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Intoxicações Agudas
Intoxicação aguda é a manifestação clínica, por meio de sinais e sintomas, decorrente de uma única
exposição ou múltiplas exposições ao toxicante em um período de até 24 horas. A ocorrência ou não
de efeitos nocivos depende de diversos fatores, tais como a intensidade e frequência da exposição, a
dose e a quantidade absorvida. Intoxicação exógena pode ser definida como a consequência clínica
e/ou bioquímica da exposição a substâncias químicas encontradas no ambiente ou isoladas. Como
exemplo, dessas substâncias intoxicantes ambientais, pode citar o ar, água, alimentos, plantas,
animais peçonhentos ou venenosos. Por sua vez, os principais representantes de substâncias
isoladas são os pesticidas, os medicamentos, produtos químicos industriais ou de uso domiciliar.
Em síntese, o atendimento primário deve ter como prioridade o tratamento da hipóxia, hipo ou
hipertensão, convulsão, arritmias, distúrbios hidroeletrolítico e ácido-básico e hipo ou hipertermia.
Sendo esse atendimento inicial o principal responsável pela sobrevida do paciente. A anamnese na
avaliação clínica pode ser um método fácil e objetivo para obter informações sobre o agente tóxico,
quantidade e tempo de exposição, deve-se valorizar dados obtidos através do questionamento de
acompanhantes e/ou familiares. Nesse questionamento deve se tentar obter dados sobre o local de
exposição, presença de embalagens junto ao paciente, hábitos e vícios (medicamentos, álcool,
drogas ilícitas).
O exame físico deve ser detalhado, dando atenção aos sinais e sintomas que caracterizam
intoxicações por toxinas específicas (síndromes tóxicas): alterações sensoriais (agitação, confusão,
letargia, coma); comportamento e alucinações; alterações motoras (tremores, hipo ou hiper-
reflexia); sinais autonômicos (simpatomiméticos, parassimpatomiméticos); alterações oculares
(midríase, miose, nistagmo); e outros (hálito, odor, coloração da urina, sinais de picadas de agulhas).
A abordagem inicial deve ter como prioridade a sequência do ABC visando à manutenção das
vias aéreas, ventilação e sinais vitais. Para os pacientes em estado de coma em que não se
identifica a causa, preconiza-se a administração de naloxona, tiamina, glicose e oxigênio.
Tiamina, 50 a 100 mg intramuscular ou intravenoso, deve ser dado junto com a glicose a fim de
prevenir ou tratar a síndrome Wernicke-Korsakoff em pacientes alcoólicos e desnutridos com
alteração do nível de consciência. Naloxona é administrado para reverter a depressão
respiratória causada por hipnoanalgésicos na dosagem inicial de 2 mg intravenoso in bolus e
repetido, se necessário, a cada dois minutos até a dose máxima de 10 mg para adultos. Em
pacientes narcótico-dependentes ou naqueles sem risco iminente de morte a dose inicial pode
ser de 0,1 mg, sendo dobrada a cada dois minutos até a dose máxima. Em crianças maiores de
cinco anos ou pesando mais de 20 kg a dosagem inicial é de 0,1 a 0,8 mg, exceto nos casos de
depressão respiratória em que se utiliza a mesma dose do adulto. Em crianças menores e
neonatos a dose inicial é de 0,1 mg/kg de peso. A via de administração preferencial é a
intravenosa, mas também pode ser administrado pelas vias intramuscular, subcutânea e
endotraqueal.
• Lavagem Gástrica:
A lavagem gástrica não deve ser considerada como terapêutica de desintoxicação, a menos que
haja um caso de ingestão de substância altamente tóxica (grande quantidade ou agentes
relacionados à alta morbidade e/ou mortalidade) e que o procedimento de lavagem seja feito
antes de 60 minutos da ingestão. O método de lavagem gástrica consiste na infusão de 200 a
300 ml de soro fisiológico a 0,9% em adultos e 10 ml/kg de peso em crianças por sonda
orogástrica de grosso calibre. As contra-indicações desse método incluem pacientes com
alteração de consciência, ingestão de substâncias corrosivas, ingestão de hidrocarbonetos com
alto potencial de aspiração ou pacientes com risco de hemorragia digestiva alta ou perfuração
gástrica.
• Carvão Ativado:
Consiste na principal medida e mais efetiva para a maioria das intoxicações agudas por via oral,
exceto em substâncias de baixo peso molecular, íons (ferro, lítio etc.), cáusticas (ácidas e básicas) e
álcoois, e, por isso, é também denominado antídoto universal. A dose recomendada corresponde de
1 g/kg de peso/dose para crianças acima de um ano de idade, 25 a 100g para adolescentes e adultos,
devendo ser administrado de preferência até uma hora após a ingestão do produto tóxico. O carvão
ativado pode ser diluído na proporção de 1:4 ou 1:8.
7. Síndromes tóxicas
Grupos de sinais e sintomas muito característicos que podem ser produzidos por doses tóxicas,
geralmente associados com determinados agentes tóxicos, compreender os mecanismos
fisiopatológicos que ocorrem em cada síndrome, permite chegar a uma suspeita diagnóstica, após
esta etapa deve-se identificar as condutas terapêuticas adequadas para o tratamento de cada
síndrome.
• Muscarínico
• Nicotínico
• Colinérgico central
Efeitos muscarínicos:
Efeitos nicotínicos:
• Músculo esquelético: fasciculações e fraqueza muscular, cãibras, paralisia, tremores.
• Sistema cardiovascular: taquicardia, hipertensão, palidez.
Efeitos do SNC:
Medicamentos:
Plantas:
O tratamento dessa síndrome ocorre pela descontaminação por LG e CA, sintomáticos e suporte
(medidas físicas: hipertermia; sedação: agitação; sondagem vesical: bexigoma; antídoto:
fisostigmina).
• Ocular: pupilas dilatadas não reativas, diplopia; fotofobia; visão embaçada; aumento da pressão
intra-ocular;
• Pele e mucosas: quente e seca, rubor facial, hipertermia, língua, lábios e gargantas secas; sede e
ificuldade de deglutição;
O tratamento é feito de forma suporte, LG se for indicado, tiamina 100Mg, e glicose administrada via
endovenosa em soro glicosado.
As possíveis complicações dessa síndrome são: disartria, sonolência, torpor, coma, depressão
respiratória, miose, hipotensão, bradicardia, hipotermia, e convulsões.
Distonias:
• Crise oculógira;
• Espasmo de mandíbula e garganta, espasmo ou protrusão de lábios e língua;
• Distorções faciais, caretas, tics, movimentos mastigatórios;
• Torcicolo, opistótono, contrações musculares dos membros superiores, postura bizarra.
Parkinsonismo:
• Face de máscara;
• Fala lenta e monótona;
• Rigidez, catatonia, gesticulação diminuída;
• Postura bizarra, tremores;
• Movimentos de rolar os dedos;
• Oscilações rítmicas das extremidades.