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SANEAMENTO BÁSICO I
UNIDADES DIDÁTICAS :
SANEAMENTO BÁSICO I
1. - Conceitos Fundamentais
Saúde : é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doença ou enfermidade (definição do início da década de 70 da
Organização Mundial de Saúde).
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Unidade Didática I – Saneamento Básico
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• Abastecimento de água;
• Coleta e disposição de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos
industriais e águas pluviais);
• Acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e/ou destino final dos resíduos
sólidos (lixos de naturezas diversas);
• Controle da poluição ambiental - água, ar e solo (acústica, visual e etc.)
• Saneamento dos alimentos;
• Controle de artrópodes e de roedores de importância em saúde pública (controle de
vetores);
• Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de recreação e dos
hospitais;
• Saneamento dos meios de transporte;
• Saneamento em situações de emergência (enchentes e calamidade pública).
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Unidade Didática I – Saneamento Básico
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Este princípio rege que sempre que possível deve-se sanear o todo, ou seja,
proteger somente parte de um todo por algum tipo de medida de saneamento pode
comprometer o todo, inclusive a parte supostamente protegida. Exemplo: sempre deve-
se imunizar um maior número possível de pessoas em uma campanha de vacinação.
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ABASTECIMENTO DE ÁGUA
ESGOTO SANITÁRIO
LIXO
(1991)
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Os veículos mais comuns são o ar, a água e o solo. Como exemplo de vetores
podem ser citados os animais que transportam agentes etiológicos.
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CONTATO DIRETO
ÁGUA – AR - SOLO
CONTATO
LIXO VETORES MECÂNICOS ALIMENTO HOMEM
INDIRETO
VETORES BIOLÓGICOS
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Unidade Didática I – Saneamento Básico
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Incidência: número de casos novos que vão aparecendo em uma comunidade, durante
certo intervalo de tempo, dando uma idéia do desenvolvimento do fenômeno. Pode ser
expressa por números absolutos. (ex : número de casos novos por dia ou mês).
Letalidade: indica a relação entre o número de óbitos por uma determinada doença e o
número de casos da doença que deu origem a esses óbitos. Indica portanto a gravidade
da doença e a virulência do agente etiológico.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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1. Importância da água
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2. - Qualidade da Água
A água pura, no sentido rigoroso do termo, na existe na natureza, pois, sendo a água
um ótimo solvente, nunca é encontrada em estado de absoluta pureza. A água apresenta
uma série de impurezas que imprimem suas características físicas, químicas e biológicas,
cuja qualidade depende dessas características.
As características da água fornecida ao consumidor, vão influenciar no tipo e no
grau de tratamento que a mesma deve sofrer, dependendo este tratamento também, do uso
que será feito da água. Como exemplo pode-se citar o fato de que para o uso doméstico a
água deve ser desprovida de gosto, porém para resfriamento de caldeiras esta característica
não tem importância.
Logo, a qualidade e a quantidade da água requeridas em função de seu uso, irão
influenciar na escolha do manancial de captação e no processo de tratamento. Deve-se
lembrar também o aspecto econômico-financeiro, visto que em muitos casos, a qualidade
da água de um manancial pode ser tão crítica que em função do volume de água que se
deseja captar, seja inviável economicamente seu tratamento.
As águas dos mananciais podem ser utilizadas para diversas finalidades, decorrendo
daí a necessidade da satisfação simultânea de diversos critérios de qualidade.
Os principais usos da água são :
§ Abastecimento doméstico;
§ Abastecimento industrial;
§ Irrigação;
§ Dessedentação de animais;
§ Recreação e lazer;
§ Geração de energia elétrica;
§ Navegação;
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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§ Diluição de despejos; e
§ Preservação da flora e da fauna.
Á água encontrada na natureza possui uma série de impurezas, que definem suas
características físicas, químicas e biológicas. Essas impurezas podem torná-la imprópria
para o consumo ou para outros usos específicos. Os diversos componentes presentes na
água, e que alteram o seu grau de pureza, são retratados em termos das suas características
físicas, químicas e biológicas, conforme a seguir :
• características físicas : são aquelas associadas, em sua maior parte, à presença de
sólidos na água. Estes sólidos podem estar em suspensão (diâmetro das partículas
maior que 10 0
µm), coloidais (diâmetro entre 10 0
e 10 -3
µm) ou dissolvidos
(diâmetro menor que 10 -3 µm).
• características químicas: podem ser interpretadas como matéria orgânica e
inorgânica;
• características biológicas : obtidas pelos seres presentes na água que podem estar
vivos ou mortos. Dentre os seres vivos, tem-se os dos reinos animal, vegetal e os
protistas (organismos microscópicos como as bactérias, os vírus e as algas).
A figura 7 a seguir apresenta de forma esquemática estas inter-relações :
IMPUREZAS DA ÁGUA
Coloidais
Animais
Dissolvidos Matéria em
decomposição Vegetais
Protistas
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Para que se possa empregar a água de diversas formas, inclusive para abastecimento
público, é necessário o conhecimento das principais características físicas, químicas e
biológicas da mesma com o intuito de avaliar quais tipos de tratamento que devem ser
realizados para remoção das impurezas, de modo que a água atinja os requisitos de
qualidade em função de seu uso previsto.
Parâmetros Físicos
As principais características físicas das águas são: cor, turbidez, sabor, odor e
temperatura. Estas características envolvem em sua grande maioria, aspectos de ordem
estética e psicológica, exercendo uma certa influência no consumidor. Dentro de
determinados limites, não tem relação com inconvenientes de ordem sanitária. Porém, o seu
acentuado teor pode causar certa repugnância a consumidores mais ou menos exigentes.
Cabe destacar que uma água de boa aparência não significa que apresente boas condições
sanitárias. A seguir tem-se alguns detalhes dos principais parâmetros :
Cor :
• Responsável pela coloração da água;
• Originada pela existência de substâncias dissolvidas, que na grande maioria dos
casos, são de natureza orgânica (folhas e matéria turfosa);
• Unidade de medida : uH (Unidade Hazen – escala de platina-cobalto);
• De origem natural não provoca risco à saúde, porém de origem industrial pode
apresentar toxicidade.
Turbidez :
• Representa o grau de interferência com a passagem da luz através da água,
conferindo uma aparência turva à mesma;
• Originada principalmente devido a existência de sólidos em suspensão e de
organismos microscópicos;
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Sabor e odor :
• São consideradas em conjunto, pois o sabor é a interação entre o gosto (salgado,
doce, azedo e amargo) e o odor (sensação olfativa);
• Originado por sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases dissolvidos;
• É difícil a adoção de medidas de odor e sabor. As águas quanto ao sabor e odor
devem ser inobjetáveis, ou seja, deve haver ausência de sabor e odor;
• Não representa risco à saúde, porém questiona-se a confiabilidade da água.
Temperatura :
• Medição da intensidade de calor;
• Elevadas temperaturas diminuem a solubilidade dos gases, como por exemplo,
reduzem a quantidade de oxigênio dissolvido na água;
• Unidade de medida : o C.
Parâmetros Químicos
pH :
+
• Indica o potencial de íons hidrogênio H . A faixa de pH vai de 0 a 14. Indica a
condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água.
• pH baixo : corrosividade e agressividade nas águas de abastecimento;
• pH alto : possibilidade de incrustações nas águas de abastecimento.
Alcalinidade :
• É uma medição da capacidade da água de neutralizar os ácidos;
• É devida a presença de bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos, quase sempre
alcalinos ou alcalinos terrosos (sódio, potássio, cálcio, magnésio, etc). A
distribuição entre as três formas na água é função do pH.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Acidez ou Agressividade:
• Característica causada principalmente pela presença em solução, de oxigênio,
gás carbônico e gás sulfídrico;
• Responsável pela corrosão de tubulações e materiais;
• Unidade : mg/l de CaCO3.
Dureza:
• Característica conferida á água pela presença de sais alcalinos-terrosos (cálcio,
magnésio, etc.) e alguns metais de menor intensidade;
• É caracterizada pela extinção da espuma formada pelo sabão, o que dificulta o
banho e a lavagem de utensílios domésticos e roupas, criando problemas
higiênicos;
• Originado pela dissolução de rochas minerais (calcáreas, gipsita e dolomita) e
efluentes industriais;
• As águas duras, principalmente em temperaturas elevadas, podem incrustar as
tubulações, devido as precipitação de cátion Ca2+ e Mg2+ que reagem com os
ânions na água, formando os precipitados;
• Unidade : mg/l de CaCO3.
Ferro e Manganês :
• Na ausência de oxigênio dissolvido (ex : água subterrânea) o ferro e o manganês
se apresentam na forma solúvel (Fe2+ e Mn2+). Quando expostas ao ar
atmosférico o ferro e o manganês voltam a se oxidar às suas formas insolúveis
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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(Fe3+ e Mn4+), o que pode causar cor na água, além de manchar roupas durante
a lavagem;
• Pouco significado sanitário, possível coloração, sabor e odor;
• Usualmente encontrado nas águas naturais;
• Unidade : mg/l.
Iodo e Flúor :
Nitratos :
• Os nitratos presentes na água, em grandes quantidades, provocam em crianças o
estado mórbido denominado de cianose também conhecida como síndrome do
bebê azul;
• Em um corpo d’água, a determinação da forma predominante do nitrogênio
(nitrogênio orgânico – amônia – nitrito NO2- e nitrato NO3-) pode fornecer
informações sobre o estágio da poluição. O nitrogênio na forma orgânica ou de
amônia está associada a uma poluição recente enquanto que a forma de nitrato
indica uma poluição mais remota);
• São originados através dos despejos domésticos, industriais, excrementos de
animais e fertilizantes;
• Unidade : mg/l.
Oxigênio Dissolvido :
• O oxigênio dissolvido (OD) é de essencial importância para os organismos
aeróbios (que vivem na presença de oxigênio). Durante a estabilização da
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Micropoluentes inorgânicos :
• Uma grande parte dos micropoluentes inorgânicos são tóxicos, entre eles os
metais pesados como o arsênio, cádmio, cromo, chumbo, mercúrio e prata;
• Geralmente constituem o produto de lançamentos industriais poluidores ou de
atividades humanas (garimpo por exemplo, no caso do mercúrio);
• Unidade : ìg/l ou mg/l.
Parâmetros Biológicos
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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• Dura ou salobre : é a água que possui teor acentuado de certos sais que a tornam
desagradável para a bebida, inconveniente para a limpeza corporal e lavagem de
roupas e imprópria para o cozimento de legumes. Os sais causadores da dureza
são geralmente os bicarbonatos, sulfatos, cloretos e nitratos de cálcio e
magnésio. Possui um sabor característico;
• Salgada ou salina : é a água que, além de sais causadores de dureza, possui
elevado teor de cloreto de sódio, como a água do mar;
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Os requisitos de qualidade de uma água são função de seus usos previstos, conforme
mencionado anteriormente. Porém além dos requisitos de qualidade, que traduzem de uma
forma generalizada e conceitual a qualidade desejada para a água, há uma necessidade de se
estabelecer também padrões de qualidade fixados por dispositivos legais.
Existem três tipos de padrão de interesse direto no que se refere à qualidade da água :
• padrões de lançamento no corpo receptor e padrões de qualidade do corpo receptor
(Resolução n. 20 do CONAMA de 18/06/86);
• padrões de qualidade para determinado uso imediato (ex: padrões de potabilidade)
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Para cada classe foram criados padrões de qualidade e de lançamento para o corpo
receptor, ou seja, um corpo receptor de acordo com a classe a qual pertence apresenta
limites máximos para as impurezas nele contidas bem como para as impurezas dos
efluentes ou resíduos nele lançados, conforme o exemplo da Tabela 2 a seguir. Em
princípio, um efluente deve satisfazer, tanto ao padrão de lançamento, quanto ao padrão de
qualidade do corpo receptor seguindo a sua classe. No entanto, o padrão de lançamento
pode ser excedido, com permissão do órgão ambiental, caso os padrões de qualidade do
corpo receptor sejam resguardados, como demonstrado por estudos de impacto ambiental.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Definição
São as quantidades limites que, com relação aos diversos elementos, podem ser
toleradas nas águas de abastecimento ou também “o conjunto de valores máximos
permissíveis, das características das águas destinadas ao consumo humano.” Os padrões
de potabilidade são fixados, em geral, por decretos, regulamentos ou especificações. São
definidos no Brasil pelo Ministério da Saúde, através da recente Portaria 1469 de 29 de
Dezembro de 2000, anexa no final desta apostila. Essa portaria estabelece os procedimentos e
responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu
padrão de potabilidade, substituindo a antiga portaria 36/90.
Seria desejável que a qualidade das águas de abastecimento destinadas às pequenas
coletividades e às comunidades rurais não fosse inferior às das fornecidas aos centros
urbanos maiores. Porém as dificuldades em muitas localidades de atender aos padrões de
potabilidade muitas das vezes se torna difícil devendo ser estabelecidos padrões de
segurança que contenham quantidades limites que, relativamente aos vários elementos,
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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podem ser toleradas nas águas de abastecimento sem causar dano à saúde da população,
embora não atenda bem a certos aspectos tais como a cor, por exemplo.
A seguir são apresentados alguns padrões de potabilidade relativo aos aspectos
físicos, organolépticos (percebidas pelos sentidos humanos), químicos e biológicos.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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c) Torneira ou proveniente de uma bomba : deixar a água escoar por algum tempo
(um minuto), desprezando as primeiras águas.
A amostra de água para exame físico e químico deve ser colhida em 02 (dois) litros,
em garrafas limpas e convenientemente arrolhadas. Uma vez obtidas, as amostras devem
ser enviadas com a máxima brevidade ao laboratório.
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A - Esterilizando a torneira
B - Retirando a tampa do frasco
C - Pegando a amostra
D - Vedando o frasco
E - Pegando a amostra num rio
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REDE
CAP ETA R
EB
AT
AB
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REDE
ETA R
CAP
AB AT
REDE
ETA EB
CAP R
AB AT
Esta configuração é uma das mais simples e ocorre quando a água do manancial se
encontra dentro dos padrões de potabilidade requeridos sendo necessária apenas uma
desinfecção por cloração, por exemplo, que pode ser feita no próprio reservatório de
distribuição (R). As aduções são por gravidade.
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Unidade II – Abastecimento de Água
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REDE
CAP ETA EB
EB R
AT
AB
§ Obtenção de financiamento;
§ Operação do sistema;
§ Manutenção do sistema;
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DEMANDA
Vazões de projeto
Tipos de Consumo
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Exemplos :
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Nas cidades brasileiras o consumo “per capita” varia em média de 100 a 400
l/hab.dia, de acordo com o porte da cidade conforme tabela 4 a seguir :
A estimativa do consumo diário de água para cada tipo de atividade pode ser
encontrada na tabela 5 a seguir :
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Variações de Consumo
Variações diárias
Dias do ano
365 dias
A NBR 12211/92 recomenda que sejam feitas observações ao longo de cinco anos
consecutivos no mínimo, quando possível.
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Variações horárias
Montante Jusante
Reservatório
k1 k1 . k2
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P.q P . q . k1 P . q . k1 . k2
Qm = _______________ Qd = _______________ Qmáx = _______________
Onde :
Qd , Qmáx = Vazões de projeto em função da unidade considerada (l/s);
q = Consumo per capita (l/hab.dia);
N = Número de horas de funcionamento do sistema ou da unidade considerada (h);
k1 , k2 = coeficientes do dia e da hora de maior consumo respectivamente.
O consumo per capita (q) leva em conta não só os usos domésticos, como também
os usos comercial, industrial e públicos. Exemplo do consumo per capita recomendado
pelo extinto DOS/SP para as cidades do interior de São Paulo :
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Unidade II – Abastecimento de Água
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REDE
CAP ETA R
k1 . k2
EB
AT
AB AB
k1 k1 k1 k1 . k2
Vazão
vazão de saída do reservatório (variável)
vazão de entrada no
reservatório
(constante)
0 6 12 18 24
Hora (h)
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Unidade II – Abastecimento de Água
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data final do alcance do projeto o sistema planejado passa a operar com a utilização
plena de sua capacidade.
O período de projeto pode estar relacionado com a durabilidade ou vida útil das
obras e equipamentos, com o período de amortização do capital investido na construção,
com os problemas relativos às dificuldades de ampliação de determinadas estruturas ou
partes de um sistema, com o custo de capital a ser investido e também com o ritmo de
crescimento das populações, entre outros fatores. No caso de populações que
apresentam tendências de rápido crescimento, longos períodos de projeto exigiriam
obras grandiosas que oneram a comunidade. No caso de estruturas ou partes de um
sistema de abastecimento em que a ampliação se torna difícil normalmente se aumentam
períodos de projeto.
§ População residente : aquela formada pelas pessoas que têm o domicílio como
residência habitual, mesmo que ausente na data do censo por período inferior a 12
meses;
§ População flutuante : aquela que, proveniente de outras comunidades se transfere
ocasionalmente para a área considerada, impondo ao sistema de abastecimento de
água, consumo unitário análogo ao da população residente. É o caso de períodos de
férias ou de fins de semana em cidades balneárias ou em estâncias climáticas;
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Unidade II – Abastecimento de Água
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Pt = Po + ( N – M ) + ( I – E )
Onde :
Pt = população na data t;
Po = população na data inicial to; Formula sem aplicação prática
N = Número de nascimentos no período (tt-to); imediata, apenas evidencia os fatores
intervenientes no crescimento
M = Número de mortes no período (tt-to); populacional, pois apresenta
I = Número de imigrantes no período (tt-to); componentes difíceis de serem
obtidos ou estimados.
N = Número de emigrantes no período (tt-to);
A) Métodos Matemáticos
1) Progressão Aritmética
P1 – P0
p = taxa de variação de crescimento p = ___________ = constante
T1 – T0
Por este método basta que sejam conhecidas pelos menos as populações de 2
censos demográficos. Quando existirem mais de 2 anos de censo podem ser empregados
para o cálculo de p os dois últimos censos ou então o valor médio dos valores de p
calculados a cada par de pontos. P
Pt = P0 + p ( Tt -T0 ) Pt
P1
P0
0 To T1 Tt
T
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Unidade II – Abastecimento de Água
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2) Progressão Geométrica
T1 –T0
P1
q= ____ Pt = P0 . q ( Tt -T )
0
P0
Onde :
q = razão ou taxa de crescimento entre os anos Tt e To;
Po e P1 = população na datas T0 e T1 respectivamente (correspondente a 2
censos);
Pt = população na data Tt;
Por este método basta que sejam conhecidas pelos menos as populações de 2
censos demográficos. Quando existirem mais de 2 anos de censo podem ser empregados
para o cálculo de q os dois últimos censos ou então o valor médio dos valores de q
calculados a cada par de pontos.
P Geométrico
Pt
0 To T1 Tt
T
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Unidade II – Abastecimento de Água
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3) Método Exponencial
É um método bastante utilizado no país, pois traz bons resultados. Admite que a
taxa de crescimento da população é variável com o tempo, sendo o logaritmo da
população uma função linear do tempo. O crescimento também é supostamente
ilimitado.
Para este método o ideal é que se tenha mais de 3 censos e quanto maior o
número de pontos, melhor para a obtenção da curva da população. Procura-se obter uma
melhor reta ou a reta de melhor aderência quando quando se plota o logaritmo da
população em função do tempo (utilizar papel semi-log para facilitar). Pode-se usar o
método dos mínimos quadrados para melhor ajuste da reta.
Log P
Ponto extrapolado
Pt
P3
De preferência a reta encontrada deve passar
P2 pelo ponto correspondente ao último censo.
P1
P0
0 To T1 T2 T3 Tt
T
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População de Saturação
P
Ps
Taxa decrescente de crescimento em virtude da
redução dos recursos e da área de expansão
P2
Crescimento linear : relação menos favorável entre os
recursos econômicos e a população
T0 T1 T2 Ts T
B) Métodos Gráficos
Projeção no sentimento.
P3
P2
P1
0 T1 T2 T3
T
2) Método Comparativo
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Unidade II – Abastecimento de Água
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cidade em estudo. Utilizado quando não existem dados censitários recentes. Podem ser
empregadas uma ou mais cidades de comparação.
Cidade A d
P (comparação)
Projeção da população da
d cidade em estudo
P3
Cidade de
Estudo
P2
P1
0 T1 T2 T3
T
Com mais de uma cidade de comparação verifica-se aquela que melhor de
adapta a curva da cidade em estudo.
Cidade 3
P3 (comparação)
Cidade de
P2
Estudo
P1
0 T1 T2 T3 Tt
T
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3.6 – Manancial
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3.7 – Captação
função
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Figura 13 - Comporta
Figura 14 - Válvula
Figura 15 - Adufa
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Figura 16 - Captações em
Canais de Derivação
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Se Vazão Mínima < Demanda < Vazão Média : Barragem ou Açude de Regularização;
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q Nas tomadas d’água deve-se sempre procurar os angulos de 90º e 120º com o
curso d’água, pois são os que carregam menos partículas para o canal (valores
mais usuais);
q As obras de captação devem sempre ficar protegidas da ação erosiva das águas e
dos efeitos decorrentes de remanso e da variação de nível do curso d’água;
c) Material em Suspensão
A areia é o principal sólido que pode causar problema aos equipamentos e partes
móveis da captação ou então causar assoreamento no sistema. Partículas de areia com
diâmetro igual ou superior a 0,20 mm são consideradas prejudiciais ao sistema.
Os sólidos decantáveis se mantêm em suspensão devido à agitação ou
velocidade de escoamento da água. São retirados por dispositivos conhecidos como
caixas de areia ou desarenadores, cujo escoamento a baixa velocidade promove a
decantação de tais sólidos.
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Velocidade – vs (cm/s)
Diâmetro (mm)
10o C 20o C
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e) Reservatórios de Acumulação
As barragens são estruturas implantadas nas calhas dos rios e que modificam o
seu regime, algumas apenas no que se refere aos níveis d’água, as “barragens
regularizadoras de níveis d’água”; outras alteram o regime de níveis d’água e vazões,
denominadas de “barragens regularizadoras de vazões”.
As barragens regularizadoras de níveis d’água correspondem aos
aproveitamentos “ao fio d’água” e destinam-se a elevar os níveis de estiagem e afogar
convenientemente as estruturas de captação das vazões de consumo.
As barragens regularizadoras de vazões dos rios, também chamadas de
Reservatórios de Acumulação tem maior altura do que as anteriores e acumulam em sua
bacia hidráulica os volumes de água que vão suprir as deficiências das vazões de
estiagem dos rios.
Os reservatórios de acumulação podem atender a uma ou mais finalidades :
abastecimento d‘água, aproveitamento hidrelétrico, irrigação, controle de enchentes,
regularização de curso d’água, navegação e etc.
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Q mínimo
Tempo
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Gráfico A - Hidrógrafa
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A utilização das águas subterrâneas remonta aos primórdios das civilizações, sendo
exploradas através de poços rasos escavados, cujos vestígios mais antigos datam de 12.000
antes de Cristo. O início da arte de perfurar poços é atribuída aos chineses e assinala-se que
em 5.000 antes de Cristo já perfuravam poços até profundidades de centenas de metros. Até
a década de 50 as águas subterrâneas eram, em geral, consideradas como um bem natural
de uso doméstico/industrial precário. O surto de desenvolvimento sócio-econômico
verificado após o término da II Guerra Mundial e a crescente deterioração das águas dos
rios e lagos, engendraram a rápida evolução da importância das águas subterrâneas, ao
ponto de serem consideradas, atualmente, como um recurso de grande valor econômico,
vital ou estratégico. A evolução do conhecimento científico sobre as formas de ocorrência,
hidrodinâmica e hidroquímica das águas subterrâneas, muito tem contribuído à redução do
caráter de golpe de sorte da obtenção de uma água de boa qualidade e/ou de uma vazão
segura de um poço.
Por outro lado, os progressos tecnológicos verificados durante as últimas décadas
nos meios de perfuração, nas bombas submersas e na oferta de energia elétrica, viabilizam a
construção de poços com até milhares de metros de profundidade, para obtenção de vazões
de centenas e até milhares de metros cúbicos por hora dos aquíferos confinados profundos.
Estes fatos são responsáveis pelo verdadeiro surto de crescimento na exploração das águas
subterrâneas, a nível mundial e nacional.
Estima-se que cerca de 12 milhões de poços foram perfurados anualmente nos
últimos 25 anos no mundo. Nos Estados Unidos estima-se que, atualmente, entre 800 e 900
mil poços são perfurados por ano. Os incrementos de consumo de águas subterrâneas,
verificados na última década na Europa e Estados Unidos, são superiores aos 100%, sendo
que o uso para irrigação triplicou nos Estados Unidos. Na Índia cerca de 31 milhões de
hectares são irrigados com água subterrânea. Nos Estados Unidos, 45% do total de terras
irrigadas, 58% no Irã, 67% na Argélia e 100% na Líbia, dependem exclusivamente do
manancial subterrâneo.
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§ 97% de toda água doce disponível existente no planeta é composta por águas
subterrâneas.
• Brasil detém um quinto de toda a água doce disponível no planeta. Somente um dos
reservatórios subterrâneos existentes no Nordeste do Brasil possui um volume de 18
trilhões de metros cúbicos de água disponível para o consumo humano, volume este
suficiente para abastecer toda a atual população brasileira por um período de no mínimo
de 60 anos.
§ A população do planeta cresce 90 milhões pessoas / ano. A saturação populacional é
prevista para o ano de 2040.
• Brasil tem o impressionante volume de 111 trilhões e 661 milhões de metros cúbicos de
água em suas reservas subterrâneas.
§ Somente na região metropolitana de São Paulo cerca de 3 milhões de habitantes são
auto-abastecidos com água de poços profundos.
§ A cidade de Ribeirão Preto é totalmente abastecida por água subterrânea.
• Aquífero Botucatu, o maior do planeta e conhecido como Aquífero Gigante do
Mercosul, possui um volume de água suficiente para abastecer toda a população atual
do mundo até o ano de 2400.
§ A cidade de São Sebastião em Brasília, com 60.000 habitantes, é totalmente abastecida
com água de poços profundos.
§ No Vale do Gurgueia no Piauí e em Mossoró no Rio Grande do Norte existem hoje
importantes plantações irrigadas com água de poços profundos nas culturas de uva e
cítricos que são exportados para diversos países da Europa e E.U.A.
§ A utilização de águas subterrâneas remonta aos primórdios das civilizações, sendo que
existem vestígios de sua utilização que datam do ano 12.000 a.C.
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§ No ano 5.000 a.C., os chineses já perfuravam poços de até 100 metros de profundidade.
§ 12 milhões de poços profundos foram perfurados no mundo no período de 1970 a 1995.
§ Atualmente nos E.U.A. se perfuram em média entre 800.000 e 900.000 poços / ano e no
Brasil entre 8.000 e 10.000 poços / ano. O Estado de São Paulo e o maior usuário de
águas subterrâneas do Brasil. 70% de seus núcleos urbanos e cerca de 90% das
indústrias são abastecidas parcial ou totalmente por poços profundos.
§ Para 80% das cidades brasileiras a água subterrânea representa a alternativa mais
barata, dispensando obras caras de captação, adução e tratamento.
§ Um poço profundo é amortizado em cerca de um terço da sua vida útil.
§ Os prazos de execução de um poço são de dezenas de dias, contra dezenas de meses nos
casos de captação de águas superficiais.
• Brasil é hoje um dos países mais desenvolvidos do mundo em tecnologia de poços
profundos.
§ 1 litro de água proveniente de poço profundo, em alguns casos, pode custar até 15 vezes
menos que 1 litro de água proveniente de recursos hídricos superficiais.
§ Os custos de captação da água subterrânea são baixos em relação a água superficial, por
dispensarem a construção de obras de barramento, adutora de recalque e estação d e
tratamento.
§ Os prazos de execução de um poço são de dezenas de dias, em contraposição a dezenas
de meses e até anos no caso da captação de um rio.
§ Os poços podem ser construídos na medida em que cresce a demanda de água,
possibilitando um parcelamento das inversões financeiras.
§ Não se verificam os impactos ambientais decorrentes do barramento de curso de água, e
os recalques de terreno não ocorrem quando os poços são bem construídos.
§ As águas subterrâneas são, geralmente, de boa qualidade para consumo humano sem
tratamento, desde que a captação tenha sido construída e seja operada de forma
adequada.
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Arenitos São formados de partículas muito Os arenitos de um modo geral são tidos como um
finas de areia de origem lacustre dos melhores aquíferos.
ou eólica, podendo ser muito
permeáveis, dependendo do grau
de cimentação e da
granulometria das partículas.
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Para evitar o carreamento de areia para o interior dos poço ou mesmo dos orifícios
pode-se envolver a área de drenagem com uma camada de pedregulho e areia grossa,
externamente. A retirada da água do seu interior deve ser através de bombeamento por
medida de segurança sanitária, mas para abastecimentos singelos são freqüentes o uso de
sarilhos e outras bombas manuais.
O poço amazonas é uma variável do escavado, próprio de áreas onde o terreno é
muito instável por excesso de água no solo (areias movediças). Seu método construtivo é
que o caracteriza, pois sua construção tem de ser executada por pessoal especializado,
empregando peças pré-fabricadas a medida que a escavação vai desenvolvendo-se. Sua
denominação deve-se ao fato de ser muito comum na região amazônica em função de que
os terrenos terem este comportamento, principalmente nas épocas de enchentes. São poços
para pequenas vazões, destinados a abastecerem pequenas comunidades.
Um poço perfurado em um aquífero freático (poço freático), terá o nível d’água em
seu interior coincidente com o nível do lençol. Em poço que penetra num aquífero artesiano
(poço artesiano), o nível d’água em seu interior subirá acima da camada aquífera, podendo
em determinadas situações atingir a boca do poço produzindo uma descarga contínua,
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VolumeDrenado
s .e. = ⋅ 100
VolumeTotal
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possui um reduzido suprimento específico; não é capaz, portanto, de ceder muita água a
poços ou drenos. A areia grossa, por outro lado, tem também uma elevada porosidade e ao
mesmo tempo um elevado suprimento específico sendo capaz de fornecer bastante água.
A Tabela 11 abaixo fornece os percentuais de suprimento específico de alguns
materiais :
Tabela 11 – Suprimento Específico de Alguns Materiais
Hidráulica de Poços
• Nível estático do poço – é o nível de equilíbrio da água no poço, quando o mesmo não
está sendo bombeado.
• Nível dinâmico do poço – é o nível de água no poço, quando o mesmo estiver sendo
bombeado. O nível dinâmico está relacionado com a vazão de água a ser retirada e com
o tempo decorrido desde o início do bombeamento. Quando, para uma dada vazão o
nível se estabiliza, tem-se o denominado nível dinâmico de equilíbrio, relativo à vazão
em causa. Neste caso, portanto, se estabelece um regime permanente, conforme pode
ser visto na figura 28.
• Abaixamento ou Depressão – é a distância vertical compreendida entre os níveis
estático e dinâmico no interior do poço.
• Superfície Piezométrica de Depressão ou Cone de Depressão – em poços freáticos, é a
superfície real formada pelos níveis de água em volta do poço, quando em
bombeamento. Em poços artesianos é a superfície imaginária formada pelos níveis
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com o tempo. O tempo necessário para se obter o equilíbrio perfeito do nível dinâmico,
varia amplamente com a vazão de bombeamento e as características do aquífero, e
poderá, inclusive, nunca ser alcançado.
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2πb ⋅ K ( H 2 − H 1 ) R
∫ ∫
2πb ⋅ K
H2 R2
dr
dH = ∴ = ln 2
Q H1 R1 r Q R1
2πb ⋅ K ( H 2 − H 1 )
logo : Q = (válida para aquíferos artesianos)
R
ln 2
R1
dh
Q = K ⋅ 2πrh ⋅
dr
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π ⋅ K ( h22 − h12 ) R
∫ ∫
2π ⋅ K
h2 R2
dr
h ⋅ dh = ∴ = ln 2
Q h1 R1 r Q R1
π ⋅ K ( h22 − h12 )
logo : Q = (válida para aquíferos freáticos)
R
ln 2
R1
R
Q ⋅ ln 2
R1 ;
Em aquíferos artesianos : K=
2πb ⋅ ( H 2 − H 1 )
R
Q ⋅ ln 2
Em aquíferos freáticos : K= R1 ;
π ⋅ ( h22 − h12 )
Porém, nos ensaios de poços, baseados nas fórmulas de Dupuit, exige-se uma série
de precauções para a correta avaliação da influência das condições naturais, geralmente,
distintas das ideais utilizadas para a dedução das fórmulas. Deve-se levar em conta que os
poços nem sempre penetram totalmente no aquífero; os estratos não são horizontais e
variam em espessura e permeabilidade; as superfícies freáticas ou piezométricas não
perturbadas raramente são horizontais; além de outras. Um outro fato importante é o de que
o nível medido nos poços não corresponde, em geral, ao nível do lençol, definido pelas
equações teóricas. Não só as condições do escoamento nas proximidades do poço podem
deixar de obedecer a lei de Darcy, devido à elevação das velocidades, como ocorrem perdas
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Localização de Poços
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Em seu funcionamento, a água aflui ao poço pelo fundo e/ou por orifícios abertos no
revestimento protetor. Conforme a vazão de bombeamento e a granulometria do solo, pode
ser necessário, em certos casos, colocar pedregulho no fundo e em torno dos orifícios
laterais visando impedir o afluxo de areia e o conseqüente desmoronamento do poço.
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Método hidráulico-rotativo
Indicado para a perfuração de poços profundos em geral, tanto para obtenção de
água como para sondagens de grande profundidade. Os poços petrolíferos são, geralmente,
abertos por este método.
Nesse método adapta-se uma broca na extremidade de uma série de tubos
conectados entre si ou a uma haste vazada e imprimi-se ao conjunto um movimento
giratório. Faz-se circular continuamente lama especialmente dosada, fazendo-a descer pelo
do conjunto perfurador até o fundo da escavação, e retirando-a por fora desse tubo. A lama
serve para sustentação das paredes do poço durante a perfuração e para carrear o material
escavado pela broca até a superfície.
Vários são os tipos de brocas perfuradoras rotativas, as quais são escolhidas em
função do tipo de rocha a ser atravessado.
Pelo método hidráulico-rotativo podem ser obtidos poços com diâmetros de 100 a
200 mm, a grandes profundidades. A profundidades menores permite perfurar poços de 500
mm ou mais, dependendo das dimensões e potência dos equipamentos.
Projeto de Poços
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Tubos de revestimento
Os tubos de revestimento destinam-se especificamente a suportar formações
desmoronantes e a impedir a entrada no poço de água com características indesejáveis
(contendo poluentes ou contaminantes). O tubo de revestimento interno ou principal é
aquele que contém a água em seu interior. Às vezes, por razões construtivas, poderá existir
um outro tubo, externo ao primeiro; nesse caso, o espaço anular formado entre os dois será
cimentado ou enchido com material granular que vai envolver o filtro.
Os tubos de revestimento são geralmente de aço, ferro fundido ou plástico (estes
últimos muito empregados atualmente).
Filtros
Os filtros, também conhecidos por crivos, ou por telas, são peças tubulares
perfuradas, colocadas no prolongamento dos tubos de revestimento e junto às camadas
geológicas que contêm água. São utilizados, geralmente, quando as formações aquíferas são
constituídas de material granular, com o objetivo principal de permitir a fácil passagem da
água para o interior do poço, sem arrastar quantidades prejudiciais de areia.
A velocidade de passagem da água através do filtro é fator determinante de perda de
carga hidráulica. Quanto maior a velocidade, maior será a perda de carga, abaixando o nível
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A água de chuva pode ser armazenada em cisternas, que são pequenos reservatórios
individuais. A cisterna tem sua aplicação em áreas de grande pluviosidade, ou em casos
extremos, em áreas de seca onde se procura acumular a água da época chuvosa para a época
de estiagem com o propósito de garantir, pelo menos, a água para beber.
A cisterna consiste em um reservatório protegido, que acumula a água da chuva
captada da superfície dos telhados das edificações. A água que cai no telhado vem ter às
calhas, e destas, aos condutores verticais e, finalmente, ao reservatório. Os reservatórios
mais simples são os de tambor, de cimento-amianto e os de plástico.
Para os locais onde há pouca mão-de-obra especializada, aconselham-se cisternas
não enterradas. Deve-se abandonar as águas das primeiras chuvas, pois lavam os telhados
onde se depositam a sujeira proveniente de pássaros, de animais e a poeira. Para evitar que
essas águas caiam nas cisternas, pode-se desconectar os condutores de descida, que
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Dados úteis para projetos de cisternas estão especificados nas tabelas 12, 13 e 14 a
seguir.
Tabela 12 - Área Máxima de Cobertura Coletada por Calhas Semicirculares
(0,5% de Caimento)
• Quantidade de água para as necessidades mínimas de uma família com cinco pessoas:
- consumo diário : 22 litros/pessoa x 5 pessoas = 110 litros;
- consumo mensal : 110 litros/dia x 30 dias = 3.300 litros;
- consumo anual : 3.300 litros/mês x 12 meses = 39.600 litros.
• Capacidade da Cisterna
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Para se obter a capacidade da cisterna, deve-se considerar somente o consumo durante o período de
estiagem. Assim, se a previsão for de 6 meses sem chuva, deveremos ter a seguinte capacidade de
reservação:
3.300 litros/mês x 6 meses = 19.800 litros.
• Superfície de Coleta
Para se determinar a área da superfície de coleta, deve-se conhecer a precipitação pluviométrica anual
da região, medida em mm. Considerando uma residência com área da projeção horizontal do telhado
igual a 40 m2 e precipitação pluviométrica anual igual a 800 mm, poderemos captar a seguinte
quantidade de água :
40m 2 x 0,8m (800mm) = 32 m3 = 32.000 litros/ano.
Considerando ainda um coeficiente de aproveitamento, para os casos de telhado, igual a 0,80, já que
nem toda área pode ser aproveitada, a quantidade máxima de água a ser captada será de:
32.000 litros x 0,8 = 25.600 litros/ano
Portanto suficiente para suprir a cisterna dimensionada neste exemplo.
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3.8 – Adução
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a. Tubulações em Aço
Entre todos os materiais existentes, o aço carbono é o que apresenta a menor relação
custo / resistência mecânica, tornando a utilização dos tubos deste material em um
sistema de abastecimento de água, ideal em situações onde as redes tenham que suportar
grandes pressões internas e/ou externas.
No Brasil, os tubos de aço utilizados em saneamento básico são fabricados nos
diâmetros de 150 mm a 2500 mm, sendo que pelas suas características, sua aplicação se
torna mais vantajosa nas tubulações com diâmetros superiores a 800 mm.
O processo de fabricação dos tubos de aço, consiste na dobra das chapas de aço e na
soldagem destas, de forma retilínea ou helicoidal. Para aplicação em saneamento básico,
os tubos de aço são fabricados de acordo com a norma americana AWWA C-200, e para
as conexões utiliza-se o aço de acordo com AWWA C-208.
Entre as principais características dos tubos de aço, podemos destacar as seguintes :
§ Ótima resistência às pressões internas e externas, permitindo a utilização de
paredes finas, as quais devem ser observadas as pressões de colapso devido a
pressões negativas no interior da tubulação (que podem ser evitadas, utilizando-
se ventosas adequadamente, conforme será explicado adiante);
§ Facilidade de deformação, necessitando cuidados especiais no transporte,
descarga e montagem;
§ Custo (material e instalação) geralmente muito superior em relação às outras
tubulações;
§ Pouca resistência à corrosão, necessitando sempre de revestimentos especiais e
proteção catódica;
§ Dificilmente apresentam vazamentos, principalmente quando forem soldados;
§ Quando aparentes, estão sujeitos a dilatações, que devem ser sanadas através da
utilização de juntas de expansão;
§ Necessitam de revestimento interno para não oferecerem resistência ao
escoamento.
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altas, sobre berços de madeira com acomodação entre estes, acolchoados com
material não abrasivo.
As tubulações de aço estão sujeitas aos efeitos das dilatações térmicas
principalmente quando expostas ao sol. Neste caso, devem ser pintadas, para reduzir
ao máximo a absorção do calor, e além disto, devem ser utilizadas as juntas de
expansão ou dilatação, a fim de absorverem estes efeitos.
Contra a corrosão as tubulações de aço devem ser protegidas empregando
revestimentos como esmalte de betume de carvão, epóxi ou argamassa de cimento.
Além disto podem ser utilizados dispositivos de proteção catódica.
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A junta elástica, é atualmente, o tipo de junta mais utilizada nas tubulações de FoFo
dúctil, e constitui-se de um anel de borracha e de um conjunto formado pela ponta de
um tubo com a bolsa contígua de outro tubo ou conexão (Figura 37). Sendo uma junta
de montagem deslizante, tem sua estanqueidade obtida pela compressão do anel de
borracha entre a ponta de um tubo e a bolsa, que evita qualquer deslocamento que o anel
de borracha possa ter. Além disso permite dilatações e deflexões que facilitam os
possíveis movimentos que possam ocorrer na tubulação durante a sua utilização.
A junta de flanges é composta por dois flanges entre os quais se interpõe uma junta
de borracha (vedação), que é comprimida pelo aperto de parafusos com porcas,
garantindo sua estanqueidade (Figura 38). A utilização deste tipo de junta, está voltada
para tubulação não enterradas sujeitas a eventuais desmontagens, tais como, às
utilizadas em sistemas de captação de água, estações de bombeamento e câmaras de
válvulas. Os tubos de flanges são fabricados nos diâmetros DN 50 a 1200 mm, em
qualquer comprimento requisitado, com os flanges dimensionados conforme os
gabaritos das normas NBR 7675 e 7560, nas classes de pressões PN-10, PN-16 e PN-25,
suportando, respectivamente, pressões máximas de serviço (sem sobrepressão), de 1,0
MPa, 1,6 MPa e 2,5 MPa.
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A junta mecânica é preparada para suportar altas pressões (superiores a 150 mca),
podendo ser empregada em qualquer tipo de tubo, proporcionando maior firmeza entre
os tubos e conexões, resistindo muito bem aos golpes de aríete. A montagem da junta
mecânica é muito simples e rápida, ligando dois elementos de uma tubulação: bolsa de
uma conexão e ponta de um tubo ou de uma conexão, conforme figura 39 abaixo. O
aperto é dado com parafusos e porcas realizando a vedação com um anel de borracha.
A junta travada é uma junta elástica, que tem por função neutralizar esforços dinâmicos
que ocorrem nas tubulações, evitando a desconexão destas, através do travamento de
suas bolsas (Figura 40). Os tubos utilizados para esta junta, são fabricados nos
diâmetros nominais de DN 300 a DN 1200, na classe K-9, e no tipo ponta e bolsa. A
principal vantagem desta junta, é a dispensa de construção de blocos de ancoragem.
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A junta Dresser é um elemento de fácil união para tubos, permitindo a dilatação dos
tubos e facilitando a montagem de válvulas e bombas. Consiste de um cilindro
intermediário, dois flanges de aperto com seus parafusos e porcas e dois anéis de
borracha (vedação), conforme figura 41 a seguir.
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c. Tubulações de PVC
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d. Tubulações de Polietileno
e. Tubulações de Fibrocimento
f. Tubulações de Concreto
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Embora não exista uma variedade tão grande de materiais utilizados em tubulações
para sistemas de abastecimento de água, deve-se analisar profundamente os critérios
abaixo discriminados, a fim de que se possa atender as condições de qualidade,
quantidade, pressão de água e economia.
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§ Vida útil : de uma forma geral, o material deve garantir uma vida útil para
tubulações de rede de água e adutoras, de no mínimo 50 anos.
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Válvulas de descarga
As válvulas de descarga são colocadas nos pontos mais baixos das adutoras, em
derivação à linha, para permitir a saída de água sempre que for necessário. Isto ocorre,
geralmente quando se vai esvaziar a adutora para fins de reparos ou outras razões de
natureza operacional. Também, para assegurar saída de ar quando se está enchendo a
linha.
O diâmetro da derivação de descarga não deverá ser inferior a 1/6 do diâmetro da
adutora; preferivelmente, deverá ser bem maior. A metade desse diâmetro é um valor
bastante adequado. Assim, uma adutora de 400 mm poderá ter uma válvula de descarga
de 200 mm. No caso de descarga com redução de diâmetro é necessário facilitar a
retirada completa de água, o que se consegue colocando uma peça especial na adutora
com uma derivação tangente ou dando uma inclinação conveniente ao tê onde será
ligado o registro (Figura 44).
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As válvulas redutoras de pressão são válvulas adaptadas com um sensor de pressão, que
compara a pressão na saída da válvula, que é aquela que se quer regular, com a pressão
exercida por um limite, determinado pela regulagem de uma mola (figura 46).
Uma tomada de pressão ligada a um diafragma faz com que a pressão de saída da
água se comprima contra a força exercida pela mola. E, enquanto a pressão de saída de
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água atuar com a mesma força que a mola exerce, em sentido oposto, a válvula estará
com aproximadamente 50 % de abertura. Se a pressão de saída da água aumentar,
ultrapassando a força da mola, causará um movimento do obturador reduzindo a
abertura da válvula. No caso da pressão de saída cair, a força da mola ultrapassará a
pressão de água, aumentando a abertura da válvula.
Ventosas
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simples. Essas ventosas são fabricadas nos diâmetros de 50, 100, 150 e 200 mm, nas
pressões PN-10, PN-16 e PN-25, com flanges de acordo com a NBR 7675.
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D
§ Para admissão e expulsão de ar : d ≥ ;
8
D
§ Somente para expulsão de ar : d ≥ .
12
Válvulas de Retenção
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p⋅D
e=
2 ⋅ σ adm
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§ Peso da tubulação com água entre apoios : gera esforços flexionais, fazendo
com que a tubulação suporte cargas longitudinais, agindo como uma viga, uma
coluna ou um tirante, devendo-se estudar a necessidade de suportes, para
absorver tais esforços. São os casos de travessias de vãos.
3.8.6 – Ancoragens
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§ Para curvas :
§ Para reduções :
E
§ esforço no terreno : σ =
a ⋅b
E
a⋅b =
σterreno
§ a altura h do bloco pode ser tomada como 3/4 da maior dimensão entre a e b.
Os blocos de peso são adotados nos casos de curvas ou tês em que o empuxo está
dirigido para cima, conforme a figura 53.
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A condição de equilíbrio para este caso será : Peso do bloco (P) = Empuxo (E)
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As travessias podem ser (figura 56) : direta em vão livre, em quadro e em arco.
Sempre que for necessário utilizar tubulação de aço entre estruturas de apoio, deve-
se prever a utilização de juntas de dilatação.
As travessias em quadro e em arco devem ter obrigatoriamente ventosas em seu
ponto mais alto e descargas nos pontos baixos.
Além das travessias, a necessidade de instalar as linhas de adução apoiadas
(assentes sobe apoios) decorre das seguintes situações básicas :
131
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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132
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
tubo
Para terrenos de boa consistência as valas podem ser retangulares e para terrenos de
média consistência ou para maiores profundidades as valas devem ser executadas com
taludes ou com banquetas (figura 58).
A largura b da vala, de acordo com a norma brasileira, deverá ser igual ao diâmetro
externo D da tubulação acrescido de 15 cm para cada lado, conforme pode ser visto na
figura acima. Logo : b = D + 0,30m .
133
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
134
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
k1 ⋅k 2 ⋅q ⋅ P
§ Adução contínua sem reservatório : Q=
86.400
k1 ⋅ q ⋅ P
§ Adução contínua com reservatório : Q=
86.400
k1 ⋅ q ⋅ P
§ Adução descontínua com reservatório : Q=
3.600 ⋅ n
Nas adutoras por gravidade, devem ser conhecidos, além da vazão de projeto, o
comprimento da tubulação e o material do conduto, que determina sua rugosidade. O
comprimento do trecho e a diferença entre os níveis de água são quase sempre dados
físicos previamente fixados. Os coeficientes que estabelecem relação com a rugosidade
do material são estudados e tabelados nos compêndios de hidráulica.
No caso de condutos forçados, utilizam-se geralmente as fórmulas de Hazen-
Williams (para diâmetros de 50 a 3500 mm) e Universal. Para o caso de condutos livres
podem ser empregadas as fórmulas de Bazin, Chezy, Manning e Ganguillet-Kutter.
Entre os problemas hidráulicos, há ainda aqueles que dizem respeito à verificação
das condições de operação de uma adutora existentes, para conhecimento da vazão
aduzida, ou para estudar a substituição ou duplicação de trechos de canalização, visando
aumentar o escoamento.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
onde :
D = diâmetro da tubulação (m);
Q = vazão de adução (m3/s);
k = coeficiente com dimensão de velocidade elevado a ½ . (o valor de k depende do
peso específico da água, do regime de trabalho e rendimento do conjunto
elevatório, da natureza do material da tubulação entre outros. De um modo geral,
poderá ser tomado como 1,2, principalmente quando se utilizam tubos de ferro
fundido.
136
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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§ No traçado de uma adutora em conduto forçado, deve-se fazer com que a linha
piezométrica fique sempre acima da tubulação. Caso contrário, o trecho situado
na referida linha terá pressão inferior à atmosférica, situação que deverá sempre
ser evitada. Os livros e manuais de hidráulica mostram os diferentes casos de
tubulações situadas acima da linha piezométrica e apontam os danos que podem
causar ao funcionamento da adutora. Lembra-se que há casos em que o
escoamento poderá tornar-se muito irregular ou mesmo deixar de existir.
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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Número de Conjuntos
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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que sempre que ocorrer impossibilidade de funcionamento de alguma máquina, esta seja
substituída por outra de igual capacidade para manter o pleno funcionamento da linha.
O numero de conjuntos de reserva deve ser compatível com as condições operacionais e
deve ser de, pelo menos, um conjunto reserva.
Cabe ressaltar que em grandes e médios conjunto elevatórios, em termos práticos,
deve ser prevista uma reserva de conjuntos moto-bombas de no mínimo 20 % do total
de conjuntos moto-bombas operacionais (ou seja, deve-se ter uma reserva de no mínimo
20 % da potência operacional). Os conjuntos moto-bombas reservas devem ser
colocados em operação periodicamente, revezando o seu funcionamento com as demais
bombas elevatórias. Tal procedimento objetiva evitar danos nos equipamentos parados
(corrosão, emperramento e etc) e permitir uma vida útil uniforme de todos os
equipamentos da estação elevatória.
Seleção de Bombas
a. Natureza do líquido a recalcar : água limpa (potável), água bruta, esgoto, etc;
b. Vazão necessária (de acordo com a vazão de projeto calculada);
c. Altura manométrica total;
d. Período de funcionamento ou tempo de operação das bombas;
e. Energia disponível no local : número de fases, tensão e ciclagem;
f. Condições de funcionamento : afogada ou não;
g. Número de unidades (operacionais e reserva).
142
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Casa de Bombas
Poço de Sucção
143
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
A seguir serão apresentados alguns detalhes que devem ser observados nas
dimensões dos poços de sucção.
A altura mínima de água acima da boca de sucção recomendada na prática, para
evitar a formação de vórtice, deve ser igual a 2 à 3 vezes o diâmetro (D) da tubulação de
sucção, conforme figura 66 a seguir.
144
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
A distância entre a entrada da boca da sucção e o fundo do poço deve ser superior a
1, 5 D.
As dimensões mínimas recomendadas entre as instalações das bombas e as paredes
de um poço de sucção devem seguir o recomendado pelos fabricantes. A figura 67 a
seguir ilustra algumas distâncias mínimas recomendadas em função do diâmetro D da
tubulação de sucção, para um poço de sucção típico.
145
Unidade Didática II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
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Unidade Didática II – Abastecimento de Água
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O cálculo das diversas parcelas que compõem a altura manométrica total pode ser
encontrado em vários livros de hidráulica e não faz parte do programa deste curso
repetir. A potência (P) de um conjunto elevatório é dado pela fórmula :
γ ⋅Q⋅ H
P=
75 ⋅ η
onde :
P = potência (cv) 1 cv = 0,986 HP
γ = peso específico do líquido a ser elevado (água : 1000 kg/m3);
Q = vazão elevada (m3/s);
H = altura manométrica total (m)
η = rendimento do conjunto motor bomba = ηmotor . ηbomba
147
Unidade II – Abastecimento de Água
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a) Finalidades :
148
Unidade II – Abastecimento de Água
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b) Tipos de Reservatórios
Ø Reservatório de Montante
Situados à montante da rede de distribuição. Por ele passam toda água distribuída a
jusante da rede. Causam uma variação relativamente grande de pressão nas
extremidades de jusante da rede. Tem entrada por sobre o nível máximo da água e saída
no nível mínimo, conforme esquema abaixo.
NA máx NA
Entrada
NA mín LP mínimo consumo
Grandes Saída
LP máximo consumo variações de
pressão na ponta
da rede
149
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Ø Reservatório de Jusante
2 - LP máximo consumo
1 2
2
1
Reservatório de Reservatório de
Montante Jusante
Rede
Adutora Distribuidora
150
Unidade II – Abastecimento de Água
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Semi-Enterrado
Enterrado
Elevado
Apoiado
151
Unidade II – Abastecimento de Água
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Ø Aço;
Ø Madeira;
Ø Fibra de Vidro, etc.
Ø Reservatório de Montante
NA máx R
k1 . k2 . P . q
NA mín
Q = _____________
86.400
Cidade
R
Q A
R
Ø Reservatório de Jusante
D
Rede de
Distribuição
A
B C
k1 . P . q
QAB = _____________
86.400
152
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Conduto C-D – Dimensionado para a maior das duas vazões : QCD ou QDC.
k1 . P . q
QCD = QAB – Qmín QCD = _________ – Qmín
86.400
k1 . k2 . P. q k1 . P . q k1 . P . q
QDC = ____________ – ________ QDC = (k2 –1) . ________
86.400 86.400 86.400
153
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Para cálculo da cota do NA devem ser conhecidos as cotas topográficas (Zi) dos
nós, as perdas de carga totais devido ao escoamento da água desde o reservatório até os
nós (hfi) e a pressão mínima requerida em qualquer ponto da rede de distribuição para
garantir um bom funcionamento do sistema (hmin).
Analisam-se então os prováveis pontos críticos da rede (mais afastados e mais
altos) obtendo-se para cada ponto a somatória Zi + hfi + hmin, adotando-se como cota da
lâmina mínima o maior dos valores encontrados.
R
NA m
hf 1
hf 2
hf 3
hf 4
hf 5
Z4
Z2 Z5
Z1
Q Z3
Z 1 + hf 1 + h min
.
Cota NA m = .
(menor dos valores) .
.
.
Z n + hf n + h min
Normalmente se adota, por efeitos práticos, para verificação das pressões na rede
distribuidora, o valor do NA médio operativo do reservatório que corresponde a
média entre o NA máximo e o NA mínimo.
154
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
• Reserva de Equilíbrio ( C h )
Entrada (Qd)
Qmáx = k2 . Qd
Qd = Vdiário / 24
Saída (Q)
0 12 h 24 h Horas
do Dia
155
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
C h = ( k2 –1 ) . Vdiário / π
Onde :
Tabela em função de k2
k2 C h = ( k2 – 1 ) . Vdiário / π
• Reserva Antiincêndio ( C i )
156
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Onde :
• Q1 = Vazão necessária para combate à incêndio crítico;
• Q2 = Vazão auxiliar de emergência durante o incêndio obtida de uma origem
diferente da que fornece água para o reservatório de distribuição (se houver);
• t = duração do incêndio crítico.
Se Q2 = 0 C i = Q1 . t
Valores Usuais :
• Para densidades superiores a 150 hab / ha : Q 1 = 30 l / s;
• Para densidades abaixo de 150 hab /ha : Q 1 = 15 l / s.
Em São Paulo adotam-se para um incêndio com duração de 6 horas as seguintes vazões
e volumes:
Edifícios com grandes dimensões (diâmetro da rede = 300 mm) 100 2.160
157
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
• Reserva de Emergência ( C e )
Este volume destina-se a evitar que a distribuição entre em colapso sempre que
houver acidentes imprevistos com o sistema, tal que seja necessário o interrompimento
temporário de parte do sistema para manutenção, por exemplo, como o rompimento de
uma canalização adutora. Enquanto providencia-se o saneamento do problema, o
volume armazenado para suprimentos de emergência, também denominado de reserva
acidental, compensará a falta de entrada de água no reservatório, não deixando que os
consumidores fiquem sem água.
Em geral a Reserva de Emergência (Ce) corresponde a 25 % do Volume Total do
Reservatório (Ctotal), o que corresponde a terça parte da Reserva de Equilíbrio (Ch)
mais a de Incêndio (Ci) :
Ce = ¼ C total C total = Ch + Ci + Ce
Ce = ¼ Ch + ¼ Ci + ¼ Ce ¾ Ce = ¼ Ch + ¼ Ci 3 Ce = Ch + Ci
Ce = 1/3 ( Ch + Ci )
C total = Ch + Ci + Ce
Corresponde ao maior dos dois valores :
C total = 1/3 Vdiário
D=2H
H 1
___ = ____
H D 2
X X
X 3
___ = ____
Y
Y 4
159
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
160
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
• Sinalização de torres, para proteção áerea, sempre que necessário, a juízo das
autoridades competentes (Ministério da Aeronáutica);
• Sistema de Para-raios também devem ser previsto.
h) Detalhes de reservatórios
161
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
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Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Abertura de Inspeção
Escada de Acesso
Chaminés de Ventilação
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Unidade II – Abastecimento de Água
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Unidade II – Abastecimento de Água
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a) Conceito
Rede Ramificada : Caracterizada por uma artéria principal, da qual partem transversais
que dão um formato de “espinha de peixe”, nome pelo qual também é conhecida. É
comum em pequenas localidades de traçado linear.
Tubulação Tronco
165
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Rede Malhada : São aquelas cujos condutos formam verdadeiras malhas, nas quais a
água pode se deslocar num ou noutro sentido, dependendo da solicitação do consumo.
Isto permite que uma tubulação seja reparada sem prejudicar o abastecimento de
grandes áreas, pois a água efetuará um caminhamento diferente através de outros
condutos. Nesta ocasião basta fechar os registros de manobra das extremidades do
trecho a ser reparado para isolá-lo do conjunto.
Este tipo de rede é adotado em quase todos os centros urbanos. Ao contrário das
redes ramificadas que apresentam uma tubulação tronco, nas redes malhadas existem
várias canalizações principais, formando vários anéis.
Condutos
Condutos Principais
Secundários Anéis
Tubulação Tronco
ou Alimentadora
• De acordo com a água a ser distribuida a rede pode ser simples ou dupla :
Para atender aos consumidores das partes mais elevadas, com uma pressão
estática mínima, o reservatório deverá ser instalado num ponto dominante. Assim, nas
zonas baixas ocorrerão altas pressões na tubulações, havendo necessidade de se usar
nesses trechos tubos com maior resistência e que naturalmente são mais caros. Nestas
regiões, tem-se também agravados os problemas referentes a vazamentos em juntas e
defeitos nas instalações domiciliares.
As pressões recomendadas para uma rede de distribuição são :
• Pressão Mínima Dinâmica : 10 mca (suficiente para garantir o abastecimento
direto para um prédio de 3 andares);
• Pressão Estática Máxima : 60 mca;
Os valores usuais adotados em projetos para as pressões na rede variam entre 15
e 50 mca. As tolerâncias podem ser vistas no quadro a seguir :
Pressão Tolerâncias
Divide-se a cidade então em zonas com diferenças de cotas menores que 50 mca,
lançando-se em cada zona uma rede de distribuição suprida por reservatório próprio. A
adução desses reservatórios pode ser feita por bombas independentes ou de um para o
outro, conforme figura a seguir.
R4 R3 R1
R2
Adução
200
50 100 150
168
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
calçada
rua
calçada
Tubulação Única
Tubulação Dupla
Ligações Domiciliares
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Unidade II – Abastecimento de Água
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Unidade II – Abastecimento de Água
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calçada
Tubulação Única
de Grande Diâmetro rua
(Tronco)
calçada
Ligações Domiciliares
171
Unidade II – Abastecimento de Água
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Unidade II – Abastecimento de Água
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Caixa
Saída de 60 mm
Hidrante Subterrâneo
Rede
Hidrante
Calçada
Um bom local para instalação de hidrantes são as calçadas, nas interseções de ruas.
Um hidrante numa esquina protege duas vezes o comprimento da testada que seria
protegida por outro colocado longe de uma interseção. Quando os quarteirões são
longos e a categoria de risco de incêndio á alta, deve-se distribuí-los também fora dos
cruzamentos.
As vazões mínimas necessárias nos hidrantes variam de acordo com a categoria dos
incêndios, podendo ser adotados os seguintes valores :
• Para pequenos edifícios : 10 l/s;
• Edifícios maiores e mais altos : 20 a 30 l/s;
173
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
k1 . k2 . P . q
q marcha = _________________ ( l / s . m) ou ( l / s . km)
86.400 . Lt
k1 . k2 . P . q
qd = _________________ ( l / s . ha)
86.400 . A
175
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Zona 1 Qi Zona 2
R
Ai
Exemplo :
k1 . k2 . D . q k1 . k2 . 2D . q
q d1 = _________________ q d2 = _________________
86.400 86.400
q d2 = 2 . q d1 (l/s.ha) Q i = q d1 . A i (l/s)
Para a determinação dos diâmetros iniciais para o cálculo das redes de distribuição
(pré-dimensionamento), seja ela ramificada ou malhada são adotados os seguintes
valores máximos de velocidade e vazão :
176
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
177
Unidade II – Abastecimento de Água
_____________________________________________________________________________________
Normalmente se adota, por efeitos práticos, para verificação das pressões na rede
distribuidora, o valor do NA médio operativo do reservatório que geralmente
corresponde a média entre o NA máximo e o NA mínimo.
Logo, sendo o limite máximo de pressão referido a pressão estática, não se deve ter,
em princípio, diferenças de cotas topográficas em uma mesma rede superiores à pressão
estátima máxima admissível. Vale ressaltar qua a fixação desse limite visa diminuir os
vazamentos nas juntas das tubulações e danos nas instalações prediais.
Quanto aos limites inferiores, se as pressões dinâmicas disponíveis calculadas não
atenderem, haverá a necessidade de se refazer o dimensionamento das canalizações,
aumentando-se os diâmetros de determinados trechos que tenham influência nas
pressões dos nós desfavoráveis.
No caso do nível d’água do reservatório não ser preestabelecido, a marcha de
cálculo vai levar a uma altura mínima do nível d’água que determinará a necessidade ou
não de um reservatório elevado. Se a altura calculada para o reservatório for elevada,
caberá uma análise detalhada do problema, com a finalidade de diminuir sua cota
aumentando-se os diâmetros de determinados trechos da rede.
178
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
1. Introdução
179
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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180
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
Além destas fases principais, tem-se ainda a Fluoretação e a Correção de pH, que
fazem parte do tratamento químico da água, assim como a Desinfecção.
A Fluoretação deve, também, ser realizada sempre. Isto porque, além de ser a
maneira mais segura de garantir grande redução na incidência da cárie dentária em crianças
de idade escolar, a fluoretação das águas é determinada por lei federal.
A Correção de pH da água tratada, também algumas vezes esquecida, deve ser
sempre realizada, com o objetivo de reduzir a agressividade ou incrustabilidade do produto
final. Protege, dessa forma, as redes distribuidoras e as instalações hidráulicas prediais.
3.1 Coagulação
As partículas que desejamos remover da água em tratamento apresentam cargas
elétricas negativas. Quando neutralizamos as partículas, através da correta adição de
floculante, praticamente zeramos seu potencial zeta.
181
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
182
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
§ Sulfato Ferroso;
§ Sulfato Férrico;
§ Cloreto Férrico;
§ Aluminato de Sódio.
Existem ainda os produtos auxiliares da coagulação, tais como :
§ Bentonita;
§ Carbonato de cálcio;
§ Silicato de sódio;
§ Produtos orgânicos denominados Polieletrólitos; e
§ Gás carbônico.
O sulfato de alumínio quase sempre é fornecido sob a forma sólida (pequenos grãos
em sacas de 50 kg), entretanto pode também ser fornecido sob a forma líquida.
183
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
3.3 Fluoretação
184
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
3.4 Desinfecção
Para que a desinfecção seja eficiente, a água deve permanecer em contato com o
cloro durante algum tempo. Esse tempo de contato entre o cloro e a água filtrada é
185
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
O tempo que a água deve ficar em contato com o cloro depende de diversos fatores,
entre os quais, são muito importantes : a forma química em que o cloro estiver presente na
água e o pH da água.
De um modo geral, nas ETAs brasileiras, o cloro desinfetante está sob a forma de
ácido hipocloroso e íon hipoclorito. O ácido hipocloroso é mais eficiente que o íon
hipoclorito como agente bactericida. Em determinadas condições, o íon hipoclorito é
apenas cerca de 2 % tão bactericida quanto o ácido hipocloroso.
Quanto mais baixo o pH, maior a concentração de ácido hipocloroso, que desinfeta
melhor que o íon hipoclorito. Por este motivo, é melhor deixar corrigir o pH da água
tratada a jusante do tanque de contato, após a desinfecção.
O cloro residual pode estar presente sob duas formas : livre e combinado. O cloro
residual combinado, em que o cloro está presente combinado com a amônia ou outros
compostos de nitrogênio apresenta menor eficiência para destruir os microorganismos
patogênicos do que o cloro residual livre.
Além da cloração efetuada após a filtração, pode também ser realizada a pré-
cloração, que é a adição de cloro à água bruta antes do tratamento propriamente dito. Em
alguns casos a pré-cloração pode ser interessante pois propicia a oxidação do ferro e do
manganês tornando-os insolúveis e passíveis de serem removidos através da mistura rápida,
floculação, decantação e filtração.
186
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
Após a construção de um poço para captação de água subterrânea, o mesmo deve ser
desinfetado com a finalidade de eliminação de uma eventual contaminação decorrente das
obras. Para a desinfecção de um poço que possui um volume de 4.500 litros de água,
empregando uma concentração forte de 100 mg/l (100 ppm) de Cl2, qual deve ser a
quantidade do composto cloreto de cal, em kg, necessária, sabendo-se que este composto
apresenta cerca de 30 % de Cl2.
Solução :
Quantidade de Cl2 necessária : x = 4.500 l x 100 mg/l = 450.000 mg
Quantidade de cloreto de cal necessária :
100 mg cloreto de cal ____________ 30 mg de Cl2
y ____________________________ 450.000 mg de Cl2
187
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
A Mistura Rápida, que tem por finalidade promover a dispersão homogênea do coagulante na
massa fluida, pode ser realizada por :
§ Ressaltos Hidráulicos de canal retangular com mudança de declividade (CALHA
PARSHALL);
§ Mecanizada : por agitadores do tipo hélices, palhetas e turbinas de fluxo axial ou radial;
§ Vertedores retangulares ou triangulares.
A Floculação, que tem por finalidade a formação dos flocos mediante a introdução de energia na
massa fluida (agitação) capaz de favorecer o contato entre os colóides desestabilizados na
coagulação, pode ser :
§ Mecânica : através de paletas paralelas ou perpendiculares ao eixo ou turbinas;
§ Hidráulica : através de floculadores de chicanas horizontais ou verticais.
188
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
V1 P1
dy
Início Final
-1 V2
G elevado (Máx 70 s ) G reduzido (Mín 10 s-1)
P2
dV
Início Final
Muitas partículas desestabilizadas a Flocos menos numerosos e mais
serem reunidas. volumosos.
§ Tempo de Mistura ou Detenção (T) : tempo que uma partícula da massa fluida permanece
dentro da câmara de mistura rápida ou dentro dos floculadores, ou seja, intervalo de tempo entre
a entrada e a saída de uma partícula da massa fluida nestas fases do tratamento.
Não sendo possível a realização de ensaios com a água a ser tratada, a NBR 12.216/92 recomenda
para G e T, os seguintes valores :
Para Floculadores :
A norma ainda recomenda que deve ser previsto dispositivo que possa alterar o gradiente
de velocidade aplicado, ajustando-o às características da água e permitindo variar de pelo menos 20
% a mais e a menos do fixado para o compartimento.
189
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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N
Solução : P = 0,5 kW = 500 W V = 500 litros = 0,5 m3 µ = 10 −3 s
m2
P 500
G= = = 1000 s −1 (entre 700 e 1.100 s-1) Logo atende a norma !!!
µ.V − 3
10 .0,5
190
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
O dispositivo hidráulico mais utilizado no Brasil, para promoção da mistura rápida é a Calha
PARSHALL. Hidraulicamente o medidor PARSHALL é definido como um medidor de vazão de
regime crítico.
Para que efetuar a mistura rápida com mais eficiência o floculante deve ser aplicado na
garganta do medidor (figura a seguir), isto porque, sendo o local o de seção mais estreita, e sendo aí a
lâmina d’água bastante pequena, é possível fazer com que o floculante aplicado nesse local se
disperse em praticamente todo o volume de água em tratamento que a atravessa. Para isso deve-se
assegurar um ressalto hidráulico diretamente a jusante da garganta, de preferência no trecho
divergente do Parshall.
191
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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A tabela a seguir apresenta as vazões em função da altura (h) lida nos medidores, em função
de suas dimensões (W) :
193
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
_______________________________________________________________________________________
O ábaco a seguir nos permite determinar os gradientes de velocidade nos Medidores Parshall
em função de suas dimensão W e da vazão Q que o atravessa :
A partir deste ábaco pode ser extraída a fórmula a seguir, somente válida para valores de W
menores ou iguais a 0,30 m.
Q 0,70
G = 1000.
W 1,2
onde :
Com relação ao tempo de detenção, verifica-se que ele é muito pequeno, freqüentemente
inferior a 1 segundo. Assim sendo, não é necessário preocupar-se com esse parâmetro, pois os
medidores Parshall atendem à NBR 12.216/92.
Exemplo de Cálculo :
194
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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Solução :
195
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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r2=1,12−0,16−0,10=0,86m r1
l1
b
r2
onde :
Cd = coeficiente de arrasto, que depende da relação l/b das paletas. Para Re > 1000 tem-se : Cd =
1,16 (l/b=1), Cd = 1,20 (l/b=5), Cd = 1,50 (l/b=20) e Cd = 1,90 (l/b=∞).
n = velocidade de rotação das paletas em rps (rotações por segundo);
r, l e b= são os elementos geométricos do agitador, instalados em uma câmara de volume V.
0,10 m 0,16 m
4,20 m 3,45 m
4,20 m
3,20 m
4,20 m
1,20 m
2,40 m
196
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C.n3.b.l.(r3+r3+...)
Cálculo de Cd : G=158d 1 2 Cd = 1,50
µ.V
0,16
r3 = 1,20 − = 1,12 m
2
4 3
1,50.( ) .0,16.3,20.( 0,603 + 0,863 + 1,123 )
G = 158 60 = 46 s−1 (norma entre 70 e 10 s-1).
−4
10 .60,86
Nestas câmaras a turbulência da água é obtida as custas de perda de carga acentuada, o que
pode ser constatado pela diferença de cotas entre o nível d’água de montante e de jusante.
197
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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• Velocidade dentro dos canais : mínima de 0,10 m/s (para evitar decantação dos flocos no
floculador) e máxima de 0,30 m/s (para evitar a quebra dos flocos formados).
• O espaçamento mínimo entre chicanas deve ser de 0,60 m, caso não seja dotado de dispositivo
de fácil remoção (na prática adotam-se espaçamentos menores do que este pois os dispositivos
são removíveis para limpeza e variação do gradiente hidráulico).
FLOCULADOR DE
CHICANAS VERTICAIS
198
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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e e
1,5 e
h = hf (perdas localizadas nas voltas de 180o) + h’f (perda distribuída nos canais)
v2 η 2 .v 2
hf = 3 (perda de carga localizada para uma volta) h' f = L.
2.g R4 3
199
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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v2 η 2 .v 2
Logo
h = (n − 1). 3 + L.
2.g R4 3
onde :
n = número de canais do floculador;
(n –1) = número de voltas (180o) no floculador
v = velocidade de escoamento nos canais do floculador;
R = raio hidráulico da seção do canal;
L = comprimento total dos canais do floculador (percurso médio da água);
η = coeficiente que depende da rugosidade das paredes do canal (Fórmula Manning)
Solução :
a) determinação da seção de escoamento (S) :
3
Q 0,120 m s
S= = = 0,60 m2
v 0,20 m s
200
Unidade Didática III – Tratamento de Águas para Abastecimento
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0,012 2.0,20 2
h'f = 240. = 0,011 m
0,207 4 3
i) perda de carga total no floculador (h) :
h = h f + h'f = 0,354 + 0,011 = 0,365 m = 36,5 cm
0,75 m
4,75 m
4,75 m
201
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C1 (n1 canais)
C2 (n2 canais)
C3 (n3 canais)
e’1
e1
l1
e’2
e2
l2
e3
l3
e’3
202
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Como as perdas de cargas devidas aos giros de 180º ao longo do floculador, predominam
sobre as perdas de carga contínuas no canal, Azevedo Neto desenvolveu uma equação que permite o
cálculo direto e rápido do floculador de chicanas, em função dos gradientes de velocidade desejados.
3 2
H.L.G
n = 0,045 ______ . t
Q
n = número de canais entre chicanas;
H = profundidade de água no canal (m)
G = gradiente de velocidade (s-1)
L
3 2
a.L.G
n = 0,045 ______ . t
onde : a = largura do canal (m) Q
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5. Decantação
5.1 Classificação dos Decantadores :
Decantadores Clássicos
Decantadores Tubulares
Módulos Tubulares
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De um modo geral, dois tipos de decantadores são utilizados no Brasil para tratamento de água : os
decantadores clássicos e os decantadores tubulares.
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taxa de escoamento superficial, mas também a velocidade de escoamento horizontal em seu interior,
para evitar que sejam arrastados os flocos sedimentados. A velocidade máxima de escoamento
horizontal segundo a NBR 12.216/92 não deve ser superior aos valor resultante das expressões :
• v máx = ( N R 8 )1 2 para fluxo laminar, com número de Reynolds NR menor que 2000.
• v máx = 18. vs para fluxo turbulento, com número de Reynolds NR maior que 15.000.
Outro detalhe fixado pela norma diz respeito a vazão máxima das calhas coletoras
de água decantada, que não deve ser superior a 1,8 l/s por metro de borda vertente.
Nos decantadores tubulares, a água floculada é introduzida sob (por baixo) das
placas. Ao escoar entre elas, ocorre a sedimentação dos flocos. A água decantada sai pela
parte de cima do decantador, após haver escoado entre as placas paralelas, e é coletada por
calhas coletoras. Em algumas situações, em que se faz necessário ampliar a capacidade de
tratamento de ETAs, cujos decantadores são clássicos, e em que não há interesse, ou
possibilidade, de se construir novos decantadores desse tipo, eles podem ser convertidos
para decantadores tubulares. Com isto é possível, muitas vezes, dobrar a vazão tratada pelo
decantador, ou até mesmo mais do que isto.
O adequado funcionamento dos módulos tubulares depende, entre outros fatores :
- Do ângulo de inclinação dos módulos em relação à horizontal. Embora, do ponto de
vista teórico, o melhor ângulo seja o de 2 graus e 54 minutos, do ponto de vista
prático ele não funciona, pois seria difícil efetuar a limpeza dos flocos que ficariam
retidos em seu interior. Por este motivo, utiliza-se um ângulo superior a 50 graus
(quase sempre 60 graus, por facilidades construtivas). Com esse ângulo, a maioria
dos flocos sedimentados consegue, por seu peso próprio, despregar-se das placas e
cair para o poço de lodo, localizado no fundo do decantador.
- Da combinação dos fatores da velocidade de escoamento, do espaçamento entre os
dutos ou placas e do comprimento dos dutos.
6. Filtração
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Filtração pode ser definida como a passagem da água por um leito de material
granular, através do qual ocorre a separação das partículas presentes na água. Os filtros são
classificados, de acordo com a velocidade de filtração e de acordo com o sentido do fluxo
da água que passam por eles.
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Materiais Empregados :
√ Filtro Lento : areia;
√ Filtro Rápido : antracito e areia (estratificada : os grãos maiores ficam em baixo, logo
o tamanho dos grãos vai decrescendo de baixo para cima no interior do leito filtrante).
• Areia : pode ser obtida em rios ou lagos, devendo ser limpa, sem barro ou matéria
orgânica. A norma NBR 12216/92 fixa as condições e características granulométricas
para as areias como leito filtrante :
• Antracito : é um carvão mineral de cor negra. Sua massa específica e da oredem de 1,4
a 1,6 g/cm3, isto é inferior à da areia. Isto faz com que ele possa ser utilizado em filtros
rápidos de camada dupla sobre a areia, sem se misturar com ela. Sendo o antracito mais
leve e sendo a granulometria da areia e do antracito adequadamente especificados, todas
as vezes que o filtro for lavado, o antracito subirá mais do que a areia. pode ser obtida
em rios ou lagos, devendo ser limpa, sem barro ou matéria orgânica. Terminada a
lavagem a areia ficará por baixo e o antracito por cima.
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Filtros Lentos - A taxa de filtração pode ser determinada por experiências em filtros
pilotos, em períodos superiores ao necessário para ocorrência de todas as variações de
qualidade da água. Não sendo possível realizar essas experiências a taxa de filtração não
deve ser superior a 6 m3/m2.dia. Os filtros lentos pela baixa taxa de filtração necessitam de
grandes áreas para tratamento de grandes vazões.
Filtros Rápidos - Não sendo possível proceder a experiências piloto as taxas máximas
recomendadas são as seguintes : filtros com camada simples - 180 m3/m2.dia; filtros com
camada dupla - 360 m3/m2.dia. A taxa máxima em filtros de fluxo ascendente é de 120
m3/m2.dia. Alguns estudos dizem que pode chegar à 300 m3/m2.dia..
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Exemplo : Uma estação de tratamento de água tem 4 filtros rápidos, de leito filtrante
simples de areia, com as seguintes dimensões em planta : Comprimento de 2,50 m e
Largura de 1,00 m. Deseja-se ampliar sua capacidade que passará para 40 l/s. Se os leitos
filtrantes alterados para o tipo camada dupla com areia e antracito, os filtros assim
reformados terão condições de suportar a nova vazão ?
Solução :
Nova vazão em m3/dia = 40 x 86400/1000 = 3.546 m3/dia (Q)
Área filtrante dos 4 filtros = 4 x 2,50 x 1,00 = 10 m2 (A)
Taxa de filtração = Q/A = 3.456/10 = 345,6 m3/m2.dia
345,6 m3/m2.dia < taxa máxima = 360 m3/m2.dia
Assim eles podem suportar a nova vazão de acordo com a norma.
Bocais
Tubulações Perfuradas
Blocos
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q Quando o nível d’água atingir um certo limite ( aumento da perda de carga do leito
filtrante ), lava-se o filtro que estiver operando a mais tempo;
q Se houver controle de turbidez no efluente de cada filtro, lava-se o filtro que apresenta
pior resultado.
Os filtros rápidos são lavados a contracorrente (por inversão de fluxo) com uma
vazão capaz de assegurar uma expansão adequada do meio filtrante. Na prática consideram
expansões entre 25 e 50 % como satisfatórias, sendo 40 % um valor comum. A lavagem
pode ser realizada através de um reservatório ou com auxílio de bombas que garantam a
velocidade ascencional de lavagem para expansão do leito filtrante, conforme a seguir.
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Tamanhos efetivos
%
0,35mm 0,40mm 0,45mm 0,50mm 0,55mm 0,60mm
20 0,20-0,40 0,35-0,55 0,45-0,57 0,55-0,60 0,65-0,70 0,75-0,80
25 0,25-0,45 0,38-0,63 0,50-0,66 0,63-0,70 0,70-0,80 0,80-1,00
30 0,30-0,50 0,40-0,70 0,55-0,75 0,70-0,80 0,75-0,90 0,85-1,05
35 0,33-0,55 0,45-0,78 0,60-0,83 0,75-0,90 0,83-1,00 0,95-1,15
40 0,35-0,60 0,50-0,85 0,65-0,90 0,80-1,00 0,90-1,10 1,05-1,30
45 0,38-0,68 0,55-0,93 0,70-0,98 0,85-1,08 0,95-1,18 1,10-1,38
50 0,40-0,75 0,60-1,00 0,75-1,05 0,90-1,15 1,00-1,25 1,15-1,45
55 0,45-0,85 0,65-1,10 0,85-1,25 0,95-1,33 1,05-1,40 1,20-1,55
Fonte: Azevedo Netto1
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Devem ser projetadas sobre o leito filtrante de forma a assegurar a coleta da água de
lavagem no leito filtrante de modo mais uniforme possível. A altura do fundo da calha em
relação ao topo filtrante é muito importante. O ideal é colocá-la um pouco acima da altura
atingida pelo topo do leito filtrante expandido, algo em torno de 15 cm.
15 cm
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Exemplo :
Solução :
Vazão de Projeto : Qd = 15.000 hab x 200 l/hab/dia x 1,25 / 1000 = 3.750 m3/dia
Pela tabela tem-se : 4 unidades + 1 de reserva (10.000 hab < P < 60.000 hab)
312,5
B . 2B = 312,5 B= = 12,5 m L= 25 m
2
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Portanto devem ser construídos 05 unidades (04 titulares + 01 reserva), com dimensões de
12,5 x 25 m cada (desenho abaixo).
25 m
FILTROS
PARÂMETROS ASCENDENTES DESCENDENTES
NBR 12216 Azevedo Netto NBR 12216 Azevedo Netto
Camada filtrante (areia) 200 cm 150 cm Mín. 45cm 60 cm
40cm-mín. 0,45
Tamanho efetivo (TE) Mín. 0,70 Mín. 0,75 Mín. 0,45 e máx. 0,55
(mm) Máx. 0,80 Máx. 0,85 Máx. 0,55 20cm-mín. 0,80
e máx. 1,20
Coeficiente Menor ou Menor ou Mín. 1,40 40cm-menor
uniformidade igual a 2 igual a 2 Máx. 1,60 que 1,7
Maior 25
Camada suporte Maior 40 cm 35 cm 35 cm
cm
Taxa filtração Mín. 120 Máx 180 Mín. 120
120
(m3/m2.dia) Máx. 150 (simples) Máx. 150
Tempo de lavagem 15 min _ 10 min _
Velocidade de lavagem Mín. 70 Mín. 70
Mín 80 Mín 60
(cm/min) Máx. 80 Máx. 80
Fontes: Azevedo Netto e NBR 12216/92
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Respostas :
1. F 11. V 21. V 31. V 41. F
2. V 12. V 22. F 32. F 42. V
3. V 13. F 23. V 33. V 43. V
4. F 14. V 24. V 34. V 44. F
5. V 15. V 25. V 35. V
6. F 16. V 26. V 36. V
7. V 17. V 27. F 37. F
8. V 18. F 28. F 38. F
9. V 19. F 29. V 39. V
10. F 20. V 30. V 40. V
220