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CENTRO EDUCACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS LTDA

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS


CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

ÉRICA NASCIMENTO
LEANDRO FERREIRA CAMPOS
MILENA LIMA
MIKELINE DE ALMEIDA
NILTON JUNIOR

EXAMES CONTRASTADOS: TRANSITO INTESTINAL – EED

PATOS – PB
SETEMBRO, 2017
EXAMES CONTRASTADOS
TRANSITO INTESTINAL – EED

Exames contrastados

Em radiologia, exames contrastados são exames que utilizam substâncias


radiopacas (contraste) para demonstrar, em uma radiografia, partes da anatomia que não
são visualizadas normalmente em rotinas de exames. Essas substâncias radiopacas
objetivam demonstrar essas estruturas não visualizadas (órgãos, tecido ou tumores) em
exames radiográficos. Os usos de meios de contrastes têm o objetivo de propiciar uma
avaliação funcional e estrutural de determinadas estruturas anatômicas.
Os meios de contraste são classificados de acordo com suas características:
 Capacidade de absorção da radiação ionizante:
Radiopacos: possuem a capacidade de atenuar, ou seja, absorver mais radiação do
que as estruturas adjacentes. Também são conhecidos como agentes positivos.
Radiotransparentes: possuem capacidade de atenuar, ou seja, absorver menos
radiação do que as estruturas ao redor. O ar é o exemplo clássico de um agente
negativo.

 Capacidade de dissociação:
Iônicos: quando em solução, formam um composto iônico. Ânions e cátions se
dissociam.
Não iônicos: quando em solução não se dissociam.

 Composição química:
Iodados: contêm o elemento iodo como agente radiopaco.
Não iodados: não contêm elemento iodo em sua composição. O Sulfato de Bário e
o DTPA Gadolíneo são exemplos de meios de contraste não iodados

 Natureza química:
Orgânicos: contém o elemento químico carbono em suas moléculas.
Inorgânicos: não contêm o elemento químico carbono em suas moléculas.
 Solubilidade:
Hidrossolúveis: são aqueles meios de contrastes solúveis em água.
Lipossolúveis: são aqueles elementos que dissolvem em lipídios.
Insolúveis: Não se dissolvem. Característica presente no Sulfato de Bário (Ba SO4)

 Vias de Administração:
Oral: o usuário faz a ingestão do meio de contraste.
Parenteral: a administração do meio de contraste é feita via endovenosa.
Endocavitário: o meio de contraste é administrado por meio de orifícios naturais
das estruturas anatômicas, aquelas que se comunicam com o exterior.
Intracavitário: o meio de contraste é administrado por meio da parede da cavidade a
ser estudada.

ANATOMIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestivo inclui todo aparelho digestivo e vários órgãos acessórios. O


aparelho digestivo começa na cavidade oral (boca) e continua como faringe, esôfago,
estomago e intestino delgado; termina como intestino grosso, que termina como ânus.
Os órgãos acessórios da digestão incluem glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula
biliar.
O sistema digestório realiza as seguintes funções primárias:
 A primeira função primária é a ingestão ou digestão de alimentos, água, vitaminas e
minerais. O alimento é ingerido na forma de carboidratos, lipídeos e proteínas.
Esses grupos complexos de alimentos devem ser quebrados, ou digeridos, para que
possa ocorrer a absorção.
 A segunda função do sistema digestorio é absorver partículas de alimento
digeridos, juntamente com a água, as vitaminas e os elementos essenciais do
aparelho digestivo para o sangue ou capilares linfáticos.
 A terceira função é eliminar qualquer material não utilizado na forma de produtos
residuais semissolidos.
EXAME CONTRASTADO EED (ESOFAGO, ESTOMAGO, DUODENO)

O exame contrastado EED, também chamado de seriografia (SEED), é uma série de


radiografias que tem como objetivo avaliar a região do trato gastrointestinal alto (esôfago,
estômago e duodeno), avaliando radiologicamente sua forma e função. Comumente, este
exame é indicado para identificar causas de disfagias, sejam elas por deglutição de corpo
estranho, hérnia de hiato, carcinoma, entre outras.

Preparo do Paciente:
Criança de zero a dois anos:
Jejum de três horas antes do exame

Criança de dois a cinco anos:


Jejum após a meia-noite. É permitido ingerir água, suco de frutas até cinco horas
antes do exame.

Adulto
Dieta leve, sem resíduos. Não ingerir leite nem derivados; não ingerir refrigerantes no
dia anterior ao exame.
Jejum absoluto de 8 a 10 horas antes do exame. O paciente é instruído a não fumar ou
mascar chicletes durante o período do jejum. Essas atividades tendem a aumentar secreções
gástricas e salivação, que evita cobertura apropriada de bário na mucosa gástrica.

Antes de realizar o exame, é necessário o estudo da anamnese do paciente,


verificando se o mesmo possui algum tipo de alergia à substância contrastada ou se
apresenta alguma outra contra-indicação ao exame contrastado, como por exemplo
cirurgias recentes do trato gastrointestinal.

Procedimento Esôfago

1º Passo – Radiografia piloto, Paciente na posição ortostática; em seguida


realizar uma radiografia na posição de coluna cervical e tórax para verificar
técnica e posicionamento correto.
2º Passo – Paciente ingere duas ou três colheres cheias de bário, realizar uma
radiografia do esôfago na posição AP imediatamente após o ultimo bolo de bário ser
engolido . Chassi 30x40cm.
A deglutição do meio de contraste pode ser observada na fluoroscopia e a aquisição
da imagem ocorrerá no momento em que se verifica a presença do meio de contraste na
região de interesse. Deve-se orientar o usuário para que ele não se movimente e não respire
durante a captura da imagem.

3° Passo – Paciente ingere duas ou três colheres cheias de bário, é realizado a


radiografia perfil do esôfago. Chassi 30x40cm.

4° Passo – Paciente ingere duas ou três colheres de bário, é realizado incidência em


obliqua posterior direito, sendo essa incidência incluindo o tórax, O feixe central deve
incidir perpendicularmente ao nível da sexta vértebra torácica, aproximadamente 7 cm
abaixo da incisura jugular e coincidir com o centro do receptor de imagem.

Procedimento estômago/duodeno

O objetivo das sequências radiográficas é observar todas as porções que compõem


o estômago. São elas a cárdia, fundo do estômago, corpo do estômago, antro e piloro.
São realizadas incidências anteroposterior, perfil. Em ambas incidências, o usuário em
posição de Fowler . Orientar o usuário para deglutir o contraste. A imagem é capturada no
momento em que o meio de contraste estiver sendo visibilizado no interior do estômago
e a alça duodenal em seu arco. O feixe central incide perpendicularmente ao nível da
primeira vértebra lombar. O receptor de imagem indicado é o formato 24 cm x 30 cm.
Solicitar ao usuário para interromper o processo respiratório.
São realizadas incidências OPD e OAE. A mesa em posição neutra (sem
inclinação) com o usuário em decúbito ventral obliquado (Figura 9) de 40° a 70° deixando
o lado direito mais próximo ao receptor de imagem, para evidenciar o corpo do estômago e
a grande curvatura na OPD; e a OAE evidencia toda extensão do estomago e duodeno. O
feixe central incide no nível da primeira vértebra lombar. O receptor de imagem indicado é
o formato 24 cm x 30 cm. Solicitar ao usuário para interromper o processo respiratório.
TRÂNSITO INTESTINAL

O trânsito intestinal é o exame radiológico que tem por objetivo visibilizar a região
do intestino delgado, forma e função, além de identificar patologias que interferem com o
trânsito intestinal do usuário. Este exame se inicia com a SEED para documentar a
trajetória do meio de contraste. De modo geral é executado em equipamentos de radiologia
convencional, onde uma sequência radiográfica da região abdominal é executada. Em
condições normais, estima-se que o exame tenha duração de 2 a 3 horas. É importante que,
nas imagens, sejam identificadas as seguintes estruturas:
- A passagem do meio de contraste do estômago para o duodeno;
- A região do Jejuno;
- Porção terminal do Íleo (válvula íleocecal).

Preparo do paciente

O objetivo do preparo do paciente para este exame é fazer com que ele chegue ao
departamento radiológico com o estômago vazio.
Para um exame marcado pela manhã:
1. paciente deve ficar em dieta zero, a partir das 20h, na véspera do exame até o horário do
exame.
2. Sólidos e líquidos devem ser suspensos durante, no mínimo, oito horas antes do exame.
3. O paciente também é instruído a não fumar ou mascar chicletes durante o período de
dieta zero. Estas atividades tendem a aumentar as secreções gástricas e a salivação.

Sequência radiográfica

Radiografia simples de abdome em decúbito dorsal, com o objetivo de observar a


região anatômica que será estudada, avaliando se o preparo farmacológico e dietético foi
devidamente realizado, observar alterações patológicas evidentes como calcificações, além
de possibilitar a definição de parâmetros técnicos. Com a radiografia em mãos, solicitar ao
médico radiologista autorização para iniciar a rotina do procedimento com uso do
contraste.
Paciente deve ingerir 200 ml de sulfato de bário.
Após 15min da ingestão do contraste realizar, realizar radiografia de abdome em decúbito
dorsal AP.
Tomar mais 200 ml de contraste.
Chassi 30x40 cm ou 35x43cm.

Radiografia simples AP de abdome, 30 min após a ingestão da segunda dose de contraste.


Chassi 35x43cm.

Radiografia simples PA de abdome, 60 min após a ingestão da segunda dose de contraste.


Chassi 35x43cm.

Radiografia simples PA de abdome, 90 min após a ingestão da segunda dose de contraste.


Chassi 35x43cm.

Radiografia simples PA de abdome, 120 min após a ingestão da segunda dose de contraste.
Chassi 35x43cm.

Radiografia simples PA de abdome, 150 min após a ingestão da segunda dose de contraste.
Chassi 35x43cm.

Radiografia simples PA de abdome, 180 min após a ingestão da segunda dose de contraste.
Chassi 35x43cm.

OBS – no trânsito intestinal é imprescindível cumprir os horários estabelecidos para


efetuar as radiografias, para garantir que o contraste realce todo o segmento do intestino
delgado. O exame só termina quando o contraste atingir o ceco e o cólon ascendente.

CONTRASTE DUPLO

Técnicas de duplo contraste tem sido empregadas amplamente para aumentar os


diagnósticos de certas doenças e condições durante a seriografia do trato GI superior.
Alguns departamentos também realizam esofagografias com duplo contraste.
Procedimento de duplo contraste empregando tanto o meio de contraste radioluscente
quanto o radiopaco foram desenvolvidos no Japão, onde existe alta incidência de
carcinoma estomacal. O meio de contraste radiopaco é o sulfato de bário, já o radioluscente
pode ser tanto o ar ambiente quanto o gás CO2. Para introduzir o ar ambiente, pequenos
buracos de alfinetes são colocados no canudo do paciente. Conforme o paciente bebe a
mistura de bário, o ar entra junto com a mistura.

CONTRA-INDICAÇÕES

As contra-indicações para o uso de contraste baritado são:


 Suspeita de perfuração do tubo digestório. Uma das características do contraste Sulfato
de Bário é que ele é insolúvel, o que significa dizer que, se houver extravasamento, isto
pode ocasionar danos à saúde do usuário.
 Pré-operatório. Dependendo do organismo, a eliminação do meio de contraste pode levar
dias e, pelas suas propriedades, ocasionar uma desidratação.
 Obstruções. O uso do contraste pode comprometer o quadro clínico do usuário.
 Desidratação. Em usuários debilitados, o quadro de desidratação tende a piorar com o uso
de contraste baritado devido às suas propriedades químicas.

ELIMINAÇÃO PÓS-EXAME

Uma das funções do intestino grosso é absorver água. Qualquer mistura de sulfato
de bário restante no intestino grosso após uma seriografia do trato GI superior ou enema de
bário pode ser solidificada. Consequentemente,o bário pode ser tornar difícil de ser
evacuado. Alguns pacientes podem requisitar um laxante após o exame para ajudar a
remover o sulfato de bário. Se laxantes forem contraindicados, o paciente deve aumentar a
quantidade de ingesta de liquido ou fibras ate que as fezes estejam livres de todos os traços
de bário branco.

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