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Introdução
A Organização das Nações Unidas (ONU) estimou que para cada dólar investido
globalmente em saneamento, haveria a economia de cerca de quatro dólares nos custos com
saúde curativa. No entanto, esse número pode ser ainda maior se considerado investimentos
em áreas prioritárias, como em áreas periféricas dos grandes centros urbanos, por exemplo,
onde não há fornecimento de água tratada e afastamento das dejeções humanas.
Dessa forma, nota-se a intrínseca relação entre as duas temáticas, sendo o saneamento
adequado considerado como fator-base para a saúde pública.
1. Explanação teórica
Nas doenças com fonte na água, a transmissão ocorre pela água, ou seja, utilizando-a
como veículo passivo de transporte do agente, como cólera, salmonela, diarreia, leptospirose.
Por outro lado, nas doenças devido à falta de higiene há carência de educação para
práticas de higiene e/ou disponibilidade de água com condições seguras. Pode-se mencionar
infecções de ouvido e alergias de pele e olhos.
Por fim, nas doenças relacionadas à água o agente infeccioso utiliza a água para se
desenvolver, por exemplo a malária, esquistossomose e a febre hemorrágica.
Apesar dessa intrínseca interrelação, a seguir são apresentadas algumas questões mais
específicas de cada um desse quatro principais eixos.
Para além dos esgotos domésticos, as águas residuárias industriais apresentam grande
potencial poluidor, em função dos volumes gerados e a presença de substâncias tóxicas,
aumentando significativamente o risco de agravo à saúde pública na ausência de saneamento.
Relacionado ao impacto na saúde pública, a drenagem urbana tem seu aspecto mais
expressivo no crescimento populacional, especialmente em países emergentes, por ocorrer em
áreas periféricas sem controle urbanístico e com ausência de saneamento básico.
O incremento do escoamento superficial gerado pelo aumento dos índices de
impermeabilização do solo, quando ultrapassa a capacidade de escoamento do curso d’água
que drena a área, resulta, fundamentalmente, nas inundações urbanas. Ressalta-se, no
entanto, a diferença de cheias e inundações, caracterizadas pela ocupação da calha menor e
calha maior do corpo hídrico, respectivamente.
Por outro lado, a limpeza urbana ineficiente pode afetar fisicamente o sistema de
drenagem de águas pluviais, obstruindo tubulações e unidades de entrada nas vias públicas
(bocas de lobo), potencializando o efeito das inundações e o seu impacto na saúde pública.
Partindo do preceito da água como fator comum principal aos eixos do saneamento
básico, cabe destacar alguns aspectos relacionados ao seu uso, como o incremento da vazão
utilizada no mundo nos últimos 70 anos ter sido cerca de três vezes maior que o incremento
populacional, resultado da industrialização, poluição e intensificação da agricultura. Esta
última, inclusive, atualmente é a maior usuária global de água.
Referências
Heller, L.; Pádua, V.L. Abastecimento de água para o consumo humano. Belo Horizonte: editora
UFMG, 2016.