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OTOSCLEROSE

DEFINIÇÃO
A otosclerose é uma doença hereditária e inflamatória que causa uma
displasia óssea da cápsula ótica e ossículos, podendo ocorrer em qualquer
parte do osso petroso.

Otospongiose: é a osteólise inicial, trata-se da


perda da característica compacta do osso,
tornando-o semelhante ao tecido ósseo esponjoso;

Otosclerose: é a reconstrução com tecido ósseo


mais denso, principalmente no promontório. OTOSCLEROSE

ETIOLOGIA
Doença hereditária autossômica dominante e progressiva;
Doenças virais;
Fatores endócrinos, disfunção da paratireoide.

PREVALÊNCIA
Afeta duas vezes mais o sexo feminino (2:1) e tende a piorar durante a
gravidez (aumento dos hormônios - estrógenos), predominante na raça
caucasiana, e costuma aparecer na vida adulta (a partir de 30 ou 40 anos),
sendo raro acontecer antes dos 10 anos de idade. (GAIOTTI et al, 2013).
SINTOMAS
Os sintomas podem aparecer de forma branda, mas o quadro tende a ser
progressivo. Pode ocorrer perda auditiva, zumbido, vertigem e maior
facilidade para ouvir em ambientes ruidosos.

CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS

• Meatoscopia: Geralmente dentro dos padrões de normalidade. Em alguns


casos é possível observar uma mancha avermelhada vista por transparência
através da membrana timpânica, chamada de mancha ou sinal de Schwartz,
devido ao aumento da vascularização causado pela ossificação acelerada.

• Audiometria tonal limiar: perda condutiva, geralmente bilateral.


Inicialmente apresenta uma curva ascendente, com perdas maiores nas
frequências mais baixas, mas com a progressão da doença é notável a piora
nas altas frequências, podendo ocorrer também o acometimento da via óssea.

• Logoaudiometria

– LRF: compatível com os limiares encontrados na audiometria tonal limiar.


– IRF: acima de 88% (utilizando monossílabos) na perda auditiva do tipo
condutiva, porém esse índice pode ser rebaixado com o tempo e a
progressão da doença, inclusive a depender do grau de acometimento
da via óssea do paciente.

• Imitanciometria

– Timpanometria: curva do tipo A ou Ar.


– Reflexos acústicos: ausentes.
DIAGNÓSTICO
Avaliação clínica, avaliação audiológica (audiometria e imitanciometria) e
tomografia computadorizada são exames importantes para o diagnóstico da
otosclerose, para determinar o estágio da perda auditiva e avaliar as
possibilidades de tratamento.

A audiometria é um exame importante para detecção de perda auditiva e tem


sido usada para o acompanhamento da progressão da doença a partir da
perda auditiva (BATSON, RIZOLLO, 2017).

TRATAMENTO
Não existe cura para a otosclerose, porém há tratamentos que ajudam a
retardar a evolução da doença e aliviar os sintomas. O tratamento pode ser
feito de 3 formas: através de medicamentos, aparelho auditivo ou cirurgia e
vai depender da fase da doença.

• Medicamentos: bifosfonatos, que ajudam a prevenir o crescimento ósseo


excessivo, e fluoreto de sódio, que ajuda a manter a densidade óssea.

• Aparelho auditivo (AASI): surdez ainda pequena, coexistência de surdez


neurossensorial, doenças sérias associadas ou simplesmente o medo da
cirurgia e seus riscos potenciais levam um bom número de pacientes a optar
pelo uso de aparelhos auditivos.

Na otosclerose os AASI funcionam muito bem. Estando a cóclea quase


sempre preservada, a adaptação e o ganho promovidos pelo AASI tendem a
ser excelentes.
Cirurgia: estapedectomia ou estapedotomia

O procedimento cirúrgico consiste na remoção total ou parcial do estribo que


não se movimenta mais, a fim de substituí-lo por uma prótese de teflon ou
titânio, através do canal da orelha externa, restaurando a mobilidade da
cadeia ossicular. Em geral, é realizada a laser e costuma apresentar
resultados bastante satisfatórios. Durante o pós-operatório, alguns pacientes
podem sentir um pouco de tontura, alteração do paladar e zumbido.

FN401 – Audiologia I

Jullya Emanuelle G. Dos Santos


Maíra Eduarda Gonçalves

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