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NIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


AGROPECUÁRIA
1º. GRUPO
ABEL VICTOR MILADO
ATIJA YAZIDO ALI
ADMIRO JUSTINO
BETUEL ROSARIO
CARIMO GORGES ARMANDO
SHARON VANESSA
JOÃO TOME JOÃO

EVOLUÇÃO DA EXTENSÃO RURAL NO MUNDO E EM


MOÇAMBIQUE
Introdução

Nas últimas décadas, significativas transformações


vêm ocorrendo no campo. Mudanças nas
actividades económicas, nas práticas culturais, nas
relações sociais.
O presente trabalho pretende reflectir sobre o
historial (evolutivo) da extensão rural no mundo e
em Moçambique.
Objectivos

Objectivo Geral
a) Compreender a Evolução da Extensão Rural no mundo
e em Moçambique.

Objectivos específicos
b) Identificar a origem e o surgimento da Extensão Rural;
c) Descrever os avanços dos serviços de Extensão Rural
no Mundo e em Moçambique;
d) Caracterizar os serviços de extensão rural em
Moçambique.
Extensão Rural no mundo: Origem e Evolução

A Extensão Rural nasce nos Estados Unidos,


numa época de grandes transformações em
diversos sectores da economia, proporcionadas
pela Revolução Industrial, e incluiu uma
transição de métodos de produção artesanais
para a produção fabril, produção de ferro e aço.
A palavra "extensão" tem origem nos Estados
Unidos, em 1914.
Cont…
Segundo Costa (1982), o termo “Extensão” com referência ao
sector agrícola remonta aos anos de 1755 a 1855 com a criação
das Sociedades Agrícolas nos Estados Unidos. Eram
organizações formais, de carácter local, constituídas de
agricultores e familiares, organizadas em núcleos para a
divulgação de informações elementares sobre agricultura,
pecuária e economia doméstica.

Essas sociedades ofereciam aos agricultores oportunidades de


trocarem entre si informações sobre problemas relativos à
agricultura (palestras, informativos, feiras agrícolas) com vistas a
alavancar a produção e, sobretudo, veicular informações.
Extensão Rural Em Moçambique
Moçambique, a extensão rural é praticada desde o
período colonial. Nessa altura, a assistência técnica
era direccionada a determinados produtos de
exportação, notadamente o algodão, tabaco e o
caju, no que se conhece como Commodity Based
Approach, embora as lojas rurais (vulgo cantinas)
interessadas na aquisição de produtos agrícolas
também providenciassem alguma informação, em
relação aos insumos e produtos que
comercializavam (Anselmo, 2000).
A extensão rural no período colonial

No período colonial, as práticas de extensão rural


estavam mais viradas para o enquadramento dos
camponeses do sector familiar.
A extensão rural assumiu a forma de controlo, obrigação
e sanção à actividade dos camponeses do sector familiar.
A divulgação de técnicas melhoradas era apenas para
culturas comerciais, tais como o algodão."'Esta
divulgação de técnicas melhoradas era sobre as
quantidades de produção, áreas a serem semeadas,
controlo da data da sementeira, a área lavrada e as
quantidades produzidas.
Cont…
No período colonial a única medida relacionada à
organização da extensão em Moçambique, foi
transplantada dos Estados Unidos na década de
1960 e 1970, e deu sentido a uma forma de agir
dos agricultores que os tem levado a obedecer as
políticas agrícolas definidas pelo País com a
adopção de “métodos modernos de produção” ou
para o fomento de determinada cultura
subordinada a interesses comerciais de grandes
empresas (Anselmo, 2000).
A Situação da Agricultura até a data da independência

Segundo Mucavelel e Artur (2021), até a data da


independência, a agricultura em Moçambique era
desenvolvida por dois sectores, nomeadamente o
sector familiar e o sector privado.
Assim, a estrutura agrícola neste período (1975/80) foi
constituída por quatro formas de organização da
produção agrícola, nomeadamente: a) Empresas
Agrárias Estatais, b) sector privado, c) cooperativas
agrícolas, e d) sector familiar individualizado (produção
familiar) (Amisse, 1997).
O sector familiar

O sector familiar produzia a sua própria


alimentação, além de uma grande variedade de
culturas para a venda, assim como fornecia mão-
de-obra para os sistemas capitalistas em
Moçambique e na África do Sul.
A população moçambicana engajada neste sector
vivia geralmente duma forma dispersa, ou seja, a
distribuição da população através do território
ordenou-se de acordo com os interesses do
colonial-capitalismo português.
O Sector privado

O sector privado era constituído por agricultores


colonialistas, produzindo culturas lucrativas, especialmente
algodão, cereais, horticulturas, carne e lacticínios, destinados
ao consumo nas cidades. Existia ainda o sector privado das
grandes plantações de chá, cana de açucar, sisal e copra.
O sector privado envolvia ainda pequenos agricultores
moçambicanos semi- capitalistas, empregando mão-de-obra
assalariada e algumas técnicas modernas na produção de
culturas lucrativas, como seja o algodão e cereais (Amisse,
1997).
Interligação entre os Sectores Familiar e Privado

Havia uma forte ligação entre os sectores familiar e privado,


ou seja, sector privado capitalista dependia do sector familiar
e vice-versa (Anselmo, 2000).
Na dependência do sector privado capitalista em relação ao
sector familiar há três aspectos mão-de-obra barata e muitas
vezes sazonal, recrutada numa base migrante a partir do
sector familiar, alimentação aos trabalhadores das
plantações, industriais e machambas privadas; um fundo de
divisas gerado não pelo próprio sector capitalista doméstico
mas pela venda de força de trabalho numa base migratória
para a África do Sul e para a Rodésia,
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Na dependência dos camponeses em relação ao sector
privado capitalista encontramos famílias camponesas a
depender do salário pago por este sector.
As famílias camponesas ao se manterem subordinadas
às relações de classe capitalistas, era uma forma de
garantirem o rendimento do trabalho assalariado. Este
rendimento assalariado lhes permitia satisfazer as
necessidades de subsistência como a compra do sal,
tecido, óleo, peixe seco, cimento, bicicletas,etc.
Extensão Rural no período de socialização
do campo
As razões de não se falar abertamente sobre extensão rural
explicam-se com a intenção do governo querer apoiar o sector
familiar através das cooperativas agrícolas.

Essa pretensão pode ser notada em alguns projectos


preparados pelo Ministério da Agricultura sob financiamento
do MONAP, em apoio ao sector familiar. 95 São exemplos os
projectos CO-1 (desenvolvimento de cooperativas agrícolas),
CO-2 (Criação de centros regionais de experimentação e
desenvolvimento) e FO-7 (Promoção de indústrias de pequena
escala nas Aldeias Comunais).
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• Os objectivos do projecto CO-1 eram:

• Criar condições de desenvolvimento das cooperativas,


permitindo uma participação directa dos próprios
camponeses; mostrar ao sector familiar as vantagens
das cooperativas, na melhoria do nivel de vida dos
seus membros;
• Promover a integração das machambas colectivas nas
Aldeias Comunais, dentro do sector cooperativo;
• Desenvolver um programa de tracção animal.
Cont…
Assim temos o projecto CO-1 com o objectivo de
promover as cooperativas para permitir a
participação directa dos camponeses, com vista a
melhoria do nivel de vida dos seus membros. Os
seus membros são camponeses, destinatários
principais dos programas de desenvolvimento
A política Agrária no Período de socialização do campo

O sector agrícola, tal como todos os sectores da economia


colonial, foram seriamente afectados na altura da
independência com a partida da população colona portuguesa,
que representava a maior parte da força de trabalho qualificada
e administrativa (Amisse, 1997).
No campo, a partida dos agricultores e dos comerciantes rurais
colonos originou importantes quebras nos rendimentos da
agricultura e um colapso generalizado dos sistemas de
comercialização agrícola nos quais aqueles operavam, assim
como dos sistemas de abastecimento de insumos agrícolas e
equipamento, sobressalentes e assistência técnica 4sobretudo
para as culturas de rendimento, como o algodão, copra e cajú
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período entre 1987 e 1992 marcou a primeira etapa
da institucionalização e desenvolvimento da Extensão
Pública no país como serviço do Ministério de
Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR), por
meio do Documento Ministerial, Nº 41/87, publicado
no Boletim da República, em Março do mesmo ano.
Acabou com todas as EAEs que sobreviveram às crises
económicas do período da Economia Centralizada.
A seguir à independência, foi criado, em 1982, o
Departamento de Desenvolvimento Rural (DDR) e,
com recurso a vários projectos.
A política agrária na pós-socialização do campo

Após a realização do IV Congresso, o governo da


FRELIMO inicia o processo de reformas económicas
visando estancar a crise de produção que se verificava,
agravada pela guerra entre o governo e a RENAMO
(Resistência Nacional Moçambicana) (Abrahamsson,
1994).
Estas reformas politicas e económicas anteriores ao PRE
(1983-86) tentaram viabilizar ainda o modelo socialista
no campo ao querer restruturar as machambas estatais
e incentivar o desenvolvimento das cooperativas.
Cont…
O PRE, como programa de reforma politico-económica,
encorporava todas as politica de mudança do IV
Congresso. Este programa levou a uma importante
viragem na vida política e económica de Moçambique, O
PRE deu grande prioridade à agricultura, devido à sua
importância extrema na vida económica e social do país.
A título de exemplo, a actividade agrícola envolve 80% da
população e cerca de 70% das receitas de exportação
agregadas derivam de produtos agrícolas e de recursos
naturais renováveis.
Cont…
Por isso, na implementação do PRE foram observadas as seguintes
medidas no sector agrícola (Abrahamsson, 1994).

a) Introdução da politica de preços e comercialização que


incentivassem a produção;
b) Limitação do número de produtos com preço fixo;
c) Introdução de incentivos que mobilizassem uma maior
contribuição do sector privado na produção e comercialização
d) Melhoria de aprovisionamento de recursos para os produtores
familiares
e) Reestruturação das empresas estatais contemplando a distribuição
das áreas excedentárias aos produtores familiares e privados.
Cont..
Estas medidas do Programa de Reabilitação
Económica destinavam-se a incentivar a produção
nas zonas rurais que, para além de se destinar ao
consumo interno, visava promover as exportações
agrícolas e a compra de insumos.

Com estas medidas, o PRE propunha-se a facilitar o


processo de produção e comercialização agrária
sobretudo para os sectores privado e familiar.
Obrigado pela atenção
dispensada.

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