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CENTRO EDUCACIONAL DE ENSINO SUPERIOR DE PATOS LTDA

FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS


CURSO DE TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

ÉRICA CORDEIRO DO NASCIMENTO


LEANDRO FERREIRA CAMPOS
LUAN SANTANA
MARCIEL INOCÊNCIO DA SILVA
MIKELINE DE ALMEIDA
MILENA LIMA

COLUNA CERVICAL

PATOS - PB
MAIO, 2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................03
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................04
2.1 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS DA COLUNA VERTEBRAL ...........................04
2.2 CARACTERÍSTICAS DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS .......................................06
2.3 REVISÃO DA ANATOMIA COM IMAGENS RADIOGRÁFICAS .....................09
2.4 INDICAÇÕES PATOLÓGICAS ..............................................................................10
3 CONCLUSÃO .............................................................................................................12
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1 INTRODUÇÃO

A coluna vertebral, popularmente chamada de espinha, é uma sucessão complexa


de diversos ossos chamados vértebras. Ela fornece um suporte flexível para o tronco e a
cabeça, transmitindo também o peso do tronco e da parte superior do corpo para os
membros inferiores. A coluna é localizada no plano sagital médio, formando o aspecto
dorsal do tronco ósseo do corpo. Como as vértebras adjacentes são organizadas
verticalmente, as aberturas em cada vértebra se alinham para formar um canal vertebral
em forma de tubo.
O canal vertebral, que segue as várias curvas da coluna, começa na base do crânio
e estende-se até o sacro. Esse canal contém a medula espinal e é repleto de líquido
cerebrospinal. A medula espinal, cercada e protegida pelo canal espinal, começa na
medula oblonga do cérebro. Ela passa pelo forame magno do crânio e segue pela primeira
vértebra cervical, descendo para a borda inferior da primeira vértebra lombar, terminando
no ponto conhecido como cone medular. Discos intervertebrais fibrocartilaginosos
resistentes separam vértebras adultas típicas. Esses discos são firmemente ligados à
vértebra para estabilidade espinal, permitindo, inclusive, a flexibilidade e o movimento
da coluna vertebral.
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras em crianças e 26 vértebras em
adultos, dividida em cinco partes: coluna cervical, torácica, lombar, sacral e cóccix. Este
trabalho é focado na coluna cervical, compreendendo sua anatomia, características,
exames radiológicos e patologias.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ANATOMIA DAS VÉRTEBRAS DA COLUNA VERTEBRAL

Embora as vértebras nas diversas regiões variem em tamanho e forma, a estrutura


básica de todas é parecida. Uma vértebra comum consiste em duas partes principais – o
corpo e o arco vertebral.

CORPO

O corpo é a parte anterior e espessa da vértebra, que serve como suporte do peso.
Suas superfícies inferior e superior são planas e ásperas para a inserção dos discos
intervertebrais.

ARCO VERTEBRAL

A segunda parte de uma vértebra típica consiste em um anel ou arco de osso que
se estende posteriormente do corpo vertebral. As superfícies posteriores do corpo e do
arco formam uma abertura circular, o forame vertebral, que contém a medula espinal.
Quando várias vértebras são empilhadas, como se apresentam na coluna vertebral normal
e articulada, a sucessão de forames vertebrais forma uma abertura com aspecto de tubo,
chamada canal vertebral (espinal), que fecha e protege a medula espinal.

Perspectiva superior das vértebras

Os pedículos, que se estendem posteriormente de cada lado do corpo vertebral,


formam grande parte do arco vertebral.
A parte posterior do arco vertebral é formada por duas camadas achatadas de osso
denominadas lâminas. Cada lâmina se estende posteriormente de cada pedículo para
unir-se no meio.
Estendendo-se lateral e aproximadamente da junção de cada pedículo e lâmina,
encontra-se uma projeção chamada de processo transverso.
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O processo espinhoso se estende posteriormente na junção do meio das duas


lâminas. O processo espinhoso, extensão mais posterior das vértebras, pode ser palpado
com freqüência no pescoço e nas costas.

Perspectiva lateral das vértebras

O corpo vertebral anterior e o processo espinhoso posterior são identificados.


Estendendo-se posterior e diretamente do corpo vertebral de cada lado, estão os
pedículos, que terminam na área do processo transverso. Continuando posteriormente
na origem do processo transverso, de cada lado, estão as lâminas, que terminam no
processo espinhoso.
Outras partes evidentes observadas nessa vista lateral são os processos
articulares superiores direito e esquerdo sobrepostos e os pares inferiores dos processos
articulares inferiores direito e esquerdo. Esses processos incluem certas articulações
importantes que são singulares e devem ser visualizadas radiograficamente para cada
sessão da coluna vertebral.

ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL

Em conjunto com o corpo e o arco vertebral, as articulações são o terceiro


aspecto importante da coluna vertebral. A coluna seria rígida e sem movimento se não
houvesse os discos intervertebrais e as articulações zigapofisárias. A respiração não
poderia ocorrer sem a coluna, que serve como um ponto pivô do movimento de arco das
costelas.

Articulações Intervertebrais

As articulações intervertebrais são articulações anfiartrodiais, localizadas entre os


corpos vertebrais. Os discos intervertebrais situados nestas juntas são firmemente
unidos aos corpos de vértebras adjacentes, para que haja estabilidade espinhal, além de
promover flexibilidade e movimento à coluna vertebral.
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Articulações Zigapofisárias

Os quatro processos articulares são vistos em projeção da área de junção do


pedículo e das lâminas. O termo faceta é empregado juntamente com o termo articulação
zigapofisária, mas a faceta é realmente a única superfície que se articula e não todo o
processo articular superior ou inferior.

FORAME INTERVERTEBRAL

O quarto aspecto da coluna vertebral, importante na radiografia envolve o forame


intervertebral. Ao longo da superfície superior de cada pedículo, encontra-se uma área em
forma de meia-lua chamada sulco vertebral superior e, ao longo da superfície inferior
de cada pedículo, há uma outra área em forma de meia-lua chamada sulco vertebral
inferior. Quando as vértebras são empilhadas, as vértebras superiores e inferiores se
alinham. Estas duas áreas em forma de meia-lua compõem uma abertura, o forame
intervertebral. Dessa forma, entre duas vértebras estão dois forames intervertebrais, um
de cada lado, em que passam nervos espinais importantes e vasos sanguíneos.
As articulações zigapofisárias e o forame intervertebral devem ser demonstrados
radiograficamente pela incidência apropriada para cada uma das três partes principais da
coluna vertebral.

DISCO INTERVERTEBRAL

O quinto e último aspecto da coluna vertebral importante para a radiografia


consiste em discos intervertebrais. Usualmente, as vértebras de um adulto são separadas
por discos fibrocartilaginosos entre os corpos de cada par de vértebras, com exceção da
primeira e segunda vértebras cervicais. Esses discos fibrocartilaginosos proporcionam um
acolchoamento resistente entre as vértebras, que ajuda a amortecer impactos enquanto a
coluna se movimenta.

2.2 CARACTERÍSTICAS DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS

As vértebras cervicais demonstram pouca semelhança com as vértebras lombares


ou torácicas, que possuem uma aparência mais característica. Embora a maioria das
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partes que compõem as vértebras típicas estejam presentes, várias vértebras cervicais tem
características únicas como forames transversais, processo espinhoso bífido e corpos
vertebrais em sobreposição. Cada vértebra cervical e corpo vertebral aumentam de
tamanho, progredindo para baixo até a sétima vértebra cervical.
C1 (o atlas) e C2 (o áxis) são incomuns. As típicas vértebras são da terceira à
sexta vértebra cervical. A última, ou sétima vértebra cervical, a vértebra proeminente,
apresenta várias características das vértebras torácicas, incluindo um processo espinhoso
alongado e horizontal, que pode ser palpado na base do pescoço. Esse local ossudo
palpável é útil para o posicionamento radiográfico.

Perspectiva Superior

Os processos transversos das vértebras C3 a C6 são pequenos e surgem tanto do


pedículo como do corpo, e não da junção pedículo-lâmina. O buraco em cada processo
transverso é chamado de forame transversal. A artéria vertebral, as veias e certos nervos
passam por esses sucessivos forames transversais. Portanto, uma característica única de
todas as vértebras cervicais é que cada uma tem três forames verticais: os forames
transversais direito e esquerdo e o singular e grande forame vertebral.
Os processos espinhosos de C2 a C6 são relativamente curtos e terminam em
pontas duplas ou bífidas, sendo esta uma segunda característica particular das vértebras
cervicais.

Perspectiva Lateral

Quando vistas da perspectiva lateral, vértebras comuns (C3-C6) cervicais são


pequenas e de formato oblongo, com a ponta anterior ligeiramente mais inferior, o que
causa uma leve sobreposição dos corpos vertebrais.
Localizados atrás do processo transversal na junção do pedículo e da lâmina estão
os processos articulares cervicais. Entre os processos articulares superior e inferior, há
uma pequena coluna (“pilar”) de osso que fornece mais sustentação do que a área similar
no resto da coluna espinal. Essa coluna de osso é chamada de pilar articular.
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ARTICULAÇÕES ZIGAPOFISÁRIAS CERVICAIS

Os processos articulares superior e inferior, localizados em cima e embaixo dos


pilares articulares, são diretamente laterais ao grande forame vertebral. As articulações
zigapofisárias da segunda à sétima vértebra cervical são posicionadas em um ângulo reto,
ou de 90 graus, em relação ao plano sagital médio; logo, são visualizadas somente na
verdadeira posição em perfil. Todavia, em contraste com as outras articulações
zigapofisárias, estas entre C1 e C2 podem ser visualizadas somente em uma incidência
AP verdadeira.

FORAMES CERVICAIS INTERVERTEBRAIS

Os forames intervertebrais podem ser identificados pelos pedículos, que formam


os limites superior e inferior desses forames. Os forames intervertebrais estão situados em
um ângulo de 45° em relação ao plano sagital médio, aberto anteriormente. Eles são
também direcionados a um ângulo inferior de 15°, por causa do formato e sobreposição
das vértebras cervicais. Portanto, para “abrir” e demonstrar por meio de radiografia os
forames intervertebrais, uma posição oblíqua de 45° associada com 15° de angulação
cefálica do feixe de raios X seria necessária.

ATLAS (C1)

A primeira vértebra cervical, o atlas, é a que menos parece com uma vértebra
comum. Na parte anterior, não há um corpo, mas simplesmente um arco ósseo espesso
chamado de arco anterior. O arco anterior inclui um pequeno tubérculo anterior.
O dente ou processo odontóide é a parte da segunda vértebra cervical, mas uma
perspectiva superior de C1 mostra sua localização e como sua posição é mantida pelo
ligamento transversal atlantal.
Em vez de duas lâminas e um processo espinhoso encontrado em vértebras típicas,
C1 possui um arco posterior que geralmente suporta um pequeno tubérculo posterior na
linha média.
Cada um dos processos articulares superiores direito e esquerdo apresenta uma
grande superfície chamada faceta superior para articulação com os respectivos côndilos
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occipitais direito e esquerdo do crânio. Essas articulações entre C1 e os côndilos


occipitais do crânio são chamadas de articulações atlantoccipitais.
Os processos transversos de C1 são menores, mas ainda contém o forame
transverso, que distingue as vértebras cervicais.
Os pilares articulares, segmentos de osso entre os processos articulares inferior e
superior, são chamados de massas laterais para C1. Como as massas laterais de C1
suportam peso da cabeça e ajudam na sua rotação, essas partes são as mais consistentes e
sólidas de C1.

ÁXIS (C2)

A característica mais distinta da segunda vértebra cervical – o áxis – é o dente ou


processo odontoide, o processo cônico clinicamente importante que se projeta para cima
da superfície superior do corpo. Embriologicamente, o dente é na verdade o corpo do C1,
mas funde-se a C2 durante o desenvolvimento. Portanto, é considerado como parte de C2
em esqueletos maduros.
A rotação da cabeça ocorre primariamente entre C1 e C2, com o dente atuando
como um pivô. As facetas superiores dos processos articulares superiores que se
articulam com o crânio também participam da rotação da cabeça.
Um estresse grave como possível resultado de uma flexão-hiperextensão, tipo
trauma em chicote pode causar fratura do dente. Qualquer fratura da coluna vertebral
nesse nível pode resultar em sérios danos também na medula espinal.
O processo articular inferior para articulação com C3 está inferior à lâmina.
Lateral ao processo articular superior e abaixo dele está o processo transverso com seu
foram transverso. O processo espinhoso com sua ponta bífida estende-se posteriormente.

2.3 REVISÃO DA ANATOMIA COM IMAGENS RADIOGRÁFICAS

IMAGEM AP DA COLUNA CERVICAL

Normalmente, as duas ou três primeiras vértebras torácicas, incluindo a C7 até C3,


são vistas claramente na incidência AP. É possível identificar vértebras cervicais
específicas começando com T1, que pode ser reconhecido pela junção com o primeiro par
de costelas. Portanto, para localizar T1, recomenda-se localizar as costelas superiores e
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encontrar a vértebra à qual elas parecem se conectar. Após a localização de T1, vértebras
cervicais visíveis podem ser identificadas começando com C7 e contando para cima.

IMAGEM EM PERFIL DA COLUNA CERVICAL

A única radiografia de maior importância clinicamente para uma série da coluna


cervical é um perfil bem posicionado. Todas as sete vértebras cervicais e o alinhamento
com T1 deve ser demonstrado em qualquer radiografia em perfil da coluna cervical. Isto é
difícil em pacientes com ombros espessos, musculosos ou largos e com pescoços curtos.
Incidências adicionais podem ser necessárias para complementar a imagem de rotina em
perfil. C1 e C7 têm estruturas posteriores distintas que facilitam as suas identificações em
imagens radiográficas. O tubérculo no arco posterior de C1 assemelha-se a um processo
espinhoso e pode ser facilmente identificado. O processo espinhoso de C7 é longo e
proeminente, tornando-o fácil de identificar.
O perfil de cervical demonstra que as margens inferiores anteriores dos últimos
quatro ou cinco corpos vertebrais têm uma aparência levemente labiada. Essa
característica, junto com a forma geral dos corpos vertebrais, requer que o RC seja
angulado a aproximadamente 20° cefálicos, para abrir esses espaços intervertebrais
inferiores durante a incidência AP da coluna cervical.

IMAGEM OBLÍQUA DA COLUNA CERVICAL

A incidência oblíqua demonstra muito bem os forames intervertebrais cervicais.


Nervos espinais que vão ou vêm da medula são transmitidos por intermédio desses
forames intervertebrais.

2.4 INDICAÇÕES PATOLÓGICAS

Algumas indicações patológicas envolvendo a coluna cervical que todo tecnólogo


deve conhecer incluem:

Mielografia: é o procedimento radiográfico alternativo que envolve exames


fluoroscópicos e radiológicos do canal espinal para a avaliação de lesões no canal espinal,
discos intervertebrais ou raízes nervosas. Contraste iodado solúvel em água é injetado no
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espaço subaracnóideo do canal espinal no nível de L3-L4. Se nenhuma obstrução é


encontrada, o contraste fluirá livremente com o líquido cerebroespinal pelo canal espinal
e ao redor das raízes nervosas. Aparecerão lesões, como falhas de enchimento.
RM e TC estão substituídos a mielografia como modalidade alternativa para
sintomas relacionados ao canal espinal, mas mielogramas ainda são executados em
algumas instituições.

Herniação do núcleo pulposo (HNP): Se a parte mole interior (núcleo pulposo)


de um disco intervertebral projeta-se pela camada externa da cartilagem fibrosa (ânulo)
para o canal espinal, pode pressionar a medula espinal ou os nervos espinais, causando
dor extrema e parestesia, que irradia para as extremidades. Essa condição é às vezes
denominada de “escorregamento discal”. Isso é bem demonstrado pela RM da coluna
cervical. Embora possa também afetar as vértebras cervicais, HNP normalmente envolve
os níveis L4 a L5. Embora a mielografia seja feita tradicionalmente para diagnóstico de
HNP, a RM agora fornece uma alternativa não invasiva para diagnosticar essa condição.

Fratura de ‘Clay shoveler’: Essa fratura, que resulta da hiperflexão do pescoço,


ocasiona avulsão dos processos espinhosos de C6 a T1. A fratura é mais bem
demonstrada na radiografia em perfil da coluna cervical.

Fratura do ‘enforcado’: Essa fratura estende-se pelo pedículo de C2 com ou sem


subluxação de C2 sobre C3. Essa fratura cervical ocorre quando o pescoço é submetido à
extrema hiperextensão. O paciente, se vivo, não está estável, pois o dente intacto é
pressionado posteriormente contra o tronco do cérebro. A incidência em perfil da coluna
cervical demonstrará o deslocamento anterior de C2 que é característico da fratura do
‘enforcado’.

Fratura de Jefferson: Essa fratura cominutiva (lascada ou esmagada no local de


impacto) resulta de sobrecarga axial, com o efeito ao cair de cabeça ou abruptamente de
pé. Os arcos anterior e posterior de C1 são fraturados quando o crânio bate no anel. A
incidência AP de boca aberta e a incidência em perfil da coluna cervical demonstrarão a
fratura de Jefferson.
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3 CONCLUSÃO

A coluna vertebral constitui um dos principais componentes presente em um


organismo, principalmente no organismo humano. As vértebras que compõe a coluna
vertebral vão auxiliar no movimento da respiração e também, através da coluna vertebral,
a medula espinal se torna protegida pelo canal vertebral. Além disso, as vértebras se
articulam com as costelas, que por sua vez protegem órgãos internos. A pesquisa focada
na coluna cervical visou mostrar sua anatomia, alguns exames radiográficos importantes,
bem como identificações de algumas patologias.

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