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CAPÍTULO 06

Grupo 7
Gabriel Gaspar (13668340)
Isabela Moda (13668170)
Isabela Moraes (13668361)
Luiza Storti (13668159)
Yasmim Fernandes (13668354)

Saneamento básico e acesso à água


O capítulo 6 trata não só sobre saneamento básico mas também o abastecimento
de água e o esgotamento sanitário. As questões se norteiam por um lado
socioeconômico, procurando compreender de que forma esses fatores podem
impactar no acesso ao saneamento básico e água potável.

A ESCASSEZ

Atualmente a água já está sendo considerada escassa no planeta Terra, isto é, o


uso necessário para a manutenção de todas as vidas já ultrapassa a quantidade de
água contida na natureza, tanto sua quantidade como sua qualidade se mostram
insuficientes. Sua qualidade foi prejudicada devido à poluição vinda do grande
desenvolvimento de indústrias e empresas, as grandes poluidores mundiais,
impulsionadas pelo enorme consumo estimulado pelo capitalismo. E sua quantidade
já não se revela suficiente devido ao grande contingente populacional.
Para Fracalanza e Sinisgalli (2009) a água se mostra como uma necessidade
social. As relações de poder construídas socialmente determinam o uso e
apropriação da água, fazendo com que esse recurso seja dominado por um
pequeno grupo de pessoas, levando a má distribuição que salienta as
desigualdades sociais e os conflitos.
O texto traz como exemplo de conflito a crise de abastecimento de água de 2014 a
2016 na região metropolitana de São Paulo (RMSP), quando o período de seca
impossibilitou o carregamento dos reservatórios de São Paulo. Esse cenário fez
com que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP)
racionar o abastecimento público de água, impactando principalmente nas camadas
sociais mais baixas

Desafios de categorização

Na legislação brasileira a água é apresentada como um domínio público, sendo


insubstituível e essencial à vida. A água, em teoria, não é uma propriedade,
podendo ser usada por todos os indivíduos, ainda que o uso de alguns impossibilite
o uso de outros. Por outro lado, a Legislação Brasileira atribui valor econômico à
água, dando ao recurso uma ideia de mercadoria. Portanto, existe uma dualidade na
forma de considerar a água no Brasil. Considerando esta como pública e essencial
à vida e também, permitindo que a mesma seja engarrafada e comercializada.
Abordamos então a questão da injustiça hídrica. Todos devem ter acesso à água,
mas só aqueles que possuem condição de pagar realmente acessam o serviço de
qualidade. A parcela populacional mais vulnerável fica à mercê do uso de água, em
qualidade e quantidade, enquanto as camadas financeiramente mais estáveis
conseguem usufruir de um sistema de qualidade.
Por isso, é indiscutível que a gestão das águas é de suma importância para a
redução dos impactos da desigualdade socioeconômica quando se trata do acesso
à água.

Desafios de gestão do território

A gestão então deve começar nas bacias hidrográficas, áreas de drenagem de um


rio e seus afluentes, visando a descentralização e integração. A formação dos
Comitês de Bacia Hidrográfica representa uma evolução de participação e
democratização do acesso igualitário à água que se dá a partir de três segmentos:
Estado, sociedade civil e usuários.

Desafios em territórios desiguais

O saneamento básico, segundo a legislação brasileira, compreende quatro


aspectos: abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, resíduos sólidos e
drenagem.
A água potável e o esgotamento sanitário são partes dos Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas
(ONU), que a partir deste objetivo visa garantir acesso à água potável e rede de
esgoto para todos. No Brasil, os dados são expressivos, apenas 48,1% do esgoto
produzido é coletado e tratado. Os números ficam ainda piores quando analisamos
a diferença nas regiões brasileiras, o norte e o nordeste possuem números baixos
de acesso ao saneamento básico se comparado às regiões sudeste e sul,
mostrando a discrepância das regiões de um mesmo país. Resultando em
problemas de saúde pública e injustiça ambiental e hídrica.
Em 2022 foi instituído o Marco Legal do Saneamento Básico, apresentando metas
na melhora do acesso no país até 2033. Mas esse projeto apresenta algumas falhas
ao abordar a privatização do uso da água e o acesso ao esgotamento sanitário, indo
contra o que a própria legislação entende como o recurso, universal e essencial
para todos. Submeter o saneamento básico à uma lógica capitalista evidencia a falta
de zelo com as camadas mais vulneráveis que não poderão arcar com o sistema,
perpetuando a realidade de desigualdades, pobreza, doença e desemprego que
atingem à população.

A PANDEMIA DA COVID-19

A pandemia iniciada em 2020 no Brasil salientou ainda mais as problemáticas


resultantes da desigualdade social e econômica no país. O acesso desigual à água
potável impacta consideravelmente na saúde da população brasileira, visto que
ações de higiene básica como lavar os alimentos antes de consumi-los, lavar as
mãos e o acesso ao esgoto encanado são de extrema importância para a proteção
contra doenças.
Abordando especificamente a Covid-19, o acesso à água se faz muito importante
para evitar o contato com o vírus. As regiões periféricas mostraram maior número
de exposição e contágio à doença. Revelando a enorme vulnerabilidade das
camadas populares, também dependentes do sistema público de saúde, que
chegou próximo ao colapso devido ao enorme número de indivíduos positivos para
a Covid.
O acesso ao saneamento básico deve ser universal, garantindo qualidade de vida
igualitária para a população, reduzindo os impactos de doenças à saúde pública.
Para que esse objetivo seja alcançado se faz necessário que o Estado tome
providências, investindo em planejamentos que tenham como foco levar a qualidade
de vida para as pessoas independente de classe social.

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