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Saneamento é o conjunto de medidas que visa preservar ou modificar as

condições do meio ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover


a saúde, melhorar a qualidade de vida da população e à produtividade do
indivíduo e facilitar a atividade econômica. No Brasil, o saneamento básico é
um direito assegurado pela Constituição e definido pela Lei nº.
11.445/2007 como o conjunto dos serviços, infraestrutura e Instalações
operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza
urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais.

Embora atualmente se use no Brasil o conceito de Saneamento Ambiental


como sendo os 4 serviços citados acima, o mais comum é o saneamento seja
visto como sendo os serviços de acesso à água potável, à coleta e ao
tratamento dos esgotos.

Sua importância
Ter saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado
de país desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos
esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na
saúde Infantil com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na
expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na
despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos, etc.

Em 2017, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais


de 258 mil internações por doenças de veiculações hídricas no país.

Em vinte anos (2016 a 2036), considerando o avanço gradativo do


saneamento, o valor presente da economia com saúde, seja pelos
afastamentos do trabalho, seja pelas despesas com internação no SUS, deve
alcançar R$ 5,9 bilhões no país.

Saneamento é a atividade relacionada ao abastecimento de água potável, o manejo


de água pluvial, a coleta e tratamento de esgoto, a limpeza urbana, o manejo de resíduos
sólidos e o controle de pragas e qualquer tipo de agente patogênico, visando à saúde das
comunidades. É o conjunto de procedimentos adotados numa determinada região visando
a proporcionar uma situação higiênica saudável para os habitantes.
Rua sem coleta de esgoto no Distrito Federal

Trata-se de uma especialidade estudada nos cursos superiores de engenharia sanitária,


de engenharia ambiental, de saúde coletiva, de saúde ambiental, de tecnólogo em
saneamento ambiental, de ciências biológicas, de tecnólogo em gestão
ambiental e ciências ambientais.
Trata-se de serviços que podem ser prestados por empresas públicas ou, em regime
de concessão, por empresas privadas, sendo esses serviços considerados essenciais,
tendo em vista a necessidade imperiosa destes por parte da população, além da sua
importância para a saúde de toda a sociedade e para o meio ambiente.
Entre os procedimentos do saneamento básico, podemos citar: tratamento de água,
canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e
tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais
(através da reciclagem). Com estas medidas de saneamento básico, é possível se garantir
melhores condições de saúde para as pessoas, evitando a contaminação e proliferação de
doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a preservação do meio ambiente.[1]

A falta de saneamento básico, aliada a fatores socioeconômicos e culturais, é


determinante para o surgimento de infecções por parasitas, sendo as crianças o grupo que
apresenta maior susceptibilidade às doenças infectocontagiosas. Nos países
mais pobres ou em regiões mais carentes, as doenças decorrentes da falta de
saneamento básico (viróticas, bacterianas e outras parasitoses) tendem a ocorrer de
forma endêmica. No Brasil, figuram entre os principais problemas de saúde
pública e ambiental.[2]

O marítimo Vandelias Ferreira Gomes, 76, morador da Condor, em Belém,


precisa passar todos os dias em meio às valas nas ruas do bairro, por conta da
falta de saneamento. Em cada esquina é possível ver o esgoto a céu aberto,
paisagem comum que se repete nos bairros da periferia da capital paraense.
Pesquisa do Instituto Trata Brasil em parceria com a GO Associados mostrou
que a cidade tem apenas 12,8% de área saneada.

“Aqui falta tudo, não tem quem melhore. Moro na travessa Padre Eutíquio há
30 anos e sempre foi desse jeito. Os políticos só aparecem aqui em época de
campanha, depois somem”, lamenta Vandelias.

Lamento que tem justificativas. O levantamento do Instituto Trata Brasil


colocou Belém entre as piores capitais em que a população não tem acesso ao
saneamento. É a segunda pior do Brasil, dentro de um ranking de 100 cidades
avaliadas, uma mostra do total descaso dos governos Jatene e Zenaldo com a
capital do Estado.

Na avenida Bernardo Sayão, entre a Condor e o Guamá, o cenário é de


calamidade pública: o antigo igarapé que atravessa os bairros há muitos anos
deu lugar à uma vala cheia de lixo e entulho, que exala odor fétido, e é para
onde escoam os encanamentos das palafitas, as casas de madeira construídas
em cima da água. “Para nós não existe poder público, só isso que você está
vendo”, disse o vendedor Paulo Sérgio, pesaroso e sem esperanças.

E não é para menos. De acordo com o Trata Brasil, que utilizou dados do
Ministério das Cidades em seu Sistema Nacional de Informações sobre
Saneamento (SNIS) – ano base 2016, para fazer seu relatório, Belém é
lanterninha em três quesitos que compõem o saneamento básico: no
atendimento em água tratada para a população, está entre as dez piores; no
acesso de serviço de coleta de lixo, é a 95ª pior do Brasil; e, no indicador de
tratamento de esgoto, está entre as dez piores do país. É o triste legado de
anos de administração tucana tanto no governo do Estado quanto na prefeitura
da cidade.

ÁGUA QUE SOBE

Na rua Fernando Guilhon com a avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro da


Cremação, o canal estava quase transbordando, com risco de invadir casas
construídas muito próximas à contenção. Maria do Socorro Portela, 62,
autônoma, relata que quando a cidade está no período de fortes chuvas, a água
sobe bastante. “É horrível, já passei por aqui com a água transbordando, fica
no meio da nossa perna. Comprei minha casa e fiz bem alta, já sabia que
enchia nesta região. Isso aqui é o centro da cidade, poderia ser bem melhor. O
prefeito fez reunião e disse que ia ajeitar. Ainda não apareceu ninguém e está
cada vez pior”, comentou.

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