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INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) 2007, saneamento é o controle
de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer
efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social, é o conjunto de medidas
que visam garantir a preservação ambiental e a manutenção de resíduos, através de
serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem,
limpeza urbana, manejos de resíduos sólidos e a de águas pluviais. O saneamento
básico trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou por
empresas privadas, sendo esses serviços considerados essenciais para a
prevenção de doenças, redução da mortalidade infantil, melhorias nos índices de
educação, empregabilidade e expansão do turismo. A falta de investimentos e
políticas adequadas nesse setor resulta em uma série de consequências negativas
para a população, afetando especialmente os grupos mais vulneráveis.
Neste artigo exploraremos os efeitos da negligência aos direitos da população
para os serviços de saneamento básico. Surge a seguinte problemática: Quais são
as pessoas mais afetadas pela falta de saneamento básico e como essa falta afeta o
seu dia a dia?
Diante do problema mencionado, o objetivo geral deste estudo é identificar os
grupos populacionais mais afetados pela falta de saneamento básico. Como objetivo
específico, compreender o impacto diário experimentado por essas pessoas e
entender as condições que elas vivem.
REFERENCIAL TEÓRICO
A falta de saneamento básico tem consequências diretas na saúde da população, a
contaminação da água por agentes patogênicos presentes no esgoto não tratado
está associada ao aumento de doenças transmitidas pela água, como diarreia,
cólera, hepatite A e febre tifoide. A falta de higiene e condições sanitárias
adequadas também contribui para a propagação de doenças infecciosas,
hospitalizações e mortes, principalmente entre as populações mais vulneráveis.
Dentre a população vulnerável estão as mulheres, com uma maior estatística
de vulnerabilidade em relação ao sexo masculino. Segundo Ambiente Brk (2020), 27
milhões de mulheres brasileiras não tem acesso adequado ao saneamento básico.
Na pratica essa estatística representa uma em cada quatro pessoas do gênero
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feminino. As áreas mais afetadas por esta realidade são as regiões norte e nordeste,
respectivamente 39,3% e 20% da população feminina, no entanto apesar dos
números alarmantes nesta região o problema atinge mulheres do Brasil inteiro nas
áreas urbanas e rurais.
Foi sancionada uma lei para promover a prestação adequada dos serviços de
abastecimento de agua e esgotamento sanitário. Vejamos fragmentos da lei que
estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico;
11.445/2007
I - Universalização do acesso;
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Silva et al (2011) apud (Alencar, Viana, Malheiros e Santos, 2019) expõe que
além da diarreia, outras consequências são ocasionadas por doenças parasitárias,
como anemia, desnutrição, obstrução intestinal e má absorção. Crianças na idade
escolar são as maiores vítimas dessas patologias, em sua maioria provocadas por
Giárdia lamblia, Entamoeba coli, Ascaris lumbricoides, que acabam comprometendo
sua saúde e indo além, interferindo no seu desenvolvimento dentro da escola, seja
física ou intelectualmente.
Oliveira et al (2017) apud (Alencar, Viana, Malheiros e Santos, 2019) diz que
no ano de 2004, 56% dos óbitos por diarreia infecciosa registrados no Brasil
aconteceram no Nordeste, entre crianças de até 5 anos de idade. Por ser uma
doença evitável, através da garantia de que as pessoas estão recebendo o mínimo
de condições básicas de vida, essa situação ainda é considerada algo que não se
pode acreditar e nem admitida, já que essas doenças estão relacionadas
diretamente com as condições tratamento da água, do esgoto e situação de higiene.
Os motivos pelos quais os episódios de diarreia ainda persistem são
principalmente, as precárias condições de infraestrutura; as baixas condições de
habitação, sobretudo a falta de saneamento básico, e a ligeira e desproporcional
urbanização (TORRES et al., 2012).
Segundo o IBGE (2021) “Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, a falta
de saneamento no Brasil foi responsável pela morte de pelo menos 135 mil pessoas
entre 2008 e 2019 no país, o que dá uma média de 11,2 mil ao ano, as DRSAI
(Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado) foram responsáveis
por 0,9% de todos os óbitos do país no período. As DRSAI tiveram participação em
21,7% do total de óbitos no período quando especificadas apenas as doenças
infecciosas e parasitárias. Os maiores percentuais, foram verificados nas regiões
Centro-Oeste (42,9%) e Nordeste (27,1%). No período de 2008 a 2019, foram
notificados 11,9 milhões de casos de DRSAI no Brasil, com 4,9 milhões de
internações no SUS (Sistema Único de Saúde). Das mortes relacionadas à falta de
saneamento no país entre 2008 e 2019, 84 mil óbitos foram de idosos com 60 anos
ou mais.
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milhões de pessoas tem acesso deficiente; nas zonas rurais, sete em cada
dez habitantes não tem saneamento; os países em desenvolvimento
abrigam um terço das pessoas afetadas e crianças de comunidades pobres
e rurais correm o maior risco de serem desprovidas dos serviços de agua,
esgoto e a higiene adequada (OPAS BRASIL, 2019 apud ALVES, PAZ e
SILVA, 2021).
METODOLOGIA
Este referido trabalho tem a sua base de pesquisa um levantamento bibliográfico no
qual consiste na identificação e coleta de dados de determinado assunto.
Foram analisados um total de dez artigos, revistas e/ou blog; dentre os dez foram
relevantes apenas dois artigos científicos, uma revista e dois blogs, o critério de
inclusão e exclusão dos dados encontrados foram o tema pesquisado da seguinte
forma; a negligencia ao saneamento básico e as pessoas afetadas, colocando como
relevantes os trabalhos feitos entre os anos de 2007 até 2021.
AMBIENTAL, BRK. Os impactos da ausência de saneamento na saúde da
mulher: Dificuldades e impactos da falta de saneamento na saúde da mulher. [S. l.],
8 ago. 2020. - Uma pesquisa revelou que 27 milhões de mulheres não tem acesso
adequado ao saneamento básico e que o déficit entre as mulheres indígenas e
negras aumentam consideravelmente. A falta do saneamento interfere nos afazeres
do dia a dia, diminui a produtividade e o rendimento escolar, enfatiza o quanto é
importante a manutenção da saúde, qualidade de vida e bem estar da mulher
brasileira.
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GUIMARÃES, Carlos Alberto. Atlas de Saneamento especializa dados
relacionados a meio ambiente e saúde. [S. l.]: Geociências, 24 nov. 2021. - O
informativo tratar-se de doenças relacionadas ao saneamento ambiental. Esgoto a
céu aberto colabora com a proliferação dessas doenças, daí a correlação direta
entre as enfermidades e o saneamento precário.
BILIBIO, ELAINE CLAUDIA et al. SANEAMENTO BÁSICO UM DIREITO
FUNDAMENTAL DA POPULAÇÃO. Revista Percurso Unicuritiba., Curitiba, Vol.2,
n.39, ed.-546, p.243-251, 12 jul. 2021. - Indaga a falta de respeito com o ser humano,
descreve como vivem em situação precária e como são expostos morando próximos
a esgoto aberto. Enfatiza a falta de planejamento de alguns municípios com a
alegação da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental que não conseguiriam
garantir o direito da população até o ano de 2033.
Alencar, I. Z., Viana, V. R., Malheiro, D. R., & Santos, F. A. V. (2019).
Ausência de saneamento básico e sua relação com a diarreia em crianças no
nordeste brasileiro, nos anos de 2007 a 2019. – Este artigo enfatiza principalmente a
mortalidade infantil causadas por diarreia e doenças intestinais proliferados por
agentes parasitários que tem associação com as precárias condições sanitárias. O
objetivo da pesquisa foi rever a ausência de saneamento básico e a sua relação com
a diarreia em crianças da região norte do país.
Paz, M. G. A. D., Fracalanza, A. P., Alves, E. M., & Silva, F. J. R. D. (2021).
Os conflitos das políticas da água e do esgotamento sanitário: que universalização
buscamos? – O objetivo deste artigo é discutir a universalização do acesso à água e
ao esgotamento sanitário, enfatiza as falas sobre o direito do ser humano ao
saneamento básico, o panorama global do acesso à água potável e sobre a
contextualização socioambiental do saneamento básico no Brasil.
RESULTADOS E DISCUSSOES
Diante do trabalho, da pesquisa realizada chega-se à conclusão; para enfrentar esse
desafio, é essencial que sejam realizados investimentos significativos na
infraestrutura de saneamento básico, garantindo o acesso universal a serviços de
abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo
adequado de resíduos sólidos. A falta de investimentos adequados, a desigualdade
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social e a falta de políticas efetivas têm contribuído para a perpetuação da exclusão
e para condições precárias de vida em comunidades vulneráveis, a infraestrutura
sanitária também tem impactos negativos em outras áreas socioeconômicas, como
educação, emprego e renda familiar.
A lei que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico é um
passo importante nessa direção, porém é necessário que haja um compromisso fixo
por parte do governo e da sociedade para sua efetiva implementação para garantir
uma vida digna e saudável para todos.
REFERENCIAS
AMBIENTAL, BRK. Os impactos da ausência de saneamento na saúde da
mulher: Dificuldades e impactos da falta de saneamento na saúde da mulher. [S. l.], 8
ago. 2020. Disponível em: https://blog.brkambiental.com.br/saude-da-mulher/.
Acesso em: 9 jul. 2023.
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Paz, M. G. A. D., Fracalanza, A. P., Alves, E. M., & Silva, F. J. R. D. (2021).
Os conflitos das políticas da água e do esgotamento sanitário: que universalização
buscamos?. Estudos Avançados, 35, 193-208.