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“A cidade se apresenta centro das atenções, para mendigos, ricos e outras armações”.

O
trecho da música “A cidade”, do artista brasileiro Chico Science, exprime a falta de
moradias para as comunidades carentes. Diante disso, a negação do direito à habitação no
Brasil se configura como um grave imbróglio presente na contemporaneidade. Nesse
sentido, a ineficiência legislativa e a grave desigualdade social são temas de necessária
discussão para a resolução da problemática.
Nesse contexto, a ineficiência legislativa é um fator responsável para a perpetuação da
negação do direito à habitação. Desse modo, o professor Alysson Mascaro defende que o
Estado capitalista atende apenas ao interesse da burguesia, excluindo do âmbito social e
econômico a classe trabalhadora. Sob essa ótica, a falta de políticas públicas gerenciadas
pelo Governo Federal é um mal que contribui para a permanência da problemática na
atualidade, visto que apenas programas sociais como o “Minha Casa, Minha Vida” não
conseguem oferecer todo o suporte necessário para a população periférica adquirir uma
moradia. Assim, gera-se o aumento da população de rua pela ausência do seguimento das
leis estimadas pela Constituição Federal de 1988, que prevê a garantia de casas para todo o
corpo social tupiniquim.
Ademais, a drástica desigualdade social existente no Brasil agrava o direito de compra de
moradias pela população com a renda precária. Dessa maneira, o sociólogo brasileiro Darcy
Ribeiro cita que a democracia brasileira nunca existiu de fato, ou seja, há uma segregação
social, racial, regional e de gênero muito presente no país. Sob esse viés, se dá a raiz
histórica da marginalização dos grupos sociais, que são negados pelo Estado a adquirir uma
habitação, como resultado, se dá o crescimento das periferias, localidades precárias e,
algumas vezes, desumanas para se viver, consequentemente, provoca-se a falta de acesso a
serviços básicos, como educação e segurança.
Portanto, medidas são necessárias para conter o avanço dessa problemática. Dessa forma,
cabe ao Ministério das Cidades oferecer mais suporte financeiro para a população carente
obter casas com maior fluidez, por meio da criação de um novo programa social monetário
para auxiliar a compra de lares para essa parcela do corpo social brasileiro, a fim da redução
da negação do direito à habitação, para, assim, esse órgão cumprir sua função primária,
promover uma política habitacional de qualidade. Além disso, o Ministério dos Direitos
Humanos e Cidadania deve realizar ações de caráter econômico para minimizar a parcela da
sociedade brasileira na periferia.

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