Doenças causadas devido à disposição inadequada de resíduos sólidos
Autor: Eliane Martins de Oliveira Kazmierczak
Autor: Luis Antonio Pereira da Silva
Orientador: Juliano Ribas Ignez
Introdução: Os impactos ambientais ocorridos pela disposição de resíduos sólidos provocam
o desenvolvimento de doenças como leptospirose, dengue, diarreia, febre tifoide, malária e outras, devido ao contato do homem com microrganismos patogênicos. O Brasil se transformou em um país urbano, as populações migraram para cidades, no entanto esse crescimento não foi acompanhado de uma infraestrutura e serviços urbanos adequados, bem como em relação ao sistema de gestão e manejo dos Resíduos Sólidos (RS). Nessa situação, em decorrência do desenvolvimento insustentável, por volta do século XIX problemas ligados ao RS ganharam destaque (SILVA et al., 2020). Sendo assim, o gerenciamento correto dos resíduos merece atenção do poder público e de toda a coletividade, em razão da sua importância do ponto de vista socioambiental. Objetivo: Identificar a relevância das implicações dos resíduos sólidos para a saúde humana, reflexão acerca das características da geração de resíduos sólidos, em especial, para a saúde considerando seus limites e possibilidades para almejar sustentabilidade, no sentido de desenvolver ações de preservação e de proteção da qualidade de vida humana.. Metodologia: Revisão Integrativa, contextualizada, de caráter quali-quantitativo através de artigos científicos que utilizaram metodologias participativas para realizar o levantamento de dados nacionais, sendo esta considerada a mais adequada ao propósito da Educação Ambiental Crítica, pois permite que os indivíduos passem a questionar e a construir seus próprios conceitos. Como técnica, a pesquisa bibliográfica foi desenvolvida pela leitura de artigos científicos, guias e Manuais do Ministério da Saúde do Brasil, utilizando-se descritores pela interoperação com o DeCS, sendo eles: “Doenças”, “Resíduos”, “Sólidos”, “Descarte”, “Inadequado”. A base de dados foi o Google Acadêmico, encontrando-se 2.200 resultados. Os critérios de filtragem utilizados foram: “Publicação 2021 - 2023”, “Idioma Português” e pesquisa com dados livres. Excluindo-se artigos anteriores a 2021 e os que não discutiam o tema proposto, teve-se como resultado final 7 artigos de base científica. através de um levantamento realizado em base de dados nacionais. Como técnica, a pesquisa bibliográfica foi desenvolvida pela leitura de artigos científicos indexados nas seguintes bases de dados: Plataforma - Liderança com Valores, Ministério da Saúde - Vigilância em Saúde Ambiental, Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Revista Acervo Mais, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), os quais foram analisados e discutidos de acordo com o objetivo do tema pesquisado. Resultado: Os riscos à saúde pública, relacionados aos resíduos sólidos, decorrem da interação de uma variedade de fatores que incluem aspectos ambientais, ocupacionais e de consumo, entre outros. É tarefa, tanto do Poder Público como da sociedade organizada, estimular debates que levem à revisão de hábitos de consumo. A sociedade mostra-se sensível ao problema quando reage positivamente ao apelo de participar de programas públicos de coleta seletiva de lixo ou quando toma a iniciativa de promover a separação de materiais, no caso de escolas, universidades, condomínios residenciais. Em relação à saúde pública, os resíduos sólidos urbanos ocupam papel estratégico na estrutura epidemiológica de uma comunidade. Como componente indireto, destaca-se na linha de transmissão de doenças provocadas pela ação dos vetores, que encontram no habitat do lixo condições adequadas para a sua proliferação. Os lixões são terrenos periféricos a cidades, nos quais depositam-se os RS, a céu aberto, sem nenhum critério ou tratamento (NETO et. al, 2015). Desse modo, muitos impactos são causados pelo descarte de forma incorreta, Andrade e Alcântara (2016) destacam que essa prática pode influenciar negativamente a fauna, causando um desequilíbrio em toda a cadeia alimentar por conta do aumento desordenado de roedores e insetos, o que por sua vez contribui para o surgimento e proliferação de doenças. Além disso, a flora também é prejudicada, uma vez que diversas espécies vegetais podem desaparecer, deixando assim o solo propício à erosão, por conta da falta de uma cobertura vegetal, o que influencia também na redução drástica da fauna nativa. Considerações finais: Os resíduos sólidos urbanos gerados pela sociedade em suas diversas atividades resultam em riscos à saúde pública, provocam degradação ambiental, além dos aspectos sociais, econômicos e administrativos envolvidos na questão. A disposição inadequada dos resíduos sólidos afeta a saúde pública, através do desenvolvimento de diversas doenças infectas contagiosas e crônico-degenerativas no sistema nervoso.
Referências:
SZIGETHY, Leonardo; ANTENOR, Samuel. Tecnologias para o gerenciamento de
resíduos. Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
DE PAULA, Hélinah Cardoso Alaim. Cooperação para a Proteção do Clima na Gestão de
Resíduos Sólidos Urbanos. SIQUEIRA, Mônica Maria; DE MORAIS, Maria Silva. Saúde coletiva, resíduos sólidos urbanos e os catadores de lixo. Scielo, dezembro de 2009.
Brasil. Ministério da Saúde. Política nacional de saúde ambiental para o setor saúde. 1999. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/svs.
FIGUEIREDO, E. A.; NASCIMENTO, L. F. C. (2021). Resíduos sólidos e a
responsabilidade ambiental. (Brazilian Journal of Development (2021), v.7, n.12, 2021, p.642-659).
FREITAS, D. (2021). Impactos ambientais decorrentes do descarte inadequado dos
resíduos sólidos em áreas urbanas do município de Ariquemes – Rondônia Ariquemes – RO, Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção de grau de Bacharelado em Engenharia Ambiental e Sanitária, apresentado à Faculdade de Educação e Meio Ambiente (2021) - FAEMA.