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“O pessimista queixa-se do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas.” - Willian George Ward
“É fácil livrar-se das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por se ter livrado delas” - Graciliano Ramos
Há dois tipos de alunos: os que estudam e comemoram com os resultados e os que enrolam e sofrem no final. Procure estar
no primeiro grupo. Pois as oportunidades passam. – Adalto Linhares
CERES, 2011.
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SUMÁRIO
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1. INTRODUÇÃO GERAL
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1.1. Evolução Histórica e Geográfica da Zootecnia
Os instrumentos para caça evoluíram de simples bastão para facas, lanças, arcos,
flechas e passaram a influir sobre toda a cultura, servindo também como instrumento de
guerra. A caça e a guerra tornaram-se atividades paralelas em busca por espaço
territorial, desenvolvendo-se independentemente, em toda a sociedade primitiva. O arpão,
similar a lança, prestou-se particularmente à caça de animais aquáticos pela facilidade de
manter presa a vítima atingida, tornando-se o homem pescador (TORRES, 1990).
À proporção que o homem evolui, vai aperfeiçoando sua arte de caçar. Novos
instrumentos são descobertos e novos artifícios são criados para facilitar a captura. De
perseguição e simples corrida surge a caça em grupo, o cerco e a emboscada, instrumentos
inventados ou aperfeiçoados, permitindo a caça aos animais de maior porte, como mamutes,
bisões, ursos e renas.
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1.1.2. Relacionamento do homem com os animais
A vida de caçador não significava “guerra” entre homens e animais. Produzindo uma
modificação entre aquela relação, quando os animais, em lugar de serem uma presa
procurada, se fizeram necessário, tornando-se imprescindível protegê-los pela sua
importância para a sobrevivência das primeiras comunidades humanas.
A ingestão de carne tinha se tornado uma necessidade dietética quase insuperável
para a sobrevivência humana.
A sequência evolutiva lógica seria de que inicialmente alguns grupos humanos
limitavam-se simplesmente a caçar, seguindo as manadas e suas migrações. Na etapa que
se segue, os animais eram conduzidos para melhores zonas de pasto e abatidos quando
necessário. Posteriormente a estes comportamentos, foram aprisionados alguns indivíduos
para serem mantidos em cativeiro, vindos finalmente a ser exercido sobre eles um controle
social total. Todavia, é bem provável que alguns animais como o cão e o porco,
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possivelmente, tivessem de forma espontânea procurando aproximação do homem,
aproveitando-se de restos de comida e proteção por acaso existente nos acampamentos.
Segundo pesquisas efetuadas, após o período Paleolítico superior (15.000 anos a.C.)
na fase remota começando a domesticar o lobo, prosseguindo a domesticação do cão para
participação de caçadas junto ao homem, ou mesmo já utilizado como elemento de guarda.
Já no período Neolítico (10.000 anos a.C.), no imenso espaço da Ásia Central que
seguramente efetivou-se a domesticação da grande maioria dos animais.
Concomitantemente na Mesopotâmia, no Vale do Nilo, na Europa e no extremo oriente.
Algumas espécies foram domesticadas em pontos diversos e ao mesmo tempo (caso
do cão, porco, cabras, ovelhas, boi, jumento, cavalo, camelo, galinha, peru), podendo
afirmar que todas as grandes civilizações domesticaram animais e desenvolveram seu uso e
que quase todos os povos que se expandiram na superfície da erra foram pastores por
excelência, tendo hábitos consequentes ao modo de exploração animal.
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O cavalo como arma de guerra
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Os persas montaram exercito fabulosos para defrontaram-se com os gregos, os
quais, por intermédio de Alexandre (356-323 anos a.C.), ocuparam a maior parte do mundo
conhecido com o apoio de cavalos bastante selecionados.
Em seguida os gregos, os romanos estabeleceram um império de dimensão ainda
maior, mantendo tropas de grande eficiência bélica. Os romanos aperfeiçoaram o correio
montado, estruturando em um perfeito sistema viário, aliado a cavalos ágeis e resistentes,
levando comunicação rápida a todas as partes do império.
Oriente Médio - Os povos do Oriente Médio, como pastores típicos, foram sem
dúvida responsável pelo desenvolvimento e pela expansão dos animais domésticos, porém
tudo dentro do total empirismo e sabedoria divina, sem dúvida os ovinos e caprinos foram
responsáveis por alimentar e cobrir a humanidade.
Gregos – A zootecnia, evoluindo de “arte de criar” para ciência começa seus passos
na “Grécia Clássica” quando surgiram os primeiro tratados sobre saúde dos animais,
ressaltando a importância da saúde para o desenvolvimento na criação de animais, os quais
além de descritivos servirão de orientação e legado histórico para os interessados, escrito
por Epicarnus cerca de 450 anos a.C. Depois, Hipócrates em 390 anos a.C., considerado o
“pai da medicina” descreve as doenças típicas e sua terapia. Nos anos de 350 a.C. o general
grego Xenofonte, especialista da arma de cavalaria redigiu “Anabasis” obra magnífica sobre
equitação, criação de cavalos e seu uso militar. E Por volta dos anos 300 a.C. o maior
destaque grego foi Aristóteles que edita sua grandiosa “História Natural dos Animais”,
descrevendo detalhadamente enfermidades e seus tratamentos, preocupando-se com a
anatomia, Fisiologia e Reprodução.
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Figura. Escultura de cavalos em Roma
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A Idade Média
Árabes – Na idade média com a decadência de Roma, que foi uma civilização de
agricultores e não de pastores, a importância dos animais decresce comparativamente a
agricultura, excluindo-se do cavalo que mantém sua importância militar e como produtor de
força motriz. Durante a idade média os arames progrediram no interesse sobre criação de
animais, absorvendo a cultura Greco-romana. No ano 700. Elnaceri escreveu uma obra
importante, “criação de cavalos” no qual fundamentaram para desenvolver seus equinos
leves e rápidos, os quais vieram para contribuir para a formação de todas as raças de sela
da atualidade. Já nos anos 980, Avicena, considerado um dos primeiros especialista em
Veterinária redigiu uma obra intitulada em “Patologia Animal” e por volta dos anos de 1.100,
outro grande médico Ibnalavan, compôs o “Livro da Saúde”, concentrando todo
conhecimento sobre saúde dos animais domésticos. Posteriormente em 1.250, Jordano
Rufo publicou “Medicina dos Cavalos”.
Além da contribuição científica e do melhoramento dos cavalos, aos árabes deve ser
dado o reconhecimento à importância que deram à criação de carneiros, tendo contribuído
para formação dos Merinos para produção de lã fina de alta qualidade.
Com o embasamento dados pelos grandes naturalistas, a “arte de criar” evoluiu para
uma nova ciência.
O valor do cavalo como “máquina de guerra” continuou a ser a mola propulsora da
aplicação dos conhecimentos científicos já existentes na criação de animais.
Fundamentada na necessidade prioritária do aprimoramento do cavalo, foram criadas
pelo governo francês, sob inspiração de Claude Bourgelat, as primeiras escolas de
veterinária do mundo, (Lion/1761 e Alfort/1766), que se tornaram instrumentos substanciais
para o aparecimento da ciência zootécnica.
No entanto, a distinção formal entre o cultivo de vegetais e a criação de animais se
deu em 1844, quando o Conde Adrien de Gasparin publicou o livro "Cours d'Agriculture",
separando definitivamente o estudo dos vegetais cultivados e dos animais criados pelo
homem. O estudo do cultivo dos vegetais já era conhecido com o nome de Agricultura. Para
o estudo da criação dos animais domésticos, o autor propôs o termo “Zootechnie”, do grego:
zoon = animal, e technê = arte.
Em 1848, com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em Paris (França),
foi adotada a distinção proposta pelo Conde de Gasparin e para o ensino teórico da
exploração dos animais domésticos foi estabelecida a Cátedra de Zootecnia.
A Zootecnia como ciência surgiu em 1849, na França, com a aprovação de uma tese
apresentada pelo naturalista Emile Baudement em concurso para a Cátedra de Zootecnia do
Instituto Agronômico de Versailles, ao tornar-se o primeiro docente de Zootecnia. Nesta tese,
foi estabelecido o princípio teórico que consiste em considerar o animal doméstico como
uma máquina viva transformadora e valorizadora dos alimentos, constituindo-se no
fundamento de todos os conhecimentos zootécnicos. Assim, constata-se que a arte de criar
é remota, enquanto a ciência de criar surgiu há um pouco mais de um século e meio.
Com isso, a agricultura e a criação de animais foi um passo muito importante para a
alteração do modo de vida do homem, pois deu a ele não só a possibilidade de não ter de se
deslocar para obter a carne e as peles necessárias à sua alimentação e conforto, mas
também o leite, e com a domesticação do boi, uma força para tração.
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Em seguida foi traduzida para os demais idiomas latinos de povos de cultura
fortemente influenciada pela ciência francesa. Porém em 1951 foi criada a Sociedade
Brasileira de Zootecnia (SBZ), e em 1966 o primeiro Curso de Zootecnia, no Brasil, foi criado
pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na cidade de Uruguaiana, no
Estado do Rio Grande do Sul. E logo após, a profissão de Zootecnista foi regulamentada em
quatro de dezembro de 1968 pela lei federal 5.550. Em 12 de julho de 1969, através do
Parecer 406, Resolução n° 6, foi estabelecida o currículo mínimo e a duração para o curso
de Zootecnia.
No sentido de melhor conhecimento da Zootecnia, recomenda-se recorrer ao vasto volume de fontes
bibliográficas, desde aquelas pioneiras, como os livros Introdução à Zootecnia e Elementos de Zootecnia Tropical, de
autoria do professor Octávio Domingues, grande responsável pela consolidação da Zootecnia no Brasil, às mais atuais, que
apresentam uma visão atualizada da evolução da Zootecnia no Brasil, incluindo-se Ferreira e Pinto (2000), Fonseca (2001)
e Miranda (2001), sendo recomendado ainda o conhecimento da História da Sociedade Brasileira de Zootecnia, segundo
Peixoto (2001).
Baudement conceituou que os “animais são máquinas”, não querendo com isto fazer
comparações configurativas, mas expressando um conceito com é entendido na indústria.
Pois, os animais comem, são máquinas que consomem, que queimam certa quantidade de
combustível de alguma espécie. Eles movem-se: são máquinas em movimento obedecendo
as leis da mecânica. Produzem leite, carne e força: são máquinas fornecendo um
rendimento, por uma determinada despesa.
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Para fins didáticos, a Zootecnia é subdividida em Zootecnia Geral e Zootecnia
Especial.
Em Zootecnia Geral, os animais domésticos são considerados como seres vivos que
evoluíram e apresentam características de natureza étnica e zootécnica, influenciando-se
por fatores ambientais de ordem natural ou artificial (alimentação, sanidade, bem estar e
manejo) e que se reproduzem sujeitos às leis da hereditariedade, portanto, capazes de
sofrer melhoramento genético.
Em Zootecnia Especial, são estudados processos, técnicas e sistema de criação,
variáveis com a finalidade da exploração e o destino dos produtos, com a qualidade dos
animais a multiplicar, e com as potencialidades do ambiente criatório. Assim, surge a
Zootecnia de cada espécie doméstica, cada uma com sua denominação particular, dentre
elas destacam: bovinocultura, bubalinocultura, ovinocultura, caprinocultura, equideocultura
suinocultura, avicultura, aquicultura (piscicultura), apicultura, cunicultura, sericicultura, entre
outras, ou mesmo, aquelas que, embora não ainda consideradas domésticas, sejam
exploradas racionalmente, como por exemplo, a ranicultura (rãs), a carcinicultura
(crustáceos – camarões); minhocultura, e mais atualmente a criação de animais silvestre e
aves alternativas.
A Zootecnia como ciência investiga, por meio da observação e da experimentação, os
fenômenos biológicos aos quais estão sujeitos os animais domésticos, em determinado
ambiente natural ou artificial. Entretanto, não se trata de uma ciência pura, sendo
dependente de outras ciências para desenvolver-se. Portanto, além do conhecimento
individual, proporcionado pela Anatomia e Fisiologia Animal, a Zootecnia se fundamenta em
ciências auxiliares quando da adaptação, alimentação, melhoramento e sanidade animal,
gerenciamento da produção e tecnologia de alimentos, destacando-se:
● Zoologia;
● Citologia, Histologia, Embriologia;
● Bioquímica
● Microbiologia;
● Anatomia e Fisiologia Animal e Vegetal;
● Higiene e Profilaxia;
● Parasitologia animal;
● Solos e Nutrição de Plantas;
● Meteorologia e Bioclimatologia;
● Pastagens e Forragicultura;
● Bromatologia;
● Alimentos e Alimentação
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● Nutrição e Formulação de Rações;
● Melhoramento Genético;
● Raças, Exterior e Julgamento;
● Reprodução Animal;
● Produção Animal (Principais espécies de interesse zootécnico);
● Tecnologia de processamento de Alimentos;
● Industrialização de Produtos de Origem Animal;
● Técnicas e Análises Experimentais.
● Instalações e Equipamentos Zootécnicos;
● Mecânica e Máquinas Agrícolas;
● Construções Rurais;
● Administração e Economia Rural;
● Gestão de Recursos Ambientais;
● Gestão Empresarial e Marketing;
● Planejamento e Projetos Rurais
● Política e Desenvolvimento Agrário;
● Sociologia e Extensão Rural;
● Ética e Legislação;
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2. DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS
GERAL:
“Criado e reproduzido pelo homem em cativeiro e de mansidão natural para uma utilidade ou
serviço.” Ex: bovinos, ovinos, suínos, eqüinos, etc.
-O fato de conviver ou mesmo depender do homem, não cria condições do animal ser
considerado doméstico. Ex: aves canoras, ratos, focas, elefantes e outros.
BAUDEMENT (1869):
“Os animais domésticos são os que estão sob o domínio do homem, não individualmente,
mas de geração em geração.”
KELLER (1909):
“Possuem uma simbiose durável com o homem, por ele utilizados com fim econômico
determinado, reproduzem-se indefinidamente nessas condições.”
- Homem dá cuidados e alimentação e recebe em troca utilidades e serviços.
Ex. Cão, Porco, Cabras e Ovelhas
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“DOMÈSTICO é o animal que criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condições
através de gerações por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em
mansidão.”
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Mansidão: É a expressão da ausência do extinto selvagem, que passa essa tendência
aos descendentes por hereditariedade.
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Facilidade de adaptação Ambiental: Devido às mudanças de ambientes, que são
comuns durante a domesticação, o animal que tem dificuldades nesta adaptação tem
dificuldades de atingir o final deste processo.
1ªFase - Cativeiro: Fase inicial, quando o homem mantém os animais presos, todavia, em
princípio, não obtendo dele nenhuma utilidade. É o caso dos animais de zoológicos.
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3ª Fase – Domesticação propriamente dita: Última e fundamental fase, que constitui o
estágio total de domesticidade, atingindo o nível máximo do processo, onde a necessidade
de ter esses animais em domesticidade se tornou inevitável para a vida do homem.
1-Alimentação:
-Necessidade de uso dos animais e/ou seus produtos como alimento, tendo uma reserva
principalmente para os períodos de escassez.
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-O parto de fêmeas em cativeiro foi um avanço, para o uso do leite animal pelo homem.
2-Sobrevivência Ambiental:
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4-Inspiração Religiosa:
-A presença do animal como fonte de motivação para a caça, ritos religiosos etc.
Pacíficos: Neste método não foi utilizado à força, os animais pelo instinto de
sociabilidade, ofereciam condições de conviver junto ao homem, o animal aproximou do
homem em busca de alimento e proteção contra intempéries e outras situações de
dificuldade. Exemplo: Cão, Gato e Porco. Ex. Doma racional
2.6. Asselvajamento
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Vale ressaltar que o processo de domesticação é dinâmico, havendo necessidade de
assistência e vigilância sobre os animais, pois, os animais abandonados a própria sorte,
podem voltar ao estado selvagem, em um processo chamado asselvajamento.
Ex. Búfalos na Ilha do Marajó; Cavalos selvagens nos E.U.A. (Filme – Corcel Negro),
Espanha, Austrália, França e Inglaterra (mantidos sob proteção governamental), Boi de
brabeza (Histórias de Goiás).
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O meio ambiente está relacionado a situações divergentes e que devem ser
comparadas em conjunto, para facilitar nosso entendimento destaca o ambiente físico e
biológico atuando sobre os animais.
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Principais modificações
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No quadro abaixo está resumido estas principais modificações.
Morfológicas: Atingem a estrutura do organismo dos animais com conseqüência sobre as atividades
fisiológicas.
Carac.Morfológicas Selvagem Doméstico
Qualidade do pêlo São grosseiros, mal distribuídos e, Finos e sedosos, distribuídos
às vezes apresentando maior uniformemente pelo corpo
concentração em torno da cintura
da escapular
Coloração da pelagem Uniforme, discreta, parda e curta, Combinações das mais variadas, formando
podendo mudar com a estação do pelagens compostas e conjugadas
ano
Tamanho e dimensões São mais ou menos uniformes, Varia com a raça, e havendo maior
corporais: com maior desenvolvimento da equilíbrio entre a cintura pélvica e
Ex. Suíno cintura escapular. escapular.
Orelhas Em geral são bastante móveis Variado
Defesas Bastante desenvolvida Menor tamanho ou mesmo ausentes
(Chifres, Garras e Dentes fortes)
Gordura Reduzida às necessidades de Têm o panículo adiposo desenvolvido e o
suprir períodos carências deposito de gordura muitas vezes
exagerado
Esqueleto Ósseo Fortes e grossos Estrutura relativamente fraca e leve
Fisiológicos - Estas modificações são sem dúvida, as mais notáveis, exatamente pelo fato da
exploração animal depender de maior intensidade fisiológica.
Carac. Fisiológicas Selvagem Doméstico
Velocidade de Mais desenvolvido pela Bastante reduzida, com exceção do
locomoção necessidade de defesa. cavalo e alguns cães.
Vôo Com exceção das aves terrestre, Algumas aves perderam parcial ou
Ex. Galinha caipira e todas têm capacidade para o vôo. totalmente essa capacidade, devido o
frango de corte excesso de peso corporal.
Fertilidade Pouco acentuada, e tendem a Férteis e a maioria são poliéstricas
estacionalidade reprodutiva. contínua.
Prolificidade Numero limitado devido a São mais prolíferos
Ex. Porca Caipira e de necessidade de proteção da prole
Granja
Lactação - Ex. Bovino, Restrita a alimentação das crias Alta produção e Persistência de Lactação.
Bubalino,Ovino,Caprino.
Tipo Corte e Leite.
Choco Característica própria das aves Vem desaparecendo em algumas aves de
para incubar os ovos alta produtividade (Galinha e Codornas de
Postura)
Velocidade Lento ou mesmo retardada Acelerada
crescimento Baixo ganho em peso Alto ganho em peso
Precocidade sexual Animais tardios - demoram a Animais precoces - começam reproduzir
iniciar a atividade reprodutiva muito jovens
Etológicos – Diz respeito ao comportamento individual e social dos animais e sua conseqüência
nas condições sob estudo.
Carac. Etológicas Selvagem Doméstico
Instinto de defesa Bastante aguçado: Audição, Reduziram bastante seus instintos de
Visão e Olfato muito evoluído e defesa, sendo em algumas espécies
adaptados por necessidade de incapaz de sobreviverem em ambiente
auto proteção. selvagem.
Comportamento sexual Monogamia na maioria das Há maioria é orientado pelo homem, e são
espécies, mantendo o instinto pressionados a reproduzir constantemente
reprodutivo limitado à temporada e com curto intervalo de tempo.
da reprodução. Os machos lutam
acirradamente pela dominância.
Relacionamento com o Ausente Em virtude da intensa observação, e
homem cuidados ocorre a interação harmoniosa.
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Exemplos:
(Geração 0)
50 %
(Geração 1)
50 %
25 %
(Geração 2)
50% 25%
12,5%
(Geração 3)
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Produção e Persitência
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A Seleção: Alterando a atividade da seleção natural, substituindo pela seleção
artificial, o trabalho do homem foi de fazer reproduzir, em separado, formas com
características próprias. Em conseqüência muitas espécies hoje em domesticidade não
apresentam nenhuma ou quase nenhuma semelhança com seus ancestrais selvagens.
Convém salientar que o processo seletivo inicial, muito provavelmente, o homem deve ter
separado para reprodução indivíduos mais mansos e dóceis, tendo depois partido pelas
vantagens produtivas apresentada para exploração, devido a presença de atributos
especiais mais destacados.
Em condições naturais
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3. AS ESPÉCIES DOMÉSTICAS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO
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Classificação zoológica
REIN SUB-
FILO SUB-FILO CLASSE ORDEM SUB-ORDEM FAMÍLIA GÊNERO ESPÉCIE NOME
O FAMÍLIA
Bubalus Bubalus bubalis Bubalino Búfalo
Bovidae Bovinae
Bos taurus taurus Bovinos
Característica Bos
Ruminantiae Bos taurus indicus Taurinos E Zebuínos
de possuir
cornos Caprinae Capra Capra hircus Caprino - Cabra
Artiodactilya Ovinae Ovis Ovis aries Ovinos - Ovelha
Dedos em n° par Sus domesticus(Sus scrofa,
Suínos - Porco
Suiformes Suidae Suinae Sus Sus vittaus, Sus mediterraneus
Sus scrofa Javali
Taiassu tajacu Cateto ou Catitu
Mammalia Tayassuidae Tayassuidae Taiassu
Taiassu percari Queixada ou porco-do-mato
(Mamífero
) Equus caballus Equinos Cavalo
Perissodactyla
Perissodactyla Equideos Equidae Equus Equus asinus Asinino, Jumento
Dedos em n° impar
Equus híbrido Muar- Burro
Rodentia Hystricognathi
Hydrochoeridae Hydrochoerus Hydrochoerus hydrochaeris Capivara,
Dentes insisivos
superiores pares e Agoutidae Agouti Agouti paca Pacas
grandes Dasyproctidae Dasyprocta sp. Dasyprocta sp. Cutias
Chordata- Lagomorpha Leporidae Oryctolagus Oryctolagus cuniculus Coelho
Vertebrad
Vertebrata Canidae Canidae Canis Canis familiares Cachorro
o, Crânio Carnívora
Animal E Encéfalo Felidae Felidae Felis Felis domestica Gato
Gallus Gallus domesticus Galinha
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Imagens de animais de interesse zootécnico
Bubalus bubalis – Bubalino: Búfalo x Búfala Bos taurus taurus- Taurino- Bovino: Touro x Vaca Bos taurus indicus – Zebuino- Bovino: T x V
Capra hircus – Caprino: Bode x Cabra Ovis Áries – Ovino- Carneiro x Ovelha
Sus domesticus – Suino- Cachaço x Porca Sus scrofa – Javali Taiassu tajacu-Cateto ou catitu Taiassu percari-queixada
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Imagens de animais de interesse zootécnico
Equus caballus – Equino:Cavalo x Égua Equus asinus – Azinino: Jumento x Jumenta Equus caballus x Equus asinus -Híbrido- Muares: Burro e Mula
Hydrochoerus hydrochaeris – Capivara Agouti paca - Paca Dasyprocta sp. - Cutia Oryctolagus cuniculus – Coelho
Canis familiares- Canino: Cachorro: Cachorro x Cadela Felis domestica: Felino: Gato x Gata
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Imagens de animais de interesse zootécnico
Gallus domesticus: Galinha Numilda galcaia- Galinhola/ Cocar Coturnix coturnix japônica- codorna
.....
Phasianus colchicus- Faisão Pavo cristatus - Pavão Meleagris gallopavo - Peru Sthutio camelus - Avestruz Rhea americana – Ema
Cairina moschata - Pato Anas boschas - Marreco Anser domesticus - Ganso Cygnus olor - Cisne
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Imagens de animais de interesse zootécnico
Peixes Nacionais
Pintado – Pseudoplatystoma coruscans
Pintado Surubim-Cachara Surubim – Pseudoplatystoma fasciatum
Pirarucu – Arapaima gigas
Tambaqui – Colossoma macropomum
Pacu – Piractus mesopotamics
Pirarucu Pirapitinga – Piractus brachypomum
Tambaqui Pacu Pirapitinga
Matrinxã – Brycon cephalus
Piraputanga – Bricon hilarri
Matrinxã Piauçu – Leporinus abtusidens
Curimbatá – Prochilodus sp.
Lambari – Astyanax bimaculatus
Tilápia vermelhas hibridas– Saint Peter
Piraputanga Tilápia Nilótica- Linhagem Supreme Tilápia Nilótica - L.Tailandesa
Principais Espécies Comerciais Adaptadas aos Cultivo Peixes Exóticos
Tilápia – do –Nilo – Oreochromis niloticus
Carpa comum – Cyprinus carpio
Piau çu
Lambari
Carpa Comum Carpa chinesas
Piau Três Pinta
Cabeça – grande: Aristchthys nobilis
Carpa Cabeçuda
Prateada : Hypophthalmichthys molitrix
Carpa Capim Capim: Ctenophryngodon idella
Curimbatá ou Papa-Terra
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Principais espécies de peixes adaptadas aos cultivos Obs.: Não inclui peixes ornamentais
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4. UTILIZAÇÃO DOS ANIMAIS
Procurando aumentar a produtividade animal, têm-se feito nos últimos anos enormes
esforços, no sentido de aumentar os conhecimentos no campo da fisiologia, objetivando
aplicações imediatas desses conhecimentos. O entendimento perfeito das funções do
organismo animal constitui a base para o desenvolvimento da ciência zootécnica, pois
funciona basicamente como uma indústria em que o animal é aproveitado como máquina
viva. Todo aproveitamento econômico dos animais está relacionado às suas funções, que é
o resultado de um conjunto de processos harmonicamente coordenados.
Classicamente tem sido agrupadas e relacionada as atividades fisiológicas em:
De Relação: que são aquelas que põem os animais em contato com o meio;
De Nutrição: que concorre para a conservação do indivíduo;
De Reprodução: que asseguram a perpetuação da espécie.
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Toda vez que se fala em reprodução, estará falando em fertilidade, que é a maneira
de externar a boa capacidade de reprodução. A fertilidade está sempre representada por
número de animais nascido por estação, intervalo entre parto (duração entre dois partos
(IEP)), período de serviço (período do parto a uma nova concepção), número de ovos
produzidos, números de ovos eclodidos, ou mesmo produção de óvulos, fertilidade dos
óvulos, número de larvas por desova, entre outros.
Exemplos:
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De uma maneira geral, as animais fêmeas mantêm seus ciclos estrais durante todo o
ano, como a vaca, a búfala, a porca e algumas raças de ovinos e caprinos. Tendo em vista
que algumas espécies ou raças têm uma época que concentra suas atividades reprodutivas
em determinado período do ano, conhecido como reprodução estacional (Sazonalidade
reprodutiva). Este caso é notável a interferência da luminosidade nas atividades fisiológicas
reprodutivas, podendo algumas espécies ser estimuladas quando a luminosidade diminui
(Fotoperíodo Curto- Outono/Inverno (Maioria das Raças de Ovinos e Caprinos)) ou quando a
luminosidade aumenta (Fotoperíodo Longo – Primavera/Verão (Aves e Equínos). Além da
relação entre a sazonalidade de produção natural de alimentos.
Especificamente, dependendo da reprodução, está a produção de ovos nas aves,
cujos conhecimentos científicos do setor alcançaram tais níveis que a maior ou menor
produção de ovos não é o problema primordial. Os maiores obstáculos são aqueles ligados
ao manejo, conforto, nutrição e sanidade.
Peixes- Piracema-Migração dos peixes na época das cheias, rio acima, para desova
4.1.2. Lactação
A lactação é uma atividade fisiológica própria das glândulas mamárias cujos produtos
(Colostro e leite) são os primeiros alimentos necessários para a preservação da vida nos
mamíferos.
Sobre a função leiteira, grandes esforços foram efetuados (principalmente na vaca),
para atingir produções extraordinárias (acima de 10 ton./vaca/lactação). Tais esforços no
melhoramento genético são surpreendentes, sobretudo se considerarmos a intensa
atividade fisiológica da produção de leite, pois, para a produção de 30 kg, há necessidade de
que o úbere circulem cerca de 7 toneladas de sangue (exemplo da vaca).
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A mama é uma glândula de secreção externa (exócrina) semelhantes àquela como as
sudoríparas e sebáceas, sendo todas de formação embrionária do tipo cutâneo. A função de
secreção de leite é divida em três fases: Iniciação da Produção; Manutenção da Produção; e
Expulsão (descida) do leite. Todas estas são de alta complexidade, resultantes (sobretudo
as duas primeiras) de fatores genéticos e ambientais.
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Figuras. Correlação das Fases da Lactação com as Condições Corporais
Curva de Produção durante a Lactação
Produção média diária
40
30
nº1
(L leite)
20 nº2
nº3
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Periodo de Lactação(meses)
Nem todos os animais têm sistema mamário iguais. Entre os animais produtores de
leite, destaca a vaca e a búfala que possui 4 glândulas de formação independente, enquanto
a cabra e a ovelha possuem duas. Os eqüídeos (Égua, Jumenta) também possuem dois
pares. Porém existem espécies mais prolifiticas com grande número de glândulas mamárias,
como exemplo podemos destacar a porca, cachorra e a gata.
Vaca e Búfala Ovelha, Cabra e Égua
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A dependência hormonal da lactação está inicialmente ligada a estrógenos e à
progesterona, no que diz respeito a fase inicial, somada à prolactina hipofisária, bem como a
hormônios séricos adrenais e da tiroxina, tudo aliado a comandos nervosos cuja ação pode,
inclusive, impedir a expulsão do leite.
Vários condicionamentos de ordem fisiológica e ambiental são responsáveis pela
alteração da quantidade de leite produzida, bem como pela sua composição,
independentemente de fatores genéticos de base orgânica.
Assim, a quantidade e a qualidade de leite produzido podem variar de acordo com a
etapa de lactação, fase da gestação, idade, presença de cio, bem como tamanho e
conformação do úbere dos animais. O ambiente pode ser responsável por alterações devido
a alimentação, temperatura, luminosidade e umidade, bem como acometimento de
enfermidades.
Exemplos:
4.1.3. Crescimento
46
das epífises. Assim, não é considerada a “engorda” como crescimento, muito embora na
prática, seja de certa forma difícil fazer tal distinção.
O crescimento tem sido expresso por representações gráficas, nas quais compara o
peso em relação à idade. Tais representações formam curvas do tipo sigmóide. Quando o
peso do animal atinge de 40 a 50% daquele que alcançará a idade adulta, diz que alcançou
a puberdade, faixa em que há uma sensível aceleração do crescimento, em vista do
desenvolvimento da musculatura e do tecido adiposo, sendo nesta fase (e idade) onde o
peso é considerado o mais econômico para o abate dos animais ou aptos à reprodução (65
a 70% do Peso Adulto), quando a partir de então, verifica-se que a curva de crescimento
tende a se manter reduzida até sua estabilização (para os mamíferos – as fêmeas entre a 1ª
e 3ª reprodução), quando se torna adulta (da 3ª até por volta da 7ª reprodução) e na velhice
começa a declinar lentamente, vinda a ocorre a morte.
A composição corporal pode ser observada na figura abaixo, em que os tecidos são
formados ao mesmo tempo, porém existem fases onde há maior desenvolvimento de
determinado tecido, em que podemos observa a fase de vida dos animais, e principalmente
atender as suas exigências nutricionais.
47
Figura. Curva de desenvolvimento dos tecidos corporais
250
200
Gramas/ dia
50
0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56
Idade ( dias)
100
90
Eficiência Alimentar
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56
Idade (dias) Idade (dias)
49
Curva média de crescimento das principais espécie de peixes comerciais
50
4.1.4. Locomoção
51
Figuras. Cavalos em Locomoção
Produção de alimentos;
Produção de derivados não comestíveis;
Alimentos para animais;
Trabalho e esporte;
Elemento científico;
Elemento decorativo e de companhia
52
4.2.1. Produção de alimentos
A necessidade vital do homem nas suas etapas primitivas fez com que os alimentos
fossem procurados dentro do seu próprio meio e, como vimos, os animais caçados
constituíram um fator por demais importante nos elos evolutivos da espécie humana.
Carne
Carcaça de Ovinos
53
Principais Cortes da Carcaça de Ovinos/ Caprinos
54
Carne de Frango e seus Cortes e aproveitamento comerciai
55
Carne de Peru
Carne de Jacaré
Vísceras
56
Toucinho
Toucinho de Porco
57
Leites: Definido como o produto proveniente da ordenha de animais de exploração
láctea e obtido após a fase colostral. O leite, para ser mantido na sua integridade biológica,
deve e pode ser submetido a um dos inúmeros processos de conservação existentes, como:
pasteurização (quando submetidos a temperaturas de 72°C por 20 minutos, provocando a
eliminação da flora bacteriana termolábel, principalmente a patogênica), esterilização
(quando a temperatura é elevada a 142°C, ficando exposto por apenas 2 a 4 segundos, é
eliminado toda flora do leite), condensado (quando parcialmente desidratado, ao qual é
adicionado açúcar), fermentado (quando a ele são juntados germes pré-selecionados e
cultivados em laboratório, tendo sido anteriormente pasteurizado, podendo, neste caso, ser
a ele acondicionados materiais que alterem o seu sabor), em pó ou desidratado (quando a
água é retirada na sua quase totalidade por processo industrial de temperatura elevada e
vácuo intenso.
58
Queijos do Leite de Cabras
59
Seda: Produto obtido do casulo de inseto do bicho-da-seda, com ampla utilização na
indústria de confecções.
Lã, Pêlos, Cerdas e Crinas: À exceção da Lã de carneiros, cabras e coelhos criados com
esta finalidade, são recolhidos após o abate dos animais e submetidos ao tratamento de
lavagem e reservados para inúmeras finalidades industriais, como: colchões, colchas,
pincéis, etc.
Peles e Couro: Conceitua-se pele como sendo o resultado da esfola do animal, logo
após o abate (pele fresca, salgada e/ou seca), e entende-se como couro a pele que sofreu
tratamento especial, curtimento e outras técnicas conforme demanda industrial.
60
A pele e vendidas para curtumes, que trabalham e retiram o couro para vender para
empresas especializadas em produzir diferentes produtos à base de couro
Pele de Caprinos
61
Couro de Jacaré e Bota feita do seu couro
Gorduras não comestíveis: Obtida após a fusão de partes de tecido não destinado à
alimentação, chamados genericamente de sebos e graxas.
62
Pena de Faisões
64
4.2.6. Elemento decorativo e de companhia
65
5. FATORES LIMITANTES À PRODUÇÃO ANIMAL
5.1. Genético
66
Alguns destes animais, por terem sido selecionados e melhorados em regiões
temperadas, sentiram muita dificuldade de se aclimatarem nos trópicos, resultando em
mortes ou redução drástica na produção em função dos rigores climáticos, e como
modificavam sua capacidade produtiva ao longo do tempo devido à aclimatação adaptativa
foram sendo selecionados os indivíduos mais produtivos.
Estas modificações produtivas influenciadas pelo ambiente passaram a serem
estudadas, por pesquisadores e cientistas, na Bioclimatologia e Melhoramento Genético
Animal.
Produtividade x Adaptabilidade (Resistência e Rusticidade)
67
5.2. Ambiente – Situação de criação de animais nos trópicos
McDowell (1972) publicou que no geral, as melhores condições para a criação dos
animais homeotérmicos adultos seria a de uma temperatura (amena) entre 13 -18ºC; uma
umidade relativa de 60 a 70%; a velocidade do vento de 5 a 8 Km/h e a radiação solar com
incidências das encontradas na primavera e no outono (conforto térmico); solos férteis (boa
produção de alimentos), sem parasitos e bactérias patogênicas (animais saudáveis) ().
Estas condições são praticamente impossíveis de acontecer em climas tropicais,
obrigando o homem a evoluir e ter maior responsabilidade direta sobre os animais e
principalmente nas conseqüências mais acentuada nas criações mais tecnificada (sistemas
intensivos), principalmente relacionados a três fatores ambientais que merece destaque, ou
seja, instalação (conforto), alimentação e sanidade.
Neste contexto, o conhecimento de outras ciências, como o meio ambiente,
especialmente a geografia interagindo com a biologia, química e física, tem permitido o
homem aplicar técnicas que melhora a resposta dos animais nos trópicos. Melhorando o
desempenho significativamente à medida que melhora as condições ambientais.
Exemplos:
68
6. MELHORAMENTO GENÉTICO BÁSICO
69
ou
O ovo formado na concepção tem o núcleo com os genes do novo ser vivo, ele
começa a se dividir e as células que surge vão se diferenciando, formando novos tecidos
com diferentes funções, até ter um novo ser vivo completo. Cada célula desses tecidos
contém uma cópia do DNA no seu núcleo.
Ao longo dos tempos alguns produtores foram selecionando alguns animais com
características semelhantes (Apuração dos Genes) e formando as raças (Maior homozigose-
AA ou aa), no qual chegou-se a uma diversidade enorme de raças espalhadas por todo o
mundo, onde cada raça tem sua característica que torna adequada a diferentes meios de
produção.
Independente da espécie ou raça, o processo de melhoramento genético têm o
formato de um pirâmide, onde no ápice ficam os animais extremamente selecionados de
uma determinada raça, sendo considerados, animais de elite, e por isso são
supervalorizados, no qual são responsáveis em reproduzir descendentes, que irão cruzar
com animais multiplicadores melhorados, que serão responsáveis por produzir animais que
irão melhorar os rebanhos de menor valor comercial. No qual são os chamados de rebanho
comercial, destinados a produzir alimentos à população em geral, e por estar na base da
pirâmide, torna-se o grande responsável por toda estruturação da pirâmide genética, com
70
reflexo direto em toda cadeia produtiva que pertence a espécie, tipo ou raça, Variedade,
Linhagem.
Ex. Espécie Tipo Raça Variedade Linhagem
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
Ex. Bovina Corte Nelore Mocha Big Ben
Ex.: Bovina Leite Holandesa Malhada de Preto Mimosa
Ex.: Ovino Carne Santa Inês Mick Tyson
Ex.: Ovino Lã Merino Australiano Filler
Ex.: Aves Carne
Ex.: Ave..................Postura
Ex.: Suíno Carne
Ex.:Suíno...............Banha
71
6.2. Melhoramento Genético
6.2.1. Seleção
Parâmetros Zootécnicos
Na 5ªGeração os animais são considerados puros (31/32), pois sua composição sanguínea já está muito
próxima dos 100%
73
A seleção genotípica, mais tarde ainda, promoveu um melhoramento genético mais
rápido e seguro, alicerçada em novos conhecimentos a respeito da herdabilidade e em mais
eficientes meios de verificação da produção, como controle leiteiro, além da prova de
progênie, e provas zootécnicas.
As características econômicas dos animais domésticos são de natureza poligênica,
isto é, são controladas por um grande número de pares de genes que afetam a expressão
destas características. Assim sendo os indivíduos são avaliados pelos seus fenótipos, no
caso, por qualquer característica que podem ser observadas ou mensuradas.
Para que os genes possam provocar o desenvolvimento de uma característica, é
necessário que disponham de ambiente adequado. Por outro lado, as modificações que o
ambiente pode causar no desenvolvimento de uma característica são limitadas pelo genótipo
do indivíduo. No entanto, e preciso reconhecer que a variabilidade observada em algumas
características pode ser causada pelas diferenças gênicas entre os indivíduos. Por isso é
que quando numa pista de julgamento, deve-se dar preferência para o animal com melhor
desempenho em relação aos seus contemporâneos, seja no controle de desenvolvimento
ponderal, conformação muscular e/ou controle leiteiro, pois como não há maneiras de se
comparar os meios a que todos os concorrentes estavam expostos, tem-se a certeza de que
o animal que apresentou os melhores índices teve maior expressão genética das
características avaliadas naquele momento, traduzidas pelo fenótipo apresentado.
È verdade que, muitas vezes a conformação e a capacidade de produção herdam
independente; não é raro encontrarem-se animais bem conformados e com baixa produção
e vice-versa. Todavia, a seleção contínua e racional, o acasalamento de bem conformado
com bons produtores, através de gerações de descendentes, assim como a constante
eliminação de indesejáveis, torna sempre maior a correlação entre a forma e função, dentro
das raças especializadas.
Está forma de seleção está muito relacionada às características das diferentes raças
e da finalidade da exploração. Onde, dizemos que Tipo é a soma de característica
morfológica (exterior) que indica a função econômica predominante desempenhada pelo
animal (produtivo, racial, sexual).
É o ramo da zootecnia que estuda a conformação externa dos animais domésticos,
apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de cada
indivíduo. Podendo também definir como estudo da morfologia externa dos animais em
função de suas atividades econômicas. Para esse estudo se requerem noções gerais de
Anatomia e Fisiologia.
A apreciação dos animais com base no seu exterior se apóia na existência de uma
associação entre a forma do indivíduo e a função por ele desempenhada. Essa correlação
entre forma e função resulta em última análise no tipo.
Está técnica muito utilizada no dia-a-dia têm muita importância prática, pois nem
sempre é possível ter dados que comprove a eficiência de um ou outro animal, mas dá uma
noção do potencial do animal, por isso interessa principalmente no ponto de vista do
melhoramento do rebanho. Só se pode melhorar alguma coisa quando se conhece bem.
Permitir identificar e característica racial dos animais e reconhecer os atributos morfológicos
de importância econômica. Sendo muito utilizado nas transações comerciais. Pois, toda vez
que o animal é comprado ou vendido entra em cena o seu julgamento, ou a apreciação dos
seus méritos e especialidade de produção, e com isso a sua valorização.
Apesar dos grandes avanços dos últimos anos em novas biotécnicas que, sem
dúvidas, irão contribuir como importantes ferramentas para o melhoramento animal, suas
incorporações ao sistema produtivo são gradativas e geralmente lentas. Além disto, o
desenvolvimento de novas metodologias de avaliação do mérito genético dos animais, o
melhor conhecimento das vantagens e desvantagens de cada raça e os resultados já
alcançados com seleção e cruzamentos indica que esta forma tradicional, utilizando-se ou
75
não ferramentas avançadas, continuará sendo, por bom tempo, meio seguro de se produzir
animais mais produtivos e eficientes, que venham compor sistemas de produção comercial
mais competitivos .
O cruzamento tem sido utilizado em diversas espécies de animais domésticos como
forma de produzir carne, leite ou ovos. É um termo utilizado quando a produção de
determinada geração de indivíduos envolve o acasalamento de duas ou mais raças. O
cruzamento raças de animais explorados economicamente tem como objetivos:
Apurar uma raça ou formar novas raças (Bimestiço Sintético ou Composto)
Complementaridade de raças (Produtividade x Adaptabilidade): Complementar uma a
outra (efeito aditivo) – (Combinação de méritos genéticos de diferentes raças em um
único indivíduo);
Potencializar o desempenho pela heterose ou vigor híbrido (refere-se a superioridade
dos mestiços em relação a média pura de seus pais- A heterose é mais eficiente quanto
maior distância de origem das raças além de ser maior na primeira geração, caindo
pela metade a cada geração);
Possibilidade de incorporação de material genético desejável de forma rápida;
Usar machos produtivos e menos adaptados em fêmeas adaptadas e menos produtivas;
Corrigir manejo e proporcionar maior flexibilidade no sistema de produção
DESEMPENHO X TEMPO
Tendências de desempenho em populações puras e mestiças relacionadas ou não e,
a combinação de cruzamentos e seleção após o nível inicial de heterose ter sido atingido
pelo cruzamento.
76
6.3. Sistema de Cruzamentos
Sistema
de
acasalamento
Simples Alternados
ou e/ou Absorventes
Industrial Triplo
♀ B X ♂ A
▼
♀½ A X ♂A
▼
♀¾ A X ♂A
▼
♀ 7/8 A X ♂ A
▼
♀ 15/16 A X ♂ A
▼
♀ 31/32 PC (Puro por Cruza)
Objetivo principal: Apurar uma raça para formar um plantel com menor custo inicial
77
6.3.2. Cruzamento Simples ou Industrial
A (100%) x B (100)
▼
Mestiço (F1)
( ½ A-50% + ½ B-50%)
A (100%) x B (100%)
▼
Mestiço (F1) x C
( ½ A-50% + ½ B-50%) x C -100%
▼
Mestiço (F2) ou Tri cross
(¼ A-25% + ¼ B-25% + ½ C-50%)
Complementara raças com a união das característica de mais de duas raças em um animal
e manter a heterose elevada
Exemplo:
Vaca comum – Touro Holandês – Touro Gir (Geração 0)
– Touro Jersey
50 %
(Geração 1)
50 %
25 %
(Geração 2)
50% 25%
12,5%
(Geração 3)
78
6.3.4. Cruzamento Alternado
Forma uma Raça Sintética ou Alternar as raças para manter a relação entre Produtividade x
Adaptabilidade
Período possível para sair de um rebanho Comum e chegar a um rebanho Puro por Cruza
Depende do Ciclo reprodutivo de Cada Espécie
G1=5m G1=5m
G 2 = 12 + 5 = 17 m G 2 = 10 + 5 = 15 m
G 3 = 12 + 5 = 17 m G 3 = 10 + 5 = 15 m
G 4 = 12 + 5 = 17 m G 4 = 10 + 5 = 15 m
G 5 = 12 + 5 = 17 m G 5 = 10 + 5 = 15m
79
Exemplo com Bovino
Exemplo de Aves
80
7. BIOCLIMATOLOGIA APLICADA A PRODUÇÃO ANIMAL
O clima atua sobre os animais de duas formas: direta e indireta. Isso ocorre devido a
ação isolada ou interação dos fatores climáticos que modificam os elementos ou variáveis
climáticas.
Efeito Direto:
Ocorre principalmente pela ação dos elementos climáticos sobre os animais, tais
como, a radiação solar, a temperatura do ar, e a umidade do ar. Esta ação se relaciona
principalmente com as funções orgânicas envolvidas na manutenção da temperatura normal
do corpo e influenciando em todo o metabolismo e fisiologia.
81
Luminosidade – Importante na influência reprodutiva de algumas espécies
(Fotoperíodo Reprodutivo (Aves, Égua e Ovinos), no Crescimento e Florescimento
Vegetativo.
Precipitação e Umidade – ↑ Raios solares ↑ Luminosidade ↑ Temperatura e ↑
Evaporação ↑ Umidade ↑ Nuvens ↑ Chuvas.
Vento – manifestação da atmosfera em movimento. ↑ a perda de calor e melhora a
sensação térmica. Por outro lado, ↑ disseminação de agentes infecciosos e outros
componentes que predispões ao surgimento de doenças, principalmente junto à
poeiras.
Efeito Indireto:
82
A ilustração citada por Muller, Bonsma e McDoweel, na forma de uma “roda de
carreta”, explica melhor a influência dos efeitos diretos e indiretos do clima sobre os animais
Na “Roda de Carreta” de Bonsma, o homem funciona como eixo, o animal como cubo
e o manejo como lubrificante que facilita a rotação do cubo em torno do eixo. O meio
ambiente é representado pelo aro e, os raios, que ligam o cubo ao aro, correspondem aos
diversos elementos ou variáveis ambientais. As interações possíveis entre estes elementos
são representados pelas flechas concêntricas. Nas regiões temperadas as condições
ambientais são consideradas satisfatórias para o desempenho animal, pois as interações
dos elementos climáticos propiciam uma situação de conforto, proporcionando um
funcionamento harmônico da “roda”.
Nas zonas tropicais, a atuação dos elementos climáticos, de forma mais intensa,
isolados ou em interação, faz com que a ação do raio sobre o cubo seja tão forte, que este
se rompe, provocando um desequilíbrio entre o meio ambiente e o animal e, como
conseqüência, uma redução na produtividade e até mesmo, em casos mais graves, a morte
83
do animal. A ilustração mostra, de forma bastante clara, a necessidade de se conhecer os
efeitos diretos e indiretos do clima sobre o animal, para que se possa interferir no meio com
o objetivo de melhorar a desempenho produtivo do animal.
A Terra recebe energia do Sol, na forma de radiação. Nosso planeta é quase esférico,
e a quantidade de luz que recebe depende do ângulo que os raios solares formam com a
superfície da Terra.
O Equador e os Trópicos recebem maior quantidade de luz, por isso são zonas de
clima quente. Ao contrário, as zonas polares recebem muito pouca radiação e por isso são
zonas de clima frio. Entre as zonas tropicais e polares,estão as zona temperada com clima
intermediário.
No Geral, é fácil de observar que quanto mais se distância da linha do equador (maior
latitude), mais a temperatura reduz. Assim, a distinta incidência dos raios solares sobre a
superfície faz com que a Terra apresente cinco zonas climáticas.
Na zona tropical a temperatura é relativamente alta todo o ano; nas zonas polares há
frio em todos os meses do ano; porém, nas zonas temperadas, as mudanças na temperatura
e na duração do dia e das noites são marcantes durantes as diferentes estações. Ou seja,
na zona tropical e polar há pouca variação de TºC, sendo alta em zonas temperadas.
84
Fatores Climáticos: Movimento de Translação e Rotação
Solstícios: Cada hemisfério recebe o máximo de radiação solar durante seu solstício de
verão. Nesse mesmo dia, o hemisfério oposto recebe o mínimo da sua radiação anual: é o
solstício de inverno.
Equinócios: Ambos os hemisférios, recebem exatamente a mesma radiação nos equinócios
da primavera e do outono.
O eixo de rotação terrestre é inclinado. Por isso, o número de horas de radiação que os
Hemisférios Norte e Sul recebem varia ao longo do ano e isso influencia diretamente e todos
os elementos climáticos.
Figura: - Inclinação dos raios solares mostradas Figura: Iluminação dos pólos. Note que o polo norte
para o início do verão no hemisfério norte e permanece iluminado e o polo sul no escuro, mesmo
início do inverno no hemisfério sul. que a Terra complete uma rotação
85
Estações do ano e seus Elementos Climáticos.
Nas criações deve-se conhecer e estar atentos as estações do ano e às variações dos
elementos ambientais, no qual podemos dividir as estações em:
Verão(22/12): Solstício de Verão-Dia mais longo do ano:Dia>Noite
Outono(21/03): Equinócio de Outono-Duração do Dia = Noite
Inverno(21/06):Solstício de Inverno - Dia mais curto do ano: Dia<Noite
Primavera (23/09): Equinócio de Primavera-Duração do Dia = Noite
Para facilitar a memorização vamos chama as estações de VOIP – onde podemos recordar
lembrando que na Primavera (Plantamos) os Vegetais (alimento) que desenvolvem muito
neste período, para que no Outono (os animais estejam bem e Gordo e não Fiquem igual um
Palito no Inverno mostrando as costelas, e podendo até Padecer na Primavera causando
Prejuízo ao Produtor,
Na Bioclimatologia (logia (estudo); climato (do efeito do clima); bio (vida)) aplicada a
Zootecnia a temperatura é o elemento climático de maior influência, no qual discutirmos
mais aprofundado.
MacDowell (1975), informou que a temperatura, a umidade do ar e os níveis de
radiação solar prevalecentes na região inter-tropical, que geralmente são superiores ao ideal
de conforto para a expressão de boa produtividade na criação de animais. Assim, para que
86
se obtenha pleno êxito na criação das espécies domésticas, é necessário que se conheçam
bem as relações entre os animais e o ambiente climático, o que torna a compreensão dos
mecanismos de termorregulação essencial em Zootecnia.
Pecilotérmicos ou Ectotérmicos
Homeotérmicos ou Endotérmicos
São animais de sangue quente e sua TºCC NÃO varia com a do ambiente;
Os Mamíferos (Homem, Bovinos, Ovinos, Eqüinos, Suínos) e Aves em geral
são exemplos de homeotérmicos;
São animais que apresenta alta taxa metabólica e fluxo energético,
proveniente dos alimentos, o que faz serem animais mais velozes;
Conseguem manter a TºCC constante na presença de alterações
consideráveis da temperatura ambiente, pois possuem mecanismos fisiológicos
controladores;
Embora a manutenção de uma temperatura constante permita que os
mamíferos sobrevivam em uma ampla diversidade de ambiente e permaneça ativo durante
a época fria do ano, isso não é isento de custo, sendo este custo adquirido
basicamente da energia dos alimentos, tornando-os muito mais exigentes em
comparação aos animais pecilotérmicos;
Os homeotérmicos precisam manter um alto índice metabólico para obterem o
calor necessário para manter a temperatura corpórea;
Isso requer um alto consumo de energia e, portanto, a procura quase
constante por alimentos.
87
7.5. Regulação da Temperatura.
88
7.5.1. Transferência de calor no corpo
Como os tecidos são maus condutores, o calor é transferido mais efetivamente pelo
sangue. O calor produzido principalmente nos músculos é eliminado através da pele e das
vias respiratórias, sendo necessário que seja distribuído pelo corpo.
O sangue capta o calor da parte central do corpo (produzido pelos órgãos ativos) e
transfere para as pares mais frias do corpo (periferia-Tecido epitelial – Pele (externa) e vias
aéreas (interna)).
Mesmo quando a temperatura ambiente está elevada, o fluxo sangüíneo aumenta de
duas formas (1º as arteríodas dos leitos vasculares cutâneos se dilatam, resultando em
aumento do fluxo capilar e 2º Abrem-se a anastomose arteriovenosas dos membros, orelha
e focinho, o que aumenta bastante o fluxo sangüíneo total ao longo do membro, na direção
da temperatura central).
Em caso de estresse pelo frio ocorre um vasoconstrição dos leitos vasculares
cutâneos e fechamento das anastomoses arteriovenosas, de maneira que a temperatura da
pele cai, resultando em menor perda de calor a partir da pele e redução no gradiente das
temperaturas ao longo do membro
A pele é o local de maior perda de calor por transferência para o meio ambiente que
geralmente tem a temperatura inferior a 38°C. O sangue arterial aquecido vai à superfície, é
resfriado e volta ao centro corporal diminuindo a TºC interna.
90
Na Zona Termo Neutra, cerca de 75% do calor que perde o organismo, se dissipam
por condução, convecção e radiação. Quando a temperatura do ambiente fica muito
elevada, a evaporação e o principal meio para perda de calor.
Condução - para superfícies mais frias com que o animal esteja em contato. Ou seja,
o calor corporal é transferido quando o corpo está em contato com uma superfície mais fria.
91
Como os animais não costumam repousar sobre superfícies frias por longos períodos,
a condução não é em geral, uma das formas principais de perder calor. Contudo, há
algumas situações em que a perda condutiva de calor pode ocasionar hipotérmia.
Principalmente para recém-nascidos, onde deve providenciar isolamento térmico ou uma
fonte de calor. Como exemplo, observa-se que nos leitões recém nascidos podem perder
muito calor quando ficam sobre um piso de concreto frio. Já os suínos adultos se refrescam
por condução chafurdando em poças de lama fria.
92
A perda de calor por evaporação torna-se cada vez mais importante à medida que a
temperatura ambiente ultrapassa a do corpo. A eficiência da evaporação diminui conforme a
umidade relativa aumenta e o ar fica mais saturado com vapor d´agua.
Há perda de valor por evaporação continuamente, devido à difusão de água através
da pele e pela perda de vapor d´água das vias respiratórias. Essa perde de água é
obrigatória, porém, em condições de estresse térmico, o resfriamento evaporativo pode
aumentar bastante, porque as glândulas sudoríparas são ativadas ou o animal começa a
ofegar.
O ofego é uma forma de aumentar a evaporação pelas vias respiratórias. O ofego
ocorre junto à freqüência ressonante do sistema respiratório, de modo que o trabalho da
respiração é minimizado e não se acrescenta à perda de calor. O aumento da salivação em
em alguns animais, como, suínos e cães acentua a perda de calor por evaporação,
Em eqüinos e bovinos, a sudorese é a principal forma de perda de calor por
evaporação. Os ovinos suam, mas o ofego também importância considerável. O cão perde
calor quase totalmente por ofego.
94
8. ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
Lavoisier (Químico Francês) mudou o pensamento das pessoas com a famosa frase:
“Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Exemplificando que ninguém
consumia diretamente o capim, mas indiretamente todos consumiam o capim transformado
pelos animais em carne e/ ou leite.
Isso fez Baudement (1848) definir que os animais domésticos é uma máquina viva
transformadora e valorizadora de alimentos, e por isso deveria ser dado cuidado e
alimentação correta, dando origem aos estudos da zootecnia.
No entanto, o Brasil demorou a entender isto, sendo considerado como mau
produtor, engatilhando na quantidade e qualidade dos seus produtos, que geralmente era
proveniente de sistemas extensivos e de animais tardios, velhos, mal alimentados e de baixo
padrão genético.
Porém através dos estudos, destacando no início a Secretaria da Agricultura de Minas
Gerais (1936), que após diagnosticar os gargalos e entraves da pecuária brasileira,
apresentou medidas para melhorar a atividade, com bases na: ALIMENTAÇÃO +
GENÉTICA. De lá para cá as coisas mudaram significativamente, a nutrição animal evoluiu
bastante e assim adquiriu grande complexidade, devido ao constante progresso das ciências
que formam a sua base.
Na criação e exploração dos animais, a alimentação é importante pelas influências
direta e indireta que exerce sobre a capacidade de desempenho produtivo e nos resultados
econômicos de forma individual ou coletiva.
No aspecto produtivo destaca os efeitos sobre: a reprodução e melhoramento
genético, no crescimento e produção propriamente dita (carne, ovos, secreção de leite,
desenvolvimento da lã, trabalho muscular), e essencial para a saúde e bem estar dos
95
animais. No aspecto econômico destaca que a alimentação correta contribui para a
produção mais econômica e eficiente, no qual corresponde aproximadamente entre 50 a
80% dos custos totais de produção animal.
Isso nos leva a obter conhecimentos básicos dos nutrientes e dos valores nutricionais
dos alimentos. Bem como, do sistema digestivo e das exigências nutricionais das principais
espécies de interesse zootécnico. Pois estes conhecimentos são fundamentais para o
melhor aproveitamento dos alimentos ingeridos, reduzindo os desperdícios e os custos
operacionais na formulação. Além disso, abre as possibilidades de buscar alternativas de
aproveitamento de alimentos que não atendem a exigências das diferentes peculiaridades
alimentares de maiores interesses econômicos, em especial o ser humano.
Não se deve esquecer, que uma ração perfeitamente equilibrada, para produzir o
máximo resultado, depende da influência exercida sobre os animais pelos outros fatores
limitantes: condições ambientais; capacidade genética; estado sanitário. Envolvido por
manejo realizado pelos homens técnicos habilitados com a produção animal. E neste
contexto alimentar é que abordaremos alguns conhecimentos afim de o técnico faça entrar e
sair produtos para a vida.
96
8.3. Informações Gerais Sobre Sistema Digestivo dos Animais
O alimento que entra pela boca é transportado até o estômago através do esôfago por
contrações rítmicas e gravidade. O estômago funciona como reservatório temporário do
alimento além de uma ação química sobre o alimento, como o caso dos monogástricos. Para
os ruminantes, além de reservatório, ocorre fermentação biológica com degradação dos
nutrientes neste compartimento. A digestão dos carboidratos solúveis nos suínos se inicia
durante o processo de mastigação. Já nas aves, existe um processo fermentativo no nível
de inglúvio, que começa o desdobramento de alguns nutrientes. O intestino delgado
representa o principal sítio da digestão e absorção, onde ocorre a maior quebra dos
carboidratos, proteínas e lipídeos, além de grande absorção de minerais e vitaminas neste
segmento de aves e suínos. O intestino grosso funciona basicamente como receptor e
excretor dos resíduos dos alimentos não digeridos nos segmentos anteriores, que ainda
podem sofrer fermentação anaeróbica com produção de ácidos graxos voláteis e vitaminas
do complexo B e K. No entanto, a principal função do intestino grosso seria de reduzir a
umidade dos resíduos proporcionando grande recuperação de água e eletrólitos.
O estômago é um dos principais órgãos do trato gastrointestinal. Nos ruminantes, o
estômago compreende quatro compartimentos: os pré-estômago (contendo o rúmen, retículo
e omaso), e o estômago verdadeiro, o abomaso.
Nos animais ruminantes, a estrutura da mucosa dos compartimentos do rúmen,
retículo e omaso é semelhante a estrutura da mucosa da região esofágica do estômago dos
monogástricos e da primeira parte do abomaso. Nestes compartimentos, não existem
secreções, e predomina a presença de microorganismos (bactérias, fungos, leveduras,
protozoários) responsáveis pela “digestão microbiana”, fundamental no suprimento de
nutrientes para o animal, especialmente substrato para produção de energia.
A degradação física do alimento é a principal função da primeira parte do trato
digestivo dos ruminantes, que vai desde os lábios até a ligação omaso-abomasal.
Esta degradação, contínua e efetiva, é dividida em dois processos principais: a
mastigação, que ocorre durante a ingestão do alimento e, a ruminação e fermentação
microbiana, favorecida pela maceração através do atrito no rúmen-retículo.
97
Nos animais ruminantes, devemos diferenciar os processos que ocorrem nos pré-
estômagos e no estômago verdadeiro: Nos pré-estômagos ocorre o armazenamento do
alimento, a digestão microbiana (fermentação) e absorção de determinados produtos; No
abomaso, ocorre o processo de digestão química e enzimática.
O fenômeno da ruminação do conteúdo ingerido há algum tempo, é um dos
destaques mais característicos de animais ruminantes. A ruminação envolve a regurgitação
da ingesta para o retículo-rúmen e remastigação dos sólidos acompanhados por insalivação
e re-deglutição do bolo. O interesse em alimentar ruminantes somente com dietas fibrosas,
tem reforçado a atenção no grau de trituração obtida durante a ingestão e ruminação.
98
O intestino grosso de alguns animais monogástrico apresenta o ceco bastante
desenvolvido, onde realiza a digestão das fibras, tornando particularidades destes animais
monogástricos herbívoros alimentarem de fibras.
Local de Atuação
Enzima Local de produção Substrato Produtos
secreção do PH
Ptialina Glândulas salivares Boca Neutro Amido Dissacarídeos
Pepsina Estômago Estômago Ácido Proteínas Peptídeos
Tripsina Pâncreas Duodeno Básico Proteínas Peptídeos
Lipase Pâncreas/Intestino delgado Duodeno Básico Lipídeos Ác.Graxo Glicerol
Amilase Pâncreas Duodeno Básico Amido Dissacarídeos
Dissacaráses Intestino delgado Intestino delgado Básico Dissacarídeos Monossacarídeos
Peptidase Intestino delgado Intestino delgado Básico Peptídeos Amino Ácidos
Observações importantes:
Na boca existem glândulas salivares que produz a saliva que é rica na enzima ptialina
que atua na digestão do amido.
O estômago (Abomaso) secreta pepsinogênio que, em contato com ácido clorídrico
(HCl), transforma-se em pepsina que é a enzima ativa para iniciar a digestão das
proteínas.
O fígado participa dos processos digestivos, produzindo os sais biliares (“fel”) que
fica armazenada na vesícula biliar e aos poucos vão sendo secretada no duodeno
(intestino delgado). Os sais biliares, sintetizados no fígado a partir do colesterol,
ajudam na manutenção do pH alcalino e agem como emulsificantes que separam os
glóbulos de gordura e dá a lípase maior área de superfície de contato para agir.
O Pâncreas produzir várias enzimas pancreáticas que atua especificadamente em
diferentes substratos. As secreções biliares e pancreáticas neutralizam os ácidos
gástricos e fornecem enzimas para hidrólise de amido, proteína e gordura.
99
representantes desta classe. O trato gastrointestinal dos onívoros é consideravelmente mais
longo do que o dos carnívoros, e já apresenta diferenciação.
Nos animais carnívoros e onívoros, a digestão é basicamente química (enzimática).
O suíno adulto, em condições de campo, pode ter um pouco de digestão microbiana. Nos
herbívoros a digestão é microbiana e enzimática.
100
Monogástrico
Na figura acima pode-se notar a presença do papo (10) cuja função é armazenar
alimento. Isto ajuda, por exemplo, a alimentação de filhotes e em aves migratórias, serve de
reserva de alimento. Outra característica importante nas aves é a presença de um estômago
com ações mecânicas fortes, denominado moela. A moela contém pequenas pedras que
auxiliam na trituração dos alimentos para suprir a falta de dentes.
Monogástrico herbívoro
São os monogástricos com capacidade efetiva de digerir fibra, entre eles, destaca os
Coelhos, as Capivaras, e os Eqüídeos que são representados pelos Eqüinos (Cavalo),
Mures (Burro), Azininos (Jumento), além de outras espécies selvagens como Elefantes,
Veados, entre outros.
São monogástricos evoluídos no aproveitamento de fibras, através do
desenvolvimento do CECO, no intestino grosso.
102
Si
Poligástricos ou ruminantes
103
Utilizar vegetais como alimento tem algumas grandes vantagens, pois além de serem
abundantes, os vegetais não saem correndo. Em contrapartida, o conteúdo nutricional da
matéria vegetal é menor que o dos tecidos de animais, e como as células vegetais possuem
uma parede celular constituída do polissacarídio celulose (composto de unidades de
glicose), os herbívoros devem digerir esta parede celular para melhor aproveitar o conteúdo
nutricional presente no citoplasma das células. Os Mamíferos não possuem celulase, a
enzima que digere a celulose, então para que possam aproveitar de forma satisfatória os
alimentos de origem vegetal, é necessário que viva de forma simbiótica com microrganismos
produtores de celulase presentes em seus aparelhos digestórios, em câmaras de
fermentação ou no ceco intestinal.
104
relacionada ao teor de fibra na dieta, especialmente a lignina que é um composto
indigestível.
105
Os animais ruminantes jovens têm pouca eficiência no aproveitamento de alimentos
de maior complexidade, especialmente as fibras, pois nascem com a o sistema digestivo
imaturo e com as câmeras fermentativas (Rúmen, Retículo, Omaso) pouco desenvolvido.
Esse desenvolvimento ocorre gradativamente, e deve ser estimulado com a ingestão de
concentrados e volumosos, para desenvolver as papilas ruminais e o tamanho/ volume do
rúmen, respectivamente.
106
8.5. Composição e Classificação dos Alimentos
Alimentos com teor de umidade ≤20%, seus resultados das análises freqüentemente
estão expressas na matéria natural. Geralmente os alimentos concentrados para
suplementação animal, denominado equivocadamente por ração, expressa em seus níveis
nutricionais do produto um máximo de 12% de Umidade (água). As reduções de umidade
permitiram uma conservação maior evitando a formação de bolores causados por fungos
que liberam substâncias tóxicas (toxinas) aos animais.
Os demais alimentos úmidos (aquosos) são expressos na matéria seca, devido à alta
quantidade de água que pode limitar consumo por enchimento do órgão responsável(papo,
estômago químico, ou rúmen). No processo de ensilagem de volumosos úmidos, que
requerem de 28-32% de MS, para uma boa fermentação desejável e conservação do
alimento.
Os resultados de análises de alimentos mais comuns que os laboratórios apresentam
a composição química em quantidade percentual de: MS, MM, PB, EE, FB, FDN.
Um dos métodos empregados é modelo de Weend
107
8.5.2. Classificação dos alimentos
Alimentos volumosos: São aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores
em fibra, com muita ou pouca água. Normalmente possuem menos de 60% de NDT e
apresenta mais de 18% de fibra bruta (FB) ou acima de 35 % FDN, e podem ser divididos
em secos (ex. Fenos) e úmidos (ex. Silagem). São os de mais baixo custo na propriedade.
Os mais usados para os herbívoros são as pastagens (gramíneas e leguminosas),
capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana
hidrolisado; fenos de gramíneas e leguminosas, palhadas de culturas, e cascas de certos
grãos e sementes.
Alimentos concentrados: São aqueles com alto teor de energia, normalmente com mais
de 60% de NDT, e apresenta menos de 18% de FB ou inferior a 35% FDN, sendo divididos
em:
Energético: Alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB);
origem vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica; origem animal - sebos e
gordura animal;
Protéicos: Alimentos concentrados com mais de 20% de PB; origem vegetal - farelo
de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de
algodão; origem animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos (sendo esta última
atualmente proibida pelo Ministério Agricultura para uso em ruminantes).
Outros alimentos
Minerais: São substâncias inorgânicas, essenciais na dieta animal. São necessários em
quantidade relativamente pequenos, comparados à energia e a proteína.
Principais fontes de minerais: Alimentos (animal, vegetal, mineral, etc., água e ar; Cinzas ,
óxidos, carbonatos e sulfatos).
Compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico, calcário, sal
comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc.
108
Minerais no Organismo Animal (Superior): Orgânicos – C, H, N e O: corresponde a 95-97%
Peso corporal Vazio do animal(PCVA); Inorgânicos – 40 minerais: corresponde de 3-5 %
PCVA.
Vitaminas: Compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis; A, B, C, D, E, K
Aditivos: compostos de substâncias com função não nutritiva adicionada a um alimento,
geralmente em pequenas quantidades, para melhorar sua aparência, sabor, textura,
conservação ou como antibióticos, hormônios, probióticos (promotor de crescimento),
prebióticos, antioxidante, corantes, etc.
Outros: São aqueles que não se classificam nos itens anteriores (TEIXEIRA, 1998; MELLO,
1999). Exemplo disso é a água e a uréia.
Tabela 3:composição básica dos alimentos mais utilizados nas rações bovinas (MS).
Alimento PB PDR Psol NDT EE FDN Ca P
Silagem milho 7.0 5.2 3.5 59.0 2.5 53.0 0.30 0.17
Silagem sorgo 6.7 4.8 4.0 55.0 1.0 54.0 0.28 0.18
Cana –de- açúcar 3.1 2.1 1.5 57.0 0.5 62.0 0.08 0.05
Soja grão 42.0 31.5 18.5 94.0 18.0 14.0 0.27 0.66
Farelo soja 51.0 33.0 10.0 83.0 1.7 15.0 0.29 0.67
Casca soja 12.5 8.5 2.2 66.0 1.7 70.0 0.55 0.12
F. algodão 30.8 17.5 6.2 77.0 0.8 32.0 0.17 0.95
F:algodão 41.8 24.5 8.4 79.0 1.0 27.0 0.18 1.00
F. amendoim 50.5 40.4 16.6 76.0 2.3 14.0 0.26 0.445
P.cítrica 7.1 3.0 1.9 71.0 1.4 24.0 1.61 0.12
F. trigo 17.7 13.7 5.2 80.0 2.8 50.0 0.13 0.88
F. arroz 14.4 8.7 5.8 77.5 1.3 33.0 0.11 0.68
C.algodão 23.0 15.6 9.2 82.0 17.0 52.0 0.27 0.65
F.girassol 31.0 25.0 9.3 70.0 2.5 47.0 0.23 0.72
Milho grão 9.6 5.5 1.2 90.0 3.8 9.2 0.02 0.28
Sorgo grão 10.9 5.6 1.3 80.0 3.2 18.0 0.03 0.28
MDPS 4.5 2.0 0.6 65.0 1.5 40.0 0.01 0.18
F.Glúten milho 23.5 18.0 11,5 83.0 1.0 50.0 0,22 0.95
Glúten milho 65.0 28.0 2.6 85.0 4.0 15.0 2.30 0.35
Uréia 282.0 282.0 282.0 - - - - -
109
Editor:Horácio Santiago Rostagano.-2.ed-Viçosa:UFV,Departamento de Zootecnia,2005.186 p.
Tabela 1 - Composição química dos alimentos para aves e Suínos (na matéria natural)
NUTRIENTES
FÓSFORO DISP.
(HEM+CEL+LIG)
MATÉRIA SECA
FDA-(CEL+LIG)
ENN( Glicose+
E.E. GORDURA
P. DIDESTÍVEL
MET.SUÍNOS
P.DIGESTÍVEL
ORGÂNICA
PROTEINA
MET.AVES
ENERGIA
MATÉRIA
MATÉRIA
MINERAL
FB-(CEL)
CÁLCIO
SUÍNOS
Energia
Energia
BRUTA
BRUTA
AMIDO
Amido)
AVES
FDN-
ALIMENTO % kcal/kg
Caseína 91,35 88,75 2,6 2,6 0,7 84,21 82,48 82,53 0,8 3,74
5210 3529
Leite-Soro em pó 93,49 87,04 8,45 0,75 0,68 12,05 11,09 0,9 74,09
3675 3322
Leite-Desnatado-pó 93,93 86,23 7,7 1,17 0,68 33,62 31,98 0,73 51,88
4163 3502
Açúcar 99,93 99,79 0,14 99,79
4008 3831 3737
Amido 87,69 87,69 87,69 87,69
3821 3625 3520
Óleo Soja 99,60 99,6 99,6 9333 8790 8300
Gordura 99,60 99,6 99 9282 8681 8228
F.Sangue 92,79 89,35 3,44 0,23 0,22 82,8 65,41 59,28 0,48 6,07 5134 3067 2986
F.Víceras Aves 93,90 82,3 11,6 3,64 1,88 55,3 45,74 45,68 20,57 6,42 5343 3682 4106
F.Víceras Suínos 92,93 65,4 27,52 7,64 4,78 44,5 38,86 34,98 14,57 6,33 4006 2114 3735
F.Carne e Osso 35% 92,65 50,46 42,19 15,02 7,92 35,04 25,84 24,42 13,4 1,66 3122 1778 1618
F.Carne e Osso 55% 93,28 67,37 25,91 8,46 4,18 54,58 44,75 44,21 9,8 2,99 4017 2710 2580
F.Carne e Osso 60% 94,07 72,3 21,76 7,54 3,18 60,1 49,28 48,98 10,49 1,72 4341 2872 2798
F.ALG.30% 89,09 83,72 5,38 0,23 0,29 29,80 22,71 22,94 1,28 29,55 3,00 41,70 30,79 23,09 4130 1666 1996
F.ALG.38% 89,99 83,71 6,27 0,46 0,35 39,45 31,06 32,55 1,39 28,80 4,00 29,53 16,97 14,08 4166 1943 2323
F.SOJA 45% 88,59 82,69 5,90 0,24 0,18 45,32 41,65 40,79 1,66 30,29 12,38 13,86 8,16 5,41 4079 2256 3154
F.SOJA 48% 88,21 82,49 5,72 0,31 0,21 47,90 44,13 43,59 1,40 28,91 3,00 14,93 12,28 4,27 4164 2302 3253
F.Glúten Milho 60% 90,95 89,40 1,55 0,03 0,15 60,35 56,13 56,13 2,57 25,41 14,34 16,39 8,63 1,07 5047 3696 3929
Farelo de Trigo 88,00 83,20 4,79 0,14 0,33 15,52 12,11 12,01 3,46 54,56 31,35 40,59 13,85 9,66 3919 1824 2242
Farinha de Trigo 86,93 86,47 0,47 0,11 0,02 12,26 11,45 14,40 1,70 76,50 72,51 2,65 1,80 1,34 3775 3503 3624
Arroz Quirera 88,04 87,07 0,97 0,04 0,05 8,47 7,86 7,46 1,22 76,83 74,45 14,28 7,43 0,55 3846 3507 3491
Farelo de Arroz 89,30 80,48 8,82 0,11 0,32 13,24 10,28 9,86 14,81 44,55 22,70 21,30 12,58 7,88 4394 3143 3111
Milho 87,11 85,84 1,27 0,03 0,08 8,26 7,19 6,73 3,61 72,24 62,48 11,75 3,54 1,73 3925 3381 3340
Sorgo 87,97 86,59 1,39 0,03 0,09 9,23 7,94 7,48 3,00 72,05 60,79 10,03 5,90 2,30 3928 3192 3348
Mandioca 87,67 84,07 3,6 0,2 0,03 2,47 1,14 0,87 0,59 75,59 67,85 11,75 4,27 5,42 3621 2973 3020
Milheto 89,64 88,06 1,58 0,03 0,08 13,1 12,09 9,7 4,22 66,55 63,29 19,33 9,66 4,19 3894 3168 2872
110
8.5.4. Relações entre diferentes exigências nutricionais
NUTRIÇÃO ANIMAL
ÁGUA
ENERGIA
PROTEÍNA
MINERAIS
VITAMINAS
111
Variação da dieta de acordo com o desenvolvimento dos animais
Suínos
Fases
Unid. Inicial Crescimento Terminação
Peso Vivo Kg 15 a 30 30 a 50 50 a 70 70 a 100 100 a 120
Peso Médio kg 22,5 40 60 85 110
Ganho de Peso kg/dia 0,57 0,76 0,86 0,87 0,81
Consumo Kg/dia 1,03 1,96 2,68 3,19 3,52
C.A Kg/kg 1,79 2,59 3,11 3,67 4,35
PB % 17,35 15,8 14,3 12,71 11,6
Ca % 0,72 0,63 0,55 0,48 0,45
P % 0,4 0,32 0,28 0,25 0,24
Frango
50
0
1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56
Idade ( dias)
112
TABELAS PARA AVICULTURA DE CORTE
Tab. 27 - Exigências Nutricionais de frangos de Corte Machos de Desempenho Médio
Pré-Inicial Inicial Crescimento 1 Crescimento 2 Terminação
1a7 8 a 21 22 a 33 34 a 42 43 a 46
Idade Média 4,00 14,50 27,50 38,00 44,50
Peso Médio Kg 0,124 0,463 1,33 2,198 2,675
Ganho g/dia 19,6 45,8 77,6 87 85,7
Consumo g/dia 23 65,8 134,5 178,4 196,1
Eficiência(E.A.) % 85 70 58 49 44
Conversão(C.A.) kg 1,17 1,44 1,73 2,05 2,29
EM Kcal/Kg 2950 3000 3100 3150 3200
PB % 22,04 20,79 19,41 18,03 17,24
Ca % 0,9391 0,884 0,824 0,763 0,728
P disponível % 0,47 0,442 0,411 0,38 0,363
Relação Ca:P 2,00 2,00 2,00 2,01 2,01
Tab. 30 - Exigências Nutricionais de frangos de Corte Fêmeas de Desempenho Médio
Pré-Inicial Inicial Crescimento 1 Crescimento 2 Terminação
1a7 8 a 21 22 a 33 34 a 42 43 a 46
Idade Média 4,00 14,50 27,50 38,00 44,50
Peso Médio Kg 0,123 0,442 1,189 1,874 2,228
Ganho g/dia 18,9 41,7 63,3 65,3 63
Consumo g/dia 22,5 61,1 117,5 148,6 159,8
Eficiência(E.A.) % 84 68 54 44 39
Conversão(C.A.) kg 1,19 1,47 1,86 2,28 2,54
EM Kcal/Kg 2950 3000 3100 3150 3200
PB % 20,98 19,9 18,74 17,53 16,86
Ca % 0,891 0,839 0,781 0,723 0,691
P disponível % 0,448 0,421 0,391 0,362 0,345
Relação Ca:P 1,99 1,99 2,00 2,00 2,00
113
Exemplo com Suíno
Desempenho de Suínos
3
2,5
2
1,5
Kg
1
0,5
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
Idade (semanas)
Ganho Kg/dia Consumo Kg/dia
114
8.5.5. Formulação de Rações
EXEMPLO - 01
Formule um concentrado com 19% de PB, com 5% Núcleo
1ºPasso: Correção da PB Quantidade em % da Mistura Total 100
Quant. em % de Inclusão do Núcleo 5
Quantidade em % Para Correção 95
Correção da PB 19 %PB em 95 %Mistura
x %PB 100 % do Pearson
xé=a 20 % de PB no Quadrado de Pearson
Ingredientes disponíveis Ingredientes % da Mistura
Mistura %PB Exigida % 95
F.Soja 46 12 Partes de F.Soja 31,58 30
20
Milho 8 26 Partes de Milho 68,42 65,0
Sub-Total 38 Partes de FS e M 100 95,0
Tabela para Mistura Final Batida(kg) Valor da batida
Mistura Inclusão %PB %PB EM (kcal/kg) 500
F.Soja 30,00 46 13,8 677 150 111
Milho 65,00 8 5,2 2198 325 97,5
Núcleo 5 0 0 25 75
Total 100,00 19,0 2874 500 283,5
Valores dos Ingredientes
Ingredientes F.Soja Milho Núcleo R$/Kg 0,567
Valor R$/ kg 0,74 0,30 3
115
EXEMPLO - 02
Formule um concentrado com 19% de PB, com 5% Núcleo, utilizando mais de 3 ingredientes
1ºPasso: Correção da PB Quantidade em % da Mistura Total 100
Quant. em % de Inclusão do Núcleo 5
Quantidade em % Para Correção 95
Correção da PB 19 %PB em 95 %Mistura
x %PB 100 % do Pearson
xé=a 20 % de PB no Quadrado de Pearson
Ingredientes disponíveis Ingredientes % da Mistura
Mistura 1 %PB Exigida Partes % 95
F.Soja 46 30 Partes de F.S 83,33 79,17
40
Sorgo 10 6 Partes de Sorgo 16,67 15,83
Sub-Total 36 Partes de FS e S 100 95,0
Mistura 2 %PB Exigida % 95
F.Algodão 38 2 Partes de F.A. 6,67 6,33
10
Milho 8 28 Partes de Milho 93,33 88,67
Sub-Total 30 Partes de FA e M 100 95,0
Ingredientes %PB Exigida Partes % % Final
M 1 - F.S. + Sorgo 40 10 Partes da M1 33,33 26,39
20 5,28
M 2 - F.A. + Milho 10 20 Partes da M2 66,67 4,22
59,11
Sub-Total 30 Partes da M1+M2 100,00 95,00
Ingredientes % %PB PB EM(kcal/Kg) EM(kcal/Kg)
F.Soja 26,39 46 12,14 2256 595,3
Sorgo 5,28 10 0,53 3192 168,5
F.Algodão 4,22 38 1,60 1943 82,0
Milho 59,11 8 4,73 3192 1886,8
Núcleo 5,00 0 0 0 0
Sub-Total 100,00 PB 19 EM(kcal/Kg) 2733
116
9. SANIDADE
117
A saúde dos rebanhos também recebe influência das instalações. Quando
construídas de forma adequada, proporcionam conforto e proteção, facilitam o manejo e
contribuem para manter a saúde dos animais.
O produtor e demais pessoas que lidam com os animais devem estar familiarizados
com o comportamento desses animais, de forma a reconhecer imediatamente qualquer
desvio de suas condições normais, para tomar as medidas corretas na hora certa. No
entanto vamos iniciar com fatos históricos.
Informações históricas
118
As defesas do corpo provêm de um sistema complexo de mecanismo sobrepostos e
interligados para que juntos possam destruir ou controlar grande parte dos invasores. Uma
falha nessas defessas pode desenvolver uma enfermidade que podera ressultar em morte.
Os microrganismo de interesse na sanidade são aqueles achados em associação
com animais, já que podem às vezes ser perigosos e pode causar doenças (patôgeno). No
entanto, é importante destacar que somente uma pequena porção é patogênica, ou seja que
pode invadir os tecidos ou danificá-los. A capacidade de causar doença é variada e
denomina de virulência, podendo ser altamente virulento ou com baixa virulência, alguns
organimos de baixa virulência só chega a causar doença se penetrar em dose muito alta ou
em caso das defesas imunes do corpo estiverem prejudicadas, ou seja, quando o animal
estiver debilitado ou suprimidos. Esses são conhecidos como patôgenos oportunistas. Como
exemplos podemos citar: bactérias, tais como a Pasteurella hemolytica, que raramente
causam doenças em animais saldáveis e normais.
Imunidade Inata
Imunidade Adquirida
120
Se todo o material estranho que entra no corpo fosse totalmente ingerido, digerido e
destruido pela células fagocíticas, não haveria nehuma nessecidade de estímulo para uma
resposta imune. Entretanto, alguns antígenos (invasor) devem persistir para desencadear
uma resposta imune, por outro lado se todo o material estranho que entrasse em contato
com um corpo dessencadease uma resposta imune, então o sistema se sobrecaregaria na
tentativa de responder a cada estímulo estranho.
O sistema inuno adquirido tem receptores específicos antigênico e aprende o
processo e reconhecimento de cada invasor específico e crião célular de memória (Linfócitos
B e T) que quando encontrá-los novamente responde mais rápido e eficiente. Esse tipo de
resposta adptativa é função do sistema imunoadiquirido. Como um animal desenvolve
imunidade específica a um invasor, as chances de sucesso na invasão por um organismo
serão menores.
O sistema imunoadquirido é extraordinariamente um sistema de defesa efetivo. Pode
reconhecer invasores estrangeiros, destruí-los e reter em sua memória esse encontro. Se
um animal encontrar o organismo pela segunda vez , o sistema imune responde mais rápido
e eficientemente. Uma razão para essa complexidade é a defesa do animal a uma ampla
variedade de microrganismos.
Anticorpos específicos são formado primariamente no órgão do timo, baço,
linfonodos, que são formadores de células T e B.
Existem dois métodos básicos pelos quais pode-se tornar um animal imune a uma
doença infectocontagioso. Um método chamado de imunização passiva, que produz uma
resistencia temporária por meio de uma transferência de anticorpos de uma animal
resistente para um susceptível. Esses anticorpos passivamente transerido confere uma
proteção imediata, mas, como são gradualmente catabolizados, essa proteção diminue e o
receptor finalmente fica susceptível a uma reinfecção. O outro método chamado de
imunização ativa, que envolve a administração de antígenos em uma animal de maneira que
ele responde por meio de montagem de uma rsposta imune protetora. A reimunização ou a
exposição a uma infecção resultará em uma resposta imune secundária.
A desvantagem da imunização ativa é que a proteção não é conferida imediatamente
(prevenção), como a imunização passiva (proteção imediata ou tratamento). No entanto,
uma vez estabelecida, ela possui uma duração longa e é capaz de reestimulação.
121
Exemplo. Imunidade Passiva e Ativa em Suínos
Imunidade Passiva
122
Transferencia de Imunidade de Forma Natural da Mãe para o Descendente
Imunidade Ativa- Vacinação de animais jovens : Pelo fato dos anticorpos maternos
passivelmente derivados inibirem a síntese de imunoglobulinas neonatais, eles impedem o
sucesso da vacinação em animais jovens. Essa inibição deve persistir por muitas semanas à
meses, e sua duração depende da quantidade de anticorpos transferido e da espécie
animal, mas geralmente fica em torno de 4 a 8 semanas de vida, onde já inicia os protocolos
de imunização ativa específica (Vacina).
Imunização Passiva- Soro: A imunização passiva com soro, reque que os anticorpos
sejam produzidos em um animal doador ( geralmente desenvolvido em equínos) por meio de
uma imunização ativa e que esses anticorpos sejam administrados a animais susceptíveis
123
para conferir proteção imediata. O papel mais importante se dá na proteção contra
organismos toxigênicos, tais como, o Clostridium tetani e o C. perfringens. Os soros
produzidos dessa forma são conhecido como imunoglobulinas e são comumente produzidos
em equínos jovens por uma série de injeções imunizantes (toxóides). As toxinas de
clostridios são proteínas que podem ser desnaturalizadas e assim se tornarem não toxicas
por tratamento com formaldeído, passando ser chamadas de toxóides. A imunoglobulina
tetânica é administrada nos animais para conferir proteção imediata contra o tétano. Outo
soro comumente empregado na pecuária, é o soro antiofídico polivalente, elaborado com o
mesmo procedimento do soro anti-tetânico, porém o antígeno é o veneno de diferentes
espécies de cabras pesonhentas.
Imunidade Ativa
Ambiente natural
Vacinação e Vacinas
A vacinação foi comprovada nos últimos 120 anos ser o método mais eficiente e
efetivo no controle de doenças infecciosas. A erradicação da varíola, a eliminação da cólera
suína e da brucelose da América do Norte, e o controle de doenças como a febre afosa,
raiva, entre outras, não seria possível sem o uso de vacinas. Contudo, a vacinação não é
sempre um procedimento inócuo, e seu uso deve ser acompanhado de uma avaliação
cuidadosa dos riscos e benefícios do procedimento.
Dois critérios principais devem ser comtemplados para determinar se a vacinação
deve ser utilzada para controlar uma doença específica. Em primeiro lugar, deve-se
estabelecer que o sistema imune pode proteger contra a doença em questão. Em algumas
doenças como a anemia infecçiosa equina, a resposta imune é responsável por muito dos
processos patológicos. Em outra infecções, tais como a febre aftosa nos suínos e a peste
suína, pode-se induzir uma imunidade protetora muito fraca ou nenhuma imunidade, no caso
da aftosa do suíno não previni por muito tempo, no máximo 3 meses, sendo a resposa
imune inferior a infecção natural.
Em segundo lugar , antes de se usar uma vacina, devemos nos certificar de que os
riscos da vacinação não excedam os riscos associados à chance de contrair a doença
propriamente dita. Dessa forma, o uso da vacina deve ser inapropriado contra uma doença
que é rara e ou contra uma doença que não esteja associada a alta morbidade. Também
deve utilizar outros meios e procedimentos disponíveis de controle ou tratamento.
A imunização ativa possui vária vantagens importantes comparada à imunização
passiva. Essas vantagens incluem o prolongado período de proteção e a recuperação e o
reforço dessa resposta protetora por meio de injeções repetidas do antígeno ou pela
exposição à infecção.
Uma vacina ideal para imunização ativa deve, portanto, conferir forte imunidade
prolongada, e não deve ter efeitos colaterais adversos. Essa imunidade deve ser conferida
tanto ao animal imunizado como ao feto gerado por ele. Deve também ser barata, estável,
adaptável à vacinação em massa, e teoricamente deverá estimular uma resposta imune
distinguível da infecção natural de forma que a imunização e a eradicação possam ocorrer
simutaneamente.
124
Vacinação e Vacinas
125
9.3. Cuidados Sanitátio
Devemos ter uma sére de cuidados com a sanidade dos animais, sendo para isso
importante saber identificar a situação do animal ou do rebanho através de sinais ou
sintomas que permitem fazer a diferençiação entre animais saudáveis e doentes, e tomar as
medidas necessárias para evitar a morte do animal ou mesmo a disseminação da doença
por todo o rebanho, , bem como controlar a doenças e verificar os fatores que predispôs ao
surgimento da doença e que tome as medidas para que novas doenças não venha acometer
o rebanho.
126
Ásperos,Secos,Sem Brilho,
Pêlos Lisos com Brilho
Arrepiados,Quebradiços, Queda
Olhos “Vivos” e Brilhantes Tristes e Fundo
Conjuntiva Rosa ou Vermelho Vivo Clara à Branca
Isola, Fica para Trás, Diferente do
Instinto Socável, Ativo e Gregário
Normal e do Grupo
Vivacidade e altivez;
Apetite normal, selecionando e ingerindo os alimentos com avidez;
Pêlos lisos, sedosos e brilhantes;
Temperatura corporal variando de 38,5 a 40,5º C;
Fezes de consistência firme;
Urina de coloração amarelada, odor forte e em volume dentro da normalidade;
Processo de ruminação presente (para ruminantes);
Boa condição corporal e porte compatível com a idade e a raça
Identificação diária
Fundamental: O olho e a percepção são dons de Deus, seja bastante tranqüilo, devagar e
observe melhor os animais.
127
128
9.3.2. Prevenção, Controle e Tratamento de doenças
MEDIDAS PREVENTIVA
RELAÇ
RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA E SURGIMENTO DE DOENÇ
DOENÇA
ALTA ALTA
A
MÉDIA B MÉDIA
BAIXA C BAIXA
IMUNIDADE SUSCEPTIBILIDADE
SITUAÇ
SITUAÇÃO A: O ANIMAL APRESENTA IMUNIDADE ALTA, COM RESISTÊNCIA ORGÂNICA
ORGÂNICA EM
FUNÇ
FUNÇÃO DAS CONDIÇ
CONDIÇÕES FAVORÁ
FAVORÁVEIS DE NUTRIÇ
NUTRIÇÃO, SEM ESTRSSE, HIGIENE E MEDIDAS
PREVENTIVAS. SAUDÁ
SAUDÁVEL E EFICIENTE
SITUAÇ
SITUAÇÃO B: FALHAS DE MANEJO: SANITÁ
SANITÁRIO E / OU NUTRICIONAL. FASE FISIOLÓ
FISIOLÓGICA OU
SITUAÇ
SITUAÇÃO ESTRESSANTE. REFLEXO NO DESEMPENHO. SURGIMENTO DE DOENÇDOENÇA SUBCLÍ
SUBCLÍNICA
SITUAÇ
SITUAÇÃO C: A DOENÇ
DOENÇA SE MANIFESTA CLINICAMENTE. O ORGANISMO APRESENTA
IMUNIDADE BAIXA, SURGINDO AS DOENÇ
DOENÇAS OPORTUNISTA.
NORMALMENTE OCORRE BAIXA IMUNIDADE EM CORDEIROS E OVELHAS NO PER IPARTO, OU
ALGUMA CONDIÇ
CONDIÇÃO ESTRESSANTE.
129
Adotando programas e / ou recomendações básicas:
Exemplos:
130
e certificar-se de que os mesmos não são portadores de doenças, que dependendo pode ser
fatal a contaminação do rebanho inteiro.
MEDIDAS CURATIVA
131
Helmintos Protozoários Carrapatos
Nematóides Eimeriose(Coccidiose) Mosca-do-Chifre
Cestóides Berne
Trematódeos Míiases (bicheiras)
Oestrose (bicho de cabeça)
Sarna (Ácaros)
Pediculose (Piolhos)
TIPOS DE ENFERMIDADES/DOENÇAS
INFECCIOSAS DIVERSAS
Doenças Parasitárias
A relação entre algumas espécies de organismos, muita das vezes são desarmônicas,
podendo esta ser da forma parasitária, onde o parasito é beneficiado do seu hospedeiro, que
fica prejudicado. Dependendo do nível de infestação (externo) ou infecção (interno) pode
comprometer severamente o desempenho do animal e caso não seja controlado pode levar
a morte ou mesmo deprimir o animal, tornando-o fracos e vulneráveis a doenças
secundárias.
Os parasitos geralmente passam por um ciclo de vida dividido em dois períodos, sendo
um período de vida livre (no ambiente) e um período de vida parasitária (no hospedeiro),
obtendo seus nutrientes para desenvolvimento e reprodução. Muitos trabalhos tem
mostrados que a maioria (95-97%) está presente no ambiente e apenas uma pequena
minoria (3-5%) está no hospedeiro, então fica difícil erradicar, porém é possível controlar
estrategicamente a população de parasitos, atuando de forma direta e indireta, de acordo
com o ambiente e o animal, e sem dúvida o manejo é muito importante neste controle.
Veja o exemplo abaixo, com controle estratégico de verminose em bovinos
132
No meio rural existe vários parasitos com diferentes meios de sobrevivência, no entanto
destacaremos algumas de grande importância na pecuária para melhor explicação e
entendimento deste fator limitante na produção animal.
Verminose
A verminose é uma doença que ataca os animais e é uma das principais causas de
baixo desempenho, morbilidade, mortalidade nos animais. É causada por vermes que se
localizam no trato digestivo do animal, onde se fixam e sugam o sangue do mesmo. Os
principais helmintos identificados incluem: Haemonchus contortus, Strongyloides papillosus,
Cooperia sp., Oesophagostomum columbianun, Oesophagostomum venulosum,
Trichostrongylus colubriformis, Trichostrongylus axei, Skrjabinema ovis, Trichuris sp., e
moniezia sp. Quando o animal tem grande número de vermes, fica magro, fraco, sem
apetite, com o pelo arrepiado e sem brilho e em alguns casos com a “papada inchada”
(edema submandibular) e diarréia.
Para atenuar os prejuízos causados pela verminose, o criador deve desverminar
periodicamente o rebanho.
Recomenda-se também desverminações nas seguintes ocasiões e adoção de outras
medidas auxiliares:
um mês antes ou logo após o parto, pois fêmeas lactantes
promovem maior disseminação de ovos nas pastagens;
com maior intensidade, a partir de um mês de idade;
ugar todo animal de compra antes de incorporá-lo ao rebanho;
ou através de coprocultura
(verificação de quais parasitos e verificação da eficiência dos princípios ativos) para
evitar a resistência dos vermes;
133
Larvas móveis de vermes, nas pastagens Fundamentação para manejo de pastagens
em condições ideais de umidade e
temperatura
134
Resistência dos nematódeos aos anti-helmínticos
Consiste na habilidade de algumas cepas de parasitas sobreviver à ação das doses
de uma droga, em geral, letal para a maioria dos indivíduos da mesma espécie. A utilização
inadequada e indiscriminada de anti-helmínticos tem reduzido a eficiência no combate aos
parasitos, pelo aparecimento ou seleção de populações de parasitas resistentes aos
diferentes grupos químicos utilizados no tratamento dos animais.
Não fazer uso contínuo e freqüente de vermífugos com nomes comerciais diferentes
se o ingrediente ativo for o mesmo ou pertencerem ao mesmo grupo; A mudança freqüente
da classe química do vermífugo ou do princípio ativo pode provocar o desenvolvimento de
resistência múltipla dos vermes;
Fazer a alternância de vermífugo anualmente, utilizando produtos de denominação
técnica diferente é necessário para evitar a criação de cepas resistentes;
Separar os animais em lotes com mesmo peso para facilitar a aplicação ou se
possível pesar individualmente os animais e aplicar a dose conforme o peso, evitando
administrar doses acima ou abaixo do necessário;
Seguir o calendário de estratégico preconizado pela pesquisa-extensão para a região;
Verificar a presença de parasitas resistentes através de exames laboratoriais;
Além disso, é importante selecionar animais com maior resistência aos nematódeos.
Evitar excesso de manejo que cause estresse e traumatismos nas ovelhas em
gestação.
Coccidiose ou Eimeriose
135
É uma enfermidade comum em rebanhos que permanecem entabulados. Ataca animais
de qualquer idade, porém é mais comum em animais jovens. Doença causada por um
protozoário do gênero eimeria e tem sua ocorrência amplificada pela falta de higiene geral,
contaminação de água por fezes com oocistos, concentração das crias em ambiente úmido,
bem como sobrelotação nas instalações e nas pastagens por animais das diversas
categorias.
Os sintomas incluem diarréia fétida, falta de apetite, desidratação, perda de peso e
crescimento retardado, podendo levar à morte. Nos animais adultos, esta doença é
ocasional (condições de estresse).
•
O uso de cocciostáticos como salinomicina na dose de 1 mg / kg misturada ao leite ou
ração dos 14 a 210 dias de vida de cabritos e cordeiros é recomendado como medida
preventiva em sistemas intensivos de criação. Outro cocciostáticos é monesina sódica
(ionóforos) a pode ser incorporado no concentrado. No mercado é fácil de encontrar o
Rumensin® a 10 % de monesina sódica, podendo utilizar na quantidade de 300 a 400 g
Rumensin® por tonelada de concentrado.
136
Ectoparasitos
Carrapato
Mosca-do-Chifre/ Berne
Oestrose
Os ectoparasitos que acometem os caprinos e os ovinos são os piolhos mastigadores
(Bovicola) e sugador (Linognathus), os ácaros (Psoroptes caprae e demodex caprae)
causadores de sarnas e as larvas de moscas (Cocchliomya hominivorax), que causam
prejuízos pelos danos na pele dos animais afetados. As medidas para o controle das
pediculoses e das sarnas contemplam:
137
Foto à direita, achados de Oestrus ovis, em um corte transversal da cabeça de um ovino
Miiases
A miíases (bicheira) é causada pela larva da mosca “varejeira” (Cocchliomya
hominivorax), que põe seus ovos nas feridas frescas. Depois de algumas horas, as larvas
saem dos ovos e penetram nos tecidos vivos onde se alimentam e crescem por
aproximadamente uma semana. Em seguida, caem no solo onde se transformam em
moscas, completando assim seu ciclo de vida. Durante o período em que as larvas
permanecem na ferida, vão comendo a carne do animal chegando a causar grandes
estragos. O animal fica irritado, observando-se inquietação, perde o apetite, emagrece e se
não for tratado pode morrer. Como medida preventiva, proceder à desinfecção da pele após
ocorrência de traumatismos, tais como: brincagem, castração, corte do cordão umbilical e ou
da cauda, além da higienização das instalações para evitar moscas. Para tratar miíases já
instalada, retirar todas as larvas da ferida e usar um produto repelente e cicatrizante.
Miíases (bicheiras)
Miíases (bicheira) Orelha- Brinco grande e Castração
• Bicheira no umbigo
Mal cura do umbigo ao nascer
• Bicheira na cauda
Diarréia com sangue e
substrato para
Mosca colocar
Ovos-Larvas
Piolho
Sarna
138
9.4. Principais Produtos e sua Utilização na Sanidade Animal
INJETÁVEIS
139
A injeção subcutânea, como o próprio nome diz, deve ser dada debaixo da pele, sem
atingir vasos sanguíneos e músculos. Pode ser aplicada em qualquer parte do corpo. A
região compreendida atrás ou à frente da pá, que todos conhecem como paleta, é uma área
fácil de ser atingida, e apresenta maior segurança para o aplicador. Para que a injeção seja
melhor aplicada, recomenda-se dobrar a pele, para atravessar a agulha com maior
facilidade. Ao sentir que atravessou a pele injeta-se o conteúdo da seringa, depois retira-se
a agulha e pressiona-se o local com um algodão embebido em álcool iodado. É usada para
aplicação de vacinas e alguns medicamentos. Doses maiores que 10 ml devem ser
aplicadas em diferentes locais. As agulhas mais utilizadas são curtas e de pequeno calibre,
variando de 15x10, 15x15, 10x10 a 10x15.
3. Intramuscular (IM)
É a injeção aplicada dentro do músculo. As agulhas para esta aplicação são maiores
(calibre 40x12 para adultos e 30x8 para bezerros). Deve-se tomar cuidado com o tamanho
da agulha porque, se for uma injeção a ser aplicada em um bezerro, pode o tamanho da
agulha ser de tal forma que atravesse todo o músculo e a aplicação seja fora do local ideal.
Os melhores locais de aplicação são a região glútea (garupa), o músculo da tábua do
pescoço e na parte detrás da coxa, justamente os mais volumosos.
4. Intradérmica (ID)
Como o nome diz, deve ser aplica da dentro da pele, isto é, não chega a atingir a
região debaixo da pele. Esta aplicação é muito específica, somente usada para testes
alérgicos, como é o caso do exame de tuberculose. É uma aplicação que deve ser realizada
pelo médico veterinário.
5. Intra – Ruminal
6. Intraperitonial
É uma injeção que deve ser aplicada com muito critério pois pode trazer problemas
sérios de infecções dentro da barriga (peritonite). Ela é aplicada dentro da barriga, sem ser
dentro dos intestinos. É uma aplicação que deve ter a orientação do médico veterinário ou
pessoa bem treinada.
140
Outras vias de administração:
Vaginal – via utilizada para aplicação de certos antibióticos indicados para tratamento de
metrites e/ou vaginites, como por exemplo na aplicação de velas uterinas realizada via canal
vaginal. Ex: GENTRIN infusão intra-uterina (sulfato de gentamicina 300 mg; cloridrato de
bromexina 150 mg e nitrofurazona 100 mg); GINOVET tabletes efervecentes (cloridrato de
tetraciclina 1 g e nitrofurazona 150 mg)
141
Prevenir e tratar as lesões causadas pela pododermatite (mal dos cascos);
Solução indicada para uso coletivo em pedilúvio ou tratamento individual.
Solução de sulfato de Zinco a 5% e 10%
Fórmula: 5% = 50 g de sulfato de zinco + 950 ml de água potável
10% = 10 kg de sulfato de zinco em 100 litros de água Indicação:
Prevenir e tratar as lesões causadas pela pododermatite ou mal dos cascos.
Solução Mista
Formula: 5 kg de sulfato de Zinco + 4 kg de sulfato de cobre + 1 lata de creolina + 2
litro de Formol Estabilizado + 95 l de água.
* Usar no pedilúvel
Solução Desinfetante
Formula :Iodo 200 ml + 100ml de Biocid + 100 ml de álcool + 100 ml de água.
Desinfetar pisos e Tratar casco
Soluções para desinfecção das instalações
Creolina : Anti-Séptico e Germicida
Dosagem: 2-4% de Creolina dissolvida em água
9.4.3. Vacinas
Aftosa
Raiva
Brucelose
Polivacina (Clostridioses)
Pneumoenterite ou Paratifo
9.4.4. Anti-parasitários
9.4.5. Antibióticos
9.4.6. Outros
142
10. CONSIDERAÇÕES FINAIS
143
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DOMINGUES, O. Elementos de Zootecnia Tropical. 5. ed. São Paulo, Nobel, 1981. 143p.
FONSECA, J.B. O ensino da Zootecnia no Brasil: dos primórdios aos dias atuais. In:
MATTOS, W. R. S. et al. (Ed.). A Produção Animal na Visão dos Brasileiros. Piracicaba:
FEALQ, 2001. 927 p., p. 15-39.
TORRES, G.C. de V. Bases para o Estudo da Zootecnia. Salvador, UFBA, 1990. 464p.,
p.217-319.
TIZARD, IRAN R. Imunologia Veterinária: Uma Introdução. 6.ed. São Paulo: Roca, 2002.
532p.
STORER, T.I.; USINGER, R. L.; STEBBINS, R.C. et al. Zoologia Geral. 6. ed. São Paulo,
Nacional, 1986. 816 p.
144
ANEXOS
Estrutura Óssea
Esqueleto das Classes de animais domésticos
145
146
Estrutura Muscular
147
Tipo = Forma e Função
Conformação em 3 cunhas
148
149
150
Aprumos
151
152
Defeitos
153
GLOSSÁRIO
Grupamentos zootécnicos
154
Raça é definida como agrupamento de animais de mesma espécie e origem, com caracteres
morfológicos, fisiológicos e econômicos comuns e transmissíveis hereditariamente sob
condições ambientais e de exploração ideais.
Raça é definida como certo número de animais da mesma espécie, vivendo em condições
semelhantes, com a mesma aparência exterior, as mesmas qualidades produtivas, cujos
caracteres reaparecem em seus descendentes tal como existiam em seus antepassados.
A pureza racial é um conceito convencional, resultante da existência de um "pedigree", de
um registro oficial do animal. As raças podem ser puras racialmente, mas geneticamente são
parcialmente puras.
A pureza genética de uma raça pode ser atingida para alguns caracteres, devido à
dificuldade de se atingir alto grau de homozigose para todos os genes.
Raça Primitiva - Raça natural de determinada região, formada por seleção natural,
submetida ou não, posteriormente à seleção artificial. Ex.: Bovinos Schwyz.
Raça Derivada - Raça que provém de outras, ditas primitivas ou naturais, por variabilidade
espontânea ou cruzamento (Derivada sintética). Ex.: Raças bovinas Santa Gertrudis,
Canchim, Pitangueira.
Raça Nativa - Raça natural ou mesológica, formada em determinada região por seleção
natural, acompanhada ou não de ação seletiva e conservadora do homem. É dita "nativa
melhorada" quando sujeita à seleção artificial, no sentido de seu melhoramento genético,
com aperfeiçoamento econômico. Ex.: Raça caprina Moxotó.
Raça Exótica - Raça introduzida em região diferente da região de origem. Ex.: Raça bovina
holandesa, no Brasil.
APTIDÃO ECONÔMICA: Considera-se a aptidão produtiva da raça. Ex.: Raças bovinas
leiteiras; Raças de caprinos para abate; Raças de aves para postura; Raças de suínos tipo
carne.
ÁREA GEOGRÁFICA: Por "área geográfica da raça" entende-se o espaço territorial onde
vivem e se aclimaram indivíduos da raça, em estado de pureza ou em alto grau de sangue; e
por "berço da raça" entende-se o local onde a raça se definiu e formou, daí se dispersando
para outras regiões, nas quais se aclimou.
VARIEDADE: Principalmente em raças cosmopolitas, é possível formar-se grupamentos de
indivíduos em diversos locais, mais ou menos isoladamente, e que apresentam distinções
sensíveis, de modo a permitir certas diferenças entre a raça e os novos grupamentos. Essa
variação limitada a certos caracteres pode ser provocada ou mantida pelo criador visando
um melhor rendimento. Assim, se constituem, dentro da raça, as variedades ou sub-raças.
Essa diversificação pode basear-se em atributos zootécnicos ou em caracteres sem valor
econômico como pelagem, conformação craneana, etc.
FAMÍLIA: Conjunto de descendentes de um casal, direta e colateral, até a quinta geração.
LINHAGEM: Constituída pelos descendentes "diretos", a partir de um genitor macho ou
fêmea. Os descendentes devem apresentar, com notável fixação, certos traços ou
qualidades adquiridos por herança biológica daquele antepassado comum. Em geral, é
usado o macho, por gerar muito mais descendentes no mesmo espaço de tempo.
LINHAGEM PURA: Decorre de atributos fixos e puros nos descendentes diretos a partir de
um determinado genitor.
SANGUE: Sob o ponto de vista zootécnico, é a parte hereditária. Os animais de mesmo
sangue pertencem à mesma raça ou descendem dos mesmos antepassados, isto é,
possuem antepassados comuns.
MISTURA DE SANGUE: É uma alusão a cruzamentos de animais de raças diferentes.
FORMA: É o conjunto de animais cuja herança ainda é uma incógnita. A fixação dos
caracteres não está comprovada. É um termo geral, servindo para designar um grupo que
ainda não pode ser considerado raça.
155
POPULAÇÃO: É um grupamento qualquer de indivíduos, considerado do ponto de vista
numérico, desde que vivam em determinada área geográfica comum.
INDIVÍDUO: É a unidade indivisível. O indivíduo nunca é totalmente igual a outro de mesma
raça, variedade ou família, porque um se torna portador de características diferentes da
herança biológica dos antepassados. Mesmo sendo irmãos há sempre um meio de distinguí-
los, pois as variações se fazem notar. Quanto mais fixa e homogênea for a raça, menos
diferenças são notadas. Nos gêmeos univitelinos e clones há alto grau de igualdade.
GENÓTIPO: É o indivíduo considerado segundo sua origem genética ou sua herança
biológica. O genótipo é uma combinação acidental de heranças que têm origem no passado
e seu futuro na eternidade. No melhoramento animal, o que mais interessa é o genótipo,
pois na conservação ou melhoramento da raça o genótipo precisa ser conhecido, pois, este
passa às novas gerações. No genótipo está a garantia da permanência da raça, da sua
fixação ou de seu aperfeiçoamento.
FENÓTIPO: É a expressão exterior do genótipo sob a influência de determinadas condições
de ambiente. O fenótipo é efêmero, passageiro e morre com o animal. Ao explorador de
animais o que mais interessa é o fenótipo, seus caracteres raciais expressos
somaticamente, suas finalidades zootécnicas.
Alimentos – Produto que contém nutrientes, são substâncias que podem ser ingeridas,
digeridas e assimiladas, contribuindo assim para manutenção e a produção do animal. O
alimento é qualquer produto de origem natural ou artificialmente preparado que, quando
corretamente usado, apresenta valor nutritivo.
Alimentação - Fornecimento ou ingestão de alimentos.
Nutriente – É o constituinte dos alimentos, sua composição química em geral, assim como
certas substâncias, que contribuem para manutenção da vida do animal: carboidratos,
graxas, proteínas, vitaminas, minerais etc.
Nutrição–Fornecimento de todos os nutrientes exigidos para satisfação das necessidades
dos animais
Exigência Nutritiva – quantidade de cada nutriente requerida por determinada espécie e
categoria animal, para desempenho normal.
Ração – Definida como a quantidade total de alimentos consumido pelo animal em 24 horas.
Refeição – É à parte da ração distribuída e consumida de cada vez.
Dieta – É o que o animal ingere em 24 horas, capaz de cobrir ou não suas necessidades.
Indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente alimentício ou mistura de
ingredientes, incluindo a água.
Ração Balanceada – É a mistura de alimentos calculada para satisfazer as necessidades
diárias de um animal, incluindo todos os nutrientes necessários, nas quantidades e
proporções devidas.
Ingredientes – componentes de uma mistura de alimentos, mesmo não nutrientes.
Digestão – processo de desdobramento do alimento em substância simples que possam ser
absorvidas pelo organismo.
Hidrólise - reação química de substância complexa em água, resultando em outras mais
simples.
Degradação ou Degradabilidade - Maior ou menor facilidade de um alimento se decompor
por ação enzimática; expressão mais relativa ao meio ruminal.
Nutriente Digestível - É a fração de um nutriente que pode ser digerida e aproveitada pelo
organismo. Aplicada aos constituintes orgânicos dos nutrientes.
Coeficiente de Digestibilidade – Valor percentual de um nutriente de um alimento que é
digerido ( ou absorvido).
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Eficiência alimentar – quantidade de produto animal por uma quantidade unitária de
alimento (kg de produto / Kg de ração)*100 .
Conversão Alimentar – Capacidade de um alimento se converter em uma unidade de
produto animal (Kg de ração/ Kg de produto.
Biodisponibilidade biológica – pode ser definida como a porção de um nutriente presente
no alimento que é absorvida pelo animal e utilizada nas funções biológicas.
Equivalente protéico – Potencial de uma substância nitrogenada não-protéica (NNP) que
se converte em proteína pelo organismo, com base em seu teor de nitrogênio multiplicado
pelo fator de conversão de 6,25.(N x 6,25= EP).
Micotoxinas – Toxina produzida por fungos. Exemplo: bolor, fermentação de concentrados
úmidos.
Oxidação – União de uma substância com oxigênio, aumentando a valência positiva,
decréscimo de valência negativa. Exemplo: rancificação de gorduras.
Núcleo - processo ou material relativo à mistura uniforme de nutrientes macronutrientes
minerais e Premix (microminerais, vitaminas, aditivos).
Premix – processo ou material relativo à mistura uniforme de micros nutrientes –
microminerais, vitaminas, aditivos.
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CARBOIDRATOS
Fibra bruta(FB): corresponde ao carboidrato total subtraindo do extrativo não
nitrogenado(CHO sol.) Expressa basicamente o teor de celulose (atualmente pouco usual –
Erro de Weend).
Fibra insolúvel em Detergente Neutro (FDN): representa a quantidade total de fibra na
forragem expressada pela parede celular, composta por, “pectina”, celulose, hemicelulose e
lignina. Níveis elevados de fibra de forragem limitam o consumo de matéria seca, que
resultam no não-atendimento às exigências nutricionais e em maior demanda de alimentos
concentrados. Valores ideais de FDN : > 25 e < 50%.
Fibra insolúvel em Detergente Ácido (FDA): avalia a digestibilidade da parede celular,
através dos componentes celulose (baixa digestibilidade) e lignina (indigestível), sendo
utilizada para estimar a densidade energética da forragem. Portanto, silagem contendo
níveis inferiores de FDA apresenta maior concentração energética. Valores ideais de FDA
inferior a 30%. A lignina constitui a fração indigerível da porção fibra e limita a digestibilidade
da FDN de forragens. Baixos níveis de lignina na silagem são desejáveis, não devendo
passar de 5%. Em silagem de milho e de sorgo os níveis de lignina variam entre 3% e 8%.
Lignina: é um composto fenólico de alto peso molecular, não carboidrato, de extrema
importância na avaliação da digestibilidade dos alimentos.
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CHOtt = 100 - (PB+EE+MM) - Água
ENN(extrativo não nitrogenado)
ENN = CHOtt - FB
CHOs = CHOtt - FDN
CNF= 100 – (PB+FDN+EE+MM)
Hemicelulose=FDN-FDA
Celulose = FDA – Lignina
Forragem (Forage ou Herbage): partes comestíveis das plantas, exceto os grãos, que podem servir na
alimentação dos animais em pastejo, ou colhidas e fornecidas. Também definida como a biomassa de plantas
herbáceas, exceto os grãos, geralmente acima do nível do solo, mas incluindo raízes e tubérculos comestíveis.
Dossel ou relvado (Sward): população de plantas herbáceas, caracterizada por um hábito de crescimento
relativamente baixo, e uma cobertura do solo relativamente uniforme, incluindo tanto a parte aérea como
órgãos subterrâneos.
Massa de forragem (Forage mass ): quantidade - massa ou peso seco - total de forragem presente por
unidade de área acima do nível do solo (preferencialmente, mas não obrigatoriamente). Medida de caráter
pontual, normalmente expressa em kg MS/ha.
Acúmulo de forragem (Forage accumulation): aumento na massa de forragem de uma área de
pastagem durante um determinado período de tempo.
Forragem disponível (Available forage): porção da massa de forragem, expressa como peso ou massa por
unidade de área, que está acessível para o consumo dos animais. Este é um termo não recomendado uma vez
que "forragem" é uma entidade definida e a "porção da massa que está disponível para consumo" é algo
hipotético e sujeito à controvérsia da especulação, mesmo quando um resíduo pós-pastejo é usado como
referência. Pode ocorrer, por exemplo, de parte da forragem abaixo do resíduo ser consumida antes que a
altura média do resíduo seja atingida. Os termos "forragem disponível" e "disponibilidade de forragem" são
frequente e erroneamente usados como sinônimos de "massa de forragem". Também é comum o uso de
"crescimento" como sinônimo
de acúmulo. "Acúmulo" é o resultado líquido do balanço entre crescimento (síntese de novos tecidos vegetais),
que soma massa, e os processos que subtraem massa (senescência e morte de tecidos) da comunidade
vegetal. Alguns autores, para maior clareza, usam o termo "acúmulo líquido", embora, pela definição, isso seja
redundante.
Pastagem (Pasture): um tipo de unidade de manejo de pastejo, fechada e separada de outras áreas por cerca
ou outra barreira, e destinada à produção de forragem para ser colhida principalmente por pastejo.
Piquete (Paddock): área de pastejo correspondente a uma sub-divisão de uma unidade de manejo de pastejo
(e.g., uma pastagem), fechada e separada de outras áreas por cerca ou outra barreira.
Freqüência de corte ou pastejo: refere-se ao intervalo de tempo entre os cortes ou pastejos sucessivos.
Desfolhação: é a remoção, por corte ou pastejo, das partes aéreas de uma planta(colmo, folhas, flores e
sementes).
Modificações botânicas: são alterações da população de cada espécie de plantas de uma pastagem.
Persistência: é a habilidade de uma planta sobreviver numa pastagem.
Palatabilidade: é uma expressão que indica a aceitabilidade de uma planta, ou parte de uma planta, pelo
animal em pastejo.
Capacidade de suporte (Carrying capacity): a máxima taxa de lotação que proporciona determinado nível de
desempenho animal, dentro de um método de pastejo, e que pode ser aplicada por determinado período de
tempo sem causar a deterioração do ecossistema. A capacidade de suporte é flutuante entre anos e dentro de
anos, e pode ser abordada e discutida dentro de estações ou de períodos do ano. A capacidade de suporte
média de uma pastagem, geralmente se refere à média de vários anos, ao passo que a capacidade de suporte
anual geralmente se refere a um ano específico. Sendo um reflexo da produtividade do pasto, a capacidade de
suporte é melhor apreciada em função de níveis de adubação, principalmente a nitrogenada.
Oferta de forragem (Forage allowance): relação entre o peso (matéria seca) de forragem por unidade de
área e o número de unidades anima is (ou "unidades de consumo de forragem", definidas como um animal com
uma taxa de consumo de forragem de 8 kg MS/dia) em um ponto qualquer no tempo. Uma relação quantitativa
e instantânea entre forragem e animal. O inverso de "pressão de pastejo”.
Disponibilidade de forragem: é a quantidade de forragem presente numa pastagem e que está disponível
para o animal.
Pressão de pastejo (Grazing pressure): relação entre o número de unidades animais ou unidades de
consumo de forragem e o peso (MS) de forragem por unidade de área, em um ponto qualquer no tempo. Uma
relação animal-forragem. Deve ser preterido em favor de "oferta de forragem".
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Superpastejo: é a situação em que há excesso de animais por forragem produzida. É uma das principais
causas da degradação das pastagens, pois, em virtude do grande número de animais, o superpastejo reduz o
vigor das plantas e sua capacidade de rebrotação e de produção de sementes. Isto acontece porque a
intensidade com que o animal promove o pastejo é aumentada, podando as plantas cada vez mais próximas do
nível do solo, reduzindo a quantidade de resíduo vegetal (forragem não consumida) que cai ao solo e passa a
constituir fonte de nutrientes que são reaproveitados pelas plantas forrageiras, o que se conhece como
reciclagem de nutrientes. A conseqüência desses efeitos do superpastejo sobre a pastagem será menor
produtividade e menor capacidade de competição com as invasoras e gramíneas nativas.
Subpastejo: é a situação em que há sobra de forragem produzida. Se o manejo for incorreto, mesmo em um
solo de alta fertilidade natural ou adubado intensivamente, ocorrerá a degradação da pastagem. E importante
sabermos que da MS total de uma forrageira, somente 5 a 10% são nutrientes minerais (N, P K, Ca, Mg, S, Cu,
Zn, Bo, Mo, Fe, Mn) ou seja, todo o esforço em termos de conhecimento científico, de investimentos em
adubações, em indústrias de corretivos e fertilizantes, entre outros, etc. é realizado para fornecer apenas 5 a
10% do total de forragem que queremos produzir. Os restantes 90 a 95% são apenas carbono (C), hidrogênio
(H) e oxigênio (O) que constituem a matéria orgânica propriamente dita e pode-se dizer que esta é a principal
fração influenciada pelo manejo das pastagens.
Taxa de lotação (Stocking rate): relação entre o número de animais ou de unidades animais (UA) e a área da
unidade de manejo por eles ocupada, durante um período específico de tempo (uma estação de pastejo, um
verão, etc.).
Densidade de lotação (Stocking density ): relação entre o número de animais ou de unidades animais (UA) e
a área da unidade de manejo por eles ocupada, medida num ponto específico do tempo (portanto, uma medida
instantânea). Também chamada de taxa de lotação instantânea.
A diferença entre taxa de lotação e densidade de lotação está na janela de tempo usada para definir as duas
grandezas. Considere-se, por exemplo, uma pastagem de 1 ha ocupada por quatro UA durante toda a estação
de pastejo (por exemplo, 180 dias de verão). A taxa de lotação é 4 UA/ha. Se essa pastagem for dividida em 4
piquetes de 0,25 ha e o lote de 4 UA permanecer 10 dias em cada um deles, voltando ao mesmo piquete após
30 dias, a taxa de lotação durante os 180 dias de pastejo continua sendo 4 UA/ha, mas a densidade de
lotação, expressa pontualmente, é de 4 UA em 0,25 ha ou 16 UA/ha.
Degradação de pastagens: termo usado para designar um processo evolutivo de perda de vigor, de
produtividade e da capacidade de recuperação natural de uma dada pastagem, tornando-a incapaz de
sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais, bem como o de superar os efeitos nocivos
de pragas, doenças e invasoras
Sistema de pastejo (Grazing system ): combinação integrada entre os componentes animais, planta, solo, e
fatores ambientais, mais o método de pastejo, com o objetivo de se atingir metas específicas.
Na literatura nacional é frequente o equívoco de autores que escrevem "sistema de pastejo", querendo dizer
"método de pastejo". Também é comum o uso incorreto de "pastoreio" (que é o ato, geralmente humano, de
conduzir o rebanho ao pasto) como sinônimo de "pastejo" (ato, do animal, de colher forragem com a boca).
Método de pastejo (Grazing method ): procedimento ou técnica de manejo do pastejo, idealizada para atingir
objetivos específicos. Referente à estratégia de desfolha e colheita pelos animais.
Lotação contínua (Continuous stocking): método de pastejo onde os animais têm acesso irrestrito a toda a
área pastejada, sem sub-divisão em piquetes e alternância de períodos de pastejo com períodos de descanso.
Frequentemente (e erroneamente) expressa por "pastejo contínuo".
Pastejo contínuo: é caracterizado quando numa pastagem sempre há animais para pastejo.
Lotação rotacionada (Rotational stocking ): método de pastejo que utiliza subdivisão de uma área de
pastagem em dois ou mais piquetes que são submetidos a períodos controlados de pastejo (ocupação) e
descanso. Também conhecido como "pastejo rotacionado", este um termo não recomendado, uma vez que o
que é "rotacionado" (movimento este que nem sempre é óbvio) é a lotação (ocupação) e não o pastejo.
Pastejo rotacionado: é o pastejo intermitente, intercalando-se períodos de descanso e pastejo
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