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Anestésico
Antonio V. Ortenzi
• Professor Doutor aposentado; atualmente Professor Colaborador -
Departamento de Anestesiologia - FCM - UNICAMP
• Título Superior em Anestesiologia (TSA) SBA - AMB
• Certificado de Atuação na Área de Tratamento da Dor SBA - AMB
• Título de Especialista em Acupuntura (TEAC) AMB - Colégio Médico
de Acupuntura
• Membro da Comissão de Sindicância de Processo Administrativo -
SBA
• Instrutor do Curso e Editor do livro Controle da Via Aérea - 2ª Ed. -
2018 - SBA
• Membro Honorário da SBA
Veremos os aspectos
gerais
Nas cirurgias eletivas:
RESOLVE:
Art. 1º Determinar aos médicos anestesistas que:
I – Antes da realização de qualquer anestesia, exceto nas
situações de urgência e emergência, é indispensável conhecer,
com a devida antecedência, as condições clínicas do paciente,
cabendo ao médico anestesista decidir sobre a realização ou não
do ato anestésico.
ANEXO II
Instrumentos e materiais
1. Máscaras faciais.
2. Cânulas orofaríngeas.
3. Dispositivos supraglóticos e/ou máscaras laríngeas.
4. Tubos traqueais e conectores.
5. Estilete maleável tipo bougie.
6. Seringas, agulhas e catéteres venosos descartáveis.
7. Laringoscópio (cabos e lâminas).
8. Guia para tubo traqueal e pinça condutora (Magill).
9. Dispositivo para cricotireotomia.
10. Seringas, agulhas e catéteres descartáveis,
específicos para os diversos bloqueios anestésicos
neuroaxiais e periféricos.
• Postura
• Consenso
• 1 documento médico-
o
legal da anestesia
CÓDIGO DE ÉTICA (2018)
• Art. 11. Receitar, atestar ou
emitir laudos de forma
secreta ou ilegível, sem a
devida identificação de seu
número de registro no
Conselho Regional de
Medicina da sua jurisdição,
bem como assinar em
branco folhas de
receituários, atestados,
laudos ou quaisquer outros
documentos médicos.
Objetivos
Maio 2018
Látex
• Ainda é causa comum, mas vem reduzindo bastante
• Maior exposição = maior sensibilização
• Sinais iniciais
✓ Alergia após contato
• Urticária, prurido e angioedema
• Conjuntivite, rinite ou asma
Grupos de risco
Alergia alimentar: abacate, abacaxi, avelã, banana, castanha, figo,
melão, kiwi, papaia, pimentão
Crianças: espinha bífida Profissionais da área de saúde:
anestesiologistas 15,8%
Dermatite grave nas mãos Indústria da borracha
Profilaxia medicamentosa
• não emergência: anti-H1 + anti-H2 + corticóide
durante pelo menos 2 dias; últimos comprimidos 1
h antes da anestesia ou contraste (HAS
descontrolada e/ou diabetes ?)
• emergência: idem por via parenteral imediatamente
antes da cirurgia ou exame de imagem
• primeiros 6 m de vida - desafio para o anestesista
• risco ↑ de apnéia PO c/ ou s/ bradicardia
• anestesia regional, preferentemente espinal,
fortemente recomendada; geral também usada
evitando-se opioides e BNM
• idade pós-conceptual (= tempo de gestação + tempo
após o nascimento) < 46 sem. - internadas e
monitorizadas ≥ 12 h; 46-60 sem. - avaliação
cuidadosa e monitorização respiratória se história de
episódios de apneia doméstica, doença pulmonar
crônica ou neurológica ou anemia (hematócrito < 30%)
• sadias - primeiro horário e monitorizadas na RPA por 6
h
• risco de apnéia pode ser ↓ com cafeína 10 mg.kg-1 IV
• centro terciário para anestesia e cirurgia
Exame físico (dirigido)
• altura • s. respiratório
• peso • s. cardiovascular
• constituição física • veias periféricas
• estado nutricional
• exame da coluna ou de
• coloração da pele e outras regiões para
mucosas
bloqueios anestésicos
• boca, nariz e orofaringe
• estado psicológico
• previsão de via aérea
difícil
Previsão de via aérea
difícil
Crouzon
Appert
Pfeiffer
casos meus
Anamnese
• Aspectos psicossociais
• História de via aérea difícil
• Condições médicas:
✓ acromegalia
✓ anomalias congênitas
✓ AOS
✓ artrite reumatoide
✓ d. cardiopulmonar
✓ endocrinopatias
Anamnese (cont.)
• Condições médicas (cont.):
✓ espondilite anquilosante
✓ gravidez
✓ massas de cabeça, pescoço e VA
✓ obesidade
✓ patologias temporomandibulares
✓ queimaduras
✓ risco de aspiração
✓ risco de sangramento
Exame físico
• Abertura oral
• Anatomia do pescoço e mobilidade
• Características faciais
• Dentição
• Língua
• Nariz
Exames diagnósticos
Jeffrey L. Apfelbaum; Carin A. Hagberg
(Committee on Standards and Practice
Parameter)
Anesthesiology, 2013;118(2):251-270.
Via aérea difícil
• situação clínica em que um anestesista
convencionalmente treinado experimenta
dificuldade com a ventilação da via aérea
superior, com a intubação traqueal ou
ambas
• complexa interação entre fatores do
paciente, situação clínica e habilidade do
anestesista
Intubação difícil
3) Relação entre incisivos maxilares Paciente não consegue trazer os Indica o quanto de deslocamento
e mandibulares durante protrusão incisivos mandibulares adiante (ou anterior da mandíbula seria possível
voluntária da mandíbula em frente) dos incisivos maxilares durante a laringoscopia
≥ 3 cm
distância esterno-
distância tireo-
mentoniana ≥ 12,5
mentoniana = 3
cm
dedos médios =
5-6 cm
mobilidade
Folha - Ilustrada - E2 - 23/10/14
Folha - Ilustrada - E2 - 23/10/14
• nenhum destes exames pode ser
considerado infalível
• maior número de exames - melhor previsão
• na dúvida: anestesia tópica, sedação leve e
laringoscopia antes da indução e do
relaxamento muscular - “vou examinar a sua
garganta !”
• EXAMES DE IMAGEM ?
• Incapazes de detectar problemas
intratorácicos das vias aéreas (estenose,
compressão de traquéia) ou condições
ocultas (cisto de epiglote)
• 33 pac. com intubação difícil não antecipada na
laringoscopia direta
• exame físico da VA não identifica
• dificulta ventilação e laringoscopia
Anesth Analg, 2002;94:732
• sentado
• cabeça em extensão completa
• língua para fora
• com fonação (?)
• distância tireo-mentoniana: da cartilagem tireóide até a
parte interna do mento
Anamnese:
• história médica; ds. respiratórias prévias; traumas e
cirurgias na VA, complicações eventuais; como é a
respiração, alimentação e fonação; tosse
• respiração ruidosa frequentemente - anormalidades
na VA pediátrica
• adenoides e amídalas aumentadas - roncos e fala
nasal
Exame físico:
• aparência geral da criança (IMC e características
da face)
• respiração bucal ou salivação - frequentes na
presença de amídalas ou adenoides aumentadas
• sinais de cirurgia ou trauma prévios na cabeça e
pescoço
• patência das aberturas nasais, secreções
• língua, dentes, faringe e palato, deformidade de
pescoço, mobilidade limitada da coluna cervical ou
linfadenopatia cervical
• voz ou choro
Departamento de Anestesiologia - UNICAMP
Exames rotineiros (NÃO!): p/ descobrir doença ou
distúrbio em paciente assintomático; não contribuem
de modo importante para a avaliação e o manuseio
Exames seletivos: solicitados com base nas informações
obtidas do prontuário, da entrevista, do exame físico,
do tipo e porte do procedimento; podem auxiliar na
tomada de decisões sobre a avaliação e o manuseio;
documentar a indicação (ATUALIZAÇÃO 2012)
Informações obtidas
• nos procedimentos invasivos - APA antes do dia da
cirurgia; nos demais - na véspera ou no dia
• pode não ser prático por limitação de recursos pelo
sistema de saúde ou pelo ambiente
• incluir mas não se limitar a descrição dos diagnósticos
atuais, tratamentos incluindo medicamentos e terapias
alternativas, determinação da condição médica
Exame físico
• no mínimo: avaliação das vias aéreas, pulmões,
coração e documentação dos sinais vitais
ECG
• fatores de risco cardio-vascular, respiratório ou tipo e
porte da cirurgia
• anormalidades podem ser maiores em idosos ou com
múltiplos fatores de risco cardíaco
• idade isoladamente pode não ser indicação
• pode ser indicado para pacientes com fatores de risco
cardiovascular conhecidos ou identificados na APA
Avaliação cardiológica pré-anestésica (além do ECG)
• riscos e custos x benefícios; exames invasivos e não
invasivos; considerar fatores de risco cardio-vascular e
tipo de cirurgia
RX de tórax
• tabagismo, IVAS recente, DPOC e cardiopatia
• anormalidades podem ser maiores nestes pacientes
mas não acreditam que extremos etários, tabagismo,
DPOC estável, doença cardíaca estável ou IVAS
recente resolvida sejam indicações inequívocas
Avaliação pulmonar pré-anestésica (além do RX de
tórax)
• riscos e custos x benefícios; exames invasivos e não
invasivos; tipo e porte da cirurgia, intervalo da
avaliação anterior, asma tratada ou sintomática, DPOC
sintomática e escoliose com restrição funcional
Hb ou Ht
• por rotina, NÃO
• tipo e porte da cirurgia, hepatopatias, extremos
etários, história de anemia, sangramento ou outro
distúrbio hematológico; (Hb 10 g/dl??)
Provas de hemostasia (RNI, TP, TPP, plaquetas)
• coagulopatias, nefropatias, hepatopatias, tipo e porte
da cirurgia; (TS/TC ??)
• anticoagulantes e terapias alternativas podem
representar um risco adicional peri-operatório
• não há dados suficientes sobre a conveniência antes
de anestesia regional
Química sanguínea (Na, K, glicemia, funções renal e
hepática)
• endocrinopatias, risco de nefro ou hepatopatia, uso
de certos medicamentos ou terapias alternativas
• valores podem ser diferentes nos extremos etários
Urina I
• não indicada exceto para procedimentos específicos
(implantação de prótese, procedimentos urológicos)
ou sintomas do trato urinário
Teste de gravidez
• anamnese e exame físico podem ser insuficientes
para detectar gravidez incipiente
• literatura inadequada p/ efeitos da anestesia no início
da gravidez
• pode ser oferecido para todas as mulheres em idade
fértil e quando o resultado puder alterar o manuseio
Validade
• 6 meses se a história do paciente não mudou
substancialmente
• exames mais recentes se a história mudou ou
quando podem influir na escolha de uma técnica
anestésica específica (ex.: anestesia regional na
presença de terapia anticoagulante)
TTPa: TTPa paciente
R =
TTPa pool
• se aumentada → via intrínseca alterada
TP: ISI
TP paciente
RNI =
TP pool
• se aumentada → via extrínseca alterada
• testes de coagulação indiscriminados em pacientes não
selecionados não são recomendados (Grau B, Nível III)
• verificar antecedentes pessoal e familiar de
sangramento excessivo prévio após trauma ou cirurgia
e uso de anti-trombóticos (Grau C, Nível IV)
• antecedente negativo: nenhum exame é indicado (Grau
C, Nível IV)
• antecedente positivo ou clara indicação clínica (ex.:
hepatopatia): avaliação compreensiva guiada pela
clínica (Grau C, Nível IV)
• preditores de anormalidades no ECG: idade > 65
anos, IC, colesterol ↑, angina, IM ou valvulopatia
grave
• preditor independente: idade > 65 anos
• anormalidades: onda Q ↑, depressão de ST, Mobitz
tipo II ou bloqueio mais alto, BRE ou FA
Medicamentos utilizados pelo
paciente
• 7% de reações adversas se recebe 6 - 10; 40%,
com 10 - 20
• idosos - maiores consumidores de medicamentos;
maior risco
• interações medicamentosas podem ser benéficas
(isoflurano acentua a ação dos relaxantes
musculares) ou perigosas (cocaína acentua
irritabilidade cardíaca produzida pelo halotano)
• suspensão?
Fatores predisponentes para eventos adversos a
medicamentos:
• Múltiplas comorbidades
• Polifarmácia = múltiplas medicações
• Interações medicamento-medicamento
• ↓ metabolismo e excreção relacionados à idade
• > sensibilidade do SNC aos efeitos adversos
• Regimes complicados de medicação
• Múltiplos cuidadores
• Idoso: ↓ transmissão colinérgica central; mesmo os
sadios são + sensíveis aos anticolinérgicos
• manter
• evitar distúrbios eletrolíticos
• pode potencializar bradiarritmias
Goldstein & Amar - Pharmacotherapeutic considerations in anesthesia
(Reviews in depth). Heart Disease, 2003; 5: 34
Roizen, MF - Preoperative evaluation, em: Miller, RD - Miller’s Anesthesia, 6th Ed,
Philadelphia, Elsevier, 2005; 927-997
Amiodarona
• uso crônico: bradicardia sinusal, (BAV); por halotano,
lido podem acentuar; digitálico !
• Torsades de Pointes (FC 180-250); tireóide, pulmões,
fígado
• ↑ duração de ação do MDZ e toxicidade da lido
• AG: ↑ efeito antiadrenérgico, BSA, BAV, hipotensão;
preferir bloqueios
• monitorização rigorosa (grande porte), drogas
vasoativas (isoproterenol), marcapasso cardíaco
artificial temporário
Ramos e col. - Manuseio peri-operatório do paciente em uso de amiodarona.
RBA, 2004;54:573
Bloqueadores de canal de cálcio
• verapamil, nifedipina, amlodipina, diltiazem
• manter até a manhã da cirurgia
• verapamil: hiperpotassemia
• efeitos ino e cronotrópicos negativos dos
anestésicos inalatórios
• pode não proteger de isquemia miocárdica em
cirurgia cardíaca
• leve potencialização de BNM
Goldstein & Amar - Pharmacotherapeutic considerations in anesthesia
(Reviews in depth). Heart Disease, 2003;5:34
• PTQ, 70±7 a
• pacientes recebendo nimodipina: > consumo de morfina
pós-operatória
Casey G e col. - Perioperative nimodipine and postoperative analgesia. Anesth
Analg, 2006;102:504-8
Atorvastatina e fluvastatina
• inibem o metabolismo do midazolam mediado pelo
CYP 3A4 in vitro
• 63 a., Staphylococcus aureus resistente à meticilina
(MRSA)
• 4 semanas após → rabdomiólise
• mais provável: inibição de CYP3A4 pelo ácido
fusídico → aumento agudo e severo de sinvastatina
plasmática e lesão muscular extensa
• representa uma das maneiras mais efetivas de
reduzir o risco de complicações cardiovasculares
PO em pacientes de alto risco
• rabdomiólise é o efeito colateral mais sério
• proteção mediada por diminuição dos lípides e efeitos
pleiotrópicos
• peri-operatório: melhora a evolução cardíaca a curto
e longo prazo após cirurgia não cardíaca e de
revascularização do miocárdio
• estabilidade da placa
• indicações na Tabela 5 (seguinte)
http://www.fda.gov/Safety/MedWatch/SafetyInformation/SafetyAlertsforHumanMedical
Products/ucm095009.htm (13/8/10)
• Tratamento com estatinas metabolizadas pelo
CYP3A4 (atorvastatina ou sinvastatina) não
atenua o efeito inibitório nas plaquetas pelo
clopidogrel comparado à rosuvastatina (não
metabolizada pelo CYP3A4; Crestor, no Brasil)
Malmström RE, Östergren J, Jørgensen L, Hjemdahl P, CASTOR
investigators - Influence of statin treatment on platelet inhibition by
clopidogrel - a randomized comparison of rosuvastatin, atorvastatin
and simvastatin co-treatment. J Intern Med. 2009 Nov;266:457-66.
Hipercolesterolemia
• vecurônio
• tempo para início do bloqueio neuromuscular
semelhante nos grupos hipercolesterolemia e
controle
• tempo de recuperação do bloqueio foi prolongado
no grupo hipercolesterolemia (44,5 +/- 14,4 vs
34,0 +/- 8,4 min para T2, P = 0,018)
Saitoh Y - Recovery from vecuronium is delayed in patients with
hypercholesterolemia. Can J Anaesth, 2006:556-61
Nas mulheres:
• menor peso, volume de distribuição, clearance renal
de medicamentos (idosas)
• maior incidência de efeitos adversos de
medicamentos cardiovasculares (torsade de pointes,
risco de consequências hemorrágicas por
anticoagulantes ou trombolíticos, tosse com IECA,
trombose)
Terapia de reposição hormonal
• (Norvir)
• pode inibir o citocromo P450 3A4 e, assim,
diminuir a eliminação da fentanila bem como
pode aumentar e prolongar a depressão
respiratória induzida por ela induzida
• (Viagra)
• meia vida de 4-6 h; cirurgias eletivas OK; urgência?
• dilatação dos vasos sanguíneos: queda de PAS e
PAD
• cuidado com o uso de agentes hipotensores
• cicatrização
• homeopatia x fitoterápico
• possível redução de efeito de
anti-hipertensivos
• arritmia, toxicidade cardíaca,
hipertensão arterial
Reg Anesth Pain Med, 2018;43: 263-309
• estatinas → alterações estruturais nos miócitos
→ miotoxicidade, miopatia e mialgias; +
susceptíveis a dano muscular?
• Aos 20 min concentração de mioglobina
plasmática maior* nos que usavam estatina do
que nos que não usavam. Efeito parece
pequeno e provavelmente de limitada
consequência clínica.
Medicamentos oftalmológicos
• ao paciente
• à cirurgia
• à anestesia
Estado físico ASA
Antonio V. Ortenzi
Finalidades da MPA
• redução da ansiedade • redução do volume do
• sedação conteúdo gástrico e
aumento do seu pH
• amnésia • efeito anti-emético
• analgesia • redução das
• redução das secreções necessidades de
das vias aéreas anestésicos
• prevenção de respostas • facilitação de indução
a reflexos autonômicos suave da anestesia
• profilaxia de reações
alérgicas
Amnésia
midazolam
presença dos pais
programas de preparação
oral (mais usada): 0,25-0,75 mg.kg-1 até música
20 mg; solução comercial com 2 mg.ml-1 hipnose
acupuntura