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Teoria Crítica – Aula de 14 de outubro de 2023

Texto 1

Honneth, A Teoria Crítica in Giddens A; Turner J (orgs.) Teoria Social Hoje São Paulo: UNESP,
1999, p.503-552.)

Teoria Crítica – Horkheimer (14fev) e Marcuse (câncer) (anos 30) e Adorno (virgem) (pós-guerra)
Axel Honneth (câncer): Anos 80 (tese: autores mais periféricos no IPS – Instituto para a Pesquisa
Social – que contribuiriam para alcançar os objetivos de Horkheimer)
*** Benjamin, Neumann, Kirchheimer e Fromm. Löwy foi estudar o Benjamin.

Introdução (Löwy (touro)):

* Negação irreconciliável da ordem estabelecida

* Admitem a influência das prenoções

Horkheimer (direção da Teoria Crítica → depois ganhou o movimento estudantil):


“apologia contemporânea de uma ciência
“livre de julgamentos de valor” não é senão uma tentativa de
reduzir a reflexão teórica a um humilde criado completamente a
serviço dos objetivos institucionais da sociedade industrial.

* Crítica ao relativismo
Resistência e Critica Mannheim e ao relativismo: necessidade de fatos e verdades

* Influência do positivismo da época


==+ Apesar do antipositivismo apaixonado.

* Relação com Fatos e Verdades

** O critério para julgar a validade ou a verdade de uma proposição teórica é o valor do objetivo
social que está no coração de uma teoria: por exemplo, no caso do marxismo, “a evidente
superioridade de valor do ‘modo de vida’ socialista com relação ao capitalista” é a garantia última
para a verdade da teoria.

* Proposição tipicamente RACIONALISTA

“A situação factual do capitalismo não é uma questão de


crise econômica ou política, mas de uma catástrofe da essência
humana” (Löwy)
I. MAX HORKHEIMER E AS ORIGENS DA TEORIA CRITICA

O principal objetivo da teoria crítica foi retirar o materialismo histórico do isolamento


teórico, por meio da utilização sistemática de todas as disciplinas de pesquisa da ciência social no
desenvolvimento de uma teoria materialista da sociedade. A influência do positivismo sobre
Horkheimer instaurou a demanda de reconhecer o valor das teorias científicas da época para
estabelecer a articulação com o marxismo, expandindo-o de forma interdisciplinar. Essa
disciplinaridade era possível na Alemanha em plena efervescência cultural (universidade, rádio,
jornal), além de uma burguesia rica.
A influência de Hegel (virgem) se deu no sentido de conceber a sua como uma das poucas
teorias sociais que conciliavam pesquisa empírica e pensamento filosófico – ao longo do século
XIX, no pensamento pós-hegeliano, houve a sedimentação da dicotomia entre cientificismo e
metafisica (a antiga cisão entre empirismo e racionalismo, base da ciência moderna). Para Latour
(2009 [1991]), aliás, a modernidade funda-se justamente nessa tendencia à cisão, à dicotomia, na
insistência em separar o mundo social do natural, os sujeitos dos objetos, os humanos dos não-
humanos, mas também na cisão entre práticas puristas – ou mesmo “críticas” – e práticas híbridas,
heterogêneas, múltiplas. Essa dicotomia fundamenta-se ou tonifica-se na separação entre corpo e
mente, nas bases cartesianas, humanistas, iluministas, na ruptura com um mundo teocrático, no
deslocamento da fé cristã para a confiança na razão, já iniciado no período renascentista. Conforme
sua compreensão, deixamos de ser modernos quando entendemos que essas práticas se imiscuem e
potencializam uma à outra.
Em sua orientação epistemológica, os artigos de Horkheimer e Marcuse teciam uma crítica
sistemática do positivismo; metodologicamente, buscavam estabelecer uma pesquisa
interdisciplinar (p. 508). Para a Teoria Crítica, ao não considerar as atividades do trabalho e as
implicações práticas de suas teorias, as ciências empíricas (especialmente o positivismo mas a
ciência moderna em geral) caem no equívoco de se considerarem empresas puras, destituídas de
suas prenoções, ideologias e interesses práticos – Horkheimer atribui a Descartes as raízes dessa
consciência positivista, já que este estabelece a independência do pensar, da razão, em relação ao
corpo (incluindo o lugar em que está e seu contexto histórico, social, cultural). A esse cientificismo
moderno, Horkheimer chama “Teoria Tradicional”. Para ele e Marcuse, a Teoria Crítica, em
oposição, estaria “ciente de seu contexto social de origem, assim como do seu contexto de aplicação
prática (p. 509).

Na década de 30, Horkheimer e Marcuse baseavam a Teoria Crítica em princípios do


marxismo clássicos como: “um processo de desenvolvimento das forças de produção é considerado
como o mecanismo central do progresso societário” (p. 509). Conforme o conteúdo crítico atribuído
a Hegel possibilitava certo entrelaçamento entre a razão e os fatos históricos (sob orientação
idealista, neste caso), a Teoria crítica também se propunha a uma função prática da razão,
conciliando pesquisa social empírica e um diagnóstico histórico-filosófico e, estando sob um viés
materialista, investigar o conflito entre forças produtivas e relações de produção. Neste sentido,
aproximam-se do marxismo historicista de Lukács e Korsch, mas incorporando metodologicamente
um “marxismo interdisciplinar” (510).

* O que é POTENCIAL PARA A RAZÃO INCORPORADO NAS FORÇAS PRODUTIVAS?


Entendi que os conflitos sociais que vão surgindo no decorrer da história são fruto dessa
inteligência incorporada na produção e no trabalho “societário”. A classe trabalhadora, sendo
incorporada pelo capitalismo avançado, acaba por não realizar esses conflitos latentes.
* Pergunta central de Horkheimer: “Como ocorrem os mecanismos mentais em virtude dos quais é
possível que as tensões entre as classes sociais, que se sentem impelidas para o conflito por causa da
situação econômica, possam permanecer latentes?" (p. 511) – 1932.
* Se a inteligencia incorporada socialmente impele ao conflito, que forças IRRACIONAIS
impedem essa realização? » » » » » » » Psicologia!
* Como não se trata de processos individuais isolados, alia-se a necessidade de teorias culturais
(“investigar condições culturais sob as quais ocorre a socialização individual no capitalismo
adiantado”) (512).

FILOSOFIA DA HISTÓRIA → ECONOMIA POLÍTICA ← CIÊNCIAS ESPECIALIZADAS


+ Psicologia
+ Teorias culturais

1- A ANÁLISE ECONÔMICA DO CAPITALISMO PÓS-LIBERAL

# Pollok (círculo interno) » Capitalismo de Estado « O papel dos Conglomerados Capitalistas


+ Elites do poder político
Assim, “a integração social poderia ocorrer na forma da dominação administrativa centralizada”.

2 - A INVESTIGAÇAO SOCIOPSICOLÓGICA DA INTEGRAÇAO SOCIETÁRIA

→ → Ok que a estrutura se explica pela economia política, mas por que os indivíduos se
submetem a esse sistema de dominação?
# Erich Fromm (analista) - "esquerda freudiana" , como Siegfried Bernfeld ou Wilhelm Reich S2.
» » » » “O desenvolvimento da Ordem capitalista de Estado acarreta uma mudança estrutural na
família nuclear burguesa.
TEORIA: homem perde sua autoridade patriarcal que seria o ponto de fortalecimento do EGO da
criança » » » » » » » » » » » » » » » » PERSONALIDADE FACILMENTE MANIPULÁVEL.

3 - A ANÁLISE TEÓRICO-CULTURAL DA CULTURA DE MASSA

» » Foi o ponto de a abertura do funcionalismo fechado dessa análise da sociedade.


→ “investigar empiricamente aqueles "costumes morais" e "estilos de vida" nos quais a prática
comunicativa diária dos grupos sociais encontra expressão” (p. 515).

**** Essa vertente teria o potencial de abertura desse funcionalismo mas o fato de Horkheimer
enquadrar/reduzir o conceito de CULTURA à “totalidade dos recursos e "aparatos" culturais que
servem de mediadores entre as demandas comportamentais societárias do exterior e a psique do
indivíduo, que se tornou manipulável”. Ou seja, submeteu esse eixo ao funcionalismo dos outros
dois. (funcionalismo em DURKHEIM> explicar as sociedades a partir de funções e de causas).

← ADORNO efeitos da indústria cultural segue esse viés.

→ Cultura como componente meramente funcional-institucional da garantia de dominação


(entendo que o viés dos “Estudos Culturais” nas décadas seguintes são de um teor mais dialético e
pós-crítico).

TEXTO 2
PUCCI, B. Teoria crítica e educação: contribuições da teoria crítica para a formação do professor.
Revista Espaço Pedagógico, [S. l.], v. 8, n. 1, p. 13-29, 2023. DOI: 10.5335/rep.v8i1.14621.
Disponível em: https://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/14621. Acesso em: 30 out. 2023.
(https://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/14621/114117193).
A. Uma lista e uma discussão dos fundamentos do Marxismo na Teoria Crítica;

B. Os princípios da teoria crítica;

C. As diferenças, segundo Horkheimer, entre o que ele chama de Teoria Tradicional e Teoria
Crítica.
Horkheimer concebe a teoria de Hegel como uma das poucas teorias sociais que conciliavam
pesquisa empírica e pensamento filosófico – ao longo do século XIX, no pensamento pós-
hegeliano, houve a sedimentação da dicotomia entre cientificismo e metafisica (a antiga cisão entre
empirismo e racionalismo, base da ciência moderna). Para Latour (2009 [1991]), aliás, a
modernidade funda-se justamente nessa tendencia à cisão, à dicotomia, na insistência em separar o
mundo social do natural, os sujeitos dos objetos, os humanos dos não-humanos, mas também na
cisão entre práticas puristas – ou mesmo “críticas” – e práticas híbridas, heterogêneas, múltiplas.
Essa dicotomia fundamenta-se ou tonifica-se na separação entre corpo e mente, nas bases
cartesianas, humanistas, iluministas, na ruptura com um mundo teocrático, no deslocamento da fé
cristã para a confiança na razão, já iniciado no período renascentista. Conforme sua compreensão,
deixamos de ser modernos quando entendemos que essas práticas se imiscuem e potencializam uma
à outra.
Em sua orientação epistemológica, os artigos de Horkheimer e Marcuse teciam uma crítica
sistemática do positivismo; metodologicamente, buscavam estabelecer uma pesquisa
interdisciplinar (p. 508). Para a Teoria Crítica, ao não considerar as atividades do trabalho e as
implicações práticas de suas teorias, as ciências empíricas (especialmente o positivismo mas a
ciência moderna em geral) caem no equívoco de se considerarem empresas puras, destituídas de
suas prenoções, ideologias e interesses práticos – Horkheimer atribui a Descartes as raízes dessa
consciência positivista, já que este estabelece a independência do pensar, da razão, em relação ao
corpo (incluindo o lugar em que está e seu contexto histórico, social, cultural). A esse cientificismo
moderno, Horkheimer chama “Teoria Tradicional”. Para ele e Marcuse, a Teoria Crítica, em
oposição, estaria “ciente de seu contexto social de origem, assim como do seu contexto de aplicação
prática (p. 509).

Referências Bibliográficas:

LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. [1991] Trad. Carlos
Irineu da Costa. 2ª edição. Rio de Janeiro: Editora 34, 2009.

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