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Da mesma forma que o Saneamento Básico, a Saúde Pública que inicialmente era vista
como uma prática de caráter médico-curativo para controlar as doenças infecto-
contagiosas, modernamente é encarada como um conjunto de ações de caráter
médico-curativo e também preventivo, não apenas das doenças infecto-contagiosas,
mas também das doenças de veiculação hídrica.
Tendo em vista que ultrapassa os limites do presente tema, o estudo mais detalhado
destas patologias, serão apenas relacionadas algumas das doenças de veiculação
hídrica mais comuns (desinterias microbianas, hepatite, cólera, etc) e informações
relacionadas com as mesmas conforme apresentado no QUADRO I.
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Curso Projetos de Sistemas Anaeróbios para Tratamento de Esgotos Sanitários
Prof.: Eng. Carlos Branco / e-mail: engbranco@aol.com – www.tratamentodeagua.com.br
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A abordagem mais atual serve para caracterizar nos dias de hoje, o Saneamento
Básico como uma legitima ação de Saúde Pública tendo em vista que ele pode,
especialmente através a implantação e operação de sistemas de abastecimento de
água e de coleta e tratamento de esgotos sanitários, impedir que se estabeleça ou
mesmo destruir, caso existente, o ciclo danoso da contaminação. O exemplo clássico
FIGURA 1 desta situação, seria o caso de uma pequena comunidade que não dispondo
de serviços de abastecimento de água e de coleta e tratamento de esgotos, procede da
seguinte maneira: a população para ver atendida suas necessidades básicas de água,
retira esta de um poço, aberto e operado de forma inadequada, usualmente raso e
atingindo apenas a profundidade do lençol freático. Esta água é utilizada não só para
ingestão como para inúmeros outros usos dentro de um domicilio, transformando-se
assim em água servida. A comunidade não dispondo de um sistema para coleta,
tratamento e disposição final adequada destes efluentes, encaminha-os para um valão
próximo. Estes despejos contaminam as águas do valão, e com o passar do tempo
estas águas contaminadas vão se infiltrando nas camadas sub-superficiais e acabam
por contaminar as águas do lençol freático. Na etapa final do ciclo, a comunidade
utilizará estas águas contaminadas para suas atividades domésticas e assim estará
fechado o ciclo de contaminação. Este processo pode ocorrer em outras situações
como por exemplo o de duas cidades marginais ao mesmo rio, em que as duas ou
especialmente a situada mais a montante não dispõe de um sistema de coleta e
tratamento incluindo desinfecção e disposição adequada das águas servidas. As
situações aqui descritas, embora indesejáveis, ocorrem com freqüência no país,
principalmente em regiões de baixa renda e nas periferias das Regiões Metropolitanas.
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Na FIGURA 2 é mostrada a situação de precariedade sanitária de uma comunidade de
baixa renda na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Sob o ponto de vista
ambiental, o Saneamento Básico, através da implantação de sistemas públicos de
esgotamento sanitário, impede o lançamento de esgotos brutos nos corpos receptores,
assim prevenindo efeitos indesejáveis como por exemplo a eutroficação de um lago,
fato caracterizado pelo crescimento descontrolado de microorganismos vegetais,
especialmente de algas, conforme está acontecendo no lago Maracaibo na Venezuela
mostrado na FIGURA 3.
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Ao longo deste trecho inicial, já tivemos oportunidade de utilizar duas palavras,
poluição e contaminação, as quais por sua importância serão objeto de algumas
considerações. Segundo o Decreto 73 030/73 a poluição da água é entendida como
qualquer alteração de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, que possa
importar em prejuízo à saúde, à segurança e ao bem-estar das populações, causar
danos à flora e à fauna, ou comprometer o seu uso para fins sociais ou econômicos.
À nível federal, a legislação que define as diretrizes básicas de proteção aos recursos
hídricos em todo o território nacional, pode ser sintetizada em dois textos legais que
são respectivamente a Lei Federal 6938/81 que estabeleceu a Política Nacional de Meio
Ambiente e a Resolução CONAMA 020/86 que classificou as águas doces, salinas e
salobras em todo o território nacional, estabelecendo classes vinculadas aos usos
benéficos previstos para as mesmas. Sobre esta Resolução serão feitas algumas
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considerações mais adiante.Complementando esta parte inicial, é oportuno transcrever
as observações do Prof Duncan Mara á respeito da necessidade de tratamento das
águas residuárias domésticas e industriais:
As águas residuárias devem ser tratadas antes de seu lançamento nos corpos
receptores a fim de:
Segundo estudos realizados, estima-se que para cada 1 real investido em saneamento,
seriam economizados 4 reais em serviços de saúde(atendimentos, internações,
medicamentos,etc).
É oportuno neste ponto que sejam feitas considerações concernentes aos tipos de
sistemas de esgotamento sanitário, com o objetivo de melhor situar o tratamento no
conjunto que caracteriza um sistema de esgotamento sanitário.
- sistema unitário
- sistema separador
- sistema misto
O sistema unitário é aquele que em que os esgotos são coletados na mesma tubulação
em que são coletadas as águas pluviais. Esta modalidade é muito utilizada em cidades
de pequeno porte e principalmente quando existe uma grande carência de recursos
financeiros, sendo em conseqüência a solução adotada nas pequenas comunidades,
principalmente nas regiões mais carentes do pais.
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2 - OS PROCESSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS DE TRATAMENTO; A
APLICABILIDADE DOS MESMOS.
O tratamento dos efluentes líquidos domésticos, podem ser feitos segundo cada um
dos processos acima indicados isoladamente ou de forma associada. A utilização de um
determinado processo isoladamente ou a utilização de dois ou mais processos de
forma associada é decisão específica para cada caso que se estude. A escolha da
melhor alternativa somente poderá ser feita após uma criteriosa avaliação de inúmeros
fatores de natureza técnica e econômico- financeira necessariamente envolvidos nesta
análise. Podem ser citados, entre estes, os seguintes: eficiências requeridas, tamanho
da área disponível, local da área disponível, disponibilidade de energia elétrica,
disponibilidade de mão de obra para execução, operação e manutenção, etc.
PROCESSOS FÍSICOS - são todos os processos que utilizam fenômenos físicos, tais
como a decantação, a filtração, a flotação e outros mais. Neste grupo podem ser
citados entre outros:
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equalização- consiste na utilização de equipamentos capazes de girar, agitar, etc
permitindo assim a mistura de efluentes diferentes ou a mistura de elementos
presentes em um mesmo efluente. São muito utilizados em estações de tratamento de
despejos industriais.
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denominada lodo. Estas unidades são utilizadas freqüentemente em estações de
tratamento.
Esta operação até algum tempo passado, era classicamente utilizada nas ETEs. Mais
recentemente pesquisadores no Exterior, identificaram uma clara correlação de
incidência de casos de câncer com áreas residenciais onde a água utilizada no sistema
de abastecimento apresentava elevadas concentrações dos denominados compostos
organo-clorados, os quais são gerados pela combinação do cloro com a matéria
orgânica presente nos esgotos.
Em razão deste fato, modernamente está sendo abandonada a cloração dos esgotos,
sendo a mesma substituída por outras alternativas, como a radiação ultra- violeta e a
ozonização. Em nosso país está sendo muito adotada a solução de submeter os
esgotos aos raios ultra-violeta, através de dispositivos adequados e já disponíveis no
mercado, os quais podem ser de diferentes modelos e capacidades. Um destes
modelos está apresentado na FIGURA 7.
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O processo químico também costuma ser empregado no tratamento de efluentes
industriais, para corrigir o pH dos mesmos, de forma à torna-los aptos à serem
encaminhados à uma outra etapa do tratamento, que pode ser um processo físico ou
biológico. Principalmente nesta última hipótese é necessário que seja feita a correção
do pH do efluente, tendo em vistas que, valores muito elevados ou muito reduzidos do
pH podem prejudicar seriamente um processo biológico de tratamento.
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nitratos e os sulfatos. A retirada do oxigênio do sulfato por exemplo, que é
denominada redução, origina o H2S, o gás sulfidrico que é o responsável pela
produção de odores ofensivos, característicos dos processos anaeróbios.
de energia elétrica, são pelo contrário, capazes de serem utilizados como fonte
alternativa de energia, conforme analisaremos nos parágrafos seguintes. Nestes
processos a estabilização da matéria orgânica, conseguida através de complexas
reações bioquímicas, resulta na geração de uma mistura gasosa, incluindo gás
carbônico, gás sulfidrico e metano (CH4). Este último apresenta um elevado percentual
na mistura e desde que captado,purificado e armazenado, pode ser utilizado segundo
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numerosas formas, como fonte de energia.
A propósito do item 5, é oportuno ressaltar ser este um aspecto que deve ser
analisado muito criteriosamente por ocasião da concepção e do projeto de uma
unidade de tratamento, tendo em vista que no atual quadro financeiro, econômico e
social do país, a possibilidade de recuperação de subprodutos é de extrema
importância. Assim sendo, a utilização do processo anaeróbio, é o primeiro passo para
viabilizar a utilização de 3 subprodutos típicos, quais sejam:
Feitas estas considerações, torna-se agora possível identificar a vinculação direta entre
as tecnologias de baixo custo para tratamento de efluentes e os processos anaeróbios.
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1 – tanque séptico
2 – reator UASB
Para o presente caso, em que estão sendo cogitados apenas esgotos sanitários, os
parâmetros de qualidade mais utilizados são os seguintes:
- preliminar
- primário
- secundário
- terciário
O esgoto, conforme a maior ou menor concentração dos diversos poluentes, pode ser
classificados em forte, médio ou fraco. ( QUADRO II )
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As denominadas legislações ambientais, entre outros aspectos ( preservação do solo,
da fauna, da flora, etc ), visam igualmente a preservação dos recursos hídricos, e
fixam condições mínimas para a qualidade dos efluentes líquidos à serem lançados nos
corpos receptores, tais como rios, lagos, baías e oceanos.
Nos países mais desenvolvidos, estas leis já foram implementadas de longa data, mas
no Brasil, somente na década de 70 foi iniciado este processo, através da Portaria
n*13 de 15 de janeiro de 1976, expedida pela SEMA (Secretaria Especial do Meio
Ambiente) vinculada ao então Ministério do Interior, a qual fixava os parâmetros para
a classificação das águas interiores nacionais e dispunha sobre o controle da poluição
hídrica.
Da mesma forma, outras legislações regulam esta matéria nos demais Estados da
Federação, os quais não são abordados mais detalhadamente, tendo em vista que
ultrapassam o escopo do presente texto.
Para fins do presente curso foi adotada como referência a Resolução Conama 020/86
já referida, a qual está atualmente com 18 anos de vigência e será em futuro próximo
objeto de modificações e atualizações, por parte do Conselho Nacional de Meio
Ambiente. De qualquer forma é a mesma o texto de referencia quando se cogita o
lançamento de efluentes líquidos em corpos receptores.
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5- FATORES INTERVENIENTES NA SELEÇÃO DE UM PROCESSO BIOLÓGICO DE
TRATAMENTO: ÁREA DISPONÍVEL, EFICIÊNCIA REQUERIDA,
OPERACIONALIDADE, CUSTOS DE IMPLANTAÇÃO E DE OPERAÇÃO/
MANUTENÇÃO, ETC.
- área necessária
- eficiência requerida
- facilidade de operação e manutenção
- flexibilidade operacional
- resistência à cargas de choque (pique de vazão e / ou de carga orgânica)
- produção de lodo
- produção de odores, ruídos e fatores adversos.
- custo de implantação
- custo de operação, no qual estão incluídos, entre outros os seguintes
- custo de mão de obra para operação
- custo de energia elétrica (por hab atendido, por kg de DBO removida, etc)
- custo de manutenção ( por hab atendido, por kg de DBO removida, etc)
Somente através de uma analise global destes e de outros elementos poderá ser feita
uma seleção adequada da alternativa mais interessante. Apenas acrescentaremos a
observação de que em muitos casos concretos, a análise recomendará a adoção de
uma das denominadas tecnologias de baixo custo, sendo entretanto oportuno assinalar
que em situações especificas as alternativas convencionais podem se constituir em
soluções adequadas para o tratamento.
solução: E = So – Se / So onde:
E = eficiência
So = DBO5 do esgoto bruto
Se = DBO5 do esgoto tratado
Problema 2- Uma ETE recebe esgoto bruto com uma DQO (demanda química
de oxigênio)
de 600 mg/l. A vazão média afluente é de 80 l/seg. Este esgoto é submetido
à um processo de tratamento que oferece uma eficiência de 75% em termos
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de redução da DQO. Qual será a carga remanescente de DQO que a ETE
lançará no corpo receptor ?
- de câmara única
- de câmaras em série
- de câmaras sobrepostas
O tanque séptico tem critérios específicos de projeto definidos nos textos das Normas
brasileiras pertinentes que são a NBR-7229/86 e a NBR-13 969/97. É oportuno
que, neste ponto sejam analisados alguns dos aspectos mais importantes destes 2
textos técnicos.
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A NBR-7229/93 da ABNT ( Projeto, construção e operação de sistemas de
tanques sépticos ) na realidade é composta por 2 partes em que a segunda (anexo
B) complementa a primeira com uma errata e a seguir com o texto que tem o titulo
geral de: “ Tratamento complementar – Disposição final do efluente do tanque
séptico” e assumiram validade à partir de 01/11/93 e 31/11/93 respectivamente.
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Segundo a NBR-13 969/97, o tanque séptico, pode ter seu tratamento
complementado segundo uma das 5 alternativas indicadas á seguir.
V = 1000 + N ( CT + K Lf ) onde:
Quadro VI
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No caso de tanques cilíndricos, o diâmetro interno mínimo deverá ser de 1,10 m; no
caso de tanques prismaticos, a largura interna mínima devera ser de 0,80 m e quando
estes tiverem base retangular, relação comprimento/largura devera oscilar entre 2:1 e
4:1. Embora usualmente sejam utilizados tanques de câmara única, é possível
conforme prevê a norma, o emprego de tanques com maior numero de câmaras. Isto
ocorre geralmente quando são projetados tanques para populações pequenas de no
máximo 30 habitantes. A utilização de câmaras em serie tem o objetivo de melhorar o
desempenho da unidade e conseqüentemente melhorar a qualidade do efluente
tratado. Nestes casos, podem ser utilizadas no máximo 3 câmaras em serie se for
cogitado tanque cilíndrico e no máximo 2 câmaras em serie se for cogitado tanque
prismatico com planta retangular. A norma prevê que na utilização de tanques com
mais de uma câmara, tanto cilíndricos quanto prismaticos, deverão ser observadas
proporções entre as câmaras. O texto da norma prevê ainda inúmeras outras
condicionantes quer deverão ser respeitadas no projeto, tais como as relativas aos
dispositivos de entrada e de saída e a intercomunicação entre as câmaras, no caso dos
tanques com câmaras em série.
O meio filtrante deve ter altura igual a 1,20m, a qual é constante para qualquer
volume obtido no dimensionamento.
O meio filtrante deve ter a granulometria mais uniforme possível, podendo variar entre
0,04m e 0,07m ou podendo ser utilizada a pedra britada número 4. Atualmente o meio
filtrante convencional está sendo substituído, por material sintético mais leve sendo
geralmente constituído por resinas sintéticas, sob variadas apresentações e nomes
comerciais. O meio filtrante, neste dispositivo, pode ser considerada a peça mais
importante, tendo em vista que no mesmo é realizado um processo de filtração e ao
mesmo tempo um processo biológico/bioquímico uma vez que os microorganismos
responsáveis pela degradação da matéria orgânica, organizam-se de tal forma que se
agregam a superfície do meio filtrante formando uma película ou biofilme sobre o
mesmo, película que é denominada zooglea. Por outro lado a profundidade útil do
filtro deve ser de 1,80m para qualquer volume útil obtido no dimensionamento.
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4 - O CÁLCULO E O DIMENSIONAMENTO DE UM FILTRO ANAERÓBIO.
N = número de contribuintes
C = contribuição de despejos (em litros / pessoa x dia)
T = período de detenção em dias.
S = V / 1,80 onde:
- o diâmetro mínimo deve ser de 0,95m ou a largura mínima deve ser de 0,85m.
- o diâmetro máximo e a largura não devem exceder 3 vezes a profundidade útil.
- o volume útil mínimo deve ser de 1250 l
- a carga hidrostática mínima no filtro deve ser de 1 kPa ( 0,10m ) e portanto o nível
da saída do efluente do filtro deve estar pelo menos 0,10m abaixo do nível do líquido
no tanque séptico.
- o fundo falso deve ter aberturas de 0,03m, espaçadas em 0,15m entre si.
- o dispositivo de passagem do tanque para o filtro pode constar de tê, tubo e curva
com diâmetro mínimo de 100 mm ou de uma caixa de distribuição, quando houver
mais de um filtro.
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periódica do meio filtrante, tendo em vista que com a continuidade do uso existe uma
tendência na acumulação de material biológico (biofilme) e de outros resíduos entre os
vazios do material granulado, a denominada colmatação que pode ser controlada
através a lavagem do filtro periodicamente através jato de água em contra-corrente
(fluxo descendente).
“ O sistema tanque séptico – filtro anaeróbio de leito fixo com fluxo ascendente tem
sido considerado como sistema de tratamento compacto de esgotos sanitários de baixo
custo, dispensando maiores preocupações quanto a sua operação. A SABESP, como
Orgão responsável pela coleta e tratamento de esgotos em diversas comunidades do
Estado de São Paulo, tem utilizado freqüentemente aquele sistema, principalmente
para o atendimento das comunidades de pequeno porte. A associação do tanque
séptico com o filtro anaeróbio é ainda recente. Porém o uso apenas do tanque séptico
para o tratamento de despejos tem mais de 100 anos, principalmente para
atendimento das áreas desprovidas de rede coletora de esgotos. Nesse caso, o TS, em
suas diversas configurações tem como função básica a remoção de sólidos
sedimentáveis e respectiva digestão anaeróbia, reduzindo desse modo, a carga
orgânica e o volume final dos sólidos, alem de torná-los mais estáveis
bioquimicamente. No entanto, o efluente do tanque séptico está longe de ser ideal
para o lançamento direto ao corpo receptor, uma vez que contem ainda elevadas
concentrações de sólidos, de coliformes, de carga orgânica solúvel, de nutrientes
inorgânicos, alem de cor e cheiro”.
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Por outro lado, o emprego de filtro anaeróbio para remoção de carga poluente teve
evolução em passado recente, basicamente através do trabalho de Young e McCarty na
década de 1960. São várias as vantagens atribuídas ao filtro anaeróbio em relação
aos processos aeróbios:
Deseja-se:
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carga orgânica bruta (kg/dia) eficiência mínima em rem de
DBO (%)
menor ou igual a 10 isento
maior que 10 e igual ou menor que 30 50
maior que 30 e igual ou menor que 100 70
maior que 100 95
solução:
população de projeto: P = 50 x 4 + 100 x 5 = 700 hab
carga orgânica bruta: C = 700 hab x 54 g/hab/dia = 37,80 kg/dia
Verificando-se a tabela, constata-se que será necessária a instalação de um dispositivo
de tratamento com eficiência mínima de 70% em termos de remoção de DBO. Em
consequência optou-se em adotar um tanque séptico associado em série a um filtro
anaeróbio, tendo em vista que a eficiência apenas do tanque séptico é de no máximo
50% e com a associação poderá ser atingido o patamar de 70% requerido.
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Na FIGURA 11 está apresentado um conjunto tanque séptico + filtro anaeróbio, em
funcionamento no Centro de Tratamento de Esgotos (CETE), recentemente inaugurado
no campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo o referido Centro o
objetivo de desenvolver pesquisas, em escala reduzida, de diversos processos de
tratamento de esgotos, entre as quais a associação acima citada.
O tempo necessário para que uma unidade entre em regime normal de operação, ou
seja a denominada operação de “start-up”é relativamente longo podendo atingir até 6
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meses, quando não é utilizado inóculo. Entretanto em função da experiência na
operação de inúmeras instalações em nosso país, mais recentemente já estão sendo
adotados procedimentos que resultam na otimização desta etapa ou seja na redução
do tempo de “start-up”.
- cervejarias
- laticínios
- abatedouros
- frigoríficos
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Na década de 80 esta tecnologia passou a interessar os profissionais do setor, que já
começavam a preocupar-se com a necessidade do desenvolvimento de tecnologias
alternativas aos processos aeróbios tradicionais, tendo em vista a crescente demanda
pela implantação de novos sistemas de tratamento e de acréscimo de tratamento nos
sistemas já existentes. Ao mesmo tempo a crescente dificuldade na obtenção de
recursos financeiros para implementação de obras de saneamento básico,
particularmente as de esgotos sanitários, reconhecidamente de custos elevados,
tornou inadiável a incorporação de novas tecnologias para tratamento de efluentes
líquidos.
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do Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba e Bahia, onde está concentrado o maior
número de instalações, tendo em vista que lá foram construídas as primeiras unidades
e atualmente a SANEPAR já opera dezenas de reatores UASB. No Estado de Minas
Gerais nos 5 últimos anos o programa de implantação de estações de tratamento de
esgotos está adotando cada vez mais a solução dos reatores anaeróbios UASB,
conforme pode ser verificado na FIGURA 13 na qual está apresentada a ETE
recentemente concluída na cidade de Varginha, no E de Minas Gerais. Inúmeras outras
instalações já estão concluídas ou fase de conclusão, citando-se como exemplo, a ETE
Onça na cidade de Belo Horizonte, no E. de Minas Gerais, a qual quando atingir sua
plena capacidade, tratara os esgotos de uma população de aproximadamente 1,7
milhão de habitantes, constituindo-se no maior reator UASB do país e um dos maiores
do mundo. Na FIGURA 14 está mostrado o setor da ETE Onça, onde foram
construídos os reatores. Os processos anaeróbios e particularmente, os reatores UASB
tem tido grande aceitação no País, tendo em vista que os mesmos são influenciados
pela temperatura ambiente, tendo o seu desempenho otimizado nas faixas mais
elevadas de temperatura Como consequência deste fato os reatores UASB, tem sido
muito utilizados também em outros países de clima tropical e sub-tropical quente,
podendo-se citar os reatores construídos em:
Kampur na Índia
Bucaramanga na Colômbia
Cali na Colômbia
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2 – A geometria; as vantagens e as restrições associadas aos reatores UASB;
a necessidade do pós-tratamento
Esta última geometria foi a adotada na construção da ETE Atuba Sul a qual teve uma
primeira etapa inaugurada na cidade de Curitiba, no E. do Paraná. Ela será operada
pela Empresa estadual de saneamento básico daquele Estado, a SANEPAR. É a maior
instalação do gênero no Estado, tendo em vista que, quando operar a plena
capacidade, terá condições de atender uma população de 560 000 habitantes, uma vez
que é constituída por 16 módulos prismaticos, com capacidade para 35 000 habitantes
cada um.
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As principais vantagens indiscutivelmente apresentadas pelos reatores de manta de
lodo são, conforme ressaltado pelo Prof. Carlos Augusto de Lemos Chernicharo em seu
excelente livro “Reatores anaeróbios”, já referido anteriormente:
Relativamente aos itens acima citados, são os mesmos atualmente aceitos pela
comunidade técnica tanto no País quanto no Exterior, não apenas pelas indicações de
caráter teórico mas especialmente pela experiência de operação de centenas de
instalações pelo mundo.
Existem ainda entretanto, restrições por parte de setores técnicos, que se baseiam em
4 questões principais, quais sejam:
Quanto ao primeiro item, pode-se afirmar que, embora a produção de odores esteja
muito associada aos processos anaeróbios, não significa que necessariamente haja
produção dos mesmos na operação destes reatores uma vez que a presença de
materiais tóxicos e compostos de enxofre que poderiam estimular o surgimento do
problema, é muito remota no caso dos esgotos domésticos. Acresce ainda o fato que a
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adequada operação da unidade juntamente com procedimentos corretivos atualmente
disponíveis permitem o perfeito controle do problema quanto a geração de odores e
quanto a fragilidade do sistema no que se refere a presença de substancias tóxicas no
esgoto bruto afluente.
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- carga orgânica volumétrica
- tempo de detenção hidráulica
- carga hidráulica volumétrica
- carga de lodo
- velocidade superficial de fluxo
parâmetros de dimensionamento:
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E – velocidade superficial de fluxo: v = Q / A; a velocidade superficial de fluxo é a
relação entre a vazão afluente e a área da seção transversal do reator. Se
considerarmos que a altura do reator é H ( m ), se multiplicarmos a relação por H,
podemos obter a seguinte expressão:
Quanto a eficiência dos reatores UASB, até o presente ainda não foram desenvolvidos
modelos matemáticos ou outras formas confiáveis de previsão da eficiencia operacional
destas unidades de tratamento. Entretanto á partir do monitoramento da operação de
unidades em pleno e normal regime de operação, já foi possível definir formulações
matemáticas de previsão, pelo menos para alguns dos principais parâmetros de
qualidade do efluente tratado, como por exemplo para a DQO e para a DBO.
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Exemplo de dimensionamento:
Considere-se uma cidade de médio porte com uma população de 60 000 habitantes,
que dispõe de um sistema de coleta e presentemente deseja complementa-lo com um
tratamento adequado para lançamento posterior em rio da região, sendo o índice de
atendimento do sistema de 100 % da população. São conhecidas as seguintes
informações:
SOLUÇÃO:
vazão média de projeto = 60 000 hab x 200 l/hab.d = 12 000 m3/d = 500 m3/h
DBO (esgoto bruto) = 54 000 mg/ hab.d / 200 l/hab.d = 270 mg/l
DQO (esgoto bruto) = 400 mg/l
E = 100(1-0,70 x TDH *-0,50) sendo E = 60% obtém-se TDH = 3,07 hs. Tendo em
vista que a experiência recomenda um tempo de detenção mínimo de 6 horas para
esta faixa de temperatura, será este o valor adotado para o TDH.
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Volume total = 500 m3/h x 6 h = 3 000 m3 adotando-se 3 módulos prismaticos, em
paralelo, cada módulo terá volume = 1 000 m3. Sendo a altura dos módulos 4,5 m, a
área de cada um será: A = 1 000 m3/4,5m = 222,22 m2 ou seja, seção retangular
de 12m x 18,5m.
A vazão afluente a cada modulo será: Q = 500/3 m3/h = 166,66 = 167 m3/h; carga
afluente(DQO) = 400 mg/l x 167 m3/h = 400 mg/l x 46,40 l/s = 1 604,00 kg/d
verificação da carga orgânica volumétrica: 1 604 kg DQO/d / 1 000 m3 = 1,6 kg
DQO/m3.d (satisfatório)
verificação da carga hidráulica volumétrica: CHV = Q/V = 4 000 m3/d / 1 000 m3
= 4,0 m3 / m3.d (satisfatório)
verificação da velocidade superficial de fluxo: Q/A = 4 000 m3/d / 222,22 m2 =
18,0 m/d = 0,75 m/h. Considerando-se que o reator está operando com uma COV =
1,6 kg DQO / m3.d e que o lodo é do tipo floculento, a velocidade superficial de fluxo é
satisfatória tendo em vista que embora no limite superior, está dentro da faixa
recomendada. Se o lodo fosse do tipo granular, a velocidade estaria também
satisfatória uma vez que o limite maximo admissível é ainda maior.
Tendo em vista entretanto a necessária limitação do texto, para fins do presente curso,
será analisada a primeira das alternativas acima apresentadas.
Tendo em vista estes fatores, ela tem sido, mais recentemente, muito utilizada como
unidade de pós – tratamento dos reatores UASB. Este pós – tratamento tem o objetivo
de complementar a remoção da carga orgânica e outros parâmetros de qualidade e
portanto adequar a qualidade do efluente final a níveis compatíveis com as exigências
da legislação ambiental, incluídos parâmetros importantes como por exemplo a
qualidade bacteriológica. Isto pode ser perfeitamente obtido, desde que tenha sido a
lagoa adequadamente projetada, executada e operada. Este parâmetro tem especial
importância tendo em vista que é através dele que se procura controlar a
disseminação das doenças de veiculação hídrica, ainda presentes em nossa realidade
sanitária, principalmente nas regiões norte e nordeste do país conforme ficou
evidenciado na recente divulgação dos resultados da PNSB (Pequisa Nacional de
Saneamento Básico) elaborada pelo IBGE.
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A literatura técnica nacional ainda é carente de trabalhos específicos nesta matéria,
aspecto que provavelmente será em breve superado, uma vez que a partir do ano de
2001 é que iniciaram operação diversas ETEs utilizando esta associação como
alternativa de solução.
A eficiência do pós – tratamento feito por intermédio de uma lagoa facultativa pode
ser feito utilizando-se um dos critérios comumente utilizados para tal fim. Para fins do
presente texto, pressupõe – se que a lagoa funcionará segundo o regime de fluxo de
pistão, o que proporcionará uma otimização da eficiência da mesma, e neste caso, a
fórmula básica a ser adotada para estimativa da eficiência em remoção de DBO é a
seguinte:
S = So . e -k.t sendo:
S = DBO no efluente em mg/l
So = DBO no afluente em mg/l -1
k = coeficiente de remoção da DBO expresso em d
t = tempo de detenção em dias
A vazão média afluente será: Q = 60 000 hab x 200 l/hab.d = 12 000 m3/d
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carga orgânica afluente ao reator: C = 60 000 hab x 54 g/hab.d = 3 240 kg/d, sendo a
eficiência do reator igual a 60%, a carga orgânica afluente a lagoa será: C (afl) = 3240
kg/d x 0,4 = 1296 kg/d. Considere-se que a carga superficial aplicada será de 300
kg/há.d Nestas condições, a área da lagoa será: A = 1296 kg/d / 300 kg/ha.d = 4,32
ha, ou seja, a lagoa terá uma área útil de 43 200 m2. Adotando-se uma relação
comprimento/largura = 4,0 tem-se: L = 4 b A = 4b x b = 4 b*2 = 43 200 m2 e
conseqüentemente b = 103,9m = 104 m L = 4 x 104m = 416 m. Se for adotada uma
profundidade útil de 2,00m, o volume útil da lagoa será: V = 43 200 m2 x 2 m =
86 400 m3 e nestas condições o tempo de detenção será: t = 86400 m3/12000 m3/d
= 7,2 dias. Na equação acima indicada já estariam determinados dois valores ou seja a
DBO do afluente a lagoa (So), o tempo de detenção t=7,2 dias e o coeficiente de
remoção k que pode ser definido através de formula adequada que faz a correção em
das temperaturas do ar e do esgoto. Tendo em vista que o dimensionamento
detalhado de lagoas de estabilização ultrapassa o programa do presente curso,vamos
considerar que os cálculos devidos conduziram a obtenção da DBO do efluente da
mesma que assumiu o valor de 30 mg/l, correspondendo a uma eficiência de 72,2%,
uma vez que a DBO afluente já tinha sido calculada em 108 mg/l. Assim sendo
verifica-se que a DBO final de 30 mg/l já é um valor compatível para atender muitas
das legislações vigentes.
Outra alternativa que tem sido utilizada no país para o pós - tratamento do efluente de
reator UASB é o denominado biofiltro aerado submerso. Esta unidade é essencialmente
constituída por uma estrutura ( tanque ) preenchido com material poroso, através do
qual o esgoto bruto e o ar transitam continuamente, segundo um fluxo ascendente,
sendo o meio poroso mantido totalmente submerso no líquido. O tanque pode ser de
forma cilíndrica ou prismática, recebendo o esgoto a ser tratado em sua parte inferior,
local em que também é injetado o ar com auxilio de equipamento adequado
(compressores ). Em função desta injeção de ar, existe algum consumo de energia
elétrica, o qual entretanto, apresenta quantitativo muito inferior ao apresentado por
outros tratamentos, sendo da ordem de 2 watts por habitante atendido enquanto no
processo de aeração prolongada, por exemplo, este parâmetro alcança o valor de
aproximadamente 4,5 watts por habitante atendido.
O material poroso que constitui o meio filtrante era usualmente uma material mineral
granular. Mais recentemente foi iniciada, com resultados satisfatórios, a utilização de
materiais granulares sintéticos tais como o poliuretano, o PVC e outros mais, que
apresentam uma porosidade de aproximadamente 40% e uma superfície específica de
1000m2/m3, conforme será abordado mais adiante.
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Esta associação significa na realidade, um processo anaeróbio sendo complementado
por um processo aeróbio, procedimento que vem crescentemente recebendo uma
avaliação positiva por parte de vários estudiosos dos processos biológicos de
tratamento, sendo de reconhecida utilidade na obtenção de um efluente final de
melhor qualidade.
Em nosso país esta modalidade de tratamento tem recebido uma atenção especial dos
profissionais da área que vem no mesmo uma alternativa valida no campo das
tecnologias de baixo custo. Entre os estudos e pesquisas neste setor, pode-se citar
especialmente o trabalho que vem sendo empreendido pelo Eng° Ricardo F. Gonçalves
que no âmbito do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal
do E. Santo vem estudando e avaliando o desempenho desta associação, desde a nível
de laboratório até ao nível de instalações em pleno funcionamento.
Como resultado das pesquisas nesta área, o Eng° Gonçalves desenvolveu uma
concepção desta associação de forma compacta, em que em uma mesma estrutura
estão contidos o reator UASB e o biofiltro aerado submerso. A unidade compacta é
construída sob a forma de 2 estruturas cilíndricas concêntricas, geralmente em chapas
de aço, em que o cilindro externo funciona como um reator UASB e o cilindro interno
como um biofiltro aerado submerso, conforme a FIGURA 21. Estas unidades
compactas já tem sido empregadas em diversa cidades de pequeno porte,
principalmente no interior E. do Espírito Santo, com resultados satisfatórios, sendo
uma delas, a instalada na cidade de Fundão/ES com capacidade para 10 000
habitantes, apresentada na FIGURA 22.
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Os estudos supracitados feitos em escala de laboratório, permitiram a obtenção de
resultados relacionados com a eficiência das unidades em separado e em conjunto,
pertinentes aos parâmetros SS, DQO, DBO5 e NTK (nitrogênio total kedjal).
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Pela análise do mesmo, no que se refere a eficiência global da associação, observa-se
uma eficiência de ate 94% em relação aos sólidos em suspensão, de ate 96% em
relação a demanda bioquímica de oxigênio e de até 36% em relação ao nitrogênio total
kedjal.
O critério de projeto dos biofiltros, da mesma maneira que dos reatores UASB, ainda
não se encontra definido em texto normativo da ABNT, entretanto em função dos
estudos, pesquisas e monitoramento de unidades já em operação, estão
razoavelmente bem definidos os critérios básicos que são os seguintes:
Quanto ao meio filtrante que funcionará como suporte do bio-filme, deve ser
constituído de material inerte, não biodegradável, com resistência à abrasão e de
granulometria homogênea. Podem ser utilizados diversos materiais, sendo a seleção
dos mesmos feita em função de vários fatores, citando-se entre outros: A qualidade do
efluente em tratamento; a periodicidade das operações de lavagem; as condicionante
de natureza econômico-financeira. Nas unidades construídas inicialmente, foram
largamente empregados, os denominados matérias granulares, entre os quais se
destaca a pedra britada. Mais recentemente, entretanto, as pesquisas geraram uma
nova geração de materiais passiveis de utilização como meio filtrante. Na década de 90
começaram a ser utilizados os denominados materiais sintéticos, tais como o
polipropileno, o PVC, o poliestireno e outros derivados da industria petroquimica..
Estes apresentam superfícies especificas que ultrapassam 1000 m2/m3, valores bem
superiores aos materiais granulares cujas superfícies especificas variam entre 200 e
600 m2/m3 e conseqüentemente apresentam um melhor desempenho operacional.
Para finalizar uma análise técnico - econômica preliminar, restaria apenas ser feita
uma estimativa dos custos de implantação e operação/manutenção para as duas
alternativas estudadas.
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de seção horizontal retangular, apresentando as unidades, as dimensões indicadas no
respectivo dimensionamento.
É oportuno observar que sendo o tema em apreço muito amplo, envolvendo aspectos
diversificados das ciências exatas, e até mesmo das ciências humanas, e portanto de
natureza multidiciplinar, na elaboração do mesmo, optou–se em apresentar os tópicos
de natureza básica evitando-se o aprofundamento de tópicos que inevitavelmente
conduziriam a uma abordagem mais especifica do tema, o que ultrapassaria os
objetivos do presente texto.
A abordagem será feita de acordo com a seguinte itemização.
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
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1 - O PROBLEMA DA ESCASSEZ QUANTITATIVA E QUALITATIVA DA ÁGUA E AS
TECNOLOGIAS REUSO.
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Complementando a analise sob o aspecto quantitativo, constata-se a necessidade de
rigorosas e imediatas providencias para serem evitadas as perdas nos sistemas de
abastecimento de água, desde a captação até o ponto de consumo final, tais como
torneiras, chuveiros e outros. Alem disto é inadiável, a racionalização do consumo,
devendo ser combatidas praticas nocivas tais como a utilização de água potável para
lavagem de veículos, ruas e pisos, prosseguindo este processo no interior dos
domicílios através a utilização de peças sanitárias com reduzido consumo de água,
através da substituição das atuais dispositivos que se caracterizam pelo exagerado
consumo do liquido, por outros de concepção mais moderna e que apresentam um
consumo razoavelmente menor. Esta ultima questão pode ser melhor compreendida
com auxilio de um exemplo numérico e concreto, conforme a seguir detalhado.
Uma descarga sanitária convencional utiliza 30 litros de água, a cada vez que é
acionada. Se considerarmos um domicilio onde residam 4 pessoas, pode se admitir 16
acionamentos diários o que corresponde a: 30 l x 16 = 480 l/dia. Este valor conduz a
um consumo mensal de: 480 x 30 = 14 400 l ou 14,4 m3. Admitindo-se uma tarifa de
R$ 0,587/m3,(valor inferior da faixa) que era vigente em março de 2004 na cidade de
Estância em Sergipe, o gasto mensal correspondente apenas as descargas sanitárias
seria de R$ 14,4 m3 x 0,587/m3 = R$ 8,45. Se entretanto for utilizada uma descarga
sanitária de consumo reduzido ou seja 6 l, tem-se a seguinte situação:6 l x 16 = 96
l/dia ou 96 x 30 = 2 880 l ou 2,88 m3, correspondendo a um custo de: 2,88 m3 x R$
0,587/m3 = R$ 1,69 significando portanto uma redução de 80% no gasto com água.
Para o Serviço Autônomo fornecedor da água, se considerarmos que este dispositivo
está instalado em 1000 residências, significaria uma redução no consumo de água na
cidade da ordem de:1000 x (14,4 m3 – 2,88 m3) = 11 520 m3 por mês.
Os recursos hídricos tem sido atingidos, de forma grave, em seu aspecto qualitativo. O
lançamento indiscriminado de poluentes e contaminantes de toda a ordem, estão
comprometendo a qualidade das águas, especialmente quanto ao aspecto
bacteriológico, e conseqüentemente impedindo ou dificultando o seu uso,
principalmente quando se cogita o seu emprego em relação aos usos mais exigentes,
tais como o abastecimento público de cidades e pequenas comunidades, a recreação
de contato primário (natação, mergulho, etc e outros
Em relação ao primeiro uso citado, tem-se como exemplo o problema que já se
apresenta na captação de água bruta para abastecimento da maior parte da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, em que a tomada d’água feita no Rio Guandu, que é
originado de uma derivação do Rio Paraíba do Sul, mostra sinais crescentes e
preocupantes de poluição e contaminação. A execução de obras, com o intuito de
temporariamente minorar o problema, consistirá no desvio do curso de um rio afluente
ao Rio Guandu. Na FIGURA 23 pode ser observada a situação atual, da tomada
d’água do sistema de produção do Guandu e o traçado aproximado do trecho a ser
executado.
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Conforme ressaltado, trata-se de medida paliativa, uma vez que a origem básica do
problema é a poluição crescente das águas na bacia do Rio Paraíba do Sul, causada
entre outras razões pelo grande volume de esgotos in natura lançado pelas cidades
ribeirinhas que não dispõem de sistemas públicos de coleta e tratamento.
A carência de água já se apresenta também em outra região do País, como por
exemplo na Região Metropolitana de S. Paulo, onde os principais mananciais em uso,
já demonstram claramente problemas tanto no aspecto quantitativo quanto no aspecto
qualitativo. A Empresa estadual de saneamento a SABESP, já estudando alternativas
para resolver ou pelo menos minimizar o problema. A este respeito é interessante que
sejam transcritos trechos de uma ampla reportagem feita pela jornalista Mariana
Viveiros do jornal Folha de S. Paulo, no dia 25 de julho de 2004.
Entre 1998 e 2003, o total de produtos usados para tratar um milhão de litros de água
chegou a aumentar 51% no sistema Guarapiranga, que atende 4 milhões de
moradores nas zonas sul e oeste.
No mesmo intervalo, o Alto Tietê consumiu 9% a mais de produtos para deixar a água
potável para 3 milhões de pessoas.
Se a deterioração das águas dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê não for freada,
será preciso adotar o ozônio, usado no Japão e na França, diz João Carlos Leitão,
gerente do Departamento de Produção Sul da SABESP.”
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Para resolver o problema acima abordado, a SABESP está está elaborando um Plano de
Abastecimento, que engloba 3 intervenções principais que contemplam
respectivamente as 3 seguintes diretrizes;
1 – aumentar e otimizar a vazão do Sistema Produtor do Alto Tietê
2 – realizar a interligação de um braço do Rio Pequeno com um braço do R. Grande
3 – captar água no sistema Juquiá/Juquitiba, captando água no R Juquiá.
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No QUADRO X abaixo estão reunidos os percentuais de atendimento com água e
esgoto dos prestadores segundo a abrangência.
A nível nacional pode-se verificar que o percentual de atendimento com sistemas de
esgotos dispondo de tratamento é de apenas 25,6 % o que significa que a vazão
correspondente a aproximadamente 131 milhões de habitantes não dispõe de
tratamento e destino final.
QUADRO X
Em muitos Estados ainda não existe uma política definida de controle da poluição das
águas por despejos industriais e mesmo naqueles em que ela existe, os Órgãos
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estaduais de controle ambiental como a CETESB em S. Paulo, a FEEMA no Rio de
Janeiro e outros, ainda encontram grandes dificuldades para implantação de sistemas
de licenciamento e controle das atividades poluidoras.
As conseqüências do lançamento intencional ou acidental de despejos industriais “in
natura” nos rios e outros corpos receptores, freqüentemente são muito prejudiciais,
atingindo as populações envolvidas de forma extremamente danosa.
Entre outros, os danos causados podem ser os seguintes:
Um aspecto concreto das praticas predatórias pode ser evidenciado pelos inúmeros
rios, em praticamente todo o território nacional, que estão sendo gradativamente
destruídos em função do lançamento continuo e indiscriminado de esgotos in natura,
de despejos industriais brutos e de outras substancias nocivas.
Varias bacias hidrográficas já estão apresentando graves problemas de degradação da
qualidade das suas águas e conseqüentemente da crescente restrição do uso,
principalmente para aqueles mais exigentes, entre os quais poderíamos citar;
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Sob o ponto de proximidade geográfica, poderia ser mencionada a bacia do Rio Paraíba
do Sul, a qual é uma das mais conhecidas entre as bacias hidrográficas brasileiras,
uma vez que ela abrange parte dos territórios de 3 dos mais importantes Estados do
País (S. Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro). Nesta bacia, especificamente, já foi
estruturada e está em plena atividade o denominado Comitê de Bacia.
O CEIVAP, desde alguns anos, vem definindo as políticas de gerenciamento dos
recursos hídricos a serem implementadas na área de sua jurisdição. Entre estas
políticas, destaca-se a cobrança pelo uso da água. Segundo as diretrizes implantadas
recentemente, o metro cúbico de água terá um custo de acordo com o principio do
usuário-pagador e do poluidor-pagador. Segundo a legislação vigente, os recursos
arrecadados serão utilizados na própria Bacia para o financiamento de obras tais como
estações de tratamento dos esgotos de cidades localizadas nos limites da mesma.
Assim sendo tanto uma Empresa que capte água quanto uma Empresa que lance
despejo industrial, pagará um custo calculado a partir do volume de água captado ou
do volume de despejo lançado em um rio da Bacia.
Esta política, já adotada em outros paises, estimulará os responsáveis por Empresas
industriais e outros usuários como proprietários agrícolas, Empresas de Saneamento,
etc a restringirem a captação de água bruta e também o lançamento de efluentes
líquidos domésticos ou industriais, o que ensejara a médio e longo prazo, o incremento
da utilização da tecnologia de reuso da água, a qual certamente envolve a utilização de
processos e sistemas de tratamento das águas residuárias, alem de outros requisitos
conforme veremos mais adiante.
Esta tecnologia já vem sendo utilizada no Exterior (Estados Unidos, Europa, Japão e
outras regiões) desde algumas décadas e passou a ser estudada e utilizada em nosso
pais a partir do final da década de 90, com o surgimento dos problemas relacionados
com a utilização e preservação dos recursos hídricos, coincidindo com a implementação
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das primeiras legislações relativas ao gerenciamento dos recursos hídricos em nosso
país.
Sob o ponto de vista técnico, podemos afirmar que as águas residuárias podem ser de
3 modalidades principais, ou seja:
Todos estes tipos de efluente líquido, podem ser caracterizados segundo a sua
quantidade e segundo a sua qualidade, elementos que são de fundamental importância
para o planejamento e o projeto das unidades que compõem a coleta e o tratamento
dos mesmos. Os critérios para determinação destas duas características em relação a
cada um deles entretanto, apresentam certas especificidades. Assim sendo, sem
entrar em detalhes que fogem ao escopo do presente texto, podemos afirmar que
certas qualidades que para os esgotos domésticos são importantes, para os despejos
industriais podem ser de importância secundaria.
Para fins do presente trabalho, serão feitas considerações apenas para os esgotos
domésticos, ficando subentendido que sempre estaremos nos referindo aos mesmos.
Quantitativamente eles são expressos segundo o parâmetro denominado, vazão, ou
seja, uma unidade de volume que transita em um dispositivo (tubo, canal, vertedor,
etc) em uma determinada unidade de tempo. As vazões são geralmente expressas em
litros por segundo, metros cúbicos por hora ou ainda em metros cúbicos por dia.
Entretanto quando está sendo cogitado o estudo ou projeto de uma unidade de
tratamento, é necessário que se trabalhe com outro parâmetro, que indique a
qualidade do efluente e por isto é denominado, parâmetro de qualidade. Um
determinado efluente é caracterizado qualitativamente por um conjunto de
parâmetros, os quais são denominados parâmetros de qualidade. Os mais usualmente
utilizados para o caso dos esgotos domésticos, que poderão vir a ser utilizados como
água de reuso, são os seguintes:
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óleos
colimetria total
colimetria fecal
fósforo total
nitrogênio total
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Exemplificando-se de uma forma bem objetiva, para o caso da demanda bioquímica de
oxigênio (DBO) por exemplo, tem-se:
de 1000 mg/l,. deseja-se fazer um reuso (água para torres de resfriamento) , que
exige uma DBO máxima 10 mg/l. Qual deverá ser a eficiência, em termos de remoção
A eficiência(DBO) deverá ser de: E = 1000 mg/l – 10 mg/l / 1000 mg/l = 0,99 = 99%
O mesmo procedimento deverá ser observado para outros parâmetros de qualidade,
conforme mostrado a seguir:
A eficiência deverá ser de: E = 300 mg/l – 30 mg/l / 300 mg/l = 0,90 = 90%
É oportuno lembrar que os valores numéricos utilizados nos exemplos acima não são
necessariamente os valores reais, tendo em vista que nos casos concretos os valores
exigíveis são definidos por normas ou regulamentos elaborados por agencias ou órgãos
de controle ambiental. No Brasil, considerando-se que a utilização das tecnologias de
reuso ainda é recente, não existem normas ou regulamentos definindo esta matéria e
os parâmetros a serem utilizados. Em conseqüência, os profissionais que atuam na
área, recorrem usualmente aos textos gerados em outros paises, citando-se como
exemplo a legislação norte-americana, elaborada pela US/EPA (Environmental
Protection Agency), a qual é identificada da seguinte forma: “Guidelines for Water
Reuse, Technology Transfer Manual”- (EPA/625r/R-92/004), Washington-
1992
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- físicos
- químicos
- biológicos
Nos processos aeróbios nos quais é necessária a disponibilidade de oxigênio livre, este
é obtido a partir do próprio ar atmosférico, com a ajuda de equipamentos
eletromecânicos adequados, os denominados aeradores mecânicos ou através dos
sistemas de aeração por ar difuso.
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Um valo de oxidação é exemplo concreto de uso de um processo aeróbio, enquanto um
reator UASB associado a um filtro anaeróbio de fluxo ascendente, é exemplo típico de
um processo anaeróbio.
Na FIGURA 26 abaixo está apresentado um croquis sem escala, desta última solução
de tratamento.
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A – A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL RELATIVA AOS RECURSOS HÍDRICOS.
A nível federal:
A nível estadual
Lei Estadual 6 134 de 1988 que dispõe sobre a preservação dos depósitos naturais de
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Lei Estadual 7 663 de 1991 que estabeleceu normas de orientação à Política Estadual
de Recursos Hídricos bem como ao Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
Lei Estadual 7 750 de 1992 que dispõe sobre a Política Estadual de saneamento.
Decreto Estadual 36 787 de 1993 que adapta o Conselho Estadual de Recursos
Hídricos (CRH) e o Comitê Coordenador do Plano Estadual de Recursos Hídricos
(CORHI) criados pelo Decreto 27 576 de 1987, às disposições da Lei 7 663 de 1991.
Portaria DAEE 717 de 1996 que disciplina o uso dos recursos hídricos superficiais e
subterrâneos do E. de S. Paulo.
Resolução SMA 19/96 que estabelece critérios e procedimentos para o licenciamento
ambiental dos sistemas urbanos de esgotamento sanitário.
A nível municipal
o equilíbrio ecológico
o planejamento do uso do solo
a proteção dos ecossistemas
o controle e o zoneamento das atividades poluidoras
o desenvolvimento de tecnologias de proteção aos recursos naturais
Foram ainda criados, entre outros, os seguintes mecanismos para implantação dos
princípios supra citados.
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Os padrões de balneabilidade através dos quais, tendo-se como referencia a contagem
de coliformes fecais e totais, as águas costeiras (praias) são classificadas em :
excelente, muito boa, satisfatória ou imprópria.
Merece também citação a Lei Federal 9443 de 08 de janeiro de 1997, que institui a
Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Recursos Hídricos.
A formulação desta Lei foi feita com fundamento nas 6 seguintes premissas:
O reuso nos dias atuais, está se tornando uma alternativa em todo o mundo, para a
básico e gestão ambiental e até mesmo, dos administradores e gestores das políticas
públicas, porque embora o Brasil detenha uma grande reserva de água doce, os
problemas de escassez de recursos hídricos também já atingem o país, não estando
mais limitado as áreas nordestinas periodicamente assoladas pelas secas, mas
surgindo em outras regiões, como por exemplo a região sudeste, em função de
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alterações climáticas globais, associadas as praticas ambientais danosas aos recursos
hídricos, até mesmo os subterrâneos.
O Professor Hevanildo Hespanhol, um dos maiores estudiosos e especialista na questão
do reuso da água em nosso país, e autor de inúmeros trabalhos abordando este tema,
afirma, a respeito desta tecnologia, que começa a se implantar e ser divulgada junto
ao meio técnico nacional, o seguinte: “O homem, através de sua atividade
antrópica, foi modificando esses recursos e elevando os níveis de poluição.
Quando essas águas atingem determinados níveis de poluição, é possível
fazer um tratamento que permita a sua reutilização para um fim benéfico”.
Na realidade, a ação antrópica significa a intervenção humana sobre o denominado
ciclo hidrológico. O ciclo hidrológico representa a circulação da água no meio ambiente
natural sob as suas três principais formas físicas ou seja a sólida, a liquida e a gasosa.
Na forma sólida ela esta concentrada nas regiões polares e nas montanhas de grande
altitude e na forma liquida ela está presente nos corpos hídricos tais como os rios, os
lagos, as baías, os oceanos e os reservatórios subterrâneos ou aqüíferos. Na sua
forma gasosa ela está concentrada na formação dos diversos tipos de nuvens. Na
FIGURA 27 está apresentado de forma esquemática o denominado ciclo hidrológico.
Esta intervenção humana sobre este ciclo é da maior importância, tendo em vista as
conseqüências que pode acarretar, chegando mesmo a provocar alterações no clima
global do planeta conforme já vem sendo observado pelos pesquisadores e outros
estudiosos do problema.
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Os usos benéficos permitidos pelo reuso da água são essencialmente de 4 principais
modalidades, quais sejam: agrícola, industrial, urbano e para recarga de aqüíferos
subterrâneos.
O Prof Hevanildo Hespanhol, em de seus trabalhos, sistematizou de forma clara e
abrangente estas diversificadas possibilidades, as quais constam da FIGURA 28 a
seguir apresentada.
irrigação – 63%
uso humano – 18%
uso industrial – 14%
uso animal – 5%
Em uma avaliação inicial logo constata-se que o uso para fins de irrigação é superior
ao total de todos os outros usos. A partir deste dado, é fácil avaliar as fortes
vinculações entre estes dois temas. Atualmente, alguns autores e pesquisadores, já
questionam alguns aspectos advindos desta vinculação, sendo um dos principais, a
questão que se coloca para os paises grandes exportadores de produtos agrícolas,
grãos e outros, que incorporam grande de água na produção o que significa uma
“exportação de água”, o que equivale a exportação de um produto cuja tendência
mundial é tornar-se de difícil obtenção, escasso e conseqüentemente caro.
De qualquer forma, devem ser adotados os devidos cuidados, na irrigação tanto com
esgotos domésticos tratados, quanto com efluentes industriais tratados, tendo em
vista que os primeiros tem como maior fator de risco para a saúde pública, a presença
de microorganismos patogênicos e os segundos, a presença de produtos químicos
extremamente nocivos a saúde humana e incluindo entre outros, metais pesados
(cádmio, chumbo, mercúrio, etc) também nocivos ao organismo humano.
Alem dos citados, existem ainda outros riscos que devem ser devidamente avaliados
no reuso dos esgotos domésticos, como por exemplo, a presença de compostos
organo-clorados, que segundo pesquisas realizadas, apresentam potencial
carcinogênico e estão presentes em águas receptoras de esgotos que tiveram
compostos de cloro envolvidos em etapa(s) de seu tratamento. Devido a este fato, os
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sistemas de cloração do efluente final em estações de tratamento de esgotos em
muitos paises já foi abandonado, o que já começou a ocorrer aqui, contribuindo para a
utilização crescente de outros sistemas de desinfecção, como por exemplo a radiação
ultra-violeta.
De qualquer forma, na irrigação, quanto mais próximo e direto for o contato dos
usuários com os produtos vegetais ou seja, no caso daqueles utilizados na alimentação
humana e preparados sem cozimento, fritura ou ou procedimento assemelhado,
melhor deverá ser a qualidade da água de reuso.
reúso industrial – o reuso industrial está sendo amplamente utilizado tanto no país
quanto no Exterior.
As políticas de gerenciamento dos recursos hídricos que gradativamente vão sendo
implantadas nas bacias hidrográficas, englobando o principio do usuário-pagador e do
poluidor-pagador, tende a ser fator indutor de praticas de reuso a nível da atividade
industrial, fato que tem sido marcante e pioneiro no E. de S. Paulo.
A água disponibilizada para o reuso industrial tem como principais empregos, os
seguintes;
Este primeiro item tem sido freqüentemente adotado , tendo em vista que a
refrigeração de maquinas e equipamentos é uma pratica utilizada pela quase totalidade
das industrias, e considerando-se ainda que o elevado custo da água tratada,
distribuída pelas empresas públicas e pelas concessionárias privadas, torna inexeqüível
este procedimento.
Na lavagem de pisos e equipamentos, também é extremamente útil o reuso, até pelo
fato de ser este uns dos menos exigentes reusos, em termos de qualidade da água.
Em alguns casos específicos, é exeqüível a utilização de água de reuso até mesmo
para aproveitamento no processo industrial propriamente dito.
no aspecto público:
no aspecto residencial
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irrigação de parques, jardins e áreas verdes em geral
lavagem de pisos, quadras e ruas de condomínios
lavagem de veículos, maquinas e outros utensílios
utilização em caixas de descargas, nas instalações prediais de casas, prédios, lojas
comerciais, etc.
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Os aspectos técnicos envolvidos nas tecnologias de reuso, referem-se principalmente,
a questão da definição de um processo de tratamento que seja o mais adequado para
proporcionar ao efluente cogitado os parâmetros de qualidade compatíveis com o
reuso pretendido. Neste contexto, considerando-se os riscos que estão implicitamente
associados ao reuso, como por exemplo, o conhecimento ainda incompleto das
concentrações aceitáveis de compostos orgânicos sintéticos presentes nos efluentes
em função do desenvolvimento de novas tecnologias de produção. De acordo com
estas premissas, tem sido utilizados dois critérios básicos na definição das
possibilidades e tecnologias pertinentes;
I – o reuso para fins não potáveis é mais recomendável que o reuso para fins potáveis.
II – o reuso indireto ou seja com o emprego de um estagio controlado de recuperação
da qualidade é mais recomendável que o reuso direto, no qual inexiste este estagio.
Em linhas gerais pode-se afirmar que o reuso deve ser avaliado segundo 05 diretrizes
básicas, as quais estão a seguir identificadas:
1 – o reuso deve ser feito sem que isto acarrete riscos a saúde publica, ou seja, deve
ser evitada toda e qualquer forma de reuso que possa direta ou indiretamente, criar
riscos a saúde de uma determinada população.
2 – o reuso deve ser avaliado quanto aos riscos que apresente de causar danos
ambientais
3 – o reuso deve ser avaliado em relação ao aspecto da aceitabilidade por parte dos
beneficiários do mesmo.
4 – o ponto gerador da água a ser utilizada deve apresentar uma variabilidade
quantitativa e qualitativa dentro de uma faixa aceitável.
Este último item da questão pode ser ilustrado com alguns exemplos. Se é pretendido
o reuso do efluente como água a ser bombeada em um sistema de refrigeração
industrial, é da maior importância a remoção de amônia tendo em vista que esta
substancia é prejudicial para os equipamentos de refrigeração.
Por outro lado, se está sendo cogitado o reuso para fins de irrigação de culturas de
verduras e hortaliças, é de fundamental importância que o processo utilizado tenha
uma elevadíssima eficiência na remoção de microorganismos patogênicos ou seja que
apresente uma elevada eficiência na remoção dos denominados patógenos o que
significa que deverá apresentar uma qualidade bacteriológica excelente, representada
por um reduzida concentração de coliformes fecais por 100 ml. Conforme já
assinalado, este grupo de microorganismos é utilizado no campo da microbiologia,
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No que se refere a aceitabilidade da água de reuso pelo beneficiário final, é
interessante observar que no caso de reuso para fins não potáveis, o aspecto estético
pode ter grande influencia na aceitabilidade, ou seja, uma água com elevada
concentração de sólidos em suspensão, ainda que apresente os parâmetros de
qualidade exigíveis, pode apresentar uma turbidez geradora de rejeição pelo usuário e
da mesma forma se apresentar uma concentração relativamente elevada de DBO,
poderá a matéria orgânica presente, causar problemas de anaerobiose e/ou produção
de sulfetos que poderão também gerar rejeição. Tendo em vista estas situações, a
legislação federal norte-americana (USEPA-1992) já referida anteriormente,
estabeleceu limites para estas concentrações, vinculadas a diversos tipos de reuso,
conforme o constante do QUADRO XII a seguir apresentado.
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Quanto aos aspectos econômico e financeiro do reuso, é oportuno observar que a
utilização das tecnologias de reuso em nosso país são relativamente recentes e em
função disto são praticamente inexistentes ainda, informações e dados relativos aos
custos de implantação e operação/manutenção de sistemas de reuso. As informações
disponíveis a este respeito são conseqüentemente originarias de outros paises,
particularmente dos Estados Unidos onde presentemente são inumeráveis as
instalações de reuso, operando segundo diversificadas formas e concepções, em vários
Estados daquele país. Assim sendo, a adoção pura e simples dos supracitados custos,
quer sejam de implantação ou de operação/manutenção, não é aconselhável, tendo
em vista que são fundamentados em fatores macro e micro econômicos, diferentes
dos nossos e podem acarretar a obtenção de estimativas de custo equivocadas.
É de grande importância ressaltar que no estudo econômico-financeiro de um
empreendimento para reuso, devem ser considerados três tipos de custos bem
característicos, os quais são respectivamente:
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exemplo 25 anos, poderá ser identificado o tempo necessário para que ocorra o
equilíbrio entre receita e despesa geradas pelo sistema de reuso.
Finalizando a analise dos aspectos de custo de sistemas de reuso e em caráter
preliminar para permitir a avaliação, em ordem de grandeza, do custo das diversas
formas de tratamento de efluentes, que se constitui na principal parcela de formação
do custo efetivo de investimento, conforme acima assinalado, está apresentado a
seguir o QUADRO XIII
Neste tópico serão apresentadas algumas experiências de reuso tanto no país quanto
no Exterior, as quais são na maioria dos casos extremamente interessantes. Tendo em
vista porem a natural limitação do texto, selecionamos duas experiências a nível
nacional e uma no Exterior, para serem apresentadas no presente capitulo.
Nível nacional
1 – REUSO INDUSTRIAL
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operação e constitui-se no maior complexo de reaproveitamento de água industrial da
América Latina, tendo significado um investimento de 5 milhões de reais. O projeto foi
desenvolvido por Empresa de consultoria e projetos na área de saneamento básico e
recursos hídricos, a Hidrogesp, através de um contrato do tipo BOT (Building,
Operation and Transfer).
O volume de água reciclada é da ordem de 70 000 m3 por mês, o qual corresponde ao
consumo de aproximadamente 1400 residências(ver OBS) no mesmo espaço de
tempo e representa 70% do consumo mensal da unidade fabril que é de 100 000 m3.
Uma parte da água reciclada será utilizada em sistemas de refrigeração, conservação
de áreas verdes e outros usos menos exigentes.
O processo consiste basicamente em três etapas; uma primeira em que o efluente
industrial é encaminhado para uma ETDI (anteriormente existente), uma segunda em
que este efluente é submetido a um processo de filtração e uma terceira em que o
efluente é bombeado para um moderno sistema de ultrafiltração, onde adquiri
qualidade compatível para os reusos previstos.
Uma parcela do efluente, é ainda submetido a um processo de osmose reversa,
através do qual adquiri qualidade para um reuso mais exigente, que é no presente
caso a utilização no setor de pintura.
A Empresa estima que através da redução do volume de água adquirida da Empresa
Estadual de Saneamento Básico, a SABESP, poderá economizar 200 mil reais
mensalmente.
A Empresa que efetivou o contrato tipo BOT, alem de implantar, deverá operar o
sistema por um período de 5 anos, após o qual transferirá o mesmo a Empresa
automobilística. Durante este período de 60 meses, a Wolkswagen, comprará da
consultora, o volume de água reciclado, porem a um custo razoavelmente inferior ao
da operadora do sistema publico de abastecimento de água.
Neste caso, o usuário do efluente recuperado é a própria Empresa geradora.
Entretanto existem casos, na mesma cidade de S. Paulo, em que o usuário do efluente
tratado não o produz mas sim o importa da Empresa operadora do sistema, no caso a
SABESP.
Esta experiência de reuso urbano residencial foi realizada na cidade de Natal, no Rio
Grande do Norte, e presentemente já está em pleno funcionamento em um prédio
residencial no bairro de Capim Macio.
O trabalho foi desenvolvido por um grupo de professores do Programa de Pós-
graduação em Engenharia Sanitária da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN).
Nível internacional
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1 – REUSO URBANO (POTÁVEL INDIRETO)
pré-ozonização
coagulação/floculação (primeiro estágio)
flotação
adsorção em carvão ativado (pó)
coagulação/floculação (segundo estágio)
sedimentação
filtração rápida
ozonização
reciclagem de ozônio
adsorção em carvão ativado (granular)
cloração
correção de pH
armazenamento (mistura com água do lençol freático)
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
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extremamente validas e eficientes para a questão do tratamento dos efluentes de
forma econômica e financeiramente exequíveis.
Esta técnica de tratamento, nas ultimas décadas já assumiu uma posição sólida, não
somente a nível internacional mas também em nosso meio técnico, uma vez que
apresenta características de projeto, de operação e de custos, efetivamente
compatíveis com a nossa realidade em termos sanitários e econômico-financeiros.
De forma idêntica, a questão do reuso, estabeleceu suas bases em nossa comunidade
técnica e surge em momento adequado, quando já começamos a enfrentar também os
problemas vinculados a disponibilidade quantitativa e qualitativa dos recursos hídricos.
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