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Timóteo, 2022
Resumo
A universalização do acesso aos serviços de água e de esgoto é um objetivo legítimo das políticas
públicas porque tem impactos importantes sobre a saúde, o ambiente e a cidadania. No Brasil, o
déficit do setor de saneamento básico é elevado, sobretudo no que se refere às redes e aos
tratamentos de esgotos, com maior carência nas áreas periféricas dos centros urbanos e nas zonas
rurais, onde está concentrada a maior parte da população de classe média a baixa. Tendo posto,
será analisada ao decorrer deste, alguns parâmetros e informações acerca das estações de
tratamento de esgoto no Brasil. É interessante economicamente e sustentavelmente pensar-se em
métodos alternativos que serão apresentados neste escrito. Se faz de extrema importância entender
que o conceito de sustentabilidade, ao ser aplicado, é oneroso e, por vezes, inviável
economicamente falando. Tal proposição se mostra real observa-se que dentre os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS) o objetivo 8 titulado “Empregos Dignos e Crescimento
Econômico” conflita diretamente a outros, por exemplo, o 13 - “Combate às mudanças
climáticas”, 6 - “Água Limpa e Saneamento”, 15 - “Vida na terra”, entre outros.
1. Introdução
No Brasil, o setor de saneamento básico - principalmente no quesito tratamento de esgoto - possui
um grande déficit, o que acarreta vários problemas na saúde da população e ambiental, sendo as
áreas periféricas de grandes metrópoles e as zonas rurais os locais mais prejudicados. De acordo
com (SNIS, 2020a), no ano de 2010 37,8% do esgoto coletado foi devidamente tratado. Em
contrapartida, no ano de 2020 apenas 50,8%, representando assim um aumento de apenas 13%.
Em paralelo, apenas 55% da população tinha atendimento com rede de esgoto em 2020. “As
estatísticas sobre coleta e tratamento de urbano no Brasil ainda revelam um quadro bastante
precário, mesmo que melhorias graduais venham sendo registradas” (BARONY, 2011).
Uma prova de que disponibilizar uma infraestrutura melhor para serviços essenciais torna-os
universais, é a disponibilidade de energia hoje em dia. Devido a grande demanda dela em diversas
áreas (como na de telecomunicações), foram necessários diversos projetos para distribuí-la, e
agora é possível defini-la praticamente como universal. Em setores onde problemas institucionais
foram resolvidos são demonstrados nitidamente próximos do acesso universal. Esse é o caso de
serviços como energia e telefonia. (GALVÃO JUNIOR, 2009)
Entende-se que tal serviço na sociedade é de extremo benefício. Questiona-se, portanto, o motivo
do, assim como em outros serviços, setor tratamento de efluente ainda ser tão precário. Seria
escassez orçamentária? Ou simples falta de interesse? “São as questões institucionais do setor,
notadamente os mecanismos de políticas públicas, a titularidade e a regulação dos serviços, as que
mais dificultam a ampliação dos índices de cobertura, inibindo investimentos em expansão e
reposição da infraestrutura sanitária.”(GALVÃO JUNIOR, 2009)
Um fator muito importante, além do interesse popular, é a conscientização da população. Deve-se
considerar que tal fator pode se desestimular graças a péssima educação, principalmente pública,
que é evidenciada quando analisado o fato do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica) do Ensino Médio no Brasil no ano de 2019 atingir, apenas, 4,2 pontos, média tal que é
impulsionada pela iniciativa privada. (IDEB, 2019)
A inibição de informações básicas sobre o tratamento correto de afluentes, efluentes e também o
descarte devido de resíduos sólidos causam um grande agravamento da precariedade do
saneamento rural. Por isso, um estudo e mapeamento relacionado para uma educação ambiental
visando a melhora das condições de saneamento do país, para que os problemas decorrentes da
falta de saneamento sejam controlados, é uma boa saída para a aprimorar a condição de vida da
população. (SILVA; MAREJON; LESS, 2014)
Tendo posto, será analisada ao decorrer deste, alguns parâmetros e informações acerca das
estações de tratamento de esgoto no Brasil. É interessante economicamente e sustentavelmente
pensar-se em métodos alternativos. Neste escrito, apresentaremos alguns métodos e sua
aplicabilidade, na prática. Se faz de extrema importância entender que o conceito de
sustentabilidade, ao ser aplicado, é oneroso e, por vezes, inviável economicamente falando. Tal
proposição se mostra real quando observa-se que dentre os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) o objetivo 8 titulado “Empregos Dignos e Crescimento Econômico” conflita
diretamente a outros, por exemplo, as metas 13 - “Combate às mudanças climáticas”, 6 - “Água
Limpa e Saneamento”, 15 - “Vida na terra”, entre outras.
Mesmo que houvesse estações de tratamento em cada município brasileiro é necessário que a água
que é disponibilizada pelas empresas seja de qualidade e apresente parâmetros satisfatórios
definidos pelo Ministério da Saúde.
Em um estudo realizado em 21 municípios nos quais as prefeituras são responsáveis por cuidar dos
serviços públicos de saneamento básico, foram descobertos diversos problemas que afetam
diretamente a qualidade desses serviços prestados - falta de funcionários capacitados e
planejamento, pouco investimento, estrutura mal formulada - entre outros. Essa deficiência foi
mais perceptível em sete municípios que não possuem entidades específicas para cuidar da
prestação de serviços, uma vez que 85% desses locais não tratam a água, desrespeitando a
obrigatoriedade de desinfecção da água proposta pela Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da
Saúde (Brasil, 2011). Além disso, em outros quatro municípios nos quais departamentos e
secretarias são quem fornece esses serviços, também foram observadas diversas limitações em
diferentes aspectos. (LIMA;SCALIZE, 2016)
Segundo o estudo Contas Econômicas Ambientais da Água (CEAA): Brasil 2013-2017, quanto ao
consumo de água por habitante observa-se o seguinte: O Sudeste apresenta o maior consumo de
água per capita por dia (143 litros/habitante/dia), dentre as 5 regiões brasileiras. Logo em seguida
aparecem as regiões Sul e Centro-Oeste com 121 litros/h/d e 114 litros/h/d, respectivamente.
Enquanto isso, o Norte e o Nordeste apresentam um consumo diário por cidadão de 84 e 83
litros/dia, respectivamente. (FUSATI, 2020)
4. Conclusão
Em conclusão, coloca-se que os desafios para alcançar a sustentabilidade são muitos, destacando a
categoria de efluentes. Há diversas opções para aplicarmos meios diferentes de tratamento do
esgoto além das estações de porte industrial mantidas pelo Estado. Entretanto, para aplicar é
necessário um alto investimento e visando o fato de que as comunidades que mais necessitam de
tais alternativas (por uma irresponsabilidade estatal) são as comunidades mais carentes, essa se
torna uma tarefa mais difícil ainda. Porém, até quando a população irá tomar para si uma
responsabilidade da administração pública? Quando a sociedade irá entender que o papel dela nos
fatores ambientais é muito mais do que ela mesmo colocar a “mão na massa” mas principalmente
no sufrágio? Essa conclusão, assim como a vida e as questões sociopolíticas do mundo, não é feita
de respostas mas sim de perguntas, afinal, esse é o início de tudo e quão grande será esse tudo, só
nos cabe imaginar, sonhar e lutar…
Referências
ARRUDA, Poliana Nascimento. LIMA, Aline Souza Carvalho. SCALIZE, Paulo Sérgio. Gestão
dos serviços públicos de água e esgoto operados por municípios em Goiás. Goiás-Brasil, 2016.
Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ambiagua/a/vBYKjdL6GLpvnPFgfBSyTxv/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em: 02 out. 2022.
IBGE, Agência de Notícias. Quatro em cada dez municípios não têm serviço de esgoto no país.
Brasil, 2020. Disponível em:
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28326-qu
atro-em-cada-dez-municipios-nao-tem-servico-de-esgoto-no-pais. Acesso em: 02 out. 2022.
IDEB. Índice de desenvolvimento da educação básica. Brasília, 2019. Dados disponíveis em:
http://ideb.inep.gov.br/resultado/. Acesso em: 3 set. 2022.
GALVÃO JUNIOR, Alceu Castro. Desafios para a universalização dos serviços de água e
esgoto no Brasil. Ceará-Brasil, 2009. Disponível em:
https://www.scielosp.org/pdf/rpsp/v25n6/v25n6a12.pdf. Acesso em: 02 out. 2022.
SILVA, Diani Fernanda da. MOREJON, Camilo Freddy Mendoza. LESS, Felipe Ramon.
Prospecção do panorama do saneamento rural e urbano no Brasil. FURG-RS, Brasil, 2014.
Disponível em: https://seer.furg.br/remea/article/view/4449/2800. Acesso em: 02 out. 2022.