Você está na página 1de 49

Anatomofisiologia

Prof.ª M.ª Adriana Leite Martins


Prof. Guilherme Bernardes Filho
Diretor Presidente
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes
Diretor Tesoureiro
Prof. Frederico Ribeiro Simões
Reitor

UNISEPE – EaD
Prof. Me. Igor Gabriel Lima
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres

Material Didático – EaD

Equipe editorial:
Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395
Idamara Lobo Dias
Isis Gabriel Alves
Pedro Ken-Iti Torres Omuro
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz

Apoio técnico:
Alexandre Meanda Neves
Anderson Francisco de Oliveira
Gustavo Batista Bardusco
Matheus Eduardo Souza Pedroso
Vinícius Capela de Souza

Equipe de diagramação:
Laura Michelin de Oliveira Machado

Equipe de revisão:
Ana Beatriz Torres Omuro, Prof.ª Camila Santos Seimaru, Prof.ª Fabíola Löwenthal, Prof.ª Juliana Duarte, Laura Lemmi Di
Natale, Marcela Gonçalves Ferreira Camillo.
SOBRE A AUTORA:

Professora Adriana Leite Martins é graduada (Bacharelado) em Fisioterapia pela


Universidade de Mogi das Cruzes (2003). É mestre em Engenharia Biomédica (2006) pela
Universidade de Mogi das Cruzes em parceria com a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo).

É docente do Centro Universitário do Vale do Ribeira (UNIVR) desde 2008, nos cursos de
Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Biomedicina, Enfermagem e Psicologia, já ministrou aulas na pós-
graduação nos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Educação Física. É supervisora de estágio
curricular nas áreas de Fisioterapia Neurológica e Fisioterapia Pediátrica.

Desenvolve atividades de iniciação científica como orientadora. È membro do núcleo docente


estruturante (NDE) do curso de Fisioterapia e membro da comissão Própria de Avaliação (CPA) do
UNIVR. Possui conhecimento no preparo de materiais para disciplinas EAD. Atua na área de
educação há 12 anos.

SOBRE A DISCIPLINA:

Caro aluno seja bem-vindo à disciplina de Anatomofisiologia Humana!

Esta disciplina tem por finalidade estudar o corpo humano conhecendo seus órgãos e
estruturas de formação, através dessa disciplina você conhecerá as formas, localização e
funcionamento de todos os constituintes corporais.

A disciplina de Anatomofisiologia Humana visa proporcionar o conhecimento básico da


estrutura e funcionamento dos diferentes sistemas orgânicos, bem como seu controle e inter-relações
com o meio interno e ambiente.

Este livro didático está dividido em três unidades, na primeira você conhecerá alguns conceitos
básicos necessários para entender o que é Anatomia e Fisiologia e quais as suas relações. Depois de
passar pelos conhecimentos da Introdução a Anatomia e Fisiologia nos próximos capítulos dessa
unidade, você estudará a Anatomia e Fisiologia Celular, Tegumentar e do Sistema Esquelético.

Na segunda unidade e terceira unidades, você aprenderá sobre a Anatomia e Fisiologia dos
Sistemas: Muscular, Nervoso, Endócrino, Cardiocirculatório, Respiratório, Digestório, Urinário e
Reprodutor.

Bons Estudos!
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e
facilitar a organização e a leitura hipertextual.
SUMÁRIO

UNIDADE I ............................................................................................05
1º INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA....................05
2º ANATOMIA E FISIOLOGIA CELULAR...........................................15
3º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR.................26
4º ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA ESQUELÉTICO.................35
UNIDADE I
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA
HUMANA
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ O que é Anatomia Humana;


✓ O que é Fisiologia Humana;
✓ O que é Variação anatômica, Anomalia e Monstruosidade;
✓ O que é Mecanismo de Regulação Homeostásica;
✓ Como é a Posição Anatômica;
✓ O que são Planos de Delimitação;
✓ O que são Planos de Secção;
✓ Quais são os Termos de Posição do corpo humano;

Introdução

Para realizar o estudo da Anatomia e Fisiologia Humana é preciso considerar que todas as
descrições são realizadas a partir de uma posição anatômica estabelecida.

Para lidar com os fatores de transformações estruturais e arquiteturais, causados pela


variação genética, idade e sexo é preciso entender os conceitos de Normalidade, Variação
Anatômica, Anomalia e Monstruosidade. O estudo da Anatomia e Fisiologia Humana nos possibilita
aprender mais sobre o corpo humano, entender como é o seu funcionamento e como ele é
organizado.

Este capítulo dará embasamento para a aprendizagem de um vocabulário anatômico com


terminologias e conceitos específicos, além de compreensões sobre o funcionamento harmônico e
fisiológico de todas as estruturas envolvidas na formação do corpo humano.

Homeostase é manter o equilíbrio necessário para a vida

Fonte: https://biografiasarte.blogspot.com/p/a-homeostasis.html?m=1

5
1.1 O que é anatomia humana

A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). Dissecação
deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente à anatomia.
Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos desta ciência.

Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização humana.
Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, expandiu-se, ao longo
do tempo, graças à aquisição de tecnologias inovadoras.

Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em dois grandes grupos: Anatomia macroscópica
e Anatomia microscópica. A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho
nu, utilizando ou não recursos tecnológicos, os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia
Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso
de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é
dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se
organizam para a formação de órgãos).

Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo, suas formas e estruturas de maneira macroscópica e
também através de um auxílio de microscópio, isso que dizer que o estudo das células (Citologia) e dos tecidos
(Histologia) também faz parte dessa ciência.

1.2 O que é fisiologia humana

A palavra "fisiologia" tem origem grega: onde "physis" significa "fisio" ou "natureza das coisas" e
"logos" significa "logia" ou "estudo". Dessa forma, a fisiologia é uma ciência que estuda o
funcionamento normal do corpo humano considerando os processos químicos e físicos.

Mas você pode se questionar: “o que é um funcionamento normal, considerando um corpo


composto por uma infinidade de células, tecidos, órgãos e sistemas, com características tão
diferentes de pessoa para pessoa?” Um corpo está em condições de normalidade quando consegue
manter todas as suas funções em determinado equilíbrio e harmonia.

Para que o organismo funcione como uma unidade funcionalmente integrada são necessários
mecanismos de monitoramento de acontecimentos internos e externos, de processamento de
estímulos e produção de comandos e de execução coordenada das tarefas de ajuste. Esse processo
fisiológico recebe o nome de Mecanismo de Regulação Homeostásica.

Entenda melhor como isso funciona:

Para que as funções do organismo ocorram com normalidade, ou seja, em homeostasia,


existe a ação de um mecanismo de regulação corporal. Esse mecanismo de regulação
corporal envolve três componentes essenciais:

6
• Órgãos sensoriais: estruturas altamente sensíveis à detecção de mudanças específicas
dos meios interno ou externo.
• Órgãos de processamento e de integração: local de recebimento e processamento da
informação; está capacitado para analisar e elaborar comandos de ação.
• Órgãos efetuadores: sistemas de órgãos que executam as tarefas necessárias para o
restabelecimento do controle.

De uma maneira simples, esse sistema funciona da seguinte forma:

Todas as vezes que algo em nosso organismo começa a funcionar fora do que é considerado
“normal”, algumas estruturas capazes de perceber o funcionamento “alterado” de qualquer célula,
órgão ou sistema do corpo (órgãos sensoriais), percebe essa alteração e envia uma mensagem a
uma segunda estrutura (órgãos de processamento e de integração), que receberá essa
informação e irá elaborar uma ação para corrigir tal “alteração” na tentativa de restituir a
“normalidade”, vai encaminhar esse plano de ação a uma terceira estrutura (órgãos efetuadores)
que executarão a ação para corrigir o problema.

Fluxograma 1 - Mecanismo de Regulação Homeostásica

ÓRGÃOS DE
PROCESSAMENTO E
DE INTEGRAÇAO

ÓRGÃO ÓRGÃO
SENSORIAL EFETUADOR

Fonte: Elaborado pela autora

1.3 Organização funcional do corpo humano

Fluxograma 2 – Estrutura - Corpo Humano

CÉLULAS TECIDOS ÓRGÃOS SISTEMAS

CORPO HUMANO

Fonte: Elaborado pela autora

7
Os níveis de organização de uma linguagem acontecem da seguinte forma: um conjunto de letras
forma uma palavra, um conjunto de palavras forma uma frase, um conjunto de frases forma um
parágrafo e um conjunto de parágrafos forma um texto. De forma semelhante acontece no corpo
humano.

A menor unidade funcional do nosso corpo é a célula, um conjunto delas forma um tecido, um
conjunto de tecidos forma um órgão, um conjunto de órgãos forma um sistema e um conjunto de
sistemas forma nosso complexo corpo humano.

O objeto de estudo da nossa disciplina é abordar o conhecimento das estruturas (Anatomia) e


funções (Fisiologia) dos sistemas corpóreos.

- Tegumento Comum: composto por pele e suas estruturas.

- Sistema Esquelético: composto por ossos e suas estruturas.

- Sistema Muscular: composto por músculos e suas estruturas.

- Sistema Nervoso: composto por ossos e suas estruturas.

- Sistema Cardíaco: composto por coração e vasos sanguíneos.

- Sistema Respiratório: composto por pulmões e suas estruturas.

- Sistema Digestório: composto por tubo digestivo e suas estruturas.

- Sistema Urinário: composto por rins e outras estruturas.

- Sistema Reprodutor: composto por gônadas e órgãos associados.

1.4 Conceitos em anatomia e fisiologia

Alguns fatores como sexo, idade, herança genética e biótipo definem mudanças na estrutura do
corpo. Para isso, é importante considerar alguns conceitos como:

- Normal: é quando a forma e suas estruturas são mais frequentes em uma população. Trata-se,
portanto, de um conceito estatístico e não idealístico.

- Variação Anatômica: é quando as alterações internas ou externas não promovem prejuízos da


função. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo da função. Por exemplo, a
artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns
indivíduos, a divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional, esta é uma variação.

Os fatores que interferem na variação anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, herança genética,
entre outros.

- Anomalia: é quando as alterações internas ou externas promovem prejuízos da função.

- Monstruosidade: é quando as alterações internas ou externas são tão severas que colocam a vida
em risco.

8
Os fatores que interferem na Variação Anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, herança genética, entre
outros.

As atividades celulares (das células), orgânicas (dos órgãos) e sistêmicas (dos sistemas),
quando funcionam em condições de normalidade, estão em condições fisiológicas ou
homeostásicas.

Homeostase é a condição de relativa estabilidade da qual o organismo necessita para realizar suas funções
adequadamente para o equilíbrio do corpo.

1.5 Posição anatômica

Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando que a posição pode
ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição anatômica
(posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao
objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada.
Ficou estabelecida então a posição:

Figura 1 – Posição Anatômica

Posição Anatômica: Indivíduo em posição


bípede/ortostática (em pé), face voltada para frente, olhar
dirigido para o horizonte, pés unidos, membros superiores
ao longo do corpo com palmas das mãos voltadas para
frente.

Fonte: Wikimedia Commons (https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Anterior_view_of_human_male,_retouched.jpg)

9
A posição anatômica definida pelos anatomistas impede confusões nas descrições de partes e/ou regiões
corpóreas. Para relatar a posição de qualquer estrutura do corpo é necessário antes considerar a posição
adotada como padrão de estudo.

1.6 Planos de delimitação do corpo humano

São planos que tangem (tocam) as porções anterior, posterior, superior, inferior e lateral do corpo
humano.

• Plano Ventral (Anterior): plano vertical tangente ao ventre;


• Plano Dorsal (Posterior): plano vertical tangente ao dorso;
• Planos Laterais (D e E): planos verticais tangentes ao lado direito e esquerdo;
• Plano Superior (Cranial): plano horizontal tangente à cabeça;
• Plano Inferior (Caudal/Podálico): plano horizontal tangente aos pés.

Figura 2 – Planos anterior/posterior Figura 3 – Planos laterais Figura 4 – Planos superior/inferior

Fonte: https://www.slideshare.net/malinga21/anato-conceitos

1.7 Planos de secção do corpo humano

São planos que cortam imaginariamente o corpo humano para facilitar a observação das estruturas
e forma.

• Plano Sagital – Mediano: divide o corpo em duas partes, direita e esquerda.


• Plano Frontal – Coronal/Vertical: divide o corpo em duas metades, anterior e posterior.
• Plano Transversal – Horizontal: divide o corpo em duas metades, superior e inferior.

10
Figura 5 – Plano sagital Figura 6 – Plano frontal Figura 7 – Plano transversal

Fonte: https://www.slideshare.net/malinga21/anato-conceitos

1.8 Termos de posição ou direcionais do corpo humano


Os termos direcionais são palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em relação à
outra. Estes são os termos direcionais ou de posição:

• Proximal: estrutura próxima ou voltada à raiz.


• Distal: distante da raiz.
• Lateral: mais próximo do plano lateral.
• Medial: mais próximo do plano sagital
• Homolateral (Ipsilateral) e Contralateral: mesmo lado e lado oposto.
• Superficial e Profundo: mais próximo ou afastado da superfície.

Neste capítulo, você viu que a Anatomia Humana é uma ciência que estuda o corpo humano e suas formas
macroscopicamente e microscopicamente. As diferenças que existem na Anatomia e que não causam prejuízo
da função são determinadas pelo sexo, idade, raça, biótipo, herança genética e é denominada de variação
anatômica, as diferenças que causam prejuízo funcional são denominadas de anomalias ou monstruosidade.

A posição anatômica definida pelos anatomistas impede confusões nas descrições de partes e/ou regiões
corpóreas e é necessária para a identificação dos planos de delimitação, planos de secção e para os termos
de posição do corpo humano.

É importante lembrar que a fisiologia Humana é uma ciência que estuda o funcionamento normal do corpo.
Para que o organismo funcione como uma unidade funcionalmente integrada são necessários mecanismos de
monitoramento, processamento e de execução. Esse processo fisiológico recebe o nome de Mecanismo de
Regulação Homeostásica.

Vimos também que a importância de conhecer a organização funcional é ter em mente que o corpo humano é
uma máquina extraordinária que funciona com a atividade de milhares de outras estruturas menores que estão
trabalhando de forma independente e em harmonia com todas as outras. Manter tudo isso em equilíbrio é
entender o funcionamento da Fisiologia Humana.

11
Os primeiros cientistas Anatomistas e Médicos foram os egípcios. Após, vieram os Mesopotâmios. A
importância do médico que cuidava dos animais era tão grande para os Mesopotâmios, que o exercício da
atividade ganhou destaque até no “código de Hamurabi”. Para saber sobre a ciência da Anatomia, leia o texto
“Uma Breve História da Anatomia Humana”. Disponível em: https://projetomedicina.com.br/artigos/uma-
breve-historia-da-anatomia-humana/ Acesso 20/11/2019.

Leia o primeiro capítulo “Organização Funcional do Corpo Humano e controle do Meio Interno” do Livro Guyton
& Hall - Tratado de Fisiologia Médica. Este texto é um guia claro e de fácil compreensão com conteúdo mais
relevante para os estudantes clínicos e pré-clínicos. Uma ajuda para você se preparar de forma visual e
dinâmica para fazer a correlação entre a anatomia e a fisiologia e seu impacto clínico. Disponível em:
https://pt.slideshare.net/RenatoMachado4/1-fisiologia-mdica-guyton-e-hall-9-a-ed-cap-01-a-13-2 Acesso
20/11/2019.

Palavras Significado
Aceito Que é acreditado; admitido, respeitado.
Ambígua Mistura de coisas opostas.
Arquiteturais Estruturais.
Compatível Parecido, similar, que combina.
Designação Denominação, classificação.
Empírica Baseado na experiência e na observação.
Idealístico Qualquer teoria filosófica em que o mundo material, objetivo, exterior,
só pode ser compreendido plenamente a partir de sua verdade
espiritual, mental ou subjetiva.
Intuitiva Que efetiva um conhecimento de maneira direta e imediata, sem
recorrer a inferências ou categorizações conceituais.
Mística Aquele que tem tendência a crer no sobrenatural.
Racional Que tem por objeto a razão, sua forma e seus procedimentos.
Secção Corte.
Tanger Tocar, atingir.

12
Assinale a alternativa que apresenta uma subárea da Anatomia que estuda os tecidos do corpo.

a) Citologia
b) Fisiologia
c) Anatomia Macroscópica
d) Histologia
e) N.D.A. (nenhuma das alternativas)

RESPOSTA: D

Vimos que, de acordo com o que estudamos:

- Citologia: ciência que estuda as células

- Fisiologia: ciência que estuda a função do corpo humano

- Anatomia Macroscópica: ciência que estuda a estrutura e forma do corpo humano a olho nu

- Histologia: ciência que estuda os tecidos

***Então a alternativa correta é a D

Diabetes é uma doença que se caracteriza pelo aumento da concentração de glicose no sangue
(hiperglicemia), uma das causas do desenvolvimento patológico decorre da disfunção pancreática com
consequente alteração na função do hormônio insulina. Essa alteração é logo percebida por estruturas
altamente sensíveis que captam a alteração sanguínea, transmitem essa informação a um centro de
processamento que elabora uma resposta que será executada por órgãos efetuadores com a finalidade de
garantir a homeostasia sanguínea. Esse processo orgânico se refere ao:

a) Mecanismo de ajuste celular


b) Mecanismo de retroalimentação positiva
c) Mecanismo de autoimunidade
d) Mecanismo de regulação homeostásica
e) Nenhuma das alternativas

13
• TORTORA,Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do assunto.

• GUYTON, Arthur C. Fisiologia Humana - 6ª Ed. (1988). Guanabara Koogan- RJ.

O propósito do livro é apresentar a filosofia básica do funcionamento humano. Guyton escolheu os aspectos
da fisiologia humana que pudessem levar o leitor a desenvolver uma compreensão dos princípios e dos
conceitos básicos. Além da revisão do texto, todas as figuras foram redimensionadas, muitas em duas cores,
de modo a destacar os conceitos fisiológicos básicos que buscam ilustrar.

14
UNIDADE I
CAPÍTULO 2 - ANATOMIA E FISIOLOGIA CELULAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Principais componentes celulares;


✓ Função da Membrana Plasmática;
✓ Tipos de Transporte Celular;
✓ O que é liquido intracelular e liquido extracelular;
✓ Potencial de Ação;

Introdução

O estudo da Fisiologia Humana permite compreender os aspectos funcionais dessa complexa


máquina que chamamos de corpo humano. No entanto, antes de conhecer o corpo como um todo,
faz-se necessário entender como funciona a menor parte de formação dele, a célula.

Nesse capítulo, você estudará os principais elementos que constituem uma célula, seu
funcionamento de forma geral e como são realizados os transportes de substâncias na célula.

Tais informações nos darão embasamento para compreender os mecanismos de polarização,


despolarização e repolarização presentes no potencial de ação.

Trata-se de um capítulo recheado de informações que irá saciar a sua sede pelo
conhecimento, vamos saborear?

A cada pulsação nossa, ou seja, a cada batida do nosso coração, é produzida uma corrente de um ciclo por
segundo que produz um watt de potência elétrica. Esta potência varia de pessoa para pessoa, dependem
exclusivamente da constituição orgânica das células e também da condutibilidade do corpo. Sendo assim,
nosso corpo produz eletricidade, esta eletricidade, que no caso é denominada de bioeletricidade é visualizada
com muita facilidade através de um eletrocardiograma ou do eletroencefalograma. Será que um dia
conseguiremos usar a energia humana para gerar eletricidade?

Fonte: https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/eletricidade-humana-nosso-corpo-produz-eletricidade/52290

15
2.1 Célula: sua constituição e funcionamento

As células são as menores unidades funcionais do corpo, ou seja, a menor estrutura de formação do
corpo humano com funções. Embora seja uma estrutura microscópica, a célula é composta por
muitas estruturas, e desempenha inúmeras funções especializadas e complexas de forma
organizada.

As diversas substâncias que compõem a célula são em conjunto chamadas de protoplasma, este
é composto por cinco substâncias básicas: água, eletrólitos, proteínas, lipídios e carboidratos.

1. ÁGUA: constitui o principal meio líquido da célula, onde estão dissolvidas muitas substâncias
químicas celulares e é também o lugar onde ocorre inúmeras reações químicas.
2. ELETRÓLITOS: os eletrólitos permitem a condução dos impulsos, além de determinar e
controlar a atividade de diversas reações necessárias ao metabolismo celular.
3. PROTEÍNAS: depois da água, é a substância mais abundante presente na célula, as
proteínas estão envolvidas com função de transporte nas células.
4. LIPÍDIOS: por serem substâncias insolúveis na água, são participantes da formação
estrutural da membrana. A gordura armazenada no interior da célula também atua como
reservatório de energia.
5. CARBOIDRATOS: exercem poucas funções na célula. Representam em média cerca de 1%
apenas da massa celular e é sempre armazenada na célula sob a forma de glicogênio, que
pode ser usada como uma fonte rápida de energia celular.

Nas células também existem as organelas como lisossomos, retículo endoplasmático,


ribossomos, complexo de golgi, entre outros.

Os cinco principais elementos que formam as células são:

1- Água;

2- Eletrólitos;

3- Proteínas;

4- Lipídios;

5- Carboidratos;

16
2.2 Membrana plasmática

É formada por uma dupla camada fosfolipídica, com proteínas inseridas em sua extensão. A
membrana possui uma permeabilidade seletiva, ou seja, a membrana seleciona as substâncias que
podem entrar ou sair da célula.

As substâncias que possuem mais facilidade para passarem são aquelas solúveis nos lipídios,
isso porque a estrutura da membrana plasmática é à base de lipídios (gordura), essas substâncias
são chamadas de (lipossolúveis/hidrofóbica) e há baixa solubilidade para as substâncias.

As substâncias que possuem menos facilidade para passarem são aquelas solúveis na água,
isso porque a estrutura da membrana plasmática é à base de lipídios (gordura), essas substâncias
são chamadas de (hidrossolúveis/hidrofílica).

Substâncias hidrossolúveis/hidrofílica: são aquelas que se dissolvem na água, mas não se dissolvem em
gorduras, por isso tem mais dificuldade para atravessar a membrana plasmática.
Substâncias lipossolúveis/hidrofóbica: o termo “lipo” vem da palavra gordura, portanto, se dissolve
em gordura e tem mais facilidade de atravessar a membrana plasmática.

Está inserida na membrana plasmática uma estrutura denominada Bomba de Sódio/Potássio,


uma estrutura que atua no transporte de sódio (Na) para fora da célula e potássio (K) para dentro. A
bomba tem dois sítios de ligação para o K e três sítios para o Na, o que significa que a cada dois K
que entram saem três Na.

A Bomba de Na/K tem a função de manter a célula em equilíbrio/homeostasia. Todas as células


formam muitas substâncias intracelulares, tais substâncias tendem a aumentar o tamanho da célula
e a bomba age em sentido contrário controlando o aumento da célula e impedindo que ela morra.

Homeostase é a condição de relativa estabilidade a qual o organismo necessita para realizar suas funções
adequadamente para o equilíbrio do corpo.

17
2.3 Como acontece o transporte de substâncias em uma célula? Quais são os tipos
de transporte?

As proteínas estão envolvidas com função de transporte nas células. Existem duas formas principais
de transportar substâncias entre os meios interno e externo da célula.

• TRANSPORTE PASSIVO: processo que ocorre SEM uso de energia proveniente da


decomposição de ATP pela célula.
• TRANSPORTE ATIVO: processo que ocorre COM uso de energia proveniente da
decomposição de ATP pela célula.

ATP (adenosina trifosfato) é uma molécula que armazena energia para diversos usos celulares.

O processo passivo envolve três tipos de transporte: Difusão Simples, Difusão Facilitada e
Osmose.

✓ Difusão simples: transporte de substância a partir de uma região de concentração maior


para uma região de concentração menor, ou seja, a substância se move de uma área onde
há mais dela, para outra onde há menos dela.

Por exemplo: O movimento de oxigênio do sangue para dentro das células e do dióxido de
carbono de volta para o sangue.

✓ Difusão Facilitada: na difusão facilitada, o transporte é facilitado por uma proteína que
atravessa as substâncias. Nesse tipo de transporte, algumas moléculas maiores ou que não
são solúveis aos lipídios da membrana (hidrossolúveis) conseguem ser transportadas.

✓ Osmose: transporte exclusivo de água por uma membrana seletivamente permeável. A água
sai de uma área onde a concentração de solutos é baixa e vai para uma área onde a
concentração de solutos é alta com o objetivo de restabelecer o equilíbrio.

Por exemplo: Imagine dois copos com a mesma quantidade de leite, no primeiro você
acrescenta uma colher de achocolatado e no outro você acrescenta duas colheres. Como
deixar os dois copos com a mesma concentração? Como a osmose é um transporte exclusivo
de líquido só podemos mexer na quantidade de leite, então para deixar os dois copos com
quantidades similares de achocolatado basta acrescentar mais leite no segundo copo. Assim,
o transporte de leite foi feito de um local de alta concentração de solutos (achocolatado) para
um local de baixa concentração de solutos.

18
Transporte passivo – As substâncias são transportadas sem gasto de energia:

✓ Difusão Simples
✓ Difusão Facilitada
✓ Osmose

No TRANSPORTE ATIVO, as substâncias são atravessadas de um meio onde estão menos


concentradas para um meio onde estão mais concentradas, mas para isso o transporte requer
energia proveniente da “quebra” da molécula de ATP.

O melhor exemplo de transporte ativo é a Bomba de Sódio/Potássio localizada na membrana


plasmática, que transporta íons Sódio (Na) para fora e Potássio (K) para dentro, desobedecendo a
regra do gradiente de concentração.

Gradiente de concentração: as substâncias saem de um local de maior concentração para um local de menor
concentração.

2.4 Transporte nas vesículas

O transporte nas vesículas se dá por meio de um saco de membrana que transporta as substâncias
de uma estrutura para outra dentro das células, capta substâncias do meio extracelular (endocitose)
ou libera as substâncias no meio extracelular (exocitose).

ENDOCITOSE: na endocitose, as substâncias se movem para dentro das células através de uma
vesícula que se forma a partir da membrana plasmática.

A endocitose envolve dois tipos:

Fagocitose: uma forma de endocitose na qual as células englobam grandes partículas sólidas
como, por exemplo, bactérias inteiras ou vírus.

19
Pinocitose: uma forma de endocitose na qual as células englobam partículas líquidas; a
maioria das células sanguíneas realiza esse tipo de transporte.

EXOCITOSE: na exocitose, as substâncias são liberadas para fora da célula. Todas as células
realizam a exocitose, em especial dois tipos de células: (1) células secretoras (que produzem algo)
que liberam enzimas digestivas, hormônios, muco e outras secreções; (2) células nervosas que
liberam neurotransmissores.

TIPOS DE TRANSPORTE CELULAR

Transporte Passivo – As substâncias são transportadas sem gasto de energia:

✓ Difusão Simples
✓ Difusão Facilitada
✓ Osmose

Transporte Ativo – As substâncias são transportadas com gasto de energia de um meio de menor
concentração para um meio de maior concentração.

Transporte nas Vesículas:

✓ Endocitose (Fagocitose e Pinocitose)


✓ Exocitose

2.5 Líquido intracelular (lic) e liquido extracelular (lec)

Cerca de 56% do nosso corpo é formado à base de água e todo esse líquido se encontra no interior
e no exterior das células, daí o nome líquido intracelular (dentro da célula) e extracelular (fora da
célula).

► Líquido Intracelular (LIC): são os líquidos que estão no interior das células.

► Líquido Extracelular (LEC): são os líquidos que estão nos espaços entre as células. O LEC
está em movimento constante no corpo em razão da circulação sanguínea. O LEC é
transportado para todo o corpo em dois estágios:

1. Movimento do sangue no sistema circulatório;

2. Movimento de líquido entre os capilares e células.

20
Encontra-se nesse líquido uma grande concentração de íons como Sódio, Potássio,
Bicarbonato, Cloreto, Magnésio, Fosfato, dentre outros. Esses íons são partículas que possuem
polaridade positiva ou negativa, podemos também chamar os íons polarizados positivamente ou
negativamente de eletrólitos.

Os eletrólitos estão presentes na camada interna e externa da célula e geram uma corrente
elétrica orgânica que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos e funcionamento do corpo
humano.

Os mesmos eletrólitos que se encontram no líquido intracelular também estão presentes no


líquido extracelular, mas em proporções muito diferentes. Essa diferença de íons carregados
positivamente e negativamente no interior e exterior da célula é o que gera a eletricidade orgânica.

No líquido intracelular (LIC), há uma maior concentração de íons de potássio, magnésio,


fosfato e substratos necessários para as reações químicas; por isso quando a célula está em
homeostasia seu meio interno é negativo.

No líquido extracelular (LEC), há uma maior concentração de íons de sódio, cloreto,


bicarbonato, nutrientes para as células e os produtos de excreção celular; por isso quando a célula
está em homeostasia seu meio externo é positivo.

A diferença nos eletrólitos presentes no LIC e no LEC é responsável pelo desenvolvimento de uma carga
elétrica através da membrana que auxilia na transmissão dos impulsos nervosos e regulação das funções
celulares.

2.6 Potencial de ação

O potencial de ação representa o mecanismo básico para transmissão dos impulsos eletroquímicos
que serão usados na transmissão de sinais para regulação das funções orgânicas. Representa o
mecanismo básico para transmissão da informação, no sistema nervoso e em todos os tipos de
músculos. Nestas duas formas celulares, devemos levar em consideração três pontos necessários
para entendermos o potencial de ação.

O primeiro ponto é que a variação do potencial de repouso corresponde à -90 mV nestas


células, sendo que, quando analisamos as diferenças elétricas intra e extracelular, verificamos que o
interior desta célula é predominantemente negativo e o exterior predominantemente positivo, a esta
condição denominamos de potencial de repouso da célula.

21
O segundo ponto é referente à concentração de dois íons essenciais para que aconteça o
PA, que são ele: Sódio (Na+) e Potássio (K+). Cada um desses íons participa de uma etapa específica
do PA. Nestas células, a diferença de concentração dos íons no meio intracelular e extracelular são
bem distintas, em que, no caso do Na+, a concentração é maior no exterior do que no interior da
célula e, no caso do K+, o perfil de concentração é contrario ao Na+, ou seja, muito mais
concentrado no meio interno do que no meio externo. Sendo assim, pela distinção na concentração,
a tendência do Na+ é entrar na célula e do K+ é sair da célula.

O terceiro ponto refere-se de maneira específica às fases do PA. O objetivo do PA é a


inversão do potencial de membrana e, deste modo, provocar um impulso elétrico contínuo na
célula. De modo que, quando o potencial de membrana é invertido, denominamos de
despolarização e quando a célula retorna para o potencial de repouso, chamamos de repolarização.

Dessa forma o potencial de ação é um fenômeno das células excitáveis, que compreende a
despolarização rápida (inversão de polaridade) seguida de repolarização da membrana, até seu
potencial de repouso.

Etapas do Potencial de Ação:

• Estado de repouso: célula polarizada, ou seja, em equilíbrio, não há transmissão de sinais.


• Etapa da despolarização: ocorre uma inversão de polaridade nos meios intra e extracelular,
ou seja, o LIC fica positivo e o LEC negativo. Essa inversão de polaridade permite a
transmissão do impulso nervoso.
• Etapa da repolarização: depois de transmitido o sinal, ocorre um retorno da polaridade da
membrana em repouso. O LIC retorna à negatividade e o LEC à positividade, e a célula
retorna ao equilíbrio (homeostasia).

Potencial de Ação é um fenômeno que envolve três estágios: Estado de repouso, Etapa de despolarização e
Etapa de repolarização. Esse mecanismo é necessário para transmitir informações nervosas e permitir o
funcionamento do corpo humano.

Neste capítulo, você viu que as células são estruturas microscópicas compostas por inúmeros componentes
que desempenham funções complexas e altamente organizadas mantendo as condições de vida. O envoltório
celular é chamado de Membrana Plasmática e tem a função de selecionar o que pode entrar e sair da célula,
mantendo-a em equilíbrio.

Os transportes que ocorrem entre os meios intracelular e extracelular podem ser realizados com ou
sem gasto de energia, e ainda existem substâncias transportadas por vesículas.

22
Vimos também que o líquido que existe no interior das células é chamado líquido intracelular e o que
está entre as células é chamado líquido extracelular. Existem inúmeros íons carregados com polaridade
positiva e negativa dentro e fora da célula, esses são chamados eletrólitos. A diferença nos eletrólitos presentes
no LIC e no LEC é responsável pelo desenvolvimento de uma carga elétrica através da membrana que auxilia
na transmissão dos impulsos nervosos e regulação das funções celulares.

É importante lembrar que Potencial de Ação é um fenômeno que envolve três estágios: Estado de repouso,
Etapa de despolarização e Etapa de repolarização. Esse mecanismo é necessário para transmitir informações
nervosas e permitir o funcionamento do corpo humano.

Para saber mais sobre anatomia assista ao Vídeo ‘Introdução ao estudo das Células’. O vídeo apresenta a
introdução ao estudo da anatomia das células humanas, descrevendo cada parte da célula (membrana
plasmática, núcleo e citoplasma) e os principais elementos da biologia celular e da citologia. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Upu2xUAOWwI

Para saber mais sobre estrutura celular assista ao vídeo ‘Membrana Plasmática - Propriedades e Estrutura da
Membrana Celular - Citologia’. O vídeo demonstra de forma prática como a membrana plasmática separa dois
meios líquidos: o citoplasma e o interstício. Disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=v23UUQ9YI8w

Acesso em 19/11/2019.

Palavras Significado
Capilares Vaso sanguíneo muito fino
Enzimas Proteínas capazes de catalisar reações químicas
Muco Fluido viscoso, rico em água, proteínas, sais e células livres, comum nas
mucosas e nos tecidos de revestimento
Neurotransmissores Substâncias químicas que auxiliam nas funções do sistema nervoso
Permeabilidade Que se pode atravessar
Polaridade Molécula que possua o momento de dipolo diferente de zero
Seletiva Seleciona algo
Solubilidade Propriedade que possui uma substância de poder dissolver-se noutra
Vesículas Pequena “bolsa” de paredes finas preenchida por algo

23
Qual das seguintes alternativas não apresenta uma explicação correta sobre o componente celular?

a) ÁGUA: exerce poucas funções na célula. Representa em média cerca de 1% apenas da massa celular
e é sempre armazenada na célula sob a forma de glicogênio, que pode ser usada como uma fonte
rápida de energia celular.
b) ELETRÓLITOS: os eletrólitos permitem a condução dos impulsos, além de determinar e controlar a
atividade de diversas reações necessárias ao metabolismo celular.
c) PROTEÍNAS: depois da água, é a substância mais abundante presente na célula. Muitas das proteínas
formam canais estruturais pelos quais substâncias hidrossolúveis podem difundir-se. Outras atuam
como transportadoras de substâncias e outras ainda como enzimas.
d) LIPÍDIOS: Por serem substâncias insolúveis na água, são participantes da formação estrutural da
membrana. A gordura armazenada no interior da célula também atua como reservatório de energia.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

Vimos que, de acordo com o que foi estudado, a água na célula constitui o principal meio líquido da célula,
onde estão dissolvidas muitas substâncias químicas celulares, sendo também o lugar onde ocorre inúmeras
reações químicas.

*** RESPOSTA: A

Qual das alternativas é exemplo de transporte passivo?

a) Bomba de sódio e potássio


b) Osmose
c) Endocitose
d) Difusão Simples
e) Há mais de uma alternativa correta

24
• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do
assunto.

25
UNIDADE I
CAPÍTULO 3 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
TEGUMENTAR
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Estruturas da Pele;
✓ Constituição e função da Epiderme, Derme e Hipoderme;
✓ As estruturas anexas à pele: pelos, unhas e glândulas;
✓ As funções da pele;
✓ Os tipos de pele;
✓ As terminologias médicas associadas ao sistema tegumentar;

Introdução

No módulo anterior, você aprendeu sobre os sistemas do corpo humano, que são responsáveis pela
manutenção das atividades das células e eliminação dos resíduos produzidos durante essas
atividades. Neste tópico, você conhecerá um pouco a respeito do sistema que reveste todo o corpo
(sistema tegumentar), quais suas funções e sua estrutura. Além disso, conhecerá, também, algumas
doenças que afetam nossa pele.

Você já sabe que as pessoas possuem peles de cores diferentes. Como isso é possível? A cor de nossa pele
depende da quantidade de uma substância conhecida como melanina e essa característica é determinada por
nossos genes. Assim, nós herdamos de nossos pais as informações genéticas que determinam a quantidade
de melanina que nossas células produzem. Essa substância também é responsável pela cor de nossos pelos
e de nossos olhos. Há pessoas que não são capazes de produzir a melanina (condição conhecida com
albinismo) e, por isso, possuem a pele, os pelos e os olhos muito claros. Independentemente da cor da pele,
do cabelo ou dos olhos, todos possuem a mesma estrutura, função e vulnerabilidade.

3.1 Estruturas da pele

A pele é o maior órgão do corpo humano, cobrindo quase 2m² e compondo quase um sexto do peso
corporal, atua como a primeira barreira de defesa contra vírus e bactérias para o nosso organismo,
portanto uma pele saudável é vital para o nosso o bem-estar. É ela que mantém o equilíbrio dos
líquidos e ajuda a manter a temperatura corporal. A pele é sensível e reage ao toque mais leve,
assim como a dor. Por ser um órgão tão extenso e exposto o estado da pele também pode ter um
impacto significativo em nossa autoestima.

26
Estruturalmente, a pele possui duas partes principais: a epiderme, parte mais fina e superficial, e
a derme, parte mais espessa e mais profunda. Abaixo da derme existe um tecido subcutâneo
chamado hipoderme.

Figura 1 – Estrutura da Pele

Fonte: https://www.todamateria.com.br/hipoderme/

3.2 Epiderme

A Epiderme é a parte mais superficial e recebe esse nome porque é constituída por um tipo de tecido
chamado tecido epitelial, responsável pela função de proteção do nosso corpo. Esse tecido recebe
o nome de tecido epitelial estratificado pavimentoso queratinizado, isso quer dizer que:

1. Estratificado: em camadas, a epiderme é formada por um tipo de tecido que se dispõe em


camadas, de quatro a cinco camadas.
2. Pavimentoso: é um tecido liso, ou seja, contínuo.
3. Queratinizado: possui queratinócitos que produzem uma proteína chamada queratina,
garantindo “semipermeabilidade” à pele. A queratina permite uma união firme entre as células
da epiderme e funciona como uma barreira protetora que permite proteção à pele,
selecionando o que pode entrar ou sair da célula.

Na Epiderme também está presente o melanócito, que produz a melanina, uma proteína
pigmentada que protege a pele contra a radiação solar ultravioleta.

• FUNÇÕES DA EPIDERME: proteção mecânica, permeabilidade seletiva e proteção contra


radiação solar.

27
3.3 Derme

A Derme é a parte mais profunda da pele formada por tecido conjuntivo frouxo (colágeno + elastina)
que vai dar volume para a pele e elasticidade. A combinação de fibras elásticas e colágenas
proporciona resistência, extensibilidade (capacidade de estiramento) e elasticidade (capacidade de
retornar à forma original após o estiramento).

A maioria dos elementos funcionais que são importantes para o metabolismo da pele está
inserida na Derme. Estão presentes nessa camada: artérias, veias, nervos, terminações nervosas,
folículo piloso, glândula sebácea e sudorípara, e músculo eretor do pelo.

As funções das organelas presentes na Derme são:

✓ Artérias e Veias: responsáveis pela nutrição da pele.


✓ Nervos e Terminações nervosas: responsáveis pela sensibilidade da pele.
✓ Folículo piloso: responsável pela produção do pelo.
✓ Músculo eretor do pelo: produz calor
✓ Glândula sudorípara: elimina suor e resfria a pele
✓ Glândula sebácea: responsável pela hidratação da pele

3.4 Hipoderme

Abaixo da Derme existe um tecido subcutâneo denominado Hipoderme. O tecido subcutâneo atua
como um depósito de armazenagem para gordura e contém grandes vasos sanguíneos que irrigam
a pele. Nessa região também contém terminações nervosas chamadas corpúsculos lamelares, que
são sensíveis à pressão.

Assim como a Derme, a Hipoderme também é constituída de tecido conjuntivo adiposo (colágeno
+ gorduras). As fibras de colágeno mantêm as células produtoras de gordura, chamadas de
adipócitos firmemente unidas.

A Hipoderme fixa a Derme aos órgãos e tecidos subjacentes. Sua principal função é o
armazenamento de gordura, que atua como fonte de energia, além de garantir proteção contra
pressões mecânicas e atuar como isolante térmico.

28
Hipoderme é uma camada ou conjunto de camadas celulares abaixo da derme que difere morfologicamente
das camadas subjacentes e, portanto, não faz parte da pele.

Figura 2 - Hipoderme

Fonte: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4974314/mod_resource/content/1/Sistema%20tegumentar.pdf

3.5 Estruturas acessórias da pele

As estruturas acessórias da pele são os pelos, glândulas da pele e unhas, essas se desenvolvem a
partir da Epiderme e têm inúmeras funções importantes, entre elas as seguintes: os pelos e as unhas
protegem a pele, as glândulas sudoríparas ajudam a manter a regulação da temperatura corporal.

PELOS: um pelo é formado por uma haste, que é a sua parte superficial que se projeta na superfície
da pele, uma raiz que penetra na derme e em algumas vezes no tecido subcutâneo (hipoderme) e
um folículo piloso.

Associados a cada folículo piloso estão uma glândula sebácea e um músculo eretor do pelo.
Novos pelos se desenvolvem a partir da divisão das células da matriz do bulbo, a substituição e o
crescimento acontecem em um padrão cíclico, que consiste em estágios alternados de crescimento
e repouso.

GLÂNDULAS: há dois tipos principais de glândulas na pele e têm atividade secretória (produtora).

✓ Glândula Sebácea: produzem sebo, que umedece os pelos e impermeabiliza a pele, elas
estão ausentes na palma das mãos e planta dos pés. A obstrução de uma glândula sebácea
pode produzir acne.

29
✓ Glândula Sudorípara: produz suor, seus ductos terminam nos poros da epiderme. Elas
começam a funcionar na puberdade, são estimuladas também durante o estresse e atividade
sexual. As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas especializadas que secretam leite.
As glândulas ceruminosas também são glândulas sudoríparas modificadas que produzem
cerume (cera do ouvido).

UNHAS: são células epidérmicas queratinizadas e endurecidas presentes nas superfícies dorsais
dos dedos. As unhas são produzidas pela divisão celular das células da matriz da unha.

3.6 Tipos de pele

Existem variações nas propriedades estruturais e funcionais da pele que determinam dois tipos de
pele. Essas variações estão relacionadas com:

1. Espessura da epiderme
2. Resistência
3. Flexibilidade
4. Grau de queratinização (quantidade de queratina)
5. Distribuição e tipo de pelo
6. Tipo de glândulas
7. Pigmentação (coloração)
8. Suprimento sanguíneo e suprimento nervoso

PELE FINA: a pele fina mede entre 0,10 e 0,15 mm de espessura e recobre todas as partes do corpo
exceto as palmas das mãos e a planta dos pés, possui menos glândulas sudoríparas do que a pele
espessa e possui uma distribuição mais espaçada de receptores sensíveis.

PELE ESPESSA: a pele espessa mede 0,6 a 4,5 mm de espessura e recobre as palmas das mãos
e a planta dos pés, possui mais glândulas sudoríparas do que a pele fina e possui os receptores
sensíveis distribuídos mais agrupados.

3.7 Funções da pele

Quando pensamos na pele, é comum relacioná-la à função de proteção, porém as funções desse
órgão são diversas. Vamos falar um pouco sobre elas:

1. Regulação da temperatura corporal: as glândulas sudoríparas produzem o suor que


ajudam no resfriamento da pele e o músculo eretor do pelo o arrepia aumentando a
temperatura da pele.
2. Reservatório de sangue: a derme abriga uma extensa rede de vasos sanguíneos. Durante
a prática de exercícios moderados, o fluxo de sangue pela pele aumenta, elevando a

30
quantidade de calor do corpo. Durante os exercícios vigorosos, a parede dos vasos se
constringe (estreita) desviando sangue para os músculos em atividade e para o coração.
3. Proteção: a pele protege o corpo dos efeitos nocivos dos raios UV, garantem proteção
mecânica durante impactos e selecionam as substâncias que podem atravessar a barreira da
epiderme.
4. Sensibilidade cutânea: a presença de terminações nervosas e raízes nervosas na pele são
responsáveis pelas sensações táteis (toque, pressão, vibração, cócegas), térmicas (calor,
frio) e dolorosas (dor).
5. Excreção e absorção: além de remover a água e o calor, o suor também consegue remover
pequenas quantidades de sais, dióxido de carbono, amônia e ureia. Algumas substâncias
também podem ser absorvidas pela pele como as vitaminas (A, D, E e K) e alguns materiais
tóxicos como acetona, chumbo, mercúrio e arsênico.
6. Síntese de vitamina D: a ativação de uma molécula presente na pele por meio da ação dos
raios UV presentes na luz solar permite a síntese (produção) da Vitamina D, que auxilia na
absorção de cálcio.

3.8 Terminologias associadas ao sistema tegumentar

Terminologia Anatômica trata-se de um conjunto de termos técnicos empregados para designar e indicar cada
componente estrutural do corpo humano.

No sistema que estamos estudando existe um conjunto de termos técnicos utilizados comumente
que estão associados ao Tegumento (pele), vamos conhecer alguns:

➢ Abrasão: área em que a pele foi raspada.


➢ Calo: área de pele espessa e endurecida, provocada por atritos constantes.
➢ Cisto: saco com uma parede de tecido conjuntivo própria, contendo líquido ou outro material.
➢ Comedão: coleção de material sebáceo e células mortas no folículo piloso e ducto excretor
das glândulas sebáceas, também conhecido como cravo.
➢ Dermatite de contato: inflamação da pele caracterizada por áreas de vermelhidão, coceira e
inchaço provocadas pela exposição a substâncias químicas que provocam uma reação
alérgica.
➢ Eczema: inflamação da pele caracterizada por áreas vermelhas, vesiculosas, secas e que
causam muita coceira.
➢ Furúnculo: abcesso resultante da infecção de um folículo piloso.
➢ Hemangioma: tumor localizado da pele e do tecido subcutâneo, que resulta no aumento
anormal de vasos sanguíneos.
➢ Impetigo: infecção de pele superficial causada por bactérias, comum em crianças.
➢ Pápula: pequena elevação arredondada da pele, com menos de 1 cm de diâmetro.

31
➢ Queloide: área escurecida irregular e elevada de tecido cicatricial excessivo, produzido pela
formação de colágeno durante a cicatrização.
➢ Verruga: massa produzida pelo crescimento descontrolado de células epiteliais da pele.

Neste capítulo, vimos que o sistema tegumentar tem como função proteger nosso organismo contra a invasão
de microrganismos, traumas mecânicos e desidratação, além de participar da regulação da temperatura
corporal. Esse sistema é formado pela pele (maior órgão de nosso corpo) e anexos (pelos, unhas e glândulas).

A pele é formada por duas camadas: epiderme e derme. A hipoderme ou tecido subcutâneo está abaixo da
derme e prende-a às outras estruturas e órgãos. A coloração da pele, assim como dos pelos e dos olhos, é
determinada pela quantidade de melanina que nossas células produzem.

Na camada mais externa da pele (epiderme), há a presença de queratina, que a impermeabiliza, além de
células de defesa e glândulas. Na derme (camada intermediária), estão as glândulas e na hipoderme encontra-
se o tecido adiposo, que protege nosso organismo contra traumas mecânicos, além de funcionar como isolante
térmico e reserva energética.

Entre os anexos, os pelos são responsáveis por proteger nossa pele dos raios solares, do atrito com o ar e a
água e do frio, enquanto as unhas protegem as pontas dos dedos. Já as glândulas sudoríparas são
responsáveis pela regulação da temperatura corporal, já que produzem e eliminam o suor. As glândulas
sebáceas produzem o sebo, que é usado para impermeabilizar e lubrificar nossa pele.

Existe uma série de termos que são comumente utilizados na área médica para descrições referentes ao
sistema tegumentar e que devem ser conhecidos.

Assista ao vídeo: “Sistema Tegumentar - Pele: Estrutura, divisões (camadas) e funções”, que fala sobre
anatomia humana (anatomia da pele), sobre o sistema tegumentar (pele e anexos), descreve a estrutura e
composição da Pele, assim como suas divisões em camadas (epiderme, derme e hipoderme) e suas
respectivas funções. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YYdCfzgAhQ4

32
Palavras Significado
Abcesso Excesso de pus acumulado em uma cavidade que pode ter sido
produzida por algum tipo de inflamação.
Células epidérmicas Células presentes na epiderme com queratina.
queratinizadas
Glabras Lisa, sem pelos.
Morfológicas Estruturais, formação.

Qual das seguintes alternativas não é uma função da pele?

f) Ajuda a regular a temperatura corporal


g) Participa da síntese de vitamina D
h) Protege contra invasão de microrganismos, como as bactérias
i) Detecta estímulos relacionados à sensibilidade
j) Produz vitaminas e sais minerais

RESPOSTA: E

Você viu que, de acordo com o que foi estudado, as funções do esqueleto são:

1. Síntese de vitamina D
2. Excreção e absorção
3. Sensibilidade cutânea
4. Proteção
5. Reservatório de sangue
6. Regulação da temperatura corporal

***Então a alternativa E não faz parte das funções da pele.

33
O tecido subcutâneo ou hipoderme é formado principalmente de:

a) Melanina
b) Queratina
c) Músculo
d) Tecido epitelial pavimentoso
e) Tecido adiposo e conjuntivo frouxo

• TORTORA, Gerard J. Princípios de Anatomia Humana - 10ª Ed (2007). Guanabara Koogan- RJ.

O conteúdo deste livro foi organizado com base na vasta experiência dos autores no ensino da anatomia e na
interação com os estudantes. Bastante ilustrada e repleta de ferramentas que auxiliam no ensino-aprendizado,
Princípios de Anatomia Humana, em sua décima edição, reforça o conhecimento dos estudantes, eliminando
as dúvidas com relação à matéria e proporcionando um roteiro claro para a compreensão do
assunto.

34
UNIDADE I
CAPÍTULO 4 - ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
ESQUELÉTICO
No término deste capítulo, você deverá saber:

✓ Funções do sistema esquelético;


✓ Número de ossos do esqueleto;
✓ Classificação dos ossos;
✓ Estrutura dos ossos;
✓ Histologia do tecido ósseo;
✓ Divisão do esqueleto;
✓ Suprimento sanguíneo e nervoso do osso;
✓ Crescimento ósseo;
✓ Remodelação óssea;

Introdução

O estudo da Anatomia do Sistema Esquelético nos permite perceber que o esqueleto não é um
conjunto de ossos e sim um conjunto de órgãos vivos, que estão em constante processo de
remodelação.

Conhecer as funções do sistema esquelético abre um mundo de informações que ultrapassa


os limites relacionados apenas ao movimento humano.

Trata-se de um complexo arcabouço que dá definição espacial ao nosso corpo, garantindo


sustentação e proteção. Envolvido diretamente com o aparelho locomotor e com a produção de
células sanguíneas indispensáveis para a manutenção da vida.

Vamos mergulhar juntos nesse mar de informações e curiosidades.

A prática regular de atividades físicas auxilia na manutenção e desenvolvimento dos ossos, pois diante da
submissão do esqueleto às cargas e pressões promovidas pelo exercício, ocorre o aumento do depósito de
minerais nos ossos. Esse processo, claramente, ameniza o processo de desmineralização e contribui para
prevenção de dores, fraqueza, fraturas e osteoporose.

35
4.1 Funções do esqueleto

É comum relacionar a função do esqueleto com movimento, mas é interessante saber que o
esqueleto desempenha outras funções que não estão envolvidas diretamente com a locomoção, mas
são consideradas importantes no corpo humano.

O aparelho locomotor é formado por ossos, músculos e ligamentos. Dessa forma, a função
primordial dos ossos é agir como uma alavanca e permitir o movimento.

Os ossos também são locais de fixação do tecido muscular e promovem a sustentação do nosso
corpo. O esqueleto também atua como elemento de proteção. Por ser uma estrutura rígida, ele
confere proteção aos órgãos vitais como, por exemplo, o crânio que protege o encéfalo e a caixa
torácica que protege o coração e pulmões.

Outra função importante dos ossos classificados como longos é produzir células sanguíneas, a essa
função se dá o nome de hematopoese. Além disso, os ossos representam uma importante reserva
natural de minerais como cálcio, fósforo, sódio e potássio.

As funções do esqueleto são:

1- Participar da locomoção (movimento);

2- Sustentação do corpo;

3- Proteção de órgãos vitais;

4- Local de fixação do tecido muscular;

5- Produção de células sanguíneas (hematopoese);

6- Reserva de Minerais;

36
4.2 Número de ossos do esqueleto

O número de ossos no esqueleto de um indivíduo adulto é aproximadamente 206, aproximadamente,


pois esse número pode sofrer alterações devido a algumas variações anatômicas. Alguns fatores
influenciam os critérios de contagem, por isso esse número não é preciso.

Os fatores são:

- Fatores individuais: Em algumas pessoas permanece uma sutura embrionária marcando a


divisão de uma peça anatômica. Por exemplo, a sutura interfrontal que separa o osso frontal em duas
partes, uma direita e outra esquerda. Na maioria das pessoas isso não ocorre, o osso frontal não é
dividido, dessa forma, essa variação anatômica aumenta o número de ossos.

- Fatores etários: A idade deve ser considerada, pois à medida que envelhecemos o número
de ossos diminui devido a um processo de sinostose, que reabsorve o tecido conjuntivo que interpõe
as peças ósseas.

- Critérios de contagem: Há diferentes abordagens entre os anatomistas na contagem dos


ossos do esqueleto, por exemplo, o osso da pelve é formado por ísquio, ílio e púbis. Alguns
consideram essa estrutura como um único osso, outros consideram como três.

Variação Anatômica é a diferença na estrutura que não causa prejuízo da função.

4.3 Estrutura de um osso

Os ossos contêm uma matriz celular formada por aproximadamente 25% de água, 25% de fibras
colágenas e 50% de minerais cristalizados. A matriz extracelular do osso contém sais minerais em
abundância (principalmente hidroxiapatita) e fibras colágenas. Embora a rigidez do osso dependa
dos sais minerais inorgânicos cristalizados, sua flexibilidade depende de suas fibras colágenas.

O osso não é completamente sólido, existem espaços entre suas células e os componentes da
matriz extracelular. Aproximadamente 80% do esqueleto é formado por osso compacto e 20%
formado por osso esponjoso.

37
Figura 1 – Estrutura do osso

Fonte: http://histofisios.blogspot.com/p/tecido-osseo.html

O tecido ósseo compacto contém poucos espaços, forma a camada externa de todos os ossos
e constitui a maior parte da diáfise (corpo) do osso longo. A rigidez do osso compacto garante
proteção e resiste às forças produzidas pelo peso e pelo movimento.

No tecido ósseo esponjoso, as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se


arranjam de maneira a deixar entre si espaços ou lacunas maiores que se comunicam umas com as
outras, tornando o osso mais leve para facilitar o movimento. A substância óssea esponjosa constitui
a maior parte dos ossos classificados como curtos, planos e irregulares, também está presente na
epífise dos ossos longos e formam uma margem estreita ao redor do canal medular no interior do
corpo dos ossos longos.

Aproximadamente 80% do esqueleto é formado por osso compacto e 20% formado por osso esponjoso. A
substância orgânica confere ao osso flexibilidade e os sais minerais inorgânicos lhe garante resistência.

Além dos elementos duros, existe no osso uma estrutura mole, como o periósteo, formado por
uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras sensitivas. O
periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo. Por possuir fibras sensitivas, é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

38
O periósteo tem a função de proteger, nutrir e promover a recuperação do osso em casos de lesão.

4.4 Classificação dos ossos

Os ossos são classificados conforme suas dimensões (altura, largura e espessura) em ossos longos,
curtos, laminares e irregulares.

Figura 2 – Fêmur

Fonte: http://aneste.org/anatomia-humana.html

Osso longo: São ossos que possuem sua altura (comprimento) consideravelmente maior que a
largura e a espessura. Todo osso longo possui um corpo denominada diáfise e duas extremidades
chamadas epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que aloja a
medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna,
tíbia, fíbula, falanges. Entre as epífises (extremidades) e a diáfise (corpo) existe um espaço
preenchido por cartilagem denominado placa epifisiária.

39
A função de produzir células sanguíneas (hematopoese) dos ossos acontece no interior do corpo (diáfise) dos
ossos longos num local chamado medula óssea.

A placa epifisária permite o crescimento do osso em comprimento, por volta dos 21 anos essa placa se calcifica
e impede o crescimento.

Figura 3 – Escápula

Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/cingulodosmembrossuperiores.htm

Osso laminar/plano/chato: São ossos que possuem altura (comprimento) e largura


equivalentes (parecidas) e maiores que a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal,
occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos.

40
Figura 4 – Ossos da mão

Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-muscular/musculos-do-membro-superior/musculos-da-mao/

Osso curto: apresenta equivalência das três dimensões. Os ossos do carpo e do tarso são
excelentes exemplos.

Figura 5 – Vértebras

Fonte: http://aneste.org/anatomia-humana.html

Osso irregular: São ossos que apresentam uma morfologia complexa não encontrando
correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos
marcantes.

Estas quatro categorias são as categorias principais de classificação de um osso quanto à


sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras:

Figura 6 – Osso craniano

Fonte: https://www.slideshare.net/Tyrelsm/osteologa-frontal-y-etmoides

Osso pneumático: São ossos que apresentam uma ou mais cavidades, de volume variável,
revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos
pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmoide e esfenoide.
41
Figura 7 – Patelas

Fonte: http://www.sogab.com.br/anatomia/artrologiajonas.htm

Osso sesamoide: São ossos que se desenvolvem no interior de certos tendões onde há uma
considerável tensão. Eles nem sempre se ossificam por completo e medem poucos milímetros,
exceto as duas patelas, consideradas os maiores ossos sesamoides.

4.5 Histologia do tecido ósseo

No tecido ósseo estão envolvidos quatro tipos de células:

1- Células osteoprogenitoras ou osteogênicas: São um tipo de células-tronco não


especializadas, que sofrem divisão celular. As células resultantes dessa divisão formam os
osteoblastos.

2- Osteoblastos: São células formadoras de osso que sintetizam (produzem) as fibras


colágenas e outros componentes orgânicos para formar a matriz extracelular do tecido
ósseo e promovem a ossificação.

A matriz extracelular do osso contém sais minerais em abundância e fibras colágenas.

42
3 - Osteócitos: São células ósseas maduras, são as principais células do tecido ósseo e têm
a função de manter o metabolismo do osso trocando nutrientes e resíduos com o sangue.

4 - Osteoclastos: São células que libera enzimas lisossômicas poderosas e ácidos que
digerem componentes da matriz extracelular promovendo a reabsorção do osso.

Células Osteogênicas: fazem divisão celular e produzem os osteoblastos.

Células Osteoblastos: produzem a matriz extracelular e fazem a calcificação do osso.

Células Osteócitos: células que mantém o metabolismo do osso.

Células Osteoclastos: células que reabsorvem a matriz extracelular e fazem reabsorção óssea.

4.6 Suprimento sanguíneo e nervoso do osso

Os ossos são irrigados com sangue, numerosos vasos sanguíneos penetram no osso e
atingem o periósteo.

O periósteo é formado por uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras
sensitivas. O periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo, por possuir fibras sensitivas é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

43
As principias artérias responsáveis por fornecer sangue aos ossos são:

✓ artérias periosteiais: levam suprimento sanguíneo ao periósteo;


✓ artéria nutrícia: levam suprimento sanguíneo à parte interna do osso;
✓ artéria metafisárias: penetram na metáfise do osso (que corresponde ao local entre a epífise
e diáfise) e junto com artéria nutrícia irrigam a medula óssea vermelha e a metáfise;
✓ artéria epifisária: levam suprimento sanguíneo à epífise do osso (extremidade).

As veias acompanham as artérias e recebem os mesmos nomes que elas, a função das veias
é drenar o sangue dos ossos removendo os catabólitos:

✓ veias periosteiais: drenam sangue do periósteo;


✓ veias nutrícias: drenam sangue da parte interna do osso;
✓ veias metafisárias: drenam sangue da medula óssea vermelha e a metáfise;
✓ veias epifisárias: drenam sangue da epífise.

Os nervos acompanham os vasos sanguíneos que suprem os ossos. O periósteo é rico em


nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. Esses nervos são especialmente
sensíveis à laceração (despedaçamento) ou à tensão, o que explica a dor em casos de fraturas
e tumores ósseos.

4.7 Crescimento ósseo

Entre a diáfise e epífise dos ossos existe uma região chamada cartilagem epifisária formada por
quatro cartilagens. A ação dessas cartilagens é responsável pelo crescimento do osso em
comprimento.

✓ Cartilagem em repouso: os condrócitos (células ósseas) não participam do crescimento


ósseo, por isso o nome repouso, elas apenas fixam a cartilagem ao osso da epífise.
✓ Cartilagem em proliferação: os condrócitos se dividem para permitir o crescimento ósseo.
✓ Cartilagem hipertrófica: nessa camada, os condrócitos se organizam em colunas e promovem
o alongamento da diáfise (crescimento do osso).
✓ Cartilagem calcificada: essa cartilagem é invadida por osteoblastos e vasos sanguíneos que
secretam a matriz extracelular, substituindo a cartilagem calcificada por osso.

Por volta dos 18 anos de idade nas mulheres e dos 21 anos nos homens, a cartilagem epifisária
se fecha, os condrócitos param de se dividir, e o osso substitui toda a cartilagem, a cartilagem
desaparece e deixa uma estrutura óssea chamada linha epifisial. A partir daí, cessa o crescimento
ósseo.
44
O crescimento ósseo em largura acontece com acréscimo de tecido ósseo na face externa do
osso pela ação dos osteoblastos.

Osteoblastos são células formadoras de osso, elas sintetizam (produzem) as fibras colágenas e outros
componentes orgânicos para formar a matriz extracelular do tecido ósseo e promovem a ossificação.

4.8 Remodelação óssea

Remodelação óssea é a troca contínua do tecido ósseo velho por tecido ósseo novo. Mesmo após o
osso atingir seu tamanho e forma adulta, o osso é continuamente destruído e substituído por osso
novo. A remodelação também substitui o osso danificado por tecido ósseo novo.

O crescimento ósseo normal no jovem e a remodelação óssea no adulto depende da


presença de:

- diversos minerais: cálcio, flúor, magnésio, ferro, fósforo e manganês;

- diversas vitaminas: A, B12, C, D e K

- diversos hormônios: hormônio do crescimento, hormônios sexuais, hormônios da tireoide,


calcitonina, paratormônio e insulina.

A remodelação ocorre pela ação contínua dos osteoclastos que destroem o tecido ósseo velho e dos
osteoblastos que constrói o novo. Para que esse processo ocorra de forma homeostasica, é necessário um
equilíbrio delicado entre as ações dos osteoblastos e osteoclastos.

45
Neste capítulo, você viu que as funções dos ossos estão envolvidas com movimento, sustentação, proteção,
reserva de minerais e produção de células sanguíneas. O Esqueleto Humano é formado por aproximadamente
206 ossos devido aos fatores etários, individuais e aos critérios de contagem.

O osso é formado por uma matriz extracelular composta por fibras colágenas que garantem flexibilidade e sais
minerais inorgânicos responsáveis pela resistência do osso. As células encontradas no tecido ósseo são:
osteogênicas (função – formar osteoblastos), osteoblastos (função – calcificação), osteócitos (função –
manutenção do metabolismo) e osteoclastos (função – reabsorção).

Você viu também que, conforme suas dimensões, os ossos são classificados em longos, curtos, planos,
irregulares, pneumáticos e sesamoide.

É importante lembrar que anatomicamente o esqueleto é dividido em esqueleto axial, que compreende os
ossos do crânio, tórax e coluna vertebral, e esqueleto apendicular, que abrange os ossos dos membros
superiores e inferiores assim como as suas raízes.

O periósteo é formado por uma membrana muito firme rica em tecido conectivo, vasos sanguíneos e fibras
sensitivas. O periósteo irriga o osso com nutrição sanguínea e o mantém vivo, por possuir fibras sensitivas é
responsável pela sensação dolorosa que sentimos nos ossos.

Você não pode esquecer que a remodelação óssea é a troca contínua do tecido ósseo velho por tecido ósseo
novo. Mesmo após o osso atingir seu tamanho e forma adulta, o osso é continuamente destruído e substituído
por osso novo.

O esporte não atua como um fator que possa alterar os processos de maturação e crescimento de uma criança.
A atividade física aparentemente não afeta a estatura e a maturação, como evidenciado em estudos
longitudinais. Se isso ocorre em uma criança atleta, é provável que existam interações de outros fatores
ambientais. Por outro lado, o treinamento físico pode ser um importante componente para otimizar a
mineralização do esqueleto. Para saber mais sobre a influência do esporte na estrutura óssea, leia o artigo:
“Influência do esporte na fase de crescimento e maturação do esqueleto” acessando o link:
www.scielo.br/pdf/rbme/v3n3/a04v3n3.pdf

46
Palavras Significado
Articulares Vem da palavra articulação, ou seja, junção entre dois ossos.
Catabólitos São substâncias derivadas do catabolismo (digestão) de um organismo.
Laceração Despedaçamento
Equivalente Similares, parecidos.
Flexibilidade Elasticidade, maleável.
Morfologia Forma, estrutura.
Ossificação Formação de osso.
Resistência Força que se opõe ao movimento

Qual das seguintes alternativas não é uma função do sistema esquelético?

k) Local de fixação do tecido muscular.


l) Produção de células sanguíneas (hematopoese).
m) Armazenamento de cálcio e fósforo.
n) Sustentação e Proteção de órgãos vitais.
o) Produção de vitamina D.

RESPOSTA: E. Você viu que, de acordo com o que foi estudado, as funções do esqueleto são:

1- Participação na locomoção (movimento);

2- Sustentação do corpo;

3- Proteção de órgãos vitais;

4- Local de fixação do tecido muscular;

5- Produção de células sanguíneas (hematopoese);

6- Reserva de Minerais;

***Então a alternativa E não faz parte das funções do sistema esquelético.

47
Qual das seguintes alternativas não é uma célula do tecido ósseo?

a) Osteócito
b) Matriz extracelular
c) Osteoclasto
d) Osteoblasto
e) Osteogênica

Brandão, Miriam. Anatomia Sistêmica - Visão Dinâmica para o Estudante - Guanabara Koogan. RJ- 1ª Ed.
2004

Este livro atende as necessidades diárias daqueles que precisam de uma visão dinâmica e fundamentada da
Anatomia Humana. Fornece suporte didático à medida que ministra exercícios de fixação e de correlação, e
apresenta imagens fotográficas das peças anatômicas que permitem explorações técnicas de acordo com a
necessidade em questão.

48

Você também pode gostar