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6ª EDIÇÃO REVISADA

2018-2019
ACEDEMIA RESOLVER COM ESTILO
p

PREPARAÇÃO PARA
BIOLOGIa
geral
AS FACULDADES DE
CIÊNCIAS DA SAÚDE

Luanda, 2018-2019

Eury Ambris
Prof: Eury Ambris

PROVERBIO:
Se você não lutar para realizar primeiro os teus sonhos,
então serás convidado a realizar os sonhos dos Outros…..
Kindókilson (E.G.A)

….Então aprenda que uma mente que se abre a uma


nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original.

 PREPARAÇÃO PARA AS FACULDADES DE CIÊNCIAS DA


SAÚDE:
Licenciatura em Enfermagem Geral
Licenciatura em Medicina Geral
Licenciatura em Medicina Dentária
Licenciatura em Fisioterápia
Licenciatura em Ciências Farmaceúticas
Licenciatura em Análises Clínicas
Licenciatura em Biologia

ELABORADO, ORGANIZADO E REVISADO POR:

EURICO GONÇALVES AMBRIS


_______________________ R & E_____________________

3ª Edição revisada: 2015-2016


4 ª Edição revisada:2016-2017
5 ª Edição revisada:2017-2018
6 ª Edição revisada:2018-2019
Facebook: Eury Ambris
Correio Electrónico:eurysmartboy@gmail.com
Telefones: 923 29 47 61 – 992 69 31 49
CURSO PREPARATÓRIO RESOLVER COM ESTILO

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2
Prefácio
Prezado(a) estudante:
Ao escrever este livro, pensei em contribuir para sua formação, dando subsídios para que você
continue a enfrentar os desafios da vida. O conhecimento cresce a passos largos, especialmente nas áreas
biológicas e atualizar-se deve ser uma actividade diária, mediante a leitura de publicações do ambito
científico.

Vivemos um período de grandes avanços do saber e devemos estar preparados para compreender o que
eles significam. Adequar o que já se sabe ao nível de escolaridade que você está e prepará-lo para assimilar
novos avanços do conhecimento biolôgico, sem exagerar na quantidade de informação e, ao mesmo tempo,
abrindo espaços para a reflexão e o desenvolvimento do espírito de cidadania.

Cada vez mais, a ârea biológica tem trazido informações que visam melhorar a qualidade do meio,
aumentar a oferta de alimentos, aprimorar as condições de saúde e desvendar os mecanismos que regem a
vida. Com isso, a área biológica vem assumindo cada vez mais importância na formação das pessoas.

Ao entrar no universo biológico, você terá condições de multiplicar esse conhecimento e contribuir
para desenvolver nas pessoas ao seu redor o respeito à vida em todas as suas manifestações.

Os conteúdos abordados neste livro foram organizados em unidades, formadas por capitulos. Todos
finalizam com as Questões para estudo, elaboradas de maneira a propiciar que você faça um resumo do que
foi discutido no capitulo e aplique o que aprendeu na resolução de problemas ou no desenvolvimento de
propostas de actividades.

Por mais completo que um livro possa ser, ele nunca substituira o (a) seu (sua) professor(a), pois será
ele (a) que estará ao seu lado pessoalmente, contribuindo para lhe dar a melhor formação e informação
possível. Então, sempre que tiver dúvida sobre a materia já dada, ou qualquer outra curiosidade pessoal, não
exite em contactar ou procurar o (a) seu (sua) professor(a), em tempo laboral.

As Avaliações serão orais diariamente e uma escrita no final de dois Capítulos.

Esperamos que você, ao estudar Biologia, aprenda a amar e a respeitar cada vez mais a vida.

Lembre-se de: Ler – Ler muito – Ler sempre


Prof: Eury Ambris

1) Introdução a biOlogia
2) Citologia
3) Embriologia e histologia
4) Anatomia e fisiologia
5) Genetica
6) Microbiologia
7) Ecologia
8) Botânica
9) zoologia

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CAPÍTULO

1
Introdução à Biologia

“O que sabemos é uma gota,


o que ignoramos é um oceano”.
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Isaac Newton
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capÍtulo I - biologia
Bios [“vida”]
Logos [“estudo” ou “tratado”]

1.1. CONCEITO DE BIOLOGIA E SUA IMPORTÂNCIA

Podemos conceituar biologia como: a ciência que estuda os seres vivos e suas manifestações vitais
(ESTUDO DA VIDA), essas manifestações vitais são utilizadas para diferenciar os seres vivos dos seres
brutos. Foi introduzida pela primeira vez na Alemanha em 1800 e popularizada no mundo da ciência por Jean
Baptista Lamarck. Podemos entender, então, a importância da Biologia em nossas vidas, pois permite
identificar as transformações científicas, os grandes males dos nossos tempos, como o SIDA, as drogas, a
fome, os desequilíbrios ambientais e tantos outros que prejudicam a vida. E, sendo conhecedores desses fatos,
podemos lutar pelo direito de viver em um mundo melhor.
O estudo dessa ciência pode ser feito em vários níveis de organização dos seres vivos, desde o nível
molecular ate as relações entre os seres vivos, e entre eles e mundo não vivo, como resumido no esquema a
seguir:

Toda matéria orgânica ou inorgânica é formada por átomos (as menores partículas de um elemento
químico). Dois ou mais átomos se unem para formar uma molécula. Exemplo: átomos de carbono, hidrogênio
e oxigênio formam a glicose (𝐶6 𝐻12 𝑂6).

❑ Moléculas se unem formando grânulos (estruturas de função definida encontradas no interior da célula).
Exemplo: mitocôndria – responsável pela respiração celular.
❑ Orgânulos se unem para formar uma célula – unidade da matéria viva.
❑ Células: semelhantes na forma e na função, se unem para formar tecidos. Exemplos: tecido ósseo.
❑ Tecidos: se unem para formar um órgão, que geralmente é formado por vários tecidos. Exemplo: olho.
❑ Órgãos: se unem para formar um sistema. Exemplo: sistema digestório, respiratório.

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❑ Sistemas: se unem para formar um organismo. Exemplo: homem, cachorro.

Os próximos níveis são denominados ecológicos:


❑ População: conjunto de organismos, ou indivíduos, pertencentes à mesma espécie e que habitam a mesma
área geográfica, em um determinado tempo.
❑ Comunidade: conjunto de populações diferentes que habitam a mesma área geográfica, em um
determinado tempo.
❑ Ecossistema: quando as comunidades estão relacionadas com o meio físico e químico do ambiente, há
interação entre eles, dizemos que se trata de um ecossistema. Exemplo: uma lagoa – onde vivem peixes, algas,
plantas interagindo com a água, a luz, o oxigênio – dizemos que se trata de um ecossistema.
❑ Biosfera: é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra, onde existe vida.

1.2. AS ÁREAS DE ESTUDO DA BIOLOGIA

Alem das principais áreas que fazem parte da arvore


da Biologia, temos ainda outros ramos que auxiliam a
mesma, como:

 Ecologia
 Micologia
 Microbiologia
 Virologia
 Protistologia
 Paleontologia

1.3. OBJECTO DE ESTUDO DA BIOLOGIA E SUAS CARACTERISTICAS

Ser Vivo «é tudo que apresenta material genético, composição química, que seja capaz de reproduzir
por alguns mecanismos e que responde a pressão evolutiva»
As principais características que definem um ser vivo e os diferencia dos seres não vivos são:
composição química complexa, organização celular, crescimento, reprodução, metabolismo, homeostase,
reações a estímulos do ambiente, evolução. Vamos então analisar mais profundamente essas características.
Várias são as listas que os cientistas usam para diferenciar um ser vivo de seres brutos, nos usaremos uma lista
de características geral dos seres vivos:

 Organização celular: Com excepção dos vírus, que são desprovidos de uma organização celular,
todos os demais seres vivos são formados por células.
 Reprodução: Capacidade de originar descendentes, com características semelhantes.
 Crescimento: O aumento do volume de um corpo nos permite dizer que ele cresceu.
 Composição química: Todos os seres vivos são formados por substâncias químicas semelhantes, que
podem ser orgânicas e inorgânicas.

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 Metabolismo: É a somatória de todas as atividades químicas (reações químicas) que ocorrem em uma
célula ou em todo o organismo.
 Material genético: somente os seres vivos possuem DNA.
 Hereditariedade: capacidade de deixar herança genética para os descendentes.
 Evolução: Todos os processos de modificações pelo qual passam os seres vivos ao longo do tempo.
 Respostas a estímulos ambientais: capacidade de detectar estímulos ambientais e de reagir a eles,
permitindo a sobrevivência e a reprodução dos seres vivos.
 Homeostase: Capacidade do organismo de manter em equilíbrio o seu meio interno.
 Movimentos: Os animais possuem movimentos rápidos e activos, já os vegetais possuem movimentos
mais lentos.

1.4. A ORIGEM DOS SERES VIVOS


O ser humano sempre buscou uma explicação para suas dúvidas em relação à origem da vida, pois no
passado o questionamento sobre esse assunto intrigava muito as pessoas, por exemplo, como explicar como
seria a formação de um ser humano? Porém com essa busca dos antepassados, surgiram várias teorias
tentando explicar esse surgimento. Cada pensador estava expondo seu ponto de vista, aquilo que para ele seria
a resposta de tal questão (a origem da vida). Tiveram muitas hipóteses. A Biologia atual trabalha com a
seguinte tese “Todo ser vivo provém de outro ser vivo pré-existente”... Porém até os cientistas chegarem a
essa idéia atual e mais aceita, um longo caminho foi percorrido.
Vamos ver então como os cientistas interpretaram esta questão que muito preocupa o ser humano
(origem da vida):

Criacionismo Evolução Química


ORIGEM
DA
Biogênese Heterotrófica
VIDA

Abiogênese Autotrófica

Panspermia Cosmica

A. Teoria da Criação Divina (Criacionismo)

O irlandês James Ussher (1581- 1656) foi um dos primeiros criacionistas, o arcebispo defendia, assim
como aqueles que o seguiam, que, conforme os preceitos Bíblicos, os seres vivos teriam surgido por obra
Divina, portanto sem defeitos e sem necessidade de mudança.
O criacionismo foi combatido desde o inicio por estudiosos e cientistas pela falta de comprovação
científica. Teoria que atribuiu o surgimento da vida na terra a um ser Omnipotente, sobrenatural. Os
defensores dessa teoria não admitem a evolução. É a mais antiga de todas as ideias sobre a origem da vida.

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B. Teoria da Abiogênese (Geração Espontânea)

Abiogênese (a = prefixo de negação, bio = vida, genesi = origem; origem da vida a partir da matéria
bruta). Por volta do ano 380 a.C., acreditava-se que a vida era gerada a partir da matéria bruta ou seja
espontaneamente do corpo de cadáveres em decomposição, como por exemplo: do lodo, do lixo, de roupas
sujas e amontoadas, do sol e sob a interferência de forças vitais. A partir dessa linha de pensamento, surgiu a
teoria da abiogênese ou da geração espontânea, segundo a qual seres vivos podem nascer da matéria
inanimada.
Jan Baptista van Helmont (l577- l644) médico fisiologista, formulava várias receitas sobre a Teoria da
Abiogênese; uma delas explicava a origem dos camundongos. “Em um vasilhame qualquer, fechado,
misturamse roupas usadas com suor e trigo; passadas aproximadamente três semanas, o trigo transforma-se
em ratos.” Hoje, sabe-se que os ratos eram atraídos pela mistura (lixo).
Por volta de 1650, por meio de experimentos, começaram a surgir algumas teorias que combatiam a
abiogênese ou geração espontânea.

C. Teoria da Biogênese

A vida só pode ser originada de outra pré-existente e semelhante. Francesco Redi, Lazzaro Spallanzani
e Louis Pasteur, foram apontados como os principais defensores desta teoria, realizaram alguns experimentos
que comprovaram que a teoria da geração espontânea estava errada.

• Os experimentos de Francesco Redi

Em 1668, Redi (1626-1697) inventou a suposta origem de vermes em corpos em decomposição,


segundo ele as moscas eram atraidas pelos corpos em decomposição e neles colocavam seus ovos e desses
ovos surgrm as larvas que se transformam em moscas adultas. Para testar a sua hipotese Redi realizou o
seguinte experimento:
Colocou pedaços de carne em oito
vidros (frascos), quatro abertos e outros
cobertos com gase, de acordo com a teoria da
abiogenese deveriam surgir vermes ou moscas
nascidos da decomposição da carne e isso,
entre tanto não aconteceu, nos frascos abertos
verificaram;se larvas e moscas sobre a carne e
no frasco coberto de gase, nada foi encontrado
sobre a carne. Redi chegou a conclusão que
esssas larvas não surgiam espontaneamente a
partir da decomposição de cadaver e sim
resultado da eclosão dos ovos postos por
moscas atraidas pelo corpo em decomposição,
esse experimento confirmou a teoria de Redi e
que não existia geração espontanea de vermes a
partir de cadavel em decomposição.
• Os experimentos de Needham

Por volta de 1750, renasce com Needhan (cientista ingles, 1713-1781) a teoria da abiogênese,
Needham realizou vários experimentos em que submetia a fervura frascos contendo substancias nutritivas
(legumes, carnes etc), ele submeteu os frascos a uma temperatura elevada e os resfriou novamente, na
tentativa de matar os micróbios que neles já possivelmente existissem.

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Após a fervura fechava os frascos com rolhas para impedir a entrada do ar e deixava-os em repouso
por alguns dias e depois ao examinar a solução ao microscópio, Needham observa a presença de
microrganismos. A explicação que ele deu a seus resultados foi de que os microrganismos teriam
surgidoespontaneamente, ele dizia que a solução continha uma força vital responsavel pelo surgimento das
formas vivas.

• Os experimentos Lazzaro Spallanzani

Por volta de 1770, Lazzaro Spallanzani (pesquisador italiano 1729-1799) refaz os experimentos de
Needhan, repetiu os experimentos de Needham com algumas modificaçoes e obteve resultados diferentes. Ferveu
novamente os frascos contendo a sopa nutritiva, por um tempo mais longo, tampando-os, e o caldo não mais
apresentou o processo de contaminação. Needhan combateu Spallanzani, afirmando que, com o
superaquecimento, o princípio ativo da vida havia sido eliminado. Spallanzani não conseguiu convencer,
prevalecendo a teoria da geração espontânea.
Needham respondeu as críticas dizendo que ao ferver por muito tempo em recipiente fechados, Spallanzani
havia destruido a força vital e tornado o ar desfavoravel para o aprecimento da vida. O que gerou muita polêmica.

• Os experimentos de Louis Pasteur

Louis Pasteur (1822 – 1895) anula a teoria da abiogênese e definitivamente comprova a teoria da
biogênese, conseguindo comprovar que os microrganismos surgem a partir de outros preexistentes, Pasteur realizou
uma série de experiências conclusivas com seus famosos frascos de pescoço longo em forma de cisne.Os
experimentos de Pasteur estão descritos e esquematizados na figua abaixo:

Pasteur submeteu os frascos com sopas nutritivas a


fervura por tempo prolongado. O pescoço fino e
comprido dos vasos funcionava como filtro para as
partículas e microrganismos que se encontravam
em suspensão no ar, impedindo o contacto com o
caldo. Pasteur constatou que, após alguns meses,
as soluções nutritivas continuavam isentas de
qualquer tipo de contaminação. Para provar seu
experimento, quebrou o pescoço de um dos
frascos: o caldo em contato com o ar foi
rapidamente contaminado. A hipótese da Biogenese
passou, a partir de então, a ser aceite universalmente
pelos cientistas.

A aceitação da Biogenese gerou novos questionamentos: se todos os seres vivos surgiram de outros
preexistentes, como foi que surgiu o primeiro?
Para responder esta pergunta temos de retomar a história da evolução do nosso planeta, vista
anteriormente.Segundo os registros encontrados nas rochas foram necessarias 1 bilhão de anos para que as condiçoes
ambientaes se tornacem propicias para o aparecimento da vida.Como então teria surgido os primeiros seres vivos nas
condiçoes ambientais de nosso planeta há cerca de 3,5 bilhões de anos? Pelo menos duas possibilidades tem sido
levantadas para responder a essa pergunta.

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D. Origem Extraterrestre ou Panspermia Cósmica (Cosmogênese)

Os seres vivos não se originaram na terra, mas em outro planeta e foram trazidos para cá por meio de
esporos, aderido em meteoritos que caíram e continuam a cair em nosso planeta. Essa hipótese não é muito
esclarecedora, pois se a vida se formou em outro planeta e não na terra como foi que surgiu a vida nesse outro
planeta?
Continuamos sem resposta. Esta hipótese foi proposta por Svante Arrhenius no ano de 1980 e teve
serias rejeições devido as seguintes afirmações: Nenhum esporo conhecido resiste a radiações cósmicas; No
espaço não existe atmosfera; As temperaturas que se produzem ao entrar na atmosfera terrestre são tão
elevadas que qualquer forma de vida não resistiria.

E. Teoria da Evolução Química, Quimo-sintética ou Síntese Abiótica

Os cientistas afirmam que a vida deve ter surgido da matéria inanimada (matéria inorgânica), numa
forma lenta e ocasional, com as associações entre as moléculas formando substâncias cada vez mais
complexas que se organizam de modo a originar os primeiros seres vivos. Por volta de 1927 o cientista russo
Alexander I. Oparin (1894-1980) em 1924 e o cientista inglês John Burdon S. Haldane (1892-1964) em 1927.
Embora que não se tem a certeza, havia uma atmosfera primitiva formada pelos gases: metano (CH4 ), amônia
(NH3 ), hidrogénio (H2 ) e vapor de água.
Trabalhando de forma independente, Oparin e Haldane propuseram na década de 90 hipóteses
semelhantes sobre como a vida teria surgido na terra. As condições da terra antes do surgimento dos primeiros
seres vivos eram diferentes das actuais. Por causa das altas temperaturas, durante um longo período ocorreu
evaporação de água da superfície da Terra.
Esses gases foram se acumulando na atmosfera e sofreram resfriamento, condensandose e caindo em
forma de chuvas. O resfriamento da superfície terrestre permitiu que a água se acumulasse nas depressões
deixadas pelas erupções vulcânicas. A água carregava partículas presentes no solo e partículas oriundas da
atmosfera para as depressões, originando os mares e oceanos. Com o passar do tempo, as águas dos oceanos
foram se transformando em verdadeiros caldos de substâncias, que seriam os precursores da matéria orgânica.

As erupções vulcânicas eram muito constantes, libertando grandes quantidades de gases e de partículas
para a atmosfera, que ficaram retidos por acção da força da gravidade e passaram a compor a atmosfera
primitiva. As descargas eléctricas e as radiações eram intensas e teriam fornecido energia para que algumas
moléculas presente na atmosfera se unissem, dando origina moléculas maiores e mais complexas. As
moléculas formadas eram arrastadas pelas águas da chuva e passavam a se acumular nos mares, que eram
quentes e rasos.

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Esses processos, repetindo-se ao longo


de vários anos, teria transformado os mares
primitivos em verdadeiras sopas nutritivas,
ricas em matérias orgânicas, essas moléculas
orgânicas poderiam ter-se agregado formando
Coacervatos (do latim que significa formar
grupos). Não se percebe como a primeira célula
surgiu, mas pode-se supor que, se foi possível o
surgimento de sistemas organizados, com a
presença dos ácidos nucléicos, essas formas
teriam adquirido a capacidade de se reproduzir,
neste momento teriam surgido os primeiros
seres vivos, dado origem a outros seres vivos
com as suas capacidades de reprodução.

 Experimento de Stanley Miller

Em 1954, o cientista norte-americano Miller testou em laboratório a viabilidade da hipótese de Oparin.


Miller construiu um aparelho formado por um sistema de vidros onde reuniu CH4 , NH3 , H2 e H2 O, fazendo
circular tais substâncias.
A mistura foi aquecida e submetida a
descargas eléctricas simulando as condições
presentes na atmosfera primitiva. Ao final do
experimento, a água analisada continha alguns
aminoácidos e outras substâncias orgânicas.
Assim, percebemos que o experimento de Miller
reforçou as ideias de Oparin.

F. Evolução do metabolismo

Todos seres vivos precisa de alimentos, que são degradados nos processos metabólicos para a
liberação de energia e realização de funções. Esses alimentos degradados tambem podem ser utilizados como
matéria-prima na síntese de outras substâncias orgânicas, possibilitabdo o crescimento e a reposição de
perdas. Duas hipóteses tem sido discutidas pelos cientistas, sobre como esses seres conseguiam obter e
degradar o alimento para sua sobrevivência: hipótese heterotrófica e a autotrófica.

• Hipótese heterotrófica

Para um ser vivo realizar suas funções e se reproduzir precisa de energia. Essa energia é obtida por
meio dos alimentos. Os primeiros seres vivos eram estruturas simples, viviam em ambientes aquáticos,
cercados por matéria orgânica (mares e oceanos primitivos) e incorporavam essa matéria orgânica para
produção de energia. Seriam portanto seres heterotróficos (incapazes de produzir seus próprios alimentos).

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Nas condições atuais da Terra, a transformação dos alimentos em energia ocorre graças às reações com
o oxigênio. Supondo que o oxigênio não fazia parte da atmosfera e de mares primitivos, os primeiros seres
vivos conseguiam energia por meio de um processo anaeróbico – fermentação. Esses organismos anaeróbicos
ou fermentadores reproduziam-se continuadamente, provocando escassez de matéria orgânica.
Algumas mutações podem ter acontecido, permitindo a alguns seres utilizar a energia solar como fonte
de energia. Surgiram assim os primeiros seres autótrofos ou fotossintetizantes (capazes de produzir seus
próprios alimentos por meio da matéria inorgânica: gás carbônico, luz e água). No processo da fotossíntese
ocorreu a liberação de gás oxigênio (O2) para a atmosfera, e com a presença desse gás surgiu a respiração
aeróbica.
Esses primeiros seres fotossintetizantes foram fundamentais na modificação da composição da
atmosfera: eles introduziram o oxigênio no ar e atmosfera teria passado de redutora a oxidante, e ate hoje eles
mantêm os níveis de oxigênio na atmosfera, o que é fundamental para a vida no planeta.
A conclusão da hipótese heterotrófica é de que ocorreu primeiramente a fermentação, em seguida a
fotossíntese e posteriormente a respiração (Fermentação →Fotossíntese→Respiração).

• Hipótese autotrófica

Em 1977, foram descobertas nas profundezas oceânicas as chamadas fontes termais submarinas, locais
onde emanam gases quentes e sulfurosos que saem de aberturas no assoalho marinho. Nestes locais a vida é
abundante. Muitas bactérias que aí vivem são autótrofas, mas realizam um processo muito distinto da
fotossíntese.
A descoberta das fontes termais levantou a possibilidade de que a vida teria surgido nesse tipo de
ambiente protegido e de que a energia para o metabolismo dos primeiros seris vivos teria ocorrido por
mecanismo autotrófico denominada quimiossíntese. Razão pela qual alguns cientistas acreditam que os
primeiros seres vivos foram bactérias, que obtinham energia para o metabolismo a partir de reação entre
substâncias inorgânicas como fazem as bactérias encontradas actualmente em fontes termais submarinas e em
ambientes muito quentes (6 a 105 ºC) e sulfurosos.
Os que argumentaram a favor dessa ipótese baseiam-se em evidências que sugerem abundância de
sulfeto de hidrogénio (gás sulfídrico, que tem cheiro de ovo podre) e compostos de ferro na terra primitiva. As
primeiras bactérias devem ter obtido energia de reações que tenham envolvido esses compostos para a síntese
de seus compostos orgânicos.

A energia liberada por essa reação pode see usada pelas bactériias para quebrar o dióxido de carbono
do meio e aprobeitar o carbono na população de compostos orgânicos essenciais para a vida. Assim, segundo
hipótese, a quimiossíntese- um processo autotrófico- teria surgido primeiro, depois teriam surgido a
fermentação, a fotossíntese e finalmente a respiração.

1.5. TEORIAS DA EVOLUÇÃO

Evolução significa mudança: as espécies modificam-se ao longo do tempo. Na história da ciência a idéia
evolucionista é relativamente recente; o que prevaleceu até o final do século XVIII foi a idéia de que os seres vivos
eram em número fixo e imutáveis - o fixismo.
Foi no século XIX que as ideias transformistas ganham forças, acabando por impor o evolucionismo
como paradigma da origem e da diversidade das espécies, onde destacam-se Jean Baptista Lamarck (1744-
1829), Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913) como os principais evolucionistas
daquela época. Eles defendem a existência comum de antepassados a todos os seres vivos e a modificação
lenta e gradual das espécies ao longo dos tempos.

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A. As ideias de Lamarck (Lamarckismo)

O primeiro a tentar explicar o processo da evolução foi Jean-Baptiste Lamarck. Lamarck combatia as
idéias criacionistas e fixistas da época, e foi o primeiro a tentar explicar cientificamente o mecanismo pelo
qual a evolução acontece. Para Lamarck, os seres vivos vão desenvolvendo determinados órgãos de acordo
com suas necessidades de sobrevivência. Um dos exemplos mais conhecidos é o do pescoço da girafa.
Segundo Lamarck, as girafas atuais, com pescoço comprido, eram descendentes de girafas ancestrais
que provavelmente tinham pescoço curto, mas, com a necessidade de alcançar alimentos (folhagens das
árvores), tinham de esticar o pescoço, e, com isso, o pescoço alongou-se. E essa característica adquirida foi
transmitida aos seus descendentes, originando as atuais girafas de pescoço longo. Portanto, pelo uso ou desuso
da característica, e sua transmissão aos descendentes, ocorreu a evolução das espécies. Para Lamarck a
evolução estaria baseada em duas leis:

 1ª Lei de Lamarck: Uso e desuso, diz que, órgãos muito usados hipertrofiam-se (aumenta de
tamanho), enquanto órgãos pouco usados atrofiam-se (diminuem de tamanho);

 2ª Lei de Lamarck: Transmissão dos caracteres adquiridos, diz que, as características adquiridas
pelo uso e desuso seriam transmitidas aos descendentes;

Sabemos hoje que as variações entre


indivíduos depende da informação genética e
que somente essas informações e as mutações
dos genes podem ser transmitidas a uma geração
seguinte.
O biólogo alemão Weissman (1868 a
1876) conseguiu contrariar as Leis de Lamarck:
cortou a cauda de ratos durante várias gerações,
e os seus filhotes continuavam a nascer com
cauda. Por esse experimento, Weissman provou
que essa característica adquirida pelos ratos —
ausência de cauda — não foi transmitida a
outras gerações. Esta teoria não é mais aceite.
Mesmo estando enganado quanto as suas interpretações, lamarck merece ser respeitado, pois foi o
primeiro cientista a questionar o fixismo e defender ideias sobre evolução. Ele introduziu também o conceito
da adaptação dos organismos ao meio, muito importante para o entendimento da evolução.

B. As ideias Darwinistas ou Teoria da Seleção natural (Darwinismo)

O primeiro Darwin a estudar a evolução não foi Charles Darwin e sim seu avo Erasmus Darwin. Entre
Dezembro de 1831 e Outubro de 1836 o naturalista inglês Charles Darwin realizou uma vaigem ao redor do
mundo durante 5 anos, a bordo do navio Beagle.
Quando iniciou os estudos e a organização do material coletado como resultado de suas observações,
Darwin admitiu que as transformações que ocorriam com as espécies eram alterações das espécies já
existentes. Mas Darwin desconhecia as causas que levariam as espécies a se modificar. Uma pista surgiu
quando, lendo um trabalho publicado por Thomas Malthus sobre populações, no qual afirmava que as
populações tendem a crescer em progressão geométrica, e os alimentos cresciam em progressão aritmética. O
crescimento acelerado da população levaria à escassez de alimentos e de espaço necessário à sobrevivência.

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A obra de Malthus contribuiu para que Darwin elaborasse a teoria de seleção natural, na qual concluiu
que todos os organismos que nascem nem sempre apresentam condições de sobrevivência. Apenas
sobrevivem os que têm maiores condições de adaptarem-se (características favoráveis) às condições
ambientais, e eles reproduzem-se deixando descendentes férteis.

Os princípios básicos das ideias de Darwin podem ser


resumidos nos seguintes modos:
 Os indivíduos de uma mesma espécie apresentam
variações em todos os caracteres, não sendo, portanto,
idênticos entre si.
 Todo organismo tem grande capacidade de reprodução,
produzindo muitos descendentes. Entretanto, apenas
alguns dos descendentes chegam à idade adulta.
 O número de indivíduos de uma espécie é mantido mais
ou menos constante ao longo das gerações.

C. Teoria sintética da evolução (Neodarwinismo)

Neodarwinismo conhecida também como teoria sintética da evolução, que resulta da combinação da
genética com a teoria evolutiva de Darwin. Apesar de todos seus estudos, Darwin não conseguiu definir as
causas das variações hereditárias das espécies. Somente no século XX (1900), com o redescobrimento dos
trabalhos de Mendel e com os conhecimentos do material genético, foi possível identificar os principais
responsáveis pela variabilidade de caracteres nos seres vivos. Atualmente, sabe-se que são determinadas pelas
mutações e recombinações genéticas. As mutações são responsáveis pela variabilidade genética, fornecendo
matéria-prima para evolução. Quando novos genes são produzidos, novas características genotípicas
aparecem, podendo ser úteis ou não à espécie.
Os principais fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos em duas
categorias:

Fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população: mutação e permutação.


Fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida: migração, deriva genética e seleção
natural.

Embora a teoria sintética da evolução seja a mais unificadora da biologia atual, ainda exqistem
correntes que se opõesm a ela. Uma delas é a corrente criacionista e fixista (esta teoria relata que todos os
seres vivos foram produto de criação Divina e que as espécies não passavam por nenhum processo de
transformação), que se baseia em crenças religiosas.

1.6. EVIDÊNCIAS DO PROCESSO EVOLUTIVO


As evidências da evolução normalmente encontram-se relacionadas com documentos fósseis do
passado ou em comparações entre os seres vivos e sua distribuição geográfica.

Evidências fósseis

São vestígios deixados por seres vivos, soterrados nas profundezas de mares, oceanos, lagos ou
vales.Normalmente são esqueletos mineralizados, chegando a manter a forma original ou, em muitos casos,
deixando apenas moldes nas rochas.

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Analisando as semelhanças e diferenças existentes entre as espécies, pode-se concluir que ocorreu
surgimento de algumas espécies e desaparecimento de outras ao longo do tempo.

Anatomia comparada

A anatomia comparada tem por finalidade estudar as semelhanças e diferenças entre as estruturas
anatômicas de duas ou mais espécies para determinar o grau de parentesco. Os estudos da anatomia
comparada utilizam dois tipos de órgãos: os homólogos e os análogos.

• Órgãos homólogos: São aqueles que apresentam a mesma origem embrionária e semelhanças
anatômicas, mas realizam funções diferentes, como por exemplo os membros anteriores do
homem, do cão, as asas das aves e dos morcegos.
• Órgãos análogos: São aqueles que apresentam origem embrionária e estruturas anatômicas
diferentes, mas exercem a mesma função. Como exemplos temos as asas das aves e dos insetos.

• Órgãos vestigiais: Trata-se de órgãos atrofiados, que não desempenham funções no organismo
em que se encontram. É o caso do apêndice vermiforme, vestigial do homem, que é mais
desenvolvido nos animais herbívoros, pois neles o apêndice contém os microrganismos
responsáveis pela digestão da celulose.

Embriologia comparada dos vertebrados atuais

O estudo da embriologia mostra a grande semelhança existente nos embriões de animais de classes
diferentes quando estão na etapa inicial do seu desenvolvimento. Essas semelhanças diminuem a medida que
o embrião vai crescendo e surgem características individualizadas.

1.7. A ESPECIAÇÃO
O termo “espécie” vem do latim species e significa tipo, qualidade. É empregado na linguagem
cotidiana para designar tanto organismos vivos como não vivos. Existem vários conceitos de espécies, mas em
1942, Ernest Mayr propôs uma definição de espécie válida até hoje, apesar de suas limitações. Nessa
definição, “espécie é um grupo de populações cujos indivíduos são capazes de cruzar e produzir descendentes
férteis, em condições naturais, estando reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies”. Novas
espécies podem se formar a partir de populações por meio dos seguintes mecanismos:

 Isolamento geográfico (especiação alopátrica)

Indivíduos pertencentes à mesma espécie podem ser separados por uma barreira física, como: rios,
mares, cordilheiras, lagos, vales etc. Com o isolamento ou separação dos grupos, pode ocorrer que sejam
submetidos a diferentes pressões seletivas. Desta forma, a seleção natural irá atuar de maneira diferente nas
duas populações, o que acentuará as diferenças genéticas entre elas.
 Isolamento Reprodutivo

Se as barreiras perdurarem, essas diferenças podem chegar ao ponto de impedir o cruzamento entre as
populações, formando novas espécies; então ocorre o isolamento reprodutivo entre indivíduos que
inicialmente pertenciam à mesma espécie. O isolamento reprodutivo pode se manifestar de duas formas:

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1. Mecanismo pré-zigótico: antecede a formação do zigoto; os mais comuns são:

 Isolamento de Hábitat: os membros de duas espécies não se cruzam pelo fato de viverem em hábitats
diferentes. Um exemplo ocorre entre leões e tigres, que podem se cruzar em cativeiro, produzindo
descendentes, em alguns casos férteis. Isso não ocorre na natureza porque essas duas espécies vivem
em habitats diferentes: os leões vivem nas savanas e os tigres, nas florestas.
 Isolamento sazonal ou estacional: cada espécie se adaptou a se reproduzir em uma determinada fase
do ano. Por exemplo, duas espécies de aves que habitam uma mesma região podem não se cruzar por
apresentarem a reprodução em diferentes épocas do ano.
 Isolamento comportamental ou etológico (diferença comportamental): os indivíduos não se
cruzam, porque a “dança” da corte de cada um deles é diferente ou seja ocorre diferença de
comportamento entre espécies no ritual de acasalamento.

 Isolamento mecânico (barreira mecânica): Os órgãos sexuais dos machos e das fêmeas de espécies
diferentes não são compatíveis ou seja esta barreira caracteriza-se pelo tamanho diferenciado do
aparelho reprodutor entre as espécies. Em vegetais, o tubo polínico pode não germinar no órgão
feminino de uma flor de outra espécie.

2. Mecanismos pós-zigóticos: ocorrem após a formação do zigoto; os principais são:

 Mortalidade do Zigoto: se ocorrer fecundação entre gametas de espécies diferentes, o zigoto poderá
ser pouco viável, morrendo devido ao desenvolvimento embrionário irregular.
 Deterioração dos descendentes: os filhos nascem e são saudáveis. Mas, com o passar das gerações,
tornam-se mais fracos e estéreis. Assim, o isolamento reprodutivo total entre duas espécies deve-se,
em geral, a vários fatores, dentre os quais um pode ser mais efetivo do que o outro.

1.8. ERAS GEOLÓGICAS E ORIGEM DOS GRUPOS ATUAIS

Acredita-se que a vida surgiu na Terra há cerca de 3,6 bilhões de anos, e que a formação da Terra é de
4,5 bilhões de anos. Desde sua formação, a Terra passou por várias transformações físicas e climáticas. Essas
transformações foram responsáveis pelo surgimento, pela manutenção e extinção de muitas espécies. Para
facilitar o estudo e a origem dos grandes grupos, divide-se esse tempo em eras, períodos e épocas.
Os primeiros seres vivos a surgir na Terra foram os procariontes (bactérias e os cianobactérias) que
se alimentavam de matéria orgânica. Com as alterações climáticas e as transformações ocorridas na Terra, a
matéria orgânica foi diminuindo e, devido à necessidade de alimento, que foi ficando escasso para todos os
heterotróficos, surgiram os autotróficos.
Há cerca de 2 bilhões de anos surgiu a célula eucarionte e com ela surgiram os seres pluricelulares. Há
650 milhões de anos, ainda na era Précambriana, surgiram os invertebrados, que eram exclusivamente
aquáticos. Muitas espécies desapareceram na própria era Pré-cambriana.
A conquista do meio terrestre pelos primeiros invertebrados ocorreu na era Paleozóica, no período
Siluviano, há cerca de 4 milhões de anos, pois a Terra já era habitada por algumas espécies de vegetais, que
serviram de alimento para os invertebrados. De todos os invertebrados, os mais bem adaptados foram os
insetos, pois apresentavam o exoesqueleto de quitina, que os protege e ajuda no combate ao processo de
desidratação; surgiram no período Devoniano da era Paleozóica e se expandiram para os mais diversos
ambientes. Ainda na era Paleozóica do período Devoniano surgiram os primeiros protocordados, que são os
ancestrais dos peixes, os primeiros vertebrados.

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Os primeiros representantes dos peixes surgiram no período Ordoviciano, diversificando-se no período


Siluviano e Devoniano. No período Devoniano, devido às alterações climáticas, alguns peixes desenvolveram
a capacidade de respirar fora da água — os peixes dipnóicos ou pulmonados.
Os peixes pulmonados apresentam uma musculatura e estrutura óssea mais desenvolvida. Foi a partir
dessas estruturas que evoluíram as patas dos anfíbios, os primeiros vertebrados a conquistar a terra.
Os primeiros anfíbios a surgir eram maiores que os atuais e se proliferaram no período Carbonífero.
Quanto aos vegetais, dominavam nesse período as florestas tropicais com vegetação abundante. Logo após os
anfíbios, surgiram os répteis, no período Permiano; ocorreu nesse período a expansão dos répteis devido a
alterações climáticas. O clima no período foi mais frio e seco. Os répteis se tornaram independentes da água
para reprodução, pois o ovo com casca protege o embrião e retém o alimento necessário ao seu
desenvolvimento, evitando o processo de desidratação; seus pulmões são mais desenvolvidos, possibilitando
armazenar todo o oxigênio necessário à sua sobrevivência.

Os grandes répteis dominaram o mundo no período Jurássico. Existiam desde dinossauros gigantes até
pequenas formas, comparáveis aos jabutis. Os grandes répteis desapareceram em um curto período de tempo,
há cerca 65 milhões de anos. A causa da extinção dos grandes répteis ainda não foi totalmente esclarecida. A
grande maioria dos cientistas acredita que, devido às mudanças climáticas que a Terra sofreu, e à chuva de
grandes meteoros – que levantaram uma poeira que permaneceu por dezenas de anos em suspensão na
atmosfera, escurecendo e esfriando o planeta. Depois dos répteis, surgiram os seres homeotérmicos, isto é, que
conseguem manter a temperatura corpórea constante, independente do meio ambiente. Devido a essa
capacidade, o grupo dos homeotérmicos “aves e mamíferos” passou a habitar os vários ambientes da Terra,
desde as regiões mais frias até os desertos e as regiões quentes.
As aves evoluíram a partir de um grupo de répteis que viveu no período Jurássico. Suas formas
revelam a transição de répteis para aves.
No fim período Cretáceo, as aves já apresentavam muitas das características das aves atuais, possuindo
por exemplo dentes e bicos. Pequenos mamíferos conviveram com os dinossauros. Eram ativos, de sangue
quente (homeotérmicos) e o seu desenvolvimento embrionário ocorria no interior do corpo materno. Com o
desaparecimento dos grandes répteis, os mamíferos dispersaram-se pelo ambiente terrestre, passando a
dominá-lo. Os primeiros mamíferos surgiram no período Triássico, a partir de uma linhagem dos répteis.
Acredita-se que há apenas cerca de 5 milhões de anos, a partir de macacos primitivos que viviam na África,
teriam surgido os originadores da linhagem da qual surgiram os chimpanzés e o homem.
A partir de então, ambos evoluíram separadamente. Apesar das diferenças, a ordem dos primatas
mantém características comuns, tais como: cinco dedos nas mãos e nos pés, com o polegar em oposição aos
outros dedos, permitindo segurar objetos e agarrar-se a galhos de árvores com maior firmeza; visão
tridimensional, que lhes permite ver em profundidade, postura ereta e comportamento social.
Acredita-se que nossa espécie Homo sapiens surgiu há apenas 300 mil anos, no continente africano. O
homem adquiriu postura ereta, abandonou as florestas e passou a viver no campo e nas savanas. A postura
ereta libertou as mãos e possibilitou o desenvolvimento do cérebro. Adquirindo a inteligência, foi capaz de
fabricar e manejar objetos, o que lhe permitiu caçar e explorar o ambiente.

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1.9. TAXIONOMIA DOS SERES VIVOS (CLASSIFICANDO A DIVERSIDADE


BIOLÓGICA)

“Taxionomia” (do grego taxis = ordem ) é a parte da Biologia que procura organizar e classificar os
seres vivos. Com o decorrer dos tempos, foram propostos vários sistemas para classificar os seres vivos. As
primeiras classificações baseavam-se nas características externas e, quanto mais parecidos, maior seria o grau
de parentesco. Com o passar dos tempos, os métodos de classificação foram se modernizando e sendo
codificados por meio de nomenclatura própria, em função do grande número de espécies existente na
Biosfera é necessário ordena-las e classifica-las através das suas características.

Em 1735, o botânico sueco Carl Von Linné (Lineu) (1707-1778) estabeleceu um sistema para
classificar os seres vivos, propondo também os nomes para cada agrupamento, obedecendo sempre a uma
hierarquia.Nessa hierarquia a unidade de classificação é a espécie, que Lineu definiu como sendo um
agrupamento de seres vivos semelhantes anatomicamente, por esta razão é considerado até os dias de hoje o
Pai da Sistemática (taxionomia).

O sistema de classificação estabelecido por Lineu, apesar de ter sofrido algumas adaptações, é válida
até hoje. Estabelecido o termo espécie, como sendo a unidade de classificação, espécies semelhantes foram
agrupadas em outra categoria – o gênero. Do mesmo modo, os gêneros podem ser reunidos, formando
famílias. Famílias podem ser reunidas, formando ordens. Ordens são reunidas em classes. As classes podem
ser reunidas, formando filos. Filos se reúnem formando reinos. O reino é a categoria taxonômica mais
abrangente de classificação.

O primeiro sistema de classificação foi o de Aristóteles no século IV a.C., ordenando os animais pelo
tipo de reprodução e por terem ou não sangue vermelho. O seu discípulo Teofrasto classificou as plantas por
seu uso e forma de cultivo. O sistema de classificação obedece um padrão de organização, tendo assim a
seguinte sequência: Reino> Filo> Classe> Ordem> Família> Género> Espécie.

CATEGORIA HOMEM CÃO MOSCA MILHEIRO GATO BRAVO


TAXONÓMICA AFRICANO
REINO Metazoa Metazoa
FILO ⁄ DIVISÃO Chordata Chordata
CLASSE Mammala Mammala
ORDEM Primata Carnívora
FAMÍLIA Hominidae Canidae
GÉNERO Homo Canis
ESPÉCIE Homo Sapiens Canis Cais

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1.10. DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS E CRITÉRIOS DE AGRUPAMENTO DOS


REINOS

Por muito tempo, os seres vivos foram classificados em dois grandes reinos: Animal e Vegetal.
Posteriormente outras classificações foram estipuladas, até 1969, quando o cientista americano R. H.
Whittaker (1924-1980) propôs uma nova classificação para os seres vivos, dividindo-os em cinco reinos–
atualmente a mais aceita. O sistema de cinco reinos que será abordado agora, Whittaker veio a reformular em
1979 o seu próprio sistema. Esse sistema apresenta três critérios principais:

1. Nível de organização celular: Diferencia as células eucariotas das procariotas e as unicelulares das
multicelulares (pluricelulares);
2. Modo de nutrição: Identificar as forma o modo de como cada reino obtém o seu alimento;
3. Interacção nos ecossistemas: os organismos podem ser classificados em produtores e consumidores
(macro e microconsumidores).

Os cinco reinos podem ser divididos em dois grandes grupos, o primeiro inclui os seres vivos do reino
Monera que tem células procariotas (sem núcleo ou seja, não possui núcleo organizado). Os outros quatro
reinos constituem o segundo grupo que inclui seres vivos com células eucariotas (possui núcleo organizado,
sendo assim denominado célula complexa). Então temos:

1. Reino Monera: Grupo de organismos unicelulares, procariotas, autotrofos ou heterotrofos, coloniais


ou não. Este reino contém cerca de 4000 espécies e inclui as bactérias e as cianobactérias.
2. Reino Protista: Grupos de organismos uni ou multicelulares que não possuem tecido verdadeiros,
eucariotas, coloniais, auto ou heterotrofos. Neste grupo existem diversos métodos nutricionais,
incluindo-se a fotossíntese, absorção e a ingestão. Este reino contém cerca de 50 000 espécies e inclui
os Protozoários e algumas algas.
3. Reino Fungi: Grupo de organismos geralmente multicelular, eucariotas, heterotrofos. Por vezes
parecem com as plantas mais vivem de forma diferente, não possuem folhas e nem pigmentos
fotossintéticos, absorvem substâncias simples de matérias vivas ou mortas. Este reino contém cerca de
100 000 espécie espalhado por qualquer tipo de ambiente, este reino inclui os Fungos.
4. Reino plantae ou Metaphyta (metáfitas): Grupo de organismos multicelulares, eucariotas e
fotossintetizantes ou são seres autotrófos com tecidos verdadeiros. Esse reino compreende as plantas
com cerca de 400 000 espécies.
5. Reino Animalia (Metazoa ou metazoários): Grupo de organismos multicelulares, eucariotas e
heterótroficos, alimentam-se por ingestão e algumas vezes por absorção. Este reino contém cerca de 2
milhões de espécies dos quais 97% são invertebrados e o restante são vertebrados.

Resumo das principais características dos cinco reinos

REINO TIPO DE ORGANIZAÇÃO TIPO DE INTERACÇÃO


CÉLULA CELULAR NUTRIÇÃO NOS
ECOSSISTEMAS
MONERA Procariota Unicelular Autotrofismo e Produtores e
Heterotrofismo microconsumidores
PROTISTA Eucariota Uni e multicelular Autotrofismo e Produtores, macro e
Heterotrofismo microconsumidores
FUNGI Eucariota Multicelular Heterotrofismo Microconsumidores
PLANTAE Eucariota Multicelular Autotrofismo Produtores
ANIMALIA Eucariota Multicelular Heterotrofismo Macroconsumidores

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CAPÍTULO

2
Citologia

“Não se pode ensinar tudo a alguém,


pode-se apenas ajudá-lo a encontrar por si mesmo”.

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Galileu Galilei
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capÍtulo II - Citologia
Cito [“Célula”]
Logos [“estudo” ou “tratado”]

2.1. INTRODUÇÃO À CITOLOGIA


Citologia ou Biologia Celular é o ramo da biologia que estuda a célula em todos os seus aspectos
(bioquímicos, morfológicos e funcional) e sua importância na complexidade dos seres vivos, estudo da célula
só começou a ser possível em 1590, depois da invenção do primeiro microscópio, que foi construído por volta
de 1590 (séc. XVI) pelos irmãos Janssen, mais somente no séc XVII, os microscópios foram utilizados com
finalidades Biológicas.

Em 1665, Robert Hooke (1635-1703) cientista inglês utilizando um microscópio bastante primitivo,
iluminado a vela e que ampliava a imagem cerca de 270 vezes, observou finas lâminas de cortiça e comparou
a imagem observada com um favo de mel, ou seja, seqüência de pequenas cavidades separadas por delgadas
membranas, as quais denominou de células (em latim, diminutivo de cellar, espaço fechado). Na realidade, o
que Hooke observou foram pedaços de tecido vegetal morto, e os espaços vazios foram deixados pelas células
que morreram, permanecendo as divisões das paredes celulares presentes nas células vegetais. Robert Hooke,
é considerado até os dias de hoje opioneiro da citologia, porque foi ele que observou pela primeira vez uma
celula e foi ele quem utilizou pela primeira vez o termo célula para fazer refência no que havia observado.

Holandês Anton Van Leeuwenhoeck (1632-1723),


em 1673 construiu um microscópio apenas com uma lente de
aumento e que permitia obter imagens ampliadas em até
trezentas vezes, ele fez a observação das primeiras células
animais e descreveu vários microrganismos (bactérias e
protozoários).

Por ser formado de uma única lente, é denominado


microscópio simples, e por usar a luz para iluminar os
objectos observados é também chamado microscópio de luz
ou microscópio óptico. Em 1833, Robert Brown, botânico
escocês, analisando tecido vegetal, verificou que as
células possuíam em sua região central um concentrado
de substância de forma arredondada que denominou de
núcleo.

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CITOLOGIA
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Pedaço de cortica observado por Hooke em 1665 Microscópio usado por Hooke em 1665

Em 1838, depois de longas e demoradas pesquisas, o botânico alemão Matthias Schleiden (1804-1881)
observou a presença de células em vegetais. Em 1839, o zoólogo, fisiologista e pai da Histologia Moderna, o
alemão Theodor Schwann (1810-1882) concluiu que os animais eram formados por células, estabelecendo-se
assim a teoria celular de Schwann e Schleiden, segundo a qual “todos os seres vivos são formados por (uma
ou mais) células”.

Em 1858, o médico patologista alemão Rudof Virchow concluiu que “toda célula tem sua origem em
outra preexistente” (as células dão origem a outras celulas). Com a capacidade de realizar inúmeras funções e
de reproduzir-se, a hipótese de que a célula é a menor parte viva de um ser vivo ganhou muita força, e passou
a ser definida como a unidade morfológica e fisiológica de todos os seres vivos, passando também a ser
responsável pela transmissão das características hereditárias. Com todos os conhecimentos adquiridos sobre a
célula, foi possível formular a nova teoria celular:

a) Todos os seres vivos são formados por células.


b) As reações que ocorrem em um organismo, e que são responsáveis pela vida do mesmo, dependem
do funcionamento das células.
c) Toda célula tem sua origem a partir de outra célula preexistente, que se divide fornecendo às
células filhas seu material genético.

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2.2. ESTUDO GERAL DA CÉLULA

A célula é a unidade morfofuncional dos organismos, com excepção dos vírus que são organismos
acelulares. A célula é controlada por um núcleo que contém a informação necessária para faze-la funcionar. O
corpo humano tem cerca de 100 trilhões de células. Quanto ao número, a células classifica-se em: célula unicelular
(bactérias, cianobactérias, protozoários, algumas algas e alguns fungos), célula pluricelulare (algumas algas, alguns
fungos, todos os vegetais e todos os animais). Quanto a organização nuclear, a célula classifica-se em célula procariotas
e célula eucariotas.

Se compararmos ao microscópio eletrônico a célula que


representa o corpo de uma bactéria, com as células que formam
o corpo de um animal qualquer, vamos notar que a célula da
bactéria, quanto a sua organização é muito mais simples, não
apresenta o núcleo diferenciado; a cromatina que forma o
material genético encontra-se espalhada pelo citoplasma na
região central da célula, e também dispersos pelo citoplasma
são encontrados os ribossomos, orgânulos citoplasmáticos
responsáveis pela síntese de proteínas.

CÉLULA ANIMAL

Um conjunto de membranas envolve todo esse material: por fora a membrana esquelética, mais
espessa e resistente, e sob ela a membrana plasmática.
Bactéria
Por não possuir a membrana nuclear ou carioteca, que
separa o material genético do citoplasma, as bactérias e as algas
azuis (ciano bactérias) são denominadas procariontes (proto =
primeiro, primitivo, karyon = núcleo), que não têm o núcleo
diferenciado.Todos os demais seres vivos, com exceção dos vírus,
são denominados eucariontes (eu = verdadeiro, karyon = núcleo),
seres que possuem o núcleo diferenciado, ou seja, o material
genético encontra-se delimitado no citoplasma pela carioteca.

2.3. ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CÉLULAS ANIMAIS E VEGETAIS

 Célula animal

Vimos anteriormente que, ao observarmos uma célula animal ao microscópio eletrônico, percebemos a
presença de uma fina membrana envolvendo todos os componentes da célula e separando o meio interno do
externo; é a membrana plasmática que, por ser semipermeável, permite trocas de materiais entre a célula e o
meio que a cerca.

Preenchendo a célula, vamos encontrar um material de consistência viscosa denominado hialoplasma,


onde ocorrem as funções vitais da célula, tais como: digestão, respiração, transportes etc., pois é no
hialoplasma que se encontram mergulhados os organóides e um vasto sistema de membranas.

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Os principais organóides são: ribossomos, retículo endoplasmático, complexo de Golgi, mitocôndrias,


lisossomos, centríolos.

 Célula vegetal

Com exceção dos centríolos, a célula vegetal possui todos os componentes da célula animal, e ainda
apresenta um envoltório externo à membrana celular, denominado membrana celulósica ou parede celular. O
citoplasma da célula vegetal apresenta grandes vacúolos, são também encontrados os plastos.

 Célula Animal (Resumo)  Célula Vegetal (Resumo)

CÉLULA ANIMAL CÉLULA VEGETAL

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2.4. ESTUDO DA ESTRUTURA CELULAR


No interior da célula encontramos alguns elementos, também denominados como organitos que são
estruturas minúsculas que tem uma função especial e são controlados pelo núcleo. Assim, com esses organitos
uma célula viva é capaz de: Absorver as substâncias de que necessita; Extrair dos alimentos a energia
necessaria para seu funcionamento; Eliminar resíduos e reproduzir-se.

2.4.1. ENVOLTÓRIOS CELULARES

Em todas as células, as funções de isolamento e selecção das substâncias são executadas por um
envoltório denominada membrana plasmática, e em certos organismos, como as bactérias, os fungos e as
plantas em geral, além da membrana plasmática verifica-se a presença de um outro envoltório, denominado
parede celular.

a) Parede Celular

A parede celular é o invólucro semi-rígido que envolve a célula, dotada de grande resistência, ela tem a
capacidade de proteger e sustentar a célula. Nas células vegetais, essa parede rígida e permeável é formada
principalmente por uma camada denominada celulose ou membrana celulósica. A parede celular não existe
nas células animais. Na maioria dos fungos, a principal substância presente na parede é a quitina
(polissacarídeo), e nas bactérias, a parede é constituída principalmente por um complexo proteico e de
polissacarído.

b) Membrana plasmática (plasmalema, membrana celular ou membrana citoplasmatica)

A membrana plasmática é uma barreira fina e elástica que separa a célula daquilo que a rodeia, embora
muito fina, mais é muito forte recompondo-se quando rompe, é semipermeável exibindo um notável carácter
selectivo. As primeiras imagens obtidas das membranas permitem identificar uma estrutura formada por três
camadas: duas de fosfolipídios intercaladas por uma de proteína, concluindo que sua composição é
lipoprotéica.

Através de estudos mais recentes sobre as membranas, pôde-se concluir que as camadas lipídicas
encontram se em estado fluido, e as moléculas protéicas se encontram encaixadas nesse suporte lipídico.
Devido à maleabilidade das camadas lipídicas, as proteínas deslocam-se por ela com grande facilidade, e a
essa nova concepção de estrutura da membrana – proposta por S. J. Singer e G. Nicholson (1972), deu-se o
nome de “mosaico fluido”. A membrana celular desempenha diversas funções, dentre as quais se destacam :
 Reconhecimento: Na membrana plasmática existem proteínas receptoras que reconhecem a presença
de determinadas substâncias no meio extracelular.
 Transporte de substâncias
 Permeabilidade selectiva: As trocas de substâncias entre a célula e o meio externo são efetuadas pela
membrana celular.

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Modelo do mosaico fluido, estrutura da membrana Esquema simplificado de um sector da membrana plasmatica de uma
plasmática proposto em 1972 por Singer e Nicolson. celula animal, mostrando o glicocálix

Quimicamente esta membrana é composta por 52% de proteinas, 40% de lipidos e 8% de


carboidratos. Acima da membrana plasmática de algumas células animais e de muitos protistas, encontra-se
um outro envoltório denominado glicocálix (glico, do grego glykys=glicido; calix do latim calyx=envoltório),
ela é formada por uma camada de glicido associado aos lipídos e as proteínas da membrana. Alem de
proporcionar resistência, possui outras funções como: barreira contra agentes físicos e químicos do meio
externo; capacidade de reconhecer células iguais ou diferentes a ela; forma malha que retem nutrientes e
enzimas ao redor da célula.

2.4.1.1. TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA MEMBRANA

 Concentração de Soluções
Solução pode ser definida como uma mistura de duas ou mais
substâncias. Numa solução encontramos soluto e solvente.

Conforme a concentração ou tonicidade (quantidade de


soluto) dessas substâncias acima podemos ter os seguintes
tipos de soluções:

1. Solução Hipertônica: é quando a solução tem


consentrações diferentes, isto é, quando a quantidade de
soluto é maior que a quantidade de solvente.
Soluto+Solvente= solução

2. Solução Hipotônica: é quando a solução tem


consentrações diferentes, isto é, quando a quantidade de
soluto é menor que a quantidade de solvente.

3. Solução Isotônica: é quando a solução tem consentrações


iguais, isto é, quando a quantidade de soluto igual a de
solvente.

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 Processo de troca entre a célula e o meio externo

A membrana plasmática não isola totalmente a célula do meio exterior, a célula precisa adquirir
substâncias do meio externo, assim como precisa eliminar os resíduos de seu metabolismo. Nesse processo, a
membrana exerce um grande controle sobre as substâncias que devem entrar ou sair da célula. O fluxo de
materiais através da membrana pode envolver ou não dispêndio de energia. Esse processo de troca pode ser
agrupado em três categorias:

1. Processo passivo: ocorre sem gasto de energia (difusão, osmose e difusão facilitada);
2. Processo activo: ocorre com gasto de energia (Bomba de sódio e potássio)
3. Processo mediado por vesículas: ocorrem quando vesículas são utilizadas para a entrada de
partículas ou microrganismos na célula, ou para eliminação de substâncias da célula. O processo de
entrada chama-se endocitose (fagocitose e pinocitose) e o processo de saída, exocitose.

1. Processo ou transporte passivo

O transporte passivo não exige consumo de energia, a membrana permite a livre passagem de
substâncias, não apresentando caráter selectivo, esse transporte pode ocorrer nas células de três maneiras:
difusão ou difusão simples, osmose e difusão facilit\\ada.

A. Difusão ou Difusão Simples: Ocorre quando há duas


soluções de diferentes concentrações, separadas por uma
membrana permeável ao soluto; assim, as partículas deste
soluto deslocam-se da solução mais concentrada (hipertônica)
para a solução menos concentrada (hipotônica), até que as
concentrações dos dois meios fiquem iguais (isotônicas). Ou
seja, corresponde ao movimento de partículas de onde estão
mais concentradas para onde esta menos concentrado,
equilibrando a solução.

B. Osmose: Na osmose, ocorre à passagem de solvente, que


desloca-se de uma solução hipotônica para uma solução
hipertônica. Isso ocorre devido à presença de uma
membrana semipermeável separando as soluções, ou seja,
uma membrana que permite apenas a passagem de solvente.
O transporte tende a cessar quando as soluções chegam ao
equilíbrio (isotonicidade). A osmose tambem é um tipo de
difusão.

C. Difusão Facilitada: é muito parecida com a difusão simples, porém o transporte do soluto de um meio
mais concentrado para um meio menos concentrado acontece com a ajuda de proteínas especiais
presentes na membrana plasmática, facilitando o transporte e, consequentemente, aumentando a
velocidade.

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A difusão facilitada ocorre através das membranas


lipoprotéicas, nesse tipo de difusão, algumas proteinas da
membrana chamadas permeases, actuam facilitando a
passagem de certas substâncias que por difusão simples
demoram muito tempo para atravessar a membrana de
modo a igualarem suas consentrações. Esse movimento é
particularmente comum no movimento da glicose, de
alguns aminoácidos, vitaminas e de algunas íons, como o
cálcio, cloro, sódio e o potássio.

2. Processo ou transporte activo

Os processos activos são aqueles que ocorrem através da membrana plasmática ou qualquer outra
membrana lipoprotéica da célula, graças ao fornecimento de energia do metabolismo celular (ATP). Neste
processo observa-se movimentos da solução menos concentrada para a solução mais concentrada. Medindo se
a concentração de dois importantes íons da célula, o sódio (𝑁𝑎+ ) e o potássio (𝐾 + ), verifica-se maior
concentração de íons 𝑁𝑎 + no líquido extracelular, quando comparado com o meio intracelular, acontecendo o
contrário com os íons 𝐾 + .

A manutenção de maior concentração de 𝐾 + no


interior da célula e de 𝑁𝑎 + no exterior da célula é
fundamental para o metabolismo celular, é importante a alta
concentração de íons de 𝐾 + na célula, pois esses íons são
necessários na síntese de proteínas e em algumas etapas da
respiração celular. A alta concentração de íons de potássio
dentro da célula pode trazer problemas osmóticos, pois a
célula torna-se hipertônica. Alem disso a bomba de sódio e
potássio é importante na produção de diferença de cargas
eléctricas nas membranas de células nervosas e nas células
musculares propiciando a transmissão de impulsos
eléctricos através dessas células.

Assim, diz-se também que as membranas ficam com cargas eléctricas negativas na face interna e com
carga positiva na face externa.

3. Processo mediado por vesículas ou Transporte em Bloco

As células são capazes de englobar grandes quantidades de materiais "em bloco". Geralmente, esses
mecanismos são empregados na obtenção de macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos
nucleicos, entre outros. Como as particulas maiores não conseguem atravessar a membrana plasmatica então
elas são incorporadas a célula por endocitose, ou eliminadas da célula por exocitose.

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A. Endocitose : do grego (endos= dentro; citos-célula; dentro da célula) é o transporte em quantidade para
dentro da célula, ela pode ocorrer por dois processos básicos: fagocitose e a pinocitose.
a) Fagocitose (fagos=comer; citos= cálula; ato de comer célula) é um processo de ingestão de
partículas grandes, tais como microrganismos e resto de outras células. O material ingerido por
esse processo fica no interior de uma vesicula grande denominada fagossomo, que em seguida será
degradado por enzimas especificas. Em seres multicelulares a fagocitose é realizada por celulas
especiais, como por exemplo os macrófagos e os neutrófilos. Feito exclusivamente por celulas
especializadas.

b) Pinocitose (pinos= beber; citos= célula; ato de beber célula) é um processo de ingestão de
moléculas dissolvidas em água, tais como polissacarídos e proteínas. As moléculas ingiridas por
esse processo, fica no interior de pequenas vesiculas, denominada pinossomo e pode servir como
alimento para a célula. Este processo é feito por qualquer célula.

Fagossomos, geralmente maiores que 250 nm de Pinossomos geralmente medindo cerca de


diâmetro 150 nm de diâmetro

B. Exocitose: do grego (exo= fora; citos=célula; fora da célula) esse processo acontece quando a
transferência de macromoléculas, é, do citoplasma para o meio extracelular.
Essas macromoleculas são substâncias importantes que actuam em
diversas etapas do metabolismo do nosso corpo.A exocitose é
portanto, um processo frequente nas células com fução secretora,
como o pâncreas, que secreta insulina e glucagon. Essas substâncias
são produzidas no interior das células e ficam armazenadas em
vesiculas intracelulares, por exocitose, essas vesículas lançam o seu
conteudo para fora da celula. Tambem por esse mesmo mecanismo
são eliminados resíduos do material digerido dentro da célula. Esse
tipo de exocitose é denominado clasmocitose ou defesa celular.

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2.3.2.CITOPLASMA

O citoplasma encontra-se entre o núcleo e a membrana plasmática, nas células eucar


iótas (é formado por: citosol, citoesqueleto, organelas citoplasmáticas) e nas células procariótas ( não
tem citoesqueleto e apresenta apenas ribossomos como organelas).

Funções do citoplasma: Movimento celular; Síntese, armazenamento e transporte de macromoléculas;


Metabolismo energético das células.

 Citosol ou hialoplasma

O citosol, material gelatinoso no qual as organelas ficam mergulhadas, é composto de água, sais
minerais, proteínas, carboidratos, bases nitrogenadas e aminoácidos. No citosol ocorrem diversas reações
importantes para o funcionamento celular e, também, o transporte de substâncias.

 Citoesqueleto

O citoesqueleto é uma rede de tubos e fibras proteicas que se estende por todo citoplasma. As
principais funções do citoesqueleto são:
 Auxiliar e dar forma e sustentação à célula;
 Manter a organização interna da célula;
 Auxiliar no descolamento de organelas e de outras estruturas;
 Participar de diversos movimentos celulares, como a contração das células musculares e o
batimento de cílios e flagelos.

 Nucléolo: Formado por um tipo de material genético, o RNA (ácido ribonucleico) e proteínas , cuja
função está ligada à produção de ribonucleoproteínas que migram para o citoplasma da célula e
formam os ribossomos.

 Envoltório Nuclear ou Carioteca: proteger o núcleo, deixando-o organizado.


 Ribossomos: São estruturas encontradas em celulas
procariotas e eucariotas, esta estrutura é contituida por
proteinas e um tipo de ácido ribonucleico (RNAr).
Responsáveis pela produção (síntese) de Proteínas nas
células e podem ser encontrados ligados ao reticulo
endoplasmático ou livres no citoplasma.
 Retículo Endoplasmático: É composto de canais delimitados por membranas, esses canais
comunicam-se com a carioteca. Encontra-se dividido em:

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Retículo Endoplasmático Granular ou rugoso: É uma


rede de bolsas e tubos membranosos localizada próxima ao
núcleo, com ribossomos aderidos. Funções: Transporte e a
modificação de proteínas produzidas pelos ribossomos
aderidos à membrana externa.

Retículo Endoplasmático Agranular ou liso: É uma rede


de bolsas e tubos membranosos localizada próxima ao
núcleo. Função: Desintoxicação celular (como o álcool,
por exemplo, inativando-as e facilitando sua eliminação)
pois é abunante no figado e gonadas, síntese de esteróides,
fosfolipidos e lipídios (como o colesterol).

 Complexo Golgiense (Complexo de Golgi ou aparelho de Golgi): Conjunto de sáculos achatados e


empilhados. Sua função está relacionada à produção, ao armazenamento e a secreção de substâncias
(proteínas, entre outras). As proteínas sintetizadas no retículo granuloso chegam ao complexo golgiense
e são modificadas . O complexo golgiense produz alguns tipos de polissacarídeos, como a hemicelulose
presente na parede celular de plantas e os carboidratos das glicoproteínas.

Desempenha tambem um importante papel na produção de


espermatozoides dos animais, originando o acrossomo.
Acrossomo é uma vesícula repleta de enzimas digestivas, ocupa o
topo da “cabeça” do espermatozoide têm a função de perfurar as membranas
do óvulo.

 Microtúbulos: São constituídos pela proteína – tubulina. Definem a direção do crescimento da célula.
São responsáveis pelos movimentos dos cromossomos durante as divisões celulares.

 Centríolos: São estruturas cilíndricas citoplasmáticas existentes nas células protistas, animais e alguns
vegetais (não esta presente nas angiospermas e nas gimnospermas) e dão origem a cílios e flagelos
(menos os das bactérias). São estruturas que ocorrem aos pares, dispostos perpendicularmente entre si e
localizados próximo ao núcleo em uma região denominada centro da célula ou vcentrossomo de onde
partem os microtubos do citoesqueleto.
Os centriolos são responsáveis pela divisão celular,
estando também relacionados com a reprodução
celular formando o fuso acromático que é
observado durante a divisão celular. Apresenta-se
em formação de 9 jogos de 3 microtúbulos
dispostos em círculo, formando uma espécie de
cilindro oco.

 Os cílios e flagelos têm a mesma estrutura interna, os cílios são curtos e mais numerosos que os
flagelos. Ambos tem a função básica de promover o deslocamento da célula, promovendo a
movimentação do líquido circulante, de modo a propiciar a obtenção de alimento.

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 Lisossomos: Pequenas vesículas com enzimas que realizam a digestão intracelular. Bolsas
membranosas que contêm um conjunto de mais de 80 tipos de enzimas digestivas, capazes de digerir
grande variedade de substâncias orgânicas. Contém nucleases (digerem DNA e RNA) e proteases
(digerem proteínas); Fosfatases (removem fosfatos de nucleotídeos e de fosfolipídios). Devido a isso,
os lisossomos estão ligados as funções heterofágicas e autofágicas.

Função heterofágica: Digerem material capturado do


exterior por fagocitose ou por pinocitose. As patículas
alimemntares que penetram na célula ficam no interior
de vacúolos alimentares, os quais fundem-se aos
lisossomos formando vacúolos digestivos onde ocorre a
digestçao. Havendo resíduos, eles são armazenados
temporariamente no interior dessas estruturas, que
passam a ser chamadoas corpo residuais, e em seguida
podem ser eleminados.

Função autofágica: Digerindo partes desgastadas da


própria célula.

 Peroxissomos: São organelas membranosas de contorno arredondado e com a função principal de


decompor o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) é formado por algumas reações que ocorrem
normalmente na célula, essa substância é muito toxia, por isso essa decomposição deve ser realizada
rapidamente. Essa decomposição é feita pela enzima catalase, dando como produto água e oxigênio.

É a liberação do oxigênio que causa o borbulhamento observado quando se coloca água oxigenada
sobre ferimentos da pele. Os peroxissomos são também importantes na desintoxicação do organismo, cerca de
25% do etanol ingerido é degradado pelo peroxissomo das células do fígado, o restante é degradado no
retículo não rugoso. As enzimas contidas nos peroxissomos são produzidas pelos ribossomos livres no citosol
e incorporadas a eles.

 Vacúolos: São estruturas delimitadas por uma membrana existentes no interior do citoplasma e cujas
funções variam em diferentes tipos celulares. Alguns protozoários de água doce, por exemplo,
possuem vacúolos contráteis, que expulsam a água que entram em excesso na célula. Em células
vegetais maduras, geralmente há um grande vacúolo central que ocupa grande parte da célula.

Ele é o responsável pelo acúmulo de várias substâncias, como água, sais minerais, enzimas, pigmentos,
gotículas de óleo, entre outras. Os vacúolos tambem denominado vacúolos de sucos celulares, são
importantes nos fenômenos osmóticos e por poderem conter também pigmentos responsáveis pela coloração
azul, violeta, vermelha e púrpura de flores e folhas.

Vacúolo

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 Plastos: Os plastos são estruturas encontradas somemnte em células de plantas e de alguns protistas, e
podem ser classificados em :

• Cloroplastos: os cloroplastos são envoltos por duas membranas. Contem como pigmento a
clorofila.

 Cromoplastos: contêm como pigmentos os


coratenoides, são responsáveis pela coloração
amarelada, alaranjada, e avermelhada de flores,
folhas velhas, frutos e raízes.
 Leucoplastos: São icolores, pois não contêm
pigmentos, alguns armazenam amido
(aminoplastos), outros armazenam óleos e
proteínas, e se forem espostos a luz podem dar
origem a cloroplastos.
 Xantoplastos – plastos em pigmentos carotenóides
de cor amarela. Exemplo: o amarelo do milho.
 Eritroplastos – plastos com grande quantidade de
pigmentos carotenóides de cor vermelha. Exemplo:
tomate.

 Mitocôndrias: São organelas formadas por duas membranas, uma externa lisa e uma interna com
pregas, constituindo as cristas mitocondrias. O interior da mitocôndria, é chamado de matriz
mitocondrial, é preenchido por um líquido que contém íons calcio e magnesio, ribossomos e DNA
próprio. São responsáveis pela respiração celular e produção de energia.
Podem variar de dezenas a centenas em
cada célula. Possuem genes próprios e têm
capacidade de autoduplicação. O conjunto
de mitocôndrias recebe o nome de
condrioma.

2.4.3. NÚCLEO

Em 1833 Robert Brown, observou que a maioria das células (animal e vegetal) tinham estruturas
internas de forma esfericas ou ovoide, ele denominou como núcleo.

A maioria das células eucarióticas é mononucleada (um núcleo). Existem, no entanto, células
binucleadas (dois núcleos) no caso dos protistas ciliados, multinucleadas (vários núcleos), como as células
musculares estriadas do corpo humano e também anucleadas (não possuem núcleo), no caso das hemácias da
maioria dos mamíferos. As células anucleadas possuem vida curta, pois, não havendo núcleo não há comando
para a realização de suas atividades vitais.

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Funções: o núcleo através dos cromossomos coordena e


comanda todas as funções da célula. O núcleo também é muito
importante nos processos de divisão celular. O núcleo, portanto,
além de coordenar e comandar todas as funções vitais da célula
é também responsável pelos processos de divisão celular.

 Carioteca ou Membrana Nuclear: envolve o núcleo , que


separa o material nuclear do citoplasma.
É formada por duas membranas lipoproteicas separadas pelo
espaço perinuclear. Apresenta muitos poros, ou annulli,
através dos quais ocorre a troca de macro-moléculas

 Cromatina e Nucleoplasma

O termo Cromatina, derivado do grego Chroma, que significa cor. É o conjunto de longos filamentos
de DNA associados a proteínas e aos cromossomos, presente no núcleo da célula que não se encontra em
divisão celular. Sua principal função é conservar e transmitir as informações hereditárias.

Quando a célula não está se dividindo, os cromossomos se encontram descondensados, possibilitando


a produção de RNA e, consequentemente, de proteínas. Antes do início do processo da divisão, cada
cromossomo se duplica, produzindo outro filamento cromossômico idêntico, e os dois permanecem unidos
por uma região cromossômica, o centrômero. As cópias unidas de um cromossomo são chamadas de
cromátides-irmãs.

 Nucléolo

O nucléolo é um corpúsculo denso, não delimitado por uma membrana, presente no interior do núcleo,
é uma região de intensa síntese de um tipo de ácido nucléico denominado ácido ribonucléico ribossômico
(RNAr), associado a proteínas, essa síntese ocrre em determinadas regiões de determinados cromossomos,
denominadas regiões organizadoras do nucléolo.

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Em um núcleo pode haver um ou


mais nucléolos. É no nucléolo que ocorre a
síntese de ribossomos, onde associa-se
proteínas ao RNAr, formando grãos de
ribonucleoproteinas, que vao compor o
ribossomos, que posteriormente são
exportados para o citosol.

 Cromossomos

Cromossomos são entidades portadoras da informação genética, os cromossos dos eucariotas são
formados por DNA e proteínas. Os cromossomos são classificados da seguinte forma:

o Quanto ao número de centrômero: monocêntrico (um único centrômero) e policêntrico (


vários centrômeros).

o Quanto à Posição do Centrômero:


Metacêntrico: apresenta a forma de um V. O
centrômero o divide em dois braços de igual
tamanho.
Submetacêntrico: apresenta a forma de um jota
invertido. O centrômero o divide em dois braços
de tamanhos desiguais.

Acrocêntrico: apresenta forma de bastão. O


centrômero ocupa posição subterminal.

Telocêntrico: apresenta forma de bastão. O


centrômero tem posição terminal.

o Quanto à função genética:

Cromossomo autossômico: apresenta genes que determinam os caracte-res somáticos do individuo,


tais como cor da pele, cor dos olhos, tipo de cabelo, tipo sanguíneo, etc.
Cromossomos sexuais: apresenta genes que determinam os caracteres sexuais masculinos ou
femininos do indivíduo, tais como distribuição dos pelos no corpo, timbre da voz, órgãos reprodutores.

o Quanto ao número de cromossomos:

(A) Células Diploides: é aquela que apresenta o número completo de cromossomos de uma
determinada espécie e os cromossomos estão distribuídos em pares, formando dois conjuntos: um paterno e
outro materno.

(B) Células haploides: é aquela que apresenta a metade do número de cromossomos das células
diploides de uma determinada espécie. Não possui pares de cromossomos e apresenta um único conjunto de
cromossomos.

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2.5. ÁCIDOS NUCLEICOS


Os ácidos nucleicos são moléculas orgânicas relacionadas ao controle das atividades celulares, ao
armazenamento e à transmissão das informações hereditárias ao longo das gerações . Há dois tipos de ácidos
nucleicos , o DNA e o RNA.

 Composição dos Ácidos Nucleicos

Os ácidos nucleicos são grandes moléculas constituídas por unidades menores denominadas
nucleotídeos. Cada nucleotídeo é constituído por três componentes: uma pentose (D ou R ) (açúcar com 5
carbonos na molécula), uma base nitrogenada (púrica e pirimídica) e um ácido fosfórico (P).

As bases nitrogenadas podem ser divididas em dois grupos: purinas e pirimidinas. No grupo das
purinas estão a adenina (A) e a guanina (G). As pirimidinas são a citosina (C), a timina (T) e a uracila (U).
Adenina, guanina e citosina estão presentes tanto no DNA como no RNA. No DNA apresenta timina e no
RNA só apresenta a uracila.

Rosalind Franklin (Bioquímica Britânica, 1920-1958), foi uma das primeiras cientistas a investigar
sobre o ADN, unsando raios-x para revelar as formas das moleculas de ADN, suas fotografias de raio-x
forneceram uma prova importante da complexa forma espiral do ADN.

Foi assim que, em 1953, os pesquisadores James Watson (Bioquímico Americano, nasceu em 1928) e
Francis Crick (Bioquímico Britânico, nasceu em 1916), baseando-se da descoberta de Rosalind para
aprofundarem o seu proprio trabalho, no mesmo ano construiram um modelo de laboratório que mostrava pela
primeira vez a estrutura da molecular do ADN, e é aceito até hoje.

Segundo este modelo, cada molecula de DNA é uma dupla hélice em que duas cadeias de nucleotídos
dispõem-se espiralmente em torno de um eixo, essas cadeias estão unidas entre si por pontes de hidrogênio
que formam entre as bases nitrogenadas.

Essa união não é aleatória: a adenina de uma cadeia


emparelha-se sempre com a timina da outra; a citosina de
uma cadeia emparelha-se sempre com a guanina de outra
cadeia. Diz-se que A e T são bases complementares uma em
relação a outra, assim como ocorre com C e G, isto significa
que, se em um trecho de uma molecula de ADN uma das
cadeias apresenta a sequência de base TCAGTC, a cadeia
complementar é AGTCAG, respectivamente

 Ácido desoxirribo nucleico (ADN) e Ácido ribonucleico (RNA)

No DNA estão codificadas as informações genéticas que controlam prticamente todos os processos
celulares. Essas informações são transmitidas de uma geração para a outra. A molécula de DNA é formada por
duas cadeias de nucleotídeos ligadas entre si por meio de ligações de hidrogênio entre as bases nitrogenadas.
O DNA tem a capacidade de duplicar sua molécula em um processo chamado de replicação.

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O RNA é formado por apenas uma cadeia de nucleotídeos. As bases nitrogenadas presentes no RNA
são a adenina, a uracila, a guanina e a citosina. O RNA, de forma geral, é responsável pela expressão das
informações contidas no DNA, atuando na produção de proteínas. As moléculas de RNA são produzidas de
moléculas de DNA pelo processo de transcrição.

Existem três tipos de RNA, que são:


 RNA mensageiro (RNAm): contêm o código genético para síntese de proteína;
 RNA ribossómico (RNAr): faz parte da constituição dos ribossomos e tem função de ler o RNAm e
mostrar as cadeias polipeptídicas.
 RNA transportador (RNAt): transporta os aminoácidos dispersos no hialoplasma para os ribossomos,
para constituir as cadeias polipeptídicas.

Observe a figura do lado esquerdo e a tabela a baixo, para diferenciar


os ácidos nucleicos:

ADN RNA
Pentose Desoxirribose Ribose
Bases púrias Adenina e Guanina Adenina e Guanina
Bases pirimídicas Citosina e Timina Citosina e Uracila
Estruturas Duas cadeias Uma cadeia
helicoidais
Enzima hidrolítica Desoxirribonuclease Ribonuclease
(ADNase) (RNAase)
Origem Replicação Transcrição
Enzima sintética ADN -Polimerase RNA -Polimerase
Função Informação genética Síntese de proteínas

2.6. DOGMA CENTRAL DA BIOLOGIA MOLECULAR

O DCBM foi postulado por Francis Crick em 1958, esse modelo mostra que uma sequência de um
ácido núcleico pode formar uma proteína. Segundo Crick, o fluxo de informação genética segue o seguinte
sentido: DNA-RNA-Proteina, desde o surgimento do DCBM foram feitas algumas mudanças no modelo
proposto origeinalmente, desse modo existem três processos fundamentais que são: Replicação, Transcrição e
Tradução.

a) Duplicação do ADN: Replicação

Replicação é o processo pelo qual,o DNA faz copia de si mesmo, com ajuda das enzimas, garantindo a
perpetuação da informação génetica.
Antes de se dividir, a célula duplica o DNA por um processo
chamado duplicação semiconservativa, pelo fato de que cada DNA novo
possui uma das cadeias de nucleotídos da molécula-mãe, garantindo que as
células resultantes do processo recebam o mesmo matérial genético. Na
duplicação do DNA há participação de uma enzima chamada DNA-
polimerase, que catalisa a síntese da cadeia nova tomando a cadeia mãe
como molde.

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b) Síntese de RNA: Transcrição

O RNA é formado por um processo denominado transcrição: o trecho da molécula de DNA que
contém um gene a ser transcrito abre-se, e nesse ponto inicia-se o emparelhamento de nucléotídeos do RNA
por ação da enzima RNA-polimerase. As bases nitrogenadas do gene a ser trascrito vão emparelhando-se com
as bases da futura molécula de RNA invertendo-se a ordem de emparelhamento.

Assim, se um trecho de ADN tiver a sequência ATCG, o RNA a ser formado terá a sequência UAGC,
pois possue uracila (U) em vez de timina (T), quanto ao açucar, a pentose presente no RNA é a ribose.
Completado o emparelhamento, o RNA se solta.

c) Síntese de Proteína: Tradução

O processo de síntese de proteína denomina-se tradução e dele participam os três tipos de RNA vistos
anteriormente.

A síntese completa de uma proteina leva de 20 a 60 segundos, e o mesmo RNAm pode ser traduzido
por vários ribossomos, que mantêm uma distância entre si de aproximadamente 80 nucleotídeos. Variso
ribossomos unidos ao RNAm são chamados de polissomos.
A síntese de proteina pode ocorrer no retículo
endoplasmático granuloso, nesse caso ela se inicia no
citosol, mas logo se forma uma sequência-sinal que faz
com que o ribossomo associado ao polipeptídeo em
formação e ao RNAm se liga a proteínas específicas da
membrana do retículo endoplasmático granuloso. A síntese
prosegue com o ribossomo associado a membrana do
retículo endoplasmático granuloso e, ao término, a
proteína é liberada no interior do retículo, e não no citosol.

Os ribossomos livres no citosol são responsáveis pela síntese de


proteínas que vão actuar no citosol, no núcleo, nas mitocôndrias ou nos cloroplastos. Os ribossomos ligados
ao retículo granuloso vão produzir proteínas que irão para o complexo golgiense, vesículas secretoras,
lisossomos e vacúolos.

A duplicação do ADN, sua transcrição em RNA e a tradução do RNAm em polipeptideos constituem o


princípio básico da biologia.

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2.7. COMPOSIÇÃO QUIMICA DA CÉLULA

A análise química das células de qualquer ser vivo revela a


presença constante de certas substâncias que, nos diversos
organismos, desempenham fundamentalmente o mesmo papel
biológico. Os componentes químicos da célula podem ser
divididos em dois grandes grupos “Inorgânicos e Orgânicos”.

As substâncias inorgânicas estão representadas pela água e


pelos minerais; as substâncias orgânicas pelos carboidratos,
lipídos, proteínas e ácidos nucléicos. A percentagem média
aproximada dessa substâncias no corpo dos seres vivos está
esquemmaticamente representada na figura a seguir:

 Substâncias inorgânicas

São moléculas que não possuem carbono na sua constituição. Ex.: água e sais minerais.

A. Água

A água é considerado o componente químico mais abundante da matéria viva, a água atua como
solvente universal. Essa característica da água é de fundamental importância para os seres vivos, uma vez que
as reações químicas de natureza biológica ocorrem em soluções.
A coesão entre as moléculas de água faz com que a superfície do líquido se comporte como uma
película elástica. Essa propriedade, chamada de tensão superficial, permite que pequenos insectos caminhem
sobre a água sem afundar.
As moléculas de água também atraem outras moléculas e, assim, podem aderir a determinadas
superfícies. Essa propriedade é denominada adesão. A coesão e a adesão permitem que a água suba por tubos
finos em um fenômeno conhecido como capilaridade, as moléculas de água ligam-se entre si e com as
paredes do tubo, possibilitando a ascensão do líquido.

Por causa de suas propriedades químicas, a água desempenha diversas funções nos seres vivos.
Algumas delas estão listadas a seguir: Participação em reações químicas; Actuação como solvente; Meio
de transporte; Proteção térmica.

B. Sais Minerais

Os sais minerais são substâncias inorgânicas, ou seja, não podem ser produzidos por seres vivos. Sua
maior parte está concentrada nos ossos. Entre os mais conhecidos estão o cálcio, o fósforo, o potássio, o
enxofre, o sódio, o magnésio, o ferro, o cobre, o zinco, o selênio, o cromo, entre outros. Estas substâncias
inorgânicas possuem funções muito importantes no corpo e a falta delas pode gerar desequilíbrios na saúde.

Contudo, há alguns minerais como, por exemplo, o alumínio e o boro, que podem estar presentes no
corpo sem nenhuma função.

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Sais Principais funções Fontes alimentares Carência no


minerais organismo
Cálcio Formação e manutenção de ossos, Leite e derivados, vegetais
dentes e da coagulação sanguínea; verde-escuros
regula a contração muscular;
Cloro Participa da manutenção do equilíbrio Sal comum de cozinha
hídrico
Ferro Componente da hemoglobina Carne, figado, vegetais verde-
escuro, e legumes
Selênio Funciona em íntima associação com a Marisco, carne, fígado, cereais e
vitamina E leguminosas
Ver os seguintes minerais: Manganes, Bromo, Fósforo, Potássio, Iodo, Sódio, Fluor, Magnesio

 Substâncias orgânicas

São moléculas que possuem carbono na sua constituição. Ex.: carboidratos, lipídeos, proteínas,
vitaminas e ácidos nucleicos.

A. Carboidratos

São também conhecidos como açucares, hidratos de carbono, glucidos ou glicídios, são compostos
orgânicos elaborados pelos organismos autótrofos, como as plantas e as algas, por meio do processo
denominado de fotossíntese. Já os organismos heterótrofos, como os animais, devem obter essas moléculas
por meio da nutrição. Essas substâncias constituem a principal fonte de energia para as células
desempenharem suas funções, como produzir e transportar substâncias, crescer e se dividir.

Os carboidratos são classificados, de acordo com a organização e o tamanho de sua molécula,


constituídos por átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), em três grandes grupos:
monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos.

 Monossacarídeos
São carboidratos simples, que não sofrem hidrólise, de fórmula geral 𝐶𝑛 𝐻2𝑛 𝑂𝑛 , em que (n) varia, de 3
a 7. As pentoses e hexoses são os monossacarídeos mais importantes e mais comuns nos seres vivos.

MONOSSACARÍDEOS OCORRÊNCIA E PAPEL BIOLÓGICO


Galactose (𝐶6 𝐻12 𝑂6) É um dos componentes do açúcar do leite (lactose).
Frutose e Glicose (𝐶6 𝐻12 𝑂6) Mel e frutos diversos.
Ribose (𝐶5 𝐻10 𝑂5) Componente estrutural do ácido ribonucleico (RNA)
Desoxirribose (𝐶5 𝐻10 𝑂5) Componente estrutural do ácido desoxirribonucleico (DNA).

 Dissacarídeos ou Oligossacarídeos

Do grego oligo “poucos” são carboidratos formados pela junção de duas moléculas de
monossacarídeos, e responde pela formula química: 𝐶12 𝐻24 𝑂12 .

DISSACARÍDEOS OCORRÊNCIA E PAPEL BIOLÓGICO


Sacarose (glicose+frutose) É o açúcar da cana e da beterraba. Tem função energética.
Lactose (glicose + galactose) É o açúcar do leite. Tem função energética
Maltose (glicose + glicose) É obtido do amido por hidrólise. Tem função energética

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 Polissacarídeos

São carboidratos constituídos por centenas ou milhares de monossacarídeos. Essas moléculas recebem
o nome de polímeros de monossacarídeos. São exemplos à celulose, o amido, o glicogênio e a quitina. Os
carboidratos desempenham dois papéis principais nos seres vivos: energético e estrutural.

POLISSACARÍDEOS OCORRÊNCIA E PAPEL BIOLÓGICO


Amido É reserva natural das plantas. Encontra-se em certos caules (como o da batata), em
certas raízes e em semente de cereais (como o milho).
Celulose É o mais abundante polissacarídeo da natureza. Constitui o principal componente
estrutural da parede celular das células vegetais.
Glicogênio É o polissacarídeo de reserva dos animais em geral. Armazenado principalmente nas
células do fígado e dos músculos.
Quitina É um polissacarídeo nitrogenado que confere rigidez e resistência ao tecido onde ela
se encontra. E na parede celular de certos fungos.

B. Lipídios

Do grego lipos “gordura”, são moléculas insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos
(benzina, querosene álcool...). São também chamadas óleos ou gorduras. Os lipídeos podem ser classificados
em: glicerídeos, fosfolipídios, ceras ou cerídeos, esteróis e carotenoides. Entre as principais funções dos
lipídios, destacam-se as de reserva energética (fonte de energia para as células quando há pouco carboidrato),
isolante térmico (ajudando a manter a temperatura corporal), estrutural (compoe a membrana plasmática das
células) e reguladora.

 Glicerídeos: podem ser de origem animal, como a gordura presente em carnes, manteiga e ovos,
ou de origem vegetal, como os óleos vegetais, presentes no azeite de oliva ou no óleo de soja. Os
glicerídeos de origem animal são sólidos a temperatura ambiente, enquanto os de origem vegetal
são líquidos. Funções: Isolante térmico e Reserva energética.

 Fosfolipídios: constituem as membranas plasmáticas das células de todos os seres vivos. Cada
molécula de fosfolipídios tem uma região hidrofílica (que tem afinidade com a água) e uma região
hidrofóbica (sem afinidade com a água). Essa característica permite que esses lipídios separem
meios aquosos, como o meio intra e extracelular.

 Cerídeos ou Ceras: são lipídios produzidos por animais e plantas. Nas plantas, de forma geral, as
ceras têm função impermeabilizante. São produzidas e depositadas na superfície das folhas ou dos
frutos para diminuir a perda de água. A cera produzida pelas abelhas também é formada por
lipídios, assim como o cerume presente nas orelhas de alguns mamíferos. Funções: Contribuem
para defesa da planta contra a desidratação.

 Esteroides: o mais conhecido é o colesterol. Produzido pelos animais, faz parte da composição
química de suas membranas celulares e é precursor de alguns hormônios, como a testosterona
(hormônio masculino) e a progesterona (hormônio feminino).

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C. Proteínas

São compostos orgânicos complexos, formado por carbono, hidrogênio, oxigénio e nitrogênio. Suas
unidades básicas são os Aminoácidos, que se ligam em cadeias, os polipeptídios. Os aminoácidos
caracterizam quimicamente pela presença de um átomo de carbono, ao qual se ligam um grupo carboxílico
(COOH), um grupo amina (NH2), um radical e um átomo de hidrogênio.
Os vegetais conseguem produzir todos os tipos de aminoácidos, enquanto os animais devem obter
parte deles por meio da dieta, por não serem capazes de produzi-los. Os aminoácidos produzidos por um
organismo são chamados de aminoácidos naturais. Aqueles obtidos por meio da dieta são denominados
aminoácidos essenciais. As proteínas são essenciais aos seres vivos, participando de diversas funções, como:
estrutural (compõem a membrana plasmática), enzimática (facilitam as reações químicas), transporte
(responsáveis pelo transporte de íons entre os meios intra e extracelulares) e defesa (responsáveis pela defesa
do organismo contra agentes estranhos).

D. Aminoácido

Os aminoácidos são tambem monopeptídeos, existem cerca de vinte tipos de aminoácido que podem
participar da formação das proteinas:

Ligação Peptídica

A ligação que une os aminoácidos é denominada ligação peptídica, caracterizada pela reação do
agrupamento amina de um aminoácido com agrupamento carboxilade outro, havendo liberação de uma
molécula de água.
A nomeclatura é feita atraves da quantidade de
de aminoácidos que são ligados. Exemplo: se porem
dois, sera denominado dipeptídeo.

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E. Vitaminas

São substâncias orgânicas que actuam como coenzimas, ativando enzimas fundamentais no
metabolismo dos seres vivos.
As vitaminas podem ser classificadas em vitamina lipossolúveis, que se dissolvem em gorduras, por
isso tendem a ser absorvidas e transportadas com as gorduras da dieta ( A, D, E e K ) e vitaminas
hidrossolúveis, que se dissolvem na água e quando ingeridas em excesso são facilmente excretadas na urina
(C e Complexo B). Assim, temos:

VITAMINAS PRINCIPAIS FONTES CARÊNCIA NO ORGANISMO


Vitamina A Leite , ovos, fígado, cenoura, laranja Hemeralopia (cegueira noturna)
(Axeroftol ou retinol) Xeroftalmina (secamento da córnea,
membrana translúcida do olho).
Vitamina D (calciferol) Óleo de fígado de bacalhau, leite, gema de Raquitismo: (ossos frágeis, dentição
ovo, fígado de vaca. defeituosa, crescimento retardado,
má absorção de cálcio e fósforo).
Vitamina E (Tocoferol) Verduras, leite, ovos e grãos diversos Esterilidade de machos e aborto em
(aveia, milho, feijão, entre outros.) alguns animais.
Vitamina K Fígado e folhas vegetais Coagulação sanguínea deficiente ;
(Anti-hemorrágica) hemorragias.
Vitamina C (Acido Frutas cítricas (laranja, limão), acerola, Escorbuto (hemorragias
ascórbico) banana, manga, caju, rabanete, alface, generalizadas, anemia, queda de
pimentão. dentes, intensa fraqueza).
Vitamina B1 (Tiamina) Levedura de cerveja, fígado, ovos, trigo, Beribéri (fraqueza muscular,
arroz integral, frutas, carnes e peixes. crescimento retardado e polineurite,
isto é, inflamações generalizadas de
nervos periféricos).
Vitamina B2 Leveduras de cerveja, fígado, ovos Quilose (irritação dos lábios)
(Riboflavina) ,amendoim, leite, vagem. Estomatite (inflamação da boca)
Fotofobia (intolerância a luz)
Vitamina B12 Leveduras, leite, carnes e peixes. Anemia perniciosa (presença de
(Cianocobalamina) glóbulos vermelhos imaturos no
sangue).
Vitamina PP (Niacina) Leveduras, carnes e fígado. Pelagra (dermatite, diarreia e
intenso nervosismo).

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F. ENZIMAS

As enzimas são catalisadoras (aumenta a velocidade de uma determinada reação química) biológicas
(proteínas) de alta especificidade. Praticamente todas as reações que caracterizam o metabolismo celular são
catalisadas por enzimas. Aceleram a velocidade de uma reação, sem, no entanto participar dela como reagente
ou produto, regulando várias reações.
Atuam em concentrações muito baixas e em condições suaves de temperatura e pH. As enzimas são
sintetizadas através de informação genética, desta forma, caso haja erro na passagem da informação ocorrerá
erro na síntese da enzima e conseqüentemente na sua ação, levando á algumas doenças.

Geralmente se utiliza o sufixo "ase" para caracterizar a


enzima. Exs: Urease, Hexoquinase, Peptidase, etc., mas as
enzimas primeiramente descobertas tem nomes diferenciados
como pepsina. Cada tipo de enzima consegue catalisar um único
tipo de substrato (substância reagente). As enzimas devem:
 Aumentar a velocidade das reações.
 Não alterar a natureza das reações.
 Ddiminuir a energia de ativação.

Uma enzima é constituída por uma porção proteica denominada apoenzima e uma porção não
proteica denominada cofactor. A apoenzima + cofactor= holoenzima (enzima activa). O encaixe da enzima no
substrato assemelha-se ao sistema chave-fechadura. Esse modelo explica a especificidade das enzimas. Após a
reação ocorrer, as enzimas deixam o substrato intacto, podendo actuar em outros substratos.
Entre as propriedades das enzimas, destacamos: Especificidade (cada enzima catalisa apenas uma
reação), Recuperalidade (não é consumida na reação), Reversibilidade (pode catalisar o reverso da reação).

Cofatores enzimáticos e coenzimas

Cofatores são pequenas moléculas orgânicas ou inorgânicas que podem ser necessárias para a função
de uma enzima (apoenzima). A molécula orgânica que se liga às enzimas para ativar uma reação, é
denominada coenzima, cada tipo apresenta uma função química particular, algumas são agentes oxi-redutoras,
outras transferidoras, Exemplo: Coenzima: NAD+.

Classificação das Enzimas

As enzimas são divididas em seis grandes classes, cada uma com subclasses, de acordo com o tipo de
reação que catalisam:
 Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja: reações de
oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases. Se uma molécula se reduz, tem que haver outra que
se oxide.
 Transferases: Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais como grupos
amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases e as Transaminases.
 Hidrolases: Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades.
 Liases: Catalisam a quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de água, amônia e gás
carbônico. As Dehidratases e as Descarboxilases são bons exemplos.
 Isomerases: Catalisam reações de interconversão entre isômeros ópticos ou geométricos. As
Epimerases são exemplos.

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 Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes,
sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases
Interação enzima-substrato

A ligação com o substrato dá-se em uma região pequena e bem definida da enzima, chamada centro
ativo (ou sítio ativo); O centro ativo é formado por resíduos de aminoácidos e constitui uma cavidade com
forma definida, que permite à enzima “reconhecer” seu substrato.
Uma molécula, para ser aceite como substrato, deve ter a forma espacial adequada para alojar-se no
centro ativo e grupos químicos capazes de estabelecer ligações com os radicais do centro ativo; A relação
substrato-enzima não deve ser entendida como um modelo rígido de chave fechadura (este modelo
exemplifica a especificidade de uma enzima pelo seu substrato, mas não explica toda a complexidade da
relação estabelecida entre eles durante a catálise). Na verdade, a aproximação e a ligação do substrato induz
na enzima uma mudança conformacional, tornando-a ideal para a catálise (modelo do ajuste induzido).

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2.8. METABOLISMO ENERGÉTICO DAS CÉLULAS


Construir o próprio corpo, mantê-lo em funcionamento, reparar lesões provocadas pelo desgaste,
reproduzir são algumas das atividades que fazem parte do universo das muitas atividades que mantêm o
funcionamento harmonioso de um organismo vivo. Mas, para manter essa harmonia, é necessário trabalho, e
para realizar trabalho é necessária energia. Por meio da primeira lei de termodinâmica sabemos que “a energia
não pode ser criada, nem destruída: apenas transformada” e transferida de um organismo para outro.
O conjunto de processos químicos responsáveis pela transformação e utilização de matéria e energia pelo
organismo, ou seja, o conjunto de transformações que ocorrem nos seres vivos, denominamos de metabolismo. As
substâncias que formam o corpo dos seres vivos estão em contínua modificação. Reagem umas com as outras e se
modificam. O metabolismo pode ser dividido em:

 Catabolismo: reações que provocam a quebra de substâncias com liberação da energia necessária para
as funções orgânicas. Exemplos: respiração aeróbica, fermentação, digestão entre outros.
 Anabolismo: reações que provocam a síntese (produção) de substâncias utilizadas para o crescimento
do organismo e recuperação de suas perdas. Exemplos: fotossíntese, quimiossíntese, fotorredução
entre outros.

Tanto os organismos autótrofos como os heterótrofos necessitam de retirar a energia contida nas
moléculas dos açucares. Isso eles fazem através da respiração. Essa energia é utilizada pelos seres vivos em
suas várias atividades.

Adenosina trifosfato (ATP)

O ATP é um nucleotídeo formado por uma molécula de adenina, uma molécula de ribose e três
moleculas moléculas de fosfato (P).
O conjunto de adenina e ribose forma a adenosina,
que, ligada a uma molécula de fosfato, forma a adenosina
monofosfato (AMP), com a adição de mais um fosfato
forma-se a adenosina difosfato (ADP), e coma adição do
terceiro fosfato forma-se finalmente a adenosina
trifosfato (ATP)
Esse composto armazena em suas ligações grande
da energia desprendida das reações e tem a capacidade de
liberar, por hidrolise, essa energia armazenada para
promover outras reações. O ATP funciona dentro da célula
como uma moeda energética, que pode ser gasta em
qualquer momento que a célula necessitar.

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2.8.1. FOTOSSÍNTESE

A Bioenergética encarrega-se de estudar as formas de captação da energia luminosa e de todas as


transformações que ela pode sofrer nos organismos vivos.Fotossíntese significa sintese pela luz, é o principal
processo autotrófico e é realizada pelos seres clorofilados, representados por plantas, alguns protistas,
bactérias fotossintetizantes e cianobactérias. Na fotossíntese realizada pelos seres fotossintetizantes, com
exceção das bactérias, o gás carbonico e a água são usados para a síntese de carboidratos, geralmente a
glicose, neste processo há formação de oxigênio, que é liberado para o meio. A fórmula geral da produção de
glicose pela fotossíntese dos eucariotas e cianobactérias é:

6𝐶𝑂2 + 12𝐻2 𝑂 + 𝑙𝑢𝑧 → 𝒄𝒍𝒐𝒓𝒐𝒇𝒊𝒍𝒂 → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 6𝑂2 + 6𝐻2 𝑂

Essa equação mostra que na presença de luz e clorofila, o gás carbônico e a água são convertidos
numa hexose (glicose), havendo liberação de oxigênio.

 Luz e pigmentos fotossintetizantes

A luz só pode ser utilizada na fotossíntese, graças a presenças de pigmentos especializados que
conseguem captar energia luminosa. Para ocorrer a fotossíntese, é necessário a presença de clorofila, que é um
pigmento verde. A clorofila reflete a luz verde e absorve com maior eficiência os comprimentos de ondas das
luzes azuis e vermelhas, nos quais a fotossíntese é mais intensa.

 Etapas da fotossíntese

Apesar de apresentar apenas uma única equação, a fotossíntese não ocorre em apenas uma reação
química. Existem várias reações que podem ser agrupadas em duas etapas interligadas: a primeira,
fotoquímica ou reações de claro, em que há necessidade de energia luminosa e ocorre nos tilacóides, e a
segunda, química ou reações de escuro que ocorre no estroma, na qual não há necessidade de luz, mais sim
de produtos formados na etapa anterior.

A. Etapa fotoquímica

Ocorre nas partes clorofiladas dos cloroplastos, nesta etapa da fotossíntese acontecem dois conjuntos
básicos e inter-relacionados de reações: a fotofosforilação (Cíclica e aciclica) e a fotólise da água.

Fotofosforilação: significa adição de fosfato (fosforilação) em presença de luz (foto) ou ainda


transformação de ADP em ATP. Neste processo a energia luminosa captada pela clorofila é transferida sob a
forma de energia química para moléculas de ATP , essa energia pode ser utilizada para promover outras
reações químicas, pode-se escrever a equação simplificada da fotofosforilação do seguinte modo: 18 𝐴𝐷𝑃 +
18𝑃 → 18 𝐴𝑇𝑃.

A descarga de luz incide sobre as moléculas de clorofila, ao absorver a luz, elétrons da molécula de
clorofila têm seu nível energético aumentado, e desprendem-se da molécula de clorofila. Se a clorofila for do
tipo “a”, o elétron desprendido é recolhido por enzimas aceptoras de elétrons (ferridoxiria e citocromo). Ao
passar pelas enzimas aceptoras de elétrons, o mesmo descarrega o excesso de energia, voltando ao seu nível
normal, e retorna à molécula de clorofila “a”, de onde saiu, a energia por ele desprendida é aproveitada por
moléculas de ATP, que, com a energia recebida, passa à condição de ATP, processo denominado
fotofosforilação cíclica.

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Se o elétron desprendido for da clorofila “b”, o processo é o mesmo da clorofila “a”, só que o elétron
desprendido, voltando ao seu nível energético normal, não volta à molécula de clorofila de origem, e é
entregue a uma molécula de NAD (nicotinamida-adenina dinucleotídeo), que fica reduzida a NADP, processo
denominado fotofosforilação acíclica.

Paralelo a esses processos, e sob a ação da luz, as moléculas de água se quebram, liberando 𝑂2 . O
NADP recebe os hidrogênios da água e reduz-se a 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2, processo denominado fotólise da água ou reação
de Hill.

Fotólise da água: ocorre a quebra de moléculas de água sob a ação da luz, com a participação de
enzimas localizadas nos tilacóides, nesta quebra há liberação de oxigênio para o ambiente e transferência do
hidrogênio para substâncias receptoras denominadas NADP (nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato),
originando a 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 . Pode-se escrever a equação simplificada da fotólise da água do seguinte
modo: 12 𝐻2 𝑂 + 12 𝑁𝐴𝐷𝑃 → 12 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 + 6𝑂2 .
PRODUTOS DA ETAPA FOTOQUÍMICA

 𝑂2 , que é liberado pela planta para o ambiente;


 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 e ATP, que serão usados na etapa seguinte.

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B. Etapa química

A etapa química da fotossíntese ocorre no estromo dos cloroplastos, sem necessidade direita da luz.
Nela há participação do 𝐶𝑂2, que recebe o hidrogênio transportado pelas moléculas de 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 proveniente
da fotólise da água. Há formação de carboidratos, falando-se em fixação do carbono, pois este elemento,
presente no ambiente abiótico, passa a integrar as substâncias orgânica do corpo dos seres vivos.

Há várias reações químicas envolvidas nesse processo, as quais se realizam graças a energia fornecida
pelo ATP produzido na fase clara. Essas reações compõem o Ciclo das pentoses, também conhecido por
Ciclo Calvin, em homenagem ao cientista Melvin Calvin (1911-1997), que elucinou, tendo recebido em
função disso o Prêmio Nobel de Química em 1961, Esse ciclo também é conhecido por Ciclo de Calvin-
Benson em função da participação de Adam Benson na descoberta desse processo.

Esta etapa é mais lenta e conta com a participação de inúmeras enzimas, conhecida também como etapa
enzimática. Consiste em um conjunto de reações químicas que, utilizando a energia armazenada em moléculas
de ATP da fase claro, permite a combinação de CO2 com H2O, formando glicose. A combinação não ocorre
diretamente: o CO2 e a H2O reagem inicialmente com um composto, formado de cinco (5) carbonos
(pentose), a rebosedifosfato (RDP), que depois de várias reações formará a glicose. A equação simplificada
dessa fase pode ser escrita:

6𝐶𝑂2 + 12𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 + 18 𝐴𝑇𝑃 → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 + 12 𝑁𝐴𝐷𝑃 + 18 𝐴𝐷𝑃 + 18 𝑃 + 6𝐻2 𝑂

Resumo das duas etapas:

Considerando as duas etapas da fotossíntese e as equações gerais, obtém-se o seguinte:


Fotofosforilação: 18 𝐴𝐷𝑃 + 18𝑃 → 18 𝐴𝑇𝑃
Fotólise da água: 𝟏𝟐 𝑯𝟐 𝑶 + 12 𝑁𝐴𝐷𝑃 → 12 𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 + 𝟔 𝑶𝟐
Ciclo de Calvin: 𝟔 𝑪𝑶𝟐 + 12𝑁𝐴𝐷𝑃𝐻2 + 18 𝐴𝑇𝑃 → 𝑪𝟔 𝑯𝟏𝟐 𝑶𝟔 + 12 𝑁𝐴𝐷𝑃 + 18 𝐴𝐷𝑃 + 18 𝑃 + 𝟔 𝑯𝟐 𝑶

Somando as três equações, cancelam-se os reagentes e produtos que são iguais, como destacamos em
cores. Os reagentes e produtos que não foram cancelados comporão a equação geral da formação da glicose na
fotossíntese.

Desta feita temos: 12 𝐻2 𝑂 + 6 𝐶𝑂2 → 𝑙𝑢𝑧 𝑒 𝑐𝑙𝑜𝑟𝑜𝑓𝑖𝑙𝑎 → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 +6 𝐻2 𝑂 + 6 𝑂2

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2.8.2. RESPIRAÇÃO CELULAR

A palavra respiração, quando se fala de mecanismos intracelulares, é empregada em todo processo de


síntese de ATP que envolve a cadeia respiratória, existem dois tipos de respiração: Aeróbia (em que o aceptor
final de hidrogénio na cadeia respiratória é o oxigénio) e Anaeróbia (em que o aceptor final de hidrogénio na
cadeia respiratória não é o oxigénio, mas outra substância, como o sulfato, o nitrato e outras).

 Respiração aeróbia

A respiração aeróbia é realizada por muitos procariotas, protistas, fungos, animais e plantas. Pode-se
considerar a respiração como um processo realizado em três etapas integradas: Glicólise, Ciclo de Krebs e
Cadeia Respiratória ou fosforilação oxidativa. Nos procariotas, a glicólise e o ciclo de Krebs ocorrem no
citoplasma, e a cadeia respiratória ocorre associada a face da membrana plasmática voltada para o citoplasma.
Já nos eucariotas, a glicólise ocorre no citosol, e o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória dão-se no interior das
mitocôndrias. A mesma pode ser representada pela seguinte equação geral:

𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝐺𝑙𝑖𝑐𝑜𝑠𝑒) + 6𝑂2 (oxigênio ) → 6𝐶𝑂2 (gás carbônico) + 6𝐻2 𝑂(água) + 𝐴𝑇𝑃(𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎)

 Glicólise - oxidação da glicose a fim de obter ATP.


 Ciclo de Krebs - oxidação do acetil-CoA a fim de obter energia.
 Fosforilação oxidativa - eliminação dos elétrons libertados na oxidação da glicose e do acetil-CoA.
Grande parte da energia libertada neste processo pode ser armazenada na célula sob a forma de ATP.

O processo não é assim tão simples, na realidade, ocorrem diversas reações das quais participam várias
enzimas e coenzimas que realizam sucessivas oxidações na molécula da glicose até o resultado final, em que é
produzido gás carbônico, água e moléculas de ATP que carregam a energia.

Esquema simplificados das etapas da respiração aeróbia em celula eucariótica

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A. Glicólise

A glicólise é a sequência de reações que transforma a glicose em piruvato com a concomitante


produção de uma quantidade relativamente pequena de ATP.Tem como principal objectivo oxidar a glicose
para gerar ATP e fornecimento de blocos de construção para reações de síntese, como a formação de ácidos
graxos.
Na glicólise, cada molécula de glicose é desdobrada em duas moléculas de piruvato, com liberação de
hidrogénio e energia, por meio de varias reacções químicas. O hidrogénio une-se a moléculas transportadoras
de hidrogénio (NAD), formando NADH. A energia liberada é usada para a síntese de ATP, resultando, no
final do processo, um saldo de 2 ATPs. Esse processo é dividido em duas etapas fundamentais, lembrando que
para as reações metabólicas ocorrerem será necessário a intervenção de algumas ensimas que são usados como
catalizadores. A glicólise possui 10 reações para a conversão da glicose, e é dividida em duas fases:
preparatória e fase de pagamento.

 Fase preparatória: Gasto de 2 ATP


 Fase de pagamento: Produção de 4 ATP e 2 Pituvatos
 Saldo positivo de 2 ATP e 2 Piruvatos, além de 2 NADH.

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B. Ciclo de Krebs

Também chamado ciclo do ácido cítrico ou ácido tricarboxílico, o mesmo foi elucidado pelo
Cientista Alemão Hans Adolf Krebs (1900-1981), que, em função disso recebeu o Prémio Nobel de
Fisiologia em 1953. Neste ciclo, as duas moléculas de ácido pirúvico (C3 𝐻4 𝑂3 ), resultantes da glicólise, serão
desidrogenadas (perdem hidrogênio) e descarboxiladas (perdem carbono). Os hidrogênios retirados são
capturados por aceptores de hidrogênio, que podem ser o NAD ou FAD, com a conseqüente formação de
NADH2 e FADH2 . O ácido pirúvico, perdendo hidrogênio e carbono, converte-se em aldeído acético. O
aldeído acético se reúne a uma substância denominada coenzima A (CoA), formando acetil-CoA. Esta, por
sua vez, combina-se a um composto de quatro átomos de carbono, já existente na matriz mitocondrial,
denominado ácido oxalacético, com ua ajuda de um conjunto de enzimas presentes na mitocondra inicia-se
propriamente o ciclo de Krebs com 8 reações seguidas.

No final do processo, o ácido oxalacético é regenerado e devolvido à matriz mitocondrial. Nesse


processo, cada acetil-CoA degradada libera: três moléculas de NADH2 , uma molécula de 𝐅𝐀𝐃𝐇𝟐 , duas
moléculas de CO2 , que são expedidas para o meio, e uma molécula de ATP, como o ciclo esra acontecendo ao
dobro devido a existência de duas moléculas de piruvato liberadas na reação anterior, o saldo positivo final
terá: 𝟒𝐂𝐎𝟐 , 2𝐀𝐓𝐏, 6𝐍𝐀𝐃𝐇 e 𝟐𝐅𝐀𝐃𝐇𝟐 . É importante salientar que todo gás carbónico liberado na respiração
provém da formação de acetil e do ciclo de Krebs.

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C. Cadeia Respiratória

Por meio da cadeia respiratória, que ocorre nas cristas mitocondriais, há transferência dos hidrogénios
transportados pelo NAD e pelo FAD para o oxigénio, formando água. Nas transferências de hidrogénio ao
longo da cadeia respiratória, há liberação de electrões excitados, que vão sendo captados por transportadores
intermediários (citocromos), durante essa transferência, os electrões perdem gradativamente energia, que em
parte será utilizada para a formação de ATP (processo chamado fosforilação oxidativa) e em parte será
liberada sob forma de calor. Assim, a função mais importante da cadeia respiratória é a formação de ATP.
Para cada molécula de glicose forma-se 34 ATPs nesse processo.

Como o saldo energético da glicólise é de duas moléculas de ATP e do ciclo de Krebs também, o saldo
energético final da respiração na queima de cada molécula de glicose é de 38 moléculas de ATP. Deste modo,
dependendo do tipo de célula eucariótica, o saldo total de ATP na respiração aeróbia pode ser de 36 ou 38
ATPs.
 Glicólise = 2 ATP
 Ciclo de Krebs = 2ATP
 Cadeia respiratória = 34 ATP

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 Respiração anaeróbia

Realizam respiração anaeróbia as bactérias desnitrificantes do solo, como a pseudimonas denitrificans.


Elas participam no ciclo do nitrogénio, devolvendo a atmosfera o 𝑁2 .

Como só realizam esse processo na ausência de oxigénio, a desnitrificação não é um mecanismo muito
frequente em solos oxigenados, mas é muito comum em regiões onde a taxa de oxigénio é reduzida.

 Fermentação

A fermentação é um processo anaeróbio de síntese se ATP que ocorre na ausência de oxigénio e que
não envolve cadeia respiratória. Na fermentação, o aceptor final de hidrogénio é um composto orgânico. Na
fermentação, a glicose é degradada parcialmente, na ausência de oxigénio, em substâncias orgânicas mais
simples, como ácido lático (fermentação lática) e álcool etílico (fermentação alcoólica).

Nesses processos, há um saldo de apenas duas moléculas de ATP por molécula de glicose degradada.
Portanto, o ganho energético é maior na respiração do que na fermentação. A fermentação ocorre no citosol,
inicialmente ocorre a glicólise, em que a molécula de glicose é degradada em duas moléculas de piruvato,
cada uma com três carbonos, com um saldo de 2 ATPs.

o Fermentação lática

Na fermentação lática, o piruvato é transformado em ácido lático pela utilização de íons hidrogénio
transportados pelos NADH formados na glicólise. A fermentação lática é realizada por algumas bactérias,
protozoários, fungos e por células do tecido muscular humano, quando uma pessoa
realiza actividade física muito intensa, há insuficiência de
oxigénio para manter a respiração e liberar a energia
necessária.

Nesse caso, as células degradam anaerobicamente a


glicose em ácido lático, cessada a actividade física, o ácido
lático formado é transformado novamente em piruvato que
continua a ser degradado pelo processo da respiração. Outro
exemplo é o leite azedo e a produção de conservas, como
picles.

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o Fermentação alcoólica

Na fermentação alcoólica, o piruvato libera, inicialmente, uma molécula de CO2 , formando um


composto de dois carbonos que sofre redução pelo NADH, originando álcool etílico. A fermentação alcoólica
ocorre principalmente em bactérias e leveduras, entre as leveduras que são os fungos microscópios, a espécie
saccharomyces cerevisiae é utilizada na produção de bebidas alcoólicas.

Esse levedo transforma açúcares de sucos de uva e de


malte em vinho e cerveja, respectivamente.

O levedo também é empregado para fazer pão, neste


caso o CO2 produzido por fermentação, fica armazenado no
interior da massa, em pequenas câmaras fazendo-a crescer, ao
assar a massa, as paredes das câmaras se enrijecem, mantendo a
estrutura alveolar.

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2.9. CICLO CELULAR


Ciclo celular ou ciclo de vida de uma célula é considerado como o período compreendido entre o
surgimento de uma célula e a sua divisão, quando a mesma produz células filhas, passando para elas as
informações necessárias para a sua sobrevivência e para gerar novas células, dando continuidade à vida. O
ciclo celular distingue-se em duas etapas: INTÉRFASE (período intermediário ou de preparação), a intérfase
esta dividida em três períodos (𝐆𝟏, S, 𝐆𝟐) e a DIVISÃO CELULAR que pode ocorrer de duas formas (mitose e
meiose).

 A mitose, é o processo de divisão responsável pelo crescimento, desenvolvimento e reposição de


células envelhecidas de um organismo, onde a célula envolvida origina duas células geneticamente
idênticas à célula-mãe.
 A meiose é o processo que tem a responsabilidade de produzir células germinativas (óvulo e o
espermatozóide). Na meiose, a célula-mãe origina quatro células-filhas, cada uma com metade da sua
quantidade de material genético.

A. Interfase

É o espaço compreendido entre duas divisões celulares sucessivas, e representa cerca de 80% do ciclo
celular. Nesse período, a célula não está se dividindo, mas encontra-se em grande atividade metabólica. No
interior do núcleo ocorre a duplicação do DNA. No citoplasma ocorre a produção da proteína histona, que,
juntamente com o DNA, forma os filamentos cromossômicos, através dos quais as informações genéticas são
transmitidas da célula-mãe para as células-filhas. Baseando-se na duplicação do DNA, a intérfase pode ser
dividida em três períodos consecutivos:
 𝐆𝟏 - (a letra G deriva da palavra inglesa galp,
que significa intervalo) nesta fase sintetiza-se
muitas proteínas, enzimas e RNA, verifica-se
também a formação de organelas celulares e a
célula cresce;
 S- (a letra S deriva da palavra síntese), nesta
fase ocorre a duplicação do DNA, apartir
deste momento os cromossomos passam a
possuir dois cromatídeos ligados por um
centrómero.
 𝑮𝟐 - inicia-se com o término da duplicação do
DNA e vai até o início da divisão, nesta fase,
os centríolos terminam sua duplicação e se
aproximam do núcleo; proteínas necessárias à
Importância da interfase: a interfase é importante
divisão sãoporque tem porcélula
produzidas.A finalidade de promover
aumenta de a
diplicação dos cromossomos para que a célula entre em divisão.induzindo a divisão.
tamanho

B. Divisão Celular

A divisão celular é um processo que leva os organismos pluricelulares ao crescimento. E está dividida
em mitose e meiose. Partindo de um ovo humano, que possui 46 cromossomos em seu núcleo, antes que ele
se divida para originar novas células, há um processo de duplicação de todo o seu material. Dessa forma, após
a divisão da célula originam-se novas células com a mesma constituição da célula inicial (célula mãe). Depois
as divisões prosseguem até se formar um novo individuo cujas células apresentam cromossomos.

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 Mitose

A mitose produz células filhas idênticas à célula-mãe diploide, a separação das duas células é
chamada citocinese. Cada célula filha contém exatamente o mesmo número de cromossomos da célula mãe, a
mitose esta dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

A. Prófase

Prófase Ou fase anterior (fase da "mobilização" para a ação). Os cromossomos condensam-se,


tornando-se visíveis ao microscópio; a carioteca e os nucléolos desintegram-se ; os centríolos dividem-se e
dirigem-se para os pólos da célula; é formado o fuso de divisão (fibras protéicas), os dois filamentos
cromossomicos idênticos
denominados cromátides irmãs,
permanecem unidas por uma região
chamada centrômero, na região de
cada centrômero forma-se um
complexo proteico denominado
cinetócoros. A prófase termina com
o rompimento da carioteca. Essa é a
fase mais longa da mitose.

B. Metáfase

A metáfase Ou fase do meio, é a fase mais propícia para estudos da morfologia dos cromossomos,
onde os cromossomos apresentam o máximo grau de condensação, começa logo após a ruptura da carioteca.

Os cromossomos, unem-se às fibras do fuso,


possibilita e orienta o deslocamento dos cromossomos
em diração a fregião equatorial da célula ou plano médio
da célula, formando a placa equatorial,. No final da
metáfase, os centrômeros se duplicam e se partem
longitudinalmente, de modo a deixar livres as cromátides
irmãs.

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C. Anáfase

Anáfase Ou fase de cima, inicia-se com a separação dos centrômeros, permintido a separação
completa das duas cromátides de cada cromossomo, as cromátides irmãs passam a ser chamadas de
cromossomos irmãos. Dois lotes idênticos de cromossomos irmãos, afastam-se e migram para os pólos
puxados pelos respectivos centrômeros, devido ao
ligamento com as fibras do fuso.

Cada pólo da célula recebe o mesmo material


cromossômico, pois cada par possui a mesma
informação genética.

D. Telófase

Teléfase Ou fase do fim, nestas fase, os dois cromossomos aproximam-se dos pólos e se agregam.
Ocorre o inverso à Prófase: os cromossomos descondensam-se (tornando-se invisíveis); os nucléolos
reaparecem; duas novas cariotecas são reconstituídas a partir das vesículas do retículo endoplasmático.
Terminadas a divisão do núcleo
(cariocinese), desaparecem as fibras de fuso, ocorre
a distribuição dos organóides e a divisão do
citoplasma (citosinese), que isola as duas células
filhas. Essas células entram em intérfase e se
preparam para uma nova divisão.

Citocinese é a divisão do citoplasma no final


da mitose e da célula toda. No final da mitose
teremos: Observe a figura a baixo.

Importância da mitose: esse tipo de


divisão tem por finalidade a multiplicação celular
como forma de multiplicação assexuada de seres
unicelulares. Em pluricelulares ela possui três
funções fundamentais:
 O crescimento do organismo;
 Regeneração das lesões;
 Renovação dos tecidos.

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 Meiose

Meiose, tambem chamada Divisão Reducional, essa divisão produz células-filhas com a metade dos
cromossomos da célula-mãe; ocorre na formação de gametas. Na meiose acontecem duas divisões celulares
sucessivas, dando origem a quatro células, essas etapas são denominadas primeira divisão meiótica (meiose I)
e segunda divisão meiótica (meiose II).

A meiose I é reducional (reduz a metade o número de


cromossomos), compõe as seguintes fases: prófase I, metáfase I,
anáfase I e telófase I; A meiose II é equacional (o número de
cromossomos das células que se dividem é mantido igual nas
células que se formam) compõe as seguintes fases: prófase II,
metáfase II, anáfase II e telófase II.

 Meiose I ou divisão reducional

A. Prófase I

Nesta fase, os cromossomos condensam-se e os homólogos se juntam formando tétrades; a carioteca e


os nucléolos se desintegram; os centríolos duplicam e dirigem-se para os pólos da célula; forma-se o fuso de
divisão, o rompimento da carioteca marca o fim da prófase I e o início da metáfase I. A prófase I é a fase mais
longa e nela ocorrem os eventos mais importantes da meiose. Subdividem-se em cinco períodos:

Leptóteno - Os cromossomos condensam-se e tornam-se visíveis.


Zigóteno - Os cromossomos homólogos juntam-se aos pares.
Paquíteno - Os cromossomos tornam-se mais curtos e espessos, formando tétrades.
Diplóteno - Os cromossomos homólogos iniciam a separação; podem ser observados os quiasmas, que
evidenciam trocas de pedaços entre os homólogos, processo conhecido como permuta ou crossing-
over.
Diacinese - Os cromossomos migram para o equador da célula.

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B. Metáfase I
Na metáfase I, as fibras polares passam a
ocupar a região correspondente ao núcleo e os
cromossomos passam a região do equadoe da célula.
As tétrades se distribuem-se no equador da célula,
os cromossomos duplicados e emparelhados
permanecem dispostos no equador da célula, os
cromossomos atingem o máximo de condensação e
os quiasmas mantêm os cromossomos homólogos
unidos.

C. Anáfase I

Essa fase caracteriza-se pela separação dos cromossomos homólogos e migração para os pólos da
célula.
É importante salientar que não ocorre a
separação do centrômero, como acontece na
anafase da mitose, e tambem encontram-se n
cromossomos duplicados, em que duas
cromátides irmãs estão ligadas pelo centrôero,
recebendo o nome de díades.

D. Telófase I

Na telófase I, quando as díades chegam aos pólos terminan a anáfase I e tem início d telófase I .
Os cromossomos desespiralizam-se, a carioteca e o núcleo reorganizam-se e ocorre a citocinase (o citoplasma
se divide e formam-se duas células-filhas com o mesmo número de cromossomos cada uma).A seguir a célula
entra em Intercinese, que é o curto intervalo entre as duas etapas da divisão.

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CITOLOGIA

 Meiose II ou Equacional

Cada uma das células haplóides formada pela meiose I sofre uma segunda divisão, que é a meiose II
ou segunda divisão mitótica. Nesta divisão ocorre a separação das cromátides irmãs. Cada uma delas dirige-se
para um pólo diferente e passa a ser denominada cromossomo-irmão. A fase da miose II são: prófase II,
metáfase II, anáfase II e telófase II. E estão resumidas na figura a seguir.

Prófase II - Os centríolos se
dividem e formam-se novos fusos
de divisão nas duas células-filhas.
Metáfase II - Os cromossomos
dispõem-se no equador das células.
Anáfase II - Os centrômeros
dividem-se, as cromátides-irmãs se
separam migrando para os pólos das
células.
Telófase II - O citoplasma se
divide e os núcleos reconstituem-se
nas quatro células-filhas.

Importância da meiose: mantém o número de cromosssomo da espécie constante permite


recombinação genética (crossing-over).

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CITOLOGIA
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2.10. REPRODUÇÃO
Reprodução é a capacidade que os seres vivos têm de dar origem a novos indivíduos da mesma
espécie. A reprodução é uma característica vital para a espécie, mas não para o indivíduo. Assim, se um único
macaco-prego deixar de se reproduzir, a espécie continuará existindo. Porém, se todos os macacos-prego
deixarem de se reproduzir, em uma única geração eles deixarão de existir. A reprodução pode ser:

Reprodução assexuada ou agâmica: ocorre em um único organismo e pode ser: Cissiparidade ou


fissão binária ou divisão simples ou bipartição e Gemiparidade ou Brotamento. Ex.: vírus, bactérias,
algas unicelulares e em alguns protistas.

Reprodução sexuada ou gâmica: ocorre pela união de duas células (gametas) que originam na
maioria das vezes indivíduos diferentes, ou seja, há necessidade de dois sexos para haver reprodução
entre os indivíduos. Ex.: homem x mulher, galo x galinha.

 Gametogênese

A reprodução sexuada começa com a formação dos gâmetas, a esse processo denominamos de
gametogênese (gesesis=formação, origem). Esse processo ocorre nas gônadas, órgãos especializados para essa
função. Como são dois tipos de gônadas, existem dois tipos de gametogênese: espermatogênese e a
ovogênese.

2.10.1. Espermatogênese

A espermatogênese inicia-se durante o processo embrionário, nos testículos do embrião células


diplóides denominadas células germinativas primordiais passam a sofrer sucessivas divisões mitóticas, dando
origem a várias espermatogonias. Estas continuam a se dividir por mitose durante toda a vida do homem,
sendo, no entanto, um processo lento até ele atingir a puberdade, depois intencifica-se muito, declinando
novamente na velhice. A partir da puberdade, a espermatogônia iniciam intensa proliferação, aumentando em
número.
No entanto, passam por
modificações, aumentam de
tamanho e diferenciam-se,
formando outro tipo celular
diplóide, denominado esperatócito
primário ou espermatócito I. Os
espermatócitos I entram em
meiose e ao final da meiose I
formam-se os espermatócitos
secundários ou espermatócitos II,
que são células haplóides com n
cromossomos duplicados.

Estas células entram em meiose II e dão origem as espermatides, que também são células haplóides,
inicia-se agora uma fase sem divisão celular, denominada espermiogênese, em que as espemátides se
transformam em espermatozóides. De cada espermatócitos I formam-se quatro espermatozóides.

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CITOLOGIA
Na espermiogênese, os perpermatózoides II passam por profundas modicações, como resumido na
figura a seguir:

O espermatozóide já diferenciado pode ser


dividido em três regiões: cabeça (ou peça principal),
peça intermediária e cauda.

Na cabeça do espermatozóide situam-se o


núcleo e o acrossomo ou capuz acrossômico, esse
capuz é uma transformação do complexo golgiense e
é onde estão as enzimas que irão digerir os
envoltórios do ovócito II na fecundação. A peça
intermediária apresenta muitas mitocôndrias,
responsável pela liberação da energia necessária a
movimentação do espermatozóide, é também uma
região especializada da cauda. Este é um flagelo
modificado, responsável pelo deslocamento do
espermatozóide.

2.10.2. Ovogênese ou Ovulogênese

A ovogênese inicia-se ainda no período embrionário, células germinativas primordiais (2n) do ovário
dividem-se por mitoses sucessivas, formando várias ovogônias diplóides. Estas também sofrem várias
mitoses, formando novas ovogôias, algumas delas começam a aumentar muito em tamanho, entrando no
período de crescimento.

Formam-se assim os ovócitos


primários ou ovócitos I. quando uma
menina nasce, todos os seus ovócitos
primários já estão formados nos
ovários, e a maioria deles sofrem
degradação ao longo da vida da
mulher.

A partir do inicio da puberdade,


na primeira menstruação, em cada
ciclo geralmente um dos ovócitos
primários entra no período de
maturação, isso se repete até a
menopausa.

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Prova de Introdução a Biologia Geral & Citologia (Capitulo I & II)

Data: ______⁄_______⁄_____
Hora: ______h _____ min

Estudo dirigido

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CAPÍTULO

3
Embriologia e Histologia

Meditai se só as nações fortes podem fazer


ciência ou se é a ciência que as torna fortes”.
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OswaldoRESOLVER
Cruz COM ESTILO ) 66
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capÍtulo III –embriologia & histologia
3.1. EMBRIOLOGIA

Embriologia literalmente significa ciência que estuda os embriões, entretanto o termo refere-se
geralmente ao estudo de embriões e fetos. Ou ainda, estuda a anatomia do desenvolvimento, isto é, estuda as
mudanças sofridas pelas células, tecidos e órgãos a partir de uma única célula. Os primeiros estudos
embriológicos registrados estão nos livros de Hipócrates (Médico Grego 377-460 a.c.) conhecido como Pai da
Medicina.

Aristóteles (Filosofo e cientista grego 322-384 a.c.) escreveu um tratado de embriologia onde
descreveu o desenvolvimento do pinto de outros embriões. É conhecido como fundador da embriologia, disse
que o embrião se desenvolve a partir de uma massa amorfa, como uma semente pouco misturada com uma
alma nutritiva e todas as partes corporais. Este embrião surgia do sangue menstrual após activação pelo sémen
masculino.

Durante o período de desenvolvimento as células passam por processo de diferenciação, surgindo


dessa maneira tipos celulares com formatos e funções distintas, que so se organizam em tecidos, os mesmos se
reúnem e formam os órgãos, e este grupo formam os sistemas, que por sua vez formam o organismo. A
ciência que estuda esse processo de desenvolvimento do indivíduo a partir do zigoto é denominada
Embriologia.

Fases do desenvolvimento embrionário

Os animais apresentam grandes diversidades de desenvolvimento embrionário, mais de modo geral


todos ocorrem em três fases consecutivas: segmentação, gastrulação e organogênese. Na segmentação,
mesmo com o aumento de número de células, praticamente não há aumento do volume do embrião, pois as
divisões celulares são muito rápidas e não há tempo para a célula crescer.

Na fase seguinte, que é a gastrulação, o aumento do número de célula é acompanhado do aumento do


volume total do embrião, inivia-se nesta fase diferenciação celular, ocorrendo a formação dos folhetos
germinativos ou folhestos embrionários, que dão origem aos tecidos. No estágio seguinte, que é a
organogênese, ocorre a formação e diferenciação dos órgãos.

 Segmentação

As divisões que ocorrem durante a segmentação denomina-se clivagem, e as células que se formam
são chamadas de blastômeros. Esse processo se realizam segundo duas fases: Mórula, em que se forma um
maciço celular com poucas células; Blástula, em que é aumentado o número de células e se formam uma
cavidade interna cheia de líquido.
Durante estas duas fases, o volume total permanece praticamente constante, embora aumente o número
de células. A cavidade que se observa na blástula recebe o nome de blastocele (cele=cavidade) e é cheia de
líquido sintetizado pelas células que formam os seus limites.

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EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA
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 Gastrulação

Na gastrução, diferenciam-se os folhetos germinativos que darão origem a todos os tecidos e órgãos
dos adutos. Esses folhetos são: ectoderma (o mais externo), mesoderma (o intermediário) e endoderma (o
mais interno).

 Organogênese

A terceira fase do desenvolvimento embrionário é a organogênese, que se caracteriza pela


diferenciação de órgãos a partir dos folhetos embrionários formados na gastrulção. Os destinos finais dos
folhetos embrionários são:

Ectoderma Mesoderma Endoderma


 Epiderme e  Derme  Epitelio de
derivados  Musculos revestimento do trato
cutâneos digestório (exceto
 Todas estruturas  Cartilagem, ossos e outros cavidade oral e anal)
do sistema tecidos conjuntivos
nervoso  Figado e pâncreas
 Epitelio de  Sangue, medula óssea e
revestimento das tecidos linfáticos  Sistema respiratório
cavidades (exceto cavidade nasal)
nasais, anal e ora  Órgãos do sistema geninal e
urinário

Desenvolvimento embrionário humano

Apóis aproximadamente 30 horas da fecundação, o ovo inicia a primeira divisão, dando origem a dois
blastômerostre o terceiro e o quarto dias apóis a fecundação, o embrião apresenta-se no estágio de mórula e
posteriormente blástula ou blastocito, que chega ao útero.

Enquanto esta sendo conduzido da tuba uterina para o útero, o blastócito fica envolto pela zona
pelúcida. Essa proteção é essencial, pois impede a adesão do blastócito à parece uterina, o blastócito libera-se
da zona pelúcida quando chega ao útero.

O blastócito implanta-se na parece uterina por volta do sexto dia após a fecundação, as células do
trofoblasto dividem-se rapidamente e produzem enzimas que digerem a parede do útero, permitindo a
penetração do embrião.

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Prof: Eury Ambris EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA

Através da placenta a mãe fornece alimento e oxigénio


para o feto, e o feto passa para a circulação materna
dióxido de carbono e restos do seu metabolismo, essas
trocas são efectuadas por difusão, graças a proximidade
entre vasos sanguíneos maternos e do embrião. Além disso,
a placenta também tem por função produzir glicogénio,
colesterol e ácidos graxos, e secreta hormonios, como a
gonodotropina corionica humana (HCG), que mantem a
gravidez.

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EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA
Prof: Eury Ambris

3.2. HISTOLOGIA

Tecidos são conjutos de células que atuam de maneira integrada, desempenhando determinadas
funções, alguns são formados com células que tem a mesma estrutura, outros por célula com estruturas e
funções diferentes, mais juntas colaboram na realização de uma função geral.

O ramo da biologia que estuda os tecidos e as


células que os forma é a Histologia (histo=tecido;
lógia=estudo).

Os tecidos animais podem ser classificados em


quatro tipos principais, que são:

 Tecido epiteliais
 Tecidos conjuntivos
 Tecidos musculares
 Tecido nervoso.

 Tecidos epiteliais

Os tecidos epiteliais, ou epitelios, são formados por células justapostas, firmemente unidas entre si,
com poucas substâncias entre elas, e todos os epitélios encontram-se sobre um tecido conjuntivo. Ou seja. é o
tecido que reveste o corpo, as cavidades internas, forma as glândulas, possui poucas substâncias intercelulares
e não possui vasos. Podem ser originados de um dos três folhetos germinativos do embrião.

Não há vasos sanguíneos nos tecidos epiteliais, assim, o oxigénio e os nutrientes chegam as células
desse tecido por difusão, uma vez que essa substância sai de capilares localizados no tecido conjuntivo
adjacente aos epitélios. Com base em sua estrutura e em sua função os tecidos epiteliais podem ser
classificados em dois grandes grupos: os de revestimento e os glandulares.

 Tecido epitelial de revestimento

Os tecidos epiteliais de revestimento, desempenham funções como protecção, absorção/transporte


selectivo, secreção/excreção, recepção sensitiva, e podem ser classificados:

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Prof: Eury Ambris EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA

 Quanto ao número de camadas celulares:


 Simples: uma só camada de células
 Estratificado: várias camadas de células
 Pseudo-estratificado: uma camada de células com
núcleos em alturas distintas, dando a falsa
imprenssão de ser formado por mais de uma camada.
 Quanto a forama das células presentes na camada superficial:
 Pavimentoso: células achatadas
 Cúbico: células cúbicas
 Prismático: células altas, em forma de prisma.

 Tecido epitelial glandular

As células do tecido epitelial glandular produzem substancias clamadas secreções, que podem ser
utilizadas em outras partes do corpo ou eliminadas do organismo. Essas secreções podem ser mucosas (ricas
em muco) ou serosas (ricas em proteínas), podem ser também mistas. Existe três tipos de glândulas:

Grândulas exócrinas: apresentão porções


logadas a ductos que lançam suas secreções para
fora do corpo (glândula sudorípars, lacrimais,
mamárias e sebáceas) ou para as cavidades do corpo
(glândulas salivares).

Grândulas endócrina: Não estão ligadas a


ductos, as secreções são denominadas hormônios e
são lançadas directamente nos vasos sanguíneos ou
linfáticos, exemplo hipofise, grândula tireóidea e
paratireóideas.
Grândulas mistas: apresentam regiões endócrinas e exócrinas ao mesmo templo, como no caso do
pâncreas, cujo a porção exócrina secreta enzimas digestivas que são lançasdas no duodeno, enquanto a porção
bbb endócrina secrea dois hormônios que actuam na redução e no aumento dos níveis de glicose no sangue.

 Tecidos Conjuntivos

Os tecidos conjuntivos têm origem mesodérmica, caracterizam-se morfologicamente por


apresentarem diversos tipos de células imersas em grande quantidade de material extracelular ou matriz que é
sintetizado pelas próprias células do tecido.

A substância extracelular é constituída por uma parte não estruturada, chamada substancia
fundamental amorfa, e uma parte fibrosa de natureza proteica, que é as fibras do conjuntivo.

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Prof: Eury Ambris EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA

Os diferentes tipos de tecido


conjuntivo estão amplamente distribuídos
pelo corpo, podendo desempenhar funções e
preenchimento de espaços entre órgãos,
função de sustentaçõa, função de defesa e
função de nutrição, a classificação desse
tecido basea-se na composição de suas
células e na proporção relativa entre os
elementos da matriz extracelular. Os
principais tipos de tecidos conjuntivos são:
frouxo, denso, adiposo, reticular ou
hemocitopoético, cartilaginoso e ósseo.

 Tecidos musculares

Os tecidos musculas artares são de origem mesodérmica e relaciona-se com a locomoção e outros
movimentos do corpo, como a contração dos órgãos do tubo digestivo, do coração e das artérias. As células
dos tecidos musculares são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou miócitos, são ricas em dosi
filamentos proteicos: os de actina e os de miosina, responsáveis pela grande capacidade de contração e
distensão dessas células.

 Tecido muscular estriado cardiaco é encontrado


apenas no coração, é involuntário, contraindo-se de
forma rápida e ritmada. Apresenta miócitos estriados
com um ou dois núcleos.
 Tecido muscular estriado esquelético, apresenta
uma contração rápida e voluntária, esta ligado aos
ossos e actua na movimentação do corpo. Formados
por miócitos multinucleados, que possuem alem das
estrias longitudinais apresenta também as
transvensais.
 Tecido muscular não estriado ou liso, apresenta
uma contração lenta e involuntária, forma a
musculatura dos órgãos internos, como a bexiga,
estômago, intestino e vasos sanguíneso. Apresenta
miócitso mononucleares e somente estrias
longitudinais.

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EMBRIOLOGIA & HISTOLOGIA
Prof: Eury Ambris

 Tecido nervoso

O tecido nervoso tm origem ectodérmica e forma um dos sistemas responsáveis pela coordenação
das diferentes funções dos diferentes órgãos: o sitema nervoso ou neural. Os principais componentes celulares
são os neurónios e as células de gila.

As células de gila ou neurígila são vários tipos celulares relacionados com a sustentação e
nutrição dos neurónios, com a produção de mielina e com a fagocitose. Os neurónios, ou células nervosas,
têm a propriedade de receber e transmitir estímulos nervosos, permitindo ao organismo responder a alterações
do meio. São células formadas por um corpo celular, de onde partem dois tipos de prolongamento: dendritos e
axônio.

Os dendritos são prolongamentos ramificados da célula


especializados em receber estímulos, que também podem ser
recebidos pelo corpo celular, o impilso nervoso é sempre
transmitido no sentido dendrito → corpo celular → axônio.

O axônio é uma expansão celular longa e de diâmetro constante,


com remificações em sua porção final. É uma estrutura
especializada na transmissão de impilsos nervosos para outros
neurónios ou para outros tipos de células, como as células de
órgãos s.como os músculares e glandular.

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Prof: Eury Ambris
CAPÍTULO

4
Anatomia e Fisiologia

“A honestidade foi e será sempre a arma decididamente mais forte


CURSOpara todas as lutas da humanidade
PREPARATÓRIO-2018-2019 que vive
( ACADEMIA RESOLVER e ESTILO
COM progride”.
) 74
Enrico Fermi
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capÍtulo IV –Anatomia & fisiologia


Ana “ em partes”
Tomein “cortar”

Podemos ainda ampliar esse conceito dizendo que a Anatomia é a parte da ciência que estuda a forma
e a estrutura do corpo humano. A anatomia animal, por sua vez, divide-se em dois ramos fundamentais:
descritiva e topográfica.

4.1. SISTEMA TEGUMENTAR

A pele é o maior órgão do corpo humano é um espelho que reflete saúde. Sua maciez, brilho e cor
mostram muito de nosso bem-estar e das condições físicas do nosso corpo.

Função da pele

 Proteção: é a função primordial, preserva as estruturas internas contra agressões do meio ambiente
e contra as radiações solares através do sistema melânico.
 Percepção: devido inúmeras terminações provenientes da medula espinhal as sensações de frio,
pressão, calor, dor e outras podem ser captadas.
 Termorregulação e hemorregulação: apresenta plexos vasculares e glomos que auxiliam a
manutenção e a regulagem do débito circulatório. No mecanismo de termorregulação existe a
participação das glândulas sudoríparas que liberando a secreção sobre a pele ajudam a refrigerá-la.
 Metabolização: auxilia na metabolização de hormônios como testosterona, progesterona e
vitamina D.
 Secreção: sintetiza substâncias como melanina, queratina, gordura, suor que tem inúmeras.
 Excreção: as glândulas sudoríparas produzem o suor que é constituído por excretas e eletrólitos
que devem ser eliminados do organismo.

 Camadas da Pele

A. Epiderme

É a camada mais superficial da pele. Por estar em contato direto com o meio exterior, é a responsável
por proteger o organismo e refletir o aspecto saudável. É formada por várias camadas distintas, a primeira e
mais profunda, é denominada germinativa ou basal. Nela existem milhares de células de dois tipos principais:
queratonócitos (responsáveis pela produção da queratina), melanocitos que são responsáveis na produçao da
melanina que e responsavelpela coloração da pele, enquanto as outras como celulas de Langerhans e as de
Merkel se renovam a cada dia, formando uma barreira natural. Essas células são alimentadas por vasos
sanguíneos localizados na derme.

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Prof: Eury Ambris ANATOMIA & FISIOLOGIA

B. Derme

É a camada média da pele, responsável por sua sustentação e nutrição, onstituída por fibras de
colágeno, elastina e glisaminoglicanos (gel coloidal) que garantem a firmeza, a elasticidade e o equilíbrio da
pele, a derme é responsável por sua sustentação e nutrição.

Ela é constituída por uma substância de consistência semelhante à de uma gelatina não muito firme,
chamada de gel coloidal. No gel coloidal estão mergulhados elementos responsáveis pela firmeza, elasticidade
e equilíbrio da pele. Estes elementos são:
Folículo piloso - estrutura onde nascem os
pêlos;
Glândulas sebáceas - responsáveis pela
produção de gordura (sebo);
Glândulas sudoríparas - responsáveis pela
produção de suor;
Vasos sangüíneos - responsáveis pela nutrição
e oxigenação das células e pela eliminação de
toxinas, impurezas da pele;
Fibras de colágeno e elastina - que se
entrelaçam, como uma teia, dando firmeza e
elasticidade à pele;
Terminações nervosas - responsáveis pela
sensibilidade da pele: dor, tato, calor;
Fibroblastos - células responsáveis pela
produção de colágeno e elastina .
O gel coloidal é muito rico em nutrientes e água, que lhe conferem a consistência. Ele é muito
importante para a pele, pois mantém sua estrutura densa e firme, mantendo as fibras e demais elementos
organizados.

C. Hipoderme

É formado por células adiposas que se agrupam formando lóbulos separados por filamentos de
colágeno e por vasos sanguíneos. A constituição celular dos adipócitos apresenta basicamente os lipídeos do
tipo triglicerídeos e colesterol , vitaminas e água. A hipoderme tem importantes funções como proteger o
organismo contra choques e traumatismos, actuando ainda como reserva energética e isolante térmico.

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ANATOMIA & FISIOLOGIA
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4.2. SISTEMA LOCOMOTOR


O aparelho locomotor é o conjunto de ossos, articulações e músculos que ligados entre si constituem a
parte passiva e activa do corpo humano.

 Os ossos

Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros que unem-se uns aos outros por intermédio de
articulações, o osso é coberto por dois folhetos ou membranas principais que é o Periósteo e o Endósteo. Os
ossos são classificados em: longos, curtos, planos, irregular, pneumático e sesamóide O esqueleto é um
conjunto de ossos que sustentam o peso do corpo humano, tem como função principal sustentar e dar forma ao
corpo, mas também proteger determinados órgãos vitais.O esqueleto é constituído por 206 á 208 ossos. O
esqueleto humano pode ser dividido em 2 partes:

1. Esqueleto axial: formado pela caixa craniana, coluna vertebral e caixa torácica.
2. Esqueleto apendicular: compreende a cintura escapular (formada pelas escápulas e clavículas);
cintura pélvica (formada pelos ossos da bacia) e o esqueleto dos membros (superiores e inferiores).

A. Caixa craniana

A caixa craniana é o conjunto de ossos que envolvem e protegem seu “miolo mole”, a caixa
craniana esta formado por 23 ossos  dos quais 8 ossos no crânio; 15 ossos na face.

Segmentos Número Ossos


Viscerocrânio (face) 15 Par ossos lacrimais , ossos nasais, ossos palatino, ossos
cornetos, ossos zigomaticos e ossos maxilares
Impar osso vômer, mandibula e hióide.
Neurocrânio (cranio) 8 Par ossos parietais e ossos temporais.
Impar osso frontal, osso occiptal, osso esfenoide e osso
etmoide.

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B. Caixa torácica

Caixa torácica ou cavidade torácica é o espaço compreendido pela curvatura das costelas, entre o osso
esterno e a coluna vertebral. No seu interior encontram-se os pulmões e o coração.

Uma série de músculos associados, no tórax, nas


costas e abdómen (diafragma), auxiliam na expansão e
contração da caixa torácica durante a respiração. A caixa
torácica tem 12 costelas de cada lado sendo as 7 primeiras
verdadeiras, 3 falsas e 2 flutuantes. O osso esterno tem três
porções, manúbrio, o corpo e o processo xifóide ou
apêndice xipóide.

Coluna vertebral

A coluna vertebral compõe-se de 33 ossos denominados


vértebras, distribuídas em cinco grupos:

1. vértebras cervicais (7);


2. vértebras torácicas (12);
3. vértebras lombares (5);
4. vértebras sacrais (5);
5. vértebras coccígeas (4 ou 5).

Função: Proteger a medula espinal, Controlar o


equilibrio do corpo, movimentação (rotação, flexão e
extensão da coluna), sustentar o peso do corpo.

C. Membros

 Membros superiores
Cada membro superior é composto de braço, antebraço, e mão. O osso do braço (úmero) que
articula-se no cotovelo com os ossos do antebraço (rádio e ulna). A mão é formada pelo carpo (Escafoide,
semilunar, piramidal, pisiforme, trapezio trapezóide , capitato ou grande osso , humato), metacarpo e
falanges.

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 Membros inferiores Cada membro inferior compõe-se de


coxa, perna, e pé. O osso da coxa (fémur) no
joelho, ele se articula com os dois ossos da
perna (tíbia e a fíbula). A região frontal do
joelho está protegida por um pequeno osso
circular: a rótula. Ossos do pé (tarsos,
metatarsos e falanges).
Ossos do tarso: 1-calcanio, 2- talo ou
estragalo, 3-navicular, 4- cuboide, 5-
cuneiforme medial, 6- cuneiforme intermédio
e 7-cuneiforme lateral.

Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que denominado cintura ou de
cinta. A cintura superior se chama cintura escapular (formada pela clavícula e pela escápula ou
omoplata); A Cintura inferior chama-se cintura pélvica, popularmente conhecida como bacia (constituída
pelo sacro - osso volumoso resultante da fusão de cinco vértebras, por um par de ossos ilíacos ou osso
coxal e pelo cóccix, formado por quatro a seis vértebras fundidas).

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 Os muscúlos

Muscúlos são órgãos carnudos, moles e de coloração avermelhada, que devido as suas propriedades
contrácteis provocam movimento tanto nos órgãos que os possuem como no corpo humano. Existem
aproximadamente 212 músculos, sendo 112 na região frontal e 100 na região dorsal. Cada músculo possui o
seu nervo motor, o qual divide- se em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo.

Função dos músculos

 Produção de movimentos corporais


 Estabilização das posições corporais
 Regulação do volume dos órgãos
 Movimento de substâncias do corpo: urina,
alimentos, gametas, linfa, sangue...
 Produção de calor

Tipos de musculos

 Músculo liso
 Músculo estriado cardíaco
 Músculo estriado esquelético

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 As articulações

Articulação é um conjunto de partes moles e duras através das quais se unem duas ou mais peças
ósseas e ou cartilagíneas.

Classificação das articulações

 Sinartrose ou Articulação fibrosa, são aquelas em que o tecido de união é o tecido conjuntivo
fibroso. Não têm movimentos.
 Anfiartrose ou Articulação cartilaginosa, são aquelas em que o tecido de união é o cartilagíneo.
Possuem alguns movimentos
 Diartrose ou Articulação sinovial, são caracterizadas por possuírem sempre uma cavidade articular
e movimentos.

Elementos presentes em todas as articulações sinoviais

 Superfícies articulares: são superfícies ósseas ou cartilagíneas revestidas por uma camada de
cartilagem hialina denominada cartilagem de revestimento
 Cápsula articular: é o conjunto de partes moles que mantém unidas as superfícies ósseas: tem
duas camadas:
o Cápsula fibrosa que é a camada externa
o Membrana sinovial é a membrana que reveste internamente produzndo o líquido sinovial.
 Cavidade articular ou cavidade sinovial: é o espaço limitado pelas cartilagens articulares e pela
membrana sinovial e que contém o líquido sinovial.

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4.3. SISTEMA DIGESTÓRIO

O sistema digestivo ou digestório ou ainda aparelho digestório é o sistema que, nos humanos, é
responsável para obter dos alimentos ingeridos os nutrientes necessários às diferentes funções do organismo,
como crescimento, energia para reprodução, locomoção, etc. É composto por um conjunto de órgãos que têm
por função a realização da digestão e eliminação.

O sistema digestório esta dividido em duas partes: tubo digestivo e órgãos ou anexas glandulas. O
tubo digestivo é constituído por: boca, faringe, esôfago, , estômago, intestinos, recto e ânus. As glândulas
anexos que o compõe são: glândulas salivares, pâncreas, fígado, vesícula biliar.
Tubo digestivo

 Boca
A abertura pela qual o alimento entra no
tubo digestivo é a boca. Aí encontram-se os
dentes e a língua, que preparam o alimento
para a digestão, por meio da mastigação. Os
dentes reduzem os alimentos em pequenos
pedaços, misturando-os à saliva, o que irá
facilitar a futura acção das enzimas.

Os dentes
Em sua primeira dentição, o ser humano
tem 20 peças que recebem o nome de dentes
de leite. À medida que a pessoa crescem, estes
O dente é dividido em tres partes: coroa,
dentes são substituídos por outros 32 do tipo,
colo e a raiz. O dente compõe os seguintes
denominados dentes permanente.
elementos: esmalte, dentina, cavidade porlpar e
vasose nervos. Os dentes são classificação em:
 INCISIVOS: são anteriores, em nº de 4 em cada
arcada e têm apenas uma raiz.
 CANINOS: são 2 em cada arcada, têm apenas
uma raiz.
 PRÉ-MOLARES: são 4 por cada arcada. Os 2
primeiros superiores têm duas raízes, os 2
segundos têm uma raíz; os inferiores têm uma
raíz.
 MOLARES: são 6 em cada arcada. Na dentição
temporária são 4 em cada arcada. Os superiores
têm três raízes e os inferiores duas.

Diferentes tipos de
dentes com as distintas
raizes.

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A língua  Funções: principal órgão do sentido do gosto; órgão da fala; auxiliar


na mastigação e deglutição dos alimentos;

 Situação: no pavimento da boca, dentro da curvatura do corpo da


mandíbula;

 Forma: irregularmente ovalada com a extremidade posterior mais


volumosa;

 Configuração externa: tem um corpo com duas faces (dorsal e


inferior), bordos laterais, uma ponta (vértice ou ápice) e uma raiz.

Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células


sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou
ácido (B), salgado (C) e doce (D). De sua combinação resultam centenas
de sabores distintos.

 Faringe e esôfago
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. Permite a passagem do bolo alimentar
para o estômago.

 Estômago e suco gástrico

O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no epigastro abaixo do abdome, logo
abaixo das últimas costelas. É um órgão muscular que liga o esôfago ao intestino delgado. Sua função
principal é a digestão de alimentos e, permite guardar quase um litro e meio de comida, possibilitando
que não se tenha que ingerir alimento de pouco em pouco tempo. Quando está vazio, tem a forma de uma
letra "J" maiúscula e quando está cheio de alimento, o estômago torna-se ovóide ou arredondado.

As túnicas do estômago: o estômago compõe-se de quatro túnicas; serosa (o peritônio), muscular


(muito desenvolvida), submucosa (tecido conjuntivo) e mucosa (que secreta o suco gástrico). O estômago
tem movimentos peristálticos que asseguram sua homogeneização.
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que contêm
ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do estômago .

A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco
gástrico, bastante corrosivo. Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da
mucosa estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa está
sempre sendo regenerada.

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 Intestino delgado
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode
ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo (cerca de 1,5 cm).A
porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o piloro, esfíncter muscular da parte
inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo no intestino.

 Intestino grosso
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma pessoa bebe
cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das secreções. Glândulas da
mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando seu trânsito e eliminação
pelo ânus.
Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso,
cólon descendente, cólon sigmóide e recto. A saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo
que o rodeia, o esfíncter anal.

Glândulas anexas

 As glândulas salivares
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas salivares a
secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar, além de sais e outras substâncias. A amilase salivar
digere o amido e outros polissacarídeos (como o glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose
(dissacarídeo). Existem três pares de glândulas salivares que lançam sua secreção na cavidade bucal:
parótida, submandibular e sublingual:

 Glândula parótida - Com massa variando entre


14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da
orelha.
 Glândula submandibular - É arredondada, mais
ou menos do tamanho de uma noz.
 Glândula sublingual - É a menor das três; fica
abaixo da mucosa do assoalho da boca.

O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas


e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a levemente
ácido (6,7), ideal para a ação da amilase salivar.

 Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato triangular,


localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada pelo duodeno, sob o
estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça, de um corpo e de uma cauda.

O pâncreas tem função exócrina (produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas
ácinos) e o endócrina (secreta os hormônios insulina e glucagon).

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 Figado

É o maior órgão interno e a maior glandula, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de
todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg ,de cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria.
Está situado no quadrante superior direito da cavidade abdominal.

As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar os materiais


residuais e as toxinas. O fígado é um órgão muito versátil, pois armazena glicogênio, ferro, cobre e vitaminas.
Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de carboidratos ou de proteínas.
Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas outras substâncias.
Funções do fígado:

 Secretar a bile, líquido que actua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação
da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, que é
armazenado;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolismo dos lipideos
 Metabolismo dos carboidratos
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de factores imunológicos e de coagulação e de
substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo.

Mecanismo da digestão

A digestão é realizada em dois fenómenos importantes, que são:

 Fenômenos mecânicos

 Mastigação
 Deglutição (engolir)
 Movimentos peristálticos (contração e relaxamento da musculatura)

 Fenômenos químicos

 Quimificação (processo de formação do quimo)


 Quilificação (processo de formação do quilo)
 Absorção (nutrientes e água: intestino delgado; apenas água: intestino grosso)

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4.4. SISTEMA RESPIRATÓRIO


Sistema respiratório é o conjunto de órgãos responsáveis pelas trocas gasosas do organismo com o
meio ambiente ou seja a hematose pulmonar, possibilitando a respiração celular. O sistema respiratório
encontra – se divido em tracto respiratório superior e tracto respiratório inferior.

 Tracto respiratório superior esta constituído por: fossas nasais, faringe, laringe.
 Tracto respiratório inferior esta constituído por: traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões.
Respiração: é uma das funções básicas dos seres vivos e consiste fundamentalmente na absorção
do oxigênio e eliminação do dióxido carbônico resultante de oxidações celulares.

Ciclos respiratórios:
 Inspiração
 Expiração

• Inspiração: os músculos da caixa torácica puxam


as costelas para cima e para fora, o diafragma se
contrai e se achata, promovendo um aumento da
caixa torácica, com conseqüente redução da pressão
interna, forçando a entrada do ar.

• Expiração: todos os músculos relaxam, voltando à


posição inicial, a pressão interna da caixa torácica
aumenta e o ar é expelido.
Difusão do O2 e CO2 entre os alvéolos pulmonares e
capilares sangüíneos, que se dá graças as diferenças de
pressões parciais desses gases no sangue e nos alvéolos.

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4.5. SISTEMA CARDIOVASCULAR

O sistema cardiovascular ou circulatório é uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe
em comunicação todas as partes do corpo. Dentro desses tubos circula o sangue, impulsionado pelas
contracções rítmicas do coração. O sistema circulatório é constituído por: coração e vasos sanguíneos
(artérias, veias e capilares).

Artérias são vasos sanguíneos que tem como


função carregar o sangue com oxigénio do coração para
todas as partes do organismo, os capilares são o local
onde ocorre as trocas de gases e nutrientes e uma veia é
o vaso que leva o sangue em direção ao coração
carregado com dióxido de carbono.

Funções do sistema cardiovascular

 Transporte de gases;
 Transporte de nutrientes;
 Transporte de resíduos metabólicos;
 Transporte de harmónios;
 Transporte de calor: o sangue também é utilizado na distribuição homogénea de calor pelas diversas
partes do organismo, colaborando na manutenção de uma temperatura adequada em todas as regiões;
permite ainda levar calor até a superfície corporal, onde pode ser dissipado.
 Distribuição de mecanismos de defesa;
 Coagulação sanguínea.

O coração adulto é um órgão em forma de cone com o tamanho aproximado de uma mão fechada, e se
localiza entre os pulmões, num espaço chamado mediastino, onde se situa obliquamente.O coração é descrito
como possuindo uma base, um ápice, faces diafragmática e esternocostal. É o responsável pelo percurso do
sangue bombeado através das artérias para todo o organismo, que é feito em aproximadamente 45 segundos
em repouso. Bate cerca de 100 000 vezes por dia, bombeando aproximadamente 7 500 litro de sangue.

O coração é composto por três camadas,


que são: picárdio, miocárdio, endocárdio.

Compõe ainda 4 cavidades: dois átrios


(direito e esquerdo) e dois ventrículos (direito e
esquerdo) .

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Valvas do coração

 Atrioventriculares: Direita :Entre os átrios e ventrículos direitos (tricúspide) e Esquerda: entre os


átrios e ventriculos esquerdo (bicúspide ou mitral)
 A valva tronco pulmonar fica no óstio em que o tronco pulmonar deixa o VD.
 A valva da aorta está situada no óstio entre o VE e a aorta.

Pequena e grande circulação

a) Circulação pulmonar

Circulação Pulmonar ou Pequena circulação


nesta circulação o sangue é bombeado para os
pulmões e retorna ao coração rico em oxigênio.
Ou seja, é uma circulação coração-pulmão-
coração. Inicia-se no VD e termina na AE do
coração.

b) Grande circulação

Grande circulação ou circulação sistêmica é a


designação dada à parte da circulação sanguínea
na qual o sangue do ventrículo esquerdo vai para
todo o organismo, pela artéria aorta, e do
organismo até o átrio direito, pela veia cava.
Inicia-se no VE e termina na AD do coração.

O Sangue

Sangue é célula do tecido conjuntivo que circula pelo sistema vascular sanguíneo dos animais
vertebrados. O sangue é produzido na Medula óssea vermelha e tem como função a manutenção da vida do
organismo por meio do transporte de nutrientes, toxinas (metabólitos), oxigênio e gás carbônico. O sangue é
constituído por diversos tipos de células, que constituem a parte "sólida" do sangue. Estas células estão
imersas em uma parte líquida chamada plasma. As células são classificadas em:

 Leucócitos (ou Glóbulos Brancos), que são células de defesa;


 Eritrócitos (glóbulos vermelhos ou hemácias), responsáveis pelo transporte de oxigénio e as de
mais substâncias;
 Plaquetas (factores de coagulação sanguínea).

Em função da diferença entre a composição corporal masculina e feminina, bem como no tamanho do
corpo, a variação geral de volume total de sangue é de 4 a 5 litros em mulheres e de 5 a 6 litros nos homens.

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Sistema linfático

O sistema linfático é uma rede complexa de órgãos linfóides, linfonodos, ductos linfáticos, tecidos
linfáticos, capilares linfáticos e vasos linfáticos que produzem e transportam o fluido linfático (linfa) dos
tecidos para o sistema circulatório. O sistema linfático possui três funções inter-relacionadas: Remoção dos
fluidos em excesso dos tecidos corporais; Absorção dos ácidos graxos e transporte subsequente da gordura
para o sistema circulatório; Produção de células imunes (como linfócitos, monócitos e células produtoras de
anticorpos conhecidas como plasmócitos)

4.6. SISTEMA EXCRETOR


O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e
excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par
de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.
 Rins
Os rins situam-se na parte dorsal do abdómen,
logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna
vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas
costelas e também por uma camada de gordura. Têm a
forma de um grão de feijão enorme e possuem uma
cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e
a medula - mais interna. Cada rim é formado de tecido
conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por
milhares ou milhões de unidades filtradoras, os
néfrons, localizados na região renal.

A principal e mais conhecida função renal é a


excreção de substâncias tóxicas, mas os rins também
desempenham muitas outras funções. Abaixo estão
listadas as principais funções renais:
Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo;
Manter o equilíbrio de electrólito no corpo humano;
Regular o equilíbrio ácido-básico, mantendo constante do pH sanguíneo;
Regular a osmolaridade e volume de líquido corporal eliminando o excesso de água;
Excreção de substâncias exógenas como por exemplo medicações;
Produção de hormônios: Eritropoetina (estimula a produção de hemácias), renina (eleva a
pressão arterial), vitamina D (actua no metabolismo ósseo e regula a concentração de cálcio e
fósforo no organismo), cininas e prostaglandinas.
Produção de urina para exercer suas funções excretórias.

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Ureter são tubos musculares, com 25- 30 cm


de comprimento, que unem os rins à bexiga. A sua
função é conduzir a urina do rim até à bexiga.

Bexiga é o órgão muscular no qual é


armazenada a urina, a capacidade média da bexiga de
um adulto é de 700 a 800 ml.

Uretra é um conduto membranoso, pelo qual


se expele a urina desde a bexiga urinária até o meio
externo. A uretra feminina e masculina são diferentes
quanto ao tamanho e localização.

4.7. SISTEMA NERVOSO

O Sistema Nervoso é uma extensa e complicada organização de estruturas pelas quais as reacções
internas do indivíduo são correlacionadas e integradas e através da qual são controlados seus ajustamentos ao
meio ambiente. Divisão do sistema nervoso:

 Critério morfológico:

 Sistema Nervoso Central (SNC): É a parte do sistema nervoso situada dentro da caixa
craniana e do canal vertebral. Analisa as informações, armazena sob a forma de memória,
elabora padrões de resposta ou geram respostas espontâneas.
 Sistema Nervoso Periférico (SNP): É a parte do sistema nervoso situada fora da caixa
craniana e do canal vertebral, interligando o SNC a todas as regiões do corpo.

 Critério Funcional:

 Sistema Nervoso Somático (SNS) – Vida de relação: Relaciona o organismo com as


variações do meio externo.
 Sistema Nervoso Visceral (SNV) – Vida vegetativa: Relaciona o organismo com as variações
do meio interno.

 Organização morfo-funcional:

 Vias aferentes: trazem informações ao sistema nervoso central.


 Vias eferentes: levam a resposta elaborada ao órgão efetuador da resposta (músculo ou
glândula).
 Vias de associação: analisam as informações, armazenam-nas sob a forma de memória,
elaboram padrões de resposta ou geram respostas espontâneas. Quanto mais neurônios de
associação, mais refinada será a resposta.

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 Sistema Nervoso Central (SNC)

Também denominado neuroeixo. Está constituído por um conjunto de estruturas do SN cuja função é
fazer a integração e análise dos estímulos provenientes da periferia (dos órgãos receptores) e emitir a resposta
motora para os órgãos efectores.
Situação: situado na linha mediana,
dentro do endocránio e do canal vertebral.

Organização do SNC: por


conveniência descritiva, é dividido em 2
partes: o Encéfalo e a Medula espinal.

O encéfalo é formado por: Cérebro


(Telencéfalo e Diencéfalo.), Tronco cerebral
(Mesencéfalo, Ponte ou Protuberância e
Bulbo raquidiano ou Medula oblonga.) e
cerebelo.

No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é formada pelos
corpos dos neurónios e a branca, por seus prolongamentos. Com excepção do bulbo e da medula, a substância
cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais internamente.

Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas e por membranas denominadas meninges,
situadas sob a protecção esquelética: dura-máter, aracnóide e pia-máter. Entre as meninges aracnóides e pia-
máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido cefalorraquidiano ou líquor.

Liquor: líquido incolor, inodoro e insípido, que tem origem plasmática e é produzido nos ventrículos
encefálicos. Circula no espaço subaracnóideo protegendo o SNC, o volume circulante é de 150 ml) e o volume
produzido diariamente é de 500 ml.

 Medula Espinal: é a porção mais caudal do Sistema nervoso central. Constitui a conexão entre o
SNC e o SNP.

Ocupa aproximadamente os 2|3 craniais do canal vertebral, sendo a continuação inferior do bulbo
raquidiano, imediatamente abaixo do nível do forame magno. Estende-se desde o bordo craniano do Atlas
(VC1) até ao bordo caudal da VL1 ou bordo craniano da VL3.

Tem a forma cilindróide, alongada, apresentando um adelgaçamento progressivo no sentido cranio-


caudal, alternado por duas dilatações ou intumescências: Cervical (C3 - T2) e Lombar (L1 – S3)

Termina em ponta afilada, o cone medular, que se continua por um prolongamento filiforme
denominado filum terminal.

 O Cerebelo:

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 Situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a


formação do IV ventrículo.
 Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está
separado do lobo occipital do cérebro por uma prega da dura-
máter denominada tenda do cerebelo.
 Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar
inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares
médio e superior.

 Sistema Nervoso Periferico (SNP)

Como parte do SN, o SNP inclui as terminações nervosas, os gânglios e os nervos. Estruturas, estas
que desempenham funções não só somáticas sensitivas e motoras como também integram todo o complexo de
nervos viscerais ou esplâncnicos (o Sistema Nervoso Autónomo).

Organização do SNP: tal como referenciado, o SNP é constituído por:

1. Terminações nervosas: Existem nas extremidades das fibras nervosas. Podem ser sensitivas
(receptores) ou motoras (placas motoras).
2. Gânglios: são acúmulos de corpos de neurónios que ocorrem fora do SNC e apresentam-se,
geralmente, como dilatações. O acúmulo de corpos neuronais dentro do SNC é denominado núcleo.
3. Nervos: são cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo e que
têm como função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. Distinguem-se 2 grupos: os nervos cranianos
e os nervos espinais.

a) Nervos Cranianos:
São 12 pares que fazem conexão com o encéfalo:

I - Olfativo (Olfacto)
II - Optico (Visão)
III – Oculomotor (Olhos para cima, baixo, medialmente; eleva
pálpebra superior, reduz a pupila)
IV – Troclear (Olhos medialmente e para baixo)
V – Trigêmeo (Sensibilidade facial, mastigação)
VI – Abdutor (Abdução do olho)
VII – Facial (Expressão facial, fecha olhos, lagrimas, salivação e
paladar)
VIII – Vestíbulococlear (Posição da cabeça em relação à gravidade
e aos movimentos da cabeça; audição)
IX – Glossofaríngeo (Deglutição, salivação e paladar)
X – Vago (Regula a função das vísceras; deglutição, fala e paladar)
XI – Acessório (Eleva os ombros, gira a cabeça)
XII – Hipoglosso (Movimentos da língua)

b) Nervos Espinais:

São 31 pares que fazem conexão com a Medula espinal e abandonam a coluna vertebral através dos
forames intervertebrais (forames de conjugação).

Como a coluna vertebral está dividida em regiões cervical, torácica, lombar, sagrada e coccígea; da
mesma maneira reconhecemos:

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 8 Vertebras cervicais (VC);


 12 Vertebras torácicos (VT);
 5 Vertebtas lombares (VL);
 5 Vertebras sagrados (VS);
 1 Vertebra coccígeo (VCo).

O Sistema Nervoso Autónomo (SNA) é composto por duas porções distintas: Simpático (estimula
acções que mobilizam energia, permitindo ao organismo responder a situações de estresse) e Parassimpático
(estimula principalmente actividades relaxantes), cujas acções são antagónicas.

Estas duas vertentes actuam normalmente em simultâneo sendo do equilíbrio entre a força de acção de
cada uma delas (tônus) que nasce a extrema capacidade regulatória do SNA. Por exemplo, se o sistema
simpático acelera demasiadamente as batidas do coração, o sistema parassimpático entra em acção,
diminuindo o ritmo cardíaco.

 Órgãos dos sentidos

O ser humano possui cinco órgãos dos sentidos e está em contacto com o meio ambiente através do
tacto, olfacto, gustação, visão e audição.

Os órgãos dos sentidos levam informações do meio para o sistema nervoso e, dessa forma, contribui
para a manutenção do perfeito funcionamento do organismo.

1. Tacto: através das terminações nervosas livres, obtêm-se as sensações grosseiras, dor, calor e frio.
2. Olfato: as células olfativos localizam-se na mucosa nasal
3. Gustação: as papilas gustativas localizam-se na língua,reconhecendo os seguintes sabores: amargo,
azedo, doce e salgado.
4. Visão: os raios lumisos atravessam o meio transparente e se projectam na retina com a imagem
invertida e reduzida. O nervo conduz essa imagem ao cérebro.
5. Audição: as ondas sonoras fazem vibrar o tímpano e os três ossos, chegam ao ducto coclear e partem
em em direção ao cérebro através do nervo coclear. Este sentido é um dos responsáveis do equilíbrio
corporal

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4.8. SISTEMA REPRODUTOR

A reprodução dos seres vivos ocorre de um jeito diferente em cada um deles, alguns nem se quer
precisam de parceiro sexual para reproduzir, mais esse não é o caso do ser humano. Os aparelhos reprodutores
do homem e da mulher, são importantes para a manutenção da espécie humana, mais não são iguais, tanto em
estrutura quanto em função.

A. Aparelho reprodutor femenino

O aparelho reprodutor feminino é formado por órgãos externos (vulvas), e internos (ovários, útero,
trompas).

Órgãos externos: os genitais externos, que compõem a vulva, podem ser: monte de Vénus, grandes e
pequenos lábios, orifício uretral, orifício vaginal e clitores.

Faça aqui o desenho dos órgãos externos feminino e faça a legenda

Órgãos internos: os órgãos genitais internos são: vagina, útero trompas e ovários.

Faça aqui o desenho dos órgãos internos feminino e faça a legenda

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B. Sistema reprodutor masculino


O sistema reprodutor masculino é formado por: testículos ou gônadas, vias espermáticas (epidídimo,
canal deferente, uretra), pênis, escroto e glândulas anexas (próstata, vesículas seminais, glândulas
bulbouretrais).

 Testículos:
São as gônadas masculinas. Cada
testículo é composto por um emaranhado de
tubos, os ductos seminíferos esses ductos são
formados pelas células de Sértoli (ou de
sustento) e pelo epitélio germinativo, onde
ocorrerá a formação dos espermatozóides.
Em meio aos ductos seminíferos, as células
intersticiais ou de Leydig (nomenclatura
antiga) produzem os hormônios sexuais
masculinos, sobretudo a testosterona,
responsáveis pelo desenvolvimento dos
órgãos genitais masculinos e dos caracteres
sexuais secundários.

 Epidídimos: são dois tubos que partem dos testículos, onde os espermatozóides são
armazenados.

 Canais deferentes: são dois tubos que partem dos testículos, circundam a bexiga urinária e
unem-se ao ducto ejaculatório, onde desembocam as vesículas seminais.

 Vesículas seminais: responsáveis pela produção de um líquido, que será liberado no ducto
ejaculatório que, juntamente com o líquido prostático e espermatozóides, entrarão na composição
do sémen.
 Próstata: glândula localizada abaixo da bexiga urinária. Secreta substância alcalina que
neutraliza a acidez da urina e activa os espermatozóides.
 Glândulas Bulbo Uretrais ou de Cowper: sua secreção transparente é lançada dentro da uretra
para limpá-la e preparar a passagem dos espermatozóides. Também tem função na lubrificação
do pénis durante o acto sexual.
 Pênis: é considerado o principal órgão do aparelho sexual masculino, sendo formado por dois
tipos de tecidos cilíndricos: dois corpos cavernosos e um corpo esponjoso (envolve e protege a
uretra).
 Uretra: é um canal destinado para a urina, mas os músculos na entrada da bexiga se contraem
durante a erecção para que nenhuma urina entre no sêmen e nenhum sêmen entre na bexiga.
Todos os espermatozóides não ejaculados são reabsorvidos pelo corpo dentro de algum tempo.
 Saco Escrotal ou Bolsa Escrotal ou Escroto: Um espermatozóide leva cerca de 70 dias para ser
produzido. Eles não podem se desenvolver adequadamente na temperatura normal do corpo
(36,5°C). Assim, os testículos se localizam na parte externa do corpo, dentro da bolsa escrotal,
que tem a função de termorregulação (aproximam ou afastam os testículos do corpo), mantendo-
os a uma temperatura geralmente em torno de 1 a 3 °C abaixo da corporal.

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4.9. SISTEMA ENDÓCRINO

O sistema endócrino, é o conjunto de órgãos ou de grupos celulares que produzem substâncias


químicas (hormonas) que são lançadas no sangue e vão regular, de modo específico, determinadas
actividades de outras células e/ou outros órgãos. Os tecidos ou órgãos nos quais as hormonas actuam são
chamados de tecidos e órgãos alvos .

Existe órgãos cuja função não é secretora, mas que possuem células endócrinas como por exemplo:
estômago (gastrina e serotonina), testículos (testosterona) e ovários (estrogénios e progesterona).

As principais Glândulas endócrinas


(glândulas de secreção interna) são:

 Hipófise;
 Tireóide;
 Paratireóide;
 Supra-renais;
 Ilhotas de Langerhans – Pâncreas;
 Ovários;
 Testículos.

1. Glândula hipófise

 Hormônio folículo estimulante (FSH) – estimula o desenvolvimento do ovário e do


testículo;
 Hormônio luteinizante (LH) – estimula o corpo lúcteo;
 Prolactina – estimula a produção do leite;
 Hormônio antidiurético (ADH) – estimula a reabsorção de água nos rins;
 Oxitocina – estimula a contração do músculo uterino;
 Hormônio do crescimento (GSH) – estimula o crescimento.

2. Glândula Tireóide

 Hormônio Tiroxina - aumenta velocidade de quase todas as reações químicas nas


células; aumento de mitocôndrias;
 Hormônio tireoestimulante - aumento de produção tiroxina.

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3. Glândulas Supra – renais


 Aldosterona (mineralocorticóide) - altera as concentrações de íons no corpo, aumenta
absorção de Na e secreção de K nos túbulos renais e retenção de Na e perda de K;
 Cortisol (glicocorticóide) - mobiliza a gordura e proteína dos tecidos, utiliza estas substâncias
para suprir parte da energia necessária ao metabolismo corporal e diminui a utilização dos
carboidratos para energia.

4. Glândulas Ilhotas de Langerhans (Pâncreas)


 Insulina - aumento do transporte de glicose através da membrana celular, aumento da
intensidade do metabolismo da glicose
 Glucagon - aumento da concentração sanguínea de glicose através da ação direta no
fracionamento do glicogênio hepático em glicose e conversão do aminoácido em glicose
(glicogênese)

5. Glândulas Paratireoide
 Hormônio paratireoidiano (Paratormônio): pequeno polipeptídeo secretado pelas glândulas
paratireóides, com função de ativa os osteoclastos nas cavidades dos ossos e aumento da
secreção do hormônio quando a concentração de cálcio cai abaixo do normal.

6. Glândula testícular
 Hormônio testosterona: desenvolvimento dos caracteres secundários masculinos, diferenciação
dos órgãos sexuais masculinos na gravidez.

7. Glândulas ovarianas
 Hormônio progesterona e estrogênio: são regulados pelos hormônios hipofisários (FSH e
LH), com função de favorecer o desenvolvimento dos caracteres secundários femininos,
preparação do útero para a gravidez e outras.

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Prova de Histoembriologia & Anatomofisiologia (CapituloIII e IV)

Data: ______⁄_______⁄_____
Hora: ______h _____ min

Estudo dirigido

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CAPÍTULO

5
Genética

A diferença entre o possível e o impossível


está na vontade humana”.
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Louis Pasteur
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capÍtulo V – Genética
Podemos definir genética como sendo um dos ramos da Biologia que estuda as leis da transmissão dos
caracteres hereditários nos indivíduos e as propriedades das unidades que permitem essa transmissão.
O termo genética foi primeiramente aplicado para descrever o estudo da variação e hereditariedade, pelo
cientista William Bateson numa carta dirigida a Adam Sedgewick, da data de 18 de Abril de 1908. A maior
contribuição para a Genética actual foi dada pelo monge Gregor Mendel, que realizou experimentos com
ervilhas cultivadas em seu jardim, no mosteiro de Brunn, na Áustria (actualmente Brno, na República
Tcheca).

O trabalho de Mendel, apresentado à comunidade científica em 1865, passou despercebido até que em
1900 três cientistas, de modo independente, reconheceram e confirmaram as ideias de Mendel. Mendel
postulou que a transmissão dos caracteres hereditários era feita por meio de factores que se encontravam nos
gametas. Ele chegou as suas conclusões antes mesmo de saber o que são cromossomos e de se conhecerem os
processos de divisão celular por mitose e meiose.

5.1. CONCEITOS BÁSICOS DE GENÉTICA

 Cromossomo: cada um dos longos filamentos presentes no núcleo das células eucarióticas,
constituídos basicamente por DNA e proteínas;
 Cromossomos Homólogos: cada membro de um par de cromossomos geneticamente equivalentes,
presentes em uma célula diploide, apresentando a mesma sequência de lócus gênico;
 Lócus Gênico (plural: Loci): posição ocupada por um gene no cromossomo;
 Cariótipo: conjunto de cromossomos de cada célula de um organismo;
 Genes (unidade da Hereditariedade): seguimento da molécula de DNA que contém uma instrução
gênica codificada para a síntese de uma proteína;
 Alelo: genes alternativos, que ocupam o mesmo loci em cromossomas homólogos e que são
responsáveis pela transmissão de um mesmo carácter.
 Herança Biológica (hereditariedade): transmissão das informações gené-ticas de pais para filhos
durante a reprodução;
 Segregação dos Alelos: separação dos alelos de cada gene que ocorre com a separação dos
cromossomos homólogos durante a meiose;
 Heterozigoto: é usado para designar os indivíduos que carregam um par de genes diferentes, por
exemplo, um dominante e um recessivo (Aa).
 Homozigoto: é usado para designar indivíduos de linhagens puras, que carregam um par de genes
iguais dominantes ou recessivos (AA ou aa).
 Genótipo: O termo “genótipo” (do grego genos, originar, provir, e typos, característica), é a
constituição genética de um indivíduo, representada pela soma dos genes que o indivíduo recebe dos
pais, e que transmitirá aos seus próprios filhos ou seja, caracteristicas internas de um individuo;
 Fenótipo: O termo “fenótipo” (do grego pheno, evidente, brilhante, e typos, característico), significa
literalmente "a forma que é mostrada". É o aspecto físico, exterior, de um caráter qualquer em estudo.
Ou ainda, é a expressão do genótipo do indivíduo, representada pela soma das suas características (côr,
forma, altura, tipo sanguíneo, etc.)
 Dominante: refere-se a um alelo ou um fenótipo que é expresso nos homozigotos (AA) e
heterozigotos (Aa); apenas o alelo dominante é expresso no fenótipo heterozigoto. Representada por
letra Maiúscula;
 Recessivo: refere-se a um alelo ou fenótipo que é expresso apenas quando em homozigose; o alelo
recessivo não se expressa no fenótipo heterozigoto. Representada por letra Minúscula.

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GENÉTICA
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 Codominância: propriedade do alelo de um gene expressar-se sem encobrir ou mesmo mesclar sua
expressão com a de seu outro alelo, em indivíduos heterozigóticos;
 Interação Gênica: acção combinada de dois ou mais genes na produção de uma mesma característica.;
 Autopolinização: Autopolinização ou polinização direta, é a transferência do pólen da antera para o
estigma da mesma flor. É pouco frequente, ocorre na ervilha, no algodão e em muitos cereais, exceção
do milho.

5.2. GENÉTICA MENDELIANA

Durante vários anos, Mendel cultivou ervilhas de cheiro (Pisum sativum) escolha que foi uma das
razões de seu sucesso com suas pesquisas, pois essa leguminosa apresenta diversas vantagens como fácil
cultivo, produção de grande quantidade de sementes, ciclo de vida curto, além de características contrastantes
e de fácil identificação. Outro facto que contribuiu para o sucesso das pesquisas de Mendel foi que ele
analisou apenas uma característica de cada vez, sem se preocupar com as demais características e analisou
cuidadosamente os descendentes de cada cruzamento.
Mendel observou que os diferentes indivíduos dessa espécie apresentavam certas características com
variedades bem definidas, sem formas intermediárias. Vamos analisar uma das experimentações de Mendel
para compreender como ele chegou as conclusões importantes sobre os mecanismos da herança.

5.2.1. O princípio da dominância

As características estudadas por Mendel apresentam o princípio da dominância. Quando uma espécie
apresenta duas ou mais características fenótipicas, podemos deduzir que o locus gênico correspondente pode
ser ocupado por fatores ou genes que determinam o mesmo caráter, mas as gerações fenotípicas podem se
manifestar de diferentes maneiras.
Nos estudos de Mendel, eram levadas em consideração apenas duas alternativas fenotípicas para cada
caráter estudado.
Exemplos: as plantas que possuem alelos iguais para ervilhas amarelas dão sempre ervilhas amarelas. As que
possuem genes para ervilhas verdes dão sempre ervilhas verdes. E as que possuem, em um loci, gene para
ervilhas verde e em seu loci alelo, gene para ervilhaamarela, produzirão sempre ervilhas amarelas. De onde
Mendel concluiu que o alelo que determina ervilha amarela é dominante sobre o alelo que determina a verde,
que passa a ser recessiva.
A partir de cruzamentos entre indivíduos da geração F1 (primeiros filhos), Mendel observou que a
dominância não se manifestava em relação a certas características. Nesse caso, o descendente híbrido
apresenta um aspecto diferente, como se fosse uma mistura dos dois indivíduos que lhe deram origem. Na
planta chamada maravilha, quando se cruzam plantas de flores brancas com plantas de flores vermelhas, seus
primeiros descendentes apresentam toda uma coloração intermediária corde- rosa; é o caso de ausência de
dominância.

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GENÉTICA
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5.2.2. Os postulados de Mendel

5.2.2.1. Postulado da 1ª Lei de Mendel ou “Lei da Pureza dos Gametas”

Cada caráter é condicionado por dois fatores. Eles se separam na formação dos gametas, indo apenas
um fator para cada gameta. Mendel iniciou seus trabalhos, obtendo, através de cruzamentos, linhagens puras
de cada uma das características estudadas. A partir daí passou a efetuar fecundação cruzada entre plantas de
linhagens diferentes, e os descendentes foram chamados de híbridos. A geração constituída de puros era
chamada geração P (ou parental). Os descendentes da geração P originaram a geração F1 (primeira geração
filial), Mendel autofecundou os descendentes da geração F1 e obteve a geração F2 (segunda geração filial). A
partir desses resultados em F2. Mendel concluiu que cada característica é condicionada por um par de fatores
(os fatores a que Mendel se refere são os genes) que existem em formas alternativas.

Cada fator de um determinado par é recebido de um dos indivíduos da geração parental. Se os fatores
forem diferentes, somente um se manifesta. O fator que se manifesta é o dominante, e o que não se manifesta
é o recessivo. Os dois fatores que determinam a mesma característica, separam-se durante a formação dos
gametas, de modo que os gametas são sempre puros, pois possuem um único fator de cada par. Essas
conclusões integram o postulado da 1ª Lei de Mendel.

Exemplo: Cruzou-se uma planta alta e uma planta baixa. Determine: F1,F2 e as respectivas
proporções.

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GENÉTICA
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5.2.2.2. Postulado da 2ª Lei de Mendel

Conhecida também como Lei do Diibridismo, pois Mendel, após constatar a segregação independente
dos alelos, na 1ª Lei, passou a investigar a reprodução das ervilhas prestando atenção em dois caracteres ao
mesmo tempo.
Em um dos cruzamentos Mendel considerou ao mesmo tempo os seguintes caracteres: a cor e a forma
das sementes de ervilha, que podem ser:

 Quanto à cor: amarela ou verde


 Quanto à forma: lisa ou rugosa.

Exemplo: Cruzou-se duas ervilheiras, Amarela e lisa com verde e rugosa. Em F1 obteve 100% de
ervilhas amarelas - lisas heterozigotas (híbridos). Determine F1, F2 e suas respectivas proporções.

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5.3. HERANÇA DETERMINADA POR ALELOS MÚLTIPLOS (POLIALELIA)

Embora exista uma variedade de genes para o mesmo locus, a polialelia não foge aos princípios da 1ª
Lei de Mendel, pois apenas dois deles determinam a característica fenótipica nos indivíduos. Como exemplo
de polialelia citaremos a cor da pelagem em coelhos, e os grupos sanguíneos humanos.

Cor da pelagem dos coelhos

Para determinar a cor da pelagem dos coelhos, existe uma série de quatro genes alelos para um mesmo
locus. Isso explica os quatro diferentes fenótipos de coelhos, quanto à cor da pelagem. São eles: aguti ou
selvagem, chinchila, himalaia e albino. Cada tonalidade de pêlos é determinada por um alelo diferente:

o O gene C determina a variedade selvagem ou aguti e é dominante em relação aos demais alelos.
o O gene cch determina a variedade chinchila e é dominante em relação aos alelos responsáveis
pelas variedades himalaia e albino.
o O gene ch determina a variedade himalaia e é dominante em relação à variedade de albino.
o O gene ca determina a variedade albina e é recessivo em relação as demais.

 ALBINISMO

O albinismo é uma doença genética que provoca perda parcial ou total da pigmentação ou coloração da
pele, olhos e cabelo. Segundo Raymond Boissy, decorre de mutações que afetam as células ─ chamadas
melanócitos ─ que produzem a melanina dos pigmentos que colorem partes do corpo. Portadores de albinismo
também podem apresentar envelhecimento precoce da pele, porque a melanina que bloqueia a radiação
ultravioleta ajuda a evitar o aparecimento de rugas e a perda de elasticidade da pele.

Nas pessoas albinas, as alterações genéticas interferem na produção de pigmento dos melanócitos ou
na sua capacidade de distribuí-lo aos queratinócitos ─ tipo de célula majoritário das camadas externas da pele.
As formas mais comuns de albinismo são oculocutâneas tipo 1 (OCA1) e tipo 2 (OCA2). O termo
oculocutâneo significa que a doença afeta os olhos (óculo) e a pele (cutâneo). Portadores de OCA1
apresentam mutações no gene TYR, responsável pela produção da enzima tirosinase, utilizada pelas células
para converter o aminoácido tirosina em pigmento. A OCA2 ─ forma mais comum de albinismo na África, se
deve a mutações no gene OCA2, que codifica a proteína P, cujo papel ainda não é completamente conhecido.
Essa mutação é provavelmente a mais antiga causa de albinismo que surgiu durante o desenvolvimento da
espécie humana na África. Portadores de OCA2 podem produzir uma pequena quantidade de pigmentos e
assim podem ter sintomas visuais um pouco menos pronunciados.

A maioria dos portadores de OCA1 tem pele branca, cabelos brancos e olhos sem pigmentação. A íris
─ a parte colorida do olho em torno da pupila ─ é pálida e a própria pupila parece vermelha. Essa cor decorre
de luz refletida pelos vasos sangüíneos na retina, uma camada de tecido altamente sensível que reveste a parte
posterior do globo ocular. As pupilas das pessoas normais são negras porque as moléculas dos pigmentos da
retina absorvem a luz impedindo que seja refletida.

Pessoas albinas normalmente são consideradas oficialmente deficientes visuais. Sem melanina durante
o estágio embrionário, os tratos neurais que vão do olho ao córtex visual do cérebro têm um desenvolvimento
anômalo, resultando na diminuição da profundidade óptica. E na ausência de pigmentos no olho, os
fotorreceptores da retina podem ser superestimulados e enviar mensagens confusas ao cérebro, que
frequentemente também produz nistagmos ─ movimentos oculares repetitivos involuntários. carência do
pigmento na pele deixa as pessoas mais suscetíveis a cânceres de pele sem melanoma, como carcinoma de
células escamosas e carcinoma de células basais. No funcionamento normal, os melanócitos distribuem o
pigmento aos queratinócitos para proteger o núcleo e o DNA dentro da célula da radiação ultravioleta do Sol.

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GENÉTICA
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Grupos Sanguíneos ou Sistema ABO

A herança dos grupos sanguíneos na espécie humana (sistema ABO) é um caso clássico de polialelia.
Por volta de 1900, Karl Landsteiner, interessado nos estudos sobre transfusões sanguíneas, pois as mesmas
ofereciam grande risco de mortalidade devido à aglutinação do sangue, demonstrou que esse problema ocorria
devido à presença de anticorpos no plasma sanguíneo que reagiam com antígenos correspondentes existentes
nas hemácias.
Landsteiner confirmou também a não existência, no sangue de um mesmo indivíduo, de anticorpos
correspondentes aos antígenos presentes nas suas hemácias. Baseando-se nessas descobertas, concluiu pela
existência, na espécie humana, de quatro tipos sanguíneos básicos, que constituem o chamado sistema ABO,
os grupos: AB, A, B e O.

 Antígenos: são proteínas específicas que atuam como corpo estranho no organismo de quem não as
possui. Na presença de antígenos, o organismo elabora proteínas de defesa denominadas
anticorpos.
 O anticorpo, uma vez elaborado, combina-se com o antígeno, neutralizando seu efeito.

O que faz a pessoa pertencer a um grupo sanguíneo? Nas hemácias (glóbulos vermelhos do
sangue), podem ser encontradas duas proteínas denominadas aglutinogênio A e aglutinogênio B, responsáveis
pela determinação do fenótipo sanguíneo. O plasma sanguíneo, por sua vez, pode abrigar outras duas
proteínas aglutinina anti-A e aglutinina anti-B. Os aglutinogênios e as aglutininas de mesmo nome não podem
encontrar-se no mesmo indivíduo, pois isso desenvolveria reações do tipo antígeno & anticorpo.

Enquanto na membrana das hemácias há


antígenos, no plasma sanguí-neo há anticorpos,
chamados aglutininas. Esses anticorpos, em contato
com os antígenos específicos, promovem a
aglutinação das hemácias. Pessoas com o sangue tipo
A tem aglutininas anti-B; pessoas com sangue tipo B
têm aglutininas anti-A; pessoas com sangue tipo O
têm aglutininas anti-A e anti-B; já indivíduos com
sangue tipo AB não produzem aglutininas.

Transfusões Sanguíneas

Indivíduos do grupo A não podem doar sangue para indivíduos do grupo B, porque as hemácias A, ao
entrarem na corrente sanguínea do receptor B, são imediatamente aglutinadas pelo anti-A nele presente. A
recíproca é verdadeira: indivíduos do grupo B não podem doar sangue para indivíduos do grupo A. Tampouco
indivíduos A, B ou AB podem doar sangue para indivíduos O, uma vez que estes têm aglutininas anti-A e
anti-B, que aglutinam as hemácias portadoras de aglutinogênios A e B ou de ambos.

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GENÉTICA
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Grupo Pode doar a Pode receber de


sanguíneo O
A A e AB AeO
B B e AB BeO
AB AB A, B, AB e O A B
O A, B, AB e O O

O grupo O podem doar para qualquer grupo, porque


não possuem aglutinogênios A e B; O grupo AB, AB
recebe de qualquer grupo, porque não possuem
aglutininas no plasma. Por isso, o grupo O é doador
universal, o grupo AB é receptor universal. Esquema simplificado das possiveis transfusões
Determinação genotípica e fenotípica do sistema ABO

Sabemos que a herança dos grupos sanguíneos é determinada por uma série de alelos múltiplos
(polialelia). E que são três os envolvidos.
O gene “𝐼 𝐴 - e 𝐼 𝐵 -” são co-dominantes, ou seja, quando juntos expressam seus efeitos. Ambos os genes “𝐼 𝐴 - e
𝐼 𝐵 -”” são dominantes em relação a “i”. Podemos estabelecer, então as seguintes relações entre genótipos e
fenótipos para o sistema ABO.

Sistema ou Factor Rh

O sistema Rh também foi descoberto por Karl Landsteiner e sua equipe, em uma experiência com um
macaco da espécie Rhesus. Eles observaram que quando injetavam o sangue desse macaco em cobaias, as
cobaias produziam anticorpos, que eles chamaram de anti-Rh (abreviatura de anti-rhesus).
Fazendo essa mesma experiência, mas com sangue humano, os pesquisadores observaram que 85%
das amostras de sangue humano testadas com o anticorpo Rh sofreram aglutinação, o que sugere a presença de
antígeno Rh no sangue.
As pessoas que tiveram as hemácias aglutinadas pelo anticorpo Rh foram chamadas Rh positivas
(Rh+), indicando que suas hemácias têm um antígeno semelhante ao dos macacos, o fator Rh, as hemácias dos
15% restantes não se aglutinaram e por isso foram chamadas de Rh negativas (Rh-), indicando a ausência do
fator Rh em suas hemácias. O soro anti-Rh é atualmente mais conhecido como soro anti-D.

Transfusão sanguínea quanto ao fator Rh

Se o indivíduo for Rh negativo e receber sangue Rh positivo, o seu sistema imunológico fabricará
anticorpos contra esse antígeno. Esses antígenos fabricados permanecerão no indivíduo, e caso ele venha a
receber novamente uma transfusão com sangue Rh+, as hemácias serão aglutinadas, podendo inclusive pôr em
risco a sua vida. Levando-se em conta os fatores citados, as transfusões que podem ser feitas são:

o Rh+ __________ doa para Rh+


o Rh- __________ doa para Rh- e para Rh+

Determinação genotípica e fenotípica do fator rh

Genótipos Fenótipos O fator Rh é condicionado por um par de alelos “R” e “r” ou “D” e
Rh+ RR, Rr ou DD, Dd “d”.
Rh- rr ou dd O gene “R” ou “D” condiciona a produção do antígeno – fator Rh.
O gene “r” ou “d” condiciona a não produção do fator Rh.
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Eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN)

Vimos que o fator Rh também atua como antígeno em indivíduos Rh negativo. Na gravidez, pode
ocorrer incompatibilidade entre o sangue da criança e o de sua mãe quanto ao fator Rh, podendo acarretar
sérios prejuízos à criança e até levá-la à morte. Essa incompatibilidade somente ocorrerá quando a mãe for Rh
negativo, e a criança, Rh positivo.
A mãe sendo Rh-, não possui o fator Rh; apesar da existência da proteção da placenta, é comum,
principalmente no momento do parto, o rompimento de vasos sanguíneos da placenta, o que permite o
intercâmbio de sangue entre mãe e filho. Sendo a criança Rh+, o organismo materno produzirá aglutininas
anti-Rh. Essas por sua vez passam para a circulação da criança, onde reagirão com as hemácias dela,
aglutinando-as e destruindo-as. Como a produção de aglutininas é lenta, dificilmente alcançará uma taxa que
possa prejudicar a criança, na primeira gestação. Mas se nova gestação ocorrer, e a criança for Rh+, corre-se o
risco de os anticorpos da mãe destruírem as hemácias do filho por hemólise, daí o nome de doença hemolítica
do recém-nascido (DHRN). A manifestação da doença na criança é caracterizada por: anemia profunda
acompanhada de liberação de eritoblastos na corrente sanguínea; icterícia; ígado e baço com volumes
aumentados; possíveis lesões mentais, decorrentes do acúmulo de hemoglobina no cérebro.
Existe uma medida profilática para as mães Rh-. Esta profilaxia consiste em aplicar na mãe uma dose
de vacina contendo aglutinina anti-Rh logo após o parto. A função da vacina é destruir as hemácias do filho
que passarem para o sangue da mãe, e, com as hemácias destruídas, a mãe não será induzida a produzir mais
aglutininas anti- Rh, afastando o perigo de a doença se manifestar numa próxima gestação, sendo a criança
Rh+.

Fator MN

Em 1927, dois novos aglutinogênios foram descobertos e estudados por Landsteiner e Levine. Esses
aglutinogênios encontram-se nas hemácias humanas e receberam a denominação de M e N. A produção desses
aglutinogênios (antígenos) é condicionada por um par de alelos:
 M: possuem o aglutinogênio M em suas hemácias. Seu sangue reage com o soro anti-M, mas não com
o anti-N.
 N: possuem o aglutinogênio N em suas hemácias. Seu sangue reage com o soro anti-N, mas não com o
anti-M.
 MN: possuem os aglutinogênios M e N em suas hemácias. Seu sangue reage com os soros anti-M e
anti-N.

Fenótipos Genótipos Entre M e N não há dominância.


Grupo M MM Normalmente as transfusões não oferecem riscos para a espécie humana,
Grupo N NN pois os anticorpos anti-M e anti-N não são encontrados no sangue
Grupo MN MN humano.

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GENÉTICA
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5.4. DETERMINAÇÃO GENÉTICA DO SEXO E LIGAÇÃO AO SEXO


Determinação do sexo

As primeiras observações sobre os cromossomos masculino e feminino datam de 1891, e a partir de


1905, utilizando microscópio, cientistas constataram a existência, em muitas espécies, de um par de
cromossomos que se diferenciava dos demais; deram-lhes o nome de cromossomos sexuais ou
heterocromossomos.

Na grande maioria dos vertebrados, em alguns invertebrados e nas plantas que produzem flores, o sexo
feminino é representado por “XX” e o masculino por “XY”. A espécie humana apresenta em suas células
diplóides 23 pares de cromossomos, onde 22 pares são autossomos. No sexo feminino, o último par é
constituído por dois cromossomos “X”. No sexo masculino, o último par é constituído por um cromossomo
“X” e outro “Y”.

Sabemos que a meiose é o processo de divisão celular que dá origem aos gametas. Assim, metade dos
espermatozóides é “X”, e metade é “Y”. Já no sexo feminino, todos os óvulos contêm o cromossomo “X”.
Os machos são, portanto, heterogaméticos, e as fêmeas, homogaméticas para o sexo. Existem as seguintes
fórmulas para representá-los: sexo masculino 2 A X Y; sexo feminino 2 A X X.

Herança ligada ao sexo no ser humano

Os cromossomos “X” e “Y” encontrados na espécie humana são semelhantes aos analisados em
drosófilas: ambos possuem uma pequena porção não homóloga, ou seja, uma porção de “X” que não existe em
“Y”. Enquanto os genes envolvidos localizam-se no cromossomo “X”, em sua porção não homóloga, fala-se
em herança ligada ao sexo. Nas mulheres, os genes podem aparecer em dose dupla, mas nos homens
apresentam-se somente em dose simples. Em função dessas características, a mulher pode ser homozigota ou
heterozigota para os referidos genes; e o homem é caracterizado como hemizigótico. Algumas anomalias
humanas ligadas ao sexo: daltonismo; hemofilia; feminilização testicular (atrofia dos testículos);

 DALTONISMO

O daltonismo, nome conhecido da discromatopsia é a herança biológica que consiste na transmissão de


características de pais para filhos, ao longo das gerações, caracteriza-se por deficiência na visualização ou
percepção de cores, sendo a mais comum a que atinge as cores vermelha e verde. Foi descrito pela primeira
vez em 1794 pelo químico-físico inglês John Dalton, também portador do distúrbio, esta anomalia se dá na
retina e é congênita, hereditária e incurável. A grande diferença entre o número de homens afetados
comparando com o de mulheres se explica pelo fato de o daltonismo ser provocado por gene recessivo ligado
ao cromossomo X.
É determinado por um gene recessivo ligado ao sexo, sendo representado por “ 𝑋 𝑑 ” (d= gene
defeituoso que condiciona o daltonismo), enquanto seu alelo dominante “𝑋 𝐷 ” condiciona a visão normal (D =
gene que condiciona a visão normal). Podemos então, determinar a seguinte relação genotípica e fenotípica
para o daltonismo.
Sexo Genótipo Fenótipo
𝐷 𝐷
Feminino 𝑋 𝑋 Normal
𝐷 𝑑
Feminino 𝑋 𝑋 Normal (portadora)
𝑑 𝑑
Feminino 𝑋 𝑋 Daltônica
𝐷
Masculino 𝑋 𝑌 Normal
𝑑
Masculino 𝑋 𝑌 Daltônico

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Podemos notar que, para ser daltônica, a mulher necessita do gene


𝑑
𝑋 ” em dose dupla, o que significa dizer que precisa ter pai daltônico e mãe daltónica ou portadora para o
referido gene; já o homem precisa receber apenas um “𝑋 𝑑 ” da mãe, que deve ser daltônica ou portadora. O
outro cromossomo sexual “Y” o homem recebe do pai. Como esta situação é a mais provável, justifica-se a
maior frequência de daltonismo no homem do que na mulher. A frequência estimada do daltonismo na espécie
humana é de aproximadamente 5% para os homens e de 0,25% as mulheres. Existem três tipos principais de
daltonismo:

 Protanopia: é o mais comum de todos e é caracterizado pela diminuição ou ausência total do


pigmento vermelho. No seu lugar, o indivíduo pode enxergar tons de marrom, verde ou cinza.
 Deuteranopia: não é capaz de distinguir a cor verde. Mas, da mesma forma que ocorre com a
protanopia, os tons vistos geralmente são puxados para o marrom.
 Tritanopia: é o tipo mais raro, interfere na distinção e reconhecimento das cores azul e amarelo. Uma
pessoa com este tipo de visão não perde totalmente a noção do azul, o enxerga em tonalidades
diferentes. Já o amarelo vira um rosa - claro.

 HEMOFILIA

As hemofilias são doenças de transmissão recessiva ligada ao cromossomo X, sendo transmitidas a


indivíduos do sexo masculino através de mães portadoras da mutação, caracteriza-se por um retardamento na
coagulação, consequência da produção insuficiente de tromboplastina (enzima indispensável para o
mecanismo da coagulação do sangue) afecta um dos 12 factores de coagulação do sangue, o factor VIII ou
factor IX, designando-se hemofilia A ou hemofilia clássica se estiver em falta o factor VIII e hemofilia B ou
doença de Christmas se tiver em falta o factor IX. Baseados nos dados, podemos concluir os seguintes
genótipos e fenótipos para hemofilia:

Sexo Genótipo Fenótipo


Feminino 𝑋𝐻𝑋𝐻 Normal
Feminino 𝑋𝐻 𝑋ℎ Normal (portadora)
Feminino 𝑋ℎ𝑋ℎ Hemofilia
Masculino 𝑋𝐻𝑌 Normal
Masculino 𝑋ℎ 𝑌 Hemofílico

A hemofilia é mais comum nos homens (cerca de 1 caso para 10 mil homens) e muito rara nas
mulheres. O homem hemofílico pode levar uma vida normal, desde que não se exceda em atividades
cansativas. Mas deve ter consciência das possibilidades de gerar filhos hemofílicos. Se tiver filhos com uma
mulher normal (𝑋 𝐻 𝑋 𝐻 ), todos os filhos serão normais, mas todas as filhas serão portadoras (𝑋 𝐻 𝑋 ℎ ).
Há casos em que é necessário inibir o ciclo menstrual com hormônios para evitar a perda de sangue na
menstruação.

5.5. ALTERAÇÕES DO MATERIAL GENÉTICO (MUTAÇÕES)

Mutações: são alterações ou modificações súbitas em genes ou cromossomas, podendo provocar uma
variação hereditária ou uma mudança no fenótipo. Pode produzir uma característica favorável num dado
ambiente e desfavorável noutro e Mutantes indivíduos cujo património genético sofreu mutação. As
mutações podem ser génicas quando alteram a estrutura do DNA e cromossómicas quando alteram a estrutura
ou o número de cromossomas.

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Mutações Génicas

As mutações génicas são responsáveis por alterarem uma ou mais bases no DNA (alterações nos
genes) e consequentemente nas proteínas, determinando, muitas vezes, a formação de novas proteínas ou
alterando a acção de enzimas importantes no metabolismo. As mutações génicas podem ocorrer nas células
germinativas e assim são transmitidas hereditariamente e nas células somáticas podendo provocar a formação
de tumores.

Tipos de Mutações Génicas

 Substituição ocorre a troca de um ou mais pares de bases.


Chama-se transição à substituição de uma purina por outra ou de uma pirimidina por outra;
Chama-se transversão à substituição de uma purina por uma pirimidina ou vice-versa.
 Inserção acontece quando uma ou mais bases são adicionadas ao DNA, modificando a ordem de
leitura da molécula durante a replicação ou a transcrição.
 Deleção acontece quando uma ou mais bases são retiradas do DNA, modificando a ordem da
leitura, durante a replicação ou a transcrição.

 DREPANOCITOSE
Anemia falciforme (do latim falci-, foice e -forme, formato de) ou drepanocitose é uma doença
hereditária caracterizada pela mal formação das hemácias, que assume forma semelhante a foices, causando
deficiência no transporte de oxigénio e gás carbónico nos indivíduos acometidos pela doença. É mais comum
em África, na Europa mediterrânea, no Oriente Médio e na Índia
A presença da anemia falciforme, é determinada por uma quantidade elevada de hemácias deformadas.
Em indivíduos normais, as células de transporte de gases, hemácias (também conhecidas como eritrócitos ou
glóbulos vermelhos), têm forma arredondada côncava e flexível, e possuem em si moléculas de hemoglobina,
que são responsáveis por fazer as ligações gasosas. Essa constituição permite que essas células consigam
executar sua função mesmo através dos mais finos capilares.

A formação dessa hemoglobina, determinada por um par genético no


cromossomo 11, muda nos indivíduos falciformes. Neles, há a presença de ao
menos um gene mutante, que leva o organismo a produzir a hemoglobina S (HbS).
Essa hemoglobina é devida à substituição de um único nucleotídeo que altera o
códon do sexto aminoácido da B-Globina para valina (CTT → CAT), pois a
mutação ocorre no DNA, depois deste ser transduzido, esta mutação é a causa
dessa anemia falciforme. Um heterozigoto tem uma mistura dos dois tipos de
hemoglobinas, A (HbA) e S (HbS), além de um tetrâmero híbrido de
Hemoglobina. Ela consegue transportar o oxigénio mas, quando o mesmo passa
para os tecidos, as moléculas da sua hemoglobina se aglutinam em formas
gelatinosas de polímeros, também chamadas tactóides, que acabam por distorcer
as hemácias, que se tornam duras e quebradiças devido às mudanças na
sua membrana.

Quando recebem novamente o oxigénio, podem ou não reganhar seu formato: após algum tempo, por
não suportar bem modificações físicas, a hemoglobina pode manter a forma gelatinosa permanentemente e,
consequentemente, a deformação que ela gera.

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Nessa forma, sua vida útil se extingue mais rapidamente, o que pode vir a causar anemia
hemolítica (ou comum). Contudo, ao contrário da anemia comum, não há tratamento definitivo para a forma
falciforme. O gene causador desse último problema tem uma relação de co-dominância com o gene normal.
Assim, há indivíduos portadores de uma forma branda e de uma forma severa da mesma doença. Há a
presença de alguns dos sintomas clássicos da anemia, causados pela falta e ineficiência de hemácias como:
Fadiga(cansaço); Astenia(fraqueza); Palidez (principalmente nas conjuntivas e mucosas).
A única cura para a anemia falciforme é o transplante de medula óssea. São
realizadas transfusões durante exacerbações da anemia. Durante crises, deve ser administrada hidratação
intravenosa e analgesia.
Mutações Cromossómicas

Também chamadas de aberrações cromossómicas, são alterações na estrutura ou no número de


cromossomas normal da espécie, desencadeiam um conjunto de sintomas, causados pela dosagem anormal de
genes (síndroma). Podem ocorrer tanto nos autossomas como nos cromossomas sexuais. Podem provocar
anomalias e mal formações no organismo ou até a inviabilidade dele.

 Mutações Cromossómicas Estruturais

Provocam alterações na estrutura dos cromossomas, podendo ocasionar a perda de genes, a leitura
duplicada ou erros na leitura de um ou mais genes. São determinadas principalmente durante o crossingover,
seguida de uma reparação deficiente. Podem acontecer por deleção (perda de uma parte do cromossomo),
duplicação (presença de um segmento extra), inversão (um segmento do cromossomo destaca-se e solda-se na
posição invertida) ou translocação ( troca de segmentos não homólogos) de partes de cromossomas.

 Mutações Cromossómicas Numéricas

Ocorrem devido a meioses anómalas (não disjunção de cromossomas homólogos na divisão I ou não
disjunção de cromatídeos na divisão II). Provocam alterações no número típico de cromossomas da espécie
(cariótipo) e podem produzir anomalias graves e até a morte do organismo.

Nas alterações cromossómicas numéricas usa-se o sufixo Somia para indicar a alteração numérica do
respectivo cromossoma. As principais alterações são: Euploidias (quando a alteração envolve o genoma
inteiro do organismo) e Aneuploidias (quando ocorre a perda ou ganho de um ou dois cromossomos), pode
ser:
 Nulissomia (2n-2) – perda de um par de cromossomas homólogos. No homem é letal.
 Monossomia (2n-1) – ausência de um dos cromossomas homólogos num dado par.
 Polissemias – quando se verifica um aumento do número de cromossomas. Exemplo: Trissomia
(2n+1) em que se verifica a presença de mais um cromossoma num dado par.

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 Principais aneuploidias: humana

 Síndrome de turner

Os indivíduos portadores dessa síndrome apresentam monossomia do cromossomo “X”; ou seja, não
têm um dos cromossomos “X”, apresentando um cariótipo “44+X” ou “45X0”. As principais características
dos portadores dessa síndrome são: sexo feminino; ovários rudimentares, nos quais não se encontram folículos
primários; cromatina “X” negativa; estatura baixa, seios pouco desenvolvidos, vagina estreita, malformações
cardíacas e esqueléticas, retardamento mental.

 Síndrome de klinefelter

Os indivíduos portadores dessa síndrome, apresentam trissomia do cromossomo sexual; ou seja,


apresentam um cromossomo sexual a mais, apresentando um cariótipo “44A+XXY”.
As principais características dos portadores dessa síndrome são: sexo masculino; pênis e testículos reduzidos;
cromatina “X” positiva; estatura geralmente anormal; ginecomastia (seios desenvolvidos); o corpo ganha
contornos femininos; escassez de pêlos pubianos; deficiência mental.

 Síndrome de patau

Os indivíduos portadores dessa síndrome apresentam trissomia do par de cromossomos “13”, ou seja,
possuem um autossomo a mais, apresentando o cariótipo 45+XX = 47 cromossomos ou 45+XY = 47
cromossomos. As principais características do portador são: lábios leporinos; platirrinia acentuada;
deformidade de flexão dos dedos; microcefalia; pescoço curto; polidactilia e anomalias renais; retardamento
mental; morrem em alguns meses.

 Síndrome de edwards

Os indivíduos portadores dessa síndrome apresentam trissomia do par de cromossomos “18”, ou seja,
possuem um autossomo a mais, apresentando o cariótipo “45+XX” ou “45+XY”.
As principais características do portador são: osso occipital saliente; palato ogival; orelhas malformadas, com
implantação baixa; peso baixo; pescoço curto; cardiopatias; calcanhares proeminentes; retardamento mental;
sobrevivem apenas alguns meses.

 Síndrome de down (mongolismo)

Os indivíduos portadores dessa síndrome apresentam trissomia do par de cromossomos “21”, ou seja,
apresentam um autossomo a mais. Os portadores podem ser do sexo masculino, apresentando o cariótipo
“45+xy”ou do sexo feminino, cariótipo “45+XX. A síndrome de Down se caracteriza pelos seguintes
sintomas: língua com fissura; prega pálpebras; inflamação das pálpebras; uma única prega no dedo mínimo,
prega transversal contínua na palma da mão; retardamento mental; freqüentemente nascem com defeitos
cardíacos.

 Síndroma da supermasculinidade (XYY)

A síndrome XYY ou síndrome de Jacobs é uma aneuploidia dos cromossomas sexuais, onde um
humano do sexo masculino recebe um cromossoma Y extra em cada célula, ficando assim com um cariótipo
47,XYY. A síndrome XYY também é designada como trissomia XYY, aneuploidia 47, XYY ou síndrome do
super-macho. A maioria dos Homens com XYY são fenotipicamente normais com crescimento ligeiramente
acelerado na Infância.

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Algumas doenças observadas em pacientes com 47, xyy são: leucemia, , criptorquidia e hipospádias.
Acredita-se que seja a não-disjunção (separação) paterna na meiose II, produzindo espermatozóides YY. O
cromossomo Y transporta relativamente poucos genes, por esse motivo essa síndrome não apresenta tantas
anomalias físicas, pode apresentar as seguintes características: altura média de 1,80 m; grande número de acne
facial durante a adolescência; baixo libído; anomalias nas genitálias; distúrbios motores e na fala; taxa de
testosterona aumentada, o que pode ser um fator contribuinte para a inclinação anti-social e aumento de
agressividade; imaturidade no desenvolvimento emocional e menor inteligência verbal, fatos que podem
dificultar seu relacionamento interpessoal; crescimento ligeiramente acelerado na infância; Q.I podendo sofrer
variação pequena de 10-15 pra mais ou menos; problemas no aprendizado e na leitura; volume cerebral
reduzido; dentes grandes; mãos e pés mais compridos e psicopatologia.

5.6. CÓDIGO GENÉTICO

O código genético é uma linguagem baseada em 4 "letras“. As 4 bases dos nucleotídeos formam
"palavras" de 3 letras = códons. Os códons, dependendo da maneira como são agrupados, formam "sentenças"
= proteínas. Um códon é uma sequência de 3 nucleotídios que corresponde a um aminoácido.
Um gene inclui uma série de códons que são lidos sequencialmente a partir de um ponto de iniciação. A
leitura termina num ponto específico.

Código genético

2ª BASE
U C A G
U
UUU Fenilalanina UCU Serina UAU Tirosina UGU Cisteína
C
UUC Fenilalanina UCC Serina UAC Tirosina UGC Cisteína
U A
UUA Leucina UCA Serina UAA (Stop) UGA (Stop)
G
UUG Leucina UCG Serina UAG (Stop) UGG Triptofano

CUU Leucina CCU Prolina CAU Histidina CGU Arginina U


1 a CUC Leucina CCC Prolina CAC Histidina CGC Arginina C
C 3ª
CUA Leucina CCA Prolina CAA Glutamina CGA Arginina A
CUG Leucina CCG Prolina CAG Glutamina CGG Arginina G B
B A
A AUU Isoleucina U S
S ACU Treonina AAU Asparagina AGU Serina
AUC Isoleucina C E
E ACC Treonina AAC Asparagina AGC Serina
A AUA Isoleucina A
ACA Treonina AAA Lisina AGA Arginina
AUG Metionina, G
ACG Treonina AAG Lisina AGG Arginina
Start
GUU Valina GCU Alanina GAU Ác aspártico GGU Glicina U
GUC Valina GCC Alanina GAC Ác aspártico GGC Glicina C
G
GUA Valina GCA Alanina GAA Ác glutâmico GGA Glicina A
GUG Valina GCG Alanina GAG Ác glutâmico GGG Glicina G
Start- Códão de iniciação
Stop- Códão de terminação

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CAPÍTULO

6
Microbiologia

“A persistência é o caminho do êxito”.

Charles Chaplin
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capÍtulo VI – MICROBIOLOGIA
Mikros (“pequeno”),
Bios (“vida”)
Logos (“ciência”)

É o estudo dos organismos microscópicos e de suas atividades. Preocupa-se com a forma, a estrutura, a
reprodução, a fisiologia, o metabolismo e a identificação dos microrganismos. Assim a microbiologia envolve
o estudo de organismos procariotos (bactérias, archaeas), eucariotos inferiores (algas, protozoários,
fungos).

Os microrganismos ou micróbios foram descritos pela primeira vez pelo microscopista holandês Anton
van Leeuwenhoek no período compreendido entre 1670 a 1680. No entanto, permaneceram na obscuridade ou
como meras curiosidades até meados do século XIX, quando Louis Pasteur, considerado o Pai da
Microbiologia, e Robert Koch através de experimentos elegantes e clássicos deram à microbiologia a
importância devida, fundando-a como ciência e disciplina. As contribuições de Pasteur vão desde a
distribuição dos microrganismos no ambiente, os meios para controlá-los, a refutação da teoria da geração
espontânea, o desenvolvimento das teorias microbianas das fermentações e doenças, ao desenvolvimento de
vacinas efetivas para controle de doenças animais e a raiva humana. Também, essas contribuições deram o
impulso inicial para que pesquisadores como Lister, desenvolvessem as práticas da cirurgia anti-séptica, a
quimioterapia por Ehrlich, e o desenvolvimento da Imunologia (Metchnikoff e Ehrlich) e da virologia.

Existem dois grupos de procarióticos: as Archaea e as Bactérias. Estes grupos não são tão
intimamente relacionados entre si do que quando comparados aos eucarióticos ou Eucarya.

Um dos aspectos mais interessantes e diversificados dos microrganismos é a sua capacidade de gerar
energia durante a realização de seu metabolismo; esta capacidade reflete a variedade de reações químicas
realizadas pelos microrganismos na transformação das moléculas e elementos químicos para sintetizar
compostos e acoplar reações que permitem a construção das estruturas celulares. No entanto, as
transformações químicas realizadas pelas células microbianas são catalisadas por moléculas protéicas
chamadas de enzimas. Para o devido funcionamento dessas moléculas é necessário uma estrutura específica a
qual é determinada pela informação genética contida nos genes.

Os microrganismos vivem em habitat naturais, nos quais seu crescimento é afetado pelas interações
com populações de outros microrganismos que compõem a microbiota, como também pelas características
físicas e químicas do ambiente. Para compreender as interações ecológicas das comunidades microbianas é
importante conhecer o papel dos microrganismos na natureza. Isto não é tarefa fácil. Por esse motivo, a
maioria do conhecimento sobre os microrganismos provém do estudo das culturas puras.

Algumas espécies de microrganismos exercem efeitos nefastos ao homem e outros animais causando
as doenças, conhecidas como doenças infecciosas, toxinoses e toxinfecciosas. Muito embora o sucesso da
ciência microbiológica seja evidenciado nos países desenvolvidos através do controle das doenças infecciosas
fatais como a Cólera, Tétano, a Peste Negra (Bulbônica), a Difteria, Poliomielite, Botulismo, Raiva, dentre
outras, o mesmo não acontece nos países menos desenvolvidos onde essas doenças grassam e são, ainda,
importante causa de morte.

Apesar desse aspecto deplorável, a maioria dos microrganismos exerce efeitos benéficos importantes
em nossa sociedade.

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A microbiologia aplicada estuda o controle e o uso dos microrganismos de maneira benéfica


(processos industriais, controle de pragas e de doenças, produção de alimentos, etc.).

Na área industrial, os microrganismos são utilizados na síntese de substâncias químicas como ácido
cítrico, antibióticos mais complexos e enzimas.

Na área ambiental, os microrganismos são usados como agentes de biodegradação e de limpeza


ambiental, no controle de pragas, etc.

A microbiologia médica trata dos microrganismos causadores de doenças e da prevenção e controle


das mesmas.

A microbiologia dos alimentos está relacionada com doenças transmitidas por alimentos, controle de
qualidade e produção de alimentos (queijos, bebidas, pães, etc.).

6.1. CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE MICRORGANISMOS

Os microrganismos procariontes compreendem as bactérias, que se dividem em eubactérias e


arqueobactérias, e os microrganismos eucariontes, que compreendem os protozoários e alguns fungos.

Microrganismos Principais características


1. Vírus Acelulares; menores e mais simples, em estrutura que as bactérias; contém geralmente
apenas um tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA), protegido por uma capa protéica.
2. Bactérias São procariontes; não possuem membrana nuclear e estruturas membranosas
intracelulares organizadas; são divididas em dois grupos: Eubactérias e Arqueobactérias
a) Eubactérias Apresentam várias formas (esférica, bastonete e espirilo), aparecem isoladas ou em
formas de colônias; são unicelulares e algumas apresentam flagelos
b) Arqueobactérias São semelhantes às eubactérias, mas apresentam diferenças importantes quanto a sua
composição química, habitam ambientes extremos como os de altas concentrações
salinas, os de acidez e os de temperatura.
3. Protozoários São eucariontes; unicelulares, não apresentam parede celular rígida, não contém
clorofila; alimentam-se por ingestão; alguns movem-se por meio de flagelos ou cílios e
são amplamente distribuídos na natureza.
4. Fungos São eucariontes; com parede celular rígida; uni ou pluricelulares; desprovidos de
clorofila; alimentam-se por absorção. São conhecidos como bolores, leveduras e
cogumelos
a) Bolores São fungos multicelulares e produzem estruturas filamentosas (hifas e micélios).
b) Leveduras São fungos unicelulares e apresentam formas variadas (esférica a ovóide; elipsóide a
filamentosos).

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6.2. BACTÉRIAS

As bactérias são organismos unicelulares. Podem ser encontrados de forma isolada ou em colônias; são
constituídos por uma célula (unicelulares), não possuem núcleo celular definido (procariontes) e não possuem
organelas membranosas.

Morfologia

As bactérias são variáveis quanto ao tamanho e quanto às formas que apresentam. Embora existam milhares
de espécies bacterianas, elas podem ser agrupadas em três tipos morfológicos gerais: cocos, bacilos e
espiralados.

a) Formas de cocos (esféricas) – é o grupo de bactérias mais homogêneo em relação ao tamanho. Os


cocos tomam denominações diferentes de acordo com o seu arranjo.
 Micrococos – cocos.
 Diplococos – cocos agrupados aos pares.
 Tétrades – agrupamentos de quatro cocos.
 Sarcina – agrupamentos de oito cocos em forma cúbica.
 Estreptococos – cocos agrupados em cadeias.
 Estafilococos – cocos agrupados em grupos irregulares, lembrando cachos de uva.

b) Forma de bastonete – são células cilíndricas em forma de bastonete; apresentam grande variação na
forma e no tamanho entre gêneros e espécies .

c) Formas espiraladas – caracterizadas por células em espiral; dividem-se em:


 Espirilos – possuem corpo rígido e movem-se à custa de flagelos externos.
 Espiroquetas – são flexíveis e locomovem-se geralmente por contrações
do citoplasma, podendo dar várias voltas completas em torno do próprio
eixo.

Tamanho bacteriano: a unidade de medida das bactérias é o mm (micrômetro) que equivale a 103 mm.
Muitas bactérias medem de 2 a 6 mm de comprimento e 1 a 2 mm de largura. Tamanho variável: 0,1 – 0,2 m
→ 5,0 mm

Reprodução bacteriana: As bactérias geralmente reproduzem-se assexuadamente por fissão binária


ou cissiparidade. Nesse processo reprodutivo ocorre à replicação do cromossomo e uma única célula divide-se
em duas; em seguida ocorre a divisão do cromossomo bacteriano replicado e o desenvolvimento de uma
parede celular transversal. A fissão binária não é o único método reprodutivo assexuado entre as bactérias.
Também pode ocorrer esporulação e brotamento.

Nutrição das bactérias: Do ponto de vista nutricional, as bactérias podem ser divididas em classes
fisiológicas dependendo da forma de obtenção de fontes de energia e carbono para a realização de suas
atividades vitais:
a) Fototróficos – são organismos que utilizam a energia radiante (luz) como fonte. Bactérias
autótrofas: fotossintetizantes e quimiossintetizantes.
b) Quimiotróficos – são organismos incapazes de utilizar a energia radiante; dependem da
oxidação de compostos químicos para a obtenção de energia. Bactérias heterótrofas:
quimiossintetizantes.

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6.3. FUNGOS

Os fungos são organismos eucariontes, aclorofilados, heterotróficos e absorve componentes orgânicos


como fonte de energia. São aeróbicos em sua grande maioria, mas alguns são anaeróbicos estritos e
facultativos. Podem ser uni ou multicelulares e reproduzem-se sexuada ou assexuadamente. Possuem parede
celular rígida que pode ser composta de celulose, glicanas, quitina e membrana celular com esteróis presentes.
Seu principal material de reserva é o glicogênio.

Os fungos estudados em microbiologia compreendem as leveduras e os bolores. As leveduras são


unicelulares, não-filamentosas, apresentam em média de 1 a 5 μm de diâmetro e de 5 a 30 μm de
comprimento. Elas são geralmente ovais, podendo apresentar morfologia alongada ou esférica. As leveduras
não possuem flagelos, são imóveis.

Os bolores são organismos pluricelulares, que se apresentam filamentosos ao microscópio óptico a


fresco com baixa ampliação. Ao exame macroscópico apresentam crescimento característico com aspecto
aveludado ou cotonoso (algodão) ou como borra de café (Aspergillus niger).

6.4. LEVEDURAS

São fungos da classe dos ascomicetos, os quais pertencem ao filo Ascomycota. Este filo caracteriza-se
por possuir fungos nos quais a produção de esporos ocorre em esporângios específicos, denominados de ascos.

Características: São microrganismos eucariontes, unicelulares, desenvolvem-se na fermentação


alcoólica. Apresentam membrana celular bem definida, pouco espessa em células jovens, e rígidas em células
adultas. As leveduras não formam filamentos, são imóveis, quimio-heterotróficos e aeróbios facultativos
(metabolismos oxidativo e fermentativo). Reproduzem-se assexuada e sexuadamente. Não são capazes de
utilizar amido e celulose como fonte de carbono.

Tamanho das células das leveduras: O tamanho das células de leveduras é variado, mas, numa
cultura jovem, os tamanhos das células podem ser bem uniformes em algumas espécies ou extremamente
heterogêneos em outras.

Importância: Nas indústrias, as leveduras apresentam os seguintes pontos de interesse: são utilizadas
na produção do álcool industrial e de todas as bebidas alcoólicas destiladas ou não; são prejudiciais à
conservação de frutos e de sucos vegetais, pois são agentes de fermentação; algumas espécies são patogênicas
às plantas, animais e ao homem.

6.5. VÍRUS

Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados basicamente por
uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA,
RNA ou os dois juntos (citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído venenoso
ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus biológicos, além de designar, metaforicamente,
qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária, como ideias. A palavra vírion ou víron é usada para se
referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira. Das 1.739.600 espécies de seres vivos
conhecidos, os vírus representam 3.600 espécies.

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Vírus é uma partícula basicamente proteica que


pode infectar organismos vivos. Vírus são parasitas
obrigatórios do interior celular e isso significa que
eles somente se reproduzem pela invasão e
possessão do controle da maquinaria de auto-
reprodução celular. O termo vírus geralmente refere-
se às partículas que infectam eucariontes
(organismos cujas células têm carioteca), enquanto o
termo bacteriófago ou fago é utilizado para
descrever aqueles que infectam procariontes
(domínios bacteria e archaea).

Tipicamente, estas partículas carregam uma pequena


quantidade de ácido nucleico (seja DNA ou RNA,
ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica
Ilustração do vírus HIV mostrando as denominada capsídeo. As proteínas que compõe o
proteínas do capsídeo responsáveis pela capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O
aderencia na célula hospedeira. capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são
denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são
formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros no
entanto, possuem um envoltório ou envelope externo
ao nucleocapsídeo. Esses vírus são denominados
vírus encapsulados ou envelopados.

O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana plasmática


da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais, específicas para cada tipo de vírus, imersas nas
camadas de lipídios.

São as moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá infectar.
Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é bastante restrito. Existem vírus que infectam
apenas bactérias, denominadas bacteriófagos, os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que
infectam as plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de plantas e vírus de
animais.

Os vírus não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação. Alguns
vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase reversa que faz com que o processo
de Transcrição reversa seja realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar
DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que
realizam esse processo.

A falta de hialoplasma e ribossomos impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para
executar o seu ciclo de vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente
precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras substâncias, efetuará a síntese das
proteínas dos vírus e, simultaneamente, permitirá que ocorra a multiplicação do material genético viral.

Em muitos casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar a sua
degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre na célula: muitas vezes ele adere à
parede da célula e "injeta" o seu material genético ou então entra na célula por englobamento - por um
processo que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no seu interior.

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6.6. PROTOZOÁRIO

Protozoários ou Protozoa (do latim proto "primeiro" e zoon "animal") são microorganismos
eucarióticos geralmente unicelulares e heterotróficos (não possui a capacidade de produzir seu próprio
alimento, e por isso se alimenta de seres vivos). Sua classificação inclui diversos seres semelhantes que não
possuem relação evolutiva, sendo assim um grupo polifilético (grupo que não inclui o ancestral comum de
todos os indivíduos) que une diferentes tipos de organismos microscópicos que não se encaixam no reino
Metazoa.

Segundo Brusca & Brusca, protozoários são os seres eucariontes que não apresentam nível de
organização tecidual como as plantas e os animais e não passam pelo processo de formação dos folhetos
embrionários que ocorre nesses grupos. Fazem parte do reino Protista, junto com as algas unicelulares
crisófitas, euglenófitas e pirrófitas de acordo com suas semelhanças mais evidentes.

Os protozoários são classicamente divididos em quatro grupos de acordo com o seu meio de
locomoção. Os ciliados se locomovem na água através do batimento de cílios numerosos e curtos e aparece
geralmente em água doce e salgada, e onde existe matéria vegetal em decomposição. Eles executam também
outro tipo de reprodução, chamado de conjugação (sexuada), onde uma célula transmite material genético para
outra célula, ocasionando uma variabilidade genética, o que é essencial para qualquer tipo de ser vivo. Depois
da conjugação, as células realizam a reprodução assexuada. Os flagelados utilizam o movimento de um único
e longo flagelo, são de vida livre e muitos deles são parasitas de seres humanos. Os rizópodos utilizam
pseudópodos ("falsos pés"), moldando a forma do seu próprio corpo para se locomover; é o grupo onde é
encontrada a Ameba, que usa muitos pseudópodes para locomoção. A ameba é um ótimo exemplo de
protozoário, obtendo seu alimento através do processo chamado fagocitose, e digerindo-o em seus vacúolos
digestivos.

Habitat: A maioria dos protozoários são de vida livre e aquática podendo ser encontrados na água
doce, salobra ou água salgada, levam vida livre também em lugares úmidos rastejando pelo solo ou sobre
matéria orgânica em decomposição ou agem como parasitas de diversos organismos, podendo gerar doenças
conhecidas por protozooses.

A reprodução dos protozoários geralmente é assexual acontecendo por divisão múltipla onde o micro-
organismo apenas se divide em cópias dele mesmo.

Características gerais

 Nutrição: Os autótrofos fazem fotossíntese e se alimentam como se fossem plantas, outros


são heterótrofos e se alimentam comendo diversos alimentos principalmente matéria
orgânica em decomposição, folhas mortas, animais mortos, fezes etc.

 Ecologia: Os protozoários servem como indicadores da qualidade do ambiente, sendo que


em águas poluídas por resíduos industriais normalmente não aparecem muitos protozoários
enquanto que em águas e solos onde exista matéria orgânica em decomposição eles aparecem
em abundância fazendo a decomposição de fezes e qualquer matéria orgânica morta e com
isso colaborando com a limpeza do meio ambiente, a presença de muitos protozoários indica
que aquele ambiente está ecologicamente saudável.

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Prova de Genetica & Microbiologia (Capitulo V e VI)

Data: ______⁄_______⁄_____
Hora: ______h _____ min

Estudo dirigido

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CAPÍTULO 2

7
Ecologia

“Na natureza nada se perde, nada se cria,tudo se transforma”.

Antoine Lavoisier

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capÍtulo VII – ECOLOGIA
Oikos (casa)
Logos (estudo)

Ecologia é o estudo das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. O termo ecologia
apareceu pela primeira vez em 1866e é atribuído ao naturalista alemão Ernest Haeckel. Cada ser vivo retira,
continuadamente, substâncias do meio físico, eliminam outras e também dissipa energia, além de estabelecer
múltiplas relações com outros seres vivos.

7.1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

 Espécie: é um conjunto de seres vivos que apresentam as mesmas características morfológicas,


fisiológicas e comportamentais e que podem cruzar-se entre si, produzindo descendentes férteis;
 População: é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um
determinado período;
 Comunidade ou biocenose: é o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma
região num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago, dos campos, dos
oceanos, entre outros;
 Ecossistema ou sistema ecológico: é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o biótopo
(formado por fatores abióticos como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes
bióticos - seres vivos) que com o meio se relaciona;
 Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das piranhas é a água
doce, como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal;
 Ecótono: é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas;
 Bioma: é um conjunto diversificado de ecossistemas, são as grandes subdivisões do planeta Terra
(conjuntos das águas salgadas, das águas doces e terrestre);
 Biosfera: conjunto dos biomas forma a biosfera. O termo biosfera refere-se a toda parte do planeta
habitada por seres vivos, ou seja que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos, mares e oceanos e parte
da atmosfera;
 Habitat: É o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "endereço" dentro do
ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas
savanas africanas, entre outros.
 NICHO ECOLÓGICO - é o papel que o organismo desempenha no ecossistema, isto é, a "PROFISSÃO"
do organismo no ecossistema. O nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento,
como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se
alimenta de sangue), o leão atua como predador devorando grandes herbívoros, como zebras.

7.2. ECOSSISTEMAS

Ecossistema é definido pela inter-relação entre os componentes abióticos (solo, água, ar, luz e
nutrientes) e os componentes bióticos (seres vivos). Dentro dos limites de um ecossistema, a energia solar terá
um papel fundamental na produção de alimento.

Essa energia segue um fluxo unidirecional, passando por diversos níveis de seres vivos — é o fluxo de
energia e de matéria. As substâncias inorgânicas são reaproveitadas em processos complexos que envolvem
decompositores, processos químicos e geológicos — os ciclos biogeoquímicos.
Os componentes bióticos que fazem parte de um ecossistema pertencem a uma dessas três categorias:
produtores, consumidores e decompositores.

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Produtores – Também chamados de seres autotróficos, são aqueles que conseguem fabricar seus próprios
alimentos. A partir da matéria inorgânica simples, fabricam compostos orgânicos. Dependendo da fonte de
energia utilizada pelos organismos, os produtores podem ser de dois tipos: os quimiossintetizantes e os
fotossintezantes.

Os quimiossintetizantes retiram a energia de que necessitam das reações de oxidações que ocorrem
com a matéria inorgânica. Como exemplo, temos as bactérias, denominadas nitrobactérias, porque oxidam
compostos que possuem nitrogênio. Os fotossintetizantes retiram a energia de que necessitam da luz solar.
São os vegetais verdes os grandes responsáveis pela totalidade da produção de matéria orgânica na
natureza. Nos ecossistemas terrestres há um predomínio dos angiospermas, e nos ecossistemas aquáticos
predominam as algas.

Consumidores – Também chamados de heterotróficos, são os seres incapazes de produzir seus próprios
alimentos. Em decorrência disso, alimentam-se de produtores ou de outros consumidores. Os
consumidores são classificados em: primários, secundários, terciários e assim por diante.

 O consumidor primário, ou de 1ª ordem, é o que se alimenta diretamente dos produtores. É o caso


de animais herbívoros, como o coelho, a vaca, o cavalo etc.
 Os consumidores secundários, ou de 2ª ordem, é o que se alimentam dos herbívoros ou
consumidores de 1ª ordem. São animais carnívoros, como a coruja, a cobra etc. Os de 3ª ordem,
ou terciários, são aqueles que se alimentam dos secundários ou de 2ª ordem, como o tigre, a onça,
o falcão. Existem também os seres onívoros, que possuem alimentação mista, ingerindo alimentos
tanto de origem animal como vegetal.

Decompositores – São organismos que se alimentam da matéria morta. Geralmente são microrganismos
(bactérias e fungos). São capazes de degradar a matéria orgânica morta, transformando-a em compostos
inorgânicos.

O Sol é a principal fonte de energia que alimenta a Terra. Por meio dos seres fotossintetizantes, essa
energia é transformada em energia química e armazenada nos alimentos orgânicos. O alimento orgânico é a
matéria-prima para os seres vivos realizarem suas funções vitais. O processo que permitirá os seres vivos
liberarem a energia contida nos alimentos é a respiração. Pela respiração, e em presença do oxigênio, a
molécula orgânica é degradada em água e gás carbônico, liberando energia. A respiração é realizada tanto
pelos produtores como pelos consumidores.

7.3. OS FATORES LIMITANTES DO ECOSSISTEMA

 Luz: é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao


desenvolvimento das plantas. Praticamente todos os animais necessitam de luz para sobreviver.
 Temperatura: Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que
confere a este fator uma grande importância. Alguns seres têm grande amplitude térmica de
existência - seres euritérmicos - enquanto outros só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura
- seres estenotérmicos.
 Água: É fator limitante de extrema importância para a sobrevivência de uma comunidade. Além de
seu envolvimento nas atividades celulares, não podemos nos esquecer da sua importância na
fisiologia vegetal (transpiração e condução das seivas).
 Disponibilidade de Nutrientes: É outro fator limitante que merece ser considerado, notadamente
em ambientes marinhos.

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7.4. CADEIAS E TEIA ALIMENTARES

Cadeias alimentares são sistemas de transformação de energia dos produtores aos consumidores,
através de elos de ligação em que um serve de alimento para o outro. Nas cadeias alimentares estabelecem-se
diversos níveis tróficos ou alimentares. Normalmente reconhecem-se quatro níveis tróficos: primário,
secundário, terciário e quaternário.

 O nível primário é sempre representado pelos produtores;


 O nível secundário é representado pelos consumidores primários ou de 1ª ordem;
 O nível terciário é representado pelos consumidores secundários ou de 2ª ordem;
 O nível quaternário é representado pelos consumidores terciários ou de 3ª ordem.

O último nível é sempre representado pelos decompositores. Nas cadeias alimentares, quando a energia
passa de um nível trófico para outro, ocorre perda de energia na forma de calor. Podemos dizer que, quanto
mais curta for a cadeia alimentar, maior será a energia disponível.

7.4.1. Teia Alimentar

É o conjunto de cadeias alimentares de uma comunidade. A cadeia alimentar é geralmente linear,


mostra apenas um caminho seguido pela matéria e energia; já nas teias alimentares ocorrem inúmeras relações
entre os componentes de uma comunidade.

Os seres vivos de um ecossistema podem ser organizados de acordo com as relações alimentares
existentes entre eles. Essas relações costuma ser representadas por meio de diagramas denominados teias
alimentares, ou redes alimentares.
Em função do tipo de alimento que consomem, os seres heterotroficos podem ser classificados em:
 Carnívoros: Alimentam-se de carne;
 Herbívoros: Alimentam-se de vegetais;
 Onívoros: Alimentam-se de de carne e tambem de vegetais;
 Hematófagos: Alimentam-se de sangue de outros animais;
 Ictiófagos: alimentam-se de peixe;
 Insetívoros: Alimentam-se de insectos;
 Apróvoros: Alimentam-se de matérial em decomposição.

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7.5. PIRÂMIDES ECOLÓGICAS

Para identificar um determinado ecossistema, é de fundamental importância reconhecer a teia


alimentar, a transferência de matéria e de energia que ocorre no ecossistema. Todos esses processos podem ser
representados de forma quantitativa por pirâmides ecológicas, pois em cada nível trófico ocorre perda de
energia e de matéria, e o gráfico representado acaba por adquirir a forma de uma pirâmide.

Pirâmide de energia

Sabemos que a transferência de energia ao longo da


cadeia alimentar não é um processo cíclico, o fluxo de
energia é decrescente ao longo da cadeia. Quanto mais longe
um nível trófico estiver do nível dos produtores, menor será a
quantidade de energia recebida. Uma pirâmide de energia
nunca será invertida, pois um nível trófico terá
necessariamente maior quantidade de energia do que o nível
trófico seguinte.

Pirâmide de número

Representa o número de indivíduos presente em cada nível


trófico. Por exemplo: um milhão de plantas (produtores)
serão necessárias para alimentar 300 mil consumidores
primários, que servirão de alimento para 100 mil
consumidores secundários, que servirão de alimento para
mil consumidores terciários. A pirâmide de número pode
apresentar o ápice para cima quando o número de
produtores for muito grande em relação ao de
consumidores.

Mas, em uma floresta, um número pequeno de árvores pode servir de alimento para um número maior
de insetos, que por sua vez servirão de alimento para um número maior de protozoários parasitas; neste caso, a
pirâmide será invertida.

Pirâmide de biomassa

Denominamos biomassa a soma das massas de todos


os indivíduos que compõem um determinado nível
trófico. Apenas uma pequena parcela da massa
adquirida por meio dos alimentos é transformada em
matéria viva. A grande parcela serve como fonte de
energia e é eliminada para o meio ambiente na forma
de resíduos respiratórios (CO2, H2O) e excreção
(uréia).

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7.6. CICLOS BIOGEOQUÍMICOS

A vida na Terra se desenvolve por constante reciclagem de nutrientes. Os mesmos elementos químicos
circulam nas cadeias biogeoquímicas, e estão presentes ora nos seres vivos, ora no meio externo. Nos ciclos
biogeoquímicos, os seres decompositores — bactérias e fungos — desempenham um papel primordial. Com a
morte do organismo, a matéria é decomposta por eles, e os elementos químicos resultantes são novamente
colocados à disposição do ambiente e de outros seres vivos. Na biosfera, ocorrem vários ciclos
biogeoquímicos. Estudaremos os principais.

CICLO DA ÁGUA
A água é o composto inorgânico mais abundante, tanto na constituição dos seres vivos como no ambiente. O
ciclo da água pode ser dividido em ciclo curto e ciclo longo. No ciclo curto as águas contidas nos mares, rios,
lagos, a que se encontra misturada com o solo, é aquecida pelo calor do sol, evapora-se do ambiente e se
condensa em forma de nuvens na atmosfera, devido ao resfriamento em maiores altitudes.

Depois, ocorre a precipitação na forma


líquida, como chuva ou neblina, ou na
forma sólida, como neve ou granizo,
voltando novamente à terra.

No ciclo longo, participam os seres


vivos. As plantas absorvem água do
solo, que é fundamental para a
realização da fotossíntese.
Posteriormente a água é liberada pelo
processo da respiração e transpiração
das plantas. Em função desses
processos, as florestas tropicais densas
estão sempre
úmidas, contribuindo para manutenção
do clima da Terra.

CICLO DO CARBONO

Pelo processo da fotossíntese o


CO2 é fixado e transformado em
matéria orgânica pelos produtores.
Os consumidores adquirem
carbono ingerindo a matéria
orgânica. Tanto os animais como
os vegetais perdem carbono pela
respiração. O carbono que fica
retido na biomassa retorna à terra
pelos excrementos e cadáveres dos
animais e restos dos vegetais, que
serão decompostos em elementos
químicos pela ação dos
decompositores.

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O ser humano interfere no ciclo do carbono na medida em que remove cobertura vegetal, por
derrubada ou queimada de florestas, polui os mares com derramamento de petróleo, impedindo que a luz
penetre na água e, em conseqüência da não realização da fotossíntese pelos vegetais aquáticos, o que
desequilibra toda cadeia alimentar do ambiente.

CICLO DO OXIGÊNIO

O oxigênio surgiu na Terra pela ação da fotossíntese, e cerca de 21% da atmosfera terrestre são
constituídos de oxigênio (O2) livre; o oxigênio encontra-se também dissolvido na água, mas em percentual
menor.
O oxigênio é utilizado nas atividades respiratórias de todos os animais e vegetais. É um gás
comburente, alimenta as combustões. Forma a camada de ozônio (O3) que protege a Terra contra a ação dos
raios ultravioleta. Pela ação dos seres fotossintetizantes, o oxigénio volta à atmosfera; principalmente pela
ação do fitoplâncton.

CICLO DO NITROGÊNIO (N2)

Por fazer parte das moléculas dos ácidos nucléicos, das proteínas, da clorofila e de alguns outros
compostos, o nitrogênio (N2) é de fundamental importância para a vida na Terra. O nitrogênio é encontrado
na forma N2 (gás nitrogênio) e representa 78% de todo o ar atmosférico. São raros os seres vivos que
aproveitam o nitrogênio diretamente da atmosfera. Alguns microrganismos conhecidos como fixadores de
nitrogénio possuem a capacidade de fixar o nitrogênio em suas moléculas orgânicas.

Fixação do nitrogênio, nitrificação e denitrificação


As bactérias dos gêneros Rhizobium e Azotobacter, as cianobactérias (algas azuis) do gênero Nostoc
são grandes fixadores de nitrogênio tanto do ar como da água. Esses microrganismos, quando morrem,
liberam nitrogênio na forma de amônia (NH3) para o solo. A amónia é aproveitada por outras bactérias do
solo, sendo transformada em nitratos (NO3-) — nitrificação, que pode ser utilizada pelas plantas. As bactérias
do gênero Rhizobium vivem em nódulos presentes nas raízes de algumas leguminosas, como o feijão, a soja, a
ervilha etc têm a capacidade de reter o nitrogênio, transformando-o em nitratos e recebendo açúcares da
planta; é um caso de simbiose ou mutualismo.

As plantas aproveitam o nitrogênio na


forma de nitratos, e estes passam a
fazer parte das moléculas orgânicas.
Os animais, alimentando-se dos
vegetais, adquirem os nitratos. Na
cadeia alimentar, as proteínas e os
ácidos
nucléicos acabam por ser degradados,
produzindo resíduos nitrogenados, tais
como: amônia, uréia e ácido úrico, que
são eliminados pela excreção dos
animais. Os resíduos nitrogenados
também voltam ao solo quando
morrem animais e vegetais; a amônia,
voltando ao solo, pode passar
novamente pelo processo de
nitrificação.

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ECOLOGIA
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7.7. POLUIÇÃO

A poluição pode ser definida como uma atividade que degrada o meio ambiente, afetando as
características físicas e/ou químicas de determinado ecossistema. O termo “poluição” refere-se à degradação
do ambiente por um ou mais fatores prejudiciais. Ela pode ser causada pela liberação de matéria e também de
energia (luz, calor, som): os chamados poluentes. Poluição sonora, térmica, atmosférica, por elementos
radioativos, por substâncias não biodegradáveis, por derramamento de petróleo e por eutrofização são alguns
exemplos.Consequências da poluição: problemas neuropsíquicos e surdez; alterações drásticas nas taxas de
natalidade e mortalidade de populações, gerando impactos na cadeia trófica;morte de rios e lagos; efeito
estufa; morte por asfixia; destruição da camada de ozônio; propagação de doenças infecciosas, entre inúmeras
outras.

7.8. RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIIVOS

Intra-especificas, quando as relações são entre mesma espécie ou inter-especificas, quando ocorrem
entre espécies.

Harmônicas são aquelas onde não há prejuízo para nenhum dos indivíduos associados ou
desarmônicas, em que pelo menos uma das espécies é prejudicada.

A) Relações Intra-especificas Harmônicas

 Colônias – são constituídas de organismos de mesma espécie que se mantém unidos entre si,
formando uma unidade estrutural funcional.
 Sociedade – união permanente entre indivíduos de uma mesma espécie, em que há divisão de
trabalho.

B) Relações Intra-especifica Desarmônica

 Competição – disputa entre organismo de mesma espécie por recurso do meio que não existe em
quantidade suficiente para todos.
 Canibalismo – relação desarmônica em que um indivíduo mata outro da mesma espécie para se
alimentar.

C) Relações Inter-especificas Harmônicas

 Mutualismo – associação obrigatória entre indivíduos de espécies diferentes, em que ambos se


beneficiam.
 Protocooperação – associação facultativa entre indivíduos de espécies diferentes, em que
ambos se beneficiam.
 Inquilinismo – associação entre dois indivíduos de espécies diferentes, em que um deles se
fixa ou se abriga no outro, benefeciando-se sem prejudicar o outro.
 Comensalismo – associação entre indivíduos de espécies diferentes, em que um deles
aproveita restos de alimento ingerido pelo outro, beneficiando-se sem prejudicar o outro.

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ECOLOGIA
Prof: Eury Ambris

D) Relações Inter-especificas Desarmônicas

 Amensalismo – relação desarmônica em que indivíduos de uma população produzem


substâncias que inibem o crescimento de outra.
 Predatismo – relação desarmônica em que um animal captura e mata individuo de outra
espécie.
 Parasitismo – relação desarmônica em que indivíduos de uma espécie vivem sobre ou no
interior do outro, retirando seu alimento.
 Competição – disputa entre indivíduos de espécies diferentes por recurso do meio que não
existe em quantidade suficiente para todos.

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Prof: Eury Ambris

CAPÍTULO

8
Botânica

“Ninguém é tão grande que não possa aprender, e nem tão pequeno que não possa eninar ”.

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Eurico G. Ambris
131
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capÍtulo VIII – Botânica
Botânica é o estudo da fisiologia, morfologia, ecologia, evolução, anatomia, classificação, doenças,
distribuição, dentre outros aspectos das plantas. Esta ciência foi reconhecida como tal em 1979, juntamente
com os cursos de Biologia.

A história desta área das ciências naturais nos remete a um passado bem longínquo: sabe-se, por
exemplo, que no ano 370 antes de Cristo, um filósofo grego chamado Teofrastus, discípulo de Aristóteles -
este que havia classificado as plantas em “com flores” e “sem flores” - escreveu um tratados: "Sobre a
História das Plantas" (Historia Plantarum)".

Todos os vegetais são organismos eucariontes, multicelulares, autótrofos fotossintetizantes, com


parede celular constituída de celulose; armazenam amido como substância de reserva.

8.1. CICLO DE VIDA DOS PRINCIPAIS GRUPOS DE PLANTAS

O Reino Plantae é um grupo monofilético (mesmo antepassado) com as características comuns como
organismos eucarióticos que fazem fotossíntese usando clorofilas e armazenam seus produtos fotossíntéticos.
Outra particularidade do grupo é possuir parede celular constituída principalmente por celulose. Desde o final
do século XIX, a divisão de grupos no reino Vegetal leva em conta aspectos reprodutivos. Os dois grandes
grupos são as criptógamas e fanerógamas:

Criptógamas: plantas sem sementes.

 Briófitas – Plantas de pequeno porte, desprovidas de vasos condutores (avasculares); o transporte


ocorre normalmente por osmose, célula a célula. Apresentam estruturas denominadas filóides,
canlóides e rizóides, que se assemelham a folhas, caules e raízes verdadeiros. Viçam em ambientes
sombrios e úmidos, e algumas espécies em água doce. Os musgos são os principais representantes das
briófitas.
 Pteridófitas – São as primeiras a apresentar um sistema de vasos condutores. São plantas vasculares.
Dotadas de um transporte de substâncias mais eficiente, adquiriram um porte maior do que as
briófitas. Apresentam raízes, caule e folhas, e as principais representantes são as samambaias e as
avencas.

Fanerógamas: plantas com sementes.

 Gimnospermas – as sementes não se encontram no interior dos frutos. São representadas pelos
pinheiros e ciprestes.
 Angiospermas – as sementes se encontram protegidas no interior do fruto. Exemplo: laranjeiras,
abacateiros e muitos outros.

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BOTÂNICA
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ECO
Briófitas:

Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são representadas pelos musgos, hepáticas e
antóceros. São vegetais de pequeno porte, criptógamas (sem sementes), avasculares (sem vasos condutores),
dependem da água para reprodução; vivem em locais úmidos e sombrios como o interior de florestas tropicais.
Algumas poucas espécies vivem em água doce.Possuem clorofila a e b e carotenóides. A parede celular é
constituída de celulose, como nos demais vegetais, e armazenam amido como substância de reserva.

Reprodução das briófitas: Para explicar como as briófitas se reproduzem, tomaremos como modelo o
musgo mimoso. Observe o esquema:
Nas briófitas, os gametófitos em
geral têm sexos separados. Em certas
épocas, os gametófitos produzem uma
pequena estrutura, geralmente na região
apical - onde terminam os filóides. Ali os
gametas são produzidos.

Os gametófitos masculinos
produzem gametas móveis, com flagelos:
os anterozóides. Já os gametófitos
femininos produzem gametas imóveis,
chamados oosferas.

Uma vez produzidos na planta


masculina, os anterozóides podem ser
levados até uma planta feminina com
pingos de água da chuva que caem e
respingam.
Na planta feminina, os anterozóides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozóide e uma
oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina. Em seguida, o
embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto é, a fase produtora de esporos
No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os esporos. Quando
maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode se desenvolver
e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada gametófito. Como você pode perceber, as briófitas
dependem da água para a reprodução, pois os anterozóides precisam dela para se deslocar e alcançar a
oosfera.

O musgo verde, clorofilado, constitui, como vimos, a fase denominada gametófito, considerada
duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a fase denominada esporófito não
tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual cresce. O esporófito é considerado uma fase
passageira porque morre logo após produzir esporos.

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BOTÂNICA
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ECO
Pteridófitas

As pteridófitas têm nas samambaias e avencas os seus principais representantes. São vegetais mais
bem adaptados à vida terrestre que as briófitas, mas dependem da água para reprodução, o que limita seu
espaço a ambientes úmidos e sombrios. Algumas espécies vivem em ambientes de água doce; outras são
epífitas (usam outra planta como suporte, sem parasitá-la).

São criptógamas (não possuem sementes) vasculares, isto é, apresentam vasos condutores de
substâncias inorgânicas (água e sais minerais) e substâncias orgânicas (açúcares). O aprimoramento no
transporte de substâncias permite melhor desenvolvimento do porte da planta, chegando a alcançar alguns
metros de altura, como o samambaiaçu (de onde se extrai o xaxim) e contribui para a adaptação ao ambiente
terrestre.
Reprodução – apresentam alternância de gerações;

Em certas épocas, na superfície inferior das folhas


da samambaias formam-se pontinhos escuros
chamados soros. O surgimento dos soros indica
que a samambaias está em época de reprodução -
em cada soro são produzidos inúmeros esporos.
Quando os esporos amadurecem, os soros se
abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada
esporo pode germinar e originar um protalo,
aquela plantinha em forma de coração mostrada no
esquema. O protalo é uma planta sexuada,
produtora de gamentas; por isso, ele representa a
fase chamada de gametófito.

O protalo da samambaias contém estruturas onde se formam anterozóides e oosferas. No interior do


protalo existe água em quantidade suficiente para que o anterozóide se desloque em meio líquido e "nade" em
direção à oosfera, fecundado-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião. O embrião, por
sua vez, se desenvolve e forma uma nova samambaias, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, a
samambaias forma sosres, iniciando novo ciclo de reprodução.

Como você pode perceber, tanto as briófitas como as pteridófitas dependem da água para a
fecundação. Mas nas briófitas, o gametófito é a fase duradoura e os esporófito, a fase passageira. Nas
pteridófitas ocorre o contrário: o gametófito é passageiro - morre após a produção de gametas e a ocorrência
da fecundação - e o esporófito é duradouro, pois se mantém vivo após a produção de esporos.

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BOTÂNICA
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ECO
Angiospermas

Grupo de vegetais representados pelas plantas frutíferas, é o grupo de maior dispersão e mais
abundante na face da Terra. São plantas vasculares, fanerógamas, e a semente encontra-se protegida dentro do
fruto. Adaptadas aos mais diversos ambientes, encontram-se em regiões tropicais, temperadas, frias e desertos.
O corpo das angiospermas são dotados de raízes, caules, folhas, flores, sementes e frutos. Independem de água
para reprodução.

Reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações, sendo o esporófito (2N) a fase mais
desenvolvida e duradoura. O gametófito (N) é extremamente reduzido, com a vida transitória e dependente do
esporófito. O gametófito representa uma pequena etapa no processo da reprodução (formação da semente).

São plantas de fundamental importância para o homem, tanto economicamente – quando utilizadas nos
mais diversos setores industriais, tais como: bebidas, têxteis, madeiras, farmacológicas, ornamentais e outras –
como na manutenção da vida e equilíbrio dos ecossistemas, como produtores das cadeias alimentares.

A flor, assim como nas gimnospermas, é o órgão responsável pela reprodução sexuada das
angiospermas. Uma flor completa apresenta as seguintes partes:
 Pedúnculo: haste que prende a flor ao caule.
 Receptáculo floral: parte dilatada do pedúnculo, onde se inserem os verticilos florais.
 Verticilo: conjunto de folhas modificadas, relacionadas à proteção de outros órgãos. Os verticilos
florais são:
o Cálice: conjunto de folhas modificadas, geralmente verdes, denominadas sépalas.
o Corola: formada por um conjunto de pétalas, geralmente coloridas, auxilia indiretamente na
reprodução, atraindo os agentes polinizadores.
o Androceu: parte masculina da flor, constituída por folhas modificadas, denominadas estames.
O estame é formado de três partes:

 Antera: porção dilatada, localizada na parte superior do estame, corresponde ao microsporângio, onde
se originam os grãos de pólen.
 Gineceu: é a parte feminina da flor. Constituída por folhas modificadas denominadas pistilos ou
carpelos. Corresponde ao megasporófilo.
O pistilo ou carpelos são constituídos por três partes:
 Estigma: porção terminal e dilatada do carpelo. Apresenta a superfície viscosa com a finalidade de
receber o grão de pólen.
 Estilete: haste de comunicaçãoentre o estigma e o ovário.
 Ovário: base dilatada do carpelo.

Assim como nos angiospermas, o grão de pólen armazena no seu interior um núcleo vegetativo e um
núcleo reprodutivo (ambos haplóides). O óvulo é o megasporângio – apresenta em seu interior a célula-mãe
do megásporo (2N). Esta sofre meiose e origina quatro células: três degeneram e apenas uma torna-se
funcional. A célula funcional cresce e seu núcleo haplóide sofre três mitoses sucessivas, originando oito
núcleos haplóides.

Normalmente a polinização ocorre pelo vento quando as flores não apresentam atrativos, tais como:
variações de cores, pétalas grandes, glândulas que produzem néctar e glândulas que exalam aromas.
Exemplos: as flores das angiospermas (pinha ou cone). Chegando ao estigma, o grão de pólen germina,
originando o tubo polínico.
Este cresce ao longo do estilete até alcançar a micropila do óvulo. Próximo ao óvulo, o núcleo
reprodutivo divide-se, originando dois núcleos espermáticos, e o núcleo vegetativo degenera. tubo polínico
que transporta os núcleos espermáticos (gametas masculinos) é o gametófito masculino.

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BOTÂNICA
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Gimnospermas

As gimnospermas têm nos pinheiros ciprestes e sequóias seus principais representantes. São plantas
bem adaptadas ao ambiente terrestre e às regiões temperadas da Terra. São vasculares, dotadas de raiz, caule,
folhas, flores e sementes. Na escala evolutiva do reino, são os primeiros vegetais a apresentar flores e
sementes denominados de fanerógamas ou espermáfitas. Por não apresentarem frutos, suas sementes
aparecem nuas, ou seja, sem proteção externa.

As flores das gimnospermas são as pinhas ou cones, que se reúnem em inflorescências denominadas
estróbilos. As gimnospermas apresentam espécies monóicas – por exemplo, o pinheiro-europeu, com flores
masculinas e femininas – e espécies dióicas – por exemplo, o pinheiro-do-paraná, com plantas que produzem
flores femininas e plantas que produzem flores masculinas.

Classificação - as gimnospermas compreendem quatro ordens:

1) Cycadales (uma única família: Cycadaceae);


2) Coniferae (formada por varias famílias, dentre os quais estão representados: Araucaria angustifólia,
Pinus sp., Cedro, Sequóia e Ciprestes);
3) Gnetales (única família: Gnetaceae)
4) Ginkgoales (única família: Ginkgoaceae - Ginkgo biloba).

Reprodução

Reprodução por metagênese ou alternância de


gerações. A fase duradoura e mais desenvolvida é o
esporófito diplóide (2N). Um pinheiro adulto é o
esporófito. O gametófito haplóide (N) é pouco
desenvolvido e nutre-se do esporófito. Na época da
reprodução, formam-se no esporófito (planta adulta)
estruturas denominadas estróbilos ou cones, que são
unissexuadas.

Os cones (pinhas) masculinos são pequenos e


constituídos pela união de microsporófilos, que se
agrupam em espiral ao redor de um eixo central.

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8.2. TRANSPORTE DE SEIVA

Em botânica Seiva é um liquido que circula nas plantas vasculares, ou seja é o equivalente ao sangue
dos seres vivos. A função da seiva nas plantas é realizar o transporte de nutrientes para todas as células do
vegetal, estes nutrientes são necessarios para o crescimento e redistribuição de substâncias orgânicas
produzidas pelo processo de fotossíntese. Existem dois tipos de seivas, a destacar:

 Seiba bruta: Este tipo de seiva é produzida na raiz da planta, ela é formada a partir da absorção da
solução encontrada no solo. Através das células do xilema, ela é conduzida para as folhas e caule. A
seiva bruta é utilizada para a produção de substâncias orgânicas para a formação de outro tipo de seiva
(seiva elaborada).
 Seiva elaborada: A seiva elaborada é formada principalmente por glicose (produzida no processo de
fotossíntese). Através dos vasos do fluema, a seiva é levada para todos os tecidos da planta
possibilitando a alimentação das células.

A seiva de vários vegetais é usada pelos seres humanos para diversas funções, como pror exemplo, a
seiva da seringueira é usada na fabricação de borracha.

Polinização

Polinização é o transporte dos grãos de pólen das anteras, onde eles se formam, até o estigma,
geralmente de uma outra flor. A polinização é o primeiro passo para a aproximação dos gametas femininos e
masculinos, essencial para que a fecundação ocorra. O transporte do pólen, até o estigma é feito por agentes
polinizadores, que podem ser o vento, os insetos ou os pássaros.

 Anemofilia (polinização pelo vento): A polinização pelo vento é chamada de anemofilia (do
grego anemos, vento). Há diversas adaptações que favorecem esse tipo de polinização. As flores
de plantas anemófilas geralmente tem estigmas plumosos, que oferecem maior superfície para
receber os grãos de pólen. Suas anteras geralmente possuem filetes longos e flexíveis que oscilam
ao vento, o que facilita a dispersão do pólen. Além disso, as plantas anemófilas costumam
produzir grande quantidade de grãos de pólen, o que aumenta as chances de polinização.
 Entomofilia e ornitofilia (polinização por insetos) A polinização por insetos é chamada
entomofilia (do grego entomos, inseto) e a polinização por aves, ornitofilia (do grego ornithos,
aves).

As flores polinizadas por animais geralmente possuem características


que atraem os polinizadores, tais como corola vistosa, glândulas
odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas (néctar). Existem até
mesmo flores que produzem dois tipos de estames, um com grãos de
pólen férteis mas pouco atraentes e outro com pólen atraente e
comestível. O animal à procura do pólen comestível, se impregna com
o pólen fértil, transportando-o de uma flor para a outra.

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8.3. HISTOLOGIA VEGETAL

Os vegetais, da mesma forma que os animais, são formados por células, que na fase embrionária se
diferenciam, tanto na estrutura como no funcionamento, constituindo os tecidos. Os tecidos vegetais são
divididos em dois grupos: os meristemas (ou tecidos embrionários) e tecidos permanentes ou diferenciados.

Tecidos meristemáticos

Os meristemas são tecidos responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento da planta. Formam-se a


partir de sucessivas divisões mitóticas, desde o zigoto. Suas células são pequenas e não apresentam
diferenciações.

Tecidos parenquimatosos: Também conhecidos como de reserva e assimilação. parênquima


clorofiliano: encontrado em grande quantidade nas folhas e nos caules finos e verdes. Suas células são
ricas em clorofila, portanto têm função fotossintetizante, produzindo alimentos. parênquima de
reserva: especializados em armazenar reservas de substâncias, como água, ar e amido.

Tecidos tegumentares: Também conhecidos como tecidos de proteção e revestimento. Têm por
função proteger a planta e adaptá-la ao ambiente terrestre. Apresenta dois tipos básicos: a epiderme e
o súber ou tecido suberoso. Epiderme: camada de células justapostas, revestindo todas as partes da
planta.

Tecidos secretores: Secreções são substâncias produzidas pelos seres vivos, que podem ser utilizadas
pelos mesmos ou jogadas para o exterior.

Tecidos de sustentação: Funcionam como suporte, sustentando e dando apoio ao corpo da planta.

Tecidos condutores: Presentes nas plantas vasculares ou traqueófitas (pterídofitas, gimnospermas e


angiospermas). É o tecido que se encarrega de transportar pelo corpo do vegetal todas as substâncias
necessárias à vida dos mesmos.

Apresentam dois tipos: o lenho ou xilema, responsável por transportar água e sais minerais, absorvidos
do solo por pêlos absorventes presentes nas raízes, e transportar essas substâncias inorgânicas até as folhas,
onde são utilizados no processo da fotossíntese; e o líber ou floema, através do qual a seiva elaborada ou
orgânica é transportada para todas as partes da planta.

 Principais características dos vasos lenhosos ou xilema: formados por células mortas, impregnadas de
lignina. O material que forma a célula, ao se decompor, deixa canais através dos quais uma célula se
comunica com a outra, recebendo o nome de traquéias ou elementos dos vasos.
 Principais características dos vasos liberianos ou floema: formados por células vivas, que contêm
aberturas em forma de canais. Esses canais sofrem interrupções de espaço em espaço, por uma fina
membrana em posição transversal aos canais.

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8.3. HORMÔNIOS VEGETAIS

Os hormônios vegetais, ou fitormônios, são mensageiros químicos capazes de controlar o


desenvolvimento, o crescimento, a diferenciação celular, a floração, o amadurecimento dos frutos e outros
fenômenos que ocorrem com as plantas. Os principais fitormônios são: auxinas, giberelinas, citocininas, ácido
abscísico e etileno.

Auxinas

Foram os primeiros fitormônios a serem identificados e isolados por vários pesquisadores. Em 1928, o
botânico alemão Fritz W. Went cortou o ápice de vários coleoptiles de aveia, colocou suas bases sobre blocos
de ágar (gelatina obtida de algas). Depois de algumas horas colocou os cubos de ágar em posições variadas
sobre os coleoptiles decapitados. Notou que eles se curvavam para o lado oposto ao do contato com os cubos.
Ao interpretar os resultados, concluiu que o ápice produz uma substância que se difunde para as zonas mais
baixas da planta, e também passou para o ágar, pois o mesmo estimula o crescimento.

Tal substância foi denominada “auxina” (do grego auxin = crescer). A auxina posteriormente foi
identificada como ácido indolacético (AIA). O AIA é produzido nas zonas meristemáticas da planta: no
coleoptile, nos meristemas apicais de caules e raízes, nos embriões das sementes e nas folhas jovens. Desloca-
se do ápice do caule até a ponta das raízes.

As ações do AIA

 Formação dos frutos: após a fecundação, as sementes em desenvolvimento produzem auxinas, que
determinam o crescimento do ovário;
 Quando aplicados a flores antes da fecundação, os ovários crescem e originam frutos sem sementes,
denominados partenocárpicos;
 Dependendo da concentração de AIA, tanto pode inibir como estimular o crescimento de raízes, caules
e gemas.

Giberelinas

Outro grupo de fitormônios. Esta denominação deve-se ao fato de elas serem encontradas no fungo
Gibberella fungikuorai, que ataca e próvoca doença no arroz. Por abranger inúmeras substâncias, são
genericamente denominadas de ácidos giberélicos.

Suas principais ações na planta: estimular a distensão celular; promover o desenvolvimento do fruto,
inclusive a paternocarpia; estimular a floração em muitas plantas; quebrar a dormência de gemas e da
semente.

Citocininas

Fitormônios que estimulam a divisão celular. O principal local de produção desses hormônios é a gema
apical da raiz, e o transporte, como nos demais hormônios, é feito pelo xilema. As citocininas são também
conhecidos como hormônios anti-envelhecimento de folhas, permitindo que elas fiquem verdes por muito
tempo. Atuam em menor proporção na floração, na quebra da dormência de semente e no crescimento do
fruto.

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Ácido abscísico

Fitormônio cuja principal ação é inibir os efeitos de outros hormônios, principalmente das auxinas e
giberelinas. Acumulando-se em grande quantidade na base do ovário, provoca o envelhecimento e a quebra de
folhas, flores e frutos e a dormência de algumas sementes.

Etileno

Fitormônio gasoso, produzido pelas plantas e também liberado por meio da queima de diversos
produtos, como serragem e derivados de petróleo (gasolina, querosene etc.). O etileno acelera o
amadurecimento dos frutos, e a queda (abscisão) das folhas. Frutos maduros ou podres liberam grande
quantidade de etileno. É utilizado em estufas para amadurecer as frutas ali colocadas. Quando embrulhamos
bananas em jornal, o papel retém o etileno liberado pelas bananas, o que acelera o seu amadurecimento.

8.4. CRESCIMENTO E MOVIMENTO DAS PLANTAS

Tropismos são movimentos orientados, não acompanhados por deslocamento. São classificados de
acordo com a natureza do estímulo em:

a) Fototropismo: movimentos orientados pela luz.


- Fototropismo positivo - os caules crescem e se inclinam no sentido da luz;
- Fotopropismo negativo - a raiz cresce se afastando da luz.

O fototropismo positivo ou negativo é decorrência da distribuição desigual de auxinas. Quando


ilumina o caule unilateralmente, na face iluminada ocorre destruição das auxinas pela luz, o que inibe o seu
crescimento. Com isso o lado não iluminado, com maior concentração de auxinas, cresce mais, determinando
a curvatura em direção à luz.

b) Geotropismo: tropismo estimulado pela ação da gravidade.


- Geotropismo positivo - as raízes crescem em direção ao centro da Terra.
- Geotropismo negativo - o caule cresce em sentido oposto ao da raiz.

A tendência ao crescimento vertical, tanto do caule como da raiz, deve-se à distribuição desigual de
auxinas pelo corpo da planta: a face inferior tem maior concentração de hormônio que a superior, e ela
apresenta crescimento desigual. Como o caule e a raiz possuem sensibilidades diferentes em relação ao
hormônio, o caule curva-se para cima, e a raiz para baixo.

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Prova de Ecologia & Botânica (Capitulo VII e VIII)

Data: ______⁄_______⁄_____
Hora: ______h _____ min

Estudo dirigido

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CAPÍTULO

9
Zoologia

A melhor maneira de ter uma boa idéia é ter muitas idéias”.

Linus Pauling
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capÍtulo IX – zoologia
REINO ANIMAL OU METAZOA

O reino animalia é definido segundo características comum a todos os animais: são organqismos
eucariontes multicelulares heterótrofos, e que obtêm seus alimentos do meio onde vivem, por ingestão.

A diversidade do reino animal é muito grande quando comparada com a de outros reinos de seres
vivos, são cerca de 35 os filos animais, mas vamos analisar apenas os mais importantes em termos númericos
de espécies.

O ramo da Biologia que estuda os animais é a


zoologia (zoo= animal; logia=estudo). Informalmente, os
animais podem ser divididos em dois grandes grupos:
invertebrados, que não possuem vértebras, e o dos
vertebrados, que as possuem.

Os invertebrados representão grande parte das


espécies de seres vivos, como mostra a figura ao lado:

1. Principais filos

Os principais filos que serão estudados neste estudados são: filo porífera, filo celenterata, filo
platelmintes, filo asquelmintes, moluscos, filo anellida, filo artropodes, filo equinodermes e filo chordata.

1.1. Filo Porífera ou Spongiaria (poríferos)

O Filo Porífera (do Latim porus=poro; ferre=possuir) representado por animais aquáticos (marinhos
ou de água doce), com diferenciação histológica pouco acentuada, isolados ou coloniais, parede do corpo com
numerosos poros, simetria radial e sésseis.

Estrutura:

Habitat Ambiente aquático, a maioria das espécies são marinhas.


átrio ou É a cavidade central que permite a circulação da água.
espongiocele
Ósculo é o orifício superior que permite a saída da água que
circula através do corpo da esponja.
sistemas ausentes: os processos de excreção, circulação e respiração são
realizados por difusão. Digestão intracelular (coanócitos)
Esqueleto – formado por espículas (silicosas e calcáreas) e/ou fibras
de espongina

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ZOOLOGIA
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Reprodução das Esponjas

Assexuada – as esponjas podem ser


reproduzir assexuadamente por brotamento
ou gemulação.

Sexuada – não apresentam gônadas, mas


produzem gametas que se formam a partir de
células da mesogléia. A fecundação é interna
e o desenvolvimento é indireto, com larvas
denominadas de anfiblástulas.

1.2. Filo Celenterata ou Cnidaria (Celenterado)

O filo coelenterata ou cnidária (do Grego Koilos=cavidades; enteron=urtiga) representado por animais
diblásticos, com simetria radial e com organização tecidual superior a das esponjas, são animais aquáticos (a
maioria marinhos), e se apresentam de dois tipos: pólipo (fixo) e medusa (livre natante).

Os cnidários, também chamados de celenterados, são os primeiros animais a apresentar uma cavidade
digestiva (gastrovascular) mas não apresentam abertura anal, que caracteriza um tubo digestivo incompleto.
Cnidoblastos - células destinadas ao ataque e defesa.

Estrutura
 Respiração – por difusão.
 Circulação – na cavidade gastrovascular.
 Digestão – extra e intracelular; sistema
digestivo incompleto.
 Excreção – por difusão.
 Sistema Nervoso – presente (rede de células
nervosas espalhada por todo o corpo).
 Sistema Esquelético – nas medusas não há,
mas nos corais podem apresenta um
exoesqueleto calcário.
 Reprodução: * Assexuada – brotamento (em pólipos). * Sexuada – algumas espécies apresentam
um ciclo de vida complexo, onde alternam gerações de pólipo e medusa (alternância de gerações
ou metagênese).

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ZOOLOGIA
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Classificação - estão distribuídos em três classes

Predominam as formas polipóides. Em certas


1. Classe Hydrozoa . espécies há apenas pólipos como as Hydra sp.
Existem hidrozoários coloniais como as caravelas
Nesta classe existe apenas forma polipóides.
2. Classe Anthozoa Os representantes mais conhecidos dessa classe
são as anêmonas-do-mar e os corais.

3.Classe Scyphozoa Predominam as formas medusóides. Em certas


espécies de medusas, podem medir de
centímetros até 2 metros de diâmetros.

1.3. Filo Plathelminthes (platelmintes)

O filo platyelmintes (do Grego platy=achatado; helminthes=vermes) são animais triblásticos,


acelomados, com simetria bilateral, agrupa animais de corpo achatado, podem ser segmentados ou não, de
vida livre ou parasita.

Estrutura

As funções de circulação e respiração são


realizadas através da parede do corpo do animal
(difusão).

 Sistema Tegumentário – formado por epitélio


simples, revestido por uma cutícula.
 Sistema Digestivo – incompleto. A digestão é
intra e extracelular.
 Sistema Excretor – composto por células
flamas.
 Sistema Nervoso – ganglionar ventral.

 Reprodução: Assexuada: fragmentação e regeneração em turbelários. Sexuada: fecundação


interna (maioria); podem ser monóicos (planárias e tênias) ou dióicos (esquistossomos); com ou
sem estágio larval.

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ZOOLOGIA
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Classificação - existem aproximadamente 13000 espécies descritas neste filo, divididas em três
classes:

1. Classe Turbellaria Reúne os platelmintos de vida livre


(planárias), que são aquáticas ou terrestres.
2. Classe Trematoda Reúne os parasitas (ectoparasitos ou
endoparasitos). Apresentam uma cutícula
resistente que os protegem contra eventuais
ataques do hospedeiro. Na região anterior do
corpo existem geralmente ventosas especializadas
na fixação do verme ao hospedeiro. Seu
representante mais comum é o Schistosoma
mansoni (verme causador da barriga-da-água).
Reúne os vermes achatados com corpo alongado
3.Classe Cestoda (semelhante à fita). Os representantes mais
conhecidos são as tênias (Taenia solium e Taenia
saginata).

1.4. Filo Asquelminthes ou Nemathelminthes (Asquelmintes ou nematelmintes)

O filo aschelminthes (do Grego askon=saco; helminthes=vermes) são animais de corpo alongado e
cilíndrico, não segmentados, triblásticos, pseudocelomados, com simetria bilateral. A maioria é de vida livre,
mas muitos são parasitas de vegetais e animais.
Estrutura

 As funções de circulação e respiração são realizadas


através da parede do corpo do animal (difusão).
 Sistema Tegumentário – é constituído por uma
epiderme recoberta por cutícula.
 Sistema Muscular – uma camada de músculos.
 Sistema Digestivo – completo (boca, faringe,
esôfago, intestino e ânus). Digestão intra e
extracelular.
 Sistema Excretor – dois canais excretores,
localizados um em cada lado do corpo, que se unem
na porção anterior formando um poro excretor.

 Sistema Nervoso – anel de células nervosas em torno da faringe com dois cordões nervosos longitudinais.
 Reprodução – são animais geralmente dióicos, com fecundação interna e desenvolvimento indireto, quase
sempre com dimorfismo sexual. ZOOLOGIA

1.5.Filo Anellida ou Anelídeos

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O filo annelida (do Latim annelus=anel) são os vermes cilíndricos, triblásticos, celomados, com
simetria bilateral e nítida segmentação do corpo externa e interna. Podem ser aquáticos (marinhos ou
dulcicolas) ou terrestres.

Estrutura

 Tegumento – possuem uma epiderme com


cutícula permeável e glândulas mucosas que a
mantém úmida, para que seja feita a respiração
cutânea. Encontram-se também células
fotorreceptores e sensitivas.
 Sistema Respiratório – branquial (marinhos) ou
cutânea (terrestres).
 Sistema Circulatório – sistema circulatório
fechado (sangue, vasos sanguíneos e arcos
aórticos ou corações).
 Sistema Digestivo – completo. Digestão
extracelular.


 Sistema Excretor – metanefrídeos (1 par por segmento).
 Sistema Nervoso – cadeia nervosa ventral, com um par de gânglios por segmento e gânglios cerebrais
bem desenvolvidos. Como elementos sensoriais aparecem células e órgãos sensitivos para o tato, paladar e
percepção de luz.
 Reprodução - apresentam reprodução sexuada; algumas espécies são hermafroditas (como a minhoca e
sanguessuga), outras são dióicas (poliquetos). Com ou sem estágios larvais.

Classificação - compreende três classes:

1. Classe Oligochaeta a maioria vive em solos úmidos ou em ambientes de água doce. Apresentam
poucas cerdas;
2. Classe Polychaeta com espécies marinhas, que possuem várias cerdas corporais e parápodes;
3. Classe Hirudinea habitam ambientes terrestres ou aquáticos, não têm cerdas nem parápodes, com
corpo ligeiramente achatado. Os representantes mais conhecidos dos hirudíneos são as sanguessugas.

1.6. Filo Molusca (Moluscos)

O filo Mollusca (do Latim mollis=mole) são animais de corpo mole, não segmentado, dividido em
cabeça, pé e massa visceral, geralmente protegido por concha. Em geral são aquáticos, mas há representantes
terrestres. A simetria é bilateral. São triblásticos e celomados.

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ZOOLOGIA

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Estrutura

 Sistema Tegumentário – revestidos por um epitélio


simples rico em glândulas mucosas. O tegumento
possui uma prega, o manto que reveste a massa
visceral e secreta as substâncias que formam a
concha.
 Sistema Digestivo – completo. Digestão
predominante extracelular. Presença de rádula.
 Sistema Respiratório – respiração pode ser cutânea,
branquial ou pulmonar.

 Sistema Circulatório – sistema do tipo aberto (cefalópodes com sistema circulatório fechado);
 Sistema Excretor – nefrídios;
 Reprodução – fecundação interna e cruzada, com espécies monóicas e espécies. Desenvolvimento
indireto (véliger e trocófora).

Classificação

Classe Polyplacophora Possuem na superfície dorsal uma armadura calcária composta por placas
parcialmente sobrepostas. São todos marinhos.
Classe Scaphopoda Pequenos animais dotados de uma concha cônica e alongada. São marinhos, e
vivem parcialmente enterrados na areia
Classe Gastropoda Corresponde ao maior grupo de moluscos, aquáticos ou terrestres. A concha,
Cuando presente, tem formato helicoidal.
Classe Pelecypoda ou São encontrados em água doce ou salgada. Sua concha possui duas partes que
Bivalvia encerram completamente o corpo do ani-mal.
Classe Cephalopoda Moluscos sem concha externa, exclusivamente marinhos. O pé dos
cefalópodes é dividido em tentáculos.

1.7.Filo Arthropoda ou Artrópodes

O filo arthropoda (do Grego arthros=articulação; podos=pés, patas) são animais cuja principal
característica é apresentar patas articuladas e corpo segmentado. Apresentam exoesqueleto quitinoso sujeito a
mudas ou ecdises. O exoesqueleto é trocado periodicamente através das mudas ou ecdises, para permitir o
crescimento dos artrópodes.
Estrutura

 Sistema Digestivo – completo. Digestão extracelular. Peças


bucais para manipular e tritura o alimento.
 Sistema Circulatório – sistema circulatório aberto, com
hemolinfa.

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ZOOLOGIA

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 Sistema Respiratório – branquial (crustáceos), traqueal (insetos e aracnídeos) e pulmonar ou


filotraqueal (aracnídeos).
 Sistema Excretor – glândula verde (crustáceos), túbulos de Malpighi (insetos e aracnídeos) e
glândulas coxais (aracnídeos).
 Sistema Nervoso – composto por um cérebro e por uma cadeia nervosa ventral que se ramifica por
todo corpo. Como elementos sensoriais aparecem órgãos de equilíbrio, olhos compostos e pêlos
sensoriais.
 Reprodução – fecundação externa ou interna; espécies dióicas; desenvolvimento direto ou indireto,
com metamorfose gradual (hemimetábolos) ou completa (holometábolos).
Classificação - as cinco principais classes do filo dos artrópodes são:

Classe Insecta Corpo dividido em: cabeça, tórax e abdome, um par de antenas, três pares de
patas.
Classe Chilopoda Divisão do corpo: cabeça e um tronco alongado., 1 par de antenas, cada
segmento do corpo tem um par de patas.
Classe Diplopoda Corpo alongado, cilíndrico dividido em cabeça e tronco, dois pares de patas por
segmentos, duas antenas curtas.
Classe Crustacea Corpo dividido em cefalotórax e abdome, inúmeras e diferentes patas, sendo
cinco pares no tórax, dois pares de antenas e olhos compostos.
Classe Arachnida Corpo dividido em cefalotórax e abdome, possuem um par de quelíceras, um
par de pedipalpos e quatro pares de patas ambulacrárias.

1.8. Filo Echinodermata ou Equinodermes

O filo echinodermata (do Grego echinos=espinho; derma=pele) são animais com simetria bilateral ou
pentarradial, triblásticos, celomados e deuterostômios. Agrupa animais com endoesqueleto e corpo não
segmentado recoberto por saliências espinhosas.

Estrutura

 Sistema Tegumentar – corpo recoberto por espinhos, que se movimentam lentamente por causa dos
músculos presente em sua base. Possuem projeções tubulares denominadas de pés ambulacrários.
 Sistema Digestivo – completo. Digestão extracelular. Lanterna de Aristóteles nos ouriços. As funções de
respiração, circulação e excreção são realizadas através do sistema ambulacral.
 Sistema Nervoso – consiste de um anel nervoso, que circunda a boca e emite prolongamentos nervosos.
 Reprodução - são dióicos, sem dimorfismo sexual. A fecundação é externa e o desenvolvimento é
indireto.

Classificação

 Classe Holoturoidea – pepino-do-mar;


 Classe Echinoidea – ouriço-do-mar; ZOOLOGIA
 Classe Ophiuroidea – serpente-do-mar;
 Classe Asteroidea – estrela-do-mar;
 Classe Crinoidea – lírio-do-mar
1.9. Filo Chordata ou Cordados

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O filo chordata (do Grego khorde=corda) compreende animais triblásticos, celomados e


deuterostômios, com simetria bilateral e corpo segmentado.

Classificação - compreende três subfilos:

1. SubFilo Urochordata - compreende animais protocordados exclusivamente marinhos,


apresentando notocorda apenas na fase larval (cauda). São fixos sobre rochas e alguns coloniais;
2. 2.SubFilo Cephalocordata – reúne animais que apresentam, em todas as fases de
desenvolvimento, as três características básicas dos cordados. Os cefalocordados são considerados
um grupo de transição entre os protocordados e os vertebrados mais simples;
3. SubFilo Vertebrata - a característica fundamental dos vertebrados é a presença de um eixo
longitudinal de sustentação do corpo: a coluna vertebral. A coluna substitui a notocorda do
embrião e é formada por numerosas vértebras.

2. Vertebrados

a) Superclasse Agnatha - são os vertebrados mais primitivos, sendo conhecidos como lampréias e
peixe-bruxa. Os agnatos não possuem mandíbula e possuem uma boca circular. São animais
exclusivamente aquáticos, dióicos e com fecundação externa.

b) Superclasse Gnathostomata – reúne os vertebrados que possuem mandíbula. Divide-se em:

 Classe Chondrichthyes – reúne os peixes que possuem esqueleto totalmente


cartilaginoso. São predominantemente marinhos, mas algumas espécies são dulcícolas.
 Classe Osteichthyes – reúne os peixes que possuem o esqueleto predominantemente
ósseo. Habitam tanto o meio marinho como dulcícola.

Classe Amphibia (Anfibios) - possuem vida dupla, iniciando na água doce e posteriormente no meio
terrestre. Apresentam quatro patas (tetrápodos), esqueleto mais reforçado e musculatura mais desenvolvida,
para facilitar a locomoção no ambiente terrestre.

Classe Reptilia – na evolução dos vertebrados foram os répteis que conquistaram, definitivamente,
pela primeira vez, o ambiente terrestre seco.

Classe Aves - originaram-se a partir de répteis, tendo características adaptadas para o vôo.

Classe Mammalia – as principais características dos mamíferos são: presença de glândulas mamárias,
viviparidade e pêlos recobrindo total ou parcial o corpo.

Os mamíferos estão divididos em três subclasses:

a) Subclasse Monotremada – são mamíferos ovíparos. Ex.: ornitorrinco e équidna.


ZOOLOGIA
b) Subclasse Marsupiais – são mamíferos em que a fêmea possui uma bolsa (marsúpio). Ex.:
canguru, coala.

c) Subclasse Placentários – são mamíferos nos quais o seu embrião completa todo o seu
desenvolvimento dentro do organismo da fêmea.

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Prova de Zoologia (Capitulo IX)

Data: ______⁄_______⁄_____
Hora: ______h _____ min

Estudo dirigido

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Componentes do microscópio de luz: 1 - oculares; 2 - tubo (ou canhão); 3 - braço; 4 - parafuso que
fixa o tubo; 5 - botão que regula a intensidade luminosa; 6 - interruptor; 7 - parafuso micrométrico; 8
- parafuso macrométrico; 9 - parafuso do chariot (movimento lateral); 10 - parafuso do chariot
(movimento anteroposterior); 11 - diafragma do campo luminoso; 12 - suporte da lente condensadora;
13 - alavanca do diafragma do condensador; 14 - lente condensadora (ou condensador); 15 -
parafusos de centralização; 16 - platina (ou mesa); 17 - objetivas, e 18 - revólver

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