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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS
PROFESSORA: Crislane Azevedo PERÍODO: 2022.2 DATA: 10/11 /2022
DISCENTE: Leandro Augusto e Silva Miranda Cavalcante ( ) Mestrado (x) Doutorado
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FICHA DE LEITURA
Após leitura do texto indicado para a aula, preencha os campos abaixo:

REFERÊNCIA
MARX, Karl. Contribuição à crítica da Filosofia do Direito de Hegel: Introdução [tradução de Lúcia Ehlers] - 1- ed. -
São Paulo: Expressão Popular, 2010, p. 29-56.

OBJETIVOS
Contrapor princípios hegelianos em seu livro “Filosofia do Direito”, fundamentando-se na ideia materialista do povo
em direção a um Estado não universal, e se emancipando enquanto sujeitos proletariados em conflito, para compreensão
do Estado através da sociedade civil, assim deslocando o eixo para emancipação da classe “acorrentada” em
consequência de sua libertação revolucionária pela dissolução de uma “ordem mundial vigente”

PROBLEMAS
Compreender como se dá a relação Estado e sociedade civil superando as ideias de Hegel de um Estado racional como
expressão da universalidade dentro da história, e que para Marx se coloca como alienada, pois o Estado não racional
expressa a sociedade civil em conflito, e portanto a compreensão da sociedade enquanto classe injustiçada leva a
compreensão do Estado, e não o contrário.

CONCLUSÃO
Neste segundo texto de Marx voltado para o livro “Filosofia do Direito” temos uma crítica a alguns princípios de Hegel
voltados para a idealização do Estado como detentor de uma racionalidade universal, bem como das abstrações e
fantasias institucionais que privam a sociedade civil de se libertar da propriedade privada monárquica entendendo que
uma revolução associada a classe social proletária (a mais desumanizada) é a única que pode ter exigências radicais
de humanização emancipatória. Assim, no texto Marx compara Alemanha e França, no que diz respeito aos processos
políticos e filosóficos de libertação/revolução social, em busca de uma emancipação que transforme os alemães em
pessoas. Critica o Estado do direito baseado num iluminismo como prospecto de ascensão do Estado moderno burguês,
considerando equivocado o entendimento de Hegel sobre Estado moderno como ápice do espírito humano, em que
interesses particulares de indivíduos se coadunavam com o Estado, criando um espaço pelno de desenvolvimento do
espírito humano. Para Marx essa filosofia idealista era distante da realidade das classes e voltada para sustentação
conservatória de um princípio monárquico, e assim longe dos conflitos da sociedade civil (verdadeiras formadoras e
reveladoras do Estado). Ou seja, a filosofia para Marx está dentro do mundo e não na razão dentro de cada indivíduo.
Para Hegel a razão e o direito vinham do Estado, se contrapondo a Kant que colocava a razão como algo vindo do
divino. Marx em antítese propõe que o direito vem do povo como classe e não como cultura nacionalista, assim a
razão não está no Estado, pois ele é opressor. Marx faz também uma crítica à religião como uma realidade fantástica e
ilusória que não dá conta da realidade humana, pois nos transforma em seres afastados do que nos constitui socialmente
no mundo, ao mesmo tempo que funciona como alívio, um suspiro de uma “criatura atormentada”, o “ópio do povo”.
Muito dessas ideias vêm do filósofo alemão Feuerbach que entendia a religião como não alicerçada pela razão, ou seja,
intelectualmente falsa. Marx a coloca como um estágio ilusório em que o ser humano se distancia da razão de si,
autoalienado pelo sagrado em detrimento do profano. Daí a importância de uma filosofia (cérebro) mergulhada na
história da sociedade civil trazer ao mundo a discussão sobre o direito e as políticas sociais para o cerne do sujeito
proletariado (coração). Marx direciona críticas sociais, políticas, econômicas, jurídicas e históricas à conservação da
divisão da sociedade alemã moderna, insuflando à mudança pautada no ato de participação de cada indivíduo, pois a
Alemanha se encontra em um anacronismo de sua historicidade, restando à filosofia alemã se debruçar sobre a realidade
do Estado e direito. Emancipação das classes através de revolução parcial como tomada de poder de um setor da
sociedade civil (mesma condição social) que confunda a busca por seus direitos como pela reivindicação dos próprios
direitos da sociedade, um “cérebro social e um coração social” na procura por uma autolibertação geral.

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