microorganismos;
• Antes e imediatamente após a remoção de luvas, após o contato com o paciente;
• Entre tarefas e procedimentos no mesmo paciente, em algumas situações
(contaminação cruzada de diferentes regiões).

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

• São equipamentos, materiais ou dispositivos utilizados pelo profissional de saúde
com o
objetivo de proteger o indivíduo contra possíveis riscos durante sua atividade laboral.

Luvas
• Utilizadas a fim de evitar a transmissão de microrganismos (MO) do paciente para o
profissional e da equipe para o paciente;
• Utilizar sempre que houver risco de contaminação com materiais biológicos: sangue,
secreções, ou pele não íntegra;
• Antes de tocar em mucosa e pele lesada;
• Trocá-las durante o cuidado de um paciente após o contato com materiais com alta
concentração de microrganismos;
• Removê-las imediatamente após o uso;
• Lavar as mãos imediatamente após a remoção;
• Disponíveis: estéreis, não estéreis, de látex (branca), não látex (vinil), com ou sem
talco, hipoalergênicas, entre outros.

Máscaras e Óculos de Proteção

• Utilizar em procedimentos nos quais houver risco de contaminação por respingos de
sangue e fluidos corporais em mucosas da boca, nariz e olhos do profissional.

Aventais
• Tem a finalidade de proteger a equipe de saúde do contato com material biológico,
inclusive superfícies contaminadas.

Controle Ambiental
• Limpeza e desinfecção de superfícies ambientais, cadeira de coleta, bancadas do
laboratório, camas, cabeceiras, equipamentos à beira do leito e outras superfícies
tocadas frequentemente.

Precauções Respiratórias
Precaução por Aerossóis
MEDIDAS DE PRECAUÇÃO
• Quarto privativo: isolamento pelo risco de contaminação;
• Uso de máscara N95;
• Avental e luvas sempre que houver possibilidade de contato com o paciente;
• Artigos e equipamentos de uso exclusivo para o paciente;
• Desinfecção após alta.

Precaução por Gotículas

MEDIDAS DE PRECAUÇÃO
• Máscara cirúrgica ou simples;
• Quarto privativo.
Acidentes com Materiais Biológicos
FATORES QUE AFETAM A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DE EXAMES
LABORATORIAIS

ERROS PRÉ-ANALÍTICOS
PROBLEMAS COM URINA DE 24 HORAS
Uma primeira amostra deve ser eliminada e descartada para iniciar;
Critérios para avaliar a integridade da coleta: volume da amostra e conteúdo de
creatinina.
Secreções vaginais ou vulvares: bactérias, leucócitos, hemácias, proteínas;
Mais frequente: contaminação de urina feminina.

ERROS PÓS-ANALÍTICOS
• Identificação errada do paciente;
• Transcrição de dados incorreta;
• Resultado ilegível;
• Unidades erradas;
• Não identificação de substâncias interferentes;
• Especificidade, sensibilidade e precisão dos teste não adequada;
• Erros na interpretação do resultado.

CARACTERÍSTICAS DOS EXAMES LABORATORIAIS

Sensibilidade; Especificidade; Reprodutibilidade; Exatidão; Valores de referência
EFEITOS DAS VARIÁVEIS FISIOLÓGICAS
Idade: aumento da fosfatase alcalina em crianças devido ao crescimento ósseo;
Raça: aumento da creatina-fosfoquinase em afro-americanos;
Período do dia: aumento do cortisol pela manhã;
Posição do corpo: vários elementos modificam suas [ ]s na mudança da posição
ortostática para decúbito dorsal;
Refeições: aumento de glicemia.

EFEITOS DE MEDICAMENTOS
Os efeitos de medicamentos podem manifestar-se de diversas maneiras
 - lesão de tecidos ou de órgãos induzida (exemplo: hepatite por isoniazida);
- alteração na função de órgãos (alteração das células hepáticas por fenitoina);
Os efeitos de medicamentos podem manifestar-se de diversas maneiras:
• alteração na análise do exame (redução na glicose sérica quando aumenta ingesta
de vitamina C).

EFEITOS DE SITUACÕES HOSPITALARES

Administração de líquidos EV no momento da coleta;
Efeito da desidratação;
Efeito da heparina;
Administração de medicamento em hora diferente da prevista ou programada;
Falta de comunicação entre médico e laboratório (letra, culturas, solicitação de
urgência).

COLETA DE SANGUE

Objetivo dos exames laboratoriais é minimizar as dúvidas que surgem em relação:

- História clínica do paciente
- Informações colhidas com os familiares
- Exame físico
É indispensável em todas as fases do atendimento ao paciente...
Seguir os mais elevados princípios de correção técnica;
Considerar a existência e a importância de diversas variáveis que podem influenciar,
significativamente, na qualidade final do trabalho.

A coleta de sangue é o momento mais importante na relação do paciente com o

laboratório.
É amplamente praticada e continua sendo de inestimável valor para o diagnóstico e
tratamento de vários processos patológicos.
Importante!
Local de coleta/sala de coleta;
Materiais utilizados;
Profissional treinado e capacitado.
A obtenção de uma amostra biológica de boa qualidade exige do profissional um
conhecimento específico sobre os tipos de análise e as diferentes etapas que
compõem o processo de análises clínicas.

TIPOS DE COLETA
1. Seringa e agulha descartáveis
2. Sistema fechado a vácuo
• Recomendado pelo Clinical and Laboratory Standardization Institute (CLSI);
• Mais seguro para o profissional e para o paciente;
• Composto por um dispositivo que permite a aspiração do sangue
diretamente da veia através do vácuo e/ou aspiração, utilizando agulha ou escalpe de
duas pontas que se conectam diretamente ao tubo de análise para onde o sangue é
drenado.
VANTAGENS DO SISTEMA A VÁCUO
Facilidade no manuseio; Segurança e conforto ao paciente: disponibilidade dos
diversos calibres de agulhas, tubos com menor volume de aspiração, coleta múltipla,
beneficiam pacientes com acessos difíceis;
Segurança ao profissional de saúde: diminui o risco de acidentes com materiais
perfurocortantes, atendendo a NR 32.

FRASCOS DE COLETA
• A sequência dos tubos deve ser respeitada, para que não ocorra contaminação por
aditivos nos tubos subsequentes (contaminação cruzada dos aditivos), quando há
necessidade da coleta para diversas análises em um mesmo paciente.

• Azul: Análise de coagulação (TAP, KPTT);

• Vermelho (sem gel): Análises bioquímicas e sorológicas, tipagem ABO, RH, pesquisa
de
anticorpos, hemograma;
• Amarelo (gel): Análises bioquímicas (eletrólitos: sódio, potássio), sorológicas,
imunologia,
marcadores cardíacos e tumorais;
• Verde: Análises bioquímicas, gasometria;
• Roxo: Análises hematológicas;
• Cinza: Análises glicêmicas e lactato.

CUIDADOS DURANTE A COLETA

• As precauções universais estabelecem que qualquer material biológico é
considerado potencialmente de risco.
• Dessa forma, medidas de segurança devem ser seguidas na manipulação das
amostras.
• As luvas devem ser trocadas a cada novo paciente ou quando estiverem visivelmente
contaminadas ou perfuradas.
• Utilizar máscara e óculos de proteção quando houver risco de respingos de sangue
ou fluídos corporais.
• Antissepsia: É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de
microrganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-
los e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes
• Sempre que possível, a coleta da amostra deve se realizada em local silencioso,
limpo e separado do restante da unidade
• A antissepsia das mãos pode ser feita com solução de álcool etílico ou álcool em gel
70%.
CUIDADOS DURANTE A COLETA
Veias não visíveis:
• Palpação após garroteamento e abertura/fechamento da mão pelo paciente;
• Calor local = vasodilatação;
• Batidas locais = não recomendado pelo risco de hemólise.
Coleta com seringa e agulha:
• Evitar aspirar com o êmbolo mais rapidamente do que a entrada do sangue na
seringa;
• Retirar sempre o garrote antes de retirar o bisel.

Punções em crianças e/ou pacientes pouco colaborativos: imobilização forte com 2

profissionais;
Pacientes com cianose labial ou acrocianose (mãos);
Retirar o garrote imediatamente após a penetração da veia.

HEMÓLISE
Liberação dos constituintes intracelulares para o plasma ou soro;
Ocorre quando há ruptura das células sanguíneas.
Evidência: coloração alaranjada ou avermelhada do plasma após a centrifugação ou
sedimentação;
Nem sempre detectável a olho nú.

EVITANDO A HEMÓLISE
- Deixar secar o álcool usado na antissepsia;
- Evitar a utilização de agulhas de baixo calibre;
- Evitar coletas em áreas de hematomas ou equimoses;
- Usar o bisel para cima;
- Homogeneizar suavemente;
- Evitar contato direto do sangue com o gelo;
- Evitar exposição prolongada do material a altas temperaturas ou luz intensa;
- Não puxar o êmbolo da seringa com muita força;
- Não perfurar a agulha no tubo para transferir o sangue;
- Evitar refrigeração por longos períodos.

HEMATOMA
Resulta do extravasamento de sangue para o tecido, durante ou após a punção.
Durante a punção é notado por uma protuberância;
Retirar imediatamente o garrote e depois a agulha, e fazer uma compressão local por
2 a 3 minutos. Compressas frias podem diminuir a dor e auxiliar a conter o
sangramento.