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HOSPITAL DISTRITAL DE GILÉ

TRABALHO DE OBSTETRÍCIA

Pré-eclâmpsia

Sépsis puerperal

Asfixia neonatal

Multiparidade

Onfalite

Formandos:

1. Dalila Amorim

2. Dário Domingos

3. Eugênia Baptista

4. Francisca Celso

5. Graça Magaia

Formadora:

Tomazia Francisco

Gilé, Fevereiro de 2024


Índice
I. INTRODUTÓRIA ........................................................................................................... 3

1. Introdução........................................................................................................................ 3

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 4

1. Pré-eclâmpsia .................................................................................................................. 4

1.1. Pré-eclâmpsia Severa ................................................................................................... 4

1.1.1. Quadro clínico e diagnóstico ................................................................................... 4

1.2. Pré-eclâmpsia Moderada ............................................................................................. 4

2. Sépsis puerperal............................................................................................................... 6

2.2. Factores predisponentes ............................................................................................... 7

2.3. Quadro clínico ............................................................................................................. 8

2.4. Medidas gerais ............................................................................................................. 8

3. Asfixia neonatal............................................................................................................... 8

3.1. Factores que influenciam na asfixia neonatal .............................................................. 8

4. Multiparidade ................................................................................................................ 10

5. Onfalite .......................................................................................................................... 10

5.1. Frequência ................................................................................................................. 10

5.2. Causa ......................................................................................................................... 10

5.3. Sinais e sintomas ....................................................................................................... 11

5.4. Tratamento ................................................................................................................. 11

III. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 13

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 14


I. INTRODUTÓRIA

1. Introdução

A pré-eclâmpsia é uma condição grave que afeta algumas mulheres durante a gravidez,
caracterizada por pressão arterial elevada e proteína na urina após a 20ª semana de gestação. Essa
condição pode ter sérias consequências para a mãe e o feto, incluindo pré-eclâmpsia grave,
eclâmpsia e complicações neonatais. O diagnóstico precoce e o gerenciamento adequado são
essenciais para minimizar os riscos.

A asfixia neonatal é uma emergência médica que ocorre quando o recém-nascido não recebe
oxigênio suficiente antes, durante ou logo após o nascimento. Isso pode resultar em danos
cerebrais e outros problemas de saúde graves, sendo uma das principais causas de mortalidade
neonatal e morbidade a longo prazo. Identificar fatores de risco, como parto prematuro ou
complicações durante o parto, e fornecer assistência imediata são cruciais para reduzir o impacto
da asfixia neonatal.

As má formações congênitas, também conhecidas como anomalias congênitas, são defeitos


estruturais presentes no nascimento que podem afetar diferentes partes do corpo, como coração,
cérebro, membros e órgãos internos. Essas condições podem ser causadas por fatores genéticos,
ambientais ou uma combinação dos dois. O diagnóstico precoce, o acompanhamento médico
adequado e o suporte às famílias são fundamentais para garantir o melhor resultado possível para
bebês com má formação congênita.

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II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1. Pré-eclâmpsia

Pré-eclâmpsia – é uma síndrome multissistémica caracterizada por hipertensão e proteinúria,


após 20 semanas de gravidez, em mulheres com prévia TA normal. De salientar que o edema é
habitual na gravidez normal e na pré-eclâmpsia só é significativa se afectar as mãos e a face.

Se melhorar:

 Dar alta ou referir para aguardar na casa de espera até as 37 semanas

 Monitorar 2 vezes por semana e aconselhar conforme descrito acima (para doente com
menos de 37 semanas e normalização dos sinais).

Se não melhorar: Tratar o caso como PE grave

1.1. Pré-eclâmpsia Severa

O tratamento da pré-eclâmpsia severa é o mesmo que o da eclâmpsia excepto que na eclâmpsia,


o parto deve ocorrer nas primeiras 12 horas após o início das convulsões e a dose de ataque de
Diazepan, não é dada na pré-eclâmpsia grave. Todos os casos de pré-eclâmpsia devem ser
tratados activamente, pois os sintomas de eclâmpsia eminente (epigastralgia e outros) não são
fiáveis.

1.1.1. Quadro clínico e diagnóstico

Hipertensão arterial, com TA sistólica igual ou superior a 140 mmHg e T.A diastólica igual ou
superior a 90 mmHg que aparece após as 20 semanas de gestação, com proteinúria.

1.2. Pré-eclâmpsia Moderada

 Caracteriza-se por duas leituras de TA diastólica entre 90 a 110 mmHg num intervalo de 4
horas, depois de 20 semanas de gestação;

 Proteinúria acima de 2 cruzes (>300 mg /24h);

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 Muitas vezes assintomática, ou com: Aumento exagerado e súbito do peso devido a
retenção de líquidos (> 1Kg/semana) pode estar presente; Edema Generalizado
(envolvendo face e mãos), contudo tanto a pré-eclâmpsia como a eclâmpsia pode ocorrer
sem edema.

Aos sinais da PE moderada acima descritos junta-se:

 T.A. diastólica ≥110 mmHg

 Distúrbios visuais (visão turva)

 Cefaleias de difícil controlo

 Dor epigástrica

 Vómitos

 Hiperreflexia (resposta aumentada dos reflexos)

 Oligúria e edema pulmonar podem ocorrer

Objectivo: evitar a eclâmpsia e o trabalho de parto prematuro: Se a doença se manifesta depois


das 36 semanas:

Enviar a doente ao serviço de maternidade para interromper a gravidez: indução do trabalho se


bacia for compatível e se o colo estiver favorável (mole, fino, dilatação iniciada), ou parto por
cesárea se colo não favorável e/ou bacia incompatível. Se a doença se manifesta antes das 37
semanas:

Se os sinais normalizarem, faça o acompanhamento 2 vezes por semana em ambulatório:

 Recomendar repouso em casa;

 Controlar T.A, urina II (proteinúria), reflexos e condição do feto;

 Informar a mulher e a sua família sobre os sinais de perigo (cefaleias, distúrbios visuais,
dor epigástrica);
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 Informar a mulher que deve monitorar os movimentos fetais e informar se houver alguma
alteração (diminuição da actividade);

 Encorajar dieta normal (a restrição do sal não tem benefícios e deve ser desencorajada);

Não administre anti-hipertensivos ou sedativos (estes medicamentos não têm efeito na


evolução da doença e apenas devem ser usados apenas em situações específicas).

Se não houver normalização dos sinais:

 Internar a doente em repouso absoluto em decúbito lateral esquerdo (melhora o fluxo


sanguíneo renal e a perfusão uteroplacentária)

 TA, peso e proteinúria;

 Tratamento anti-hipertensivo com Dihidralazina cps 12.5mg (1/2cp) 6/6h.

Se melhorar:

 Dar alta ou referir para aguardar na casa de espera até as 37 semanas

 Monitorar 2 vezes por semana e aconselhar conforme descrito acima (para doente com
menos de 37 semanas e normalização dos sinais)

Se não melhorar: Tratar o caso como PE grave

2. Sépsis puerperal
É uma infecção do trato genital, que ocorre a qualquer altura no período de 42 dias após o parto.

2.1. Etiologia

 Pode ser provocada por vários agentes isolados ou em simultâneo:

 Estreptococos β hemolítico do grupo A (S.pyogenes);

 Bacteróides e Gram negativos;

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 Neisseria gonorreia;

 Chlamydia trachomatis.

2.2. Factores predisponentes

 Parto por cesárea conduzido sem condições de assepsia

 Toques vaginais frequentes

 ITS não tratada durante a gravidez

 HIV/SIDA

Ela pode ser classificada de acordo com a sua gravidade em três categorias:

 Sepse leve: Caracterizada por febre após o parto, geralmente dentro das primeiras 24
horas, com temperatura corporal elevada, mas sem outros sinais graves de infecção.

 Sepse grave: Envolve sinais e sintomas mais intensos, como febre alta persistente,
frequência cardíaca rápida, respiração rápida, pressão arterial baixa, confusão mental,
diminuição da produção de urina e outros sinais de falência de órgãos.

 Choque séptico: É a forma mais grave de sepse, em que ocorre uma queda abrupta da
pressão arterial, comprometendo a perfusão dos órgãos e tecidos do corpo. Isso pode levar
à falência de múltiplos órgãos e, se não tratada rapidamente, pode ser fatal.

 Anemia e/ou malnutrição

 Rotura prematura e prolongada das membranas

 Parto vaginal prolongado e traumático

 Hemorragia ante, intra e pós-parto

 Retenção de restos placentários

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2.3. Quadro clínico

 Febre puerperal

 Dor pélvica, útero e abdómen sensíveis

 Lóquios fétidos que podem até ter aspecto purulento

2.4. Medidas gerais

 Educação sobre higiene corporal à mulher.

 Isolamento da puérpera para a prevenção da disseminação da infecção às outras mulheres


e ao recém-nascido;

 Ao prestar cuidados à paciente, cumprir rigorosamente com as regras de biossegurança e


não usar o mesmo EPI usado ao tratar outras mulheres;
Prescrever repouso;

 Dieta zero no início especialmente nos casos com perspectiva de procedimentos invasivos.

 A dieta será introduzida de acordo com a motilidade do trato gastrointestinal;


Hidratação venosa (Solução fisiológica ou Ringer Lactato 1000ml 8/8h)
Analgésicos e anti-piréticos.

3. Asfixia neonatal

A asfixia neonatal é uma condição em que um recém-nascido não recebe oxigênio adequado
antes, durante ou após o parto, o que pode resultar em danos ao cérebro e a outros órgãos.

3.1. Factores que influenciam na asfixia neonatal

 Complicações durante o trabalho de parto, como placenta prévia, descolamento prematuro


da placenta ou prolapso do cordão umbilical.

 Problemas respiratórios do recém-nascido, como síndrome do desconforto respiratório ou


malformações congênitas.

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 Sofrimento fetal durante o trabalho de parto, indicado por alterações nos padrões de
frequência cardíaca fetal.

 Parto prematuro, que pode aumentar o risco de problemas respiratórios e outras


complicações.

 Infecções maternas durante a gravidez, que podem afetar o desenvolvimento fetal.

 Uso de certos medicamentos durante a gravidez, como opioides ou antidepressivos, que


podem afetar o feto.

 Condições maternas pré-existentes, como diabetes ou hipertensão, que podem aumentar o


risco de complicações durante a gravidez e o parto.

 Fatores relacionados ao ambiente de nascimento, como parto domiciliar sem assistência


qualificada ou falta de acesso a cuidados médicos adequados durante o parto.

Existem diferentes tipos de asfixia neonatal, que podem incluir:

 Asfixia perinatal: ocorre durante o trabalho de parto, no momento do nascimento ou


imediatamente após o nascimento.

 Asfixia intrauterina: acontece antes do nascimento, enquanto o bebê ainda está no útero,
e pode ser causada por problemas com a placenta, como descolamento prematuro da
placenta, placenta prévia ou insuficiência placentária.

 Asfixia durante o parto: ocorre durante o processo de parto, devido a complicações


como compressão do cordão umbilical, parto prolongado ou dificuldade na passagem pelo
canal do parto.

 Asfixia pós-natal: ocorre após o nascimento, devido a problemas respiratórios, obstrução


das vias aéreas, engasgo ou outras condições que dificultam a respiração do recém-
nascido.

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4. Multiparidade
A multiparidade é um termo usado na obstetrícia para descrever a condição de uma mulher que
deu à luz duas ou mais vezes ao longo de sua vida.

A multiparidade pode ser causada por diversos fatores, incluindo:

1. Desejo reprodutivo da mulher e/ou do casal de ter múltiplos filhos ao longo da vida.

2. Condições médicas que aumentam a fertilidade da mulher, como síndrome dos ovários
policísticos.

3. Histórico familiar de fecundidade elevada.

4. Acesso a métodos contraceptivos limitado ou ausente.

5. Cultura ou pressões sociais que incentivam a reprodução em grande número.

6. Gravidezes não planejadas ou falta de acesso a informações sobre planejamento familiar.

5. Onfalite

A onfalite é uma infeção da pele e dos tecidos moles do umbigo e regiões circundantes. Se não
for tratada, pode atingir uma maior área da parede abdominal e tecidos profundos ou causar
infeção generalizada.

5.1. Frequência
A idade média de aparecimento é entre os 5 e os 9 dias de vida, sendo rara nos países
desenvolvidos. Não existem diferenças entre género, embora os rapazes apresentem pior
prognóstico.

5.2. Causa
Os fatores de risco de onfalite são: parto pré-termo, baixo peso ao nascimento, rotura prolongada
de membranas, infeção materna, uso de catéteres umbilicais, parto sem assépsia e parto em casa.

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5.3. Sinais e sintomas
A doença localizada caracteriza-se por drenagem purulenta ou com cheiro fétido através do coto
umbilical, associada a inchaço, vermelhidão e maior sensibilidade cutânea na região
periumbilical. Em alguns casos pode ocorrer sangramento.

A infecção pode estender-se para as zonas circundantes, podendo a pele ficar com uma coloração
violácea, com inchaço, vermelhidão e, por vezes, vesículas e bolhas.

Sinais gerais como diminuição da atividade, irritabilidade, recusa ou intolerância alimentar


e febre são sugestivos de complicação ou infecção grave. Nestes casos, a progressão da doença
pode levar a disseminação da infecção e a compromisso de funções vitais manifestado por febre
alta ou baixa, alteração dos batimentos cardíacos, pressão arterial baixa, dificuldade em respirar,
distensão abdominal e fraqueza muscular.

5.4. Tratamento

No tratamento de recém-nascidos com onfalite não complicada está indicada a administração


endovenosa de antibióticos. Este tratamento deverá ter uma duração mínima de 10 dias, podendo
nas situações não complicadas e nos lactentes maiores ser completada por via oral. A melhoria
clínica, com redução visível dos sinais inflamatórios, deve ser notada nas primeiras 12 a 24 horas
depois do início dos antibióticos. A cirurgia pode ser necessária no tratamento das complicações.

A má formação congênita é uma condição estrutural ou funcional presente desde o nascimento e


resultante de uma anormalidade no desenvolvimento fetal durante a gestação. Um mau fármaco
congênito, por sua vez, refere-se a uma má formação que foi causada pela exposição do feto a um
medicamento durante a gravidez.

Fatores genéticos: As malformações congênitas podem ter várias causas, que podem incluir:
Alterações genéticas herdadas dos pais podem aumentar o risco de malformações congênitas. Isso
pode incluir anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down, ou mutações genéticas
específicas.Fatores ambientais:

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Exposição a substâncias teratogênicas durante a gravidez, como certos medicamentos, toxinas
ambientais, drogas ilícitas, álcool e tabaco, pode aumentar o risco de malformações congênitas.

Fatores maternos: Condições médicas maternas, como diabetes não controlado, obesidade,
desnutrição, infecções maternas durante a gravidez e idade materna avançada, podem aumentar o
risco de malformações congênitas.

Fatores relacionados à gravidez: Complicações durante a gravidez, como trauma abdominal,


infecções intrauterinas, exposição a radiação ou substâncias tóxicas, podem aumentar o risco de
malformações congênitas.

Fatores desconhecidos: Em alguns casos, a causa específica das malformações congênitas pode
não ser identificada, apesar dos avanços na medicina e na genética.

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III. CONCLUSÃO

Após a realização do presente trabalho conclui-se que, de maneira geral que a pré-eclâmpsia, a
asfixia neonatal e as má formações congênitas representam desafios significativos para a saúde
materna e infantil. É crucial que profissionais de saúde estejam atentos aos sinais e sintomas
dessas condições, realizem diagnósticos precoces e implementem estratégias de prevenção e
manejo eficazes. Além disso, o apoio emocional e prático às famílias afetadas é essencial para
enfrentar os desafios associados a essas condições e garantir o bem-estar tanto da mãe quanto do
bebê.

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/preeclampsia/symptoms-causes/syc-20355745
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10061674/

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/dezembro/asfixia-perinatal-e-a-terceira-
causa-de-morte-neonatal-no-mundo

https://repositorio.furg.br/handle/1/9714

https://www.tuasaude.com/onfalite/

ROBERTS, J. M., & Redman, C. W. (1993). Pré-eclâmpsia: mais do que hipertensão induzida
pela gravidez. The Lancet, 341(8858), 1447-1451.

PERLMAN, J. M., WYLLIE, J., Kattwinkel, J., ATKINS, D. L., Chameides, L., GOLDSMITH,
J. P., ... & Zaichkin, J. (2015). Parte 7: Reanimação neonatal: Consenso Internacional de 2015
sobre Ressuscitação Cardiopulmonar e Assistência Cardiovascular de Emergência com
Recomendações de Tratamento. Circulação, 132(16_suppl_1), S204-S241.

DOTTERS-KATZ, S. K., & Smid, M. C. (2020). Avaliação e manejo de onfalocele e


gastrosquise. Clínicas de Obstetrícia e Ginecologia da América do Norte, 47(2), 257-269.

CHRISTIANSON, A., HOWSON, C. P., & MODELL, B. (2006). Relatório Global da March of
Dimes sobre Defeitos Congênitos: O Impacto Oculto de Crianças Mortas e Deficientes.
Fundação de Defeitos Congênitos da March of Dimes.

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