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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACUCULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

LICENCIATURA EM AGROPECUÁRIA LABORAL

4° Grupo

BETUEL ROSÁRIO
HÉLIO ESTEU ARIANDE
MARCELA BUANAIQUE MARCELINO
SÉRGIO DE HERMINGARDO DUARTE
SHARON VANESSA DE MEDO

Tema

PATOLOGIA NA AQUACULTURA
Subtema
TIPOS DE ENFERMIDADES QUE AFECTAM ESPÉCIES DE
INTERESSE ECONÓMICO, ETIOLOGIA, SINTOMAS

Quelimane 2023
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BETUEL ROSÁRIO
HÉLIO ESTEU ARIANDE
MARCELA BUANAIQUE MARCELINO
SÉRGIO DE HERMINGARDO DUARTE
SHARON VANESSA DE MEDO

Cadeira de Aquacultura

Trabalho de carácter avaliativo a ser


submetido no departamento de ciência
agrarias no curso de agropecuária na
cadeira de Aquacultura lecionado pela Dr.
Célia Inês Mubango Hoguane

PATOLOGIA NA AQUACULTURA
Subtema
TIPOS DE ENFERMIDADES QUE AFECTAM ESPÉCIES DE
INTERESSE ECONÓMICO, ETIOLOGIA, SINTOMAS

Quelimane 2023
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Índice
CAPITULO I ................................................................................................................................... 5
1 Introdução ..................................................................................................................................... 5
1.2 Objectivo geral .......................................................................................................................... 5
1.3 Objectivos específicos ............................................................................................................... 5
1.4 Metodologias de elaboração ...................................................................................................... 5
2. Patologia na aquacultura .............................................................................................................. 6
2.1 Oodiniose (doença do veludo) ................................................................................................... 6
Sintomas da Doença ........................................................................................................................ 6
2.2 Fisiologia Patológica ................................................................................................................. 6
2.3 Causas da Doença ...................................................................................................................... 7
2.4 Ciclo Biológico do Parasita ....................................................................................................... 7
2.5 Tratamento da Doença ............................................................................................................... 8
2.6 Dactylogirose (nome popular: olhos embaçados) ..................................................................... 8
2.7 Hidropsia ................................................................................................................................... 8
2.8 Buracos na Cabeça..................................................................................................................... 8
2.9 Septicemia ................................................................................................................................. 9
2.2.1 Fungo na Boca ........................................................................................................................ 9
2.2.2 Vírus da síndrome da Mancha Branca (WSSV) ..................................................................... 9
Agente.............................................................................................................................................. 9
2.2.3 Sinais Clínicos ........................................................................................................................ 9
2.2.4 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 10
2.2.5 Vírus da Mionecrose Infecciosa (IMNV) ............................................................................. 10
Agente............................................................................................................................................ 10
2.2.6 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 10
2.2.7 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 10
2.2.8 Necrose hematopoiética ........................................................................................................ 10
Agente............................................................................................................................................ 10
2.2.9 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 11
2.3.1 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 11
2.3.2 Bactéria da Hepatopancreatite necrosante (NHP) ................................................................ 11
Agente............................................................................................................................................ 11
2.3.3 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 11
2.3.4 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 11
2.3.5 Doença: Septicemia móvel ................................................................................................... 12
Agente............................................................................................................................................ 12
2.3.6 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 12
2.3.7 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 12
2.3.8 Tratamento ............................................................................................................................ 12
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2.3.9 Doença: Septicemia por Edwardsiella sp. ............................................................................ 12


Agente............................................................................................................................................ 12
2.4.1 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 13
2.4.2 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 13
2.4.3 Tratamento ............................................................................................................................ 13
2.4.4 Doença: Columnariose por Flavobacterium columnare ....................................................... 13
Agente............................................................................................................................................ 13
2.4.5 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 13
2.4.6 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 14
2.4.7 Tratamento ............................................................................................................................ 14
2.4.8 Doença: Franciselose ............................................................................................................ 14
Agente............................................................................................................................................ 14
2.4.9 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 14
2.5.1 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 14
2.5.2 Tratamento ............................................................................................................................ 15
2.5.3 Doença: Pasteurelose ............................................................................................................ 15
Agente............................................................................................................................................ 15
2.5.4 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 15
2.5.5 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 15
2.5.6 Tratamento ............................................................................................................................ 15
2.5.7 Doença: Septicemia por Streptococcus ................................................................................ 16
Agente............................................................................................................................................ 16
2.5.8 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 16
2.5.9 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 16
2.6.1 Tratamento ............................................................................................................................ 16
2.6.2 Doença: Doença do vírus da Tilápia do Lago ...................................................................... 16
Agente............................................................................................................................................ 16
2.6.3 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 17
2.6.4 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 17
2.6.5 Doença: Infecção por iridovírus ........................................................................................... 17
Agente............................................................................................................................................ 17
2.6.6 Sinais Clínicos ...................................................................................................................... 17
2.6.6 Prevenção e Controle ............................................................................................................ 17
3. Conclusão .................................................................................................................................. 18
4. Referências bibliográficas ......................................................................................................... 19
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CAPITULO I

1 Introdução

Segundo (Marcusso, p. f; salvador 2017), a mortalidade de peixes que ocorre nas


explorações aquícolas, devida à ação de agentes patogénicos que, constitui ainda um dos maiores
entraves ao desenvolvimento económico do sector. Tendo em conta a sua origem, as doenças
podem subdividir-se em não infeciosas e infeciosas, sendo estas últimas as de maior importância e
a principal causa de perdas económicas elevadas. As doenças infeciosas agrupamse em três
categorias, de acordo com a sua etiologia viral, bacteriana e parasítica. Estas doenças são muitas
vezes indicadoras de condições fisiológicas e patológicas, resultantes de alimentação inadequada,
infeções subclínicas, ou condições ambientais adversas.

Quando simultaneamente existem condições favoráveis para a multiplicação do patógeno e


condições adversas para os peixes, observa-se o desenvolvimento da doença. Entre as condições
adversas que podem diminuir a resposta imune dos peixes cultivados, provocando uma maior
predisposição aos patógenos, enumeram-se: densidade elevada, baixos níveis de oxigénio, stress
alimentar, stress provocado pelo transporte, acumulação de compostos azotados, alterações de pH,
entre outros. Estas situações, tendo em conta as consequências, merecem uma atenção redobrada
por parte dos aquicultores, (KUBITZA, F. p. 28-37, 2008).

1.2 Objectivo geral

 Abordar em torno das patologias na aquacultura.

1.3 Objectivos específicos

 Identifucar as doenças de interesse económico na aquacultura;


 Descrever as doenças mais frequentes na piscicultura e carcinicultura;
 Falar em torno da etiologia e sintomatologia das doenças na aquacultura.

1.4 Metodologias de elaboração

O presente trabalho foi realizado consultado varias literaturas relacionadas ao tema, foram
feitas revisões bibliográficas e uso de internet.
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2. Patologia na aquacultura

Segundo (PAVANELLI, 2008. 311 p.) as patologias são um dos principais entraves para a
cadeia produtiva, em especial para os sistemas intensivos de criação que envolvem vultosos
recursos econômicos, grande quantidade de recursos humanos e amplas áreas de produção, não
sendo diferente para a piscicultura. Entre as principais doenças na produção de peixes, estão aquelas
de origem bacteriana, viral, parasitária e fúngica, podendo ser cada grupo de patógeno mais ou
menos relevante, dependendo de variáveis como espécie de hospedeiro, ambiente, tipo de criação,
fatores predisponentes, entre outros.

No entanto, os agentes parasitários são aqueles considerados patógenos primários, ou seja,


eles têm capacidade de estabelecer a relação com o hospedeiro independentemente de um fator
prévio. Essa característica faz com que a presença de parasitos nas pisciculturas seja recorrente,
com grande poder de disseminação e de difícil controlo, (PAVANELLI, 2008. 311 p.).

2.1 Oodiniose (doença do veludo)

Sintomas da Doença

Segundo ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE ANIMAL – OIE. 2016. Os sintomas


dessa doença vai depender muito do tipo e da gravidade em que ela se encontra:

 Durante o início da infecção, por exemplo, o peixe que está com a doença apresenta algumas
mudanças no seu comportamento, como espasmos nas barbatanas ou fricção do corpo;

 À medida que ela avança, no entanto, a pele do peixe doente começa a ficar opaca devido
ao excesso de muco que o sistema imunológico gera como mecanismo de defesa;

Além disso, como o parasita afeta as brânquias do animal, é muito provável que surja alguns
problemas como insuficiência respiratória.

2.2 Fisiologia Patológica

O Oodinium possui um ciclo de vida muito semelhante ao do Íctio, no entanto, então estão
interligados, pois Oodinium é um flagelado, enquanto o agente causador do Íctio é um ciliado.
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 Durante a fase de infecção da doença, por exemplo, o parasita irá se alimentar da pele do
peixe através das raízes que ele usa para se ligar à ela;

 Na fase livre, uma casca protetora se forma no interior, que então se reproduz pela divisão
celular, podendo produzir mais de trezentos esporos.

2.3 Causas da Doença

A Doença do Veludo é mais comum em aquários que possuem más condições de água e
parâmetros inadequados. Por isso, os seguintes fatores influenciam:

 Mudanças bruscas na temperatura da água do aquário;

 Introdução de novos peixes sem quarentena;

 Água pobre/velha – as trocas de água precisam ser frequentes;

 Adicionar plantas com cistos (certifique-se de desinfetar as plantas antes de colocá-las no


aquário).

2.4 Ciclo Biológico do Parasita

O protozoário inicia o processo de parasitose nas brânquias, assim completa a fase


infectante quando começa a se alimentar do peixe até atingir a maturidade. Desse modo, durante o
ciclo biológico, o parasita apresenta as seguintes fases:

 Fase Infectante: ele fica imóvel na pele (durante essa fase, irá se alimentar e crescer);

 Fase de cisto no substrato: quando o parasita sai do peixe. A multiplicação por divisão
celular ocorre dentro do cisto nesta fase;

 Fase Dinospora: Os dinospores são o produto das divisões da fase anterior. Por fim, se os
dinósporos não encontrarem um novo peixe, morrerão dentro de 24 e 36 horas.

Contudo, o ciclo de vida se completa em até 14 dias a uma temperatura de 23 a 25 graus.


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2.5 Tratamento da Doença

Na maioria das vezes, os tratamentos são feitos com compostos de sais de cobre. Boa parte
dos peixes não toleram esse tipo de medicação, então, tome cuidado antes de aplicar. Aqui estão
algumas outras coisas que você pode usar:

 Sais de quinina, azul de metileno ou o Labcon Íctio em conjunto com o Labcon Aqualife;

 Alguns parasitas também obtêm energia através da fotossíntese. Portanto, cubra o aquário,
isso irá ajudar a deixá-lo mais fraco;

 Aumentar a temperatura da água do aquário também pode ajudar, porque o ciclo de vida
dele é acelerado pelo calor;

Causada pelo protozoário Oodinium pilullaris, a Oodiniose é uma doença contagiosa e que
se espalhar rapidamente para os demais peixes; por isso é rpeciso ser agil no tratamento. A doença
do veludo se manifesta por vários pontinhos dourados no corpo do peixe, daí a razão do nome
“doença do veludo”. Os principais sintomas são: dificuldade na engorda, consumpção
(emagrecimento) e asfixia.

2.6 Dactylogirose (nome popular: olhos embaçados)

Causada por um trematodo monogenético, essa doença se caracteriza por uma espécie de
neve branca que cobre os olhos dos peixes. Algo similar à catarata.

2.7 Hidropsia

É uma infecção bacteriana, responsável em causar paralisia nos órgãos internos dos peixes.
A doença começa com eriçamento das escamas e aumento do volume ventral, podendo causar a
morte dos peixes.

2.8 Buracos na Cabeça

Pelo que se sabe, essa doença está conectada ao protozoário Hexamita.

Os sintomas são surgimento de várias feridas nos peixes que posteriormente, evoluem para
buracos.
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2.9 Septicemia

Tudo começa com o aparecimento de pequenos vasos sanguíneos dilatados pelo corpo do
peixe, resultado de uma infecção bacteriana. Se a doença não for tratada, é comum que as
nadadeiras dos peixes caiam.

2.2.1 Fungo na Boca

Causada por uma bactéria, ela se manifesta com o surgimento de uma camada branca ao
redor da boca do peixe (similar ao algodão).

Os peixes estão vulneráveis a uma diversos tipos de doenças e por isso é preciso que o
criador fique sempre atento. Ao notar algo estranho nos peixes, procure investigar e descobrir o
que se trata para não ter prejuízos em seu criadouro.

2.2.2 Vírus da síndrome da Mancha Branca (WSSV)

Agente

A síndrome da mancha branca é causada por um vírus denominado Vírus da mancha branca,
pertencente à família Nimaviridae e gênero Whispovirus. A nomenclatura foi aprovada no Comitê
Internacional de Taxonomia Viral (ICTV) cujo nome é White spot syndrome virus 1.

2.2.3 Sinais Clínicos

Manchas brancas embutidas dentro do exoesqueleto é o sinal clínico mais comumente observado.
Todavia, outras enfermidades podem causar manchas brancas na carapaça do camarão. Altos graus
de variação de cor, com predomínio de avermelhada ou camarão descolorido rosada são vistos em
populações doentes.

Mudanças de comportamento são sinais que devem ser observados atentamente. Se o


camarão parece letárgico, se a cor muda para rosa ou marrom-avermelhada, se os animais se
reúnem em torno das bordas das criações na superfície da água ou se há uma rápida redução no
consumo alimentar, pode ser indício de doenças que podem levar a uma alta mortalidade na criação.
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2.2.4 Prevenção e Controle

Práticas gerais de manejo são as melhores medidas para prevenção do vírus da mancha branca, tais
como: evitar altas densidades nas estações frias, adquirir animais “livres de patógenos específicos”
(SPF) ou povoar com animais testados

PCR-negativos. Opte por utilizar água biossegura e sistemas de policultivo com camarão e
peixes.

2.2.5 Vírus da Mionecrose Infecciosa (IMNV)

Agente

Vírus da mionecrose infecciosa (IMNV), membro da família Totiviridae.

2.2.6 Sinais Clínicos

Na fase aguda da doença, o animal apresenta extensas áreas de necrose brancas nos
músculos, com áreas de aspecto leitoso, especialmente na cauda, e em estágios mais avançados
essas lesões podem se tornar necróticas e avermelhadas em alguns camarões. Animais severamente
afetados tornam-se moribundos e a mortalidade pode ser alta e repentina após um evento de
estresse.

2.2.7 Prevenção e Controle

Prefira adquirir animais testados e negativos para IMNV através da técnica de reação em
cadeia reversa da polimerase (RT-PCR) e animais livres de patógenos específicos (SPF). Se houver
infecção, realize vazio sanitário conforme recomendações de instituições como OIE e MAPA.

Utilizar linhagens de camarões resistentes também é uma boa alternativa de prevenção ao


IMNV. Infecção por Penaeus stylirostris densovirus (PstDNV) (antigamente conhecida por necrose
hipodérmica hematopoiética infecciosa - IHHNV)

2.2.8 Necrose hematopoiética

Agente

A infecção por Penaeus stylirostris densovirus (PstDNV), antigamente conhecida por


hipodermal e necrose hematopoiética é causada por um parvovírus não-envelopado. O vírus está
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sob análise no Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV), classificado atualmente na


família Parvoviridae, gênero Brevidensovirus, espécie Penaeus stylirostris densovirus (PstDNV).

2.2.9 Sinais Clínicos

O sinal clínico crônico mais evidente é a síndrome do rostro deformado (RDS), além de
apresentarem crescimento reduzido e deformidades n carapaça. Em alguns casos, pode apresentar
mortalidades próximas de 100 %.

2.3.1 Prevenção e Controle

Realizar o rastreamento prévio de IHHNV por PCR para descartar infecção pelo vírus antes
de povoar tanques e viveiros. Realizar boas práticas de manejo. Adquirir animais livres de doença
específica pode ser uma medida, mas não é a mais eficaz neste caso.

2.3.2 Bactéria da Hepatopancreatite necrosante (NHP)

Agente

Hepatopancreatite necrosante é uma doença bacteriana causada por uma bactéria Gram-
negativa, do tipo Rickettsia, que acomete o hepatopâncreas.

2.3.3 Sinais Clínicos

Sinais clínicos incluem: letargia, ingestão de alimentos reduzida, hepatopâncreas atrofiados


e pálidos, anorexia, trato digestivo vazio, elevada conversão alimentar, crescimento reduzido
perceptível. Ainda podem ser observados: exoesqueleto amolecido, corpo flácido, cutícula frouxa,
brânquias escurecidas, lesões ulcerativas na cutícula.

2.3.4 Prevenção e Controle

Segundo a OIE, o melhor tratamento para NHP é a utilização de antibióticos, se a doença


for detectada na fase inicial.

Importante detectar precocemente para evitar o canibalismo e iniciar o tratamento


rapidamente. Aplicar cal hidratada para a desinfecção do fundo dos tanques reduz a incidência de
NHP. Secagem prolongada ao sol do fundo dos viveiros e desinfecção de equipamentos com
hipoclorito de cálcio são medidas preventivas importantes.
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2.3.5 Doença: Septicemia móvel

Agente

Aeromonas são bactérias Gram-negativas, que se movem ativamente através de flagelos.


Três espécies são reconhecidas como mais importantes: Aeromonas hydrophila, A. caviae e A.
sobria.

2.3.6 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos são comuns à septicemia/sepse bacteriana, que incluem natação lenta,
anorexia, lesões cutâneas e ulcerativas com aspecto hemorrágico. Pode ocorrer exoftalmia, olhos
hemorrágicos, ascite, anemia, necrose nas nadadeiras e perda de pele e escamas.

A doença é transmitida horizontalmente através do contato direto com animal infectado,


principalmente se apresentar lesões na pele, ou a partir da água, sedimentos ou excretas. Importante
salientar que as bacterioses tem sinais clínicos parecidos e os exames diferenciais são a melhor
maneira para identificar o agente.

2.3.7 Prevenção e Controle

Boas práticas de manejo e diminuição do estresse para o animal. Adquirir alevinos e juvenis
com boa qualidade, respeitando a quarentena antes do povoamento. Realizar a desinfecção do local
sempre que houver confirmação de infecções.

2.3.8 Tratamento

O tratamento é frequentemente realizado com a aplicação de antibióticos, seguindo a


recomendação de especialista em doenças de animais aquáticos. É importante realizar testes de
antibiograma para identificar qual antibiótico usar.

2.3.9 Doença: Septicemia por Edwardsiella sp.

Agente

Edwardsiella tarda e E. ictaluri são bactérias Gram-negativas, pertencentes à família


Enterobacteriaceae. São anaeróbios facultativos, e mesófilos, isto é, crescem na ausência de
oxigênio e preferencialmente em temperaturas de 20 a 35°C.
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2.4.1 Sinais Clínicos

Lesões na cabeça, musculatura e cauda, podendo evoluir para abscessos. Hemorragias pelo
corpo. Odor desagradável, despigmentação cutânea, nódulos nas brânquias. Em casos em que
ocorre a sepse/septicemia, é possível evidenciar ascite, distensão da cavidade visceral, exoftalmia,
prolapso anal e internamente, nódulos brancos no fígado, baço e rins.

Mortalidades entre 5 e 30%. Morbidade entre 5 e 70%.

É uma zoonose. Pode ser transmitida aos seres humanos pela ingestão de peixes
contaminados, causando infecções entéricas, meningites e/ou doenças hepáticas. O manuseio pode
causar lesões na pele.

2.4.2 Prevenção e Controle

Evitar o estresse dos peixes de criação, mantendo baixas densidades. Evitar acúmulo de
matéria orgânica na água. Realizar correto manejo sanitário do local.

2.4.3 Tratamento

Tratamento é realizado com antibióticos, podendo ser utilizado uma larga gama de
antimicrobianos. Contudo, as dosagens e duração do tratamento deve ser realizada por profissional
competente, evitando tratamentos equivocados ou formação de bactérias resistentes a antibióticos.
É importante realizar testes de antibiograma para identificar qual antibiótico usar.

2.4.4 Doença: Columnariose por Flavobacterium columnare

Agente

Flavobacterium columnare é uma bactéria aquática, Gram-negativa, estritamente aeróbia,


em forma de bacilo longo que não forma esporos e não possui flagelo.

2.4.5 Sinais Clínicos

Sintomas iniciais não específicos, incluem letargia, inapetência, natação errática,


movimentos operculares acelerados, pontos acinzentados ou áreas amareladas de erosão, usual ente
envoltas por uma zona avermelhada na cabeça, superfície corporal e brânquias. Com a progressão
da doença, estes locais apresentam necroses envolvendo a epiderme, derme e musculatura.
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OBS: É considerada uma zoonose. Pode ser transmitida aos seres humanos pela ingestão
de peixes contaminados, causando infecções entéricas, meningites e doenças hepáticas. O
manuseio pode causar lesões na pele.

2.4.6 Prevenção e Controle

Evitar o estresse dos peixes de criação, mantendo baixas densidades. Evitar acúmulo de
matéria orgânica na água. Realizar correto manejo sanitário do local e manter alevinos e juvenis
adquiridos em quarentena antes do povoamento são medidas que ajudam a evitar surtos de doenças
em criações.

2.4.7 Tratamento

Tratamento é realizado com antibióticos. Contudo, as dosagens e duração do tratamento


devem ser realizadas por profissional competente, evitando tratamento equivocado ou formação de
bactérias resistentes a antibióticos. É importante realizar testes de antibiograma para identificar
qual antibiótico usar.

2.4.8 Doença: Franciselose

Agente

Francisella spp., são bactérias Gram-negativas em forma de cocobacilo.

2.4.9 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos podem ser discretos na fase aguda, porém podem evoluir para
esplenomegalia, exoftalmia, presença de manchas brancas/nódulos no baço, rins, fígado, tronco e
brânquias, palidez, perda de apetite, redução da movimentação/natação, natação errática. Pode
causar alta taxa de mortalidade, especialmente em alevinos e juvenis.

2.5.1 Prevenção e Controle

A transmissão pode ocorrer por contato direto com animais infectados, através de água ou
alimentos contaminados ou por vetores. Realizar boas práticas de manejo, controle da densidade
dos tanques, realizar correto manejo sanitário do local, além de adquirir alevinos certificados como
livres deste patógeno e realizar a quarentena antes do povoamento, são importantes medidas para
evitar o surto da doença.
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2.5.2 Tratamento

O uso de antibióticos, dosagem e duração do tratamento devem ser recomendados por


profissional competente, evitando tratamento equivocado ou formação de bactérias resistentes a
antibióticos. É importante realizar testes de antibiograma para identificar qual antibiótico usar.

2.5.3 Doença: Pasteurelose

Agente

Pasteurella piscida são bactérias Gram-negativas em forma de bastonete.

2.5.4 Sinais Clínicos

A pastereulose também é conhecida como pseudo-tuberculose porque na fase crônica da


doença ocorrem nódulos granulomatosos ou tubérculos esbranquiçados em órgãos internos.

Na fase aguda, ocorre escurecimento do corpo.

Pode ocorrer acúmulo de material purulento na cavidade visceral. A taxa de mortalidade


pode ser elevada. Em casos agudos, ocorrem grandes perdas em um curto período de tempo.

2.5.5 Prevenção e Controle

A transmissão é horizontal é a mais proeminente.

Boas práticas de manejo, controle da densidade dos tanques, realizar correto manejo
sanitário do local e quarentena de alevinos adquiridos antes do povoamento são importantes
medidas para evitar o surto da doença.

2.5.6 Tratamento

O uso de antibióticos, dosagens e duração do tratamento devem ser prescritos por


profissional competente, evitando tratamento equivocado ou formação de bactérias resistentes a
antibióticos. Estirpes resistentes a antibióticos já foram identificadas. É importante realizar testes
de antibiograma para identificar qual antibiótico usar.
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2.5.7 Doença: Septicemia por Streptococcus

Agente

Streptococcus spp. São bactérias Gram-positivas, no qual destacam-se Streptococcus iniae,


S. agalactiae e S. dysgalactiae.

2.5.8 Sinais Clínicos

Os sinais clínicos são típicos de uma sepse bacteriana. Incluem anorexia, escurecimento da
pele, natação errática, letargia, curvatura do corpo, exoftalmia (acompanhada de opacidade de
córnea e/ou hemorragia intraocular), ulceração da epiderme, hemorragias pelo corpo,
principalmente ao redor da boca, opérculo e nadadeiras.

As lesões internas incluem congestão branquial, hepatomegalia e esplenomegalia


acompanhada de congestão, ascite e encefalomalácia. A doença causa altas taxas de morbidade e
mortalidade de peixe.

2.5.9 Prevenção e Controle

Transmissão é horizontal ou via água, fecal-oral, através de alimentos contaminados. Evitar


altas densidades. Utilizar boas práticas de manejo, retirar imediatamente os animais mortos e
moribundos. Realizar o vazio sanitário em locais que forem identificados animais portadores da
doença, bem como a desinfecção química do local e utensílios. Adquirir alevinos e juvenis com
boa qualidade e mantê-los em quarentena antes do povoamento.

2.6.1 Tratamento

Vacinas e antibióticos. O uso de antibióticos, dosagens e duração do tratamento devem ser


indicadas e realizadas por profissional competente, evitando tratamentos equivocados ou formação
de bactérias resistentes a antibióticos. É importante realizar testes de antibiograma para identificar
qual antibiótico usar.

2.6.2 Doença: Doença do vírus da Tilápia do Lago

Agente

Vírus. Tilapia lake virus (TiLV).


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O TiLV foi descrito como um novo vírus na família Orthomyxoviridae.

2.6.3 Sinais Clínicos

Formas jovens são as mais afetadas.

Os sinais clínicos incluem alterações oculares, opacidade da lente e em casos avançados,


lente rompida. Pode apresentar escurecimento da pele, erosões cutâneas, necroses nas nadadeiras,
hemorragias nas membranas cerebrais (leptomeninge) e congestão do baço.

OBS: Não tem importância zoonótica.

2.6.4 Prevenção e Controle

A transmissão é horizontal pelo contato direto entre animal infectado e animais

saudáveis. Restrições ao movimento de tilápias vivas de locais onde há presença do vírus.


Boas práticas de biossegurança, desinfecção e limpeza para minimizar a propagação do vírus
através de equipamentos, veículos ou funcionários. Adquirir alevinos e juvenis saudáveis e
mantê-los em quarentena antes do povoamento.

2.6.5 Doença: Infecção por iridovírus

Agente

Vírus da necrose infecciosa do baço e do rim (do inglês infectious spleen and kidney
necrosis virus - ISKNV). Pertence à família Iridoviridae, gênero Megalocytivirus.

2.6.6 Sinais Clínicos

Letargia, palidez branquial e distensão da cavidade abdominal devido à ascite.

2.6.6 Prevenção e Controle

Boas práticas de biossegurança, desinfeção e limpeza para minimizar a propagação do vírus


através de equipamentos, veículos ou funcionários. Utilizar matrizes saudáveis e adquirir alevinos
e juvenis saudáveis, fazendo um manejo adequado.
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3. Conclusão

Pode-se concluir que a mortalidade de peixes que ocorre nas explorações aquícolas, devida
à ação de agentes patogénicos,constitui ainda um dos maiores entraves ao desenvolvimento
económico do sector. Tendo em conta a sua origem, as doenças podem subdividir-se em não
infeciosas e infeciosas, sendo estas últimas as de maior importância e a principal causa de perdas
económicas elevadas. As doenças infeciosas agrupamse em três categorias, de acordo com a sua
etiologia viral, bacteriana e parasítica. Estas doenças são muitas vezes indicadoras de condições
fisiológicas e patológicas, resultantes de alimentação inadequada, infeções subclínicas, ou
condições ambientais adversas. Estas situações, tendo em conta as consequências, merecem uma
atenção redobrada por parte dos aquicultores.
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4. Referências bibliográficas

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