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ANALGESIA EM

PACIENTES INTERNADOS
Prof.: Diogo da Motta Ferreira
Pontos Chaves
• É considerado o quinto sinal vital, portanto deve
ser abordado de maneira efetiva
• O reconhecimento da dor em veterinária ainda é
o maior desafio, em especial para pacientes
internados, cujos comportamentos são alterados
pelo ambiente.
• Mudanças em sinais fisiológicos, embora possam
nos dar informações quanto a eficácia do manejo
da dor, não são sinais patognomônicos.
• Observação do comportamento é fundamental
para reconhecimento e escalonamento da dor.
Pontos Chaves
• Existem vários sistemas de escalonamento da dor, mas
não existe um sistema padrão ouro.
• Antes de iniciar a utilização de qualquer ferramenta de
reconhecimento e escalonamento da dor, devemos notar
os limites da técnica.
• A eficácia do tratamento deve ser monitorada
constantemente para que ajustes possam ser realizados
o mais rápido possível.
• Objetivo do tratamento da dor: retorno mais rápido ao
comportamento normal e à qualidade de vida.
Introdução
• Analgesia na veterinária tem aumentado cada vez mais –
opióides e AINE´s

• Pensamento anterior: deixar um pouco de dor para


manter imobilidade
Dor aguda – mudanças metabólicas e
endócrinas:
• Diminuição da função pulmonar – atelectasias
• Diminuição da função imune (corticóide)
• Aumento da incidência de pneumonia
• Liberação de catecolaminas
• Aumento do consumo de oxigênio
• Aumento de pressão arterial, FC e RVP
• Inapetência
• Insônia
Excessão
• A analgesia pode ser deixada em segundo plano caso o
paciente apresente alguma disfunção com risco à vida
imediato, mas deve ser considerada logo após o controle
da situação
Definição de Dor
• Sensação desagradável frente à um estímulo danoso,
que pode levar a dano tecidual.
Fases da dor:
• Transdução
• Transmissão
• Modulação
• Cognição ou Percepção
Escalas de dor
• Para tratar a dor primeiro precisamos de uma
metodologia
• A manutenção ou mudança no tratamento analgésico
deve ser baseado nos mesmo parâmetros
• Escalas de dor – utilizam sinais fisiológicos e
comportamentais para gerar um número, de acordo com
o escore obtido realiza-se uma mudança no protocolo
analgésico ou não.
Reconhecimento da Dor
• Difícil em veterinária

• Cada espécie demonstra sinais específicos

• Pequenas alterações de comportamento podem significar


dor
Tratamento da dor
• Opióides
• AI
• Cetamina
• Lidocaína
Opióides
• Necessário livro de controle de medicamentos licenciado
pela anvisa

• Atuam em receptores opióides endógenos (modulação)


Morfina
• Analgesia de maneira eficiente
• Dose: 0,1 a 1 mg/Kg IM, SC
• Dose: 0,3 mg/Kg (indução) + 0,12 a 0,36 mg/Kg/h IV
• Cuidado com as doses IV, sempre diluir bem
Morfina
• Efeitos colaterais:
• Êmese
• Dispnéia
• Euforia (gatos e equinos)
• Diminuição da motilidade do TGI
• Liberação histamina
• Apresentação: ampolas de 1 mL na concentração de 1%
e 0,1%
• Vias: IM, IV, Peridural, Raquidana
Tramadol
• Opióide sintético mais utilizado hoje
• Produz boa analgesia para:
• Pós-operatório
• Fraturas e politraumatizados
• Dores somáticas
• Doses: 2 a 4 mg/Kg (alguns profissionais usam até 8
mg/Kg)
Tramadol
• Efeitos colaterais:
• Diminuição da motilidade do TGI
• Êmese (se realizado endovenoso de maneira rápida)
• Apresentação – ampolas de 1 ou 2 mL à 5%, comprimido
50 mg, 100 mg, comp. Vet 12 mg
• Vias: IM, IV, SC, PO, Peridural
Meperidina
• Derivado da morfina
• Produz boa analgesia, de baixa duração (3 horas)
• Não produz efeitos cardiovasculares
• Analgesia análoga à morfina
• Dose: 1 a 5 mg/Kg IM
Meperidina
• Efeitos colaterais
• Liberação histamínica intensa
• Sedação
• Apresentação – ampolas de 1 a 2 mL à 5%
• Vias de administração: IM ou SC. IV pode causar muita
liberação histamínica, levando à hipotensão severa.
Metadona
• Alguns autores indicam sua potência analgésica como
1,5 vezes a da morfina, outros afirmam que é menos
potente do que a morfina.
• Longa duração (6 a 10 horas)
• Não produz liberação histamínica
• Sem riscos para utilização IV
• Dose: 0,1 a 1 mg/Kg IM, IV, SC ou PO
Metadona
• Efeitos colaterais:
• Taquipneia
• Apresentação: ampolas de com 1 mL contendo 10 mg
Fentanil
• Opióide de ação rápida

• 250 vezes mais potente do que a morfina

• Deve ser utilizado em IC ou em bolus (20 min)

• Excelente analgesia para várias situações, principalmente


somática
Fentanil
• Dose: 1 a 15 mcg/Kg/h (IV)
• Dose de indução: 1 a 5 mcg/Kg (IM, IV)
• Dose de bolus: 1 a 5 mcg/Kg em bolus lento se o
paciente não tem dor ou rápido se o paciente estiver com
dor.
• Bomba de infusão ajuda muito
Fentanil
• Efeitos colaterais:
• Efeito parassimpatomimético

• Apresentação: frasco ampola de 10 mL, ampolas de 2 mL


nas concetrações de 50 mcg/mL ou 75mcg/mL

• Outros: remifentanil, sulfentanil, alfentanil


Dipirona
• Agente de baixo potencial anti-inflamatório
• Mecanismo de ação pouco elucidado, grande ação em
COX 3
• Boa analgesia visceral
• Potencializa analgesia de outros agentes opióides
• Diminui temperatura
Dipirona
• Poucos efeitos colaterais conhecidos (sialorréia)

• Apresentação: frasco ampola 50 mL a 500 mg/mL;


comprimidos; gotas (cuidado em gatos)

• Dose: 25mg/Kg IM, IV, SC, PO


Escopolamina
• Agente anti-colinérgico, diminui a contração do TGI,
dando mais conforto em pacientes com doenças neste
sistema.

• Pode ser aplicada junto à dipirona, buscopan


Anti-inflamatórios
• Diminui a inflamação e evita o aparecimento de áreas
hiperálgicas
• AINE´s
• Meloxican
• Cetorprofeno
• Carprofeno
• Corticóide: depende da situação
• Hidrocortisona, dexametasona e acetato de metilpredinisolona
Anti-inflamatórios
• Efeitos colaterais –vários:
• Renal
• Gástrico
• Endócrino – corticóide
• Imunológico – corticóide
• Cicatrização – corticóide
Lidocaína
• Estabiliza os canais de Na das membranas dos
neurônios, promovendo uma superexcitação – não há
despolarização
• Dose: indução 1mg/Kg IV
• Manutenção: 3 mg/Kg/h
Lidocaína/Bupivacaína
• Podem ser utilizados em anestesia locorregional
• Peridural
• Raquidiana
• Bloqueio de nervos periféricos (dose 0,1 mL/Kg/ponto)
Cetamina
• Atua em receptores NMDA
• Produz analgesia em doses baixas
• Dose: indução 0,6 mg/Kg
• Manutenção: 1,2 mg/Kg/h
Para fármacos em infusão contínua
• Lembre-se sempre de realizar a indução do fármaco
(dose necessária para manter efeito até o equilíbrio
sangue/receptores)
MLK / FLK
• Mistura de morfina, lidocaína e cetamina

• Mistura de fentanil, lidocaína e cetamina

• Receita para 500 mL (vel. 5 a 10 mL/Kg/h)


• Mofina 1% = 1,2 mL / fentanil = 4 mL (eu tenho usado 10 mL)
• Lidocaína 2% = 7,5 mL
• Cetamina 10% = 0,6 mL

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