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MÉTODOS PARA O TRATAMENTO DE ESGOTO

O esgoto pode ser de vários tipos, como: Sanitário (água para fins
higiênicos e industriais), sépticos (em fase de putrefação), pluviais (água de
chuva), combinado (sanitário + pluvial), cru (sem tratamento) e fresco (recente,
com oxigênio livre).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 2,3
bilhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso a saneamento básico e
os resíduos não costumam ser gerenciados com segurança.
Trata-se de um dado preocupante que contribui para um número
estimado de 280 mil mortes por ano. Isso sem contar o impacto negativo no
bem estar das pessoas e no meio ambiente.
No Brasil, com a entrada em vigor da Lei do Saneamento Básico
(11.445) em 2007, foram estabelecidas as diretrizes nacionais e a política
federal de saneamento. De lá pra cá, ficou definido que o planejamento do
saneamento básico está a cargo do município, e a prestação dos serviços pode
ser feito pelo poder público municipal ou por concessionária pública e/ou
privada.
Alguns dos benefícios e vantagens do sistema de tratamento de esgoto
são os seguintes:
 Melhora a qualidade de vida: A qualidade de vida e as condições
higiênicas melhoram nas áreas onde o sistema opera com o descarte
correto do esgoto. O sistema de tratamento de efluentes fornece uma
maneira mais saudável e apropriada de gerenciar os resíduos de hotéis,
condomínios residenciais e indústrias.
 Preserva o meio ambiente: Anteriormente, todos os resíduos de
esgotos eram descarregados diretamente em rios e fossas, resultando
na poluição das águas subterrâneas das áreas onde esses resíduos
eram descarregados. As águas poluídas terminavam então no mar,
causando vários riscos e outros problemas ambientais. Com a estação
de tratamento de esgoto, não há mais poluição do lençol freático e
oceanos. Hoje em dia, as indústrias têm o compromisso de zelar pelo
seu efluente, não só para atender exigências regulatórias, mas também
para preservar a saúde da comunidade e os recursos naturais.
 Economia e reutilização das águas: A água é um recurso natural
substancial para o nosso país e deve ser gerida da melhor maneira
possível. O efluente tratado na estação de tratamento de águas
residuais é reutilizado para fins agrícolas e outros fins.  Muito mais que
uma questão de cumprimento de lei, as empresas que possuem sistema
de tratamento de efluentes, além de estarem em dia com as questões
ambientais, são beneficiadas com diversas vantagens, como:

Métodos para o tratamento de esgoto

Métodos para o tratamento de esgoto são pensados desde muito


tempo. No Brasil, a preocupação com a geração de efluentes começou a  se
intensificar com o crescimento populacional. Entretanto, até hoje, a maioria
do esgoto gerado no país não é tratado. Um problema que, como
percebemos, está associado não só à capacidade de tratamento, mas
também ao déficit de coleta de esgoto.
Tratamento de esgoto por meio de lodos ativados: Quando
falamos lodo no processo de tratamento de esgoto, estamos falando da parte
sólida gerada ao longo do tratamento. Nesse sentido, lodo ativado é uma
massa de microrganismos que se desenvolveu às custas da matéria orgânica
presente no esgoto e, neste caso, na presença de oxigênio dissolvido.
Os lodos ativados são formados por bactérias, algas, fungos e protozoários.

O método de tratamento de esgoto por meio de lodos ativados exige a


aeração do efluente

Para seu tratamento, o esgoto afluente é direcionado a um tanque,


onde é aerado (por isso é considerado um tratamento aeróbio). Nesse
processo, a matéria orgânica presente no afluente é consumida pelos
microrganismos aeróbios (aqueles que utilizam oxigênio para crescer) que
compõem o lodo. Depois desse processo, o efluente é enviado a um
decantador em que a parte sólida – lodo – é separada do esgoto tratado.

O processo de tratamento dos lodos ativados possui um alto índice de


mecanização e com isso um elevado consumo de energia. Entretanto, ele é
um processo amplamente utilizado no mundo, para tratar esgotos domésticos
e industriais, capaz de alcançar elevados níveis de remoção de sólidos,
matéria orgânica e até nutrientes. O processo é ideal para situações em que
não há muita área para implantação do sistema de tratamento. No Brasil, a
disponibilidade de área permite que pensemos em outros processos de
tratamento de esgoto.

Lagoas de estabilização: As lagoas de estabilização são sistemas


mais simplificados, em geral implantados em uma área escavada, similar a
lagoas naturais, porém com dimensionamento apropriado para o recebimento
e tratamento de esgoto. A quantidade de matéria orgânica destinada a essas
lagoas deve respeitar vários critérios fundamentados em estudos científicos e
normas/guias técnicos.
Lagoas de estabilização são um sistema simples de tratamento de esgoto,
mas necessita grande área.

São sistemas que demandam muita área. Todavia, em localidades em


que há disponibilidade de espaço, esse tipo de tratamento de esgoto ainda
tem um papel muito importante, por ser um método simples, relativamente
barato e efetivo.

As lagoas de estabilização, podem ser divididas em diversas variantes,


como lagoa facultativa, lagoa aerada, lagoa anaeróbia, lagoa de maturação,
lagoa de polimento, além da conjugação de mais de um tipo de lagoa no
mesmo sistema. Embora o objetivo principal das lagoas de estabilização seja
a degradação da matéria orgânica, é possível a remoção de microrganismos
patogênicos, especificamente nas lagoas de maturação e polimento. Nota-se,
assim, que a forma de degradação pode ser tanto aeróbia, quanto anaeróbia
ou ambas, a depender do tipo de lagoa.

O método é de simples operação, não demanda muita tecnologia e


possui um custo reduzido. Por isso elas são ideais para pequenas cidades e
comunidades, principalmente quando não há meios necessários para
operação de outros sistemas mais complexos.

Tratamentos anaeróbios de esgoto: Diferente dos lodos


ativados, o tratamento anaeróbio de esgoto não necessita acréscimo de
oxigênio à mistura. Então, aqueles processos de aeração são descartados
nos processos anaeróbios, reduzindo a mecanização e o consumo
energético do tratamento.

Nesse processo, assim como os outros descritos, os próprios


microrganismos anaeróbios (aqueles que não utilizam oxigênio para crescer)
presentes no esgoto consomem a matéria orgânica. Para isso, o esgoto
passa por um reator fechado onde a matéria orgânica será degradada.

Atualmente, existem no Brasil dois tipos principais de reatores


anaeróbios. O Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA) e o UASB
(Upflow Anaerobic Sludge Blanket reactor, ou em português, Reator
Anaeróbio de Manta de Lodo e Fluxo Ascendente). A diferença básica entre
os dois é a maior capacidade do UASB em coletar biogás, que pode ser
utilizado para produção de energia.

UASB, um sistema anaeróbio de tratamento de esgoto, permite


aproveitamento do biogás.

Além da possibilidade de recuperação do biogás para fins energéticos,


esses reatores demandam menos área, por se tratar de um sistema
compacto, baixos custos de implantação e operação, baixa produção de
lodo, baixo consumo de energia e remoções satisfatórias de sólidos e
matéria orgânica. Todavia, esses sistemas apresentam algumas limitações,
como a possibilidade de geração de maus odores, baixa capacidade de
tolerar cargas tóxicas, e necessidade de uma etapa de pós-tratamento para
que o efluente se enquadre nos parâmetros de lançamento estabelecidos
pela legislação.

O INCT ETEs Sustentáveis possui diversas pesquisas para aprimorar


o método de tratamento de esgoto utilizando UASB. Em março de 2019,
recebemos pesquisadores da Holanda para implementação de um sensor no
reator que permitirá melhor controle do tratamento. Dentre os métodos
descritos, o tratamento anaeróbio é o mais utilizado no Brasil.
DADOS DO BRASIL

Dados por região

 No Norte, 12,3% da população têm acesso aos esgotos¹;


 28,5% dos nordestinos têm atendimento de esgotos¹;
 79,21% dos moradores região Sudeste têm o esgoto coletado¹;
 A parcela da população com coleta de esgoto na região Sul é de 46,3%¹;
 Centro Oeste atende 57,7% da população com coleta de esgoto¹. 

Tratamento

 49,1% dos esgotos do país são tratados¹.


 Somente 23 municípios nas 100 maiores cidades do país tratam mais
de 80% dos esgotos³.
 Em 2017 o país lançou aproximadamente 5.622 piscinas olímpicas de
esgoto não tratado na natureza³.

Dados por região

 O tratamento de esgoto é de 22% na região Norte¹.


 O Nordeste trata 33,7% dos esgotos¹.
 O esgoto tratado no Sudeste é de 55,5%¹.
 O Sul trata 47% dos esgotos¹.
 O índice de tratamento de esgoto é de 56,8% no Centro Oeste¹. 

Fonte 1: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento – SNIS 2019


Fonte 2: Pobreza na Infância 2018 – UNICEF
3
Fonte  : Ranking do Saneamento 2021 – Instituto Trata Brasil
Fonte4: Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2017 - IBGE
REFERÊNCIAS
ETEs Sustentáveis. Principais métodos de tratamento de esgoto. Disponível
em: https://etes-sustentaveis.org/metodos-tratamento-de-esgoto/ - Acesso em
07 de agosto de 2021.

Trata Brasil. Esgoto. Disponível em:


https://www.tratabrasil.org.br/saneamento/principais-estatisticas/no-
brasil/esgoto - Acesso em 07 de agosto de 2021.

FUSATI Tratamento de Água e Efluentes. Tratamento de Esgoto: Benefícios


para o Saneamento e Economia de Recursos. Disponível em:
https://fusatiambiental.com.br/tratamento-de-esgoto-beneficios-para-o-
saneamento-e-economia-de-recursos/ - Acesso em 07 de agosto de 2021.

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