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TÓRAX

Joaquim E. G. Gomes
Ezequiel Rubinstein
Márcio A. Cardoso
Humberto J. Alves
1 - ESQUELETO DO TÓRAX
1.1 - GENERALIDADES
Identifique os ossos que constituem o esqueleto torácico. Observe que eles se dispõem de
modo a formar uma caixa óssea de forma aproximadamente cônica, cujo espaço interno,
chamado de cavidade torácica, contém órgãos de importância vital. Examine a face externa
da parede posterior do tórax e note a presença de duas depressões longitudinais, situadas
de cada lado das vértebras e produzidas pela orientação ântero-posterior das partes
mediais das costelas. Cada uma dessas depressões é conhecida como sulco costovertebral,
o qual aloja as subdivisões do músculo eretor da espinha. Identifique os elementos que
delineiam a abertura superior do tórax. Localize os arcos costais, o ângulo infra-esternal e
o apêndice xifóide. Quando comparamos dois indivíduos de tipos constitucionais extremos
(brevilíneo e longilíneo) quais são as principais diferenças anatômicas relativas ao tórax?
Apesar de ser possível a sua comparação com o crânio no que se refere à função protetora,
o esqueleto torácico difere daquele por constituir um envoltório descontínuo, o que
confere uma proteção apenas relativa.
O tórax não é estático. A combinação em uma só estrutura de elementos ósseos,
articulações sinoviais, peças cartilagíneas e músculos dá ao conjunto a elasticidade
necessária ao desempenho da função respiratória.
Estude os ossos de acordo com o roteiro que se segue, observando a mesma orientação
dada para o estudo do esqueleto nos outros segmentos.
1.2 - ESTERNO
Leia a descrição do esterno. Identifique as partes que o constituem. Localize a incisura
jugular, as incisuras claviculares e as incisuras costais. Quais são as costelas que se
articulam individualmente com o esterno e em que locais desse osso se verificam essas
articulações? O que é ângulo esternal e qual é a importância prática do seu conhecimento?
Dê especial atenção ao estudo da estrutura do esterno, pois suas características
favorecem a realização de punções que são de grande utilidade quando se deseja avaliar o
estado funcional da medula óssea (punção esternal para coleta de material, para realização
de mielograma).
1.3 - COSTELAS
Quantos são os pares de costelas? Observe que a maior parte delas fazem conexão entre a
coluna vertebral e o esterno. Conceitue e identifique costelas verdadeiras, costelas falsas
e costelas flutuantes. Detenha-se, agora, em uma única costela, por exemplo, a 4ª. Repare
que se trata de um osso alongado, achatado e côncavo em sua face interna (aqui é
preferível o uso do termo interno em lugar de medial porque o ponto de referência é uma
cavidade), e que apresenta uma disposição oblíqua em relação ao plano frontal. As 12
costelas não são idênticas umas às outras. Contudo as costelas da 3ª até a 9ª possuem
características em comum, sendo por isto conhecidas como costelas típicas. É preciso que
você saiba, pelo menos, as partes e os acidentes de uma costela típica. Quais são os pontos
de articulação de uma costela típica com a coluna vertebral? Não há necessidade de
estudar detalhadamente as costelas 1, 2, 10, 11 e 12. Estude o texto referente às
cartilagens costais e identifique-as no esqueleto e, posteriormente, no cadáver.
1.4 - COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é formada por um conjunto de peças ósseas, as vértebras, unidas entre
si por ligamentos e por articulações fibrocartilagíneas (discos intervertebrais). Uma vez
que tais articulações são individualmente pouco móveis (lembre-se dos conceitos básicos
sobre articulações), o que permite a grande flexibilidade da coluna? Observe o esqueleto e
note que as vértebras são progressivamente maiores no sentido caudal. Isso teria alguma
explicação? Quais são as partes da coluna e quantas vértebras compõem cada uma delas? O
que é curvatura primária e quais são elas? O que é curvatura secundária e quais são elas?
Qual o significado dos termos cifose, lordose e escoliose? Estude a descrição de uma
vértebra típica, identificando as suas partes e os seus acidentes. Saiba quais são as
características das vértebras cervicais (inclusive atlas e áxis), torácicas e lombares, de
modo a poder identificar uma vértebra isolada. Procure conhecer vários aspectos, pois
assim a classificação torna-se mais fácil e precisa. Leia o texto referente ao sacro e ao
cóccix, fazendo a identificação dos seus acidentes. O que é promontório sacral? Localize-o
com exatidão, pois se trata de um ponto de referência importante utilizado no exame
obstétrico. Estude a teoria referente aos discos intervertebrais.
Com os objetivos de padronizar e simplificar o aprendizado a tabela 1 mostra a lista dos
elementos que devem ser identificados na caixa torácica, no esterno e na coluna vertebral.
2 - ANATOMIA DE SUPERFÍCIE
O tórax é a parte do tronco situada entre o ponto de implantação do pescoço e o abdome.
Reconheça as seguintes regiões da parede torácica anterior: mamaria, esternal,
infraclavicular e deltopeitoral. Na parede lateral, abaixo da região axilar e limitando-se
inferiormente com o hipocôndrio, encontramos a região peitoral (ou torácica) lateral.
Identifique, por palpação, os seguintes elementos: incisura jugular, ângulo esternal,
margem ou margem costal e ângulo infra-esternal. A abertura desse último pode variar
entre 70º e 110º de acordo com o tipo constitucional do indivíduo. No dorso, é possível
fazer a palpação dos processos espinhosos de todas as vértebras torácicas. Trace, no
cadáver, as linhas esternal lateral, paraesternal, medioclavicular, axilar anterior e axilar
posterior.
3 - CAIXA TORÁCICA E PAREDE ÂNTERO-LATERAL DO TÓRAX
Retire a pele da parede ântero-lateral do tórax, conforme mostrado pela fig. 1. Remova a
tela subcutânea sem se preocupar com as mamas, mesmo que o cadáver seja do sexo
feminino. Procure preservar, não só agora, mas também nas manobras seguintes, o que
for possível da tela subcutânea relacionada com a axila. Retire toda a fáscia que
recobre o músculo peitoral maior, destaque as origens deste tangenciando o periósteo com
a lâmina do bisturi e a seguir rebata-o lateralmente. Os vasos e nervos que penetram no
músculo peitoral maior por sua face profunda e que estão unidos por tecido conjuntivo
devem ser preservados da melhor forma possível. Do mesmo modo como foi feito para o
músculo peitoral maior, rebata o músculo peitoral menor em direção ao ombro. Identifique
seus vasos e nervos e deixe-os intactos, se possível. Identifique a parte do músculo grande
dorsal relacionada com a axila e, por dissecação romba, afaste-a da parede torácica.
Identifique as cartilagens costais e as junções costocondrais. O que é membrana
intercostal externa? Identifique-a. Existe, também, uma membrana intercostal interna que
não será vista neste item. Estude-a teoricamente. Retire toda a fáscia da parede anterior
do tórax, bem como os retalhos dos músculos peitorais maior e menor que eventualmente
ficaram fixados às costelas. Isso deverá proporcionar uma boa exposição dos músculos
intercostais externos. Repare o trajeto de suas fibras. Prossiga retirando a fáscia que
recobre o músculo serrátil anterior e a origem costal do músculo oblíquo externo do
abdome. Note as expansões em forma de fita do músculo serrátil anterior e como as mais
inferiores se interdigitam com as fibras do músculo oblíquo externo. Use a pinça anatômica
e o bisturi para destacar cada uma das digitações do músculo serrátil anterior da parede
torácica e, a seguir, rebata o ventre muscular posteriormente como uma peça única. Não
faça "tiras". Durante esse processo procure identificar os ramos cutâneos laterais dos
nervos intercostais. Destaque, sem fragmentar, a origem costal do músculo oblíquo externo
do abdome e rebata-a em direção à margem costal. Não prolongue a dissecação no
sentido da parede abdominal, não abra a bainha dos músculos retos do abdome nem
destaque a origem destes. Retire os músculos e membranas intercostais externas do 2º
ao 6º espaços intercostais. Isso exporá os músculos intercostais internos. Observe o
trajeto de suas fibras e a seguir retire-os. A remoção dessas duas camadas musculares
deve ser prolongada o mais posteriormente possível e as incisões feitas junto às margens
superior e inferior de cada costela. Localize a artéria torácica interna que desce
posteriormente aos músculos intercostais internos, 1 a 2 centímetros lateralmente ao
esterno. Quais são os seus ramos? Note suas veias satélites. Essa artéria, cuja origem já
foi dissecada e deve ser agora recordada, é importante para a nutrição dos tecidos da
parede torácica e mamas e como via de circulação colateral.
O que é pleura parietal? E fáscia endotorácica? Introduzindo os dedos nos espaços
intercostais, descole a pleura parietal da face interna das costelas. Em que plano se deu
essa clivagem? É comum o encontro de cadáveres que apresentam doenças pulmonares e
pleurais que, pela produção de
aderências anormais, dificultam esse processo. Procure não danificar a pleura parietal.
Passaremos agora à abertura da caixa torácica. Para tal retiraremos parte da 2ª à 6ª
costelas (inclusive). Seccione cada uma das cartilagens costais um centímetro lateralmente
ao esterno, não se esquecendo de preservar a artéria torácica interna. O corpo de cada
costela deve ser cortado o mais posteriormente possível, para se conseguir uma boa via de
acesso à cavidade. Em um dos segmentos costais retirados, identifique o sulco costal e os
elementos nele contidos (artérias, veia e nervo intercostais). Para puncionar a cavidade
torácica in vivo você introduziria a agulha tangenciando a margem superior ou inferior da
costela? Por que? Ao nível do 6º espaço intercostal (podem ocorrer variações) disseque os
ramos terminais da artéria torácica interna, as artérias epigástrica superior e músculo
frênica.
4 - PLEURA
Não comece este item antes de ter lido e entendido a teoria referente à serosa pleural. O
que é pleura parietal? E pleura visceral? Existe alguma continuidade entre essas duas
estruturas? Qual é o conceito de cavidade pleural?
Faça uma incisão cruciforme na pleura parietal e rebata os quatro retalhos. Você terá
aberto a cavidade pleural e exposto o pulmão. Repare que a pleura visceral não é tão
facilmente visível como a parietal, pois se acha intimamente aderida à superfície pulmonar.
Normalmente a cavidade pleural é preenchida por uma película líquida de espessura capilar.
Às vezes, em decorrência de doenças pulmonares ou pleurais, ou ainda de traumatismos,
pode haver acúmulo anormal de líquido (por exemplo, exudato inflamatório ou sangue)
dentro dessa cavidade, o que recebe a designação genérica de derrame pleural. Quando
presentes tais secreções podem estar organizadas sob a forma de um material gelatinoso.
Verifique se isso ocorreu em sua peça. Introduza as mãos nas cavidades pleurais direita e
esquerda, logo atrás do esterno, e desloque-as medialmente. Note que não é possível
ultrapassar o plano mediano. Isso ocorre porque a pleura costal da parede anterior, de
cada lado, reflete-se posteriormente para revestir o pericárdio. Como se chama essa linha
de reflexão? Qual o nome do espaço ocupado por sua mão? Atente para este conceito
básico: os sacos pleurais direito e esquerdo não estabelecem, normalmente, entre si
qualquer tipo de comunicação. Constituem dois compartimentos estanques, separados um do
outro, no plano mediano, pelo mediastino que nada mais é do que o espaço interpleural. O
mediastino contém, entre outras estruturas, o coração e os grandes vasos.
Levante a base do pulmão e identifique a cúpula diafragmática. Lembre-se que a pleura
costal reflete-se para o diafragma onde passa a chamar-se pleura diafragmática. Note que
existe um espaço entre a cúpula diafragmática e a parede torácica. Este é o recesso
costodiafragmático. Seu conhecimento é de grande importância porque pequenos derrames
pleurais podem ser diagnosticados por produzirem opacificação dessa região, quando se
obtém uma radiografia do tórax, com o paciente em posição ortostática ou ainda serem
observados pela ultra-sonografia. Mobilize mais o pulmão e tente palpar a sua raiz. Essa é
constituída pelos elementos que penetram e saem do parênquima pulmonar (brônquios,
artéria e veias pulmonares, artérias bronquiais, nervos e vasos linfáticos). Tais elementos
acham-se envolvidos pela pleura e é exatamente nessa região que a pleura parietal (aqui
representada por sua parte mediastinal) reflete-se em direção ao pulmão onde é chamada
de pleura visceral ou pulmonar. Portanto, a serosa pleural é um folheto contínuo,
constituindo um saco de dupla parede. Procure entendê-lo bem, pois esse é um conceito
fundamental. Inferiormente à raiz do pulmão, às vezes, é possível identificarmos, por
palpação, o ligamento pulmonar. Procure fazê-lo. Como se verifica a formação desse
ligamento? Por quantas lâminas pleurais ele é constituído?
Com ambas as mãos, procure desfazer quaisquer aderências existentes entre a pleura
visceral e a pleura parietal. Observe que o pulmão, normalmente, acha-se livre dentro da
cavidade, apresentando apenas um ponto de fixação. Dependendo da conformação do tórax,
poderá ser necessária a ressecção de mais uma ou duas costelas. Consulte o professor
sobre a necessidade dessa remoção. Localize, novamente, a raiz do pulmão, e, usando o
bisturi, seccione-a completamente o mais próximo possível do parênquima pulmonar. Retire
o pulmão da cavidade, lave-o e coloque-o em um recipiente com solução fixadora. Isso deve
ser feito dos dois lados.
Utilizando uma esponja ou toalha, limpe e seque toda a cavidade. Neste ponto é possível
ter uma visão de conjunto da pleura parietal. Quais são as suas partes? Identifique-as,
notando a continuidade existente entre elas. O que é recesso retro-esofágico e qual é a
sua importância prática? Observe como as partes costal e mediastinal da pleura se
continuam na região mais superior da cavidade, formando uma abóbada, que recebe o nome
de cúpula pleural. Note como ela se prolonga cranialmente alcançando a base do pescoço,
onde se localiza posteriormente ao músculo esternocleidomastóideo, elevando-se 2 a 3
centímetros acima do nível do terço medial da clavícula. Esse fato é de grande importância,
pois permite a ocorrência de complicações torácicas (pneumotórax, por exemplo) em
decorrência de traumatismos cervicais penetrantes.
5 - PULMÕES
O estudo dos pulmões deve ser teórico-prático. Utilize, em concomitância, o Livro Texto, o
Atlas e as peças.
Repare a forma do pulmão. Com que sólido geométrico se assemelha? Compare os pulmões
direito e esquerdo. Eles apresentam as mesmas dimensões? Por que? Agora observe bem a
sua superfície. Note que ela é lisa e, dependendo da peça, apresenta um certo brilho. Dê
uma explicação para esse fato. No recém-nascido a superfície do pulmão fresco apresenta
uma coloração rósea. O mesmo acontece com a peça que você tem em mãos? Quais as
razões dessa diferença? Veja que a superfície do órgão é interrompida por sulcos
profundos as fissuras pulmonares. Essas apresentam a mesma disposição nos pulmões
direito e esquerdo? Elas dividem o parênquima em grandes massas, os lobos pulmonares.
Identifique-os em ambos os pulmões. Localize a língula (pulmão esquerdo). A que parte do
pulmão direito ela corresponde? Afaste um lobo do outro e observe que as faces
interlobares são também lisas e ligeiramente brilhantes. Por que? Além das fissuras
existem, em todas as faces de cada pulmão, fossas e sulcos mais ou menos pronunciados.
São as impressões deixadas pelos órgãos vizinhos após a fixação. Isso não ocorre em um
pulmão fresco e a importância do seu conhecimento advém unicamente da utilidade que têm
no estudo das relações anatômicas de cada pulmão. Após ter identificado o ápice, a base,
as faces e as margens de cada pulmão, passe ao estudo das impressões. Localize, no pulmão
direito, o sulco da artéria subclávia (esta se relaciona com a cúpula pleural e com o ápice do
pulmão, veja no cadáver), o sulco da veia cava superior, a impressão cardíaca, o sulco da
veia ázigos e os sulcos produzidos pelas costelas. No pulmão esquerdo observe os sulcos da
artéria subclávia, do arco aórtico e da aorta descendente, a impressão e a incisura
cardíacas. Anteriormente à extremidade inferior do sulco da aorta descendente pode
haver, no pulmão esquerdo, uma depressão rasa. Trata-se do sulco esofágico.
Quais são os elementos que constituem a raiz do pulmão? Identifique-os. Note que a sua
disposição é diferente nos pulmões direito e esquerdo. Como se chama, onde se situa e qual
é a forma da área em que tais estruturas penetram ou saem do pulmão? Tente identificar a
superfície de corte do ligamento pulmonar e o restante da linha de reflexão da pleura em
torno do hilo. Valendo-se do Atlas e do Livro Texto faça um estudo completo da árvore
brônquica. Quais são as diferenças existentes entre os brônquios principais direito e
esquerdo? Quais são as suas subdivisões? Dê especial atenção ao estudo dos segmentos
broncopulmonares. Qual é a sua importância prática? Quantos são em cada pulmão?
Enumere-os.
Encontram-se à disposição pulmões nos quais foram dissecados os principais elementos da
raiz. Oriente-se por figuras do Atlas para identificar os brônquios principais (ou
primários), os brônquios lobares (ou secundários) e os brônquios segmentares (ou
terciários). Ainda nessas peças, localize a artéria pulmonar e observe como os seus ramos
acompanham os brônquios. Um de seus ramos pode irrigar mais de um segmento, assim
como um segmento pode ser suprido por mais de um ramo. Veja agora a distribuição das
veias pulmonares. Elas não acompanham os brônquios e sim percorrem os septos
conjuntivos que separam os vários segmentos broncopulmonares, sendo, portanto,
intersegmentares.
6 - VASOS E NERVOS DO TÓRAX
Limpe a cavidade torácica retirando todo o excesso de líquido de fixação que possa estar
aí acumulado. Recorde as subdivisões da pleura parietal. O que é fáscia endotorácica?
Com o auxílio da pinça anatômica e do bisturi retire toda a parte costal da pleura parietal
tendo o cuidado de não danificar as estruturas subjacentes a ela. Não há necessidade de
remover as partes diafragmática e mediastinal dessa serosa. Note que, na ausência de
aderências anormais, esse é um processo facilmente realizável. Por que?
Observe como os músculos intercostais internos não ultrapassam a região do ângulo costal
sendo, a partir daí, substituídos pela membrana intercostal interna. Retire essa membrana
nos 3º, 4º, 5º e 6º espaços intercostais, identifique o músculo intercostal externo e
disseque nesses espaços o nervo intercostal e os vasos intercostais posteriores. Siga as
artérias intercostais posteriores até sua origem na aorta torácica. As artérias
intercostais posteriores têm a mesma extensão em ambos os lados? Por que? Como se dá a
formação de um nervo intercostal? Identifique as cúpulas diafragmáticas. As duas acham-
se no mesmo nível? Explique esse fato. Localize, de cada lado, o nervo frênico no pericárdio
fibroso e siga-o inferiormente até sua penetração no diafragma. Qual o nome e a origem da
artéria que acompanha esse nervo? Disseque o tronco simpático expondo-o na maior
extensão possível. Observe os gânglios (quantos você pode contar?), os cordões
interganglionares e os ramos comunicantes. Quais são as estruturas conectadas por esses
últimos? Disseque o nervo esplâncnico maior. Quantas raízes ele apresenta? Compare
várias peças. Existem ainda os nervos esplâncnicos menor e imo que não serão dissecados.
Conheça-os teoricamente. Mobilize a artéria torácica interna ao longo de todo o seu
trajeto, seccione o esterno transversalmente ao nível da articulação manubrioesternal e
levante-o, liberando-o cuidadosamente das estruturas mediastinais. Não há necessidade de
removê-lo.
No lado direito, disseque a veia ázigos na maior parte possível do seu percurso torácico, ao
longo do qual ela recebe várias tributárias. Quais são elas? Que veia recebe o sangue por
ela conduzido? Localize o esôfago e a aorta. Entre essa última e a veia ázigos, disseque o
ducto torácico, seguindo-o o mais cranialmente possível. Tente localizar o ponto onde
desemboca e, se não conseguir, estude-o pelo menos teoricamente. Faça uma boa exposição
das veias braquiocefálica direita e cava superior. Localize o nervo vago. Procure dissecar
seus ramos para o plexo pulmonar, que são mais facilmente identificáveis atrás da raiz do
pulmão (plexo pulmonar posterior), e também aqueles para o plexo esofágico. Localize a
traquéia e o brônquio principal direito.
No lado esquerdo, após remover o conjuntivo, faça uma boa exposição das seguintes
estruturas: veia braquiocefálica esquerda (compare-a com a direita), arco aórtico, tronco
braquiocefálico (identifique seus ramos terminais, as artérias subclávia e carótida comum
esquerdas). Localize o nervo vago. Disseque a origem do nervo laríngeo recorrente (qual a
diferença existente entre os níveis de origem dos nervos laríngeos recorrentes direito e
esquerdo?). Disseque o ligamento arterial. Entre quais vasos está colocado? Disseque a veia
hemiázigos, observe as suas tributárias e note como ela cruza o plano mediano para
desembocar na veia ázigos. Disseque a veia hemiázigos acessória acompanhando-a até sua
desembocadura.
7 - MEDIASTINO
Coloque o esterno novamente em posição e observe que o espaço situado entre o hemitórax
direito e o esquerdo é ocupado por várias estruturas, constituindo um septo que se
estende desde a parede torácica anterior (esterno), até a coluna vertebral. Qual é o nome
desta região? Quais são as suas subdivisões? (faça um desenho esquemático). Procure
identificar, no cadáver, as estruturas situadas em cada uma delas.
7.1 - PERICÁRDIO
Em que divisão do mediastino localiza-se o coração? Identifique e estude o pericárdio
fibroso. Quais são seus pontos de fixação? Com uma pinça dente-de-rato tracione esse
folheto em vários pontos. Em condições normais não deve haver aderências entre ele e a
superfície cardíaca. Faça agora uma incisão cruciforme no pericárdio fibroso e rebata os
retalhos. Conceitue pericárdio seroso. Quais são as suas subdivisões? Identifique-as.
Entre quais camadas localiza-se a cavidade pericárdica? Note a eventual presença de
derrames pericárdicos e limpe a cavidade se necessário. Introduza a mão na cavidade
pericárdica, mobilizando o coração. Veja como esse órgão acha-se parcialmente livre
dentro dessa cavidade, estando fixado apenas pelos vasos da base. Identifique os seios
transverso e oblíquo do pericárdio.
7.2 - CORAÇÃO IN SITU
Estude o coração in situ, reconhecendo as suas faces, base e ápice. Dê especial atenção ao
estudo da orientação espacial do mesmo. Observe como uma de suas faces acha-se
diretamente relacionada com o diafragma. Qual será a orientação de um eixo que se
estenda do centro da base do coração até o ápice? Qual é a posição dos átrios em relação
aos ventrículos? Identifique a aorta, o tronco pulmonar, as veias cavas superior e inferior
e as veias pulmonares.
Chame o professor para saber se o coração do cadáver em que está trabalhando deverá
ser removido. Em caso afirmativo, seccione cada um dos vasos anteriormente citados, o
mais próximo possível da face interna do pericárdio fibroso. Retire o coração, lave-o e
coloque-o num recipiente com solução fixadora.
7.3 - MEDIASTINO POSTERIOR E PARTE POSTERIOR DO MEDIASTINO SUPERIOR
Mobilize o pericárdio fibroso, sem, contudo retirá-lo. Complete a dissecação do esôfago
(identifique o plexo esofágico formado pelos nervos vagos direito e esquerdo), traquéia,
aorta, ducto torácico e veias do sistema ázigos. Em que nível ocorre a bifurcação da
traquéia? Quais são as diferenças existentes entre os brônquios principais direito e
esquerdo? Note como o brônquio principal esquerdo cruza o esôfago anteriormente, o que
pode produzir um estreitamento desse órgão visível radiograficamente. Estude as relações
existentes entre o esôfago, traquéia, aorta e coluna vertebral. Faça uma janela no
contorno anterior da traquéia no ponto da bifurcação e identifique a carina. Qual é a sua
importância? Coloque novamente o coração dentro do saco pericárdico e note a relação
entre o átrio esquerdo e o esôfago logo abaixo do brônquio principal esquerdo. Observe
também a relação de proximidade entre o esôfago e a aorta.
Esses aspectos são importantes porque dilatações anormais do átrio esquerdo ou da aorta
descendente podem ser diagnosticadas pelas alterações que produzem, quando se obtém
uma radiografia do esôfago durante a deglutição de um meio de contraste.
7.4 - CORAÇÃO ISOLADO
O coração deve ser estudado lendo o capítulo correspondente no livro-texto e tendo a
peça sempre à mão. Após ter estudado a anatomia externa do órgão e antes de abrir as
câmaras, disseque as artérias coronárias direita (ramos para o ventrículo direito, ramo
marginal, ramos para o átrio direito, ramo interventricular posterior) e esquerda (ramo
interventricular anterior, ramo circunflexo, ramos para o ventrículo esquerdo, ramo
marginal, ramos para o átrio esquerdo) bem como as veias (magna, média e pequena do
coração e o seio coronário). Abra o coração conforme mostrado na fig. 2. Estude a
anatomia interna das câmaras cardíacas e as valvas pulmonar, aórtica, tricúspide e mitral.
Com os objetivos de padronizar e simplificar o estudo a tabela 2 mostra os elementos que
deverão ser identificados no coração.
TABELA 1 – ESTRUTURAS A SEREM IDENTIFICADAS NO ESTUDO DO ESTERNO,
DAS COSTELAS E DAS VÉRTEBRAS

CAIXA TORÁCICA Processo costal

Cavidade torácica Processo articular superior

Abertura torácica superior Processo articular inferior

Abertura torácica inferior VÉRTEBRAS CERVICAIS

Arcos costais (costelas) Forame do processo transverso

Espaço intercostal Tubérculo anterior (carótico)

Ângulo infra-esternal Tubérculo posterior

ESTERNO Atlas

Manúbrio Massa lateral (faces articulares superior e


inferior)
Corpo

Incisura clavicular Arco anterior (fóvea do dente e tubérculo


anterior)
Incisura jugular

Ângulo esternal Arco posterior (sulco da artéria vertebral e


Processo xifóide tubérculo posterior)

Incisuras costais Áxis

COSTELAS Dente (face articular e sulco para o ligamento


transverso do atlas)
Costelas verdadeiras

Costelas falsas Superfície articular superior

Costelas flutuantes Processo articular inferior

Cartilagem costal SACRO (Vértebras sacrais I a V)

Cabeça da costela (face articular) Promontório

Colo Asa

Corpo Processo articular superior

Tubérculo (face articular) Face auricular

Ângulo Tuberosidade

Sulco Face pélvica

VÉRTEBRA EM GERAL Forames intervertebrais

Corpo vertebral Forames sacrais anteriores

Arco vertebral Crista sacral mediana

Forame vertebral Forames sacrais posteriores

Pedículo Crista sacral intermédia

Lâmina Crista sacral lateral

Forame intervertebral Corno sacral

Incisura vertebral superior Canal sacral

Incisura vertebral inferior Hiato sacral

Fóvea costal superior OSSO COCCÍGEO (CÓCCIX)

Fóvea costal inferior Vértebras

Fóvea costal do processo transverso Corno

Processo espinhoso Processo transverso rudimentar

Processo transverso
TABELA 2 – ESTRUTURAS A SEREM IDENTIFICADAS NO CORAÇÃO
ANATOMIA EXTERNA óstio atrioventricular esquerdo

ápice valva atrioventricular esquerda (ou


mitral), e suas válvulas ou cúspides
base
faces (esternocostal, diafragmática e válvula do forame oval
pulmonar ou esquerda) ventrículo direito
vasos da base (aorta, tronco pulmonar, trabéculas cárneas (cristas, pontes,
veias cavas superior e inferior, veias pilares)
pulmonares) músculos papilares anterior e posterior
cordas tendíneas
átrios, ventrículos, aurículas músculo papilar anterior

sulco terminal (saber a localização do nó septo interventricular (partes


sinoatrial) membranácea e muscular)
sulco atrioventricular ou coronário trabécula septomarginal

cone arterioso ou infundíbulo cúspides anterior, posterior e septal da


valva atrioventricular direita
sulco interventricular anterior
sulco interventricular posterior valva do tronco pulmonar e suas válvulas
ANATOMIA INTERNA semilunares ou cúspides anterior, direita
e esquerda)
átrio direito
músculos pectinados seios pulmonares
crista terminal lúnula e nódulo (na margem livre das
válvulas)
óstio da veia cava superior crista supraventricular

óstio da veia cava inferior cone arterial


válvula da veia cava inferior ventrículo esquerdo
válvula do seio coronário Examine a parede muscular do ventrículo
óstio atrioventricular direito esquerdo e compare-a com a do ventrículo
direito
valva atrioventricular direita (ou
tricúspide) e suas válvulas ou cúspides trabéculas cárneas (cristas, pontes e
septo interatrial músculos papilares)

fossa oval cordas tendíneas

limbo da fossa oval. Pesquise a septo interventricular


permeabilidade do forame oval(chame o cúspides anterior e posterior da valva
atrioventricular esquerda (ou mitral)
Professor se necessário).
átrio esquerdo valva aórtica e suas válvulas semilunares
óstios das veias pulmonares ou cúspides posterior, direita e esquerda

músculos pectinados (principalmente na seios da aorta


aurícula) óstios coronários
lúnula e nódulo (nas margens livres das
válvulas)

FIGURA 1 - LINHAS DE INCISÃO NA PELE DO TÓRAX

FIGURA 2 - LINHAS DE INCISÃO PARA A ABERTURA DO CORAÇÃO

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