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Saneamento básico e saúde: qual a relação?

A universalização do saneamento básico ainda representa um grande desafio para o


nosso país e isso também afeta de forma direta e indireta a saúde das pessoas.

O saneamento básico “é um conjunto de serviços compreendidos como: distribuição


de água potável, coleta e tratamento de esgoto, drenagem urbana e coleta de
resíduos sólidos. Estes serviços impactam diretamente na saúde, na qualidade de vida
e no desenvolvimento da sociedade como um todo, sobretudo na saúde infantil com a
redução da mortalidade, na melhoria da educação, na expansão do turismo, na
valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e na
preservação dos recursos hídricos” (AGÊNCIA REGULADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS
BARCARENA – PARÁ, 2020).

Ter acesso a água tratada, coleta e tratamento de esgoto reflete a diminuição de


doenças de veiculação hídrica, e consequentemente redução de gastos nos sistemas
de saúde. As principais doenças causadas por falta de saneamento básico são:
diarréia por Escherichia coli, disenteria bacteriana, febre tifoide, cólera, leptospirose,
hepatite A, verminoses, giardíase, amebíase, arboviroses. 
Segundo a Unicef (2019) bilhões de pessoas ao redor do mundo sofrem de acesso
precário à água, saneamento e higiene, sendo que  aproximadamente de 2 bilhões de
pessoas não têm serviços de água tratada, 4,2 bilhões de pessoas não têm serviços
de saneamento adequado e 3 bilhões não possuem instalações básicas para a
higienização das mãos.
De acordo com o relatório do Programa Conjunto de Monitoramento (JMP) da OMS e
do UNICEF, Progress on drinking water, sanitation and hygiene: 2000 -2017: Special
focus on inequalities (Progressos sobre água, saneamento e higiene: 2000-2017:
Foco especial nas desigualdades)  8 em cada 10 pessoas vivendo em áreas rurais não
têm acesso a serviços de água tratada, saneamento e higiene serviços.

No Brasil o cenário é também preocupante, cerca de 35 milhões de brasileiros não


têm acesso à água potável e cerca de 100 milhões não têm serviço de coleta de
esgotos no país, deste total “5 milhões e meio estão nas 100 maiores cidades
brasileiras, o equivalente à população da Noruega” (AGÊNCIA BRASIL, 2021). 
Em 2020 foram registradas mais de 167 mil internações por doenças de veiculação
hídrica e 1.898 óbitos em razão das doenças por veiculação hídrica (PAINEL
SANEAMENTO BRASIL – INSTITUTO TRATA BRASIL). No mesmo ano foram gastos
mais de 70 milhões em gastos com internações por doenças de veiculação hídrica no
SUS (PAINEL SANEAMENTO BRASIL – INSTITUTO TRATA BRASIL).

O novo marco regulatório do saneamento, Lei nº 14.026/2020, traz mudanças


importantes no cenário do saneamento básico do Brasil e também para a saúde dos
brasileiros, além disso, pode representar uma retomada da economia pós pandemia
que vivemos desde 2019. Dentre as mudanças estão (FGV, 2020): reduzir o risco
regulatório, mediante maior uniformização das regras através de referências
regulatórias emitidas pela Agência Nacional de Águas (ANA); aumentar a competição
pelo mercado através da extinção gradual dos contratos de programa e licitação das
concessões ao final dos períodos contratuais; induzir a maior eficiência operacional
mediante estabelecimento de metas claras de desempenho; promover investimento
em saneamento tem forte efeito de encadeamento, estimulando a construção civil e o
emprego; estimular o investimento em saneamento deve ocorrer em todas as regiões
do país, incentivando maior desenvolvimento regional.
É importante lembrar que saneamento e saúde caminham lado a lado, ter
saneamento adequado também significa dignidade! 

FONTE: https://www.aguasustentavel.org.br/conteudo/blog/178-saneamento-basico-e-saude-qual-a-
relacao
Publicado em 22 Junho 2022  

Que impactos a ausência de saneamento causa na saúde pública?

De modo geral, a ausência de saneamento básico gera impactos em diversos


indicadores socioeconômicos, como renda, saúde pública, educação, emprego, oferta
de serviços públicos, planejamento urbano, entre outros.

Desse modo, naturalmente os altos índices de regiões sem saneamento básico


afetam, sobretudo, as minorias, moradores de áreas com ausência de saneamento
básico . Doenças como diarreias, verminoses, hepatite A, leptospirose,
esquistossomose e dengue se tornam mais comuns nesses locais.

A exposição a um ambiente poluído afeta seriamente o desenvolvimento das crianças.


Situações como diarreias constantes, desidratações e infecções intestinais
decorrentes do consumo de água sem tratamento adequado podem comprometer o
estado nutricional e o crescimento da criança.

Vale destacar que, ao adoecer, as pessoas costumam se afastar das suas atividades
diárias. Os estudantes, por exemplo, apresentam baixo rendimento escolar em razão
das faltas, o que interfere posteriormente na empregabilidade. Os impactos
do saneamento na saúde da mulher e como isso se reflete nas famílias brasileiras
também fica mais evidente.
Além da questão da saúde pública ligada à proliferação de doenças, os riscos de
poluição e contaminação de rios, lagos e mananciais são crescentes, e os reflexos
ambientais vão muito além do ecossistema local.
Os índices abordados acentuam a desigualdade da população brasileira, submetendo
uma camada expressiva de pessoas em situação de pobreza do país a viver sob
condições pouco salubres.

Desse modo, o poder público e a iniciativa privada precisam unir esforços para atuar
efetivamente na solução do problema. Embora atualmente as empresas privadas
representem apenas cerca de 6% do mercado, elas são responsáveis por 20% de
todos os investimentos realizados no setor e têm potencial para contribuir ainda mais.
A BRK Ambiental é um exemplo de empresa privada de saneamento básico, que
investe em mais de 100 municípios do país.
É evidente que o acesso ao saneamento impacta diretamente na saúde da população.
Uma menor incidência das doenças proporciona um menor índice de internações e um
menor custo para os cofres públicos.

FONTE: https://blog.brkambiental.com.br/saneamento-basico-e-saude-publica/

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