Você está na página 1de 34

MANUAL DE SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

NR 18

1
MANUAL DE SEGURANÇA NA CONSTRUÇÃO CIVIL - NR 18

Autor: Ubiratan Sousa Freitas - Técnico de Segurança do Trabalho


Supervisão: Isabel Matos - Engenheira Civil/ Engenheira de Segurança do Trabalho

SUCAB
Superintendência de Construções Administrativas da Bahia
Salvador 2012

2
CONCEITOS E TERMINOLOGIAS Agentes Ambientais - Conforme a Norma Regulamentadora 9, os ris-
cos ambientais são os agentes físicos, químicos e biológicos existentes
Para melhor compreensão de todos que tomarem conhecimento do nos ambientes de trabalho que em função de sua natureza, concentra-
conteúdo deste MANUAL, seguem alguns conceitos básicos e termino- ção ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar da-
logias: nos à saúde do colaborador.

CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Agentes físicos – São as diversas formas de energia a que possam es-
tar expostos os trabalhadores tais como: ruído, vibração, pressões a-
EPI – Equipamento de Proteção Individual normais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes,
infra som e ultra som.
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
Agentes Químicos – São substâncias, compostos ou produtos que
ISO – International Organization for Standartization
possam penetrar no organismo pela via respiratória nas formas de po-
NR – Norma Regulamentadora eiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza
da atividade de exposição possam ter contato ou ser absorvidos pelo
OSHAS – Ocupational Health and Safety Assessment organismo através da pele ou ingestão.

PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Agentes Biológicos – São as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, pro-
tozoários, vírus, entre outros que possam causar danos ou perdas.
PPRA – Programa de Prevenção de Risco Ambiental

PCMAT - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na


Indústria da Construção

SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho

SSMA – Saúde Segurança e Meio Ambiente

SUCAB - Superintendência de Construções Administrativas da Bahia

3
SUMÁRIO

Objetivo.........................................................................................5 Demolição..................................................................................22
Regulamentação........................................................................6 Escavações.................................................................................24
PCMSO...........................................................................................7 Concretagem.............................................................................25
PPRA...............................................................................................8 Elétrica.........................................................................................25
PCMAT............................................................................................9 Carpintaria..................................................................................26
Acidentes - Principais Causas.............................................10 Serralharia..................................................................................27
Comportamento do Trabalhador......................................11 Pintura.........................................................................................28
Levantamento de peso..........................................................13 Trabalho em Altura - NR 35..............................................29
Treinamentos.............................................................................14 Trabalhos com Escadas.........................................................31
Organização do Canteiro.....................................................15 Remoção de Entulhos............................................................32
Áreas de Vivência....................................................................16 Conclusão...................................................................................33
Almoxarifado.............................................................................17 Referências Bibliográficas....................................................34
EPI - NR 06.................................................................................18

4
OBJETIVO

Este manual é uma contribuição do setor de Saúde e Segurança


do Trabalho para ajudar na implementação de melhorias na Segurança
do Trabalho nas obras executadas sob a responsabilidade da Superin-
tendência de Construções Administrativas da Bahia — SUCAB.
Todos, porém, devem se empenhar para implementação de ativi-
dades e programas nas obras de forma mais ampla possível, ultrapas-
sando o que é obrigatório por lei.
Em todos os níveis, a partir da Direção Geral, devem realizar tu-
do que for possível para criar e manter as melhores condições de tra-
balho para todos na Empresa.
Você, que está recebendo este Manual, é responsável por sua
própria segurança e pela de seus companheiros. Leia-o atentamente e
siga fielmente as suas instruções.
Seu esforço consciente em evitar comportamentos inseguros
tornará as medidas de segurança verdadeiramente eficazes e todos se-
rão beneficiados.
Os temas abordados aqui são para você que trabalha na cons-
trução civil, atividade profissional onde ocorre o maior número de aci-
dentes em todo o Brasil, o que ocasiona perdas significativas. Tem co-
mo objetivo levar a seu conhecimento algumas regras e procedimentos
de segurança, constantes na NR 18, Norma Regulamentadora específi-
ca para a construção civil, na certeza de que se sempre adotados, esta-
rão contribuindo para a redução de acidentes e perdas impossíveis de
serem recuperadas.

5
REGULAMENTAÇÃO CONDIÇÕES DE TRABALHO

Lei nº. 6.514 , de 22 de dezembro de 1977 Define-se como condição de trabalho a estrutura necessária para que

Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978 seja possível desenvolver atividades laborais pelas pessoas. Fazem par-
te desta estrutura: instalações prediais, maquinários, equipamentos e
As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina
ferramentas adequados.
do trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e
ORGANIZAÇÃO E LIMPEZA
públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta,
bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que pos- Organização e Limpeza são as primeiras medidas de segurança do tra-
suam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - balho para evitar acidentes. O entulho e quaisquer sobras de materiais
CLT. devem ser regularmente coletados e removidos, sendo proibida a quei-
ma de lixo ou qualquer outro material no interior do canteiro de obras.
ALGUMAS NR’S IMPORTANTES NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A regra básica é que lugar limpo não é aquele que mais se limpa, e sim
NR-6: Equipamento de Proteção Individual
aquele que menos se suja. O canteiro de obras deve apresentar-se or-
NR-7: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO ganizado, limpo e desimpedido, principalmente nas vias de circulação,

NR-9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA passagens e escadarias.

NR-18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Cons-


trução, exigível desde 1995.

NR-35: Trabalho em Altura

SEGURANÇA NO TRABALHO

Segurança no trabalho é um conjunto de medidas que, através de me-


todologia e técnicas apropriadas adotadas, visam minimizar os aciden-
tes de trabalho, objetivando a prevenção de suas ocorrências, doenças
ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade de tra-
balho do trabalhador.

6
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação de PCM-


SO por parte de todos os empregadores e instituições que admitam
trabalhadores como empregados, com o objetivo de promoção e pre-
servação da saúde dos seus trabalhadores.

O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico,


feitos através dos Atestados de Saúde Ocupacionais (ASO), emitidos
por médicos do trabalho, realizados na admissão do trabalhador, perio-
dicamente e no momento da demissão.

Compete ao empregador:

 Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem


como zelar pela sua eficácia;

 Custear todos os procedimentos relacionados ao PCMSO sem


qualquer tipo de repasse ao trabalhador.

Os Exames Ocupacionais são:

• Admissional
• Periódico
• Retorno ao trabalho
• Mudança de função
• Demissional

7
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Biológicos
Tem como objetivo principal a preservação da saúde e da integridade
dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação
e, consequentemente, controle dos riscos ambientais (agentes físicos,
Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fun-
químicos e biológicos) inerentes ao ambiente de trabalho. Na Constru-
gos, parasitas, dentre outros.
ção Civil enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos, abran-
gendo ainda os riscos ergonômicos e os de acidentes. Ergonômicos
Os agentes de riscos são:

Qualquer fator que possa interferir nas características físicas e


Físicos
mentais do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua

Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a saúde. São exemplos de riscos ergonômicos: levantamento de peso,
que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, postura inadequada de traba-
frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes, vibração lho, etc.
etc.

Químicos

Consideram-se agentes de risco químico os compostos as substâncias

ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador

pelas vias respiratórias, pele ou ingestão nas formas de poeiras,

fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores.

8
PCMAT

O que é? Quem está obrigado a fazer o PCMAT?

Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da  São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos
Construção (PCMAT).
estabelecimentos com 20 ( vinte ) trabalhadores ou mais, con-
Deve incluir os seguintes documentos:
templando os aspectos desta NR e outros dispositivos comple-
 Memorial sobre condições e meio ambiente de trabalho nas ativi-
mentares de segurança.
dades e operações, levando-se em consideração riscos de aciden-
tes e de doenças do trabalho e suas respectivas medidas preventi- Quem deve elaborar o PCMAT?
vas;  O PCMAT deve ser elaborado e executado por profissional legal-
 Projeto de execução das proteções coletivas em conformidade mente habilitado na área de segurança do trabalho.
com as etapas da execução da obra; A não realização do PCMAT acarreta MULTA
 Especificação técnica das proteções coletivas e individuais a serem
utilizadas;

 Cronograma de implantação das medidas preventivas definidas


no PCMAT;

 Layout inicial do canteiro da obra, contemplando, inclusive, previ-


são do dimensionamento das áreas de vivência;

 Programa educativo contemplando a temática de prevenção de


acidentes e doenças do trabalho, com sua carga horária

9
ACIDENTES - PRINCIPAIS CAUSAS Nos Comportamentos Inseguros estão sempre presentes:

Dificilmente, o acidente tem como origem uma única causa, mas sim, de Negligência: é a displicência (pouco caso) no agir, a falta de precaução,
um somatório de erros e falhas que podem ser: humanas ou materiais e a indiferença do agente, que, podendo adotar as cautelas necessárias,
tendo como origem motivos econômicos e/ou psicossocial. não o faz.

Comportamento Inseguro Imprudência: é a prática de uma conduta arriscada ou perigosa.

Está relacionado a fatores biológicos, físicos, organizacionais e psicoló- Imperícia: é a falta de capacidade, despreparo ou insuficiência de co-
gicos. nhecimento técnico para o exercício de arte, profissão ou ofício.

Ex.: Não usar, ou utilizar de forma indevida, inadequada, equipamentos Condição Insegura
de segurança. Caracteriza-se por situações de risco, presentes no local de trabalho. O-
correm normalmente por falta de planejamento, prevenção ou omissão
de requisitos essenciais relacionados a medidas de higiene e segurança,
ambas relacionadas ao ambiente. Ex.: desorganização do local de traba-
lho.

10
COMPORTAMENTO DO TRABALHADOR
A maior parcela de responsabilidade na prevenção de acidentes cabe
Preste bem atenção às instruções dadas pelo seu chefe ou en-
ao empregado cuja atividade exige movimentos físicos intensos e que
carregado: a interpretação errada de uma ordem atrapalha o
está em contato direto com máquinas e equipamentos.
serviço, causa prejuízo e facilita o acidente. Pergunte quando ti-
ver dúvida.

Não seja responsável por um acidente: as consequências podem ser


muito graves não somente para você, mas para seus familiares e para a
Empresa, que dependem do seu trabalho.

11
Não seja um dos personagens a seguir, para o seu próprio benefício.

Curioso

Imprudente

Gozador

Ingênuo

Teimoso Displicente

12
LEVANTAMENTO DE PESO

No levantamento manual, agachar próximo à carga mantendo a colu- Usar dois ou mais trabalhadores para transportar cargas com peso
na ereta, os pés afastados e a carga próxima ao tronco para que a for- superior a 23kg.
ça seja realizada pelas pernas.

ERRADO

CERTO

CERTO

13
TREINAMENTOS

Treinamento Admissional Treinamento Periódico

O treinamento admissional terá carga horária mínima de 06 (seis) horas, O treinamento periódico será ministrado no início de cada fase da obra,
contendo: e contemplará a prevenção de acidentes e doenças do trabalho relacio-

 Informações sobre as condições e meio ambiente de trabalho e nados com as seguintes operações e/ou atividades:

sobre os riscos inerentes a sua função;  No início dos serviços de demolição;

 Importância da manutenção da ordem e da limpeza no canteiro de  No início dos serviços de escavações e fundações;
obra;  Sem- pre que necessário.
 Instruções para a utilização segura das ferramentas;

 No início dos serviços de escavações e fundações;

Sempre que necessário.

 Orientações sobre o uso adequado dos EPI´s;

 Informações sobre os EPC´s existentes no canteiro de obras.

14
ORGANIZAÇÃO DO CANTEIRO  Redução dos fatores de risco de acidentes.

O canteiro organizado propicia: Para o bom aproveitamento da área dos canteiros, é importante:

 Otimização dos trabalhos;  Manter materiais armazenados em locais pré-estabelecidos, de-


marcados e cobertos, quando necessário;
 Redução das distâncias entre estocagem e emprego do material;
 Desobstruir as vias de circulação, passagens e escadarias;

 Coletar e remover regularmente entulhos e sobras de material, in-


clusive das plataformas;

 Utilizar equipamentos mecânicos ou calhas fechadas para a remo-


ção de entulhos em diferentes níveis;

 Utilizar capacete, luvas, máscara descartável e calçado de seguran-


ça para a remoção de entulhos, sobra de materiais e limpeza do
canteiro;

15
ÁREAS DE VIVÊNCIA

Os canteiros de obras devem dispor de área de vivência composta de: O local para refeições deve:

 Instalações sanitárias contendo lavatório, vaso sanitário e mictó-  Ter capacidade de garantir o atendimento a todos os trabalhado-
rio, na proporção de 1 / 20 e chuveiro 1 / 10. res no horário das refeições devidamente sentados, e ter mesas

 Vestiário; com tampos lisos e laváveis e depósito para detritos com tampa.

 É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca,


 Alojamento;
para os trabalhadores, por meio de bebedouro ou outro disposi-
 Local de refeições;
tivo.
 Cozinha, quando houver preparo de refeições;

 Lavanderia (caso haja alojamento);

 Área de lazer( caso haja alojamento);

 Ambulatório, quando se tratar de frentes de trabalho com 50


(cinquenta) ou
mais trabalhado-
res.

CERTO

ERRADO

16
ALMOXARIFADO

 Deve ser instalado em local que facilite a recepção dos materiais


e a distribuição pelo canteiro;  É necessário que se tenha extintor de incêndio dentro ou próximo
 Manter os materiais com facilidade de acesso e manuseio; à área do almoxarifado.

 Os materiais tóxicos, corrosivos, inflamáveis e explosivos, devem Manter limpo, organizado e identificado, de modo a não prejudicar o
ser identificados e separados por compatibilidade química. De- trânsito de pessoas, a circulação de materiais e o acesso aos equipa-
vem ser armazenados em local isolado e sinalizados. mentos de combate ao incêndio;

17
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI (NR 6) Obrigações do trabalhador

Obrigações do empregador  Sempre usar o EPI, somente para a finalidade para o qual se des-
tina;
 Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco de ca-
da atividade;  Responsabilizar-se pela guarda e conservação do equipamento;

 Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso correto, guarda e  Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequa-
conservação; do;

 Substituir imediatamente, quando danificados pelo uso ou extra-  Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne im-
viados; próprio para uso.

 Exigir o uso dos EPI's;  Utilizar os EPI necessários de acordo com a tarefa a ser realizada;

 Manter no local de trabalho, material para primeiros socorros  Zelar pela sua guarda, limpeza e conservação;

médicos.  Solicitar a substituição, quando necessário;

 Atentar que o EPI é de uso exclusivo.

 Substituir imediatamente quando estiverem desgastados, danifi-


cados ou extraviados.

18
A função do EPI é proteger você, utilize-o. EPI para proteção dos olhos

Necessidade de uso ÓCULOS - São especificados de acordo com o tipo de risco, desde

Os EPI’s devem ser usados como complemento a uma medida de pro- materiais sólidos perfurantes até poeiras
teção coletiva, quando outros recursos de origem geral não trouxerem em suspensão, passando por materiais
químicos, radiação e serviços de solda ou
resultados satisfatórios.
corte a quente com maçarico. Nesse últi-
Certificação dos EPI’s
mo caso, devem ser usadas lentes espe-
Só pode ser legalmente comercializado e utilizado o equipamento que ciais.
possuir o CA – Certificado de Aprovação, espécie de “Atestado” que é
expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o qual considera o
EPI para proteção da face
equipamento adequado na proteção do trabalhador para o fim pro-
posto. ESCUDOS E MÁSCARAS - Protegem os olhos e o rosto contra fagu-
lhas incandescentes e raios ultravioleta em serviços de soldagem. As
máscaras diferem dos escudos por não ocuparem nenhuma mão do
EPI para proteção da cabeça
trabalhador. As lentes variam de acordo com a intensidade da radia-
CAPACETE - Dispositivo básico de segurança em qualquer obra. O ção. Os protetores faciais também asseguram proteção contra proje-
casco é feito de material plástico rígido, de alta resistência à penetra- ção de partículas, mas proporcionam visão panorâmica ao usuário.
ção e impacto. Tem desenho para rebater o material em queda para o
lado, evitando lesões no pescoço do trabalhador. É utilizado com sus-
pensão, que permite o ajuste mais exato à cabeça e amortece os im-
pactos.

19
EPI para proteção auditiva EPI para proteção dos membros superiores

PROTETORES AURICULARES - Protegem os ouvidos em ambientes LUVAS - É o equipamento com maior diversidade de especificações.
onde o ruído está acima dos limites de tolerância, ou seja, 85 dB para Elas podem ser de:
oito horas de exposição.
 Borracha (serviços elétricos, divididos em cinco classes, de acor-
Tipo Abafador(concha). do com a voltagem);

 Algodão (redução de atritos e facilidade em atividades onde seja


necessário o tato).

 Raspa de couro (soldagem ou corte a quente);

 PVC sem forro (permite maior mobilidade que a versão forrada);

Em serviços de soldagem ou corte a quente são usadas mangas de


raspa de couro.

De inserção, podendo ser de espuma


ou silicone.

RESPIRADORES - Asseguram o funcio-


namento do aparelho respiratório contra
gases, poeiras e vapores.

20
EPI para proteção dos membros inferiores EPI para proteção contra quedas com diferença de nível

CALÇADOS - Podem ser botas ou sapatos. CINTO TIPO PARAQUEDISTA - Para trabalhos em altura superior a 2
As botas, feitas de PVC e com solado anti- metros é obrigatório o uso de cinto de segurança tipo paraquedista, o
derrapante, são usadas em locais úmidos, qual deverá estar ancorado a uma estrutura capaz de resistir ao im-
inundados. Os sapatos são de uso perma- pacto do peso do corpo do usuário.
nente na obra.

EPI para proteção do corpo inteiro

CONJUNTO – Conjunto de segurança formado por calça


e jaleco, para proteção do tronco e membros superiores
e inferiores contra agentes térmicos e físicos.

21
DEMOLIÇÃO Preste atenção aos riscos associados a trabalhos com demolição de
estruturas
 As linhas de fornecimento de energia elétrica, água, inflamáveis
líquidos e gasosos liquefeitos, substâncias tóxicas, canalizações
de esgoto e de escoamento de água devem estar desligadas, re- 1. Queda de pessoas de nível diferente;
tiradas, protegidas ou isoladas. 2. Queda de pessoas ao mesmo nível;
3. Queda de objetos por desabamento ou desmoronamento;
 Verifique se a demolição representa perigo para as construções 4. Queda de objetos desprendidos;
vizinhas. 5. Caminhar sobre resíduos;
6. Choque contra objetos móveis;
 Delimite e sinalize todo o perímetro da área de demolição.
7. Pancadas e cortes por objetos ou ferramentas;
8. Projeção de fragmentos ou partículas;

Escoramento

22
9. Esmagamento por ou entre objetos;
10. Esmagamento por capotamento de máquinas;
11. Posturas inadequadas;

12. Contatos elétricos;


13. Explosão;
14. Incêndio;
15. Exposição ao ruído;
16. Exposição a vibrações;
18. Inundações por ruptura de canalizações, etc.

23
ESCAVAÇÕES O que usar para sinalizar obras de escavação?

 Use barreiras de isolamento e sinalização de advertência em todo • Cones


o seu perímetro. • Fitas
 Caso a escavação tenha mais de 1,25m (um metro e vinte e cinco • Cavaletes
centímetros) de profundidade, deve dispor de escadas ou ram-
• Pedestal com iluminação
pas, colocadas próximas aos postos de trabalho, a fim de permi-
tir, em caso de emergência, a saída rápida dos trabalhadores. • Placas de advertência

• Bandeirolas

• Grades de proteção

• Tapumes

• Sinalizadores luminosos

Se houver tráfego próximo às escavações, este deve ser desviado e, na


sua impossibilidade, a velocidade dos veículos deve ser reduzida.

24
CONCRETAGEM ELÉTRICA

Esteja atento (a) aos riscos mais frequentes: Todo serviço deve ser realizado com a circuito elétrico desligado;

Queda de pessoas ou objetos; queda de fôrmas; ruptura de fôrmas; É necessário o aterramento nas máquinas elétricas.
Ferimentos nas mãos e pés; contato com o concreto; falha no cimbra- Deve ser realizado por pessoa capacitada e habilitada;
mento; deslizamento; estruturas de ferro;
As instalações elétricas
Inspecione o escoramento e a resistência das fôrmas antes de iniciar as do canteiro devem ser
atividades de lançamento e vibração de concreto; seguras.
Escoramento frágil possibilita desabamento.
ERRADO

ERRADO

Instalações organizadas
propiciam segurança.

CERTO
CERTO

25
CARPINTARIA

Preocupe-se com a vestimenta daqueles que executam os serviços.


Qual a condição da vestimenta destes? Utilizam roupas soltas ou ras- Manejar a serra circular sem luvas e óculos de proteção pode trazer
gadas? graves consequências para o empregado.
Usam anéis, relógios, pulseiras, correntes e demais adornos, que re-
presentam perigo de agarramento em partes rotativas?

CERTO ERRADO

26
SERRALHARIA FERRAGENS

 Observe a organização do local de trabalho; Operário utilizando corretamente os EPIs ao montar armadura de laje.
Ele usa o capacete, além de luvas e botas apropriadas.
 Existem EPI’s e EPC’s compatíveis ao trabalho realizado?

 Qual a o estado das ferramentas utilizadas?

 Existe extintor no local nos locais de trabalhos de soldadura ?

 Os elementos metálicos, devem ser armazenados em local a-


CERTO
cessível, sem interferir com as zonas de passagem.

Cuidado! Ferragens sem proteção nas pontas são foco de problemas


nos canteiros, podendo causar ferimentos graves nos trabalhadores.

ERRADO

27
PINTURA

Há três problemas aqui:

1- A tinta pode respingar no olho do pintor, pois o mesmo não está


usando óculos;

2- Sua pele pode entrar em contato com componentes tóxicos do pro- CERTO
duto, já que ele não está usando luvas;

3- Sem a devida máscara, ele pode respirar gases tóxicos provenientes


da tinta.
ERRADO

Para o manuseio de tintas, proteção das mãos, olhos e nariz evita qual-
quer contato com os produtos químicos..

28
TRABALHO EM ALTURA (NR 35)  O Transporte de materiais deve ser realizado com cordas ou em
cestos.
 Cuidado ao utilizar andaimes.
Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenada-
 Os andaimes devem ter pisos com forração completa, sem a utili- 
mente nos locais de trabalho sobre andaimes, plataformas ou
zação de tábuas improvisadas.
qualquer estrutura elevada, para evitar acidentes com pessoas
 Os andaimes devem possuir guarda-corpos, inclusive nas cabe-
que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas.
ceiras.
 É vedada a execução de trabalhos acima de 2 metros de altura
 Não permita uso de escadas sobre andaimes pra atingir locais
sem a utilização do cinto de segurança,
mais altos.
 Há andaimes próximos à rede elétrica?
 O cinto de segurança não deve ser amarrado no próprio andai-
 Mantenha os andaimes amarrados.
me, use a linha de vida
 Atividades em dias de chuva não devem ser realizadas.
CERTO ERRADO

29
 Nos trabalhos em telhados é obrigatória a instalação de cabo-
guia para fixação do cinto de segurança para permitir a movi-
mentação segura dos trabalhadores.

 Qual a condição do telhado? Há rachaduras, trincos, está limpo?

 Os empregados correm sobre as telhas?

 Não é recomendável armazenar matérias sobre um mesmo ponto


no telhado.

 Não se brinca em reforma de telhados, o cinto de segurança é


indispensável.

30
TRABALHOS COM ESCADAS

ERRADO
 Use sempre a escada certa para o trabalho. Não improvise
usando uma escada muito longa ou muito curta;

 Quando em uso, deve estar amarrada a extremidade superior. Calce


a base ou solicite que alguém segure a base;

 Somente um operário de cada vez deve utilizar a escada.

 Não tente alcançar longe demais! Mude a posição da escada.

 Escadas quebradas ou necessitando reparos não devem ser usadas,


devem ser reparadas ou destruídas.

Escada sem apoio ou fixação adequados

31
REMOÇÃO DE ENTULHOS O entulho não deve ficar espalhado pela obra. A limpeza deve ser feita
diariamente

Entulho de obra não pode ser jogado no meio da rua, os resíduos de-
vem ser separados na obra, depositados em caçambas e encaminha-
dos a aterros.

Exemplo de boa coordenação ao final de obra. As unidades estão


prontas para serem entregues e o canteiro absolutamente limpo, de-
sobstruído de entulho e resto de materiais.

32
CONCLUSÃO

Este manual vem confirmar a necessidade de melhoria na organização, segurança e qualidade na


indústria da construção civil.

Acidentes do trabalho e doenças ocupacionais são problemas que podem ser combatidos, porém a
garantia de segurança nunca é certa. A eficácia da segurança em obra é feita através da prevenção
e da conscientização dos funcionários nela envolvidos. Com a união desses dois fatores, minimiza-
se a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais.

É obrigação do empregador conscientizar seus funcionários que SEGURANÇA é algo que deve fazer
parte do dia a dia na obra. A utilização de cartazes, quadros de avisos, profissionais da segurança, e
também palestras periódicas são instrumentos que servem para orientar os trabalhadores quanto
às medidas individuais e coletivas de segurança.
Devido às normas regulamentadas por lei, todo trabalho deve apresentar segurança para o funcio-
nário, e caso ocorra um eventual acidente o trabalhador deve ser amparado, pela empresa e pela
previdência social. Por isso exigir segurança no trabalho é um direito de todos.

A maneira mais eficaz de impedir o acidente é conhecer e controlar os riscos. Isso se faz com uma
política de segurança e saúde dos trabalhadores que tenha por base a ação de profissionais especi-
alizados, antecipando, reconhecendo, avaliando e controlando todo o risco existente.

33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BRASIL. (Lei nº. 6.514, de 22 de dezembro de 1977 Portaria 3.214, de 08 de junho de 1978)

2. NR - Norma Regulamentadora 6: Equipamento de Proteção Individual

3. NR - Norma Regulamentadora 7: Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO

4. NR - Norma Regulamentadora 9: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

5. NR - Norma Regulamentadora 18: Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

6. NR - Norma Regulamentadora 35: Trabalho em Altura

7. http://www.equipedeobra.com.br

8. http://www.fundacentro.com.br

9. http://www.sinducon-ba.com.br

10. http://www.mte.gov.com.br

34

Você também pode gostar