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Biossegurança

Profª M. Lélia Arantes Bonjorni


Biossegurança
◼ Lei Nacional de Biossegurança: no 8.974
aprovada e publicada em 5/01/1995
Biossegurança
◼ “Perigo é uma condição ou um conjunto
de circunstâncias que têm o potencial de
causar ou contribuir para uma lesão ou
morte”

◼ “Risco é a probabilidade ou chance de


lesão ou morte”

(Sanders e McCormick, 1993).


Biossegurança

Bio
= Vida livre de
+ Segurança =
Vida perigos

◼ Conjunto de medidas para a segurança, minimização e


eliminação de riscos nas atividades de trabalho.

◼ Objetivo: evitar riscos de acidentes químicos, físicos,


microbiológicos e ecológicos para o trabalhador, cliente,
paciente e cidadão, buscando a preservação do meio
ambiente e melhor qualidade de vida.
Biossegurança

◼ Medidas de biossegurança são ações que contribuem


para a segurança da vida, no dia a dia das pessoas.
Riscos profissionais
◼ Os serviços de saúde possuem muitas áreas de
insalubridade, com graduação variável:
• ex. hospital terciário ou posto de saúde
• ex. atendimento exclusivo a moléstias infecto contagiosas
• ex. laboratório, endoscopia, lavanderia.

◼ Os riscos à saúde:
◼ Radiação, calor, frio, substâncias químicas, estresse,
agentes infecciosos, ergonômicos.
Riscos físicos
◼ Agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais
(mergulho, avião), temperaturas extremas (imersão, IV, OC,
MO, manta aquecedora), laser, radiações (Rx, UV).
Riscos químicos
◼ Agentes químicos: substâncias, compostas ou produtos
que possam penetrar no organismo pela via respiratória,
através da pele ou por ingestão.

Lesão por
soda cáustica
Riscos químicos
Ricos biológicos
◼ Agentes biológicos: bactérias, fungos, parasitas, vírus,
amostras biológicas (provém do organismo).
Ricos biológicos
◼ Veículo ou Material biológico
• Sangue, secreção vaginal, sêmen e tecidos;
• Líquidos de serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido
amniótico, líquor, líquido articular e saliva;
• Suor, lágrima, fezes, urina, escarro;
• Ar.

◼ Tipo de exposição
• Perfurocortante;
• Mucosa;
• Pele íntegra;
• Inalação de gotículas/aerossóis.
Ricos biológicos
Ricos biológicos
◼ Classificação de risco biológico:
◼ Níveis de I a IV por ordem crescente de risco de acordo
com os seguintes critérios:

• Patogenicidade para o homem;


• Virulência (capacidade de invasão);
• Modos de transmissão;
• Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes;
• Disponibilidade de tratamento eficaz;
• Endemicidade.
Ricos biológicos
◼ Nível I - Baixo risco individual e coletivo. O
microrganismo tem pouca probabilidade de
provocar doença.
– Ex: Lactobacillus.

◼ Nível II - Risco individual moderado, risco


coletivo limitado. Existem medidas eficazes de
tratamento e prevenção.
– Ex: Streptococcus, Staphilococcus.
Risco Biológicos
◼ Nível III - Risco individual elevado, baixo risco coletivo.
O agente pode provocar enfermidades graves em
humanos, podendo propagar-se de uma pessoa para
outra, entretanto, existe profilaxia e/ou tratamento.
– Ex: Mycobacterium tuberculosis.

◼ Nível IV - Elevado risco individual e coletivo. Os


agentes patogênicos representam grande ameaça para
as pessoas e animais, com fácil propagação de um
indivíduo ao outro, não existindo profilaxia nem
tratamento.
– Ex: Vírus Ebola.
Riscos ergonômicos
◼ Agentes: qualquer fator que possa interferir nas
características psicofisiológicas do trabalhador causando
desconforto ou afetando sua saúde.
Riscos de acidentes
◼ Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de
perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e
moral.
Biossegurança em Laboratórios
de Ensino
◼ Principais agentes biológicos: níveis 2, 3 e 4
(VHepatiteB, VHC, citomegalovírus, HIV e
outros;
◼ Principais agentes físicos: calor e radiações
ionizantes (radiodiagnóstico e radioterapia) e
não-ionizantes (UV e IV).
◼ Principais agentes químicos: agentes utilizados
na esterilização (óxido de etileno – gás
inflamável e explosivo; glurataldeído e
formaldeído – irritantes na pele e mucosa).
Acidente com perfurocortante
◼ Lavar o ferimento com água corrente
◼ Lavar as mãos com água e sabão
– e, quando houver sangramento, permitir que o sangue escorra por
alguns minutos
◼ Procurar o RH, encaminhamento para Hospital
◼ Emissão do CAT dentro de 24hrs
◼ Cuidados com o manuseio e o descarte seguro do material
perfurante,
◼ Cuidado após a exposição
◼ Acompanhamento e necessidade de sempre avaliar as práticas
perfurantes
Acidente com perfurocortante
◼ Profilaxia HIV:
◼ Estima-se que a redução na transmissão de HIV seja de
81% p/ indivíduos q/ utilizaram AZT(Zidovudina)
◼ O risco de aquisição VHB varia de 6 a 30%, se nenhuma
medida profilática for adotada. A vacina reduz em 70-
75%.
◼ O risco de aquisição VHC é de 1,8%. A possibilidade de
complicações na evolução da doença é maior que VHB.
Entre 75-85% dos infectados por VHC podem evoluir p/
doença crônica.
Acidente com perfurocortante
Acidente com perfurocortante
Acidente com perfurocortante

O risco atual de aquisição da infecção após acidente percutâneo e exposição de


mucosa é de 0,3%
Acidente com perfurocortante
Acidente com perfurocortante
Acidente com perfurocortante
◼ Risco de acidentes podem ser evitados
com:
• Uso de barreiras protetoras (luvas, aventais,
máscaras, óculos de proteção);
• Aplicação de procedimentos seguros de
manuseio e descarte (perfurocortante e
resíduos biológicos);
• Higienização imediata;
• Vacinação.
Causas de Acidentes em
Laboratórios
◼ Falta de treinamento, conhecimento, ou
experiência;
◼ Falta de cuidado (s/ cautela);
◼ Fadiga;
◼ Decide tomar um caminho + curto. Falta de tempo
suficiente; trabalho realizado com muita rapidez
◼ Decide NÃO seguir as práticas de segurança
◼ Não acredita que seja perigoso
Tipos de acidentes em laboratórios
◼ 27% - salpicos e derramamentos
◼ 25% - agulhas
◼ 16% - cortes causados por objetos
perfurocortantes
◼ 14% - mordidas/arranhões de
animais
◼ 13% - pipetagem c/ a boca
◼ 6% - outros de origem desconhecida
Cadeia de Transmissão
Requisitos para a transmissão de
uma doença
◼ Agente infeccioso
◼ Número suficiente do agente
◼ Hospedeiro suscetível
◼ Porta de entrada no hospedeiro deve estar
presente ou ser criada.
Como diminuir o risco de
contaminação
◼ Resíduo infectante tratado adequadamente:
- Contenção apropriada;
- Trabalho com boas práticas;
- Equipamento de proteção individual (luvas,
avental, botas, óculos)

◼ PORTA de ENTRADA praticamente NÃO EXISTE


Biossegurança em Laboratórios
◼ A prevenção de risco de desenvolver uma doença ou causar um acidente
pode ser alcançada pelo uso de boas práticas e outras medidas q/ visam
preservar a saúde e o meio ambiente.
Biossegurança em Laboratórios
◼ É responsabilidade de todos: conhecer os
fatores de risco presentes em seu
laboratório e saber prevenir ou minimizar,
a ocorrência de acidentes e a incidência
de doenças ocupacionais.

◼ Todos fazem parte.


Biossegurança em Laboratórios
◼ Símbolos de identificação de classes de produtos químicos.
Biossegurança em Laboratórios
◼ BOAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO

◼ Observância das práticas e técnicas


microbiológicas padronizadas.

◼ Conhecimento prévio dos riscos.

◼ Treinamento de segurança apropriado.

◼ Manual de biossegurança (identificação


dos riscos, especificação das práticas,
procedimentos p/ eliminação de riscos).
Biossegurança em Laboratórios
◼ Práticas seguras:
- Limpeza das áreas do laboratório (bancas, pisos,
equipamentos, instrumentos...);

- Desinfecção do ambiente (inerte de bactérias);

- Descontaminação e limpeza de vidrarias e outros materiais


(redução de microorganismos);

- Manuseio e transporte de vidrarias e outros materiais


(suporte);

- Equipamentos e cabos elétricos;


Biossegurança em Laboratórios
◼ Práticas seguras:
- Manuseio e armazenamento adequado
de produtos químicos (Capela p/
produtos voláteis, metais, ácidos e
bases fortes; cuidado c/ inflamáveis.
Cabine p/ materiais biológicos). Capela

- Descarte adequado de produtos


(Serviço de Descarte da Instituição).

- Cuidados c/ materiais radioativos.


Cabine
Biossegurança em Laboratórios
◼ Práticas seguras:

- Uso de Equipamentos de Proteção


Individual (EPI) e Coletiva (EPC). Lei
6.514 – toda empresa é obrigada a
oferecer EPI. O uso de EPI apenas ↓
o risco de danos, pois o agente de
risco continua presente.
Biossegurança em Laboratórios
◼ Regras p/ evitar riscos de acidentes:

◼ Não usar anéis ou pulseiras;


◼ Cabelos presos, barba aparada;
◼ Atenção ao calçado e vestuário (calçado s/
salto, materiais de proteção);
◼ Nunca esfregar os olhos, nem tocar na pele
c/ as luvas;
◼ Higienização das mãos;
◼ Nunca colocar os líquidos na boca;
◼ Analisar/testar sempre os equipamentos e
materiais;
◼ Não comer, beber ou fumar no laboratório;
◼ Não obstruir locais de livre circulação;
◼ Cuidar da limpeza e organização;
◼ Brincadeiras são absolutamente proibidas
nos laboratórios.
Biossegurança em Laboratórios
◼ Organização estrutural e operacional do laboratório:
- Espaço e circulação;
- Paredes, teto e pisos;
- Portas e janelas;
- Iluminação;
- Mobiliário;
- Linhas de serviço (energia, água, gás, ar comprimido, esgotamento
sanitário...);
- Ventilação e exaustão (qualidade do ar);
- Sistemas de comunicação (telefonia, áudio e vídeo - restritos a área
administrativa);
- Tto acústico;
- Barreiras de controle (câmaras pressurizadas - ↓ contaminação);
- Higiene pessoal e equipamentos de segurança;
- Prevenção de incêndios;
- Área de armazenamento de produtos químicos.
Organização estrutural e
operacional do laboratório
Doenças infectocontagiosas que o
profissional esta exposto

◼ Hepatite B e C
◼ Herpes simples
◼ HIV
◼ Tuberculose
◼ Sarampo
◼ Pneumonias
◼ Estafilococos, estreptococos
◼ Meningite meningocócica
Importante: uso de precauções em todo
atendimento
Referências
◼ Cavalcante NJF, Monteiro ALC, Barbieri DD.
Biossegurança. Uma Publicação do Programa Estadual
de DST/AIDS da Secretaria do Estado da Saúde de São
Paulo São Paulo – 2003. 2ª Edição Revisada e Ampliada.

◼ Hirata MH, Filho JM. Manual de biossegurança. Editora


Manole, São Paulo, 2002.

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