Você está na página 1de 12

Cristóvão João Baptista

Marca Pessoal
(Licenciatura em Psicologia Social e das Organizações)

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Desenvolvimento Rural e Biociências
2024
Cristóvão João Baptista

Marca Pessoal

Trabalho de pesquisa a ser apresentado


ao Departamento de ciências, tecnologia
e matemática, Curso de Licenciatura em
Ensino de Biologia, para fins avaliativos.
Dada pelo docente Msc. Virgílio C.
Cossa

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Desenvolvimento Rural e Biociências
2024
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivos........................................................................................................................3

1.1.1. Gerais...........................................................................................................................3

1.1.2. Específicos...................................................................................................................3

1.2. Metodologia.....................................................................................................................3

2. Processos da Duplicação, Transcrição e Tradução em DNA..........................................4

2.1. Duplicação ou Replicação do DNA.............................................................................4

2.2. Síntese de proteína.......................................................................................................5

2.2.1. Transcrição: síntese do RNA controlada pelo DNA................................................5

2.2.1.1. Etapas da transcrição.............................................................................................6

2.2.1.2. Alongamento.........................................................................................................6

2.2.1.3. Término.................................................................................................................6

2.3. Transcrição Em Procariontes.......................................................................................7

2.3.1. Início.........................................................................................................................7

2.3.2. Elongamento.............................................................................................................7

2.3.3. Término....................................................................................................................7

2.4. Tradução ou síntese de proteínas.................................................................................8

2.4.1. Etapas da tradução....................................................................................................9

2.4.2. Iniciação....................................................................................................................9

2.4.3. Alongamento............................................................................................................9

2.4.4. Término....................................................................................................................9

3. Conclusão.......................................................................................................................10

4. Bibliografia.................................................................................................................11
3

1. Introdução
A estrutura do DNA proposta por Watson e Crick levou-os a propor um modelo para a
replicação do DNA. Em 1958 os pesquisadores conseguiram comprovar que a replicação
ocorre realmente de forma semiconservativa. A replicação envolve sempre um sítio inicial
chamado origem de replicação, sendo o produto da replicação iniciado pelo sítio de origem
denominado réplicon. Bactérias possuem geralmente apenas um sítio de origem de replicação,
tendo apenas um réplicon. No entanto, em eucariontes existem diversos pontos de origem e,
consequentemente, vários réplicons. Em termos moleculares, a abertura da fi ta de DNA é
realizada por enzimas que catalisam o rompimento das pontes de hidrogénio, denominadas
DNA helicases.

1.1. Objectivos
1.1.1. Gerais
 Abordar sobre o DNA.
1.1.2. Específicos
 Descrever o processo da transcrição do DNA;
 Descrever o processo da tradução do DNA;
 Diferenciar o processo de transcrição nos Eucariontes e Procariontes.

1.2. Metodologia
Para a realização do presente trabalho foram usados manuais para a consulta bibliográfica
4

2. Processos da Duplicação, Transcrição e Tradução em DNA


2.1. Duplicação ou Replicação do DNA
Segundo Griffits (2008) a duplicação ou replicação do DNA ocorre quando uma molécula de
DNA origina outras duas moléculas idênticas, provenientes de seus filamentos que separam e
servem de molde para uma nova molécula. Para que a duplicação possa ocorrer, existe a
actuação de um conjunto de enzimas, descritas abaixo:
 Primase: Sintetiza os iniciadores (primers) para a duplicação
 DNA topoisomerases: Desenrola a dupla fita
 Helicase: Separa a dupla fita
 DNA polimerase: Sintetiza a nova fita
A separação dos filamentos acontece por meio da enzima helicase, que rompe as ligações de
hidrogênio, responsáveis pela união entre as bases nitrogenadas. Com a actuação da proteína
DNA topoisomerase, o filamento fica em linha recta para que a helicase possa agir
correctamente, separando as fitas em duas paralelas, facilitando o pareamento na próxima
etapa.

Fig.1: Separação dos filamentos d o DNA pela enzima helicase.

Simultaneamente, a enzima DNA polimerase monta um novo filamento usando um dos


filamentos do DNA que foi cortado pela helicase como molde. Os filamentos recém-
sintetizados pelo DNA polimerase se ligam aos filamentos originais do DNA, formando duas
novas moléculas idênticas.
5

Fig.2: Montagem de um novo filamento do DNA a partir da enzima polimerase

Como os filamentos da molécula original se conservam, dizemos que a duplicação do DNA é


semiconservativa.
A duplicação do DNA é dita semiconservativa, por originar duas novas moléculas idênticas
ao DNA original, utilizando uma de suas fitas.

2.2. Síntese de proteína


Para formar proteínas, é necessário que a informação existente no DNA seja lida e passada
para uma molécula intermediária, o RNA.

Posteriormente, o RNA será lido por ribossomos e, assim, constituirá a proteína montada, que
produzirá um fenótipo específico, isto é, a expressão de uma característica como a cor dos
cabelos ou a produção de uma proteína que actue em um processo bioquímico específico. A
expressão de genes que codificam proteínas é dividida em dois estágios: a transcrição e a
tradução.

2.2.1. Transcrição: síntese do RNA controlada pelo DNA


Snustad (2008) declara que apesar dos genes fornecerem as informações para a produção de
proteínas específicas, eles não constroem directamente uma proteína. A ponte entre o DNA e
a síntese proteica é o RNA.
A leitura do DNA, ou seja, a leitura dos seus componentes, mais especificamente das suas
bases nitrogenadas (adenina, guanina, citosina e timina) resultará em uma mensagem, o RNA
mensageiro; quando essa mensagem for lida, ela resultará na sequência de aminoácidos na
proteína.

Para isso, o RNA mensageiro (mRNA) é produzido a partir de uma fita molde de DNA, sendo
complementar a esta última molécula. Esse processo é denominado transcrição, a síntese de
RNA sob o controle do DNA.
6

2.2.1.1. Etapas da transcrição


A transcrição possui três etapas: iniciação, alongamento e término.

2.2.1.1.1. Iniciação
A iniciação acontece quando a enzima helicase rompe as ligações de hidrogénio das fitas
desenroladas por topoisomerases de DNA.
A RNA-polimerase reconhece o trecho promotor, uma sequência específica de nucleotídeos
ao longo da fita de DNA que marcam onde é iniciada a transcrição. A faixa de DNA transcrita
na fita de RNA é denominada unidade de transcrição.

2.2.1.2. Alongamento
O alongamento é a fase em que a RNA-polimerase desloca-se sob o filamento molde do
DNA, percorrendo a dupla-hélice, adicionando nucleotídeos complementares e sintetizando o
transcrito de RNA na direção 5’ ⇒ 3’.
Durante o avanço da síntese de RNA, a nova molécula de RNA se separa da fita molde de
DNA e a dupla-hélice de DNA é novamente formada.
2.2.1.3. Término
Assim como na fase de iniciação há a região promotora que compreende uma sequência que
sinaliza o início do processo transcricional, a fase de término dispõe de mecanismo similar,
que sinaliza onde termina a transcrição, o trecho terminador.
O término ocorre quando a RNA-polimerase encontra essa sequência terminadora no DNA e
desliga-se do filamento molde, liberando o transcrito, o pré-RNAm que é usado pelo mRNA.

O mRNA maduro, produzido ao final da transcrição, é formado por bases nitrogenadas. A


sequência dessas bases forma um código genético, que especifica tipos diferentes de
aminoácidos a serem produzidos. Por meio de experimentações, os cientistas chegaram à
conclusão de que alguns dos aminoácidos são codificados por mais de uma trinca, portanto há
combinação de três bases que codificam o mesmo aminoácido. Essa trinca de bases
nitrogenadas recebe o nome de codão.

As trincas de bases nitrogenadas do filamento molde de DNA transferem a informação


genética para o filamento de mRNA na forma de codons, que serão traduzidos durante a
síntese proteica. Para cada um desses códons, há anticódons, que são trincas complementares
aos códons do mRNA, presentes em uma das pontas do tRNA.
7

2.3. Transcrição Em Procariontes


2.3.1. Início
No intender de Griffiths (2014) A iniciação primeiramente o promotor é reconhecido, depois
há a formação da bolha com separação dos fi lamentos do DNA, o promotor determina o
trecho do molde que deve ser transcrito e a frequência dessa transcrição, nessas etapas o
promotor tem afinidades específicas com a RNA polimerase que varia com o tempo. O
promotores bacterianos são sequências de DNA que são identificados pelo aparelho de
transcrição e que determinam o sítio onde terá inicio a transcrição, qual dos dois filamento de
DNA são utilizados como molde, e qual o sentido da RNA polimerase.
Nos promotores são encontrados sequências comuns que são denominadas de sequências de
consenso, essas sequências normalmente implicam em uma função importante. Alguns
promotores bacterianos apresentam também um elemento antecedente (upstream) que seria
uma sequência de consenso a mais, estas geralmente catalisam o processo de transcrição.

Fig.3: iniciação da transcrição em procariontes.

2.3.2. Elongamento
O elongamento da cadeia de RNA é catalisado pelo cerne da enzima RNA polimerase após a
liberação da subunidade sigma, dentro da bolha de transcrição, que é um segmento de RNA
que permanece aberto durante a catálise da transcrição, tanto a abertura quanto o fechamento
temporário da bolha é catalisado pela RNA polimerase, além da adição de ribonucleosídeos
trifosfatados complementares a fi ta de DNA molde.

2.3.3. Término
O término ocorre quando a RNA polimerase transcreve um sinalizador de término ou
finalizador que antecedem o ponto de término. Um dos sinalizadores de término são
denominado alças em grampo, em função do dobramento do transcrito sobre si mesmo em
função de uma região rica em CG de cerca de 40 nucleotídeos de extensão, reconhecida pela
RNA polimerase.
8

2.4. Tradução ou síntese de proteínas


Segund Emerson (2010) define a Tradução sendo como o evento que resulta na síntese de
proteínas no qual estão envolvidos os três tipos principais de RNA. Em células eucarióticas,
após a transcrição e a maturação no núcleo, o RNA mensageiro (mRNA) migra até o
citoplasma com os códons que determinam a sequência de aminoácidos formadores da
proteína.

O RNA ribossômico (rRNA) compõe, com as proteínas, os ribossomos. Estes são estruturas
constituídas em uma subunidade maior e outra menor, que contêm três sítios: A (no qual
ocorre a entrada do aminoácido), P (em que fica o peptídeo em formação) e o sítio E (saída do
RNA transportador – tRNA).

O tRNA tem, em uma de suas subunidades, a sequência ACC, em que os aminoácidos se


ligam. Para o reconhecimento dos códons do mRNA, na outra extremidade do tRNA, está o
anticódon específico para cada aminoácido correspondente. Dessa forma, é determinada a
posição do aminoácido na proteína.
É importante lembrar que o sentido, tanto da transcrição quanto da tradução, é sempre de 5’
para 3’, para que as informações não sejam lidas de trás para frente. Por exemplo, considere a
molécula de RNA mensageiro a seguir:

5’ AAUCUCAUGGUUAUGCCGGAUUCAUCCUGAUU 3’
O ribossomo vai andar sob essa molécula e só iniciará a tradução ao reconhecer o códon da
metionina (AUG). Após isso, ele vai ler os códons sempre em trincas, e os tRNA
transportarão os aminoácidos correspondentes a essas trincas.

5’ AGAUCUCAUGGUUAUGCCGGAUUCAUCCUGAUU 3’
Note que há mais de um AUG nessa sequência, de maneira que a iniciação se dará sempre a
partir do primeiro códon encontrado.

5’ AGAUCUCAUGGUUAUGCCGGAUUCAUCCUGAUU 3’
Portanto, a sequência de aminoácidos será:
Met – Val – Met– Pro– Asp– Ser– Ser
De acordo com o autor acima citado, dois aminoácidos do tipo serina com códons diferentes,
o que evidencia como o código é degenerado. Além disso, mesmo que a sequência contenha
oito códons, apenas sete foram traduzidos, pois o códon de parada (em vermelho) não é
traduzido.
9

2.4.1. Etapas da tradução


O processo de tradução pode ser dividido em três etapas: iniciação, alongamento e
terminação.
2.4.2. Iniciação
A iniciação acontece quando a subunidade menor do ribossomo se liga ao tRNA da metionina
(o iniciador). Juntos, percorrem o mRNA até encontrar o códon de iniciação (AUG). Feito
isso, a subunidade maior do ribossomo se une à subunidade menor, como se uma concha fosse
fechada. Então, a tradução é iniciada. Esquema da iniciação.

2.4.3. Alongamento
O alongamento é iniciado quando o tRNA da metionina se liga ao sítio P do ribossomo. O
tRNA que apresenta o anticódon correspondente ao códon seguinte do mRNA se aloja no sítio
A do ribossomo. Com isso, ocorre a formação de uma ligação peptídica entre os aminoácidos
e o tRNA da metionina é liberado para o citoplasma, saindo pelo sítio E. O ribossomo se
desloca sob o mRNA, de forma que os dois aminoácidos passam a ocupar o sítio P, mantendo
o sítio A sempre vazio para a entrada do próximo aminoácido.

Esse processo acontece ao longo de todo o mRNA, formando a cadeia polipeptídica.


Esquema do alongamento.

2.4.4. Término
O alongamento continua até o momento em que o códon apresentado ao sítio A do ribossomo
pelo mRNA seja um dos três que indicam término: UGA, UAA e UAG. É importante ressaltar
que esses códons não são reconhecidos por nenhum RNAt. Quando o sítio A é ocupado por
proteínas citoplasmáticas chamadas factores de liberação que reconhecem os códons
finalizadores, ocorre a terminação da síntese proteica.

O polipeptídio é liberado, e as subunidades do ribossomo dissociam-se, ficando livres no


citoplasma, assim como o mRNA. A metionina inicial pode ser removida do polipeptídio
pronto. Ou pode ser, então, mantida, fazendo parte da proteína formada.

Vários ribossomos podem se deslocar simultaneamente pela mesma molécula de mRNA,


produzindo diversas proteínas ao mesmo tempo.
10

3. Conclusão
A molécula de DNA passa pelo processo de replicação para garantir hereditariedade das
células, possibilitando o desenvolvimento de organismos pluricelulares e as diversas formas
de reprodução, utilizando um processo muito preciso envolvendo diversas moléculas que
garantem a replicação semiconservativa do DNA. Por outro lado, podemos concluir que é no
processo de transcrição que o DNA realmente inicia a realização de sua função de
fornecimento de informações genéticas que determinam as características das proteínas e,
participando efectivamente do material genético na formação do organismo.
11

4. Bibliografia

1. Emerson A. Castilho Martins, E.A.C., Maciel-Filho, P.R. Mecanismos De expressão


gênica em eucariotos, Revista da Biologia – www.ib.usp.br/revista – volume 4 –
junho de 2010.
2. Griffits, A. J. F. e Col – Introdução à genética – Editora Guanabara Koogan, 9a
edição, Rio de Janeiro, RJ, 2008.
3. Griffiths, A, J. F. Introdução À Genética 10a Ed. Rio De Janeiro: Guanabara Koogan,
2014.
4. Snustad, D. P. – Fudamentos à Genética - Editora Guanabara Koogan, 6a edição, Rio
de Janeiro, RJ, 2008.

Você também pode gostar