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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: FILOSOFIA DAS CIÊNCIAS
PROFESSORA: Crislane Azevedo PERÍODO: 2022.2 DATA: 06/10 /2022
DISCENTE: Leandro Augusto e Silva Miranda Cavalcante ( ) Mestrado (x) Doutorado

FICHA DE LEITURA
Após leitura do texto indicado para a aula, preencha os campos abaixo:

REFERÊNCIA
LAKATOS, Imre. La metodologia de los programas de investigacíon científica. 2 ed. Tradução de Beatriz
Vianna Boeira e Nelson Boeira. São Paulo: Alianza Editorial. 1989, p. 09-123.

OBJETIVOS
Explicar a estrutura de um programa de pesquisa fornecendo orientação para pesquisas futuras
(negativamente e positivamente), de maneira que falsacionismo não se converta em dogmatismo científico.
Defender que o progresso do conhecimento depende da existência de programas científicos concorrentes.
Fornecer um guia para que historiadores da ciência, do que para cientistas.

PROBLEMA
Lakatos traz para base de seu questionamento o entendimento do porquê se abandona uma teoria, e para isso
recupera preceitos de Popper e a refutação por falseamento, bem como considera a dependência da atitude
dos cientistas influenciados pelas convenções dentro dos programas de investigação. Assim, como um
programa científico supera o outro?

CONCLUSÃO
Ao defender o programa de pesquisa como conjunto de teorias e técnicas usadas por uma comunidade
científica, e que deve ser historicamente visto a partir de seus programas e não das teorias isoladas, Lakatos
faz algumas críticas ao formato indutivo de demarcação do falsacionismo de Popper. Ele aglotina o conceito
de que o crescimento do conhecimento científico é racional e que a crítica é um veículo para esse
conhecimento, ou seja um racionalismo crítico, e de Kuhn traz a importância de contextualizar o crescimento
de uma ciência. Assim, nenhuma teoria pode ser falseada por apenas observação ou experimento e sim por
outra teoria. No início do livro temas como ciência e pseudociência, religião ou razão aparecem na lógica
racionalista, como tese, para refutar os dogmatismos e demarcar o espaço da ciência. Traz a discussão sobre
o que chama de núcleo firme, que dá identidade ao programa quando reúne teorias essenciais e basilares,
sustentando um conjunto de hipóteses gerais determinantes e intocáveis; e o cinturão protetor com
suposições, hipóteses e teorias auxiliares e que podem ser modificadas, eliminadas ou reembasadas fazendo
com que o surgimento de anomalias possam ser resolvidas na instância deste cinturão protetor, sem alterar
o núcleo firme. Para tratar do falsacionismo metodológico ingênuo versus o sofisticado explicita trocas
entre o que chama de períodos progressivos (com investigações para novos fenômenos constantes tanto na
teoria quanto empiricamente) e regressivos (que se colocam como períodos estacionados). Caso existam
programas rivais, um deles irá progredir e o outro degenerar fazendo com que cientistas venham a aderir
ao programa em progressão em uma revolução científica. Desta forma um programa científico poderá,
gradualmente, ser superado quando o novo programa além de responder as demandas do rival, também
aglomere outras respostas conteudinais. Para Lakatos existem 02 heurísticas sendo uma positiva, com um
conjunto de regras e normas para indicar caminhos científicos a serem tomados, desenvolvidos, reformulados
(como é próprio da ciência), de maneira a contribuir com o cinturão protetor e uma negativa que impede
o falseamento do núcleo firme através do cinturão protetor. Por fim, as teorias devem ser consideradas dentro
de um todo estruturado com conceitos dando sentido dentro do papel que dempenham em uma teoria.

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