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Avaliação Pilates
com Aparelhos
Edvaine Maria Buzinari Chame

1. Importância
da Avaliação Física
A avaliação é parte fundamental de um bom atendimento,
sendo o instrumento utilizado para seu planejamento e sua
organização. Um bom contato, comunicação visual, tátil e
verbal e a coleta de informações do paciente contribuem
para o diagnóstico e prognóstico.
Ao longo dos últimos 20 anos houve diversas mudanças
no âmbito da fisioterapia e reabilitação do esporte, sendo
incorporadas várias opções de avaliação, desde uma avaliação
estática, de estruturas isoladas, até a avaliação integrada e
funcional com base no movimento.
De acordo com a definição de 2013 da APTA (American
Physical Therapy Association), surge uma nova visão do
conceito de reabilitação: “transformar a sociedade através
de otimização do movimento a fim de melhorar a experiência
humana”.
Trabalhar a funcionalidade humana é fundamental para
uma boa reabilitação. No entanto, é difícil planejar aulas
ou protocolos de forma efetiva quando se prende apenas a
uma avaliação estática, sem a visão do paciente em termos
funcionais.

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O comum é encontrarmos profissionais que utilizam avaliações
de músculos ou articulações isoladas, ou que avaliam
movimentos específicos desempenhados repetidamente.
A principal distinção entre a avaliação estática e dinâmica é que
na avaliação estática observamos assimetrias e compensações
estruturadas, mas não conseguimos identificar o comportamento
motor ao realizar o movimento e nem mensurar as habilidades
individuais, como é avaliado de forma dinâmica.
É claro que a avaliação estática é importante, mas não vivemos
na estática. Se o objetivo é a melhora do desempenho e da
funcionalidade do corpo de uma forma global, é praticamente
impossível traçar metas reais apenas com a observação
estática.
Por exemplo, no caso de uma escoliose, na avaliação estática
é observada as deformidades, porém somente na avaliação
dinâmica, durante o movimento, que podemos mensurar a
severidade da curvatura de acordo com suas compensações.
É importante inspecionar e entender o movimento humano.
Somente depois de analisar movimentos simples poderemos
preparar o indivíduo para desempenhar atividades mais
complexas.
A avaliação dinâmica deve ser capaz de dar informações sobre
a mobilidade global e local, força e alongamento muscular,
compensações, coordenação, equilíbrio e, acima de tudo,
precisa identificar o nível de funcionalidade do indivíduo. Com
isso, teremos a direção da conduta que deve ser tomada para
fornecer qualidade do movimento a ser executado e depois
evoluirmos em termos de progressão.
É assim que o Método Pilates funciona; devemos preparar o
corpo desse indivíduo com os aspectos básicos do Método,
como respiração, entender e fortalecer o Power House e a
musculatura de base, para somente depois passarmos para
progressões avançadas e séries mais desafiadoras.

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Atualmente, as pessoas estão cada vez mais desempenhando
tarefas avançadas, com excesso de carga, esportes de
alta performance, acrobacias, crossfit, etc., sem que antes
consigam desempenhar movimentos simples e fundamentais,
ou seja, estão apenas adicionando sobrecarga às suas
disfunções.
O sucesso de um programa de reabilitação ou treinamento
depende unicamente de o profissional conseguir identificar
o movimento disfuncional de forma efetiva. E a pergunta é,
como? Pedindo para que o indivíduo se movimente! Observar
os padrões de movimento e não apenas áreas isoladas do
corpo. Os principais aspectos a serem observados: déficits em
simetria, na mobilidade e estabilidade durante os movimentos.
Com a avaliação dinâmica é possível identificar o movimento
disfuncional, evitando o risco de lesões e aumentando o
desempenho em atletas.
Toda a nossa mecânica estrutural só será eficaz se a musculatura,
seja ela estabilizadora ou produtora de movimento, funcionar
de forma estruturada e funcional. Nosso organismo é inteligente
o suficiente para gerar mecanismos compensatórios, que a
princípio só funcionam para produzir o movimento, causando
assim uma carga excessiva sobre determinada estrutura, podem
surgir encurtamento ou enfraquecimento muscular, gerando
desgaste mecânico. Caso não seja realizado o ajuste mecânico,
irá apresentar risco de lesão.

2. Avaliação Postural
A postura é como um corpo se equilibra. Se um corpo não se
equilibra, cai. Para analisar a postura é necessário observar
como o corpo está se equilibrando. A análise postural é
uma avaliação da função do sistema motor (ossos, músculos

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e ligamentos) e do sistema nervoso que controla o sistema
motor.
Os fatores ergonômicos e posturais devem ser revistos
(hábitos, ambiente de trabalho, posição de dormir, etc.). A
capacidade de escutar e observar o indivíduo determinará
maior ou menor precisão em identificar os músculos
envolvidos, assim como na compreensão das situações
desencadeantes.
A avaliação postural examina a pessoa como um todo e tenta
avaliar as contribuições relativas dessas inúmeras observações
que compreende um acúmulo de adaptações e compensações
de lesões e hábitos para permitir que o corpo se equilibre e
funcione efetivamente.
As pessoas são únicas e suas posturas diferem de acordo com
isso. Um indivíduo aprende durante a infância a equilibrar
a arquitetura de seu corpo, os hábitos de criança afetam
sua postura. Bons hábitos podem criar uma postura forte e
estável, maus hábitos podem treinar o corpo para má postura
e instabilidade.
A má postura cria padrões adaptativos de movimento
corporal, estressam o sistema musculoesquelético, resultando
em desgaste prematuro das articulações e suscetibilidade a
lesões. Muitas lesões esportivas se correlacionam com desvios
da mecânica corporal. A incidência de lesão em atletas tem
sido associada a distorções posturais associadas ao local da
lesão, e aquelas com mais de dois tipos de lesão têm simetria
postural significativamente pior.
Praticamente todas as doenças ou disfunções estão
diretamente relacionadas a hábitos incorretos. Apenas por
meio da aquisição de um equilíbrio perfeito entre corpo
e mente uma pessoa pode apreciar realmente uma saúde
de qualidade. E esse equilíbrio é adquirido por meio da
experiência prática, por isso, pratique Pilates!

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Joseph Pilates, em seu primeiro livro Sua Saúde (1934), já se
preocupava com as alterações posturais, e sua relação com o
desempenho funcional do indivíduo.

Figura 1

3. Controle postural
O controle postural implica no posicionamento correto
das partes do corpo em relação ao mundo externo. Para
a manutenção do controle postural é necessário que haja
equilíbrio estático e dinâmico.

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Equilíbrio estático: é o eixo de sustentação, é o sistema
estabilizador que mantém a postura em repouso sob a ação da
gravidade.
Equilíbrio dinâmico: é responsável pelos ajustes do corpo em
todas as fases do movimento. É a nossa habilidade motora,
um processo interno que reflete a aptidão em realizar um
movimento e nos dá a capacidade de nos posicionar e nos
mover.
Esse controle é constantemente realizado pelo sistema
somatossensorial, responsável pelas informações cinestésica
ou proprioceptiva, visual e vestibular. Assim, o sistema
nervoso central (SNC), através da neuroplasticidade, integra
as informações recebidas e tem a capacidade de adaptação às
mudanças nas condições do ambiente, e então nossa postura
é equilibrada e modelada por nossas vivências e nosso estado
de saúde ou doença.
O desalinhamento postural causado pelo desequilíbrio
muscular pode ser explicado pela diferença de força e
flexibilidade entre grupos musculares que atuam sobre uma
mesma articulação, isto é, ocorre quando um determinado
grupo muscular apresenta-se mais forte e/ou mais tensionado
do que seu antagonista.
É importante determinar se um músculo é fraco ou
inibido. Um músculo fraco não é usado e, portanto,
deve ser fortalecido com o exercício. Um músculo
inibido não é usado porque seu antagonista está sendo
adaptativamente superutilizado. A inibição recíproca
neurológica de um músculo pelo seu antagonista resulta
no superdesenvolvimento dos músculos mais utilizados na
postura e no subdesenvolvimento de seus antagonistas.
Resumindo, para mantermos o controle postural é necessário
que haja equilíbrio de força e flexibilidade entre os músculos
agonistas e antagonistas.

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4. Aprendizado Motor
Uma função motora é uma habilidade aprendida para causar
um resultado de movimento predeterminado com a máxima
certeza. O aprendizado motor é a mudança relativamente
permanente na capacidade de realizar uma habilidade como
resultado de prática ou experiência.
O aprendizado motor é a resposta de adaptação do SNC da
integração sensitiva realizada pelo sistema somatossensorial e
desempenhada pelo sistema motor.
O objetivo das funções motoras é aperfeiçoar a capacidade de
realizar a habilidade na taxa de sucesso e precisão e reduzir o
consumo de energia necessário para o desempenho. A prática
contínua de uma função motora específica resultará em um
desempenho muito melhorado. É necessário um treinamento
da mente para que possa controlar conscientemente os
movimentos do seu corpo, até que se tornem subconscientes
e rotineiros.
Os estágios da aprendizagem motora são 3: cognitiva,
associativa e automática.

Fase Cognitiva:
• Entender o movimento e desenvolver ideias de como
executar;
• Concentrar no movimento a ser executado;
• Necessidade de ferramentas de imagem e execução de
muitas repetições do movimento para aprendizado;
• Tempo: de 3 a 6 semanas.

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Fase Associativa:
• Maior consciência e coordenação do movimento;
• Capacidade de se concentrar no movimento a ser
executado;
• Capacidade de avançar em novos exercícios;
• Tempo: de 8 semanas a 4 meses.

Fase Automática:
• Coordenação e fluidez do movimento;
• Qualidade do movimento;
• Movimento automático;
• Tempo: contínuo.

O desenvolvimento da habilidade de realizar os movimentos


se dá quando o indivíduo alcança as metas de estabilidade,
equilíbrio, coordenação e resistência.

5. Avaliação Através
do Método Pilates
“Pilates desenvolve um corpo uniforme, corrige posturas
erradas, restaura a vitalidade física, vigora a mente e eleva o
espírito” (Joseph Pilates).
O Método Pilates revela, por meio do movimento, as
fraquezas do aluno, utilize seus sentidos e sinta o que ele
precisa, deixe-o movimentar-se e sinta o que é a cura por meio
do movimento.

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A distorção postural durante os movimentos é uma adaptação
ou mudança no modo como o corpo se equilibra. Isso é
acompanhado por padrões característicos de tensão e
fraqueza muscular disfuncional. A falta de flexibilidade é outra
importante consideração na questão do desenvolvimento de
disfunções.
Através da avaliação do movimento, ou seja, dos exercícios
realizados, poderemos avaliar quais os músculos ou
segmentos que estão impactando na capacidade funcional
do indivíduo, assim iremos trabalhar todos os aspectos
dessa disfunção através de exercícios que priorizem
alongamento, fortalecimento ou mobilidade.
O objetivo é identificar a falha mais importante na
cadeia cinética. Posturas desequilibradas têm reações
compensadoras. Ao observar, o examinador deve anotar
quaisquer inconsistências ou desequilíbrios, tanto da esquerda
para a direita quanto de anterior para posterior. Integre
mentalmente a queixa e a história do paciente com a mecânica
do equilíbrio do corpo durante o movimento. A maneira mais
eficaz para a determinação de presença de anormalidades
é a comparação bilateral, e com que frequência revela essa
variação.
O Método Pilates trabalha o controle consciente de todos
os movimentos e a correta utilização e aplicação dos
princípios mecânicos do corpo. Abrange o conhecimento
e compreensão dos princípios de equilíbrio durante os
movimentos e em repouso.
Um dos principais diferenciais do Método Pilates está
relacionado ao fortalecimento global, diferente de muitas
modalidades, em que há o recrutamento e a associação ao
máximo possível de grupos musculares em cada movimento.
O Método Pilates é composto por exercícios funcionais de
mobilidade controlada, integrando todo o corpo, em que é

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sempre oferecido ao aluno estímulos e comandos para que ele
tenha a percepção do erro e o corrija.
Joseph Pilates criou uma combinação realmente eficaz de
fortalecimento e alongamento, que funciona praticamente
para todos. Seguindo as instruções do Método e o
conhecimento dos aspectos biomecânicos fundamentais
do corpo, os exercícios de Pilates servem para avaliar e
também para melhorar o nível de condicionamento de
qualquer pessoa.
Por isso, a escolha dos exercícios de Pilates para avaliação é
a opção mais óbvia, pois o aluno vem ao Studio de Pilates e
o seu trabalho de reabilitação ou treinamento para correção
de suas disfunções será realizado através dos exercícios do
Método, por isso, nada mais correto que avaliar o aluno com
os próprios movimentos do Pilates.
Uma compreensão abrangente dos princípios anatômicos,
biomecânicos e do Método Pilates fornece a base para uma
avaliação precisa. O importante é inspecionar e entender o
movimento humano através da análise dinâmica dos exercícios.

6. Os Aparelhos de Pilates
Muito mais do que apenas criar, Pilates revolucionou a vida de
muitos de seus alunos durante a formação do Método, que até
então era conhecido como Contrologia.
Quando Joseph Pilates criou o seu Método, estava em
uma missão pessoal de transformar corpos, de deixá-los
mais equilibrados e menos doentes. Além disso, planejou
equipamentos para certificar-se que as pessoas poderiam

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trabalhar o seu corpo e, ao mesmo tempo, melhorar a postura.
Os aparelhos de Pilates podem ser ajustados de acordo com
o tamanho do aluno ou com a dificuldade do exercício e o uso
de molas é utilizado para facilitar ou dificultar os movimentos.

6.1 Reformer
O Reformer foi um dos primeiros aparelhos de Pilates a ser
utilizado pelo próprio Joseph Pilates e pode-se dizer que é o
equipamento mais famoso atualmente nos estúdios. Joseph
Pilates acreditava que realizar exercícios na posição horizontal
era útil no alívio do estresse e tensão das articulações, no
alinhamento do corpo e mudando as forças gravitacionais nas
várias posições.
Originalmente, Pilates chamou o aparelho de Universal
Reformer. “Reformer” porque reformava todo o corpo e
“Universal” porque poderiam ser feitos todos os movimentos
possíveis de se imaginar e em todos os planos de movimento.
A possibilidade de ajustes do aparelho permite exercícios com
o praticante deitado, em pé, sentado, etc.
O Reformer oferece um trabalho tanto global como
específico, melhorando a força, a flexibilidade, a mobilidade,
a coordenação, o equilíbrio e o condicionamento físico. Além
disso, previne e trata lesões provenientes do treinamento
intensivo. Estes componentes estão diretamente relacionadas
com a qualidade de vida, melhor postura, eficiência dos
movimentos e correção de desequilíbrios musculares.
Basicamente, o Reformer tem uma estrutura parecida com
uma cama, com uma plataforma deslizante sobreposta à
cama, chamada de carro. O carro possui movimentos lineares
e é preso a um conjunto de molas. A organização das molas
pode ser alterada para diferentes níveis de esforço durante o

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exercício.
Segundo Pilates, ao treinar com uma carga externa (molas), o
movimento tornar-se-ia mais eficiente e harmonioso quando
retirássemos a carga, ou seja, na sua condição habitual. Além
disso, a resistência oferecida incentiva uma adaptação mais
rápida do sistema neuromuscular. Além da resistência axial
e de contração excêntrica promovida pelas molas ajudar na
manutenção de ossos fortes e saudáveis.
Quando se fala em trabalhar a força no Reformer, o foco
principal é o Power House ou core. Isto porque, tendo
abdominais fortes, menor são os desequilíbrios musculares e,
consequentemente, costas mais fortes e equilibradas, glúteos
e coxas tonificados.
A instabilidade gerada pela movimentação do carrinho
promove desafios de estabilidade que ajudam no
desenvolvimento da força muscular e melhor equilíbrio. Por
exemplo, quanto menor a intensidade das molas, mais difícil
torna-se a realização do movimento por ser exigida muita
estabilidade e equilíbrio corporal. Isto afeta diretamente
a musculatura do Power House, que deve estabilizar o
movimento.

Figura 2 Figura 3

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6.2 Cadillac
A palavra Cadillac evoca luxo e inovação, conversível e com
muitos extras que todo carro de grande porte pode oferecer.
E por Joseph Pilates ser apaixonado pelo carro, chamou um
de seus equipamentos de Cadillac.
É o maior e mais completo equipamento que ele criou. Conta
com vários acessórios para membros superiores e inferiores,
molas e barras de suspensão, que tornam este equipamento
muito completo e versátil, possibilitando exercícios do nível
básico ao avançado.
O Cadillac possibilita um treino específico, quer no âmbito
da reabilitação, quer como preparação física de sedentários
ou atletas.
Foi criado originalmente com o objetivo de ajudar pacientes
acamados e possibilitar que pudessem realizar um treino
apenas deitado ou sentado. E até hoje o Cadillac é
frequentemente usado para as pessoas que não conseguem
fazer com facilidade os exercícios de chão. Por isso, o Cadillac
pode ser usado no âmbito da fisioterapia em pessoas com
mobilidade reduzida.
Trabalha o fortalecimento dos músculos do Power House
ou core e da musculatura profunda da coluna, responsáveis
pela manutenção de uma boa postura. Além de trabalhar
flexibilidade, mobilidade da coluna, tonificação muscular
dos membros superiores e inferiores e coordenação motora.
O treino no Cadillac combina os benefícios de um treino
realizado no solo (matwork) com a tensão das molas.

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Figura 4 Figura 5

6.3 Chair
A “Chair”, ou Cadeira, no Pilates pode não parecer, mas é
um aparelho extremamente versátil. O foco no Power House
e na conexão corpo e mente mais uma vez aplica-se nesse
equipamento, tal como em qualquer outro criado por Joseph.
O equipamento é na verdade uma espécie de poltrona (daí
o nome de Chair) que se transforma num equipamento de
Pilates quando deitada e o assento, removido. A base dessa
história seria a preocupação de Pilates de como deveríamos
sentar e deitar corretamente e, por isso, teria começado a
pensar num mobiliário que fosse “amigo” de uma coluna
saudável.
Ela oferece um trabalho de estabilização das cinturas
escapular e pélvica e o fortalecimento dos músculos que as
compõem. Promove também exercícios de alongamento,
mobilidade de coluna e melhora de desvios posturais.
Os exercícios são diferentes, mas oferecem o mesmo tipo de
fortalecimento oferecido pelo Reformer. A diferença é que a
cadeira é muito menor que o Reformer e é considerada por
muitos um treino mais forte ou difícil que o Reformer.
Devido à cadeira oferecer menor apoio e maior amplitude
de movimento, exige maior força e equilíbrio por parte do

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praticante.
Ao invés de usar o peso do próprio corpo e da gravidade, na
cadeira lutamos contra uma resistência oferecida por molas,
o que beneficia, e muito, a fluidez de movimentos quando
tiramos essa carga adicional.

Figura 6

6.4 Ladder Barrel


O Ladder Barrel, traduzido ao pé da letra como “Barril
Escada”, é uma das engenhosas invenções de Joseph Pilates.
Pilates, como um genuíno alemão, adorava cerveja, por isso foi
criado a partir da observação de um antigo barril de cerveja.
Esse aparelho de Pilates possui uma superfície curva na forma
de barril e uma estrutura que se assemelha a degraus de uma
escada. É o único aparelho do Método Pilates que não utiliza
resistência de molas.
É um equipamento que permite a inclinação do corpo para
frente e para trás, é excelente para movimentos de extensão
e flexão da coluna e para o fortalecimento da musculatura do

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abdômen, pernas, glúteos e coxas.
Preocupado com o trabalho completo de mobilidade de
coluna e força do Power House, Joseph Pilates criou 3 tipos de
barril:

• Ladder Barrel: é o mais completo, pois alia exercícios em


pé, sentado ou deitado. Oferece exercícios desafiadores
para os abdominais, bem como exercícios de flexibilidade de
coluna e membros inferiores.
• Spine Corrector ou Step Barrel: é menor e é utilizado
para realização de alongamentos, alinhamento da coluna e
fortalecimento da musculatura. Alivia a rigidez dos ombros e
quadris, alivia dores nas costas e melhora a expansão torácica
e a postura.
• Meia-lua: é uma peça versátil que permite a realização de
vários exercícios típicos no solo como, por exemplo, o roll up e
o roll over. Trabalha também o alongamento da parte anterior
do tronco e a força do centro (Power House).
O formato arredondado dos três equipamentos é o mesmo,
o que muda é a altura de cada um, possibilitando um número
maior de exercícios e o aumento do grau de dificuldade.

Figura 7

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7. Dicas para uma
Boa Avaliação
• Reserve um horário para sua avaliação, em que você deve
dedicar sua atenção integralmente ao aluno/paciente;
• Não falar para o aluno que ele está sendo avaliado;
• A avaliação pode ser feita durante uma aula/sessão;
• De preferência, solicite ao aluno/paciente que execute os
movimentos com o mínimo de roupa possível, de forma que o
avaliador possa claramente visualizar as referências anatômicas
e identificar suas possíveis compensações;
• Estar atento a todos os movimentos do aluno/paciente
desde o primeiro contato e anotar todas as informações
obtidas;
• Respeitar os limites do aluno/paciente.

8. Como Realizar
a Avaliação?
Primeiramente, é necessário o preenchimento de uma
anamnese, ou seja, o histórico do aluno:

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8.1 Questionário
• Informações pessoais: nome, endereço, telefone, data de
nascimento, profissão.
• Queixas: o que trouxe o aluno para atendimento, lesão
atual ou prévia, se há liberação médica, presença ou não de
dor, definição da dor: queima, arde, tem irradiação. Se tem
irradiação é característica de compressão nervosa; se acorda
com dor é indicativo de origem visceral; se a dor aumenta
durante o dia é indicativo de sobrecarga mecânica.
• Antecedentes: hipertensão, diabetes, doenças cardíacas,
digestivas ou endócrinas, problemas respiratórios, epilepsia,
osteoporose, histórico médico pregresso, cirurgias já
realizadas, presença de cicatrizes, exames realizados,
medicação em uso.
• Hábitos: alimentação, tabagismo, etilismo, hobbies, esportes
que pratica.
• Objetivos: o que ele espera alcançar, ganho de força,
melhora da postura, etc.

8.2 Avaliação Postural Estática


É realizada uma avaliação estática breve, na qual são
observadas e anotadas todas as alterações para identificar
qualquer assimetria estática, que servirá apenas de parâmetro
para o que será identificado mais tarde na avaliação dinâmica.
A análise estática em pé é feita nas vistas: anterior, lateral e
posterior. Mas lembre-se que no instante em que é solicitado
ao avaliado que fique em pé para iniciar a avaliação estática,
ele se tensionará, automaticamente tentando se corrigir,
podendo comprometer a avaliação postural. Por isso o aluno
deve ser instruído a ficar em linha reta, olhar para frente e
assumir uma posição confortável. Não se deve pedir que

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“endireite” os desalinhamentos.
Observação de alterações como:
• Pés: cavos ou planos;
• Tornozelos: valgos ou varos;
• Joelhos: valgos ou varos; em hiperextensão ou em ligeira
flexão;
• Quadris: altura dos ilíacos, anteversão ou retroversão;
• Coluna: escolioses, hiperlordoses, retificação, translação;
• Cabeça: protusão, inclinação, rotação.

8.2.1 Posturas Incorretas Mais Comuns

Figura 8

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• Sway back: deslocamento posterior do dorso, postura
relaxada ou achatamento. Demonstrada com retroversão de
pelve, aumento das curvaturas da cifose torácica e lordose
lombar. Apresenta fraqueza dos músculos: flexores do quadril,
oblíquo externo, extensores dorsais e flexores cervicais.
Apresenta encurtamento dos músculos: posteriores da coxa e
oblíquo interno.
• Military back: postura tipo militar ou lordótica. Demonstrada
com anteversão de pelve e aumento da curvatura da lordose
lombar. Apresenta fraqueza dos músculos: abdominais.
Apresenta encurtamento dos músculos: lombares e flexores do
quadril.
• Flat back: postura do dorso plano ou retificada.
Demonstrada com retroversão de pelve, retificação das
curvaturas da lordose lombar e da cifose torácica. Apresenta
fraqueza dos músculos: flexores monoarticulares do quadril.
Apresenta encurtamento dos músculos: posteriores da coxa.
• Kyphotic lordotic: postura cifótica lordótica. Demonstrada
com anteversão de pelve, aumento das curvaturas da lordose
lombar e cervical e da cifose torácica. Apresenta fraqueza
dos músculos: oblíquo externo, extensores dorsais e flexores
cervicais. Apresenta encurtamento dos músculos: flexores de
quadril e extensores do pescoço.
• Forward head: postura anterior da cabeça ou
posicionamento anterior da coluna cervical, também chamada
de “pescoço de texto”. Demonstrada com protusão de
cabeça, aumento da lordose cervical, aumento da cifose
torácica e retroversão de pelve. Apresenta fraqueza dos
músculos: flexores cervicais superiores e extensores cervicais
inferiores. Apresenta encurtamento dos músculos: flexores
cervicais inferiores e extensores cervicais superiores.

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9. Avaliação com
Aparelhos de Pilates
Os exercícios de Pilates posicionam o praticante em
uma postura que minimiza recrutamentos de músculos
desnecessários, os quais podem levar à fadiga precoce,
diminuição de estabilidade e reabilitação ineficiente.
Pilates promove a reeducação neuromuscular por meio
de exercícios funcionais em vários planos, com foco na
estabilização da coluna.
Durante os exercícios devemos considerar quatro fontes
principais de força:
• Gravidade: consideramos o peso dos segmentos corporais e
do próprio corpo do aluno/paciente;
• Muscular: que produz força sobre as estruturas ósseas
e articulares pela sua contração concêntrica ou por serem
contraídos excentricamente por força de agonistas;
• Resistência aplicada: forças externas a que as estruturas são
submetidas, no caso as molas e o próprio peso corporal;
• Atrito ou de contato: atua sempre que dois corpos entram
em choque e há tendência ao movimento. Pode proporcionar
estabilidade se for ótimo, retardar o movimento se for
excessivo e levar à instabilidade se for inadequado.
Os exercícios escolhidos descritos a seguir são voltados para
indivíduos saudáveis, com qualquer nível de atividade física e
sem presença de dor limitante. Em casos de impossibilidade
de realizá-los, alguns aspectos podem ser adaptados ou
modificados.
Devemos preparar o indivíduo com orientações gerais do

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Método, como: conscientização da respiração, do Power
House ou musculatura de centro, coluna e pelve neutras,
estabilização escapular e pélvica e crescimento axial.
Um bom comando é essencial durante a avaliação, é
necessário ensinar ao aluno, oferecendo sempre estímulos.
Porém, a liberdade de ação do corpo é o mais importante,
deixe-o se movimentar! É fundamental deixar o aluno errar,
pois é aí que as disfunções aparecem e assim o aluno também
desenvolve a percepção do erro.
Observe e estude o corpo do seu aluno/paciente, pontue seus
pontos bons e ruins, elimine os ruins e melhore os bons.

Esse modelo de avaliação segue uma pontuação de 0 a 3,


sendo a classificação:
0 = Não realiza o movimento
1 = Realiza o movimento com adaptação e/ou
compensações
2 = Realiza o movimento sem compensações
3 = Realiza o movimento avançado sem compensações

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES


Observar e
identificar a
mobilidade
torácica e o padrão
Respiração respiratório; se
progressiva há assimetria
Padrão respiratório
sentado ou deitado na projeção
em supino costolateral e
anteroposterior;
uso de musculatura
acessória;
alongamento axial

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

Observar a
mobilidade da
coluna; desvios,
Chair comportamento
Hamstring stretch das cadeias
(Figuras 9 e 10) musculares; a
Roll down
curvatura da coluna
(rolamento anterior
deve ser contínua.
ou para baixo) Cadillac Se há interrupções
Spine stretch demonstra
(Figuras 11 e 12) contraturas
musculares ou
encurtamento da
cadeia posterior

Chair: Hamstring Stretch

Figura 9 Figura 10

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Cadillac: Spine Stretch

Figura 11 Figura 12

Exemplo de postura
incorreta: demonstrando
encurtamento da cadeia
posterior; pode-se adaptar
sentando-se sobre uma
caixa.

Figura 13

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

Testa força
de glúteos e
isquiotibiais.
Observar
compensações,
ADM,
Reformer ou Chair
encurtamento de
1. Bridge
cadeia anterior,
Pré-Pilates (Figuras 14 e 15)
tensão cervical,
2. Bridge unilateral
assimetrias
(Figuras 16 e 17)
entre os lados,
desvios, rotações,
limitações,
estabilidade geral
e consciência
corporal

Reformer: Bridge e Bridge Unilateral

Figura 14 Figura 15

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Figura 16 Figura 17

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

Reformer Observar ADM,


dissociação
1. Cat com
de cinturas,
movimento de
compensações,
cintura escapular
assimetrias
2. Cat com entre os lados,
Aquecimento movimento de desvios, rotações,
cintura pélvica limitações,
(Figuras 18 e 19) estabilidade
Avançado: long lombopélvica
stretches up e escapular e
(Figuras 20, 21 e consciência
22) corporal

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Reformer: Cat

Figura 18 Figura 19

Reformer Avançado: Long Stretches Up

Figura 20 Figura 21

Figura 22

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

Observar
mobilidade e
estabilização da
coluna; força
Cadillac
e resistência
1. Rolling back
abdominal;
(Figura 23)
integração do
2. Sit up
assoalho pélvico; se
(Figura 24)
realiza movimento
Power House ou
Reformer completo; desvios
core
The hundred da coluna;
(Figura 25) compensações
lombopélvicas,
Chair
de MMII, da
Pull up
cintura escapular
(Figura 26)
e cervical;
coordenação;
encurtamento de
cadeia posterior

Cadilac: Rolling Back e Sit Up

Figura 23 Figura 24

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Reformer: The hundred Chair: Pull Up

Figura 25 Figura 26

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

ADM; mobilidade
de quadril; força
de abdutores;
Reformer
assimetria
MMII lateral Side splits
entre os lados;
(Figura 27)
compensações;
rotações e desvios
da pelve

Reformer: Side Splits

Figura 27

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

Reformer ou Estabilidade
Cadillac lombopélvica;
1. Leg lower alongamento de
(Figuras 28 e 30) MMII, dissociação
2. Leg circles de MMII; assimetria
MMII mobilidade
(Figuras 29 e 31) entre os lados;
compensações;
Cadillac rotações e desvios
Leg scissors da pelve ou da
(Figura 32) coluna torácica

Reformer: Leg Lower E Leg Circles

Figura 28 Figura 29

Cadillac: Leg Lower, Leg Circles e Leg Scissors

Figura 30 Figura 31

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Figura 32

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES


Estabilidade de
Reformer joelhos; mobilidade
Footwork: toes de quadril e
(Figuras 33 e tornozelos; força
34), heels (Figura e resistência
MMII força 37), “V” position de MMII; ADM;
(Figura 35), tendon mobilidade de
stretch (Figura 36) tornozelo; desvios
e single leg (Figura e compensações;
38) consciência
corporal

Reformer: Footwork

Figura 33 Figura 34

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Figura 35 Figura 36

Figura 37 Figura 38

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES


Reformer
Arms series: up and
down (Figura 39), Força e resistência
circles (Figuras 40 e de MMSS; ADM;
41), bíceps (Figura mobilidade
42), pulling (Figuras de ombros;
43 e 44) estabilidade
MMSS
Cadillac escapular e
Arms series: arms do tronco;
open (Figura 46), compensações;
hug a tree (Figura desvios de punho;
45), bíceps (Figura coordenação
47), tríceps (Figura
48)

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Reformer: Arms Series

Figura 39 Figura 40 Figura 41

Figura 42 Figura 43 Figura 44

Cadillac: Arms Series

Figura 45 Figura 46 Figura 47 Figura 48

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES
Cadillac, Reformer
ou Chair Mermaid ADM lateral do
(Figuras 49, 50 e tronco; assimetria
51) entre os lados;
Lateral mobilidade
compensações e
Barrel desvios de cervical,
Stretches side ombros e quadris
(Figura 52)

Cadillac, Reformer e Chair: Mermaid

Figura 49 Figura 50

Figura 51

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Barrel: Stretches side

Figura 52

TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES


ADM; força
de oblíquos;
Barrel ou Chair
compensações de
Lateral força Side body twist
cervical, ombros;
(Figuras 53 e 54)
instabilidade
pélvica

Barrel e Chair: Side Body Twist

Figura 53 Figura 54

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TESTE MOVIMENTO OBSERVAÇÕES

ADM e força de
extensores do
tronco; curvatura
Cadillac, Barrel
contínua ou
ou Chair Swan
Extensão com bloqueio;
(Figuras 55, 56 e
compensações de
57)
cervical, ombros;
integração de MMII
e do olhar

Cadillac, Chair e Barrel: Swan

Figura 55

Figura 56 Figura 57

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Sempre terminar a avaliação com um exercício de mobilização
e integração global, como, por exemplo, o roll down.

10. Avaliação realizada.


E agora?
O sucesso de um programa de reabilitação ou treinamento
depende unicamente de o profissional conseguir identificar o
movimento disfuncional de forma efetiva e então traçar seu
plano de treino de acordo com os pontos observados.
Aproveite e utilize todas as informações colhidas durante a
avaliação. Uma boa avaliação deve apresentar uma conclusão
clara, com objetivos traçados pelo avaliador e pelo aluno/
paciente. Devem-se pontuar todos os objetivos a curto, médio
e longo prazo.
Com todas as observações em mãos, é hora de organizar
todos os dados para traçar um plano de treino ou aula
que beneficie todo o corpo, reestabelecendo o equilíbrio
entre mobilidade e estabilidade, reprogramando o SNC e
equilibrando esse corpo funcionalmente. Para depois evoluir
do exercício básico para o avançado, sem sobrecarga sobre
as disfunções.
Os resultados da avaliação servirão para selecionar e
determinar quais exercícios formarão o programa de treino
de cada aluno individualmente, além de evitar a prescrição de
exercícios que possam acentuar seus desequilíbrios.
Lembre-se que não se deve utilizar carga em cima de
disfunção. Primeiro ganhe mobilidade e estabilidade, para

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depois realizar treino de força.
Busque resolver os problemas apontados na avaliação, porém
nunca prometa algo que não possa cumprir.
Após 3 meses de treino, ou 20 aulas, é recomendado uma
reavaliação para quantificar o sucesso do plano de treino que
foi traçado, pontuar se o aluno apresenta evolução ou melhora
da qualidade de movimento ou se ainda mantém padrões de
movimento desequilibrados. Então deve ser reformulado um
novo programa de treino.

11. Considerações Finais


• Os exercícios escolhidos acima são realizados para a maioria
dos indivíduos saudáveis, de todas as idades e que possuem
mobilidade sem limitação por dor;
• Em casos de dor ou patologias pré-diagnosticadas, essa
avaliação pode ser adaptada de acordo com o caso;
• Você pode escolher a quantidade de exercícios e o número
de repetições que achar necessária. Porém, é indicada a
aplicação de pelo menos um exercício de cada grupo testado;
• Um bom comando é essencial durante a execução dos
exercícios, é necessário ensinar ao aluno, oferecendo sempre
estímulos, porém é fundamental deixar o aluno errar, pois é
aí que as disfunções aparecem, e assim o aluno desenvolve a
percepção do erro;
• Observar os padrões de movimento e não apenas áreas
isoladas do corpo. Os principais aspectos a serem observados:
déficits em simetria, na mobilidade e estabilidade durante os

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movimentos;
• Devem ser anotadas todas as observações dos aspectos
positivos e negativos de cada movimento realizado. São essas
observações que irão direcionar os objetivos e necessidades
específicas desse aluno, auxiliando a montagem do roteiro de
aula;
• Anotar todas as cargas e molas utilizadas em cada exercício;
• Anotar variáveis individuais como: tempo de fadiga,
expressão facial, rubor de face, fibrilação muscular, tensão em
articulações distais; limitação por dor;
• Confirmar os achados da avaliação estática, se o
comportamento dos desvios posturais aumenta ou diminui
conforme o aluno executa os movimentos;
• Observar a interação do aluno durante os exercícios, pois o
interesse e a participação dele será primordial para o sucesso;
• Devem-se levar em consideração todos os movimentos que
geraram assimetrias ou compensações e, após analisar todos
os dados obtidos, será traçado o roteiro de aula;
• Sugestão: realizar a reavaliação após um período de 3 meses
de treino ou após 20 aulas no mínimo, pois é necessário
aguardar o tempo das fases cognitiva e associativa do
aprendizado motor, para assim avaliarmos seu ganho de força,
coordenação e controle dos movimentos;
• A reavaliação deve seguir e testar os mesmos movimentos
da primeira avaliação para podermos comparar a evolução,
porém pode-se usar de variações avançadas ou com maior
desafio. Dependendo da limitação do aluno, será repetida a
mesma avaliação inicial já realizada.

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Avaliação Pilates com Aparelhos

DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/________


AVALIADOR(A): ___________________

1. Identificação
Nome: __________________________________________________
Data de nascimento: ____ / ____ / ________ Sexo: _________
Endereço: _______________________________________________
Telefone: _______________________ Profissão: ______________

2. Anamnese
Queixa principal: ________________________________________
________________________________________________________
Objetivos: ______________________________________________
________________________________________________________
Possui dores? ( ) Sim ( ) Não. Características da dor:_______
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
História clínica (acidentes, traumas, fraturas, cirurgias,
tratamentos já realizados):

________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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3. Antecedentes Pessoais
( ) Diabetes ( ) Hipertensão
( ) Câncer. Onde? _______________________________________
( ) Hipotensão
( ) Hérnia de disco. Onde? _______________________________
( ) Artrose
( ) Problema respiratório. Qual? ___________________________
( ) Osteoporose
( ) Doença cardiovascular. Qual? _____________________ _ ____
( ) Epilepsia
( ) Outros. Qual? ________________________________________
( ) Obesidade

4. Hábitos de Vida
• É fumante? ( ) Sim ( ) Não ( ) Ex-fumante. Há quanto
tempo parou? _________________
• Hábito de ingerir bebidas alcoólicas? ( ) Sim ( ) Não.
Frequência? ______________________
• Faz algum tipo de dieta alimentar? ( ) Sim ( ) Não.
Descrição: _________________________
• Pratica atividade física? ( ) Sim ( ) Não. Atividade física
praticada e frequência: ___________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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• Medicamentos: ________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

5. Observações
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

6. Avaliação Postural Estática

________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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7. Avaliação Dinâmica: Descrever os exercícios realizados,
adaptações e as principais compensações.

Classificação: 0 = Não realiza o movimento


1 = Realiza o movimento com adaptação e/
ou compensações
2 = Realiza o movimento sem compensações
3 = Realiza o movimento avançado sem
compensações

A. Padrão Respiratório
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

B. Roll Down (Chair: Hamstring Stretch e Cadillac: Spine


Stretch)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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C. Pré-Pilates (Reformer ou Chair: bridge e Bridge Unilateral)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

D. Aquecimento (Reformer: Cat Com Movimento da Cintura


Escapular e Pélvica)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

E. Power House ou Core (Cadillac: Rolling Back; Sit Up;


Reformer: The Hundred; Chair: Pull Up)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
F. Membros Superiores (Reformer: Arms Series Up And
Down, Circles, Bíceps, Pulling; Cadillac: Arms Series: Arms
Open, Hug a Tree, Bíceps, Tríceps)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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G. Mobilidade de Membros Inferiores (Reformer ou Cadillac:
Leg Lower, Leg Circles; Cadillac: Leg Scissors)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

H. Membros Inferiores Lateral (Reformer: Side Splits)


________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

I. Força De Membros Inferiores (Reformer: Footwork Toes,


Heels, “V” Position, Tendon Stretch E Single Leg)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
J. Mobilidade Lateral (Cadillac, Reformer Ou Chair: Mermaid;
Barrel: Stretches Side)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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K. Força Lateral (Barrel ou Chair: Side Body Twist)
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

L. Extensão (Cadillac, Barrel ou Chair: Swan)


________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

Classificação Total: _______

10. Objetivos e Plano de Treino


________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

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