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1 Luiza Barbosa – 2022.

ABORDAGEM INICIAL DAS INTOXICAÇÕES AGUDAS


Epidemiologia
 5 a 10% dos atendimentos no serviço de emergência.
 5% das internações emergência intensiva de adultos.

Etiologia
 Principal causa: tentativa de suicídio por ingestão oral.
 Outras: abuso no uso de medicamentos para obter efeito mais rápido e pacientes com múltiplas
medicações (metabolização diminuída).
 Outras formas: Intoxicação oculares, dermatológicas e inalatórias.

Abordagem Inicial
 Anamnese dirigida (medicamento/droga utilizado, data e hora, acidental ou intencional,
sinais e sintomas, pessoas em casa com mesmo sintoma).

Exame Físico

 Sinais vitais (frequência cardíaca, pressão arterial sistêmica, temperatura, entre outros)
 Nível de consciência.
 Tamanho da pupila – direciona para agente causal.
 Oximetria de pulso.
 Monitorização cardíaca continua.
 ECG.
 Acesso periférico calibroso.
 Glicemia capilar.
 Suporte de Oxigênio.

(MOV – monitorização, oximetria de pulso e acesso calibroso).

Avaliação

Sindromes TóxicaS
1. Síndrome de Hiperatividade Adrenérgicas
2. Síndrome de Hipoatividade
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3. Síndrome Colinérgicas
 Liberação de esfíncteres (vômitos, diarreia, liberação urinária)
 Piloereção (braços e pernas)
4. Síndrome Anticolinérgicas

5. Acidose Metabólica Grave e Persistente

Não é uma síndrome toxica, mas pode estar relacionada a uma consequência comum.

6. Intoxicação com Asfixia.


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Exames Complementares
 Maioria: solicitar NENHUM exame – sobre avaliação do medicamento e não das
consequências.
 Pacientes que necessitam são sintomáticos com comorbidade significativas, drogas
desconhecidas, intoxicação com potencial significativo de toxicidade sistêmica e ingestão
intencional. Nesse caso, seria: hemograma, glicemia, eletrólitos, gasometria, função
hepática, função renal, urina, ECG, Raio-X, lactato arterial.

Diagnóstico diferencial
 Qualquer doença de manifestação aguda pode mascaras intoxicações endógenas.

Principais citadas:

 Trauma: especialmente de coluna cervical e cranioencefálico.


 Infecções: meningite, encefalite, abcesso cerebral, sepse.
 Lesões do sistema nervoso central: AVC, hematomas, tumor.
 Distúrbios metabólicos.
 Outros: transtornos psiquiátricos, distúrbios da tireoide, anafilaxia, arritmias, embolia pulmonar,
IAM.

Tratamento
 Geral: tratar como o ACLS = emergência instável (ABCD).

Principais gerais no manejo de uma intoxicação aguda:

 Reconhecer uma intoxicação.


 Identificação do tóxico.
 Avaliar o risco da intoxicação.
 Avaliar a gravidade da paciente e estabilizá-lo clinicamente (inclui uso de antídotos).
 Diminuir a absorção do tóxico.
 Aumentar a eliminação do tóxico.
 Prevenir reexposição: avaliação psiquiátrica.

Como diminuir absorção e aumentar excreção?

 Intoxicação de pele: retirar todas as roupas e lavar a pele. Caso tenha sido pó químico, antes
de levar, deve realizar limpeza por meio de escovinha, pois a água aumenta absorção.
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 Intoxicação ocular: lavar os olhos com soro fisiológico e solicitar avaliação do oftalmologista.
Caso não tenha soro fisiológico, utiliza-se água filtrada. Evitar esfregar os olhos e utilizar
colírios sem orientação do oftalmologista. Em caso de dificuldade de luz, pode-se realizar dois
tampões irrigados com soro fisiológico.
 Intoxicação gastrointestinal: carvão ativado, lavagem gástrica, irrigação intestinal, hiper-
hidratação e alcalização da urina. Não há mais recomendação de realizar indução de vômitos.

OBS: LAVAGEM GÁSTRICA!

 A lavagem gástrica é feita por meio da sonda orogátrica (menos traumática, mas pode
realizar nasogástrica) de grande calibre (18x20), com paciente em decúbito lateral esquerdo
com cabeça em nível inferior ao corpo. Deve-se infudir em pequenos volumes com 100 a
250ml de soro fisiológico, preferencial gelado, infudindo e abrindo a sonda para que tenha o
retorno do liquido. Isso é feito até retornar apenas o conteúdo gástrico limpo com coloração
mais transparente.
 Indicação (preencher os três critérios): tempo de ingestão menor que um hora, substancia
potencialmente toxica ou desconhecida e não há contraindicação à lavagem gástrica.
 Contraindicação: rebaixamento do nível de consciência (perda de reflexo de proteção),
ingestão de substancia corrosivas (ácidos e bases por exemplo), risco de hemorragia e
perfuração do trato gastrointestinal, inclusive cirurgia e doença preexistentes.
 Sendo assim, não deve ser realizado em pacientes inconscientes, pois não garante proteção
da via aérea, visto que a passagem da sonda nasogástrica pode gerar vomito e
broncoaspiração em pacientes inconscientes.
 Sendo assim, deve-se avaliar o tempo da intoxicação em relação a lavagem intestinal, pois,
caso tenha sido mais de duas horas, não terá tanta eficácia por ser um tempo favorável ao
aumento da absorção. Caso não saiba o tempo, deve-se realizar.
 Sendo assim, quando sabe que paciente fez uso de bases ou ácidos (exemplo: quiboa) , pois
corre o risco de ter perfuração gástrica.

OBS: CARVÃO ATIVADO

 Método: adsorve substancia e previne absorção.


 Utiliza-se 1g de carvão/kg e dilui em 8ml de solução (manitol ou sorbitol) por grama de carvão.
 Apresenta mais eficácia até 2h da ingestão.
 É utilizado em dose única. Apenas é feito em múltiplas doses com intoxicação grave e tóxicos
com fenobarbital, acido valproico.
 Contraindicação: rebaixamento do nível de consciência (perda de reflexo de proteção), ingestão
de substancia corrosivas (ácidos e bases por exemplo), risco de hemorragia e perfuração do trato
gastrointestinal, inclusive cirurgia e doença preexistentes. Caso tenha substancia de obstrução
intestinal e apresente ausência de ruido, não deve realizar (promove constipação).
 Em substancia que não são adsorvidos pelo alcool, como alcool, metanol, cianeto, ferro, lítio,
flúor, não há efeito e não deve ser feito.

OBS: IRRIGAÇÃO INTESTINAL

 Método: lavagem mecânica.


 É feito, por meio da sonda nasogástrica, o voluem de 1.500 a 2.000ml/h de polietinoglicol
(similaridade com plasma)

OBS: DIRURESE FORÇADA

 Hiper hidratação: 100-400ml/kg/hora.


 Débito urinário esperado: 100 a 400ml/hora.
 Tóxicos com boa funcionalidade: álcool, brometo, cálcio, flúor, lítio, potássio e isoniazida.

OBS: ALCALINIZAÇÃO DA URINA

 Tem como obetivo manter ph > 7,5.


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 É utilizado com 850ml de soro glicosado a 5% + 150ml de bicarbonato de sódio 8,4%. Infundir a
solução a cada 8 horas e monitorizar o ph urinário.
 Tóxicos com boa funcionalidade: fenorbabital, salicilatos, Clorpropamida, flúor, metotrexato e
sulfonamidas.

 Métodos DIALITICOS: Raramente necessários, porem importantes. Apenas após medias iniciais
serem realizadas. Indicação: intoxicação grave, intoxicação grave + paciente com disfunção na
metabolição (insufiencia heptica ou renal), paciente ainda estável, mas com concentração sérica
de um determinado tóxico potencialmente fatal ou com capacidade de causar lesões graves e
irreversíveis. O tóxico deve responder bem a diálise.

Antídotos
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CASO CLINICO

Comentário: Síndrome de Hiperatividade Adrenérgica. Inicia-se anamnese detalhada, com ABCD para
estabilizar paciente, realizar MOV, ofertar oxigênio, ECG. Realizar super hidratação.
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