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PSICOFARMACOLOGIA

Professor: Teodoro Oliveira


Curso: Psicologia
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Transtornos epiléticos
• Crise x Convulsão
• Crise: episódio breve de descargas elétricas anormais das
células nervosas do encéfalo, pode ser ou não acompanhadas
de alterações na aparência e no comportamento
• Convulsão: crise tônico-clônica caracterizada por contrações
espasmódicas involuntárias dos músculos
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Transtornos epiléticos
• Crises podem ocorrer por: hipoglicemia, febre,
desequilíbrios eletrolíticos, superdosagem de drogas, etc

• Epilepsia
• É caracterizada quando as crises são recorrentes
• Geralmente é necessário o uso de fármacos para controle
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Epilepsia
• A causa é desconhecida entre 60 e 80% das crianças e 50%
dos idosos
• Quando apresenta-se na lactância, deve-se a: fatores congênitos,
doenças metabólicas ou lesões no parto
• Na infância e adolescência se deve a fatores genéticos ou pode
ser desencadeado pela febre
• Nos adultos deve-se a: traumatismo craniano, AVC, ou tumores
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Epilepsia
• Crises parciais: as descargas atingem um parte específica do
cérebro (por traumas, tumores ou AVC). Sintomas: simples
manifestações motoras até movimentos anormais complexos
e comportamento bizarro.
• Pode ser confundida com psicose ou esquizofrenia
• Crise parcial simples: não há comprometimento da consciência
• Crise parcial complexa: há redução do nível da consciência
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Epilepsia
• Crises generalizadas: as descargas são bilaterais e simétricas
não possuem um ponto de origem. O tipo mais comum é a
crise tônico-clônica
• Algumas vezes as crises são precedidas por uma aura, um
flash ou um som inespecífico
• Outro tipo de crise generalizada é a crise de ausência: perda
súbita da consciência com duração de apenas alguns
segundos
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Epilepsia
• Estado do mal epilético: é uma emergência com risco de
morte, são crises tônico-clônica generalizadas que duram
alguns minutos, há risco de lesão cerebral e morte
• Repetidas descargas elétricas provocadas pelas crises pode
causar morte neuronal
• É considerada um problema de saúde pública e atinge 50
milhões de pessoas no mundo
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Epilepsia
• Em um tratamento considerado ótimo, onde as doses das
medicações estão bem ajustadas, a doença fica totalmente
controlada em 75% dos pacientes
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Drogas
• Dois mecanismos parecem ser os mais importantes para a
resolução deste problema
• Potencialização do GABA
• Potencializadores de ação pós-sináptica: Fenobarbital e
Benzodiazepínicos
• Inibição da degradação do GABA: Vigabatrina
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Drogas
• Inibição das funções do sódio: Fenitoína, Carabamazepina,
Valproato e Lamotrigina
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENITOÍNA
• Mecanismo de ação, bloqueia os canais de sódio, cálcio e
potássio, diminuindo o potencial de ação da célula
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENITOÍNA
• Mecanismo de ação, bloqueia os canais de sódio, cálcio e
potássio, diminuindo o potencial de ação da célula
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENITOÍNA
• A absorção por via oral é dependente do tamanho da partícula
e dos excipientes da fórmula
• Por via intramuscular deve ser administrada a fosfenitoína
• É metabolizada no fígado e excretada pela urina
• A dose inicial em adultos é de 300mg/dia, aumentando a dose
de 25 em 25 mg
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENITOÍNA
• Interações medicamentosas se dão com outros que têm maior
ligação às proteínas plasmáticas por estes deslocarem a
Fenitoína
• Efeitos colaterais se assemelham aos dos reguladores do humor
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• CARBAMAZEPINA
• Molécula é muito parecida com a Imipramina (antidepressivo
tricíclico)
• Mecanismo de ação: se assemelha muito ao da Fenitoína
• Taxa de absorção varia de paciente para paciente
• Taxa de distribuição é lenta e a excreção também
• Dose diária em adultos varia de 1 a 2g/dia
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• CARBAMAZEPINA
• Doses diárias variam de 400 a 1600mg e devem ser aumentadas aos poucos
para evitar os efeitos colaterais
• Efeitos colaterais: ataxia, diplopia, dor epigástrica, hepatotoxicidade, náuseas,
sedação, sonolência
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• OXACARBAZEPINA
• Também muito parecida com a Imipramina e Carbamazepina
• Muito menos potente que a Carbamazepina, o que leva a uma dose quase 50%
maior para alcançar os mesmos efeitos
• Apresenta menos efeitos colaterais e reações adversas
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENOBARBITAL (Classe dos barbitúricos)
• Pode ser considerado um agonista dos receptores GABA,
ligam-se aos receptores aumentando muito o tempo de
abertura dos canais de cloro.
• Além disso também atua diminuindo a liberação de
Glutamato
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENOBARBITAL (Classe dos barbitúricos)
• Pode ser considerado um agonista dos receptores GABA,
ligam-se aos receptores aumentando muito o tempo de
abertura dos canais de cloro.
• Além disso também atua diminuindo a liberação de
Glutamato
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• FENOBARBITAL (Classe dos barbitúricos)
• Dose: 2 a 3 mg/kg/dia
• Contra-indicações absolutas: Porfiria, insuficiência
respiratória, hepática ou renal grave.
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• PRIMIDONA
• Similar ao Fenobarbital
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• GABAPENTINA E PREGABALINA
• É análogo ao GABA porém não age nos receptores gabaérgicos
• Está envolvido no bloqueio de canais de cálcio, e reduzindo a
resposta receptores de glutamato.
• Também reduz ligeiramente a liberação de monoaminas
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• GABAPENTINA E PREGABALINA
• É absorvida por via oral (Biodisponível entre 2 e 3 horas)
• Não sofre metabolização (assim como o Li)
• É eliminada por via renal (Também pode ser excretada pelo leite
materno)
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• GABAPENTINA E PREGABALINA
• Tanto o inicio do tratamento, quanto a descontinuação devem ser
de forma gradual
• O intervalo posológico vai de 900 a 3600 mg/dia – Depende do
uso
• Efeitos adversos: Sonolência, tontura, fadiga, ataxia, nistagmo,
disartria, diplopia
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• LAMOTRIGINA
• Estudos sugerem que ela age nos canais de sódio, impedindo a
liberação de glutamato
• É administrada por via oral e absorvida no intestino, não sofrendo
efeito de primeira passagem
• Metabolizada no fígado pela UDP-glicuronil transferase
• Não afeta o metabolismo de outras drogas (Citocromo P-450)
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• LEVETIRACETAM
• Mecanismo de ação: Parece que liga-se à uma proterína
vesicular, aumentando a liberação do GABA e bloqueando a
liberação do Glutamato
• Dose inicial: de 500 a 1000mg/dia, aumentando a dose a cada 2
semanas
• Absorção é rápida e completa e não é influenciada por alimentos
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• LEVETIRACETAM
• 2/3 são excretados de forma inalterada pela urina
• As interações medicamentosas são mínimas pois não
interagem com cicotromo P-450
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• RUFINAMIDA
• Age nos canais de sódio, mantendo-os inativos
• É bem absorvida por via oral e metabolizada pelo fígado
porém não envolve o citocromo P-450
• Dose inicial em crianças é de 10mg/kg/dia, em adultos é de
400mg/dia
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• TOPIRAMATO
• É um fármaco antiepilético
• Age bloqueando canais de sódio voltagem dependente,
potencializa os efeitos do GABA, reduz a atividade do glutamato,
inibe canais de cálcio de alta voltagem, etc
• De forma geral, atua reduzindo a excitabilidade neuronal
• Absorvido rapidamente por via oral
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• TOPIRAMATO
• Aproximadamente 30% é metabolizado
• Excretado pelos rins
• Efeitos adversos: tonturas, náuseas, sonolência, ataxia
• Interações: álcool
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises parciais


• VIGABATRINA
• É um inibidor irreversível da enzima GABA-aminotransferase
• Em crianças a dose inicial deve ser de 50 a 150mg/dia, já nos
adultos é de 500mg 2x/dia
• Efeitos colaterais são: sonolência, tontura e ganho de peso
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises generalizadas


• ETOSSUXIMIDA
• Atua nos canais de cálcio
• Absorção oral é completa, é metabolizada no fígado e o
tempo de excreção é lento
• Dose: 750 a 1500mg/dia
• Sofre interação medicamentosa com o ácido valpróico, este
desloca a Etossuximida, aumentando sua concetração
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises generalizadas


• ÁCIDO VALPRÓICO
• Parece atuar diminuindo descargas neuronais mas também atua
reforçando o efeito inibitório do GABA, aumentando sua síntese e
diminuindo a degradação do neurotransmissor na fenda
• É um medicamento que deve ser evitado durante toda a gravidez e
em pacientes com insuficiência hepática
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises generalizadas


• ÁCIDO VALPRÓICO
• Bem absorvido por via oral. Alimentos podem retardar a absorção
• As doses variam entre 25 a 60 mg/kg/dia
• Efeitos colaterais do ácido valpróico são: ataxia, aumento do
apetite, ganho de peso, desatenção, fadiga, náuseas, sonolência,
sedação, diminuição dos reflexos.
• Atenção com crianças, pode haver desenvolvimento de
hepatotoxicidade
DROGAS ANTIEPILÉTICAS

• Fármacos utilizados nas crises generalizadas


• ÁCIDO VALPRÓICO
• Bem absorvido por via oral. Alimentos podem retardar a absorção
• As doses variam entre 25 a 60 mg/kg/dia
• Efeitos colaterais do ácido valpróico são: ataxia, aumento do
apetite, ganho de peso, desatenção, fadiga, náuseas, sonolência,
sedação, diminuição dos reflexos.
• Atenção com crianças, pode haver desenvolvimento de
hepatotoxicidade
REFERÊNCIAS

• Rang, H. P., Dale, M. M., Ritter, J. M., Flower, R. J., Henderson, G. (2011).
Farmacologia. Rio de janeiro: Elsevier.
• Katzung, G. B. (2011). Farmacologia Generale e Clinica. Padova: Piccin-Nuova
Libraria.
• Brenner, G. M., Stevens, C. W. (2012). Pharmacology. Amsterdam: Elsevier.
• Candiani, M. Estabilizadores do Humor: Lítio, Valproato, Carbamazepina e
outros
• Shansis, F. M., Cordioli, A. V. (2005) Farmacoterapia dos Transtornos do
espectro do Humor Bipolar: diretrizees e algoritmo. Psicofármacos: Consulta
Rápida. Porto Alegre: Artmed.

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