Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
IDENTIFICAÇÃO
Epistemologia, Currículo e Formação Continuada de Professores de Ciências
AUTOR
Paulo Sérgio Araújo da Silva
Licenciatura Plena em Química pela Universidade Federal do Pará (2003) e
mestrado em Educação em Ciências e Matemática - Núcleo de Apoio ao
Desenvolvimento Científico da UFPA (2006) e Doutorado em Educação em Ciências pela
Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT-2015). Atualmente é professor assistente I
da Universidade Estadual do Pará. Vice-coordenador do Núcleo de Estudos em Educação
Científica, Ambiental e Práticas Sociais (NECAPS/UEPA). Tem experiência na área de
Química, com ênfase em Ensino de Ciências; Educação Ambiental e Estudos
relacionados à formação docente.
REVISTA
ENSINO EM REVISTA - é um Periódico Científico do Programa de Pós-Graduação em
Educação, da Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU),
dirigido a pesquisadores, professores e estudantes da área da Educação. Divulga artigos
que versam sobre resultados de pesquisas e ensaios originais, resenhas de livros e
traduções. Recebe textos em qualquer época do ano escritos em português, inglês e
espanhol. Publica dossiês temáticos, organizados por pesquisadores de áreas-temas,
com artigos de especialistas convidados, brasileiros e estrangeiros, e abarcando assuntos
de interesse e discussão atuais de diversas áreas da Educação.
RESENHA
Neste artigo, o autor apresenta a investigação que ocorreu com a formação continuada de
professores de ciências (licenciados em Química, Biologia e Ciências da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-graduação em Formação Científica Educacional e Tecnológica
Doutorado Profissional em Ensino de Ciências
A visão de ciência limpa, certa, neutra e dogmática que aparece nos livros didáticos
promove um recorte intencional nos conteúdos e também da ausência de
questionamentos dos conteúdos que são ensinados. Apontaram que a reflexão
epistemológica pode ajudar a repensar a configuração do currículo, da fragmentação da
ciência, da disciplinarização e da marginalização da elaboração cognitiva, em decorrência
do pensamento moderno. O limite rígido do que é certo ou errado, científico ou não sem
discussão e aporte epistemológico básico, hierarquiza conhecimentos e segrega outras
formas de saberes. A epistemologia ajuda a repensar essas relações entre conhecimento
e poder, a ter mais consciência que os currículos propostos evidenciam o saber
hegemônico da ciência em detrimento a outros saberes, como a forma correta de ver o
mundo. Sobre esse tema, há uma parte de relato de professora que chama a atenção:
“Hoje fico pensando em quantas vezes eu devo ter entediado os meus alunos, querendo
colocar na cabeça deles todas as verdades dos fenômenos da Natureza que a Física
explica, ou que eles teriam que abrir mãos de suas “verdades” para absorverem as
minhas”. (Valéria: memorial)” O que é ciência e o que é verdade, e quanto esses dois
termos se confundem nas aulas de ciências? A questão da autoridade epistêmica da
professora que viu que fez os alunos abrirem mão de suas verdades para assumir as
verdades dela, a auto reflexão e desalienação da professora mostra a necessidade de
prover momentos que estimulem esse tipo de ação. A perspectiva de enculturação
também apareceu na investigação do autor, definido como entrada numa nova cultura,
mas que ocorre sem a perda da identidade cultural. Isto sinaliza um ensinar com a
ciência, ou ainda ensinar sobre ciência ao invés de ensinar ciências para o aluno, o que
implica em aprender sobre a ciência. Assim, o ensino de ciências pode ser
problematizador, enculturador e assumir implicações filosóficas, históricas e sociais do
conhecimento científico nos processos de ensino e aprendizagem. Nesse sentido, não há
como escapar do ensino de ciências frente a vivência dos alunos, tópico que aparece no
artigo e que indica a valorização e inclusão de conteúdos/conhecimentos que sejam
significativos para os estudantes. Ao valorizar e incluir, é possível também mudar o foco
do o que ensinar para a legitimidade do conteúdo frente à sociedade, em como esse
conteúdo pode contribuir para a formação da cidadania a fim de transformar a sociedade.
Outro ponto que apareceu nas narrativas foram os obstáculos a mudar a forma com que
se ensina os conteúdos em ciências. Um deles é o mal-estar que atinge o professorado,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Programa de Pós-graduação em Formação Científica Educacional e Tecnológica
Doutorado Profissional em Ensino de Ciências