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Colégio Paschoal Dantas

Matheus Mistrineiro
Kauê Yudi
Kauã Afonso

Saneamento Básico e
Desequilíbrios Ambientais

São Paulo
2023
Matheus Mistrineiro
Kauê Yudi
Kauã Afonso

Saneamento Básico e
Desequilíbrios Ambientais

Trabalho apresentado na
disciplina de Biologia no
Colégio Paschoal Dantas.

Orientador. Prof. Hanna.

São Paulo
2023
Sumário

1. INTRODUÇÃO..................................................................................4

2. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO BÁSICO E MEIO


AMBIENTE?..........................................................................................................5

3. REGIÕES QUE MAIS SOFREM COM A FALTA DE


SANEAMENTO NO BRASIL................................................................................5

4. IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE SANEAMENTO...........6

5. POR QUE É IMPORTANTE REVERTER ESSA SITUAÇÃO E


COMO FAZER?..................................................................................................10

6. REFERÊNCIAS..............................................................................12
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1. INTRODUÇÃO

Esse trabalho abordará sobre Saneamento Básico e Desequilíbrios


Ambientais. Uma das maiores consequências da degradação ambiental
causada pela falta de saneamento é a poluição das águas. O lançamento de
esgotos não tratados pode poluir os mares, os lençóis freáticos e toda espécie
de manancial, levando à morte de animais e comprometendo ecossistemas
inteiros.
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2. QUAL É A RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO BÁSICO E MEIO


AMBIENTE?

De acordo com o Trata Brasil, é o conjunto de medidas que visa a


preservação ou modificação das condições do meio ambiente, com o intuito de
prevenir doenças e promover a saúde, melhorando a qualidade de vida da
população e a produtividade, facilitando a atividade econômica.

São medidas que tornam possível garantir uma qualidade de vida melhor
para as pessoas, mais oportunidades do ponto de vista econômico e,
principalmente, a promoção da saúde, uma vez que aumenta a salubridade das
habitações e evita a proliferação de doenças. Como efeito paralelo do
saneamento básico, garante-se a preservação do meio ambiente.

Esse último ponto vem sendo cada vez mais ressaltado, visto que o
esgotamento sanitário adequado, a gestão dos resíduos sólidos urbanos e o
manejo das águas pluviais urbanas contribuem para a preservação da
natureza. No Brasil, o saneamento básico é um direito definido pela Lei nº.
11.445/2007 e assegurado pela Constituição.

3. REGIÕES QUE MAIS SOFREM COM A FALTA DE SANEAMENTO NO


BRASIL

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios


(PNAD) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
2018, o Brasil tem 57 milhões de residências sem acesso à rede de esgoto, 24
milhões sem água encanada e 15 milhões sem coleta de lixo.

A carência do abastecimento de água, por exemplo, é um problema que


interfere nas condições de saneamento da população. Cerca de 35 milhões de
brasileiros não têm acesso à água tratada, e os menores índices de distribuição
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estão localizados nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com pesquisa do


IBGE.

Em relação a coleta e tratamento de esgoto, há uma desigualdade


regional significativa. Enquanto a região Sudeste tem 88,6% das casas
atendidas, a Norte tem apenas 21%.

Ainda, segundo a pesquisa da ANA mencionada anteriormente, o


investimento público nos serviços não é suficiente para a universalização do
acesso ao saneamento na próxima década. Isso significa mais, pelo menos,
dez anos de atraso, gerações com o futuro comprometido e gastos com saúde
em razão de doenças de veiculação hídrica que poderiam ser evitadas por
meio do tratamento de água e da coleta e do tratamento de esgoto.

4. IMPACTOS CAUSADOS PELA FALTA DE SANEAMENTO

Poluição de rios e mares


Uma das maiores consequências da degradação ambiental causada
pela falta de saneamento é a poluição das águas. O lançamento de esgotos
não tratados pode poluir os mares, os lençóis freáticos e toda espécie de
manancial, levando à morte de animais e comprometendo ecossistemas
inteiros. Além dos impactos na saúde da população, os prejuízos podem se
estender para os setores da economia, como agricultura, comércio e indústria.

Um estudo realizado em 2016 pela Organização SOS Mata Atlântica


aborda que 24% das águas dos 111 rios brasileiros são de qualidade ruim ou
péssima, impossibilitando o consumo humano ou a irrigação de lavouras.

Redução da água disponível para consumo


Em razão da poluição dos recursos hídricos, ocorre a redução da água
bruta com qualidade para tratamento e consumo humano. Com o crescimento
populacional, a demanda de água para consumo também aumenta, mas os
recursos estão cada vez mais escassos em diversos locais.
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Segundo o Atlas Esgoto, publicado pela ANA, mais de 110 mil


quilômetros de rios estão com a qualidade da água comprometida pelo esgoto
sem tratamento. Com a presença de matéria orgânica nas águas, ocorre a
redução da concentração de oxigênio dissolvido, que causa escurecimento da
água, morte de peixes e de plantas e animais aquáticos. Dependendo do nível
de poluição, a captação de água para tratamento e consumo humano fica
inviabilizada.

Cabe ressaltar que o Brasil possui um ótimo cenário em relação à


quantidade de água doce disponível no planeta, graças aos rios e aquíferos
presentes no território nacional. No entanto, por fatores climáticos e
discrepâncias geográficas e populacionais, além dos problemas com a
poluição, a disponibilidade do recurso ocorre de maneira desigual.

Desequilíbrio de ecossistemas
O desequilíbrio ecológico, que também é um dos principais impactos
ambientais da falta de saneamento, ocorre quando algum elemento de um
ecossistema é reduzido em quantidade. Essa mudança pode originar reações
em cadeia e repercutir diretamente no funcionamento do ecossistema.
No entanto, o desequilíbrio ecológico, na maioria das vezes, é resultante
das ações antrópicas desordenadas, como poluição, desmatamento e
exploração de recursos. No caso da ausência de saneamento básico, o
impacto é proveniente, sobretudo, da poluição dos rios, lagos e córregos, que
provocam instabilidade no ecossistema aquático.

Poluição urbana
Um dos serviços do saneamento básico é a limpeza urbana e a gestão
correta dos resíduos sólidos. No entanto, com a urbanização acelerada, isso
nem sempre acontece da maneira correta.

Isso ocorre porque o destino mais adequado para o lixo urbano é o


aterro sanitário, local que apresenta estrutura para o tratamento de gases e
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chorume, incineração ou coleta seletiva. A separação do lixo e a reciclagem


também são importantes para reduzir a quantidade de resíduos gerados.
Porém, a realidade, é outra. Segundo estudo do Ipea, cerca de 35% dos
resíduos sólidos gerados no Brasil poderiam ser reaproveitados ou reciclados.
Apesar disso, apenas 13% desse total acaba tendo esse destino.

Outro problema muito comum é o descarte de lixo em lixões a céu


aberto, que causam alta contaminação no solo e infestação de doenças. As
chuvas também contribuem para a poluição urbana quando carregam o lixo das
cidades, contaminando a água e provocando inundações.

Propagação de doenças
Um dos mais relevantes impactos da falta de saneamento básico no
meio ambiente e, por consequência, para a população, é a propagação de
doenças, que poderiam ser evitadas com o oferecimento de melhores
condições para a população. Você sabia que a diarreia causa anualmente, em
todo o mundo, a morte de 361 mil crianças com menos de 5 anos? Só o acesso
à coleta de esgoto e à água potável poderiam evitar 88% dessas mortes.

O tratamento do esgoto, por exemplo, minimiza a quantidade de micro-


organismos causadores de doenças que se desenvolvem em ambientes
insalubres. Outro ponto é a reprodução dos mosquitos em águas parada, que
podem provocar dengue, febre amarela, malária, Zika, Chikungunya e outras
enfermidades. Outras patologias que podem ser transmitidas são leptospirose,
disenteria, esquistossomose, cólera e parasitoses.

Enchentes e aquecimento global


Bons investimentos em saneamento básico também ajudam a evitar
enchentes, especialmente em cidades que investem na manutenção preventiva
dos sistemas e orientam a população sobre a correta utilização das galerias
pluviais e das redes de esgoto.

Quanto ao aquecimento global, diferentemente de outros setores da


economia, em que o crescimento costuma estar atrelado ao aumento da
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emissão de gases de efeito estufa, a expansão do acesso ao saneamento


básico efetivamente contribui para minimizar esse problema por meio da
redução da emissão de gases poluentes na atmosfera, como o gás carbônico
(CO₂).

A manutenção e expansão das matas também têm relação direta com a


preservação dos rios e da qualidade do ar, fatores que também influenciam
para o aquecimento global. Nesse caso, as matas ciliares fazem a captura do
CO₂ e garantem a preservação dos mananciais, prevenindo a ocorrência de
erosão do solo, por exemplo.

Aqui, cabe destacar que quando falamos de um ecossistema, é preciso


entender que está tudo interligado. Ou seja: qualquer desequilíbrio, seja no rio,
no ar ou no solo, pode impactar diferentes aspectos de uma região inteira.

Prejuízos para a economia


Existe uma relação direta do ponto de vista econômico com o
saneamento básico, uma vez que, somente em 2015, o número de
trabalhadores afastados foi de 6,4 milhões. Se 100% da população tivesse
acesso à coleta de esgoto, haveria uma redução de 74,6 mil internações.

Isso se reflete também no impacto financeiro que as doenças causam na


administração pública, visto que diversas internações, tratamentos e compra de
medicamentos poderiam ser evitadas. Para se ter uma ideia, o custo de uma
internação por infecção gastrintestinal no SUS foi de cerca de R$ 355,71 por
paciente na média nacional, segundo o Trata Brasil.

Esse cenário também torna mais difícil reduzir a pobreza e a


desigualdade, uma vez que as pessoas sem acesso ao saneamento são as
mais pobres. São elas que acabam ficando mais doentes e precisam faltar
mais ao trabalho, o que impacta diretamente na renda familiar. No caso das
mulheres, essa situação é ainda mais difícil, pois a tarefa de cuidar de parentes
que adoecem costuma ser delas.
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De acordo com o relatório O saneamento e a vida da mulher brasileira,


as mulheres se afastam em média 3,5 dias por ano de suas atividades
rotineiras por causa da incidência de doenças diarreicas. Focando no aspecto
financeiro, o acesso ao saneamento traria um ganho total à economia do país
de mais de R$ 12 bilhões ao ano.

Poluição do meio ambiente


A degradação ambiental é um dos impactos mais visíveis que a falta de
saneamento básico pode proporcionar. A poluição urbana continua em franco
crescimento e a falta de destinação adequada para os resíduos segue gerando
uma série de prejuízos aos grandes centros urbanos e para a natureza.

Segundo estudos do Instituto Trata Brasil, todos os dias, 3.500 piscinas


olímpicas de esgotos são despejadas em rios, mares e cursos d’água, apenas
pelas 100 maiores cidades brasileiras.
Um rio, córrego ou bacia que sofre alguma contaminação pode acabar
matando várias espécies de uma cadeia alimentar, por exemplo, e afetar um
ecossistema inteiro. Para as cidades, isso pode representar um surto de
doenças ou uma infestação de insetos ou pragas, por exemplo.

5. POR QUE É IMPORTANTE REVERTER ESSA SITUAÇÃO E COMO


FAZER?

Primeiramente, para que o país alcance um índice de desenvolvimento


humano melhor, é necessário compreender a importância dos aspectos sociais,
culturais, econômicos, políticos e ambientais, a fim de ter hábitos mais
conscientes e superar os principais impactos ambientais abordados.

Embora a responsabilidade de preservação seja de todos, vale ressaltar


que é fundamental o país investir em serviços de saneamento básico e colocá-
los como prioridade para mudar esse cenário, sobretudo por meio de projetos
baseados em Planos Municipais de Saneamento Básico. Afinal, o serviço
proporciona benefícios aos diversos setores, como na saúde da mulher, com a
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redução de doenças, e na educação, melhorando a frequência escolar dos


alunos. Para a universalização dos serviços, é necessário aumentar os
investimentos e os esforços, com estratégias e planejamento de gestão, e a
elaboração de projetos e obras para garantia da qualidade dos serviços de
saneamento.

Em razão disso, a privatização do saneamento, por meio de contratos de


concessão e Parcerias Público-Privadas, traz as empresas privadas para
atuarem em conjunto com o setor público e acelerar o processo de
universalização do setor. A iniciativa privada possui os recursos financeiros e a
qualidade técnica necessários para a expansão dos serviços com qualidade.
Dessa forma, é possível buscar soluções mais eficazes e melhorar a saúde
pública e acabar com os impactos ambientais causados pelo lixo e pelos
esgotos sem tratamento.
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6. REFERÊNCIAS

CONTENT, D. POR R. Saneamento básico e meio ambiente: quais os


impactos no dia a dia das cidades? Disponível em:
<https://blog.brkambiental.com.br/saneamento-basico-e-meio-ambiente/>.

CONTENT, D. POR R. Impactos Ambientais: Quais são os principais impactos


ambientais causados pela falta de saneamento? Disponível em:
<https://blog.brkambiental.com.br/principais-impactos-ambientais/>.

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