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ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

RESUMO DO CAPÍTULO 6
DO LIVRO DE SOCIEDADE,
MEIO-AMBIENTE E CIDADANIA

DISCENTES
Maria Clara Pinho - 13725479
Beatriz Mateus - 13664965
Luana Avelar - 13664882

DOCENTE
Silvia Helena Zanirato

São Paulo
Outubro 2022
A ONU estima que, atualmente, cerca de 40% da população mundial não tem
acesso seguro à água potável. O número cresce quando falamos sobre os sistemas
de tratamento fluvial e de esgoto: mais da metade do mundo não tem serviços de
saneamento eficientes. São, respectivamente, cerca de 2,2 bilhões e 4,2 bilhões de
pessoas no mundo sem essas infraestruturas.Mas as coisas eram ainda piores no
início deste século. O relatório da ONU, que citamos no início deste texto, também
revela que desde o ano 2000, cerca de 1,8 bilhão de pessoas ganharam acesso a
serviços básicos de água potável. Porém, apesar do progresso, “o mero acesso não
é suficiente”. Este foi o apelo da diretora associada do Unicef para esta área, Kelly
Ann Naylor. A preocupação ocorre porque, muitas vezes, quando existe água, ela é
imprópria para consumo. E muitas vezes existem banheiros, mas são insuficientes e
inseguros.
Há grandes desigualdades na acessibilidade, disponibilidade e qualidade desses
serviços. Por exemplo, o estudo estima que 8 em cada 10 pessoas que vivem em
zonas rurais não têm acesso ao saneamento básico. Em cerca de 25% dos países a
cobertura de serviços essenciais entre os mais ricos é pelo menos duas vezes maior
do que entre os mais pobres.No Brasil, a situação não é muito diferente: 16% das
pessoas não têm água tratada e 47% não têm acesso à rede de esgoto, segundo
dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados
em 2020 e referentes a 2018. São 35 milhões de brasileiros sem recursos hídricos
seguros, e 100 milhões precisando usar medidas alternativas para lidar com os
dejetos. Os números também têm melhorado ao longo dos anos, mas de forma
lenta. Em 2011, 17,6% da população não tinha água tratada, e mais da metade dos
brasileiros, o equivalente a 51,9%, não tinha acesso à rede de coleta de
esgoto.Segundo dados do Instituto Trata Brasil, cada R$1,00 investido em
saneamento acaba gerando R$4,00 de economia na saúde. Ou seja, ações de
saneamento têm influência direta na prevenção de doenças. O contato com esgoto
e o consumo de água sem tratamento também está ligado à altas taxas de
mortalidade infantil. A principal causa são doenças como parasitoses, diarréias,
febre tifóide e leptospirose. O estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil averiguou
que municípios com esgotamento inadequado têm também as maiores taxas de
hospitalização por diarréia, e crianças consistem em mais de 50% das internações.
A relação entre saúde pública e o tratamento de água e esgoto é tão intrínseca que,
no Brasil, a vigilância e o controle sobre a qualidade da água são atribuições do
Sistema Único de Saúde, o SUS.Como universalizar o acesso ao esgotamento
sanitário em face de desigualdades acentuadas e existência de injustiça hídrica?” É
importante discutir sobre o saneamento básico. Na legislação do Brasil o conceito
de saneamento básico deriva de: abastecimento de água, coleta e tratamento do
esgoto, resíduos sólidos e drenagem, todos esses aspectos ocorrendo de maneira
conjunta e eficaz. Entretanto, devido a desigualdade, muitas populações não
conseguem ter o saneamento básico necessário porque resulta em problemas de
saúde pública, de injustiça ambiental e hídrica. Tal desigualdade é vista em
diferentes regiões do Brasil, na região Norte o atendimento de abastecimento de
água através de rede era de 58,9%, na região Sul esse mesmo serviço estava em
91% (BRASIL; MDR; SNS; SNIS, 2021). Quanto à rede de coleta de esgotos, na
região Norte o índice era de 13,1% em 2021, enquanto na região Sudeste era de
80,5%. E sobre o índice de tratamento dos esgotos gerados, enquanto na região
Norte era de 21,4%, na região Sudeste era de 58,6%. Para mudar este cenário de
desigualdade foi instituída a Lei Federal n° 14.026 em 2020, em que consiste ver o
saneamento básico como uma mercadoria e privatização, a fim de que empresas
realizem esse serviço. A regulação dos serviços, nesse caso, é realizada pela
Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, que regula os serviços públicos
de saneamento básico (diretrizes para cidades e estados) e realiza a regulação
tarifária, com vistas ao uso racional dos recursos naturais, o equilíbrio
econômico-financeiro e a universalização do acesso ao saneamento básico.

Em consonância com a pandemia da Covid-19, foi necessário a utilização de água


limpa paga a higienização e tentativa de conter a transmissão do vírus, o que
também ressaltou a falta de igualdade populacional devido a uma grande parte da
população ter dificuldades no acesso. O guia da Organização Mundial da Saúde
(OMS) com o propósito da adequada gestão da água potável e esgotamento
sanitário é fundamental para o melhor controle de uma pandemia e, assim, as
populações consigam se preservar e ter um melhor controle das condições
sanitárias. Portanto, as diversas formas de contratos entre setores públicos e
empresas privadas para a realização de obras e serviços de saneamento colocam
em risco a garantia dos Direitos Humanos à água e ao saneamento porque vão
sobrepor os interesses lucrativos sobre a vida humana, em que ocorrerá injustiças
hídricas, com populações que terão dificuldade ao acesso à água potável, tanto em
quantidade, quanto em qualidade.

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