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SUMÁRIO

1 HIPERÊMESE GRAVÍDICA .................................................................................... 4


2 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS ............................................................................ 6

2.1 ABORTAMENTO ............................................................................................ 7

2.2 GRAVIDEZ ECTÓPICA ................................................................................ 10

2.3 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME) ...... 11

2.4 DESCOLAMENTO CÓRIO-AMNIÓTICO ..................................................... 12

3 TRABALHO DE PARTO PREMATURO (TPP) ..................................................... 12

4 GESTAÇÃO PROLONGADA ................................................................................ 14

5 TUBERCULOSE NA GRAVIDEZ .......................................................................... 15

6 HANSENÍASE NA GRAVIDEZ .............................................................................. 17

7 PARADA CÁRDIORRESPIRATÓRIA EM GESTANTES ...................................... 20

7.1 Cesarea perimortem e a regra dos quatro minutos ...................................... 25

8 Hemorragia pós-parto ........................................................................................... 28

9 HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL .................................................................. 29

9.1 Hemorragia causada por um problema orgânico .......................................... 30

9.2 Diagnóstico e tratamento .............................................................................. 31

9.3 Hemorragia uterina disfuncional ................................................................... 32

9.4 Causas e sintomas ....................................................................................... 33

9.5 Diagnóstico e tratamento .............................................................................. 33

10 Hanseníase na gestação ...................................................................................... 34

11 PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO ............................................................ 36

11.1 Oligoidrâmnio......................................................................................... 36

11.2 POLIDRÂMNIO...................................................................................... 38

12 VARIZES E TROMBOEMBOLISMO ..................................................................... 40

13 Embolia pulmonar e Trombose Venosa Profunda................................................. 42

14 Embolia de Líquido amniótico ............................................................................... 43

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 45


1 HIPERÊMESE GRAVÍDICA

Fonte: cdn.doutissima.com.br

A gestação geralmente causa náuseas e vômitos; a causa parece ser a rápida


elevação dos níveis de estrogênios ou da subunidade b da Gonadotrofina Coriônica
Humana (hCG). Os vômitos normalmente se desenvolvem em aproximadamente 5
semanas de gestação, com picos em aproximadamente 9 semanas, e desaparecem
com cerca de 16 a 18 semanas. Isso geralmente ocorre de manhã (por isso, é
denominada doença matinal), embora possa ocorrer em qualquer horário do dia. As
mulheres com doença matinal continuam a ganhar peso e não se tornam
desidratadas. A hiperêmese gravídica é provavelmente uma forma extrema comum
de náuseas e vômitos durante a gravidez. É diferenciada por causar o seguinte:
Perda de peso (mais de 5% do peso);
Desidratação;
Cetose;
Anormalidades eletrolíticas (em muitas mulheres).
Os fatores psicológicos (p. ex., ambivalência, ansiedade) podem desencadear
hiperêmese gravídica. A hiperêmese gravídica pode causar hipertireoidismo leve
transitório. A hiperêmese gravídica que persiste após 16 a 18 semanas é incomum,
mas pode danificar seriamente o fígado, causando necrose centrolobular ou
degeneração gordurosa generalizada, além de encefalopatia de Wernicke ou ruptura
esofágica.
Caso se suspeite de hiperêmese gravídica, mensuram-se cetonas urinárias,
TSH, eletrólitos séricos, exames de sangue de ureia, creatinina, AST, ALT, magnésio,
fósforo e, algumas vezes, o peso corporal. A ultrassonografia obstétrica deve ser
obtida para excluir a possibilidade de mola hidatiforme e gravidez múltipla.
Nada deve ser administrado pela via oral nestas gestantes. O tratamento inicial
é a reposição volêmica IV, que começa com 2 l de Ringer lactato infundido durante 3
h para manter uma produção de urina superior a 100 ml/h. Se a dextrose for
administrada, a tiamina 100 mg IV deve ser dada antes, para prevenir contra a
encefalopatia de Wernicke. Essa dose de tiamina deve ser administrada diariamente
por 3 dias.
Os subsequentes requisitos de fluidos variam com a reação da paciente, mas
podem chegar a 1 l a cada 4 h ou então em até 3 dias. As deficiências eletrolíticas são
tratadas; potássio, magnésio e potássio são repostos, conforme a necessidade.
Vitamina B6 10 a 25 mg VO, a cada 8 h ou a cada 6 h
Doxilaminna, 12,5 mg, VO, a cada 6 ou 8 h (pode ser tomada em acréscimo à
vitamina B 6)
Prometazina 12,5 a 25 mg VO, IM ou retal, a cada 4 a 8 h
Metoclopramida 5 a 10 mg IV ou VO, a cada 8 h
Ondansetrona 8 mg VO ou IM, a cada 12 h
Proclorperazina 5 a 10 mg VO ou IM, a cada 3 a 4 h
Após a resolução dos vômitos e da desidratação, pequenas quantidades de
líquido VO são fornecidas. As pacientes que não conseguem tolerar líquidos orais
após a reidratação intravenosa e antieméticos podem necessitar de manutenção da
internação ou terapia IV em casa e nenhuma administração oral por longos períodos
(algumas vezes, dias ou mais). À medida que as pacientes passam a tolerar líquidos,
podem iniciar a ingestão de pequenas quantidades de alimentos e refeições brandas,
expandindo-se a dieta à medida que é tolerada. A terapia com vitaminas intravenosas
é necessária inicialmente, até que possam ser ingeridas por via oral.
Se o tratamento for ineficaz, a Nutrição Parenteral Total pode ser necessária, e
corticoides, embora controversos, podem ser usados; por exemplo, metilprednisolona
16 mg, a cada 8 h, VO ou IV pode ser administrada durante 3 dias, então reduzida ao
longo de 2 semanas até a menor dose efetiva. Os corticoides devem ser menos
usados por menos de 6 semanas e com extremo cuidado. Não devem ser usados
durante a organogênese fetal (entre 20 e 56 dias após a fertilização); o uso dessas
drogas durante o primeiro trimestre é fracamente associado às fissuras faciais. O
mecanismo do efeito dos corticoides sobre náuseas não é claro.
Se ocorrerem perda de peso progressiva, icterícia ou taquicardia persistente,
apesar do tratamento, deve-se considerar a finalização da gestação.

2 SÍNDROMES HEMORRÁGICAS

Fonte: gravidezesaudedamulher.files.wordpress.com

Entre 10 a 15% das gestações pode ocorrer hemorragia. Podem representar


complicação gestacional ou agravos ginecológicos concomitantes com o período
gravídico.
As mais importantes situações hemorrágicas gestacionais são:
Primeira metade da gestação:
Abortamento;
Gravidez ectópica;
Neoplasia trofoblástica gestacional benigna (mola hidatiforme);
Descolamento corioamniótico.
Segunda metade da gestação:
Placenta prévia;
Descolamento prematuro da placenta;
Rotura uterina;
Vasa prévia.

2.1 ABORTAMENTO1

Fonte: www.naoconsigoengravidar.com

É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o


concepto pesa menos de 500g. Pode ser espontâneo ou provocado. O abortamento
é dito precoce quando ocorre até a 12ª semana e tardio quando ocorre entre a 13ª e
a 22ª semanas.
Entre os diversos aspectos ligados à saúde da mulher, o abortamento tem sido
uma das intercorrências obstétricas mais frequentes tanto nos países desenvolvidos
quanto naqueles em desenvolvimento. Em todo o mundo, apesar da subnotificação,
estima-se que 49% dos abortos são induzidos e realizados em condições de risco.
Mais de 80% dos abortamentos ocorrem nas primeiras 12 semanas. O risco de
abortamento espontâneo aumenta com a paridade, bem como com a idade materna
e paterna. A frequência de abortamento clinicamente identificado aumenta de 12 % -
em mulheres abaixo de 20 anos – para 26% em mulheres acima de 40 anos. Há um

1 Texto adaptado de James M. Alexander e colaboradores, 2014.


aumento da incidência nos casos de mulheres que concebem nos 3 meses posteriores
ao nascimento a termo.
O exame ultrassonográfico é definitivo para o diagnóstico de certeza entre um
aborto evitável (presença de saco embrionário íntegro e/ou concepto vivo), um aborto
incompleto (presença de restos ovulares) ou aborto retido (presença de concepto
morto ou ausência de saco embrionário).
O abortamento pode ser classificado nas seguintes formas clínicas:
Ameaça de abortamento ou aborto evitável:
O diagnóstico clínico de ameaça de abortamento é presumido quando qualquer
secreção vaginal sanguinolenta ou sangramento aparece durante a primeira metade
da gestação. Em geral, aparece primeiro o sangramento e as dores (cólicas
abdominais) se apresentam após algumas horas ou vários dias depois.
O exame especular identifica sangramento em pequena quantidade
proveniente do canal cervical ou apenas coletado no fundo de saco posterior. Ao toque
vaginal, o colo uterino apresenta-se fechado e bem formado e os anexos e fundos de
saco estão normais e livres. Em casos de dúvida, solicite ultrassonografia.
O tratamento é discutível. Como regra geral, o repouso no leito é medida
aconselhável para todas as situações e deve ser preferencialmente domiciliar. O
repouso diminui a ansiedade, favorecendo o relaxamento e reduzindo os estímulos
contráteis do útero. A administração, por tempo limitado, de antiespasmódicos
(hioscina, um comprimido, VO, de 8 em 8 horas) tem sido utilizada. O uso de
tocolíticos não é eficiente, uma vez que, nesta fase de gestação, os betareceptores
uterinos não estão adequadamente sensibilizados. Tranquilizantes e/ou sedativos, em
doses pequenas, podem ser administrados. Deve-se orientar abstinência sexual.
A ameaça de abortamento pode evoluir para gestação normal ou para
abortamento inevitável. Na admissão hospitalar devido a abortamento, evitável ou
não, deve-se solicitar o VDRL para afastar o diagnóstico de sífilis. Em caso de
resultado reagente, inicie o tratamento imediatamente.

• Aborto inevitável:
O abortamento inevitável é frequentemente sinalizado por uma ruptura das
membranas e dilatação cervical. Sob essas condições, o abortamento é quase certo.
As contrações uterinas em geral iniciam prontamente, mas também pode ocorrer
infecção.
Conduta: encaminhe a paciente para o hospital de referência obstétrica, para a
realização de curetagem uterina, quando necessária, e ofereça tratamento de suporte,
se for preciso, para estabilização hemodinâmica.

• Aborto retido:
O abortamento retido é definido pela retenção uterina dos produtos mortos da
concepção por várias semanas. Após a morte fetal, pode ou não haver sangramento
vaginal ou outros sintomas. O útero permanece com seu tamanho inalterado e as
alterações mamárias em geral regridem.
Conduta: encaminhe a paciente para o hospital de referência obstétrica, para a
realização de curetagem uterina.
• Aborto infectado:
O abortamento infectado ou séptico decorre da eliminação incompleta do ovo,
do embrião ou da placenta, que mantém aberto o canal cervical, o que favorece
ascensão da microbiota vaginal e intestinal à cavidade uterina. É mais comum ocorrer,
mas não exclusivo, em abortamentos provocados pela inserção de instrumentos ou
produtos químicos na cavidade uterina.
O abortamento infectado associa-se com febre, endometrite e parametrite,
pode ocorrer sangramento vaginal prolongado e secreção vaginal de odor fétido. A
sua morbimortalidade é reduzida ou ausente em países onde o abortamento induzido
é legal, entretanto, suas complicações são mais frequentes em países em
desenvolvimento. Por isto, é considerado grave problema de saúde pública,
principalmente em países subdesenvolvidos e onde o abortamento induzido é ilegal.
Conduta: fluidoterapia (para a estabilização hemodinâmica) e encaminhamento
para o hospital de referência obstétrica, além de antibioticoterapia, para a cobertura
da infecção polimicrobiana (esquema sugerido: penicilina cristalina, 5.000.000 UI, EV,
4h/4h + gentamicina, 1mg/kg de peso, IM ou EV, 8h/8h + metronidazol, 500mg, EV,
6h/6h ou clindamicina, 600mg, EV, 6h/6h) e curetagem uterina. Na dependência da
gravidade do quadro clínico, pode ser empregado tratamento cirúrgico.
Abortamento terapêutico:
Interrupção médica ou cirúrgica de uma gestação antes do tempo de viabilidade fetal
a fim de prevenir lesão corporal grave ou permanente na mãe. As indicações incluem:
doença cardíaca persistente após descompensação cardíaca, doença vascular
hipertensiva avançada e carcinoma invasivo do colo uterino. A maioria das
autoridades considera apropriada a interrupção em casos de estupro ou incesto. No
Brasil a lei permite o aborto em casos de estupro, situações em que não há outro meio
de salvar a vida da mãe e nos casos de feto anencéfalo

2.2 GRAVIDEZ ECTÓPICA2

Fonte: www.mammyemdobro.com.br

Corresponde à nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo mais frequente


a prenhez tubária na sua porção ampular. A mulher, frequentemente, apresenta
história de atraso menstrual, teste positivo para gravidez, perda sanguínea uterina e
dor pélvica intermitente, na fase inicial, evoluindo para dor contínua e intensa, com
sinais de irritação peritoneal. As repercussões hemodinâmicas podem ser discretas,
apenas com lipotímia, até quadros graves com choque hipovolêmico, na dependência
do volume de sangramento intracavitário.
No exame físico, avaliam-se as condições gerais e os sinais de irritação
peritoneal. O exame especular pode mostrar a presença do sangramento. Pelo toque
vaginal, verifica-se o amolecimento do colo e a presença ou não de aumento uterino.
A palpação das zonas anexiais pode provocar dor e demonstrar presença de tumor.
O protocolo mais utilizado para o tratamento é o uso do Metotrexate em dose
única, através da administração de 50 mg/m2 intramuscular. Doses múltiplas são

2 Texto adaptado de Rafaela Lombardo Peixoto, Renan Machado e Fátima Miranda, 2017.
reservadas para casos com títulos mais altos de beta-HCG e gestações de localização
atípica com embrião morto, sendo feitas com Metotrexate (1mg/kg) e Ácido Folínico
(0,1mg/Kg) em dias alternados até a queda da concentração dos níveis séricos de
beta HCG.
Conduta: encaminhe a mulher para um hospital de referência obstétrica, para
exame ultrassonográfico, definição e tratamento. O tratamento conservador, com
utilização de metotrexato, é restrito a casos de gravidez ectópica incipiente e íntegra,
com diâmetro inferior a 5 cm e com embrião sem vitalidade. Diante de quadro
hemorrágico secundário à rotura de prenhez ectópica, o tratamento será cirúrgico.

2.3 DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL (MOLA HIDATIFORME)

Caracteriza-se pela degeneração trofoblástica ocorrida após uma gestação,


tópica ou ectópica, podendo apresentar-se como mola hidatiforme, corioadenoma
destruens e coriocarcinoma.
O diagnóstico clínico pode ser feito pela presença de sangramento vaginal
intermitente, geralmente de pequena intensidade, indolor e, por vezes, acompanhado
da eliminação de vesículas (sinal patognomônico). A altura uterina ou o volume
uterino, em geral, é incompatível com o esperado para a idade gestacional, sendo
maior previamente a um episódio de sangramento e menor após (útero em sanfona).
Não há presença de batimentos cardíacos ou outras evidências de embrião (nas
formas completas). A presença de hiperêmese é mais acentuada, podendo levar a
mulher a estados de desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos.
Atente para a presença de hipertensão arterial precoce, já que esta é a única
condição de pré-eclâmpsia previamente à 20ª semana de gestação.
A quantificação do ßHCG, com níveis muito acima do valor normal, pode ajudar
no diagnóstico doença. O diagnóstico é ultrassonográfico e é confirmado pelo exame
histopatológico do material curetado.

Conduta: todos os casos suspeitos devem ser encaminhados ao hospital de


referência obstétrica para que se realize a confirmação diagnóstica e o tratamento.
2.4 DESCOLAMENTO CÓRIO-AMNIÓTICO

Caracteriza-se por sangramento genital de pequena intensidade. É


diagnosticado por exame ultrassonográfico. A evolução em geral é boa e não
representa quadro de risco materno e/ou ovular. A conduta é conservadora e,
basicamente, consiste no esclarecimento à gestante.

3 TRABALHO DE PARTO PREMATURO (TPP)3

Fonte: pequebebes.com

A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu o parto prematuro ou pré-


termo como o nascimento que ocorre após 20 semanas e antes de completadas 37
semanas de gestação. O parto prematuro é uma síndrome que está associada com a
morbidade neonatal e tem consequências adversas para a saúde a longo prazo, uma
somatória de complicações na vida dos recém-nascidos prematuros, que causa altas
taxas de mortalidade neonatal.
O parto prematuro tem sido associado com vários fatores, tais como o
antecedente de parto prematuro, a anemia, os altos níveis de catecolaminas na urina
materna, o consumo de tabaco, a ruptura prematura de membranas (RPM), a

3 Texto adaptado de Márcia Michelly Pereira Duarte e colaboradores, 2015.


hipertensão arterial (HTA), o sangramento transvaginal, o intervalo intergestacional ≤
1 ano, a infecção do trato urinário (ITU), a ausência do controle pré-natal, o controle
pré-natal inadequado, a idade materna inferior a 20 anos, a idade materna superior a
35 anos, o oligoidrâmnio, o antecedente de aborto induzido, a pré-eclâmpsia, a
gravidez gemelar, a idade materna avançada.
São sinais de prematuridade a ocorrência de uma dinâmica uterina de cinco
contrações por hora, a dilatação do colo, o vazamento repentino de fluido claro da
vagina, a sensação de dor durante a micção devido à provável infecção do trato
urinário, bexiga e rins, ou ainda o sangramento vaginal vermelho brilhante, dor lombar
persistente e pressão pélvica intensa.
O diagnóstico para o TPP é essencialmente clínico, mas também pode ser
realizado por meio da ultrassonografia.
Condutas:
Administração medicamentosa conforme prescrição médica;
Sulfato de magnésio- administrar 6 g por via endovenosa durante 1 hora como
dose de ataque (Diluir 6g em 100 ml de soro fisiológico - SF a 0,9%). Dose de
manutenção administrar 2g a cada hora (Diluir em 500 ml de SF a 0,9%- de
preferência em bomba de infusão);
Etanol a 10 % - administrar 7,5 ml por kg em 2 horas com dose de ataque. Para
a manutenção, administrar 1,5 ml para kg em 10 horas;
Soro glicosado - SG a 5% infundir 100 ml rapidamente em no máximo 60
minutos;
Nifedipina- Administrar 30mg por via oral como dose de ataque. Para
manutenção, administrar 20mg a cada 4 a 6 horas;
Indometacina - administrar 100 mg por via retal. Para manutenção, 100 mg por
via retal a cada 12 horas ou 50 mg por via oral a cada 6 horas por no máximo 5 dias;
Salbutamol - 5 ampolas em 50 ml de SG a 5% gotejamento 10 gotas por
minutos e depois aumentar 10 gotas a cada 20 minutos até cessarem as contrações
ou a paciente estiver com frequência cardíaca de 120 bpm ou o feto com frequência
cardíaca de 160 bpm;
Terbutalina: administrar igual ao Salbutamol ou com 125mg por via subcutânea
a cada 2 horas;
Ritodrina: administrar 0,05 mg /min (150mg em 500 ml de SG 5%), administrar
no máximo 0,35 mg/mim;
Atosiban 6,65mg por via endovenosa em bolos;
Hidroprogesterona - 150mg intramuscular por 2 dias e manutenção de 100mg
por dia.
As complicações relacionadas ao feto decorrente do parto prematuro são as
dificuldades respiratórias em consequência da deficiência da produção insuficiente de
surfactantes – produzidos por volta da 34ª semana, porém só tem quantidade
satisfatória na 38ª semana pelos pulmões, que antes disso estar imaturos forçando
um funcionamento antes do período. Na ausência do surfactante ou quantidade
insuficiente os alvéolos ficam colabados levando à Síndrome da Angústia Respiratório
do recém-nascido ou outro distúrbio respiratório. Além de problemas relacionados à
oxigenação inadequada de todos os sistemas do feto causando sofrimento fetal
quando intra útero ou complicações que pode acompanhar sua vida infantil e adulta.
A Enfermagem tem como princípio fundamental o cuidado aos enfermos. O
TPP não trata de uma patologia mais em uma maternidade o enfermeiro deve ficar
em estado alerta, pois pode levar uma morbimortalidade materno fetal. O papel do
enfermeiro será justamente desenvolver um plano de cuidados que envolva o bem
estar do binômio, bem com, que prolongue a gestação para o amadurecimento dos
sistemas do feto. Assim a vigilância deve ser constante e acompanhada de uma
equipe multifatorial.

4 GESTAÇÃO PROLONGADA

Conceitua-se gestação prolongada, também referida como pós-datismo,


aquela cuja idade gestacional na mulher encontra-se entre 40 e 42 semanas. Gravidez
pós-termo é aquela que ultrapassa 42 semanas.
A função placentária atinge sua plenitude em torno da 36ª semana, declinando
a partir de então. A placenta senil apresenta calcificações e outras alterações que são
responsáveis pela diminuição do aporte nutricional e de oxigênio ao feto, associando-
se, dessa maneira, com o aumento da morbimortalidade perinatal.
A incidência de pós-datismo é em torno de 5%. O diagnóstico de certeza
somente pode ser feito com o estabelecimento precoce da idade gestacional, que
pode estar falseado na presença de irregularidades menstruais, uso de
anticoncepcionais hormonais, lactação etc. Nessas situações, o exame
ultrassonográfico precoce é recurso eficaz no correto estabelecimento da idade
gestacional.
Conduta:
O controle da gestante nessa situação objetiva identificar a eventualidade de
hipóxia consequente à insuficiência placentária. Desta forma, os cuidados dirigem-se
ao controle das condições de vitalidade fetal.
Por volta da 41ª semana de idade gestacional ou antes disso, se houver
diminuição da movimentação fetal, encaminhe a gestante para um centro de
referência para outros testes de vitalidade fetal, incluindo cardiotocografia,
ultrassonografia, dopplervelocimetria e amnioscopia (se as condições cervicais o
permitirem). Nestes casos, os profissionais do centro de referência devem orientar
adequadamente a gestante e a unidade básica de saúde responsável pelo pré-natal,
segundo recomendações do manual técnico “Gestação de Alto Risco”. É importante
enfatizar que, embora encaminhada ao centro de referência para avaliação de
vitalidade, nenhuma gestante deve receber alta do pré-natal da unidade básica antes
da internação para o parto.
Embora algumas intervenções sejam consideradas indicadas para gestações
prolongadas, os tipos e a oportunidade de intervenção não são unânimes. A decisão
está centrada em se há indicação para indução do parto ou se é melhor a conduta
expectante com vigilância do feto. Em uma pesquisa realizada há 10 anos, verificou-
se que 73% dos membros do American College of Obstetricians and Gynecologists
rotineiramente induziam o parto nas gestantes com 41 semanas. A maioria dos
demais realizava exames fetais duas vezes por semana até que se completassem 42
semanas.

5 TUBERCULOSE NA GRAVIDEZ

A tuberculose (TB), doença antiga e reconhecida como fatal desde a época de


Hipócrates, apesar de ser uma doença curável há mais de 50 anos, continua sendo a
principal causa de morte por doença infectocontagiosa em adultos no mundo. No
Brasil, estima-se que uma em cada quatro pessoas esteja infectada pelo bacilo de
Koch, agente etiológico da tuberculose.
Mulheres provenientes de populações de risco para TB (como, por exemplo,
aquelas que vivem em situação de pobreza na periferia dos grandes centros urbanos
e que estejam em países com alta prevalência da doença) usualmente só buscam
assistência no sistema de saúde durante a gestação. Por isso, recomenda-se realizar
busca ativa dos casos nessas populações, de forma a não perder a oportunidade de,
durante qualquer visita de pré-natal, investigar TB, além de oferecer o exame de anti-
HIV com pré e pós-aconselhamento (grau de recomendação D).

Fonte: sincofarma-al.sicomercio.org.br

Há muito se discute a influência da gravidez no prognóstico da TB; no entanto,


após o advento da medicação antituberculose, ficou comprovado que este prognóstico
nas mulheres submetidas a tratamento adequado para TB é o mesmo, estejam ou não
durante uma gestação (grau de recomendação D).
Investigação diagnóstica:
A sintomatologia da gestante com TB é semelhante à constatada em outros
doentes. Saliente-se que a tosse com expectoração por três semanas ou mais,
particularmente se houver história de contato, é o sintoma mais indicativo de doença.
Entretanto, alguns sintomas sistêmicos podem ser confundidos com alterações
funcionais da própria gravidez, o que pode ocasionar o retardo no diagnóstico. Assim,
também é dito que a TB ativa pode apresentar-se durante a gravidez com mínimos
sintomas, o que indica que deve haver um aumento na vigilância sobre gestantes
infectadas (grau de recomendação D).
A gravidez não altera a resposta ao teste tuberculínico (grau de recomendação
D); então, toda mulher gestante com suspeita de doença por micobactéria deve ser
submetida também a este teste auxiliar diagnóstico, principalmente para os casos de
testes terapêuticos ou tratamentos de prova da TB.
As pacientes com sintomas sugestivos de TB pulmonar que não tiverem
confirmação por exame do escarro devem fazer radiografia de tórax
independentemente do estágio da gravidez, mas de preferência após o primeiro
trimestre e sempre com a proteção abdominal indicada como segurança para a
realização deste exame (grau de recomendação D).
A TB é uma doença insidiosa, com complexidade para o seu controle, e tornou-
se realmente multifacetada após o aparecimento da pandemia de Aids. Em presença
da coinfecção TB/HIV, pode haver adoecimento com achados clínicos menos
característicos, devido ao grau de imunodepressão em que estejam as pacientes em
período do ciclo gravídico-puerperal ou não.
A TB pulmonar não acarreta maior incidência de abortamento ou de
prematuridade desde que o tratamento seja realizado corretamente. Na presença de
TB genital, pode haver aumento de abortos e de partos prematuros, bem como
aumento na incidência de TB congênita do recém-nascido, que é rara e ocorre mais
frequentemente na TB de disseminação hemática (grau de recomendação D).

6 HANSENÍASE NA GRAVIDEZ

A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa causada pelo


Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), que tem a capacidade de infectar grande
número de indivíduos (alta infectividade); porém, poucos adoecem (baixa
patogenicidade). É importante a lembrança de tal doença, pois o pré-natal pode ser a
única oportunidade de se ter a mulher presente no consultório, porque a fase de
gestante deixa a mulher mais suscetível aos cuidados quanto à sua saúde.
A hanseníase acomete principalmente a pele e os nervos periféricos, mas
também se manifesta como uma doença sistêmica, que compromete articulações,
olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. O alto potencial incapacitante da
hanseníase está diretamente relacionado à capacidade de penetração do M. leprae
na célula nervosa e ao seu poder imunogênico (BRASIL, 2008). O ambiente domiciliar
é um dos principais locais de transmissão da doença.

Fonte:medderm.com.br

O indivíduo é considerado a única fonte de infecção da hanseníase. A


transmissão se dá por meio de um indivíduo doente, forma infectante da doença,
multibacilar (MB), sem tratamento, que elimina o bacilo para o meio exterior,
infectando outros indivíduos suscetíveis.
A principal via de eliminação do bacilo pelo indivíduo doente e a mais provável
via de entrada deste no organismo são as vias aéreas superiores, mediante contato
íntimo e prolongado, muito frequente na convivência domiciliar. A hanseníase progride
lentamente: entre o contato com o indivíduo doente e o aparecimento dos primeiros
sinais, pode-se levar em média de 2 a 7 anos.
Considera-se um caso de hanseníase a pessoa que apresenta um ou mais dos
seguintes sinais cardinais e que necessita de tratamento poli quimioterápico:
 Lesão(ões) e/ou área(s) da pele com alteração de sensibilidade;
 Acometimento de nervo(s) periférico(s), com ou sem espessamento,
associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
 Baciloscopia positiva de esfregaço intradérmico.
Outros sinais e sintomas também podem ser observados:

 Dor e/ou espessamento de nervos periféricos;


 Diminuição e/ou perda de sensibilidade nas áreas dos nervos afetados,
principalmente nos olhos, nas mãos e nos pés;
 Diminuição e/ou perda de força muscular (nos membros superiores e inferiores
e nas pálpebras);
 Edema de mãos e pés;
 Febre e artralgia;
 Entupimento, feridas e ressecamento do nariz;
 Nódulos eritematosos dolorosos;
 Mal-estar geral;
 Ressecamento dos olhos.

O diagnóstico de caso de hanseníase na Atenção Básica é essencialmente


clínico e epidemiológico, realizado por meio da análise da história e das condições de
vida do indivíduo, além do exame dermatoneurológico, para identificar lesões ou áreas
de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos
(sensitivo, motor e/ou autonômico).
Deve-se informar ao paciente o diagnóstico de hanseníase de modo
semelhante como se faz com relação aos diagnósticos de outras doenças curáveis.
Se a informação causar impacto psicológico tanto a quem adoeceu quanto aos
familiares ou às pessoas de sua rede social, a equipe de saúde deve buscar uma
abordagem apropriada para a situação, de forma que favoreça a aceitação do
problema, a superação das dificuldades e maior adesão aos tratamentos. Tal
abordagem deve ser oferecida desde o momento do diagnóstico, bem como no
decorrer do tratamento da doença e, se necessário, após a alta por cura.
Deve-se abordar, na anamnese, a presença dos sinais e sintomas citados
anteriormente, bem como acolher as dúvidas, impressões e opiniões do indivíduo. A
classificação operacional do caso de hanseníase, para o tratamento com o esquema
PQT/OMS (poliquimioterapia), é baseada no número de lesões cutâneas, de acordo
com os seguintes critérios:
 Paucibacilar (PB): casos com até cinco lesões de pele;
 Multibacilar (MB): casos com mais de cinco lesões de pele.

A baciloscopia de pele (esfregaço intradérmico), quando disponível, deve ser


utilizada como exame complementar para a classificação dos casos em PB ou MB. A
baciloscopia positiva classifica o caso como MB, independentemente do número de
lesões. O resultado negativo da baciloscopia não exclui o diagnóstico de hanseníase.
A equipe da Atenção Básica deve realizar o tratamento para hanseníase como
parte de sua rotina, seguindo esquema terapêutico padronizado de acordo com a
classificação operacional. Seu tratamento é ambulatorial e utiliza os seguintes
esquemas terapêuticos padronizados pela OMS.

7 PARADA CÁRDIORRESPIRATÓRIA EM GESTANTES

Fonte: s.glbimg.com

A PCR que ocorre durante a gravidez é, sem dúvida, um dos eventos mais
dramáticos que envolvem os atendimentos de emergência, considerando o
envolvimento de duas vidas nesta condição, sem a melhor expectativa de vida ao feto
ofertada exatamente pela melhor condição de sobrevivência da mãe. A frequência de
PCR na gravidez é 1:30.000. A despeito da maioria das mulheres grávidas que sofre
PCR, as taxas de sobrevivência são bastante baixas, em torno de 6.9%.
As recomendações primordiais para o atendimento em condições emergenciais
em grávidas são (Classe I, Nível de Evidência C):
• Posicionar a grávida em decúbito lateral esquerdo, objetivando a
descompressão da veia cava inferior. O aumento do útero promove a redução do
retorno venoso por compressão venosa e precipita hipotensão e hipovolemia relativa,
com redução da pré-carga funcional, motivando a PCR. É fundamental atentar à
condição de hipotensão prévia da mãe definida como pressão arterial sistólica inferior
a 100mmHg ou 80% da pressão arterial basal.
• Ofertar o máximo de fração inspirada de oxigênio possível (preferencialmente
100%).
• Estabeleça um acesso IV acima do diafragma.
Não há nenhum ensaio clínico aleatorizado que compare tratamentos distintos
para RCP em grávidas. Portanto, as recomendações existentes na literatura se
baseiam nos aspectos fisiopatológicos e descrições da literatura. Durante a RCP em
grávidas, a imediata associação com a necessidade de posicionamento da vítima em
decúbito lateral promove a melhora da condição volêmica, débito cardíaco e fração de
ejeção, além de melhorar a oxigenação e frequência cardíaca fetal.
A dificuldade maior está em manter a efetividade de compressões,
considerando a posição em decúbito lateral. Angulações do decúbito de pequena
ordem, em torno de 10 a 20 não ofereceram melhora hemodinâmica à mãe ou feto,
em situações fora da PCR. Estudos clínicos relatando o deslocamento uterino feito de
forma manual, com o paciente em posição supina, demonstraram ser esta manobra
semelhante ou até melhor que o decúbito lateral para a descompressão da aortocava.
Assim, o deslocamento manual, durante a manobra de RCP na grávida, torna-
se mais viável e adequado que o decúbito lateral esquerdo (Classe IIa, Nível de
Evidência C), sendo esta manobra realizada com duas mãos tracionando o útero para
a esquerda ou uma mão com o socorrista posicionado à direita, empurrando o útero
para a esquerda. Se tal técnica se demonstra ineficiente, deve-se posicionar a
paciente em decúbito lateral de 27 a 30, utilizando um coxim que possa suportar esta
posição para a pelvi e tórax.
Fonte: 1.bp.blogspot.com

Ventilação
Pacientes grávidas podem desenvolver hipoxemia rapidamente, com
redução da capacidade funcional e aumento da demanda de oxigênio, com
taxas de shunt intrapulmonar de até 15% comparadas ao estado não gravídico,
que estas taxas mal chegam a 5%, particularmente devido à elevação do
diafragma.
Em pacientes grávidas, também, são comuns alterações da anatomia da
via aérea, com edema, friabilidade de mucosa, hipersecreção e hiperemia,
tornando as vias aéreas superiores mais estreitas, particularmente, no primeiro
trimestre de gestação e oferecendo maior risco de aspiração e desaturação. O
uso de bolsa-valva-máscara também oferece menor eficiência, e deve ser
usada sempre com oxigênio em 100% (Classe IIa, Nível de Evidência B), bem
como os procedimentos de intubação orotraqueal que, por vezes, são feitos
com maior dificuldade, sendo relevante disponibilizar o acesso a dispositivos
supraglóticos.
Circulação
As compressões torácicas devem ser realizadas em região do esterno
um pouco mais alta que a posição habitual, normalmente recomendada,
considerando o ajuste do conteúdo torácico, a elevação diafragmática e
aumento do volume abdominal devido ao útero gravídico. A despeito do
aumento da taxa de filtração glomerular e volume plasmático descrito na
gravidez, não há evidência que justifique a necessidade de ajuste de doses de
fármacos usados durante a RCP.
Caso já exista um desfibrilador no momento do colapso, a RCP deve ser
realizada por 1 minuto e meio a 3 minutos antes da desfibrilação, a fim de
aumentar a sobrevida da paciente. Não existem estudos que comprovem
complicações maternas ou fetais com o uso do desfibrilador, aventando-se
pequeno risco de arritmia fetal. Mesmo assim, indica-se seu uso em qualquer
estágio da gestação, como método seguro.
Não se deve alterar a voltagem do choque nas pacientes grávidas; sendo
assim, com um desfibrilador monofásico, usa-se 360 J, e com o bifásico de 120
a 200 J, recomendando-se avaliar a necessidade de aumento da voltagem em
choques subsequentes. Nenhum estudo em humanos demonstra superioridade
de um tipo de desfibrilador comparado ao outro.
Deve-se lembrar de que, para o uso correto do desfibrilador, há
necessidade da gestante apresentar um dos ritmos cardíacos chocáveis:
fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV). Não é mais indicado
o uso de três choques consecutivos; sendo mais benéfica a aplicação de 1
choque seguido, não mais da checagem do pulso, e sim de RCP (30:2). Caso
não haja resposta em 5 ciclos (2 minutos de RCP), o ritmo deve ser checado,
e caso este permaneça chocável, novo choque deve ser aplicado; caso
contrário, a RCP deve ser imediatamente continuada.

Tratamento medicamentoso

O uso de fármacos, que pode ocorrer por 3 vias distintas, está indicado
após a ineficácia do primeiro choque seguido de 2 minutos de RCP. A
administração intraóssea (IO) mostrou resultados similares à endovenosa (EV),
além de permitir coleta de amostras sanguíneas, apresentando-se como
alternativa para acessos venosos difíceis. Se o acesso EV e IO não forem
estabelecidos, algumas drogas para reanimação podem ser usadas pela via
endotraqueal, atentando-se para a alteração na dose (que deve ser dobrada,
pelo geral) e diluição em 5 a 10 mL de água destilada. A escolha da droga
dependerá do ritmo cardíaco apresentado.
Na FV/TV sem pulso as drogas utilizadas são: epinefrina (1 mg EV ou IO
ou 2 a 2,5 mg endotraqueal), vasopressina (40 U IV ou IO ou 80 U
endotraqueal), amiodarona (300 mg bolus EV ou IO na primeira dose, e 150 mg
na segunda dose)25 (B). A lidocaína é alternativa à amiodarona, porém seu
uso determinou maior incidência de assistolia, motivo pelo qual não se
recomenda como primeira escolha. O sulfato de magnésio (1-2 g) deve ser
considerado somente nos casos de intervalo QT longo na eletrocardiografia
para prevenção de torsades de points.
Já nas grávidas com atividade elétrica sem pulso (AESP) e assistolia,
não se indica cardioversão, primando-se pelo uso de epinefrina ou
vasopressina. Estudos mostraram que a vasopressina em pacientes com
assistolia promove maior taxa de sobrevida na alta hospitalar do que pacientes
que não recebem a droga; porém, com maiores danos cerebrais, se comparado
com o uso da epinefrina.
Após administração das drogas, recomenda-se a infusão de 20 mL de
soro fisiológico ou água destilada a fim de auxiliar sua distribuição. Da mesma
sorte, deve-se elevar o membro no qual foi infundida a medicação.

Causas da PCR em gestantes

As causas mais comuns de PCR em mulheres durante a gravidez são


de origem cardíaca (infarto agudo do miocárdio e dissecção de aorta). Em
território americano, o risco associado ao IAM é de três a quatro vezes maior
durante o período de gravidez.
A toxicidade pelo uso de magnésio pode promover aumento do espaço
PR e QT e alargamento do QRS com níveis de 2.5–5mmol/L e chegar até
bloqueios atrioventriculares, bradicardia, hipotensão e PCR em níveis até 6–
10mmol/L. A administração empírica de cálcio é o antídoto para esta condição.
A pré-eclampsia e eclampsia desenvolvem-se após a vigésima semana
de gestação e podem produzir grave hipertensão e disfunção de múltiplos
órgãos e sistemas, com elevada mortalidade materno-fetal.
O tromboembolismo pulmonar é causa comum de PCR em grávidas e
deve ser tratado com as recomendações normais de tratamento à PCR nesta
condição. A embolia por líquido amniótico tem sido abordada com sucesso
utilizando circulação extracorpórea e cesárea imediata.
Para os cuidados pós-PCR, há documentação pequena da segurança
de hipotermia recomendando-se, quando utilizada, a monitoração fetal intensa
(Classe IIb, Nível de Evidência C).
A PCR materna não revertida imediatamente com suporte básico e
avançado de vida decorre de influência relevante da compressão aortocava.
Esta ocorre habitualmente por volta da vigésima semana de gestação, mas
pode diferir em tempo, especialmente em multíparas, retardo do crescimento
intrauterino e múltiplos fetos. Habitualmente, quando o fundo uterino ultrapassa
o nível da cicatriz umbilical, poderá ocorrer a compressão aortocava e a
necessidade de cesariana pode ser imperiosa, independentemente da idade
gestacional.
Relatos da literatura demonstram que, após a realização do parto
cesáreo, ocorreu melhora da condição hemodinâmica materna e RCE. O tempo
restrito de 5 minutos para resposta às manobras de SBV e SAVC foi descrito,
inicialmente, em 1986 e continuado, desde então, sistematicamente, em
diretrizes e consensos, porém não se faz necessário que a equipe que atende
a PCR aguarde rigidamente este tempo, podendo, dependendo da condição ou
circunstância, realizar o procedimento de forma mais precoce, particularmente,
quando o prognóstico materno é mais reservado e os esforços de RCP seriam
fúteis, sendo então relevante a atenção à viabilidade fetal. Entre 24 e 25
semanas, as taxas de sobrevivência do bebê são maiores se o parto é realizado
antes de 5 minutos de PCR; a partir de 30 semanas, esse tempo pode exceder
5 minutos.
Assim, a ativação do grupo que irá realizar a Cesária deve ser imediata,
tão logo ocorra a PCR (Classe I, Nível de Evidência B), para que a cesárea seja
considerada, caso em até 4 minutos não ocorra a RCE (Classe IIb, Nível de
Evidência C).

7.1 Cesarea perimortem e a regra dos quatro minutos

Quando o útero gravídico é grande a ponto de influenciar na


hemodinâmica materna, cesárea perimortem deve ser considerada,
independente da viabilidade fetal. Desde que foi introduzida, em 1961,
recomenda-se sua indicação no quarto minuto de RCP sem pulso materno e
consumada, no máximo, no quinto minuto de colapso, a fim de garantir os
melhores resultados perinatais. Quando há melhora da circulação materna com
RCP, não está a cesárea perimortem indicada.

Fonte:i.ytimg.com

Equipe de emergência capaz de realizar o procedimento deve ser


contatada assim que o colapso ocorrer. Não é necessária técnica estéril ou
ambiente cirúrgico. Sem circulação, a perda sanguínea é mínima e anestesia
não é necessária. A cesárea perimortem é feita na própria sala de reanimação,
concomitante às medidas de RCP, sendo o bisturi o único instrumental
necessário, demais dos equipamentos de proteção individual da equipe.
Em série de casos, viu-se que de 20 cesáreas perimortem analisadas,
em 12 pacientes houve retorno à circulação imediatamente após retirada do
concepto. Em nenhum caso houve piora do estado materno. Outra investigação
avaliou 55 casos de RCP em gestante, nas quais 12 cesáreas perimortem
foram realizadas. A taxa de sobrevida global foi de 15% (8/55), um pouco maior
nas submetidas à cesárea, 17% (2/12). Entre as duas cesariadas, uma
desenvolveu demência vascular dois meses após a cirurgia e a outra sequela
neurológica, oito anos depois.
Além da realização de cesárea de emergência, preconizada até o quarto
minuto após PCR, o deslocamento uterino para esquerda é uma manobra que
alivia a compressão aórtica e da veia cava e melhorando a qualidade da RCP,
proporcionando maiores chances de retorno à circulação espontânea.
Deve-se salientar que, em circunstâncias de maior gravidade (por
exemplo quando o prognóstico da paciente for grave e a RCP parecer em vão),
os socorristas devem antecipar o início dessas ações. Por outro lado, se a meta
da cesárea perimortem não for atingida no quinto minuto, os esforços devem
continuar a fim de ultimar o parto, vez que existem relatos de sobrevivência
materna até o 15º minuto após o colaps, a despeito de piores resultados
perinatais.

Cuidados pós-parada cardíaca na gravidez

A maior parte das mortes maternas em casos de parada cardíaca ocorre


dentro das primeiras 24 h após o agravo. Não se deve olvidar que cuidados
após o retorno da circulação espontânea reduzem consideravelmente essa
mortalidade precoce causada pela instabilidade hemodinâmica e também a
morbimortalidade tardia devido à falência múltipla dos órgãos e lesão cerebral.
Tais cuidados não são ações isoladas, mas conjunto de intervenções
multidisciplinares, precoces e dirigidas.
Ventilação deve começar na frequência de 10 a 12 por minuto e titulada
para manter a pressão parcial de gás carbônico de 40–45 mmHg ou pressão
de gás carbônico ao final da expiração de 35–40 mmHg. É de extrema
importância evitar-se a hiperventilação. O oxigênio, antes usado a 100%,
devido sua toxicidade, deve ser mantido ao menor nível capaz de promover
saturação maior ou igual a 94%.
Hipotensão arterial deve ser tratada quando o valor sistólico encontra-se
abaixo de 90 mmHg, com a administração de fluido em bolus e, quando
necessário, vasopressores. Importante salientar que se a via de administração
durante a RCP for a IO, deve-se tentar substituí-la pela EV durante os cuidados
pós-parada.
Realização do eletrocardiograma com 12 derivações é indispensável,
vez que doenças cardiovasculares podem ser a causa do colapso materno. A
pesquisa e o tratamento de outras etiologias não devem ser postergados.
Hipotermia terapêutica é a única intervenção que demonstrou prover
recuperação neurológica e deve ser considerada na gestante comatosa após
retorno da circulação espontânea. Recomenda-se manter a temperatura entre
32 e 34°C, por 12 a 14 h (o efeito da hipotermia por períodos mais prolongados
ainda não foi estudado em adultos). Demonstrou-se também que seu uso é
seguro e eficaz nas gestantes com menos de 20 semanas, que não foram
submetidas à cesárea perimortem. Não há relatos na literatura do uso da
hiportemia sucedendo a cesárea perimortem. Durante toda sua aplicação, o
feto deve ser continuamente monitorado, já que a bradicardia é complicação
em potencial.

8 HEMORRAGIA PÓS-PARTO

Hemorragia pós-parto é a perda sanguínea de mais de 500 ml durante ou


imediatamente após o terceiro estágio do trabalho de parto, em um parto vaginal, ou
mais de 1.000 ml em uma cesariana. O diagnóstico é clínico. O tratamento depende
da etiologia da hemorragia. A hemorragia pós-parto tardia pode ocorrer em 6 a 10 dias
após o nascimento; assim, ela geralmente é o resultado de produtos da concepção
que ficaram retidos.
Entre os sinais e sintomas estão: sangramento vaginal excessivo após o parto
(provavelmente uma diapedese contínua), palidez, inquietação, calafrios, dispneia,
sudorese e, possivelmente um útero aumentado, mole e flácido.
Faz-se necessário observar a evidência de choque, diminuição da pressão
arterial e um pulso filiforme com um ritmo aumentado.
Conduta:
Administrar oxigênio por cateter nasal ou máscara, posicione a puérpera na
posição de Trendelemburg, iniciar a terapia IV conforme prescrição médica, o
profissional médico poderá prescrever a solução de Ringer Lactato com instilação de
ocitocina.
Administrar pressão manual aos cortes perineais, corrigir a hipovolemia
conforme ordem médica, verificando a necessidade de transfusão sanguínea.
Massagear o útero da paciente, colocando uma mão logo acima da sínfise
púbica (para apoiar a região inferior do útero) acoplando a outra mão ao redor do útero
e massageando o fundo com movimentos suaves, porém firmes. O útero deve
responder rapidamente – interrompa a massagem quando ele apresentar a forma de
uma maçã e ficar duro como a madeira. Não se deve massagear em excesso – isso
estimula a fadiga muscular, que pode provocar o relaxamento uterino e posterior
hemorragia. Reavaliar o útero da puérpera a cada 15 minutos durante a primeira hora
após ele haver se contraído. Se ele começar a ficar mole e untuoso, como um tomate
passado, iniciar a massagem novamente.

Fonte: pt.slideshare.net

9 HEMORRAGIA UTERINA ANORMAL

A hemorragia uterina pode ser excessiva, demasiado ligeira, frequente ou,


então, pode não ocorrer, ou acontecer depois da menopausa. Em cerca de 25 % dos
casos, a causa é um problema orgânico. Nos outros 75 %, deve-se a perturbações
hormonais, que afetam o controlo do sistema reprodutor pelo hipotálamo e pela
hipófise e que são particularmente frequentes nas mulheres em idade fértil. Este tipo
de hemorragia denomina-se hemorragia disfuncional. A hemorragia pela vagina antes
da puberdade e depois da menopausa é quase sempre anormal.
9.1 Hemorragia causada por um problema orgânico

As causas desta hemorragia são uma lesão na vulva ou na vagina, o abuso


sexual, a inflamação da vagina (devido à colocação de algum objeto), uma infecção
no útero ou problemas do sangue que alteram a coagulação, como a leucemia ou a
diminuição do número de plaquetas. Outras causas podem ser tumores malignos e
benignos, como fibromas e quistos no aparelho reprodutor, assim como a adenomiose
(invasão benigna da parede muscular do útero pelo seu revestimento interno). Por
vezes, os tumores dos ovários podem provocar hemorragias vaginais, mas em geral
só acontece se segregarem hormonas. O prolapso da uretra (uma situação em que o
canal que transporta a urina da bexiga para o exterior do corpo faz procidência para
fora) pode igualmente provocar hemorragias.

Fonte: 3.bp.blogspot.com

A idade é um fator importante para determinar a causa provável de uma


hemorragia uterina. Uma menina recém-nascida pode manchar de sangue,
ligeiramente, as fraldas durante alguns dias depois de nascer, devido aos estrogénios
que a sua mãe lhe transmitiu antes de nascer (este facto não é motivo de
preocupação). As hemorragias na infância podem ser consequência de uma
puberdade precoce. O aparecimento do pelo púbico e o desenvolvimento mamário
são sinais óbvios de que a puberdade começou. A puberdade precoce pode ser
causada por certos fármacos, anomalias cerebrais, baixos valores de hormona
tireóidea ou por tumores das glândulas supra-renais ou dos ovários que produzem
hormonas. Na maioria dos casos, no entanto, não se chega a conhecer a causa.
Outra causa de hemorragia na infância pode ser um crescimento excessivo de
tecido glandular na vagina (adenose vaginal), que com frequência se deve ao facto de
a mãe ter tomado dietilestrilbestrol (DES) durante a gravidez. É de realçar que as
meninas com adenose vaginal correm maior risco de desenvolver cancros maiores da
vagina e do colo uterino.
Nas mulheres em idade reprodutiva, a hemorragia anormal pode dever-se a
alguns métodos do controlo da natalidade, como os contraceptivos orais, a
progesterona ou um dispositivo intra-uterino (DIU), a complicações da gravidez, como
a placenta prévia (uma placenta com localização anormal), ou uma gravidez ectópica
(uma gravidez que se desenvolve fora do útero). Outras causas de hemorragia
incluem uma mola hidatiforme (um tumor na placenta) e a endometriose. O cancro
pode ser uma causa de hemorragia nas mulheres em idade fértil, mas não é o mais
habitual.
A causa mais grave de hemorragia vaginal depois da menopausa é o cancro,
quer seja do revestimento interno do útero, do colo uterino ou da vagina. As causas
não cancerosas mais frequentes de hemorragia são a atrofia da parede vaginal
(vaginite atrófica), o adelgaçamento ou o espessamento do revestimento interno do
útero (endométrio) e determinadas massas que se desenvolvem nesta mesma zona
(pólipos uterinos).

9.2 Diagnóstico e tratamento

Os sintomas e um exame físico permitem determinar que outros procedimentos


são necessários para o diagnóstico. O tratamento é variável, dependendo da causa.
Se o médico suspeitar que pode existir adenose vaginal ou cancro numa
menina, recolhe uma amostra de células da sua vagina para a examinar ao
microscópio. Em geral, uma menina com adenose vaginal não precisa de tratamento
(a menos que se detecte cancro), mas deve ser examinada com regularidade para
detectar possíveis sinais de cancro.
A mulher que tem hemorragias vaginal anormal, sobretudo depois da
menopausa, deve ser examinada para excluir a hipótese de um cancro.
Os pólipos uterinos, os fibromas e os cancros extirpam-se mediante uma
intervenção cirúrgica. Na mulher pós-menopáusica com hemorragias irregulares, a
administração de estrogénios juntamente com progesterona durante cerca de 10 dias
de cada ciclo regulariza a menstruação. Se, pelo contrário, não for administrada
progesterona juntamente com os estrogénios, aumenta o risco de desenvolver cancro
do revestimento interno do útero. Se este revestimento estiver espessado e contiver
células anormais, que podem ser pré-cancerosas, um tratamento habitual é proceder
à extirpação cirúrgica do útero (histerectomia).

9.3 Hemorragia uterina disfuncional

Fonte: saude-info.info/wp-content/uploads

A hemorragia uterina disfuncional é uma hemorragia anormal provocada por


alterações hormonais, mais do que por uma lesão, uma inflamação, uma gravidez ou
um tumor.
A hemorragia uterina disfuncional é mais frequente no princípio e no fim da
idade fértil da mulher: 20 % dos casos surgem em adolescentes e mais de 50 % em
mulheres com mais de 45 anos. A hemorragia uterina anormal mais frequente é a
disfuncional, mas este diagnóstico só pode ser estabelecido quando se tiverem
excluído todas as outras possibilidades.
9.4 Causas e sintomas

Com frequência, a hemorragia uterina disfuncional deve-se à presença de


valores de estrogénios que provocam um aumento de espessura do revestimento
interno do útero. Nestas condições, o referido revestimento é expulso de forma
incompleta e irregular, dando lugar à hemorragia. Por exemplo, na síndroma do ovário
poliquístico, a excessiva produção de hormona luteinizante pode fazer com que os
ovários produzam grandes quantidades de androgénios (alguns dos quais se
convertem em estrogénios) em vez de libertar um óvulo. Com o passar do tempo, os
estrogénios sem a progesterona necessária para contrariar os seus efeitos, podem
originar uma hemorragia uterina anormal.
A hemorragia é irregular, prolongada e, por vezes, abundante. Colhe-se uma
amostra de sangue para ser analisada e determinar o grau de perda de sangue.

9.5 Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de hemorragia uterina disfuncional é estabelecido quando não


se encontra outra causa. Antes de começar o tratamento com fármacos, faz-se uma
biopsia (colheita de uma amostra de tecido para o seu exame ao microscópio) do
endométrio, se a mulher tiver 35 anos ou mais, se sofrer da síndroma do ovário
poliquístico ou se tiver um significativo excesso de peso e não tiver tido filhos. A
biopsia é necessária porque estas mulheres correm um risco elevado de desenvolver
cancro do endométrio.
O tratamento depende da idade, do estado do endométrio e dos planos da
paciente quanto a ficar grávida.
Quando o revestimento do útero aumenta de espessura e contém células
anormais (sobretudo se a mulher tiver mais de 35 anos e não quiser ficar grávida), o
útero é extirpado cirurgicamente (histerectomia), porque as células anormais podem
ser pré-cancerosas.
Quando o revestimento interno do útero ou do endométrio está espessado, mas
contém células normais, a hemorragia intensa pode ser tratada com doses altas de
contraceptivos orais que contenham estrogénios e progesterona, ou apenas
estrogénios administrados por via endovenosa juntamente com a progesterona por
via oral. Em geral, a hemorragia é detida em 12 ou 24 horas. A seguir, podem ser
administradas doses baixas de contraceptivos orais da forma habitual durante pelo
menos 3 meses. Às mulheres com hemorragias pouco abundantes são administradas
doses baixas desde o princípio.
Quando não é aconselhável o tratamento com contraceptivos orais ou com
estrogénios, pode ser administrada progesterona por via oral durante 10 a 14 dias por
mês.
Se o tratamento com estas hormonas não for eficaz, normalmente procede-se
à dilatação do colo uterino e faz-se a denominada curetagem uterina, ou seja, a
raspagem do endométrio. Se a mulher desejar engravidar, pode ser administrado
clomifeno por via oral para provocar a ovulação.

10 HANSENÍASE NA GESTAÇÃO

Em que pese a recomendação de se restringir a ingestão de drogas no primeiro


trimestre da gravidez, os esquemas PQT/OMS, para tratamento da hanseníase, têm
sua utilização recomendada.
Contudo, mulheres não grávidas e com diagnóstico de hanseníase devem
receber aconselhamento para planejar a gestação após a finalização do tratamento
de hanseníase. Especial atenção deve ser dada ao período compreendido entre o
terceiro trimestre da gravidez e o puerpério, no qual as reações hansênicas podem ter
sua frequência aumentada.
As alterações hormonais da gravidez causam diminuição da imunidade celular,
fundamental na defesa contra o M. leprae. Portanto, é comum que os primeiros sinais
de hanseníase, em uma mulher já infectada, apareçam durante a gravidez e no
puerpério, quando também podem ocorrer os estados reacionais e os episódios de
recidivas. As gestantes portadoras de hanseníase tendem a apresentar poucas
complicações, exceto pela anemia, comum em doenças crônicas.
Os recém-nascidos em amamentação podem apresentar a pele
hiperpigmentada pela clofazimina, ocorrendo a regressão gradual da pigmentação
após o término do tratamento da mãe ou o desmame. Gestantes com hanseníase que
apresentem efeitos adversos às drogas da PQT/OMS e estados reacionais e/ou
neurites deverão ser encaminhadas às unidades de saúde de maior complexidade,
para avaliação.
Em gestantes MB ou PB com intolerância à dapsona, o esquema terapêutico
recomendado é a associação da rifampicina com a clofazimina, pelo risco para o feto
do uso do ofloxacino e da minociclina. O uso da talidomida é proibido para mulheres
grávidas ou com chances de engravidar. A talidomida causa o nascimento de crianças
sem braços e sem pernas.
A gravidez é considerada fator de risco para o aparecimento da hanseníase em
gestantes infectadas, para o agravamento de processos reacionais em gestantes em
tratamento ou, ainda, para o recrudescimento de sinais e sintomas em mulheres já
submetidas a tratamento.
As alterações hormonais durante a gestação inibem a imunidade celular e, com
isso, as reações arsênicas mediadas por este tipo de imunidade (reação tipo I), ao
passo que podem piorar casos de reação tipo II. A reversão da imunodepressão
fisiológica no pós-parto torna o último trimestre da gravidez e o puerpério críticos para
a observação dos fenômenos citados.
Cuidados do tratamento da hanseníase na gestação:
Embora os medicamentos específicos para o tratamento da hanseníase
estejam referidos na categoria “C” de risco para a gestação, as normas do Programa
Nacional de Controle da Hanseníase preconizam o tratamento e a amamentação, uma
vez que os profissionais do programa entendem que os benefícios superam os riscos.
Entretanto, recomenda-se muita atenção na observação dos efeitos adversos para a
mãe e o concepto, bem como possíveis exceções para casos de gravidez de risco no
uso de outros medicamentos em casos paucibacilares. Os casos multibacilares devem
ser tratados sempre.
Seguimento de casos:
As gestantes devem ser agendadas como parte do procedimento de rotina a
cada 28 dias, para que possam receber, além das orientações e avaliações, a
administração da dose supervisionada e a nova cartela com os medicamentos para
doses autoadministradas em domicílio. A orientação sobre a vinda dos contatos para
exame é fundamental.
As técnicas de autocuidado deverão fazer parte da rotina de atendimento das
gestantes e de suas famílias. Deve-se revisar mensalmente a realização destas
técnicas para evitar a piora das consequências da lesão neurológica. Pessoas com
hanseníase que apresentem outras doenças associadas (Aids, tuberculose,
neuropatias, hepatopatias e endocrinopatias ou outras classificadas como indicativas
para a gestação de alto risco) deverão ser encaminhadas às unidades de saúde
especializadas para a avaliação.
Os casos suspeitos de efeitos adversos às drogas da PQT devem ter seu
esquema terapêutico suspenso temporariamente, com imediato encaminhamento
para a avaliação em unidades de saúde de média e alta complexidade.
As gestantes deverão ser orientadas para seu retorno imediato à unidade de
saúde no caso de aparecimento de novas lesões de pele e/ou de dores nos trajetos
dos nervos periféricos ou piora de déficit sensitivo ou motor.

11 PATOLOGIAS DO LÍQUIDO AMNIÓTICO

11.1 Oligoidrâmnio

Caracteriza-se pela acentuada diminuição do volume do líquido amniótico,


diagnosticado quando o volume se apresenta inferior a 250ml, entre a 21ª e a 42ª
semanas gestacionais. Incide em cerca de 3,9% a 5,5% das gestações.
As principais causas são:

• Patologias placentárias: rotura prematura de membranas, insuficiência


placentária, deslocamento prematuro de placenta;
• Patologias fetais: crescimento intrauterino retardado; anomalias congênitas,
principalmente as do trato urinário; anomalias cromossomiais;
• Patologias maternas: diabetes associada a vasculopatias; hipertensão arterial;
hipovolemia; síndrome antifosfolipídio; colagenoses; uso de drogas inibidoras
da enzima conversora da angiotensina e da síntese de prostaglandinas.

O oligoidrâmnio se relaciona, frequentemente, com resultado perinatal


desfavorável, seja em função da patologia de base determinante, seja devido ao efeito
mecânico provocado sobre o concepto pela diminuição do volume amniótico (pressão
contínua sobre o feto, o que provoca alterações musculoesqueléticas; adesões entre
o âmnio e as partes fetais, o que determina graves deformidades, inclusive
amputação; desenvolvimento de hipoplasia pulmonar e compressão funicular,
principalmente no transcorrer do trabalho de parto). Quanto mais precoce a instalação
do quadro, mais grave tende a ser o prognóstico, principalmente pela hipoplasia
pulmonar e pela presença de anormalidades congênitas.
Clinicamente, haverá suspeita da patologia quando a altura uterina for inferior
àquela esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando associada
à diminuição da movimentação fetal e fácil percepção das pequenas partes fetais à
palpação obstétrica. No diagnóstico diferencial, devemos lembrar a restrição do
crescimento intrauterino e a subestimação da idade gestacional.

Fonte:static.lady-magazine.com

O diagnóstico ultrassonográfico será efetuado por meio da análise subjetiva ou


semiquantitativa dos vários bolsões de líquido amniótico. A avaliação subjetiva
permite diagnosticar a oligoidramnia quando há ausência de coleções adequadas de
líquido, principalmente no nível da região cervical e dos membros fetais. As técnicas
semiquantitativa são aquelas que estimam o volume por meio da mensuração da
profundidade e/ou largura das coleções de fluido. Consideramos oligoidramnia
quando o resultado do índice de líquido amniótico é inferior ou igual a 5,0cm.
Após a confirmação da patologia, faz-se obrigatório pesquisar as causas
determinantes e, para isso, a gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao
pré-natal de alto risco. Afastada a presença de anomalias congênitas, destaque
especial deverá ser dado à pesquisa de restrição do crescimento intrauterino e do
sofrimento fetal pela hipoperfusão placentária.
Pode ser indicada a amnioinfusão, introdução de solução salina fisiológica na
cavidade amniótica antes de se realizar o exame ecográfico, já que a diminuição do
volume amniótico dificulta o estudo ultrassonográfico. Depois do procedimento de
amnioinfusão, poderá ser realizada, quando indicada, a cordocentese, para a
obtenção de sangue fetal, a fim de se realizar avaliação laboratorial, especialmente
de cariótipo.

11.2 POLIDRÂMNIO

Fonte: esteticderm.com.br

A polidramnia tem sido arbitrariamente definida como o acúmulo de líquido


amniótico em volume superior a 2.000ml no momento da resolução da gravidez.
Ocorre por erro no mecanismo de circulação, de produção, por dificuldade de
absorção ou pela associação desses fatores.
Acredita-se que esteja presente em 0,4% a 1,5% das gestações, embora sua
frequência possa ser influenciada pela definição e pelo método diagnóstico utilizados.
Associa-se a algumas patologias, destacando-se o diabetes mellitus, as
infecções congênitas (como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes),
a doença hemolítica perinatal e a gemelaridade. É também reconhecida sua relação
com as anormalidades congênitas fetais, principalmente as que acometem o sistema
nervoso central, o trato gastrointestinal, o coração e o sistema musculoesquelético.
Da mesma forma, tem sido citada sua relação com as patologias placentárias, como
os corioangiomas. Apesar de predito, em 34% a 63% das vezes, a polidramnia é
rotulada como idiopática.
A morbimortalidade perinatal torna-se ampliada em decorrência de sua
associação com anomalias congênitas, prematuridade, alterações cromossômicas,
prolapso de cordão, descolamento prematuro de placenta ou por causa da patologia
materna determinante do quadro, especialmente a isoimunização pelo fator Rh e o
diabetes mellitus. Vale destacar também a relação existente com a macrossomia fetal,
mesmo na ausência de diabetes materno. Parece haver também ligação entre a maior
intensidade de polidramnia e a piora do resultado perinatal.
Observa-se, ainda, aumento da mortalidade materna pela ocorrência
simultânea de maior número de apresentações anômalas, descolamento prematuro
de placenta, rotura prematura de membranas ovulares, distócia funcional e
hemorragia pós-parto. Em pacientes portadoras de cicatrizes uterinas, o risco de
rotura do útero estará acrescido. Existe, também, elevação do número de gestações
resolvidas pela via abdominal.
Sempre haverá suspeita do diagnóstico clínico quando a altura uterina for
superior àquela esperada para a idade gestacional estimada, especialmente quando
a paciente referir diminuição da movimentação fetal e quando houver impossibilidade
de palpar partes fetais e dificuldade de realizar a ausculta do concepto. O tônus uterino
poderá estar maior e, nos casos agudos, a paciente poderá referir dor intensa. No
exame clínico materno, é frequente encontrar-se edema de membros inferiores e da
parede do abdome, além da presença de estrias abdominais. Em casos graves, é
possível que ocorra desconforto respiratório e dispneia, devidos à elevação e à
compressão do diafragma, além de oligúria, decorrente da compressão ureteral pelo
útero gravídico. No diagnóstico diferencial, deve-se afastar a gemelaridade e a
macrossomia fetal.
O diagnóstico ultrassonográfico será feito quando houver, subjetivamente,
excessiva quantidade de líquido amniótico, especialmente na área das pequenas
partes fetais, quando o maior bolsão de líquido, mensurado verticalmente, for igual ou
superior a 8,0cm ou quando o índice de líquido amniótico for superior a 24,0cm. Entre
18,0cm e 24,0cm, o líquido será considerado aumentado e servirá de alerta para a
instalação da polidramnia.
Firmando-se o diagnóstico, torna-se necessário investigar o fator etiológico
envolvido. Para isso, a gestante deverá ser encaminhada imediatamente ao pré-natal
de alto risco. O exame ecográfico afastará a gemelaridade, as anomalias congênitas
maiores e a hidropsia fetal. Testes para diagnosticar o diabetes mellitus, a
isoimunização pelo fator Rh e as infecções congênitas são obrigatórios. A
ecocardiografia fetal é, também, exame essencial. Além disso, a análise do cariótipo
do concepto poderá ser eventualmente considerada, mesmo na ausência de
anomalias estruturais.
O tratamento, idealmente, será direcionado para o fator responsável pela
alteração. Quando a terapia específica não for possível, far-se-á o tratamento por meio
de medidas que reduzam o volume de líquido amniótico, objetivando a melhoria das
condições das gestantes e a redução da contratilidade uterina, com consequente
diminuição da incidência de parto prematuro.

12 VARIZES E TROMBOEMBOLISMO

As varizes manifestam-se ou agravam-se na gestação por fatores hereditários,


pela congestão pélvica, pela compressão mecânica do útero grávido e por alterações
hormonais. São mais frequentes nos membros inferiores, sobretudo no direito, mas
podem aparecer também na vulva.
As varizes dos membros inferiores em grávidas vêm despertando interesse há
décadas. O surgimento das varizes durante a gestação, a precocidade de
aparecimento, a intensidade com que elas se desenvolvem, os sintomas exuberantes
e, principalmente, a rapidez com que regridem durante e após o puerpério, são
aspectos peculiares das varizes dos membros inferiores durante a gestação e têm
influenciado o desenvolvimento de seus estudos. A reversibilidade dessas varizes é o
fenômeno mais característico, pois elas podem diminuir ou desaparecer após o parto.
Nessa localização, elas habitualmente desaparecem após o parto.
Na história clínica, é importante perguntar à gestante questões sobre a
ocorrência de situação semelhante em familiares. As varizes estão associadas a
edema e à sensação de desconforto ou dor nas pernas.
Recomende à gestante:
Não permanecer muito tempo em pé ou sentada e evitar inatividade.
• Repousar pelo menos 20 minutos, várias vezes ao dia, com as pernas
elevadas.
• Que pode ser útil elevar os pés da cama.
• Não usar roupas muito justas e, se possível, utilizar meia-calça elástica para
gestante; pode-se indicar meias de média compressão, com tamanho sugerido
a partir da aferição da circunferência da panturrilha.
• Valorizar a possibilidade de complicações tromboembólicas.


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As varizes vulvares não requerem tratamento específico e raramente são


causas de sangramentos profusos. A oclusão total ou parcial de uma veia por um
trombo, com reação inflamatória primária ou secundária de sua parede, caracteriza-
se como tromboembolismo, sendo mais comum nos membros inferiores e como
consequência de varizes, da imobilização prolongada no leito, da obesidade e/ou de
compressão da musculatura da panturrilha. Podem existir antecedentes de trombose.
A suspeita diagnóstica é feita por meio da história clínica de dor na panturrilha
ou na coxa, aumento da temperatura local, edema, dificuldade de deambulação e/ou
dor à dorsoflexão do pé (sinal de Homans). Na suspeita dessa condição, a mulher
deve ser encaminhada ao centro de referência para confirmação do diagnóstico e
tratamento.
13 EMBOLIA PULMONAR E TROMBOSE VENOSA PROFUNDA

Embolia pulmonar (EP) e trombose venosa profunda (TVP) constituem dois


componentes de um só processo fisiopatológico chamado tromboembolismo venoso
(TEV). A EP ocorre, geralmente, em consequência de uma TVP, mas muitas vezes a
trombose não é diagnosticada antes da ocorrência da embolia.
Os eventos tromboembólicos estão entre as principais causas de morbidade
materna e mortalidade no período gestacional e puerperal. Enquanto a principal causa
de morte materna em países em desenvolvimento é a hemorragia, os eventos
tromboembólicos são a principal causa de morte materna em países desenvolvidos,
onde o óbito por hemorragia é prevenido.
A TVP em membro inferior é o tipo mais comum de tromboembolismo venoso
durante a gravidez. Aproximadamente 30% de episódios isolados de embolia
pulmonar estão associados com TVP silenciosa, e em pacientes que apresentam
sintomas de TVP a frequência de embolia pulmonar é em torno de 40–50%.
O risco de tromboembolismo venoso, somado ao estado gravídico, é ainda
maior se estiver associado a outros fatores, como história familiar ou pessoal de TEV,
trombofilia, idade maior que 35 anos, obesidade e grande paridade. O parto cesáreo
também aumenta significativamente o risco de fenômenos tromboembólicos se
comparado ao parto vaginal.
As principais manifestações clínicas de embolia pulmonar incluem: taquipneia,
dispneia, dor pleurítica, taquicardia, apreensão, cianose e síncope.
As manifestações clínicas do TEV incluem: queimação, câimbra, sensação de
peso, dor e edema no membro.
Extensa experiência clínica e estudos retrospectivos têm estabelecido a
heparina como sendo o anticoagulante mais seguro para ser usado durante a
gravidez, por não cruzar a placenta e, consequentemente, não causar efeito
teratogênico ou hemorragia no feto.
Agentes cumarínicos, como a warfarina, cruzam a barreira placentária e podem
causar embriopatia (hipoplasia nasal, epífises com calcificação em pontilhado,
membros e falanges encurtados), anormalidades no Sistema Nervoso Central,
hemorragia fetal e aumento no risco de aborto e por isso seu uso não é indicado ou
deve ser limitado a período de menor risco.
Tendo em vista as alterações no sistema venoso na gravidez, meias elásticas
compressivas podem ser de valor considerável durante a gestação e puerpério,
podendo agir prevenindo a distensão venosa excessiva dos membros inferiores,
evitando a lesão endotelial e a exposição do colágeno subendotelial com consequente
ativação do sistema de coagulação. O método também pode ser utilizado na
abordagem de TVP aguda. Outros métodos mecânicos, como compressão
pneumática intermitente, são válidos para profilaxia durante o parto cesariano e no
pós-parto imediato.
Conduta: Fornecer oxigênio suplementar por cateter nasal ou máscara;
Colocar a cliente em repouso no leito com as pernas levemente elevadas para
prevenir êmbolos;
Atentar para sinais de sangramento anormal, durante o tratamento com
heparina;
Verificar a temperatura e a coloração dos pés do paciente para detectar estase
venosa;
Monitorar o padrão respiratório, se a dispneia piorar verificar os níveis da
gasometria arterial;
Estabelecer uma terapia IV;
Conforme prescrição médica, administre medicamentos para dor e ansiedade;
Atentar para a presença de choque;
Avaliar os sinais vitais e o estado neurológico;
Coletar sangue para exames laboratoriais;
Monitorar diariamente os exames de coagulação;
Após estabilização das condições clinicas do paciente, estimular a realização
de exercícios e mobilização ativa e passiva;
Estimular o paciente a deambular logo que possível.

14 EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO

A embolia de líquido amniótico é a entrada de líquido amniótico e de células


fetais na circulação materna, iniciando uma resposta anormal.
A embolia de líquido amniótico é uma emergência obstétrica rara. Em geral,
ocorre em gestações tardias; o risco é aumentado na cesariana, idade materna
avançada, descolamento prematuro da placenta, trauma abdominal, placenta prévia
e parto com fórceps. O líquido amniótico sofre embolização na circulação materna,
causando taquicardia, hipotensão, dificuldade respiratória significativa, coagulação
intravascular disseminada e, frequentemente, morte rápida materna. A necropsia pode
mostrar células escamosas fetais e cabelos na circulação pulmonar.
Cerca de 20% das mulheres afetadas morrem, embora a estimativa de
mortalidade, em geral, seja amplamente variável. A sobrevivência depende do
reconhecimento na fase inicial e imediata instituição de tratamento.
O diagnóstico é clínico.
O tratamento é de suporte. Isto inclui transfusão de hemoderivados (conforme
necessário para repor o sangue perdido), plasma fresco congelado e fatores de
coagulação (de acordo com a necessidade para reverter a coagulopatia), e suportes
ventilatório e circulatório, com drogas inotrópicas, se for preciso.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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Gestação. 23ª edição. Porto Alegre. 2014.

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Obstetrícia. 11ª edição. Artmed. 2014.

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sistemática e recomendação atual. FEMINA - Janeiro/Fevereiro 2013 – vol. 41 – nº
1.

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