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CENTRO UNIVERSITÁRIO VÉRTICE – UNIVÉRTIX

SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR

RELATÓRIO: Ultrassom em pequenos animais

ACADÊMICO: MAÍSA WINKELSTROTER LAASS

MATIPÓ - MG

2023
Manejo Pré-Parto:
 Vacas próximas ao parto devem ser mantidas em locais visíveis para
permitir intervenções se necessário.
 É importante observar diariamente o comportamento das vacas,
identificar sinais de início de parto e supervisionar a alimentação.
 O ambiente deve ser tranquilo, confortável, seco e limpo, sem a
presença de cães.
 A alimentação nas três semanas que antecedem o parto deve estimular
o metabolismo de cálcio e o sistema imunológico com rações de baixo
teor de cálcio e suplementação de vitaminas A, E e selênio.

Parto Eutocico:
 Durante o parto normal, observe as mudanças de comportamento das
vacas, como redução de consumo, afastamento, relaxamento da
musculatura pélvica e dilatação da vulva.
 Em condições normais, o parto pode durar até 4 horas, desde as
contrações abdominais até a expulsão do feto.

Distocia (Parto Difícil):


 Distocia é um parto difícil que requer intervenção e é mais comum em
primíparas (vacas que estão dando à luz pela primeira vez, 3 x mais
frequentes em primíparas).
 Fatores predisponentes para distocia incluem desproporção entre o
tamanho do canal pélvico e o tamanho do feto (escolha do touro no
momento da inseminação), escolha de novilhas muito jovens,
posicionamento fetal incorreto.
 Inércia uterina (falta de contração uterina) geralmente em em casos de
vacas magras, debilitadas ou vacas muito velhas, são suscetíveis a
hipocalcemia. A inercia pode ocorrer secundariamente em partos muito
difíceis, onde a musculatura entra em exaustão, e não consegue mais
contrair.
Da correção da Distocia:
 Reposicionamento do feto: efetivo em algumas situações, não é
 Quando há inércia uterina secundária o tratamento com
medicamentos não será eficiente, o isso excessivo de ocitocina
pode levar a casos de prolapso uterino. O correto será repor os
níveis de cálcio e aplicação de ocitocina para restabelecer a
contratilidade da musculatura com feto posicionado corretamente;
 Em casos de fetos com anomalias, como duas cabeças/ fetos
monstruosos podem ser necessários realizar uma cesariana.
Cesariana:
 Realizada quando existe desproporção do tamanho do feto e
canal de parto onde não permite a passagem do feto;
 Quando a estática fetal (posicionamento) não pode ser corrigida;
 Fetos monstros (com anomalias, duas cabeças por exemplo):
 Alguns partos gemelares;
 As técnicas para a realização são:
- paramamária : melhor técnica pois, diminui a contaminação da
cavidade abdominal pelo conteúdo uterino, difícil de realizar as
suturar nas fácias musculares;
- Flanco esquerdo: pode ser em estação ou em decúbito lateral,
difícil exposição fetal, risco de contaminação da cavidade com
conteúdo uterino, sutura mais fácil,
Observações:
 A vaca pode desenvolver peritonite 7 dias após o procedimento,
devido falha na sutura do uterina; vacas com grau de sangue
mais apurados correm mais risco de morte; tempo e intesidade da
distocia; manipulação excessiva e errônea antes do procedimento
e falta de antissepsia durante o procedimento podem agraar o
caso clinico.
Consequências da Distocia:
 As consequências da distocia incluem infecção uterina, paresia pós-
parto (animal deitado por lesões de nervos) e prolapso uterino.
 O tratamento inclui antibioticoterapia parenteral, cuidados com o
prolapso uterino e, em alguns casos, tratamento intrauterino.
Fetotomia:
É recomendado quando ocorre a morte fetal. A fetotomia exige habilidades
técnicas e o uso de instrumentos específicos, como o fetotomo, para a
remoção segura do feto morto.

Quando se trata das consequências de distocia, a infecção uterina é uma das


preocupações mais fundamentais, independentemente de a intervenção ter
sido uma cesariana ou não. Após realizar manobras para reposicionar o feto e
aplicar tração, é essencial iniciar um tratamento com antibioticoterapia
parenteral para prevenir ou tratar a infecção uterina. A de antibióticos
diretamente no útero imediatamente após o parto não é apropriada.

No período pós-parto imediato, a escolha de antibióticos varia dependendo do


perfil do animal. Em animais mais sensíveis ou de alta produção, pode ser
necessário utilizar antibióticos mais potentes e bactericidas, como o Ceftiofur,
administrado a uma taxa de 1,5 a 2,2 mg/kg a cada 24 horas, durante 5 dias.
Para animais comuns, pode-se optar pela Oxitetraciclina, com uma dose de 20
mg por quilograma a cada 72 horas, aplicada de 2 a 3 vezes.

Após 30 dias do parto, pode ocorrer a persistência de infecção em níveis


subclínicos, que não causam sintomas evidentes, mas podem afetar o
desenvolvimento embrionário em uma gestação subsequente. Nesses casos, a
antibioticoterapia intrauterina é apropriada.

Outra complicação possível é a paresia pós-parto, que ocorre quando o animal


fica deitado devido a lesões nos nervos. Para tratar essa condição, é
necessário um tratamento específico, que pode envolver a administração de
uma epidural intercocígea com 5 ml de Lidocaína, seguida de uma limpeza
rigorosa, reposicionamento do prolapso e sutura utilizando técnica de Binner. A
aplicação de água iodada e água gelada podem ser realizadas para promover
vasoconstrição e reduzir o volume.

É importante a prevenção de distocias. Isso inclui a escolha de sêmen de


touros conhecidos pela facilidade de parto, a monitorização do tamanho e peso
antes da primeira cobertura, o manejo adequado e uma alimentação
apropriada. Também é aconselhável ter cuidado especial com novilhas da raça
Jersey, que tendem a entrar no cio precocemente. A prevenção é fundamental
para garantir a saúde reprodutiva do rebanho e minimizar complicações
durante o parto.

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