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AULA
Saúde pública: o saneamento
básico em questão
Metas da aula
Analisar os problemas socioambientais decorrentes da falta de
saneamento básico, assim como propor e discutir atividades de
Educação e Saúde que possam ser desenvolvidas no ensino formal
(Educação Básica) e não-formal (comunidade em geral).
Esperamos que, após o estudo desta aula, você seja capaz de:
objetivos
Pré-requisito
Para uma boa compreensão desta aula, é importante que você tenha
entendido o que significa ter saúde e as interfaces e interdependências que ela
possui com todas as demais dimensões da vida humana: sociais, políticas, culturais,
econômicas, educacionais, biológicas etc. Portanto, se ainda persiste alguma dúvida,
releia as Aulas 1, 4 e 5 antes de iniciar o estudo.
Educação em Saúde | Saúde pública: o saneamento básico em questão
INTRODUÇÃO A falta de SANEAMENTO BÁSICO no Brasil tem sido responsável pelo desenvolvimento de
inúmeras doenças. Essas doenças não mais atingiriam na quantidade e na intensidade
que atingem uma enorme parcela da população, se as autoridades responsáveis pelos
SANEAMENTO
serviços de saneamento básico os implantassem de modo correto.
BÁSICO
"Conjunto de ações,
Conforme já foi discutido em aulas anteriores, são sempre as populações mais
obras e serviços pobres que não têm acesso aos bens e serviços disponíveis. No Brasil, mais
considerados
pioritários em especificamente no estado do Rio de Janeiro, os moradores dos bairros mais
programas de infra-
estrutura e saúde afastados dos centros urbanos e os que moram em áreas de favelas ou em
pública que envolvem zonas rurais são os que mais sofrem com a falta de saneamento básico.
abastecimento de
água, esgotamento
sanitário, drenagem !
pluvial, destino O Brasil apresenta imensos déficits nessa área, pois parcelas significa-
adequado do lixo e tivas da sua população não têm acesso aos benefícios do saneamento
controle de vetores" ambiental. Essa situação é visível tanto quando se comparam as
(CASTRO; CADEI, regiões do país ou quando se comparam áreas da maioria das
2004, p. 27). grandes cidades, e está na base dos grandes diferenciais inter e intra-
regionais, intra-urbanos e urbano-rural observado nas condições de
vida e de saúde. Não por acaso, políticas de saneamento vêm sendo
identificadas como prioridades que poderiam reduzir esses imensos
diferenciais, constituindo-se em um importante fator de eqüidade
(BRASIL. MS. OMS, 2004, p. 20).
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MÓDULO 1
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Preocupada com a situação da água em todo o planeta e buscando
atender às recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre
AULA
Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 da Agenda
21, a Assembléia Geral das Nações Unidas, por meio da resolução A/RES/
47/193, de 22 de fevereiro de 1993, declarou o dia 22 de março como
o Dia Mundial das Águas. No Brasil, o Congresso Nacional Brasileiro
instituiu o Dia Nacional da Água nesta mesma data por meio da Lei
no 10.670, de 14 de maio de 2003.
!
Em março de 2003, ocorreu, na cidade de Kyoto, no Japão,
o 3º Fórum Mundial da Água, cujo principal objetivo foi
chamar atenção para a falta de acesso à água potável por
cerca de 1,8 bilhão de pessoas em todo o mundo.
Assim:
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Educação em Saúde | Saúde pública: o saneamento básico em questão
ATIVIDADE
Opinião 1
A política de privatização da
água adotada por vários países
faz com que as principais
vítimas desse processo sejam
os agricultores e as populações
pobres do Terceiro Mundo.
Opinião 2
A privatização do tratamento
e do fornecimento de água é
uma alternativa lógica para os
países pobres cujos governos não
conseguem cuidar adequadamente
do abastecimento público.
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MÓDULO 1
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RESPOSTA COMENTADA
AULA
Você está correto, se concordou com a primeira opinião e discordou
da segunda; caso contrário, releia o texto inicial da aula e a resposta
comentada para ver onde ocorreu o equívoco.
Conforme já foi dito no texto da aula, são sempre as populações de
baixa renda que sofrem com a privatização da água, pois, com o
aumento das tarifas, acabam não tendo como pagar pelo serviço,
ficando sem acesso ao mesmo. Por outro lado, não é verdadeiro
o discurso de que a privatização seja a melhor solução para o
problema do abastecimento de água, auxiliando a população e
suprindo a lacuna deixada pelos governos. Com a privatização,
governo e população perdem o controle sobre a gestão dos
recursos hídricos, e o acesso torna-se menos democrático.
A participação de diferentes atores sociais (políticos, educadores,
moradores, profissionais da área de saúde etc.) na elaboração e
na implantação de planejamentos integrados, visando ao manejo/
gestão sustentável dos recursos hídricos, é uma alternativa mais
democrática e socialmente justa do que a privatização.
Observação: Por meio da disciplina Educação em Saúde, a
comunidade escolar pode ser informada e mobilizada para realizar
um diagnóstico da situação do abastecimento de água potável na
localidade em que se situa, buscando soluções coletivas para os
problemas detectados.
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
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MÓDULO 1
As pesquisas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)
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estimam que:
AULA
(...) acima de um bilhão de pessoas que vivem nas cidades e acima
de dois bilhões que vivem nas áreas rurais não possuem serviços
adequados de coleta, tratamento e destino dos dejetos. Estas
condições são as causas primárias da alta incidência de diarréia
observada nos países em desenvolvimento e que é responsável pela
morte de cerca de dois milhões de crianças e causa cerca de 900
milhões de episódios de doenças por ano. Além disso, a falta de
um adequado sistema de coleta, tratamento e destino dos dejetos é
a maior causa da degradação da qualidade das águas subterrâneas
e superficiais (BRASIL. MS. OPS, 2004).
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ATIVIDADE
Vale a pena ressaltar que o Bairro Peixoto está situado na Zona Sul,
área nobre do Rio de Janeiro.
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RESPOSTA COMENTADA
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LIXO X SAÚDE
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AULA
A cada dia que passa, mais e mais lixo é gerado. É tanto lixo que
em qualquer dia desses, amanheceremos mergulhados num “mar de lixo”.
O consumo exacerbado de produtos e materiais, o descarte contínuo de
resíduos, a coleta deficiente e a deposição inadequada fazem com que
cada vez mais problemas ambientais e de saúde surjam em decorrência
do lixo.
São alguns desses problemas: o entupimento de redes de drenagem
de águas pluviais; a poluição do solo, do ar e da água; a contaminação
de lençóis freáticos; o assoreamento de rios e lagos e a proliferação de
vetores de inúmeras doenças.
O acúmulo inadequado de lixo propicia abrigo e alimentação para
vetores de doenças como:
• moscas;
• mosquitos;
• baratas;
• formigas;
• ratos.
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Maior possibilidade de
alimento e abrigo
para ratos.
Aumento do número de
Maior possibilidade de
ratos nas áreas próximas
alimento para cobras.
às residências.
Aumento do número de
cobras nas áreas próximas
às redidências.
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MÓDULO 1
De janeiro de 2000 a junho de 2003 foram registradas cerca de
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oitenta (80) colisões de aviões com aves, no município do Rio
AULA
de Janeiro, a maioria nas cercanias do Aeroporto Internacional
Antonio Carlos Jobim. Um urubu de 1,5 a 2 kg de peso, chocando-se
com um avião a jato que voe a 400 km/h, corresponde ao impacto
de um peso de 7 toneladas (COUTO, 2005).
CONCLUSÃO
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ATIVIDADE FINAL
Esta atividade demanda um pouco mais de tempo, pois você precisará realizar
um pequeno levantamento (diagnóstico) da situação do bairro em que mora ou
trabalha.
Você também poderá realizar esta atividade (com as adaptações necessárias) com
alunos da Educação Básica ou grupos comunitários.
Vamos à atividade:
Você deverá delimitar a área onde será realizado o diagnóstico. Pode ser um
bairro ou uma comunidade.
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RESPOSTA COMENTADA
Não é possível prever as respostas que você irá encontrar para compor
o diagnóstico da localidade escolhida. No entanto, vale a pena ressaltar
que, independentemente do local escolhido, sempre irá existir (em maior
ou menor intensidade) algum problema relacionado às questões de
saneamento básico.
O mais importante desse rápido diagnóstico é a possibilidade de identificar
algum problema que no dia-a-dia acaba passando despercebido, mas que,
ao ser destacado, permite uma avaliação mais crítica e a busca conjunta
por soluções.
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MÓDULO 1
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RESUMO
AULA
Embora a cada dia que passa se tenha mais dificuldade de obter água potável, o
seu acesso é um direito humano fundamental. Isso faz com que a água não deva
ser transformada numa mercadoria. Portanto, os serviços de abastecimento de
água e de esgotamento sanitário devem ser públicos e ficar sob a responsabilidade
do Estado.
Apesar dos esforços e das solicitações da população e dos avisos de pesquisadores
e de instituições dedicadas à saúde sobre a necessidade de maiores investimentos
na área de esgotamento sanitário, as ações efetivas do governo continuam
sendo insuficientes ou inadequadas, demonstrando descaso com a saúde da
população.
Há, também, uma grande necessidade de aumentarmos a preocupação com a
produção excessiva e a forma como o lixo é descartado. O consumo exacerbado
de produtos e materiais, o descarte contínuo de resíduos, a coleta deficiente e a
deposição inadequada fazem com que, cada vez mais, tenhamos de conviver com
problemas ambientais e de saúde decorrentes do lixo.
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