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Texto de Apoio I de Zoologia Geral 2015. Docente: Lic.

Mussa Issufo

A Biologia e sua contribuição na sociedade

A Biologia é uma ciência ampla e complexa que envolve múltiplas linhas de pesquisa, tão numerosas
que vão das aplicações médicas ao comportamento de organismos unicelulares. Embora os
conhecimentos biológicos, como ciência pura, pareçam desconexos, quando aplicados ou
combinados com outras ciências fornecem subsídios para o desenvolvimento destas.

Os conhecimentos das ciências biológicas, apesar de amplos, possuem aplicações muito restritas ao
mundo académico. Como resultado disto, boa parte do conhecimento biológico é conhecida devido a
sua aplicação em outras ciências, medicina principalmente. Somente recentemente, com as questões
ecológicas levantadas e com o advento da genética moderna é que a biologia como ciência pura
ganhou destaque na sociedade não só com suas aplicações na área da saúde, mas como uma das
ciências naturais.

Neste momento, a importância desta ciência cresce continuamente e seu impacto directo sobre a
opinião e sobre sua vivência também, todavia, sua compreensão por parte desta mesma sociedade
permanece precária. Historicamente, fora do meio académico, a biologia é uma ciência para o estudo
dos seres vivos, suas peculiaridades, estrutura, funcionamento e principalmente, ecologia. Esta visão
restrita não contribui com a formação e informação acerca das matérias tratadas nas ciências
biológicas criando um quadro de insuficiência educacional.

Ao biólogo, cabe a responsabilidade de pesquisar e proteger o ambiente e a vida, informar e


conscientizar devidamente a sociedade, garantindo que o conhecimento seja repassado e
compreendido de geração em geração.

A Biologia contribui para um entendimento da origem, persistência, o declínio das espécies; não só,
fornece explicação para fenómenos da natureza como: exame do DNA, bebes proveta, efeito estufa,
clonagem de seres vivos e mais.

Biologia na sociedade
Como diz a palavra biologia estudo dos seres vivos, que fala da estrutura dos seres vivos, maneira de
viver e conviver, realmente é muito importante para a sociedade, pois o homem busca viver em
sincronia com a natureza, encontrando muitas soluções, como remédios, combustíveis naturais que
não prejudicam o ecossistema, ser humano; alimentos mais saudáveis, o que fazer com que o nosso
esgoto não polui o nosso planeta, desenvolvendo técnicas para aproveitar as substâncias orgânicas do
esgoto, através da biologia.

Conceito de Biologia
Biologia é a ciência que estuda os seres vivos (do gregoβιος - bios = vida e λογος - logos = estudo, ou
seja o estudo da vida).

Biologia é uma palavra derivada do grego: Bio = vida; e Logos = estudo. Reconhecida
oficialmente como ciência na transição entre os séculos 18 e 19, a Biologia se apresenta
bastante ampla, já que não estuda somente os indivíduos e espécies isoladamente, mas também
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sua origem, evolução, constituição, aspectos comportamentais, a forma com que se relacionam
entre indivíduos da mesma espécie e de espécies diferentes, a interacção entre os seres vivos e
o ambiente, como funcionam seus organismos, dentre diversos outros aspectos.
O objecto de estudo dessa ciência são os seres vivos, que são entidades que apresentam as
propriedades de multiplicação, variação e hereditariedade, apresentando, predominantemente,
em sua composição, átomos de hidrogénio, oxigénio, carbono e nitrogénio.

Principais ramos da Biologia:


- Zoologia (estudo dos animais Vertebrados e Invertebrados)
- Botânica (estudo das plantas)
- Micologia (estudo dos fungos)
- Bacteriologia (estudo das bactérias)
- Virologia (estudo dos vírus)
- Biologia Celular (Citologia) – estudo das células
- Genética (estudo dos genes e da hereditariedade)
- Biologia Molecular (estudo da Biologia em nível molecular)
- Biologia Evolutiva– estudo da evolução das espécies
- Fisiologia (estudos das funções físicas, bioquímicas mecânicas dos animais e vegetais)
- Ecologia (estudo dos ecossistemas)
-Biologia Sistemática (estudo das interacções entre os sistemas biológicos)
- Biologia da Conservação (estudo da biodiversidade e da preservação das espécies)
- Bioética (estudo transdiciplinar entre Biologia, Medicina, Ética e Direito)
- Biologia do Desenvolvimento (foco no estudo do desenvolvimento embrionário)
- Etologia (estudo do comportamento dos animais)
- Biologia Ambiental (área voltada para o estudo do Meio Ambiente)
- Imunologia (estudo do sistema imunológico)
- Biotecnologia (estudo da tecnologia baseada na Biologia)
- Taxonomia (estudo que ordena e classifica os seres vivos)
- Histologia (estudos dos tecidos biológicos)
- Biologia Marinha (estudos dos seres vivos que habitam águas salgadas.
- Microbiologia (estudo dos microrganismos), etc.

Características Gerais dos Seres Vivos


Os cientistas estudam algumas características que possibilitam a distinção entre um ser vivo (factor
biótico) e um corpo inanimado (fator abiótico). A seguir são colocadas algumas dessas
características:

Composição Química
Nos corpos inanimados ela é simples (apenas substâncias inorgânicas que são moléculas pequenas e
relativamente simples), já nos seres vivos, ela é mais complexa, pois além de apresentar substâncias
inorgânicas, os seres vivos apresentam, também, substâncias orgânicas (complexas e variadas
formadas por longas cadeias, onde o carbono é o elemento principal). Então nos seres vivos têm:
 Substâncias inorgânicas: água e sais minerais.
 Substâncias orgânicas (possuem o carbono como elemento principal):carboidratos,
lipídios, proteínas, ácidos nucléicos e vitaminas.
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A composição química aproximada da matéria viva é de 75 a 85% de água; 1% de sais minerais; 1%


de carboidratos; 2 a 3% de lipídios; 10 a 15% de proteínas e 1% de ácidos nucléicos.

Em geral:
65,4% hidrogênio; 25,6% oxigênio; 7,5% carbono; 1,25% nitrogênio; 0,24% fósforo; 0,06% enxofre;
0,001% outros (sódio, magnésio, cloro, potássio, cálcio, manganês, ferro, cobre e iodo).

Organização Celular
Todos os seres vivos são constituídos por célula (s). Essas apresentam constituição e organização
diversificadas, como se observa a seguir:
Considerando-se o número de células:
a) Unicelular – organismo constituído por uma única célula. Exemplos: bactérias, cianobactérias,
protozoários, algumas algas e alguns fungos.
b) Pluricelular - organismo constituído por várias células.
Exemplos: algumas algas, alguns fungos, todos os vegetais (considerando-se que as classificações
actuais colocam todas as algas eucariontes no Reino Protista) e todos os animais.

Considerando-se a organização nuclear:


a) Procarionte – não apresenta a carioteca ou membrana nuclear. Exemplos: bactérias e
cianobactérias.
b) Eucarionte – apresentam a carioteca e, portanto, o material genético organizado. Exemplos:
Protozoários, algas protistas, fungos, vegetais e animais.
No citoplasma dessas células podem ser encontradas diversas estruturas membranosas.

Desenhos ilustrando a diferença de uma célula procariota (acima) e eucariota (a baixo).

Metabolismo
Conjunto das reações químicas que ocorrem no organismo. Pode ser de dois tipos básicos:
a) Catabolismo – reações que provocam a quebra de substâncias. Exemplos: respiração aeróbica,
fermentação, digestão etc.
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b) Anabolismo – reações que provocam a síntese (produção) de substâncias. Exemplos:


fotossíntese, quimiossíntese, etc.

Homeostase - conjunto de fenômenos que garantem o equilíbrio do organismo. Exemplo: o suor


controlando a temperatura.

Nutrição
Os seres vivos estão em constante actividade e isso os obriga a um consumo permanente de energia.
Para que isso aconteça, os seres vivos realizam a nutrição e a respiração.

Quanto à forma de nutrição os organismos podem ser autótroficos ou heterótroficos.


Os autotróficos utilizam a matéria inorgânica para sintetizar matéria orgânica, como os vegetais.
Os heterótroficoscapturam a matéria orgânica existente no ambiente, como os animais.

Respiração
Quanto à forma de respiração podem ser anaeróbicos ou aeróbicos.
Os anaeróbicos produzem energia na ausência de oxigênio molecular (O2).
Os aeróbicos utilizam o oxigênio molecular para obter energia.

Reprodução
Trata-se do processo pelo qual os seres vivos produzem descendentes para perpetuar a espécie. Pode
ser:
a) Sexuada: ocorre com a presença de gameta ou havendo troca de material genético.
 Aspectos positivos – aumenta a variabilidade genética;
 Aspectos negativos – o consumo de energia é elevado;
b) Assexuada: ocorre na ausência de gametas e não envolve trocas de material genético.
 Aspectos positivos – o consumo de energia é baixo;
 Aspectos negativos – a produção de clones por esse processo pode ser desastrosa para a
adaptação das espécies às modificações do ambiente.

Reações aos Estímulos


São diversas as formas de um ser vivo responder a um estímulo, por exemplos: correr, andar, paralisar,
tremer etc., porém depende sempre da participação de um dos dois fenômenos a seguir:
a) Sensibilidade – envolve a participação do sistema nervoso; os organismos que apresentam podem
responder de forma diferente ao mesmo tipo de estímulo. Exemplo: quando o estímulo é um beijo,
ele pode ser rejeitado (no caso de um estranho, feio e de odor desagradável).
b) Irritabilidade – não tem a participação do sistema nervoso; são respostas atribuídas, sempre, da
mesma forma.
Excitabilidade:É a capacidade de reagir aos estímulos do ambiente como luz, som, calor,
electricidade, movimentos, concentração de gases, harmónios, etc.

Evolução
É a capacidade que os seres vivos apresentam para sofrer transformações que lhes Possibilitem
adaptarem-se as modificações do ambiente. São necessários vários fenômenos para que ela aconteça,
porém destacam-se dois:
a) Mutação – trata-se de modificação no material genético, na sequência de bases nitrogenadas.
b) Seleção Natural – é o papel que a natureza desempenha selecionando os organismos mais aptos
em detrimento dos menos aptos.
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Crescimento
Pode ocorrer nos corpos inanimados (rochas, cristais etc.) por deposição de novas moléculas (“de
fora para dentro”), já nos seres vivos ocorre por intuscepção (por fenômenos que ocorrem dentro do
corpo do indivíduo – “de dentro para fora”), através de dois processos:
a) aumento do volume celular (Hipertrofia) – ocorre nos unicelulares e nos pluricelulares.
b) aumento do número de células (Hiperplasia) – ocorre somente nos pluricelulares

Os organismos vivos retiram do ambiente os nutrientes necessários à sua sobrevivência. Dessa


maneira, suas células aumentam de volume, se multiplicam e o tamanho do organismo aumenta. Esse
crescimento, porém, é limitado; e acontece por acúmulo de matéria assimilada.
Na maioria dos organismos pluricelulares o desenvolvimento é resultado da ação conjunta do
crescimento e da diferenciação celular.

Genética
Pode se dizer que ser vivo é aquele que possui ácido nucléico (DNA ou RNA), de facto essa é uma
das características encontradas em todos os seres vivos e exclusivamente neles.

Adaptação
A Terra apresenta ambientes com condições diferentes e muitas vezes inadequados à vida, como os
desertos e montanhas muitoaltas.Cada região do planeta apresenta seres vivos diferentes, adaptados
às condições ambientais.

Movimento: a percepção e a reação desencadeiam nos seres vivos um movimento - variação da


posição de um corpo no decorrer do tempo em relação a um sistema de referência.

Introduçãoao estudo da Zoologia


Considerando a etimologia da palavra Zoologia (do idioma Grego: zoon, animal e logos, estudo), este
ramo da Biologia é um vasto domínio que pode englobar todos os aspectos da biologia animal,
inclusive relações entre animais e ambiente.
Pode-se definir Zoologia como " um ramo da Biologia que engloba todos os aspectos da biologia
animal, inclusive relações entre animais e ambiente". Com esta definição, tão ampla, estuda se não
apenas morfologia, sistemática e ecologia, mas também o funcionamento dos animais, constituintes
químicos dos tecidos, formação e desenvolvimento, propriedades e funções celulares. A zoologia
experimental, por exemplo, inclui as subdivisões relativas às alterações experimentais dos padrões dos
animais como genética, morfologia experimental e embriologia.
Considerando que a diversidade animal é o principal objecto de estudo da Zoologia é importante
termos algumas noções sobre distribuição dos animais nos diversos ambientes e regiões do planeta.

Diversidade da vida animal objecto de estudo da Zoologia


A compreensão da diversidade animal passa pelo entendimento do que é biodiversidade. Um termo,
cujo sinónimo mais frequente é "variedade da vida", que inclui a variedade de estruturas e funções nos
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níveis genético, de espécie, de população, de comunidade e de ecossistema, uma definição tão ampla
quanto a própria Biologia.
Mas, tentativas têm sido feitas para revelar as principais características da biodiversidade, enquanto
conceito, e surgem então as três divisões mais citadas na actualidade: diversidade genética,
diversidade taxonómica ou de espécies e diversidade de ecossistema.

Biodiversidade de Ecossistemas: relacionado com os diferentes biotas encontrados nos diversos


ecossistemas. Trata-se de aspectos ecológicos.

Biodiversidade Intraespecífica: relacionada com as diferenças entre indivíduos da mesma espécie.


Aspectos genéticos.

Biodiversidade interespecífica: relacionada com as diferentes espécies existentes. Existem no


mundo cerca de dois milhões de espécies descritas, apesar das previsões indicarem para cerca de 30 a
100 milhões de espécies no mundo.
O estudo da biodiversidade equivale, portanto, ao estudo da história da vida Assim, nos inventários da
biodiversidade deve-se buscar padrões que se repetem, entender os processos que geraram diversas
espécies e adaptações através a história evolutiva (Descrição, Génese e Ordenação da biodiversidade).
O estudo dos animais permite conhecer a estrutura e o funcionamento dos mesmos, buscando entender
suas relações evolutivas. Grande parte do que hoje sabemos sobre os seres humanos conseguiu-se
estudando outros animais.
Compreender as relações entre animais, destes com as plantas e com o ambiente para possibilitar a
detecção do equilíbrio e de perturbações naturais ou provocadas pela cegueira humana.
Buscar soluções para problemas relacionados à saúde dos humanos e de outros animais pesquisando
parasitas, vectores de doenças, inclusive as que causam destruição de frutos e cereais.

Importância da zoologia.
A zoologia, além de ser uma ciência com peso específico dentro da biologia, reveste-se de grande
importância para o Homem em muitas outras áreas, da economia à cultura.

No campo da medicina e da saúde, são numerosos os produtos e substâncias de origem animal


descobertos pelas pesquisas zoológicas que se revelaram de extrema utilidade para o tratamento de
enfermidades, fabricação de soros, correcção de deficiências endócrinas etc. e que incluem desde
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harmónios até venenos extraídos de serpentes. A experimentação com animais com objectivos
médicos e farmacológicos (testes de vacinas, remédios etc.) é amplamente difundida. Outra aplicação
de grande importância constitui os estudos parasitológicos e epidemiológicos, estes últimos no que se
refere à transmissão e veiculação de agentes patogénicos por alguns animais.

Na agropecuária, o conhecimento proporcionado pela zoologia sobre as pragas da lavoura, sua


biologia, ciclos vitais, inimigos naturais etc. Fornece a base para erradicá-las. Igualmente úteis são as
pesquisas sobre os insectos e aves polinizadoras, as espécies benéficas para os campos, a influência de
muitos animais na melhoria da estrutura dos solos e as possibilidades de domesticação e
aproveitamento de mamíferos herbívoros autóctones em zonas nas quais o gado doméstico apresenta
baixos rendimentos e provoca, graves alterações ecológicas.
As aplicações industriais e científicas dos resultados dos estudos zoológicos são múltiplas e
abrangem uma ampla gama de produtos e substâncias, desde corantes e tintas (obtidos de cochonilhas,
gastrópodes e outros) até gorduras, espermacete, peles etc.

Introdução à Citologia

História da Célula como unidade básica da vida


Após a descoberta do microscópio, no final do século XVI, iniciou-se o estudo de um novo ramo da
biologia, denominado Citologia (cito = célula; logia = estudo).

Até ao início do séc. XVII o conhecimento dos seres vivos limitava-se, fundamentalmente, a
organismos macroscópicos. O primeiro microscópio foi desenvolvido por Anton van Leeuwenhoek.
Era considerado um microscópio simples, pois era composto apenas por uma lente. A partir da
invenção de Leeuwenhoek, em 1665 o cientista inglês Robert Hooke conseguiu observar pedaços de
cortiça em um microscópio chamado de microscópio composto, por ter duas lentes em sua estrutura.

Ao observar a cortiça, Hooke viu pequenas cavidades e lhes deu o nome de “células”, palavra que, em
latim, significa cella = lugar fechado, pequeno cômodo. O que de facto Hooke viu era apenas o
envoltório da célula, pois a cortiça é um tecido de células mortas que serve para proteger o caule das
árvores.

Em 1833, o botânico escocês Robert Brown observou que o espaço de vários tipos de células era
preenchido com um material de aspecto gelatinoso, e que em seu interior havia uma pequena estrutura
a qual chamou de núcleo.
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A descoberta da célula só foi possível quando o avanço técnico permitiu o aperfeiçoamento das lentes
e a construção do microscópio óptico Composto (MOC).Em 1590 Hans e ZachariasJenssen montaram
o primeiro microscopio composto.
Em 1838, o botânico alemão MatthiasSchleiden chegou à conclusão de que a célula era a unidade
viva que compunha todas as plantas. Em 1839, o zoólogo alemão TheodorSchwann concluiu que
todos os seres vivos, tanto plantas quanto animais, eram formados por células. Anos mais tarde essa
hipótese ficou conhecida como teoria celular

Teoria Celular
• A célula é a unidade básica estrutural e funcional de todos os seres vivos.
• Todos os seres vivos, dos mais simples aos mais complexos, são constituídos por uma ou mais
células, nas quais ocorre um conjunto de reacções químicas necessárias à manutenção da vida.
• Todas as células provêm de células preexistentes, pois qualquer célula se forma por divisão de
uma outra.
• A célula é a unidade de reprodução e desenvolvimento dos seres vivos; numerosos seres vivos
formam-se por divisões sucessivas a partir de uma única célula-ovo.
• A célula é a unidade hereditária de todos os seres vivos.

Histologia Animal
Histologia (do grego hystos = tecido + logos = estudo) é o estudo dos tecidos biológicos, sua
formação, estrutura e função. É uma das disciplinas fundamentais dos cursos das áreas biológicas e de
saúde.

A Histologia é a área da Biologia responsável pelo estudo dos tecidos: conjuntos de células que
apresentam interdependência estrutural e funcional, desempenhando funções específicas no
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organismo. Os órgãos são formados pelo agrupamento de tecidos, e o conjunto destes formam
sistemas.
Todos os indivíduos que possuem tecidos são multicelulares, mas não o contrário.Os tecidos variam
quanto à disposição e morfologia de suas células, origem embrionária, presença de vasos e
função.

4.1 Breve historial da Histologia


Nasceu com os primeiros estudiosos que se utilizaram do microscópio: Robert Hook, Malpighi,
Graw, Ham, Fontana e outros; muito antes que Meyer, em 1819, desse esse nome à ciência que
descreve os tecidos dos animais e dos vegetais.
A noção de "tecido" foi, contudo, introduzida por Xavier Bichat sem que este anatomista se tivesse
utilizado do microscópio. A anatomia estuda os tecidos, isto é, as agregações de células que têm a
mesma forma e a mesma função
O termo histologia foi usado pela primeira vez em 1819 por Mayer, que aproveitou o termo “tecido”
que o Dr. Xavier Bichat (anatomista francês) instituiu, muito tempo antes (por volta de 1800), para
descrever macroscopicamente as diferentes camadas encontradas por ele no corpo animal. Mayer fez
a conjunção do termo histos = tecido e logos = estudo.
Bichat é reconhecido como o pai da histologia e patologia modernas. Apesar do facto dele ter
trabalhado sem um microscópio, foi capaz de fazer avançar significativamente a compreensão do
corpo humano. Ele foi o primeiro a introduzir o conceito de tecido como entidades distintas e
sustentou a tese de que as doenças atacavam os tecidos em vez de todo o órgão.

A história da histologia é confluente com os avanços da microscopia. Muito antes (e durante) os


experimentos do Dr. Xavier Bichat e Mayer vários cientistas trabalharam no desenvolvimento de
lentes cada vez mais potentes.

O surgimento da microscopia começa com a fabricação das primeiras lentes ópticas, através do
polimento do vidro, pelo italiano Salvino d´Amato, em 1285. A ideia de combinar lentes para
aumentar o tamanho dos objectos menores data de 1590 e deve-se a ZachariasJanssen, sendo, o
primeiro microscópio por ele desenvolvido capaz de uma ampliação de cerca de 30x. A capacidade
de ampliação foi evoluindo em consequência do aperfeiçoamento das lentes.

No séc. XVII, Antonie Van Leeuwenhoek (físico holandês) desenvolveu o microscópio simples
capaz de ampliações de até 200x e medindo apenas 6,7 centímetros, com o qual o cientista fez a
primeira observação de bactérias, às quais na altura deu o nome de protozoários. Durante o séc.
XVIII o microscópio tornou-se um objecto em moda, sendo fabricado por artífices com o propósito
de servir como peça de decoração e satisfação da curiosidade dos ricos da época. Ainda neste século,
o microscópio passa a fazer parte do processo de ensino das classes nobres e ricas da sociedade.

Em consequência do desenvolvimento da microscopia, foi possível a observação e descoberta de


inúmeras estruturas e seres vivos microscópicos até então desconhecidos, como bactérias,
protozoários e fungos. Também graças ao desenvolvimento da microscopia, em 1835, Schleiden e
Schwann, propõem as bases da teoria celular, primeiro grande princípio unificador da biologia, o
qual postula que todos os organismos vivos são constituídos por células, sendo estas as unidades
estruturais e funcionais dos mesmos.
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Técnicas Histológicas
A Histologia é o estudo da estrutura do material biológico e das maneiras como os seus componentes
se inter-relacionam, tanto estrutural quanto funcionalmente. O estudo da histologia se iniciou com o
desenvolvimento de microscópios simples e de técnicas para preparo de material biológico, tornando-
o adequado para exame.

A técnica histológica visa a preparação dos tecidos destinados ao estudado à microscopia de luz. O
exame ao microscópio é feito geralmente por luz transmitida, o que significa que a luz deve atravessar
o objecto a ser examinado. Assim, é necessária a obtenção de fragmentos dos tecidos que serão
colectados em lâminas muito finas e transparentes.

Uma particular especialização da histologia é a citologia, considerada a ciência das células. Estuda
ela a célula em si, a qual constitui, em definitivo, a base das ciências biológicas, porque a célula é o
elemento fundamental de todos os seres vivos.

Citologia e histologia não estudam somente a estrutura da célula e dos tecidos, mas também as
relações entre a estrutura e a função, e, portanto, se integram com a fisiologia, com a física e com a
química.

O estudo de preparações citológicas ou histológicas exige sistemas de observação adequados, que


permitem observar as estruturas. Para essa finalidade o aparelho mais comumente usado é o
microscópio óptico que utiliza a luz transmitida. Já o microscópio eletrônico, que utiliza elétrons ao
invés de feixes luminosos, é o aparelho mais para estudos de ultra-estrutura.

Os tecidos ao serem processados para estudo ao microscópio devem ser preparados de modo a
preservar sua estrutura original ao máximo possível. Entretanto, isso não é possível e todos os
preparados apresentam artefactos, que são alterações produzidas nas células pelas técnicas utilizadas.
Pode se resumir os passos das técnicas histológicas com a seguinte sequência: fixação dos tecidos,
desidratação, inclusão, microtomia (corte em fatias finas), coloração e montagem de lâminas.
Essas etapas serão descritas adiante.

Fixação
Uma boa preparação histológica se inicia com o uso correcto das técnicas de obtenção do material. Os
cuidados devem ser observados já no sacrifício dos animais de laboratório para o estudo histológico de
seus tecidos. Tratando se de animais de laboratório o sacrifício pode ser obtido através de técnicas
como, traumatismo brusco, intoxicação (overdose de anestésico) e perfusão/imersão.

Objectivos da fixação
A fixação paralisa o metabolismo celular e preserva as estruturas do tecido para os tratamentos
posteriores. A fixação evita a autólise celular, impede a proliferação de microrganismos, leva ao
endurecimento do tecido para que resista aos tratamentos posteriores. O fixador deve causar o mínimo
de dano ao tecido e produzir o mínimo de artefactos.

A técnica da perfusão para lavagem e fixação do tecido.


Usando anestesia profunda, em ratos e camundongos por exemplo, uma técnica que resulta em boas
preparações consiste na perfusão cardíaca. Este método simula o funcionamento do sistema
circulatório, uma vez que injecta os vasos do espécime com soluções químicas e perfunde os tecidos.
O processo consiste inicialmente na retirada da circulação sanguínea através de lavagem feita com
uma solução salina de pH neutro
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A técnica de fixação por imersão


Além da perfusão cardíaca, pode-se também recorrer à fixação por imersão, ainda muito utilizada. O
volume de fixador empregado deve ser 15 a 20 vezes maior que o volume do fragmento de tecido a
ser fixado. O fixador inicia a sua acção da periferia para o centro do material. As porções periféricas
do material são primeiramente fixadas em relação as suas porções mais internas. A boa penetração de
qualquer fixador está directamente relacionada ao tamanho e espessura do material. Entretanto, de
acordo com o tipo de tecido, com a fixação de um encéfalo, por exemplo, a fixação por imersão seria
um método condenável, devido à dificuldade de penetração da solução. Para estes casos sugere-se
recorrer ao método da perfusão

Inclusão e Desidratação

Desidratação
Objectiva a retirada de água da peça, já que as substâncias inclusoras são insolúveis em água. Esta
etapa é feita com a utilização de álcoois graduados em tempos adequados ao fixador e ao material.

A inclusão pode ser feita utilizando a parafina (mais comumente usada) e as resinas plásticas, como o
glicol metacrilato.

Microtomia
Esta etapa consiste, basicamente, em utilizar um micrótomo para obter cortes; sucessivos, delgados e
uniformes, a partir dos blocos de parafina com as peças incluídas. Este aparelho é formado por uma
lâmina (fixa ou descartável) de aço, afiada, e um braço ao qual se prende o ,bloco e que se desloca
verticalmente.

Coloração de Cortes Histológicos


A coloração consiste numa etapa muito importante para a visualização das estruturas do tecido.
Normalmente são utilizados corantes hidrossolúveis, sendo necessário, deste modo, a remoção da
parafina da peça que foi preparada nas etapas descritas anteriormente e que permanece na lâmina de
vidro.

Objectivo da coloração
Os cortes de tecidos apresentam-se incolores após a microtomia. A coloração visa contrastar as
estruturas teciduais. A acção da maioria dos corantes se baseia na interacção entre os radicais ácidos
ou básicos dos elementos químicos dos mesmos com os dos tecidos. No entanto existem outros tipos
de corantes, como será descrito adiante.

Técnica da hematoxilina-eosina (HE)


Inicialmente, a Hematoxilina deve ser dissolvida no álcool e o alúmen na água destilada (previamente
aquecida). Posteriormente, as duas soluções devem ser misturadas e aquecidas até a fervura.

Técnicas Histoquímicas
A histoquímica é uma técnica histológica que tem por objectivo a identificação da natureza química
de constituintes celulares.Consiste na coloração específica desses constituintes, recorrendo
basicamente a substâncias que, reagindo com os componentes celulares, dão origem a produtos
corados.
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Esta técnica contrasta com a coloração histológica comum, acima referida, na medida em que esta
última se baseia na absorção, pelas estruturas, de substâncias coradas (os corantes), enquanto na
histoquímica, as cores são propriedades de produtos que se formam in sito.

Técnica de Imuno-Histoquímica (IHC)


As técnicas de imuno-histoquímica (IHQ) detectam moléculas (antígenos) teciduais, sendo de grande
valor nos diagnósticos anátomo-patológicos e na investigação científica. O mecanismo básico é o
reconhecimento do antígeno por um anticorpo associado a diversos tipos de processos de
visualização.
Actualmente há disponibilidade de grande número de anticorpos para uso em tecidos fixados em
formol e incluídos em blocos parafina, permitindo o estudo de blocos arquivados por longos
períodos.

Níveis de organização em Biologia

Tudo começa nos átomos, minúsculas porções da matéria.


Átomos reunidos formam moléculas. Diferentes moléculas são formadas graças ao tipo de átomo
presente na ligação e do tipo e número de ligações. Diferentes tipos de átomos se unem para formar,
por exemplo, moléculas de hemoglobina.
Várias moléculas reunidas formam organelos, como os ribossomas, mitocôndrias, retículo
endoplasmático liso, retículo endoplasmático rugoso, lisossomos, centríolos etc, estes encontram se
inseridos na célula.
Várias células formam tecidos. As hemácias, junto com outros tipos celulares como os leucócitos,
formam o tecido sanguíneo.

Vários tipos de tecidos reunidos formam órgãos. Por exemplo, os tecidos sanguíneos e musculares
(entre vários outros) formam o coração, órgão vital.

Órgãos reunidos formam sistemas. No caso do sistema circulatório, o principal órgão é o coração,
associado a veias, artérias, vasos e válvulas.

O conjunto de sistemas (excretor, respiratório, circulatório etc) acaba por caracterizar o organismo.

Vários organismos formam uma população, e o conjunto de várias populações distintas caracteriza
uma comunidade.
O conjunto de várias comunidades formam os ecossistemas e o conjunto de todos os ecossistemas do
planeta, forma a biosfera.
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Reprodução dos Animais


Principais Tipos de Reprodução nos Animais
Reprodução assexuada
Reprodução assexual (ou "assexuada") é um processo biológico através do qual um organismo produz
uma cópia geneticamente igual a si próprio, sem que haja recombinação de material genético. Um
exemplo simples consiste na clonagem. Muitos animais, ainda que se possam reproduzir também
sexuadamente, como a hidra (da ordem Hydroidea), fomam gomos na sua superfície externa que se
podem desenvolver originando novos indivíduos.

Não se deve confundir esta característica com a capacidade, presente em alguns animais, como os
lagartos e os caranguejos, de regenerar partes do seu corpo, como um membro ou parte da cauda
que se perderam por acidente. Nestes casos, não se trata de reprodução, já que não há a formação de
novos organismos.

Muitas espécies de animais, incluindo invertebrados (nomeadamente, algumas abelhas e vespas


parasitas) e vertebrados (como alguns répteis, peixes e, muito raramente, aves e tubarões) capazes de
reprodução sexual também têm a capacidade de se reproduzir assexuadamente, nomeadamente
através da partenogénese (do Grego parthenos, "virgem", + genesis, "criação") que consiste na
formação e desenvolvimento de um embrião sem necessidade de fertilização dos óvulos por parte do
macho. Nos organismos unicelulares, como as bactérias e as leveduras, a norma é a reprodução
assexuada, através da fissão binária das células. Mas mesmo as bactérias têm necessidade de
realizar a conjugação genética, que pode ser considerada uma forma de reprodução sexual ou para-
sexual, a fim de renovar o seu material genético.
A reprodução dos vírus também pode ser considerada como assexuada, já que estes tomam o controlo
do material genético de células hospedeiras para produzirem novos vírus.

Reprodução sexuada
A reprodução sexual (ou sexuada) implica a combinação de material genético (normalmente o DNA)
de dois seres distintos (os progenitores) através da conjugação de duas células haplóides (os gâmetas)
por cariogamia.
A maior parte dos animais (incluindo o ser humano) reproduz-se sexuadamente. Estes organismos,
ditos diplóides, apresentam dois alelos (variedade de genes) para cada traço genético. Os seus
descendentes herdem um alelo, para cada traço que irão exibir, de cada um dos seus progenitores.

Chama-se alogamia ao tipo de reprodução sexuada em que os dois gâmetas provêm de seres
distintos. Por sua vez a autogamia, pelo contrário, ocorre em organismos hermafroditas que
procedem a autofecundação, ou seja, à união dos gâmetas produzidos no mesmo organismo.

Em última análise, a reprodução sexual radica na divisão celular, especialmente através dos
mecanismos da mitose e meiose. No primeiro caso, o número de células resultantes é o dobro do das
células originais. O número de cromossomas nas células resultantes será o mesmo que na célula de
Texto de Apoio I de Zoologia Geral 2015. Docente: Lic. Mussa Issufo

origem. Na meiose, porém, o número de células resultantes da divisão será o quádruplo do número de
células original, formando-se céluas com metade do número de cromossomas da célula inicial.

Nos animais, a reprodução envolve geralmente a união de dois seres de sexos diferentes, o macho e a
fêmea. As células sexuais produzidas pelo macho e pela fêmea são designadas por gâmetas, e são
produzidas em órgãos sexuais chamados gónadas. Os gâmetas masculinos, ou espermatozóides,
fecundam o gâmeta feminino, ou óvulo, da fêmea, dando origem ao ovo, que se desenvolverá num
embrião e, posteriormente, no novo filho.

Em muitos casos, como nos mamíferos, aves e répteis, a fecundação é interna. Neste caso, o óvulo
encontra-se dentro do corpo da fémea. O macho tem que introduzir aí os espermatozóides, durante a
cópula. Em muitos animais, o macho possui para esse fim um órgão copulador que, nos
mamíferos, se chama pênis.

Na maioria dos animais aquáticos, no entanto, a fertilização é externa: a fêmea liberta os óvulos
na água (desova), onde o macho também liberta os espermatozóides. Nos animais actuais, a maioria
dos invertebrados e dos peixes são ovíparos.

Principais filos do Reino animal e seus representantes


1-Espongiarios (poríferos-esponjas)
2-Celenterados (metazoários) Cnidários (alforrecas, anémonas, corais, hidra, medusas)
3-Nematodos (lombrigas)
4-Platelmintos (planaria)
5-Moluscos (caracóis, lulas, amêijoas)
6-Anelídeos (minhocas, sanguessugas)
7-Artrópodes (insectos, arranhas, crustáceos)
8-Equinodermes (estrela- do- mar, ouriços- do- mar
9-Cordados (mamíferos, anfíbios, repteis, peixes)

Filo Espongiários (Poríferos)

A reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada:


A assexuada ocorre, por brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem se separar do corpo
do animal e dar origem a novas esponjas.

A sexuada é menos frequente que a reprodução assexuada, mas ocorre em alguns tipos de esponjas.
Quando os espermatozóides (gâmetas masculinos) estão maduros, eles saem pelo ósculo, junto com a
corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles fecunda um óvulo (gâmeta feminino).
Após a fecundação, que é interna, forma-se um ovo ou zigoto, que se transforma em uma larva. Esta
larva sai do corpo da esponja, nada e se fixa, por exemplo, em uma rocha, onde se desenvolve até se
transformar em uma esponja adulta.

Celenterados ou Cnidários (metazoários)


Os celenterados são também chamados cnidários. A água-viva, a caravela, a hidra e os corais são
alguns exemplos de celenterados. Eles são aquáticos e vivem principalmente no mar. Os corais, a
hidra e a actínia (anêmona-do-mar) vivem presos a um suporte, por exemplo, no fundo do mar ou
sobre rochas.
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Reprodução assexuada por brotamento - No meio do corpo da hidra pode nascer um broto. Este
broto cresce e separa-se da hidra-mãe. Em seguida, fixa-se em algum lugar e continua a desenvolver-
se independentemente.

Hidra desenvolvendo um broto que originará uma adulta.


Na reprodção sexuada, a hidra masculina possui testículo, onde se formam os espermatozóides. A
hidra feminina possui ovário, onde se desenvolvem os óvulos. A hidra masculina elimina
espermatozóides na água; estes deslocam-se até uma hidra feminina, onde o óvulo é fecundado.
Forma-se, então, um zigoto ou célula-ovo, que se desenvolve no corpo da hidra feminina,
transformando-se em embrião. Depois o embrião separa-se do corpo da hidra-mãe, dando origem a
uma pequena hidra, que cresce até formar uma hidra masculina ou feminina adulta (Dióicos).

As águas-vivas têm a forma de medusa, lembrando um guarda-chuva aberto, com a bica situada na
parte inferior, onde também ficam os tentáculos. Seu tamanho varia muito de uma espécie para outra.
Algumas podem ter mais de dois metros de diâmetro. Alimentam-se principalmente de invertebrados
e pequenos peixes. Às vezes são lançadas aos milhares na praia pelas ondas.

Na reprodução da água-viva ou Medusas observam-se uma fase sexuada e outra assexuada. A etapa
sexuada acontece na forma de medusa, que é a fase mais desenvolvida do ciclo; a assexuada ocorre
na forma de pólipo, que é reduzida.
Etapa sexuada (medusa) - Depois que o espermatozóide fecunda o óvulo, forma-se a célula-ovo ou
zigoto. Dele, desenvolve-se uma larva que dará origem a um pequeno pólipo.
Etapa assexuada - O pólipo cresce e reproduz-se assexuadamente dando origem a novas medusas,
que vão se tornando adultas e se transformando em novas águas-vivas.

A maioria dos celenterados apresenta reprodução sexuada e assexuada, sendo grande o número de
espécies que apresenta alternância de gerações (metagênese). Nesse caso, a forma polipóide produz
assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produzem gâmetas que
cuja fusão resulta o zigoto.
A fecundação é externa na maioria dos celenterados, havendo espécies em que o encontro dos
gâmetas ocorre dentro da cavidade gástrica. Nos casos em que o desenvolvimento é indireto (todas as
espécies marinhas) o zigoto formado dá origem a uma larva ciliada (plânula). Após algum tempo a
larva se fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo).
Nas espécies que apresentam apenas a forma de pólipo, esse se reproduz sexuadamente originando
novos pólipos. Os espermatozóides são liberados na água, nadando ao encontro do óvulo. A
fecundação e as primeiras divisões ocorrem com o zigoto ainda preso ao organismo materno. Como
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sequência do processo, o embrião se destaca e transforma-se em um pólipo jovem que na maturidade


repete o ciclo.

Ciclo de vida das água-vivas, mostrando a fase sexuada e assexuada.

Nemathelmintes (lombrigas)
São animais de corpo alongado, cilíndrico, de semetria bilateral e revestido por uma espessa cutícula.
Na sua maioria são de vida livre, há nematelmintes na água doce, na água salgada, e no solo. Na sua
maioria são parasitas, por exemplo o Homem é infectado por um número elevado destes parasitas.
Alguns géneros como AscarisTrichinella (produz a triquinose), Oxiurus e Filária (produz
elefantíase).

A Reprodução é sexuada (dióicos), isto é os indivíduos tem sexos separados.

Platelmintes (planária)
São vermes achatados e de simetria bilateral. São animais triblásticos, possuem 3 camadas de células
(ectoderme, mesoderme e endoderme). Não tem celoma, desprovidos de aparelho, circulatório e
respiratório. Possuem aparelho digestivo mais desprovido de ânus.

A reprodução dos platelmintes pode ser: assexuada ou sexuada.


Assexuada: dá-se por fragmentação, no caso da planária, esta tem a capacidade de se regenerar,
cortando-se o animal em alguns pedaços, cada um deles originando uma nova planária.
Sexuada: As planárias são hermafroditas mas a reprodução é cruzada, dois animais entram em
contacto por meio de poros genitais e trocam espermatozóides.
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Reprodução sexuada da planária

Moluscos (caracóis, lulas, polvo, lesmas, ostra)


A maioria vive no mar, mas alguns de água doce e alguns terrestres. Todos possuem um corpo mole e
não segmentado, de simetria bilateral, e protegidos geralmente por uma concha calcária.
A reprodução dos moluscos é exclusivamente sexuada. Existem algumas espécies hermafroditas,
no entanto, a maioria é dióica (sexos separados). Geralmente a fecundação é interna, mas pode
também ser externa.

Um exemplo é o caramujo, que é monóico. Na cópula, dois indivíduos de sexos distintos se


aproximam e encostam seus poros genitais, fecundando-se reciprocamente.
O desenvolvimento pode ser direto ou indireto, sendo a última a mais comum; os estágios larvais mais
conhecidos são a trocófora, semelhante a dos anelídeos marinhos.

Anelídeos (minhocas, sanguessugas)


São vermes segmentados, simetria bilateral, são tribalasticos, apresentam celoma dividido em
porções segmentadas, podem ser de espécies aquáticas ou terrestres.
A reprodução sexuada, é frequentemente nos (oligoquetos e irudíneos) A fecundação é
sempre externa.
A reprodução dos anelídeos pode ser assexuada por bipartição ou brotamento, mas a maioria
apresenta reprodução sexuada por fecundação cruzada.
Os anelídeos podem ser monóicos (oligoquetos e hirudíneos) ou dióicos (a maioria dos poliquetos). O
desenvolvimento é direto em oligoquetos e hirudíneos, e indireto nos poliquetos, que apresentam uma
forma larval ciliada, a trocófora.

Artrópodes (insectos, arranhas, crustáceos)


São na maioria terrestres, simetria bilateral, segmentados, são celomados.
A reprodução é sexuada, são dioicos com sexos separados a fecundação é interna e o
desenvolvimento pode ser directo ou indirecto.
Reprodução assexuada por partenogénese caso especial que ocorre nas abelhas melliferas.

Equinodermes (estrela- do- mar, ouriços- do- mar)


São na sua maioria marinhos, animais triblasticos, esqueleto externo formado por placas calcárias,
simetria penta-radiada (,têm simetria bilateral (larva) e radial (adulto) apresentam aparelho
Texto de Apoio I de Zoologia Geral 2015. Docente: Lic. Mussa Issufo

ambulacraio ou sistema hídrico. Têm tubo digestivo completo, respiração branquial. Seu sistema
nervoso é formado por um anel nervoso com nervos radiais.

Ocorre a reprodução sexuada, são dioicos (sexos separados), com fecundação externa (os
espermatozoides e os óvulos são lançados para a água onde ocorre a fertilização e desenvolvimento
directo.
Reprodução assexuada: No interior de cada braço da estrela-do-mar está alojado um par de gonadas
(órgãos sexuais), o que implica que tem capacidade de se reproduzir por fragmentação ou por
regeneração.

Cordados (mamíferos, anfíbios, répteis, peixes)


Todos os cordados possuem celoma, simetria bilateral, segmentação interna, são triblásticos, todos
possuem notocorda, esqueleto interno. Fazem parte deste filo 3 subfilos nomeadamente:
cephalochordata (anfioxo),Tunicata (ascídias), e Vertebrata (peixes, répteis, aves, mamíferos, e
anfíbios).
A maioria dos cordatos reproduz-se sexuadamente. Mas existem casos especiais em que se
reproduzem assexuadamente.

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