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RESUMO
1 - INTRODUÇÃO
essa visão de ciência é equivocada (PRETTO, 1995; PORLAN et. al; 1998;
HARRES, 1999; KOHNLEIN E PEDUZZI, 2002).
Assim, diante dessa problemática essas pesquisas reforçam cada vez mais,
a discussão de temas de História e Filosofia da Ciência e da epistemologia da
ciência na formação de professores, no ensino médio, nos livros didáticos e na
divulgação científica, de forma a contribuir para uma visão mais adequada da
ciência, bem como, promover um ensino de ciências mais humano e
contextualizado.
A utilização da História da Ciência em sala de aula requer que os
professores possuam uma formação que lhes permita fazer uma seleção de material
histórico adequado ou mesmo a construção de materiais específicos para a situação
de ensino-aprendizagem. Faz -se necessário, uma maior vinculação da formação
científica com a pedagógica, além disso, exige-se uma compreensão do
desenvolvimento científico em uma linguagem técnica e especializada, presente nos
textos originais, como ainda conhecimentos epistemológicos que permitam fazer
uma seleção e utilização pedagógica fundamentada (PACCA e DION, 1999). Isso
quer dizer um professor capaz de entender como o conhecimento científico é
construído e ainda saber fazer a transposição didática desse conhecimento.
Diante disso, o professor tem um papel importante no processo ensino-
aprendizagem, e a História da Ciência pode ajudar o professor, pois, de acordo com
Martins (1990) o professor conhecendo as concepções antigas de um determinado
conceito, terá maior facilidade em compreender as dificuldades e resistências de
seus alunos e poderá mais facilmente respeitar as suas concepções e fazer uma
transposição didática para o conhecimento atual.
Portanto, o entendimento de como um conceito foi construído ao longo da
história facilita o aprendizado da concepção final desse conceito. Um exemplo é o
conceito de energia, que para facilitar o entendimento precisamos recorrer ao
processo histórico da construção do princípio da conservação da energia.
Segundo Assis e Teixeira (2003, p.46), na prática educativa, ao
desconsiderar o processo histórico evolutivo sobre o conceito de energia, partindo
rapidamente à formalização matemática de cada tipo de energia, que constitui o
resultado final desse processo, corre -se o risco de o conhecimento ser transmitido
de forma fragmentada, o que dificulta para o aluno a viabilidade de articular as várias
formas de energia e compreender sua conservação e transformação.
Estudar o desenvolvimento histórico do princípio da conservação da energia
é de fundamental importância, pois, foi a partir dele é que houve a emergência do
conceito de energia. O conceito de energia é um elemento de ligação entre
diferentes partes da física, bem como possibilita estabelecer relações com outras
áreas do conhecimento. Segundo Angotti (1991), “é o conceito de energia que
sinaliza para o mais sofisticado princípio da termodinâmica, o do crescimento da
entropia, princípio atualmente considerado como grande inspirador para os avanços
da pesquisa em Ciência e Tecnologia.”
Diante de toda a problemática explicitada acima, e de poucos materiais
históricos que ajude na formação e na prática de professores é que a presente
comunicação pretende fazer um estudo histórico do princípio da conservação da
energia. Tal estudo não tem a pretensão de preescrever uma forma de abordar a
história do princípio da conservação da energia, mas contribuir como um material
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histórico, que possa servir como subsídio para discussão nos cursos de formação de
professores de física e para os professores em serviço. A análise do estudo seguirá
a perspectiva epistemológica de Ludwik Fleck.
A teoria de conhecimento de Fleck fundamenta -se na idéia de que a relação
do sujeito com o objeto é influenciada por fatores externos como cultura, economia e
política. Assim para Fleck (1986), os fatos científicos são condicionados e explicados
sócio-historicamente e introduz as categorias: coletivo de pensamento e estilo de
pensamento. O estilo de pensamento é caracterizado pelas condições sociais,
culturais de uma época. Enquanto o coletivo de pensamento seria constituído por
um coletivo de cientistas que compartilham o ideal de um estilo de pensamento. Os
coletivos de pensamento dividem-se em círculos esotéricos e exotéricos.
O significado dos círculos esotéricos e exotéricos é relativo. Como por
exemplo, podemos ter um coletivo de físicos interagindo com outros coletivos de
físicos formando assim um círculo esotérico. O coletivo de pedagogos entre eles
constitui um círculo esotérico, mas esse mesmo círculo é exotérico em relação aos
físicos, e assim da mesma forma os físicos em relação aos pedagogos. A interação
entre esses círculos se dá através da circulação intercoletivas e intracoletivas de
idéias que como conseqüência pode estabelecer a instauração, extensão e
transformação de um estilo de pensamento.
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Naquela época o que conhecemos hoje como energia era chamado de força.
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Calor no sentido atribuído ao início do século XIX, e não no moderno sentido como forma de energia.
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Martins (1984) afirma que existem fortes indícios que Joule conhecia o
primeiro trabalho de Mayer, pois foram encontrados nos seus manuscritos vários
artigos traduzidos inclusive o de Mayer, embora não se pode precisar à época
desses manuscritos, pode se afirmar que devem ser anteriores a 1847. Grande parte
dos cientistas da época entre eles Pouillet que havia rejeitado o primeiro artigo de
Mayer, Tait, entre outros ficaram a favor de Joule.
O terceiro fator foi o movimento Naturphilosophie que buscava o princípio
unificador de todos os fenômenos, usando o “organismo” como metáfora para a
ciência, as bases desse movimento foram alanvacadas por Kant e Leibniz. Para
Kuhn, essa escola filosófic a influenciou grande parte dos cientistas que estudaram o
princípio da conservação da energia. Oersted um Naturphilosoph persistiu na
relação entre a eletricidade e o magnetismo devido à sua convicção filosófica que tal
relação existia.
Podemos dizer a partir da epistemologia de Fleck que esse movimento
representava o estilo de pensamento da época, que determinou a forma do coletivo
de pensamento (comunidade de indivíduos) olhar para o objeto de conhecimento.
Assim muitos destes cientistas principalmente os de cultura alemã foram
influenciados pela idéia do princípio unificador que não saíram de idéias empiristas
indutivistas, mas de motivações metafísicas fundamentadas na filosofia da natureza.
Como afirma Kuhn (1977 p.133):
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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4 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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