Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Os autores são responsáveis pela escolha e apresentação dos fatos contidos neste
livro, bem como pelas opiniões nele expressas, que não são necessariamente as da
UNESCO, nem comprometem a Organização. As indicações de nomes e a apre-
sentação do material ao longo deste livro não implicam a manifestação de qualquer
opinião por parte da UNESCO a respeito da condição jurídica de qualquer país,
território, cidade, região ou de suas autoridades, tampouco da delimitação de suas
fronteiras ou limites.
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 3
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 4
Publicado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
(UNESCO).
Esta publicação é fruto de uma parceria entre a Representação da UNESCO no Brasil e o
Ministério da Educação (MEC).
© UNESCO 2011
Todos os direitos reservados.
Impresso no Brasil
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 5
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO............................................................................11
3. POLÍTICA EDUCACIONAL E
POLÍTICAS DOCENTES ...............................................................31
Algumas questões de financiamento e sua relação
com as políticas docentes....................................................................31
Formas de regulação do currículo e implicações na formação
e no trabalho dos professores ..............................................................35
O sistema de avaliação........................................................................39
As políticas de currículo em estados e municípios e
suas repercussões no trabalho docente ................................................42
6. PERSPECTIVAS DE CARREIRA E
PROFISSIONALISMO DOCENTE .............................................137
Uma perspectiva para a discussão de carreira de professores ..............138
Remuneração do trabalho docente e financiamento da educação ......139
Remuneração, carreira docente e qualidade da educação...................143
A remuneração de docentes da educação básica ................................145
Jornada de trabalho dos professores ..................................................148
Diretrizes nacionais para a carreira e a remuneração do magistério....150
Levantamento de políticas de carreira e salários de docentes
em estados e municípios...................................................................154
Ingresso na carreira, contratos de trabalho e precariedades..............156
Secretarias estaduais de Educação: remuneração e carreira ..............160
Região Norte.........................................................................................161
Região Centro-Oeste.............................................................................162
Região Nordeste....................................................................................162
Região Sudeste ......................................................................................164
Região Sul.............................................................................................167
Municípios e seus planos de carreira e remuneração de professores ......171
Destacando alguns aspectos..............................................................174
9
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 10
10
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 11
APRESENTAÇÃO
11
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 12
12
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 13
1. ESCOPO DO TRABALHO,
ABRANGÊNCIA E ABORDAGEM
13
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 14
Desse ponto de vista, cabe perguntar, à luz das políticas postas em ação
pelas diferentes instâncias de governo no Brasil – país federativo que é –, se
elas traduzem uma posição de governo articulada com clareza de direção,
com metas integradas e compreensivas, com balizas sobre onde se pretende
chegar ou que processos e dinâmicas educacionais se pretendem desencadear.
O contexto societário mais amplo em que as políticas se realizam, por sua
vez, cria sentidos e demandas que, em períodos anteriores, não estavam
postas. Nas últimas décadas, a América Latina viveu um paradoxo, pois, se,
por um lado, as ameaças antidemocráticas diminuíram sensivelmente, por
outro lado, a democracia não conseguiu ainda dar sentido à maioria das
demandas da cidadania, em especial no que respeita aos setores mais empo-
brecidos, o que coloca mais desafios aos sentidos de um governo da educação
e do seu papel para amplas camadas sociais (CAVAROZZI, 2010).
É Tedesco (2010) que lembra que, há algumas décadas, a educação, o
governo da educação, o trabalho dos professores, os currículos, entre outros
aspectos relativos à escolarização, se definiam dentro de um projeto de
construção de um Estado-nação – a finalidade das redes educacionais. Hoje,
a finalidade está situada, em tese, na construção de uma sociedade mais
justa. O contexto atual é o da inclusão de todos no que diz respeito aos bens
públicos educacionais e sociais, e isso não estava posto anteriormente nos
projetos de Estado como nação. Em decorrência, precisamos de “uma escola
justa e para ter uma escola justa precisamos de professores que assumam esse
compromisso” (TEDESCO, 2010, p.21 e 24).
Há, então, duas vertentes analíticas a considerar na discussão de um governo
da educação: o cenário sociocultural mais amplo em que nos movemos na
sociedade globalizada e as políticas para a educação e para os docentes, em
particular, colocadas pelos diferentes níveis de gestão educacional no Brasil.
14
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 15
15
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 16
16
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 17
17
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 18
18
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 19
19
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 20
20
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 21
de Trabalho das Grandes Cidades no MEC (GT), que reúne os que possuem
150 mil habitantes ou mais. O GT é composto por 178 municípios, número
reduzido diante dos 5.563 que fazem parte da Federação brasileira, mas
muito representativo, porque neles se concentra o maior número de matrículas
da educação básica no país.
Este estado da arte baseou-se em informações e documentos provenientes
das seguintes fontes: órgãos gestores das políticas educacionais na esfera
federal, nos estados e nos municípios; instituições de ensino superior (IESs)
e outras entidades ou órgãos de pesquisa. Para compreensão mais aprofun-
dada das políticas, foram realizados 15 estudos de caso, cinco em secretarias
estaduais de Educação e dez em secretarias municipais, distribuídas pelo país.
Esses estudos permitiram fazer um recorte vertical de algumas dessas políticas,
aprofundando, sempre que possível, as análises no que se refere à sua
implementação.
Com a colaboração dos órgãos centrais do governo federal, do Conselho
Nacional de Secretários Estaduais (CONSED) e da União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), foram coletadas informações
documentais sobre políticas docentes produzidas nos diferentes âmbitos,
tendo como foco: formação inicial e continuada de professores; carreira
docente (ingresso e progressão) e avaliação de professores; formas de
acompanhamento dos professores iniciantes pelas redes de ensino; subsídios
ao trabalho do(a) professor(a), visando à melhoria do desempenho escolar dos
alunos (aportes de material, formação continuada, apoio didático-peda-
gógico, parcerias); políticas de valorização do magistério. Parte das informa-
ções de caráter documental foi obtida por meio de várias buscas nos sítios
eletrônicos alimentados pelas secretarias e pelas instituições universitárias.
Trata-se, na maioria dos casos, de informações de domínio público que nem
sempre permitem recuperar totalmente a cronologia das ações de fato
desenvolvidas na última gestão dos respectivos governos. Não obstante, buscas
mais detalhadas em alguns desses sítios possibilitaram conhecer melhor
vários programas e ações desenvolvidos por alguns desses órgãos. A documen-
tação mais abundante acerca de programas e ações de governo é encontrada
nos órgãos da esfera federal, especialmente nos sítios do MEC e das suas
respectivas secretarias: da Educação Básica (SEB) e de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade e Inclusão (Secadi), bem como no sítio da
Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).3
21
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 22
22
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 23
2. CONTEXTO CONTEMPORÂNEO,
CULTURA, EDUCAÇÃO E POLÍTICAS
VOLTADAS AOS DOCENTES
23
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 24
24
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 25
25
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 26
26
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 27
1. Conferência de Jomtien, Tailândia, sobre Educação para Todos, 1990; Marco de Ação de Dakar. (UNESCO.
Educação para Todos: cumprindo nossos compromissos coletivos. Brasília: UNESCO, 2000).
27
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 28
28
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 29
29
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 30
30
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 31
3. POLÍTICA EDUCACIONAL
E POLÍTICAS DOCENTES
1. Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego, citados
por Gatti e Barretto (2009), do total de postos de trabalho no país em 2006, 8,6% pertenciam aos professores,
que eram, por sua vez, apenas precedidos pelos escriturários (15,2%) e pelos trabalhadores do setor de serviços
(14,9%). Entre os docentes, 82,6% provinham do setor público.
31
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 32
2. Todas as referências completas das legislações citadas nesta publicação estão incluídas na bibliografia.
32
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 33
33
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 34
34
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 35
35
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 36
36
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 37
37
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 38
para que o pleito de reconhecimento de novos atores sociais que passam a ter
voz na arena política ganhe concretude.
O direito à educação como direito humano é, ademais, qualificado como
direito à educação de qualidade para todos. A qualidade social da educação
é advogada para as políticas educativas como um conceito associado às
exigências de participação, democratização e inclusão, bem como à supe-
ração das desigualdades e das injustiças.
A atenção às diferenças ganha centralidade na pauta da educação, e as
desigualdades de origem socioeconômica passam a ser ombreadas com
outras, como as de gênero, étnico-raciais, de idade, orientação sexual, das
pessoas deficientes. As próprias desigualdades socioeconômicas e culturais
dos alunos passam também, por sua vez, a requerer políticas de currículo que
não mascarem, sob o véu da igualdade de oportunidades, a falta de condições
de acesso aos bens sociais e culturais. Daí, resultam programas voltados às
características específicas dos estudantes pertencentes a grupos de risco, dos
jovens e dos adultos que não tiveram oportunidade de estudar na idade
própria, das populações do campo, dos encarcerados.
A diversidade impregna ações do MEC e de redes estaduais e municipais
de ensino, assim como as próprias diretrizes curriculares nacionais, que as
incorporam como uma de suas matrizes, conforme Pareceres CNE/CEB
n° 20/2009, nº 7/2010 e nº 10/2010, bem como o projeto do Plano Nacional
de Educação 2011-2020, ora em discussão no Congresso Nacional.
Não sem tensões e contradições, o MEC tenta conciliar as políticas
universais, dirigidas a todos, sem requisito de seleção – como a que estende
o ensino fundamental à faixa dos 6 anos de idade, aumentando a sua duração
para nove anos, pela Lei nº 11.274/2006, e a que amplia a obrigatoriedade
escolar para a faixa dos 4 a 17 anos, determinada pela Emenda Constitu-
cional nº 49/2009 com as reparadoras, que visam a oferecer maior apoio a
grupos sociais em desvantagem. Por intermédio da Secretaria da Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, são
desenvolvidos inúmeros programas dirigidos a grupos específicos, a maioria
deles voltada à formação de docentes em serviço para atender a essas demandas.
38
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 39
O SISTEMA DE AVALIAÇÃO
Outro fator que contribui para o processo de centralização das políticas
de currículo é a introdução das avaliações de sistema.
Em 1990, foi criado pelo MEC o Sistema de Avaliação da Educação
Básica (Saeb), que afere o rendimento dos alunos, por meio de uma matriz
de referência curricular, formulada com base no ensino por competência.
A existência de referenciais nacionais para o currículo facilita esse trabalho,
e, de acordo com vários analistas, a sua proposição teria sido motivada pela
necessidade de incrementar o controle da educação nacional por parte do
governo central, mediante a criação de um sistema de avaliação que introduz
nova lógica de operar no sistema público, tal como ocorreu na maior parte
dos países desenvolvidos e em toda a América Latina (AFONSO 2000;
RAVELA, 2000).
Outras modalidades de avaliação em larga escala foram também criadas
pelo MEC no bojo da reforma educativa dos anos de 1990, com continui-
dade na década de 2000, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
e o Exame Nacional de Cursos (Enade), incluído no Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e aplicado a iniciantes e concluintes
dos cursos de licenciatura e pedagogia, como parte dos processos de creden-
ciamento de cursos e de certificação de professores. O Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC e
promotor dessas avaliações, assume importância crescente como agência de
acompanhamento e avaliação das políticas de currículo da educação básica e
superior, da formação docente e, em última instância, do próprio trabalho
do(a) professor(a).
Segundo o modelo gerencialista que passa a informar as reformas educa-
cionais no mundo globalizado, a atenção também se volta, no Brasil, para os
resultados de rendimento dos alunos obtidos pelos estabelecimentos escolares,
e acentuam-se as preocupações com a eficácia e a eficiência das escolas no
manejo das políticas de currículo. Contudo, como a busca pela qualidade do
ensino equacionada nesses termos ocorre principalmente no interior das
próprias redes públicas de ensino, responsáveis majoritárias pelas matrículas
da educação básica no país, essas políticas tendem a assumir caráter mais
compensatório do que concorrencial.4
4. Diferentemente do que ocorre em outros países, em que o embate se dá, de forma geral, entre escolas estatais,
subvencionadas e particulares. Na América Latina, considere-se particularmente o caso emblemático do Chile
(CARNOY, 1994).
39
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 40
40
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 41
41
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 42
42
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 43
43
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 44
44
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 45
45
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 46
6. O horário remunerado fora de sala de aula é uma das reivindicações dos professores que está contemplada na Lei
nº 11.738/2008, que estabelece o piso salarial nacional para os docentes da escola básica. Entretanto, posto sub
judice, o percentual referente ao tempo remunerado fora de sala de aula foi aprovado pelo Supremo Tribunal
Federal apenas em 2011.
46
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 47
7. O outro extremo, reafirmando a desigualdade que marca a realidade brasileira em qualquer ângulo sob o qual
ela seja analisada, estão 1.313 municípios que responderam por apenas 1% do PIB – e 3,4% da população. É
nessa faixa dos municípios muito pequenos e pobres que o IBGE mostra uma realidade preocupante. Nada
menos do que 32,95% dos municípios brasileiros – 1.832, em números absolutos – tinham mais de um terço
de sua economia dependente da administração pública e da previdência social – na média brasileira, esse
percentual era de 13,4% em 2008 (IBGE. Disponível em: <http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/pesquisa-do-
ibge-faz-uma-radiografia-da-riqueza-dos-municipios> ).
8. O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) colaborou com a aquisição de 110 milhões de livros para os
alunos do ensino fundamental das escolas públicas das diferentes redes de ensino, em 2009, e adquiriu 11,2
milhões para o ensino médio (BRASIL. MEC, 2011).
47
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 48
48
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 49
49
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 50
50
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 51
51
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 52
52
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 53
53
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 54
54
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 55
55
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 56
2. Instrumento legal que instituiu a rede: Edital SEIF/MEC, 01/2003. A Portaria nº 1.129/2009 constitui a Rede
Nacional de Formação de Profissionais da Educação Básica; e a Chamada Pública do Gabinete do Ministro da
Educação (BRASIL. Presidência da República, 2010) convoca as IESs públicas a apresentarem projetos para os
cursos de formação continuada, no âmbito do PARFOR.
56
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 57
PROGRAMA PRÓ-LETRAMENTO
Com a perspectiva de ampliação do ensino fundamental de oito para nove
anos mediante a incorporação das crianças de 6 anos de idade, o Programa
Pró-Letramento, instituído em 2005, dirige-se aos docentes dos anos iniciais
dessa etapa de escolarização, com o objetivo de orientar o trabalho dos
professores que atuam nesse período de ensino e de assegurar a melhoria da
qualidade de aprendizagem da leitura/escrita e matemática, acolhendo as
crianças pequenas, mediante o uso de abordagens mais adequadas à faixa etária.
O Programa faz parte também do movimento de revisão dos currículos, dos
materiais de apoio ao trabalho dos professores e das próprias metodologias
de ensino, diante da defasagem de rendimento dos alunos da educação básica,
em relação às expectativas de aprendizagem apontada nas avaliações nacionais
de larga escala.
O Pró-Letramento é um curso semipresencial de 120 horas, divididas em
84 horas presenciais e 36 a distância, com duração de oito meses em cada
uma das etapas: aprendizagem da leitura/escrita, aprendizagem da matemática.
O material, impresso e em vídeo, é de autoria coletiva de dez universidades
e composto por oito fascículos de alfabetização e linguagem e oito de mate-
mática. Ele é distribuído a professores cursistas e tutores, e estes recebem também
DVDs que complementam os cursos.
A parte presencial do curso é realizada por meio da interação dos professores
com seus tutores, os quais recebem formação específica, que ocorre em um
seminário inicial de 40 horas e em mais quatro seminários de acompanha-
mento, de 16 horas cada. Neles, reúnem-se os tutores das diferentes redes de
ensino de um estado com os formadores das universidades. Segundo Belfort
e Mandarino (s.d.), em cada fascículo do material, existe um encarte prepa-
rado especificamente para os tutores, contendo sugestões para aplicação e
respostas para as tarefas propostas. Nos seminários de formação de tutores, o
material é estudado, e são realizadas discussões sobre o planejamento e as
possibilidades de encaminhamento do trabalho do(a) tutor(a) com os profes-
sores de seu polo/município, visando a contribuir para o planejamento do trabalho
a ser realizado nos polos. Quando retornam para a sua rede de ensino, os
tutores têm a incumbência de implementar o Programa junto aos professores
do respectivo polo, além das obrigações de estudo para o próximo seminário.
57
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 58
58
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 59
59
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 60
60
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 61
61
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 62
PROGRAMA PROINFANTIL
Para contemplar as demandas específicas de formação do magistério da
educação infantil, foi implantando, em 2005, pela Secretaria de Educação a
Distância do MEC, o Programa Proinfantil. Ele é desenvolvido por meio de
curso semipresencial que visa à formação de professores de educação infantil
em nível médio, na modalidade Normal, em parceria com os municípios e
os estados, com base no Programa de Formação de Professores em Exercício
(Proformação). Dele podem participar professores leigos, que não possuem
habilitação mínima legal para o exercício do magistério e estejam atuando
nas unidades de educação infantil da rede pública ou em instituições filan-
trópicas, comunitárias ou confessionais, conveniadas ou não (instituições
privadas sem fins lucrativos). O curso tem sido ofertado pela Rede Nacional
até os dias atuais. Como, em 2009, a Sinopse do Professor da Educação Básica
do Inep registrava apenas 1,3% de professores leigos nessa etapa da educação
no país, indaga-se se a oferta regular do Programa não serviria de incentivo
às redes para continuarem contratando professores sem a habilitação devida.
62
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 63
63
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 64
64
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 65
65
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 66
66
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 67
3. Até a reestruturação do MEC implementada pelo Decreto 7480/2011, esses cursos eram realizados pela Secad,
em parceria com a Seed e sob a coordenação da Capes, tendo sido transferidos para o Sistema UAB com o
encerramento das atividades da Seed.
67
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 68
Participação
na oferta total 42,3% 51,9% 38,7% 32,5% 39,1% 43,2%
de cursos
Formação pedagógica
Número de 0 7 0 0 0 7
cursos
Participação - 100% - - - 100%
por região
Participação
na oferta total - 2,6% - - - 1%
de cursos
Número de 7 35 34 40 22 138
cursos
Especialização
Participação
na oferta total 9,9% 13% 21,9% 35,1% 25,3% 19,8%
de cursos
Número de 20 60 50 25 24 179
cursos
Aperfeiçoamento
Participação
na oferta total 28,2% 22,2% 32,3% 21,9% 27,6% 25,7%
de cursos
68
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:47 AM Page 69
por região
Participação
na oferta 100% 100% 100% 100% 100% 100%
total de
cursos
Fonte: MEC/CAPES/UAB. (Dados obtidos por meio do SisUAB em maio de 2011).
69
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 70
presencial e se, de fato, eles estão sendo objeto de oferta pública por intermé-
dio do governo federal, em proporções significativas nessa última modalidade.
A UAB oferece ainda cursos de formação inicial em tecnologia da
informação e comunicação (3,7%) e cursos profissionalizantes, e outros que
perfazem 1% no conjunto.
Tabela 4.4 – Distribuição dos cursos de formação de professores oferecidos pela
UAB por modalidade e área de conhecimento
Tecnologia da Informação e
Comunicação 11 1,6% 3,7%
Tecnologia da Informação e
Comunicação 42 6,1% 30,4%
70
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 71
Tecnologia da Informação e
Comunicação 6 0,9% 3,4%
Tecnologia da Informação e
Comunicação 12 1,7% 18,2%
71
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 72
Região Total
Tipo de instituição Centro- de cursos
Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste no Brasil
Instituições Número de
federais cursos 65 172 122 80 65 504
oferecidos
Participação
no total de
cursos por 12.9% 34.1% 24.2% 15.9% 12.9% 100.%
região
Universidade Número de
cursos 48 152 113 75 64 452
oferecidos
Participação
no total de
cursos por 10.6% 33.6% 25% 16.6% 14.2% 100%
região
Instituto Número de
cursos 14 20 7 5 1 47
oferecidos
Participação
no total de
cursos por 29.8% 42.6% 14.9% 10.6% 2.1% 100%
região
72
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 73
Região Total
Tipo de instituição Centro- de cursos
Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste no Brasil
Fundação Número de 3 0 2 0 0 5
cursos
oferecidos
Participação 60% - 40% - - 100%
no total de
cursos por
região
Instituições Número de 6 98 33 34 22 193
estaduais cursos
oferecidos
Participação 3.1% 50.8% 17.1% 17.6% 11.4% 100%
no total de
cursos por
região
Universidade Número de 4 98 33 33 22 190
cursos
oferecidos
Participação 2.1% 51.6% 17.4% 17.4% 11.6% 100%
no total de
cursos por
região
Fundação Número de 2 0 0 1 0 3
cursos
oferecidos
Participação 66.7% - - 33.3% - 100%
no total de
cursos por
região
Total Número de 71 270 155 114 87 697
cursos
oferecidos
Participação 10.2% 38.7% 22.2% 16.4% 12.5% 100%
no total de
cursos por
região
Fonte: MEC/CAPES/UAB. (Dados obtidos por meio do SisUAB em maio de 2011).
73
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 74
Região Total de
cursos por
Tipo de instituição Centro- tipo de
Norte Nordeste Sudeste Sul
Oeste instituição
Instituições Número de 65 172 122 80 65 504
Federais cursos
Participação no 91.5% 63.7% 78.7% 70.2% 74.7% 72.3%
total de cursos
Universidade Participação no 73.8% 88.4% 92.6% 93.8% 98.5% 89.7%
total de cursos
Instituto Participação no 21.5% 11.6% 5.7% 6.3% 1.5% 9.3%
total de cursos
Fundação Participação no 4.6% - 1.6% - - 1%
total de cursos
Instituições Número de 6 98 33 34 22 193
Estaduais cursos
Participação no 8.5% 36.3% 21.3% 29.8% 25.3% 27.7%
total de cursos
Universidade Participação no 66.7% 100% 100% 97.1% 100% 98.4%
total de cursos
Fundação Participação no 33.3% - - 2.9% - 1.6%
total de cursos
Total Número de 71 270 155 114 87 697
cursos
Participação no 100% 100% 100% 100% 100% 100%
total de cursos
Fonte: MEC/CAPES/UAB. (Dados obtidos por meio do SisUAB em maio de 2011).
74
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 75
75
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 76
Tabela 4.6 – Distribuição do número de polos da UAB, segundo a região e número de habitantes do município.
Sudeste Participação
em nível 20,7% 22,4% 21,5% 46,2% 40,4% 42,3% 26,5%
nacional
Participação
na região 19 17,6% 58 53,7% 16 14,8% 8 7,4% 7 6,5% 0 - 108 100%
Sul Participação
em nível 32,8% 19,7% 15% 15,4% 14,9% - 18,5%
nacional
Participação
na região 3 6,5% 30 65,2% 6 13% 2 4,3% 2 4,3% 3 6,5% 46 100%
Centro-
Oeste Participação
em nível 5,2% 10,2% 5,6% 3,8% 4,3% 11,5% 7,9%
nacional
Participação
na região 58 9,9% 294 50,3% 107 18,3% 52 8,9% 47 8% 26 4,5% 584 100%
Total Participação
em nível 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
nacional
Fontes: MEC/CAPES/UAB. (Dados obtidos por meio do SisUAB em maio de 2010); IBGE. Censo Demográfico, 2010. (Resultados preliminares do universo por município).
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 77
77
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 78
78
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 79
79
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 80
OS QUESTIONAMENTOS
A reordenação do campo da EaD por parte do poder público abriu a
possibilidade de crescimento acelerado da modalidade. De acordo com os
dados de Censo da Educação Superior4, em 2009, havia 838.125 alunos
matriculados nos diferentes cursos de graduação a distância. Quando levadas
em conta apenas as licenciaturas, os matriculados nessa modalidade
perfaziam 427.730 estudantes, e a maioria destes, 322.571 (ou seja, 75%),
estudava no setor privado, de sorte que a incisiva atuação do poder público
nos espaços de formação inicial é ainda relativamente modesta no contexto
nacional. Em termos do ritmo de crescimento, se consideradas as 38.811
matrículas nas licenciaturas em EaD em 2002, observa-se que elas mais do
que duplicaram até 2005, chegando a 78.532 alunos, com crescimento
médio de 30% ao ano, mas intensificaram ainda mais sua expansão entre
2005 e 2009, tendo aumentado, em média, em torno de 54% ao ano.
Embora não estejam disponíveis dados estatísticos precisos sobre as matrí-
culas e o seu fluxo na UAB – o que impossibilita uma análise do comporta-
80
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 81
81
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 82
82
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 83
83
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 84
84
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 85
por Freitas, em 2007, sobre o papel das IESs nas licenciaturas de EaD.
Continuaria ele limitado a uma associação em parceria com o MEC para o
desenvolvimento dos cursos em que não estão previstas as responsabilidades
das faculdades ou dos centros de educação como intrínsecas aos projetos
pedagógicos de formação? Se for assim, as universidades perdem a autono-
mia didático-científica na definição do caráter e da concepção do projeto
educativo, porque não têm participação nas propostas conceituais e metodo-
lógicas dos programas. Objetivos e conteúdos dos cursos são definidos fora
das IESs e têm como referência os conteúdos da educação básica, centrados
quase que tão somente nos conhecimentos escolares, na avaliação e na gestão
do trabalho da escola. Resta às IESs propor a estrutura operacional e curri-
cular dos cursos, envolvendo a formação de tutores e a elaboração de material
didático.
A falta de discussão substantiva do projeto pedagógico e a precarização do
trabalho docente nesses cursos podem levar à reiteração do caráter regressivo
das políticas públicas também no âmbito da expansão das oportunidades
educacionais da educação superior pública, à medida que o modelo favorece
o atendimento mais aligeirado e empobrecido de formação, justamente ao
contingente de professores já submetido a condições educacionais desfavorá-
veis nas etapas anteriores de sua trajetória escolar. Deixa, assim, de oferecer-
-lhes devidamente os recursos de que necessitam para se profissionalizar com
autonomia e para levar adiante o difícil projeto de melhoria da qualidade da
educação para todos e de transformação cultural e social.
Essas análises, embora reconheçam o potencial inovador da formação em
serviço nos moldes propostos, impõem um alerta em relação à sua capacidade
de produzir as mudanças esperadas no desempenho profissional e nas práticas
docentes em razão das fragilidades diagnosticadas.
85
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 86
5. Entre as recomendações da Conae, destaque-se a de que a formação inicial deverá ocorrer preferencialmente por
intermédio de cursos presenciais, inclusive para os professores leigos, admitida a formação por meio da EaD
apenas excepcionalmente, onde não existam esses cursos.
86
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 87
Anexo
TABELA 4.4a – Distribuição dos cursos de formação de professores oferecidos pela
UAB por modalidade e área de conhecimento.
87
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 88
88
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 89
5. AS POLÍTICAS DE FORMAÇÃO
INICIAL DE PROFESSORES
89
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 90
1. Aqui podem também ser incluídos todos os documentos relativos às diretrizes curriculares das licenciaturas nas
áreas disciplinares como matemática, física, química etc. do Conselho Nacional de Educação (CNE).
90
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 91
91
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 92
92
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 93
93
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 94
94
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 95
95
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 96
96
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 97
97
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 98
98
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 99
99
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 100
100
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 101
101
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 102
102
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 103
103
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 104
Tabela 5.1 – Evolução do nº de matrículas – licenciatura e “bacharelado + licenciatura”, por modalidade e categoria administrativa
Brasil - 2009
2001 Licenciatura 648.666 295.939 352.727 643.307 290.580 352.727 5.359 5.359 0
2007 Licenciatura 1.062.073 407.784 654.289 846.345 359.895 486.450 215.728 47.889 167.839
2009 Licenciatura 1.191.763 458.768 732.995 771.669 361.245 410.424 420.094 97.523 322.571
105
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 106
106
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 107
107
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 108
108
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 109
Fonte: BRASIL. MEC. INEP, 2010b. Microdados do Censo da Educação Superior de 2009.
109
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 110
Fonte: BRASIL. MEC. INEP, 2010b. Microdados do Censo da Educação Superior de 2009.
110
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 111
111
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 112
112
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 113
113
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 114
114
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 115
115
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 116
116
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 117
117
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 118
118
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 119
119
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 120
Fonte: BRASIL. MEC. SISPROUNI. Disponível em: <http:/ /prou niportal. mec.gov.b r/index.php?option=com_
content&view=article&id=144&Itemid=150>. Acesso em: 8 de setembro de 2010.
120
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 121
121
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 122
122
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 123
123
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 124
124
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 125
125
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 126
126
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 127
127
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 128
128
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 129
129
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 130
2. Dados publicados no Diário Oficial da União, Seção 3, respectivamente, em 28 dez 2009, p. 21; em 04 jun. 2010,
p. 36; em 07 abr. 2011, p. 25.
130
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 131
131
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 132
132
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 133
133
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 134
ALGUMAS SINALIZAÇÕES
Em que pesem as múltiplas iniciativas para ampliar a matrícula e a
permanência de estudantes nos cursos de licenciatura, pelos dados e pelas
análises expostos, podemos dizer que há uma crise na formação inicial de
professores para a educação básica tal como oferecida pelas IESs. Crises
costumam dar origem a mudanças. Tem-se falado muito em crise das licen-
ciaturas. Pesquisas vêm, há décadas, mostrando problemas diversos que são
134
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 135
135
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 136
136
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 137
6. PERSPECTIVAS DE CARREIRA
E PROFISSIONALISMO DOCENTE
137
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 138
Um país com tal propósito não o realizará, a não ser com processo educa-
cional-cultural desenvolvido concretamente com equidade e boa qualidade.
Aqui, tocamos no papel fundamental dos docentes da educação básica. É na
escola que se consolidam as formações necessárias à vida social por meio do
trabalho cotidiano dos educadores.
Considerando a importância inerente ao trabalho educativo das novas
gerações e as características requeridas aos profissionais do ensino – seu
conhecimento das áreas de conteúdo escolar, aliado aos de pedagogia e aos
de didática, do desenvolvimento sociocognitivo de crianças e jovens, da
formação de valores, entre outras –, é que se vem colocando, com veemência,
a necessidade de que a esse(a) profissional seja atribuído um valor diferen-
ciado, constituindo-se uma verdadeira profissionalização para o professorado,
para além de um ofício, com perspectivas atuais e futuras de reconhe-
cimento, de remuneração digna, de sustentação de sua própria sobrevivência
e de sua família, de condições dignas de trabalho. É necessário criar condi-
ções para que esse(a) profissional se sinta suficientemente reconhecido(a)
socialmente nesse esforço de formação das novas gerações na perspectiva
138
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 139
139
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 140
140
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 141
1. Ver Folha de S. Paulo ; Diário do Nordeste ; Gazeta do Povo ; Jornal de Santa Catarina ; Correio Braziliense ; O Popular,
edições de 12 mai. 2011; Valor Econômico, edição de 25 mai. 2011; Jornal do Dia ; O Estado de S. Paulo, edições
de 26 mai. 2011.
141
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 142
2. Edições de diversos Jornais de 11 mai. 2011, tendo como fonte a Agência Brasil, noticiaram bem essa insatisfação
(AGÊNCIA BRASIL, 2011).
3. Reestruturação publicada no Diário Oficial da União, em 17 mai. 2011.
142
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 143
143
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 144
4. Uma boa discussão sobre essa questão encontra-se em (BARBOSA, 2011, p. 76 e sgs.).
144
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 145
145
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 146
146
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 147
5. A amostra desse survey compõe-se de 8.895 professores de escolas urbanas de educação básica, municipais,
estaduais ou conveniadas, pesquisados em sete estados (não aleatorizados), a saber: Espírito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
147
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 148
Vieira (2010), verifica-se que a situação dos salários dos professores é real-
mente problemática, no sentido de não serem salários condizentes com o
exigido quanto a sua formação, condições de trabalho e cobranças que lhes
são feitas por meio dos programas de avaliação externa e dos respectivos
indicadores, sem que lhes sejam oferecidos apoios pedagógicos diretos para
sua atuação. Com base no salário mínimo (à época do estudo no valor de
R$ 510,00), as autoras verificaram que 65% dos entrevistados possuíam
remuneração de até três salários mínimos, 27% recebiam entre dois e três
salários mínimos, e 30%, entre um e dois. Quanto à satisfação que expressa-
ram em relação ao salário que recebiam, em uma categorização de seis pontos
(sendo muito insatisfeito igual a 1, a muito bem remunerado equivalente a
6), a média geral de satisfação ficou em 2,2 pontos, sendo que a maior média
estadual de satisfação expressa pelos professores atingiu apenas 2,5
pontos. O estudo confirma, pois, a grande insatisfação do professorado
com seus rendimentos salariais, insatisfação que tem base bem concreta, não
apenas pelos dados deste estudo, mas pelo que se pode observar nos diferentes
estudos realizados sobre a remuneração dos docentes da educação básica
(OLIVEIRA; VIEIRA, 2010, p. 25 -27).
148
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 149
149
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 150
150
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 151
151
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 152
“que o resultado da avaliação possa ser analisado pelo avaliado e pelos avalia-
dores, com vistas à superação das dificuldades detectadas para o desempenho
profissional ou do sistema”, o que deve ser realizado segundo princípios,
como a participação democrática dos próprios profissionais na organização
do processo de avaliação e que a avaliação abranja todas as áreas de atuação
da rede escolar (BRASIL. MEC. CNE, artigo 4º, inciso XVI). O processo
avaliativo deve ser especificado, também, para o estágio probatório dos
profissionais, com participação dos mesmos.
O nº 21 do “Cadernos de Educação” da Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação (CNTE) (2009b) dedica-se à exposição e à
discussão das diretrizes para a carreira e a remuneração dos educadores.
Apontam-se os avanços trazidos em vários artigos da Resolução CNE/CEB
nº 02/2009 ante as disposições anteriores, bem como a incorporação de
aspectos que eram objeto de luta dos movimentos dos trabalhadores da
educação, no sentido de garantir remuneração condigna, transparência na
ocupação de cargos, nos processos avaliativos quanto à progressão na carreira,
na ênfase participativa dos profissionais nesses processos, na garantia do
direito à formação permanente com licenças previstas, entre outros aspectos.
Coloca-se a importância da nova postura imanente ao texto, ancorada em
uma concepção do papel do Estado como regulador e organizador das políticas
públicas educacionais, em uma perspectiva sistêmica da educação, visando,
com suas disposições normativas, à garantia do direito da população brasi-
leira à educação pública de qualidade, como expresso no Parecer CNE/CB
nº 09/2009, homologado pelo MEC. Essa publicação reúne os textos dos
palestrantes no debate promovido pela CNTE, em julho de 2009, sobre as
diretrizes para a carreira docente.
Nesse Caderno, Cunha (2009) descreve um pouco da história da luta pela
valorização do magistério, percorrendo fatos que marcaram essa movimen-
tação desde os anos de 1960 até o presente, percorrendo várias gestões minis-
teriais da educação e pontuando aspectos do impacto possível da Resolução
CNE/CBE nº 02/2009. Entre os pontos que levanta, comenta, como de
grande alcance, a postulação sobre a avaliação de desempenho que é colocada
como devendo levar em conta o sentido da educação não a reduzindo “a
concepções instrumentais da economia de mercado, mas perseguindo sempre
o indispensável equilíbrio entre as dimensões da realização humana e as
demandas sociais” (BRASIL. MEC. CNE, 2009c). Pondera que a educação
“vista como um dos projetos humanos mais importantes, não pode deixar-se
aprisionar por ‘modelos contábeis’” (BRASIL. MEC. CNE, 2009c). E, nesse
152
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 153
sentido, relembra Juan Casassus, que diz que “não será possível atingir a
meta de uma sociedade inclusiva, participativa e democrática em um sistema
educacional ancorado na instrução e na medição, preocupado em homo-
geneizar a compreensão da realidade” (CASASSUS apud CUNHA, 2009,
p. 158). Embora o texto da Resolução comentada não explicite totalmente
essa perspectiva, até pela natureza do mesmo, ela é colocada em pauta, sem
dúvida. No entanto, é preciso ressalvar que a mesma não deixa de lado as
propostas de avaliação quantitativas e que o MEC desenvolve, como política,
amplas avaliações desse tipo, as quais ancoram muitas de suas proposições
programáticas.
Dourado, outro dos articulistas, de modo muito preciso, coloca que não
podemos esquecer que “no âmbito da política, há, por vezes, o descompasso
entre a concepção mais abrangente e a proposição mais restrita – e sua
materialização acaba por ser ainda mais estreita” (DOURADO, 2009).
Levanta a questão da não regulamentação do regime de colaboração entre os
entes federados do Brasil, que é “questão basilar, e nossa República requer
sua regulamentação, prevista na Constituição Federal de 1988, para que se
estabeleça, efetivamente, o papel da União, dos estados e dos municípios”
(BRASIL, 1988, p. 134). Na ausência dessa regulamentação, corre-se sempre
o risco de decisões ou orientações no âmbito da União não terem penetração
nas demais instâncias federadas ou terem apenas uma penetração parcial.
O autor dá exemplo na realidade educacional. Idealizações amplas e concre-
tizações não têm caminhado par a par. Lembremos, aqui também, que leis,
normas, resoluções terão seu percurso em função de interpretações diversas,
de concepções burocráticas vigentes e que permeiam as realidades dos
sistemas educacionais, de questões das relações políticas gerais no país, bem
como regionais e locais, de vicissitudes concretas, enfim, um percurso nas
condições históricas, culturais e materiais da sociedade. A regulamentação da
articulação dos poderes, com sabedoria, poderia contornar, em grande parte,
essas dificuldades.
Depois de suas análises, Dourado afirma que “as Diretrizes Nacionais para
os Planos de Carreira dos Profissionais da Educação avançam, mas de forma
datada e localizada”. “Há que avançar um pouco mais.” Continua, lembrando
que não se pode apenas contemplar a luta pela reelaboração e pela
implementação dos Planos por cada ente federado, mas avançar quanto à
regulamentação do regime de colaboração, da construção do novo plano
direcionado a todos os trabalhadores em educação (professores e fun-
cionários) e sua discussão da materialização das conquistas para todos os
153
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 154
154
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 155
Número
Região
Estados Municípios
Norte 7 5
Nordeste 7 7
Centro-Oeste 3 6
Sudeste 4 23
Sul 3 7
Total 24 48
155
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 156
situação profissional salarial sobre a qual muito ainda será objeto de discussões
e negociações, e muito terá que ser feito quanto ao financiamento público da
educação escolar. A questão da forma de gestão dos administradores públicos
dos orçamentos e das dotações para a área educacional também é aspecto que
está entrando nesse cenário, com questionamentos sobre o modo de gerência
do dinheiro público e dos dispêndios realizados em determinadas alíneas
orçamentárias.
7.1 INGRESSO NA CARREIRA, CONTRATOS DE TRABALHO E PRECARIEDADES
O ingresso na carreira docente nas redes públicas, por lei, deve ser feito
por meio de concurso público. Estados e municípios têm realizado com certa
regularidade esses concursos compostos de provas e títulos; as provas, de
modo geral, referindo-se a conteúdos específicos da área de atuação do(a)
professor(a) e conteúdos pedagógicos gerais; os títulos referindo-se ao nível
de formação do(a) docente (ensino médio, licenciaturas curta ou plena,
complementação de graduação, aperfeiçoamento, especialização, mestrado
ou doutorado); considera-se, também, eventual tempo de exercício docente
anterior. Esta é a proposição encontrada nos editais e nos documentos relativos
a concursos, sejam municipais ou estaduais. No entanto, sobre as provas dos
concursos para professores, como política adotada amplamente, há pondera-
ções a fazer quanto à sua qualidade e à sua validade para selecionar profis-
sionais para as redes. Provas, objetivas ou não, devem corresponder a deter-
minados critérios em sua elaboração, de tal forma que ofereçam, minima-
mente, suporte qualificado relativo à entrada no serviço público de profissio-
nais com perfil desejável. Provas objetivas requerem grade de referência clara,
ancorada no perfil previamente definido, com itens de dificuldade bem
dosada, entre mais fáceis, difíceis e de dificuldade média, ancoradas em pré-
testes e análise de especialistas; ainda, a redação dos itens necessita ser cuidada
para evitar focos ambíguos, elipses etc. Estudo de Gatti e Nunes (2009) sobre
provas de concursos para professores mostra que, em poucos casos, os cuidados
necessários à elaboração de uma boa prova são observados. Foram analisadas
provas de 35 concursos para professores das séries iniciais, 35 para professores
de língua portuguesa, 36 para professores de matemática e 32 para professores
de ciências, todos para o ensino fundamental, distribuídos por todas as
regiões do país, concursos estaduais e municipais, realizados entre 2002 e
2008 (GATTI; BARRETO, 2009, p.43 e segs., p. 69 e segs., p. 111 e segs., p.
139 e segs, p. 152 e segs.). Concluíram que as provas têm majoritariamente
questões relativas a legislação e normas, com parte pequena sobre questões
156
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 157
157
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 158
6. Há vários motivos para isso, como baixa aprovação dos candidatos nos concursos, saída de professores da rede
de ensino no período letivo, aposentadorias, chamada de docentes concursados para outras funções etc.
158
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 159
159
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 160
7. Informado no Portal de Notícias da Globo (G1). REDE GLOBO. Portal de noticias. Disponível em:
<http://g1.globo.com/>. Acesso em: 20 jun. 2011.
160
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 161
Região Norte
Os dados sobre remuneração (salário mais regência) de seis secretarias
estaduais na região Norte, nos meses iniciais de 2011, informam que a média
de remuneração nesses estados, por 40 horas semanais de trabalho, aí com-
putadas horas-aula e horas-atividade, fica em torno de R$ 1.751,00 e, para
20 horas semanais, em torno de R$ 956,00. Há diferenças sensíveis entre os
estados, girando essa diferença, em média, em torno de R$ 524,00, sendo a
maior diferença encontrada8 no valor de R$ 950,00. Portanto, a variação
regional dessa remuneração é grande.
Quanto aos planos de carreira, em todos esses estados se observa a combi-
nação de progressão horizontal com progressão vertical, em que se considera,
grosso modo, na progressão horizontal, sobretudo tempo de serviço e, na
vertical, títulos, cursos de aperfeiçoamento e outros. Consta, em um dos
estados, a consideração do desempenho do(a) professor(a) pela avaliação de
setores administrativos e pelo desempenho dos alunos. Em dois dos estados
dessa região, encontramos o que se pode classificar como plano de carreira
mais complexo, com a combinação de fatores pela diferenciação de jornada
de trabalho, tempo de serviço, grau de formação (ensino médio ou superior),
outras titulações (outra habilitação, aperfeiçoamento, especialização, mestrado,
doutorado), assiduidade, desempenho, com ponderações pré-definidas,
gerando matrizes de referência de remuneração. Para a progressão na carreira,
há tempo de permanência fixado diferentemente para cada nível atingido,
ficando esse tempo, em média, em torno de três anos.
Nota-se, em documentos de três das secretarias estaduais, declarações de
empenho para valorização e apoio ao trabalho do(a) professor(a), não só pelo
plano de carreira, mas com outros apoios e iniciativas, como cursos ofere-
cidos, materiais didáticos, eventos, presença da Secretaria junto à rede (reuniões,
fóruns etc.).
161
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 162
Região Centro-Oeste
Dois estados dessa região avançaram, ao reformular suas propostas de
carreira docente, de modo semelhante ao que ocorreu na região Norte. Um
deles já possuía carreira mais elaborada, considerando vários fatores de
progressão além do tempo de serviço. Quanto a informações de salários,
pôde-se verificar também grande variação entre eles, sendo que o Distrito
Federal oferece salários bem maiores do que os demais. Nas remunerações,
encontrou-se, como maior média intraestado, para 40 horas semanais, o
valor de R$ 3.227,00 e, como menor média, R$ 1.135,00. O valor mediano,
para esse número de horas, é de R$ 1.959,00, e a média de remuneração para
20 horas semanais é de R$ 1.206,00. Excluído o Distrito Federal, a média de
remuneração dos docentes na região, segundo os documentos acessados, fica
em torno de R$ 1.547,00 (considerando 40 horas semanais).
Região Nordeste
Na região Nordeste, verificou-se, por comparações entre os documentos
disponibilizados, que há, em alguns dos estados, mobilização das administra-
ções públicas na direção da valorização do magistério nos últimos cinco
anos, o que se traduz em carreiras que consideram vários níveis de progressão
horizontal e vertical, levando em conta fatores diversificados. As discussões
das questões relativas à carreira e à valorização do magistério, por exemplo,
realizadas no Estado do Ceará, em 2010, testemunham a vontade política
de levar a questão junto à rede, considerando, para além de parâmetros concei-
tuais, os problemas organizacionais e os desafios gerenciais e financeiros da
implantação dessas carreiras, como também as suas bases e os limites legais.
Trataremos de três exemplos de plano de carreira na região: do Estado da
Paraíba (Lei nº 7.419/2003, alterada por dispositivos da Lei nº 7.419/2007);
do Estado da Bahia (Lei nº 10.963/2008); e do Estado do Ceará (Lei n°
12.066/1993, alterada por lei em 1995, em 2008 e em 2009).
O Plano de Cargos, Carreira e Remuneração para o Magistério do Estado
da Paraíba abrange docentes da educação básica, diretores, supervisores e
outros técnicos. Para os professores, são previstas três condições de vínculo:
de educação básica 1, 2 ou 3. O grupo 1 é relativo aos docentes com formação
em magistério em nível médio; o grupo 2, aos com licenciatura plena para a
docência nos anos iniciais da educação básica; e o grupo 3 compõe-se de
licenciados plenos em habilitação específica para as séries finais do ensino
fundamental e ensino médio. Observa-se aqui que há um “valor” maior das
licenciaturas dos chamados professores especialistas em áreas disciplinares
162
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 163
(que compõe o chamado grupo 3). Para cada um desses grupos, estão pro-
postas cinco classes de progressão, em função de cursos que venham a realizar
(graduações, especializações, mestrados e doutorados). Cada classe se desdobra
em sete referências horizontais (I a VII). Essa progressão horizontal ocorre
em interstícios de cinco anos de efetivo exercício e deveria levar em conta os
seguintes fatores: avaliação de desempenho, qualificação em cursos oferecidos
pela Secretaria de Educação ou pelas instituições credenciadas, avaliação
periódica de aferição de conhecimentos na área específica do(a) professor(a)
e conhecimentos pedagógicos. A progressão vertical deve respeitar estágio
probatório. A jornada básica definida é de 25 horas semanais. Geraram-se,
com isso, três matrizes, uma de vencimentos básicos, outra de gratificação e
estímulo à docência e uma terceira relativa à gratificação especial de atividades
pedagógicas, cada qual com 35 posições salariais ou de gratificação. Em
termos de componentes, essas matrizes avançam em relação ao modelo vigente
anteriormente, todavia há um vácuo no que se refere à avaliação periódica de
conhecimentos, que não está claramente definida.
Também a carreira docente no Estado da Bahia leva em conta o nível de
titulação, a carga horária atribuída e o tempo de serviço, definindo níveis em
que o(a) professor(a) pode ser enquadrado(a). O avanço vertical feito pelas
titulações é automático, após a sua comprovação. Além disso, a progressão
horizontal pode ser obtida por meio do resultado alcançado pelo docente na
Avaliação de Desempenho Docente, prova que o estado oferece, que é de
realização voluntária e permite aumentos de até 15% sobre o salário atual
do(a) professor(a) no nível vertical em que se encontra. Essa avaliação indivi-
dual compõe-se com a Avaliação Institucional, que considera o indicador de
rendimento do Censo Escolar do ano tomado como referência. São classifi-
cados os participantes que obtenham indicador de desempenho composto
igual a, pelo menos, 60 pontos. Na Avaliação de Desempenho Docente da
Carreira de Magistério da Secretaria de Educação do Estado da Bahia que
recentemente foi proposta, havia 16.595 inscritos para concorrer às 3.000
vagas aproximadamente existentes para progressão, distribuídas proporcional-
mente ao número de inscritos nas 16 disciplinas curriculares. Esse processo
integra a política mais geral de valorização de pessoal do governo do estado.9
A carreira docente, na Secretaria de Educação do Estado do Ceará, baseia-
se no Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), detalhado na Lei
n° 12.066/1993, que “aprova a estrutura do Grupo Ocupacional Magistério
163
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 164
Região Sudeste
Nos estados da região Sudeste, a remuneração dos professores da educação
básica, nos inícios de 2011, mostra-se com menor variação nas médias do
que nas outras regiões, considerados os salários mais os acréscimos de carreira.
As médias de remuneração entre os quatro estados ficam entre R$ 1.791,30
e R$ 1.657,00. Apesar disso, não deixa de haver alguns valores baixos, como
o salário de R$ 913,00 para docentes que possuem formação apenas de
ensino médio (curso Normal), e alguns poucos valores mais altos, em final
de carreira, com várias vantagens incorporadas chegando, a R$ 4.876,00.
Os planos de carreira também se mostram reelaborados. No Estado do
Espírito Santo, consideram-se três condições na função de professor(a): A, B
164
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 165
165
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 166
166
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 167
Região Sul
Nos estados da região Sul, os planos de carreira envolvem também variados
fatores, cada estado com planos atuais comportando matrizes salariais com
componentes diversos uns dos outros. Um levantamento aproximado entre
remunerações menores e maiores, nos três estados, mostra que, em média, a
remuneração do(a) professor(a) de educação básica nas redes estaduais, na
região, fica em torno de R$ 1.316,00, para 20 horas de trabalho semanal.
Projetadas as remunerações para 40 horas semanais, conforme índices
médios de progressão, teríamos uma média em torno de R$ 2.582,00.
A legislação sobre a carreira do magistério público, nos estados da região,
veio sendo alterada sucessivamente por novas leis ou legislações comple-
mentares sucessivas. Nota-se que, em especial a cada novo governo eleito, são
feitas alterações que vêm tornando a legislação uma espécie de colcha de
retalhos. Nem sempre são revogados atos, decretos ou leis anteriores, o que
deixa em vigência, ao lado de novas propostas, aspectos até contraditórios ou
que permitem acumulação de vantagens que continuam válidas e que são
anteriores ao proposto na legislação mais atual. Mesmo considerando isso,
pode-se dizer que, na região, quanto aos estados, nos últimos cinco anos, as
propostas de planos de carreira incorporaram aspectos antes não considerados,
como a avaliação de desempenho docente, a avaliação especial de desem-
penho para estágio probatório dos concursados e a incorporação de maior
número de níveis e classes em planos matriciais de progressão. Isso sinaliza
um movimento, também constatado em outras regiões, na direção de um
planejamento de características mais contemporâneas no que concerne à
carreira docente. Isso não quer dizer que ela possa, somente com isso, tornar-
se mais atrativa para os jovens em geral. Pesam aqui representações sobre o
167
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 168
168
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 169
169
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 170
170
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 171
171
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 172
geral, as leis que propõem seu caput como estatuto do magistério apresentam
fundamentos do estatuto e colocam as funções deste em vinculação com a
qualificação da educação no município e a melhoria da qualidade dos serviços
prestados pela SEE à comunidade.
Nas propostas de carreira examinadas, as jornadas de trabalho têm
dimensões variadas. Muitas municipalidades especificam, como jornada
básica, 20 ou 40 horas semanais, outras incluem jornada de 30 horas, e
outras detalham jornadas de 20, 24, 30, 40 ou 48 horas semanais. A maior
parte dos planos prevê horas-atividade incorporadas à jornada proporcional
à mesma. Essa proporção gira em torno de 20% da jornada proposta, aquém
do proposto pela lei do piso salarial nacional dos professores. Porém, na
maioria dos planos, não se especifica se essas horas-atividade devem ser cum-
pridas na escola ou não e quais atividades podem ser consideradas. Em um dos
planos, assinala-se que essas horas poderão ser “temporariamente” cumpridas
em programas de formação continuada promovidos pela SEE. Um dos
planos especifica que as atividades de estudo devem ser realizadas na escola.
Qualquer que seja a época em que tenha sido promulgada a primeira lei
sobre carreira, as normatizações sobre a mesma, nesses municípios, vieram
sendo atualizadas constantemente, a maioria até 2009. Isso não quer dizer
que tenhamos encontrado inovações relevantes em todas. Os padrões básicos
já encontrados em estudos anteriores (CONSED, 2004; GATTI; BARRETTO,
2009) se mantêm: ingresso por concurso de títulos e provas, sendo a prova
eliminatória, previsão de progressão por tempo de serviço e por nível de
habilitação. Na maioria, não há ainda incorporação efetiva de fatores mais
diversificados nem de ponderações para novos fatores.
A questão de avaliação do desempenho dos docentes, que entrou na pauta
de vários estados, aparece apenas em pouquíssimos dos planos municipais
examinados por esta pesquisa e sem detalhes específicos. Verifica-se que a
maioria dos municípios não tem essa preocupação. É necessário sinalizar, no
entanto, que, em boa parte dos municípios analisados (38%), o critério de
progressão na carreira é apenas por antiguidade.
Os planos de carreira e remuneração do magistério dos municípios
dirigem-se mais para qualificar o quadro do magistério no grupo dos servi-
dores públicos, definir níveis ou classes de progressão formais e adequar-se a
leis federais na sua sequência. A maioria mostra-se como instrumento de
natureza mais burocrática, não se fundamentando em perspectivas educacio-
nais, por exemplo, de vinculação da carreira docente com a qualidade educa-
cional pretendida ou a valorização do(a) professor(a) visando a essa qualidade.
172
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 173
173
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 174
174
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 175
175
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 177
177
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 178
Nordeste Sobral/CE
Ceará
Caruaru/PE
178
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 179
179
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 180
180
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 181
181
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 182
O exame do Quadro 7.3 revela que a maioria dos professores nos estados
completou a educação superior e grande parte tem licenciatura, o que indica
formação na direção preconizada pela Lei nº 9.394/1996 (LDB). O Estado
do Amazonas é o que tem maior número de docentes sem licenciatura, mas
com graduação, o que se deve pela recente expansão de seu sistema de ensino
e a disponibilização de cursos de licenciatura no estado. Conforme Teles
(2010), estes parecem concentrar-se em disciplinas como matemática, biologia,
física e química, para as quais se precisa recorrer a diferentes profissionais
para preencher as vagas de docentes.
Chama a atenção, no Estado de Santa Catarina, a presença de 49 profes-
sores que, mesmo sem ter completado o ensino médio, atuam na rede – 37
no ensino fundamental, 10 no ensino médio e 2 na Educação para Jovens e
Adultos (EJA), conforme se apurou no detalhamento dos dados.
182
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 183
183
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 184
O Quadro 7.5 mostra que a grande maioria dos professores dos muni-
cípios investigados completou a educação superior, com licenciatura, o que
revela uma evolução na qualificação inicial do professorado, de modo geral.
Apenas nos municípios de Sobral (68%), Caruaru (67%) e Santarém (54%),
o percentual de docentes com formação superior fica abaixo de 80%. Esses
municípios ainda precisam concentrar esforços e delinear políticas para
incrementar a formação acadêmica de seus docentes.
O Município de Manaus tem percentual de 80% do professorado com
formação superior e, conforme constatado, isso pode ser atribuído à política
de formação inicial da Secretaria de Educação, que, nos últimos anos, desen-
volveu, no âmbito do seu projeto Proformar, a qualificação dos docentes em
parceria com a Universidade Estadual do Amazonas, conforme já descrito no
capítulo cinco deste estudo.
A seguir serão expostas análises dos dados levantados nos três eixos
definidos para essa etapa do estudo: apoio ao trabalho docente, processos de
formação continuada e políticas de apoio aos professores iniciantes.
184
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 185
185
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 186
obrigatória. A LDB (BRASIL, 1996, artigo 11, inciso V) não deixa dúvidas
quanto ao papel e à responsabilidade dos municípios, a quem cabe a organi-
zação e a gestão dos anos iniciais de escolarização – “oferecer educação infantil
em creches e pré-escolas, e, com prioridade o ensino fundamental”. Sabe-se
que a instituição do mecanismo fiscal assegurado pelo Fundo de Manu-
tenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (Fundef ), no início dos anos de 1990, e seu aperfeiçoamento e
ampliação pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), em 2007,
não só reafirmaram a importância do poder local em relação à educação,
como tornaram claro o papel e o compromisso dos municípios em relação
aos serviços e aos projetos a serem oferecidos à população.
Dessa forma, entende-se que as escolas da rede municipal de ensino podem
experimentar uma dinâmica diferenciada de inserção de programas, projetos
e atividades pedagógicas que considerem a complexidade do trabalho docente
de modo mais próximo e, consequentemente, do processo de ensino e
aprendizagem, cada vez mais acometido por demandas sociais.
As secretarias municipais investigadas buscam possibilitar os seguintes
apoios de natureza didático-pedagógica aos seus docentes:
• formação continuada com ênfase na implementação de uma proposta
curricular, especialmente nas áreas da língua portuguesa e da matemática;
carga horária destinada ao trabalho pedagógico coletivo;
• formação específica para professores iniciantes (Campo Grande, Sobral,
Jundiaí);
• professor(a) auxiliar – estagiário(a) de pedagogia (com remuneração)
para as turmas do primeiro ano do ensino fundamental (Jundiaí);
• professores para desenvolvimento de habilidades dos alunos, como coope-
ração, integração, diversidade, complementares aos conteúdos disciplinares
nas escolas de tempo integral (Florianópolis);
• professores de apoio para classes de educação infantil, inclusão e recupe-
ração;
• assinatura de jornais e revistas disponibilizadas aos docentes (Pelotas,
Jundiaí, Florianópolis, Taubaté);
• programas de referência para a implementação de propostas curriculares,
fruto de parcerias com universidades, fundações, institutos, organizações
não governamentais (ONGs), governo federal;
• projetos diversos sobre educação ambiental (Santarém e Jundiaí) e inte-
gração família-escola (Jundiaí);
186
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 187
187
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 188
188
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 189
189
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 190
190
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 191
191
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 192
favorecedores ao trabalho que realizam, tendo em vista que não foram men-
cionadas dificuldades de ordem material para a realização de seus projetos.
Essa situação parece ter melhorado bastante, em virtude dos investimentos
provenientes do Fundeb. Esse fundo tem possibilitado aquisições de novas
ferramentas de trabalho e de melhoria dos espaços escolares que contribuem
para a prática pedagógica dos professores e dos demais profissionais da escola.
Trata-se de uma política que não pode ser descontinuada. Ainda que esta
pesquisa utilize dados oriundos dos representantes oficiais dos sistemas
educacionais, sem ouvir diretamente os docentes, é possível reafirmar as
melhorias experimentadas pelos estabelecimentos de ensino, em função dos
financiamentos decorrentes do Fundeb. Nesses termos, as políticas públicas
em educação não podem desmerecer esse quesito, dando, portanto, conti-
nuidade e melhorando, cada vez mais, as condições para o trabalho do(a)
professor(a).
Outro fator que merece destaque diante do aumento de financiamentos
para as escolas públicas brasileiras diz respeito aos efeitos que tais investi-
mentos podem ter na formação cultural dos alunos e dos professores. Tendo
em vista o perfil social dos estudantes e dos professores das escolas públicas
brasileiras, é fundamental afirmar que essas iniciativas são contributivas para
o enriquecimento do background cultural de todos.
Outro aspecto muito relacionado com as diversas formas de apoio aos
docentes é o das parcerias, mencionadas por todos os entrevistados. As
parcerias caracterizam-se pelas relações efetivadas entre o sistema de ensino e
as outras instituições voltadas para o desenvolvimento dos profissionais da
educação e para as práticas pedagógicas das escolas. As parcerias citadas foram
as que se estabelecem entre secretarias e o governo federal, as universidades,
as fundações, os institutos e as ONGs.
A parceria mais frequentemente citada pelas redes estaduais e municipais
é a que se vale dos programas do MEC, entre os quais se destacam o Pró-
Letramento e o Gestar II. Em seguida, foram apontadas as parcerias com as
universidades, em geral como forma de subsídio à implantação das propostas
curriculares. Entre as demais instituições parceiras, foram mencionadas as
seguintes: Instituto Itaú Cultural, Fundação Roberto Marinho, Serviço Social
do Comércio (SESC), Fundação Nacional do Índio (FUNAI); Fundação
Nacional de Saúde (FUNASA), Instituto Qualidade da Educação, Instituto
Alfa e Beto, Fundação Vanzolini, Instituto Lemman, Fundação Bradesco,
Secretaria de Segurança das respectivas administrações (abordagem sobre
drogas), Ministério da Saúde (abordagem sobre sexualidade), Corpo de
192
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 193
193
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 194
tornar-se mais restrita. No tocante aos materiais projetados por essas insti-
tuições, observa-se que a prática pedagógica tende a ser uniformizada, as
diferenças nos percursos de aprendizagem podem ser desconsideradas e
os professores podem assumir o papel de executores de projetos de ensino
elaborados por outros. Nesse sentido, delineia-se um possível contexto de
neotecnicismo pedagógico, onde o(a) professor(a) se vê alijado(a) de pensar,
propor e praticar educação, afastando-se, cada vez mais, do potencial criativo
que envolve a função docente. Como revela a pesquisa desenvolvida por
Adrião et al (2009),
[...] a tentativa de padronização dos projetos pedagógicos e do trabalho
realizado nas escolas é a principal justificativa dos dirigentes municipais
de Educação para a realização de parcerias com sistemas de ensino privados.
Buscam instaurar nas redes municipais uniformidade nos processos
pedagógicos, alegando evitar “desigualdades” entre as escolas. Se tal moti-
vação revela uma preocupação com a possibilidade de que ações diferen-
ciadas gerem qualidade também diferenciada, por outro lado, incide
sobre a autonomia de escolas e docentes frente à organização do trabalho
pedagógico ao retirar-lhes, como assegura a LDB, a possibilidade de
organizarem suas práticas a partir de necessidades locais ou iniciativas
próprias (ADRIÃO et. al, 2009, p. 810).
194
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 195
195
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 196
196
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 197
197
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 198
198
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 199
199
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 200
200
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 201
científicas, pedagógicas, daquilo que norteia sua ação, nos dizeres de Rodri-
gues, configurando-se como estratégia de desenvolvimento da competência
reflexiva (RODRIGUES, 2006, p. 116).
Elemento fundamental nos processos de formação continuada são os
formadores. Daí, a importância de perguntar: Quem são eles? Como são
selecionados? Como atuam?
Os dados dos estudos de campo mostraram certa variedade na compo-
sição do grupo de formadores: ora são supervisores da rede – como na
SED/SC –, professores universitários de instituições parceiras (SEDU/ES),
técnicos da Secretaria de Educação – que podem ser pedagogos, coorde-
nadores de escola ou professores (SEDUC/CE, SEDUC/AM, SEMED de
Manaus, SEMED de Pelotas) –; ora são profissionais dos sistemas aposti-
lados (SEMED de Taubaté) ou de fundações privadas (SEMED de Jundiaí).
Em grande parte dos casos, as equipes de formadores são compostas por um
conjunto desses profissionais.
Vale a pena destacar como é feita a seleção de formadores em algumas
secretarias, (SEDUC/CE, SEMED de Campo Grande, SEMED de Apare-
cida de Goiânia), pois evidencia compromisso com a formação e valorização
do saber de experiência do(a) docente, algo que vem sendo defendido na
literatura pedagógica (GAUTHIER, 1998; NÓVOA, 1992; TARDIF, 2002).
A seleção dos formadores na SEDUC/CE, quando se trata do Programa
Professor Aprendiz (que consiste em incentivar professores da rede a cola-
borar com o Programa, em caráter especial, na produção de material
didático-pedadagógico, na formação e no treinamento de outros professores
e na publicação de suas experiências e reflexões), tem como critérios o
reconhecido domínio teórico-metodológico e a experiência na área. Os
professores que contribuem como formadores recebem incentivos, por meio
de bolsa da Fundação de Pesquisa do Estado.
A SEMED de Campo Grande informou que uma das grandes dificul-
dades na implementação das ações de formação foi criar um grupo de
formadores. Hoje, a Secretaria conta com um quadro de formadores que é
constituído por professores da rede concursados que foram selecionados,
porque desenvolviam trabalho diferenciado na escola. Esse grupo faz visitas
sistemáticas às escolas e colhe subsídios para as ações formativas. Cada
técnico(a) tem oito escolas sob sua responsabilidade.
Outra experiência que merece destaque é a da SEMED de Aparecida de
Goiânia. O entrevistado explicou que o mais importante é que a própria rede
capacite os seus professores. E ressaltou: “[…] desde 2007 a gente tem um
201
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 202
202
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 203
203
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 204
204
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 205
205
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 206
206
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 207
207
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 208
208
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 209
209
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 210
210
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 211
211
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 212
212
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 213
213
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 214
214
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 215
215
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 216
216
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 217
217
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 218
218
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 219
219
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 220
220
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 221
221
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 222
1. De acordo com o Censo Escolar de 2009, dos 52.580.452 alunos da educação básica, 39,4% são atendidos pelas
redes estaduais, 46,2% pelas municipais e 13,9% pela iniciativa privada, havendo um residual de 0,4% na esfera
federal (BRASIL. MEC. Inep, 2009b).
222
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 223
223
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 224
224
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 225
225
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 226
coletivo, por outro lado, começa a haver maior clareza por parte de várias
administrações de que as políticas de incentivo ao desenvolvimento profis-
sional do(a) professor(a) exigem mudanças estruturais, o que costumava ser
negligenciado em períodos anteriores.
Em algumas das secretarias em foco, fica clara a opção por uma inter-
venção mais sistêmica nas escolas, em que são contemplados, concomitan-
temente, diferentes aspectos do funcionamento das redes, entre os quais se
inserem as ações de formação docente, de produção de materiais didáticos e
outras medidas de apoio aos estabelecimentos de ensino e ao trabalho dos
professores. A intervenção sistêmica pode ainda se dar no âmbito de um
conjunto de ações resultantes do estabelecimento de um pacto social que
pode envolver, além da própria secretaria estadual, as secretarias municipais,
as entidades da sociedade civil, as universidades, os conselhos de educação,
as associações de profissionais da área e, até mesmo, os organismos interna-
cionais e se voltar para o enfrentamento conjunto do problema da melhoria
da qualidade do ensino no estado.
Destaque-se ainda que as ações dos entes federados se têm mostrado
invariavelmente pautadas pelos resultados das avaliações padronizadas dos
alunos da educação básica nos últimos anos. Isso é um indicativo de que as
redes de ensino estão mais mobilizadas, e as políticas, mais focalizadas no
aluno e no seu direito de aprender. No entanto, pode significar, como já
apontado várias vezes ao longo deste trabalho, um estreitamento indesejável
dos objetivos da formação e, até mesmo, alimentar uma simplificação misti-
ficadora em torno do poder da avaliação para operar as transformações dos
padrões educacionais da população.
Os estados têm ensaiado diferentes formas de articulação com universi-
dades, mediante combinações que variam desde formação de profissionais
que pertencem à administração central pelas IESs para que procedam à
formação em cascata nos diversos níveis de organização da rede de ensino,
até modelos mais sofisticados de formação continuada de professores no
interior das IESs, em que as responsabilidades destas são visivelmente redi-
mensionadas e ampliadas. Em alguns casos, as IESs respondem não apenas
pela formação teórico-metodológica dos professores, mas também pela sua
orientação na formulação de propostas de intervenção pedagógica na
educação básica e na elaboração do material didático correspondente, com a
consequente supervisão e acompanhamento do retorno desses professores às
unidades escolares onde coordenam grupos de trabalho em rede.
Essa experiência de articulação entre secretaria de estado, universidade e
escola básica, que abrange diversos níveis e modalidades de ações, é uma
226
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 227
227
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 228
3. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), também pertencente ao Estado de São Paulo, desenvolveu
um programa próprio com a rede de escolas públicas.
4. Para maior detalhamento dessas ações, conferir o documento Política Educacional da Secretaria da Educação do
Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2003).
228
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 229
229
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 230
230
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 231
231
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 232
232
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 233
233
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 234
234
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 235
235
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 236
7. Consulte-se Instrução Normativa nº 001/2008/GS/SEDUC, art. 1º, alínea III, que dispõe sobre a implementação
do projeto político-pedagógico (MATO GROSSO, 2010a).
236
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 237
237
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 238
8. Silva (2009) esclarece que apesar da mesma sigla, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do governo
federal e o Programa de Desenvolvimento Educacional do Paraná (PDE-PR) foram criados e desenvolvidos em
esferas e contextos distintos, atendendo a objetivos próprios.
238
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 239
239
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 240
240
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 241
241
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 242
242
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 243
243
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 244
244
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 245
245
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 246
246
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 247
247
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 248
248
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 249
249
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 251
251
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 252
252
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 253
253
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 254
254
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 255
255
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:48 AM Page 256
sistemas educativos, ainda que haja muitos esforços para se chegar a ele pelos
mais diversos caminhos. Entre os programas federais oferecidos, podem,
contudo, ser encontradas orientações e ênfases diversas de abordagem.
Há problemas com a prioridade conferida aos sistemas operacionais e de
gestão da EaD, que tendem a dispensar a discussão substantiva do projeto
pedagógico dos cursos. A expansão dos cursos nem sempre é acompanhada
de diagnóstico seguro e de discussão sobre os elementos de currículo, a
abordagem pedagógica e as formas de acompanhamento e avaliação que
atendam às especificidades das localidades e dos alunos em formação. Além
disso, o modelo único de EaD induzido pelo padrão de financiamento
adotado exclui possibilidades de práticas pedagógicas alternativas que
melhor respondam aos diferentes contextos em que trabalham as instituições
formadoras.
Pelo conjunto de dados examinados, evidencia-se que a política nacional
de formação de professores em serviço, implantada pelo MEC nos últimos
anos, eleva a um novo patamar as ações do Estado brasileiro, em termos do
seu comprometimento com o desenvolvimento educacional do país, seja
pela concepção ousada que a informa, seja pelas dimensões que assume. Há
certamente dificuldades de percurso, mas muitas são passíveis de ser corrigidas.
A análise da sua implementação reveste-se, por sua vez, de especial
complexidade, não só pelo tamanho continental do país, como também pelo
regime pluripartidário adotado e pela pluralidade de entes federados decor-
rente do regime federativo, que confere também aos municípios atribuições
de entes federados.
As formas de colaboração entre as três instâncias da Federação têm sido
fundamentalmente determinadas pela União, mas não há clareza sobre como
elas se articularão com as políticas formuladas pelos estados e pelos municí-
pios no exercício de sua autonomia, uma vez que o regime de colaboração
não está plenamente estabelecido. O recente ordenamento das políticas na
esfera federal não possibilita ainda um ajuizamento claro dos seus desdobra-
mentos nos estados e nos municípios e mesmo no conjunto das instituições
de ensino superior (IESs) que interatuam na implementação das ações
propostas. Tampouco permite adiantar os seus efeitos na educação básica.
Um importante indício do grande papel indutor dos programas do MEC
é a sua presença em todos os estados e na maioria dos municípios a cuja
documentação se teve acesso, independentemente da região em que estão
localizados e do seu nível de desenvolvimento. Ressalte-se ainda que, não só
em muitos municípios, mas também em vários estados, esses programas são
256
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 257
257
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 258
258
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 259
259
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 260
PLANOS DE CARREIRA
Com os movimentos do professorado em muitos estados e municípios,
com as discussões nas mídias, com o impacto de alguns estudos sobre a
matéria, a questão salarial e de carreira dos professores da educação básica
entrou na pauta política, juntamente com as discussões sobre o financia-
mento público da educação. Iniciativas políticas importantes foram tomadas,
como a votação da lei do piso salarial nacional dos professores, com o
objetivo de valorizar a profissão e os seus profissionais, e a aprovação das
diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE) para a carreira e a remu-
neração do magistério. Embora haja ainda questões legais a resolver quanto
à íntegra da lei do piso salarial, seus aspectos essenciais já estão em vigor.
O exame dos planos de carreira mostrou que os ajustes em relação ao que
a legislação vem determinando e as outras orientações em nível federal vêm
propondo ainda não foram assimilados pelas legislações de vários dos estados
e muitos dos municípios. Contudo, há avanços significativos, no período dos
últimos cinco anos. Discussões sobre planos de carreira estão processando-se,
e isso é atestado pelas sucessivas e recentes alterações nesses planos contidas
em suas reformulações normativas em vários momentos. Encontramos
municípios em que um novo plano de carreira está em discussão com os
professores ou já tramitando na Câmara dos Vereadores, bem como municí-
pios cuja lei de carreira está em tramitação judicial. As situações são variadas.
O que se verifica é que, tanto em nível estadual como municipal, há movimen-
tação em torno desses planos.
260
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 261
261
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 262
262
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 263
263
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 264
264
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 265
265
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 266
PARA CONCLUIR
Os principais achados deste estudo possibilitaram localizar, em meio
à complexidade e à diversidade das formas de governo da educação nas
instâncias federadas e à multiplicidade das políticas por elas geradas e
implementadas, variadas alternativas de apoio e valorização dos docentes,
assim como aspectos que demandam maior atenção e investimento por parte
dos órgãos gestores.
Para finalizar, vale retomar a questão das formas de interação das propostas
gestadas em uma esfera de governo com as políticas definidas no âmbito das
outras esferas em que elas são implementadas. Sabe-se que, quanto mais
complexas as políticas, maior distância se instala entre formuladores e imple-
mentadores dessas políticas e que estes tendem a atuar segundo as suas
próprias referências, ao executá-las. Se não houver aderência das propostas às
políticas próprias dos estados e dos municípios, no caso das políticas federais,
e destes últimos, no caso das políticas estaduais que a eles se estendem, ficam
comprometidas a possibilidade de desenvolvimento profissional dos docentes
e a sustentação das conquistas adquiridas. A questão estende-se ainda ao interior
das próprias redes de ensino, em que a aderência dos docentes aos modelos
de intervenção propostos é que definirá, ou não, o sucesso das políticas.
Uma tônica predominante é que as ações de todos os entes federados se
têm mostrado crescentemente pautadas pelos resultados das avaliações
266
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 267
267
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 269
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, M. Boa escola para todos: gestão da educação e debate sobre valo-
rização dos professores no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: AGE, 2011.
ADRIÃO, T. et al. Uma modalidade peculiar de privatização da educação
pública: a aquisição de “sistemas de ensino” por municípios paulistas. Educação
& Sociedade. v. 30, n.108, p. 799-818, 2009.
AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação. São Paulo:
Cortez, 2000.
AGÊNCIA BRASIL. Site. 2011. Disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.
com.br/>.
AGUERRONDO, I. Formación docente: desafios de la política educativa; hacia
una política integral para la formación y desarollo profesional de los maes-
tros de la educación básica. México: Secretaria de Educación Pública, 2006.
ALFERES, M. A. Formação continuada de professores alfabetizadores: uma
análise crítica do Programa Pró-Letramento. 2009. Dissertação (Mestrado em
Educação) – Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2009.
ALTET, M.; PAQUAY, L.; PERRENOUD, P. A profissionalização dos for-
madores de professores: realidade emergente ou fantasia? Porto Alegre:
Artmed, 2003.
ALTOBELLI, C. C. A. As Dificuldades e queixas de professores alfabetizadores
em tempo de formação continuada. 2008. Dissertação (Mestrado) – Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo.
ALVES, F.; ORTIGÃO, I.; FRANCO, C. Origem social e risco de repetência:
interação. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. 37, n. 130, p. 61-180, 2007.
ALVES, N. (Org.). Formação de professores: pensar e fazer. São Paulo, Cortez, 1992.
ALVES, T.; PINTO, J. M. de R. Remuneração e características do trabalho
docente no Brasil: um aporte. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, v. 41, n.143,
mai./jun. 2011.
269
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 270
270
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 271
271
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 272
272
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 273
273
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 274
274
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 275
275
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 276
276
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 277
277
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 278
278
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 279
279
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 280
280
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 281
281
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 282
282
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 283
283
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 284
284
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 285
285
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 286
286
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 287
287
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 288
288
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 289
289
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 290
290
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 291
291
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 292
292
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 293
293
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 294
294
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 295
295
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 296
296
politica_docente_APRES_2pags:Miolo_Jornalismo_Cidadao 9/23/11 11:49 AM Page 297
297