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Analgésicos opióides hipnoanalgésicos

HIPNOANALGÉSICOS

Medicamentos utilizados para o alívio da dor moderada a severa, sem perda da consciência

Ópio – suco (grego) → Látex da papoula (Papaver somniferum) → Moléculas com ação analgésica:
Morfina, Codeína, Papaverina

● OPIÓIDE - substância endógena ou sintética com efeitos semelhantes à morfina, interagem


com receptores opióides no SNC.
● OPIÁCEO - restrito a substâncias sintéticas
● ÓPIO extrato puro da papoula Papaver somniferum Látex – goma viscosa
○ ÓPIO - contém 20 alcalóides (substâncias que possuem efeitos analgésicos)
■ morfina, codeína
■ papaverina e tebaína (não são analgésicos)

Histórico
● Philippus Aureolus Theophrastus (1490-1541)
○ Láudano – preparado hidroalcoólico de ópio em pó com propriedades analgésicas
● Friedrich Sertürner (1783 – 1841)
○ Isolamento da MORFINA
● 1833 – Macfarlane – Smith (Escócia)
○ Isolamento e purificação de morfina em escala comercial
● 1853 – Seringa hipodérmica
○ Uso injetável da morfina
● 1881 – Identificação de grupos funcionais da morfina
● 1925 – proposição da estrutura química da morfina (Robert Robinson)
● 1952 – Síntese total da MORFINA
● 1968 – Validação da estrutura proposta por Robinson
● 1970 – Receptores na membrana das células nervosas que interagem com opióides
● 1975 – Isolamento de compostos endógenos com atividade opióide
Encefalinas
● Leu-encefalina
● Met-encefalina
○ β - endorfina
○ dinorfinas
○ endomorfinas

Semelhanças estruturais

Principais indicações
● Dores agudas severas de origem traumática. (Ex: morfina e fentanil - Fentanil 100x> morfina)
● Dores moderadas de origem inflamatória (Ex: codeína e propoxifeno)
● Dores severas crônicas (Ex: morfina e oxicodona)
● Dor neuropática – não há boa resposta
Como ocorre a dor?

Ao entrar em contato com os receptores


opioides, eles provocam a abertura de canais
de K+ e inibem os canais de cálcio.
Se o cálcio não entra na célula,
consequentemente menos
neurotransmissores serão liberados na fenda
sináptica.
Como os canais de K+ estarão abertos,
acontece uma hiperpolarização na membrana
Classificação

Análogos da morfina:
● Agonistas puros: morfina, heroína e codeína;
● Agonistas parciais: nalorfina, levalorfano;
● Antagonistas: naloxona

Classificação segundo a ação

Sunfentanil 1000x + potente que a morfina

Mecanismo de ação
Ligam-se em receptores de neurotransmissores endógenos (endorfinas, dinorfinas e encefalinas) –
regiões do SNC envolvidas com a transmissão, organização e sensação de dor.
● Receptores: μ, δ, κ, nociceptina
- cérebro
- medula espinhal
- supra renal
- sítios periféricos
Inibe adenilato ciclase: Diminui AMPc → Facilita a abertura
de canais de K+ → Inibe a abertura dos canais de Ca2+ →
EFEITO INIBITÓRIO

- Receptores opióides pertencem à família dos


receptores acoplados à proteína G.
- Inibe adenilato ciclase e reduzem a AMPc
- Promovem abertura dos canais de K+ e inibem os
de Ca+2 na membrana
- Diminuem a liberação de neurotransmissores

Ações farmacológicas

Sistema Nervoso Central (SNC):

ANALGESIA
● Efetivo na dor aguda e crônica
● Sem perda de consciência
● Supressão da dor física e emocional
● Eficaz contra dor contínua, sofrida

EUFORIA
● euforia (receptores )
● Sensação contentamento e bem estar
● ↓Ansiedade
● ↓Agitação
● Varia de acordo com o opiáceo e tipo de dor
DEPRESSÃO RESPIRATÓRIA
● (receptores µ ) - causa + comum de morte

● efeito sobre o centro respiratório do bulbo


● relacionada à dose
● deprimem volume e freqüência respiratória

● Frequência normal: 16 a 18 mov./min → 3 a 4 mov./min


● depressão respiratória sem depressão cardiovascular

DEPRESSÃO DO REFLEXO DA TOSSE


● depressão tosse - mecanismo desconhecido (depressão: área no tronco cerebral)
○ são antitussígenos potentes
○ doses menores das utilizadas para efeito analgésico
○ codeína*

NÁUSEA e VÔMITO
● estimulação da ZQG no bulbo
● Ocorre em cerca de 40% dos pacientes.
○ vômito inicial, geralmente transitório e desaparece com a administração repetida
○ deprimem centro bulbar

CONSTRIÇÃO DA PUPILA - MIOSE


● estimulação do núcleo do oculomotor
● mediado por receptores µ e ĸ
● pupilas puntiformes
*diagnóstico em viciados

Trato Gastrointestinal (TGI):

CONSTIPAÇÃO
● Influência no tônus da musculatura lisa
○ diminui motilidade e atividade propulsiva → constipação grave e incômoda - 40-95%
○ secreção gástrica, pancreática, biliar e intestinal → importante tratamento diarréia

Outras ações farmacológicas


Libera histamina dos mastócitos
- vasodilatação periférica → sensação calor e prurido face e nariz
- Histamina → urticária, prurido, hipotensão, broncoconstrição*
*contra- indicada em asmáticos
Sistema Cardiovascular:
● Doses elevadas → hipotensão e bradicardia
● Depressão respiratória→ hipóxia → ↓PA
● Queda resistência periférica → hipotensão ortostática e postural

Tolerância
● tolerância - ↑ dose
● detectada 12 - 24 horas após administração após 5 a 7 dias: tolerância analgésica

● Quanto > dose e < intervalo → + rápido tolerância

● Hipóteses: redução da afinidade dos opiáceos pelos receptores ou aumento da degradação


metabólica
● Tolerância à analgesia, euforia, sonolência e depressão respiratória

Dependência
● Manifesta-se na ausência do fármaco
○ dependência física – desenvolvimento de um novo estado fisiológico produzido pela
administração repetida de uma substância, tornando seu uso contínuo necessário
para impedir aparecimento da síndrome da abstinência. Relacionada com a dose e
tempo de administração do opióide. Dura alguns dias.
○ dependência psicológica – comportamento pela procura do fármaco . Forte impulso
para o abuso (vício) da substância, desejo mórbido. Dura meses ou anos.

INDIVÍDUOS VICIADOS: SÍNDROME ABSTINÊNCIA


● agitação, irritação, ansiedade
● dilatação pupilar
● febre
● sudorese
● piloereção
● náusea
● diarréia
● insônia
● aumento da pressão arterial
● humor disfórico
DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA: DESEJO MÓRBIDO

ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS
● Absorção da morfina - via oral é variável.
● Morfina: Via intravenosa ou intramuscular
● Codeína - via oral
● Metabolismo : hepático
● Excreção : renal
● Meia vida plasmática : 3 a 6 hs

HEROÍNA (DIAMORFINA)
● Derivado da morfina.
● Causa muita dependência
● Mais lipossolúvel;
● Atravessa mais rápido a barreira hematoencefálica;
● Atua mais rápido que a morfina;
● Mesmo efeito depressor da morfina;
● Causa dependência;
● Indicada para dor aguda e crônica
● Via: oral, subcutânea, intratecal, intravenosa

CODEÍNA
● receptor μ – “ Analgésico leve”
● Eficácia por via oral.
● Efeitos: analgesia, antitussígeno, depressão respiratória, sedação (ação central), constipação

● Tem apenas 20% da potência analgésica da morfina.


● Usada como analgésico (via oral) para tipos leves de dor (cefaléia, lombalgia,....) e
antitussígeno.
● Causa pouca ou nenhuma euforia.
● Pode ser combinada com Paracetamol.

MEPERIDINA (PETIDINA) - sintético


● Eficácia analgésica significativa, antiespasmódica
● Via parenteral. Indicada para dor aguda.
● Efeitos semelhante à morfina: analgesia, sedação, depressão respiratória
● Efeito eufórico. Pode causar dependência.
● 1/8 a 1/10 potência morfina
● Duração mais curta
● Intoxicação aguda – excitação SNC – tremores, convulsões
METADONA
● meia-vida + longa: 24 horas
● Efeitos: analgesia, sedação, depressão respiratória, miose, antitussígeno, constipação
● Via oral ou parenteral
● potente analgésico. Indicada para dor crônica.
● Usado para tratamento de viciados em morfina
● Única dose - eficaz suprimir sintomas abstinência

FENTANIL
● Opiáceo forte. 100 x mais potente que a morfina
● Usado como coadjuvante na anestesia geral.
● Início de efeito rápido. Curta ação (meia-vida 1 a 2 hs).
● Indicação: dor aguda. Anestesia.
● Vias: intravenosa e adesivo transdérmico

TRAMADOL*
● Novos Compostos
● Usado como analgésico para dor pós-operatória.
● Indicação: Dores moderadas a graves
● Fraca ação sobre receptores μ.
● Não propenso a provocar abuso.
● Vias: oral e parenteral
● Efeitos adversos: náuseas, vômitos, sonolência

USO TERAPÊUTICO GERAIS


● dor aguda: analgesia e sedação
● dor crônica – bomba de infusão - câncer terminal → utiliza-se a morfina – mais eficaz

USO TERAPÊUTICO ODONTOLOGIA


● dor em procedimentos invasivos ou cirúrgicos
● Tylex: codeína + paracetamol
● Mais usados: codeína, tramadol, hidrocodona

OBS.: Dor de origem dental geralmente está associada a inflamação


1ª escolha recai sobre fármacos não opióides
Resumo
Opióides: usados para alívio da DOR
Efeitos: antitussígeno, antidiarreico;
Efeitos adversos: sedação e sonolência, náuseas e vômitos, constipação, depressão respiratória e
retenção urinária.
Uso repetido: tolerância analgésica, dependência física e psíquica

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