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RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

- ORGANIZAÇÃO DO SRPA:
Monitorização: cardioscopia, PANI, SpO2, estado de consciência, escala de dor,
termômetro.

1 leito de recuperação → 2 ou 3 salas cirúrgicas


Regime ambulatorial → 2 a 3 leitos por 01 sala cirúrgica.

• Medicamentos
• Equipamentos
• Pessoal responsável

- REGRESSÃO DA ANESTESIA:
• Imediata (ainda na sala cirúrgica): nível de consciência, reflexos das vias aéreas
• Intermediária (SRPA): coordenação motora e atividade sensorial
• Tardia: normalidade motora e sensorial => se dará em casa.
• Completa: em casa

*Em regime ambulatorial, a fase intermediária é atingida em cerca de 60-180min, quando


o paciente é capaz de andar. Em caso de bloqueio regional, alta deve ocorres apenas se o
paciente for capaz de deambular.

- CONDIÇÕES E CRITÉRIOS DE ALTA:

AMBULATORIAL: Não há tempo mínimo de permanência na SRPA


• Orientação no tempo e espaço
• Sinais vitais estáveis, por no mínimo 15 min
• Ausência de náuseas e vômitos
• Ausência de dificuldade respiratória
• Capacidade de manutenção da via aérea
• Sangramento ausente ou mínimo
• Ausência de dor importante e retenção urinária
• Observaçào minima de 15 minutos após administração de opioides ou sedativos

PERÍODO DE ESPERA APÓS CADA MEDICAÇÃO


• Opioide venoso: 15 min
• Antibiótico, antiemético, opioide IM: 1h
• Suspensão do O2: 30min
• Qualquer mudança de conduta: 30min

Critérios de Aldrete e Koulik e PDSS (Post Discharge Scoring System)

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COMPLICAÇÕES NO PERÍODO PÓS-ANESTÉSICO IMEDIATO

Mais prevalentes:

• Náusea e vômito
• Suporte para patência de VAS adequada
• Hipotensão
• HAS / IAM / Insuficiência respiratória → (↑risco) 1º dia
• ICC / TEP / Insuficiência respiratória leve → 1º ao 3º dia
• Pneumonia → 4º ao 7º dia
• AVC / Sepse → 8º ao 30º dia
• Insuficiência renal → 1º ao 3º dia e 8º ao 30º dia

>> MANEJO DA DOR PÓS-OP


• Controle da dor pós operatória é objetivo primário na SRPA

Avaliação:
• Há diversas escalas disponíveis para avaliação
• Avaliação mais adequada depende da capacidade de comunicação do paciente
◦ Depende da percepção cognitiva da dor, sofrendo interferencias psicológicas,
culturais e sociais

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Oral:
Paracetamol: 650 a 975mg 4/4h
10 a 15 mg/kg (criança)
Ibuprofeno: 400 mg 6/6h
10 mg/kg (criança)
Venosa: Morfina 0,5-3mg | Fentanil 15-50mg | Sufentanil 3-15 mg | *Metadona 7,5/10mg
IM

Intratecal e Peridural:
Morfina 0,1 a 0,3 mg – 15 min – duração 8 a 24h

*Peridural:
Morfina 1 a 6mg – 30 min – 6 a 24h
Fentanil 0,025 a 0,1 mg – 5 min – 2 a 4h
Infusão contínua: Ropivacaína 0,2% 10ml/h. Duração 1-6h.

OBS: hipealgesia induzida por opioide >> principalmente o remifentanil

NÁUSEAS E VÔMITOS:
• Náuseas e vômitos (NVPO) são dois dos eventos adversos mais comuns no pós-
operatório.
◦ Associado a uma permanência mais longa na unidade de recuperação pós-
anestésica, admissão hospitalar não prevista e aumento dos custos de saúde

FATORES DE RISCO PARA NÁUSEA E VÔMITO


ESCORES DE RISCO:

- ESCORE DE APFEL SIMPLIFICADO:


• Sexo feminino
• Não fumante
• Antecedente náusea e vômito
• Opioide pós-operatório

0 ou 1 → Baixo
2 → Moderado
3 ou 4 → Elevado

A incidência de NVPO com a presença de 0, 1, 2, 3 e 4 fatores de risco é de


aproximadamente 10%, 20%, 40%, 60% e 80%, respectivamente. ele classifica os
pacientes com fator de risco 0–1, 2 ou 3 ou mais em “baixo”, “ categorias de risco médio”
e “alto”, respectivamente

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- ESCORE DE KOIVURANTA
• Sexo feminino
• Antecedente náusea e vômito
• Não fumante
• Opióide pós-operatório
• Duração da cirurgia (> 60 minutos)

Fatores anestésico-cirúrgicos:

• Tipo de cirurgia: colecistectomia e cirurgias ginecológicas e laparoscópicas se


relacionam a alta incidência de NVPO

• Duração da cirurgia: Cirurgias de maior duração estão associadas ao aumento da


incidência de NVPO.

• Anestesia geral: Observada diminuição da emese pós-operatória se o óxido nitroso foi


evitado em pacientes submetidos a procedimentos laparoscópicos
NO está relacionado ao aumento de NVPO, principamente se uso maior que 2 horas
O risco de NVPO foi 9 vezes menor entre os pacientes que receberam anestesia regional
do que aqueles que receberam anestesia geral.

FISIOPATOLOGIA DO VÔMITO/NÁUSEA:
>> CENTRO DO VÔMITO: medula oblonga

Existem cinco vias aferentes primárias envolvidas na estimulação do vômito:

1. A zona de gatilho quimiorreceptora (CTZ)


2. A via da mucosa vagal no sistema gastrointestinal
3. vias neuronais do sistema vestibular
4. Vias aferentes reflexas do córtex cerebral
5. Vias Aferentes do mesencéfalo.

Quando estimulado ativam receptores:

• Histamínicos – dimenidrato
• Muscarínicos – escopolamina, prometazina
• Opioide
• Dopamina 2 – Doperidol, metoclopramida
• 5-Hidroxitriptamina ou serotonina – ondansetrona

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TRATAMENTO NÁUSEAS E VÔMITOS

• Ondansetrona 4mg (crianças > 40kg e adulto):


EV / dose resgate = 1mg
Antagonista 5-HT3
*Ao final da cirurgia
>> Criança → 50 mg/kg | 0,05 mg/kg a 0,1 mg/kg se 40 kg

• Dexametasona 4 a 5mg - melhor efeito como profilaxia de NVPO e não tratamento


Criança → 0,15 mg/kg
Inibição da síntese de prostaglandinas
*Na indução anestésica

• Haloperidol 0,5 a 2 mg IM ou IV ou VO
Antagonista dopaminérgico-butirofenonas

• Metoclopramida 20 a 25 mg EV
Antagonista dopaminérgico – benzaminas

• Dimenidrato 1 mg/kg | Meclizina 50 mg VO


Anti-histamínico (H1)/ anticolinérgico
OBS: 2 agentes antieméticos que atuam em diferentes receptores melhoram a eficácia.

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