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Resumo
Abstract
Introdução
1
Os livros analisados estão no anexo 1.
XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008 5
Subcategoria 1.1 1.2 1.3 2.1 2.2 2.3 3.1 3.2 3.3 3.4
A A A A A
B B B B
D D D D D D
E E E E
F F F F F F
G G
H H H H
Coleção I I I I
J J J J J
K K K K K
L L L
M M M M
N N N N
O O O O O
P P P P P
Tabela 2. Distribuição das coleções analisadas de acordo com as categorias explicitadas acima.
Alguns exemplos
Ao final deste capítulo introdutório o autor ainda faz uso de uma citação de
Willian Thompson de modo a finalizar sua discussão acerca da natureza da ciência,
designando certa autoridade à “ciência” por ele apresentada:
Tenho afirmado, muitas vezes, que, quando podemos medir aquilo do qual
falamos e exprimi-lo em números, ficamos conhecendo algo referente ao
assunto; porém, quando não podemos exprimi-los em números, nosso
conhecimento não é satisfatório nem frutífero; ele pode ser apenas um início
de conhecimento, mas nosso pensamento dificilmente terá atingido o
estágio científico, qualquer que seja o assunto em questão [11].
A coleção F também descreveu o desenvolvimento da ciência através dos
passos do método científico, porém de maneira mais enfática e dando maior
destaque a eles. Ela apresenta ao final de seu volume um apêndice intitulado “O
Método Científico”, discutindo qual o objetivo da ciência.
O objetivo da ciência é compreender a natureza. Precisamos de uma
metodologia para organizar as informações. O método científico é um
conjunto de procedimentos aceitos e utilizados pelos cientistas; é um
método de investigação que permite organizar os conhecimentos em forma
de leis, fazer previsões e descrever o que ocorre na natureza. [...]
Determinar o problema > Observar e coletar dados > Elaborar Hipóteses >
Desenvolver experimentos controlados (testar hipóteses) > Avaliar os
experimentos > Testar novamente > Elaborar conclusões (CABRAL, 2002).
Assim percebemos que diversas características da ciência são deixadas de
lado em abordagens simplistas e limitadas como as descritas acima. Além de sua
base empírica, a ciência também faz uso de argumentos não racionais, sendo todo
trabalho do cientista influenciado pelas suas crenças, expectativas, e principalmente
seus conhecimentos anteriores acerca da natureza. Existe, então, todo um plano de
fatores externos que influenciam o trabalho dos cientistas e, aliando isto ao caráter
empírico da ciência, não existe observação neutra e livre de preconceitos ou
pressupostos. Fatos estes que não são contemplados por descrições simplistas e
errôneas como a exemplificada acima.
Algumas coleções ainda fizeram o uso da pseudo-história da ciência
(subcategorias 3.2 e 3.3), o que também induz concepções equivocadas sobre o
desenvolvimento da ciência e também sobre sua natureza. A coleção A, ao
introduzir um capítulo sobre os princípios da dinâmica, tenta descrever as idéias de
Galileu Galilei sobre o movimento dos corpos, porém o faz de maneira simplista e
com a abordagem da historiografia “whig”, utilizando os conceitos, nomenclaturas e
idéias atuais; além de apresentar erros historiográficos grosseiros ao mencionar o
desenvolvimento da lei da inércia.
XI Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – Curitiba – 2008 9
mas, como o próprio Einstein dizia, ‘é a teoria que decide o que deve ser observado’
(GASPAR, 2004).
acreditamos que vários dos problemas aqui apontados poderiam ser superados caso
houvesse um trabalho em conjunto entre estes quatro atores, com particular ênfase
nos professores, tanto do nível fundamental quanto universitário, já que estes são as
peças chave para o sucesso de inovações em sala de aula.
Referências