Você está na página 1de 29

Asma e Gestação

Eduardo Cordioli
Definição
• Doença crônica inflamatória das vias aéreas –
multifatorial

• Limitação variável ao fluxo aéreo, reversível


espontaneamente ou com tratamento

• Hiperresponsividade brônquica
Manifestações clínicas

• Episódios recorrentes de sibilância, dispnéia,


opressão torácica e tosse, particularmente à
noite e pela manhã ao despertar.

• Geralmente relacionada a fatores


desencadeantes.
Brasil – DATASUS 2004

Prevalência – 10 a 20%

3a causa de internação

120 milhões de reais

2,5 mil óbitos/ano


Epidemiologia

4-7%

1-18%
1

62%
Asma è Gestação

Murphy VE, Clifton VL, Gibson PG. Asthma


exacerbations during pregnancy: incidence and
association with adverse pregnancy outcomes.
Thorax. 2006 Feb;61(2):169-76. Review.
Asma è Gestação
Natimorto MF

Neomorto

Murphy VE, Wang G, Namazy JA, Powell H, Gibson PG,


Chambers C, Schatz M. The risk of congenital malformations,
perinatal mortality and neonatal hospitalisation among
pregnant women with asthma: a systematic review and
meta-analysis. BJOG. 2013 Jun 120(7) 812-22.
Asma è Gestação

Blais L, Forget A. Asthma exacerbations during the first trimester of pregnancy and the risk of congenital
malformations among asthmatic women. J Allergy Clin Immunol. 2008 Jun;121(6):1379-84
Gestação è Asma
• Regra do 1/3

• Exacerbações – 24 e 34ª semana

• < intensidade nos últimos 4 meses


– Rara piora no trabalho de parto

• Evolução semelhante em sucessivas gestações


– 73% retornam ao padrão anterior 3 m após o parto

ACOG 2008
Etapas do tratamento
• Avaliação periódica da mãe

• Controle ambiental

• Educação
– Apoio Psicológico

• Tratamento medicamentoso
Avaliação Periódica
• Anamnese detalhada
Avaliação Periódica
• Todas
– Ultrassom Morfológico 1º. e 2º.
– Ultrassom Obstetrico 32 semanas crescimento

• Na asma Persistente:
– Dopplerfluxometria com 28 semanas e manter
observação.

ACOG 2008
Controle Ambiental
EDUCAÇÃO
TRATAMENTO
• Objetivos:
– Ausência ou ↓ de sintomas
– Nenhuma limitação as atividades
– Função pulmonar preservada
– Prevenção de exacerbações
– Uso mínimo de beta2 agonistas
– ↓ efeitos colaterais das medicações
– nascimento de uma criança saudável
Via inalatória
• Maior concentração local
• Menor risco de efeitos sistêmicos

– Pó seco
– Inalador pressurizado
– Nebulizadores
Técnica de uso
• Preparar a dose (varia em cada dispositivo)

• Expirar, soprando lentamente

• Colocar o dispositivo na boca

• Inspirar o mais forte e profundo possível

• Parar de respirar e “pensar” até 10

• Lavar a boca, bochechar com água e cuspir


Medicações
• Medicação de Controle
– Corticóides inalatórios - indispensáveis à reversão
ou estabilização do processo inflamatório da asma

• Medicação de Alívio
– Beta2 agonistas - indispensáveis no alívio do
broncoespasmo
Etapas Simplificado
Fármacos

www.drugs.com
Crise de Asma na Gestação
• β2-agonista de curta duração inalatório:

• Início da terapia de crise, em caso de exacerbação


sintomas ou ↓ 20% peak flow, iniciada em casa:
evitar hipóxia materna/fetal

• Salbutamol 1ª escolha:

• Sintomas :
– 2 cursos (2-6 puffs);
– Nebulização, intervalos 20 min;
ACOG 2008
Crise de Asma na Gestação
• Boa resposta è continuar atividade normal;

• Ausência de boa resposta / ↓ atividade fetal

ACOG 2008
Crise de Asma
- β2 agonista + ipratrópio
- Nebulização em O2
- Corticoide sistêmico vo ou ev : hidrocortisona 300mg
- Considerar adrenalina 1:1000 (1mg/ml) 0.2-0.5 mg IM
- Considrar terbutalina 1mg/ml : 0.25mg SC

Alta Rever TTO Internaçao UTI e Int.

FEV1 ou Peak Flow ≥ Resposta Resposta pobre Resposta pobre +


70% sustentada 60 incompleta (FEV1 e (FEV1<50%) sintomas severos,
min após último tto, Peak Flow 50-70%, torporosa, confusa
sem ansiedade, estado com sintomas PCO2 >42mmHg
fetal adequado/estável
leves/moderados)
ACOG 2008
Pós-Alta
• Manter β2-agonista curta duração, 2-4
puff/dia a cada 3-4h, conforme necessidade;

• CE orais mantidos 40-60mg, DU ou 2x/dia por


3-10 dias;

• CE inalatórios iniciados ou continuados até


próxima consulta médica (até 5 dias após
crise)
ACOG 2008
Recomendações Intra-Parto
• A droga NÃO pode ser interrompida durante trabalho
de parto/parto;
– A não ser β2 agonistas

• Hidratação e analgesia adequada è evitar


broncoespasmo;

• Uso atual ou recente de CE sistêmico è administração


EV de hidrocortisona:
– 100mg 8/8h ;
– Durante trabalho de parto e 24h após
ecordioli@einstein.br

??
?

Você também pode gostar