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CADEIAS
MUSCULARES
Janaina Cintas
Escritora, Bicampeã mundial de BMX e Fisioterapeuta Graduada
pela Universidade da Cidade de São Paulo. Ex-monitora no terceiro
e quarto ano da Professora e Doutora da USP, Elisabete Alves
Gonçalves Ferreira. Posteriormente se aperfeiçoou em
Gerontologia na Pós-graduação da Universidade Federal do Estado
de São Paulo. Subsequentemente se especializou em Cadeias
Fisiológicas do Método Busquet, Reeducação Postural Global (RPG)
de Philippe Souchard e Pilates. Trabalhou como Fisioterapeuta no
Hospital Albert Einstein, foi sócia fundadora da clínica JC Pilates por
10 anos e recentemente cursou Pilates Aéreo pela Escola
Internacional de Madrid, Espanha. E integrou a equipe de Pilates
Aéreo de Madrid, como professora titular durante 1 ano. Janaína é
autora do Livro " Cadeias Musculares do Tronco", lançado em 2015
em Madrid, São Paulo, Rio de Janeiro e Belém. Atualmente ministra
cursos e palestras sobre a Fisioterapia, faz parte do Grupo Voll
Pilates e tem interesse de Pesquisa nos temas Saúde, Postura e
Ensino.
O que são as Cadeias Musculares?
Segundo Madame Meziérès as cadeias musculares é o conjunto de músculos pluriarticulares
de mesmo sentido e direção que se comportam como se fossem um único só músculo, e se
recobrem como se fossem telhas de um telhado.
Já a Madame Godeliève Denys Struyf acreditava que o indivíduo se estrutura sobre a sua
história de vida. E as Cadeias Musculares irão se moldar ao indivíduo de acordo com suas
necessidades de expressão corporal.
Segundo Léopold Busquet as Cadeias Musculares são circuitos anatômicos que circulam o
corpo através das forças organizadoras.
O colágeno sendo uma proteína de curta duração se renova durante toda a vida, e é nela que conseguiremos atuar
com efetividade, porque o que estimula a produção de colágeno é o tensionamento do tecido, e de acordo com o
estímulo, ou seja, a forma do tensionamento, o resultado da secreção é uma.
Se o tecido suporta tensões curtas e repetidas observamos o conjuntivo se alongar (músculos sadios), pois já
sabemos que os músculos tônicos devem trabalhar em rajadas, somente para reequilibrar o conjunto corporal.
Contrai-se, reequilibra, e logo em seguida relaxa.
Em contrapartida se houver algum desarranjo biomecânico que esteja contribuindo para possíveis compensações,
forçando outros músculos cumprirem as funções desses músculos que não se relaxam, os músculos necessitam
assim realizar uma contração longa, sem o relaxamento. Em sequência o tecido se tornará mais denso, e perderá sua
elasticidade.
Pesquisas recentes apontam para uma nova propriedade da fáscia que é a de se contrair sozinha, sem ação
muscular. O terapeuta Robert Schliep, licenciado em psicologia, juntou-se ao neuro siologista Heike Jaeger e desde
2003 na Universidade de Ulm montaram um laboratório de estudo fascial, onde descobriram que o estresse pode
contrair a fáscia sem os músculos, e estudam ainda a possibilidade da fáscia possuir seus próprios receptores.
Novas descobertas sobre a fáscia, parte do tecido mais
abundante e menos conhecido do corpo humano. Dr Robert
Schleip, PhD em biologia humana e de anatomia da fáscia. Ele é
certi cado em Rol ng® desde 1978.
Além do seu trabalho clínico como rol sta e dos cursos que
ministra, ele dirige o Projeto de Pesquisa da Fáscia na
Universidade de Ulm, na Alemanha, a mais avançada neste
assunto atualmente (www.fasciaresearch.de). Ele recebeu um
prêmio por seu trabalho em Medicina Musculoesquelética que
relaciona a fáscia ao tecido que recobre todo o corpo humano,
além das estruturas musculoesqueléticas, a fáscia se
engendra por todo sistema visceral, ligando diretamente a
fáscia aos tecidos viscerais, nervosos e musculoesqueléticos
gerando assim, o sistema de tensigridade corporal.
É necessário que se compreenda todas soluções engenhosas adotadas pela biomecânica para que o nosso
corpo obedeça a três leis responsáveis pelos esquemas de comprometimentos funcionais de um organismo:
Lei do Equilíbrio: Em nossa siologia, o equilíbrio corporal, em toda sua dimensão corporal (parietal, visceral,
hemodinâmica e neurológico) e é sempre prioridade e as soluções encontradas que são sempre econômicas.
Lei da Economia: Esse corpo fará tudo para não sofrer, mesmo que esse esquema adaptativo comprometa a
nossa mobilidade, levando a um desgaste excessivo de energia, e deformações corporais posteriormente.
Portanto, nosso corpo obedecera essas três leis, deve ser confortável, sem dor, equilibrado e de uma maneira
econômica.
E era considerado pratica da medicina alternativa que (dois pontos) abordava, manipulava, e mobilizava os tecidos moles.
Acreditando que assim o corpo se curaria sozinho, buscando sua homeostasia. Still acreditava que todos os sistemas estavam
interligados, e sendo assim, a doença de um sistema afetaria todos os demais.
Durante a segunda guerra Mundial, Still, começa a estudar profundamente a anatomia e a siologia humana, após perder
vários pacientes durante uma epidemia de meningite em 1864, incluindo três de seus lhos. O que lhe chamou muita atenção e
que a grande maioria de seus pacientes se queixavam de fortes dores torácicas antes de morrer.
Mais tarde recebeu em seu consultório ao atender um paciente já desenganado por vários médicos com disenteria
hemorrágica. Num insight brilhante que só os gênios possuem, observou em sua palpação que o abdômen de seu paciente estava
extremamente gelado, enquanto sua lombar demasiadamente quente, resolveu então imobilizar a coluna de seu paciente, e dias
depois seu paciente estaria curado.
Still, então realizou sua primeira interligação visceral ao sistema musculoesquelético, sendo esta ligação entre a coluna
lombar e o intestino, nascendo assim, a Osteopatia.
Andrew Taylor Still morreu em 1917 deixando sua própria escola a American School os Osteopathy, hoje em dia, ainda existem
a Escuela Osteopatica de Madrid, Aa British School of Osteopathy, a Escola de Sutherland (considerado o pai da Osteopatia
Craniana), e o Barral Institute (manipulação visceral).
1- A estrutura determina a função- sendo
estruturas as diferentes partes do corpo (ossos, pele e
glândulas) e a função a atividade de cada uma dessas
partes (respiratória, cardíaca digestória) para Still se a
estrutura está em harmonia não pode haver doença,
mesmo à distância, um problema na estrutura da pele
pode gerar um distúrbio na função a distância, como
por exemplo no sistema musculoesquelético.
2- A unidade do corpo- homeostasia, capacidade
do corpo se autorregular se mexermos na função.
Princípios da Osteopatia 3- Auto cura- Se os canais nervosos, linfáticos,
vasculares, nutrição celular e eliminação de dejetos
estiverem funcionando bem não há porque haver
doença.
4- Regra da artéria absoluta- se as artérias
funcionarem bem o sistema venoso será rápido não
acumulando assim toxinas.
Seu método nasceu durante um atendimento, onde ela estava tratando de uma paciente hiper cifotica, ao retirar o
colete de estabilização dessa paciente e tentou mobilizar sua cifose em decúbito dorsal, notou que ao posicionar
melhor sua torácica a maca, sua lombar realizou uma ante versão, solicitou então uma retroversão ativa pela paciente,
que ao realiza-la gerou uma hiperextensão cervical, solicitou então uma crescimento axial ativo de sua paciente, o que
a levou a um bloqueio respiratório, nesse momento um universo se abriu na mente de Madame Meziérès,
possibilitando que ela chegasse as seguintes conclusões.
Meziérès concluiu então que a sua paciente possuía tal rigidez muscular, que seus segmentos haviam perdido a
autonomia individual a ponto de que quando fosse solicitado uma correção local de cada segmento individualmente,
pra essa paciente era impossível sem o comprometimento de todo o sistema.
Meziérès então descreveu seis leis a partir de suas observações:
1- Só existem lordoses, logo o credito de alongamento ganho nessa cadeia seria enganoso, pois seria retirado de alguma extremidade de
sua cadeia muscular.
2- A cadeia muscular posterior comporta-se como um único musculo, o que ordena os demais a seguirem seus mandatos.
3- Essa musculatura da Cadeia Muscular Posterior e sempre forte demais, potente demais e curta demais, pois está sempre em contração
contra a gravidade. A Cadeia Muscular Posterior funcionalmente e estática (tônica) e de controle neural inconsciente, feita para a sustentação
gravitacional.
4- O tratamento dessa Cadeia Muscular só e possível se contermos todas as compensações
5- Essa Cadeia Muscular Posterior deve aceitar uma postura excêntrica
6- E quando contida todas compensações essa demanda de esforço muscular gera o bloqueio respiratório.
O tratamento proposto por Madame Meziérès e soltar a Cadeia Muscular Posterior para liberta-la de seu arco côncavo. Além disso, Meziérès
notou o desequilíbrio de tensão entre os rotadores externos e internos, logo suas posturas de tratamento sempre evidenciam o alongamento dos
rotadores internos, o potente musculo Psoas.
As Cadeias Musculares de Madame Meziérès
Muitas dessas observações de Madame Meziérès caíram por terra, porem ela nos
deixou um grande legado para que o estudo das Cadeias Musculares prosseguisse, formou
alunos como, Léopold Busquet, Marcel Bienfait, Phillipe Souchard, Madame Therésè
Bertherat, totalizando mais de 1500 pro ssionais formados pelo seu método.
Foi a grande responsável pela descoberta da interligação do Psoas com a respiração, por
ter seus pilares inseridos em L1-L2, e em alguns casos, podendo chegar a L3.
Costumo dizer em meus cursos de formação quando não tiver ideia do que fazer com seu
paciente libere seu diafragma.
Frente Costas
Grande estudioso da postura estática e defendia que as posturas de Madame
Meziérès eram fantásticas, mas que a reeducação postural estática não poderia ser
Marcel Bienfait negligenciada, porque as deformações começavam nos músculos ou numa
disfunção articular.
Além de que a terapia manual tem seus limites, pois diante de uma deformidade
nada podemos fazer. Seu trabalho baseava-se nas retrações musculo-apo
neuróticas quando não em xação, defendia que os encurtamentos ou retrações
eram possíveis de serem revertidos com suas manobras.
1- Contato com o paciente- praticado através da preparação em pompage global e pompage sacral
2- Exame dos apoios em decúbito dorsal- as compensações encontradas em pé desapareceriam quando em decúbito
dorsal, permanecendo somente as deformidades, além da conscientização do paciente no início e no nal da sessão.
3- Educação Respiratória- solicitava que a respiração do paciente fosse feita em 5 fases. Uma expiração relaxante e
prolongada sem ação dos músculos abdominais.
4- Posturas de alongamento- alongamentos simples realizados em cadeia cinética fechada.
5- Aquisição e trabalho em postura- nesta fase eliminava todas as compensações, pois pra ele não era possível corrigir
deformidades com compensações.
6- Trabalho sobre os pés- defendia que a correção dos pés em postura era impossível, desenvolveu pompagens
especi cas para os pés.
Após feitas todas correções das retrações e compensações através da construção do trabalho citado acima posturava nas
Cadeias Musculares de Madame Meziérès.
Marcel Bienfait foi o primeiro na história a citar o trabalho em relaxamento e não em alongamento, tema tão polêmico
atualmente.
Talvez a mais el seguidora de Madame
Meziérès, mudou-se para Paris após a morte trágica
de seu marido, um psicanalista que foi morto por
seu paciente em surto, onde entrou em contato com
a Senhora Ehrenfried, uma médica alemã refugiada
Madame Thérèse Bertherat
do nazismo, que realizava uma certa ginástica.
Já ao nal de sua formação decepcionada com os métodos sioterápicos utilizados na época, que
não passavam de mesas de tração, fornos de bier, roda de ombros, dentre outros, foi apresentada ao
método de Madame Meziérès, de quem foi aluna e apaixonada por seu trabalho.
Mais tarde, fundindo os dois métodos, desenvolveu seu próprio método concebido com o nome de
Preliminares ou anti-ginastica, pra mim a escolha do nome do método foi pouco feliz. O que incapacitou
a explosão do método por todo o mundo, método esse que e sensacional, pois já naquela época, pós
guerra, alguém que pensasse e induzisse seu aluno a sua descoberta sensorial era simplesmente
genial.
Madame Bertherat trabalhava em suas sessões com essa ginastica que conheceu com senhora
Ehrenfried, com o objetivo de que seus alunos primeiro zessem sua descoberta sensorial e os
músculos doentes, sucumbissem ao lado são, e depois dos alunos conscientes de suas tensões e com
os músculos relaxados posturava seus alunos nas Cadeias Musculares de Madame Mezérès.
Fisioterapeuta e osteopata, a primeira não francesa dessa sequência de alunos de
Madame Meziérès.
Nasceu no Congo, de família belga e aos 16 anos mudou-se pra Bruxelas, para
aproveitar seus dons de retratista nata, matriculou-se na Escola de Belas Artes de
Bruxelas. Madame Godelieve Denys Struyf dizia que um bom sioterapeuta deveria
aprender a ver. Foi a primeira que trouxe para as suas Cadeias Musculares questões
articulares, de pele e psicossomáticas.
Madame Godelieve acreditava que a atitude postural e a forma do corpo derivam desde
a genética até o psiquismo e comportamento, para ela os indivíduos eram amalgamas de
tipologia basal (genética, hereditário e racial) com uma tipologia adquirida (cultural,
familiar, pro ssional e social).
Acreditava que o psiquismo deixa seu sinal num simples gesto, nascendo assim a forma
corporal, e por conseguinte, marcas no corpo, dizia ainda que, problemas posturais podem
Madame Godelieve Denys Struyf
não se iniciar nos músculos, mas na totalidade psicomotora e a vivencia individual. (1960-1970)
Todas já descritas anteriormente nas Cadeias Musculares de Madame Meziérès. Já há algum tempo Souchard vem
aprimorando suas Cadeias Musculares, mas sem nunca admitir o cruzamento das mesmas no corpo humano, nem tão
pouco sua espiralação. Atualmente, inclui em seu tratamento, o equilíbrio das tensões cranianas e viscerais.
Por ser um tratamento baseado na estática, suas Cadeias Musculares são pouco toleradas por crianças, idosos,
pacientes bromialgicos, esses últimos, por não tolerarem a técnica de energia muscular gerando mais tensão em seu
sistema.
Se ainda, lembrarmos das três leis que regem o corpo, equilíbrio, conforto e economia, suas cadeias musculares
desobedecem esses princípios, uma vez que sua Cadeia Muscular Posterior estaria a todo momento contra a gravidade, e
como sabemos, músculos são excelentes fontes de queimas calóricas, desperdiçando assim muita energia.
Mais um francês discipulo de Madame Meziérès, seu centro encontra-se no sul
da Franca, para Léopold Busquet as cadeias musculares são as grandes
responsáveis para uma boa relação articular e o equilíbrio das tensões aplicadas a Leopold Busquet
essas cadeias.
Se modi camos esses vetores de forças, o corpo é capaz de alterar todas suas
forças estabilizadoras, gerando alterações nessas boas relações articulares,
comprometendo sua amplitude de movimento e sua boa relação com a estática.
Os músculos são envolvidos por bainhas e para Busquet trabalham a serviço da fáscia. Todo
tratamento proposto através das Cadeias Fisiológicas de Léopold Busquet é realizado sobre o
envoltório fascial.
As unidades funcionais:
Busquet descreve que possuímos três unidades funcionais que devem ter o poder de
autogerenciamento individual e são elas: Cabeça: protege o cérebro, e seguindo a proposta de
Sutherland, possui seu próprio diafragma, o diafragma craniano, sendo o osso vômer, seu distribuidor
de forças.
Tórax: protege o pulmão, coração, fígado e rins, que são órgãos com ligação estrita ao músculo
diafragma, tanto discutido por Mézières. A distribuição de tensão é realizada pelo apêndice xifoide.
Pelve: protege os órgãos genitais e possui o diafragma pelviano, sendo pelo cóccix que as forças se
distribuem.
A principal função desses três diafragmas é permitir a sincronicidade do ritmo de seus movimentos,
harmonizando as três esferas corporais em um corpo são, mas principalmente a capacidade de se auto
gerir, caso um dos diafragmas apresente seu ritmo bloqueado por alguma tensão. Esse
autogerenciamento das esferas permite que o corpo continue funcionando, mesmo que
precariamente, e que um dos diafragmas apresente alguma alteração.
As cadeias Musculares de Léopold Busquet:
1- Cadeia de Flexão: são divididas em duas, direita e esquerda. É formada pelos Intercostais médios, reto abdominal e
músculos do períneo. Sua ligação com a cintura escapular é dada pelos seguintes músculos: transverso do tórax, peitoral menor e
trapézio inferior. Já sua ligação com o membro superior é dada pelo Peitoral maior e rombóide Maior. E a cadeia responsável pelo
enrolamento do tronco.
2- Cadeia de Extensão: também divididas em direita e esquerda.
É constituída no plano profundo pelo: transverso espinhoso, supracostal, espinhais, grande dorsal, iliocostal e quadrado lombar.
No plano médio, pelo Serrátil posterior superior e inferior. Sua ligação com a cintura escapular se faz através do trapézio Inferior, e
com o membro superior através do redondo maior. Essa cadeia muscular e reponsavel pela extensão do tronco.
Essas duas cadeias retas do tronco são responsáveis pela exão e extensão do tronco. A cadeia de exão
executa o movimento e a cadeia de extensão o equilibra modulando os movimentos da cadeia de exão em
excentricidade.
As duas cadeias se ligam através do sacro. Caso a cadeia de exão esteja encurtada ou tensionada, a
postura adotada pelo individuo será a de enrolamento. Ao contrário, se a cadeia de extensão estiver sob tensão
favorecerá a uma postura em extensão. Caso as duas estejam comprometidas ocorrerá um aumento nas
curvaturas lombares e cervicais, pelo achatamento gerado por essas duas cadeias.
A ação da cadeia de exão direita e da cadeia muscular de extensão direita em conjunto, geram a inclinação
do tronco a direita. Já as duas cadeias de extensão esquerda em conjunto, geram a inclinação do tronco a
esquerda.
3- Cadeia Estática Posterior: é única e segundo Busquet, nosso equilíbrio
estático é baseado em um desequilíbrio anterior, basta observar que a linha
gravitacional passa a frente dos maléolos e da cabeça, logo ca fácil chegarmos a
conclusão do porquê dos músculos posteriores estarem sempre em tensão, com
esse excesso de trabalho. Partindo dessa observação, Busquet foi buscar na
anatomia a resposta para esse desperdício de energia corporal, desobedecendo
assim, as leis do conforto e economia. Percebeu então a genialidade da
engenharia corporal se deparou e se atentou de que os músculos posteriores são
músculos formados de muita aponeurose fascial, criando assim a Cadeia Estática
Posterior. Entendendo que esse desequilíbrio anterior é suportado pelas potentes
fáscias posteriores, junto com as aponeuroses dorsal e lombar, sem desrespeitar a
lei da economia corporal.
Sua ligação com a cintura escapular se faz através do trapézio inferior direito à escápula, peitoral
menor direito à escápula, transverso do tórax direito ao esterno, grande dorsal e peitoral maior ao úmero.
Também são duas as cadeias cruzadas posteriores: a direita, ligando a hemipelve direita
posteriormente ao tórax esquerdo e a esquerda que liga a hemipelve esquerda ao tórax direito. São
responsáveis por levar a hemipelve e o ombro ao encontro posteriormente.
O ponto de torção se dá na altura do umbigo das cadeias cruzadas anteriores e em L3 se tratando das
cadeias cruzadas posteriores.
As Cadeias Cruzadas Posteriores possuem continuidade com as cadeias cruzadas anteriores e vice-
versa. Ou seja, a cadeia cruzada anterior esquerda tem continuidade com a cadeia cruzada posterior
esquerda. A ação conjunta dessas duas cadeias gera a translação do tronco a esquerda. O hemicorpo
direito também respeita essa continuidade, sendo que a cadeia cruzada anterior direita segue até a cadeia
cruzada posterior direita. Em sua ação conjunta, as duas cadeias produzem a translação do tronco a direita.
Já a cadeia cruzada anterior direita e a cadeia cruzada posterior esquerda, em conjunto, geram a
rotação do tronco a direita e a cadeia cruzada anterior esquerda a cadeia cruzada posterior direita juntas
realizam a rotação do tronco a esquerda.
A cadeia de exão cruzada direita e a cadeia cruzada de extensão a direita são responsáveis pela
translação do pescoço a direita, as mesmas cadeias cruzadas a esquerda são responsáveis pela
translação do pescoço a esquerda.
2- Abertura dos ilíacos: os músculos responsáveis pela abertura dos ilíacos são os
glúteos que tracionarão a asa ilíaca no seu ápice para fora, e os músculos do
assoalho pélvico que por sua vez tracionarão a parte inferior da asa ilíaca para
dentro aproximando os ísquios. Observaremos o paciente da seguinte maneira com
os três pontos anatômicos altos (EIAS, Crista ilíaca, EIPI) do lado da abertura, o sacro
acompanhará o ilíaco que se abriu, portanto ele se inclinará para o lado da abertura.
A Cadeia de Abertura na unidade Pélvica, acompanha o circuito de forca das
Cadeias Musculares de abertura ou Cruzadas Posteriores da Unidade Tronco.
3- Anterioridade: se dá pelo tensionamento do quadrado lombar que tracionará a asa ilíaca em sua parte posterior
para o alto e o reto femoral, que por sua vez tracionará a parte anterior do ilíaco para baixo. Encontraremos no paciente
EIAS e crista ilíaca mais baixas do lado ilíaco em anterioridade e EIPS mais alta do mesmo lado, encontraremos ainda o
sacro mais alto e lordótico. A Cadeia Muscular da unidade pelve segue a linha de forca da Cadeia de Extensão na Unidade
Tronco.
4- Posterioridade: a posterioridade é provocada pelos músculos reto abdominal e isquiotibiais, que juntos
tracionarão a asa ilíaca para cima em sua parte anterior e para baixo em sua face posterior. No paciente veremos: EIAS
mais alta, crista ilíaca mais alta e EIPI mais baixa, além da lombar reti cada e mais baixa do lado da posterioridade. Esse
tipo de desvio da asa ilíaca impossibilita e incapacita demais o paciente, pois vai totalmente contra a lógica corporal, pois
nas três distorções anteriores, vão a favor da lógica corporal em algumas situações. E a Cadeia Muscular da unidade
pelve segue a Cadeia De Flexão da Unidade Tronco.
A abertura e o fechamento das asas ilíacas, além da anterioridade é absolutamente funcional quando no fechamento
do momento do parto, e abertura após o parto, a pelve aos poucos vai retornando ao abrir as asas ilíacas.
A Cadeia Muscular de Flexão na Unidade Tronco, que sob tensão
Cadeias Musculares pode gerar uma posterioridade ilíaca na unidade pelve, nos
Membros Inferiores membros inferiores gerando:
· Abertura ilíaca;
· Abdução de quadril;
· Rotação externa do fêmur;
· Varo de joelho;
· Supinação do pé.
Isso gerará uma falsa perna longa. Seu trajeto, segue A Cadeia
de abertura na Unidade Tronco descendo pela face lateral da perna
que na altura do joelho se cruzara tornando-se póstero-interna,
terminando no ardo plantar do pé, junto ao halux.
Os Varos podem ser verdadeiros quando são gerados pela tensão das cadeias musculares de exão e abertura
conjuntamente.
Os varos são falsos quando temos as Cadeias musculares de extensão e cadeia de fechamento sob tensão
concomitantemente.
Já os valgos também podem ser verdadeiros ou falsos: Os verdadeiros valgos são causados pelas Cadeias
Musculares de fechamento e exão sob tensão conjunta.
E podem ser falsos valgos quando as tensões se encontram nas Cadeias de extensão e abertura.
Através de muito estudo anatômico, Leopold Busquet trouxe para as suas cadeias, a
visceral, a qual compreende todo o peritônio, o envoltório de todas as vísceras e órgãos
abdominais e da pelve menor. Além das pleuras pulmonares.
Existem dois peritônios: o parietal, que está em contato com os músculos e suas fáscias, e o
visceral que está em contato com as vísceras e órgãos. Essa mesma disposição acontece com
as pleuras pulmonares.
Seu método trabalha com o relaxamento das tensões, pois também acredita que um
corpo sem tensões volta a homeostasia, sendo muito bem tolerado pelos pacientes em
geral, tendo como pacientes até bebês, método este desenvolvido por sua esposa
Michele Busquet.
Seu método funciona muito bem nas retrações viscerais, porém nas congestões pouco
pode ajudar, por obviamente se tratar de patologias medicas.
Suas cadeias Musculares são um tanto confusas, por questões
obvias, Tom Myers tentou fazer um paralelo entre os Meridianos
Orientais em suas Cadeias Musculares e as forças que transitam
os corpo durante os movimentos, o proposito e fantástico, não
fosse um porém, as Cadeias Musculares comprovadamente
cruzam nosso corpo a todo momento, já os meridianos não, logo
não faz muito sentido mecânico as Cadeias Musculares propostas
por Tom Myers.
Não estou a rmando com isto que todos os métodos de Cadeias Musculares
são iguais, estou simplesmente tentando organizar de forma didática para
vocês o que o método tem em comum, a partir daí, cada autor segue sua
abordagem e especi cidade própria para seu método.
Sobre a Vo Pilates Group
A VOLL Pilates é um grupo de empresas focado na formação, na capacitação e na atualização de
profissionais através de cursos, eventos e workshops pelo Brasil e América Latina.
É formada pelas empresas Espaço Vida Pilates, Pilates Avançado e Suspensus – Pilates em
Suspensão. A Espaço Vida Pilates é a maior escola de formação do Brasil, com quase 15.000 alunos
formados em mais de 70 cidades.
A Pilates Avançado oferece 11 cursos de aperfeiçoamento – a única do segmento no país.
A Suspensus traz o Pilates por um outro ângulo, com o método que aperfeiçoou o Pilates em
Suspensão.
Mais detalhes podem ser obtidos pelo site: