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Prefeitura de Abadia de Goiás-GO

Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica de Goiás,


Formação econômica de Goiás: A mineração no século XVIII, A agropecuária nos séculos XIX
e XX, A estrada de ferro e a modernização da economia goiana, As transformações econômicas
com a construção de Goiânia e de Brasília: industrialização, infraestrutura e planejamento .... 1
Aspectos da história política de Goiás, A independência em Goiás, O Coronelismo na
República Velha, As oligarquias, A Revolução de 1930, A administração política, de 1930 até
os dias atuais, Aspectos históricos e urbanísticos de Goiânia, Aspectos da Cultura Goiana, A
culinária regional, As festas religiosas, O folclore goiano, O patrimônio histórico-cultural e o
turismo, A população goiana, Povoamento, Movimentos migratórios, Densidade e distribuição
demográfica, População economicamente ativa....................................................................... 4
Os aspectos físicos do território goiano, Hidrografia, Clima, Relevo, Vegetação ............... 33
História do Município de Abadia de Goiás-GO ................................................................... 45
Ética no serviço público. .................................................................................................... 49
Lei Orgânica e estatuto dos servidores. ............................................................................. 57
Atualidades: Conhecimentos de assuntos atuais e relevantes nas áreas da política,
economia, transporte, sociedade, meio ambiente, educação, saúde, ciência, tecnologia,
desenvolvimento sustentável, segurança pública, energia, relações internacionais, suas inter-
relações e vinculações históricas. ........................................................................................ 125

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Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47
Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica de
Goiás, Formação econômica de Goiás: A mineração no século XVIII, A
agropecuária nos séculos XIX e XX, A estrada de ferro e a modernização da
economia goiana, As transformações econômicas com a construção de Goiânia
e de Brasília: industrialização, infraestrutura e planejamento

Mineração

A necessidade de escravos para o trabalho nos canaviais e a busca de almas para a catequese, levou
muitos paulistas e jesuítas a adentrarem o interior da colônia para a obtenção de mão-de-obra.
Juntamente com a busca por escravos, as expedições que partiam para interior do Brasil buscavam ouro
e pedras preciosas.
Com a descoberta de jazidas auríferas na região das Minas Gerais e de Cuiabá, o interesse em
encontrar novos locais de exploração aumentou, incentivando a formação de novas expedições. Em 1722
o bandeirante Bartolomeu Bueno, conhecido como Anhanguera, partiu em busca de novas minas,
encontrando jazidas nas margens do rio Vermelho, em Goiás.
O ouro encontrado em Goiás, de aluvião, era proveniente de jazidas sedimentares e se encontrava
misturado ao cascalho no fundo dos rios, e às vezes nas margens, por isso era de fácil extração, não
exigindo muitas técnicas e equipamentos. A descoberta das minas deu origem ao povoamento, que
ocorreu de maneira bastante acentuada. A busca pelo ouro direcionou o fluxo migratório para a região, já
que no litoral havia certa pressão socioeconômica no sentido de deslocar contingentes populacionais para
as áreas interioranas. Os novos habitantes se estabeleceram às margens do Rio Vermelho.
Com o objetivo de novas descobertas auríferas, retorna Bueno ao território goiano em 1726 e detém-
se na confluência dos rios Vermelho e Bugre, onde é levantada a primeira povoação goiana, o arraial da
Barra.
As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: Santana, origem de Vila Boa (1727). Na
região dos Pireneus e junto ao rio das Almas afloram as minas de Meia Ponte (1731), atual Pirenópolis.
As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à descoberta as mais
ricas minas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736).
Anteriormente, Domingos Rodrigues do Prado descobrira minas quase tão ricas quanto as do Tocantins,
em Crixás (1734). No final da década de 1730, ainda se descobrem ricos veios na região montanhosa
localizada entre o Tocantins e o sertão da Bahia: São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal,
Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. Entre os anos de 1740 e 1750 ainda ocorrem alguns
achados de expressão: Carmo (1746), Santa Luzia, Conceição, Bonfim, Caldas novas e Cocai (1749).
O único critério direcionador do fluxo populacional era a descoberta de minas auríferas, elas atraiam
as populações alucinadas pela ânsia de obter enriquecimento fácil e rápido de uma forma espetacular.
Com a grande quantidade de ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica
para a Coroa Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e em meados de 1750 foi denominado de Vila
Boa de Goiás.
Até o ano de 1749, Goiás não existia, o território pertencia à capitania de São Paulo, somente a partir
dessa data que surgiu a capitania de Goiás. Os principais povoados e arraiais surgiram no momento da
mineração, no século XVII, constituíam-se de núcleos urbanos instáveis e irregulares, o primeiro
governante enviado à nova capitania foi Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos).
A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi
diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a mineração entrou em decadência, o que provocou
o abandono de muitos povoados goianos.
No fim do século XVIII, a capitania responde por cerca de 20% da produção de ouro da colônia, o que
representa uma média anual de 500 arrobas (entre 6 e 7,5 t), exportadas do Rio de Janeiro.

Agropecuária
A decadência do ciclo da mineração desencadeou fluxos e refluxos de correntes migratórias e de
capital em escravos. O campo começa a ser povoado e as vilas despovoadas, sugerindo uma herança
do sistema mercantil colonial, em que a decadência do sistema mercantil possibilitou o surgimento de
uma nova economia agropecuária, assentada em uma produção diversificada de produtos agrícolas
exportáveis, fortalecendo as atividades comerciais.
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. A Província de Goiás recebeu correntes
migratórias oriundas, principalmente, dos Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas
Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47
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cidades surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis
(Capelinha), entre outras. No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de novas cidades, as
que já existiam, como Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam
novo impulso.
Durante todo século XIX, a atividade produtiva dominante foi a pecuária bovina, principalmente porque
dispensava maior volume de mão de obra. O gado era criado solto, em grandes invernadas, sendo que
um só vaqueiro podia tomar conta de um grande número de animais
Mesmo sabendo que a agricultura e pecuária caminharam juntas por todo o século XIX e boa parte do
século XX, a pecuária esteve sempre à frente por algumas razões: era o principal e único produto possível
de ser exportado na época, pois o gado andava com suas próprias pernas, ou seja, mesmo de forma
muito lenta dispensava o uso de transporte.
Já os produtos de origem agrícola dependiam de transporte que não existia nesse período. O gado
poderia ser comercializado a qualquer momento, portanto não existiam intervalos na produção, até
porque, naquele momento, não existia a preocupação dos produtores em engordar os animais para
comercializá-los, seria inútil devido à distância que os animais teriam que percorrer para chegar até o
mercado consumidor.
A partir do início da década de 1960 que começou realmente uma transformação mais profunda na
estrutura produtiva da agropecuária goiana. Nessa época, segundo estimativas do IBGE, apenas 44% de
toda a extensão do território goiano estava explorada pela produção agropecuária.
Na década de 1960, Goiás experimentou um período onde a produção extensiva e sem capital dava
lugar à produção mecanizada, tecnológica e com farto capital.
Na esfera estadual, o Governador Mauro Borges criou o Plano de Desenvolvimento Econômico de
Goiás e a Reforma Administrativa para dar dinamismo ao plano.
Só para fomentar a agricultura e pecuária, o plano estabelecia investimentos da ordem de 15,4% do
orçamento para criação de estações experimentais, zootécnicas; postos de sementes; equipar escritórios
de extensão rural; incentivar a criação de reservas e conservação de forragens; incentivar estudos sobre
criação e conservação de pastagens; instalar a Escola Agrotécnica de Goiânia; criar escolas agrícolas;
instalar postos de mecanização e escritórios de irrigação; construir e equipar rede de armazéns e silos;
construir fábricas de rações balanceadas; instalar fábricas de produtos de correção do solo e fazer
estudos agrogeológicos do território goiano.

A situação de Goiás no fim do século XIX e a construção da ferrovia1

No final do século XIX e início do século XX, Goiás estava isolado, posicionado na porção central do
Brasil e desprovido de meios que possibilitassem maiores relações interestaduais. A implantação de
redes de transportes, principalmente as ferrovias, foi um elemento fundante para a emergência da
modernização em Goiás. Os caminhos no período em que foi proclamada a república, em 1889, eram
muito sinuosos. Os longos trechos com relevo irregular eram vencidos por dois meios de transportes:
pelas tropas e pelo carro de bois. As viagens até Araguari-MG, ponta de linha da Estrada de Ferro
Mogiana, duravam dias, excluindo a possibilidade de transporte de mercadorias perecíveis e tornando
impraticável a produção de artigos agrícolas para o mercado. Pela ausência de infraestrutura de
transportes, os fretes do sertão goiano para o Rio de Janeiro às vezes tinham valores iguais àqueles
cobrados da Europa ao Brasil.
Apesar das dificuldades encontradas tanto no campo político e econômico e também pela localização
de Goiás, os trilhos começaram a ser construídos em direção às terras goianas na primeira década do
século XX. A Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio
do governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o
primeiro trecho da Estrada de Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os trilhos
da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a Estação
Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais com
Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera e em 1913 as
estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em 1914 outras
estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá, Urutaí e
Roncador. A estação de Roncador foi ponta de linha até 1922, ano em que se inaugurou a estação em
Pires do Rio após a conclusão da ponte Epitácio Pessoa sobre o rio Corumbá. Durante oito anos as
intermediações da estação de Roncador foram muito dinamizadas pelas atividades de um porto fluvial,
que perdeu sua função com a conclusão da ponte.

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Adaptado de Castilho, Denis

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A implantação da ferrovia proporcionou a redução dos preços dos fretes e a melhoria do sistema de
transporte, dinamizando a economia do território, principalmente na área de influência da ferrovia. As
exportações agrícolas cresciam a partir do excedente de uma agricultura de subsistência. Nesse sentido,
a ferrovia ampliou as possibilidades de circulação dos excedentes e dinamizou a prática agrícola. Com a
implantação dos trilhos e a ligação com a região econômica mais dinâmica do Brasil, houve um crescente
movimento ocupacional da porção sul de Goiás, sobretudo na área de influência da Ferrovia. Em 1900 a
população de Goiás somava 270.000 habitantes. Em 1908 houve um incremento de apenas 10 mil
habitantes. Em 1910, um ano após o início da construção da ferrovia, o estado registrou 340.000
habitantes. Em 1920 houve um crescimento de 66,42 % da população, com registro de 511.818 habitantes
nesse ano.
Além de influenciar o crescimento populacional, a ferrovia também favoreceu a posição de sua região
de influência em relação ao sudeste brasileiro, aumentando a demanda de consumo e consequentemente
as exportações. Até a década de 1910, a agricultura atendia as necessidades do autoconsumo local. Com
a chegada dos trilhos, houve incremento na exportação de produtos agrícolas, como fumo, arroz, feijão,
farinha de mandioca, mamona, caroço de algodão, etc. Em 1916 Goiás exportou 5.967.378 quilos de
arroz para São Paulo por meio da Estrada de Ferro Goiás. Em 1922 foi registrado o número de 6.338.647
quilos para o mesmo produto. No caso do café houve um crescimento nas exportações pela ferrovia entre
os anos 1921 e 1924 de 376,4%, com 417.473 quilos e 1.110.910 quilos em cada ano, respectivamente.
O crescimento das exportações para a atividade pecuária também foi significativo. Em 1916 foram
exportadas 7.021 cabeças de bois gordos. Nos dois anos seguintes foram exportados pela estrada de
ferro 16.642 “vacuns” e 85.598 cabeças de bois, respectivamente. Conforme dados da revista A
Informação Goyana, a década de 1920 foi um marco no crescimento das exportações de gado, uma vez
que em 1923 foram exportadas 149.545 cabeças de bois e 10.509 cabeças de vacas, registrando um
aumento de 53,4%.

As transformações econômicas com a construção de Goiânia e Brasília

A construção de Goiânia deve ser compreendida dentro do contexto do governo Vargas, ou seja, a
busca da unidade nacional, diminuindo as particularidades regionais e fortalecendo o sentimento de
nação brasileira. Ainda, o desejo regional de destituir a antiga capital Goiás correspondia aos novos
tempos, uma vez que essa cidade era símbolo da aristocracia rural. Além disso, permitiu condições para
o avanço de novas fronteiras agrícolas em direção ao Centro-Oeste.
Após os anos 1930, o estado de Goiás experimentou uma verdadeira transformação econômica com
a construção da ferrovia em Goiânia e a construção de Brasília (no governo de Juscelino Kubitschek, na
década de 1950), e posteriormente com a implantação de rodovias importantes, como Belém-Brasília e a
BR-153. A construção de rodovias e ferrovias ligavam a região ao restante do país, integrando-a
definitivamente ao mercado consumidor e fornecedor do Sul e Sudeste.
Junto a isso, o governo Vargas incentivou a articulação entre o campo e a indústria, integrando ao
sistema capitalista de produção. O setor agropecuário era percebido como atrasado. Para tanto, investiu-
se na formação de um mercado interno, na racionalização da pecuária com investimentos na melhoria
genética das raças, no financiamento agropecuarista para a modernização da produção e vinculação aos
grandes frigoríficos. Esses grandes frigoríficos, estabelecidos entre os anos 1910 e 1950, principalmente
na cidade de Barretos (SP), eram os grandes compradores de gado do Planalto Central, estabelecendo
uma relação cada vez mais estreita entre campo e a indústria.
O incentivo à nacionalização do capital da indústria frigorífica, com a isenção de impostos, por exemplo,
levou à instalação de inúmeras empresas de capital nacional na região do Centro-Oeste, em especial, em
Goiás. Esse fato ajudou o desenvolvimento da região.
As intervenções do Estado brasileiro para o desenvolvimento do interior do país levaram à expansão
das pastagens plantadas e da agricultura comercial.
Ancorada na soja, essa agricultura trouxe riquezas para Goiás, transformando-se em um grande
produtor nacional, ajudando a elevar o país a maior produtor mundial de soja.

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Aspectos da história política de Goiás, A independência em Goiás, O
Coronelismo na República Velha, As oligarquias, A Revolução de 1930, A
administração política, de 1930 até os dias atuais, Aspectos históricos e
urbanísticos de Goiânia, Aspectos da Cultura Goiana, A culinária regional, As
festas religiosas, O folclore goiano, O patrimônio histórico-cultural e o turismo,
A população goiana, Povoamento, Movimentos migratórios, Densidade e
distribuição demográfica, População economicamente ativa

Características da Primeira Republica

O período que vai de 1889, data da Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas
assumiu o poder, é conhecido como Primeira República. O período é marcado pela dominação de poucos
grupos políticos, conhecidos como oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São Paulo
e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder local exercido pelos Coronéis.
Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início o período chamado República das
Oligarquias. A palavra Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de poucos”. Os grupos
dominantes, em geral ligados ao café e ao gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis específicas para beneficiar o grupo
dominante.

O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional, com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a
independência do Império Brasileiro. Sua criação desorganiza o Exército, e começa a se constituir no país
uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta
por membros da elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era
necessário possuir amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer
parte dela apenas aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.

A charge do gaúcho Alfredo Storni feita em 1927 critica uma prática bastante utilizada durante a República Velha, conhecida como voto de cabresto. Na
imagem, a mulher, identificada como soberania, pergunta ao político se o eleitor, caracterizado como burro de carga e preso a um cabresto, trata-se do “Zé Besta”,
ao passo em que o político que o conduz responde que na verdade é o “Zé Burro”.

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Na república velha, o sistema eleitoral era muito frágil e fácil de ser manipulado. Os coronéis
compravam votos para seus candidatos ou trocavam votos por bens materiais. Como o voto era aberto,
os coronéis mandavam os capangas para os locais de votação, com o objetivo de intimidar os eleitores e
ganhar os votos. As regiões controladas politicamente pelos coronéis eram conhecidas como currais
eleitorais.
Os coronéis costumavam alterar votos, sumir com urnas e até mesmo patrocinavam a prática do voto
fantasma. Este último consistia na falsificação de documentos para que pessoas pudessem votar várias
vezes ou até mesmo utilizar o nome de falecidos nas votações.
Dessa forma, a vontade política do coronel era atendida, garantindo que seus candidatos fossem
eleitos em nível municipal e também estadual, e garantindo também participação na esfera federal.
A base de sustentação do poder político dos chefes interioranos está na política assistencialista,
paternalista e clientelista desenvolvida pelos coronéis no âmbito da máquina administrativa local. Esse
fenômeno está relacionado às estruturas de mandonismo local através da força política que se estendeu
com o advento da República.
O coronel seria definido pela sua força política, pela sua influência junto aos órgãos administrativos,
usando a máquina pública (no caso da República), para assegurar os seus interesses políticos e pessoais.
O Coronelismo no Estado de Goiás diferenciou-se de outras regiões pela situação de isolamento
geográfico, político, social, econômico e de comunicação do estado com o centro hegemônico do poder
nacional.
Não havia interesse federal na intervenção ou interação com a região, a qual se mantinha baseada
unicamente na pecuária de corte após a fase aurífera.
A manutenção do poder baseava-se na manipulação do orçamento e pela reprodução do atraso,
mantendo a população em situação de dependência frente aos chefes políticos, além de evitar
fiscalizações e intervenções federais que pusessem em risco o poder local.
No Estado de Goiás predominou a presença de famílias ou grupos tradicionais com grandes
propriedades de terras (latifúndios), formação de oligarquias locais, poder político, econômico e militar
concentrado, situação de afastamento e indiferença do Governo Federal, e a possibilidade de apropriação
da receita de exportação, a contração de empréstimos, a organização das tropas policiais e a autonomia
política.
O estado de Goiás possuía a seguinte configuração política:
- A Comissão Executiva;
- Poder Executivo, que se desmembrava em representação estadual e federal.

Essa engrenagem é apoiada no sistema eleitoral; através dela, os grupos políticos, cada qual ao seu
tempo, manipularam o poder político estadual.
À Comissão Executiva, que era eleita por uma convenção, competia, entre outras funções, a indicação
de todos os cargos eletivos. Incluía-se entre seus membros o Presidente do Estado. Esta comissão era
um elemento muito importante no sistema político estadual, pois detinha um “poder paralelo”, não
constitucional. O número de membros era reduzido, (de sete a nove) o que facilitava o acordo quanto aos
nomes indicados para a composição de chapas e a própria manipulação política dos cargos, por um grupo
do poder. É através dela que os políticos firmavam seu domínio.
No Estado de Goiás, esta Comissão Executiva foi controlada e dominada em todo o período da
República Velha por três líderes: José Leopoldo de Bulhões, José Xavier de Almeida, Antônio Ramos
Caiado, conhecido como Totó Caiado.
José Leopoldo de Bulhões (1856-1928) era advogado, político e financista. Foi o criador do clã
“Bulhões” no Estado de Goiás. Foi diretor do Banco do Brasil, Ministro da Fazenda, Senador da República,
Deputado Federal, Presidente da Câmara Municipal, Vereador por diversas vezes e Prefeito de
Petrópolis. Dá nome a um município em Goiás.
José Xavier de Almeida (1871-1956) também foi advogado e político brasileiro. Formou-se na mesma
universidade de José Leopoldo de Bulhões (Faculdade de Direito de São Paulo). Foi membro do Partido
Republicano Federal de Goiás, Secretário do Interior e Justiça (1895-1899) e Presidente de Goiás (1901-
1905). Esteve ligado ao clã dos Bulhões, mas rompeu em 1904. O período de sua influência direta no
Estado de Goiás encerrou-se 1909, após a revolução que depôs o último presidente xavierista, período
este que ficou caracterizado por tendências democráticas e progressistas.
Antônio Ramos Caiado, conhecido como Totó Caiado, foi um dos coronéis mais emblemáticos da
época. Nasceu na cidade de Goiás em 15 de maio de 1874 e faleceu em Goiânia em 1967. Foi também
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, além de intendente municipal, Secretário do
Interior e Justiça e Segurança Pública, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador da República.

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A Revolução de 1930 e o governo Getúlio Vargas

No ano de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou, causando sérios efeitos para a economia
mundial. A economia norte-americana fica arruinada, com pesadas quedas na produção, além da
ampliação do desemprego.
A crise econômica nos EUA fez-se sentir em todo o mundo. Os efeitos da crise de 1929, para o Brasil,
fizeram-se sentir com a queda brutal nos preços do café. Os fazendeiros de café pediram auxílio ao
governo federal, que rejeitou, alegando que a queda nos preços do café seria compensada pelo aumento
no volume das exportações, o que, aliás, não ocorreu. No plano interno, em 1930, ocorriam eleições
presidenciais. Washington Luís indicou um candidato paulista - Júlio Prestes, rompendo o pacto
estabelecido na política do café-com-leite. Os mineiros não aceitaram (Washington Luís representava os
paulistas e, seguindo a regra, o próximo presidente deveria ser um mineiro, aliás, o governador de Minas
Gerais, Antônio Carlos de Andrada). O rompimento da política do café-com-leite vai fortalecer a oposição,
organizada na chamada Aliança Liberal.
A Aliança Liberal era uma chapa de oposição, tendo Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa
para vice-presidente. Esta chapa contava com o apoio das oligarquias do Rio Grande do Sul, Paraíba e
de Minas Gerais, além do Partido Democrático, formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista
(PRP). O programa da Aliança Liberal vai de encontro aos interesses das classes dominantes
marginalizadas pelo setor cafeeiro e, aumentando sua base de apoio, defendia a regulamentação das leis
trabalhistas, a instituição do voto secreto e do voto feminino. Reivindicava a expansão da industrialização
e uma maior centralização política. De quebra, propunha a anistia aos tenentes condenados,
sensibilizando o setor militar. Porém, mediante as tradicionais fraudes eleitorais, o candidato da situação,
Júlio Prestes, venceu as eleições.
A vitória do candidato situacionista provocou insatisfação das oligarquias marginalizadas, dos tenentes
e da camada média urbana. Alguns tenentes, como Juarez Távora e João Alberto, iniciaram uma
conspiração para evitar a posse de Júlio Prestes. Temendo que a conspiração pudesse contar com a
participação popular, os líderes oligárquicos tomaram o comando do processo. "Façamos a revolução
antes que o povo a faça", esta fala de Antônio Carlos Andrade, governador de Minas, sintetiza tudo. O
estopim do movimento foi o assassinato de João Pessoa. Em 03 de outubro, sob o comando de Góes
Monteiro eclode a revolta no Rio Grande do Sul; em 04 de outubro foi a vez de Juarez Távora iniciar a
rebelião na Paraíba. Por fim. Em 24 de outubro de 1930, temendo-se uma guerra civil, o alto-comando
das Forças Armadas no Rio de Janeiro desencadeou o golpe, depondo Washington Luís, impedindo a
posse de Júlio Prestes e formando uma junta pacificadora, composta pelos generais Mena Barreto, Tasso
Fragoso e pelo almirante Isaías Noronha. No dia 03 de novembro Getúlio Vargas era empossado, de
forma provisória, como presidente da República.

Significado da Revolução de 30
O movimento de 1930, apesar de sua complexa base social (oligarquias dissidentes, tenentes,
camadas médias urbanas) não deve ser visto como uma ruptura na estrutura social, política e econômica
do Brasil. A revolução não rompeu com o sistema oligárquico, houve tão somente uma substituição de
oligarquias no poder. A revolução de 30 colocou um novo governo compromissado com diversos grupos
sociais. Sob este ponto de vista, pode-se dizer que o movimento de 1930 patrocinou uma nova política
do Estado brasileiro.

República Nova

Às 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete,
a Getúlio Vargas, (que vestiu farda militar pela primeira vez na vida, por sugestão de seus assessores,
para incutir no povo a “aura revolucionária”), encerrando a chamada república velha. Na mesma hora, no
centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco
da Avenida Rio Brancos, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930. Getúlio tornou-se
chefe do Governo Provisório com amplos poderes.
A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio passou a governar por decretos. Getúlio nomeou
interventores para todos os Governos Estaduais, com exceção de Minas Gerais. Esses interventores
eram na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930. Os efeitos da Revolução demoram a
aparecer. A nova Constituição só é aprovada em 1934, depois de forte pressão social, como a Revolução
Constitucionalista de 1932. Mas a estrutura do Estado brasileiro modifica-se profundamente depois de
1930, tornando-se mais ajustada às necessidades econômicas e sociais do país.

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A Nova Política do Brasil

Os partidos fundados por Getúlio Vargas, o PSD (partido dos ex-interventores no Estado Novo e
intervencionista na economia) e o antigo PTB, dominaram a cena política de 1946 até 1964. Os maiores
partidos políticos daquele período, eram liderados por mineiros (PSD e UDN) e por gaúchos (o PTB).
Apesar de quinze anos (1930-1945) não serem um período longo, em se tratando de carreira política,
raríssimos foram os políticos da República Velha que conseguiram retomar suas carreiras políticas depois
da queda de Getúlio em 1945. A renovação do quadro político foi quase total. Renovação tanto de
pessoas quanto da maneira de se fazer política.
Getúlio foi o primeiro a fazer no Brasil propaganda pessoal em larga escala chamada “culto à
personalidade”, típica do fascismo e do stalinismo e ancestral do marketing político moderno. A aliança
elite-proletariado, criada por Getúlio, tornou-se típica no Brasil, como a Aliança PTB-PSD apoiada pelo
clandestino PCB na fase de 1946-1964, e atualmente com a aliança PT-PP-PMDB-PL. O estilo conciliador
de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer política dos brasileiros, e teve seu maior adepto no ex-
ministro da Justiça de Getúlio, Tancredo Neves. O maior momento desse estilo conciliador foi a grande
aliança política que se formou visando as diretas-já e, em seguida, uma aliança maior ainda em torno de.
Tancredo, visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984 - 1985.

A Nova Economia do Brasil

A política trabalhista foi taxada de “paternalista” por intelectuais de esquerda, que acusavam Getúlio
de tentar anular a influência desta sobre o proletariado, desejando transformar a classe operária num
setor sob seu controle nos moldes da Carta del Lavoro do fascista italiano Benito Mussolini. Os defensores
de Getúlio Vargas diziam que em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços
comparáveis nos direitos dos trabalhadores. Os expoentes máximos dessa posição foram João Goulart
e Leonel Brizola, sendo Brizola considerado o último herdeiro político do “Getulismo”, ou da “Era Vargas”,
na linguagem dos brasileiros.
A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, em longo prazo, as leis trabalhistas prejudicam os
trabalhadores porque aumentam o chamado “custo Brasil”, onerando muito as empresas e gerando a
inflação que corrói o valor real dos salários. Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas
brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade e faz que as empresas
estrangeiras se tornem receosas de investirem no Brasil. Assim, segundo a crítica liberal, as leis
trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e subemprego entre os trabalhadores.

As Forças de oposição ao Regime Oligárquico


No decorrer das três primeiras décadas do século XX houveram uma série de manifestações operárias,
insatisfação dos setores urbanos e movimentos de rebeldia no interior do Exército (Tenentismo). Eram
forças de oposição ao regime oligárquico, mas que ainda não representavam ameaça à sua estabilidade.
Esse quadro sofreu uma grande modificação quando, no biênio 1921-30, a crise econômica e o
rompimento da política do café-com-leite por Washington Luís colocaram na oposição uma fração
importante das elites agrárias e oligárquicas. Os acontecimentos que se seguiram (formação da Aliança
Liberal, o golpe de 30) e a consequente ascensão de Vargas ao poder podem ser entendidos como o
resultado desse complexo movimento político. Ele se apoiou em vários setores sociais liderados por
frações das oligarquias descontentes com o exclusivismo paulista sobre o poder republicano federal.

O Governo Provisório
Com Washingtom Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo
provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover uma centralização política
e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o controle efetivo do país. Em
outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra. Para atingir esse objetivo, foram
nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de confiança, normalmente oriundos
do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir, em cada estado, as determinações do governo provisório.
Esse fato e mais o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no estado de São Paulo. As
eleições dariam ao país uma nova constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.

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A Reação Paulista
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação
de um interventor civil e paulista, começa a se somar a reivindicação de eleições para a Constituinte.
Essas teses foram ganhando rapidamente simpatia popular.
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do estado, até
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD).
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um
interventor do próprio estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido.
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins,
Dráusio e Camargo foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da legalidade
constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa
o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou as eleições
para 1933.

A Revolução Constitucionalista de 1932

A oligarquia paulista, entretanto, não considerava as “concessões” suficientes. Baseada no apoio


popular que conseguira obter e contando com a adesão de outros estados, desencadeou em 9 de julho
de 1932, a chamada Revolução Constitucionalista. Ela visava a derrubada do governo provisório e a
aprovação imediata das medidas que Getúlio protelava. Entretanto, o apoio esperado dos outros estados
não ocorreu e, depois de três meses, a revolta foi sufocada. Até hoje, o caráter e o significado da
Revolução Constitucionalista de 1932 geram polêmicas. De qualquer forma, é inegável que o movimento
teve duas dimensões. No plano mais aparente, predominaram as reivindicações para que o país
retornasse à normalidade política e jurídica, lastreadas numa expressiva participação popular. Nesse
sentido, alguns destacam que o movimento foi um marco na luta pelo fortalecimento da cidadania no
Brasil. Num plano menos aparente, mas muito mais ativo, estava o rancor das elites paulistas, que viam
no movimento uma possibilidade de retomar o controle do poder político que lhe fora arrebatado em 1930.
Se admitirmos que existiu uma revolução em 1930, o que aconteceu em São Paulo, em 1932, foi a
tentativa de uma contra revolução, pois visava restaurar uma supremacia que, durante mais de 30 anos,
fez a nação orbitar em torno dos interesses da cafeicultura. Nesse sentido, o movimento era marcado por
um reacionarismo elitista, contrário ao limitado projeto modernizador de 1930.
Em 1930 Getúlio Vargas assume o Governo Federal por meio de movimento armado, e no estado de
Goiás tem início o governo de Pedro Ludovico Teixeira com o propósito de colocar um fim na política
coronelística.
Quando eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932, manteve-se fiel ao Governo Federal,
chegando a mobilizar tropas goianas para a fronteira de Mato Grosso. Em 1933 foi decidida a
reconstitucionalização do país, com a convocação de eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
Em todos os Estados, os interventores participaram da criação de partidos que representassem os
objetivos doutrinários da Revolução de 1930, em Goiás Pedro Ludovico tomou parte ativa na criação do
Partido Social Republicano, que viria a preencher todas as cadeiras da representação goiana na
Constituinte. Em 1935, seguindo as normas da Constituição Federal votada n o ano anterior, reuniu-se a
Assembleia Constituinte do Estado de Goiás, que o elegeu governador. Sua eleição contou com os votos
da chamada frente moderada do seu partido, derrotando Domingos Netto de Vellasco, candidato da
época.
Em novembro de 1937, com a decretação do Estado Novo, permaneceu a frente do Governo Estadual,
mais uma vez como interventor. No início de 1945, com a crise do Estado Novo e o surgimento de novos
partidos políticos, participou intensamente da criação do Partido Social Democrático (PSD), do qual foi
presidente em Goiás. Cinco dias após a queda de Getúlio Vargas (29/10/1945), foi substituído na
Interventoria, depois de 15 anos consecutivos à frente do executivo estadual. Durante o período em que
ocupou o Governo de Goiás, além da fundação de Goiânia, construiu a rodovia que ligava a nova capital
a Rio Verde, a Usina Rochedo, destinada a fornecer força e luz a Goiânia, e a ponte sobre o rio Paranaíba,
na divisa com Minas Gerais.
O golpe militar de 1964 marcou as relações políticas do estado. O ex-governador Mauro Borges de
Teixeira foi deposto. A partir de então, o prefeito e governador passaram a ser indicados pelos militares.
No campo econômico, o poder dos latifundiários foi consolidado com apoio à modernização da agricultura
de exportação e à instalação de uma agroindústria.

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O estado de Goiás acabou se especializando, a partir das décadas de 1970 e 1980, na produção de
grãos, como a soja e o milho, além de carne e leite. O avanço da produção de grãos e carne ajudou a
formar um complexo agroindustrial importante tanto regionalmente como nacionalmente.
Além disso, durante o regime militar, mais especificamente nos anos 1970, ocorrem grandes
investimentos no setor agropecuário, pesquisas agronômicas, programas de crédito agrícola, assim como
a abertura de grandes sistemas viários que interligavam Brasília ao centro-sul. Nesse período todas as
áreas do Cerrado foram consideradas aptas à expansão agrícola, mudando completamente o cenário do
interior do estado.
Ao incorporar novas áreas do Cerrado ao processo produtivo, o governo militar criou políticas e
programas que atuaram de forma direta na região, como o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados
(Polocentro) e o Programa de Cooperação Nipo-Brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados
(Prodecer).
As ações dessas políticas de incentivo à agricultura goiana provocaram uma transformação a partir de
1970. A agricultura goiana passou a ter uma alta produção e transformou-se em uma grande exportadora
de grãos, além de concentrar poderosas cooperativas e agroindústrias do setor.
Atualmente empresas de outros setores como metal-mecânico e metalúrgico também instalaram-se
ou estão em fase de instalação na região, atraídas pelos incentivos fiscais oferecidos pelo estado e
prefeituras.

Goiás e a Nova República

Com o fim do governo militar, a redemocratização iniciou-se com as eleições de 1982. Íris Rezende,
do PMDB, foi o primeiro a se tornar governador.
Os anos de 1982 a 1998 foram marcados pelo domínio do partido de Íris no governo. Seu grupo político
somente foi derrotado em 1998, com a ascensão de Marconi Perillo, do PSDB.
O grupo de Perillo conseguiu eleger seu sucessor em 2006, com a eleição de Alcides Rodrigues Filho.
No entanto, em 2008, Íris Rezende conseguiu sua reeleição na capital goiana. Outras lideranças políticas
foram Demóstenes Torres do DEM, Henrique Meirelles do PMDB e Rubens Ottoni do PT.

Aspectos da História Sócio-Cultural de Goiás: o povoamento branco, os grupos indígenas, a


escravidão e cultura negra, os movimentos sociais no campo e a cultura popular goiana.

O estado de Goiás possui uma população de 7.113.540 habitantes, segundo estimativas do IBGE para
20202, sendo o estado mais populoso da região centro-oeste. O crescimento demográfico aumentou após
construção da cidade de Goiânia, intensificado com a construção de Brasília. Entre 1991 a 2000,
apresentou uma taxa de crescimento de 2,5% ao ano.
Entre 1890 e 1920 a população teve expressivo crescimento, e ultrapassou meio milhão de habitantes,
acompanhando o desenvolvimento da atividade agropecuária dedicada à criação de gado e à agricultura
de arroz e café.
Em 1937 a cidade de Goiânia tornou-se a capital do estado, que até então era o município de Goiás.
Existiam planos para a mudança da capital desde o século XVIII.
Seu planejamento efetivo iniciou-se após o interventor federal nomeado com a Revolução de 1930,
Pedro Ludovico Teixeira, criar uma comissão para estudo do local de construção da nova capital. A pedra
fundamental da construção foi colocada em 24 de outubro de 1933. Em 1935, foi criado o município de
Goiânia e, em 1937, ocorreu a efetiva transferência da capital, sendo a inauguração oficial da cidade em
1942.
A cidade de Goiás foi tombada pelo Patrimônio Histórico Mundial. Está localizada na mesorregião do
Nordeste Goiano e na microrregião do rio Vermelho. Sua população, segundo dados de 2010, era de
24.727 habitantes. Entre os atrativos turísticos estão sua arquitetura barroca, como a Igreja da Boa Morte
e o Palácio Conde dos Arcos.
A densidade demográfica do estado é de 19,4 hab. por Km² (2015). As regiões mais populosas do
estado são Região Metropolitana de Goiânia (mais de 2 milhões de habitantes) e a Região do Entorno de
Brasília com mais de um milhão de habitantes.
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.

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IBGE Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/panorama.

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A chegada da estrada-de-ferro a Anápolis foi responsável pelo crescimento populacional do sul que
recebeu levas de migrantes nordestinos, mineiros e paulistas e interligou o centro-oeste ao centro-sul.
Do final do período monárquico até 1930, o povoamento se intensificou graças à atividade agropastoril
e à expansão das ferrovias que facilitaram o intercâmbio com o sul e contribuíram para o povoamento
das regiões sul, sudeste e sudoeste do estado. Novos povoados se formaram a partir de 1888 e, até
1930, 12 novos municípios surgiram.
Na Primeira República (1889-1930), a população duplicou em 30 anos. Em 1890, era de 224.572 hab.
e, em 1920, era de 511.919 hab. O norte era a região menos povoada.
Em 1924, embora sem sucesso, foi tentada a colonização europeia através da colônia alemã de UVA
e Itapirapuã.
A população indígena ultrapassa os 10 mil habitantes, vivendo em quatro áreas indígenas, que
somadas representam um total de 39.781 hectares. Três áreas são demarcadas pela Fundação Nacional
do Índio (FUNAI). As áreas indígenas localizam-se nos municípios de Rubiataba, Nova América, Minaçu,
Colinas do Sul, Cavalcante, Aruanã.
A população negra foi introduzida na região pelos portugueses como escravos para mão-de-obra na
extração do ouro.
A população branca descende, em sua maior parte, de portugueses que foram para região quando a
economia estava baseada na extração do ouro. Depois, ocorreram correntes migratórias em função do
progresso agrícola da região e da construção de Brasília.

Questão Indígena

A questão indígena transformou-se em um “problema” nos fins do século XVIII, pois a crise da
mineração levou a uma busca de novas terras no interior para a formação de fazendas. Evidentemente,
terras estas ocupadas por indígenas.
Essas populações iniciaram, como resposta, ataques contra as vilas e povoados dos colonizadores.
Esses ataques ocorriam desde o início da ocupação das terras brasileiras. O Sertão goiano, por
exemplo, passou a ser explorado pelos caçadores de índios e mineiros a partir do século XVII. E assim,
visando apaziguar a relação com os povos nativos, o governo luso enviou para a região padres da
Companhia de Jesus e capuchinhos da Ordem de São Francisco. O objetivo era de “civilizar e catequizar”
as populações indígenas, além de ensiná-las a prática da agricultura e criação de gado, atendendo, dessa
forma, a necessidade de mão de obra.
O padre Cristóvão de Lisboa fundou a primeira das Missões, em 1625.
Esse povoamento foi marcado por um confronto entre o branco (“colonizador”) e o índio. Nesse
contexto, a força da espada acabou por impor o domínio do branco, levando à dizimação do nativo de
várias formas:

- Ocupação das terras;


- Escravização dos mais pacíficos;
- Choques intermitentes com as tribos indomáveis;
- Aldeamento de pequenos grupos, que definhavam rapidamente no regime de semicativeiro;
- Cruzamentos raciais, sobretudo através de índios cativos;
- Suicídios coletivos;
- Doenças trazidas pelos brancos;
- Destruição do meio.

Principais Tribos

A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos
Akuen, Kayapó, Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-
Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no entanto,
dificulta precisar com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, Crixá e Araxá.

Goyá
Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios que a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva
Filho encontrou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que indicaram o lugar – Arraial do
Ferreiro – no qual Bartolomeu Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam a região da
Serra Dourada, próximo a Vila Boa, e quatro décadas após o início do povoamento desapareceram

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daquela região. Não se sabe ao certo seu destino e nem há registros sobre seu modo de vida ou sua
língua.

Krixá
Seus limites iam da região de Crixás até a área do rio Tesouras. Como os Goyá, também
desapareceram no início da colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua cultura e sua
língua.

Araé
Também não há muitos registros a respeito dos Araé. Possivelmente teriam habitado a região do rio
das Mortes.

Araxá
Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que pertencia a Goiás e atualmente faz parte do
território de Minas Gerais.

Kayapó
Filiados à família linguística Jê, subdividiam-se em Kayapó do Sul, ou Kayapó Meridionais, e Kayapó
Setentrionais. Os Kayapó dominavam todo o sul da capitania de Goiás. Havia aldeias na região de rio
Claro, na Serra dos Caiapós, em Caiapônia, no alto curso do rio Araguaia e a sudeste, próximo ao
caminho de Goiás a São Paulo. Seu território estendia-se além dos limites da capitania de Goiás: a oeste,
em Camapuã, no Mato Grosso do Sul; a norte, na região entre o Xingu e o Araguaia, em terras do Pará;
a leste, na beira do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais; e ao sul, entre os rios Paranaíba e
Pardo, em São Paulo. Dedicavam-se à horticultura, à caça e à pesca, além de serem conhecidos como
povo guerreiro. Fizeram ampla resistência à invasão de suas terras e foram registrados vários conflitos
entre eles e os colonos. Vítimas de perseguições e massacres, foram também extintos no Estado de
Goiás.

Akwen
Os Akwen pertencem à família Jê e subdividem-se em Akroá, Xacriabá, Xavante e Xerente:

- Akroá e Xacriabá: habitavam extenso território entre a Serra Geral e o rio Tocantins, as margens do
rio do Sono e terras banhadas pelo rio Manoel Alves Grande. Estabeleceram-se, também, além da Serra
Geral, em solo baiano e nas ribeiras do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais. Depois de vários
conflitos com os colonos que se estabeleceram em suas terras, foram levados para o aldeamento oficial
de São Francisco Xavier do Duro, construído em 1750. Os Akroá foram dizimados mais tarde e os
Xacriabá encontram-se atualmente em Minas Gerais, sob os cuidados da Funai.
- Xavante: Seu território compreendia regiões do alto e médio rio Tocantins e médio rio Araguaia.
Tinham suas aldeias distribuídas nas margens do Tocantins, desde Porto Imperial até depois de Carolina,
e a leste, de Porto Imperial até a Serra Geral, limites das províncias de Goiás (antes da divisão) e
Maranhão. Havia também aldeias na bacia do rio Araguaia, na região do rio Tesouras, nos distritos de
Crixás e Pilar, e na margem direita do rio Araguaia. Na primeira metade do século XIX entraram em
conflito com as frentes agropastoris que invadiam seus territórios e, após intensas guerras, migraram para
o Mato Grosso, na região do rio das Mortes, onde vivem atualmente.
- Xerente: Este grupo possuía costumes e língua semelhante aos Xavantes e há pesquisadores que
acreditam que os Xerentes são uma subdivisão do grupo Xavante. Os Xerentes habitavam os territórios
da margem direita do rio Tocantins, ao norte, no território banhado pelo rio Manoel Alves Grande, e ao
sul, nas margens dos rios do Sono e Balsas. Também viviam nas proximidades de Lageado, no rio
Tocantins, e no sertão do Duro, nas proximidades dos distritos de Natividade, Porto Imperial e Serra
Geral. Seus domínios alcançavam as terras do Maranhão, na região de Carolina até Pastos Bons. Como
os Xavante, também entraram em intenso conflito com as frentes agropastoris do século XIX e,
atualmente, os Xerente vivem no Estado de Tocantins.

Karajá
Os grupos indígenas Karajá, Javaé e Xambioá pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê, família
Karajá, compartilhando a mesma língua e cultura. Viviam nas margens do rio Araguaia, próximo à Ilha do
Bananal. Ao longo do século XIX, entraram em conflito com as guarnições militares sediadas no presídio
de Santa Maria, sendo que os Karajá de Aruanã são a única aldeia do grupo que atualmente vivem no
Estado de Goiás.

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Timbira
Eram bastante numerosos e habitavam uma vasta região entre a Caatinga do Nordeste e o Cerrado,
abrangendo o sul do Maranhão e o norte de Goiás. Ao longo do século XIX, devido à expansão pecuária,
entraram em conflitos com os criadores de gado que invadiam suas terras. O grupo Timbira é formado
pelas etnias Krahô, Apinajé, Gavião, Canela, Afotogés, Corretis, Otogés, Porecramecrãs, Macamecrãs e
Temembus.

Tapirapés
Pertencem ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-Guarani. Este grupo inicialmente habitava a oeste
do rio Araguaia e eventualmente frequentavam a ilha do Bananal. Com o passar do tempo, se
estabeleceram ao longo do rio Tapirapés, onde atualmente ainda vivem os remanescentes do grupo.

Avá-Canoeiro
Pertencentes ao tronco linguístico Tupi, os Avá-Canoeiro habitavam as margens e ilhas dos rios
Maranhão e Tocantins, desde Uruaçu até a cidade de Peixe, em Tocantins. Entre meados do século XVIII
e ao longo do século XIX, entraram em graves conflitos com as frentes agropastoris que invadiam suas
terras. Atualmente, os Avá-Canoeiro do Araguaia vivem na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos índios
Javaés, e os Avá-Canoeiro do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município de Minaçu.

Escravidão

Em Goiás foi utilizado, na mineração, a mão de obra indígena (no início) e a negra. Normalmente a
estimativa de vida útil de um escravo nas minas não ultrapassava 7 anos de trabalho. Além do mais, a
má alimentação, os maus tratos (as vezes os escravos dormiam em pé dentro d’água), as arbitrariedade
e os castigos eram a forma usual de sujeição do escravo, como descreveu Debret: “fazendo poucos
exercícios, passa a mulher quase o dia inteiro sentada à moda asiática, com a parte superior do corpo
inclinado para frente e apoiada nos rins, da imobilidade dessa posição resulta um adiposidade que se
manifesta pela inchação excessiva das partes inferiores, o que visível principalmente os tornozelos...”
Com o declínio da mineração, os senhores de escravos não tinham mais como mantê-los e nem
recursos para adquirir novas peças. Tal fato levou ao abrandamento da escravidão, via a miscigenação,
fugas, deslocamento para outras regiões e da compra da liberdade. A criação de gado, nova atividade
econômica, por suas próprias características, levou a um controle menos rigoroso do trabalho escravo.
Portanto, quando foi assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, quase não havia escravos para serem
libertos em Goiás.

Quilombolas
Ligados diretamente à história da ocupação do território brasileiro, os quilombos surgiram a partir do
início do ciclo da mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava negra passou a ser utilizada nas
minas, especialmente de ouro, espalhadas pelo interior do Brasil. Em Goiás, esse processo teve início
com a chegada de Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas minas dos Goyazes. Segundo relatos dos
antigos quilombolas, o trabalho na mineração era difícil e a condição de escravidão na qual viviam
tornavam a vida ainda mais dura. As fugas eram constantes e àqueles recapturados restavam castigos
muito severos, o que impelia-os a procurar refúgios em lugares cada vez mais isolados, dando origem
aos quilombolos.
Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos em Goiás. Na língua banto, a palavra
kalunga significa lugar sagrado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos
Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram passando a viver em relativo isolamento.
Com identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua tradição em uma mistura de elementos
africanos, europeus e forte presença do catolicismo tradicional do meio rural.
A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida pelo Governo do Estado de Goiás, desde
1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil hectares de
Cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de
Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas santas repletas de
rituais cerimoniosos, como a Festa do Império e o Levantamento do mastro, que atraem turistas todos os
anos para a região.

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Quilombolos registrados em Goiás

Acaba Vida: na mesma região de Niquelândia, ocupavam terras férteis e era conhecido localmente,
sendo citado em 1879.
Ambrósio: existiu na região do Triângulo Mineiro, que, até 1816, pertencia a Goiás. Teve mais de mil
moradores e foi destruído por massacre.
Cedro: localizado no atual município de Mineiros, tinha cerca de 250 moradores que praticam a
agricultura de subsistência. Sobreviveu até hoje.
Forte: localizado no nordeste de Goiás, sobreviveu até hoje, tornando-se povoado do município de
São João d'Aliança.
Kalunga: localizado no Vão do Paranã, no nordeste de Goiás, existe há 250 anos, tendo sido
descoberto pela sociedade nacional somente em fins do anos 1960. Tem 5 mil habitantes, distribuídos
em vários núcleos na mesma região.
Mesquita: próximo à atual cidade de Luziânia, estendia sua população para diversas localidades no
seu entorno.
Muquém: próximo à atual cidade de Niquelândia e junto ao povoado de mesmo nome, foi notório, mas
deixou poucas informações a seu respeito.
Papuã: na mesma região do Muquém, foi descoberto em 1741 e destruído anos depois pelos
colonizadores.
Pilar: próximo à cidade de mesmo nome, foi destruído em lutas. Seus 300 integrantes chegaram a
planejar a morte de todos os brancos do local, mas o plano foi descoberto antes.
Tesouras: no arraial de mesmo nome, tinha até atividades de mineração e um córrego inclusive
chamado Quilombo.
Três Barras: tinha 60 integrantes, conhecidos pelos insultos e provocações ao viajantes.
São Gonçalo: próxima à cidade de Goiás, então capital, seus integrantes atacavam roças e rebanhos
das fazendas vizinhas.

Movimentos sociais no campo3

Com a queda da ditadura getulista, trazendo ao Brasil um breve período de democracia que duraria
até 1964, a emergência de ligas camponesas, de “associações”, de uniões trouxeram à cena política a
luta dos trabalhadores rurais, que impuseram seu reconhecimento à sociedade, principalmente a partir
do início dos anos 1950. Embora ainda localizadas e dispersas, essas lutas repercutiram fortemente nos
centros de poder, fazendo da reforma agrária um importante eixo de discussão política.
Em Goiás, ao longo da rodovia Belém-Brasília, desde a década de 50 já vinha ocorrendo uma
colonização espontânea, com a ocupação de terras devolutas, ainda abundantes no norte do Estado.
Porém, à medida que a frente pioneira ia avançando e obtendo a propriedade jurídica da terra, estes
migrantes, que tinham a posse precária, tornaram-se vítimas da expansão do capital e do latifúndio.
Diante do violento processo de expulsão de posseiros que se instalou no norte de Goiás, com o avanço
do capital, os ocupantes expulsos tiveram poucas opções: migrar para áreas novas; trabalhar como
assalariado nas fazendas; ou migrar para a cidade. Mesmo possuindo direitos sobre as terras devolutas,
que foram ocupadas e trabalhadas com a finalidade de proporcionar os meios de sobrevivência à sua
família, os posseiros não se preocupavam ou não tiveram condições de legalizarem suas terras. Acontece
que o posseiro tem interesse apenas pela "terra de trabalho" e pouco se importa com a propriedade legal.
Os posseiros, que abriram as matas com seu trabalho e que sempre tiveram suas posses respeitadas
pelo vizinho, não se preocupavam em documentar as terras. Tornaram-se, portanto, vítimas fáceis dos
grileiros, investidores e especuladores. Quando o governo estadual iniciou as ações discriminatórias das
terras devolutas, por intermédio do Instituto do Desenvolvimento Agrário de Goiás (Idago), autarquia
estadual criada em 1962, e da Procuradoria Geral do Estado, os grileiros se apressaram em falsificar
títulos para se apoderarem das terras, mesmo que estivessem com posseiros.
Nas regiões das chamadas “fronteiras agrícolas”, ou seja, regiões onde a floresta vinha sendo
derrubada e novas áreas vinham sendo ocupadas ou transformadas em latifúndios, foram muitos os
conflitos, opondo posseiros a grileiros que, com base em títulos por vezes falsificados, procuravam dar
novo destino às terras, um destino que excluía a presença dos ocupantes como produtores autônomos e
visava a produção através do sistema de monocultura. Essas tensões normalmente vieram na esteira da
valorização das áreas e da transformação da terra em mercadoria. Alguns desses conflitos ganharam
grande dimensão política no final dos anos 50, com destaque para a revolta de Formoso e Trombas.

3
Adaptado de Leonilde Sérvolo de Medeiros.

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A Revolta de Trombas e Formoso ocorreu na região norte do estado de Goiás, de 1950 a 1957. A luta
tinha de um lado camponeses sem terra e, do outro, grileiros. Os combates desenvolveram-se tanto no
terreno da luta política institucional, quanto da luta armada propriamente dita.
Ocupada nos anos 40 por migrantes vindos de diversos pontos do país, muitos atraídos pela
propaganda em torno da Cango (Colônia Agrícola Nacional de Goiás), em Ceres; a partir do início dos
anos 50, a área tornou-se objeto de grilagem. Os posseiros, ameaçados de despejo, resolveram resistir
Já em 1957 a região estava toda organizada e sob controle dos posseiros que impediam a entrada dos
jagunços, dos grileiros e da polícia na área. Finalmente conseguiram um acordo com o governo do Estado,
que retirou a polícia e se comprometeu a titular as posses, sendo a associação a intermediária na
indicação dos verdadeiros posseiros. Foi-lhes reconhecida uma área de dez mil quilômetros quadrados,
onde, em 1961, já funcionavam três associações (Trombas e Formoso, Serra Grande e Rodovalho) e
vinte e três conselhos. O controle dos posseiros sobre a região era inclusive eleitoral. Além de vereadores
e até mesmo prefeitos, conseguiram eleger seu líder maior, José Porfírio, deputado estadual em 1962.
Com o golpe militar, em 1964, os camponeses da região foram torturados e perseguidos. José Porfírio
foi caçado e preso pelos militares e está desaparecido, desde a década de 70.
O golpe militar de 1964 desmobilizou as organizações e movimentos, prendendo os principais líderes
das Ligas. O governo militar promoveu, então, uma perseguição acirrada às Ligas Campesinas e suas
lideranças. Criou o Estatuto da Terra, colocou o sindicalismo rural sob forte controle e promoveu o
“desenvolvimento do campo” através da “modernização conservadora”, aniquilando qualquer
reivindicação de reforma agrária no País.
Na década de 70, com o estímulo dos incentivos fiscais e de outros favorecimentos do Estado ao
capital, as áreas de fronteira agrícola sofreram novo surto de expansão do latifúndio. Isto, evidentemente,
representou maior concentração fundiária e mais conflitos pela terra. O crescimento das grandes
propriedades se deu mais nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde a estrutura fundiária já era
concentrada. Especialmente nas áreas de influência da Superintendência do Plano de Desenvolvimento
da Amazônia (Sudam), na chamada Amazônia Legal, que abrange toda a região Norte e parte do
Nordeste e do Centro-Oeste.

A Revolução Verde em Goiás4

O desenvolvimento das técnicas agrícolas, feita através de políticas públicas de incentivos fiscais,
gerou intensas modificações no campo após a década de 1960. O Estado de Goiás foi uma das regiões
que mais sofreu alterações em sua base agrícola.
O desenvolvimento de Goiás, nos últimos anos, é expressivo, principalmente da região Sudoeste, que
tem o seu principal setor de crescimento na agricultura. O desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser
analisado juntamente com o processo de crescimento da Região Centro-Oeste, que até as décadas de
1950 e 1960 era vista como “celeiro” na qual sua função era produzir matérias-primas e produtos de
necessidade básica para o restante do país.
A partir da década de 1960, através da Revolução Verde e com o novo pacote tecnológico, que
agricultura brasileira vinha consolidando em função do novo alcance das fronteiras agrícolas e pela
utilização de novas tecnologias como maquinário, fertilizantes e defensivos, é que a Região Centro-Oeste
inicia seu processo de crescimento através das políticas públicas, tendo o Estado como importante
definidor de fundos necessários para sua execução. Esse crescimento fez com que a Região Centro-
Oeste deixasse de ser uma região tipicamente de fronteira para se tornar uma área de produção
agroindustrial e se integrar na nova dinâmica econômica do país.
O recente desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser compreendido dentro do próprio processo de
crescimento da região Centro–Oeste, que desde a década de 60 sofreu uma forte e acelerada mudança
em sua base produtiva. Para gerar o desenvolvimento, a presença do Estado mostrou-se fundamental
como provedor das políticas públicas e dos fundos necessários para a sua execução, através do Plano
de Desenvolvimento Econômico e Social do Centro-Oeste (PLADESCO), Programa de Desenvolvimento
do Cerrado (POLOCENTRO), Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e outros
programas.

Cultura5

Das tochas flamejantes dos farricocos da cidade de Goiás aos mantos brilhantes de mouros e cristãos
das Cavalhadas pirenopolinas, Goiás festeja suas tradições. Do traçado da escrita de Bernardo Élis à arte
4
Adaptado de Silva, Antenor
5
http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/cultura/

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primitivista de Antônio Poteiro, Goiás manifesta sua arte. Veiga Valle, Cora Coralina, Goiandira do Couto,
Carmo Bernardes e Siron Franco. Arte em diversas formas, sabores do Cerrado e batucadas de Congos
e violas caipiras, que resultam em uma diversidade de riquezas culturais só encontradas aqui.

Artes
Goiás é pleno em artes. O Estado conjuga sob sua tutela manifestações artísticas variadas, que
englobam do traço primitivo até o mais moderno desenho. Contemplado com nomes de peso no cenário
regional, Goiás é expressivo quanto aos artistas que contaram em prosa e verso as belezas do Cerrado
ou o ritmo de um Estado em crescimento e mesmo as nuances de ritos cotidianos.
Na escultura, José Joaquim da Veiga Valle é unanimidade. Natural de Pirenópolis, esculpia imagens,
na maioria em cedro, sendo considerado um dos grandes “santeiros” do século XIX. Suas madonas são
as mais representativas e na época eram expressadas conforme a devoção de cada pessoa que a
encomendava. Já a pintura é honrada pelas técnicas e pincéis de Siron Franco e Antônio Poteiro, artistas
renomados e reconhecidos mundialmente em pinturas, monumentos e instalações, que vão do
primitivismo de Poteiro até o temas atuais na mãos de Siron Franco. Isso sem contar a arte inigualável
de Goiandira do Couto, expressa por seus quadros pintados não com tinta, mas com areia colorida
retirada da Serra Dourada.
A literatura goiana é destaque à parte. Destacam-se os nomes de Hugo de Carvalho Ramos,
com Tropas e Boiadas; Basileu Toledo França e os romances históricos Pioneiros e
Jagunços e Capangueiros; Bernardo Élis e as obras Apenas um Violão, O Tronco eErmos Gerais; Carmo
Bernardes com Jurubatuba e Selva-Bichos e Gente; Gilberto Mendonça Teles, considerado o escritor
goiano mais famoso na Europa, com A Raiz da Fala e Hora Aberta; Yêda Schmaltz com Baco e Anas
Brasileiras; Pio Vargas e Anatomia do Gesto e Os Novelos do Acaso; e Leo Lynce, um dos precursores
do modernismo, com seu livro Ontem.

Cora Coralina
Ana Lins Guimarães Peixoto Bretas tinha quase 76 anos quando publicou seu primeiro livro, Poemas
dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina foi poetisa e contista,
sendo considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Também era conhecida por seus
dotes culinários, especialmente na feitura dos típicos doces da cidade de Goiás, onde morava – motivo
do qual é evidente a presença do cotidiano interiorano brasileiro, em especial dos becos e ruas de pedras
históricas, em sua obra.

Festas e festivais
O Estado de Goiás promove, constantemente, manifestações artísticas conjuntas de forma a
apresentar novos nomes do cenário regional. Três festivais têm espaço garantido no calendário de
eventos estadual, dando repercussão à cultura audiovisual, dramaturgia e à música. Na cidade de Goiás,
é realizado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, o Fica; em Porangatu, a Mostra de
Teatro Nacional de Porangatu, o Tenpo; e o Festival Canto da Primavera, em Pirenópolis.

Festas religiosas
Resultado do processo de formação da chamada gente goiana, o legado religioso no Estado de Goiás
está intimamente ligado ao processo de colonização portuguesa registrado por quase toda a extensão do
território brasileiro. Reflexo dessa realidade é a forte presença de elementos cristãos nas manifestações
populares, que a exemplo da formação do sertanejo se consolidavam como uma das poucas opções de
entretenimento da época. Por todo o Estado, são costumeiras as distribuições das cidades no espaço
geográfico partindo de uma igreja católica como ponto central do município, o que lhes atribuía também
o direcionamento das festas populares.
Pirenópolis e cidade de Goiás talvez sejam as maiores expressões desse tradicionalismo cristão
imbuído em festejos tradicionais. São famosas as Festas do Divino Espírito Santo, Cavalhadas e
comemorações da Semana Santa, como a Procissão do Fogaréu. No entanto, de norte a sul, fervilham
expressões populares, quer seja em vilarejos, como a tradicional Romaria de Nossa Senhora do Muquém,
no distrito de Niquelândia, ou próximo a grandes centros urbanos, caso da cidade de Trindade, próximo
à Goiânia, e o Santuário do Divino Pai Eterno.
Mesmo no interior, esses valores persistem e são comuns no começo do ano as Folias de Reis que
dão o tom de festa e oração firmes no intuito de retribuir graças recebidas, como uma boa colheita ou
recuperação de enfermidades. Na adoração ao menino Jesus, segundo a saga dos três santos reis
magos, os festeiros arrecadam alimentos, animais e até dinheiro para cobrir as despesas da festa
popularizando a fé e promovendo a socialização entre comunidades.

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O Divino em Pirenópolis e o Fogaréu da cidade de Goiás
É quase um consenso geral a polaridade existente entre as tradições de Pirenópolis e da cidade de
Goiás. De um lado, Pirenópolis aposta nas bênçãos do Divino Espírito Santo para consagrar sua festa
em louvor ao Pentecostes. Por outro lado, a cidade de Goiás carrega entre o seu legado a tradição
medieval do ritual da Procissão do Fogaréu, durante a Semana Santa, no qual mais de três mil pessoas
acompanham a caçada feita pelos faricocos, personagens centrais do cortejo que representam os
soldados romanos, a Jesus Cristo.

Gastronomia
Em Goiás, comer é um ato social. A comida carrega traços da identidade e da memória do povo goiano,
tanto que a cozinha típica goiana é geralmente grande e uma das partes mais importantes da casa, por
agregar ritos e hábitos do ato de fazer a comida. Historicamente, a culinária goiana se desenvolveu
carregada de influências e misturas que, em virtude da colonização e da escassez de alimentos vindos
de outras capitanias, teve que buscar adaptações de acordo com a realidade local, em especial a do
Cerrado. O folclorista Bariani Ortêncio, em seu livro Cozinha goiana: histórico e receituário, resumiu essa
ideia ao ressaltar essas substituições. Se não havia a batatinha inglesa, havia a mandioca e o inhame
nativos, a serralha entrava no lugar do almeirão e a taioba substituía a couve. E assim, foram introduzidos
na panela goiana, o pequi, a guariroba, além dos diversos frutos do Cerrado, como o cajá-manga e a
mangaba, consumidos também em sucos, compotas, geléias, doces e sorvetes.
Do fogão caipira até as mais modernas cozinhas industriais é costumeiro se ouvir falar no tradicional
arroz com pequi, cujo cheiro característico anuncia de longe o cardápio da próxima refeição. O pequi,
aliás, é figura tão certa na tradição goiana, quanto os cuidados ministrados àqueles que se aventuram a
experimentá-lo pela primeira vez. A quem não sabe, não se morde, nem se parte o pequi. O fruto é roído
com os dentes incisivos e qualquer menção no sentido de mordê-lo pode resultar em uma boca recheada
de dolorosos espinhos.
Também se inclui no cardápio típico goiano a paçoca de pilão, o peixe assado na telha e a galinhada.
A galinhada, por sinal, não se resume ao frango com arroz. É mais, acompanhada de açafrão, milho e
cheiro verde, rendendo uma mistura que agrada a ambos, olfato e paladar. Sem contar a infinidade de
doces típicos interioranos, visto na leveza de alfenins, pastelinhos, ambrosias, entre outras guloseimas.

A Pamonha
Iguaria feita à base de milho verde, a pamonha está ligada diretamente à tradição goiana. Encontrada
em diversos sabores, salgados, doces, apimentados e com os mais diferentes recheios, que incluem até
jiló e guariroba, a pamonha é quase unanimidade no prato do goiano, frita, cozida ou assada,
especialmente em dias chuvosos. Difícil mesmo encontrar algum goiano que não goste de comê-la e,
principalmente, de fazê-la. É comum, especialmente no interior, reunir familiares e amigos para preparar
caldeirões imensos da pamonhada, como forma de integração social. Homens, mulheres, crianças, jovens
e adultos – todos participam. E é, em geral, coisa de amigos íntimos, ditos “de dentro de casa”.

Manifestações Populares
O desenrolar da história de Goiás propiciou o aparecimento de diversas atividades culturais no Estado,
das quais originaram legítimas manifestações do folclore goiano. Apesar de boa parte delas estar
relacionada ao legado religioso introduzido pelos portugueses, o movimento cultural que floresceu no
Estado agregou tradições indígenas, africanas e europeias de maneira a abrigar um sincretismo não
apenas religioso, mas de tradições, ritmos e manifestações que tornaram a cultura goiana um mix de
sensações que vão da batida do tambor da Congada e dos mantras entoados nas orações ao Divino, até
a cadência da viola sertaneja ou o samba e o rock que por aqui também fizeram morada.
As Cavalhadas talvez sejam uma das manifestações populares mais dinâmicas e expressivas do
Estado de Goiás. A encenação épica da luta entre mouros e cristãos na Península Ibérica é apresentada
tradicionalmente por diversas cidades goianas, tendo seu ápice no município de Pirenópolis, quinze dias
após a realização da Festa do Divino. Toda a cidade se prepara para a apresentação, travestida no
esforço popular em carregar o estandarte que representa sua milícia. O azul cristão trava a batalha contra
o rubro mouro, ornados ambos de luxuosos mantos, plumas, pedras incrustadas e elmos metálicos,
desenhando, por conseguinte, símbolos da cristandade como o peixe ou a pomba branca – símbolo do
Divino – e do lado muçulmano o dragão e a lua crescente. Paralelamente, os mascarados quebram a
solenidade junto ao público, introduzindo o sarcástico e profano, em meio a um dos maiores espetáculos
do Centro-Oeste.
As Congadas dão outro show à parte. Realizadas tradicionalmente no município de Catalão, reúnem
milhares de pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de Congo que homenageiam o escravo Chico

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Rei e sua luta pela libertação de seus companheiros, com o bônus da devoção à Nossa Senhora do
Rosário. Ao toque de três apitos, os generais dão início às batidas de percussão dos mais de 20 ternos
que se revezam entre Catupés-Cacunda, Vilão, Moçambiques, Penacho e Congos, cada qual com suas
cores em cerca de dez dias de muita festa.

A Raiz e o Sertanejo
Nem só de manifestações religiosas vive a tradicional cultura goiana. Uma dança bastante antiga e
muito representativa do Estado também faz as vezes em apresentar Goiás aos olhos dos visitantes. A
Catira que tem seus primeiros registros desde o tempo colonial não tem origem certeira. Há relatos de
caráter europeu, africano e até mesmo indígena, com resquícios do processo catequizador como forma
de introduzir cantos cristãos na possível dança indígena. No entanto, seu modo de reprodução
compassado entre batidas de mãos e pés, permeados por cantigas de violeiros perfaz a beleza
cadenciada pela dança.
A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro popular goiano, especialmente nos gêneros
caipira e sertanejo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante divulgados, geralmente por
duplas de cantores. Diferenças, no entanto, podem ser notadas quanto à temática, uma vez que o
sertanejo tem se apresentado majoritariamente enquanto produto da indústria cultural e a música de raiz
ou caipira se inspirado nas belezas do campo e do cotidiano do sertanejo.

Pluralidade de ritmos
Nem só de sertanejo vive o Estado de Goiás. Na verdade, ritmos antes considerados característicos
de eixos do Sudeste do país têm demarcado cada vez mais seu espaço dentro do território goiano. Bons
exemplos são a cena alternativa e do rock, divulgados em peso por festivais de renome como o Bananada
e o Vaca Amarela, enquanto que, por outro lado, rodas de samba e apresentações de chorinho também
têm angariado novos adeptos, dentre outros tantos ritmos encontrados na cultura goiana.

Símbolos de Goiás

Bandeira

Brasão

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Hino6

Santuário da Serra Dourada


Natureza dormindo no cio
Anhangüera, malícia e magia
Bota fogo nas águas do rio

Vermelho, de ouro assustado


Foge o índio na sua canoa
Anhanguera bateia o tempo
Levanta, arraial Vila Boa!

Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus
Louvor, louvor a Goiás!

A cortina se abre nos olhos


Outro tempo agora nos traz
É Goiânia, sonho e esperança
É Brasília pulsando em Goiás!

O cerrado, os campos e as matas


A indústria, gado, cereais
Nossos jovens tecendo o futuro
Poesia maior de Goiás!

Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus
Louvor, louvor a Goiás!

A colheita nas mãos operárias


Benze a terra, minérios e mais
O Araguaia dentro dos olhos
Eu me perco de amor por Goiás!

Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus

Questões

01. Meu Goiás, meu Goiás


Terra do Anhanguera
E dos Carajás
És um tesouro encantado
No coração do Brasil
És privilegiado
Por riquezas mil
Toda Pátria te bendiz, Goiás.

6
https://www.letras.mus.br/hinos-de-estados/126608/

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(Nini Araújo. Meu Goiás)

Sobre o povoamento branco de Goiás no século XVIII, é CORRETO afirmar:


(A) Bartolomeu Bueno da Silva, sertanista protetor dos índios, foi o primeiro branco a chegar a Goiás.
(B) Goiás ainda pode ser chamado de a Terra dos Carajás, tendo em vista a alta representatividade
dos indígenas na demografia goiana.
(C) A busca de riquezas minerais estimulou os bandeirantes paulistas a ocuparem o Centro-Oeste
brasileiro.
(D) Pode-se afirmar que a Igreja Católica e a Coroa Portuguesa apoiaram as guerras de extermínio
movidas contra os indígenas em Goiás.

02. Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da
arrecadação total do Estado.
MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luis. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.
Sobre a economia goiana, marque a alternativa CORRETA.
(A) A grande importância da pecuária em Goiás, na década de 1920, deve-se principalmente à adoção
da pecuária intensiva por parte dos criadores, aumentando, com isso, a produtividade.
(B) O predomínio da pecuária na economia goiana no século XIX e parte do XX foi acompanhado de
relações de trabalho arcaicos no campo, com predomínio do clientelismo.
(C) A pavimentação das rodovias na década de 1920 contribuiu para incrementar as exportações
goianas de carne bovina.
(D) Ainda hoje, o gado vivo, principalmente do sudoeste, é o principal produto de exportação de Goiás.

03. Sobre a mudança da Capital do Estado de Goiás, marque a proposição INCORRETA:


(A) Goiânia foi planejada pelo urbanista Lúcio Costa, que projetou uma cidade para 500.000 habitantes.
(B) A ideia da mudança da Capital surgiu no século XVIII e foi consolidada apenas no século XX.
(C) Pedro Ludovico Teixeira mudou a Capital do Estado com apoio de Getúlio Vargas.
(D) A mudança da Capital teve sua consolidação no ano de 1930, durante o governo de Pedro Ludovico
Teixeira.

04. “[...] a mudança da capital não é apenas um problema na vida de Goiás. É também a chave, o
começo da solução de todos os demais problemas. Mudando a sede de Governo para um local que reúna
os requisitos de cuja ausência absoluta se [ressente] a cidade de Goiás, teremos andado meio caminho
na direção da grandeza desta maravilhosa unidade Central”.
(Relatório apresentado por Pedro Ludovico Teixeira ao presidente Getúlio Vargas em 1934. In: PALACIN, Luis. Fundação de Goiânia e desenvolvimento de
Goiás. Goiânia: Oriente, 1976. p. 44)
Com relação à mudança da capital de Goiás na década de 1930, marque a alternativa INCORRETA:
(A) De acordo com o texto citado, para Pedro Ludovico o objetivo explícito da mudança da Capital era
promover o desenvolvimento de Goiás. No entanto, implicitamente, visava criar um novo centro de poder,
afastando-se de seus adversários políticos.
(B) Em termos econômicos, a construção de Goiânia foi uma estratégia utilizada por Pedro Ludovico
Teixeira para promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.
(C) Ao afirmar que a cidade de Goiás não reunia condições para propiciar o desenvolvimento
econômico de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira equivocou-se. No século XIX, graças à exploração aurífera,
Goiás era um dos estados mais desenvolvidos do Brasil.
(D) A construção de Goiânia expressou o desejo renovador advindo com a Revolução de 1930. Os
revolucionários aspiravam romper com o passado, com as tradições e com o atraso representado pela
cidade de Goiás.

05. O coronelismo foi a expressão do poder local na Primeira República. Sobre a estrutura de poder
nesse período analise as assertivas abaixo e escolha a alternativa CORRETA:
I. O coronelismo apresentava-se como uma resposta à ausência do Estado. O poder familiar e pessoal
assegurava a dominação tradicional, uma vez que inexistia uma ordem, propriamente, republicana.
II. A partir de 1912, o poder em Goiás esteve concentrado nas mãos do domínio familiar (Caiados),
que gerava, além de deputados e senadores, leis que atendiam, sobretudo, aos interesses particulares.
III. A partir de 1937, iniciou-se uma renovação política que afirmou a primazia do Estado diante dos
interesses particulares, mas sob um regime político ditatorial, incapaz, portanto, de afirmar o sentido
democrático do ideário republicano.
(A) São corretas apenas as assertivas I e II.
(B) São corretas apenas as assertivas II e III.

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(C) São corretas apenas as assertivas I e III.
(D) Todas as assertivas são corretas.

06. Sobre a modernização agrícola de Goiás, pode-se afirmar que:


I. Gera emprego especializado, ao mesmo tempo em que contribui para o aumento do desemprego
entre trabalhadores com pouca qualificação.
II. Prioriza o plantio de produtos destinados à exportação, como a soja, em detrimento da produção de
alimento para o mercado interno, como o feijão.
III. Investe em pequenas propriedades, pois seu objetivo é a melhor distribuição de terras e de renda.
IV. Impede o êxodo rural, na medida em que aumenta a produção e a produtividade agrícola.
Marque a alternativa CORRETA:
(A) Somente as proposições I e IV são verdadeiras.
(B) Somente as proposições I e II são verdadeiras.
(C) Somente as proposições II e III são verdadeiras.
(D) Somente as proposições III e IV são verdadeiras.

07. A historiografia goiana considera que na década de 1970 houve uma modernização das atividades
agrícolas em Goiás. Como decorrência dessa modernização, constata-se uma crescente mecanização e
utilização de insumos agrícolas, significando a expansão e consolidação do capitalismo no meio rural. É
CORRETO identificar como consequência desse processo:
(A) o aumento da repressão autoritária por parte do Estado aos movimentos sociais que lutavam por
terra.
(B) modificações na estrutura fundiária de Goiás, com a consolidação da pequena propriedade rural,
no estado.
(C) a implantação de um programa de reforma agrária, como a Colônia Agrícola de Ceres, para atender
aos trabalhadores imigrantes.
(D) o desenvolvimento do populismo nos anos 70 como forma de conciliação de interesses
contraditórios no quadro político e econômico de Goiás.

08. Capital de Goiás foi eleita


Desde o berço em que um dia nasceu
Pela gente goiana foi feita
Com um povo adotado cresceu.
OLIVEIRA, E. C. História cultural de Goiânia. Goiânia: Agepel, 2002. p. 26.

O trecho do poema acima faz referência ao intenso processo de crescimento demográfico ocorrido em
Goiás com a mudança da capital e a inauguração de Goiânia. Outro fator que fomentou o crescimento
demográfico de Goiás no século XX foi a
(A) descoberta de ouro por Bartolomeu Bueno da Silva.
(B) fundação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).
(C) construção de Brasília.
(D) Revolução de 1930, comandada por Pedro Ludovico Teixeira.

09. (UFG) Leia o trecho a seguir:


A impraticabilidade de se povoar a dita capitania [Goiás] nem outra qualquer parte da América
Portuguesa senão com os nacionais da mesma América. E que achando-se todo o sertão daquele vasto
continente coberto de índios, estes deviam ser principalmente os que povoassem os lugares, as vilas e
as cidades que se fossem formando.
(Carta régia de D. José I a D. José Vasconcelos, governador da Capitania de Goiás. 1758. In: PALACIN, Luís. O Século de ouro em Goiás. Goiânia. Editora da
UCG, 1994. p, 84.)
O documento aponta a preocupação da Coroa Portuguesa com o povoamento da Capitania de Goiás,
cujo desdobramento foi a política de:
(A) Ocupação das terras indígenas.
(B) Guerra justa contra as tribos indígenas.
(C) Mestiçagem de brancos, índios e negros.
(D) Embates intermitentes com as tribos indígenas.
(E) Implantação de aldeamentos indígenas.

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10. (UEG) A integração de Goiás nos quadros da economia nacional encontrou na construção de
Brasília um momento de inflexão: Goiânia transformou-se em ponto de apoio fundamental para a
construção da nova capital. Acerca da integração econômica de Goiás entre as décadas de 1950 e 1970,
marque a alternativa CORRETA:
(A) Houve uma enorme resistência da elite política goiana em ceder imensa quantidade de terras para
formação do Distrito Federal, uma vez que a atividade pecuarista era desenvolvida intensivamente nas
terras onde a nova capital seria construída.
(B) A construção de Brasília recebeu apoio inconteste de todos os partidos políticos, pois a
interiorização da capital já estava prevista na primeira constituição republicana. O sonho de se construir
uma nova capital ultrapassou as divisões ideológicas.
(C) O golpe de 1964 paralisou os investimentos na modernização da agricultura brasileira. O modelo
econômico adotado reservara à agricultura papel secundário, concentrando os investimentos no
desenvolvimento industrial.
(D) A modernização da agricultura goiana foi uma decorrência da transferência da capital, pois o estado
de Goiás tornou-se responsável pelo abastecimento de Brasília, o que permitiu uma profunda alteração
na agricultura goiana, com o crescimento da pequena propriedade.
(E) A integração da economia goiana nos fluxos de investimentos nacionais iniciou-se no final da
década de 1920 com a chegada dos trilhos, mas só ganhou impulso decisivo com o desenvolvimento da
agricultura moderna, com o cultivo da soja.

Gabarito

01.C / 02.B / 03.A / 04.C / 05.D / 06.B / 07.A / 08.C / 09.E / 10.E

Comentários

01. Resposta: C
Goiás era conhecido e percorrido pelas bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil. Mas
seu povoamento só ocorreu em virtude do descobrimento das minas de ouro (século XIII). Esta povoação,
como todo povoamento aurífero, foi irregular e instável.

02. Resposta: B
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. O Clientelismo é um sub-sistema de relação
política - em geral ligado ao coronelismo, onde se reedita uma relação análoga àquela entre suserano e
vassalo do Sistema Feudal, com uma pessoa recebendo de outra a proteção em troca do apoio político.

03. Resposta: A
Goiânia foi planejada por Attilio Corrêa Lima. Após desentendimentos com as autoridades, Lima
abandona o projeto, que é então entregue para Armando Augusto de Godói.

04. Resposta: C
A cidade de Goiás estava afastada das rotas do desenvolvimento econômico, e a exploração aurífera
vinha enfrentado um período de decadência. Além disso, a mudança da capital atendia ao desejo político
do governo de Getúlio Vargas de enfraquecer as oligarquias locais, fortalecendo o governo central.

05. Resposta: D
Com vinda da Republica, os coronéis passam a exercer grande influência no cenário político brasileiro.
A manipulação de resultados de eleições era uma pratica constante. A consolidação da república ocorre
sob o poder dos grandes proprietários rurais, por isso a república velha até a revolução de 30 (fim da
república do café com leite e o início da Era Vargas) é conhecida como República Oligárquica.
O Coronelismo no Estado de Goiás diferenciou-se de outras regiões pela situação de isolamento
geográfico, político, social, econômico e de comunicação do estado com o centro hegemônico do poder
nacional. Mesmo assim, manteve as características básicas da política oligárquica feita por poucos, para
poucos.

06. Resposta: B
Desde o início da ocupação, a agricultura foi, e ainda é, a base econômica da região, e vem
apresentando algumas fortes características. Uma primeira é, a constante queda do emprego agrícola,

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devido principalmente, à incorporação tecnológica em culturas que demandam mão-de–obra, como a
cana de açúcar, tomate, algodão, feijão; ao aumento da área de culturas mecanizadas, que vem
dispensando mão-de-obra assalariada (soja, algodão, cana-de-açúcar) e a intensa “pecuarização” da
região.

07. Resposta: A
Segundo o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cláudio Maia, diante do conflito agrário,
o Estado agiu na garantia do latifúndio e da exploração, reprimindo os movimentos sociais que buscavam
redistribuição de terras.

08. Resposta: C
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.

09. Resposta: E
O processo de aldeamentos indígenas na Capitania de Goiás ocorreu entre os anos de 1749 e 1811,
portanto, entre os séculos XVIII e XIX.

10. Resposta: E
A transferência da capital para Goiânia foi muito importante para o desenvolvimento do estado. Desde
a sua fundação, a cidade desempenhou papel decisivo na projeção de Goiás na esfera da modernização
agrícola e, por conseguinte, da integração econômica nacional. Contudo, nas décadas seguintes, esse
desenvolvimento tornou-se ainda mais exponencial, garantindo uma inserção decisiva de Goiás na
economia do país.

GOIÂNIA7

Dados Geográficos

Capital do Estado de Goiás, Goiânia figura entre as cidades com melhor índice de qualidade de vida
do país.
Município brasileiro com maior área verde por habitante (94 m²) e detentor do segundo maior
quantitativo proporcional do mundo (precedido apenas de Edmonton, no Canadá, com taxa de 100 m²),
a cidade, de apenas 80 anos, destaca-se por implementar um modelo de desenvolvimento urbano aliado
à consistente política de responsabilidade ambiental.
Além do grande número de áreas verdes, que supera em quase oito vezes a taxa preconizada pela
Organização das Nações Unidas (12 m²), a capital goiana é a cidade brasileira com maior quantitativo de
árvores em vias públicas.
Possui a melhor infraestrutura urbana do Brasil (IBGE/2012), o maior parque de diversões público da
América Latina e, em breve, terá o maior parque linear do mundo: o Programa Urbano Ambiental
Macambira Anicuns (Puama).
Audaciosos projetos socioambientais contribuíram para que a Comissão Europeia e Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) escolhessem o município como um dos integrantes da lista de
cidades mundialmente sustentáveis.
Desde 2011, Goiânia faz parte da Rede Urbelac de Cidades Sustentáveis, destinada ao
desenvolvimento de programas que visam a melhoria da qualidade de vida e promovam a colaboração
entre cidades de porte intermediário. Assim como a italiana Florença e a espanhola Bilbao, a Capital de
Goiás comunica experiências de trabalho e serve de referência prática para outras localidades que visam
o desenvolvimento aliado à responsabilidade ambiental.
A rede da qual Goiânia faz parte é composta por municípios que têm população estimada entre 300
mil e dois milhões de habitantes, situadas na América Latina, Caribe e Europa. Também a integram as
cidades de Bilbao (Espanha), Florença (Itália), Trujillo (Peru), Bucaramanga (Colômbia) e Manaus (Brasil).
Todas se articulam para identificar estratégias e programas inovadores de desenvolvimento urbano
sustentável e integrado, com ações específicas para as áreas de meio ambiente, requalificação urbana,
geração de renda e gestão.

7
Encontra Goiás. Disponível em: http://www.encontragoias.com.br/sobre-goiania.htm.
Repórter Independente. Disponível em: http://reporterindependente.com.br/goiania-capital-verde-do-brasil/.
Prefeitura de Goiânia. Disponível em: http://www4.goiania.go.gov.br/portal/goiania.shtml.

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22
Hidrografia

Do ponto de vista hidrográfico, Goiânia e sua região metropolitana se localizam numa região onde há
22 sub-bacias hidrográficas, as quais deságuam nos ribeirões Anicuns, Dourados e João Leite. Todas as
sub-bacias pertencem à bacia hidrográfica do rio Meia Ponte, afluente direto do rio Paranaíba.
Hidrograficamente, Goiânia possui 85 cursos d'água, sendo oitenta córregos, quatro ribeirões e um único
rio.
Desde sua fundação, a cidade teve um crescimento populacional desordenado que trouxe problemas
ambientais como consequência, com destaque para as erosões, principalmente a fluvial, que vem
comprometendo a qualidade de seus cursos d'água.

Geologia e Geomorfologia

Goiânia está em uma região de dobramentos formados no período neoproterozoico, cujo relevo do
local é composto por planaltos com pequenos declives, o que dá ao território paisagens aplanainadas.
O solo da cidade é do tipo terra roxa.
Geomorfologicamente, Goiânia está dividida em cinco categorias: Planalto dissecado de Goiânia,
Chapadões de Goiânia, Planalto embutido de Goiânia, Terraços e Planícies da Bacia do rio Meia Ponte
e os Fundos de Vales.
As características geomorfológicas de tais categorias contribuem para que Goiânia tenha uma
topografia relativamente aplainada, apresentando poucos declives, onde os maiores se localizam em
locais isolados, com erosões ou próximos a cursos d'água e vales. Tais declives fizeram com que Goiânia
tivesse uma altitude baixa em relação à cidades vizinhas, se tornando um degrau em pleno planalto.

Relevo e Vegetação

Localizada na região central do Brasil, Goiânia possui uma altitude de 749 metros.
Mesmo tendo uma topografia aplainada, a cidade contém regiões altas ou baixas, como o Morro do
Mendanha, que possui 841 metros de altitude, e é nele que se localizam torres que pertencem à
emissoras de televisões locais. Há também o Morro da Serrinha, tendo 816 metros de altura.
Goiânia se localiza num estado onde o cerrado é a vegetação predominante de 70% de seu território.
A cidade contém um solo arenoso e ácido, formado por duas estações distintas. Há várias tipologias
florestais na cidade de regiões de savana.

Clima

Em Goiânia predomina o clima tropical com estação seca.


Estando numa região de alta altitude, o ar é relativamente seco na maior parte do ano, chegando a
níveis críticos entre os meses de julho e setembro e ao extremo em agosto.
As temperaturas mais baixas são registradas no inverno e as mais altas na primavera.
A temperatura é amena durante todo o ano, com média compensada de 23,2 °C, sendo a média
mínima de 18 °C e a máxima de 30 °C.
Há duas estações bem definidas: uma chuvosa, de outubro a abril, e outra seca, de maio a setembro,
sendo o índice pluviométrico anual de aproximadamente 1 570 milímetros (mm).

Aspectos do Espaço Urbano de Goiânia8

Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás, distando 209 km de Brasília, a capital
nacional, sendo assim, a capital estadual mais próxima da capital federal.
Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída para ser a capital política e
administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas
para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro.
Os estreitos laços de amizade e inteirações políticas entre Pedro Ludovico Teixeira e Vargas
contribuíram bastante para essa empreitada. Sofreu um acelerado crescimento populacional desde a
década de 1960, atingindo um milhão de habitantes em 1996. Desde seu início, a sua arquitetura teve
influência do Art Déco, que definiu a fisionomia dos primeiros prédios da cidade.

8
IBGE. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=520870.

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É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste, sendo superada apenas por Brasília. É um
importante polo econômico da região, sendo considerada um centro estratégico para áreas como
indústria, medicina, moda e agricultura.
De acordo com as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sua população
em 2010, era de 1.302.001 habitantes, com uma Densidade demográfica de 1.776,74 (hab./km²).
Já em 2020, a população estimada é de 1.536.097 habitantes, em uma Área da unidade territorial de
728,841 (km²)9.
Goiânia é a sexta maior cidade d o Brasil em tamanho, com 256,8 quilômetros quadrados de área
urbana e o décimo segundo município mais populoso do Brasil.
Goiânia situa-se próxima ao paralelo 16º40'43'' sul e do meridiano 49º15'14'' oeste.

Trânsito10

Goiás é um dos estados brasileiros que mais reduziram o número de mortos no trânsito. O índice caiu
de 32,5 mortos por 100 mil habitantes em 2014 para 27,7 mil mortos a cada 100 mil habitantes no
levantamento de 2015. Os dados foram apurados pelo programa Trânsito com Vida, do Goiás Mais
Competitivo e Inovador. O recuo alcançado 4,5 pontos percentuais é o quarto maior do País, ficando atrás
apenas de Mato Grosso do Sul (-7,7), Rio de Janeiro (-5,6) e Amazonas (-5,5).
Em 2014, a imprudência e imperícia fizeram 2.110 vítimas fatais no trânsito. No ano seguinte, o número
caiu para 1.837 mortos, segundo dados preliminares do Datasus.
Goiânia (32,27%), Anápolis (7,2%) e Aparecida de Goiânia (4,36%) concentram 43,83% das
fatalidades. Por isso, o Detran-GO tem intensificado a fiscalização nesses municípios, especialmente, no
que se refere à aplicação da Lei Seca.
Apesar do avanço, o condutor que transita pelo Estado é o sexto que mais mata do Brasil, depois do
Piauí (36,5), Tocantins (35,3), Roraima (31,4) e Rondônia (28,3).

Distâncias

http://www4.goiania.go.gov.br/portal/goiania.asp?s=2&tt=con&cd=1628.

Aracaju (SE) – 1.934 km;


Belém (PA) – 2.046 Km;
Belo Horizonte (MG) - 910 km;
Boa vista (RR)- 4.076 km;
Brasília (DF)- 209 km;
Campo Grande (MS)- 877 km;
Cuiabá (MT)- 934 km;
Curitiba (PR)- 1.186 km;
Florianópolis (SC)- 1.536 km;
Fortaleza (CE)- 2.609 km;
João pessoa (PB)- 2.558 km;
Macapá (AP)-1.868 km;
Maceió (AL)- 2.210 km;
Manaus (AM)- 3.291 km;
Natal (RN)- 2.704 km;
Palmas (TO)- 890 km;

9
IBGE. Cidades e Estados. Goiânia. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/go/goiania.html.
10
Goiás Agora. Disponível em: http://www.goiasagora.go.gov.br/cai-o-numero-de-mortes-no-transito-em-goias/.

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Porto alegre (RS)- 1.874 km;
Porto velho (RO)- 2.390 km;
Recife (PE)- 2.434 km;
Rio Branco (AC)- 2.924 km;
Rio de janeiro (RJ)- 1.338 km;
Salvador (BA)- 1.752 km;
São Luiz (MA)- 2.073 km;
São Paulo (SP)- 926 km;
Terezina (PI)-1.986 km;
Vitória (ES)- 1.428 km;

Cidades Polo:
Itumbiara: 204 km;
Jaraguá: 84 km;
Jataí: 332 km;
Luziânia: 255 km;
Mineiros: 420 km;
Rio Verde: 241 km.

Desigualdade Social

Segundo dados do IBGE, em 2011 Goiânia possuía sete aglomerados subnormais, que são: Emílio
Póvoa, Quebra Caixote, Rocinha, a primeira e segunda etapa do Jardim Botânico, a área I do Jardim
Goiás e uma invasão numa parte do Jardim Guanabara, e somavam uma população de 3.495 pessoas
em 1.066 domicílios.
Goiânia é a metrópole brasileira com o menor número de favelas do país. Embora o termo favela não
seja bem visto pelas autoridades da cidade por não haver muitos morros no município, em 2009 existiam
141 áreas irregulares, chamadas de invasões.
Segundo especialistas, tal situação é maquiada em Goiânia, já que as famílias moradoras em locais
como esses são retiradas dos locais e colocadas nas periferias da cidade.
Em 2010, Goiânia foi considerada pela Organização das Nações Unidas como a cidade mais desigual
do Brasil e a décima do mundo.

Regionalização e Caracterização das Regiões Goianas

Localização de Goiânia em Goiás

Localização de Goiânia no Brasil

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Subdivisões

O município de Goiânia era anteriormente divido em doze administrações regionais, sendo que hoje
são sete (Centro, Sul, Sudoeste, Leste, Noroeste, Norte, Oeste), cada uma delas, por sua vez, dividida
em vários bairros.
Criadas em 2009, a jurisdição das unidades administrativas regionais leva em conta aspectos
históricos e culturais. O modelo utilizado na capital é o mesmo de Curitiba, onde as administrações não
possuem uma autonomia financeira.

Região Metropolitana de Goiânia

A Região Metropolitana de Goiânia é a 13ª região metropolitana mais populosa do país.


Goiânia pertence à Mesorregião do Centro Goiano e à Microrregião de Goiânia.
O intenso processo de conurbação atualmente em curso na chamada Grande Goiânia vem criando
uma metrópole cujo centro está em Goiânia e atinge os municípios de Abadia de Goiás, Aparecida de
Goiânia, Aragoiânia, Bela Vista de Goiás, Bonfinópolis, Brazabrantes, Caldazinha, Caturaí, Goianápolis,
Goianira, Guapó, Hidrolândia, Inhumas, Nerópolis, Nova Veneza, Santo Antônio de Goiás, Senador
Canedo, Terezópolis de Goiás e Trindade.
A Região Metropolitana de Goiânia foi criada no ano de 1999 e atualmente é constituída por 20
municípios, sendo a décima maior aglomeração urbana do Brasil.

As Regiões Goianas e as Desigualdades Regionais

Em Goiás, o crescimento econômico se processa de forma equilibrada. Assim, todas as regiões


apresentam bons potenciais para o desenvolvimento. Agenda de Negócios, 2006. p. 3.
Uma leitura que se queira dizer regional não pode prescindir, naturalmente, da perspectiva histórica
da formação de um dado território. Esse procedimento é fundamental para a compreensão do papel dos
atores envolvidos na produção do território. Estamos tratando daquilo que Santos & Silveira (2001)
adjetivaram de uso do território. Segundo estes autores (2001, p. 47):
O uso do território é marcado, de um lado, pela fixidez, dada por objetos maciços e grandes e também
pelos micro objetos da eletrônica e da informática, cujas localizações devem ser adequadas e precisas.
A expansão desse meio técnico-científico informacional é seletiva, com o reforço de algumas regiões e o
enfraquecimento de outras.
O uso do território implica na territorialização dos atores sociais por meio de seus projetos. Essa
territorialização, por sua vez, não está deslocada do movimento da sociedade.
A figura 01 demonstram uma visão regional do território goiano, bastante divulgada pela imprensa e
que, de certo modo, expressa uma concordância dos segmentos hegemônicos da sociedade goiana. A
produção regional passou a ser, nesse sentido, também uma produção discursiva. O fato importante
nesse tipo de produção é que ela procura forjar um consenso sobre o que foi, o que é o que será
determinada região, tendo como sustentação uma definição de desenvolvimento pautada exclusivamente

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no produto econômico. Trata-se, em outros termos, de uma regionalização. Aqui vale o alerta de Ribeiro
(2004, p.200):
De fato, regionalizar pressupõe poder, de duas naturezas distintas: em primeiro lugar, o poder de criar
e estabelecer formas espaciais. E, em segundo lugar, o poder de institucionalizar (e garantir a
permanência) a estas formas.
Nessa mesma linha, Limonad (2004, p. 58) coloca:
Uma regionalização pode fundamentar uma reflexão teórica ou atender às necessidades impostas por
uma política setorial, uma prática de planejamento ou por propostas de desenvolvimento regional... De
fato, as regionalizações possíveis e existentes para um mesmo território são inúmeras e usualmente
atendem a interesses extremamente precisos e este, parece-nos, é um primeiro ponto a não se perder
de vista.
Ao admitir que existem relações de poder (sempre assimétricas) no ato de regionalizar estaremos
dando um passo na direção da compreensão do significado atribuído ao desenvolvimento regional, pois
a análise dessa cartografia indica um quadro de intenções sobre os espaços regionalizados, que
analisaremos a partir de agora.
A – as chamadas para as regiões Sudoeste (no comando da economia), Sul (mola propulsora das
exportações) e Sudeste (polo minero-metalúrgico, âncora da economia) afirmam o tripé (pecuária-
agricultura-agroindústria) de sustentação da economia goiana. A simbiose entre produção agropecuária,
transformação industrial e logística de exportação, especialmente em relação à região Sul, indica um forte
padrão de integração e dependência da economia internacional, o que, por outro lado, reforça o discurso
da modernidade, uma vez que nessa região estão concentrados aqueles municípios com maior
participação nas exportações. Os principais municípios, Rio Verde (Sudoeste), Catalão (Sudeste) e
Itumbiara (Sul), funcionam como centros de gestão regionais do território, concentrando as infra-
estruturas e as informações necessárias ao modelo agroexportador.
B – as chamadas para as regiões Norte (região é impulsionada pela produção mineral) e Oeste
(potencial a ser explorado) são distintas das demais. A produção mineral de destaque é concentrada em
três municípios (Minaçú, Crixás e Niquelândia), o que resulta em pouca capilaridade do produto
econômico para a região.
A rede urbana dessa região é caracterizada por municípios com população abaixo de 20 mil habitantes.
Em relação à região
Oeste verifica-se a predominância de municípios abaixo de 20.000 habitantes, exceção feita para Iporá
(32.127) e São Luis dos Montes Belos (27.073). O potencial a ser explorado, expresso na chamada,
guarda relação com o turismo, a agropecuária e os arranjos produtivos locais ligados ao leite e à
mandioca.
C – a chamada para o Entorno de Brasília (vocação para a agropecuária, indústria e turismo) explicita
a noção de vocação regional. A rede urbana do Entorno de Brasília é uma das mais complexas do território
goiano. Os municípios da faixa Norte do Entorno de Brasília são muito diferentes daqueles da faixa Oeste
ou mesmo Sul/Sudoeste, onde está o eixo de maior povoamento. Luziânia é o município de maior peso
econômico-político, com destaque na agropecuária. A palavra vocação indica uma tendência, uma
predestinação, não estando, mesmo nessa argumentação, apresentada como uma realidade. Nessa
região, de acordo com os dados do IBGE, concentra-se o maior número de pessoas do Estado que
trabalham e/ou estudam em outra unidade da federação (IBGE, 2003).
D – a chamada para o Centro-Goiano sublinha a força dos polos produtivos. O destaque, nesse caso,
é para a logística e o parque industrial de Anápolis. É notória a diferença no peso demográfico-econômico
diante dos demais municípios. A presença do Porto Seco, do DAIA (Distrito Agroindustrial de Anápolis) e
da Plataforma Logística de Goiás, além da Universidade Estadual de Goiás, reforçam um perfil
diferenciado da cidade. Na verdade, a ideia de polo procura remeter à possibilidade de uma irradiação e
integração à região, algo que não tem ocorrido.
E – desenvolvimento e qualidade de vida é o que aparece na chamada para a Região Metropolitana
de Goiânia. Aí o peso da população e da economia, especialmente comércio e serviços, é muito forte. A
condição de centralidade de Goiânia, seja em relação ao Estado ou mesmo à RMG, tem sido apontada
como fator de competitividade. A qualidade de vida, nesta argumentação, relaciona-se à maior renda e
oferta de equipamentos de consumo coletivo, típicos de uma capital de Estado. Entretanto, essa oferta
concentra-se em Goiânia, o que dificulta o acesso aos habitantes dos bairros e municípios periféricos,
como pode ser verificado em Arrais (2006).
Como analisar essa regionalização? Podemos avaliar o que foi dito, como foi dito e, portanto, como foi
mapeado. Ao fazer isso estaremos, de igual forma, avaliando o que não foi dito e o que não foi mapeado.
Com isso já percebemos que se trata, para recordar Lacoste (1993), de uma discreta seleção dos fatos,
deixando, já no primeiro momento, os problemas sociais e ambientais na “penumbra”. Por outro lado,

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essa regionalização traduz uma determinada visão sobre desenvolvimento regional, na medida em que
reproduz um o discurso da competitividade, tendo o agronegócio como locomotiva da economia. Aqui, a
análise da regionalização revela o papel preponderante dos atores hegemônicos do complexo soja, do
complexo carne e do complexo mineral, setores com maior peso econômico e representatividade política
no Estado de Goiás.
O que também chama atenção é o fato de a iniciativa de discutir o desenvolvimento regional ter partido
do setor privado, com apoio da Câmara Americana do Comércio, da SEPLAN-GO e do SEBRAE-GO.
Este projeto, de acordo com o argumento de seus organizadores, baseou-se nos resultados de um outro
projeto, intitulado Agenda Goiás, que teve como objetivo caracterizar o estágio de desenvolvimento das
regiões goianas. A Agenda de Negócios promoveu uma série de seminários com a participação de
governos municipais, estadual, imprensa, organizações não governamentais, universidades etc., para
discutir, fundamentalmente, o futuro das regiões goianas pela ótica das oportunidades de investimentos.
Como consta em um dos encartes divulgados:
Nesta nova etapa, o Projeto Agenda de Negócios busca, primordialmente, o envolvimento dos agentes
econômicos com o objetivo de prospectar novas oportunidades, estimular a competitividade e impulsionar
os negócios, tanto entre as regiões de Goiás quanto entre outras unidades da Federação e no mercado
externo. Vale ressaltar que os embarques de Goiás para o exterior cresceram 375,8% em dólar nos
últimos sete anos, saltando de US$ 381,66 milhões exportados em 1998 para US$ 1,81 bilhão apurados
em 2005. Mas há potencial para avançar mais.

Aspectos Históricos

Desde a proclamação da República, em 1889, a transferência da capital goiana da cidade de Goiás,


criada no século XVIII, já era discutida. A Constituição de 1891, no entanto, manteve a capital na antiga
região aurífera. Com o fim do período do ouro, a velha Goiás, antiga Vila Boa, começou a perder a
hegemonia econômica e cidades envolvidas com a criação de gado e agricultura, localizadas mais ao Sul
do Estado, passaram a ter mais importância do que a capital11.
Com a revolução de 1930, movimento armado, liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio
Grande do Sul, Getúlio Vargas tornou-se chefe do Governo Provisório, revogou a Constituição de 1891 e
passou a governar por decretos. Getúlio nomeou interventores para todos os governos estaduais. Em
Goiás, foi nomeado o médico Pedro Ludovico Teixeira, que havia lutado na revolução de 1930.
Pedro Ludovico se opôs à oligarquia política da época e decidiu que era hora de mudar a capital de
Goiás. Para Pedro, era preciso impulsionar a ocupação do Estado, direcionando os excedentes
populacionais para espaços demográficos vazios na tentativa de aumentar a produção econômica. Na
visão do interventor goiano, a mudança da capital era uma das alternativas que permitiria a ligação do
Centro-Oeste ao sul do País.
Em 1932, Pedro Ludovico instituiu uma comissão, presidida por D. Emanuel Gomes de Oliveira, que
deveria discutir e escolher o melhor local para a construção da nova capital. A resistência da forte
oposição a Pedro Ludovico considerava dispendiosa e desnecessária a mudança da Capital, mas o
interventor, bem como a cúpula dos revolucionários de 1930, consideravam a construção de uma nova
cidade como investimento e não gastos desnecessários.
Em janeiro de 1933, a comissão instituída por Pedro Ludovico procedeu a realização de estudos das
condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim (atual Silvânia), Pires do Rio
de Ubatan (atual vila de Erigeneu Teixeira, em Orizona) e Campinas (atual bairro de Campinas). O
relatório final apresentado a Pedro Ludovico indicou uma fazenda localizada nas proximidades do
povoado de Campinas como o local ideal para construção da nova capital.
O decreto estadual nº 3359, de 18 de maio de 1933, determinou a escolha da região às margens do
córrego Botafogo, compreendida pelas fazendas Crimeia, Vaca Brava e Botafogo, no então município de
Campinas, para a edificação da nova capital de Goiás. Em 24 de outubro de 1933, em local definido pelo
engenheiro, arquiteto, urbanista e paisagista Attilio Corrêa Lima, responsável pelo projeto urbanístico da
nova capital, Pedro Ludovico lançou a pedra fundamental de Goiânia. A data foi escolhida para
homenagear os três anos da revolução de 1930.
De acordo com relatos históricos, o nome sugerido para a nova capital de Goiás teria sido “Petrônia”,
em homenagem ao seu fundador Pedro Ludovico. O jornal O Social havia realizado um concurso cultural
com seus leitores para o batismo da nova cidade. Dois nomes concorreram: Petrônia e Goiânia. O
primeiro foi escolhido por 68 leitores do jornal, enquanto Goiânia obteve menos de 10 votos. Pedro

11
Prefeitura de Goiânia. História de Goiânia. https://www12.goiania.go.gov.br/sobre-goiania/historia-de-goiania/.

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Ludovico, no entanto, por razões que ele nunca revelou a ninguém, preferiu Goiânia e em decreto de 2
de agosto de 1935 formalizou o nome da nova capital.
Construída inicialmente para 50 mil habitantes, Goiânia experimentou um crescimento moderado até
1955. Entretanto, devido a uma série de fatores, como a chegada da estrada de ferro, em 1951, a
retomada da política de interiorização de Getúlio Vargas, de 1951 a 1954, a inauguração da Usina do
Rochedo, em 1955, e construção de Brasília, de 1954 a 1960, cerca de 150 mil pessoas já habitavam a
nova capital em 1965. Apenas da década de 1960, Goiânia ganhou cerca de 125 novos bairros e tudo
isso exigia mais infraestrutura, energia, transporte e escolas.

População Goiana: Povoamento, Movimentos Migratórios e Densidade Demográfica

Em 2010, de acordo com dados do IBGE, a população de Goiás era composta por 6.003.788
habitantes, sendo a densidade demográfica de 17,65 (hab./km²).
Já em 2020, a População estimada foi de 7.113.540 habitantes, numa Área de 340.106,492 (km²)12.
A construção de Goiânia, capital de Goiás, e de Brasília, capital Federal, atraiu pessoas de diferentes
partes do país, em especial de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. A expansão
da fronteira agrícola e o desenvolvimento econômico registrado em Goiás também contribuíram para esse
processo.
No aspecto social, a população de Goiás enfrenta alguns problemas, como, por exemplo, o déficit nos
serviços de saneamento ambiental: menos de 50% têm acesso à rede de esgoto.
A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional,
que é de 22.
Goiás ocupa 9° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).13
O povoamento do estado de Goiás intensificou-se em decorrência de uma série de políticas públicas
para a ocupação e desenvolvimento econômico da porção oeste do território brasileiro, a chamada
Marcha para o Oeste. Houve a expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura
no estado, além da construção da nova capital, Goiânia, e da capital Federal, Brasília. Fatos estes que
desencadearam grandes fluxos migratórios para Goiás.
Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do oeste brasileiro, a população de Goiás teve
um aumento significativo, principalmente após o ano de 1950.
De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população de Goiás é formada por imigrantes, ou
seja, pessoas oriundas de outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas políticas públicas
para ocupação da porção oeste do território brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950.

A composição étnica da população goiana é a seguinte:

Pardos: 50,9%.
Brancos: 43,6%.
Negros: 5,3%
Indígenas: 0,2%.

A expectativa de vida da população goiana é de 72 anos;


A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos.

Questões

01. (Prefeitura de Goiânia/GO – Auxiliar – CS – UFG) A Região Metropolitana de Goiânia (RMG) é


constituída por 20 municípios e apresenta uma população que supera os 2,4 milhões de habitantes, de
acordo com a estimativa da população feita pelo IBGE (2015). Contudo, além da capital, apenas dois
desses municípios da RMG apresentam população maior que 100 mil habitantes. São eles:
(A) Aparecida de Goiânia e Trindade.
(B) Senador Canedo e Inhumas.
(C) Anápolis e Luziânia.
(D) Nerópolis e Aragoiânia.

12
IBGE. Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/panorama.
13
Wagner de Cerqueira e Francisco. Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/populacao-goias.html.

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02. (CELG/GT-GO – Analista - CS – UFG) A Região Metropolitana de Goiânia (RGM) exerce
importante papel na região central do Brasil, juntamente com Brasília. Em relação à metrópole goiana, o
padrão do crescimento populacional é:
(A) centrípeto.
(B) centrífugo.
(C) despolarizado.
(D) descentrado.

03. (PC/GO – Agente de Polícia – UEG) Embora Goiás esteja situado no core do domínio dos
cerrados, este não é o seu único tipo de vegetação. Sobre seu território projeta-se também outro tipo
específico de vegetação, que ocupa a segunda maior área em extensão. Esse tipo fitofisionômico é
denominado
(A) Mato Grosso Goiano, situado na região central do estado.
(B) Floresta Amazônica, no norte e oeste goiano, na divisa com Mato Grosso.
(C) Mata de cocais, nas proximidades de Minaçu até o estado de Tocantins.
(D) Mata Atlântica, no sul goiano próximo à divisa com Minas Gerais.

04. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG) O relevo goiano é caracterizado por:


(A) planícies aluviais localizadas nas regiões leste e nordeste do estado em áreas próximas aos cursos
d´água mais importantes, como o Tocantins e o Araguaia.
(B) chapadas formadas em períodos geológicos recentes (pré-cambriano) e sob condições climáticas
similares às atuais.
(C) planaltos antigos intensamente erodidos em decorrência do processo de intemperismo físico-
químico.
(D) bacias sedimentares localizadas especialmente nas regiões central e norte do estado.

05. (AL/GO – Assistente Administrativo – CS/UFG) Leia o texto.


A região e caracterizada, especialmente no início do século XX, pela ocupação estimulada pelos trilhos
da Estrada de Ferro. Atualmente, apresenta uma rede urbana pouco densa, com predomínio de cidades
abaixo de 10.000 habitantes. Além da forte agricultura, sua economia se destaca pela produção mineral
e pela presença de indústrias do setor automotivo.
O texto faz referência a região goiana conhecida como
(A) Sudeste Goiano.
(B) Nordeste Goiano.
(C) Sudoeste Goiano.
(D) Região Metropolitana.

06. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG) A geomorfologia do território goiano resulta de três
processos naturais, sendo eles: o aplainamento do relevo primitivo por meio de sucessivos ciclos erosivos,
a intensa deposição de sedimentos que formou as nossas bacias sedimentares e o entalhamento dos
diferentes níveis de relevo mediante a rede de drenagem instalada no modelado.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia:
Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004. 2. ed. p. 151.
Nesse sentido observa-se que o relevo goiano é caracterizado por
(A) apresentar diferenciações altimétricas bruscas, com cotas que variam entre 400 e 2000 metros.
(B) constituir-se por cristas de estrutura inclinada relativas a escarpas suaves de um lado e encostas
abruptas do outro.
(C) apresentar como área mais extensa a Planície do Araguaia, onde se encontra a Ilha do Bananal.
(D) constituir-se das seguintes unidades geomorfológicas: o Planalto Central Goiano, a Depressão do
Araguaia e o Chapadão de Rio Verde.

07. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG) O bioma do cerrado distribuído pelo território nacional (1/3
da biota brasileira), no contexto da globalização da economia, está sofrendo violento processo de
impactos ambientais em termos de degradação e destruição de significativos ecossistemas do território
do país.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia:
Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004, 2. ed. p. 144.
Os impactos ambientais nas áreas de vegetação natural dos cerrados goianos são causados pela

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(A) ampliação das áreas de produção agrícola, o que promoveu o desmatamento e a degradação
ambiental, decorrente das práticas da agricultura intensiva.
(B) redução nos índices de precipitação pluviométrica e pelo aumento da temperatura do ar,
decorrentes do aquecimento global.
(C) expansão urbana, responsável pelos maiores índices de desmatamento e de extinção de espécies
da fauna e da flora do cerrado.
(D) inexistência de legislação estadual e federal que regulamente as políticas de preservação
ambiental em áreas de cerrado.

08. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA) O sudoeste goiano, região onde
se situa Rio Verde,
(A) viveu um processo de povoamento e desenvolvimento muito recente, intensificado apenas na
década de 1990, com elevadíssimo crescimento populacional.
(B) está distante das vias de acesso às grandes regiões agropecuaristas do Centro-Oeste.
(C) não possui municípios com IDHM abaixo de 0,6, o que contribuiu para que o estado de Goiás
estivesse, em 2010, entre as dez melhores unidades da Federação, nesse aspecto.
(D) é conhecido também como a região da “Estrada de Ferro”.
(E) tem a indústria de bens de produção como base da economia regional.

09. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA). Assinale a alternativa correta com relação à dinâmica
da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A). Verificou-se maior densidade demográfica nos seguintes municípios: Valparaíso de Goiás,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de Goiás.
(B) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(C) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(D) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(E) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.

10. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA). Assinale a alternativa correta com relação à dinâmica
da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(B) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(C) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(D) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.
(E). Verificou-se maior densidade demográfica nos seguintes municípios: Valparaíso de Goiás,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de Goiás.

Gabarito

01.A / 02.A / 03.A / 04.C / 05.A / 06.C / 07.A / 08.C / 09. A / 10.E

Comentários

01. Resposta: A.
De acordo com o IBGE (2015) as cidades que possuem mais de 100 mil/hab. na RMG são: Aparecida
de Goiânia com 521 910 mil/hab. e Trindade com 117 454/hab., seguidas de Senador Canedo (100
367/hab.), Inhumas (51 543/hab.), Nerópolis com 27341/hab. e Aragoiânia com 7.895/hab.

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02. Resposta: A.
Constata-se, em todas as regiões da cidade, o desenvolvimento de processos semelhantes,
confirmando-se o movimento centrípeto iniciado em Goiânia nos anos de 1990, num processo de
descentralização de suas principais dinâmicas.

03. Resposta: A.
Com exceção da região do Mato Grosso Goiano, onde domina uma pequena área de floresta tropical
em que existem árvores de grande porte aproveitadas pela indústria, como o mogno, jequitibá e peroba,
o território goiano apresenta a típica vegetação do Cerrado. Arbustos altos e árvores de galhos retorcidos
de folha e casca grossas com raízes profundas formam boa parte da vegetação. Municípios como Goiânia
e Anápolis, bem como diversos outros localizados no sul do estado possuem estreitas faixas de floresta
atlântica, as quais, na maioria das vezes, cobre margens de rios e grandes serras.
Ao contrário das áreas de caatinga do Nordeste brasileiro, o subsolo do cerrado apresenta água em
abundância, embora o solo seja ácido, com alto teor de alumínio, e pouco fértil. Por esse motivo, na
estação seca, parte das árvores perde as folhas para que suas raízes possam buscar a água presente
no subsolo.

04. Resposta: C.
Segundo o site do governo de Goiás, cerca de 65% da superfície de Goiás são formados por terras
relativamente planas (chapadões), que configuram 4 Superfícies Regionais de Aplainamento: I entre
1.100 e 1.600m de altitude, II entre 900 e 1.000m, III entre 650 e 1.000m e IV entre 250 e 550. Encontram-
se separadas uma das outras por áreas de colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas
de Erosão Recuante); as superfícies mais altas são as mais antigas.

05. Resposta: A.
A territorialização da agricultura moderna no Sudeste Goiano metamorfoseou, o espaço agrário de
muitos municípios em consequência das “novas lógicas” que se instalaram, marcadas pelo uso intenso
da ciência e da tecnologia, pela especialização produtiva, principalmente a produção de grãos, voltados
para agroindústria e para mercado externo. Somam-se a isso, a concentração de terras, os impactos
ambientais e a substituição de produtores tradicionais, em muitos casos camponeses, por empresários
rurais. Assim, com a territorialização do agronegócio, constituem-se novos usos do território pelas
empresas rurais e pelas agroindústrias, criando novas territorialidades no campo e nada cidade e
consequentemente disputas pelo uso do território.

06. Resposta: C.
A maior parte do relevo de Goiás é caracterizada por terrenos relativamente planos. Nas regiões
próximas aos rios Tocantins e Araguaia, predominam suaves ondulações. Os pontos mais elevados estão
localizados na Chapada dos Veadeiros, atingindo até 1.921 metros acima do nível do mar, no Morro Alto,
que é o ponto mais alto do estado.

07. Resposta: A.
A pecuária é a principal responsável pelo desmatamento e destruição do cerrado, destruindo esse
ecossistema e provocando erosões. As criações de suínos e de aves também são significativas no estado.

08. Resposta: C.
Em 2010 o município de Rio Verde registrou o maior crescimento na agropecuária do país, saltando
do 12º lugar para o topo do ranking nacional.

09. Resposta: A.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².

10. Resposta: E.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².

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Os aspectos físicos do território goiano, Hidrografia, Clima, Relevo, Vegetação

Aspectos Físicos do Território Goiano: Vegetação, Hidrografia, Clima e Relevo

Cercado de histórias e culturas que aproveitaram das características naturais herdadas na


consolidação do território, o Estado de Goiás se desenvolveu reunindo etnias e tradições diversas. Nesse
ambiente dominado pelo Cerrado, apresentou a medida necessária para afirmar sua identidade
reconhecida entre pequis e pamonhas, tropas e boiadas, indo até o agronegócio e a prestação de
serviços.
Aliado a antíteses complementares, apresentou a centelha formadora do desenvolvimento dentro do
Centro-Oeste brasileiro, de forma moderna e atual, sem, por outro lado, perder as ligações com sua
história e com seu solo do sertão.

Aspectos Físicos14
Centralizado no coração do território brasileiro, o Estado de Goiás apresenta vasta diversidade de
paisagens e nuances que o tornam único. Em seu solo estão as bases do desenvolvimento, explicado
em parte pela distribuição mineral, requisito do desenvolvimento extrativista, e mais além pela
caracterização do principal bioma que o compõe, o Cerrado. O clima, nesse sentido é propício ao
desenvolvimento, visto pela alternância entre quente e úmido ou frio e seco, e suas águas abrigam a
centelha das principais bacias hidrográficas que alimentam a agricultura e propiciam o desenvolvimento
econômico de boa parte do país.

Clima
O clima goiano é predominantemente tropical, com a divisão marcante de duas estações bem definidas
durante o ano: verão úmido, nos meses de dezembro a março, e inverno seco, predominante no período
de junho a agosto. De acordo com o Sistema de Meteorologia e Hidrologia da Secretaria de Ciência e
Tecnologia (Simehgo/Sectec), a temperatura média varia entre 18ºC e 26ºC, com amplitude térmica
significativa, variando segundo o regime dominante no Planalto Central.

Estações
No mês de setembro, com o início da primavera, as chuvas passam a ser mais intensas e frequentes,
marcando o período de transição entre as duas estações protagonistas. As pancadas de chuva, no final
da tarde ou noite, ocorrem em decorrência do aumento do calor e da umidade que se intensificam e que
podem ocasionar raios, ventos fortes e queda de granizo.
No verão, coincidente a alta temporada de férias no Brasil, há a ocorrência de dias mais longos e
mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, com chuvas de curta duração e forte intensidade,
acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento. Há ainda o registro de veranicos com períodos de
estiagem com duração de 7 a 15 dias. Há registros do índice pluviométrico oscilando entre 1.200 e 2.500
mm entre os meses de setembro a abril.
No outono, assim como na primavera, há o registro de transição entre estações o que representa
mudanças rápidas nas condições de tempo com redução do período chuvoso. As temperaturas tornam-
se mais amenas devido à entrada de massas de ar frio, com temperaturas mínimas variando entre 12ºC
e 18º C e máximas de 18º C e 28º C. A umidade relativa do ar é alta com valores alcançando até 98%.
Já o inverno traz o clima tipicamente seco do Cerrado, com baixos teores de umidade, chegando a
valores extremos e níveis de alerta em algumas partes do Estado. Há o registro da entrada de algumas
massas de ar frio que, dependendo da sua trajetória e intensidade, provocam quedas acentuadas de
temperatura, especialmente à noite, apesar dos dias serem quentes, propícios à alta temporada de férias
no Rio Araguaia.

Hidrografia
Engana-se quem pensa que as características de vegetação de savana, típicas do Cerrado, são
reflexos de escassez de água na região. Pelo contrário, Goiás é rico em recursos hídricos, sendo
considerado um dos mais peculiares e abundantes Estados brasileiros quanto à hidrografia. Graças ao
seu histórico geológico constituído durante milhões de anos, foram depositadas várias rochas
sedimentares, entre elas o arenito de alta porosidade e alta permeabilidade, que permitiram a formação
14
Fonte: Superintendência de Estatísticas, Pesquisa e Informações Socioeconômicas – Secretaria de Gestão e Planejamento (Sepin/Segplan).

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de grandes cursos d’água e o depósito de parte de grandes aquíferos, como o Bambuí, o Urucuia e o
Guarani, este último um dos maiores do mundo, com área total de até 1,4 milhão de km².

Centro Das Águas


Nascem, em Goiás, rios formadores das três mais importantes bacias hidrográficas do país. Todos os
cursos d’água no sentido Sul-Norte, por exemplo, são coletados pela Bacia Amazônica, dos quais
destacam-se os rios Maranhão, Almas e Paraná que dão origem ao Rio Tocantins, mais importante
afluente econômico do Rio Amazonas. No mesmo sentido, corre o Rio Araguaia, de importância ímpar na
vida do goiano e que divide Goiás com os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, chegando em
Tocantins ao encontro do outro curso que leva o nome daquele Estado, no Bico do Papagaio.
A Bacia do Rio São Francisco tem entre seus representantes os rios Entreribeiro, Paracatu e Preto, os
quais nascem próximos ao Distrito Federal e seguem em direção ao Nordeste do país. Enquanto que, por
outro lado, corre o rio Corumbá, afluente do Paranaíba, formador da Bacia do Paraná que segue rumo ao
Sul, pontilhado dentro de Goiás por hidrelétricas, o que denota seu potencial energético para o Estado.

Serra da Mesa
Em Goiás também está localizado o lago artificial da Usina de Serra da Mesa, no Noroeste do Estado.
Considerado o quinto maior lago do Brasil (1.784 km² de área inundada), é o primeiro em volume de água
(54,4 bilhões de m³) e, formado pelos rios Tocantins, Traíras e Maranhão, atrai importantes atrativos
turísticos para a região, com a realização de torneios esportivos e de pesca, além da geração de energia
elétrica.

Recursos Hídricos em Goiás15

O Plano Estadual de Recursos Hídricos visa à definição de objetivos e metas a serem atingidas para
a preservação da quantidade e qualidade dos recursos hídricos e para a manutenção do equilíbrio entre
essas disponibilidades e os diversos usos existentes no Estado. Os problemas e situações identificadas
neste diagnóstico, ou aquelas projetadas durante a próxima fase de estudos prospectivos (cenários),
serão objeto de intervenções estruturais e não estruturais.
Como em todo Plano, as intervenções estruturais e não estruturais serão organizadas em programas
de investimentos que deverão ser compatibilizados com os sempre limitados recursos disponíveis. Para
isso é importante a definição de prioridades, estabelecidas a partir de critérios de avaliação da relação
entre disponibilidade e utilização dos recursos hídricos, e resultando em diretrizes quanto a usos
prioritários em diferentes trechos do Estado.
Tais critérios de avaliação, por sua vez, devem contemplar um panorama geral do Estado e também
identificar situações particulares, de forma a produzir um conjunto coerente de percepções a respeito da
situação atual e das projeções para o horizonte do Plano. Esta, portanto, é a finalidade específica de um
estudo de diagnóstico dirigido: o estabelecimento de um quadro referencial geral que permita aos diversos
decisores envolvidos com a gestão de recursos hídricos no Estado uma percepção abrangente e um foco
adequado sobre a sua realidade.
Localizado no Centro-Oeste do Brasil, o Estado de Goiás faz parte do Planalto Central brasileiro e, de
acordo com o IBGE, ocupa uma área de 340.086 km², o que representa cerca de 4% do território nacional.
(Observar a atualização visto que o Plano Estadual de Recursos Hídricos é de 2015, em 2016, a evolução da área para 340.106,492 (km²)).
Devido à sua localização privilegiada no centro-oeste, o coração do território brasileiro, sua influência
em todo país tem grandes proporções, além disso, a proximidade da capital federal é outro fator que
contribui diretamente para a importância do estado em território nacional.
Tem sua malha hidrográfica considerada uma das mais ricas do país. Os principais rios do Estado,
quais sejam: Paranaíba, Tocantins e Araguaia, caracterizaram-se desde meados do século passado
como fundamentais para o desenvolvimento do setor elétrico do país. Neles foram construídas grandes
hidrelétricas que impactaram de forma definitiva as características físicas e biológicas dos rios, com a
regularização das vazões proporcionada pelos reservatórios criados. Hoje, além desse desenvolvimento
histórico, o Estado de Goiás passa a abrigar o mais vigoroso vetor de crescimento das últimas décadas
no país: o agronegócio e a agroindústria, principalmente ligados à pecuária e ao setor de grãos e
sucroalcooleiro. Ele também se caracteriza por importantes centros urbanos associados a este setor,
além da Capital Federal. A intensificação da utilização de água como recurso fundamental para a
viabilização desse desenvolvimento, apesar da abundância de recursos naturais, traz também riscos.

15
Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Goiás. Disponível em:
http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf.

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Os padrões de uso e ocupação do solo passam a ser determinantes para a caracterização dos tipos
de conflitos que podem ser antecipados no Estado. Como mostram os gráficos da Figura 2.1, a maior
parte da área do Estado é ocupada por pastagens (46%) e agricultura (18%) e, de forma menos
predominante, por cerrados (33%). Os restantes 3% são ocupados por remanescentes florestais (2%) e
áreas de reservatórios (1%). Dessa forma, podemos afirmar que a agricultura e a pecuária são os usos
dominantes no Estado, com destaque para as culturas de grãos e a cana-de-açúcar.

Unidades de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos (UPGRHs)


As Unidades de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos (UPGRHs) são divisões
hidrográficas, pré-estabelecidas no Termo de Referência, que foram aprovadas pelo CERH por meio da
Resolução nº 26 de 05 de Dezembro de 2012, e as bacias ou sub-bacias hidrográficas que fazem interface
com as Unidades da Federação vizinhas.
As UPGRHs são consideradas como espaço territorial estadual compreendido por uma bacia, grupo
de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características naturais, sociais e econômicas
homogêneas ou similares, com vistas a orientar o planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos,
conforme mostra o mapa abaixo na Figura 2.2.

Caracterização das UPGRHs


No sentido de detalhar as principais características do Estado, a seguir serão descritas as 11 (onze)
UPGRHs estabelecidas, destacando as principais feições observadas em cada uma delas.

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UPGRH Afluentes Goianos do Baixo Paranaíba

Esta UPGRH faz a divisa do estado de Goiás com o estado do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Nela estão localizados os municípios de Chapadão do Céu, Jataí, Mineiros, São Simão, Quirinópolis,
Caçu, Itajá, Itarumã, Serranópolis, Cachoeira Alta, Paranaiguara e Portelândia (parcialmente), além do
Parque Nacional das Emas, que preserva amostras representativas dos ecossistemas do Cerrado.
A agricultura é intensa, com destaque para os municípios de Jataí, Mineiros e Chapadão do Céu, o
setor sucroalcooleiro predomina em grande parte nesta unidade. Também são observadas algumas UHEs
e PCHs na área desta UPGRH. Vale destacar que uma dessas UHEs, a Espora, teve sua barragem
rompida em janeiro de 2008, o que provocou a deterioração do leito do Rio Corrente, deixando suas
margens com pouca mata ciliar.

UPGRH Rio dos Bois

Esta UPGRH tem suas nascentes no município de Americano do Brasil e sua foz no reservatório da
UHE São Simão, na margem direita do rio Paranaíba. Destacam-se na UPGRH os rios Turvo e Verde,
ambos na margem direita do rio dos Bois.
Estão localizados nesta UPGRH Santa Helena, Rio Verde, Acreúna, Jandaia e Indiara.
Em diversos pontos da UPGRH, verifica-se o despejo de efluentes urbanos e dejetos de pecuária no
leito dos rios, o que acarreta a deterioração da qualidade de suas águas. Outra característica marcante
desta UPGRH é o cultivo de cana-de-açúcar, intenso na região.

UPGRH Meia Ponte

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A UPGRH Meia Ponte drena 37 municípios do estado de Goiás, e suas nascentes localizam-se na
Serra dos Brandões município de Itauçu. O principal município desta UPGRH é Goiânia, capital do estado
de Goiás. As águas do rio Meia Ponte são poluídas a partir do ponto em que recebe os esgotos
provenientes da Região Metropolitana de Goiânia.
Além do esgoto, outros efluentes são descartados no rio Meia Ponte, entre eles, de laticínios,
frigoríferos, fábricas de bebidas e curtumes.

UPGRH Corumbá, Veríssimo e Porção Goiana do Rio São Marcos

O rio Corumbá é um dos três principais contribuintes do rio Paranaíba e suas águas servem ao
abastecimento de cidades, à geração de energia e à irrigação de lavouras. Sua nascente está localizada
na Serra dos Pirineus, a uma altitude de 1.100 m.
A divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais é feita pelo rio São Marcos. Nesta bacia, a
agricultura irrigada ocorre de maneira intensa, por conta das condições do solo em determinadas regiões,
como é o caso do município de Cristalina.
O destaque da UPGRH é o turismo na região dos municípios de Caldas Novas e Rio Quente. Podemos
ressaltar também a presença das UHEs Corumbá I, III e IV.
Também é importante destacar o crescimento acelerado destas regiões tem rebatimento direto na
infraestrutura de saneamento da região, que sofre com problemas de disposição de esgoto in natura em
muitos afluentes. Além da ocupação urbana, também merecem destaque nesta UPGRH as Unidades de
Conservação (UCs) e a agricultura.

UPGRH Afluentes Goianos do Rio São Francisco

A Unidade dos Afluentes Goianos do Rio São Francisco está restrita ao território de dois municípios
banhados pelo Alto Rio Preto: Formosa e Cabeceiras. Parte desta área, no município de Formosa, fica o
6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes e Campo de Instrução do Exército Brasileiro (6º GLMF).
Nas dependências da unidade, serão construídas outras duas, especializadas em mísseis e foguetes
estratégicos no processo de modernização da força terrestre do Exército.
Ainda no município de Formosa destacam-se as atividades de mineração, principalmente de água
mineral, mas também de Brita e Calcário, este último produto também explorado no município de
Cabeceiras, o qual, por sua vez, destaca-se também pelas atividades agropecuárias.
Como continuidade desta UPGRH, no território do Distrito Federal, a margem direita do Rio Preto é
fortemente utilizada pela agricultura irrigada, no trecho à montante da UHE Queimados.

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UPGRH Afluentes Goianos do Alto Araguaia

Este UPGRH corresponde às nascentes do curso Principal do Rio Araguaia, a porção goiana das terras
altas meridionais da Região Hidrográfica do Araguaia-Tocantins. A maior parte da Unidade está inserida
em APCBs de relevância muito alta, para o MMA em 2010. No entanto, ainda não foram criadas unidades
de conservação federais ou estaduais na unidade.
Os municípios de Aragarças, Baliza, Bom Jardim de Goiás, Caiapônia, Piranhas e Santa Rita do
Araguaia, por serem banhados pelos principais afluentes ou pelo próprio alto curso principal do Rio
Araguaia, merecem destaque, quanto ao Ecoturismo, ao Turismo Náutico e de Aventura, principalmente
o potencial de desenvolvimento destes setores.
A mineração também tem destaque nesta UPGRH com a Vermiculita em São Luís dos Montes Belos
e Sanclerlândia e o Calcário em Mossâmedes, Piranhas e Caiapônia, além do Titânio em Iporá e de Argila,
Areia e Rochas Ornamentais em outros municípios. A Agricultura é forte em Portelândia e Mineiros e a
Indústria de Curtume e de Laticínios em São Luís dos Montes Belos.

UPGRH Rio Vermelho

A UPGRH do Rio Vermelho, interposta entre as unidades do alto e do médio Araguaia goiano, destaca-
se em primeiro lugar pela importância histórica e cultural da antiga capital do estado cravada entre as
nascentes do Rio Vermelho e a Serra Dourada, imortalizados pelos versos da poetisa Cora Coralina.
Além do turismo histórico e cultural da Cidade de Goiás, dos banhos nos córregos e rios, o turismo náutico
e de aventura, além do ecoturismo tem muita força devido à grandiosidade das paisagens do rio Araguaia.
Destaque para o município de Aruanã. A agricultura irrigada é muito forte na UPGRH, com destaque
para os municípios de Jussara e Britânia. Associada à forte pecuária do Médio Araguaia, a indústria de
destaque é a do setor frigorífico, principalmente no município de Santa Fé de Goiás.
No setor da Mineração, destaque para a água mineral e o calcário no município de Goiás, e de rochas
ornamentais, areia e argila em outros municípios.

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UPGRH Afluentes Goianos do Médio Araguaia

Os afluentes goianos do médio Rio Araguaia, formam uma região de baixa altitude, de alta relevância
para a conservação da biodiversidade e com grande potencial turístico de aventura, ecológico e náutico.
A UPGRH é marcada por pastagens, ocupadas por grande rebanho de bovino, que pode competir com
outros usos das águas, no período seco, inclusive com o abastecimento humano. Na agricultura o
destaque é para o cultivo de arroz em projetos de irrigação no município de São Miguel do Araguaia.
A mineração e a indústria associada a ela são os maiores destaques nesta unidade. As minas de cobre
e ouro de Alto Horizonte e de ouro em Crixás movimentam um mercado milionário. Também é explorado
o calcário, a brita, a argila e a areia, nos municípios que compõem a UPGRH.

UPGRH Rio das Almas e Afluentes Goianos do Rio Maranhão

O Rio das Almas e o Rio Maranhão formam as mais altas cabeceiras do Rio Tocantins. As nascentes
do Rio das Almas na Serra dos Pireneus são protegidas pelo Parque Estadual da Serra dos Pireneus, no
município de Pirenópolis, antiga cidade goiana que atrai muitos turistas em busca de suas belezas
histórico-culturais e naturais.
No setor agrícola, destaca-se o município de Água Fria de Goiás. A UPGRH tem forte destaque no
setor de mineração, representada principalmente pela extração de níquel e alumínio em Barro Alto e pela
exploração da brita e do calcário em Padre Bernardo e Vila Propício, além das rochas ornamentais de
Pirenópolis.

UPGRH Afluentes Goianos do Médio Tocantins

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Um dos grandes destaques da UPGRH do Médio Tocantins Goiano é o reservatório de Serra da Mesa.
Uma gigantesca área inundada entre os municípios de Uruaçu, Campinorte, Campinaçu, Colinas do Sul
e Niquelândia, além de ser utilizada pela geração de energia, atrai centenas de pescadores esportivos e
turistas em busca de lazer nas águas do reservatório. Ainda na geração de energia, destaca-se a UHE
Cana Brava em Minaçu. Outro destaque da UPGRH é o Ecoturismo, desenvolvido principalmente em
Cavalcante e Alto Paraíso de Goiás, fundamentado pela Unidade de Conservação do Parque Nacional
da Chapada dos Veadeiros.
A Agricultura Irrigada ocorre principalmente no município de São João da Aliança. Quanto à mineração
sobressaem as atividades relacionadas ao amianto de Minaçu (município que também explora a água
mineral) e ao calcário, ao níquel, cobalto e ao cobre extraídos no município de Niquelândia.

UPGRH Afluentes Goianos do Rio Paranã

Dentre todas as UPGRHs do Estado, a do Rio Paranã é a que apresenta a maior área remanescente
do bioma Cerrado, seguida pela unidade do Médio Tocantins. Devido ao Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros, nos municípios de Alto Paraíso e Cavalcante, e ao Parque Estadual do Terra Ronca, em
São Domingos, é a UPGRH com a maior área de proteção da biodiversidade.
Compondo a Reserva da Biosfera do Cerrado articuladas às áreas protegidas do Distrito Federal, a
região é um polo de turismo cultural e ecológico, de aventura e esportes radicais. O Parque Estadual de
Terra Ronca protege uma cavidade no solo de rara beleza, tema de pesquisas espeleológicas, cujas
águas e estruturas se encontram pressionadas pela intensa atividade de agricultura desenvolvida na
região do Oeste Baiano.
Apesar do município de Posse constituir um polo de serviços para o atendimento ao agronegócio, as
atividades de agricultura em grande escala ocorrem no Cerrado Baiano, nas bacias afluentes do São
Francisco, Rio Corrente e Rio Grande. A agricultura desenvolvida na unidade do Rio Paranã acontece,
principalmente, no projeto de irrigação de arroz e fruticultura no município de Flores de Goiás. No setor
de minerário, é relevante a extração de ouro em Cavalcante e de calcário em Guarani de Goiás.

Relevo
Goiás está situado sobre o Planalto Central Brasileiro e abriga em suas terras um mosaico de
formações rochosas distintas quanto à idade e à composição. Resultado de um processo de milhões de
anos da evolução de seus substratos, o solo goiano foi favorecido com a distribuição de regiões planas,
o que favoreceu a ocupação do território, além da acumulação de metais básicos e de ouro, bem como
gemas (esmeraldas, ametistas e diamantes, entre outros) e metais diversos, que contribuíram para a
exploração mineral propulsora da colonização e do desenvolvimento dos núcleos urbanos na primeira
metade do século XVIII.
O processo de formação do relevo e de decomposição de rochas explica, ainda, a formação de solos
de fertilidade natural baixa e média (latossolos) predominantes na maior parte do Estado, e de solos
podzólicos vermelho-amarelo, terra roxa estruturada, brunizém avermelhado e latossolo roxo, que
apresentam alta fertilidade e se concentram nas regiões Sul e Sudoeste do Estado, além do Mato Grosso
Goiano. A distribuição de ligeiras ondulações e o relevo esculpido entre rochas salientaram ainda a
caracterização do curso de rios, formadores de aquíferos importantes das bacias hidrográficas sul-
americanas e que fazem do Estado um dos mais abundantes em recursos hídricos. Associados a esses
processos, a vegetação rala do Cerrado também contribui para o processo de erosão e da formação de

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grutas, cavernas e cachoeiras, que associadas às chapadas e poucas serras presentes no Estado,
configuram opções de lazer e turismo da região.

Potencial Mineral do Estado de Goiás


Água mineral
Água termal
Areia e Cascalho
Argila
Ametista
Amianto
Basalto
Berilo
Calcário Agrícola
Calcário Dolomítico
Cobre, Ouro e Prata
Diamante industrial
Esmeralda
Filito
Fosfato
Gnaisse
Granito
Granodiorito
Granulito
Manganês
Mecaxisto
Níquel e Cobalto
Quartzito
Titânio
Vermiculita
Xisto

O Cerrado
É praticamente impossível visitar Goiás e não ouvir falar nele. Considerado o segundo maior bioma
brasileiro, atrás apenas da Floresta Amazônica, o Cerrado tem grande representatividade no território
goiano. Apesar do elevado nível de desmatamento registrado no Estado desde a criação de Brasília e a
abertura de estradas, na década de 1960, e da expansão da fronteira agrícola, décadas de 1970 e 1980,
Goiás conseguiu manter reservas da mata nativa em algumas regiões, até hoje alvo de discussões entre
fazendeiros e ambientalistas. No entanto, o velho argumento utilizado para sua derrubada de que os
troncos retorcidos e pequenos arbustos são sinais de pobreza da biodiversidade finalmente caiu por terra.
Na totalidade, incluindo as zonas de transição com outros biomas, o Cerrado abrange 2.036.448 km²,
o equivalente a 23,92% do território brasileiro, ou à soma das áreas de Espanha, França, Alemanha, Itália
e Reino Unido (Fonte: WWF Brasil). E se considerada sua diversidade de ecossistemas, é notório o título
de formação com savanas mais rica em vida a nível mundial, uma vez que sua área protege 5% de todas
as espécies do planeta e três em cada dez espécies brasileiras, muitas delas só encontradas aqui.

Variedade de paisagens em um só bioma


Tipicamente, o Cerrado é conhecido por apresentar árvores de pequeno porte – até 20 metros –,
esparsas em meio a arbustos e distribuídas sobre uma vegetação baixa, constituída em geral por
gramíneas. No entanto, dependendo da formação geológica e do solo no qual o Cerrado finca suas raízes
profundas, suas características podem variar bastante apresentando vasta diversidade de paisagens. São
elas:

Formação do Terciário ou Cachoeirinha: local onde ocorriam os campos limpos, formados por
gramíneas, chamados também de chapadão. Localizava-se na região de Jataí, Mineiros e Chapadão do
Céu e sua vegetação original, hoje, encontra-se totalmente substituída por campos de soja;
Grupo Bauru: de solo arenoso de média fertilidade, é onde aparece o chapadão. De solo relativamente
plano, também foi transformado em lavoura, em geral de cana ou pastagens, e corresponde às áreas que
vão de Jataí e do canal de São Simão até o Aporé;

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Formação Serra Geral: aqui o Cerrado dá lugar à mata ciliar, de terra fértil, que foi transformada no
decorrer do tempo em roças de subsistência. Ocorrem em geral nos valos dos rios e foram substituídas
por culturas de banana ou café, além das invernadas destinadas à engorda de bois;

Formação Botucatu: o Cerrado propriamente dito é encontrado neste tipo de formação, rico em frutos
e animais silvestres. Apresenta baixa fertilidade e boa parte de sua área foi subjugada por criadores de
gado. É encontrada às margens do Rio Verde, entre Mineiros e Serranópolis, e do Rio Paraíso, em Jataí;

Formação de Irati: vegetação de solos acidentados, é em geral bem fértil, cedendo lugar a matas de
peroba-rosa de onde se retira calcário para correção de solos. Pode ser encontrada em Montividiu,
Perolândia e Portelândia;

Formação Aquidauana: Cerrado ralo de árvores altas, solos rasos e arenosos. Era encontrada na
Serra do Caiapó e adjacências antes de ser transformado em pastagens;

Formação Ponta Grossa: de solos inconstantes, apresenta Cerrado diversificado. É encontrado em


Caiapônia, Doverlândia e confluências;

Formação Furnas: Cerrado intercalado com matas de aroeira. De solo acidentado, é arenoso e de
média fertilidade.

Berço das águas


No setor de geração de energia, sete em cada dez litros das águas que passam pelas turbinas da
usina de Tucuruí (PA) vêm do Cerrado, bem como metade da água que alimenta Itaipu (PR). No caso da
hidrelétrica de Sobradinho (BA), o montante é de quase 100%. De forma geral, nove em cada dez
brasileiros consomem eletricidade produzida com águas do bioma.

Vegetação/Flora
A vegetação típica do Cerrado possui troncos retorcidos, de baixo porte, com cascas espessas e folhas
grossas. Em geral, as raízes de suas árvores são pivotantes, ligadas ao lençol freático o que pode
propiciar seu desenvolvimento para até 15 metros de profundidade.
É comum, assim, ouvir dizer que o Cerrado é uma floresta invertida. Isso deve a essa característica
subterrânea de boa parte do corpo das plantas, explicada pela adaptação das espécies às queimadas
naturais verificadas no inverno seco de Goiás. Além disso, seus ramos exteriores apresentam um ciclo
de dormência, no qual as folhas se desprendem e também resguardam a planta do fogo para depois
renascerem, com chuva ou não. Em geral a florescência é registrada nos meses de maio a julho, com o
aparecimento de frutos ou vagens até agosto.

Diversidade
Em todo o Cerrado já foram registradas em torno de 11,6 mil tipos de plantas, com mais de cinco mil
espécies endêmicas da área. Destacam-se no Estado a presença do pequi (Caryocar brasiliense), do
jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), do buriti (Mauritia flexuosa), do cajueiro-do-campo
(Anacardium humile) e da canela-de-ema (Vellozia flavicans). Também aparecem no rol das espécies
características do bioma a cagaita (Eugenia dysenterica), a mangaba (Hancornia speciosa), o ipê-amarelo
(Tabebuia ochracea) e do baruzeiro (Dipteryx alata), entre várias outras.

Patrimônio Histórico-Cultural16

O reconhecimento de Goiás (antiga Vila Boa) como Patrimônio Cultural Mundial, pela Unesco, em
dezembro de 2001, fez jus à história, arquitetura e cultura do primeiro núcleo urbano fundado no território
goiano, no início do século XVIII. Na década de 1950, o Iphan classificou alguns de seus monumentos e
prédios isoladamente e, em 1978, tombou o seu conjunto arquitetônico e urbanístico.
Esse extraordinário conjunto conserva mais de 90% de sua arquitetura barroco-colonial original,
tornando-se, assim, um magnífico mostruário do Brasil oitocentista e um dos patrimônios arquitetônicos
e culturais mais ricos do país.

16
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/362/

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Localizado em uma região de rara beleza natural, o centro histórico de Goiás mantém, até hoje, o
caráter primitivo de sua trama urbana, dos espaços públicos e privados, da escala e da volumetria das
suas edificações.
A pacata cidade de Goiás, primeira capital do Estado e mais conhecida como Goiás Velho, possui um
importante sítio histórico do período da expansão colonial, no século XVIII, resultado da exploração do
ouro. Testemunha da ocupação e da colonização do Brasil Central, nos séculos XVIII e XIX, suas origens
estão intimamente ligadas à história dos bandeirantes que partiram, principalmente, de São Paulo para
explorar o interior do território brasileiro.
Primeiro núcleo urbano oficialmente reconhecido ao oeste da linha de demarcação do Tratado de
Tordesilhas, que definiu, originalmente, as fronteiras da colônia portuguesa. A “autoconquista” do interior
do Brasil significou o surgimento de cerca de 500 vilas, arraiais e povoados, edificados em terra (adobe,
taipa de pilão, pau-a-pique). Entretanto, essa técnica vernacular bandeirista desapareceu quase
completamente dessas regiões, salvo alguns remanescentes.
A rica tradição cultural inclui não somente a arquitetura e as técnicas construtivas, mas também a
música, poesia, culinária e festas populares. Entre elas se destaca a Procissão do Fogaréu, que ocorre
todos os anos, na quinta-feira da Semana Santa, e muitas dessas tradições ainda estão vivas e formam
uma parte substancial da identidade cultural de Goiás.

Turismo

O turismo é uma atividade de fundamental importância para a economia goiana. As cidades de Caldas
Novas e Rio Quente, principais estâncias hidrotermais do país, atraem milhares de visitantes.
O turismo histórico é cultuado na Cidade de Goiás (Goiás Velho), Corumbá e Pirenópolis. Na região
da Chapada dos Veadeiros e do Rio Araguaia, o turismo ecológico é proporcionado. Além do turismo
religioso, como a Festa do Divino de Pirenópolis e o folclórico, como as cavalhadas de Pirenópolis.

Mapa Turístico de Goiás

Questões

01. (UEG – Docente – UEG/2019) Sobre aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia,
clima e relevo. É incorreto afirmar que
(A) O Cerrado é considerado o segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Floresta Amazônica,
possui representatividade no território goiano. Mesmo com elevado nível de desmatamento registrado
desde a década de 1960, Goiás conseguiu manter reservas da mata nativa em algumas regiões, o que
gera discussões entre fazendeiros e ambientalistas.
(B) O Estado de Goiás tem apenas duas estações sazonais que são a seca e a chuvosa. A “estação
seca” tem seu início no mês de abril e estende-se até a primeira quinzena de outubro. Já a “estação

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chuvosa” tem seu início na segunda quinzena de outubro e se estende até março do ano seguinte.
(Simehgo/Sectec).
(C) O Estado de Goiás possui vegetação de savana, típica do cerrado, reflexo da escassez de água
na região. Goiás é precário em recursos hídricos.
(D) Além da presença marcante dos planaltos, dentro dos limites do Estado de Goiás, encontramos
também áreas de planícies e depressões.
(E) O Estado de Goiás está localizado no Planalto Central Brasileiro, o que justifica a predominância
de planaltos em seu relevo

02. (Câmara de Goiânia/GO – Procurador Jurídico – CS/UFG/2018) Independente de onde está


localizado, constitui-se patrimônio histórico e cultural um local considerado valioso para a humanidade.
Entre os mais de seiscentos lugares eleitos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, atualmente, o Brasil
possui quatorze espaços históricos creditados pela Unesco. No ano de 2001, que centro histórico de
Goiás recebeu este título?
(A) Pirenópolis.
(B) Cidade de Goiás.
(C) Santa Cruz de Goiás.
(D) Corumbá de Goiás.

03. (Saneago/GO – Agente de Saneamento – CS/UFG/2018) O Rio Meia Ponte é um dos rios mais
importantes de Goiás porque
(A) abriga barragens que geram energia elétrica para as regiões mais populosas do estado.
(B) permite o transporte da produção agrícola do interior para as regiões centrais do estado.
(C) recebe o esgoto sem tratamento produzido pelas fábricas do entorno da capital do estado.
(D) garante o abastecimento de água de alguns municípios e das três maiores cidades do estado.

04. (Saneago/GO – Assistente de Informática – CS/UFG/2018) O Rio Paranaíba é um dos rios mais
importantes do estado de Goiás porque é utilizado para
(A) a geração de energia elétrica, abrigando grandes barragens.
(B) o abastecimento de mais de trinta cidades, incluindo a capital.
(C) as atividades de turismo, formando praias no período de estiagem.
(D) o desenvolvimento da aquicultura, diversificando a economia regional.

05. (MPE/GO – Secretário – MPE/GO/2018) Assinale a alternativa correta:


(A) a Cidade de Goiás se localiza em terreno bastante acidentado onde se destacam a Serra Dourada
e os Morros de São Francisco, Canta Galo e das Lages.
(B) o Município de Goiás é cortado pelo Rio Vermelho (afluente do Rio Araguaia) e está situado na
bacia do Tocantins-Araguaia, que compartilha a foz com o Rio Amazonas
(C) o clima é tropical caracterizado por dois períodos distintos: um seco e quente, semiárido com
ausência quase que total de chuvas no inverno, que vai de maio a setembro e outro chuvoso, úmido com
abundância de águas no verão, que vai de outubro a abril.
(D) são Distritos Judiciários da Comarca de Goiás: Buenolândia, Caiçara, Calcilândia, Davidópolis,
Jeroaquara, Águas de São João, São João e Colônia de Uvá, além do Município de Faina/GO.
(E) todas as assertivas estão corretas.

Gabarito

01.C / 02.B / 03.D / 04.A / 05.E

Comentários

01. Resposta: C
O Estado de Goiás possui clima predominante tropical semiúmido, características que apresentam
estações distintas: uma seca e uma chuvosa.

02. Resposta: B
O estado de Goiás tem dois patrimônios históricos culturais tombados pela Unesco. Um deles é o
Parque Nacional das Emas, o outro é o centro histórico da cidade de Goiás (2001).

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03. Resposta: D
A bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte possui grande importância por localizar-se no centro-sul do
Estado de Goiás, na região central do Brasil e abastecer a capital do Estado. O Rio Meia Ponte é um dos
36 afluentes da bacia do Rio Paranaíba. É a mais importante do Estado de Goiás e corresponde a 3,6%
do território, onde estão inseridos 39 municípios17.

04. Resposta: A
De acordo com dados do CEMIG, o Rio Paranaíba é responsável pela geração de grande parte da
energia de Minas e Goiás. As oito principais usinas em operação geram 7.165 MW, segundo estudos da
EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

05. Resposta: E
Todas as alternativas se mostraram corretas.

História do Município de Abadia de Goiás-GO

ABADIA DE GOIÁS

História

Abadia de Goiás e seus Fundadores

Abadia de Goiás situa-se na região do centro goiano à 18 km da capital. A principal via de acesso ao
município é através da BR-060/GO que o corta a cidade, onde é cortada também pela GO-469. Em um
raio em torno de 209Km do município encontram-se algumas das principais cidades do interior de Goiânia
– Anápolis, Trindade, Rio Verde, entre outras - sendo o acesso facilitado pela qualidade das rodovias18.
Até a sua emancipação, parte de Abadia era um distrito de Goiânia e parte era do município de
Trindade, isto porque a principal avenida dividia os dois municípios. Nessa época sua população era
maioria da zona rural com excelente produção de hortaliças, tais como abobrinha, jiló, quiabo, maxixe e
outros. A tradição ainda continua, vários produtores rurais abastece o comércio local e a CEASA-GO.
O município possui bons indicadores sociais (saúde, educação e saneamento), uma localização
privilegiada, próxima a capital de Goiânia. Os limites deste município encontram-se distribuídos da
seguinte maneira: A Leste, Goiânia, a Oeste, Guapó, ao Norte, Trindade e a Sul, Aragoiânia.
Em meados de 1956, chega a essa região o Sr. Paulino Inácio Rosa, e sua família, composta pela sua
esposa Salma Jorge Rosa, e filhos: Inácio Rosa e Alberto Inácio. Inácio Rosa, mais conhecido como
Badico Rosa, foi submetido a uma cirurgia no Rio de Janeiro de alta complexidade. Sua mãe, focada na
fé, fez uma promessa de construir uma capela em seu nome caso tudo ocorresse bem. Bons ventos
sopraram, diante disso passou a procurar o lugar ideal para construir a capela, honrando as graças
recebidas. E o local hoje é Abadia de Goiás. O Sr. Paulino Inácio Rosa comprou parte de um terreno,
posteriormente aumentou as suas instalações, mas veio a falecer.
Em julho de 1960, o Senhor Badico e dona Salma foram à busca para a concretização do sonho,
“construção da capela”. Após várias peregrinações o sonho foi possível, isto graças a parceiros que se
prontificaram em ajudá-los.
Manoel Libânio da Silva, dono da maior parte de terras da região, fez a primeira doação de terras para
ser levantada uma capela em louvor a Nossa Senhora da Abadia. Vale ressaltar que muitos dos que
trabalharam pelo progresso da cidade também são considerados fundadores. Entre eles estão as famílias
dos FORTE, dos QUEIROZ, dos OLIVEIRA, dos CARVALHO, dos GALVÃO, entre outros.
O lançamento da pedra fundamental foi realizado no dia, 10 (dez) de março de 1963 e a inauguração
da igreja no dia 15 (quinze) de agosto, com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Abadia. Através
da lei de n° 23, de 24 de junho de 1997 foi designado o feriado municipal em homenagem à padroeira da
cidade. Após a inauguração da igreja, foi dado o nome ao povoado. A princípio o nome seria Abadia dos
Dourados em virtude do Ribeirão Dourados que se encontra próximo da região, mas a sugestão de Abadia
de Goiás prevaleceu. E assim o povoado foi ganhando força, loteamentos foram surgindo como, Vila

17
http://www.mpgo.mp.br/portal/conteudo/meia-ponte-vivo#.XlkhqqhKiW8
18
Prefeitura de Abadia de Goiás. Histórico. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=1.

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Nossa Senhora da Guia, Parque Isabel, Dom Felipe, em consequência o desenvolvimento começou a
chegar.
Em meados de 1987, com o acidente radiológico do Césio 137 em Goiânia, é instalado nas
proximidades da cidade de Abadia de Goiás, onde nele estão armazenados os resíduos gerados pelo
acidente radioativo com o Césio 137 sob o controle da CNEN, que em 2017 completou 30 anos do maior
acidente radiológico fora de uma usina.
O Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste (CRCN-CO foi criado em 01/06/89, com a
finalidade de representar regionalmente a CNEN, com vistas ao acompanhamento das atividades
decorrentes do acidente radiológico com o Césio-137, ocorrido na capital do Estado de Goiás, em
setembro de 1987, sendo inaugurado em 05/06/1997.
Em 12 de outubro de 1995 com a aprovação da emancipação política, através de um plebiscito, os
moradores do Município Abadia de Goiás votaram a favor de que a cidade fosse independente, deixando
de ser governada por duas cidades: Trindade e Goiânia, dividindo no limite do Município pela Avenida
Comercial da cidade de Abadia de Goiás, ou seja, de um lado era administrado pela prefeitura de Trindade
e do outro lado pela prefeitura de Goiânia.
O então esperado sonho aconteceu, em 27/12/1995, o Governador do Estado Luiz Alberto Maguito
Vilela, sancionou a Lei de criação do novo Município sob o número a lei n°12799/95, desmembrando dos
municípios confrontantes: Aragoiânia, Trindade, Guapó e Goiânia. Esta lei foi implantada em 01/01/1997,
com a posse da primeira prefeita Maria Telma Miranda Ortegal e dos nove vereadores. A Prefeita Maria
Telma Miranda Ortegal administrou o município até o dia, 12, do mês de junho do ano de 1996, data em
que veio a falecer, vítima de infarto fulminante em uma viagem ao Estado do Paraná, o vice-prefeito então
assumiu o cargo.
Atualmente o município conta com 23 anos de emancipação política. Seu aniversário de fundação é
celebrado em 29 (vinte e nove) do mês de março, de acordo com a lei municipal de n° 05 de 23 de março
de 1997.

Símbolos Municipais19

Brasão

Bandeira

19
Prefeitura de Abadia de Goiás. Símbolos. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=2.

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Dados Gerais

Fundação: março de 195620.


Aniversário de Fundação: 29 de março.
Emancipação Política: 27 de dezembro de 1995.
Legislativo: 09 vereadores.
Gentílico: Abadiense.
Santa Padroeira: Nossa Senhora da Abadia.

Perfil da Cidade

Abadia de Goiás possui bons indicadores sociais (saúde, educação e saneamento), uma localização
privilegiada, próxima a capital de Goiânia21.

Agricultura
Os excelentes indicadores econômicos e sociais do município ancoram-se em uma estrutura
econômica forte e diversificada tanto no município como na região. Em primeiro lugar deve-se destacar o
desempenho da agricultura. A qualidade dos solos e do clima faz do município referência no plantio,
caracterizando-se por uma grande produção com destaque para o plantio de milho, soja, limoeiros,
hortaliças em geral entre outros.
Percebe-se, portanto, que Abadia de Goiás está dando um salto no desempenho econômico, assim
fortalece e amplia as chances de sucesso dos negócios aqui instalados e a qualidade de vida dos que
aqui residem.

Saúde
Abadia de Goiás possui aproximadamente 6.868 habitantes de acordo com o IBGE realizado em 2010,
a partir desta data novas famílias estão chegando e o município só está crescendo e os atendimentos na
saúde já tem marco histórico.

Pontos de atendimento à saúde


Emergência: 01 – Centro Ambulatorial 24 horas.
Consultas eletivas: 03 – Estratégia Saúde da Família (ESF) 301 e 302.

Saneamento
A cidade de Abadia de Goiás possui 70% de rede de tratamento de esgoto, o levantamento para a
conclusão da rede já foi feito, a meta é chegar a 100% de tratamento até o ano 201822.
Á água fluoretada e clorada é distribuída pela Saneago. Quanto aos resíduos sólidos, o município
conta com um aterro sanitário.

Educação
Quando se fala em educação Abadia de Goiás é referência, prova disto é o Índice do Desenvolvimento
Escolar (IDEB), o município atingiu este ano, a nota de 5.0, meta estabelecida para o ano de 2013. São
ao todos jovens matriculados no ensino fundamental da rede pública municipal 1602, e 546 na rede
estadual.
A infraestrutura escolar possui 06(seis) estabelecimentos de ensino fundamental, sendo 05(cinco)
municipais e 01(uma) estadual, além de um CMEI.

Indústria, Emprego e Renda


O município se tornou um ponto estratégico para que as empresas de grande e pequeno porte se
instalassem na região.
Empresas de grande porte, como MECAT, Centro regional de Distribuição da Ricardo Eletro, entre
outras geram mais de 300 empregos diretos, além de outras do pequeno porte.
Os setores industriais são variados, atualmente o município conta com dois Polos Industriais, sendo o
Polo Industrial na GO 469 que liga Abadia de Goiás a Trindade e o Polo Industrial Bernardino Gonçalves
dos Santos no setor Quinta dos Sonhos.

20
Prefeitura de Abadia de Goiás. Histórico. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=1.
21
Prefeitura de Abadia de Goiás. Perfil da Cidade. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=3.
22
Candidato(a). Mesmo que os dados sejam relativos à 2018, essas são as informações que a Prefeitura Municipal fornece, não havendo informações mais recentes.

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47
Dados Geográficos

Localização e Acesso
Abadia de Goiás situa-se na região do centro goiano à 18 km da capital. A principal via de acesso ao
município é através da BR-060/GO que o corta a cidade. Em um raio em torno de 209Km do município
encontram-se algumas das principais cidades do interior de Goiânia – Anápolis, Trindade, Rio Verde,
entre outras - sendo o acesso facilitado pela qualidade das rodovias.
Estas informações servem para ilustrar a boa localização do município que ainda possui a vantagem
de situar-se no caminho que liga a Capital.

Aspectos Geográficos
Latitude: 16º 45' 26" S.
Longitude: 49º 26' 15" W.
Altitude: 898m.
Área: 136,9 Km2.

Distâncias das cidades mais próximas


Aragoiânia: 17 Km.
Goiânia: 18 Km.
Guapó: 08 Km.
Trindade:13 KM.

Clima
O clima é tropical semiúmido, com verão chuvoso e inverno seco. Temperatura média no inverno 18
C° e no Verão 22° C. O solo é constituído de terreno do tipo latoso, vermelho e amarelo, com textura
média argilosa e baixas propriedades de fósforo, heterogêneo e potássio. Seus principais rios são o Rio
dos Dourados e Rio Santa Maria.

Área do Município
Área Total: 147 km2.
População: 6.876 habitantes (2010).
População estimada: 8.958 habitantes (2020)23.
Bioma: Cerrado.

Questões

01. Oficialmente a autonomia de Abadia de Goiás foi concedida em 1995. Em qual ano essa autonomia
passou a ser exercida?
(A) 1995;
(B) 1996;
(C) 1997;
(D) 1998.

02. Oficialmente a população de Abadia de Goiás é de:


(A) 8.958 habitantes;
(B) 7.682 habitantes;
(C) 8.329 habitantes;
(D) 6.876 habitantes.

03. A fundação do núcleo que viria a se tornar o município de Abadia de Goiás ocorreu no ano de:
(A) 1956;
(B) 1960;
(C) 1970;
(D) 1957.

23
IBGE. Abadia de Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/abadia-de-goias/panorama.

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48
Gabarito

01.C / 02.D / 03.A

Comentários

01. Resposta: C
Embora a emancipação de Abadia de Goiás tenha ocorrido em 27/12/1995, quando o Governador do
Estado Luiz Alberto Maguito Vilela, sancionou a Lei de criação do novo Município sob o número a lei
n°12799/95. Apenas em 01/01/1997, com a posse da primeira prefeita Maria Telma Miranda Ortegal e
dos nove vereadores é que esse direito passou a ser exercido.

02. Resposta: D
O IBGE traz dois dados a respeito da população de Abadia de Goiás: os dados do último censo oficial
(2010) e os dados da estimativa mais recente. A questão pede os números oficiais, portanto, 6.876
habitantes.

03. Resposta: A
Em meados de 1956, chegou a região o Sr. Paulino Inácio Rosa, e sua família.
Sua mãe, focada na fé, fez uma promessa de construir uma capela em seu nome caso tudo ocorresse
bem. Bons ventos sopraram e diante disso passou a procurar o lugar ideal para construir a capela,
honrando as graças recebidas. O local em torno da capela é hoje o município de Abadia de Goiás segundo
dados histórico da Prefeitura Municipal de Abadia de Goiás.

Ética no serviço público.

ÉTICA NO SERVIÇO PÚBLICO

A questão ética é um fator imprescindível para uma sociedade e por isso sempre encontramos diversos
autores tentando definir o que vem a ser ética e como ela se interfere em uma sociedade.
O tema “Ética” é por si só polêmico, entretanto causa ainda mais inquietação quando falamos sobre a
Ética na Administração Pública, pois logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc., porém na
realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública
em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos em seguida julgar a atuação dos
servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja
padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo.
Assim, Ética Pública seria a moral incorporada ao Direito, consolidando o valor do justo. Diante da
relevância social de que a Ética se faça presente no exercício das atividades públicas, as regras éticas
para a vida pública são mais do que regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos
diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso de infração por parte daqueles que
desempenham a função pública.
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor público partem da Constituição Federal
(CF)24, que estabelece alguns princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras palavras,
é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa parte do
conteúdo das leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais
da administração pública. Estabelece a Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]25

24
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm - Acesso: 17.11.2020.
25
Idem

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49
São princípios da administração pública, nesta ordem:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

DICA: Para memorizar, veja que as


iniciais das palavras formam o vocábulo
LIMPE, que remete à limpeza esperada da
Administração Pública.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 198826

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo
5º, II, da Constituição Federal de 1988.
Para o particular, legalidade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, como
a administração pública representa os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de
subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera estatal,
é preciso lei anterior editando a matéria para que seja preservado o princípio da legalidade). A origem
deste princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve respeitar
as leis que dita.27

Princípio da Impessoalidade
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este
princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das
atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o
interesse particular.
De acordo com Di Pietro28, o princípio da impessoalidade estaria intimamente relacionado com a
finalidade pública, a autora ainda afirma que “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu
comportamento”.29

26
Idem
27
SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
28
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
29
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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50
Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão
perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo
igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e
material.
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego.
Por força dos interesses que representa, a administração pública está proibida de promover
discriminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou
prejudicando. Segundo este princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos aqueles que
se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação
reflete a impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio da impessoalidade
correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é
somente o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode influenciar no tratamento das
pessoas, já que deve-se buscar somente a preservação do interesse coletivo.30

Princípio da Moralidade Administrativa


A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com boa-
fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador público
de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas dos
padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei).
Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras
de conduta tiradas da disciplina interior da Administração.
Trata-se de probidade administrativa, que é a forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial
atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -
desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por fim, devemos entender que a moralidade como
também a probidade administrativa consiste exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem
(prestarem seus serviços) suas funções com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou
função para proveito pessoal ou para favorecimento de outrem.
A posição deste princípio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de
moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder público. A administração pública não atua
como um particular, de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por parte deste
particular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do
comportamento imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da moralidade deve se fazer
presente não só para com os administrados, mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente
ligado à noção de bom administrador, que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos
princípios éticos regentes da função administrativa. Todo ato imoral será diretamente ilegal ou ao menos
impessoal, daí a intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.31

Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração Pública,
obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes
Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos
externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em geral, através
dos meios constitucionais...”.32
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
dá outras providências).
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel
enquanto garantias de concretização da transparência.

30
SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
31
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
32
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.

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51
A administração pública é obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas
informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a
afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao
ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de servidores do Estado. Diante
disso, como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado caracteriza ato
de improbidade administrativa. Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a legalidade e a
eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos para proteção são o direito de petição e as certidões
(art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado de segurança.33

Princípio da Eficiência
A administração pública deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de gastos.
Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao
exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste
princípio é a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os serviços
administrativos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes.34
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência.
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública.
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros”.35
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.36
Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de
cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele
em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil,
por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros,
cunhados, enteados e filhos dos enteados).
O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe
o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos,
enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da
União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançava apenas os
parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público
utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em
comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele.
A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e
isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de
agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos,
previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal.
Neste contexto, podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de
comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político. O ser humano elaborou as leis para
orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio
social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro
ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função
social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública.

33
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
34
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
35
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
36
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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52
Frequentemente constatamos a opinião pública desabonar o comportamento ético no serviço público.
A crítica feita pela sociedade, decerto, como todo senso comum é imediatista e baseada em uma visão
superficial da realidade, que entre outras coisas, trabalha com generalizações, colocando no mesmo “rol”
servidores, gerentes e políticos. De fato, sabe-se que essa é uma realidade complexa e que precisa ser
analisada com cautela e visão histórica, recomendando-se tratar cada situação separadamente, dentro
de seu contexto e não de forma simplista e apressada.
É verdade que aquilo que a sociedade fala sobre o serviço público é o que se vê na prática através da
morosidade, do descaso, do empreguismo, improbidade administrativa, má conservação dos bens
públicos é motivo de descrédito da sociedade. A sociedade não tem condições de saber de quem é a
responsabilidade, na ausência de tais esclarecimentos faz generalizações distorcidas, impregnadas por
preconceitos que definem os funcionários públicos como preguiçosos, incompetentes e procrastinadores,
quando, de fato, existem pessoas que agem dessa forma, assim como em qualquer empresa, mas
existem também pessoas altamente qualificadas e preocupadas com o serviço público e com o bem
comum.
Diferente do que vem sendo posto em prática, as empresas éticas devem estimular e oportunizar o
advento da consciência crítica de seus colaboradores, clientes e parceiros, e não impor que eles aceitem
o que lhes é apresentado. É um ato humano e ético não aceitar verdades prontas, de forma imposta, mas
aquelas que a consciência crítica aponta como aceitáveis. É o ser humano quem deve decidir em quem
acreditar. As organizações éticas buscam na prática, se tornar honestas, justas, verdadeiras e
democráticas, por uma questão de princípio e não de conveniências na maioria das vezes muito embora
esse tipo de agir também traga sucesso e reconhecimento. As empresas éticas devem escolher seus
líderes e colaboradores considerando tanto suas qualidades técnicas, quanto éticas. Mesmo sabendo-se
que o ser humano está suscetível à falhas, uma boa política de Recursos Humanos, ou uma ótima
empresa e banca examinadora no caso dos órgãos públicos diminuem os riscos de práticas lesivas ao
patrimônio público.
Além da ética individual a empresa que almeja ser ética deverá refletir seu modo de ser, pois quando
se conquista a consideração e a confiança dos colaboradores desenvolve a lealdade e compromisso
necessários ao crescimento e estabilidade da organização.
Quando a empresa conquista a confiança e o respeito de seus empregados desenvolve a lealdade e
o compromisso com ela. Estudos confirmam que as empresas mais éticas são as mais bem-sucedidas,
pois nas últimas décadas elas vêm tomando consciência disso e descobrindo que o ser humano, ou seja,
os clientes, colaboradores, sociedade, fornecedores, etc., são as coisas mais importantes na organização,
portanto devem agir de forma a fazer com que eles as admire, respeite, ame e não queira substituí-las
por outras empresas.
Em meio a tantas altercações em relação à ética na política, a generalização da corrupção tornou-se
evidente no setor público, um exemplo recente é a máfia das sanguessugas, mas não se deve esquecer
que existem pessoas muito éticas e conscientes em todas as organizações. Como se percebe, há uma
cobrança cada vez maior nos últimos anos por parte da sociedade por transparência e probidade, tanto
no trato da coisa pública, como no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. A legislação
constitucional e a infraconstitucional têm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matéria,
permitindo que os órgãos de fiscalização e a sociedade em geral adotem medidas judiciais necessárias
para coibir os abusos cometidos pelas empresas, espera-se que a impunidade não impere nas
investigações de ilicitudes.
A falta de ética nasce nas estruturas administrativas devido ao terreno fértil encontrado ocasionado
pela existência de governos autoritários, no qual são regidos por políticos sem ética, sem critérios de
justiça social e que, mesmo após o aparecimento de regimes democrático, continuam contaminados pela
doença da desonestidade, dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por
situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das
organizações, aumenta os custos, afeta o bom uso dos recursos públicos e compromete a imagem da
organização e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta
de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do
Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos
interesses sociais.
A mudança que se deseja na Administração pública sugere numa gradativa, mas necessária
transformação cultural dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma
reavaliação e valorização das tradições, valores morais e educacionais que nascem em cada um de nós
e se forma ao longo do tempo criando assim um determinado estilo de atuação no seio da organização
baseada em valores éticos.

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53
Princípios de natureza ética relacionados à função pública
Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais diretamente selecionados pelo constituinte,
podem ser apontados como princípios de natureza ética relacionados à função pública a probidade e a
motivação:

a) Princípio da Probidade: um princípio constitucional incluído dentro dos princípios específicos da


licitação, é o dever de todo o administrador público, o dever de honestidade e fidelidade com o Estado,
com a população, no desempenho de suas funções. Possui contornos mais definidos do que a
moralidade. Diógenes Gasparini37 alerta que alguns autores tratam veem como distintos os princípios da
moralidade e da probidade administrativa, mas não há características que permitam tratar os mesmos
como procedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a probidade administrativa é um
aspecto particular da moralidade administrativa.

b) Princípio da Motivação: É a obrigação conferida ao administrador de motivar todos os atos que


edita, gerais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes,
uma vez que sem a motivação não há o devido processo legal, uma vez que a fundamentação surge
como meio interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de
viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração.
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto e relacionar os fatos que
concretamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos devem ser
motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua legalidade.
Para efetuar esse controle, devem ser observados os motivos dos atos administrativos.
Em relação à necessidade de motivação dos atos administrativos vinculados (aqueles em que a lei
aponta um único comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a lei, dentro dos limites
nela previstos, aponta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de conveniência
e oportunidade), a doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade de motivação com relação
aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos
discricionários.

Meirelles38 entende que o ato discricionário, editado sob os limites da Lei, confere ao administrador
uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a
motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da
doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual
o caminho adotado pelo administrador. Gasparini39, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta
inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos
os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os vinculados.

Questões

01. (IF/CE - Administrador - IF/CE) Em relação à ética na administração pública, é correto afirmar-se
que
(A) o funcionário público deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento e evitando a conduta prudente. Os inúmeros erros e o acúmulo de
desvios tornam-se difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo prudência no desempenho da atividade
pública.
(B) a função pública deve ser tida como exercício profissional, portanto não se integra na vida particular
do servidor público.
(C) inclusive nos casos de segurança nacional, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui
requisito de eficácia, eficiência, moralidade e legalidade, ensejando sua omissão e comprometimento
ético contra o senso comum, imputável a quem denegá-lo.
(D) toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
(E) o funcionário público não deve falsear a verdade, apenas omiti-la quando contrária aos interesses
da administração.

37
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
38
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
39
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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54
02. (ANS - Técnico em Regulação - FUNCAB) Com relação à ética no setor público, e de acordo com
os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal), é correto afirmar que:
(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir
apenas entre a legal e o ilegal.
(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva.
(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e
moralidade.
(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal.

03. (TRF 4ª REGIÃO - Analista Judiciário Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC) O princípio
que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações,
benéficas ou peculiares denomina-se princípio da:
(A) responsabilidade.
(B) moralidade.
(C) publicidade.
(D) supremacia do interesse público.
(E) impessoalidade.

04. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - FUNDATEC) São Princípios da


Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto:
(A) Legalidade
(B) Probidade
(C) Impessoalidade.
(D) Eficiência.
(E) Publicidade.

05. (TRE/MG - Técnico Judiciário - CONSULPLAN) Os mais modernos postulados da gestão


administrativa, tanto no setor privado quanto no âmbito dos órgãos públicos, determinam que os atos
administrativos observem os padrões usuais de moralidade que estão indissociavelmente vinculados
a critérios de escolha pautados pela
(A) ética
(B) avaliação.
(C) subordinação.
(D) estandardização.

06. (ANS - Técnico em Regulação em Saúde Complementar - FUNCAB) Com relação à ética no
setor público, e de acordo com os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é correto afirmar que:
(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir
apenas entre a legal e o ilegal.
(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva.
(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e
moralidade.
(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal.

07. (CREA/SP - Analista Advogado - NR) A administração pública, a teor do que dispõe o art. 37 da
Constituição Federal, deve atender aos seguintes princípios nele contidos:

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(A) Legalidade, impessoalidade, moralidade, celeridade, eficiência.
(B) Legalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(C) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(D) Legalidade, impessoalidade, contraditório, publicidade e eficiência.
(E) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e isonomia.

Gabarito

01.D / 02.A / 03.E / 04.B / 05.A / 06.A / 07.C

Comentários

01. Resposta: D.
Regras Deontológicas, XII, Decr. 1171/94. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas
relações humanas.

02. Resposta: A.
a) Certo. Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

03. Resposta: E.
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o
interesse social e não o interesse particular.

04. Resposta: B.
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

05. Resposta: A.
O princípio da moralidade revela-se intimamente ligado à ideia de honestidade, de probidade
administrativa, de ética. Na linha do exposto, confira-se a seguinte lição de José dos Santos Carvalho
Filho:
"O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que
devem estar presentes em sua conduta." (Manual de Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 21)

06. Resposta: A.
a) Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da
sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

07. Resposta: C.
Segundo o caput do art. 37, da CF/88, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

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Lei Orgânica e estatuto dos servidores

LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE ABADIA DE GOIÁS - GO40

Título I
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
Capítulo I
DO MUNICÍPIO
Seção I
Disposições Gerais

Art. 1º. O município de Abadia de Goiás, parte integrante do Estado de Goiás, com personalidade
jurídica de direito público interno e autônomo, nos termos assegurados pela Constituição Federal, rege-
se por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar, respeitados os princípios constitucionais estabelecidos.

Art. 2º. São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.

Art. 3º. São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e
história.

Art. 4º. À sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria de cidade.

Art. 5º. Lei Estadual estabelecerá os limites territoriais do Município.

Art. 6º. O município de Abadia de Goiás buscará de forma permanente a integração econômica,
política, social e cultural com os municípios que integram a mesma região.

Art. 7º. Para o alcance de seus objetivos, o Município poderá:


I - Participar de consórcios, cooperativas ou associações, mediante aprovação da Câmara Municipal,
por proposta do Chefe do Poder Executivo local;
II - Celebrar convênios, acordos e outros ajustes, conforme os ditames do artigo 65, II da Constituição
Estadual.
§1º. Os convênios podem visar a realização de obras ou exploração de serviços públicos de interesse
comum.
§2º. Pode o Município participar de entidades intermunicipais, para a realização de obras,
atividades ou serviços de interesse comum a outros municípios da região socioeconômica que integra.
§3º. Ao Município é lícito delegar ou receber delegação do Estado de Goiás e da União, mediante
convênio com vistas a prestação de serviços de competência concorrente.

Seção II
Da Divisão Administrativa do Município

Art. 8º. O Município poderá dividir-se, para fins administrativos, em distritos a serem criados,
organizados, suprimidos ou fundidos por lei municipal, nos termos da Lei Complementar de que trata o
art. 83 da Constituição Estadual.
Parágrafo único. O distrito terá o nome da respectiva sede, cuja a categoria será a de vila.

Capítulo II
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Da Competência Privativa

Art. 9º. Ao município de Abadia de Goiás compete prover a tudo quanto diga respeito ao interesse local
e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:

40
Disponível em: http://www.abadiadegoias.go.gov.br/LeisOrganica.asp - acesso em 17.11.2020.

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I - legislar sobre assunto de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual, no que couber;
III - manter e prestar programas de educação pré-escolar, optativamente, e de ensino fundamental,
obrigatoriamente, e os serviços de atendimento à saúde da população, com a cooperação técnica e
financeira da União e do Estado;
IV - promover o ordenamento territorial, mediante planejamento e controle da ocupação e do uso do
solo, regular o zoneamento, estabelecer diretrizes para o parcelamento de áreas e aprovar loteamentos;
V - baixar normas reguladoras, autorizar e fiscalizar as edificações, bem como as obras que nelas
devam ser executadas, exigindo-se normas de segurança, especialmente para proteção contra incêndio,
sob pena de não licenciamento;
VI - fixar condições e horário, conceder licença ou autorização para abertura e funcionamento de
estabelecimentos comerciais, industriais, prestacionais e similares, respeitada a legislação do trabalho e
sobre eles exercer inspeção, casando a licença quando for o caso;
VII - organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão, permissão ou autorização, os
serviços públicos de interesse local, incluído o transporte coletivo de passageiros, definido como
essencial, estabelecendo as servidões administrativas necessárias à sua organização e execução;
VIII - adquirir bens, inclusive por meio de desapropriação por necessidade ou por utilidade pública, ou
por interesse social, nos termos da legislação federal;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observadas a legislação e a ação
fiscalizadora federal e estadual;
X - dispor sobre os serviços funerários e cemitérios, além de administrar aqueles que forem públicos
e fiscalizar os demais;
XI - criar, extinguir e prover cargos, empregos e funções públicas, fixar-lhes a remuneração,
respeitadas as regras do artigo 37 da Constituição da República e instituir o regime jurídico de seus
servidores;
XII - prover de instalações adequadas a Câmara Municipal, para o exercício das atividades de seus
membros e o funcionamento de seus serviços, atendendo a peculiaridade local.
XIII - elaborar o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais, nos termos da
Constituição Federal;
XIV - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, fixar e cobrar preços, bem como aplicar suas
receitas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas;
XV- dispor sobre a administração, utilização e alienação de seus bens, observada, neste último caso,
a legislação pertinente;
XVI - regulamentar a utilização dos logradouros públicos, em especial, no perímetro urbano;
a) disciplinar a execução dos serviços e atividades neles desenvolvidos, especialmente a realização
de feiras e o comércio de artesanato;
b) sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem como regulamentar e fiscalizar a sua
utilização;
c) fixar os limites de "zonas de silêncio", de trânsito e tráfegos especiais;
d) disciplinar os serviços de cargas e descargas, fixando a tonelagem máxima permitida a veículo que
circulem em vias públicas municipais.
XVII - dispor sobre a limpeza das vias e logradouros públicos, remoção e destino do lixo domiciliar e
de outros resíduos de qualquer natureza;
XVIII - regulamentar, autorizar e fiscalizar a afixação de cartazes e anúncios, bem como a utilização
de quaisquer outros meios de publicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de polícia municipal;
XIX - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais, com a finalidade precípua de erradicação
da raiva e outras moléstias de que possam ser portadores ou transmissores;

Seção II
Da Competência Comum

Art. 10. É da competência administrativa comum do Município, da União e do Estado, observada a lei
complementar federal, o exercício das seguintes medidas:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

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IV - impedir a invasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor
histórico, artístico ou cultural;
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - promover a preservação da flora, da fauna e dos recursos hídricos e minerais em todo o Município,
podendo inclusive fazer uso da guarda municipal para combater qualquer forma de poluição e depredação
dos recursos naturais;
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de
saneamento básico;
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização promovendo a integração social
dos setores desfavorecidos;
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos
hídricos e minerais em seu território;
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Seção III
Da Competência Suplementar

Art. 11. Ao Município compete suplementar a legislação federal e a estadual no que couber e naquilo
que disser respeito ao seu peculiar interesse.

Capítulo III
DAS VEDAÇÕES

Art. 12. Ao município de Abadia de Goiás aplicam-se as vedações estabelecidas pelo artigo 19, incisos
de I a III da Constituição Federal, e as proibições de que trata o artigo 66, incisos I a V da Constituição
Estadual.

Título II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Capítulo I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Da Câmara Municipal

Art. 13. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, com cada legislatura
durando quatro anos, compreendendo cada ano uma sessão legislativa.
§1º. A composição da Câmara será feita por Vereadores eleitos por voto direto e secreto, através do
sistema proporcional, como representantes do povo, com mandatos de quatro anos a iniciar-se a primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da eleição.
I - a elegibilidade para o mandato de Vereador, depende das seguinte condições, na forma da Lei
Federal:
a) a nacionalidade brasileira;
b) a idade mínima de dezoito anos;
c) o pleno exercício dos direitos políticos;
d) o alistamento eleitoral;
e) o domicílio eleitoral na circunscrição;
f) a filiação partidária;
g) ser alfabetizado;
h) ter residência no Município.
§2º - O número de Vereadores da Câmara Municipal será proporcional à população do Município,
observados os limites estabelecidos na Constituição Federal, artigo 29, inciso IV e Constituição Estadual,
artigo 67.
Seção II
Das Atribuições da Câmara

Art. 14. Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, legislar sobre todas as matérias de competência
do Município e, especialmente, sobre:

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I- assuntos de interesse local, inclusive suplementando a legislação federal e/ou estadual;
II - tributos municipais, seu lançamento, arrecadação e normatização da receita não tributária;
III - empréstimos e operações de crédito;
IV - diretrizes orçamentárias, plano plurianual, orçamentos anuais, abertura de créditos suplementares
e especiais;
V - subvenções ou auxílios a serem concedidos pelo Município, e qualquer outra forma de
transferência, sendo obrigatória a prestação de contas nos termos da Constituição Estadual e desta Lei
Orgânica;
VI - criação de órgãos necessários à execução dos serviços públicos locais, inclusive autarquias,
fundações e constituição de empresas públicas e sociedades de economia mista;
VII - regime jurídico dos servidores públicos municipais, criação, transformação e extinção de cargos,
empregos e funções públicas, estabilidade, aposentadoria, fixação e alteração de remuneração;
VIII - concessão, permissão ou autorização de serviços públicos da competência municipal,
respeitadas as normas das Constituições da República e do Estado;
IX - estabelecer normas de ordenação urbanística e regulamentos sobre a ocupação e uso do espaço
urbano, parcelamento do solo e edificações, principalmente quanto a zoneamento e loteamento;
X - concessão e cassação de licença para abertura, localização, funcionamento e inspeção de
estabelecimentos comerciais, industriais, prestacionais ou similares;
XI - exploração dos serviços municipais de transporte coletivo e individual de passageiros e critérios
para fixação de tarifas a serem cobradas;
XII - autorização para aquisição de bens imóveis, salvo quando houver dotação orçamentária para
esse fim destinada, ou nos casos de doação sem encargos;
XIII - cessão ou permissão de uso de bens municipais e autorização para que os mesmos sejam
gravados com ônus reais;
XIV - plano de desenvolvimento urbano, modificações que nele possam ou devam ser introduzidas;
XV - alienação de bens da administração direta, indireta e fundacional;
XVI - autorização para participação em consórcios com outros municípios, assim como entidades
intermunicipais;
XVII - autorização para aplicação de disponibilidade financeira do Município no mercado aberto de
capitais;
XVIII - criação, organização e supressão de distrito, mediante prévia consulta plebiscitária, e observada
a legislação estadual, suplementarmente;
XIX - em articulação com o Executivo, cumpre à Câmara de Vereadores propor medidas que
complementem as leis federais e estaduais, especialmente no que diz respeito:
a) ao incentivo à indústria e ao comércio;
b) a criação de distritos agroindustriais;
c) o fomento da produção agropecuária e organização do abastecimento alimentar;
d) à promoção de programas de construção de moradias, melhorando as condições habitacionais e de
saneamento básico.
XX - autorizar isenção e anistia fiscal e remissão de dívida;
XXI - estabelecer as denominações de vias e logradouros públicos, bem como promover alterações
nas denominações estabelecidas;
XXII - feriados municipais, nos termos da legislação federal;
XXIII- regras de trânsito e multas aplicáveis ao caso, regulando sua arrecadação.

Art. 15. À Câmara Municipal compete privativamente:


I - receber o compromisso dos Vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito e dar-lhes posse;
II - legislar sobre a sua organização, funcionamento e polícia, elaborando seu Regimento Interno,
respeitadas as Constituições Federal e Estadual, além desta Lei Orgânica;
III – criar e prover os cargos de sua estrutura organizacional, respeitadas as regras sobre remuneração
e limites de dispêndio com pessoal, expressas no artigo 37, XI c/c artigo 169 da Constituição da República;
IV - eleger sua Mesa Diretora e constituir suas Comissões, nestas assegurando, tanto quanto possível,
a representação dos partidos políticos que participem da Câmara;
V - fixar a remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, bem como a verba de
representação do Presidente da Câmara Municipal, observando o disposto no artigo 29, V da Constituição
da República e artigo 68 da Constituição Estadual.
a) a não fixação da remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, até a data prevista
na legislação citada no inciso anterior, implicará na suspensão do pagamento dos Vereadores, até que
se satisfaça as exigências legais.

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b) no caso de não ser fixada a remuneração prevista no inciso IV, prevalecerá, a remuneração do mês
de dezembro do último ano da legislatura, sendo este valor atualizado monetariamente pelo índice em
vigor à época do pagamento.
VI - conceder licenças:
a) ao Prefeito e ao Vice-Prefeito para se afastarem, temporariamente, dos respectivos cargos;
b) aos Vereadores, nos casos permitidos;
c) ao Prefeito, para se ausentar do município por tempo superior a quinze dias.
VII - solicitar do Prefeito ou dos Secretários Municipais, informações sobre assuntos administrativos,
sobre fatos sujeitos à sua fiscalização, ou sobre fatos relacionados com matéria legislativa em tramitação,
devendo essas informações serem apresentadas, no máximo, quinze dias úteis após a sua formalização;
VIII - exercer, com o auxílio do Tribunal de Contas, o controle externo das contas mensais e anuais do
Município, observados os termos das Constituições Federal, Estadual, e desta Lei Orgânica;
IX - provocar a representação dos organismos competentes, requerendo intervenção estadual no
município quando inocorrer a prestação de contas pelo Prefeito, na forma da lei;
X - requisitar o numerário destinado as suas despesas;
XI - promulgar a Lei Orgânica e suas emendas.
XII - decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos vereadores, nos casos indicados,
nesta Lei Orgânica, e nas Constituições Federal e Estadual;
XIII - estabelecer e mudar temporariamente o local de suas reuniões;
XIV - criar comissão de inquérito com prazo certo, mediante requerimento de um terço dos seus
membros para apurar fatos determinados;
XV - conceder título de cidadania ou conferir homenagens a pessoa que tenham prestados relevantes
serviços ao município ou nele se destacado pela atuação na vida pública;
XVI - julgar o Prefeito o Vice-Prefeito e os vereadores nos casos previsto na Lei Orgânica municipal e
demais leis Federais e Estaduais;
XVII - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclusive os da administração indireta;
XVIII - fiscalizar a correta aplicação das verbas públicas municipais destinadas as entidades
subsidiadas, consorciadas ou conveniadas.

Seção III
Dos Vereadores

Art. 16. No primeiro ano de cada legislatura, no dia primeiro de janeiro, às 09:00 horas, em sessão
solene de instalação, independentemente do número, sob a presidência do mais votado dentre os
presentes, os Vereadores prestarão compromisso na forma estabelecida para o Prefeito Municipal e
tomarão posse.
§1º. O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo, deverá fazê-lo no prazo de
quinze dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara, por maioria absoluta, sob pena de perda de mandato.
§2º. No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e apresentar declaração de seus
bens renovando-a quando do término do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas
em ata e dispostas ao conhecimento público.

Art. 17. O mandato de Vereador será remunerado na forma fixada pela Câmara Municipal em cada
legislatura, para a subsequente, com a observância dos artigos 29, V, 37, XI, 150, II, 153, III e 153, §2º, I
da Constituição Federal e art. 68 da Constituição Estadual e as seguintes disposições.
§1º. A remuneração dos vereadores terá como limite mínimo 5% (cinco por cento) da remuneração
dos Deputados Estaduais, e não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da remuneração do Prefeito
Municipal.
§ 2. O gasto com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o limite de 5% (cinco por
cento) da receita do Município.

Art. 18. O Vereador poderá licenciar-se somente:


I - por doença devidamente comprovada, ou em licença gestante;
II - para desempenhar missões temporárias de caráter cultural ou de interesse do Município;
III - para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, a licença não seja
inferior a 30 (trinta) dias, e superior a 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa.
§1º. Para fins de remuneração, considerar-se-á como em exercício o Vereador licenciado nos termos
dos incisos I e II.

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§2º. Considerar-se-á automaticamente licenciado, o Vereador investido no cargo de Secretário
Municipal e Subprefeito.

Art. 19. Os Vereadores gozam de inviolabilidade por opiniões, palavras e votos, no exercício do
mandato, na circunscrição do Município.
Parágrafo único. Aplicam-se à inviolabilidade dos Vereadores, as regras contidas na Constituição
Estadual, para os Deputados.

Art. 20. O Vereador não poderá:


I - a partir da expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de econômica mista ou com empresas concessionárias de serviço público municipal, salvo
quando o contrato estabelecer cláusulas uniformes:
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja demissível "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior, salvo o de secretário municipal, Subprefeito, diretoria
equivalente e dos que foi aprovado em concurso público;
II - desde a posse:
a) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor decorrente de contrato
celebrado com o Município ou nela exercer função remunerada;
b) patrocinar causas em que sejam interessadas quaisquer das entidades a que se refere o inciso I,
alínea "a";
c) exercer outro cargo eletivo, Federal ou Estadual.

Art. 21. Perderá o mandato o Vereador:


I - que infringir quaisquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II - que tiver procedimento declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da
Câmara Municipal, salvo licença ou missão por esta autorizada ou a cinco sessões extraordinárias
regularmente convocadas e com aviso de convocação assinado pelo Vereador;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando assim o decretar a Justiça Eleitoral;
VI - que sofrer condenação criminal por sentença transitada em julgado;
VII - que deixar de tomar posse, sem motivo justificado, dentro do prazo estabelecido nesta Lei
Orgânica;
VIII - que deixar de manter residência no Município.
§1º. É incompatível com o decoro parlamentar, além de outros casos definidos no Regimento Interno,
o abuso das prerrogativas asseguradas a membros da Câmara Municipal e a percepção de vantagens
indevidas.
§2º. Nos casos dos incisos I, II e VI e VIII, a perda do mandato será decidida por voto secreto, por dois
terços dos membros da Câmara, mediante provocação da Mesa Diretora, de ofício ou por proposta de
partido político representado na Câmara, assegurada ampla defesa.
§3º. Nos casos previstos nos incisos III, IV, V e VII, a perda será declarada pela Mesa Diretora, de
ofício ou mediante provocação de qualquer Vereador, ou de partidos políticos representados na Câmara.
§4º. Extingue-se o mandato, e assim será declarado pelo Presidente da Câmara, quando ocorrer
falecimento ou renúncia por escrito do Vereador.
§5º. A perda, extinção, cassação ou suspensão de mandato de Vereador dar-se-á nos casos e na
forma estabelecida na Constituição Estadual, na legislação federal e nesta Lei Orgânica.

Art. 22. O Suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas nesta Lei
Orgânica ou de licença.
§1º. O Suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo e nas mesmas condições fixadas para
o titular.
§2º. Ocorrendo vaga e não havendo Suplente, o Presidente comunicará o fato, dentro de quarenta e
oito horas, ao Tribunal Regional Eleitoral.
§3º. Enquanto a vaga a que se refere o caput deste artigo não for preenchida, calcular-se-á o quorum
em função dos Vereadores remanescentes.

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Seção IV
Da Mesa da Câmara

Art. 23. Imediatamente depois da posse, os Vereadores, sob a presidência do mais votado dentre os
presentes, reunir-se-ão e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os componentes
da Mesa, que ficarão automaticamente empossados.
Parágrafo único. Não havendo número legal, o Vereador mais votado dentre os presentes
permanecerá na Presidência, e convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.

Art. 24. A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á sempre às nove horas do dia 15 de dezembro
do segundo ano do primeiro biênio, e os eleitos tomarão posse, em sessão solene, às 09:00 horas do dia
01 de janeiro subsequente.
Parágrafo único. O Regimento Interno disporá sobre a forma de eleição e a composição da Mesa, que
contará, no mínimo, com um Presidente, um Vice-Presidente e dois Secretários.

Art. 25. O mandato dos membros da Mesa será de dois anos, proibida a reeleição de qualquer de seus
membros para o mesmo cargo.
§1º. Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo voto de dois terços dos membros da
Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais,
elegendo-se outro Vereador para complementar o mandato.
§2º. Na constituição da Mesa será assegurada, tanto quanto possível, a representação partidária,
respeitada a proporcionalidade dos partidos que participem da Casa.
§3º. havendo vaga na Mesa Diretora, a Câmara realizará, dentro de 15 (quinze) dias, a eleição do
substituto, para completar o mandato.

Art.26. À Mesa, dentre outras atribuições, compete:


I - propor projetos de resolução que criem, transformem e extingam cargos, empregos ou funções da
Câmara Municipal e fixem os respectivos vencimentos;
II - apresentar projetos dispondo sobre a abertura de crédito suplementares ou especiais, através de
anulação parcial ou total da dotação da Câmara;
III - suplementar, mediante ato, as dotações do orçamento da Câmara, observando o limite da
autorização constante da lei orçamentária, desde que os recursos para a sua cobertura sejam proveniente
de anulação total ou parcial de suas dotações orçamentárias;
IV - devolver à Tesouraria da Prefeitura o saldo de caixa existente na Câmara ao final do exercício;
V - enviar ao Prefeito, até o (1) primeiro dia do mês de março, as contas do exercício anterior, e até o
dia 15 (quinze) de cada mês, as do mês anterior;
VI - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos trabalhos legislativos;
VII - promulgar a Lei Orgânica e suas emendas;
VIII - representar, junto ao Executivo, sobre necessidades de sua economia interna;

Art. 27. Ao Presidente da Câmara, dentre outras funções, compete:


I - representar a Câmara em juízo e fora dele;
II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos;
III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
IV - promulgar as Resoluções e os Decretos Legislativos, bem como as leis com sanção tácita ou cujo
veto tenha sido rejeitado pelo plenário, desde que não aceita esta decisão, em tempo hábil, pelo Prefeito;
V - fazer publicar os atos da Mesa, bem como as Resoluções, os Decretos Legislativos e as Leis por
ele promulgadas;
VI - declarar a perda, extinção, cassação ou suspensão de mandato do Prefeito, Vice-Prefeito e
Vereador na forma estabelecida na Constituição Estadual, na legislação federal e nesta Lei Orgânica.
VII - requisitar o numerário destinado às despesas da Câmara e aplicar as disponibilidades financeiras
no mercado de capitais;
VIII - apresentar no Plenário, até o dia 10 (dez) de cada mês, o balancete relativo aos recursos
recebidos e às despesas do mês anterior;
IX - representar, por decisão do Plenário, sobre a inconstitucionalidade de lei ou ato municipal;
X - solicitar, por decisão plenária, a intervenção no Município, nos casos admitidos pela Constituição
do Estado;
XI - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar a força necessária para este fim;
XII - autorizar as despesas da Câmara;

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XIII - nomear, promover, comissionar, conceder gratificações, licenças, por em disponibilidade,
exonerar, demitir, aposentar e punir funcionários ou servidores da Secretaria da Câmara Municipal, nos
termos da lei;
XIV - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público.
XV - conceder ou negar a palavra aos Vereadores ou a qualquer presente nas sessões da Câmara;
XVI - exigir a presença dos Vereadores nas reuniões.

Art. 28. O Presidente da Câmara ou seu substituto só terá direito a voto:


I - na eleição da Mesa;
II - quando a matéria exigir, para a sua aprovação, o voto favorável de dois terços dos membros da
Câmara;
III - quando houver empate em qualquer votação do plenário.
IV - nas votações secretas.
§1º. Não poderá votar o Vereador que tiver interesse pessoal na deliberação, anulando-se a votação
se o seu voto for decisivo.
§2º. O voto será sempre público nas deliberações da Câmara, exceto nos seguintes casos:
a) no julgamento dos Vereadores, do Prefeito e do Vice-Prefeito;
b) na eleição dos membros da Mesa e dos substitutos, bem como no preenchimento de qualquer vaga;
c) na votação de Decreto Legislativo para a concessão de qualquer honraria;
d) na votação de veto aposto pelo Prefeito.

Seção V
Da Sessão Legislativa Ordinária

Art. 29. Independentemente de convocação, a sessão legislativa anual desenvolve-se de 15 de


fevereiro a 30 de junho e de 1 de agosto a 15 de dezembro.
§1º. As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequente,
quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.
§2º. A sessão legislativa não será interrompida sem a apreciação do projeto de Lei de Diretrizes
Orçamentária.
§3º. Fixação dos horários e dias para a realização das sessões ordinárias, será regulado pelo
Regimento Interno, observado o mínimo de cinco sessões por mês.
§4º. Não poderá ser realizada mais de uma sessão ordinária ou extraordinária por dia, nada impedindo
que uma e outra se realizem no mesmo dia.
§5º. A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraordinárias, solenes ou especiais, conforme
dispuser o seu Regimento Interno, e as remunerará de acordo com o estabelecido na legislação
específica.
§6º. As Sessões extraordinárias serão convocadas pelo Presidente da Câmara, em sessão ou fora
dela, na forma regimental.
§7º. As Sessões da Câmara deverão ser realizadas em recinto destinado ao seu funcionamento,
considerando-se nulas as que se realizarem fora dele, salvo deliberação plenária tomada pela maioria
dos membros ante a comprovada impossibilidade de acesso ao recinto destinado ou outras causas.

Art. 30. As sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada pela maioria
de dois terços de seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.

Art. 31. As sessões só poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, um terço dos membros da
Câmara.

Seção VI
Da Sessão Legislativa Extraordinária

Art. 32. A sessão legislativa extraordinária será convocada com três dias de antecedência pelo Prefeito,
pelo Presidente da Câmara ou pela maioria dos Vereadores, em caso de urgência ou interesse público
relevante, devendo nela ser tratada somente a matéria que tiver motivado a convocação.

Art. 33. Poderá ser prevista remuneração para as sessões extraordinárias, desde que observados os
limites da remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores.

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Seção VII
Das Comissões

Art. 34. A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no seu Regimento Interno ou no ato que resultar a sua criação.
§1º. Em cada comissão será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos
partidos ou dos blocos parlamentares que participem da Câmara.
§2º. Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a competência do
plenário, salvo se houver recurso de um quinto dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas, de ofício ou a requerimento, com entidades da sociedade civil ou
partidos políticos;
III - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza para prestarem
informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas, no âmbito de sua competência;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar ações, políticas, planos, programas e projetos inerentes às suas atribuições e sobre eles
emitir parecer;
VII - acompanhar junto a Prefeitura Municipal a elaboração da proposta orçamentária, bem como a sua
posterior execução.
VIII - exercer no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do Executivo e da administração
indireta e entidades subsidiadas, consorciadas ou conveniadas, favorecidas pelo erário municipal.

Art. 35. As comissões parlamentares de inquérito, terão poderes de investigações próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Casa, e serão criadas pela
Câmara mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§1º. As comissões parlamentares de inquérito, no interesse da investigação, poderão:
a) proceder vistorias e levantamentos nas repartições públicas municipais e entidades
descentralizadas, onde terão livre acesso e permanência;
b) requisitar dos responsáveis pelas repartições públicas a exibição de documentos e a prestação dos
esclarecimentos necessários;
c) transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença, ali realizando os atos que lhes
competirem;
§2º. No exercício de suas atribuições poderão, ainda, as comissões parlamentares de inquérito, por
intermédio de seu Presidente:
a) determinar as diligências que reputarem necessárias;
b) requerer a convocação de Secretário Municipal;
c) tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar testemunhas e inquiri-Ias sob compromisso;
d) proceder a verificações contábeis em livros, papéis e documentos de órgãos da administração direta
ou indireta.
§3º. Nos termos do artigo 3 da Lei Federal n° 1.579, de 18 de março de 1952, as testemunhas serão
intimadas de acordo com as prescrições estabelecidas na legislação penal e, em caso de não
comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao Juiz Criminal da localidade onde
residem ou se encontrem, na forma do artigo 218 do Código de Processo Penal.

Art. 36. Durante o recesso, haverá uma comissão representativa da Câmara, eleita na última sessão
ordinária do período legislativo, com atribuições fixadas no artigo seguinte, cuja composição reproduzirá,
tanto quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.

Art. 37. A comissão representativa funciona nos interregnos das sessões legislativas ordinárias da
Câmara Municipal e tem as seguintes atribuições:
I - zelar pelas prerrogativas da Câmara Municipal;
II - velar pela observância da Lei Orgânica;
III - autorizar o Prefeito ou o Presidente da Câmara a se ausentarem do Município;
IV - convocar Secretários Municipais ou titulares de Diretorias;
V - convocar, extraordinariamente, a Câmara;

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VII - tomar medidas urgentes de competência da Câmara.

Art. 38. A comissão representativa, constituída por número ímpar de Vereadores, é composta pelo
Presidente da Mesa e pelos demais membros eleitos com os respectivos suplentes.
§1º. A Presidência da comissão representativa cabe ao Presidente da Câmara, cuja substituição se faz
na forma regimental.

Seção VIII
Do Processo Legislativo
Subseção I
Disposições Gerais

Art. 39. O processo legislativo compreende:


I - emendas à Lei Orgânica do Município;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - decretos legislativos;
VI - resoluções.

Subseção II
Das Emendas à Lei Orgânica

Art. 40. A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta:
I- de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;
II - do Prefeito Municipal;
III - dos cidadãos, subscrita por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
§1º. A Lei Orgânica Municipal não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa, estado de
sítio ou de intervenção no Município.
§2º. A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, dois terços dos votos dos membros da Casa.
§3º. A emenda à Lei Orgânica do Município será promulgada pela Mesa da Câmara com o respectivo
número de ordem.
§4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - integração do Município à federação brasileira;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos poderes.
§5º. A matéria constante de emenda rejeitada ou havida por prejudicada, não pode ser objeto de nova
propositura na mesma sessão legislativa, salvo proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.

Subseção III
Das Leis

Art. 41. As leis complementares exigem, para a sua aprovação, o voto favorável da maioria absoluta
dos membros da Câmara.
Parágrafo único. São leis complementares as concernentes às seguintes matérias:
I - código tributário do município;
II - código de obras ou de edificações;
III - código de posturas;
IV- regime jurídico dos servidores municipais;
V- plano de cargos e salários;
VI- lei orgânica instituidora da guarda municipal;
VII - plano diretor do Município;
VIII - zoneamento urbano e direitos suplementares de uso e ocupação do solo;

Art. 42. As leis ordinárias exigem, para a sua aprovação, o voto favorável da maioria simples dos
membros da Câmara.

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Art. 43. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito, que deverá solicitar a delegação à Câmara
Municipal.
§1º. Não será objeto de delegação os atos de competência exclusiva da Câmara Municipal, a matéria
reservada à lei complementar e a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e
orçamento.
§2º. A delegação ao Prefeito terá a forma de resolução da Câmara Municipal, que especificará seu
conteúdo e os termos de seu exercício;
§3º. Se a resolução determinar a apreciação do projeto pela Câmara, esta o fará em votação única,
vedada qualquer emenda.

Art. 44. A votação e a discussão da matéria constante da ordem do dia só poderão ser efetuadas com
a presença da maioria absoluta dos membros, quando se tratar de lei delegada.

Art. 45. A iniciativa das leis cabe ao Prefeito, a qualquer membro ou comissão da Câmara e aos
cidadãos, observado o disposto nesta Lei Orgânica.

Art. 46. Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei, que disponham sobre:
I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos 20 públicos na administração
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
II - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores;
III – organização administrativa, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração;
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da administração pública municipal.
Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva
do Prefeito.

Art. 47. É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a iniciativa dos projetos que disponham sobre:
I - organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, transformação ou extinção de cargos,
funções ou empregos e fixação da respectiva remuneração;
II - autorização para abertura de crédito suplementar ou especial, através do aproveitamento total ou
parcial das consignações orçamentárias da Câmara.
Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva
da Mesa Diretora.

Art. 48. A iniciativa popular poderá ser exercida pela apresentação à Câmara Municipal de projetos de
lei subscritos por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado municipal.
§1º. A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se para seu recebimento a identificação dos
assinantes, mediante indicação do número e zona do respectivo título eleitoral.
§2º. A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obedecerá às normas relativas ao processo
legislativo estabelecido nesta Lei.

Art. 49. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados
relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo máximo de quarenta e cinco dias.
§1º. Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no "caput" deste artigo, o projeto será,
obrigatoriamente, incluído na ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação
quanto aos demais assuntos, com exceção do disposto no §4º do artigo 51.
§2º. O prazo referido neste artigo não corre nos períodos de recesso da Câmara e não se aplica aos
projetos de codificação.

Art. 50. O projeto aprovado em dois turnos de votação será, no prazo de dez dias úteis, enviado pelo
Presidente da Câmara ao Prefeito que, concordando, o sancionará e promulgará, no prazo de quinze dias
úteis.
Parágrafo único. Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Prefeito importará em sanção.

Art. 51. Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento
e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara os motivos do veto.
§1º. O veto deverá ser sempre justificado e, quando parcial, abrangerá o texto integral do artigo, de
parágrafo, de inciso ou alínea.

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§2º. As razões alusivas ao veto serão apreciadas no prazo de trinta dias, contados do seu recebimento
em uma única discussão e votação.
§3º. O veto somente poderá ser rejeitado pela maioria absoluta dos Vereadores, realizada a votação
em escrutínio secreto.
§4º. Esgotado, sem deliberação o prazo previsto no §2º deste artigo, o veto será colocado na ordem
do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final, ressalvadas as
matérias de que trata o §1º do artigo 49.
§5º. Se o veto for rejeitado, o projeto será enviado ao Prefeito, em quarenta e oito horas, para a
promulgação.
§6º. Se o Prefeito não promulgar a lei em quarenta e oito horas, nos casos de sanção tácita, ou rejeição
do veto, o Presidente da Câmara o promulgará e, se este não o fizer, caberá ao Vice-Presidente, em igual
prazo, fazê-lo.
§7º. A lei promulgada nos termos do parágrafo anterior, produzirá efeitos a partir de sua publicação.
§8º. Nos casos de veto parcial, as disposições aprovadas pela Câmara serão promulgadas pelo seu
Presidente, com o mesmo número da Lei original, observando o prazo estipulado no §6º.
§9º. O prazo previsto no §2º não corre nos períodos de recesso da Câmara.
§10. A manutenção do veto não restaura matéria suprimida ou modificada pela Câmara.
§11. Na apreciação do veto não poderá a Câmara introduzir qualquer modificação no texto aprovado.

Art. 52. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos projetos de iniciativa do Prefeito, que serão
sempre submetidos à deliberação da Câmara.

Subseção IV
Dos Decretos Legislativos e das Resoluções

Art. 53. O projeto de decreto legislativo é a proposição destinada a regular a matéria de competência
exclusiva da Câmara, que produz efeitos externos, não dependendo, porém, de sanção do Prefeito.
Parágrafo único. O decreto legislativo aprovado pelo Plenário, em dois turnos de votação, será
promulgado pelo Presidente da Câmara.

Art. 54. O projeto de resolução é a proposição destinada a regular matéria político-administrativa da


Câmara, de sua competência exclusiva, e não depende de sanção do Prefeito.
Parágrafo único. O projeto de resolução aprovado pelo Plenário, em dois turnos de votação, será
promulgado pelo Presidente da Câmara.

Subseção V
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial

Art. 55. Observados os princípios e as normas das Constituições Federal e Estadual, no que se refere
ao Orçamento Público, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional do
Município e das entidades de sua administração direta, indireta e fundacional, será exercida mediante
controle externo da Câmara Municipal, e pelo sistema de controle interno de cada Poder, na forma da lei.
§1º. O controle externo a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas,
que emitirá parecer prévio, sobre as contas anuais e mensais apresentadas pelo Município.
§2º. Somente por decisão de dois terços dos membros da Câmara, deixará de prevalecer o parecer
prévio emitido pelo Tribunal de Contas, sobre as contas do Município.
§4º. As contas anuais do Município ficarão no recinto da Câmara
Municipal, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame, o
qual poderá questionar a legitimidade das mesmas, nos termos da lei.
§5º. A Câmara Municipal não julgará as contas antes do parecer do Tribunal de Contas, nem antes de
escoado o prazo para exame pelos contribuintes.
§6º. As contas da Câmara Municipal integram, obrigatoriamente as contas do Município.

Art. 56. A comissão permanente a que a Câmara Municipal atribuir competência fiscalizadora, diante
de indícios de despesas não autorizada, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, solicitará à autoridade municipal responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.

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§1º. Não prestados os esclarecimentos ou considerados estes insuficientes, a comissão solicitará ao
Tribunal de Contas pronunciamento conclusivo sob a matéria.
§2º. Se o Tribunal de Contas considerar irregular a despesa e a comissão entender que o gasto possa
causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá sua sustação ao Plenário da Câmara.

Art.57. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execução dos programas de
governo e dos orçamentos do Município;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da
aplicação dos recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e deveres
do Município;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade
solidária.

Capítulo II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Do Prefeito e do Vice-Prefeito

Art. 58. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários ou Diretores
equivalentes.

Art. 59. O Prefeito e o Vice-Prefeito, registradas as respectivas candidaturas conjuntamente, serão


eleitos, simultaneamente, por eleição direta, em sufrágio universal e secreto, até noventa dias antes do
término do mandato de seu antecessor, dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício de
seus direitos políticos, observadas as condições de elegibilidade de que trata o artigo 14 da Constituição
Federal.

Art. 60. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1 de janeiro do ano subsequente ao da
eleição, em sessão solene da Câmara Municipal, prestando o seguinte compromisso: "Prometo manter,
defender e cumprir a Constituição da República, a Constituição do Estado e a Lei Orgânica do Município
de Abadia de Goiás, observando as leis, promovendo o bem-estar geral, sustentando a união, a
integridade e o desenvolvimento do Município, sob a inspiração democrática. "
§1º. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse e salvo motivo de força maior comprovada, o
Prefeito ou o Vice-Prefeito que não tiver assumido o cargo, será este declarado vago pela Câmara
Municipal.
§2º. Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento
deste, serão chamados ao exercício interino da chefia do Poder Executivo, sucessivamente, o Presidente
e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.
§3º. Ocorrendo a interinidade por mais de quarenta e oito horas, aquele que tiver em exercício na
chefia do Poder Executivo comunicará o fato, imediatamente, ao Tribunal Regional Eleitoral.
§4º. No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito, farão declarações públicas
de seus bens, as quais serão arquivadas na Câmara Municipal.
§5º. O Prefeito quando remunerado em outro cargo deverá desincompatibilizar-se no ato da posse. O
Vice-Prefeito cumprirá esta exigência apenas quando tiver que assumir a chefia do Poder Executivo
Municipal.
§6º. O Presidente da Câmara recusando-se a assumir o cargo de Prefeito será automaticamente
considerado destituído da função, assumindo imediatamente o Vice-Presidente que, na condição de
Presidente da Câmara, assumirá a chefia do Poder Executivo.

Art. 61. O Prefeito não poderá:


§1º. Desde a expedição do diploma:

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I - firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de econômica mista ou com empresas concessionárias de serviço público municipal, salvo
quando o contrato estabelecer cláusulas uniformes;
II - aceitar ou assumir outro cargo ou função na administração pública, ressalvada a posse em virtude
de concurso público e observado o disposto na Constituição Estadual.
§2º. Desde a posse:
I - ser titular de mais de um cargo ou mandato eletivo;
II - patrocinar causas em que seja interessada qualquer das entidades mencionadas no §1º, inciso "1"
deste artigo, bem como ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que tenha qualquer tipo de
negócio com o Município ou nela exercer função remunerada;
III - decorrente de contrato celebrado com o Município ou nela exercer função remunerada;
IV - é vedado ao Prefeito assumir, por qualquer forma, compromissos financeiros para execução de
programas ou projetos após o término do seu mandato, não previstos no plano plurianual;
a) o disposto neste inciso não se aplica nos casos comprovados de calamidade pública;
b) são nulos e não produzirão nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo com este
inciso, sem prejuízo da responsabilidade do Prefeito.

Art. 62. Será de quatro anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia 1 de janeiro
do ano seguinte ao da eleição.

Art. 63. Quanto as inelegibilidades aplicam-se as regras contidas na Constituição Federal e leis
específicas.

Art. 64. Para concorrer a outros cargos eletivos, o Prefeito deverá renunciar ao mandatos até seis
meses antes do pleito.

Art. 65. O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em caso de licença ou impedimento, e o sucede no caso
de vaga ocorrida após a diplomação.
§1º. O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito
sempre que por ele for convocado para missões específicas.
§2º. O Vice-Prefeito pode, sem perda de mandato, aceitar e exercer o cargo de Secretário ou diretorias
municipal, estadual ou federal.
§3º. O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o Prefeito, sob pena de extinção do mandato.

Art. 66. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, serão chamados ao exercício do Poder
Executivo, sucessivamente, o Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.

Art. 67. Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga para completar o período dos antecessores.
§1º. Ocorrendo a vacância no terceiro ano do período de governo a eleição para ambos os cargos será
feita pela Câmara Municipal, trinta dias após a abertura da última vaga, na forma da lei.
§2º. Ocorrendo a vacância no último ano do período de governo, serão, sucessivamente, chamados,
para exercer o cargo de Prefeito, o Presidente e o Vice-Presidente da Câmara.

Art. 68. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando em exercício do mandato, não poderão ausentar-se do
Município ou afastar-se do cargo sem licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do cargo, salvo
por período não superior a quinze dias.

Art. 69. O Prefeito poderá licenciar-se:


I - quando a serviço ou em missão de representação, previamente autorizado pela Câmara, devendo
enviar relatório circunstanciado dos resultados da viagem;
II - quando impossibilitado do exercício do cargo, motivado por doença devidamente comprovada;
Parágrafo único. Nos casos desse artigo, o Prefeito licenciado terá direito ao subsídio e à verba de
representação.

Art. 70. A remuneração do Prefeito será fixada pela Câmara Municipal, até trinta dias antes da eleição,
para vigorar na legislatura subsequente, atendidas as seguintes disposições:

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§1º. A remuneração do Prefeito não poderá ultrapassar, anualmente, 20% (vinte por cento) da média
da receita do Município nos dois últimos anos, excluídas desta as resultantes de operação de crédito a
qualquer título e as auferidas pela administração direta, inclusive pelas fundações e autarquias .
§2º - Em nenhuma hipótese a remuneração do Prefeito será fixada em valor inferior a 10% (dez por
cento) da remuneração dos Deputados Estaduais, caso em que poderá ultrapassar o limite do parágrafo
anterior.

Art. 71. Ao Vice-Prefeito poderá ser fixada verba de representação que não exceda a do Prefeito e a
qual fará jus o servidor estadual ou municipal investido no cargo.

Art. 72. A extinção ou a cassação do mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, bem como a apuração
dos crimes de responsabilidade do Prefeito ou de seu substituto, ocorrerão na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica e na legislação Federal.

Seção II
Das Atribuições do Prefeito

Art. 73. Compete privativamente ao Prefeito:


I - exercer o direção superior da administração municipal.
II - iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos na Constituição Estadual e nesta Lei
Orgânica;
III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução;
IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei, aprovados pela Câmara;
V - dispor sobre a estruturação, atribuições e funcionamento dos órgãos da administração municipal;
VI - prover os cargos e funções públicas e municipais, na forma da Constituição Estadual e demais
legislações;
VII - celebrar convênios, acordos, contratos e outros ajustes do interesse do Município;
VIII - enviar à Câmara Municipal, observado o disposto nas Constituições Federal, Estadual, projetos
de lei dispondo sobre:
a) plano plurianual;
b) diretrizes orçamentárias;
c) orçamento anual;
d) plano diretor.
IX - remeter mensagem à Câmara Municipal por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a
situação do Município e solicitando as providências que julgar necessárias.
X - apresentar as contas ao Tribunal de Contas, sendo os balancetes mensais em até quarenta e cinco
dias contados do encerramento do mês, e as contas anuais até sessenta dias após a abertura da sessão
legislativa, para o parecer prévio deste e posterior julgamento da Câmara Municipal;
XI - prestar contas da aplicação dos auxílios federais ou estaduais, entregues ao Município na forma
da lei;
XII - fazer a publicação dos balancetes financeiros municipais e das prestações de contas da aplicação
de auxílios federais ou estaduais recebidos pelo Município, nos prazos e na forma determinada em lei;
XIII — colocar à disposição da Câmara, até o dia vinte de cada mês, o duodécimo de sua dotação
orçamentaria, nos termos da lei complementar prevista no artigo 165, § 9 da Constituição da República;
XIV - praticar os atos que visem resguardar os interesses do Município, desde que não reservados à
Câmara Municipal;
XV - enviar à Câmara Municipal cópia dos balancetes e dos documentos que os instruem,
concomitantemente com a remessa dos mesmos ao Tribunal de Contas, na forma prevista.
XVI - permitir ou autorizar a execução dos serviços públicos por terceiros;
XVII - prover os serviços e obras da administração pública;
XVIII - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a guarda e aplicação da receita,
autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades orçamentários ou dos créditos
votados pela Câmara;
XIX - aplicar multas previstas em leis e contratos, bem como revê-las quando impostas indevidamente;
XX - resolver sobre os assuntos constantes em requerimentos, reclamações ou representações que
lhe forem dirigidas;
XXI - oficializar, obedecer às normas urbanísticas aplicáveis, as vias e logradouros públicos, mediante
denominação aprovada pela Câmara;

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XXII - convocar extraordinariamente a Câmara, quando o interesse da administração assim o exigir;
XXIII - aprovar projetos de edificação e os planos de loteamento, arruamento e zoneamento ou para
fins urbanos;
XXIV - apresentar, anualmente, à Câmara Municipal, relatório circunstanciado sobre o estado das
obras e dos serviços municipais, bem como o programa da administração para o ano seguinte;
XXV - organizar os serviços internos das repartições criadas por lei, sem exceder as verbas para tal
destinadas;
XXVI - contrair empréstimos e realizar operações de créditos, mediante prévia autorização da Câmara;
XXVII - providenciar sobre a administração dos bens do Município e sua alienação, na forma da lei;
XXVIII - estabelecer a divisão administrativa do Município, de acordo com a lei;
XXIX - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado para garantir o cumprimento de seus atos;
XXX - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para ausentar-se do Município por mais de
quinze dias;
XXXI - decretar o estado de emergência quando for necessário preservar ou prontamente restabelecer,
em locais determinados e restritos do Município, a ordem pública ou a paz social;
XXXII - exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica ou exigidas pelo exercício do cargo na
forma da lei;
XXXIII - expedir decretos, portarias e outros atos administrativos;
XXXIV - fazer publicar os atos oficiais;
XXXV - permitir ou autorizar o uso de bens municipais por terceiros, mediante autorização da Câmara;
XXXVI - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social;
XXXVII - publicar, até 30 (trinta) dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da
execução orçamentária.
Parágrafo único. O Prefeito poderá delegar, por decreto, aos Secretários Municipais, funções
administrativas que não sejam de sua competência exclusiva.

Seção III
Da Responsabilidade do Prefeito

Art. 74. Perderá o mandato, o Prefeito, se assumir outro cargo ou função na administração pública,
ressalvada a posse em virtude de Concurso Público, conforme estabelece o artigo 76 da Constituição
Estadual, ou que se ausentar do Município, sem licença da Câmara Municipal, por período superior a
quinze dias.

Art. 75. São crimes de responsabilidade do Prefeito os previstos na Constituição Estadual para o
Governador, os definidos em lei federal, aplicando-se no que couber, ao processo de perda do mandato
do Prefeito e do Vice-Prefeito, as regras da Constituição Estadual para a do Governador de Estado.
Parágrafo único. São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas a julgamento pela Câmara
de Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:
I- impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento, e demais documentos que devam constar dos
arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - desatender sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando
feitos a tempo e em forma regular;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;
V - deixar de apresentar a Câmara no devido tempo, em forma regular, a proposta orçamentária;
VI - descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII- omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos
à administração da Prefeitura;
IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido por lei, ou afastar-se da Prefeitura, sem
autorização da Câmara de Vereadores;
X - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decorro do cargo.

Art. 76. Depois que a Câmara Municipal declarar a admissibilidade da acusação contra o Prefeito, pelo
voto de dois terços de seus membros, em escrutínio secreto, será ele submetido a julgamento perante o
Tribunal de Justiça do Estado.

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Art. 77. O Prefeito ficará suspenso de suas funções:
I- nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Tribunal de Justiça do
Estado;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Tribunal de Justiça do Estado.
§1º. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o
afastamento do Prefeito, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§2º. Enquanto não sobrevier sentença condenatória transitada em julgado, o Prefeito não estará sujeito
à prisão por infrações penais comuns.
§3º. Durante o prazo de que trata o §1º, será assegurada a remuneração integral do Prefeito.
§4º. O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao
exercício de suas funções.

Art. 78. O Prefeito será julgado, pela prática de crime de responsabilidade, perante o Tribunal de
Justiça do Estado e, pela prática de infrações político-administrativas, perante a Câmara Municipal.

Art. 79. Extingue-se o mandato de Prefeito e, assim, deve ser declarado pelo Presidente da Câmara
de Vereadores quando:
I - ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos, ou condenação por crime
funcional ou eleitoral;
II - deixar de tomar posse, sem motivo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido por lei;
III - incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei, e não desincompatibilizar-
se até a posse, e nos casos supervenientes, no prazo que a lei fixar.
Parágrafo único. A extinção do mandato, independente da deliberação do Plenário, se tornará efetiva
desde a declaração do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata.

Seção IV
Dos Secretários Municipais

Art. 80. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores, residentes no
Município, e no exercício dos direitos políticos.

Art. 81. A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições das Secretarias.

Art. 82. Compete aos Secretários Municipais, além de outras atribuições estabelecidas nesta Lei
Orgânica e demais leis:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração municipal,
na área de sua competência;
II - referendar os atos e Decretos assinados pelo Prefeito, pertinentes à sua área de competência;
III - apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços realizados na Secretaria;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito;
V - expedir instruções para a execução das leis, regulamentos e Decretos.
VI - prestar, pessoalmente ou por escrito, à Câmara ou a qualquer de suas comissões, quando
convocado e na forma da convocação, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade à ausência, a recusa ou o não atendimento, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
bem como o fornecimento de informações falsas.

Art. 83. A competência dos Secretários Municipais abrangerá todo o território do Município nos
assuntos pertinentes às respectivas Secretarias.

Art. 84. Os Secretários serão sempre nomeados em comissão, farão declaração pública de bens no
ato de suas posses e no término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos dos Vereadores
e do Prefeito, enquanto nele permanecerem.
§1º. Os Secretários são solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem,
ordenarem ou praticarem.
§2º. As disposições desta seção aplicam-se aos Diretores cujos cargos são equivalentes aos de
Secretários e aos Subprefeitos.
§3º. A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distrito para o qual foi nomeado.
I - ao Subprefeito, como delegado do Executivo, compete:

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a) cumprir e fazer cumprir, de acordo com as instruções recebidas do prefeito, as leis, resoluções,
regulamentos e demais atos do Prefeito e da Câmara;
b) fiscalizar os serviços distritais;
c) atender as reclamações das partes e encaminhá-las ao Prefeito, quando se tratar de matéria
estranha às suas atribuições ou quando lhe for favorável a decisão proferida;
d) indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Distrito;
e) prestar contas ao Prefeito mensalmente ou quando lhe forem solicitadas;
II - o Subprefeito, em caso de licença ou impedimento será substituído por pessoa de livre escolha do
Prefeito.

Seção V
Dos Conselhos Municipais

Art. 85. Os conselhos municipais são órgãos de cooperação governamental, que têm por finalidade
auxiliar a administração, na orientação, planejamento, interpretação e julgamento das matérias de sua
competência.

Art. 86. Lei especifica criará e definirá as atribuições de cada conselho, sua organização, composição,
funcionamento, forma de nomeação de seus membros e prazo de duração de mandato, que não será
remunerado a qualquer título.

Art. 87. Os conselhos municipais serão compostos por um número ímpar de membros, integrados
paritariamente por representantes dos poderes Executivo e Legislativo e representantes da sociedade
civil, usuários, contribuintes.

Seção VI
Da Procuradoria do Município

Art. 88. A Procuradoria do Município é a instituição que representa o Município, judicial e


extrajudicialmente, cabendo-lhe ainda, nos termos da lei especial, as atividades de consultoria e
assessoramento ao Poder Executivo, e privativamente a execução da dívida ativa de natureza tributária.
§1º. A investidura no cargo de Procurador do Município será regulada em lei específica e, na sua
ausência, será de livre nomeação e exoneração do Chefe do Poder Executivo.
§2º. As funções da procuradoria, com exceção do poder de representação judicial e extrajudicial,
poderão ser desempenhada por profissional da área do direito contratado nos termos dos artigos 13, 24
e 25 da Lei 8.666/93, com suas alterações posteriores.

Título III
DA ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL
Capítulo I
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL

Art. 89. O Município deverá organizar a sua administração, exercer suas atividades e promover sua
política de desenvolvimento, dentro de um processo de planejamento permanente, atendendo aos
objetivos e diretrizes estabelecidas em lei, mediante adequado Sistema de Planejamento e atendidos os
seguintes princípios básicos:
I - democracia e transparência às informações disponíveis;
II - eficiência e eficácia na utilização dos recursos financeiros, técnicos e humanos disponíveis;
III - complementariedade e integração de políticas, planos e programas setoriais;
IV - viabilidade técnica e econômica das proposições, avaliada a partir do interesse social da solução
e dos benefícios públicos;
V - respeito e adequação à realidade local e regional em consonância com os planos e programas
estaduais e federais existentes;
VI - preservação e recuperação dos espaços públicos da cidade e de seus logradouros;
VII - promoção e desenvolvimento da função social da cidade, do espaço urbano, da propriedade e do
uso do solo.
§1º. O plano diretor é o instrumento orientador e básico dos processos de transformação do espaço
urbano e de sua estrutura territorial, servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que
atuam na cidade.

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§2º. Sistema de Planejamento é o conjunto de órgãos, normas, recursos humanos e técnicos voltados
à coordenação da ação planejada da administração municipal.

Art. 90. A delimitação da zona urbana será definida em lei.

Capítulo II
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL

Art. 91. A administração municipal compreende:


I- administração direta:
a) secretarias ou órgãos equiparados.
II - administração indireta ou fundacional:
a) entidades dotadas de personalidade jurídica própria (autarquias, fundações, empresas públicas e
sociedades de economia mista).
Parágrafo único. As entidades compreendidas na administração Indireta serão criadas ou autorizadas
por lei específica, vinculadas às Secretarias ou órgãos equiparados, em cuja área de competência estiver
enquadrada sua principal atividade.

Art. 92. A administração municipal, direta ou indireta, obedecerá, dentre outros princípios de direito
público, os da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, e, ainda, o que consta do artigo 37
da Constituição Federal.

Art. 93. A publicação das leis e atos municipais será feita pela imprensa oficial do Município e, enquanto
não existir, por fixação no átrio da Prefeitura ou da Câmara Municipal, conforme exigir o caso.

Capítulo III
DO REGISTRO E DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Art. 94. O Município manterá os livros que forem necessários ao registro de seus atos e atividades.
Parágrafo Único. Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelos Prefeito ou pelo Presidente
da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário designado para tal fim, podendo ser substituído por
fichas ou outros sistemas, convenientemente autenticado ou informatizado.

Art. 95. Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser expedidos obedecidas as
seguintes normas:
I - decreto numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) regulamentação de lei;
b) instituição, modificação ou extinção de atribuições diversas, não constantes em lei;
c) regulamentação interna dos órgãos;
d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite autorizado por lei, assim como de
créditos extraordinários;
e) declaração de desapropriação ou de servidão administrativa;
f) aprovação de regulamento ou de regimento das entidades que compõem a administração municipal;
g) permissão de uso dos bens municipais;
h) medidas executórias do Plano Diretor;
i) normas de efeitos externos, não privativas de lei;
j) fixação e alteração de preços;
I) provimento e vacância dos cargos públicos.
II - portaria numerada em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) lotação , relotação e demais atos de efeito individual nos quadros de pessoal;
b) abertura de sindicância, processos administrativos, aplicação de penalidades e demais atos
individuais de caráter interno;
c) concessão de diárias e autorização de viagens;
d) outros casos previstos em lei.
III - contrato, nos seguintes casos, além de outros que a lei especificar:
a) admissão de servidores para serviços de caráter temporário;
b) execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei.
Parágrafo único. Os atos constantes nos incisos II e III, deste artigo, poderão ser delegados.

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Capítulo IV
DAS OBRAS E SERVIÇOS MUNICIPAIS

Art. 96. Nenhum empreendimento e serviços do Município poderá ter início sem prévia elaboração do
plano respectivo, no qual, obrigatoriamente conste:
I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o interesse comum;
II - os pormenores para a sua execução;
III - os recursos para o atendimento das respectivas despesas;
IV - os prazos para o seu início e conclusão, acompanhado da respectiva justificação.
Parágrafo único. Nenhuma obra serviço ou melhoramento, salvo casos de extrema urgência, será
executada sem prévio orçamento de seu custo.

Art. 97. Ressalvadas as atividades de planejamento e controle, a administração Municipal poderá


desobrigar-se da realização material de tarefas executivas, recorrendo, sempre que conveniente ao
interesse público, à execução indireta, mediante concessão ou permissão de serviço público ou de
utilidade pública, verificado que a iniciativa privada esteja suficientemente desenvolvida e capacitada para
o seu desempenho.
§1º. A permissão de serviço público, sempre a título precário, será outorgada por Decreto, após Edital
de chamamento de interessados para a escolha do melhor pretendente.
§2º. A concessão só será feita com a autorização legislativa e mediante contrato, precedido de
concorrência.
§3º. O Município poderá retomar, sem indenização, os serviços permitidos ou concedidos, desde que
executados em desconformidade com o ato ou contrato, bem como aqueles que se revelarem
insuficientes para o atendimento dos usuários.
§4º. Serão nulas de pleno direito as permissões e as concessões feitas em desacordo com o
estabelecido neste artigo.

Art. 98. Lei específica disporá sobre:


I - os direitos dos usuários;
II - política tarifária;
III - a obrigação de manter serviço adequado;
IV - as reclamações relativas a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. As tarifas dos serviços públicos deverão ser fixadas pelo Executivo, tendo em vista a
justa remuneração pela contraprestação.

Art. 99. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam as obrigações efetivas.

Art. 100. O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum, mediante convênio com o
Estado, a União ou entidades particulares, ou mediante consórcio com outros Municípios.

Art. 101. A participação em consórcios e a celebração de convênios dependerá de autorização


legislativa.

Capítulo V
DAS CERTIDÕES

Art. 102. Os órgãos públicos municipais são obrigados a fornecerem, no prazo máximo de 15 (quinze)
dias, certidões dos atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim de direito determinado, sob
pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição.
§1º. No mesmo prazo deverão ser atendidas as requisições judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz.
§2º. As certidões relativas ao Poder Executivo serão fornecidas pelo Secretário ou Diretor da
Administração da Prefeitura, exceto as declaratórias de efetivo exercício do Prefeito, que serão fornecidas
pelo Presidente da Câmara.
§3º. As certidões destinadas a defesa de direito e esclarecimento de situações de interesse pessoal,
independem do pagamento de taxas.

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Capítulo VI
DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 103. Constituem bens municipais todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a
qualquer título, pertençam ao Município.

Art. 104. Caberá ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da
Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.

Art. 105. A alienação de bens municipais, subordina-se à existência de interesse público devidamente
justificado e será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada está nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida apenas para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer
esfera de governo;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X, do artigo 24, da Lei
Federal n.º 8.666/93 com suas alterações;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo;
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse
social, por órgãos ou entidades da Administração Pública especificamente criadas para esse fim;
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta na forma da lei
federal que rege a matéria.
Parágrafo único. É vedada a alienação de bens da administração direta, indireta, fundacional, em
qualquer hipótese, nos últimos três meses do mandato do Prefeito.

Art. 106. Não convindo ao Município à venda ou doação de bens imóveis, outorgará concessão de
direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública.
§1º. A concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando o uso destinar-se a concessionária de
serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver interesse público devidamente justificado.
§2º. A venda aos proprietários lindeiros de áreas urbanas remanescentes ou inaproveitáveis para
edificações, resultante de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autorização legislativa,
dispensada a licitação.
§3º. A alienação das áreas resultantes de modificações de alinhamento, quer sejam aproveitáveis ou
não, obedecerão às mesmas normas contidas neste artigo.

Art. 107. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e
autorização legislativa.

Art. 108. É proibida a doação, venda ou concessão de uso de qualquer fração dos parques, praças,
jardins ou largos públicos, salvo pequenos espaços destinados à venda de jornais e revistas ou
refrigerantes.

Art. 109. O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá ser feito mediante concessão ou
permissão a título precário e por tempo determinado, conforme o interesse público o exigir.
§1º. A concessão de uso dos bens públicos de uso especial e dominicais dependerá de lei e
concorrência e será feita mediante contrato sob pena de nulidade do ato, ressalvada a hipótese do § 1 do
art. 106 desta Lei Orgânica.
§2º. A concessão administrativa de bens públicos de uso comum somente poderá ser outorgada para
finalidades escolares, de assistência social ou turística, mediante autorização legislativa.
§3º. A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita, a título precário,
por ato unilateral do Prefeito, através de decreto.
§4º. As máquinas e operadores da Prefeitura poderão ser cedidos a particulares, para serviços
transitórios, desde que não haja prejuízos para os trabalhos do Município e o interessado recolha,
previamente, a remuneração arbitrada e assine termo de responsabilidade pela conservação e devolução
dos bens cedidos.

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Capítulo VII
DA SEGURANÇA DOS BENS MUNICIPAIS

Art. 110. O Município poderá constituir Guarda Municipal, força destinada à proteção de seus bens,
instalações e serviços, inclusive os de trânsito, conforme dispuser a lei complementar.
Parágrafo único. A lei complementar de criação da guarda municipal disporá sobre acesso, direitos,
deveres, vantagens e regime de trabalho, com base na hierarquia e disciplina.

Capítulo VIII
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS

Art. 111. O Município estabelecerá em lei regime jurídico e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas, atendendo às disposições, aos
princípios e aos direitos que lhes são aplicáveis pelas Constituição Federal, especialmente o disposto no
art. 39.
Parágrafo único. Quando a admissão se der em caráter transitório, para serviços de natureza
temporária, serão asseguradas todas as garantias trabalhistas constantes na Consolidação das Leis do
Trabalho.

Art. 112. A investidura em emprego ou cargo público depende sempre de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão,
assim declarado em lei, que será de livre nomeação e exoneração.
Parágrafo único. O prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável por uma vez, por
igual período.

Art. 112. Será convocado para assumir cargo ou emprego público, aquele que for aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos, com prioridade sobre novos concursados, durante o
prazo improrrogável previsto no Edital de convocação.

Art. 113. Quanto à estabilidade dos servidores, aplicar-se-á o que dispuser a legislação federal.
§1º. O servidor público só perderá o cargo em virtude de sentença judicial, ou mediante processo
administrativo, em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor, será ele reintegrado, nos termos do §2º
do artigo 41 da Constituição Federal.
§3º. Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor ficará em disponibilidade
remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Art. 114. Os cargos em comissão e funções de confiança na administração pública serão exercidos,
preferencialmente, por servidores ocupantes de cargos de carreira, nos casos e condições previstos em
lei.

Art. 115. Lei específica estabelecerá o percentual dos empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência, definirá os critérios destas admissões, bem como os casos de contratação por tempo
determinado, para atender necessidade temporária de excepcional interesse público.

Art. 116. O servidor será aposentado conforme determina a Constituição Federal, no artigo 40.

Art. 117. A lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos
servidores públicos, observados, como limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em
espécie, pelo Prefeito.

Art. 118. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo.

Art. 119. A lei assegurará aos servidores públicos municipais, quer da administração direta quer da
indireta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder
ou entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual
e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.

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Art. 120. É vedada a vinculação ou equiparação de vencimento, para efeito de remuneração de pessoal
do serviço público municipal, ressalvado o disposto no artigo anterior.

Art. 121. É vedada a acumulação remunerada de cargos público, exceto quando houver
compatibilidade de horários:
I - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
II - a de dois cargos privativos de médico.
Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a empregos, cargos e funções, e abrange
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.

Art. 122. Os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor público municipal, não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sobre o mesmo título ou idêntico
fundamento.

Art. 123. Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará sua denominação, padrão de vencimento
e condições de provimento.
Parágrafo único. A criação e extinção dos cargos da Câmara, bem como a fixação e alteração de seus
vencimentos, dependerão de resolução de iniciativa da Mesa Diretora.

Art. 124. Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sem quaisquer distinções.

Art. 125. O servidor público municipal será responsável civil, criminal e administrativamente pelos atos
que praticar no exercício do cargo ou função, ou a pretexto de exercê-lo.
Parágrafo único. Caberá ao Prefeito Municipal e ao Presidente da Câmara decretar a prisão
administrativa dos servidores que lhe sejam subordinados, omissos ou remissos na prestação de contas
de dinheiro públicos sujeitos à sua guarda.

Art. 126. O servidor municipal poderá exercer mandato eletivo, obedecidas as disposições legais
vigentes.

Art. 127. Os titulares de órgãos da administração municipal deverão atender convocação da Câmara
Municipal para prestar esclarecimentos sobre assuntos de sua competência.

Art. 128. O Município estabelecerá, por lei, o regime de previdência e assistência de seus servidores.

Título IV
DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Capítulo I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS

Art. 129. Compete ao Município instituir os seguintes tributos:


I - imposto sobre propriedade predial e territorial urbana.
II - imposto sobre a transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão
de direitos a sua aquisição;
III - imposto sobre serviços de qualquer natureza, não incluídos na competência estadual
compreendida no artigo 155, I, "b" e no § 2, IX, da Constituição Federal, definidos em lei complementar.
V - taxas:
a) em razão do exercício do poder de polícia;
b) pela utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao
contribuinte ou postos à sua disposição.
VI - contribuição de melhoria, decorrentes de obra pública.
VII - contribuição para o custeio de sistemas de previdência e assistência social.
§1º. O imposto previsto no inciso I será progressivo, na forma a ser estabelecida em lei, de modo a
assegurar o cumprimento da função social da propriedade.
§2º. O imposto previsto no inciso II:
a) não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoas jurídicas
em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão,

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incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do
adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
b) incide sobre os imóveis situados na zona territorial do Município.
§3º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
§4º. A contribuição de melhoria, poderá ser cobrada dos proprietários de imóveis valorizados por obras
públicas municipais, tendo como limite total a despesa realizada, e como limite individual o acréscimo de
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
§5º. A contribuição prevista no inciso VII será cobrada dos servidores municipais, e em benefício
destes.

Art. 130. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Parágrafo único. Ao Município é lícito realizar programas de asfaltamento comunitário, compensados
com a taxa de contribuição de melhoria, nas condições alcançadas em procedimento licitatório
necessário, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade, legalmente contemplados, quando as
condições serão determinadas em ato próprio anterior aos contratos.

Capítulo II
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

Art. 131. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Município:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
observada a proibição constante do artigo 150, inciso II, da Constituição Federal;
III - cobrar tributos:
a) relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
VI - instituir imposto sobre:
a) patrimônio, renda e serviços da União e dos Estados;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
VII - conceder qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária, senão
mediante a edição de lei municipal específica.
VIII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino;
IX - instituir taxas que atentem contra:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas para defesa de direitos e esclarecimentos de
situações de interesse pessoal.

Capítulo III
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 132. Pertencem ao Município, além dos impostos e taxas que instituírem e arrecadarem, todos os
constantes no artigo 106 da Constituição Estadual.

Art. 133. Ao Município pertencem as receitas previstas nos artigos 158 e 159 da Constituição Federal
e outras instituídas por lei.

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Art. 134. Aplicam-se à administração Tributária e Financeira do Município os princípios da Constituição
Federal e do Código Tributário Nacional.

Capítulo IV
DOS ORÇAMENTOS

Art. 135. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:


I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§1º. A lei que instituir o Plano Plurianual estabelecerá, de forma setorizada as diretrizes, objetivos e
metas da administração para as despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como as relativas
aos programas de duração continuada.
§2º. A lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração,
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da Lei
Orçamentária anual e disporá sobre as alterações na legislação tributária.
§3º. O Poder Executivo publicará, dentro de trinta dias subsequentes ao encerramento de cada
bimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
§4º. Os planos e programas setoriais serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pela Câmara Municipal.

Art. 136. A Lei Orçamentária anual compreenderá:


I - o orçamento fiscal referente aos Poderes Municipais, fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimentos das empresas em que o Município, direta ou indiretamente, detenha
a maioria do capital social com direito a voto, quando houver;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a elas vinculadas da
administração direta ou indireta, bem como fundos e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
quando houver.
§1º. O projeto de lei orçamentária será instituído com demonstrativo setorizado do efeito sobre as
receitas e despesas, decorrentes de isenções, anistia, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.
§2º. A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e
contratação de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, nos termos da lei.
§3º. O Poder Executivo publicará previamente versão simplificada e compreensível das diretrizes
orçamentárias.
§4º. Se não receber o projeto de orçamento no prazo fixado neste artigo, a Câmara considerará como
proposta a lei de orçamento vigente.
§5º. A Câmara não encaminhando, no prazo consignado na lei complementar federal e nesta Lei
Orgânica, o projeto da lei orçamentária à sanção, será promulgada como lei, pelo Prefeito, o projeto
originário do Executivo.

Art. 137. Os projetos de lei relativos ao orçamento anual, ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara Municipal na forma de seu
Regimento Interno.
§1º. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou de crédito adicionais somente poderão ser
aprovadas quando:
I - compatíveis com o plano plurianual e com lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes 45 de anulação de despesas,
excluídos os que incidem sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviços da dívida.
III - relacionados com dispositivos do texto do projeto de lei.
§2º. O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara para propor modificações nos projetos a
que se referem este artigo enquanto não iniciada a votação, na comissão específica, da parte cuja
alteração é proposta.
§3º. Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 2, I e II da Constituição
Federal, serão obedecidas as seguintes normas:

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I - o Projeto de Lei do Plano Plurianual, deverá ser encaminhado à Câmara, dentro do primeiro
semestre de cada legislatura e devolvido à sanção até o encerramento da primeira sessão legislativa;
II - o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias será encaminhado até o dia 15 de abril e devolvido
para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
III - o Projeto de Lei Orçamentária do Município será encaminhado até o dia 30 de agosto e devolvido
para sanção até o encerramento da sessão legislativa.
§4º. A inobservância das disposições contidas no parágrafo anterior implicará em infração político-
administrativa.
§5º. O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara Municipal para propor modificações nos projetos
a que se refere este capítulo, enquanto não iniciada a votação pelo Plenário.
§6º. Aplicam-se aos projetos mencionados neste capítulo, as demais normas relativas ao processo
legislativo.
§7º. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de Lei Orçamentária
Anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.

Art. 138. O Município incorre nas mesmas proibições impostas ao Estado de Goiás, especificadas no
artigo 111 da Constituição Estadual.

Art. 139. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, inclusive créditos


suplementares e especiais, destinados ao Poder Legislativo, ser-lhe-ão entregues até o dia vinte de cada
mês, na forma da lei complementar de que trata o artigo 165, § 9 da Constituição Federal.

Art. 140. As despesas com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder aos limites
estabelecidos em lei complementar.
Parágrafo único. A Concessão de qualquer vantagem ou aumento de Remuneração, a criação de
cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como à admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração Direta ou Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.

Título V
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 141. O Município, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal, buscará realizar
o desenvolvimento econômico e a justiça social, valorizando o trabalho e as atividades produtivas, com a
finalidade de assegurar a elevação do nível de vida da população.

Art. 142. A intervenção do Município no domínio econômico, terá por objetivo estimular e orientar a
produção, defender os interesses do povo e promover a justiça e a solidariedade social.

Art. 143. O trabalho é obrigação social, garantindo a todos o direito ao emprego e a justa remuneração,
que proporcione existência digna na família e na sociedade.

Art. 144. O Município assistirá os trabalhadores rurais e suas organizações legais, procurando
proporcionar-lhes, entre outros benefícios, meios de produção e de trabalho, crédito fácil e preço justo,
saúde e bem-estar social.
Parágrafo único. São isentas de impostos as respectivas cooperativas.

Art. 145. A lei disporá sobre a promoção e o estímulo aos pequenos agricultores e, especialmente,
sobre programas de lavouras e hortas comunitárias.

Art. 146. O Município dispensará à microempresa e à empresa de pequeno porte, assim definidas em
lei federal, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações

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administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas, por meio
de lei.

Art. 147. O Município manterá órgãos especializados, incumbidos de exercer ampla fiscalização dos
serviços públicos por ele concedido, e da revisão de suas tarifas.
Parágrafo único. A fiscalização de que trata este artigo compreende o exame contábil e as perícias
necessárias à apuração das inversões de capital e dos lucros auferidos pelas empresas concessionárias.

Art. 148. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos
de transporte coletivo, quando for o caso, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência.

Art. 149. Ao ex-combatente, que tenha participado, efetivamente, de operações bélicas durante a
Segunda Guerra Mundial, residentes no Município, dedicará a administração atenção especial, além de
respeitar os direitos legais e constitucionais estatuídos.

Capítulo II
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 150. O Município prestará assistência social a quem dela necessitar, com o objetivo de promover
a integração ao mercado de trabalho, reconhecendo a maternidade e a paternidade como relevantes
funções sociais, colaborando, na medida do possível, com os pais, utilizando-se meios disponíveis para
promover o crescimento integral das crianças e adolescentes.

Art. 151. O Município formará com a União e o Estado, mediante a celebração de convênios ou outros
meios, um conjunto integrado de ações destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.

Art. 152. O Município, dentro de sua competência, regulará o serviço social, favorecendo as iniciativas
particulares que visem a este objetivo.
Parágrafo único - O plano de assistência social do Município, nos termos que a lei estabelecer, terá
por objeto a correção dos desequilíbrios do sistema social e a recuperação dos elementos desajustados,
visando a um desenvolvimento social e harmônico, consoante o previsto no artigo 203 da Constituição
Federal.

Art. 153. O Município poderá instituir sistema próprio de previdência e assistência destinada a atender
os seus associados, mediante contribuição.

Art. 154. É vedada subvenção ou auxílio do Poder Público a entidades de previdência privada com fins
lucrativos.

Art. 155. O ato de doação de lotes ou casas construídas através de programas habitacionais
implementados pelo Município deverá, obrigatoriamente, constar os gravames de inalienabilidade,
impenhorabilidade e proibição de permuta e locação, sob pena de nulidade do ato.
§1º. Os gravames constantes do caput deste artigo serão estabelecidos pelo prazo de 20 (vinte) anos.
§ 2. Só poderão ser beneficiárias dos programas de que trata este artigo:
I - famílias carentes;
II - que não possuam outro imóvel onde quer que seja;
III - que residam no Município por mais de 5 (cinco) anos.
§3º. Em caso de desobediência aos ditames deste artigo, o bem doado retorna, automaticamente, ao
domínio público, sem quaisquer indenizações, que o destinará a outra família.

Capítulo III
DA SAÚDE

Art. 156. Compete ao Município prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população, assegurada mediante políticas sociais e econômicas que
visem à eliminação do risco de doenças, à prevenção de deficiências e a outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

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Parágrafo único. O direito à saúde pressupõe:
I - condições dignas de trabalho, saneamento básico compatível com necessidade de todos, moradia,
alimentação, educação, transporte, lazer, liberdade, renda, segurança individual e coletiva;
II - respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;
III - acesso a todas as informações que interessem à sua preservação;
IV - dignidade e qualidade do atendimento;
V - participação de entidades especializadas e comunitárias, na forma da lei, na elaboração de
políticas, na definição de estratégias de implementação e controle das atividades com impacto sobre a
saúde.

Art. 157. Sempre que possível, o Município promoverá:


I - formação de consciência sanitária individual nas primeiras idades, através do ensino fundamental;
II - serviços hospitalares e ambulatoriais, cooperando com a União e o Estado, bem como com as
iniciativas particulares e filantrópicas;
III - combate às moléstias específicas, contagiosas e infectocontagiosas;
IV - combate ao uso de tóxico;
V - serviço de assistência à maternidade, ao adolescente, ao idoso e ao deficiente físico;

Art. 158. As ações e os serviços públicos de saúde do Município, integram a rede regionalizada e
hierarquizada, constituindo o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, organizado segundo
diretrizes de descentralização, com direção única na esfera municipal, realizando atendimento integral,
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e participação da
comunidade.
§1º. O Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, será financiado com os recursos dos
orçamentos da União, do Estado e do Município, que serão aplicados exclusivamente na área da saúde,
vedada a concessão de auxílio e subvenções, com recursos públicos, a instituições privadas com fins
lucrativos.
§2º. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, sendo facultado às instituições privadas de saúde
participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, de acordo com as diretrizes deste,
mediante contrato de direito público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fim lucrativo.

Art. 159. A inspeção médica, nos estabelecimentos de ensino municipal, terá caráter obrigatório,
devendo a municipalidade realizar campanhas preventivas a cada semestre.

Art. 160. O conjunto de recursos destinados às ações e serviços de saúde do Município, constituem o
Fundo Municipal de Saúde, administrado pela Secretaria Municipal de Saúde e subordinado ao
planejamento e controle do Conselho Municipal de Saúde.

Art. 161. O Município instituirá a vigilância sanitária.

Art. 162. Os ocupantes de cargos diretivos no Sistema Único de Saúde não poderão ser proprietários,
sócios ou consultores do setor privado contratado.
Parágrafo único. Os cargos de direção dos órgãos de saúde do Município são privativos de
profissionais da área.

Capítulo IV
DA EDUCAÇÃO DA CULTURA, DO DESPORTO E LAZER
Seção I
Da Educação

Art. 163. O dever do município com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na idade
própria;
II - atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais;
III - acesso aos níveis mais elevados do ensino, de pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
IV - oferta de ensino fundamental gratuito aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos
na idade regular, em condições adequadas as características dos educandos;
V - atendimento em creches e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;

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VI - atendimento ao educando de ensino fundamental, por meio de programas suplementares, de
material didático-escolar, transporte, assistência à saúde e alimentação, incentivando, nas escolas os
programas que visem a criação e o cultivo de produtos hortifrutigranjeiros.
§1º. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§2º. O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Município, ou sua oferta irregular, inclusive quanto
a aplicação dos recursos previstos, importa responsabilidade da autoridade competente.
§3º. Compete ao Poder Público rescenciar os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamadas e zelar, junto aos familiares ou responsáveis, pela frequência à escola.

Art. 164. O sistema de ensino municipal assegurará, aos alunos vindos de famílias de baixa renda
participação nas atividades escolares.

Art. 165. O ensino oficial do Município será gratuito em todos os graus e atuará prioritariamente no
ensino fundamental e pré-escolar.
§1º. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa.
§2º. O Município orientará e estimulará por todos os meios a Educação Física, que será obrigatória,
nos termos da lei.
§3º. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação
básica comum com respeito aos valores culturais, ambientais, nacionais, regionais e municipais, com
atenção ao desenvolvimento artístico;
§4º. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas
pública de ensino fundamental, sendo oferecido sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as
preferências manifestadas pêlos alunos ou por seus responsáveis.

Art. 166. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as condições impostas pelas legislações
federais, estadual e municipais.

Art. 167. Os recursos do Município serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,
ou ao Município, no caso de encerramento de suas atividades.

Art. 168. O Município auxiliará, pelos meios que dispuser, as organizações beneficentes, culturais e
amadorísticas, nos termos da lei, sendo que estas últimas e as colegiais terão prioridade no uso de
estádios, campos e instalações de propriedade do Município.

Art. 169. O Município manterá o professorado Municipal em nível econômico, social e moral a altura
de suas funções, garantindo-lhes:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para
esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho;
V- período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga horária de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.

Art. 170. O orçamento anual do Município deverá prever a aplicação de pelo menos vinte e cinco por
cento da receita de impostos, incluindo a proveniente de transferências, na manutenção e no
desenvolvimento do ensino público, preferencialmente no fundamental.
Parágrafo único. As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que
resultem no não atendimento do percentual mínimo obrigatório, serão apuradas e corrigidas a cada
trimestre do exercício financeiro.

Art. 171. A verba destinada a manutenção e ao desenvolvimento do ensino público será aplicada na:
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação;
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao
ensino;
III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;

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IV - levantamentos estatísticos, estudos e pesquisas visando precipuamente ao aprimoramento da
qualidade e a expansão do ensino;
V- realização de atividades meios necessárias ao funcionamento do sistema de ensino;
VI - concessão de bolsas de estudo a alunos de escolas públicas e privadas;
VII - amortização e custeio de operações de crédito destinadas a atender o disposto nos incisos deste
artigo.
VIII - aquisição de material didático-escolar e manutenção de transporte escolar.

Art. 172. O Município promoverá, pelo menos uma vez por ano, cursos de aperfeiçoamento para o
professorado, realizados por coordenadores pedagógicos ou outros profissionais de notória capacidade.

Art. 173. Quanto ao fundo de manutenção e valorização do magistério, observar-se-á o que dispõe a
Constituição Federal e a lei federal n.° 9.424/96 (LDB).

Art. 174. Os estabelecimentos de ensino municipal serão dirigidos por docentes de comprovada
experiência no magistério de, pelo menos, três anos.

Seção II
Da Cultura do, do Desporto e do Lazer

Art. 175. O Município estimulará o desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em
geral, observado o disposto na Constituição Federal.
§1º. Ao Município compete suplementar, quando necessário, a legislação federal e estadual dispondo
sobre a cultura.
§2º. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para o Município.
§3º. Ao Município cumpre proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e os sítios arqueológicos.
§4º. Ao Município caberá criar e manter o seu arquivo do acervo histórico e cultural, inclusive
estruturando biblioteca pública.

Art. 176. O Município estimulará as atividades desportivas nas suas diferentes manifestações,
observando o disposto no artigo 164 e 165 da Constituição Estadual.

Art. 177. A prática do desporto é livre a iniciativa privada.

Art. 178. O Município desenvolverá esforços no sentido de promover a realização de disputas


esportivas municipais ou em conjunto com outros municípios, sempre amadoristicamente, como forma de
incentivo à prática desportiva.

Art. 179. O Poder Público incentivará o lazer como forma de promoção social.

Capítulo V
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 180. O Município, visando ao bem-estar da população, promoverá e incentivará o desenvolvimento


e a capacidade científica e tecnológica, com prioridade à pesquisa e à difusão do conhecimento técnico-
científico, especialmente voltado para a agricultura e a pecuária.

Capítulo VI
DA POLÍTICA URBANA

Art. 181. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§1º. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§2º. A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§3º. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.

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§4º. É facultado ao Poder Público Municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor,
exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado,
que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo.
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 182. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§2º. Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. §3º. Os imóveis públicos
não serão adquiridos por usucapião.

Art. 183. As áreas próximas à sede do Município, especialmente as inclusas no perímetro urbano da
cidade, constituem áreas as quais a Administração tem interesse para fins de expansão da cidade,
podendo o Poder Executivo desapropriá-las quando julgar conveniente.

Capítulo VII
DO MEIO AMBIENTE

Art. 184. Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever de
recuperá-lo, defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, conforme preceitua a
Constituição Estadual.
§1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas ;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e supressão permitida somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.
V - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;
VII - aquele que causar degradação ao meio ambiente fica obrigado a recuperá-lo, de acordo com a
solução técnica exigida pelo órgão público competente.
§2º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, à sanção penal e administrativa, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
§3º. As reservas ecológicas existentes protegidas por legislação federal ou estadual receberão,
suplementarmente, proteção municipal.

Art. 185. Os imóveis rurais manterão pelo menos vinte por cento de sua área total com cobertura
vegetal nativa, para preservação da fauna e flora autóctones, obedecido o seguinte:
I- as reservas deverão ser delimitadas e registradas junto a órgão do Executivo, na forma da lei, vedada
a redução e o remanejamento, mesmo no caso de parcelamento do imóvel.
II - o Poder Público realizará inventários e mapeamentos necessários para atender às medidas
preconizadas neste artigo.

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Art. 186. O Município criará unidades de conservação e preservação ambiental, destinadas a proteger
as nascentes e/ou cursos de mananciais que:
I - sirvam ao abastecimento público;
II - ao turismo racional e ordeiro;
III - tenham parte de seu leito em áreas legalmente protegidas pela legislação municipal.
§1º. A vegetação das áreas marginais dos cursos d'água, nascentes e margens de lagos e topos de
morros, numa extensão de trinta metros é considerada de preservação permanente, sendo obrigatória
sua recomposição onde for necessário.
§2º. É vedado o desmatamento até a distância de trinta metros das margens dos rios, córregos e
cursos d'água.
§3º. A lei estabelecerá as condições de uso e ocupação, ou sua proibição quando isso implicar impacto
ambiental negativo, abrangendo as nascentes e as vertentes com declives superiores a quarenta e cinco
por cento.

Art. 187. Todo cidadão tem livre acesso aos pontos turísticos estabelecidos pela municipalidade;
§1º. Os pontos turísticos, terão especial atenção do Poder Público Municipal, que estabelecerá as
condições de uso, evitando a degradação do meio ambiente, respeitados os legítimos direitos de
propriedade e a legislação federal que disciplina a ocupação de áreas ribeirinhas.
§2º. Lei específica fixará os pontos turísticos do Município.

Art. 188. Os resíduos radioativos, as embalagens de produtos tóxicos, o lixo hospitalar e demais
rejeitos perigosos deverão ter destino definido em lei, respeitados os critérios científicos.

Art. 189. Fica proibido a instalação de usinas nucleares, bem como a produção, armazenamento,
transporte e remanejamento de quaisquer elementos nucleares na circunscrição do Município, salvo os
destinados às instalações médicas.

Capítulo VIII
DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DO DEFICIENTE

Art.190. É dever do Município, como o é da família e da sociedade, assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, os direitos reconhecidos pelo disposto no artigo 227 da
Constituição Federal.

Art. 191. É dever da administração municipal, em conjunto com a sociedade, amparar as pessoas
deficientes e idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar, e garantindo-lhes o direito à vida, notadamente conscientizando suas famílias, no sentido de mantê-
las em seu seio.

Capítulo IX
DA POLÍTICA AGRÍCOLA

Art. 192. O Município, mediante autorização legislativa, poderá celebrar convênios e contratos com o
Estado, com outros municípios e demais instituições ou empresas, para, na forma da Constituição
Estadual e desta Lei Orgânica, instituir o projeto cinturão verde destinado ao abastecimento alimentar.

Art. 193. Para o fomento da produção na zona rural, o Município utilizará a assistência técnica, a
extensão rural, o associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e incentivos fiscais.

Art. 194. O Município oferecerá meios para assegurar ao pequeno produtor e ao trabalhador rural
condições de trabalho, de escoamento e mercado para os seus produtos.

Capítulo X
DA POLÍTICA DE INDUSTRIA E COMÉRCIO

Art. 195. O Município adotará uma política de fomento às atividades industriais, comerciais e de
serviços, por meio de planos e programas de desenvolvimento integrado, tendo como princípios:
I - a livre concorrência
Il - a geração de empregos;

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III - a defesa do consumidor;
IV - ocupação racional do solo;
V - a preservação do meio ambiente;
VI - incentivo a implantação de novas indústrias;

Art. 196. Cabe ao Município dar tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas,
proporcionando tratamento jurídico diferenciado, visando incentivar sua criação, preservação e
desenvolvimento, pela simplificação ou redução de suas obrigações administrativas e tributárias, na forma
da lei.

Título VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 1º. O Município, em cooperação com Estado, e a União participará de programas de erradicação
do analfabetismo.

Art. 2º. O Município não poderá dar nome de pessoas vivas a bens públicos de qualquer natureza.

Art. 3º. Até a promulgação da lei complementar referida no artigo 169 da Constituição Federal, é
vedado ao Município despender, com pessoal, mais do que sessenta por cento do valor da receita
corrente.

Art. 4º. A Câmara Municipal elaborará, no prazo de 06(meses) meses, a contar da promulgação desta
Lei Orgânica, seu Regimento Interno e enquanto não entrar em vigor o novo regimento aplicar-se-á, no
que couber, o Regimento Interno da Câmara Municipal de Goiânia.

Art. 5º. Poderá o Município, proporcionar recursos materiais aos integrantes de destacamentos
policiais a serviço na municipalidade, inclusive no que se refere a habitação e alimentação.
Parágrafo único. Os benefícios de que trata este artigo poderão ser destinados, também a outros
servidores de esferas distintas de poder, a critério do Chefe do Poder Executivo Municipal.

Art. 6º. O Município disporá em leis especificas o dia do seu aniversário, do(a) padroeiro(a) e demais
feriados municipais.

Art. 7º. Todos os atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo de conformidade e na vigência
da Lei Orgânica de Goiânia, até então vigente nesta municipalidade, ficam convalidados.

Art. 8º. O Prefeito Municipal remeterá mensagem à Câmara disciplinando os Conselhos Municipais.

Art. 9º. Os atuais detentores de mandato eletivo deverão prestar juramento a presente lei, no ato de
promulgação da mesma.

Art. 10. O Município empreenderá esforços no sentido de legalizar as áreas urbanas, principalmente
os loteamentos, sendo que de já fica proibido a abertura de novos loteamentos no prazo de dois anos, a
contar da publicação da presente lei.
Parágrafo único. Para aprovação de novos loteamentos deverá ser observado, além do que dispõe a
lei federal própria:
I - rede de água;
II - energia elétrica;
III - asfalto e meio fio;
IV – com aprovação do Poder Legislativo (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica 001/2006).

Art. 11. Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter secular, e serão administrados pela
autoridade municipal, sendo permitido a todos de qualquer confissão religiosa praticar neles os seus
cultos.
Parágrafo único. As associações religiosas e os particulares poderão, na forma da lei, manter
cemitérios próprios, autorizados e fiscalizados pelo Município.

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Art. 12. A Câmara Municipal mandará imprimir e distribuir, gratuitamente, exemplares desta Lei
Orgânica, a quem interessa, para facilitar o acesso do cidadão às normas constitucionais deste Município.

Art. 13. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos integrantes da Câmara Municipal, será
promulgada pela Mesa e entrará em vigor da data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.

Abadia de Goiás- GO., 18 de dezembro de 1.997.

Ver. Salvador Ludovico de Almeida Neto


Presidente

Questões

01. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:

São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e história.
( ) Certo ( ) Errado

02. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:

O Vereador poderá licenciar-se para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que,
neste caso, a licença não seja inferior a 30 (trinta) dias, e superior a 180 (cento e oitenta) dias por sessão
legislativa.
( ) Certo ( ) Errado

03. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:

O Prefeito não poderá, desde a expedição do diploma, firmar ou manter contrato com o Município, com
suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de econômica mista ou com empresas
concessionárias de serviço público municipal, salvo quando o contrato estabelecer cláusulas uniformes.
( ) Certo ( ) Errado

04. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:

A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, independe de prévia avaliação e autorização
legislativa.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.Certo / 02.Errado / 03.Certo / 04.Errado

Comentários

01. Resposta: Certo


Art. 3º. São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e
história.

02. Resposta: Errado


Art. 18. O Vereador poderá licenciar-se somente:
(...)
III - para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, a licença não seja
inferior a 30 (trinta) dias, e superior a 120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa.

03. Resposta: Certo


Art. 61. O Prefeito não poderá:
§1º. Desde a expedição do diploma:

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I - firmar ou manter contrato com o Município, com suas autarquias, fundações, empresas públicas,
sociedades de econômica mista ou com empresas concessionárias de serviço público municipal, salvo
quando o contrato estabelecer cláusulas uniformes;
(...)

04. Resposta: Errado


Art. 107. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e
autorização legislativa.

ESTATUTO DOS SERVIDORES

LEI N° 46 DE 03 DE NOVEMBRO DE 1.99741

Institui Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás, e dá outras
providências

O Prefeito Municipal de Abadia de Goiás, no uso de suas atribuições conferidas pelas Constituições
Federal (Art. 39), estadual, e ainda, baseada no que dispõe a Lei Orgânica do Município em vigor, FAZ
SABER que, a Câmara Municipal de Abadia de Goiás, através de seus membros, APROVOU, e eu
Prefeito, SANCIONO a seguinte lei:

TÍTULO
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS DO MUNICÍPIO DE ABADIA DE GOIÁS
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - Esta lei cria o Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás.

Art. 2º - Funcionário do Município de Abadia de Goiás é o servidor legalmente investido em cargo de


provimento efetivo ou em comissão, com denominação, função e vencimento próprios.
§1°- Os cargos em provimento serão agrupados em quadros e obedecerão a Planos de Classificação
aqui estabelecidos de modo a assegurar a plena mobilidade e progresso funcional.
§2°- A análise e a descrição de cada cargo será especificada na respectiva lei de criação ou de
transformação.
§3°- Da análise e descrição de cargos de que trata o parágrafo anterior constarão, dentre outros, os
seguintes elementos.
- Denominação;
- Atribuições;
- Responsabilidades;
- Condições para provimento

Art. 3°- Para efeito desta lei, serão observadas as seguintes definições:
I- CARGO - é o posto de trabalho instituído na organização do funcionalismo, caracterizado por deveres
e responsabilidades com estabelecimento de jornada de trabalho prevista na lei, com denominação
própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos.
II- FUNÇÃO - é a atribuição ou conjunto de especificações que devem ser executadas por um
funcionário na estrutura organizacional, fornecendo elementos para a caracterização, descrição,
classificação e avaliação do cargo.
III- CLASSE - é o agrupamento de cargos de mesmo vencimentos e responsabilidades, para os quais
sejam exigidos os mesmos requisitos gerais de instrução e experiência para o provimento.
IV- CLASSE ESPECIAL - é aquela em que serão enquadrados os servidores beneficiados através de
leis de benefícios específicos, bem como aqueles que tiverem os funcionários integrados através de
cargos comissionados ou funções gratificadas.
V- SÉRIE - é o conjunto de classes do mesmo grau profissional, disposto hierarquicamente, de acordo
com a complexidade, constituindo a linha natural de promoção do funcionário.

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Disponível em: http://www.abadiadegoias.go.gov.br/LeisMunicipais.asp - acesso em 17.11.2020.

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VI- CATEGORIA FUNCIONAL - é o conjunto de cargos não hierarquizados segundo a estrutura
organizacional, integrantes dos campos de atuação operacional, administrativo e manutenção de serviço
público.

Art. 4°- São vedadas aos funcionários atribuições diferentes das de seu cargo, salvo, quando o
interesse público exigir, e quando designados para função especial e para participação em comissões ou
grupos trabalhos específicos, estritamente de interesse do município.

TÍTULO II
DO CONCURSO, DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA

Art. 5°- O concurso público será de provas ou de provas e títulos, e, em casos especiais, poderá exigir
aprovação em curso específico de formação profissional mantido por instituição oficial do Estado, sem
prejuízo de outros requisitos.
§ 1°- pessoa deficiente é assegurado o direito de candidatar-se ao ingresso no serviço público
municipal, para o exercício de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é
portadora.
§ 2°- No caso de empate para efeito de nomeação, terá prioridade, sem prejuízo de outros critérios, o
candidato que já for funcionário municipal, persistindo o empate, será nomeado o mais idoso.
§ 3° - O concurso público terá validade de até 02 (dois) anos, conforme for fixado no edital, podendo
ser prorrogado uma única vez, por igual período.
I - Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo
de validade não expirado, salvo se para preenchimento de outros cargos e vagas, não tratados no
concurso anterior.

Art. 6°- O concurso para provimento de cargos será realizado pela Secretaria de Administração e
Finanças, através da divisão de administração geral e pessoal.
§ 1 °- Para efeito deste artigo, a Secretaria de Administração e Finanças:
I- Publicará relação de cargos e das vagas;
II- elaborará os editais que deverão conter os critérios, os programas e demais elementos
indispensáveis;
III- dará publicidade à relação dos candidatos concorrentes, cujas inscrições tiverem sido deferidas ou
indeferidas;
VI- decidirá sobre os assuntos relativos às inscrições;
V- publicará a relação de candidatos aprovados, obedecendo a ordem de classificação, até 60 dias.
§ 2°- Em casos especiais, o titular da pasta de Administração e Finanças, sem prejuízo de sua
supervisão , poderá delegar competência para a realização de concursos público.
§ 3°- Os concursos para provimento de cargos que, pela especialidade de suas atribuições, sejam
privativos de determinado órgão, serão realizados sob a direção do respectivo titular, com a supervisão e
homologação do Secretário da Administração e Finanças.
§ 4° - Cabe ao Prefeito Municipal a homologação dos resultados dos concurso público realizados para
preenchimento de vagas existentes na municipalidade.

Art. 7°- São requisitos para inscrição em concurso, além de outros que as especificações exigirem:
I- ser brasileiro;
II- estar em dia com suas obrigações eleitorais e militares;
III- idade mínima de 18 anos e máxima a que for estipulada no regulamento do concurso, se for o caso;
IV- não estar condenado criminalmente, por sentença transitada em julgado;
V- ter nível de escolaridade ou habilitação legal para exercício do cargo.

CAPÍTULO II
Seção I
Do provimento

Art. 8° - Os cargos serão providos por:


I- nomeação;
II- recondução;
III- promoção;
IV- acesso; (Dispositivo não recepcionado pela CF/88)

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V- readmissão; (Dispositivo não recepcionado pela CF/88)
VI- reintegração;
VII- aproveitamento;
VIII- reversão;
IX- readaptação;

Art. 9°- Compete ao Chefe do Poder Executivo prover por portarias os cargos públicos.

Seção II
Da nomeação

Art. 10- Nomeação é a forma originária de provimento de

Art. 11- A nomeação será feita:


I- obedecendo a concurso público para assegurar efetividade;
II- em comissão, para os cargos que em virtude de lei sejam livres de nomeação e exoneração;
III- em substituição, no caso de impedimento legal e temporário de ocupante de cargo cm comissão de
direção superior e de função.

Art. 12 - Dentre os candidatos aprovados, os classificados até o limite das vagas publicadas terão
direito assegurado à nomeação, no prazo de validade do concurso.
Parágrafo único - A convocação será feita por edital publicado regularmente.

Seção III
Da posse

Art. 13 - Posse é a aceitação formal das atribuições, dever e responsabilidade inerentes ao cargo e
será dada pela Secretaria de Administração e Finanças.

Art. 14 - Além dos requisitos exigidos quando da inscrição ao Concurso Público, o nomeado deverá
apresentar no ato da posse, atestado de saúde física e mental e prestar declaração de não acumulação
de cargos de acordo com a Constituição Federal.

Art. 15 - Em casos excepcionais, a posse poderá ser dada por procuração.

Art. 16 - A posse deverá ser tomada no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação, sem
prorrogação.

Seção IV
Do exercício

Art. 17 - Exercício é a efetiva entrada do funcionário em serviço público, caracterizada pela frequência
e execução de atividades atribuídas ao cargo.

Art. 18 - O funcionário terá exercício na repartição em que for lotado.


§ 1°- Lotação é o ato de designação do órgão em que o funcionário vai exercer sua função
§ 2°- O funcionário elevado por acesso poderá continuar em exercício na repartição em que estiver
servindo.

Art. 19 - O funcionário nomeado terá exercício na repartição em que houver vaga de lotação.

Art. 20 - O exercício do cargo terá início dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da:
I- data da posse;
II- publicação oficial do ato, nos demais casos;
§ 1°- A promoção e o acesso não interrompem o exercício que contado na nova classe a partir da data
da publicação dos respectivos atos.
§ 2°- O funcionário que não entrar em exercício no prazo legal perderá o direito ao cargo.

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Art. 21 - Ao entrar em exercício, o funcionário apresentará à unidade competente do órgão de sua
lotação os elementos necessários à abertura do assentamento individual.

Art. 22 - Somente em casos especiais e mediante prévia e expressa autorização do chefe do poder
executivo o funcionário poderá:
I- ter exercício fora do órgão de sua lotação;
II- ausentar-se do município para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os
cofres públicos.

Art. 23 - Considera-se efetivo o exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for facultativo, o
afastamento motivado por:
I- férias;
II- casamento, (oito) dias consecutivos;
III- luto, pelo falecimento de cônjuge, filho, pais ou de irmão, até 08 (oito) dias consecutivos;
IV- convocação para serviço militar;
V- júri e outros serviços obrigatórios;
VI- exercício de cargo de provimento em comissão na administração;
VII- licença-prêmio;
VIII - licença para o tratamento de saúde até o período de 24 (vinte e quatro) meses;
IX-licença a funcionária gestante até 120 (cento e vinte) dias;
X- licença por motivo de doença em pessoa da família, sem remuneração;
XI- licença por acidente em serviço, ou ocorrência de doença profissional;
XII-doença de notificação compulsória;
XIII- participação em programa de treinamento regularmente e instituído;
XIV- exercício de mandato eletivo;
XV- licença-paternidade;

Art. 24 - O funcionária será afastado do exercício de seu cargo, até decisão final, quando preso
preventivamente, pronunciado por crime Comum ou condenado por crime inafiançável em processo no
qual não haja pronuncia, o funcionário será afastado do exercício ate decisão final.
Parágrafo único- No caso de condenação que não determine a demissão do funcionário, continuará
ele afastado do exercício.

Art. 25- Salvo os casos expressamente previstos neste Estatuto, o funcionário que interromper o
exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem justa causa,
dentro do período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, será demitido por abandono do cargo, sendo
necessário a publicação de edital em jornal de relevância, para chamamento final.
Parágrafo único- Verificada a hipótese prevista neste artigo, compete ao superior imediato do faltoso,
sob pena de responsabilidade civil e funcional, comunicar o fato à autoridade competente para imposição
da penalidade ali preconizada.

Art. 26- A autoridade que irregularmente conceder exercício a funcionário responderá civil e
criminalmente pelo ato e ficará pessoalmente responsável por quaisquer pagamentos em decorrência
dessa situação.

Seção V
Do estágio probatório

§1°- São requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório:


I- idoneidade moral;
II- assiduidade e pontualidade;
III- disciplina;
IV- eficiência;
V- aptidão.
§ 2°- A verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada pelo núcleo de recursos
humanos que a encaminhará reservadamente ao dirigente do órgão.

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Art. 28- O não atendimento de quaisquer das condições estabelecidas para estágio probatório
implicará na instauração do processo de exoneração do funcionário, o qual somente será concluído após
a defesa, no prazo de 30 dias.
§ 1°- A apuração dos requisitos de que trata o artigo deverá processar-se de modo que a exoneração
do funcionário possa ser feita antes Art. 27- O funcionário nomeado para cargo de provimento efetivo fica
sujeito a um período de estágio probatório de 02 (dois) anos, com o objetivo de apurar os requisitos
necessários à sua confirmação no cargo para qual foi nomeado, de findo o período do estágio probatório,
sob pena de responsabilidade do encarregado.
§ 2°- A prática de atos que infrinjam os itens I e III do parágrafo 1° do art. 27, importará na suspensão
automática do período ali estabelecido e, urna vez concluído pela sua improcedência, o prazo da
suspensão será considerado de nenhum efeito.
§ 3°- Uma vez encerrado o processo de exoneração, será ele encaminhado, com a manifestação
conclusiva do titular do órgão de exercício do funcionário, ao Secretário da Administração e Finanças que
se submeterá com seu pronunciamento à decisão final ao Chefe do Poder Executivo Municipal.

Seção VI
Da estabilidade

Art. 29- Cumprindo satisfatoriamente o estágio probatório, o funcionário adquirirá estabilidade no


serviço público.

Art. 30- O funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial ou mediante
processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
Parágrafo único - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o funcionário estável ficará em
disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Seção VII
Da Remoção

Art. 31- Remoção é a movimentação do funcionário, a pedido ou de oficio mediante preenchimento de


lotação, sem se modificar, entretanto, a sua situação funcional.
§ 1°- A remoção dar-se-á no interesse da Administração, devidamente comprovada:
I- De um para outro órgão da administração;
II- De uma para outra unidade integrante do mesmo órgão.
§ 2°- Em qualquer caso, porém a remoção somente poderá ser feita, respeitada a lotação de cada
órgão ou unidade.

Art. 32- Sendo ambos funcionários, a remoção de oficio de um dos cônjuges assegurará a do outro
para serviço na mesma localidade.

Seção VIII
Do regime de trabalho

Art. 33- O período normal de trabalho do funcionário é de 08 (oito) horas diárias, totalizando 40
(quarenta ) horas semanais.

Art. 34- Os órgãos cujos serviços se fizerem necessário diuturnamente e/ou aos sábados, domingos e
feriados civis ou religiosos, funcionarão nesses dias em regime de plantão fixado pelos respectivos
dirigentes.

Art. 35- Os ocupantes de cargos em comissão ou de função: gratificadas por encargos de chefia,
assessoramento, secretariado ou inspeção, estão sujeitos, qualquer que seja seu cargo ou emprego de
origem, à jornada mencionada no Art.34.

Art. 36- A jornada de trabalho dos médicos, cirurgiões e professores municipais, é fixada de acordo
com a legislação especifica.

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Art. 37- Frequência é o comparecimento obrigatório do funcionário ao serviço dentro do horário fixado
em lei ou regulamento do órgão da sua lotação, para cabal desempenho dos deveres inerentes ao cargo
ou a função observada a natureza e condições do trabalho.
Parágrafo único- Apura-se a frequência:
I- Pelo ponto;
II- Pela forma determinada em regimentos quantos aos funcionários que, em virtude das atribuições
que desempenham, não estão sujeitos a ponto.

Art. 38- Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, a entrada e a saída do funcionário em
serviço.
§1°- No registro do ponto deverão ser lançados todos os elementos necessários à apuração da
frequência.
§ 2°- Para o registro do ponto serão usados, preferencialmente, meios mecânicos ou eletrônicos.
§3°- Salvo nos casos expressamente previstos neste Estatuto, é vedado dispensar do registro do ponto
e abonar faltas ao serviço.
§ 4°- As autoridades e os funcionários que de qualquer forma contribuírem para o descumprimento do
disposto no parágrafo anterior serão obrigados a repor, aos cofres públicos, a importância indevidamente
paga aos servidores faltosos, sem prejuízos da ação disciplinar cabível.
§ 5°- A dispensa da marcação do ponto, quando assim o exigir o serviço, não desobriga o funcionário
por ela atingido do comparecimento à repartição durante os horários de expediente, para o cumprimento
de suas obrigações funcionais.
§ 6°- As fraudes praticadas no registro de frequência, ou a prática de quaisquer outros atos para
justificar ausência indevida no local de trabalho, acarretarão ao seu autor, se por força das circunstâncias
não houver cominação de outra maior, a pena de:
I - repreensão, na primeira ocorrência;
II - suspensão por até 30 (trinta) dias na segunda ocorrência; -
III - demissão, na terceira ocorrência.
§ 7°- Recebendo o autor a conivência de terceiros, a estes será aplicada a mesma pena. Se o conivente
for encarregado do ponto, ser-lhe-á, aplicada a primeira ocorrência, suspensão por 30 até (trinta) dias, e,
na segunda, a pena de demissão.

Art. 39 - Excetuados os ocupantes de cargos de direção superior, todos os funcionários estão sujeitos
à prova de pontualidade e frequência mediante o sistema de marcação de ponto.
Parágrafo único- O disposto neste artigo não se aplica ao funcionário que, necessariamente,
desempenhe suas atividades em serviços externos, bem assim, ao que pela natureza de suas atribuições
quando comprovadamente no exercício delas tenha de deslocar-se da repartição em que estiver lotado.

Art. 40- A falta de marcação do ponto importará:


I- na perda de vencimento ou da remuneração do dia;
II- na perda do cargo, por abandono, na forma preconizada no Art. 25 deste Estatuto.

Art.41- Os funcionários que estiverem cursando em estabelecimentos de ensino oficial ou


reconhecidos, poderão marcar o ponto até uma hora antes da saída, dos horários que estiverem sujeitos.
§ 1º - Em casos especiais, atendida a conveniência do serviço, ao funcionário estudante poderá ser
concedido horário especial, quando comparado a incompatibilidade escolar e o da repartição, contudo,
sem prejuízo de sua carga horária semanal.
§ 2°- Para se valer de qualquer das faculdades previstas neste artigo, o funcionário, semestralmente
no início das aulas, encaminhará requerimento a autoridade competente, instruindo-o com o atestado do
diretor dos estabelecimentos de ensino que estiver frequentando, o qual deverá preencher os seguintes
requisitos:
I - ser passado em papel com o timbre do estabelecimento;
II- conter o nome e filiação do funcionário, data e local em que nasceu, curso e classe em que estiver
matriculado, número da matrícula, horário completo de suas atividades escolares e declarações de
frequência

Art. 42- Nos dias úteis, só determinação contida em decreto poderão deixar de funcionar as repartições
integrantes do Poder Executivo ou deixar suspenso seus trabalhos.

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Seção IX
Do regime de dedicação exclusiva

Art. 43- Considera-se como dedicação exclusiva a obrigatoriedade de permanecer o funcionário, em


regime de tempo integral, a disposição do órgão em que estiver exercício, ficando de consequência
proibido de exercer outro cargo, função ou atividade particular ou pública, ressalvado os casos previstos
na Constituição Federal.

Art. 44- A prestação de serviço em regime de dedicação exclusiva será permitida mediante opção às
seguintes categorias funcionais:
I - médicos, quando em exercício nos serviços de atendimento de urgência ou em unidade hospitalares
do Município;
II - vigilância sanitária;
III - enfermeiro de curso superior;
IV - professor.
§ 1°- A prestação de serviço no regime que trata este artigo, quando se tratar das categorias
mencionadas nos seus incisos I e III, dependerá de regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder
Executivo.
2°- Com a manifestação do titular do órgão em que for lotado o funcionário, compete ao Chefe do
Poder Executivo decidir sobre a opção de que se trata este artigo.

Art. 45 - O candidato ao regime de dedicação exclusiva deverá apresentar, por ocasião da opção,
declaração de não acumulação de cargos, funções ou empregos na administração direta ou indireta,
inclusive nas esferas Estadual e Federal, e não de exercer atividade particular.
§1°- Uma vez deferida a opção que trata este artigo, somente poderá ser retratada:
I- por descumprimento das condições estabelecidas no artigo precedente, devidamente comprovado.
II- por conveniência de qualquer das partes.
§2°- Verificada a invericidade da declaração a que se refere este artigo ou ficando ela
descaracterizada, o funcionário faltoso ficará obrigado restituir os danos causados, e de uma vez no prazo
de 30 dias, contados à partir d infração prevista, sem prejuízo de outras sanções.

Art. 46 - Ao funcionário, quando em regime de dedicação exclusiva e na forma que dispuser o


respectivo regulamento, será atribuída uma gratificação de até 50% (Cinquenta) por cento do respectivo
vencimento.

Art. 47 - Aos médicos, quando em exercício de dedicação exclusiva em unidades hospitalares de


urgência além da gratificação de que se trata o artigo precedente, será atribuída uma gratificação de 20%
(vinte) sobre a sua remuneração, a título de compensação por atividade penosa, insalubre ou perigosa,
na forma prevista neste Estatuto e nas leis maiores.

Art. 48 - O disposto nesta seção não se aplica aos titulares de cargos que, por sua natureza, exijam a
prestação de serviço em regime de tempo integral.

Seção X
Da recondução

Art. 49 - Recondução é o retorno ao cargo anteriormente ocupado, a pedido do funcionário estável,


inabilitado em estágio probatório relativo a outro cargo, dependendo sempre da existência da vaga, desde
que não haja algum impedimento de ordem funcional.

Seção XI
Da promoção

Art. 50 - Promoção é o provimento da referência inicial de cargo vago de classe imediatamente superior
à categoria funcional a que pertence, de funcionário efetivo ou estável que esteja ocupando a última
referência horizontal de sua classe.

Art. 51 - As promoções far-se-ão por merecimento e por antiguidade, alternadamente.

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§ 1°- Em cada classe da mesma carreira profissional, a primeira promoção obedecerá ao princípio do
merecimento e a segunda, a de antiguidade, repetindo-se esse critério em relação as promoções
imediatas.
§ 2°- Qualquer outra forma de provimento de vaga não interromperá a sequência de critérios de que
trata este artigo.
§ 3°- O critério a obedecer a promoção deverá vir expresso no respectivo ato.

Art. 52 - Os requisitos para a promoção serão estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo ao
regulamentar a presente lei.

Art. 53 - É assegurada a promoção do funcionário que, ao falecer, já tenha preenchido os requisitos


legais e regulamentares exigidos para a mesma.

Seção XII
Do acesso
(Dispositivo não recepcionado pela CF/88)

Art. 54 - Acesso é a passagem do funcionário, pelo critério de merecimento, de classe integrante de


uma série de classes, ou de uma classe única para classe inicial de outra série de classes, ou outra classe
única de nível hierárquico superior, da mesma ou de outra categoria funcional.

Art. 55 - São requisitos indispensáveis para o acesso:


I- comprovação de habilitação profissional exigida para o cargo a que concorra o funcionário;
II- frequência e titulação em cursos de treinamentos ou de especialização, quando esta condição se
fizer necessária.

Art. 56 - O curso de treinamento ou de especialização será realizado quando necessário para


complementação das qualificações exigidas pelo exercício do cargo.

Art. 57 - O funcionário elevado por acesso passará a integrar a nova classe e poderá ser lotado em
outro órgão no interesse do serviço público.

Art. 58 - Outros requisitos para o acesso serão estabelecidos em regulamento a ser expedido pelo
Chefe do Poder Executivo.

Seção XIII
Da readmissão
(Dispositivo não recepcionado pela CF/88)

Art. 59 - Readmissão e o reingresso no serviço público, sem ressarcimento de vencimento de


vantagens.
Parágrafo único - Para os fins deste artigo, os ex-funcionário deverá:
I- gozar de boa saúde física e mental, comprovada em inspeção médica.
II- satisfazer as condições e os requisitos exigidos para o provimento do cargo.

Art. 60 - Não haverá readmissão em cargo para o qual haja candidato habilitado em concurso público
ou teste de avaliação para promoção e acesso.

Art. 61 - A readmissão dependerá sempre da existência de vaga, excluída a destinada promoção o


acesso, e se dará de preferência, no cargo anteriormente ocupado ou em outro de atribuições análogas
e de vencimentos equivalentes.

Art. 62 - O tempo de serviço público do readmitido será computado para os efeitos previstos em lei.

Seção XIV
Da Reintegração

Art. 63 - Reintegração é o reingresso no serviço público do funcionário demitido, com ressarcimento


de vencimento e vantagens inerentes ao cargo, por força de decisão administrativa ou judiciária.

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Parágrafo único - A decisão administrativa da reintegração será sempre proferida à vista do pedido de
reconsideração através do recurso ou revisão de processo.

Art. 64 - A reintegração dar-se-á no cargo anteriormente ocupado, no que resultou de sua


transformação ou, extinto, em equivalente, para cujo provimento seja exigida a mesma habilitação
profissional, e tenha vencimento idêntico.
Parágrafo único - Se inviáveis as soluções indicadas neste artigo, será restabelecido por lei o cargo
anterior, no qual se dará a reintegração.

Art. 65 - Invalidada por sentença a demissão, o funcionário será reintegrado e o eventual ocupante da
vaga se estável retornará ao cargo de origem, sem direito de indenização.
Parágrafo único - Se extinto ou transformado o cargo, dar-se-á o retorno no restante de transformação
ou em outro de mesmo vencimento e atribuições equivalentes, observada a habilitação legal.

Seção XV
Do aproveitamento

Art. 66 Aproveitamento é o retorno ao serviço do funcionário em disponibilidade.

Art. 67 - Será obrigatório o aproveitamento do funcionário efetivo ou estável:


I- em cargo de natureza e vencimento ou remuneração compatível com anteriormente ocupado,
respeitar sempre a habilitação profissional;
II- no cargo restabelecido, ainda que modificada a sua denominação, ressalvo do direito de opção por
outro, desde que o aproveitamento já tenha ocorrido.
Parágrafo único - O aproveitamento dependerá de prova de capacidade física e mental mediante
inspeção por médico indicado pela Prefeitura.

Art. 68 - Na ocorrência de vaga no quadro de pessoal, o aproveitamento terá preferência sobre as


demais formas de provimento.
§1º- Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá preferência o de maior tempo de
disponibilidade e, em caso de empate, o de maior tempo de serviço na Prefeitura.
§2º- O aproveitamento far-se-á a pedido ou de oficio, no interesse da administração.

Art. 69 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cessada a disponibilidade se o funcionário não
tomar posse no prazo legal, salvo por motivo de doença comprovada em inspeção médica por órgão
oficial, ou exercício de mandato eletivo, casos em que ficará adiada até 05 (cinco) dias úteis após a
cessação do impedimento.

Seção XVI
Da reversão

Art. 70 - Reversão é o retorno à atividade do funcionário aposentado por invalidez, quando


insubsistentes os motivos determinados da aposentadoria.
§ 1°- A reversão dar-se-á a requerimento do interessado.
§ 2°- Em nenhum caso poderá reverter à atividade o aposentado que, em inspeção médica, não
comprovar a capacidade para o exercício do cargo.

Art. 71 - A reversão dar-se-á de preferência no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.


Parágrafo único - Em hipótese alguma a reversão poderá ser decretada em cargo de vencimento ou
remuneração inferior ao provento da inatividade, excluída para este efeito, as vantagens já incorporadas
por força de legislação anterior.

Art. 72 - Não poderá reverter a aposentadoria quem estiver completando 70 (setenta) anos de idade.

Seção XVII
Da readaptação

Art. 73- Readaptação é a investidura do funcionário em outro cargo mais compatível com a sua
capacidade física, intelectual ou quando comprovadamente revelar-se inapto para o exercício das

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atribuições, deveres e responsabilidades inerentes ao cargo que venha ocupando, sem causa que
justifique a sua demissão, podendo efetivar-se de oficio ou a pedido.

Art. 74 - Invalidada por sentença a demissão, o funcionário será reintegrado e o eventual ocupante da
vaga se estável retornará ao cargo de origem, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em
disponibilidade remunerada.
I - quando ficar comprovada a modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário,
que lhe diminuam a eficiência para a função;
II - quando se apurar que o funcionário não possui a habilidade profissional exigida por lei para o cargo
que ocupa;
III - Quando o nível de desenvolviment4 mental do funcionário não corresponder às exigências da
função.

Art. 75 - O processo de readaptação baseado nos incisos I e II do artigo anterior será iniciado mediante
laudo firmado por médico indicado da Prefeitura e, nos demais casos, por proposta fundamentada da
autoridade competente.

Art. 76 - A readaptação dependerá da existência de vaga e não acarretará redução ou aumento de


vencimento, exceto no caso de expressa opção do interessado para o cargo de vencimento inferior.

Art. 77 - Não fará readaptação para o cargo o qual haja candidato aprovado em concurso ou teste de
avaliação e acesso.

Art. 78 - O funcionário readaptado que não se ajustar às condições de trabalho e atribuições do novo
cargo será submetido a nova avaliação médica feita por profissional indicado pela Prefeitura.

CAPÍTULO III
DA VACÂNCIA

Art. 79 - A vacância do cargo Público decorrerá de:


I- recondução;
II- promoção;
III- acesso;
IV- readaptação;
V- aposentadoria;
VI- exoneração;
VII- demissão;
VIII- falecimento.

Art. 80 - Exoneração é desfazimento da relação que une o funcionário à Prefeitura ou as suas


entidades, operando os seus efeitos a partir da publicação do respectivo ato salvo disposição expressa
quando a sua eficácia no passado.
§ 1° - O ato de exoneração mencionará sempre o dispositivo que se fundamenta.
§ 2°- Dar-se-á a exoneração:
I- a pedido;
II- de oficio, nos seguintes casos:
a)- a critério da autoridade competente quando se tratar de em comissão;
b)- quando o funcionário, tendo tomado posse, não entrar em exercício no prazo estabelecido;
c)- quando não satisfeitos os requisitos do estágio probatório e não couber a recondução;
d)- quando o funcionário for investido em cargo, emprego ou função pública incompatíveis com o que
é ocupante;
e)- na hipótese de abandono de cargo
§ 3°- a exoneração prevista no inciso I do parágrafo anterior será precedida de requerimento escrito
do próprio interessado, e as de que tratam as alíneas "b" a "e" do inciso II do mesmo dispositivo, mediante
proposta motivada da autoridade competente da repartição em que o funcionário estiver lotado.
III- O funcionário, quando respondendo a processo administrativo, só poderá ser exonerado a pedido
após a conclusão da medida, desde que reconhecida a sua inocência.

Art. 81 - Ocorrerá a vaga na data:

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I- da publicação do ato de recondução, promoção, acesso, readaptação, aposentadoria, exoneração
ou demissão;
II- da posse em outro cargo cuja acumulação seja incompatível;
III- do falecimento do funcionário;
IV- da vigência da lei que criar o cargo.

Art. 82 - Tratando-se de cargos de chefia, assessoramento, secretariado ou inspeção, a vacância se


dará por dispensa.
I- a pedido do funcionário;
II- de oficio, nos seguintes casos:
a)- quando o funcionário designado não assumir o exercício no prazo legal;
b)- a critério da autoridade competente para o provimento

TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO E DAS VANTAGENS
Seção I
Disposições preliminares

Art. 83 - Além do vencimento, poderão ser deferidas ao funcionário as seguintes vantagens


pecuniárias:
I- indenizações:
a)- ajuda de custos;
b)- diárias;
c)- despesas de transporte;
II- auxílios:
a)- salário família;
b)- auxílio saúde; ,
c)- auxílio funeral.
d)- auxílio reclusão
III- gratificações:
a)- adicional por tempo de serviço;
b)- do incentivo funcional;
c)- de representação de gabinete;
d)- especial de localidade e por atividades penosas, insalubres ou perigosas;
e)- pela prestação de serviços extraordinários;
f)- pelo exercício do cargos de chefia, assessoramento secretariado e inspeção;
g)- incentivo no serviço de regência de classe;
IV- 13° salário.
§ 1°- As indenizações não se incorporam aos vencimentos ou proventos para qualquer efeito, nem
ficam sujeitas a imposto ou contribuição previdenciária.
§ 2°- As gratificações poderão incorporar-se ao vencimento ou provento nos casos e condições
indicadas nesta lei.
§ 3°- É vedada a participação do funcionário público no produto da arrecadação de tributos e multas,
na produção da receita geral.
§ 4°- Salvo disposição em contrário, a competência para a concessão dos benefícios de que se trata
este título e do Prefeito.
§ 5°- Para o cálculo de qualquer vantagem, será ele realizado pelo salário-base, e não sobre esta e
outra vantagens.

Seção II
Do vencimento e da remuneração

Art. 84 - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei.

Art. 85 - Remuneração é o vencimento acrescido das vantagens de caráter permanente ou a ele


incorporáveis na forma prevista em lei.

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Art. 86 - O funcionário somente perceberá o vencimento ou a remuneração quando estiver em efetivo
exercício do cargo ou nos casos de afastamento expressamente previstos em lei.

Art. 87 - Ao servidor público em exercício de mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:


I- tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado do seu cargo, emprego
ou função;
II- investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado
optar pela sua remuneração;
III- investido no mandato de vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens
de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízos da remuneração do cargo eletivo, e não havendo
compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV- em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de
serviço será contado para todos efeitos.

Art. 88 - O servidor pertencente ao quadro efetivo da Prefeitura, nomeado para cargo em comissão ou
designado para função de confiança, perceberá sua remuneração da seguinte forma:
I- nomeado para cargo em comissão, perceberá seus vencimentos dos cargos efetivo acrescido da
diferença do vencimento do cargo para o qual foi nomeado;
II- designado para função de confiança, perceberá seus vencimentos do cargo efetivo mais o valor
correspondente à gratificação de função-FG, para a qual foi designada, desde que essa gratificação não
ultrapasse de 50% (cinquenta por cento) dos referidos vencimentos.
Parágrafo único - Não tendo o servidor vínculo com o Município, receberá apenas a remuneração
correspondente ao cargo em comissão ou função gratificada, para qual foi nomeado ou designado.

Art. 89 - Ao servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal, e de outros Municípios, inclusive das
respectivas entidades autárquicas fundacionais e paraestatais à disposição da municipalidade, quando
sem Ônus para o Município fará jus, apenas, a gratificação do cargo a que estiver ocupando. Art.90 - O
funcionário perderá:
I - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração durante o período de afastamento em virtude
de condenação por sentença definitiva a pena que não determina a demissão.
II - O vencimento ou remuneração no dia em que, não sendo feriado ou ponto facultativo, deixar de
comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou falta abonada, até três em cada mês.

Art. 91 - O vencimento e as vantagens pecuniárias percebidas pelo funcionário não sofrerão:


I- redução, salvo dispositivo legal, convenção ou acordo coletivo;
II- descontos além dos previstos em lei.

Art. 92 - A indenização ou restituição devida pelo funcionário à fazenda municipal será descontada em
parcelas mensais não excedentes a décima parte do valor dos vencimentos ou remuneração.
§ 1 °- O funcionário que se aposentar ou passar a condição de disponível continuará a responder pelas
parcelas remanescentes a indenização, na mesma proporção.
§ 2°- O saldo devedor do funcionário demitido, ou exonerado será resgatado de uma só vez, no prazo
de 60 (sessenta) dias, respondendo da mesma forma o espólio, em caso de morte.
§ 3°- Após o prazo previsto no parágrafo anterior, o remanescente será inscrito na dívida ativa e
cobrado por ação executiva.

Seção III
Das Indenizações
Subseção I
Da ajuda de custo

Art. 93 - Ajuda de custo é o auxílio concedido ao funcionário:


I- a título de compensação das despesas motivadas por mudança e instalação na nova sede em que
passar a ter exercício;
II- para fazer face a despesas de viagem para fora do município, em serviço.
§ 1°- A ajuda de custo na hipótese do inciso I deste artigo será atribuída pelo Prefeito em importância
que não excederá a 03 vezes o piso nacional de salários, acrescida da indenização pelas despesas com
a mudança, mediante comprovação por documento hábil.

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§ 2°- Quando se tratar de viagem para fora, do Município, compete a Chefe do Poder executivo o
arbitramento da ajuda de custo, independentemente do limite previsto no parágrafo.

Art.94 - Não se concederá ajuda de custo ao funcionário removido a pedido ou por conveniência da
disciplina.

Art.95 - O funcionário restituirá a ajuda de custo quando:


I- não se transportar para nova sede nos prazos determinados;
II- antes de terminada a missão, regressar voluntariamente, pedir exoneração ou abandonar o serviço.
§ 1°- A restituição é de responsabilidade pessoal e, em casos especiais a critério de autoridade
competente para atribuir o benefício, poderá ser feita parceladamente, salvo nas hipóteses de exoneração
e demissão.
§ 2°- Não haverá obrigação de restituir:
I- quando o regresso do servidor for determinado de oficio ou por doença comprovada;
II- quando o pedido de exoneração for apreciado após 90 dias de exercício na nova sede;
III- no caso de falecimento do servidor, mesmo antes d seguir viagem.

Subseções II
Das diárias

Art.96 - O funcionário que a serviço da prefeitura se deslocar da sede em caráter eventual e transitório
fará jus às diárias compensatórias das despesas de alimentação e pousada.
§ 1°- Entende-se por sede da repartição a cidade ou localidade onde o funcionário tem exercício
habitualmente.

Art.97 - As diárias serão pagas adiantadamente, mediante cálculo da duração estimada do


deslocamento do funcionário, de acordo com a regulamentação que for expedida pela Secretária da
Administração e Finanças.

Art.98 - O funcionário que indevidamente receber diárias será obrigado a restituir, de uma só vez, a
importância recebida, ficando ainda sujeito a punição prevista no artigo seguinte.

Art.99 - É vedada a concessão de diárias com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos,
sob pena de responsabilidade.

Subseções III
Das despesas de transporte

Art. 100 - Conceder-se-á indenização de transporte ao funcionário que realizar despesas de serviços
externos por força das atribuições normais de seu cargo.
Parágrafo único - O valor das indenizações de que trata este artigo e as condições para a sua
concessão será estabelecido pela Secreta a da Administração e Finanças.

Subseções IV
Do auxílio - reclusão

Art.101 - Á família do servidor efetivo e que estiver na ativa é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes
valores:
I - metade da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em fragrante ou preventivamente,
determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
§1° - Nos casos previstos no inciso 1 deste artigo, o servidor terá direito a integralização da
remuneração, desde que absolvido.
§ 2° - O pagamento do auxílio - reclusão cessará a partir do dia imediato àquele que o servidor for
posto em liberdade, ainda que condicional.

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Seção IV
Dos auxílios
Subseção
Do salário família

Art. 102 - O salário será concedido ao funcionário ativo, inativo ou em disponibilidade que tiver
dependentes.
Parágrafo Único: O valor do salário família corresponderá a 5% (cinco por cento) do salário mínimo de
referência

Art.103 - Consideram-se dependentes para os efetivos desta subseção:


I- o filho de qualquer condição, os enteados e os adotivos, desde que menores de 14 (catorze) anos;
II- o filho inválido, de qualquer idade.

Art. 104 - O ato de concessão terá por base as declarações do próprio funcionário que responderá
funcional e financeiramente por quaisquer incorreções.

Art. 105- Quando o pai e a mãe forem funcionários municipais e viverem em comum, o salário-família
será concedido à apenas um.
§ 1°- Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda, com a
distribuições dos dependentes.
§ 2°- Se ambos os tiverem, será concedida a um e outro, de acordo com a distribuição dos
dependentes.
§ 3°- Ao pai e a mãe, na falta do padrasto e madrasta, equipara-se os representantes legais dos
incapazes.

Art.106 - O salário-família relativo a cada dependente será devido a partir do mês em que tiver ocorrido
o fato ou ato que lhe der origem, ainda que verificada no último dia do mês.

Art.107 - O salário-família será pago mesmo nos casos em que o funcionário deixar de perceber
temporariamente vencimento ou proventos.

Art.108 - O salário-família não será sujeito a nenhum tributo, nem servirá de base para quaisquer
contribuições ainda que para fim de previdência social.

Art. 109 - Será cassado o salário-família, quando:


I- verificada a falsidade ou inexatidão da declaração de dependência;
II- o dependente deixar de viver as às custas do funcionário, passando a exercer função pública
remunerada sob quaisquer forma, ou atividade lucrativa, ou vier a dispor de economia própria.
III- falecer o dependente;
IV- comprovadamente, o funcionário descuidar da guarda e sustento dos dependentes.
§ 1°- A inexatidão ou a falsidade de declaração de dependência acarretará a restituição do salário-
família indevidamente recebido, sem prejuízo da penalidade cabível.
§ 2°- Ressalvando o disposto no parágrafo anterior, a suspensão ou redução relativa e cada
dependente ocorrerá no mês seguinte ao do ato que a determinar.
§ 3°- O funcionário, sob pena disciplinar, será obrigado a comunicar ao órgão de pessoal dentro de 15
(quinze) dias toda e qualquer alteração que possa acarretar a suspensão ou redução do salário-família.

Subseção II
Do auxílio-saúde

Art. 110 - O auxílio-saúde é devido ao funcionário licenciado por motivo de acidente em serviço, doença
profissional ou moléstia grave, especificada em lei, com base nas conclusões de Médico indicado pela
Prefeitura.
Parágrafo único - O auxílio de que trata este artigo será concedido a cada seis meses consecutivos de
licença, até o máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em importância equivalente e um mês da
remuneração do cargo.

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Subseção III
Do auxílio funeral

Art. 111 - A família do funcionário que falecer, ainda que aposentado ou em disponibilidade, será pago
o auxílio funeral correspondente a um mês de vencimento, remuneração ou proventos, conforme o caso,
não podendo, em hipótese alguma, ser inferior a 03 (três) e excedente a 10 (dez) salário mínimos.
§ 2°- O auxílio-funeral será pago ao cônjuge que, ao tempo de morte, não esteja legalmente separada
e em sua falta sucessivamente, ao descendente, ascendente e colateral, consanguíneo ou afim, é o
segundo grau do funcionário, ou a quem promover o enterro.
§ 3°- A despesa decorrente Ï o auxílio-funeral correrá a conta da dotação orçamentária própria.
§ 4°- O pagamento o auxílio-funeral será efetuado mediante folha especial, organizada pelo setor
competente, a uma das pessoas pela ordem indicada do parágrafo 2° deste artigo •u seus procuradores
legais, obedecido o processo sumaríssimo, concluído no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas de
apresentação da certidão de óbito, incorrendo pena disciplinar o responsável pelo retardamento.
§ 5°- Quando o pagamento tiver de ser feito a pessoa estranha a família do funcionário, além da
certidão de óbito, apresentará o interessado os comprovantes das despesas realizadas om a importância
do auxílio- funeral

Seção V
Das gratificações
Subseção I
Da gratificação adicional por tempo de serviço

Art. 112 - Ao funcionário sairá concedida, por quinquênio de efetivo serviço público, gratificação
adicional de 05% (cinco por cento) sobre os vencimentos ou a remuneração do respectivo cargo de
provimento efetivo, vedada a sua computação para fins de novos cálculos de idêntico benefício.
§ 1°- O funcionário fará justiça a percepção da gratificação adicional a partir do dia em que completar
cada quinquênio.
§ 2°- A gratificação adicional será sempre atualizada acompanhando automaticamente as
modificações do vencimento ou remuneração do fracionário.
§ 3°- A apuração do quinquênio será feita em dias e o total convertido em anos, considerando-se este
sempre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 4°- Quando da passagem do funcionário a inatividade, a incorporação da gratificação adicional será
integral, se decretada a aposentadoria com proventos correspondentes a totalidade de vencimento ou da
remuneração e proporcional ao tempo de serviço, na hipótese de assim ser ela concedida cessando a
contagem de tempo a partir da data da inatividade.
§ 5°. Entende-se por efetivo tempo de serviço, para efeito deste artigo, o que tiver sido prestado ao
Município de Abadia de Goiás em exercício de cargo efetivo. (Redação dada pela Lei 638/2016).

Art. 113 - A concessão da gratificação adicional ter-se-á à vista das informações prestadas pelo órgão
de pessoal que centralizar o assentamento individual do funcionário, através de processo formal.

Art.114 - O funcionário que exercer cumulativamente mais de um cargo terá direito a gratificação
adicional em relação à aquele de vencimento mais elevado.

Art115 - Não será concedida gratificação adicional, qualquer que seja o tempo de serviço, a funcionário
comissionado, salvo o tempo de serviço, a funcionários comissionados, salvo em relação ao cargo de que
for titular efetivo.

Art116 - A gratificação adicional não será devida enquanto o funcionário, por qualquer motivo, deixar
de receber o vencimento do cargo, exceto na hipótese do artigo anterior.
Parágrafo único - Toda vez que o funcionário sofrer corte em seu vencimento será também feita,
automática e, proporcionalmente, a redução correspondente em sua gratificação adicional.

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Subseção II
Da gratificação de incentivo funcional

Art. 117- A título de incentivo funcional, será concedida uma gratificação mensal de até 10% (dez por
cento) sobre o vencimento ou a remuneração do funcionário portador de certificado de curso de
aperfeiçoamento ou especialização ministrado:
I- treinamento do Núcleo de Recursos Humanos da Secretaria de Administração, ou por ele aceito, se
o curso for reconhecido;
II- por entidade de ensino superior;
III - por instituição de ensino mantido pelo Poder Público e destinada a treinamento de funcionários.
§ 1°- Os cursos de que trata este artigo deverão obrigatoriamente versar sobre disciplinas relacionadas
co as atribuições de cargo ocupado pelo funcionário.
§ 2°- Será garantida a todos os funcionários igualdade de condições para ingresso nos cursos a que
se referem os incisos I e III deste artigo.
§ 3°- Caso o número de pretendentes a determinado curso supere o número de vagas, serão eles
selecionadas à base de 50% (cinquenta por cento) mediante provas, e 50' 3/0 (cinquenta por cento) por
merecimento.

Art. 118 - Compete ao titular do órgão de lotação de funcionário o pedido da gratificação disciplinada
nesta subseção, observados os seguintes critérios:
I- para cursos de duração igual ou superior a 06 (seis) meses ou 260 (duzentos e sessenta) a 520
(quinhentos e vinte) horas-aulas, 5% (cinco por cento).
II- para curso de duração igual ou superior a um ano letivo ou 600 (seiscentas) horas-aulas, 10% (dez
por cento).
Parágrafo único - A gratificação prevista nesta subseção incorporar-se-á ao vencimento ou a
remuneração para efeito de aposentadoria e disponibilidade.

Art. 119 - Não se concederá a gratificação prevista nesta subseção quando o curso constituir requisito
exigido para a nomeação, promoção ou acesso, bem como quando se tratar de curso vago de frequência
não obrigatória.

Subseção III
Da gratificação de representação

Art. 120 - A gratificação de representação será concedida, individualmente, por ato do Chefe do Poder
Executivo a quem, a seu juízo, julgar conveniente, para prestação de encargos de confiança junto ao
gabinete da Prefeita.

Art. 121. A gratificação de representação de que trata o Art. 120, poderá atingir o percentual de até
100% (cem por cento). (Redação dada pela Lei 510/2014)
Parágrafo único: Os servidores efetivos sujeitos ao presente regime jurídico, incluindo os da Câmara
Municipal que perceberem a mesma gratificação, inclusive aquelas estabelecidas na Lei 434/2012, pelo
período de 5 (cinco) anos intercalados ou 3 (três) ininterruptos fará jus a sua incorporação ao vencimento
para todos os efeitos legais, no percentual recebido nos últimos doze meses e sendo percentual variado
a média do período de aquisição do referido direito. (Redação dada pela Lei 548/2015).

Subseção IV
Da gratificação especial de localidade e por atividade insalubres ou perigosas

Art. 122 - Pelo exercício em determinadas zonas ou locais e pela execução de atividades insalubres
ou perigosas o funcionário terá direito a adicional de insalubridade de 40%, 30%, 20% e 10% da
remuneração, dependendo do grau.
Parágrafo único - Se o funcionário trabalhar em serviço insalubre e perigoso, deverá optar pelo
adicional de um dos dois.

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Subseção V
Da remuneração pela prestação de serviço extraordinário

Art. 123 - A remuneração pela prestação de serviço extraordinário se destina a remunerar os serviços
prestados fora da jornada normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário no desempenho das
atribuições do seu cargo.
Parágrafo único - A remuneração pela prestação de serviço extraordinário será paga por hora de
trabalho antecipado ou prorrogado, calculada na mesma base percebida pelo funcionário por hora de
período normal de expediente, acrescida de 50%.

Art. 124 - É vedado conceder remuneração pela prestação de serviço extraordinário com o objetivo de
remunerar outros serviços, encargos ou a título de complementação de vencimento.
§ 1°- O funcionário que receber importância relativa a serviço extraordinário que não prestou será
obrigado a restituí-la de uma só vez, sujeito ainda a punição disciplinar.
§ 2°- Será responsabilizada a autoridade que infringir o disposto neste artigo.

Art. 125 - Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, com a demissão, o funcionário
que atestar falsamente em seu favor ou de outrem a prestação de serviço extraordinário.

Art. 126 - O funcionário que exercer cargo gratificação não poderá perceber a vantagem prevista nesta
subseção.

Subseção VI
Da gratificação pelo exercício de encargo de chefia assessoramento, secretariado e inspeção

Art. 127 - A função gratificada será instituída pelo Chefe do Poder Executivo para atender encargos de
chefia, assessoramento, secretariado e inspeção, previstos em regulamento ou regimento e que não
justifiquem a criação de cargo.
Parágrafo único - A vantagem de que trata este artigo:
I- não constituir situação permanente e os valores e critérios para fixação de seus níveis ou símbolos
serão definidos em ato da autoridade mencionada neste artigo;
II- será percebida pelo funcionário cumulativamente com respectivo vencimento ou remuneração.

Art. 128 - Não perderá o encargo gratificado o funcionário que se ausentar em virtude de férias, luto,
casamento e licença para tratar de saúde.
Parágrafo único - Somente será permitida a substituição nos termos dos arts. 22 e 24 deste Estatuto.

Art. 129 - O funcionário investido em encargo gratificado ficará sujeito a prestação de serviço em
regime de dedicação exclusiva.

Art. 129A - O servidor que receber a mesma gratificação, de representação e de função, por três anos
ininterruptos terá direito a sua incorporação, percebida de forma ininterrupta por período não inferior a 01
(um) ano e sendo de forma variável pela média aritmética dos últimos 3 (três) anos. (Acrescentado pela
Lei 656/2017)

Subseção VII
Da gratificação de incentivo no serviço de regência de classe

Art.130 - Ao professor efetivamente em regência de classe será concedida uma gratificação de 20%
(vinte por cento) sobre o respectivo vencimento, e/ou hora, aula, desde que permaneça em atividade e
enquanto perdurar tal situação.
Parágrafo único - A gratificação de que se trata este artigo não se incorporarão ao vencimento para
qualquer efeito e nenhum beneficiário poderá percebe-lo quando deixar a regência de classe primária.

Art. 131 - Considera-se em regência de classe para efeito de percepção da gratificação disciplinada
nesta subseção o (a) professor (a) que se encontrar em unidades de ensino de prática em sala de aula.

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107
Subseção III
Da progressão horizontal

Art. 132 - Progressão horizontal é a variação remuneratória correspondente a passagem do funcionário


de uma para outra referência dentro da mesma classe, obedecidos os critérios de antiguidade e
merecimento
1°- Pelo critério de antiguidade, o funcionário passará de uma para outra referência a cada 04 (quatro)
anos de efetivo exercício na classe, independentemente de qualquer outra avaliação.
2°- Para os efeitos deste artigo, o merecimento e a respectiva avaliação far-se-ão tomando-se por base
os resultados decorrentes da aplicação das disposições a serem reguladas pelo Chefe do Poder
Executivo.

Art. 133 - A progressão por merecimento poderá efetivar-se a cada 02 (dois) anos, reabrindo-se o
prazo para progressões posteriores.

Art. 134 - A progressão horizontal será concedida por ato do Chefe do Poder Executivo aos
funcionários que preencham os requisitos estabelecidos nesta seção, mediante processo formalizado no
órgão em que tiverem exercício.

Seção IX
O décimo terceiro salário

Art. 135 - Até o dia 20 de dezembro de cada ano será pago o décimo terceiro salário a todos os
servidores independentemente da remuneração a que fizerem justiça.
§ 1°- O décimo terceiro salário corresponderá a 1/12 (uns doze avos) da remuneração devida; em
dezembro, por mês de serviços do ano correspondente, ou a média aritmética da remuneração do
Executivo, no caso de ser esta maior.
§ 2°- A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havido como mês integral para os
efeitos do parágrafo anterior.
§ 3°- As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no parágrafo
1 °.

Art. 136 - O décimo terceiro salário é extensivo ao inativo e será pago até o dia 20 de dezembro de
cada ano, tomando-se por base o valor dos proventos devidos.

Art. 137 - O décimo terceiro salário não será considerado no cálculo de qualquer outra vantagem
pecuniária.

CAPÍTULO II
DAS FÉRIAS

Art. 138 - O funcionário fará justiça anualmente a 30 (trinta) dias consecutivos de férias, que não
poderão ser acumuladas em dois períodos.
§ 1°- Para o primeiro período aquisitivo serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
§ 2°- Os professores, desde que em regência de classe deverão gozar férias fora do período letivo.
§ 3°- De acordo com a necessidade do serviço e interesse do bem-estar público, os órgãos da
Prefeitura poderão estabelecer períodos de férias coletivas que serão deduzidas das férias normais.
§ 4°- O abono pecuniário será concedido desde que haja interesse de ambas as partes.
§ 5°- A remuneração das férias será acrescida de 1/3.

Art. 139 - O funcionário terá direito a férias na seguinte proporção:


I- 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 05 (cinco) vezes;
II- 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 06 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III- 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de I 5 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV- 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

Art. 140 - Para efeitos de aposentadoria, será contado em dobro o período de férias não gozado por
motivo de comprova de necessidade do serviço.

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108
CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS

Art. 141 - Ao funcionário poderá ser concedida licença:


I- para tratamento de saúde;
II- por motivo de doença em pessoa da família;
III - à gestante, de 180 (cento e oitenta) dias; (Redação dada pela Lei 506/2014)
IV- para atividade militar;
V- por motivo de afastamento do cônjuge;
VI- para atividade política;
VII- para tratar de interesse particulares;
VIII- prêmio;
IX- para frequência a curso de especialização, treinamento ou aperfeiçoamento.
X- licença-maternidade.

Art.142 - Ao funcionário ocupante de cargo em comissão só poderá ser concedida licença para
tratamento de saúde, licença a gestante, por motivo de doença em pessoa da família, e licença
paternidade.

Art. 143 - O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo doença
comprovada que o impeça de comparecer ao serviço, hipótese em que o prazo começará a correr a partir
do impedimento.

Art. 144 - A licença dependente de inspeção médica será concedida pelo prazo indicado no laudo ou
atestado, a partir de cuja data terá início o afastamento, ressalvada a hipótese prevista na parte final do
artigo anterior.

Art. 145 - A licença dependente de inspeção médica poderá ser prorrogada de oficio ou a requerimento
do funcionário.
Parágrafo único - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo menos 02 (dois) dias antes
do findo o prazo de licença; se indeferido, contar-se-á como de licença e período compreendido entre seu
término e a data do conhecimento do despacho denegatório.

Art. 146 - O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro)
meses, exceto os casos previstos nos itens IV, V e VI do art. 141.
§ 1°- Terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente o exercício do cargo, salvo pedido
de prorrogação.
§ 2°- O não cumprimento do disposto no parágrafo anterior importará na perda total do vencimento e,
se a ausência perdurar por mais de 30 (trinta) dias sem causa justificada, na demissão por abandono de
cargo.

Art. 147 - Decorrido o prazo de 24 (vinte e quatro) meses de licença para tratamento de saúde, o
funcionário será submetido a nova inspeção médica e aposentado, se for julgado total e definitivamente
inválido para o serviço público.

Art. 148 - O funcionário licenciado nos termos dos itens I, II e IX do art. 178, não poderá dedicar-se a
qualquer atividade remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser multado ou demitido por
abandono de cargo.

Art. 149 - O funcionário em gozo de licença comunicará ao seu chefe imediato o local onde poderá ser
encontrado.

Seção I
Da licença para tratamento de saúde

Art. 150 - A licença para tratar de saúde será concedida de oficio ou a pedido do funcionário.
§ 1°- Em qualquer das hipóteses, será indispensável a inspeção médica que poderá realizar, caso as
circunstâncias a exigirem, no local onde se encontrar o funcionário

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109
§ 2"- Para licença até 90 (noventa) dias, a inspeção será feita por médico indicado pela Prefeitura,
admitindo-se excepcionalmente se dessa forma não for possível, atestado passado por médico particular.
§ 3°- Na hipótese do parágrafo anterior, o atestado só produzirá efeito após homologado pela
Prefeitura.
§ 4°- No caso de não ser homologada licença no prazo máximo de 10 (dez) dias, o funcionário será
obrigado a reassumir o cargo, sendo considerado como falso período que exceder a 03 (três) dias em
que deixou de comparecer ao servidor por haver alegado doença.

Art. 151 - O funcionário acidentado no exercício de suas atribuições, ou acometido de doença


profissional, terá direito a licença com vencimento e vantagens do cargo pelo prazo de até 02 (dois) anos,
podendo, porém, o médico oficial concluir, desde logo, pela aposentadoria.
§ 1"- Entende-se por acidente aquele que acarrete dano físico ou mental e tenha relação mediata ou
imediata com o exercício do cargo, inclusive se:
I- sofrido pelo funcionário no percurso da residência ao trabalho e vice-versa;
II- decorrente de agressão física sofrida no exercício do cargo, salvo se comprovadamente provocada
pelo funcionário.
§ 2°- A comprovação do acidente, indispensável para a concessão da licença, deverá ser feita em
processo regular no prazo de 08 (oito) dias, salvo por motivo de força maior.
§ 3°- Entende-se por doença profissional, a que se deva atribuir, com relação de causa e efeito, as
condições inerentes ao serviço ou fatos nele ocorridos.

Art. 152 - Será licenciado o funcionário acometido de moléstia grave, contagiosa ou incurável,
especificada em lei, quando a inspeção médica não concluir pela imediata aposentadoria.

Seção II
Da licença por motivo de doença em pessoa da família

Art. 153 - Ao funcionário poderá ser deferida licença por motivo de doença de ascendente,
descendente, colateral, consanguíneo ou afim até o segundo grau civil e do cônjuge, ou companheiro (a)
de fato, reconhecido (a).
§ 1°- São condições indispensáveis para a concessão da licença prevista nesta seção:
I- prova de doença em inspeção médica verificada na forma dos parágrafo 1° e 3° do art. 187;
II- ser indispensável a assistência pessoal do funcionário e que esta seja incompatível com o exercício
simultâneo do cargo.
§ 2°- A licença a que se refere este artigo será com vencimento integral no primeiro mês;

Seção III
Da licença à gestante

Art. 154. À funcionária gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença por 150 (cento e
cinquenta) dias, com o vencimento e vantagens do cargo. (Redação dada pela Lei 698/2018)
§ 1°-Salvo prescrição médica em contrário, a licença será concedida a partir do início do oitavo mês
de gestação.
§ 2°- No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do dia do parto.
§ 3°- No caso de natimorto, decorrido 30 (trinta) dias do evento, a funcionária será submetida a exame
médico e, se julgada apta, reassumirá o exercício, se ela não dispuser ao retomo espontaneamente.

Art. 155 - A funcionária gestante, quando ocupante de cargo cujas atribuições exijam esforço físico
considerável, será deslocada para função mais compatível com o seu estado, a partir do quinto Mês de
gestação.

Art. 156. Em caso de adoção ou guarda judicial de criança até 03 (três) anos de idade, à servidora
efetiva será concedida 150 (cento e cinquenta) de licença remunerada, mediante apresentação de
documento oficial comprobatório da adoção ou de guarda. (Redação dada pela Lei 698/2018)

Art. 157. Em qualquer dos casos previstos neste capítulo, após o término da licença, a funcionária
disporá de 02 (duas) horas por para amamentação do filho. (Redação dada pela Lei 506/2014)

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110
Seção IV
Da licença para o serviço militar

Art. 158 - Ao funcionário convocado para o serviço militar ou outros encargos de segurança nacional
será concedida licença pelo prazo previsto em legislação específica.
Parágrafo único - A licença será concedida mediante apresentação de documento oficial que comprove
a incorporação ou chamada.

Art. 159 - Ao funcionário desincorporado conceder-se prazo não superior a 30 (trinta) dias para que
reassuma o exercício, sob pena de demissão por abandono de cargo.

Art. 160 - Ao funcionário oficial de reserva das forças Armadas será concedida licença com o
vencimento do cargo durante o período de estágios de serviço militar não remunerados e previstos em
regulamento militares.
Parágrafo único - Quando o estágio for remunerado, fica-lhe assegurado o direito de opção.

Seção V
Da licença por motivo de afastamento do Cônjuge

Art. 161 - A licença será concedida mediante pedido devidamente instruído, pelo prazo de 30 (trinta)
dias, sem vencimentos.

Art. 162 - Finda a causa da licença, o funcionário deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta)
dias, a partir dos quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho.

Art. 163 - O funcionário poderá reassumir o exercício do seu cargo a qualquer tempo,
independentemente de finda a causa da licença, não podendo, porém nesta hipótese, renovar o pedido.

Art. 164 - O disposto nesta seção aplica-se aos funcionários que vivam maritalmente e que tenham
convivência comprovada por mais de 05 (cinco) anos.

Seção VI
Da licença para atividades Políticas

Art.165 - Ao funcionário poderá ser concedida licença sem remuneração durante o período que mediar
entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
Parágrafo único - A partir do registro de candidatura até o 10° (décimo) dia seguinte ao da eleição, o
funcionário fará justiça à licença sem remuneração.

Seção VII
Da licença para tratar de interesses particulares

Art.166 - O funcionário poderá obter licença sem vencimentos para tratar de interesses particulares, a
juízo da Administração.
§ 1° - O funcionário aguardará em exercício a concessão da licença.
§2º - A licença poderá ser concedida pelo prazo de até 4 (quatro) anos, prorrogável por igual período.
(Redação dada pela Lei 698/2018).
§ 3° - O disposto nesta seção não se aplica ao funcionário em estágio probatório.

Art. 167 - O funcionário poderá desistir da licença a qualquer tempo.

Art. 168 - Em caso de interesse público comprovado, a licença poderá ser interrompida, devendo o
funcionário ser notificado do fato.

Art. 169 - A cada quinquênio de efetivo exercício prestado na condição de titular de cargo de
provimento efetivo, o funcionário terá direito a licença-prêmio de 03 (três) meses, a ser usufruída
ininterruptamente, com todos os direitos e vantagens do cargo.

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111
§1º - O funcionário ao entrar em gozo de licença-prêmio perceberá, durante esse período, vencimento
do cargo em provimento efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias a que fizer justiça. (Redação dada
pela Lei 656/2017)
§2. Os períodos de licença-prêmio não usufruídos pelo servidor em razão do indeferimento do pedido
de gozo, devido à necessidade do serviço público, podem ser convertidos em pecúnia. (Redação dada
pela Lei 656/2017)

Art.170 - Em caso de acumulação de cargos, a licença-prêmio será concedida a um deles, por opção
do funcionário.

Art. 171 - Suspende a contagem de tempo de serviço para efeito de apuração do quinquênio:
I - licença para tratamento da própria saúde, até 60 (sessenta) dias consecutivos ou não;
II - licença por motivo de doença de pessoa da família até 30 (trinta) dias, consecutivos ou não;
III- falta injustificada não superior a 30 (trinta) dias no quinquênio.
Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, suspensão é a cessação temporária da computação do
tempo, e reiniciando-se a sua contagem a partir do cumprimento do disposto nos itens acima.

Art.172 - Interrompe a contagem do tempo de serviço para efeito de apuração do quinquênio:


I- licença para tratamento da própria saúde por prazo superior a 60 (sessenta) dias, consecutivos ou
não;
II-licença por motivo de doença de pessoa da família no prazo superior a 20 (vinte) dias, consecutivos
ou não;
III-licença para tratar de interesses particulares;
IV-licença para atividades política;
V-falta injustificada superior a 30 (trinta) dias no quinquênio;
VI- pena de suspensão.
Parágrafo único - Interrupção, para os efeitos deste artigo, é a parada na contagem do tempo, para
dar início a nova contagem a partir da cessação do referido ato.

Art.173 - Para efeito de aposentadoria, será conta o em dobro o tempo de licença-prêmio que o
funcionário não houver gozado.

Seção IX
Da licença para frequentar a Curso de Doutorado, Mestrado, Especialização, Treinamento ou
Aperfeiçoamento

Art.174 - Para a consecução dos objetivos de que tratam os capítulos II e III do Título V deste Estatuto,
poderá ser concedida licença ao funcionário matriculado em curso de doutorado, mestrado, de
especialização, treinamento ou aperfeiçoamento profissional, a se realizar fora de sede de sua lotação,
desde que autorizado previamente pelo Prefeito, a quem caberá decidir quanto à ser ou não remunerado
o período de licença.

Seção X
Da licença - paternidade

Art.175 - Pelo nascimento de filhos, o servidor terá direito à licença - paternidade de 05 (cinco) dias
consecutivos.

CAPÍTULO IV
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 176 - Para efetiva apuração do tempo de serviço:


I- o número de dias será convertido em anos, considerado este como de 365 (trezentos sessenta e
cinco) dias.
II - feita a conversão, os dias restantes até 180 (cento e oitenta) não serão computados, arredondando-
se para 01 (um) ano quando excederem a esse número, nos casos de cálculos de proventos de
aposentadoria proporcional e disponibilidade.

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Art.177 - A apuração é a liquidação do tempo de serviço público a vista dos assentamentos do
funcionário, arquivados no departamento de pessoal responsável pela guarda desses documentos.
Parágrafo único - Quando os assentamentos não oferecerem dados suficientes que permitem segura
apuração do tempo de serviço prestado, o setor responsável pelo levantamento deverá recorrer,
subsidiariamente, ao registro da frequência ou a folha de pagamento.

Art. 178- Será contado integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de
serviço prestado:
I- como contratado ou sob qualquer outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres
municipais;
II- a União, aos Estados, aos Territórios, aos Municípios e ao Distrito Federal;
III- as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista sob o controle
acionários do Município;
IV- as Forças Armadas;
V- em atividades vinculadas ao regime de Sistema da Previdência Federal.
§ 1°- O tempo de serviço somente será contado uma vez para cada efeito vedada a acumulação do
que tiver sido prestado concomitantemente.
§ 2°- Não será contado o tempo de serviço que já tenha sido base para concessão de aposentadoria
por outro sistema.

Art. 179 - Não será computado, para nenhum efeito, o tempo:


I- da licença por motivo de doença de pessoa da família do funcionário, quando não remunerado;
II- da licença para tratar de interesses particulares;
III- da licença por motivo de afastamento de cônjuge;
IV- de afastamento não remunerado.

Art. 180 - O cômputo do tempo de serviço público, à medida que flui, somente será feito no momento
em que dele necessitar o funcionário para comprovação de direitos assegurados em lei.
Parágrafo único - A contagem de tempo de serviço público reger-se-á pela lei em vigor na ocasião em
que o serviço haja sido prestado.

CAPÍTULO V
DA DISPONIBILIDADE

Art.181 - Disponibilidade é o afastamento temporário do funcionário efetivo ou estável em virtude da


extinção do cargo, da declaração de sua desnecessidade, e mediante participação em Congresso.

Art. 182 - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o funcionário ficará em disponibilidade
remunerada, com vencimento proporcional ao seu tempo de serviço.

Art.183 - Qualquer alteração de vencimento concedida em caráter geral aos funcionários em atividade,
será extensiva, na mesma a época e proporção ao provento do disponível.

Art.184 - O período relativo a disponibilidade será considerada como de efetivo exercício para efeito
de aposentadoria e gratificação adicional.

CAPÍTULO VI
DA APOSENTADORIA

Art.185 - Aposentadoria é o dever imposto ao Município de assegurar ao funcionário o direito a


inatividade, como compensação pelos serviços já prestados ou como garantia de amparo contra as
consequências de velhice e da invalidez.

Art. 186 - Salvo disposição constitucional em contrário funcionário será aposentado:


I- por invalidez;
II- compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade;
III- voluntariamente
a)- Após 30 (trinta) anos de exercício em função de magistério como tal, considerando a efeito regência
de classe, se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora.

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Parágrafo único - Considera-se em função de magistério, para efeitos do disposto na alínea "b" do
inciso III deste artigo, o funcionário:
I- no exercício de cargo em comissão ária esfera da administração direta e indireta do Poder Executivo
Municipal.
a)-na esfera da administração direta e indireta do Poder Executivo Municipal.
b)- fora da esfera municipal, desde que o comissionamento se dê na área da educação.

Art.187- É automática a aposentadoria compulsória, que será declarada com efeito a partir do dia
seguinte aquele em que o funcionário completar a idade limite.
Parágrafo único - O retardamento do ato declaratório a que se refere este artigo não evitará o
afastamento do funcionário, nem servirá de base ao reconhecimento de qualquer direito ou vantagem.

Art.188 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por
período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses, salvo, quando o laudo médico oficial concluir pela
incapacidade definitiva do funcionário para o serviço público.
§ 1° - Após o período de licença, e não estando em condições de assumir o cargo ou ser readaptado
em outro mais compatível com a sua capacidade, o funcionário será declarado aposentado.
§ 2° - A declaração de aposentadoria na hipótese do parágrafo anterior, será precedida de perícia
realizada por médico oficial, em que se verifique relate a ocorrência de incapacidade do funcionário para
o serviço público.

Art. 189 - O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado nos termos do art. 222 deste
Estatuto.

Art. 190 - O Provento da Aposentadoria será:


I - Correspondente ao vencimento integral do cargo quando funcionário:
a)- contar o tempo de serviço legalmente previsto para a aposentadoria voluntária;
b)- for inválido para o serviço público por acidente em serviço ou em decorrência de doença
profissional;
c)- for acometido de tuberculose ativa, alienação mental, moplastia, cegueira progressiva, hanseníase,
cardiopatia grave, paralisia irreversível e incapacidade, doença de Parkinson, Lorele de Huntington,
espondiliartrose aquilosante, nefropatia grave e estado avançado de Paget (osteite detormante), com
base nas conclusões de laudo médico oficial.
d)- na inatividade for acometido de qualquer das doenças especificadas na alínea anterior;
II- Proporcional ao tempo de serviço nos demais casos.
Parágrafo único - A proporcionalidade de que trata o inciso II corresponderá por ano de efetivo
exercício a 1/35 (um trinta e cinco) avos, para os funcionários do sexo masculino e a 1/30 (um trinta) avos,
se professora.

Art. 191 - O cálculo dos proventos terá por base o vencimento do cargo acrescido de gratificação
adicional por tempo de serviço e outras vantagens pecuniárias, incorporáveis na forma desta Lei.
Parágrafo único - Em nenhuma hipótese o provento será fixado em valor inferior ao Piso Nacional de
salário, vigente a época de aposentadoria.

Art.192 - Os proventos da inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.

Art. 193 - O funcionário que contar tempo de serviço suficiente para se aposentar voluntariamente
passará a inatividade;
I - Com o vencimento do cargo efetivo acrescido além de outros benefícios previstos nesta Lei, da
gratificação de função ou de representação que houver exercido, em qualquer época, por no mínimo de
05 (cinco) anos ininterruptos;
II - Com iguais vantagens, desde que o exercício referido no inciso anterior tenha compreendido um
período, pelo menos, 10 (dez) anos intercalados.
§ 10 - Quando mais de um cargo ou função haja sido exercido, será atribuída a vantagem de maior
valor desde que lhe corresponde um exercício não inferior a 12 (doze) meses. Fora dessa hipótese,
atribuir-se-á vantagem do de valor imediatamente inferior dentre os exercícios por igual período.
§ 2°- O período de prestação de serviços em regime em tempo integral para efeito do interstício a que
se referem os incisos I e II deste artigo.

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§ 3°- Os benefícios de que trata este artigo serão reajustados na mesma proporção, sempre que forem
majorados para o funcionário em atividade.

Art. 194 - O chefe do Órgão em que o funcionário estiver lotado determinará o seu afastamento do
exercício do cargo, comunicando o fato à autoridade competente para a decretação da respectiva
aposentadoria, através do Secretário da Administração e Finanças, no dia imediato ao em que:
I- For considerado, por laudo médico, definitivamente incapaz para o serviço público;
II completar idade limite para a aposentadoria compulsória.
Parágrafo único - O procedimento que trata a parte inicial do "caput" deste artigo deverá ser adotado
pelo Secretário da Administração Finanças quando for publicado o decreto de aposentadoria voluntária
do funcionário.

CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PETIÇÃO

Art.195 - Será assegurado ao funcionário o direito de requerer, bem como de representar.

Art. 196 - O requerimento é cabível para defesa de direito ou de interesse legítimo e a representação,
contra abuso de autoridade ou desvio de poder.
§ 1°- O direito de requerer será exercido perante a autoridade competente, em razão de matéria e
sempre por intermédio daquele a que estiver imediatamente subordinado o funcionário.
§ 2°- A representação deverá ser encaminhada pela via hierárquica e será obrigatoriamente apreciada
pela autoridade superior àquela contra a qual é interposta;
§ 3°- O funcionário poderá ser representado pela via de procuração.

Art. 197 - Sob pena de responsabilidade, será assegurado ao funcionário:


I- rápido andamento dos processos de seu interesse nas repartições públicas;
II- a ciência das informações, pareceres e despachos dados em processos que a ele se refiram;
III- a obtenção de certidões requerimentos para defesa de seus direitos e esclarecimentos de
situações, salvo o interesse público impuser sigilo.

CAPÍTULO VIII
DA ACUMULAÇÃO

Art.198 - É vedado a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, exceto nos
casos previstos na Constituição Federal ou em lei complementar, obedecidos os critérios de
compatibilidade de horários e correlação de funções.
Parágrafo único - A proibição de acumular a que se refere este artigo estende-se a cargos, empregos
e funções em autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.

TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES

Art.199 - São deveres do funcionário:


I- assiduidade;
II -pontualidade;
III- discrição;
IV- urbanidade;
V- lealdade as instituições constitucional e administrativa a que servir;
VI- obediência as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
VII- observância das normas legais e regulamentares;
VIII- zelo pela economia e conservação do material que lhe for confiado e pelo desempenho dos
encargos de que for incumbido;
IX- exposição, aos chefes, das dúvidas e dificuldades que encontrar no exame dos documentos e
papeis sujeitos ao seu estudo;

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X- levar ao conhecimento de seu chefe imediato as, irregularidades de que tiver ciência em razão de
seu cargo, representando autoridade superior, se aquele não levar na devida conta a informação
prestada;
XI- guardar sigilo sobre os assuntos de natureza confidencial.
XII- atender, com preterição a qualquer outro serviço:
a)- as requisições para defesa da Fazenda Pública;
XVI - manter espírito de solidariedade, cooperação e lealdade regimentos, instruções e ordens de
serviços, pertinentes as suas atribuições;
XIV - apresentar-se decentemente trajado ao serviço;
XV - trazer rigorosamente atualizadas as leis, regulamentos, inconveniência para o serviço público;
para os colegas de serviço;
XVII - frequentar cursos de treinamento, aperfeiçoamento e especialização profissional legalmente
instituídos;

CAPÍTULO II
DO APERFEIÇOAMENTO E DA ESPECIALIZAÇÃO

Art. 200 - É dever do funcionário diligenciar constante aperfeiçoamento profissional e cultural.

Art. 201 - O funcionário tem por dever frequentar, salvo motivos relevantes que o impeçam, cursos de
especialização, treinamento e aperfeiçoamento profissional, para os quais seja expressamente designado
e convocado.

Art. 202 - Para que o funcionário possa ampliar sua capacidade profissional, a Prefeitura promoverá
cursos de especialização e aperfeiçoamento.

Art. 203 - A Prefeitura manterá em caráter permanente, no orçamento de cada exercício, dotação
suficiente destinada a garantir a consecução dos objetivos dispostos neste Capítulo.

Art. 204 - Os diplomas, certificados de aproveitamento e atestado de frequência, fornecidos pelo órgão
responsável pela administração de cursos influem como títulos nos concursos em geral e nas promoções
e acessos dg classe em que esteja interessado seu portador.

CAPÍTULO III
DO TREINAMENTO

Art. 205 - A Prefeitura manterá na esfera da Secretaria da Administração e Finanças, através do Núcleo
de Recrutamento, Seleção e Treinamento de Pessoal de outras entidades de ensino conveniadas, curso
de especialização, aperfeiçoamento e treinamento para os funcionários regidos por este Estatuto.

Art. 206 - Constitui, dentre outros, objetivo dos cursos referidos no artigo anterior:
I- de especialização:
a)- ministrar conhecimentos técnicos especializados, tendo em vista o aprimoramento do funcionário
rio campo de sua atividade profissional;
b)- propiciar ao funcionário condições de aprimoramento técnico através de palestras, conclaves,
seminários ou simpósios relativos ao campo de sua especialização.
II- de aperfeiçoamento e treinamento:
a)- fornecer ao servidor elementos gerais de instrução;
b)- ministrar técnicas especificadas de: administração, particularmente nos setores de planejamento
administrativo; lançamento de arrecadação de tributos; elaboração e execução de material, organização
e métodos; relações públicas e atividades de chefia;

Art. 207 - Para efeitos do disposto neste capítulo, aplicam-se aos funcionários regidos por este Estatuto
os disciplinamentos dos parágrafos segundo e terceiro do art. 117.

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CAPÍTULO IV
DAS TRANSGRESSÃO DISCIPLINAR

I- referir-se de modo depreciativo ou desrespeitoso, em informação, requerimento, parecer ou


despacho, a autoridades, a funcionários e usuários, bem como a atos da administração pública podendo
porém em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço, então
construtivamente;
II- retirar sem prévia autorização da autoridade competente qualquer documento ou objeto da
repartição;
III- promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
IV- valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ilícito;
V- coagir ou aliciar subordinado com o objetivo de natureza político-partidária;
VI- participar da gerência ou da administração de empresa industrial ou comercial, exceto as de caráter
cultural ou educacional;
VII- exercer comércio ou participar de sociedade comercial, exceto como acionista, cotista ou
comanditário;
VIII- praticar a usura em qualquer de suas formas;
IX- pleitear como procurador ou intermediário junto às repartições públicas;
X- receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie;
XI- facultar a pessoa estranha a repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargo
que lhe competir ou a seus subordinados;
XII- deixar de pagar, com regularidade, as pensões a que esteja obrigado em virtude de decisão
judicial;
XIII- faltar a verdade no exercício de suas funções, por malícia ou má fé;
XIV- deixar de informar, com presteza, os processos que lhe forem encaminhados;
XV- dificultar ou deixar de levar ao conhecimento da autoridade e competente, por via hierárquica e
em 24 (vinte e quatro) horas, queixas, denúncia representações, petições, recursos ou documento que
houver recebido se estiver na sua alçada resolver;
XVI- negligenciar ou descumprir qualquer ordem legítima;
XVII- apresentar maliciosamente queixa, denúncia ou representação;
XVIII- lançar em livros oficiais de registro anotações, reclamações, reivindicações ou qualquer outra
matéria estranha às suas finalidades;
XIX- adquirir, para revenda de associação de classes ou entidades beneficentes em geral, gêneros ou
quaisquer mercadorias;
XX- entreter-se, durante as horas de trabalho em palestras ou outros afazeres estranhos ao serviço;
XXI- deixar, quando comunicado em tempo hábil, de providenciar a inspeção médica do servidor seu
subordinado que tenha faltado ao serviço por motivo de saúde;
XXII- deixar, quando sob sua responsabilidade, de prestar informações sobre funcionário em estágio
probatório;
XXIII- esquivar-se de providenciar a respeito de ocorrências no âmbito de suas atribuições, salvo no
caso de impedimento, o que comunicará em tempo hábil;
XXIV- representar contra superior hierárquico sem observar as prescrições regulamentares;
XXV- propor transações pecuniárias a superior ou a subordinado com o objetivo de auferir lucros;
XXVI- utilizar-se do anonimato para qualquer fim;
XXVII- aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de autoridade competente, ou
para que seja retardada a sua execução;
XXVIII- simular doença para esquivar-se do cumprimento da obrigação;
XXIX- trabalhar mal, intencionalmente ou com negligência;
XXX- faltar ou chegar atrasado ao serviço, ou deixar de participar com antecedência a autoridade
imediatamente superior a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo motivo justo;
XXXI- permutar processo, tarefa ou qualquer serviço que lhe tenha sido atribuído, sem expressa
permissão da autoridade competente;
XXXII- abandonar o serviço para o qual tenha sido designado;
XXXIII- não se apresentar sem motivo justo ao fim de licença para tratar de interesse particulares,
férias, cursos ou dispensas de serviço para participar em congressos, por ordem superior;
XXXIV- desrespeitar ou procrastinar o cumprimento de decisão ou ordem judicial, bem como criticá-
las;
XXXV- usar durante o serviço, mesma em quantidade insignificante, bebidas alcoólicas de qualquer
natureza, usar psicotrópicos e congêneres, nem como traficá-los;

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117
XXXVI- recusar-se, sem justa causa, a submeter-se a inspeção médica o exame de capacidade
intelectual ou vocacional previsto neste Estatuto;
XXXVII- negligenciar na guarda de objetos pertencentes a repartição e que, em decorrência da função
ou para o seu exercício, lhe tenha sido confiado, possibilitando a sua danificação ou extravio;
XXXVIII- demonstrar parcialidade nas informações de sua responsabilidade para aferição do
merecimento de funcionário;
XXXIX- influir para que terceiro intervenha para a sua promoção ou impedir a sua remoção;
XL- retardar o andamento de processo sumaríssimo para pagamento de auxílio-funeral;
XLI- receber gratificação por serviço extraordinário que não tenha prestado efetivamente;
XLII- deixar de aplicar penalidades merecidas, quando lhe forem afetas, a funcionário subordinado ou
em caso contrário, deixar de comunicar a infração à autoridade competente, para que o faça;
XLIII- deixar de adotar a tempo, na esfera de suas atribuições, providências destinadas a evitar
desfalques ou alcances pecuniários por parte de detentores de dinheiro ou de valores do Município, dada
a sua vida irregular ou incompatível com seus vencimentos ou renda particular, cuja comprovação poderá
ser exigida;
XLIV- abrir ou tentar abrir qualquer dependência da repartição fora das horas de expediente, desde
que não esteja expressamente autorizado pela autoridade competente;
XLV- fazer uso indevido de veículo da repartição;
XLVI- atender, em serviço com desatenção ou indelicadeza, qualquer pessoa do público;
XLVII- indispor o funcionário contra os seus superiores hierárquicos ou provocar, velada ou
ostensivamente, animosidade entre sus pares;
XLVIII- acumular cargos, funções e empregos público ressalvadas as exceções constitucionais;
XLIX- dar causa intencionalmente a extravio ou danificação de objetos pertencentes à repartição.
L- fazer diretamente, ou por intermédio de outrem, transações pecuniárias, envolvendo assunto do
serviço, bens do Município ou artigos de uso proibido;
LI- introduzir ou distribuir na repartição quaisquer escritos que atentem contra a disciplina e a moral;
LII- praticar crimes contra a administração pública;
LIII- lesar os cofres públicos ou dilapidar o patrimônio municipal;
LIV- praticar ofensas físicas em serviço contra fracionário ou qualquer pessoa, salvo em legítima
defesa;
LV- cometer insubordinação grave em serviço;
LVI- aplicar irregularmente dinheiro público;
LVII- revelar segredo que conheça em razão de seu cargo ou função;
LVIII- abandonar sem justa causa o exercício de suas funções durante o período de 30 (trinta) dias
consecutivos;
LIX- faltar sem justa causa ao serviço por 45 (quarenta e cinco) dias intercalados, no período de 365
(trezentos e sessenta e cinco) dias;
LX- exercer advocacia administrativa;
LXI- ofender, provocar, desafiar ou tentar desacreditar qualquer colega ou autoridade superior, com
palavras, gestos ou ação;
LXII- dar-se ao vício de embriagues pelo álcool ou por substâncias de efeitos análogos;

CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 209- Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil, penal e
administrativamente.

Art. 210 - A responsabilidade civil decorre do procedimento omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,
que importa em prejuízo da Fazenda Pública ou de terceiros.

Art. 211- A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao funcionário como
tal.

Art. 212 - A responsabilidade administrativa resulta da pratica de qualquer uma das transgressões ou
proibições previstas no capítulo anterior.

Art. 213 - As sanções civis, penais e disciplinares poderão acumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.

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Art. 214- A abolição só afasta a responsabilidade civil a administrativa se negar a existência do fato ou
afastar do acusado a respectiva autoria.

CAPÍTULO VI
DAS PENALIDADES

Art. 215- São penas disciplinares:


I- repreensão;.
II- suspensão;
III- multa;
IV- destituição de função por encargos de chefia;
V- demissão;
VI- cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Art. 216- Para imposição da pena disciplinar no âmbito de suas respectivas atribuições, são
competentes:
I- O chefe do Poder Executivo, em quaisquer dos casos enumerados no artigo anterior;
II- Os Secretários do Município, os dirigentes de autarquias, as mesmas penas a que se refere o item
anterior, exceto as de demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, de exclusiva competência
do Prefeito Municipal.
§ 1°- A pena de destituição de função por encargos de chefia caberá à autoridade que houver
designado o funcionário.
§ 2° - A autoridade que tiver ciência da falta praticada pelo funcionário sob sua subordinação, se
punível, ela independentemente de processo disciplinar, aplicará desde logo a pena que seja de sua
alçada e, quanto à que escapar aos limites de sua atribuição, representará à autoridade competente.

Art. 217- Na aplicação das penas disciplinares serão consideradas:


I - a natureza da infração, sua gravidade e a circunstância em que foi praticada;
II - os danos dela decorrentes para o serviço público;
IlI - a repercussão do fato;
IV - os antecedentes do servidor;
V - a reincidência;
Parágrafo único - É circunstância agravante de falta disciplinar haver sido praticada com o concurso
de dois ou mais servidores.

Art. 218 - A pena de repreensão, que será sempre aplicada por escrito e deverá constar do
assentamento individual do servidor, destina-se a punição de falta que, não sendo expressamente objeto
de qualquer outra sanção, sejam a critério da Administração, consideradas de natureza leve.
§ 1° - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo
durante a suspensão.
§ 2° - Havendo conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na
base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigando-se neste caso o a
funcionário permanecer no serviço.
§ 3° - A imposição da pena será sempre precedida de sindicância realizada em 05 (cinco) dias,
contados do conhecimento da infração.
§ 4° A aplicação das penas de repreensão e suspensão até 30 (trinta) dias independem de processo
administrativo.
§ 5° - A aplicação da pena de suspensão por mais de 30 (trinta) dias dependerá, em qualquer caso,
de apuração da falta em processo disciplinar em que se assegure ao funcionário ampla defesa.

Art. 219 - As penas de repreensão e as de suspensão serão canceladas após o decurso de 05 (cinco)
a 10 (dez) anos de efetivo exercício respectivamente, se o funcionário não houver, neste período,
praticado qualquer nova infração disciplinar.
Parágrafo único - O cancelamento será efetivado pelo chefe do órgão encarregado do controle dos
assentamentos individuais do pessoal e não produzirá efeito retroativo, ressalvada a contagem dos dias
de suspensão para aposentadoria e disponibilidade.

Art. 220 - Será cassada a disponibilidade ou aposentadoria se ficar provado, em processo


administrativo, em que se tenha proporcionado defesa ao acusado, que a aposentadoria foi concedida

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119
irregularmente, que o funcionário em disponibilidade ou aposentado, quando ainda na ativa, praticou ato
que importasse em demissão a bem do serviço público.
Parágrafo único - A disponibilidade também será cassada se o funcionário não assumir no prazo legal
o exercício do cargo em que for aproveitado.

Art. 221 - As penas de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de função


aplicados pela autoridade competente. Em cada caso, para nomear ou designar o funcionário, com
exceção do último caso, acarretarão incompatibilidade com nova investidura em cargo público.
Parágrafo único - Os atos de demissão, destituição de função ou de cassação de aposentadoria ou
disponibilidade mencionarão sempre as causas e os fundamentos de direito em que se basearam.

Art. 222 - A aplicação de penalidades pelas transgressões disciplinares constantes deste Estatuto não
exime o funcionário da obrigação de indenizar o Município pelos danos causados.

Art. 223- Cessará a incompatibilidade de que trata o art. 249 se for declarada a reabilitação do punido
em revisão do processo disciplinar mediante sentença judicial.

Art. 224 - Prescreve ação disciplinar:


I- em 04 (quatro) anos, quanto às infrações puníveis com demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade;
II- em 01 (um) ano, quanto às infrações puníveis com suspensão por mais de 30 (trinta) dias ou
destituição de função por encargo de chefia;
III- em 120 (cento e vinte) dias, quanto às transgressões puníveis com pena de suspensão 30 (trinta)
dias, multa repreensão.
§ 1 °- O prazo de prescrição começa a correr da data em que o delito for praticado, exceto para a
hipótese de cassação de aposentadoria por irregularidade na sua concessão, caso em que o tempo inicial
é a data da ciência pela autoridade competente do ato ou fato sujeito à punição.
§ 2°- Os prazos de prescrição fixados em lei aplicam-se as infrações disciplinares previstas como
crime, ressalvando-se o abandono de cargo.
§ 3°- O curso da prescrição interrompe-se com o ato de abertura de sindicância ou instauração de
processo disciplinar.
§ 4°- Interrompida a prescrição, todo prazo começa a correr novamente do dia da interrupção.

CAPÍTULO VII
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA

Art. 225 - Cabe a suspensão preventiva ao funcionário em qualquer fase do processo disciplinar a que
esteja sujeito pelo prazo de 30 (trinta) dias e a ser aplicada pela autoridade instauradora do processo,
desde que sua permanência em exercício possa prejudicar a apuração dos fatos.

Art. 226 - O funcionário terá direitos:


I- a contagem do tempo de serviço se não houver resultado da pena disciplinar, ou se esta se limitar a
repreensão;
II- a contagem do tempo de serviço relativo ao período que exceder ao máximo legalmente previsto
para a suspensão;
III- a contagem do período de suspensão preventiva e ao pagamento do vencimento ou da a
remuneração e todas as vantagens do exercício, desde que reconhecida sua inocência.

TÍTULO VI
DO PROCESSO DISCIPLINAR E SUA REVISÃO

CAPITULO I
DO PROCESSO

Art. 227 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade de serviço público é obrigada a promover-
lhe a imediata apuração em processo disciplinar, assegurando-se ao indiciado ampla defesa.
§ 1°- O processo disciplinar precederá a aplicação da pena de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
destituição de função, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ressalvada a hipótese
de penalidade decorrente de sentença judicial.

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§ 2° - Como medida preparatória, o funcionário público designado pela autoridade para apuração dos
fatos e descoberta da autoria, procederá a uma sindicância preliminar escrita ou não, propondo a
comissão, se for o caso, ação administrativa disciplinar, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, prorrogáveis
por iguais períodos, mediante a apresentação de denúncia que conterá: (Redação dada pela Lei
638/2016)
I- a exposição da infração administrativa, com todas suas circunstâncias;
II- a qualificação do indiciado;
III- a classificação do ilícito disciplinar;
IV- o rol de testemunhas e a indicação de outras providências quando necessário.

Art. 228- São competentes para determinar a abertura do processo disciplinar, no âmbito de suas
respectivas atribuições às autoridades a que se referem os itens e II art. 216 - deste Estatuto.

Art. 229- O processo disciplinar será promovido por unia comissão composta de três funcionários,
designada pela autoridade quando o houver determinado, que escolherá, dentre os membros, o
respectivo presidente.
§ 1°- O presidente da comissão designará um de seu membro para secretariar os trabalhos;
§ 2°- Sem prejuízos do disposto neste artigo, os Secretários Município, dirigentes das autarquias e
autoridades equivalentes poderão institui processo disciplinar junto aos órgãos específicos.
§3. A comissão de que trata esse artigo será permanente e deverá ser integrada por representante da
procuradoria, sendo que seus membros poderão ser substituídos por ato do prefeito. (Acrescentado pela
Lei 656/2017)
§4. Todos que integram à comissão devem ser servidores efetivos. (Acrescentado pela Lei 656/2017)
§5. Os integrantes da comissão receberão Adicional de Processo Administrativo (Adicional de PA)
correspondente a 30% (trinta por cento) de seu salário base, que se incorpora após três anos de
recebimento. (Acrescentado pela Lei 656/2017)
§6. Aos membros da comissão instituída pelo Decreto n2 738/2016, com suas alterações posteriores,
incluindo a nova composição imposta por essa Lei, o prazo de que trata o parágrafo anterior será de dois
anos. (Acrescentado pela Lei 656/2017)

Art. 230 - Sempre que necessário, a comissão dedicará todo o seu tempo de trabalho ao processo
disciplinar, ficando os seus membros, em tal caso, dispensados do serviço normal de repartição durante
o curso das diligências e elaboração do relatório.

Art. 231 - Recebida a denúncia, a comissão instaurará processo disciplinar dentro de 24 (vinte e quatro)
horas, determinando a citação do acusado para interrogatório a ser realizado, no máximo até 05 (cinco)
dias contados da citação.
§ 1°- Não sendo encontrado o acusado, por se achar em lugar incerto e não sabido, ou por se ocultar
para não receber a citação, está se fará por edital, com prazo de 15 (quinze) dias, publicado 03 (três)
vezes.
§ 2°- Após o interrogatório que deverá ser feito na presença das partes, abrir-se-á o prazo de 03 (três)
dias para a apresentação de defesa prévia, na qual o acusado terá oportunidade de requerer as provas
a serem produzidas na instrução que deverá estar concluída no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 3°- Se o acusado não comparecer para interrogatório para se ver processar, ser-lhe-á nomeado
defensor, conforme determina as regras do Código de Processo Penal.
§ 4°- Igual providência tomará a comissão quando o acusado, embora presente, não tenha constituído
defensor.
§ 5°- Apresentada a defesa prévia, a comissão marcará sucessivamente audiência para a inquisição
das testemunhas arroladas pela acusação e defesa, determinando posteriormente a produção de outras
provas requeridas pelas partes.
§ 6°- Na produção de provas, a comissão poderá recorrer, sempre que a natureza do fato o exigir, a
peritos ou técnicos especializados, requisitando à autoridade competente o pessoal, material e
documentos necessários.
§ 7°- As partes serão intimadas para todos os atos procedimentais, assegurando-se lhes o direito de
participação plena no processo, inclusive de requerimento de perguntas às testemunhas e formulação de
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 8°- No caso do não comparecimento do acusado e seu defensor ou de qualquer deles, e por motivo
justificado, será suspensa a audiência e designada outra data, fato que somente ocorrerá uma vez, por

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motivo justificado ou se já adiada uma vez, ser-lhe-á nomeado outro defensor e realizada audiência ainda
que sem a presença do acusado.
§ 9°- Concluída a fase instrutiva, dar-se-á vista dos autos às partes, na repartição, no prazo de 03
(três) dias para solicitação de diligências complementares que serão indeferidas pela comissão, quando
julgadas meramente protelatórias.
§ 10°- Em seguida, a comissão abrirá sucessivamente às partes, no prazo de 05 (cinco) dias, para
alegações finais, de acusações e de defesa.
§ 11°- Ultimado o procedimento probatório, a comissão elaborará o seu relatório no prazo de 10 (dez)
dias, em que fará o histórico dos trabalhos realizados e apreciar isoladamente, em relação a cada
acusado, as irregularidades que lhe são imputadas e as provas colhidas nos autos, propondo então e
justificadamente a isenção de penalidade, ou de punição, e indicando neste último caso a penalidade que
couber ou as medidas adequadas.
§ 12°- Deverá ainda a comissão, em seu relatório, sugerir quaisquer providências que lhe pareça de
interesse de serviço público.
§ 13°- Sempre que, no curso do processo disciplinar for constatada a participação de outros
funcionários, ser apuradas a responsabilidade disciplinar destes, independentemente de nova
intervenção da autoridade que mandou instaurar.

Art. 232- A comissão, quando não permanente, após elaborar seu relatório se dissolverá, porém, seus
membros prestarão a qualquer tempo á autoridade competente os esclarecimentos que lhe forem
solicitados a respeito do processo.

Art. 233 - Recebido o processo, a autoridade que determinou sua instauração o julgará no prazo de 30
(trinta) dias, a contar de seu recebimento.
§ 1°- A autoridade referida neste artigo poderá solicitar parecer de qualquer órgão ou funcionário sobre
o processo, desde que o julgamento seja proferido no prazo legal.
§ 2°- O julgamento deverá ser fundamentado, promovendo ainda a autoridade a expedição dos atos
decorrentes as providências necessárias execução, inclusive a aplicação da penalidade.

Art. 234- Quando escaparem a sua alçada as penalidades providências que lhe parecerem cabíveis,
a autoridade as proporá a instância competentes.
Parágrafo único - No caso deste artigo, o prazo p julgamento final será acrescido de mais 15 (quinze)
dias;

Art. 235 - As decisões serão sempre publicadas em lugar C próprio, dentro do prazo de 10 (dez)
dias.

Art. 236 - Quando a infração disciplinar constituir ilícito penal, a autoridade competente providenciará
também a instauração do inquérito policial ou da ação penal, mediante queixa-crime, pela Procuradoria,
como será nos casos logo no início considerados graves.

Art. 237 - No caso de abandono de cargo, a autoridade competente determinará ao órgão encarregado
do controle de pessoal a instauração de processo sumaríssimo iniciado com a publicação no órgão oficial,
por 03 (três) vezes do edital de chamamento, pelo prazo de 20 (vinte) dias, que será contado a partir da
terceira publicação.
§ 1°- Findo este prazo e não comparecendo o acusado ser-lhe-á nomeado defensor para, em 10 (dez)
dias, a contar da ciência da nomeação, apresentar defesa.
§ 2°- Apresentada a defesa e realizada as diligências necessárias à colheita de provas, o processo
será concluso ao Secretário ou autoridade equivalente para julgamento.

CAPÍTULO II
DA REVISÃO

Art. 238 - Até 02 (dois) anos da aplicação da pena disciplinar poderá ser requerida a revisão do
processo disciplinar de que resultou aplicação de pena, desde que se acusam fatos ou circunstâncias
suscetíveis de justificar a inocência do requerente.
Parágrafo Único- Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida
por qualquer dos seus sucessores ou das pessoas constantes do seu assentamento individual.

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Art. 239 - Correrá a revisão em apenso ao processo originário.
Parágrafo único - Não constitui fundamento para a revisão a simples alegação de injustiça da
penalidade, ou a aquisição de nulidade suscita no curso de processo sido considerado improcedente.

Art. 240 - O requerimento será dirigido a mesma autoridade que houver imposto a pena disciplinar.
§ 1°- Na inicial, o requerente fará uma exposição dos fatos e circunstâncias capazes de modificar o
julgamento originário e pedirá a designação do dia hora para inquirição de testemunhas que arrolar.
§ 2°- Será considerada informante a testemunha que, residindo fora da sede de funcionamento da
comissão, prestar depoimento por escrito com fama reconhecida.
§ 3°- Até a véspera da leitura do relatório será licito ao requerente apresentar documentos que lhe
pareçam úteis ao deferimento de seu pedido.

Art. 241 - Recebido o requerimento, a autoridade designará comissão especial composta de 03 (três)
membros, um dos quais desde logo designado como Presidente, não podendo integrá-la qualquer dos
membros da comissão do processo disciplinar originário.
Parágrafo único - O Presidente da comissão designará por portaria o membro que deverá servir como
secretário, comunicando este fato ao órgão de pessoal.

Art. 242 - A comissão concluirá os seus trabalhos em 60 (sessenta) dias, permitida a prorrogação a
critério da autoridade a que se refere o artigo anterior, por mais de 30 (trinta) dias, remeterá o processo
a este, com relatório.

Art. 243 - O prazo para julgamento do pedido revisório será 40 (quarenta) dias, podendo antes a
autoridade determinar diligências, concluídos as quais proferirá a decisão dentro do prazo de 15 (quinze)
dias.
Parágrafo único - Caberá ao Chefe do Poder Executivo o julgamento, quando do processo revisto
houver resultado pena de demissão, cassação, aposentadoria e disponibilidade.

Art. 244 - A decisão poderá simplesmente desclassificar a infração para aplicação de penalidades mais
branda.

Art. 245 - Julgada a revisão do processo disciplinar tornar-se á sem efeito a penalidade imposta,
restabelecendo-se todos os direitos por e atingidos.

TÍTULO VII
DOS FUNCIONÁRIOS DA CÂMARA MUNICIPAL
CAPÍTULO I

Art. 246 - O presente Estatuto se aplica aos funcionários da Câmara Municipal, cabendo ao Presidente
desta, atribuições reservadas nesta lei ao Prefeito, quando for o caso.

CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 247 - A decretação de luto oficial não determinará a paralisação dos trabalhos das repartições
públicas municipais.

Art. 248 - O Chefe do Poder Executivo baixará os regulamentos que se fizerem necessários a execução
deste Estatuto.

Art. 249 - O Poder Executivo promoverá as medidas necessárias a formação e ao aperfeiçoamento


dos funcionários regidos por este Estatuto, notadamente para o desempenho de cargos em comissão e
de funções gratificadas, observando e as condições básicas necessárias ao seu exercício.

Art. 250 - Todos os funcionários serão regidos por este Estatuto, ficando ressalvados os direitos
adquiridos até a data da opção.

Art. 251 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas todas e quaisquer disposições
em contrário.

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Gabinete do Prefeito Municipal de Abadia de Goiás, aos 03 dias do mês de novembro de 1997.

Questões

01. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:

A gratificação de representação será concedida, individualmente, por ato do Chefe do Poder Executivo
a quem, a seu juízo, julgar conveniente, para prestação de encargos de confiança junto ao gabinete do
Prefeito.
( ) Certo ( ) Errado

02. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde apenas civil e administrativamente.
( ) Certo ( ) Errado

03. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:

A aplicação de penalidades pelas transgressões disciplinares constantes deste Estatuto exime o


funcionário da obrigação de indenizar o Município pelos danos causados.
( ) Certo ( ) Errado

04. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:

Dentre os deveres do funcionário está a obrigatoriedade de guardar sigilo sobre os assuntos de


natureza confidencial.
( ) Certo ( ) Errado

Gabarito

01.Certo / 02.Errado / 03.Errado / 04.Certo

Comentários

01. Resposta: Certo


Art. 120 - A gratificação de representação será concedida, individualmente, por ato do Chefe do Poder
Executivo a quem, a seu juízo, julgar conveniente, para prestação de encargos de confiança junto ao
gabinete da Prefeita.

02. Resposta: Errado


Art. 209- Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil, penal e
administrativamente.

03. Resposta: Errado


Art. 222 - A aplicação de penalidades pelas transgressões disciplinares constantes deste Estatuto não
exime o funcionário da obrigação de indenizar o Município pelos danos causados.

04. Resposta: Certo


Art.199 - São deveres do funcionário:
(...)
XI- guardar sigilo sobre os assuntos de natureza confidencial.

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Atualidades: Conhecimentos de assuntos atuais e relevantes nas áreas da
política, economia, transporte, sociedade, meio ambiente, educação, saúde,
ciência, tecnologia, desenvolvimento sustentável, segurança pública, energia,
relações internacionais, suas inter-relações e vinculações históricas

Política
saúde

Senador Chico Rodrigues tinha R$ 33 mil na cueca; delegado desconfiou ao 'ver volume
retangular na parte traseira'42

Detalhes da apreensão ocorrida constam de decisão do ministro Luís Roberto Barroso (STF), que
nesta quinta determinou o afastamento do parlamentar por 90 dias. Barroso ordenou que um dos vídeos
deve ser mantido em cofre da PF 'em absoluto sigilo' porque 'exibe demasiadamente a intimidade do
investigado'.
O dinheiro escondido na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) foi encontrado nesta quarta-
feira (14/10) pela Polícia Federal após ele pedir para ir ao banheiro e o delegado perceber um "volume
estranho na parte traseira da roupa" do político.
A operação foi deflagrada para combater um suposto esquema criminoso de desvio de recursos
públicos para o combate ao coronavírus em Roraima. Em nota divulgada nesta quarta, Chico Rodrigues
– que até então era vice-líder do governo no Senado – afirmou que não tem envolvimento com qualquer
ato ilícito.
Detalhes da apreensão dos R$ 33.150 nas partes íntimas do parlamentar constam da decisão do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que nesta quinta-feira
(15/10) determinou afastamento de senador por 90 dias em razão da "gravidade concreta" do caso. O
flagrante dos policiais foi registrado em vídeos.
Barroso determinou ainda a retirada do sigilo de parte das investigações, mas manteve em reserva
vídeos das buscas. O ministro ordenou que um desses registros "deve ser mantido em cofre da própria
Polícia Federal, em absoluto sigilo" porque "exibe demasiadamente a intimidade do investigado e não
produz acréscimo significativo à investigação".
"Se comprovada a culpabilidade do investigado, estará justificada a sua punição, mas não sua
desnecessária humilhação pública”, disse Barroso.
O documento cita que o senador "insistentemente, ocultava valores em suas vestes íntimas".
Ainda de acordo com o relatório, o senador pediu para ir ao banheiro após as buscas no quarto do filho
dele. O delegado autorizou, mas disse que o acompanharia. "Nesta hora, o Delegado Wedson percebeu
que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador", diz o
documento.
Desconfiado do volume que "destoava completamente do pijama utilizado pelo senador", o delegado
fez a busca pessoal e achou R$ 15 mil. O montante estava "no interior de sua cueca, próximo às suas
nádegas".
Já na sala da casa, o senador foi questionado por três vezes se ainda havia mais valores em espécie.
Na última delas, com bastante raiva, Chico Rodrigues "enfiou a mão em sua cueca, e sacou outros maços
de dinheiro" que totalizaram a quantia de R$ 17,9 mil. Os outros R$ 250 foram apreendidos na última
busca pessoal.

Dinheiro na cueca depois da chegada dos agentes


A PF suspeita que Chico Rodrigues colocou os valores na cueca depois que os policiais já estavam na
casa. Isso porque não percebido nenhum volume nas roupas dele entre a chegada dos agentes ao local
e a ida deles ao quarto do filho do senador.
"É possível afirmar que os valores foram colocados pelo Senador em suas vestes íntimas entre o
momento em que a equipe deixou o seu quarto e iniciou a busca no quarto de seu filho, de forma que ele
teria pedido para trocar de roupa em seu quarto para se desvencilhar dos valores que acabara de
esconder em suas vestes. Contudo antes disso, foi flagrado pela equipe policial", diz o relatório.

42
Valéria Oliveira. Senador Chico Rodrigues tinha R$ 33 mil na cueca; delegado desconfiou ao 'ver volume retangular na parte traseira'. G1 Roraima.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2020/10/15/senador-tinha-r-33-mil-na-cueca-delegado-desconfiou-ao-ver-volume-retangular-na-parte-traseira.ghtml. Acesso
em 16 de outubro de 2020.

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125
As cédulas encontradas com o senador, segundo a PF, não tiveram sua origem lícita comprovada.
Além do montante na cueca, foram apreendidos R$ 10 mil e US$ 6 mil que estavam em um cofre no
quarto do senador.
A diligência no imóvel foi acompanhada pelo advogado dele. Na manhã desta quinta, a defesa afirmou
que ainda não havia tido acesso ao processo do STF.

Esquema teria desviado mais de R$ 20 milhões


Chico Rodrigues é apontado no inquérito como membro de um esquema que desviou mais de R$ 20
milhões em emendas parlamentares que seriam destinadas ao combate da Covid-19 em Roraima. A
Controladoria Geral da União (CGU) também participa da investigação.
Constam da investigação indícios de que o senador se utilizou da influência na função pública para
beneficiar empresas privadas a ele ligadas, direta ou indiretamente, desviando dinheiro destinado ao
combate ao Covid-19.
Roraima já recebeu, em 2020, cerca de R$ 171 milhões repassados pelo Fundo Nacional de Saúde
(FNS). Desse valor, R$ 55 milhões são especificamente para combate à Covid-19, segundo a CGU.
Ao todo, policiais federais tinham ordem para cumprir nesta quarta sete mandados de busca e
apreensão em endereços em Boa Vista. Todas as ordens judiciais foram expedidas pelo STF.

Chico Rodrigues deixou a vice-liderança no Senado


O “Diário Oficial da União” (DOU) publicou em edição extra nesta quinta mensagem do presidente Jair
Bolsonaro ao Senado informando sobre a saída do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) da vice-liderança
do governo na Casa.
O despacho do presidente pede a adoção de providências para a saída de Rodrigues do posto.
Segundo o ato, o parlamentar pediu para sair da vice-liderança do governo no Senado. O senador
ocupava a liderança desde 14 de março de 2019, quando a indicação pela Presidência foi publicada no
DOU.
A permanência de Rodrigues na função era vista como um desgaste para Bolsonaro, que tem repetido
nos últimos dias que não há corrupção em seu governo. Recentemente, o presidente disse que "acabou"
com a Operação Lava Jato porque não há casos de corrupção na sua gestão.
Bolsonaro é amigo de Rodrigues e aparece em vídeo, que voltou a circular pelas redes sociais, no
qual disse ter "quase uma união estável" com o parlamentar. O senador também emprega em seu
gabinete no Senado Leonardo de Jesus, conhecido por Leo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro.

Transparência Internacional aponta em relatórios 'retrocessos' no combate à corrupção no


Brasil43

Organização vê 'progressiva deterioração do arcabouço institucional anticorrupção'. Documentos


foram enviados para a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A Transparência Internacional afirmou nesta terça-feira (13/10) que o Brasil passa por retrocessos no
combate à corrupção. A organização enxerga uma “progressiva deterioração do arcabouço institucional
anticorrupção no país”.
As análises estão em dois relatórios lançados nesta terça (13/10) pela organização não governamental
e enviados ao Grupo de Trabalho Anti-Suborno da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e para o Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento
do Terrorismo (Gafi).
Procurado, o Palácio do Planalto informou que não irá se manifestar a respeito dos relatórios.
Segundo a Transparência Internacional, os dados dos relatórios demonstram uma progressiva
deterioração do arcabouço institucional anticorrupção no país, sobre a qual o presidente da República e
outras autoridades têm responsabilidade direta, segundo a ONG.
“Os relatórios confrontam diretamente recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre ter
‘acabado’ com a Operação Lava Jato porque em seu governo ‘não há mais corrupção’”, disse a
Transparência Internacional em comunicado à imprensa.
O primeiro estudo é o relatório global “Exporting Corruption”, que avalia a forma de implementação da
Convenção sobre o Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros em Transações
Comerciais Internacionais. O texto foi firmado no âmbito da OCDE em 1997. O Brasil ratificou esse tratado
em 2000.

43
Pedro Henrique Gomes. Transparência Internacional aponta em relatórios 'retrocessos' no combate à corrupção no Brasil. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/13/transparencia-internacional-aponta-em-relatorios-retrocessos-no-combate-a-corrupcao-no-brasil.ghtml. Acesso em
14 de outubro de 2020.

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O segundo documento chama-se “Brazil: Setbacks in the Legal and Institutional Frameworks (2020
Update)” e traz uma compilação e análise de acontecimentos dos últimos 12 meses que a organização
considera como “retrocessos na luta anticorrupção do país” e que, segundo a entidade, joga luz no
"preocupante recrudescimento da ingerência política sobre órgãos fundamentais para o enfrentamento
da corrupção, como a Polícia Federal, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal”.
Esse relatório cita as investigações sobre Bolsonaro e a suposta “ingerência" do presidente sobre
órgãos de controle como fatores de retrocessos.
No âmbito do Poder Judiciário, o relatório cita decisões tomadas no Supremo Tribunal Federal que,
segundo o documento, resultaram em “maior insegurança jurídica, retrocessos na jurisprudência e
descrédito do tribunal constitucional no momento em que mais se vê atacado pelo autoritarismo
emergente no país”.
O relatório aponta como indicativo de retrocesso o que considerou uma perda de independência da
Procuradoria-Geral da República.
O documento também aponta como retrocessos o que chamou de ameaças de desmantelamento das
forças-tarefas do Ministério Público Federal, como na força-tarefa Greenfield, e as renúncias coletivas
dos procuradores da força-tarefa da Lava Jato em São Paulo e do grupo de trabalho da Lava Jato em
Brasília.

Corrupção transnacional
De acordo com o relatório internacional “Exporting Corruption”, não houve avanço do Brasil no combate
à corrupção transnacional, principal objeto do estudo.
O Brasil foi classificado na categoria de implementação moderada das regras da Convenção sobre o
Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros, tendo como motivo principal a ausência de
casos e sanções específicas e substanciais envolvendo atos de corrupção cometidos por indivíduos e
empresas brasileiras no exterior.
O documento também critica a falta de transparência dos acordos de leniência. Segundo o texto,
manter parte dos acordos sob sigilo impede que autoridades e a sociedade civil tenham acesso a
informações sobre as condutas ilícitas. O acesso a tais informações, diz o relatório, ajudaria na resolução
de outros casos.

Organismos internacionais
Segundo a Transparência Internacional, os relatórios lançados nesta terça (13/10) foram enviados para
o Grupo de Trabalho Anti-Suborno da OCDE, responsável por monitorar o cumprimento da Convenção
contra o Suborno Transnacional, que se reúne entre terça-feira (13/10) e sexta-feira (16/10).
De acordo com a organização, os documentos também foram encaminhados para o Grupo de Ação
Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), cuja reunião plenária
ocorrerá entre 21 e 23 de outubro.
A Transparência Internacional afirma que o Brasil será avaliado durante a reunião desta semana do
Grupo Anti-Suborno da OCDE e, no próximo ano, passará pelas revisões periódicas do Gafi e da
Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. Segundo a ONG, outros organismos internacionais
também receberam os relatórios.

Bolsonaro diz que 'acabou' com operação Lava Jato porque governo 'não tem mais corrupção'44

Presidente deu declaração enquanto elogiava o próprio governo. Ao deixar ministério, Sergio Moro,
ex-juiz da Lava Jato, acusou Bolsonaro de 'interferência' na Polícia Federal.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (07/10), durante pronunciamento no Palácio do
Planalto, que "acabou" com a operação Lava Jato porque, no governo atual, não há corrupção a ser
investigada.
Bolsonaro deu a declaração em cerimônia sobre medidas para a aviação civil, no Palácio do Planalto,
enquanto elogiava a própria gestão – na qual, segundo ele, as pessoas são confiáveis e não há
interessados em "criar dificuldade para vender facilidade".
"Eu desconheço um lobby para criar dificuldade para vender facilidade. Não existe. É um orgulho, é
uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava
Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é
virtude, é obrigação”, afirmou.

44
G1 e TV Globo. Bolsonaro diz que 'acabou' com operação Lava Jato porque governo 'não tem mais corrupção'. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/07/bolsonaro-diz-que-acabou-com-a-operacao-lava-jato-porque-governo-nao-tem-mais-corrupcao.ghtml. Acesso em 08
de outubro de 2020.

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127
Em seguida, Bolsonaro disse que essa "ausência de corrupção" não seria uma virtude, e sim uma
obrigação. O presidente também defendeu as próprias indicações para cargos públicos.
"Eu sei que isso não é virtude, é obrigação, mas nós fazemos um governo de peito aberto. Quando eu
indico qualquer pessoa para qualquer local, eu sei que é uma boa pessoa, tendo em vista a quantidade
de críticas que ela recebe em grande parte da mídia", declarou.

Bolsonaro e a Lava Jato


Durante a campanha à presidência, Jair Bolsonaro fez diversos elogios públicos à Lava Jato e chegou
a indicar o então juiz Sergio Moro – que atuava em Curitiba nos processos da operação – como ministro
da Justiça e Segurança Pública.
Em abril deste ano, no entanto, Moro rompeu com o governo e pediu demissão do cargo. Ao anunciar
a saída, disse que Bolsonaro tinha tentado interferir politicamente na autonomia da Polícia Federal,
corporação responsável por operações como a Lava Jato.
Essa suposta interferência, disse Moro, incluía a substituição do diretor-geral da PF, cargo máximo da
corporação. Bolsonaro negou essas tentativas, e um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal
(STF) para apurar as declarações de ambos.
Em uma rede social, no fim da noite desta quarta, Moro publicou uma mensagem sobre o que chamou
de "tentativas de acabar com a Lava Jato". A mensagem não faz referência direta à fala de Bolsonaro.
"As tentativas de acabar com a Lava Jato representam a volta da corrupção. É o triunfo da velha política
e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido.
Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?", escreveu o ex-ministro.
As forças-tarefa da operação Lava Jato são de responsabilidade do Ministério Público Federal (MPF),
um órgão independente que não é subordinado ao governo federal. O atual chefe do MP é o procurador-
geral da República, Augusto Aras, indicado por Bolsonaro em 2019.
Em setembro deste ano, a PGR autorizou a prorrogação da força-tarefa da Lava Jato no Paraná até
janeiro de 2021 – os investigadores tinham pedido mais prazo. Outra força-tarefa, sediada em São Paulo,
foi encerrada no fim do mesmo mês após disputa interna entre os procuradores.
Nesta quarta, a Polícia Federal deflagrou uma nova fase da Lava Jato – a 76ª desde o início da
operação. Os mandados se referem a suposta corrupção na Petrobras entre os anos de 2009 e 2018.

Outras críticas
Em agosto, o filho de Jair Bolsonaro e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fez críticas à
operação Lava Jato em entrevista ao jornal "O Globo".
O parlamentar defendeu a atuação de Augusto Aras, que também teceu críticas à Lava Jato e chegou
a falar em uma necessidade de "corrigir rumos".
"[Augusto] Aras [procurador-geral da República] tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha
para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente
algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro. Se tivesse desmonte das investigações no Brasil,
não íamos estar presenciando essa quantidade toda de operações", disse Flávio.

O que se sabe sobre o Renda Cidadã, apontado como substituto do Bolsa Família45

Benefício será incluído na proposta de emenda Constitucional (PEC) emergencial, que tramita no
Congresso
Anunciado pelo governo federal na segunda-feira (28/09), o Renda Cidadã ainda gera algumas
dúvidas, principalmente sobre valores e eventual início do programa. O benefício elencado como
substituto do Bolsa Família no âmbito da transferência de renda no país deverá ser incluído na proposta
de emenda Constitucional (PEC) emergencial, que tramita no Congresso Nacional.
Relator do texto no Senado, Márcio Bittar (MDB-AC), adiantou que a verba para viabilizar o novo
benefício estará calçada em três frentes: dinheiro previsto para bancar o Bolsa Família, dinheiro de
precatórios e percentual dos recursos do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Veja o que se sabe até o momento sobre o Renda Cidadã


O que precisa para o benefício começar a valer?
A ideia é colocar o novo programa dentro da proposta de emenda constitucional (PEC) emergencial,
que está em discussão no Senado. Essa PEC cria mecanismos para conter as despesas públicas. O texto
45
GZH. O que se sabe sobre o Renda Cidadã, apontado como substituto do Bolsa Família. GZH. https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2020/09/o-que-
se-sabe-sobre-o-renda-cidada-apontado-como-substituto-do-bolsa-familia-ckfod4vt6004s016vamr872gd.html. Acesso em 01 de outubro de 2020.

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está com o relator no Senado, Márcio Bittar (MDB-AC). A PEC precisa ser aprovada em dois turnos no
plenário tanto do Senado quanto da Câmara antes de ser promulgada pelo Congresso.

Qual será o valor do benefício?


O senador Bittar afirmou, em entrevista ao canal GloboNews, que o valor do benefício do programa
ainda não foi definido, mas que deve ficar acima de R$ 200 e abaixo de R$ 300, pelo menos no primeiro
ano de repasse.

Quando poderia entrar em vigor?


O governo ainda não informou quando deve começar a valer o Renda Cidadã. Se for incluído na PEC
emergencial, o texto que prevê o benefício teria de passar pelo Congresso, portanto, a previsão de início
do programa depende da velocidade no Legislativo.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou, no início de setembro, que a prioridade da
Casa nos próximos meses é a votação de propostas que estabeleçam gatilhos fiscais, como a
PEC emergencial. No entanto, não estabeleceu uma data para apreciação do texto. Disse apenas que
precisa encontrar uma solução nos próximos 60 dias.

Qual a verba disponível para bancar o benefício?


Segundo Bittar, a verba prevista para o Bolsa Família em 2021, R$ 34,8 bilhões, mais o que sobrar do
dinheiro previsto para o pagamento de precatórios e 5% de recursos do novo Fundeb bancarão o
pagamento do Renda Cidadã.
No orçamento de 2021, o Brasil tem R$ 55 bilhões para pagar de precatórios. A ideia é fixar 2% da
receita corrente líquida para pagar os precatórios, destinando o que sobrar para o novo benefício.
Na segunda-feira, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse que o uso dos
recursos dos precatórios e de parte do Fundeb abre um espaço de R$ 40 bilhões.

O Bolsa Família deixará de existir? E o auxílio emergencial?


A ideia do governo é usar o Renda Cidadão como um substituto do Bolsa Família, inclusive transferindo
os recursos do atual benefício para o novo programa. No entanto, ainda não foi explicado como seria a
migração de usuários.
De acordo com o governo federal, o Renda Cidadã também substituiria o auxílio emergencial, assim
todas as famílias que recebem o benefício seriam incluídas no novo programa. No entanto, o Palácio do
Planalto não passou mais detalhes de como funcionaria essa transição.

Bolsonaro sanciona lei com pena maior, de até cinco anos, para maus-tratos contra cães ou
gatos46

Texto altera legislação de crimes ambientais; hoje, punição máxima é multa e um ano de detenção.
Lei foi sancionada em cerimônia com ministros e pets no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (29/09), sem vetos, a lei que estabelece pena
de dois a cinco anos de reclusão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães
e gatos.
A lei foi assinada em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença de ministros e de animais de
estimação. O texto segue para publicação no “Diário Oficial da União”.
O texto também prevê multa e proibição da guarda para quem praticar os atos contra esses animais.
A legislação é resultado de uma proposta de autoria do deputado Fred Costa (Patriota-MG).
No Senado, foi relatada pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e aprovada no último dia 09/09.
A alteração será feita na Lei de Crimes Ambientais. Hoje, a legislação prevê pena menor, de três meses
a um ano de detenção, para quem pratica os atos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos.
A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causa a morte do animal – o que foi mantido
no novo projeto. O termo "reclusão" indica que a punição pode ser cumprida em regime inicial fechado ou
semiaberto, a depender do tempo total da condenação e dos antecedentes do réu.
De acordo com o Planalto, a “mudança faz com que o crime deixe de ser considerado de menor
potencial ofensivo, possibilitando que a autoridade policial chegue mais rápido à ocorrência".

46
Gustavo Garcia e Roniara Castilhos. Bolsonaro sanciona lei com pena maior, de até cinco anos, para maus-tratos contra cães ou gatos. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/29/bolsonaro-sanciona-lei-com-pena-maior-de-ate-cinco-anos-para-maus-tratos-contra-caes-ou-gatos.ghtml. Acesso
em 01 de outubro de 2020.

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129
"O criminoso será investigado e não mais liberado após a assinatura de um termo circunstanciado,
como ocorria antes. Além disso, quem maltratar cães e gatos passará a ter, também, registro de
antecedente criminal e, se houver flagrante, o agressor é levado para a prisão”, diz texto divulgado pelo
governo.

‘Nunca tive dúvidas’


A aprovação da proposta pelo Congresso gerou grande repercussão nas redes sociais. Internautas,
donos de pets e defensores de animais se mobilizaram em favor da sanção do texto.
Na semana em que o texto foi aprovado no Senado, Bolsonaro disse em uma transmissão em rede
social que colheria opiniões na internet sobre a sanção da medida. Disse, ainda, que "não era fácil" tomar
uma decisão sobre o tema.
Na cerimônia desta terça, o presidente disse que “nunca” teve dúvidas sobre se sancionaria ou não o
projeto, e que a primeira-dama Michelle Bolsonaro participou da mobilização a favor da lei.
“Ela perguntou em casa: 'Já sancionou?' Eu falei: 'você está dando uma de Paulo Guedes, que manda
eu sancionar imediatamente os projetos que tem a ver com Economia. O Paulo eu obedeço... O que dirá
você'", afirmou Bolsonaro a Michelle, que também participou do evento no Palácio do Planalto.
Jair Bolsonaro também declarou que o texto não foi sancionado pela pressão e que o tempo entre a
aprovação pelo Legislativo e a assinatura da lei foi importante para que as pessoas se conscientizassem
sobre a medida.
A legislação foi apelidada de “Lei Sansão”, em homenagem a um cachorro que foi vítima de agressões
e teve duas patas mutiladas no interior de Minas Gerais.

Senado
Quando o texto foi aprovado no Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) manifestou apoio à
proposta, mas explicou que não necessariamente o texto levará os agressores de animais à cadeia.
“Esses fatos terão uma responsabilidade penal que não comportará juizado especial, não comportará
composição civil de danos, não comportará transação penal, não comportará suspensão condicional do
processo. Aquelas medidas despenalizadoras, pela natureza da pena, não estarão previstas para esse
tipo de acontecimento”, afirmou.
“Significa que todos esses fatos gerarão cadeia? Não necessariamente. Cada caso será avaliado à luz
de circunstâncias judiciais, de provas, de elementos do processo para se chegar a uma conclusão. Pode
ensejar uma privação da liberdade, mas pode ensejar também uma substituição da privação de liberdade
por penas restritivas de direitos”, acrescentou o parlamentar de Minas Gerais.
Relator da proposta no Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES) diz que a atual legislação provoca, na
sociedade, uma sensação de impunidade de atos cometidos contra cães e gatos “em razão da pena
máxima para tal crime ser de um ano, com a consequente aplicação do instituto da suspensão condicional
do processo”.

Governo confirma André Mendonça no Ministério da Justiça e Alexandre Ramagem no comando


da PF47

Mendonça era titular da AGU. Ramagem é próximo aos Bolsonaro: ele foi segurança do então
candidato na campanha eleitoral.
O governo federal anunciou na madrugada desta terça-feira (28/04) o advogado André Luiz Mendonça,
atual titular da Advocacia-Geral da União como novo ministro da Justiça. Também foi confirmado que
Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e próximo da família
Bolsonaro, vai ser o diretor-geral da Polícia Federal (PF).
As nomeações de Mendonça e Ramagem foram publicadas nesta terça no "Diário Oficial da União", e
são assinadas apenas pelo presidente Jair Bolsonaro. Jose Levi Mello do Amaral Júnior foi nomeado para
o cargo de Advogado-Geral da União.
As vagas no Ministério da Justiça e no comando da Polícia Federal ficaram abertas após a saída do
ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Moro decidiu deixar o governo depois
de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na
PF – o que Bolsonaro nega.

47
Delis Ortiz. Governo confirma André Mendonça no Ministério da Justiça e Alexandre Ramagem no comando da PF. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/governo-confirma-andre-mendonca-no-ministerio-da-justica-e-alexandre-ramagem-no-comando-da-pf.ghtml. Acesso
em 28 de abril de 2020.

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130
A PF investiga atualmente, a mando do Supremo Tribunal Federal (STF), um esquema de fake news
contra ministros da Corte e o caso de parlamentares suspeitos de apoiar atos antidemocráticos, que
pregam intervenção militar.
Nos corredores do Palácio do Planalto, conforme mostrou reportagem do Fantástico, há temor de que
os dois inquéritos possam atingir dois filhos de Bolsonaro: o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro
(Republicanos) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O relator dos inquéritos, ministro Alexandre de Moraes, determinou que os delegados à frente dessas
investigações sejam mantidos na função, depois que Moro denunciou que um dos motivos para Bolsonaro
ter mudado o comando da PF é um incômodo do presidente com os inquéritos.

Chefe da PF é amigo da família


Ramagem, delegado da PF, trabalhou como segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018
(candidatos têm direito à segurança da PF). A partir dali, criou uma relação de amizade próxima com a
família.
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) disse no sábado que vai apresentar uma ação na
Justiça para impedir que Ramagem assuma o cargo. O deputado lembrou que Ramagem, além de ter
chefiado a segurança de Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018, também é amigo dos filhos do
presidente.
Ramagem comemorou a virada de 2018 para 2019 em uma festa de Ano Novo ao lado do vereador
Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27/04), Bolsonaro comentou a proximidade de Ramagem
com a família.
"Ele ficou novembro e dezembro, praticamente, na minha casa. Dormia na casa da vizinha, tomava
café comigo, aí tirou fotografia com todo mundo. Foi no casamento de um filho meu... Não tema nada a
ver a amizade dele com o meu filho, meu filho conheceu ele depois. E eu confio, passei a acreditar no
Ramagem, conversava muito com ele, trocava informações. Demonstrou ser uma pessoa da minha
confiança, então a partir do momento que eu tenho uma chance de indicar alguém pra PF, por que não o
indicaria?", questionou Bolsonaro.

Perfis

André Luiz Mendonça


André Mendonça é pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, e pós-graduado em direito
pela Universidade de Brasília (UnB).
Conforme o colunista do G1 e da GloboNews Gerson Camarotti, o novo ministro da Justiça tem
interlocução com ministros do Supremo Tribunal Federal. André Luiz Mendonça participa das sessões do
STF e manifesta as posições da União em processos no tribunal.
Antes de assumir o cargo de ministro da AGU, Mendonça atuou como corregedor-geral do órgão, entre
2016 e 2018.
Em 2011, Mendonça venceu, na categoria especial, o Prêmio Innovare, que identifica e divulga as
melhores práticas exercidas no âmbito do Poder Judiciário, por idealizar e coordenar um grupo dedicado
à recuperação de ativos desviados em casos de corrupção, que recuperou bilhões de reais aos cofres
públicos.

Alexandre Ramagem
Delegado da Polícia Federal, Ramagem entrou na corporação em 2005. Na PF, ele comandou as
divisões de Administração de Recursos Humanos e de Estudos, Legislações e Pareceres.
Ainda na PF, ele também atuou na área de coordenação de eventos como a Copa do Mundo de 2014,
a Olimpíada de 2016 e a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
Em 2018, Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Ele assumiu o
comando da segurança depois de o então candidato ter sido vítima, em setembro, de um atentado a faca
em Juiz de Fora (MG). Desde a campanha, a relação de amizade dele com a família Bolsonaro se
intensificou.
Em julho de 2019, foi nomeado para a direção da Abin. Antes, trabalhou com o ex-ministro Santos
Cruz, chefe da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro nos primeiros meses do mandato.

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131
Bolsonaro edita MP que suspende prazos de respostas à Lei de Acesso à Informação48

Segundo o texto, medida vale para pedidos a órgãos cujos servidores estejam em quarentena,
teletrabalho, ou que dependam de acesso presencial para elaboração da resposta.
O presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória (MP) que suspende prazos de pedidos feitos
via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo o texto, a suspensão vale para demandas feitas a órgãos ou entidades da administração
pública cujos servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou equivalentes e que,
necessariamente, dependam de:
- acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou
- agente público ou setor prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento da pandemia
do novo coronavírus.
O texto foi publicado nesta segunda-feira (23/03) em edição extra do "Diário Oficial da União" (DOU)
e também é assinado pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário,
e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
Por se tratar de Medida Provisória, assim que é publicado no Diário Oficial, o texto já começa a valer.
Porém, perde a validade se não for aprovado pelo Congresso Nacional em até 120 dias.
A MP estabelece que os pedidos de acesso à informação pendentes de resposta por conta da
suspensão devem ser reiterados no prazo de dez dias, a partir da data de encerramento do estado de
calamidade pública no qual o país se encontra.
No mesmo texto, o governo suspendeu o atendimento presencial para realização de pedidos de
informacão. Enquanto vigorar a suspensão, todos os pedidos via LAI devem ser feitos exclusivamente
pela internet.
A medida também determina que não serão conhecidos os recursos apresentados diante de negativa
de pedido de informação e que usem como argumento os critérios utilizados pelo governo para suspender
os prazos.
Pela MP, a lei que estabeleceu medidas de combate ao coronavírus, sancionda em 6 de fevereiro,
passa a prever que serão atendidos prioritariamente os pedidos de acesso à informação relacionados às
medidas de enfrentamento da pandemia.
Além disso, o texto publicado nesta segunda-feira fixa que "não correrão os prazos processuais em
desfavor dos acusados e entes privados processados em processos administrativos enquanto perdurar o
estado de calamidade".

Suspensão de contratos
Na mesma MP o governo aproveitou para incluir a revogação do dispositivo que permitia a suspensão
dos contratos de trabalho por 4 meses durante a crise do coronavírus.
O dispositivo fazia parte de uma outra medida editada no último domingo (22/03), com a justificativa
de manutenção dos níveis de emprego no país. O texto foi alvo de críticas de políticos e entidades e
provocou um grande debate.
A MP, além da suspensão dos contratos, flexibilizava regras trabalhistas. Entre os pontos estavam os
que autorizavam o trabalho a distância, inclusive de aprendizes e estagiários; a suspensão de férias para
trabalhadores da área de saúde e de serviços considerados essenciais como segurança pública e privada,
transporte de passageiros, transporte e entrega de cargas em geral, produção, distribuição e
comercialização de combustíveis e derivados, distribuição de água e energia, telecomunicação e internet,
e imprensa; e a antecipação de férias individuais, mesmo para quem ainda não tem tempo adquirido.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou na
segunda-feira (23/03), após a polêmica sobre o tema, que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão
da "má interpretação" do dispositivo.

Cidades registram panelaços contra Bolsonaro durante e depois de pronunciamento49

Em São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e outros municípios, pessoas
bateram panelas pelo segundo dia seguido contra o presidente. Também houve, em número bem menor,
manifestações a favor de Bolsonaro.

48
G1. Bolsonaro edita MP que suspende prazos de respostas via Lei de Acesso à Informação. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/24/bolsonaro-
edita-mp-que-suspende-prazos-de-respostas-a-lei-de-acesso-a-informacao.ghtml. Acesso em 24 de março de 2020.
49
G1. Cidades registram panelaços contra Bolsonaro durante e depois de pronunciamento. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/18/sao-paulo-rio-recife-belo-
horizonte-e-fortaleza-registram-panelacos-durante-pronunciamento-de-jair-bolsonaro.ghtml. Acesso em 19 de março de 2020.

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132
Pelo segundo dia seguido, cidades brasileiras registraram panelaços contra o presidente Jair
Bolsonaro. Na noite desta quarta-feira (18/03), os protestos ocorreram durante e após pronunciamento
no Palácio do Planalto sobre a pandemia do novo coronavírus. Houve também, em número bem menor,
manifestações favoráveis ao presidente.
São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, Natal, Florianópolis
e Curitiba foram algumas das capitais que tiveram gritos de "fora, Bolsonaro!" a partir das 19h.
No pronunciamento, Bolsonaro disse que gostaria de demostrar "união e harmonia". Estavam ao seu
lado o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o procurador-geral da
República, Augusto Aras, e outros ministros. Bolsonaro e as demais autoridades voltaram a usar
máscaras.
Em entrevista coletiva mais cedo nesta quarta, o presidente afirmou que o governo "está ganhando de
goleada" e pediu que o trabalho do executivo e ele próprio sejam exaltados. Voltou ainda a defender sua
participação nos atos de domingo (15/03), quando descumpriu a recomendação de monitoramento por
coronavírus e cumprimentou apoiadores no Distrito Federal.
Durante as declarações do presidente, bairros do Rio registraram panelaços e gritos de "fora,
Bolsonaro!" – foi uma repetição dos protestos ocorridos na véspera em cidades como São Paulo, Brasília,
Belo Horizonte e Recife.
Nesta terça-feira (17/03), as manifestações ocorreram depois de o presidente falar, mais de uma
vez, em "histeria" em relação ao novo coronavírus e de dizer que ações de governadores sobre
isolamento prejudicam a economia.
Nesta quarta, Bolsonaro classificou os primeiros panelaçoes de "manifestação da democracia". Sobre
os atos de 15 de março, afirmado: "Não convoquei ninguém". A declaração foi dada dias depois de ele
ter dito, em Boa vista (RR): "Então, participem".

Presidente de CPI pede à polícia que apure uso da rede do Senado na divulgação de conteúdo
falso50

'O Globo' noticiou que página 'snapnaro' foi editada a partir da rede de internet da Casa e atacava
adversários de Bolsonaro.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que
investiga a disseminação de conteúdo falso na internet, informou nesta terça-feira (10/03) ter pedido à
Polícia Legislativa que apure o uso da rede de internet do Senado para a divulgação das chamadas "fake
news" e de agressões virtuais.
O jornal "O Globo" noticiou que documentos sigilosos encaminhados à CPI mostram que, entre
fevereiro e maio de 2019, a página "snapnaro", apontada como uma conta utilizada para a divulgação de
notícias falsas e ataques virtuais, foi editada a partir da rede do Senado, cujo IP é 201.54.48.198. Durante
os quatro meses, foram feitos 95 acessos ao perfil por meio da rede da Casa.
"O Globo" também notificou que o perfil, já apagado, divulgava publicações favoráveis ao presidente
Jair Bolsonaro e atacava adversários políticos do presidente da República.
O jornal também informou que a conta, criada em 2017, foi apagada horas depois do depoimento da
deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, à comissão, em dezembro do
ano passado. A parlamentar citou o perfil durante participação na CPI.
O documento ao qual "O Globo" teve acesso foi encaminhado à CPI pelo Facebook, empresa à qual
o Instagram pertence.
O documento, conforme o jornal, também diz que o perfil foi acessado de outras cidades, como São
Paulo (SP), São Luís (MA), Saquarema (RJ) e Alegre (ES).

'Criminosos digitais'
Em fala divulgada pela assessoria, o presidente da CPMI, senador Angelo Coronel, disse que as
investigações serão aprofundadas para que os "criminosos digitais" que transitam pelo Senado sejam
descobertos.
"Imagine em uma Casa como o Senado, uma Casa pública, uma pessoa utilizar de suas máquinas
para atacar alvos, depreciar imagens e a honra de pessoas, isso é inconcebível", disse Angelo Coronel.
"Vou pedir rapidez para que a gente descubra e encaminhe os culpados para o Ministério Público, para
que possa tomar as devidas providências já que a CPMI não tem caráter punitivo. Vamos nos aprofundar

50
G1. Presidente de CPI pede à polícia que apure uso da rede do Senado na divulgação de conteúdo falso. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/10/presidente-de-cpi-pede-a-policia-que-apure-uso-da-rede-do-senado-na-divulgacao-de-conteudo-falso.ghtml. Acesso
em 01 de outubro de 2020.

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nas investigações para que a gente descubra quem são os criminosos digitais que andam transitando
pelos corredores do Senado", completou.

Íntegra
Leia a íntegra da nota divulgada pelo presidente da CPI:
O presidente da CPMI das fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), acionou a Polícia Legislativa
para identificar os computadores do Senado que foram usados para editar a página snapnaro no
Instagram. De acordo com o jornal O Globo, a informação consta em documentos sigilosos enviados pela
rede social à CPMI.

Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo51

Números foram divulgados pelo Ministério da Economia. Governo encaminhou três projetos de lei ao
Congresso Nacional na terça; Alcolumbre anunciou votação na próxima semana.
Os projetos de lei orçamentária enviados pelo governo ao Congresso Nacional nesta terça-feira (03/03)
reduzem, em R$ 9,6 bilhões, o total disponível para emendas parlamentares no Orçamento 2020. Os
números foram divulgados nesta quarta (04/03) pelo Ministério da Economia.
Com as mudanças, as emendas totais dos deputados e senadores passariam de R$ 46,2 bilhões,
incluindo a reserva de contingência para as desonerações da MP Verde e Amarela, para R$ 36,6 bilhões
– uma redução de 20,7%.
O ajuste foi feito nas chamadas "emendas de relator", incluídas no orçamento pelo relator do texto
após sugestões de deputados e senadores. Elas passariam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações
do Programa Verde e Amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões, uma queda de 31,8%.
O secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que esses
projetos de lei trazem uma reorganização do processo orçamentário do orçamento impositivo.
As chamadas de emendas do relator passam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações do programa
verde e amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões – R$ 9,6 bilhões a menos.
- As emendas individuais são mantidas em R$ 9,5 bilhões.
- O mesmo acontece com as emendas de bancada, que somam 5,9 bilhões.
- As emendas de comissão permanecem em R$ 700 milhões.
O secretário-especial-adjunto de Fazenda do Ministério da Economia, Esteves Colnago, explicou que
a área econômica busca, com essas propostas, manter os gastos discricionários (não obrigatórios) no
mesmo patamar do ano passado, de R$ 94,5 bilhões. A cifra inclui R$ 1,5 bilhão em reserva de
contingência, para imprevistos ou calamidades.
"É uma referência natural buscar um nível de discricionariedade [liberdade para alocar recursos] que
fosse equivalente ao ano anterior. Mesmo em nova situação, em um novo ambiente, entendemos que
temos segurança, dado o que aconteceu no ano passado, de transcorrermos esse ano sem dificuldades",
explicou.
Segundo ele, o orçamento impositivo original, com um patamar elevado de emendas impositivas, gera
uma "insegurança grande na execução" das despesas. "Como é que eu pago restos a pagar de anos
anteriores, se o orçamento deste ano é todo impositivo", questionou Colnago.

'Empoçamento' de recursos
O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira, diz que os projetos enviados ao Legislativo
permitirão que os ministérios definam como vão usar os recursos previstos: quitando restos a pagar de
anos anteriores, ou executando os projetos de 2020.
A mudança diminui, segundo ele, a possibilidade de "empoçamento" dos recursos, ou seja, que valores
autorizados não sejam gastos efetivamente. No ano passado, de acordo com o Tesouro, isso aconteceu
com R$ 17,4 bilhões do orçamento.
Esse dinheiro ficou represado e, com isso, ajudou a diminuir o déficit primário nas contas do governo.
Apesar de ajudar a fechar as planilhas, ele representa investimentos que poderiam ter acontecido, mas
foram cancelados ou adiados por falta de programação.
"Os dispositivos dos projetos de lei permitem, aos ministérios, demonstrar que não precisarão de
recursos financeiros, destinando a outros [ministérios] para evitar o empoçamento. Também permitem a
criação de uma reserva ao longo do ano, que terá de ser zerada ao final. Para atender a um ou outro
ministério que precise", disse Ladeira a jornalistas.

51
Alexandro Martello. Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/04/projetos-reduzem-em-r-96-bilhoes-emendas-parlamentares-no-orcamento-2020-diz-governo.ghtml. Acesso em 05
de março de 2020.

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134
Votação adiada
Para entrar em vigor, os projetos terão de ser analisados pelo Congresso Nacional em sessão conjunta.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), chegou a anunciar inicialmente que
isso poderia acontecer nesta terça (03/03).
Na noite de terça, ele assumiu o microfone do plenário para anunciar uma mudança nos planos. Com
isso, deputados e senadores mantiveram os vetos de Bolsonaro a regras do orçamento impositivo nesta
quarta (04/03), mas a análise dos novos projetos foi adiada para a próxima semana.

Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 201952

País ficou em 106º lugar no estudo da Transparência Internacional, e teve a mesma pontuação de
2018: 35 pontos.
O Brasil caiu uma posição no ranking mundial de percepção da corrupção em 2019 e repetiu sua pior
nota no estudo elaborado pela organização Transparência Internacional, divulgado na madrugada desta
quinta-feira (23/01).
O país teve o 5º recuo seguido e passou a ocupar 106ª posição no Índice de Percepção da Corrupção
(IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país
é considerado corrupto.
A nota brasileira foi a mesma do ranking de 2018: 35 pontos, a pior pontuação da série histórica, que
começou há 7 anos. A nota é a mesma de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e
Mongólia.
Entre os países da América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai, Chile e Argentina, e à frente de
Bolívia, Paraguai e Venezuela.
Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia lideram as primeiras posições do ranking e são os países
considerados mais íntegros, com notas mais próximas de 100.
Com as notas mais próximas de zero, e considerados os países mais corruptos, estão: Síria, Sudão
do Sul e Somália.
O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por
executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência.
O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo
e habilidade dos governos em conter a corrupção.
O Brasil vem caindo no ranking desde 2014. Em 2016, o Brasil ficou em 79º. Em 2017, o país estava
na 96ª colocação.

Veja a posição de alguns países no ranking:

52
G1. Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 2019. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/23/brasil-repete-pior-nota-em-2019-e-cai-
em-ranking-de-corrupcao.ghtml. Acesso em 23 de janeiro de 2020.

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Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia53

Vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o conselho. Presidente criou ainda uma Força
Nacional para atuar na proteção do meio ambiente da região.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional
para atuar na proteção do meio ambiente da região. O vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o
conselho.
O colegiado vai concentrar as ações de todos os ministérios voltadas para a proteção, defesa e
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
A Força Nacional Ambiental vai atuar nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública para
proteger a região, segundo o governo.
Em entrevista à jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, o vice-presidente Hamilton Mourão falou que
o governo vai ser mais proativo na preservação da Amazônia.
"A Amazônia desperta o interesse e visões de todas as pessoas do resto do mundo, nós temos que
ter uma atitude, digamos assim, mais incisiva em relação ao que lá acontece", disse o vice-presidente.
O blog do jornalista João Borges no G1 destacou que "gestores de grandes fundos de investimentos
estrangeiros avisaram o governo brasileiro que não mais aplicariam dinheiro no país por causa da política
ambiental para a Amazônia."
O ministro do Meio Ambiente explicou que o conselho vai coordenar todas as estruturas que já atuam
no combate ao desmatamento e incorporar temas como a regularização fundiária. Ricardo Salles disse
que não há prazo para a implementação do conselho ou para a convocação da Força Nacional, nem qual
será o custo.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro acabou por decreto com dois órgãos que tinham
atribuições semelhantes ao Conselho da Amazônia. Reuniam e integravam ministérios para ações
voltadas ao combate do desmatamento, mas com a participação da sociedade civil.

53
Jornal Nacional. Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/01/21/bolsonaro-
anuncia-criacao-do-conselho-da-amazonia.ghtml. Acesso em 22 de janeiro de 2020.

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O diretor do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia disse que as medidas são bem-vindas desde
que sejam continuadas.
"Está criando um espaço de atenção para a Amazônia através de um conselho que a gente entende
que vai unificar um conjunto de ações públicas e de política públicas pra Amazônia, isso é importante. O
que a gente espera como técnicos, como pessoas que trabalham com Amazônia é que essas políticas
sejam efetivas e continuadas para que o problema seja resolvido de fato concretamente e pra isso a gente
precisa de atuação a longo prazo", disse André Guimarães.

Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de
ministro de Hitler54

Em vídeo para divulgar concurso, Roberto Alvim disse que a arte deve ser 'heroica' e 'imperativa', 'ou
não será nada', assim como Goebbels. Secretário disse que caso foi 'coincidência retórica'.
O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta sexta-feira (17/01) o secretário nacional da Cultura,
Roberto Alvim, que fez um discurso no qual usou frases semelhantes às usadas por Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista. Goebbels era antissemita radical e foi
um dos idealizadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a "arte alemã da próxima década
será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e
“imperativa”.
Em nota, Bolsonaro afirmou que a permanência de Alvim no governo ficou "insustentável".
"Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um
pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", afirmou
Bolsonaro.
O presidente disse ainda que repudia ideologias "totalitárias e genocidas".
"Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às
mesmas.Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos
amigos e compartilhamos valores em comum", completou o presidente.

Fala do secretário
O discurso do secretário, divulgado em uma rede social na quinta (16/01), se referia ao lançamento de
um concurso de projetos de arte.
O vídeo de Alvim ganhou grande repercussão nas redes sociais e tanto o nome do secretário quanto
o de Goebbels foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
A fala dele também gerou forte repercussão nos meios artístico e político. O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediram a demissão
imediata do secretário.
Nesta manhã, Alvim afirmou em post no Facebook que a semelhança entre as frases foi "apenas uma
frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica".
Além da fala semelhante à de Goebbels, o vídeo de Alvim apresenta, ao fundo, uma música do
compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), extraída da ópera Lohengrin. O artista escreveu ensaios
nacionalistas e antissemitas, e foi tomado pelos nazistas como exemplo de superioridade musical e
intelecto.

Compare os discursos:
Roberto Alvim:
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade
de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”

Joseph Goebbels:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de
sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não
será nada".

54
Luiz Felipe Barbiéri. Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de ministro de Hitler. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/17/bolsonaro-exonera-secretario-da-cultura-que-fez-discurso-com-frases-semelhantes-as-de-ministro-de-hitler.ghtml.
Acesso em 17 de janeiro de 2020.

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137
No discurso de Goebbels, feito para diretores de teatro, ele buscava dar uma orientação estética aos
artistas. Ele reconhecia que o expressionismo, escola artística que ganhou força na Alemanha no fim do
século XIX, tinha tido algumas ideias básicas “positivas”, mas se degradara no experimentalismo.

Justificativa do secretário
Em seu esclarecimento no Facebook sobre as declarações semelhantes às de Goebbels, Alvim
afirmou que "o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo
brasileiro". "Não há nada de errado com a frase", argumentou.
"Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência
com UMA frase de um discurso de Goebbles... Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma
coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo. É o que queremos ver
na Arte nacional", disse Alvim.

Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido
de Bolsonaro55

A 1ª Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil foi realizada na manhã desta quinta-feira (21/11), em
Brasília. O lançamento oficial da nova legenda, que ainda se encontra em fase de criação, contou com a
presença do presidente Jair Bolsonaro, que já assinou a sua desfiliação do PSL.
Durante o evento, foram lidos os cinco princípios da nova sigla. Destacam-se o respeito a Deus, a
lealdade à pátria, à defesa da vida desde a concepção, o combate ao socialismo e a defesa do livre
comércio.
Confira os principais trechos do documento apresentado nesta quinta e reproduzidos abaixo:

1º- Respeito a Deus e a religião: em primeiro lugar a Aliança pelo Brasil reconhece o lugar de Deus
perante a vida. (...) Povo educado na base do cristianismo, em suas variadas expressões. Contra fatos,
não há argumentos, o primeiro ato em terras brasileiras foi uma missa. (...) lei natural como norteadores.
Combate à hostilidade e ao menosprezo a religião.
2º - Respeito à memória, identidade e cultura do povo brasileiro: o partido compreende que uma
aliança é um elo de lealdade e fidelidade por amor, por isso reconhece como seus predecessores todos
aqueles que amaram e lutaram pelo Brasil. (...) São, aliás, dos compatriotas do passado, do presente e
do futuro, unidos por um vínculo: moral e de lealdade à pátria. (...) Unidade de tradição, de língua e de
cultura. O partido se compromete em lutar pela cultura, pela restauração dos valores tradicionais do Brasil,
consolidados pelo pensamento de grandes mulheres e homens do passado. (...) Podem ser chamados
de fundadores do Brasil. Reconhecimento a tudo de bom que herdamos de outras nações, a exemplo das
tradições luso-hispânicas, do direito romano, da filosofia grega, da moral judaico-cristã e ainda aquilo que
pode aprender com os pivôs. Examinai-vos todas as coisas. A Aliança também se compromete com a
restauração da língua portuguesa e oposição a qualquer iniciativa que vise a sua desconfiguração. (...) O
partido se esforçará por divulgar as verdades sobre os males e os crimes das mais várias faces do
movimento revolucionário: o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o globalismo. Ideologias nefastas
que causaram mal ao Brasil e ainda causam. O partido busca estabelecer bases com países que
venceram o comunismo, como o leste europeu. (...)
3º - Defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância: o partido está convicto de que
nenhum progresso seria obtido sem a defesa da vida humana, desde a concepção. A vida é o primeiro
dos efeitos, sem vida, não há mais o que defender, pois a morte já terá encerrado a possibilidade de
qualquer outro direito. Todas as propostas do partido relacionadas à saúde deverão ter como norte a
defesa da vida humana, em todas as suas fases. (...) A Aliança pelo Brasil defende também o valor da
maternidade como um dos fundamentos da sociedade, para que todas as mulheres gestantes e mães
tenham condições dignas de vida, de gestação e criação de seus filhos. Outrossim, o partido se
compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros tenham o direito de possuir e portar
armas para sua defesa e a dos seus. (...) Defesa da família como núcleo fundamental da sociedade. (...)
Combaterá a pedofilia e o tráfico de crianças. (...) Combaterá ainda a erotização da infância e a ideologia
de gênero. (...) tirar o Brasil dos índice de analfabetismo.
4º- Garantia da ordem, da representação da política e da segurança: nunca um país poderá se
dizer próspero enquanto bandidos estiverem no poder, bandidos de armas ou de canetas. (...) Para
garantia da ordem se emprenharam para criar um ambiente de segurança jurídica no Brasil. Não será

55
GaúchaZH. Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido de Bolsonaro. Gaúcha ZH. Política.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/11/respeito-a-deus-combate-a-ideologia-de-genero-e-defesa-da-vida-os-principios-do-novo-partido-de-
bolsonaro-ck38vs5bg03jo01ph13svdht2.html. Acesso em 26 de novembro de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


138
possível o crescimento sem que a garantia da segurança de Deus, a previsibilidade das ações do poder
público, sem surpresas ou mudanças bruscas. (...) Clareza das normas que pesam sob o cidadão,
principalmente o empreendedor gerador de empregos e o pagador de impostos (...). Defesa territorial
brasileira, especialmente da Amazônia. Defesa das forças militares e policiais, e buscará meios de melhor
condições de trabalho, de remuneração, segurança física e financeira. (...) Atenção ao combate aos
crimes de corrupção, narcotráfico e terrorismo.
5ª- Defesa do livre mercado, da propriedade privada e do trabalho: a Aliança pelo Brasil repudia o
socialismo e o comunismo em todas as suas vertentes, interferências estatais sobre a economia através
de mecanismos burocráticos, tributários e regulatórios. (...) Defenderá o papel fundamental da empresa,
do livre mercado, da propriedade privada e da consequente responsabilidade dos meios de produção e
da criatividade humana nos setores da economia. (...) O partido defende que a propriedade privada é
um direito inalienável do homem, tanto quanto a liberdade de dispor dela.

Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância56

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira a possibilidade de iniciar a
execução da pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs
à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que pode levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Coube ao presidente do STF, Dias Toffoli, o voto de desempate, ao se posicionar a favor da execução
da pena somente após esgotados todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.
O voto de Toffoli definiu o julgamento com o placar de 6 votos a 5 e pode beneficiar cerca de 4,8 mil
pessoas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles, Lula, o mais expressivo
condenado nos processos movidos pela Lava Jato, que cumpre pena de prisão desde abril do ano
passado após ter confirmada sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no
processo do tríplex do Guarujá (SP).
O julgamento, um dos mais aguardados do ano na corte, representa a maior derrota da Lava Jato
desde que foi iniciada há 5 anos. Os membros da força-tarefa da operação vinham se valendo da
mudança do entendimento do STF de 2016, que permitia a prisão em segunda instância, para garantir a
detenção de investigados na operação e acelerar delações premiadas de réus que buscavam evitar serem
encarcerados.
Conforme reportagem da Reuters do dia 17 de outubro, antes do julgamento, a corte tendia a alterar
sua posição na esteira de derrotas que a própria operação tem sofrido este ano no STF, após reportagens
feitas pelo site The Intercept Brasil que têm mostrado, desde junho, supostas articulações do ex-juiz e
atual ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Os dois lados
negam irregularidades.
Essas revelações - nas quais ministros do STF chegaram a ser nominalmente citados - enfraqueceram
o apoio à Lava Jato, maior investigação de corrupção no país, no Supremo.
A análise do caso demandou cinco sessões para ser concluída e foi envolto de pressão pública - os
ministros contrários à mudança do entendimento atual chegaram a ser pressionados pessoalmente e em
redes sociais.
Durante as sessões, ministros esforçaram-se a argumentar que o julgamento era impessoal e que não
era para beneficiar Lula, vez por outra citado em intervenções.
A maioria do STF seguiu o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, favorável à execução da pena
apenas ao fim de todos os recursos. Na prática, a corte entendeu que é compatível com a Constituição
de 1988 um artigo do Código de Processo Penal de 1941 que ninguém pode ser preso até antes da
condenação transitada em julgado.
Acompanharam Marco Aurélio os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso
de Mello e Toffoli. Foram contrários - e vencidos - Alexandre de Moraes, Edson Fachin (relator da Lava
Jato no STF), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Em seu voto decisivo, Toffoli disse que, para se executar a pena de prisão após condenação em
segunda instância, é preciso que o Congresso aprove uma legislação nesse sentido, o que não há
atualmente.
Ele fez um paralelo ao que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa, que só passou a vigorar após a
aprovação de norma pelo Legislativo. Ela garantiu barrar candidaturas de condenados por órgão
colegiado de tribunal.

56
Estadão Conteúdo. Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância. Terra. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/por-6-a-5-stf-derruba-prisao-apos-
segunda-instancia,559b4530c2f29b1690bc4fb1cf7fd42cvnxghf9h.html. Acesso em 08 de novembro de 2019.

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139
"Eu disse para parlamentares, eu recebi um grupo de 42 senadores na terça-feira na sede do CNJ
onde eu tinha sessão, liderados pelo senador Lasier do Rio Grande do Sul. Não vou adiantar a minha
posição, mas as senhores e senhoras sabem o que eu tenho cotidianamente dito em deferência ao
Parlamento", disse.
"Não vejo problema nenhum do Parlamento alterar esse dispositivo", completou.
Toffoli afirmou que, nos julgamentos anteriores sobre a execução da pena após o segundo grau desde
2009, o STF não analisou a questão em termos de se a legislação sobre o tema é compatível com a
Constituição ao contrário do que ocorre na apreciação atual.
"Não se pode falar que há impunidade nos tribunais superiores ou neste Supremo Tribunal Federal",
disse, referindo-se ao fato de o tribunal ter condenado e ordenado a prisão dos condenados no processo
do mensalão, julgado em 2012.

CRÍTICAS
Durante o voto de Toffoli, Gilmar Mendes pediu a palavra fez duras críticas à atuação da Lava Jato.
Segundo ele, há uma "técnica de amedrontamento" da operação e que o grupo virou um "partido político"
porque, destacou, teriam chegado a sugerir candidaturas. Ele chegou a chamar de "bagunça" e "festival
de abusos" a atuação do MPF em casos de investigação.
Cármen Lúcia foi a única a votar pela manutenção da prisão em segunda instância na sessão desta
quinta, destacando que tem adotado essa posição ao menos desde 2009 - quando estava na corrente
minoritária.
Após votar em 2016 a favor da prisão em segunda instância, Gilmar Mendes justificou sua mudança
de posição alegando que tribunais de segundo grau começaram a aplicar essa detenção de forma
automática, desvirtuando o entendimento do STF.
O ministro disse que a discussão foi contaminada pela possibilidade de um eventual benefício a Lula.
Disse que chegou a ser chamado recentemente de "corifeu do petismo" por defender que a pena de
prisão só pode ser executada após o esgotamento dos recursos.
Durante o voto de Mendes, o presidente do Supremo chegou a pedir a palavra e destacou que é o
próprio Ministério Público Federal que agora pede que Lula saia do regime fechado de cumprimento da
pena de prisão.

Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo57

Órgão, criado após a extinção do Ministério da Cultura, ficava sob a pasta da Cidadania. Filho do pastor
RR Soares é um dos nomes avaliados para assumir o posto.
O presidente Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para
o Ministério do Turismo, comandada Marcelo Álvaro Antônio. A mudança é feita por decreto publicado
nesta quinta-feira (07/11) no "Diário Oficial da União".
A Secretaria de Cultura foi criada para substituir o Ministério da Cultura (MinC), que foi extinto no início
da gestão do presidente.
Com a mudança, passam a ser de responsabilidade do Ministério do Turismo a política nacional de
cultura; a regulação dos direitos autorais; a proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural; o apoio
ao Ministério da Agricultura para a preservação da identidade cultural de comunidades quilombolas; e o
desenvolvimento de políticas de acessibilidade cultural e do setor de museus.
O decreto também transfere para o Ministério do Turismo a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura,
responsável por emitir pareceres sobre os pedidos de artistas que buscam financiamento por meio da Lei
de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet.
Também são transferidos para o Turismo o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do
Fundo Nacional de Cultura, outras seis secretarias não especificadas.

Filho de pastor é cotado para a secretaria de Cultura


A transferência ocorre um dia depois de o governo exonerar o então secretário de Cultura, Ricardo
Braga, que ficou dois meses no cargo. Braga havia substituído Henrique Pires, que deixou o posto em
agosto, depois que o Ministério da Cidadania suspendeu um edital com séries sobre temas LGBT – o que
ele chamou de censura.
"Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu
não vou chancelar a censura", afirmou Henrique Pires quando decidiu deixar o cargo.

57
Vitor Sorano. Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/07/bolsonaro-transfere-
secretaria-de-cultura-para-ministerio-do-turismo.ghtml. Acesso em 07 de novembro de 2019.

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140
Segundo o Jornal o Globo, um dos nomes cotados para assumir o posto é o do deputado federal
Marcos Soares (DEM-RJ), filho do pastor Romildo Soares.
A possibilidade foi confirmada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, em entrevista na
tarde de quarta-feira. Perguntado se um filho de RR Soares – como é conhecido o pastor – é um dos
nomes cotados, o porta-voz disse que “[é] um dos nomes que estão sob escrutínio por parte do senhor
presidente da República e muito em breve ele fará a informação oficial".

Questões

01. (Prefeitura de Vila Velha/ES – Analista Ambiental – IBADE – 2020) Composta por 16 Senadores
e 16 deputados e os suplentes, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI sobre Fake News
no processo eleitoral, foi instalada no Congresso Nacional em 04/09/2019.
Sua finalidade é investigar, no prazo de 180 dias:
I - os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público.
II - a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018.
III - a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como
sobre agentes públicos.
IV - o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais e internacionais.
V - o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. Estão
corretas:
(A) somente I, II e III.
(B) somente II, III e IV.
(C) somente II, III, IV e V.
(D) somente I, II, III e IV.
(E) somente I, II, III e V.

02. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) Em derrota para a Lava Jato, a
decisão do Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos
a 5, e marcada por duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao
entendimento firmado pela maioria da Corte.
(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)
(A) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha,
devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.
(B) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada
em Tribunais de Primeira Instância de Brasília.
(C) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise
exclusiva de Curitiba e passarão a ser descentralizados.
(D) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para
denunciar casos de desvios de recursos públicos.
(E) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e
empresas em esquemas de caixa 2 de campanha.

03. (Prefeitura de Itapevi/SP – Agente de Administração Pública – VUNESP – 2019) O governo


brasileiro confirmou nesta terça-feira (08.jan) a saída do Brasil do Pacto Global para Migração da
Organização das Nações Unidas (ONU), instrumento assinado por mais de 160 países e que inclui
diretrizes sobre a gestão de fluxos migratórios.
(Terra. https://bit.ly/2sYU3sg. Acesso em 28.01.2019. Adaptado)
Uma das justificativas dadas para a saída do Pacto destaca que
(A) a imigração não deve ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a
soberania de cada país.
(B) o Brasil é um país autônomo que sempre combateu a xenofobia e, portanto, não precisa defender
pactos globais.
(C) o país deve se alinhar com as grandes potências econômicas mundiais que também se retiraram
do pacto.
(D) o Brasil não é um país com forte atração de imigrantes e, portanto, não há motivos para apoiar um
pacto global.
(E) a atual situação financeira retirou o país do grupo de nações com capacidade econômica de receber
imigrantes.

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141
04. (Prefeitura de São José/SC – Analista de Recursos Humanos – IESES/2019) Com relação à
aplicação dos recursos oriundos do Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
(A) Na manutenção das residências dos membros do partido.
(B) Transferência de recursos para outros partidos.
(C) Não e permitido o pagamento de despesas com alimentação.
(D) Na criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política, sendo esta aplicação de, no mínimo, vinte por cento do total recebido.

05. (SAAE Linhares/ES – Oficial Administrativo – IDCAP) Com base na notícia abaixo e utilizando
seus conhecimentos sobre o assunto, analise o trecho e assinale a alternativa que completa corretamente
a lacuna:
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou (11/06/2019) que o ministro da Justiça, Sergio
Moro, vai comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa para falar sobre o vazamento de
mensagens trocadas entre ele e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, procurador
___________.
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com/>acesso em 11 de junho de 2019)

(A) Edson Fachin.


(B) Dias Toffoli.
(C) Eduardo Cunha.
(D) Gilmar Mendes.
(E) Deltan Dallagnol.

Gabarito

01.E / 02.A / 03.A / 04.D / 05.E

Comentários
01. Resposta: E
Listada de acordo com o Senado, a CPI das Fake News tem a finalidade de “Investigar, no prazo de
180 dias, os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de
perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários
mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e
orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.”.

02. Resposta: A
“O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (14.mar.2019), por 6 votos a 5, que
processos de crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, ligados a crimes eleitorais, como
caixa 2, devem ser enviados para a Justiça Eleitoral”.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/14/supremo-decide-que-casos-de-caixa-2-ligados-a-outros-crimes-devem-ser-enviados-a-justica-eleitoral.ghtml)

03. Resposta: A
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, já haviam anunciado no Twitter que o país deixaria o pacto. Araújo o classificou como um
"instrumento inadequado para lidar com o problema (migratório)", defendendo que "imigração não deve
ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país".
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/08/em-comunicado-a-diplomatas-governo-bolsonaro-confirma-saida-de-pacto-de-migracao-da-onu.ghtml)

04. Resposta: D
A afirmação na alternativa D corresponde exatamente ao item IV do Art 44 a respeito do Fundo
Partidário (aplicação dos recursos). Ela segue como a questão apresentou: “na criação e manutenção de
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no
mínimo, vinte por cento do total recebido”58.

05. Resposta: E
Deltan Martinazzo Dallagnol é um jurista brasileiro. É procurador da República desde 2003 e ganhou
notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga crimes de
corrupção na Petrobras e em outras estatais.

58
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096compilado.htm

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Economia

BDRs são liberados para pequenos investidores nesta quinta-feira59

Nova possibilidade permite que se invista em companhias de capital aberto fora do país – como Apple,
Amazon, Google e outras – sem a necessidade de abrir conta em corretoras no exterior.
A B3, bolsa de valores de São Paulo, abre nesta quinta-feira (22/10) a possibilidade de que investidores
comuns negociem BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Tratam-se de títulos lastreados em ETFs e
ações de empresas estrangeiras negociadas dentro do Brasil.
Essa nova possibilidade permite que se invista em companhias de capital aberto fora do país – como
Apple, Amazon, Google e outras – sem a necessidade de abrir conta em corretoras no exterior. Antes da
mudança, apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em investimentos) tinham acesso
a esse produto financeiro. Saiba mais sobre BDRs no podcast Educação Financeira.
A B3 determinou que só serão acessíveis os BDRs não patrocinados e de "mercados reconhecidos".
Inicialmente, foram assim classificados a Nyse (New York Stock Exchange) e da Nasdaq Stock Market
(“Nasdaq”). Segundo a B3, serão avaliados posteriormente a inclusão de outras bolsas estrangeiras.
O acesso aos BDRs era um pedido antigo de entidades do mercado, em especial depois que empresas
brasileiras muito esperadas na bolsa decidiram abrir capital fora do país, como a XP Inc, PagSeguro e
Stone. A Comissão de Valores Mobiliários havia aprovado a abertura de negociação de BDRs em agosto,
mas a B3 pediu mais tempo para criar um regulamento próprio.
O intervalo também serviu para que corretoras adaptassem os seus canais para que os serviços de
home brokers pudessem oferecer a alternativa ao público de varejo.
Nesta terça-feira (20/10), a CVM deu aval à alteração do Regulamento para Listagem e do Manual do
Emissor da B3, permitindo que se abram as negociações.
Em nota, a B3 afirma que a expectativa é "fomentar o mercado nacional, aumentando a diversidade
de produtos disponíveis ao investidor local, incluindo o varejo, que demanda uma crescente diversificação
de portfólio e exposição a ativos estrangeiros, e também incrementar as oportunidades de captação de
recursos pelos emissores”.

Entenda como será a confidencialidade das transações feitas pelo PIX60

Serviço não adiciona novas camadas ao monitoramento de transações bancárias, que continua
exatamente como é em DOCs, TEDs e pagamentos por cartões de débito e crédito.
O papel primário do Banco Central no desenvolvimento do PIX, novo sistema de pagamentos
instantâneos brasileiro, gerou dúvidas sobre o grau de acesso que o BC passaria a ter sobre transações
financeiras de clientes.
Desde que as instituições financeiras começaram a cadastrar as chamadas Chaves PIX, muitas
pessoas têm externado desconfiança e preocupação com a privacidade de seus gastos e o possível
monitoramento de suas transações pelos órgãos oficiais do governo.
Para especialistas consultados pelo G1, contudo, a teoria não tem fundamento. O PIX não adiciona
camadas de acesso a dados financeiros além dos que o BC já tem. Transações financeiras eletrônicas,
como DOCs, TEDs e pagamentos por cartões, sempre geraram informações que o BC recebe.
A questão é que não era permitido – e continua sem ser – repassar essas informações adiante,
inclusive para outros órgãos do governo. É o que estabelece a lei complementar 105/2001, conhecida por
Lei do Sigilo Bancário.
"O BC não pode pegar as informações, analisar atividade de CNPJs ou CPFs, e passar isso para a
Receita, por exemplo. Isso é violação do sigilo bancário", diz Fabio Braga, sócio da área de direito
bancário e financeiro do escritório Demarest.
"Se você tem dinheiro fora do sistema financeiro, dependendo da origem, já é um problema. Não é o
PIX que vai transformar em um", afirma
Bruno Diniz, professor de novas soluções financeiras da USP, afirma que, apesar de os instrumentos
atuais do sistema financeiro já fazerem rastreamento e cruzamento de dados de informações bancárias,
as informações só são repassadas em situações especiais. É o caso de quebras de sigilo fiscal ou

59
G1. BDRs são liberados para pequenos investidores nesta quinta-feira. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/10/22/bdrs-sao-liberados-para-
pequenos-investidores-nesta-quinta-feira.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2020.
60
Raphael Martins. Entenda como será a confidencialidade das transações feitas pelo PIX. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/pix/noticia/2020/10/20/entenda-como-sera-a-confidencialidade-das-transacoes-feitas-pelo-pix.ghtml. Acesso em 20 de outubro de
2020.

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movimentações financeiras de alto valor, em que bancos são obrigados a notificar o ocorrido à Receita
Federal.
"Todos os instrumentos financeiros têm monitoramento, mas o cliente precisa enxergar que o PIX não
ultrapassa essas camadas e tem benefícios de conveniência e agilidade muito claros. Deve se tornar,
inclusive, um vetor de facilitação de identidade digital no futuro", afirma Diniz.
Procurado, o Banco Central diz que o PIX nunca teve por objetivo aumentar a capacidade de monitorar
transações financeiras, mas sim de aumentar a competitividade e dar eficiência ao sistema de
pagamentos. Além disso, há esperança de que uma boa adesão do PIX possa reduzir custos logísticos e
de produção de papel moeda.
O acesso aos dados financeiros, diz o BC, tem o objetivo de identificar as tendências de pagamento e
criar mecanismos de melhora do sistema financeiro como um todo.
"A construção do PIX, inclusive, nasce de estudos que têm, como base, os dados de transações
eletrônicas que já acontecem", diz Carlos Eduardo Brandt, chefe-adjunto do Departamento de
Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC.
"A única diferença é que, talvez, aquelas transações que hoje são feitas em dinheiro vivo e têm baixa
rastreabilidade tornem-se uma informação adicional para o sistema financeiro", explica.

Paul Milgrom e Robert Wilson ganham Nobel de Economia 202061

Economistas norte-americanos receberam o prêmio por seus trabalhos em novos formatos de leilões;
cerimônias de entrega dos prêmios serão virtuais neste ano.
Os norte-americanos Paul R. Milgrom, de 72 anos, e Robert B. Wilson, de 83 anos, professores na
Universidade Stanford, foram premiados nesta segunda-feira (12/10) com o Nobel de Economia por seus
trabalhos na melhoria da teoria e invenções de novos formatos de leilões.
"Os vencedores deste ano estudaram como funcionam os leilões. Eles também usaram seus insights
para criar um novo leilão e formatos para bens e serviços que são difíceis de vender de uma forma
tradicional, como frequências de rádio. Suas descobertas beneficiaram vendedores, compradores e
contribuintes de todo o mundo. Os leilões estão por toda a parte e afetam o nosso dia a dia", disse a Real
Academia de Ciências da Suécia.
Uma das descobertas de Milfrom e Wilson é que a oferta feita de forma racional tende a ser abaixo da
melhor estimativa sobre o valor comum por causa da preocupação com a chamada “maldição do
vencedor”, ou seja, pagar em excesso e, por isso, ter prejuízo.
Milgrom e Wilson criaram formatos para vender itens inter-relacionados simultaneamente. Em 1994,
as autoridades dos EUA usaram um de seus projetos de leilão para vender frequências de rádio a
operadoras de telecomunicações, um movimento desde então copiado em outros países. Além disso,
trabalharam nos mecanismos de alocação de slots de pouso em aeroportos.
Robert Wilson mostrou, entre outras coisas, que participantes racionais em um leilão tendem a dar
lances menores por medo de pagar demais.
Paul Milgrom formulou uma teoria mais geral dos leilões, que mostra, entre outras coisas, que um leilão
gera preços mais altos quando os compradores obtêm informações sobre os lances planejados por outros
licitantes durante o processo de licitação.
Os vencedores vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
A modalidade de leilões ganhou impulso na internet tanto em sites de compra e venda como em
transações financeiras, disse Wilson, em entrevista coletiva após receber o prêmio. Mas ele confidenciou
que nunca havia participado de um leilão.
"Eu mesmo nunca participei de um leilão (...) Minha esposa me lembrou que temos botas de esqui
compradas no eBay, acho que foi em leilão", declarou.
Robert Wilson afirmou que guardará o prêmio recebido para a família, já que, com a pandemia, “não
há muito o que fazer, não se pode viajar".
Paul Milgrom disse à Reuters que Wilson, que mora do outro lado da rua em Stanford, Califórnia, veio
bater em sua porta na madrugada para lhe contar sobre o prêmio compartilhado porque seu telefone
estava no modo silencioso para que ele pudesse dormir.
Mesmo com todos os dados disponíveis hoje, os licitantes geralmente pagam pela incerteza, disse
Milgrom.
"Por exemplo, se você estivesse fazendo uma licitação para petróleo em alguma área e não sabe
quanto petróleo está lá embaixo. Os dados não estarão disponíveis até que você perfure ou licite para
rádio espectro e você deseja saber o valor dele, depende de qual será a demanda futura ou o que vai
61
G1. Paul Milgrom e Robert Wilson ganham Nobel de Economia 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/10/12/paul-milgrom-e-robert-
wilson-ganham-nobel-de-economia-2020.ghtml. Acesso em 13 de outubro de 2020.

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acontecer com a tecnologia futura. Você tem que fazer estimativas disso que são guiadas apenas por
dados. Se suas estimativas estiverem erradas, você estará sujeito à maldição do vencedor”, explicou.

Entrega de prêmio virtual


Neste ano, a entrega dos prêmios – marcada para 10 de dezembro, aniversário de morte de Alfred
Nobel – será inteiramente virtual por conta da pandemia do novo coronavírus. A cerimônia reúne os
vencedores que apresentam suas pesquisas ao público.
É a primeira vez que a cerimônia de premiação dos ganhadores do Nobel de Física, Química, Medicina,
Literatura e Economia não acontece em Estocolmo, desde 1944. Já o prêmio da Paz, tradicionalmente
entregue em Oslo, deve acontecer em uma cerimônia fechada.

O prêmio
O prêmio de Economia, oficialmente chamado de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências
Econômicas em memória de Alfred Nobel", foi criado em 1968 e concedido pela primeira vez em 1969.
A homenagem não fazia parte do grupo original de cinco prêmios estabelecidos pelo testamento do
industrialista sueco Alfred Nobel, criador da dinamite. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física,
Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vez em 1901.
O Nobel de Economia é o último concedido este ano. Os prêmios de Medicina, Física, Química,
Literatura e Paz foram anunciados na semana passada.
Embora seja o prêmio de maior prestígio para um pesquisador em economia, o prêmio não adquiriu o
mesmo status das disciplinas escolhidas por Alfred Nobel em seu testamento de fundação (Medicina,
Física, Química, Paz e Literatura), seus detratores zombam dele como um "falso Nobel" que representa
economistas ortodoxos e liberais.

Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz
FMI62

Para o Brasil, o FMI estima que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Se a nova previsão do Fundo se
confirmar, o país deve colher o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
A pandemia de coronavírus vai levar a economia mundial a registrar em 2020 o pior desempenho
desde a Grande Depressão de 1929, segundo relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI) nesta terça-feira (14/04). O órgão passou a estimar que o Produto Interno Bruto (PIB) global deve
recuar 3% - a previsão anterior era de alta de 3,3%.
No caso do Brasil, o FMI prevê que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Antes, a expectativa era de
alta de 2,2%. Se a nova previsão do Fundo se confirmar, a economia brasileira também vai alcançar uma
marca bastante negativa: será o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
Por ora, as projeções do FMI para a economia brasileira estão mais pessimistas que as do mercado
financeiro local. No relatório Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira, os analistas estimam
uma queda de 1,96%.

62
Luiz Guilherme Gerbelli. Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz FMI. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/14/com-coronavirus-economia-global-deve-ter-pior-desempenho-desde-a-grande-depressao-diz-fmi.ghtml. Acesso
em 15 de abril de 2020.

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Para conter a pandemia do coronavírus, vários países estão paralisando as atividades econômicas
consideradas não essenciais e promovendo o isolamento social. A última recessão global foi observada
em 2009 diante dos efeitos da crise financeira internacional.
"É muito provável que este ano a economia global experimente a sua pior recessão desde a Grande
Depressão, superando a que foi observada uma década atrás durante a crise financeira", informou o
fundo no relatório World Economic Outlook.

A crise deve ser mais severa nas economias desenvolvidas, segundo o FMI. A projeção é a de que os
país mais ricos tenham uma retração na atividade de 6,1%, enquanto a atividade dos países emergentes
e das economias em desenvolvimento deve recuar 1%.
Nesse período de crise provocada pelo coronavírus, o Fundo ressalta que são necessárias medidas
de estímulo fiscal e monetário para manter a estrutural financeira global e, dessa forma, garantir que os
trabalhadores tenham acesso a bens e que as empresas possam superar a recessão.
“A magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica que se seguiu à pandemia de covid-
19 é diferente de tudo o que ocorreu em nossas vidas. E há uma incerteza substancial sobre seu impacto
na vida e nos empregos das pessoas”, afirmou a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional
(FMI), Gita Gopinath.

Expectativa é de retomada
Embora o quadro para a economia seja bastante negativo neste ano, o FMI projeta uma recuperação
no próximo ano com a expectativa de que a pandemia do coronavírus seja superada. O PIB global deve
avançar 5,8%.
A melhora deve ser liderada pelas economias em desenvolvimento. No ano que vem, o Fundo estima
que o PIB dos emergentes vai aumentar 6,6%, enquanto as economias emergentes devem avançar 4,5%.

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"A quarentena, o lockdown e o distanciamento social são medidas importantes para retardar a
transmissão (do coronavírus), dando ao sistema de saúde tempo para lidar com o aumento da demanda
por seus serviços e para os pesquisadores tentarem desenvolver terapias e uma vacina", pontuou o
Fundo.
"Essas medidas podem ajudar a evitar uma queda ainda mais grave e prolongada na atividade e
preparar o terreno para a recuperação econômica", acrescentou.
Para o Brasil, o avanço esperado em 2021 é de 2,9%.
“Existem razões para otimismo, apesar das circunstâncias terríveis”, disse Gita Gopinath. “As rápidas
e substanciais ações de política econômica adotadas em muitos países ajudarão a proteger pessoas e
empresas, prevenindo um prejuízo econômico ainda mais severo e criando as condições para a
recuperação.”

Deputados aprovam MP do emprego Verde e Amarelo63

MP reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e pessoas acima de 55
anos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14/04) o texto da medida provisória do trabalho
Verde e Amarelo, que reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e
pessoas acima de 55 anos que estavam fora do mercado formal.
O texto-base foi aprovado por 322 votos a 153, com duas abstenções. Agora, os deputados vão votar
propostas de alterações ao projeto.
Agora, segue ao Senado. Caso seja mantido, vai à sanção ou a veto presidencial.
Se for alterado, volta à Câmara, e só depois será enviado para sanção ou veto do presidente Jair
Bolsonaro.
O conjunto de ações para combater o desemprego e a informalidade precisa do aval das duas Casas
até 20 de abril para não perder a validade.
O texto contou com resistência da oposição. O líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), tentou barrar a
votação, afirmando que as sessões remotas deveriam priorizar matérias relativas ao combate ao novo
coronavírus.
“A inclusão da 905 na ordem do dia não me parece adequada ao PSB, meu partido, para o momento
em que vivemos, por se tratar de matéria extremamente polêmica, portanto muito distante do consenso
necessário”, afirmou.
Chamado de trabalho Verde e Amarelo, o programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento
para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com
remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).
O relator do texto, deputado Christino Aureo (PP-RJ), ampliou o programa, permitindo que patrões
também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam
fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.
De acordo com o texto, a parcela de empregados que podem ser contratados na modalidade Verde e
Amarelo é de 25%.
A jornada de trabalho nos contratos Verde e Amarelo só poderá ser negociada por acordos ou
convenções coletivas.
Os funcionários poderão ser contratados duas vezes na nova modalidade, desde que o primeiro
vínculo empregatício tenha durado menos de 180 dias.
As empresas que optarem por esse tipo de contrato ficam temporariamente isentas da contribuição
patronal para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de contribuições para o Sistema S.
O repasse ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) será de 8%, mesmo percentual dos
contratos de trabalho por tempo indeterminado.
Os deputados mudaram alguns trechos do texto-base. Incluíram, por exemplo, a possibilidade de
antecipação mensal de verbas trabalhistas, como 13º salário e férias, desde que haja acordo. O mínimo
mensal a ser adiantado é de 20% da verba.
No mesmo destaque, do PSL, aprovaram a redução de 30% para 20% da multa do FGTS em caso de
demissão sem justa causa, percentual abaixo dos 40% dos outros funcionários que seguem o regime
atual. A mudança será efetivada mediante acordo.
O governo queria bancar o programa Verde e Amarelo com a taxação sobre o seguro desemprego,
que poderia variar de 7,5% a 9%, dependendo do valor a ser recebido.

63
Danielle Brant. Thiago Resende. Deputados aprovam MP do emprego Verde e Amarelo. Folha de São Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/deputados-aprovam-texto-base-da-mp-do-emprego-verde-e-amarelo.shtml. Acesso em 15 de abril de 2020.

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A cobrança serviria como contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mantendo a
contagem do tempo para aposentadoria.
Mas, diante de críticas, o relator tornou a contribuição facultativa e num valor fixo de 7,5%.
O texto original continha um dispositivo para mudar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e autorizar
o trabalho aos domingos e feriados, mas, diante da oposição de parlamentares, o trecho foi retirado.
O projeto, no entanto, regulamenta o trabalho aos sábados, domingos e feriados de atividades
referentes à automação bancária, como teleatendimento, telemarketing, SAC e ouvidoria, além de
serviços por canais digitais, por exemplo. Também autoriza trabalho nesses dias em feiras e shopping
centers, aeroportos e terminais de ônibus, trem e metrô.
A proposta também amplia a jornada de bancários, reproduzindo acordos coletivos assinados pela
categoria. Para os caixas, a duração normal continuará sendo de seis horas diárias, podendo ir,
excepcionalmente, a oito horas.
No caso dos demais trabalhadores de bancos, a jornada será de oito horas --ou seja, somente será
considerada extraordinária após a oitava hora trabalhada.
Além de reduzirem a multa do FGTS em demissão sem justa causa, os deputados mudaram outros
dispositivos do texto, como o que envolvia o termo de ajustamento de conduta. Havia preocupação com
uma judicialização do instrumento.
Os deputados decidiram alterar o dispositivo e prever que os termos de compromisso e os de
ajustamento de conduta firmados pela União terão prazo máximo de dois anos, renovável por igual
período, desde que fundamentado por relatório técnico.
Além disso, os deputados aprovaram emenda que impede a cobrança de tributos sobre ganhos extras
dos empregados, como gorjetas.
O projeto prevê a liberação de microcrédito e cria um programa para trabalhadores que recebem
aposentadoria por invalidez possam ser treinados a exercer uma nova função e, assim, retornar ao
trabalho.
Na estimativa do governo, o novo contrato de trabalho provocará uma redução de 30% a 34% no custo
da mão de obra.
Na avaliação do relator do texto, cerca de 1,4 milhão de vagas serão geradas até 2022 por causa dos
incentivos.

Bolsonaro sanciona com vetos auxílio de R$ 600 mensais a trabalhadores informais64

Projeto aprovado no Congresso prevê pagamento de benefício para até duas pessoas da mesma
família, por três meses. Auxílio é voltado para quem teve a renda mais afetada pelo coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos, nesta quarta-feira (01/04), a lei que estabelece um
auxílio de R$ 600 mensais, por três meses, a trabalhadores informais.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, anunciou a sanção em rede social. A
medida não tinha sido publicada no "Diário Oficial da União" até o início da manhã desta quinta-feira
(02/04). A publicação é necessária para oficializar o auxílio e permitir que o benefício seja concedido.
O auxílio tem o objetivo de diminuir o impacto da pandemia do coronavírus na renda dessas pessoas
– que não têm carteira assinada e, por isso, foram mais afetadas pelas medidas de isolamento social.
Pela manhã, Bolsonaro anunciou em pronunciamento que sancionaria o texto ainda nesta quarta.
Segundo ele, o auxílio deverá beneficiar 54 milhões de pessoas, com custo aproximado de R$ 98 bilhões.
O governo ainda não anunciou o calendário oficial de pagamento.
No início da noite, o presidente da República afirmou que já tinha assinado a sanção da lei, mas só
enviaria o texto à publicação junto com uma medida provisória (MP) para indicar a fonte dos R$ 98 bilhões.
A MP deve criar um crédito extraordinário nesse valor.
"Para publicar, eu preciso de uma outra medida provisória com crédito. Se não, fica um cheque sem
fundo na praça. Está certo? Daí, sim, deve terminar, deve terminar. Aí talvez traz em casa e eu assino,
publico. No caso, agora não adianta publicar em Diário [Oficial da União] extra. Eu público no Diário
ordinário de amanhã", declarou.
Enviado ao Congresso Nacional pelo governo, o projeto foi aprovado pela Câmara na semana passada
e pelo Senado na última (30/04). A proposta original previa um auxílio de R$ 200 mas os parlamentares,
com o aval do Executivo, aumentaram o valor para R$ 600.

64
Guilherme Mazui e Nilson Klava, G1 e Globonews. Bolsonaro sanciona com vetos auxílio de R$ 600 mensais a trabalhadores informais. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/01/bolsonaro-sanciona-lei-que-preve-auxilio-de-r-600-mensais-a-trabalhadores-informais-diz-planalto.ghtml. Acesso em
02 de abril de 2020.

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Segundo o projeto, o auxílio será limitado a duas pessoas da mesma família. O texto aprovado ainda
definiu que a trabalhadora informal que for mãe e chefe de família terá direito a duas cotas, ou seja,
receberá R$ 1,2 mil mensais por três meses.

Vetos ao texto
O presidente Jair Bolsonaro vetou três itens do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo o
Planalto, esses vetos foram orientados pelos ministérios da Economia e da Cidadania.
Com o veto, essas condições ficam excluídas do texto que entrará em vigor. Os vetos serão analisados
pelo Congresso, que pode derrubar os trechos em definitivo ou restaurar a validade dessas regras.
Ampliação do BPC
O principal trecho vetado é o que garantia, na nova lei, a ampliação do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) definida pelo Congresso no início de março. Essa ampliação, segundo o governo
federal, tem impacto de R$ 20 bilhões ao ano nas contas públicas.
A extensão do BPC foi definida quando o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro ao tema. O
ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), chegou a adiar a mudança nas regras até
a definição de medidas "compensatórias" para esse custo extra.
Dias depois, Dantas mudou de ideia e suspendeu todas as decisões por 15 dias. Segundo o ministro,
a flexibilização das regras fiscais e de austeridade no contexto da pandemia do coronavírus poderia ser
aproveitada, também, para garantir a inclusão de novos beneficiários no BPC.
Enquanto não há resposta definitiva, os parlamentares voltaram a incluir o tema na lei do auxílio
emergencial. E, na análise final, Bolsonaro voltou a vetar o dispositivo. Segundo o governo, a medida fere
a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Reavaliação dos critérios


O governo também vetou um dispositivo, aprovado pelo Congresso, que cancelava o auxílio
emergencial do beneficiário que, ao longo dos três meses, deixasse de atender aos pré-requisitos.
Segundo o governo, esse ponto "contraria o interesse público" e gera um esforço desnecessário de
conferência, mês a mês, de todos os benefícios que estarão sendo pagos. O Ministério da Cidadania
defende que é preferível "concentrar esforços e custos operacionais" na construção de outras medidas
de enfrentamento à Covid-19.

Restrição à conta bancária


O Palácio do Planalto também decidiu vetar uma regra que restringia o tipo de conta bancária onde o
auxílio poderia ser depositado. Pelo texto aprovado, o benefício só poderia ser pago em "conta do tipo
poupança social digital, de abertura automática em nome dos beneficiários", criada para receber recursos
exclusivos de programas sociais, do PIS/Pasep e do FGTS.
Fila de prioridades
Em entrevista na segunda-feira (30/03), o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, informou que
trabalhadores informais que recebem o Bolsa Família, e aqueles que estão no Cadastro Único, devem
ser os primeiros a receber o auxílio.
No caso do Bolsa Família, o benefício não será acumulado. Se o pagamento de R$ 600 for mais
vantajoso, haverá uma substituição automática e o trabalhador informal receberá apenas esse auxílio
temporário. Ao fim desse período, se continuar atendendo aos critérios, ele volta a receber o Bolsa
Família.
Trabalhadores informais que não constam em nenhum cadastro do governo devem ficar por último no
cronograma de pagamento, que ainda não tem data para começar a ser feito.
Segundo Onyx, o pagamento deverá ser feito por meio de agências e aplicativos de bancos federais,
como Caixa, Banco do Brasil, Banco da Amazônia e Banco do Nordeste, além de lotéricas e aplicativos
desses bancos.

Requisitos
A lei sancionada estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio,
apelidado por alguns parlamentares de "coronavoucher".
Segundo o texto aprovado no Congresso, o trabalhador precisa ter mais de 18 anos, cumprir critérios
de renda familiar e não pode receber benefícios previdenciários, seguro desemprego nem participar de
programas de transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa Família.

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'Diário Oficial' publica revogação de dispositivo que permitia suspender salários65

Bolsonaro editou MP neste domingo que, entre outros pontos, permitia suspensão dos contratos de
trabalho por 4 meses. Trecho foi criticado por políticos, partidos e entidades.
O "Diário Oficial da União" publicou na noite desta segunda-feira (23/03), em edição extra, a revogação
de dispositivo de uma medida provisória que previa a suspensão dos contratos de trabalho por 4 meses.
A MP foi editada neste domingo (22/03) pelo presidente Jair Bolsonaro, mas o trecho sobre os
contratos foi alvo de críticas por parte de políticos, partidos e entidades. Bolsonaro, então, anunciou nesta
segunda a revogação do trecho.
Mais cedo, nesta segunda-feira, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, Bruno Bianco, afirmou que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão da "má interpretação"
sobre o tema.

'Contraprestação'
De acordo com Bruno Bianco, a MP não deixou claro que haveria "contraprestação" por parte do
empregador que suspendesse o contrato do empregado por quatro meses.
Diante disso, afirmou o secretário, a próxima medida provisória a ser editada preverá a possibilidade
de o contrato ser suspenso e a contraprestação do empregador.
Segundo Bianco, a nova MP será assinada "o quanto antes". Medidas provisórias têm força de lei
assim que publicadas no "Diário Oficial da União", mas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional
em até 120 dias para virar leis em definitivo.

Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para mostrar avanço econômico66

Na tentativa de mostrar que a economia do país vai bem, a Secom (Secretaria de Comunicação) da
Presidência da República apresentou em suas redes sociais um recorte do PIB (Produto Interno Bruto)
que não é usado pelo IBGE.
A estratégia é questionada por especialistas. A Presidência afirma que o PIB privado cresceu 2,75%,
enquanto o PIB público recuou 2,25%.
A publicação, que cita o Ministério da Economia como fonte, afirma que no modelo adotado pelo
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Estado deixa de ser protagonista e dá espaço à iniciativa
privada.
Nesta semana, o IBGE divulgou o resultado do PIB do ano passado, que teve alta de 1,1%. O dado
veio menor do que o projetado inicialmente pelo mercado e pelo governo e consolidou 2019 como o
terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia.
A publicação da Secom afirma que o resultado "fica abaixo do índice de mentiras de quem torce contra
o Brasil" e que o recuo do PIB público é "bom pro Brasil".
De acordo com a professora de Economia da USP (Universidade de São Paulo) Laura Carvalho, a
conta feita pelo governo não é reconhecida pelo IBGE e não é feita por outros órgãos estatísticos no
mundo. "Isso fere os princípios básicos do conceito de PIB, que exige que se trate a economia como um
todo", disse.
A economista afirma que a conta é ideológica e traz problemas metodológicos.
Essa separação cria distorções, segundo ela, porque, muitas vezes, bens produzidos pelo governo
são consumidos pelas famílias. Produtos de empresas também são usados pelo governo, como na
compra de medicamentos pelo SUS, por exemplo.
Outro problema, para a pesquisadora, estaria no fato de o cálculo do governo incluir investimentos de
estatais na conta do setor privado.
A professora também questiona o argumento do governo de que o crescimento privado está
substituindo o setor público.
"Não é que houve uma alocação melhor de recursos. É simplesmente que o governo está com menos
recursos e está investindo menos, gastando menos com infraestrutura. Isso não tem de ser celebrado",
afirmou.
O cálculo também foi criticado pelo economista da FGV e ex-secretário de Política Econômica Manoel
Carlos Pires. Para ele, a divisão entre PIB público e privado não faz sentido.

65
Felipe Matoso e Guilherme Mazui. 'Diário Oficial' publica revogação de dispositivo que permitia suspender salários. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/23/diario-oficial-publica-revogacao-de-dispositivo-que-permitia-suspender-salarios.ghtml. Acesso em 24 de março de
2020.
66
Bernardo Caram e Ricardo Della Coletta. Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para mostrar avanço econômico. GaúchaZH. Economia.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2020/03/governo-separa-pib-publico-e-pib-privado-para-mostrar-avanco-economico-
ck7gmhc2201b101msk8u4gh0s.html. Acesso em 09 de março de 2020.

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"Essas coisas não são separáveis nesses termos. Quando o governo usa recursos para investir, de
maneira geral, quem produz o bem de capital ou faz a construção é o setor privado, que é contratado
para produzir esse tipo de bem ou de serviço. Por essa razão, essa abordagem está errada. Não existe
PIB do governo", afirmou em artigo que analisa o estudo da SPE.
Pelo Twitter, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, rebateu as críticas ao afirmar que
apresentações de outras gestões do ministério e também do Banco Central usavam o conceito de PIB
privado.
O diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente), Felipe Salto, afirma não ver o cálculo como
um grande problema, considerando que é "um exercício feito pelo ministério".
Para ele, entretanto, é preciso observar que os gastos obrigatórios do governo não estão em queda e
que o investimento público está muito baixo. "Nesse sentido, é preocupante", disse.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelo país. Ele revela o valor adicionado
à economia em um determinado período.
O dado, pela ótica da demanda, é uma composição de consumo das famílias, consumo do governo,
investimento e a diferença entre exportações e importações.
Nota técnica produzida pela SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia em
novembro explica a metodologia usada para separar PIB público e privado, algo que não é feito pelo
IBGE.
O cálculo do chamado PIB público feito pela secretaria parte do consumo do governo, divulgado pelo
IBGE.
Como o dado de investimento inclui os setores público e privado, a pasta usa projeções de
pesquisadores e dados do Tesouro para estimar qual a parcela dessa conta sob responsabilidade do
governo.
Embora a Secom tenha usado o dado após a divulgação do PIB do ano completo de 2019, o Ministério
da Economia informou que a base da informação é uma nota produzida em janeiro sobre os dados do
PIB do terceiro trimestre de 2019.
No documento, a SPE compara o terceiro trimestre do ano passado com o mesmo período de 2018
para chegar à alta de 2,75% no PIB privado e ao recuo de 2,25% no PIB público.
O resultado, quando são acumulados quatro trimestres, são mais modestos, com 1,81% de
crescimento do PIB privado e 1,11% de queda do PIB público.
O cálculo, portanto, não leva considera o resultado do quarto trimestre do ano, quando foi observada
uma reversão na tendência de contração dos gastos do governo e expansão do investimento.
No último trimestre de 2019, o consumo do setor público expandiu 0,3% em relação ao mesmo período
de 2018. Se comparado com o trimestre anterior, a alta foi de 0,4%.
O investimento, por sua vez, caiu 0,4% nos últimos três meses do ano, se comparado com período
equivalente de 2018. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o recuo nessa conta foi de
3,3%.
Em nota emitida após a divulgação do resultado do ano pelo IBGE, a SPE também sustentou seus
argumentos na mesma base.
O órgão afirmou que, embora o crescimento de 1,1% seja menor do que os dados revisados de 2017
e 2018, houve melhora na composição do PIB, com crescimento privado em substituição do público.

Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo67

Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, economia brasileira acumula crescimento médio de 0,7%
entre 2011 e 2019 e caminha para pior década em 120 anos.
A economia brasileira deve encerrar a década atual com o pior desempenho já registrado em 120 anos.
Para fugir dessa marca, o país tem de conseguir algo bastante raro na sua história: um avanço do Produto
Interno Bruto (PIB) de 10% em 2020 – a última vez que o país registrou uma expansão nessa faixa foi em
1976, quando cresceu 10,26%.
Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, o país acumula um crescimento médio de 0,7% ao ano
desde 2011, mostra um levantamento do economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se o Brasil conseguir crescer 2,17%
neste ano, como apontam os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, a média do
período deve subir para 0,8%.

67
Luiz Guilherme Gerbelli. Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/05/para-evitar-decada-perdida-pib-tem-de-crescer-10percent-neste-ano-mostra-estudo.ghtml. Acesso em 05 de
março de 2020.

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151
Até então, o pior desempenho foi colhido nos anos 1980, quando o país registrou avanço médio de
1,6%. O período foi batizado de década perdida.
"Para a década atual não ser a pior década em termos de crescimento econômico e conseguir ser
melhor (ou menos pior) do que a década de 1980, o PIB brasileiro teria que crescer, em termos reais,
10% em 2020, o que é bastante improvável, para não dizer impossível", apontou Balassiano em seu
levantamento.
O desempenho da década atual deve ser ainda mais fraco, já que os números do relatório Focus
podem ser considerados otimistas. Hoje, a expectativa é de que o PIB deste ano cresça na faixa de 1,5%
e 2%.
Em março do ano passado, o economista já havia alertado para o desempenho pífio da década atual.
Na ocasião, com os dados disponíveis, a média de crescimento esperada para o período de 2011 a 2020
era de 0,9%.
Na década, o país colecionou anos de forte recessão e lenta retomada, num período que envolveu
uma severa deterioração fiscal, crises políticas e choques internos e externos. Em 2015 e 2016, o PIB
caiu mais de 3%. Nos últimos três anos, o PIB avançou pouco mais de 1%.

Riqueza estagnada
Nesse cenário de baixo crescimento, o levantamento também aponta que a riqueza do brasileiro deve
ficar estagnada na década. No recorte histórico, o resultado só vai ser melhor do que os anos 1980,
quando o PIB per capita (indicador que mede toda a riqueza produzida por um país e a divide pela
quantidade de habitantes) caiu 0,6%.
A década de 1980 foi marcada por uma combinação perversa. No cenário internacional, houve uma
piora das condições financeiras, com alta de juros pelas principais economias. Internamente, o Brasil
passava pelo período de redemocratização, lidando com um quadro de baixo crescimento, descontrole
fiscal e aumento da inflação - o país enfrentou vários planos de estabilização.

Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão68

Na quinta-feira, moeda norte-americana foi negociada a R$ 4,4764, com alta de 0,80%.


O dólar opera em alta nesta sexta-feira (28/02), à medida que a disseminação do coronavírus para
fora da China levantava temores de uma recessão econômica global. No dia anterior, a moeda subiu pela
sétima sessão consecutiva, renovando o patamar recorde de fechamento nominal (sem considerar a
inflação).
Às 9h39, a moeda norte-americana subia 0,3%, vendida a R$ 4,4888.
Na véspera, a moeda dos EUA encerrou o dia negociada a R$ 4,4764, com alta de 0,80%. Na máxima,
chegou a R$ 4,5016. Já o dólar turismo foi negociado ao redor de R$ 4,67, sem considerar a cobrança
de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na semana, a moeda acumula alta de 1,91%. No
mês, já subiu 4,47%. No ano, o avanço é de 11,64%.
O Banco Central volta a atuar nos mercados nesta sexta-feira, realizando oferta líquida de até 20 mil
contratos de swap cambial tradicional. Além disso, haverá oferta até US$ 3 bilhões em linhas com
compromisso de recompra para rolagem do vencimento em 3 de março de 2020 e até 13 mil contratos de
swap cambial tradicional para rolagem do vencimento em 1º de abril de 2020.
Na quinta, o BC vendeu US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial tradicional para conter a
volatilidade. Na quarta, a autoridade monetária havia colocado US$ 500 milhões nesses ativos, em oferta
líquida.

Tensão global
O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais
e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas
cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da
economia global.
Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados
na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o
fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades
também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália.
Por conta de fluxos elevados de capitais para mercados de menor risco, o dólar segue se valorizando
frente a outras moedas, em especial moedas de países emergentes como o real.
68
G1. Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/dolar.ghtml. Acesso
em 28 de fevereiro de 2020.

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152
No exterior, as principais bolsas europeias recuavam nesta sexta, caminhando para a pior semana
desde a crise de 2008. Na China, os índices acionários encerraram o pior mês desde maio do ano
passado, com os temores sobre o surto de coronavírus se tornar uma pandemia.

Impactos no PIB do Brasil


Além das preocupações sobre o impacto do coronavírus, o dólar mais valorizado nas últimas semanas
tem refletido os juros em mínimas históricas no Brasil e as perspectivas sobre o ritmo de crescimento da
economia brasileira e andamento das reformas.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta sexta-
feira à GloboNews que o coronavírus deverá levar à revisão na estimativa de Produto Interno Brasileiro
(PIB).
A secretaria comandada por Sachsida é responsável por fixar as projeções oficiais do governo para a
economia e chegou a anunciar em janeiro deste ano um aumento na previsão de crescimento, alterando
a expectativa de 2,32% para 2,40%. Segundo o secretário, a nova revisão do número deve ser anunciada
até o fim da semana que vem.
Na quinta, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reconheceu que o avanço do
coronavírus pode ter impacto no crescimento mundial e "afetar todo mundo, inclusive o Brasil". Ele
acrescentou que a Secretaria de Política Econômica (SPE) deverá rodar em breve uma nova projeção
para o crescimento da economia em 2020.
"Está assustando todo mundo pois pode ter impacto muito forte no desaquecimento da economia
mundial, isso impacta a exportação de todo mundo. Tem desorganização de cadeias produtivas,
organizadas em países asiáticos. É um fenômeno que está todo mundo se debruçando agora. O risco é
no preço de commodities e em um crescimento menor do mundo. A gente tem de estar preparado e lidar
com a situação", afirmou.
O Bank of America Merrill Lynch reduziu na quinta-feira sua perspectiva de crescimento econômico do
Brasil em 2020 para 1,9%, citando impactos do coronavírus nas exportações e contínuos indicadores de
atividade econômica sem sinal uniforme.
O mercado brasileiro reduziu para 2,20% a previsão a alta do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus
do Banco Central, divulgada nesta quarta, mas diversos bancos e consultorias já estimam um crescimento
abaixo de 2%.
Já a projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 subiu de R$ 4,10 para R$ 4,15 por
dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,11 para R$ 4,15 por dólar.
A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 também contribui para uma maior desvalorização
do real ante o dólar. Isso porque diminuiu ainda mais o diferencial de juros entre Brasil e outros pares
emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo
de saída de dólar. E cresce no mercado as apostas sobre a chance de um possível novo corte na Selic,
atualmente em 4,25% ao ano.

Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE69

Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada, ou 38,3 milhões de brasileiros.
Outros 26,4 milhões seguem subutilizados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28/02) os primeiros
números do ano sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no
trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por
Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).
Em relação trimestre encerrado em janeiro de 2019, quando a taxa foi de 12%, houve queda de 0,8
ponto percentual. Já em relação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.
Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, entretanto, quando a taxa foi de 11%, houve
alta de 0,2 ponto percentual – o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em março do ano passado.
O IBGE, no entanto, só considera comparáveis os resultados de um mesmo trimestre e de 3 meses de
intervalo.
Tanto na comparação com o trimestre anterior, terminado em outubro, quanto com o mesmo trimestre
do ano passado, houve queda da população desocupada. Eram 12,625 milhões em janeiro e 12,367
milhões em outubro. Agora, o número de desempregados foi estimado em 11,913 milhões. No trimestre
encerrado em dezembro, o número de desempregados, no entanto, foi de 11,6 milhões.

69
Darlan Alvarenga e Daniel Silveira. Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/desemprego-fica-em-112percent-em-janeiro-e-atinge-119-milhoes-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de fevereiro de
2020.

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153
O contingente de pessoas ocupadas (94,2 milhões) apresentou estabilidade em relação ao trimestre
anterior. Porém, comparado ao mesmo período de 1 ano atrás, houve crescimento, um adicional de 1,9
milhão de pessoas.
O país tem hoje 2 milhões a menos de desempregados do que tinha em abril de 2017, quando foi
registrado o maior nível de desocupação da história (13,6%). Entretanto, são 5,6 milhões de desocupados
a mais do que em janeiro de 2014, quando foi registrada a menor taxa de desocupação (6,4%).
Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada
A taxa de informalidade recuou de 41,2% no trimestre de agosto a outubro de 2019 para 40,7% no
trimestre encerrado em janeiro, representando um total de 38,3 milhões de trabalhadores informais.
Há 1 ano atrás, no entanto, a taxa era menor, de 40,6%.
“Esse recuo está associado à redução de aproximadamente 479 mil trabalhadores informais em
relação ao trimestre móvel anterior”, destacou a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.
No ano passado, a taxa média de desemprego no Brasil ficou em 11,9%, em um ano marcado pelo
avanço da informalidade, que atingiu o maior nível desde 2016 e foi recorde em 19 estados e no Distrito
Federal.

Carteira assinada tem alta


O número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 1,5% em relação ao trimestre
móvel anterior e chegou a 33,7 milhões. Já contra o mesmo trimestre do ano anterior o avanço foi de
2,6% (mais 845 mil pessoas)
Já a categoria dos empregados sem carteira assinada ficou estatisticamente estável em relação ao
trimestre móvel anterior (11,7 milhões de pessoas). Já na comparação com o mesmo trimestre do ano
anterior cresceu 3,7% (mais 419 mil pessoas).
O número de trabalhadores por conta própria chegou também ficou estável (24,6 milhões) em relação
ao trimestre encerrado em outubro. Já em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 3,1%
(mais 745 mil pessoas).
O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) se manteve em 4,7 milhões,
estatisticamente estável em ambas as comparações.
26,4 milhões de subutilizados
Apesar do aumento do número de brasileiros ocupados, a população subutilizada no país ainda soma
um total de 26,4 milhões de pessoas. O número no entanto também caiu no trimestre encerrado em
janeiro. Houve queda de 2,7% (menos 744 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior e recuo de
3,4% (menos 919 mil pessoas) frente ao mesmo período do ano passado.
O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 6,6 milhões, com queda de
5,7% (menos 403 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior, mas praticamente o mesmo de 1 ano
atrás.
Já o contingente fora da força de trabalho foi estimado em 65,7 milhões de pessoas, o que representa
uma queda de 1,3% em relação ao trimestre móvel anterior e estabilidade na comparação anual.

Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo70

Brasil ocupa 60ª posição em ranking de países com maior mobilidade social.
Brasileiros nascidos em famílias de baixa renda levariam, em média, nove gerações para atingir a
renda média do país, segundo um relatório divulgado esta semana pelo Fórum Econômico Mundial. O
dado ilustra a baixa mobilidade social do país, isto é, a baixa probabilidade de um indivíduo melhorar de
vida financeiramente em relação aos seus pais.
"Em termos absolutos, é a habilidade de uma criança de ter uma vida melhor que a dos seus pais",
explica o documento.
Na Dinamarca, país apontado como o de maior mobilidade social no ranking, a estimativa é de que
seriam necessárias duas gerações para que uma pessoa nascida na classe mais baixa alcance a renda
média.
"Olhando para todas as economias e níveis de renda médios, as crianças nascidas em famílias menos
ricas tipicamente enfrentam maiores barreiras ao sucesso que as nascidas em famílias com mais
recursos. Além disso, as desigualdades estão crescendo mesmo em países que tiveram crescimento
rápido", alerta o estudo.

70
G1. Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/brasileiros-de-baixa-renda-levariam-nove-geracoes-para-chegar-a-renda-media-aponta-estudo.ghtml. Acesso em
23 de janeiro de 2020.

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154
"Na maioria dos países, indivíduos de determinados grupos se tornaram historicamente desfavorecidos
e a baixa mobilidade social perpetua e exacerba essas desigualdades".
O Brasil ocupa a 60ª colocação entre as nações com maior mobilidade social, atrás de países como
Sri Lanka, Equador, Arábia Saudita e Vietnã. O relatório elenca 82 países.
Os países nórdicos ocupam todas as primeiras posições do ranking. Logo atrás da Dinamarca, em
segundo lugar, aparece a Noruega, seguida por Finlândia, Suécia e Islândia. Veja os dez melhores
colocados no ranking:

Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT71

Levantamento da Organização Internacional do Trabalho releva que quantidade de desocupados deve


aumentar em 2,5 milhões em 2020.

71
France Presse. Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/20/numero-de-desempregados-no-mundo-deve-alcancar-1905-milhoes-neste-ano-diz-oit.ghtml. Acesso em 21 de
janeiro de 2020.

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155
A quantidade de pessoas desempregadas no mundo deve aumentar este ano para 190,5 milhões,
mostrou um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado nesta segunda-feira
(20/01).
Em seu relatório anual sobre o emprego no mundo, a OIT indica que, após permanecer "relativamente
estável nos últimos nove anos", o desemprego em todo o mundo deve aumentar novamente devido à
desaceleração do crescimento econômico.
O número de desempregados deve aumentar em 2,5 milhões em 2020 porque, enquanto a força de
trabalho aumenta, não estão sendo criados empregos suficientes para absorver os recém-chegados ao
mercado de trabalho.
A taxa de desemprego global foi de 5,4% em 2019 e deve permanecer em torno desse valor nos
próximos dois anos, o que significa que seu declínio progressivo registrado entre 2009 e 2018 define o
ritmo.
Ao incluir as pessoas subempregadas ou que não estão procurando mais trabalho, o número chega a
470 milhões, adicionando 165 milhões de pessoas que têm emprego, mas gostariam de trabalhar mais e
120 milhões que abandonaram a busca ativa ou não têm aceso ao mercado de trabalho.
"Para milhões de pessoas comuns, é cada vez mais difícil construir uma vida melhor graças ao
trabalho", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, em entrevista coletiva.
"A persistência e a amplitude da exclusão e das desigualdades relacionadas ao trabalho impedem que
eles encontrem trabalho decente e forjem um futuro melhor. Esta é uma conclusão extremamente
preocupante que tem sérias e alarmantes repercussões na coesão social", afirmou.
O acesso ao emprego remunerado não garante trabalho decente. Quase 61% da força de trabalho do
mundo realiza trabalhos informais e mal remunerados ou que oferecem pouco ou nenhum acesso à
proteção social e aos direitos trabalhistas.
Da mesma forma, mais de 630 milhões de trabalhadores no mundo - isto é, uma em cada cinco
pessoas na população ativa do mundo - vive em condições de pobreza extrema ou moderada (definida
por ganhos de mais de US$ 3,20 dólares, cerca de R$ 13, por dia em termos de paridade do poder de
compra). Espera-se que esse fenômeno aumente em 2020 e 2021 nos países em desenvolvimento.

Desemprego no Brasil
Para o Brasil, a OIT estimou o país deve encerrar o ano com 12,9 milhões de desempregados. Se essa
previsão se confirmar, haverá uma pequena redução em relação ao observado em 2019. A organização
estima que o pais encerrou o ano passado com 13 milhões de desempregados.

Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios72

Há dois anos, o país vê startups atingirem valor de mercado de US$ 1 bilhão, com cenário econômico
que estimula investimento no setor.
O Brasil tem 12.700 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) — crescimento
de 27% em relação a 2018, quando eram 10 mil empresas. E 20 vezes mais do que em 2011, ano de
fundação da Abstartups, que contabilizou 600 negócios à época.
Startups são empresas de base tecnológica que têm crescimento rápido e escalável — com aumento
de ganhos sem inflar os custos.
“As startups viraram o jogo, estão muito presentes no nosso dia a dia, nos smartphones, nas
ferramentas que a gente usa para se comunicar, na forma como a gente compra e contrata. O nosso
universo contextual está tendo participação efetiva das startups”, avalia o presidente da Abstartups,
Amure Pinho.
E as brasileiras estão cada vez mais na mira dos investidores, pelas soluções inovadoras e pelo
cenário econômico, de juros baixos que estimulam investimento de risco.
Amure destaca a redução na taxa básica de juros como um dos impulsionadores dos investimentos no
setor: “Tivemos uma entrada muito forte de capital externo no Brasil. Pode-se ver com a entrada do
SoftBank (conglomerado japonês de telecomunicações) investindo em vários unicórnios. Isso aconteceu,
em grande parte, porque a gente teve uma queda da taxa de juros e essa queda faz os investidores
saírem dos bancos e investimentos mais conservadores para investimentos um pouco mais arriscados, e
as startups acabam se beneficiando disso. O resultado que a gente tem é que, a cada ano, as startups
vão ganhando muito espaço na economia brasileira, redesenhando, de certa forma, parte da economia
através da inovação”.

72
Danuza Mattiazzi. Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios. GloboNews.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/01/15/numero-de-startups-no-brasil-aumentou-20-vezes-nos-ultimos-oito-anos-11-ja-sao-unicornios.ghtml. Acesso em
16 de janeiro de 2020.

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156
Um dos investimentos mais recentes do SoftBank foi na VTEX, empresa brasileira que desenvolve
plataformas de e-commerce. “Você consegue construir uma empresa bilionária só no Brasil sem pensar
no mundo todo. O Brasil tem milhões de consumidores, oportunidades do agro a hardware. A Selic
batendo 4,5%. Bancos, investidores precisam diversificar. E a gente vem de uma safra com bons
empreendedores”, destaca Alfredo Soares, vice-presidente Institucional da VTEX.
A empresa desenvolve soluções de e-commerce para 40 mil pequenas e médias empresas, e 2 mil
grandes empresas pelo mundo. Está há 20 anos no mercado e encerrou 2019 com um aporte de R$ 580
milhões do SoftBank, e dos fundos brasileiros Gávea Investimentos e Constellation Asset Management.
“O Brasil é um grande centro de digital, é um grande centro de negócios na internet, desde softwares
a microsserviços e a hardware. Marketing digital também é algo que o Brasil exporta muito também. A
gente quer fazer o Brasil ser conhecido não só pelo futebol, pelo surf agora, e pelo samba, mas também
pela tecnologia de e-commerce. A gente quer transformar o Brasil num polo de e-commerce global, onde
empresas do mundo todo venham contratar empresas do ecossistema”.
Um dos diferenciais que o país exporta para o mundo é o tradicional parcelamento. “Enquanto para a
gente o parcelamento é algo normal, em vários países são startups que permitem os lojistas a parcelarem.
A gente tem muita expertise no Brasil”, diz Alfredo.

UNICÓRNIOS
2019 foi o segundo ano em que o país teve startups alcançando valor de mercado de US$ 1
bilhão. Quando atingem esse patamar, são chamadas de “unicórnios”. Os primeiros cinco foram
registrados em 2018. No ano seguinte, outras seis empresas atingiram o posto.
Um deles é a Gympass, uma plataforma que conecta academias e empresas que querem incentivar
os funcionários a terem uma vida mais saudável. Nasceu em São Paulo, em 2012.
“Em 2015, começou nossa expansão internacional. Não tinha ninguém fazendo bem feito aquilo que a
gente fazia no Brasil. E agora em 2019, a gente atingiu a marca de unicórnio, com um investimento
importante de US$ 300 milhões, que a gente vai usar, principalmente, para melhorar a experiência dos
nossos usuários, academias e empresas”, conta Leandro Caldeira, CEO da Gympass no Brasil. A
empresa atua em 14 países e, no fim do ano passado, adquiriu uma empresa de inteligência artificial em
Portugal.
E as perspectivas do setor para este ano seguem otimistas. Leandro revela as apostas para a empresa
em 2020: “muito investimento em tecnologia, novos países para a gente abrir, a gente está supermotivado
com as perspectivas” .
“Os próximos cinco anos são muito favoráveis para os empreendedores brasileiros”, aposta Alfredo.
Para Amure, as previsões também são otimistas: “É de se esperar que nos próximos anos continuemos
tendo esse protagonismo de alocação de capital para novos negócios.”
Os unicórnios brasileiros de 2018 e 2019 (fonte: Abstartups):
- iFood – entregas de comida pela internet
- 99 – transporte de passageiros
- Nubank – serviços financeiros
- Pagseguro – serviços financeiros
- Stone – métodos de pagamento
- Ebanx – métodos de pagamento online
- Wildlife – desenvolvedora de jogos
- Gympass – plataforma de academias e planos corporativos
- Quinto Andar – aluguel de imóveis
- Loggi – serviços de logística
- Arco Educação – soluções educacionais

O que muda no seu bolso em 202073

Além do novo valor do salário mínimo, entram em vigor regras que elevam as alíquotas do INSS e
estabelecem um teto para os juros do cheque especial.
O ano de 2020 começa com várias novidades para o bolso dos brasileiros. Além do novo valor do
salário mínimo, entram em vigor as regras que estabelecem um teto para os juros do cheque especial –
mas que também permitem que os bancos cobrem pelo limite mesmo se o cliente não usar.

73
G1. O que muda no seu bolso em 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/12/31/o-que-muda-no-seu-bolso-em-
2020.ghtml. Acesso em 02 de janeiro de 2020.

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157
Também começam a valer neste ano as novas regras para compras de brasileiros em lojas francas de
aeroportos e portos, conhecidas como free shops, além da alteração na regra para a conversão do câmbio
nos gastos no exterior com cartão de crédito.
Há ainda mudanças como as novas alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS), além do desconto do INSS sobre o seguro-desemprego e o início das contratações pelo
programa "Verde e Amarelo".

Salário Mínimo
O salário mínimo será de R$ 1.039 em 2020, conforme estabelecido em medida provisória assinada
pelo presidente Jair Bolsonaro.
O valor ficou um pouco abaixo do proposto pelo governo em abril no projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, de R$ 1.040, mas ficou acima do valor aprovado no orçamento de 2020 pelo Legislativo
– de R$ 1.031.
O novo salário mínimo não contempla ganho real, já que o valor foi apenas corrigido pela inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo o Ministério da Economia.

Novo limite para compras em free shops


O limite para compras de brasileiros em lojas francas de aeroportos e portos, conhecidas como free
shops, que vendem produtos livres de tributos, irá dobrar de US$ 500 para US$ 1 mil por passageiro.
Para quem atravessar fronteiras por vias terrestres, fluviais ou lacustres, a mudança faz o valor
aumentar de US$ 300 para US$ 500 (ou o equivalente em outra moeda).

Alíquotas do INSS
Com a aprovação da reforma da Previdência, o valor descontado do salário de cada trabalhador para
a aposentadoria vai mudar. Em resumo, quem ganha menos vai contribuir menos para o INSS, e quem
ganha mais, vai contribuir mais.
No dia 1º de março de 2020, entram em vigor as novas alíquotas de contribuição ao INSS. As novas
alíquotas valerão para os salários de fevereiro, pagos em março.
Hoje, quem trabalha com carteira assinada no setor privado contribui com um percentual que vai de
8% a 11% do salário para a Previdência. No novo sistema, as alíquotas vão de 7,5% a 14% para os
trabalhadores do setor privado e, para o setor público, podem chegar a 22%.
Mas essas taxas são progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a parcela do salário que se
enquadrar em cada faixa, o que faz com que o percentual de fato descontado do total dos ganhos (a
alíquota efetiva) seja menor.

INSS sobre seguro desemprego


O governo anunciou em novembro que o seguro-desemprego passará a ter desconto mínimo de 7,5%
para o INSS, e o período de recebimento do benefício passará a contar como tempo de contribuição para
a aposentadoria. A medida faz parte do programa lançado para estimular a criação de empregos para
jovens por meio de desoneração de empresas e flexibilização de regras da CLT.
A expectativa do governo é que essa contribuição comece a partir de 1º de março de 2020, conforme
determina a Medida Provisória (MP) que trata do assunto. Mas a MP precisa ser aprovada pelo Congresso
até 10 de março, ou perderá a validade. Sem essa aprovação, o desconto da contribuição previdenciária
sobre o seguro-desemprego nem chegará a entrar em vigor.

Câmbio do dia para gastos com cartão no exterior


A partir de março de 2020 os emissores de cartão de crédito serão obrigados a usar a taxa de câmbio
do dia da compra realizada pelos clientes, e não mais o câmbio na data do pagamento da fatura.
A nova regra do Banco Central foi publicada em outubro de 2019, e detalha norma publicada no fim
de 2018.
A nova regra ainda estabelece que os emissores de cartões de uso internacional devem divulgar
informações sobre as taxas de conversão do dólar dos Estados Unidos para reais relativas aos gastos
em moeda estrangeira. A taxa de conversão deverá ser apresentada com quatro casas decimais.

Saque aniversário do FGTS


O saque-aniversário não é obrigatório. Ele permite a retirada de parte do saldo da conta do FGTS
anualmente, no mês do aniversário do trabalhador e nos dois meses seguintes. No entanto, se o
trabalhador optar por esse saque, perderá o direito à retirada do saldo total de sua conta do FGTS em
caso de demissão sem justa causa, o chamado saque-rescisão.

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158
O saque aniversário não tem relação com a liberação do saque imediato de até R$ 998 por conta
liberado em 2019.

Carteira verde amarela


Começam a valer em 1º de janeiro as contratações de trabalhadores por meio do chamado Verde
Amarelo. O programa permite aos empregadores contratar jovens pagando menos tributos.
Para os contratados nessa modalidade:
- a contribuição para o FGTS cai de 8% a 2%
- valor da multa do FGTS em caso de demissão poderá ser reduzido a 20% sobre o saldo, em comum
acordo entre empregador e trabalhador
- pagamentos de férias e 13º salário poderão ser adiantados mensalmente, de forma proporcional
- empregadores não precisarão pagar a contribuição patronal ao INSS (de 20% sobre a folha)
- não serão devidas alíquotas do Sistema S
- não haverá recolhimento do Salário Educação

Limites para a contratação:


- poderão ser contratados jovens de 18 a 29 anos, que nunca tiveram emprego formal
- contratações não poderão ser feitas em regime intermitente, avulso, menor aprendiz ou contrato de
experiência
- prazo de contratação na modalidade será restrito a dois anos
- empresas poderão contratar nesse modelo até 31 de dezembro de 2022
- empregados deverão receber até 1,5 salário mínimo
- empregados pelo modelo serão limitados a 20% do total de funcionários das empresas
- empresas não poderão substituir trabalhadores; apenas novos contratados podem ser admitidos
através do programa Verde Amarelo
- esse limite de 20% vai usar como base a média de trabalhadores das empresas entre janeiro e
outubro de 2019

Juros do cheque especial e cobrança pelo limite


Em 6 de janeiro, entra em vigor a regra do Banco Central que determina que os juros do cheque
especial serão de no máximo 8% ao mês. Com o limite imposto agora, o juro anual será de cerca de 150%
ao ano, no máximo, de acordo com o BC (bem abaixo da marca média que costuma ficar perto dos 300%).
Mas, junto com essa medida, o BC também determinou que os bancos poderão cobrar pelo limite de
crédito que disponibilizam no cheque especial. Quem tem até R$ 500 de limite no cheque especial não
poderá ser cobrado por isso. Quem tiver mais pagará até 0,25% sobre o valor que exceder esses R$ 500.
Pela regra anterior, os bancos só são remunerados quando os clientes de fato usam o cheque especial
(e, portanto, pagam juros) e não podem cobrar apenas para oferecer esse crédito. A nova regra já começa
a valer no dia 6 de janeiro de 2020 para novos contratos. Para quem já tem cheque especial, a mudança
acontecerá em 1º de junho de 2020.
Quem tem até R$ 500 de limite no cheque especial não poderá ser cobrado por isso. Quem tiver mais
pagará até 0,25% sobre o valor que exceder esses R$ 500. O Banco Central autorizou a cobrança da
taxa uma vez por mês. Segundo o BC, cerca de 19 milhões de usuários de cheque especial têm limite de
até R$ 500 e estão isentos.
Assim, um cliente que tem limite de R$ 10.000 no cheque especial pagará todos os meses 0,25%
sobre R$ 9.500 – o equivalente a R$ 23,75. Caso ele use o crédito, essa quantia será descontada do
valor que ele terá de pagar em juros.
Os clientes que têm limite de crédito superior a R$ 500 que não querem ser taxados em 0,25% ao mês
precisam contatar seus bancos para pedir a redução do valor do crédito disponível. O Procon orienta que
essa solicitação seja feita por escrito e com registro de protocolo.

Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto74

Texto destina R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral; prevê R$ 1.031 para o salário mínimo; e estima em
até R$ 124 bilhões o déficit das contas públicas.
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (17/12) o Orçamento da União para 2020. Com a
aprovação, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

74
Fernanda Vivas e Gustavo Garcia. Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/12/17/congresso-aprova-texto-base-orcamento-de-2020-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml. Acesso em 18 de dezembro de
2019.

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159
Num primeiro momento da sessão, os parlamentares aprovaram o texto-base. Depois, passaram à
análise dos destaques. O texto-base foi aprovado logo após a Comissão Mista de Orçamento ter aprovado
a proposta.
Entre outros pontos, o Orçamento prevê R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral no ano que vem; o salário
mínimo em R$ 1.031; e o déficit nas contas públicas podendo chegar a R$ 124 bilhões.
O Orçamento da União detalha todos os gastos a serem realizados pelo governo ao longo do ano.
Também apresenta a estimativa de quanto a União vai arrecadar. Nenhum gasto público pode ser
realizado sem previsão no Orçamento.
A execução do Orçamento terá o impacto de duas mudanças aprovadas pelo Congresso:
- a emenda constitucional que tornou as emendas parlamentares de bancada impositivas, ou seja, de
execução obrigatória. Em 2020, as emendas somarão 0,8% da receita corrente líquida (RCL);
- a emenda constitucional que permite a transferência direta dos recursos de emendas parlamentares
a estados e municípios independentemente de celebração de convênios, parcerias e outros instrumentos
formais.

Fundo eleitoral
O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que inicialmente havia proposto R$ 3,8
bilhões, decidiu manter a proposta do governo, prevendo R$ 2 bilhões para o fundo.
Este fundo, chamado Fundo Especial para o Financiamento de Campanhas (FEFC) foi criado em uma
reforma política, realizada em 2017.
Os parlamentares rejeitaram um destaque do partido Novo, que visava reduzir o valor do fundo para
R$ 700 milhões. Foram 242 votos pela derrubada do destaque, e 167 contrários.

Fundo partidário
O relator também manteve o valor previsto pelo governo para o fundo partidário. Diferente do fundo
eleitoral, o fundo partidário é usado para despesas de partidos políticos.
Recentemente, o Congresso aprovou uma proposta que amplia as possibilidades de utilização deste
fundo. O fundo partidário contará com R$ 959 bilhões.

Salário mínimo
Conforme o texto-base, o valor estimado é de R$ 1.031. De acordo com o relator, o valor ainda
precisará ser estabelecido por uma nova legislação, já que a política nacional de valorização em vigor
desde 2015 não terá efeitos em 2020. O relator espera que o governo fixe o valor do mínimo por uma
medida provisória no começo de 2020.

'PEC emergencial'
O relator estimou economia de R$ 6 bilhões no Orçamento caso seja aprovada a chamada "PEC
Emergencial", que estabelece uma série de medidas para o controle do crescimento de despesas
obrigatórias (como redução da jornada de trabalho e de salários de servidores públicos) se houver
descumprimento à chamada regra de ouro.
Esse valor se refere à economia com gastos de pessoal. O relator fez uma alteração, ao longo desta
terça-feira, para deixar claro que, se a economia não se realizar, o valor das despesas com pessoal
poderá ser recomposto com o cancelamento de despesas.

Despesas com pessoal e Previdência


O deputado Domingos Neto (PSD-CE) seguiu a estimativa do governo federal para o gasto com a
Previdência Social: R$ 677,6 bilhões. Já as despesas de pessoal estão calculadas em R$ 344,6 bilhões.

Despesas que dependem de crédito


O parecer ao Orçamento prevê que despesas no montante de R$ 343,6 bilhões de reais estão
condicionadas à aprovação de crédito suplementar, para evitar o descumprimento da regra de ouro (um
mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes, como salários,
benefícios de aposentadoria, contas de luz e outros custeios da máquina pública).

Bolsa Família
O programa contará com R$ 29,5 bilhões no Orçamento.

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160
Recursos para ministérios
O Orçamento terá, ao todo, receitas e despesas no mesmo valor: R$ 3,686 trilhões. Veja, abaixo, a
previsão de gastos com alguns dos ministérios:
Ministério da Saúde - no projeto original, o Orçamento destinava ao Ministério da Saúde R$ 129,9
bilhões de reais. A dotação para a área passará para R$ 135 bilhões.
Ministério da Educação – o projeto original previa recursos na ordem de R$ 102,2 bilhões; no parecer
do relator, o valor passa a R$ 102,9 bilhões.
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – a proposta enviada pelo governo
previa verba de R$ 11,715 bilhões. A variação foi pequena para a pasta: passou para R$ 11,794 bilhões.
Ministério da Justiça e Segurança Pública – a previsão original para a pasta era de R$ 12,9 bilhões;
os recursos para o setor passaram para R$ 13,9 bilhões.
Ministério da Defesa – a pasta terá R$ 73 bilhões de reais de dotação orçamentária. No projeto
original, o valor previsto era de R$ 72,3 bilhões.
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos – no projeto original, o ministério teria R$
357,2 milhões para gastos. No parecer do relator, a dotação passou para R$ 637 milhões.
Ministério do Turismo – a proposta original previa R$ 209,2 milhões para a pasta. Na proposta do
governo, o Turismo terá R$ 1 bilhão.

Outros poderes
O projeto também determina os recursos previstos para outros Poderes da República – o Legislativo
e o Judiciário. Para Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal, o parecer manteve as propostas
originais de orçamento.
Câmara dos Deputados – R$ 6,2 bilhões.
Senado – R$ 4,5 bilhões.
Supremo Tribunal Federal – R$ 686,7 milhões

Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria75

Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior, já que câmbio influencia tanto gastos em dólar quanto
preços de passagens e combustíveis.
Na noite de segunda-feira (25/11), uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou
pessimismo no mercado financeiro. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e
com o câmbio mais alto por um bom tempo", afirmou o ministro, em entrevista em Washington, capital
dos Estados Unidos.
A reação veio rápida: o real fechou o dia de ontem cotado R$ 4,239. No dia, chegou a bater R$ 4,27,
o maior valor nominal da história sobre o real.
Mas, na memória econômica do brasileiro, o sobe-e-desce da moeda tende a preocupar. A inflação vai
subir? Os juros vão aumentar? Como essa alta pode afetar os planos financeiros para o ano que vem?
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, os efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior — já que o câmbio influencia tanto nos gastos em dólar
quanto no preço das passagens, e no preço dos combustíveis. Mas, se a alta persistir e se transformar
em tendência permanente, os efeitos podem ser mais amplos, como, por exemplo, na inflação e nos
custos para as empresas.
Segundo os analistas, a alta recente do dólar reflete a preocupação de investidores e gestores de
recursos com as turbulências na América Latina, como os protestos no Chile e a incerteza política na
Bolívia.
"Os gestores trabalham por blocos. Para ele, real e peso argentino não têm grande diferença. [A
variação cambial] é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade e incertezas na
região", diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Os preços vão subir (ou os empresários vão lucrar menos)?


Segundo o economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação
Getulio Vargas (FGV) e analista de inflação, a alta do dólar ainda não começou a surtir efeito na inflação.

75
BBC. Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/27/quem-ganha-e-quem-perde-com-a-alta-do-dolar-o-impacto-do-cambio-do-turismo-a-industria.ghtml. Acesso em 27
de novembro de 2019.

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161
"Não houve tempo para que a recente desvalorização impacte a inflação. Já os combustíveis — dada
a política de reajustes da Petrobras — podem sofrer aumentos repassando efeitos cambiais mais
rapidamente", diz.
O repasse da variação cambial para os preços e para a inflação, que na linguagem econômica é
chamado de "pass-through cambial", ainda não está ocorrendo, diz Braz.
Analisando um grupo de produtos comercializáveis, ou seja, que podem ser importados e exportados,
Braz diz que a variação de preços acumulada em um ano ainda está desacelerando, ou seja: o câmbio
não está forçando a alta desses preços.
No futuro, se a alta persistir, o aumento pode ser mais percebido pelo consumidor. "Ainda não vi
alimentos com alta por conta de câmbio. O pão francês, por exemplo, dado que é intensivo em trigo
(commodity agrícola) que o Brasil importa muito, pode repassar desvalorizações cambiais."
Mesmo a alta dos preços da carne bovina tem mais relação com a demanda da China, que tem
aumentado diante de uma queda na produção de suínos no país, do que com o câmbio.
Michael Viriato, professor de finanças do Insper, diz que o desempenho fraco da economia brasileira
funciona como um "desacelerador" do repasse da alta do câmbio para os preços ao consumidor. Ele cita
o exemplo das vendas de Natal: se os lojistas aumentarem muito os preços podem acabar com produtos
encalhados nas prateleiras.
"O que favorece a não repassar é nossa economia estar frágil, os consumidores não conseguem
absorver o aumento dos preços. Se os empresários repassarem muito alto as pessoas não vão comprar.
O que vai acontecer no curto prazo é um aperto de margem por parte dos empresários."
Para ele, quem vai ser mais favorecido no curto prazo será o turismo local, que abarcará os turistas
que desistirem de viajar para fora.

Os exportadores vão ficar mais felizes?


Para entender como o sobe-e-desce do dólar influencia a economia, é preciso adotar uma lógica
simples: ganha mais quem recebe pagamentos em dólar, e perde quem tem custos a pagar na moeda
americana.
Mas, para os exportadores, a alta precisaria ser mesmo mais prolongada para que o aumento rendesse
mais negócios e mais produtos vendidos no exterior. "Bens manufaturados [produtos industriais] não são
commodities. A exportação envolve fatores como design, qualidade, serviços conexos, venda, contratos
mais longos. Não se troca de fornecedor em um estalar de dedos. A reação leva mais tempo", diz Cagnin,
do Iedi.
Desde seu início, 2019 não tem sido um bom ano para exportadores. De janeiro a setembro, o superávit
comercial somou US$ 33,6 bilhões (quase R$ 142 bilhões), um montante 20% menor do que no mesmo
período de 2018. Por trás desse desempenho fraco estão, inclusive, a profunda desaceleração do
comércio mundial e a crise econômica em um parceiro importante como a Argentina.
"Geralmente a alta do dólar é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade. Só
vai ter esse efeito benéfico se tiver a alta por mais tempo", diz.
Para Cagnin, o dólar pode ter efeitos negativos especialmente para os que dependem de insumos e
maquinário importado. "O nível de atividade econômica atual é muito baixo então impacto em preços é
menor do que no passado. Mas pode encarecer produtos importados e insumos importados na indústria."

Até quando vai durar essa alta do dólar?


"A volatilidade não é boa para ninguém. Só serve para dificultar as projeções", diz o professor Michael
Viriato, do Insper, ilustrando como até para quem estuda muito o tema é difícil prever o futuro do câmbio
diante de tanta oscilação.
Para Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital, o dólar deve se manter acima dos R$ 4,00
pelo menos até o primeiro semestre de 2020.
Na análise de Bergallo, o aumento na velocidade dos cortes na taxa de juros acabou afastando
investidores estrangeiros, afinal, a taxa fica cada vez mais próxima dos juros americanos que, apesar de
darem retorno menor, são mais seguros.
"A queda da diferença entre as taxas de juros internas e externas é um dos motivos. Reduziram-se em
muito os atrativos para que haja um fluxo de dólares para o mercado brasileiro. O Banco Central acelerou
o ciclo de cortes dos juros básicos, trazendo-os a inéditos 5% ao ano e com perspectiva de chegarmos
em 4,5% nos próximos meses."
Nas projeções do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central com a projeção de
economistas para os principais indicadores, a moeda americana fechará o ano de 2019 cotada a R$ 4,10
— a projeção era de R$ 4 na semana passada. Para o fechamento de 2020, a previsão é de R$ 4 por
dólar.

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162
Em relatório divulgado nesta semana, a consultoria LCA afirmou que "cresceu a chance de que, em
breve, passemos a projetar, nesse nosso cenário base, dólar e Selic um pouco mais altos do que ora
projetamos. E cabe alertar que aumentaram os riscos de um quadro frustrante no ano que vem, com
elevação de incertezas políticas e sociais ameaçando o andamento da agenda econômica".

Por que subiu tanto?


Em sua fala nos Estados Unidos na segunda-feira, o ministro Paulo Guedes disse não haver motivo
para preocupação, porque a inflação está controlada e porque o câmbio desvalorizado facilita a
exportação. Para ele, a valorização do dólar sobre o real reflete uma mudança de políticas no Brasil, que
tem baixado os juros. Atualmente, a taxa Selic está em 5% ao ano.
Viriato, do Insper, diz que as turbulências políticas na América Latina criaram certo receio por parte
dos investidores em relação aos ativos da região. "Recentemente, todas as moedas da região estão se
desvalorizando (em relação ao dólar)."
Para a LCA Consultores, a alta do dólar também reflete a frustração dos mercados com os leilões dos
blocos exploratórios de petróleo e gás do pré-sal, que resultaram na entrada de menos dólares do que se
esperava. Além disso, reflete "a percepção de que os fundamentos das contas externas podem estar
piorando. A revisão das contas externas divulgadas pelo Banco Central esta semana revelou que o déficit
em conta corrente tem sido maior do que apontavam as estatísticas preliminares".
A LCA prevê, no entanto, que a pressão do câmbio tende a se acomodar, permitindo que os juros
continuem caindo até chegar a 4,25% ao ano até fevereiro.

Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil
habitantes76

Seriam afetados municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da
receita total. Ministro Paulo Guedes afirmou que a decisão é política.
As mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs enviadas nesta terça-feira (05/11)
pelo governo ao Congresso preveem a incorporação a municípios vizinhos das cidades com menos de 5
mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total.
De acordo com o Ministério da Economia, há, atualmente, 1.254 municípios que seriam incorporados
pelos vizinhos, de acordo com as mudanças propostas.

AS TRÊS PECs ENVIADAS AO CONGRESSO


- PEC do pacto federativo: dá mais recursos e autonomia financeira para estados e municípios.
- PEC emergencial: cria mecanismos emergenciais de controle de despesas públicas para União,
estados e municípios.
- PEC dos fundos públicos: extingue a maior parte dos 281 fundos públicos e permite o uso de recursos
para pagamento da dívida pública.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esse foi um tema levado ao governo por
lideranças políticas, em conversas neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Seguramente não foi um economista do nosso grupo que lançou isso lá. Normalmente, é sempre uma
liderança política que chega e fala: 'Está acontecendo um negócio aqui'. E são lideranças políticas
experientes, e eles têm lá os combates deles. Nós vamos assistir isso ai", declarou.
Questionado se esse tema não pode gerar confusão, já que em 2020 haverá eleições municipais,
Guedes afirmou que a discussão é política.
Segundo ele, quem deve decidir se os municípios devem ter 5 mil, 3 mil ou 10 mil habitantes não é o
ministro da Economia.
"Não tem nada mais oportuno do que deixar o Congresso decidir isso. A gente vai, estimula, e eles
têm total decisão de falar: tira isso ou deixa isso", afirmou.
Falando de forma genérica sobre a proposta de pacto federativo, o ministro da Economia afirmou que
o Estado brasileiro está sendo "redesenhado".
"O presidente [Bolsonaro] foi eleito para mudar, e o Congresso também. Estou bastante confiante
nesse trabalho", disse.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que essas propostas terão um "longo
período de discussão" no Legislativo.

76
Alexandro Martello e Laís Lis. Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil habitantes. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/05/pacto-federativo-proposta-preve-incorporar-a-municipios-vizinhos-cidades-com-ate-5-mil-habitantes.ghtml.
Acesso em 07 de novembro de 2019.

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163
"O que será aprovado e o que será descartado será definido pelo Congresso Nacional. A forma correta
de se ter um bom debate político é apresentar para o Congresso Nacional", declarou.
Segundo o assessor especial do ministro, Rafaelo Abritta, a proposta prevê que, em 2023, verifique-
se quais municípios com menos de 5 mil habitantes arrecadam pelo menos 10% da sua receita total.
Nos casos dos municípios que não atingirem o "índice de sustentabilidade", não haverá eleição
municipal em 2024 e, já em 2025, serão incorporados por outros municípios.
Abritta destacou que os municípios com melhor situação financeira terão prioridade na incorporação
dos municípios e cada um poderá incorporar até três outros.
“No máximo, cada município poderá incorporar três municípios adjacentes. Deste modo, a proposta é
de que, no máximo, ocorra a fusão de quatro municípios”, afirmou Abritta.
O processo, no entanto, ainda terá de ser detalhado em lei.

Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte77

Fabricação cabe à Casa da Moeda e, segundo o governo, outras empresas poderão ser habilitadas
pela Receita e disputar o serviço. MP foi assinada em ato de 300 dias do governo.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (05/06) uma medida provisória (MP) que põe fim
ao monopólio da Casa da Moeda na fabricação de dinheiro (papel moeda e moeda metálica) e
passaportes.
A MP foi assinada em uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual foram comemorados 300 dias de
governo. No mesmo evento, Bolsonaro assinou o projeto que viabiliza a privatização da Eletrobras.
Por se tratar de medida provisória, o ato do presidente relativo à Casa da Moeda terá força de lei assim
que publicado no "Diário Oficial da União".
Para se tornar uma lei em definitivo, porém, o texto precisará ser aprovado pelo Congresso Nacional.

O que prevê a MP
O texto com a íntegra da MP não havia sido divulgado pela Presidência até a publicação desta
reportagem.
O governo federal já informou, contudo, que a medida provisória permitirá a habilitação de empresas
pela Receita Federal para que outras companhias possam disputar a oferta do serviço de confecção de
dinheiro e passaporte.
Segundo um texto divulgado pelo Palácio do Planalto à imprensa, a Casa da Moeda e as empresas
privadas poderão disputar, com base no menor preço, a fabricação e a impressão de:
- papel moeda;
- moeda metálica;
- cadernetas de passaporte;
- selos postais federais;
- selos fiscais federais.

De acordo com o Planalto, "para evitar a interrupção dos serviços", a Casa da Moeda seguirá habilitada
provisoriamente até dezembro de 2021 para essas impressões. Neste período, entretanto, empresas do
setor já poderão ser habilitadas e concorrer com a estatal.
A MP prevê um segundo prazo para que os selos postais e os passaportes entrem em produção
compartilhada, após dezembro de 2023.

Controle de produção
O texto da MP, segundo a assessoria da Presidência, prevê que empresas privadas poderão prestar
serviços de "integração, instalação e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos envolvidos na
produção de cigarros".
"Há um aumento de oferta daqueles que podem fornecer o produto e, obviamente, isso vai gerar uma
redução de custos. O objetivo é dar maior competitividade, reduzir o Estado brasileiro, permitir o
empreendedorismo", declarou Jorge Oliveira.

Como funciona em outros países?


Parte da produção de papel moeda é compartilhada em países como Reino Unido, Canadá, Suíça,
Nova Zelândia e Chile.

77
Mateus Rodrigues e Guilherme Mazui. Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/05/bolsonaro-edita-mp-que-poe-fim-ao-monopolio-na-confeccao-de-dinheiro-e-passaporte.ghtml. Acesso em 06 de
novembro de 2019.

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164
Em países como Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Austrália e África do Sul, o processo de
fornecimento de cédulas e moedas permanece inteiramente estatizado.

Privatização
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o projeto de privatização da Casa da Moeda
segue em análise no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a "modelagem" ainda será
definida.
“Uma coisa é quebrar o monopólio, outra é estar no PPI. Ela segue no PPI, os estudos continuam”,
disse.

Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal78

Governo prevê arrecadar até R$ 106,5 bilhões e irá dividir parte dos recursos com Petrobras, estados
e municípios. Entenda como será dividido os recursos e a importância do leilão em 8 pontos.
O megaleilão do excedente da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (06/11), foi anunciado
pelo governo como o maior leilão de óleo e gás já feito no mundo em termos de potencial de exploração
de petróleo e de arrecadação.
A importância do leilão se deve não só aos bilhões de reais envolvidos e à quantidade gigantesca de
reservas de petróleo que estão sendo oferecidas, mas também ao alívio que esse dinheiro extra poderá
trazer para os cofres do governo federal, dos estados e dos municípios.
O governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões com a oferta de quatro áreas do pré-sal, na Bacia de
Santos. Se todos os blocos forem arrematados, será o maior valor já arrecadado em uma rodada de
licitações de petróleo no país e também no mundo em termos de pagamento de bônus de assinatura (o
valor que as empresas pagam pelo direito de exploração).
Até agora, a maior arrecadação com um leilão na área de petróleo no país foi a da 16ª Rodada da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 10 de outubro, que
garantiu à União R$ 8,915 bilhões.
No megaleilão desta quarta, serão definidas as empresas que vão retirar óleo de reservas do pré-sal
chamadas de excedente da cessão onerosa. Recebem esse nome porque o petróleo dessas reservas
excede os 5 bilhões de barris garantidos pelo governo à Petrobras na operação da cessão onerosa,
realizada em 2010.

Prontas para explorar


Analistas comparam o leilão do excedente cessão onerosa a uma operação de aquisição de uma
petroleira de médio porte, pelo valor elevado e porque o que está sendo ofertado são reservas de petróleo
já conhecidas e prontas para serem exploradas.
Os blocos são únicos, uma vez que a Petrobras já realizou trabalhos de desenvolvimento na área, e
já se sabe que há bilhões de barris de petróleo a serem extraídos, reduzindo o chamado risco exploratório
– o risco de não encontrar petróleo na área ou de encontrar muito pouco.
A ANP estima que existam entre 6 bilhões e 15 bilhões de barris de óleo equivalente excedente na
área – praticamente o triplo dos 5 bilhões de barris originais concedidos na área à Petrobras em 2010.
Veja abaixo 8 pontos para entender a cessão onerosa, como serão divididos os recursos do leilão e o
impacto esperado para a economia.

1) O que é cessão onerosa?


"Cessão onerosa" é o nome que foi dado ao contrato de exploração de petróleo em uma área do pré-
sal, na região marítima da Bacia de Santos, em 2010.
Por lei, todo o petróleo que existe no subsolo é da União. Em 2010, o governo cedeu à Petrobras o
direito de produzir 5 bilhões de barris em áreas do pré-sal. No entanto, mais tarde descobriu-se que a
área tinha até o triplo desse volume a ser explorado. Esse petróleo "extra" é o que está sendo leiloado
agora pela ANP, na chamada Rodada de Licitações dos Volumes Excedentes da Cessão Onerosa.
A cessão onerosa foi assinada como parte do processo de capitalização da Petrobras, quando a
empresa levantou cerca de R$ 120 bilhões, em 2010. À época, a empresa colocou novas ações à venda,
para fortalecer seu caixa. O governo federal comprou parte dessas ações com a cessão onerosa – em
troca das ações e de mais uma parcela em dinheiro, o governo deu à Petrobras o direito de produzir até
5 bilhões de barris do pré-sal.

78
Darlan Alvarenga. Karina Trevizan. Luíza Melo. Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/04/cessao-onerosa-o-que-e-e-o-que-esta-em-jogo-no-megaleilao-do-pre-sal.ghtml. Acesso em 04 de novembro de
2019.

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165
O contrato, firmado antes da criação da lei de partilha do pré-sal, previa a revisão dos termos quando
os campos fossem declarados comercialmente viáveis (ou seja, que valeria a pena produzir petróleo a
partir desses campos), levando em consideração mudanças nos preços do petróleo, custos de produção
e outras variáveis.
Essa viabilidade foi declarada em 2013 e 2014 e, desde então, a Petrobras passou a reivindicar uma
revisão dos termos do contrato. As negociações começaram ainda no governo de Michel Temer e, até
pouco tempo atrás, havia dúvidas se a estatal seria credora (por conta dos investimentos já feitos na área)
ou devedora do governo.
Em abril, o governo concordou em pagar à Petrobras ao menos US$ 9 bilhões para resolver a disputa
sobre a revisão do contrato da cessão onerosa, abrindo caminho para o megaleilão. O contrato entre a
Petrobras e a União foi finalmente assinado no no dia 1º de novembro.

2) Quais são as áreas que serão leiloadas?


No megaleilão serão ofertadas as áreas de Atapu, Búzios, ltapu e Sépia, no pré-sal. Os quatro blocos
estão na Bacia de Santos, mas em frente ao litoral fluminense.
No megaleilão serão ofertadas quatro blocos do pré-sal que estão na Bacia de Santos, mas em frente
ao litoral fluminense:
- Atapu
- Búzios
- ltapu
- Sépia

A área da cessão onerosa – que inclui a parte da Petrobras e a que será leiloada – é uma zona de
aproximadamente 2,8 mil km² ao largo da costa sudeste do Brasil, situada entre 175 km e 375 km ao sul
da cidade do Rio de Janeiro (veja no mapa mais abaixo). A área total dos quatro campos ofertados no
leilão é de 1.385 km².
A maior área é a de Búzios, com 852,21 km² e a maior concentração de petróleo. "A grande expectativa
é em relação ao leilão de Búzios, que representa cerca de 70% de tudo", disse ao G1 o diretor-geral da
ANP, Décio Oddone.
A Petrobras já mantém plataformas nestas áreas e já manifestou interesse em manter o direito de
preferência nos campos de Búzios e Itapu no leilão.
O campo de Búzios, por exemplo, já é o segundo maior em produção de petróleo no Brasil.
Até agora, a Petrobras extraiu 120,9 milhões de barris na região, o equivalente a apenas 2,42% dos 5
bilhões de barris a que tem direito, segundo dados da ANP.
Em setembro, a produção na área da cessão onerosa foi de 478 mil barris de petróleo e gás por dia.
A ANP estima um pico de produção de 1,2 milhão de barris diários na área após o leilão.

3) Por que o leilão é considerado o maior do mundo?


O que torna este leilão tão atípico e atrativo é o fato de que agora, diferentemente das rodadas
anteriores da ANP, o risco do negócio é muito mais baixo, uma vez que os reservatórios de petróleo já
foram descobertos.
"A entrada em produção desses campos é mais rápida que em um campo convencional. Os valores
se explicam porque não tem risco, já foi descoberto o petróleo. Nos leilões convencionais o que se paga
é um direito de exploração, correndo o risco de não achar. Nesse caso, é uma venda de reservas", afirma
Oddone, o diretor-geral da ANP.
Para o secretário executivo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Antonio
Guimarães, a grande quantidade de reservas já descobertas explica o preço alto fixado para o leilão.
“O Brasil está vendendo blocos exploratórios já descobertos. Isso tem outro valor e vai ter um impacto
mais rápido na economia. É isso que torna o leilão tão caro e tão especial. Não existe, na história recente,
um leilão que tivesse vendido 10 milhões de barris de petróleo já descobertos”, afirma Guimarães.
Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), o megaleilão do excedente da cessão onerosa
será o maior já realizado no mundo em termos de valor de arrecadação de bônus de assinatura – o valor
pago pelas empresas pelo direito de explorar a área.
Levantamento da consultoria mostra que, nas rodadas de licitação mais bem-sucedidas dos últimos
12 meses em países como Canadá, Estados Unidos e México, a arrecadação em cada um dos leilões
não chegou sequer a ultrapassar o valor de US$ 1 bilhão. Nos EUA, por exemplo, nas ofertas de áreas
terrestres em 2018 na Bacia Permiana, a arrecadação foi de US$ 972 milhões.
Segundo Adriano Pires, sócio-diretor do CBIE, outro atrativo do megaleilão é a elevada produtividade
atual nas áreas do pré-sal. Ele destaca que o campo de Búzios já é o seguindo maior em produção de

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petróleo no Brasil. "Os poços do pré-sal talvez sejam hoje os mais produtivos do mundo no mar. É um
leilão único e uma coroação para o pré-sal brasileiro", afirma.
Ele pondera, entretanto, que o alto valor de bônus fixado pelo governo se explica também pela atual
crise fiscal e pela decisão do governo de usar a arrecadação do leilão para reduzir o tamanho do rombo
nas contas públicas.
"Quando se coloca um bônus de assinatura muito alto, se está trazendo a valor presente um recurso
que poderia pegar mais lá na frente. Esse dinheiro vai ser usado para resolver um buraco fiscal, quando
o mais bacana seria usar para investimentos", avalia Adriano Pires.

4) Como o dinheiro será dividido?


Um projeto aprovado pelo Congresso Nacional assegura a destinação de R$ 34,6 bilhões para a
Petrobras ainda como revisão do contrato de exploração da área. O restante da arrecadação do leilão
será dividido entre União, estados e municípios.
Parte dos recursos serão pagos ainda em 2019 (R$ 70,7 bilhões) e o restante em 2020 (R$ 35,8
bilhões).
Conforme a lei que definiu as regras, os recursos serão divididos da seguinte maneira:
- R$ 34,6 bilhões para a Petrobras (ainda em 2019);
- 15%: estados e Distrito Federal (R$ 10,8 bilhões);
- 15%: municípios (R$ 10,8 bilhões);
- 3%: estado do Rio de Janeiro, onde estão as jazidas (R$ 2,16 bilhões);
- R$ 48,14 bilhões para a União (R$ 12,3 bilhões em 2019 e R$ 35,8 bilhões em 2020).

O texto aprovado pelo Congresso assegura também que, do total previsto para ser destinado aos
estados e municípios, R$ 5,9 bilhões sejam encaminhados ainda em 2019. O restante do valor previsto
(R$ 15,7 bilhões) ainda será analisado pelo Congresso, em outro projeto a ser enviado pelo governo.
O dinheiro que vai para estados e municípios precisa ser usado para pagar dívidas com Previdência
ou investimentos.

5) Como funcionará o leilão?


As regras do leilão são as mesmas das demais rodadas sob o regime de partilha. Nesta modalidade,
o bônus de assinatura é fixo. Vence a empresa ou o consórcio que apresentar o maior percentual do
excedente em óleo para a União.
Esse chamado "excedente" é diferente do "excedente da cessão onerosa", que é o que está sendo
leiloado.
No caso das empresas, "excedente" é o óleo que "sobra" depois que a petroleira descontar o que será
usado para pagar o custo de produção e os royalties – ou seja, o óleo que ela vai "lucrar". Vence, portanto,
a empresa que oferecer a maior parcela desse "lucro" ao governo. As ofertas mínimas do percentual
foram fixadas em 23,24% para Búzios, 27,88% para Sépia, 26,23% para Atapu e 18,15% para Itapu.
A Petrobras já exerceu direitos de preferência para operar em Búzios e Itapu. Por isso, terá uma
participação mínima de 30% nessas áreas. A empresa mantém os direitos de operar em toda a área da
cessão onerosa, segundo o acordo de 2010.
Quatorze empresas foram habilitadas para participar: a Petrobras, a britânica BP, a francesa Total, as
americanas Chevron e ExxonMobil, as chinesas CNODC e CNOOC, a colombiana Ecopetrol, a
norueguesa Equinor, a portuguesa Petrogal, a malaia Petronas, a QPI, do Catar, a anglo-holandesa Shell
e a alemã Wintershall Dea.
No entanto, duas dessas empresas, a BP e a Total, anunciaram às vésperas do leilão que decidiram
ficar de fora.
A Repsol Sinopec Brasil, que ficou de fora do grupo de empresas habilitadas, disse que considerou
pouco atraentes os termos do leilão. O CEO de outra empresa que não entrou para a lista, a Galp Energia,
unidade da portuguesa Petrogal, disse que termos do leilão tornaram "bastante difícil" a participação.
O contrato original da cessão onerosa permitia a Petrobras explorar um máximo de 5 bilhões de barris.
Agora, o consórcio vencedor vai poder explorar sem limites.

6) Compensação para a Petrobras


O Congresso Nacional aprovou no dia 23 de outubro projeto que assegura a destinação de R$ 34,6
bilhões da arrecadação do leilão para a Petrobras a título de ressarcimento e da revisão dos termos do
contrato.

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A Petrobras também terá direito a receber valores adicionais dos vencedores do leilão, uma vez que
essas empresas também terão de fazer acordos de coparticipação com a estatal, que irá dividir parte do
volume já em produção com os novos ingressantes nas áreas.
"Quem vencer o leilão vai ter que fazer um acordo para ficar sócio da Petrobras no que ela já tem. A
empresa passará a ser sócia de uma parte da produção que já é feita hoje e com isso tem que compensar
a Petrobras pelos investimentos feitos antes do leilão", explica Oddone, o diretor-geral da ANP.
O IBP estima que o ressarcimento fique entre R$ 100 bilhões e R$ 120 bilhões.

7) Impactos na produção de petróleo


As empresas terão de fazer investimentos pesados para poder retirar o petróleo das reservas. O
diretor-geral da ANP estima investimentos de mais de R$ 1,5 trilhão no setor de óleo e gás "nos próximos
dez anos".
O IBP estima que, considerando toda a cessão onerosa (incluindo portanto o excedente), os
investimentos em exploração, perfuração e produção possam somar cerca de US$ 135 bilhões até
2030 (cerca de R$ 540 milhões na cotação atual), com o pico de US$ 18 bilhões sendo atingido em 2025.
A estimativa de produção nas quatro áreas é de um pico 1,2 milhão de barris diários, segundo a ANP.
A produção total de petróleo do Brasil atingiu em agosto 2,989 milhões de barris por dia, novo recorde
mensal.
Com o aumento da produção de petróleo no Brasil, o governo prevê entrar num prazo de dez anos no
clube dos cinco maiores produtores de petróleo do mundo. Hoje, está na 10ª posição.
"O êxito no leilão dos excedentes da cessão onerosa colocará o Brasil entre os cinco maiores
produtores globais de óleo e gás, com a perspectiva de a produção dobrar na próxima década", avalia o
Ministério da Economia em relatório sobre os nove primeiros meses do governo Bolsonaro.

8) Impactos na economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê que com as receitas extraordinárias dos leilões de
petróleo o déficit primário da União fechará o ano em R$ 80 bilhões, bem abaixo da meta fiscal proposta
pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional, de R$ 139 bilhões.
Caso a previsão se confirme, será o menor déficit desde 2014, quando o rombo das contas públicas
da União ficou em R$ 23,5 bilhões.
A exploração de petróleo nas áreas leiloadas também deverá aumentar a arrecadação com royalties
e impostos nos próximos anos. A ANP prevê que o valor repassado pelas petroleiras ao governo também
poderá mais que dobrar na próxima década, subindo dos atuais cerca de R$ 60 bilhões por ano para
cerca de R$ 70 bilhões a partir de 2024, chegando a R$ 300 bilhões até 2030.
O IBP projeta um crescimento na criação de postos de trabalho, com um pico de 388 mil novas vagas
em 2025.
Além dos impactos no volume de investimentos e na geração de empregos, o megaleilão pode ajudar
até a baratear o preço do dólar neste final de ano, segundo o Banco Central. Isso porque há uma
perspectiva de ingresso bilhões de dólares no país para pagar os bônus de assinatura, com possível
impacto no câmbio, uma vez que quanto mais dólar houver no mercado interno, mais ele tende a se
desvalorizar em relação à moeda local.

Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios79

País passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. Ministério da Economia avalia que
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo Bolsonaro.
Levantamento do Banco Mundial aponta que o Brasil caiu no ranking que mede a facilidade para fazer
negócios. O país passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. O levantamento considera o
período entre os meses de maio dos dois anos.
O relatório anual "Doing Business" mede o impacto das leis e regulações e da burocracia no
funcionamento das empresas. Entre os itens avaliados estão o número de dias gastos na abertura de
empresas, no pagamento de impostos, na obtenção de alvarás de construção, na conexão com a rede
elétrica e no registro de uma propriedade, na obtenção de crédito e na execução de contratos e resolução
de insolvência.
O país melhorou em 3 dos 10 itens avaliados: abertura de empresas, registro de propriedades e
resolução de insolvências na Justiça.

79
Laís Lis. Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/24/brasil-
cai-em-ranking-do-banco-mundial-que-mede-a-facilidade-para-fazer-negocios.ghtml. Acesso em 24 de outubro de 2019.

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O Banco Mundial destaca no estudo que as economias mais atrasadas nesse tipo de reforma são as
de países da América Latina e Caribe, e da África Subsaariana.
O primeiro lugar do Doing Business foi ocupado pela Nova Zelândia, seguida por Cingapura e Hong
Kong. O Brasil ficou bem atrás de países como China (31º colocado), Turquia (33º), Chile (59º) e México
(60º). Por outro lado, ficou à frente de vizinhos como Argentina (126º) e Venezuela (188º).

Avaliação
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos
da Costa, afirmou que o resultado do ranking "Doing Business" é algo para se lamentar, mas que o
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Costa afirmou que se o relatório fosse feito hoje o país já teria uma melhora significativa no ranking.
"Os formulários foram preenchidos de fevereiro a início de março e, portanto, não traduzem ainda as
medidas implementadas por esse governo", afirmou.
Segundo Costa, a equipe econômica trabalha para entrar na lista dos 50 melhores resultados já no
final do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Isso não é algo impossível. É algo factível e pé no chão. A Índia avançou mais de 60 posições nos
últimos 3 anos. É algo factível, o que precisa é de determinação, foco e vontade política", disse.

Pedido de revisão
O indicador que sofreu a maior queda de 2019 para 2020 foi o de obtenção de eletricidades que caiu
58 posições. Segundo Costa, a maior redução ocorreu no custo para instalação do serviço de energia
elétrica, quando o Banco Mundial levou em consideração um caso padrão ocorrido em uma empresa de
São Paulo.
Segundo o secretário especial de Modernização do Estado, José Ricardo da Veiga, o aumento de
custo para a instalação do serviço de energia foi muito grande e, como o serviço de energia elétrica é
regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), eles acreditam que pode ter havido um erro.
Essa revisão, no entanto, pode não alterar a posição do Brasil, mas, segundo o secretário, o que o
governo quer é a verdade sobre o tema.

Pagamento de impostos
O Brasil manteve a mesma pontuação do ano passado e aparece na 184ª posição no ranking de
pagamento de impostos. O Brasil continua sendo o país onde as empresas gastam mais tempo para
calcular e pagar impostos: 1.501 horas por ano em média.
Segundo o estudo, atualmente, o total da taxa tributária – valor dos impostos e das contribuições
obrigatórias – representa no Brasil 64,7% dos lucros. O melhor desempenho do estudo ficou em 26,1%
em 33 economias entre elas, Canadá, Dinamarca e Singapura.

Alvarás de construção
Já no aspecto da obtenção de alvarás para construção o Brasil piorou. Um dos motivos é o fato de
outras economias terem avançado mais. Segundo o levantamento do Banco Mundial, um grupo de dez
países realizou 20% das reformas econômicas registradas no ano em todo o mundo.

2018
A posição do país piorou com relação ao levantamento divulgado em outubro do ano passado quando
o Brasil avançou 16 posições, passando da 125º para o 109º lugar.
Segundo os dados do ano passado, Brasil facilitou o ambiente de negócios ao criar sistemas on-line
para simplificar o registro de empresas e foi o país que obteve o maior avanço no ranking entre as
economias da América Latina e Caribe.

Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a
economia?80

"O Parlamento brasileiro aprova a maior reforma da Previdência da história", disse o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, antes de anunciar o resultado da votação principal, em discurso que também
registrou a presença em Plenário do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"O Parlamento mostra maturidade política, mostra responsabilidade. O Congresso Nacional cumpre
com as suas responsabilidades. O Parlamento brasileiro entrega a maior reforma da Previdência da
80
Ligia Guimarães. Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a economia? BBC Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50148479. Acesso em 23 de outubro de 2019.

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história deste país para o Brasil e para os 210 milhões de brasileiros. Obrigado a todos os senadores pela
paciência", disse, segundo a Agência Senado.
Projetada inicialmente para reduzir em R$ 1 trilhão em dez anos os gastos públicos com
aposentadorias e benefícios, nas previsões anunciadas em fevereiro por Guedes, a versão aprovada na
noite de ontem deve gerar uma economia mais modesta, próxima de R$ 800 bilhões para o mesmo
período. O crescimento desenfreado dos gastos públicos é apontado por muitos especialistas como o
maior risco atual para a saúde econômica do país, que também amarga um contingente de mais de 12
milhões de desempregados e o aumento da pobreza extrema.
Como o texto muda a Constituição, a reforma não precisará da sanção do presidente para entrar em
vigor. Passa a valer assim que, depois de aprovados os destaques, for promulgada pelo Congresso, com
a assinatura de Alcolumbre.
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, a principal mudança positiva da reforma para a
economia é mesmo a criação de uma idade mínima para a aposentadoria — pelas novas regras, de 65
anos para homens e 62 anos para mulheres, tanto para a iniciativa privada quanto para servidores
públicos. Deixa de existir a aposentadoria por tempo de contribuição, vista por parte dos economistas
como a maior causadora de aposentadorias precoces no país, em torno dos 55 anos. Virá da criação de
uma idade mínima para todos a maior parte da economia gerada pela reforma.
"Dos R$ 800 bilhões de economia, cerca de R$ 630 bilhões vêm da criação dessa idade mínima", diz
o especialista em contas públicas José Márcio Camargo, professor do departamento de economia da
PUC-Rio e economista-chefe da Genial Investimentos.
Outro ponto importante, na visão dos economistas, é que a aprovação sinaliza um futuro menos caótico
para as contas públicas brasileiras, reforçando sinais positivos como a criação de vagas formais pelo
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que vem melhorando nos indicadores
econômicos, e os juros que seguem baixos, sem pressão de inflação no horizonte.
A esperança é que, com tais sinais, a economia deixe enfim de "patinar": para este ano, a estimativa
de alta do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 0,87% para 0,88% no boletim Focus, em que o Banco
Central divulga as previsões dos analistas de mercado. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB
continuou em 2%.

Menos desigualdade
Pela regra atual, podem aposentar-se os segurados do INSS que comprovarem um tempo mínimo de
contribuição, fixado em 35 anos para o homem e em 30 anos para a mulher, independentemente da idade.
"O Brasil não tem uma idade mínima para se aposentar, na média as pessoas se aposentam
precocemente, aos 55 anos de idade. O cara trabalha 35 anos, se aposenta com 55 anos e vive mais 30
anos como aposentado", diz Camargo, que explica que a idade mínima de aposentadoria não existe
apenas em poucos países, como Equador, Iraque, Síria, Argélia e Egito.
A criação de uma idade mínima é também a medida mais importante do texto para reduzir a
desigualdade social, defendem os economistas ouvidos pela BBC, já que, pela regra atual, quem se
aposentava mais cedo eram justamente os trabalhadores do setor formal e mais escolarizados, parte
menos vulnerável da sociedade.
"Quem se aposentava cedo? Quem tem nível superior, pouco risco de perder emprego e que ganha
mais — e que, se perder emprego, se recoloca mais rápido. É uma medida importante no aspecto da
justiça social", diz o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência Social, doutor em ciência
política e pesquisador da Fipe/USP.
Outra mudança muito relevante dessa reforma, na avaliação de Tafner, é a que estabelece idade
mínima para a aposentadorias também dos servidores públicos, especialmente os que ingressaram antes
de 2003, e que atualmente têm regras mais privilegiadas e benefícios mais generosos para a
aposentadoria integral. Pelo texto aprovado nesta terça-feira, o benefício mínimo de aposentadoria para
servidores públicos será de 60% com 20 anos de contribuição, tanto para homens quanto para mulheres,
subindo 2 pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição.
A regra, porém, valerá apenas para quem ingressou após 2003. Para aqueles que ingressaram até 31
de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria (valor do último salário) será mantida para quem
se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres).
Com uma tramitação marcada por disputas e discussões acaloradas sobre quem seriam os
privilegiados ou injustiçados pelas mudanças, as novas regras para aposentadorias foram alvo de críticas
até do próprio presidente Bolsonaro, que chegou a pedir aos parlamentares que os policiais tivessem
regras especiais para as aposentadorias, dizendo que foi um "erro" incluir a categoria, "aliada" do governo,
nas novas regras mais rígidas.

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Enquanto isso, a reforma para os integrantes das Forças Armadas — enviada ao Parlamento em março
pelo governo de Jair Bolsonaro atrelada a uma reestruturação da carreira que aumenta a remuneração
— segue em discussão em uma comissão especial na Câmara, composta, em boa parte, por deputados
egressos de carreiras militares.
Críticos da proposta dizem que ela não reduz privilégios dos militares e reclamam do aumento de
salários em um momento de corte de gastos. A justificativa das Forças Armadas é que a categoria não
recebe reajuste há anos, tendo ficado muito atrás dos ganhos de outras carreiras federais, como juízes,
procuradores e auditores fiscais.
Se a proposta for aprovada, a remuneração bruta de um general do Exército, topo da carreira, poderá
subir 37%, de R$ 24.786,96 para R$ 33.947,24, a depender dos adicionais que conseguir incorporar, por
exemplo, como recompensa por cursos de qualificação.

Como a reforma vai ajudar a economia?


Principal bandeira econômica dos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, a reforma da
Previdência era prometida há anos como um fator que impulsionaria o ânimo e a confiança dos
investidores da economia, afastando o risco de uma crise fiscal no Brasil e ajudando a tão esperada
retomada da economia, que amarga crescimentos pífios desde que saiu da recessão. Será que agora
vai?
Em outubro, o Fundo Monetário Internacional afirmou que o governo do país precisa se comprometer
a implementar — além da Reforma da Previdência, uma "ambiciosa agenda de reformas, aberturas
comerciais e investimentos em infraestrutura", para aumentar o potencial de desenvolvimento econômico
do país.
O FMI projeta que o ano terminará com um acumulado de 0,9% de crescimento do PIB brasileiro, uma
melhora de 0,1 ponto percentual em relação ao que o próprio fundo estimara em julho, mas 1,2 ponto
percentual abaixo da expectativa da instituição em abril de 2019.
Para Camargo, a reforma da Previdência será essencial para reforçar indicadores da economia que já
favorecem uma reação, como manter em baixa os juros, por exemplo, que estão atualmente no menor
nível da história.
"As taxas de juros estão despencando. Em algum momento, isso vai fazer efeito [positivo sobre a
economia, já no ano que vem]."
A perspectiva de contas públicas mais saudáveis para o Brasil, diz Camargo, animará o investidor a
retomar investimentos e a voltar a produzir sem gerar pressão inflacionária. Isto porque muitas empresas,
com atividade baixa desde a recessão, podem aumentar a produção sem precisar aumentar a capacidade
investindo em novas fábricas ou máquinas, por exemplo.
O economista acredita que, com juros baixos e sem inflação, a economia pode chegar a crescer a um
ritmo de 3% a 4% já a partir do ano que vem, salvo algum imprevisto como uma "hecatombe internacional".

Caminho para outras medidas e protagonismo do Congresso


Relatório divulgado em setembro pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado,
apontava a reforma da Previdência como apenas o primeiro passo para melhorar a dinâmica das
despesas públicas.
"Apesar de a reforma não resolver o problema do equilíbrio das contas públicas, a proposta conterá o
crescimento das despesas previdenciárias, revertendo a atual trajetória explosiva dos déficits", afirma o
relatório.
"O governo ganhará tempo para aprovar outras medidas para garantir a consolidação fiscal, bem como
avançar na agenda de melhora do ambiente de negócios do país (reformas microeconômicas) de modo
a recuperar a capacidade de crescimento da economia", diz o IFI.
De acordo com a entidade, as despesas previdenciárias cresceram bem mais que os investimentos
públicos nos últimos 12 anos, indicando que "pagamentos de aposentadorias e pensões tenderão a
pressionar cada vez mais o orçamento público em caso de não aprovação da reforma previdenciária.
Desde 2014 o investimento público, motor importante para reacender a economia, foi reduzido à metade".
Depois da Previdência, a avaliação de Tafner e Camargo é a de que o governo precisa dedicar-se a
outros temas sem perder o ritmo de votações: mudanças no pacto federativo, regra de ouro, simplificação
para empresas e reforma bancária — a taxa básica da economia está no menor nível da história, mas os
juros bancários continuam altos para o consumidor e as empresas —, entre outras.

Esperança em Maia
Embora o governo Bolsonaro venha enfrentando uma série de crises internas - como a ruptura com os
próprios aliados do PSL e o vaivém de declarações em torno da indicação do filho, Eduardo Bolsonaro,

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para o cargo de embaixador nos EUA - a expectativa de Tafner é a de que tal agenda continue a avançar
em um movimento que ele considera inédito historicamente: com pouco apoio do Executivo e
protagonismo do Legislativo, sob a batuta de Rodrigo Maia.
"Eu tenho uma visão otimista. Eu acho que é como a música: apesar de você [do governo Bolsonaro],
o Congresso Nacional está tendo uma postura muito responsável de definir a agenda do país, o
Congresso está tomando a frente. E sempre foi um poder que não tinha nenhuma responsabilidade,
antigamente seria o contrário: o Executivo querendo aprovar a reforma e o Legislativo dizendo que não",
compara, acrescentando que o resultado da reforma poderia ter sido ainda mais satisfatório se o
presidente Bolsonaro tivesse abraçado a causa, a exemplo do que ocorreu no governo Temer, em
especial no trabalho de campanha pró-reforma do então ministro Henrique Meirelles.
"Eu acho que esse é um papel fundamental do Maia, ele tem uma agenda que ele quer levar adiante,
apesar do governo, a despeito do governo, independente do governo. A mesma coisa que vejo no
Senado, que também tem um agenda de modernização do Brasil", diz o economista.

Destaques rejeitados
Em votações no painel eletrônico, os senadores rejeitaram dois destaques apresentados por partidos
da oposição para modificar o texto da reforma, segundo informações da Agência Senado. Outros dois
não foram votados.
Por 57 votos a 20, o Plenário rejeitou o destaque apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA) que
retiraria da reforma a revogação de regimes de transição que ainda existem frutos de reformas de
governos anteriores.
Já o destaque do senador Telmário Mota (Pros-RR) foi rejeitado por 57 votos a 19. A intenção era
beneficiar trabalhadores na comprovação de tempo de serviço com insalubridade.

O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal81

A queda de preços pode representar desaceleração da economia; especialistas divergem sobre


causas do fenômeno e alertam para riscos a longo prazo
O mês de setembro registrou deflação de 0,04%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira, (09/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O resultado foi o menor para o mês de setembro desde 1998, quando o IPCA foi de -
0,22%.
Embora represente uma queda momentânea nos preços, a deflação pode ser um sinal de alerta para
problemas estruturais da economia e também pode se tornar um fator para a desaceleração do consumo
já existente.
Entenda o que é deflação e por que o fenômeno é perigoso se continuar a se repetir por um prazo
mais longo:

O que é deflação e quais as suas causas


De acordo com o mestre em Economia e professor do Insper Otto Nogami, a deflação ocorre quando
há uma queda generalizada de preços e se trata de uma 'tendência recessiva'. O fenômeno não deve ser
confundido com a queda da inflação: enquanto em cenários de menor inflação o índice sobe em
velocidade mais lenta, durante a deflação a variação é negativa - ou seja, os preços caem de fato.
A inflação no mês de abril de 2019, por exemplo, foi de 0,57%. Em maio, o índice despencou para
0,13%. Isso não significa que houve queda nos preços: eles apenas subiram em ritmo 0,44 ponto
porcentual mais lento. Não é o mesmo cenário observado em setembro, quando o IPCA ficou 0,04%
abaixo de zero, indicando retração.
O momento em que é possível cravar uma situação de deflação, porém, gera polêmica entre os
especialistas. A situação deste mês de setembro, por exemplo, é um ponto de impasse. Para o
economista Alexandre Amorim, sócio da consultoria Par Mais, o recorte temporal é muito curto para
determinar uma retração. "Precisa de um índice bem mais consistente, a inflação está baixa, mas nos
últimos 12 meses está variando positivamente entre 3% e 4%", observa.
Amorim defende que, com o avanço da tecnologia e da produtividade, a tendência é de queda nos
preços no cenário internacional. "No mundo inteiro os patamares estão mais baixos, o fenômeno não é
um privilégio nosso", afirma. Para o economista, a queda da inflação deve ser sintoma de alerta, mas
ainda não é possível traçar um panorama de recessão a nível mundial ou mesmo no Brasil.

81
Ana Luiza de Carvalho. O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal. Terra Economia. https://www.terra.com.br/economia/o-que-e-
deflacao-e-por-que-a-queda-de-precos-nao-e-bom-sinal,598898cf5309606fd2d8691c487b658a0mjfx1pp.html. Acesso em 10 de outubro de 2019.

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Ele sugere ainda que o índice não seja analisado de forma isolada. De acordo com Amorim, a
perspectiva de crescimento da economia brasileira deve se manter nos próximos meses. "O crescimento
está acontecendo em ritmo lento, mas está acontecendo. O desemprego está caindo e a massa salarial
aumentando, são números positivos. Temos bons níveis de consumo, há expectativa de grande volume
de compras no Dia das Crianças", observa.
Essa também é a visão de André Braz, coordenador do IPC do Instituto Brasileiro de Economia da
Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre). Para ele, o resultado do mês de setembro não significa
necessariamente que esteja em curso uma mudança no mercado brasileiro. Braz defende que o índice
de -0,04% representa uma retração pouco robusta. "O resultado geral do índice é muito próximo de zero,
que indica mais estabilidade do que um número exatamente negativo. Então, não é generalizado, não é
preocupante", diz.
O economista explica que o índice foi puxado principalmente pelo setor de alimentação e que a
deflação é caracterizada por uma queda expressiva em todos os setores que compõem a cesta de
produtos do IPCA. "Por isso usamos núcleos de inflação e várias medidas, porque da mesma forma que
a alimentação pode ter influenciado um número negativo, pode influenciar um número positivo. Não indica
uma necessidade de mudança na política econômica" , afirma Braz.
Já para Otto Nogami, o resultado reflete uma tendência de retração brasileira que vem sendo notada
há meses pelos economistas. O fato de o registro ter ocorrido justamente no mês de setembro, para o
especialista, é um indicativo ruim. "É um dado que chama atenção porque naturalmente é uma época em
que os preços voltam a subir pela proximidade com o final de ano e o aumento da demanda. Se
eventualmente os preços não voltarem a subir nas próximas semanas, realmente denota uma situação
extremamente preocupante", afirma.

Por que a deflação pode não ser boa


Embora represente um incentivo ao consumo a curtíssimo prazo, a deflação não deve ser vista como
um sinal positivo na economia. De acordo com Otto Nogami, o fenômeno é um sintoma de que o mercado
enfrenta um período difícil. "Assim como a inflação não é boa, a deflação também denota uma anomalia",
afirma. Nogami explica que, de forma pontual, a deflação pode significar que a população está com um
nível de confiança baixo na economia e, por isso, prefere poupar dinheiro do que consumir.
Outra possibilidade é que o poder de compra dos consumidores tenha caído tanto, seja por perdas
salariais ou desemprego, que eles não conseguem mais arcar com os custos de produtos que antes eram
rotineiros. Para o professor, esse fator pode explicar a queda dos gastos com alimentação.
"É uma mudança de hábitos do consumidor. A alimentação fora de casa teve nos últimos meses uma
queda expressiva, essas pessoas estão dando preferência a levar marmitas ou alguma alimentação de
valor agregado mais baixo, o que é um grande problema", afirma Nogami. Embora os gastos com
alimentação fora de casa tenham crescido entre 2017 e 2018, de acordo com dados da Pesquisa de
Orçamentos Familiares (POF) do IBGE, o recorte é diferente para os mais pobres. As famílias com
rendimentos mais altos gastaram 15,3 vezes mais do que as famílias mais pobres com alimentação fora
de casa.
Além disso, quando a deflação é analisada a médio e longo prazos, ela pode trocar de papel e deixar
de ser sintoma para ser fator da recessão econômica. Alexandre Amorim explica que, em meio à queda
de preços, a economia pode acabar congelando. "O grande problema de uma deflação é as pessoas
optarem por consumir mais para frente porque sabem que os preços vão estar mais baixos, o que diminui
a demanda e faz os preços caírem mais ainda. Isso acaba gerando mais um ciclo vicioso", explica.
Com a desaceleração do consumo, Amorim ressalta que os efeitos podem ser devastadores: com
menor perspectiva de lucro, as empresas cortam salários e deixam de contratar, agravando o ciclo de
recessão e desemprego.
Para os especialistas, o caminho para evitar a recessão é tortuoso mas já é conhecido: retomada dos
investimentos públicos para aumentar a confiança na economia. "A política monetária é o único
mecanismo para reverter essa situação, e o governo não pode perder o controle dela. É preciso resgatar
a confiança do consumidor e do empresário, para que se volte a investir e gerar mais renda", afirma Otto
Nogami.
Essa também é a opinião de Alexandre Amorim, que ressalta a importância do consumo. "O governo
tem que estimular crédito e consumo, colocar mais dinheiro no mercado e continuar com a política de
juros baixos para manter o dinheiro em circulação", recomenda.

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173
Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano82

Redução já era esperada pelo mercado financeiro e acontece em meio ao fraco desempenho da
economia brasileira. Nova taxa é a menor da série histórica do Banco Central.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18/09), por
unanimidade, reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia, de 6% ao ano para 5,5% ao ano.
O percentual, que já era esperado pelo mercado financeiro, é o menor desde o início do regime de
metas de inflação, em 1999. É também o menor da série histórica do Banco Central, que começou em
1986.

A Selic se manteve em 6,5% de março de 2018 a julho de 2019, quando recuou para 6%. A expectativa
de economistas é que, para a próxima reunião do comitê, no fim de outubro, haja mais um corte de 0,5
ponto percentual na taxa, caindo para 5% e permanecendo neste percentual até o fim de 2020.
O recuo na Selic acontece mesmo diante da recente alta no preço do petróleo, impulsionada por
ataques a instalações da petroleira estatal Aramco, na Arábia Saudita, no último sábado (14/09).
Segundo economistas, a disparada no petróleo pode aumentar o preço dos combustíveis e pressionar
a inflação nos próximos meses, mas a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) ainda está abaixo da meta central de inflação para este ano.

Retomada gradual
Na nota explicativa para a redução, o Copom afirma que indicadores da atividade econômica
divulgados na última reunião, que aconteceu no dia 31 de julho, "sugerem retomada do processo de
recuperação da economia brasileira" e que "cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em
ritmo gradual".
O comitê afirma, porém, que em seu cenário básico para a inflação "permanecem fatores de risco em
ambas as direções". Entre os pontos elencados pelo comitê, estão o "nível de ociosidade elevado", que
poderia continuar produzindo "trajetória prospectiva abaixo do esperado".
Por outro lado, a nota fala em uma "eventual frustração" em relação às reformas e aos ajustes
necessários na economia brasileira, o que poderia "afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação
no horizonte relevante para a política monetária". Este risco, segundo o Copom, se intensifica em caso
de deterioração do cenário externo para economias emergentes.
"O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem
avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros
estrutural e para a recuperação sustentável da economia", diz a nota.
Para o comitê, os avanços na agenda de reforma "são fundamentais para consolidação do cenário
benigno para a inflação prospectiva".

Como é definida a Selic


A reunião do Copom acontece a cada 45 dias para fixar o patamar da Selic em busca do cumprimento
da meta de inflação, definida anualmente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Quando as estimativas para a inflação estão alinhadas com as metas, como no cenário atual, o Banco
Central pode reduzir os juros. Isso faz com que os juros dos empréstimos bancários também fiquem mais
baratos, o que tende a estimular a produção e o consumo.

82
Elisa Clavery. Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/18/copom-reduz-taxa-
basica-de-juros-de-6percent-para-55percent-ao-ano.ghtml. Acesso em 19 de setembro de 2019.

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174
Se, no entanto, a inflação está em alta ou com indicativo de que estará acima da meta, o Copom eleva
a taxa Selic e o efeito é inverso: o crédito bancário fica mais caro, o que leva à redução no consumo e,
consequentemente, na produção.
Para este ano, a meta é de 4,25% de inflação, podendo oscilar entre 2,75% a 5,75%. Para 2020, a
estimativa é de 4% – com oscilação de 2,5% a 5,5%.

Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista83

Anúncio foi feito no Palácio do Planalto após reunião do presidente Bolsonaro com o conselho do
Programa de Parcerias de Investimentos. Viabilidade do plano será analisada pelo BNDES.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (21/08) um plano para privatizar nove empresas
estatais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto após uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com o
conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Segundo a secretária especial do PPI, Martha Seillier, e o secretário de Desestatização, Salim Mattar,
o plano do governo envolve as seguintes empresas:
- Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras);
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios);
- Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp);
- Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Empresa Gestora de Ativos (Emgea);
- Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec);
- Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp);
- Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF).

Durante a apresentação do plano, o governo falou em também incluir creches, presídios e parques no
programa de privatizações, mas não explicou quais seriam os projetos. O G1 procurou a assessoria do
PPI e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O governo prevê a concessão dos parques nacionais de Lençóis Maranhenses (MA) e Jericoacoara
(CE); e a renovação, em 2020, da concessão do Parque Nacional do Iguaçu (PR).

Próximos passos
A viabilidade do plano ainda depende de análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES).
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, é proibida a privatização de estatais sem aprovação do
Congresso. Pela mesma decisão, o governo só pode vender as subsidiárias.
De acordo com o governo, esses estudos vão indicar se há condições de mercado para concretizar a
venda das estatais. As análises também poderão recomendar a manutenção da estatal ou a extinção da
empresa.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a carteira atual do PPI conta com 18 ativos e está
estimada em R$ 1,3 trilhão. A estimativa do governo, acrescentou o ministro, é passar para R$ 2 trilhões
com o anúncio desta quarta-feira.
Entre os 18 ativos da carteira, estão a Eletrobras, a Trensurb, a CBTU e a Casa da Moeda.

Eletrobras
Mais cedo, nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), afirmou que
a Eletrobras deverá ser privatizada "o mais rápido possível". A privatização da estatal depende de aval
do Congresso.
Nesta terça-feira (20/08), a Câmara derrubou uma medida provisória (MP) que previa aporte de R$ 3,5
bilhões para a empresa.
A privatização da Eletrobras é um assunto que vem sendo debatido desde o governo Michel Temer.

Correios
Em entrevista nesta quarta, Bolsonaro antecipou que os Correios estariam na lista de privatizações.

83
Gustavo Garcia. Mateus Rodrigues e Yvna Souza. Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/21/governo-anuncia-plano-para-privatizar-nove-empresas-estatais.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.

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"Começa com os Correios, eu não tenho de cabeça aqui. A privatização dos Correios passa também,
segundo decisão do Supremo, pela Câmara, pelo Congresso Nacional. Então, é um processo longo",
frisou o presidente.
Os Correios são vinculados ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e estão
presente em mais de 5 mil municípios.
Atualmente, a empresa é presidida por Floriano Peixoto. Em junho, ele substituiu Juarez Cunha,
contrário à privatização.
Questionado sobre o que acontecerá com os funcionários concursados dos Correios, o governo disse
que ainda não é possível dizer o que vai ocorrer, que serão feitos estudos para se encontrar o melhor
modelo.

EBC
De acordo com o ministro Onyx Lorenzoni, não houve definição na reunião desta quarta-feira sobre o
que será feito com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil e pela TV
Brasil.

Petrobras
Durante a coletiva, Onyx Lorenzoni disse que o governo ainda não tem uma definição sobre a
possibilidade de se privatizar a Petrobras.
“Nós ainda não temos uma definição do ministério, nem do governo nem da empresa no sentido de
colocá-la como um todo dentro do PPI”, afirmou o ministro da Casa Civil

Ações do BB
De acordo com o governo, um dos ativos que poderá ser vendido é um conjunto de ações do Banco
do Brasil que a União detém, o que pode gerar um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão.

Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos84

O Senado aprovou nesta quarta-feira (21/08) a medida provisória conhecida como MP da liberdade
econômica.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir
se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra da proposta.
Durante a votação desta quarta-feira, os senadores decidiram retirar da MP o trecho aprovado pela
Câmara que permitia trabalho aos domingos e feriados. Segundo o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), o tema será discutido posteriormente via projeto de lei.
A CLT prevê que o descanso "deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte", e a proposta
aprovada pela Câmara previa o descanso "preferencialmente aos domingos", abrindo espaço para a
concessão do benefício em outros dias da semana.
Quando o Senado muda um projeto enviado pela Câmara, a proposta é submetida a uma nova votação
pelos deputados.
No caso da MP da liberdade econômica, porém, os senadores consideraram o trecho sobre trabalho
aos domingos como "matéria estranha". Com isso, o projeto seguirá para sanção sem ter de voltar à
Câmara.
O texto altera o Código Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro e modifica as regras de direito civil, administrativo, empresarial e trabalhista,
entre outros.

O que diz a medida provisória


Saiba o que diz a MP aprovada pelo Congresso:

Carteira de trabalho eletrônica


A MP prevê que as carteiras de trabalho serão emitidas pelo Ministério da Economia
"preferencialmente em meio eletrônico" – a impressão em papel será exceção. O documento terá como
identificação única do empregado o número do CPF;
Os empregadores terão cinco dias úteis, a partir da admissão do trabalhador, para fazer as anotações;
o trabalhador deverá ter acesso às informações em até 48 horas, contadas a partir da inscrição das
informações.
84
Elisa Clavery. Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos. G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/21/senado-
aprova-mp-da-liberdade-economica-e-retira-regras-aprovadas-pela-camara-sobre-trabalhos-ao-domingo.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.

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Registro de ponto
A proposta determina que serão obrigatórios os registros de entrada e de saída no trabalho somente
em empresas com mais de 20 funcionários. Atualmente, a anotação é obrigatória para empresas com
mais de 10 trabalhadores.

Fim de alvará para atividades de baixo risco


A MP prevê o fim do alvará para quem exerce atividade de baixo risco (costureiras e sapateiros, por
exemplo). A definição das atividades de baixo risco será estabelecida em um ato do Poder Executivo,
caso não haja regras estaduais, distritais ou municipais sobre o tema.

Substituição do e-Social
O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que unifica o
envio de dados sobre trabalhadores, será substituído por um sistema de informações digitais de
obrigações previdenciárias e trabalhistas.

'Abuso regulatório'
A proposta cria a figura do "abuso regulatório", infração cometida pela administração pública quando
editar norma que "afete ou possa afetar a exploração da atividade econômica". O texto estabelece as
situações que poderão ser enquadradas como "abuso regulatório" e determina que normas ou atos
administrativos estarão inválidos:
- criar reservas de mercado para favorecer um grupo econômico em prejuízo de concorrentes;
- redigir normas que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros no mercado;
- exigir especificação técnica desnecessária para o objetivo da atividade econômica;
- criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional, "inclusive de uso
de cartórios, registros ou cadastros";
- colocar limites à livre formação de sociedades empresariais ou atividades econômicas não proibidas
em lei federal.

Desconsideração da personalidade jurídica


A desconsideração da personalidade jurídica é um mecanismo estabelecido no Código Civil de 2002
que permite que sócios e proprietários de um negócio sejam responsabilizados pelas dívidas da empresa.
A desconsideração é aplicada em processo judicial, por um juiz, a pedido de um credor ou do Ministério
Público. A proposta altera as regras para a desconsideração da personalidade jurídica, detalhando o que
é desvio de finalidade e confusão patrimonial.

Negócios jurídicos
O texto também muda o trecho do Código Civil que trata dos negócios jurídicos – acordos celebrados
entre partes, com um objetivo determinado, com consequências jurídicas. A proposta inclui um dispositivo
no Código Civil que prevê que as partes de um negócio poderão pactuar regras de interpretação das
regras oficializadas no acordo, mesmo que diferentes das previstas em lei.

Documentos públicos digitais


A proposta altera a lei sobre a digitalização de documentos, autorizando a digitalização a alcançar
também documentos públicos. Segundo a proposta, os documentos digitais terão o mesmo valor
probatório do documento original.

Registros públicos
A MP prevê que registros públicos, realizados em cartório, podem ser escriturados, publicados e
conservados em meio eletrônico. Entre os registros que podem atender às novas regras estão o registro
civil de pessoas naturais; o de constituição de pessoas jurídicas; e o registro de imóveis.

Comitê para súmulas tributárias


A MP cria um comitê formado por integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da
Receita Federal, do Ministério da Economia e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O grupo
poderá editar súmulas da Administração Tributária Federal, que passarão a vincular os atos normativos
praticados pelas entidades.

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Fundos de investimento
A proposta cria uma série de regras para os fundos de investimento, definidos como "comunhão de
recursos" destinados à aplicação em ativos financeiros e bens. A proposta estabelece as regras de
registro dos fundos na Comissão de Valores Imobiliários, as informações que deverão constar nos
regulamentos dos fundos e as regras para solicitar a insolvência.

Fim do Fundo Soberano


O texto determina que será extinto o Fundo Soberano, vinculado ao Ministério da Economia.

Liberação de atividade econômica


A MP libera os horários de funcionamento dos estabelecimentos, inclusive em feriados, “sem que para
isso esteja sujeita a cobranças ou encargos adicionais”, tendo apenas algumas restrições, como normas
de proteção ao meio ambiente (repressão à poluição sonora, inclusive), regulamento condominial e
legislação trabalhista.

O que diz o governo


Segundo o secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, a
medida provisória pode gerar cerca de 3,7 milhões de empregos em 10 anos.
“[A MP] facilita abertura e fechamento de empresas, facilita iniciar atividades, para estabelecimentos
de baixo risco, que não dependem mais de alvará, de licenças, que significam de 3 a 6 meses de espera,
que não vai ter mais", disse Uebel no último dia 14.
Ainda de acordo com o secretário, um estudo estima que a lei vai gerar crescimento adicional do
Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 7% também em 10 anos.

Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV85

Segundo estudo, Brasil vive o mais longo aumento contínuo da concentração de renda já registrado.
A desigualdade de renda no Brasil aumentou no 2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo,
o que representa o ciclo mais longo já registrado no país, segundo pesquisa da FGV Social, a partir de
dados da PNAD Contínua do IBGE.
De acordo com o estudo "Escalada da Desigualdade", do economista Marcelo Neri, trata-se de um
recorde de duração nas séries históricas brasileiras: 4 anos e 3 meses.
"Nem mesmo em 1989 que constitui o pico do nosso piso histórico de desigualdade brasileira houve
um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos".
O chamado índice Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014
para 0,6291 no 2º trimestre de 2019.
De 2014 a 2019, a renda do trabalho da metade mais pobre da população caiu 17,1%, segundo o
estudo. Já a renda dos 1% mais rico subiu 10,11% nesse período. Já a renda da fatia da população
considerada de classe média (posicionada entre os 40% intermediários) teve queda de 4,16%.

85
G1. Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/16/desigualdade-de-renda-cresce-ha-17-trimestres-consecutivos-no-pais-aponta-fgv.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.

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178
A pesquisa mostra que a queda da renda média atingiu com mais intensidade os jovens com idade
entre 20 e 24 anos (-17,16%), analfabetos (-15,16%), moradores das regiões Norte (-13,08%) e Nordeste
(-7,55%) e pessoas de cor preta (-8,35%).
Entre as principais causas apontadas para o aumento da desigualdade estão a desaceleração
econômica e, principalmente, o desemprego.
A pesquisa calcula que entre o final de 2014 até o fim de 2017, o número de brasileiros em situação
de pobreza (renda de até R$ 233 por mês por pessoa) passou de 8,38% para 11,8% da população,
atingindo 23,3 milhões, "um grupo maior do que a população chilena".
Na véspera, o IBGE divulgou que 3,347 milhões de desempregados procuram emprego há pelo menos
2 anos. No 2º trimestre, a taxa de desemprego média no país recuou para 12%, ante 12,7% no 1º
trimestre, atingindo 12,8 milhões de brasileiros.

6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma
recessão86

Mercado de títulos atingiu um patamar incomum que muitas vezes antecede uma recessão ou pelo
menos uma desaceleração significativa no crescimento econômico.
O pânico tomou conta das bolsas de valores nesta quarta-feira (14/08) em meio a temores envolvendo
a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a saúde da economia global.
Os três principais mercados de ações americanos fecharam em queda de 3%, e analistas apontam
sinais de que os EUA podem estar em recessão.
No Brasil, a Bovespa despencou, fechando o dia em queda de 2,94%. O dólar avançou e fechou em
4,038 frente ao real brasileiro.
Os mercados europeus já estavam assustados com as notícias de que o PIB da Alemanha recuou no
segundo trimestre e que o crescimento industrial da China em julho atingiu o menor patamar em 17 anos.
O FTSE 100 (índice com cem papéis importantes negociados na Bolsa de Londres) fechou em queda
de 1,5%, enquanto Bolsas na Alemanha e na França perderam mais de 2%.
E mais um novo ataque ao Banco Central americano feito pelo presidente Donald Trump ajudou a
alimentar a corrida por ativos mais seguros, a exemplo do ouro - que subiu mais de 1%.
Mas um dos maiores temores veio dos sinais emitidos pelo mercado americano de títulos. O
rendimento dos títulos do Tesouro de 2 anos e de 10 anos inverteu-se pela primeira vez desde junho de
2007.
Esse estranho fenômeno, chamado de inversão da curva de juros, é visto como um indicador confiável
de uma recessão ou forte desaceleração.
O índice de volatilidade CBOE - o chamado "índice do medo" - saltou 4,26 pontos, para 21,78. Todos
os 11 setores principais do índice S&P 500 estavam no vermelho, com os segmentos de energia e de
financiamento sofrendo a maior perda percentual.
Bancos também caíram fortemente, como o Citigroup (mais de 5%).

1 - Como o Brasil foi impactado?


O Brasil não escapou da turbulência dos mercados internacionais. Principal índice do mercado de
ações do país, o Ibovespa caiu 2,94%, a 100.258 pontos, a maior baixa em um só dia desde março - a
queda à época foi de 3,57%
O movimento também afetou o dólar comercial, que subiu 1,85%, chegando a R$ 4,041 na venda,
antes de recuar para R$ 4,038 no encerramento. A moeda americana estava abaixo do patamar de R$ 4
desde maio.
O avanço da reforma da Previdência, cujo calendário foi definido hoje pelos líderes partidários no
Senado, e da pauta econômica no Congresso - a exemplo da aprovação do texto-base da chamada
Medida Provisória de Liberdade Econômica - não foram suficientes para conter a queda da bolsa e a alta
do dólar.
Estima-se que a sessão de promulgação da reforma do sistema previdenciário ocorra até 10 de
outubro.
O governo de Jair Bolsonaro deve divulgar na semana que vem, também, um pacote que inclui uma
ajuda a Estados e municípios.

86
BBC. 6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma recessão. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/14/6-perguntas-sobre-o-panico-global-que-fez-as-bolsas-de-valores-despencarem-temendo-uma-recessao.ghtml.
Acesso em 15 de agosto de 2019.

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179
2 - Quem são os 'culpados'?
Trump novamente tentou jogar a turbulência do mercado no colo do Banco Central americano e sua
política de taxas de juros, chamando o presidente da instituição, Jerome Powell, de "sem noção".
Para o mandatário americano, ao elevar as taxas de juros quatro vezes no ano passado, o Banco
Central dos EUA "agiu rápido demais, e agora está muito, muito atrasado" em cortar os custos dos
empréstimos.
Pouco antes nesta quarta-feira, o conselheiro de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, disse à
Fox Business Network que o Banco Central dos EUA deve cortar as taxas em 0,50 ponto percentual "o
mais rápido possível", uma ação que, segundo ele, levaria a uma alta das Bolsas de Valores.
Apesar de os EUA anunciarem o adiamento de uma nova leva de tarifas sobre importações chinesas,
o protelamento fez pouco para aliviar a tensão global.
"A questão é que a política comercial de Trump se mostrou tão errática que não se consegue mais
aliviar a sensação de incerteza", disse Tim Duy, professor de Economia da Universidade do Oregon.
Em setembro do ano passado, o Banco Central dos EUA tinha um prognóstico relativamente otimista
para a economia, com a perspectiva de que o estímulo do pacote econômico de US$ 1,5 trilhão (com
corte de impostos e gastos) capitaneado pelo governo Trump sustentasse o crescimento e justificasse
taxas de juros cada vez mais altas (medida que serve, por exemplo, para conter uma alta da inflação).
Apesar da turbulência, Trump pretende colocar a economia no centro de sua campanha à reeleição
em 2020.
Em entrevista para a Fox Business Network na sexta-feira, a ex-chefe do Banco Central americano
Janet Yellen disse que achava que a economia dos EUA permanecia "forte o suficiente" para evitar uma
recessão, mas "as chances claramente aumentaram e chegaram a um patamar que sinceramente me
deixa desconfortável".

3 - O que é a curva de juros invertida?


A "inversão da curva de juros" significa que é mais barato que os governos desses países tomem
empréstimos por 10 anos do que por 2.
É um patamar incomum e muitas vezes antecede uma recessão ou pelo menos uma desaceleração
significativa no crescimento econômico.
Este sinal de alerta vem do mercado de títulos, o lugar onde governos e empresas vão para pedir
dinheiro emprestado.
Um título é uma promessa de fazer certos pagamentos no futuro, geralmente um grande repasse
quando o título "amadurece".
O valor que os investidores pagam pelo título determina o rendimento que obterão - quanto maior o
preço, menor o rendimento.
Um fator que afeta o rendimento que os investidores miram é quanto tempo eles têm de esperar pelo
grande pagamento final.
Normalmente, uma espera mais longa significa que eles aguardam um rendimento maior.
Isso é uma recompensa por amarrarem o seu dinheiro por mais tempo, quando há mais risco de que
uma inflação inesperada possa erodir o valor de seus retornos.

4 - A curva invertida é um sinal confiável de recessão?


O que é incomum é que o rendimento dos títulos do governo do Reino Unido com dois anos até o
vencimento subiu acima do rendimento no equivalente a 10 anos. A mesma coisa aconteceu nos EUA.
Isso é visto como um sinal de que os investidores querem o retorno garantido de manter um título de
longo prazo, mas estão preocupados com as perspectivas de curto prazo para a economia.
Mas a curva de rendimentos invertida é confiável? De acordo com economistas do Banco Central dos
EUA, períodos com uma curva de juros invertida são seguidos de forma confiável por desacelerações
econômicas e quase sempre por uma recessão.
O tempo entre a inversão e o início de uma recessão não é, no entanto, uniforme.

5 - Mas desta vez pode ser diferente?


Há algo no cenário atual que não se aplica aos episódios anteriores: a flexibilização quantitativa, a
política adotada por muitos bancos centrais após a crise financeira (e antes, no caso do Japão) de
comprar ativos financeiros, principalmente dos títulos de governos.
Isso teve o efeito de elevar os preços dos títulos - o que, vale lembrar, equivale a reduzir o rendimento
deles. Então, a medida pode muito bem-estar contribuindo para a inversão da curva de juros atual.
A inversão da curva de juros não nos diz nada sobre quais podem ser as razões específicas para
qualquer recessão iminente.

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6 - O que deixa os mercados tão nervosos?
Desta vez, existem várias possibilidades.
O conflito comercial global é um fator que afeta muitas economias. Muitas empresas (embora não
todas) e investidores estão preocupados com a possibilidade de um Brexit sem acordo, ou seja, a saída
do Reino Unido da União Europeia sem que haja um acerto sobre transição.
O Reino Unido acaba de registrar um trimestre de declínio da atividade econômica, então a ideia de
uma recessão iminente não é de todo fantasiosa, embora os números tenham sido influenciados pela
estocagem antes das datas planejadas do Brexit e o subsequente desfecho dessas ações.
Nos EUA, seria preciso uma desaceleração extra significativa para produzir uma recessão.
A Alemanha também registrou um trimestre de queda da atividade, de acordo com novos números,
então uma recessão também poderia estar ocorrendo lá.
A curva de rendimento para o governo alemão não está invertida. Mas há algo mais sobre os títulos
do governo que é um sinal claro de perspectiva econômica fraca: os rendimentos estão abaixo de zero.
Por consequência, os investidores pagam ao governo para emprestar a ele.
Isso reflete a política de taxas de juros ultrabaixas do Banco Central Europeu, mas é também um sinal
de uma perspectiva econômica fraca.

10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT87

No Brasil, essa fatia da população recebe cerca de 41% do total; desigualdade vinha caindo, mas
tendência foi interrompida pela crise. Dados são de 2017.
A concentração da renda do trabalho mostrou leve queda em 2017, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (04/07) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar do recuo, os 10% mais
ricos continuam recebendo quase 50% de toda a renda do trabalho gerada.
O relatório, que abrange 189 países, mostra que, naquele ano, os 10% mais ricos do mundo receberam
48,95% da renda do trabalho – no ano anterior, esse percentual havia sido levemente maior, de 49,23%.
Já os 10% mais pobres receberam 0,15% da renda, mesmo patamar registrado desde 2014. Mesmo a
fatia dos 50% mais pobres ainda é muito pequena: representa apenas 6,4% do total.
"Ainda que os níveis de desigualdade de renda sigam muito altos, eles mostraram uma redução
substancial entre 2004 e 2017", diz OIT.
Um trabalhador entre os 10% mais ricos recebeu, em média, US$ 7.445 por mês em 2017. Já os que
estão entre os 10% mais pobres tiveram uma renda média mensal de apenas US$ 22. Considerando
todos os 50% mais pobres, a renda foi de US$ 198, segundo a OIT.

A OIT destaca, ainda que a renda do trabalho corresponde a 51,4% de toda a renda gerada. Os outros
48,6% se referem à renda do capital – ou seja, remuneraram os proprietários do dinheiro. "É importante
ressaltar que a participação do capital aumentou nos últimos anos", aponta a entidade.

Efeito dos emergentes


De acordo com o estudo, embora o conjunto de dados mostre uma redução na desigualdade global da
renda do trabalho desde 2004, isso não se deve a reduções na desigualdade dentro dos países.

87
G1. 10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/10percent-
mais-ricos-recebem-quase-50percent-da-renda-do-trabalho-no-mundo-diz-oit.ghtml. Acesso em 04 de julho de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


181
“Pelo contrário, é por causa do aumento da prosperidade em grandes economias emergentes, como
China e Índia. No geral, os resultados dizem que a desigualdade de renda continua difundida no mundo
do trabalho”, afirma a OIT.
Ao dividir os assalariados em três grupos, entre salários baixos, médios e altos, a OIT aponta também
que somente os trabalhadores com salários mais altos viram sua situação melhorar entre 2004 e 2107,
enquanto os pertencentes às classes média e baixa registraram redução no poder de compra.
Considerando a distribuição de remuneração média entre os países, a OIT constata que a participação
da classe média (aproximadamente 60% dos trabalhadores) diminuiu, globalmente, de 44,8% para 43%
entre 2004 e 2017. Simultaneamente, a participação dos 20% dos que mais ganham aumentou de 51,3%
para 53,5%. Os países em que estes trabalhadores mais bem pagos viram a sua parcela de remuneração
aumentar em pelo menos um ponto percentual incluem Alemanha, Indonésia, Itália, Paquistão, Reino
Unido e Estados Unidos.

"Os dados mostram que, em termos relativos, os aumentos nos rendimentos da mão-de-obra estão
associados a perdas para todos os outros, com trabalhadores de classe média e baixa renda observando
sua participação no declínio da renda", explica o diretor de produção de dados da Unidade de Análise da
OIT, Steven Kapsos, por meio de comunicado obtido pelo Valor.

No Brasil, a desigualdade de renda do trabalho vinha em tendência de queda, segundo os dados da


OIT. Mas essa melhora foi interrompida pela crise.
De 2004 a 2016, a renda percebida pelos 10% mais ricos recuou de 47,75% a 40,91% – em 2017, no
entanto, voltou a subir, atingindo 41,36%. Já o rendimento dos 10% mais pobres subiu de 0,49% a 1,11%
entre 2004 e 2016, mas mostrou um recuo em 2017, para 1,04% do total.

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Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas88

Governo precisa de autorização do Congresso para emitir R$ 248,9 bilhões em dívidas e não
interromper Bolsa Família, Plano Safra e pagamento de aposentadorias.
Com as contas públicas desequilibradas, o governo Jair Bolsonaro pode ficar sem dinheiro já nas
próximas semanas para oferecer crédito barato aos produtores rurais e pagar despesas cruciais como
Bolsa Família e aposentadorias do INSS.
Para evitar esse problema, o Planalto precisa que o Congresso aprove em até duas semanas
autorização para emitir quase R$ 249 bilhões em dívida.
Se o Congresso não autorizar a União a fazer essa captação de recursos se endividando, o presidente
terá uma escolha difícil na ponta da caneta: cancelar as despesas e agravar a crise econômica do país
ou mantê-las e correr o risco de sofrer um processo de impeachment.
Por trás desse possível dilema está a chamada "regra de ouro" - norma constitucional que proíbe o
governo de fazer dívidas para bancar despesas correntes (gastos com administração e serviços públicos,
como salários de servidores, benefícios sociais, vacinas, material escolar, contas de luz, etc), salvo se
houver autorização expressa do Congresso.
O objetivo da restrição é evitar um descontrole da dívida pública e garantir que gerações futuras não
tenham de arcar com despesas feitas no passado.
"Pode até não aprovar (o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões), mas aí você está diante de um
quadro que é eventualmente de colapso social e econômico", alertou o secretário de Macroavaliação
Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Leonardo Albernaz, durante audiência na
Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso há duas semanas.
O relator do Projeto de Lei que trata do tema, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), apresentará na
quarta-feira (05/06) seu texto para votação na CMO, recomendando a liberação do crédito.
A expectativa é de que o valor seja aprovado e, no mesmo dia, a matéria seja votada em sessão
conjunta do Senado e da Câmara convocada pelo presidente do Congresso, senador David Alcolumbre
(DEM-AP).

88
BBC. Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/04/entenda-a-regra-que-pode-congelar-os-recursos-do-governo-bolsonaro-nas-proximas-
semanas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 05 de junho de 2019.

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Rocha diz que o governo é o culpado pela demora na análise do pedido - o Executivo solicitou
autorização para o crédito extra em março, mas demorou a enviar informações solicitadas pela CMO.
"Estamos correndo contra o tempo", criticou.
Entenda melhor em quatro pontos as polêmicas em torno da regra de ouro.

1 - Quais despesas estão em risco?


Quando o governo enviou ao Congresso o pedido de crédito suplementar de quase R$ 249 bilhões,
disse que o grosso (cerca de R$ 204 bilhões) seria para cobrir as despesas com aposentadoria do INSS.
Outros R$ 30 bilhões iriam para o benefício social concedido a idosos e deficientes em situação de
pobreza extrema (Benefício de Prestação Continuada, o BPC).
O restante estava previsto para Bolsa Família (R$ 6,6 bilhões) e "subsídios e subvenções econômicas",
como o Plano Safra (R$ 8,2 bilhões).
"Eu acho que o Congresso vai aprovar, mas fica a tensão até ser aprovado. Você imagina uma pessoa
que recebe da Previdência, como é que ele faz com a notícia de que eventualmente no mês que vem
pode não ter o benefício? Essa pessoa vai evitar consumir, vai poupar. A própria expectativa já gera um
impacto econômico", explicou à reportagem o economista Manoel Pires, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV).
O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio Marques, também
reforçou a urgência da aprovação para garantir o planejamento dos produtores rurais.
Ele destacou na audiência pública da CMO que o grosso da safra brasileira é plantado a partir de
setembro, por isso, o Plano Safra precisa ser lançado neste mês, dando tempo ao fazendeiro para fazer
o financiamento.
"Não posso deixar passar de junho porque aumenta a imprevisibilidade para o setor", apelou aos
parlamentares.
Não está claro, porém, qual o valor real de dívida que o governo precisa contrair. O próprio Tesouro
Nacional reviu para R$ 146,7 bilhões a necessidade de financiamento por causa de receitas financeiras
acima do esperado, com operações do Banco Central e devolução de títulos públicos que haviam sido
repassados ao BNDES.
Apesar disso, a equipe econômica insiste para que o Congresso aprove os R$ 248,9 bilhões, afastando
qualquer risco de descumprimento da regra.
Se o crédito não for aprovado, Albernaz, do TCU, prevê que o governo acione o Supremo Tribunal
Federal para poder executar as despesas sem incorrer em crime de responsabilidade.
"É impensável falar recursos para BPC. Se isso acontecer, é o Supremo que provavelmente vai entrar
em ação, e vai mandar pagar. E a gente vai estar na mesma situação, dívida para custear despesas
correntes", ressaltou, ao defender a aprovação do crédito suplementar.

2 - Regra de ouro em xeque


O princípio da regra de ouro - norma adotada também em outros países - é evitar que o governo se
endivide para custear despesas presentes que não beneficiarão gerações futuras, que terão de pagar a
dívida depois com seus impostos.
Dessa forma, a Constituição estabelece que a União só pode fazer novas operações de crédito no
limite do valor previsto para investimentos, como, por exemplo, obras que melhoram a infraestrutura do
país.
Esse princípio é alvo de controvérsia entre economistas, já que parte das despesas correntes, como
gastos em Educação e Ciência e Tecnologia, também geram benefícios de longo prazo.
Além disso, alguns países têm flexibilizado a regra para evitar ajustes fiscais muito duros, que possam
agravar crises econômicas. Foi o que aconteceu com o Reino Unido e Alemanha após a turbulência
financeira internacional de 2008, nota Manoel Pires.
"Quando o país passa por situação de crise, a regra de ouro acaba imponto um ajuste fiscal muito
abrupto. Ao não haver interesse em fazer esse ajuste por questões sociais, os países que eu estudei
abandonaram a regra de ouro e impuseram regras alternativas que tornassem esses ajustes mais
graduais", ressaltou.
Alguns estudiosos das finanças públicas também têm criticado a aplicação da regra no Brasil porque,
efetivamente, ela não tem sido capaz de evitar o aumento do endividamento público nem o corte dos
investimentos.
"A regra tem um objetivo que, em tese, é nobre, mas o desenho é ruim. Ela é inócua", disse Albernaz,
na audiência da CMO.
Os investimentos federais, que somaram de R$ 77,5 bilhões em 2014, estão previstos para apenas R$
33,6 bilhões neste ano, mas tendem a ficar abaixo disso.

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Já a dívida pública bruta passou de 63% do PIB em 2014 para quase 80% hoje. Esse aumento reflete
a necessidade de emitir novos títulos públicos para pagar os juros da dívida, já que há cinco anos o
governo não consegue economizar para cobrir essa despesa.

3 - Como o país chegou a essa situação?


A encrenca de hoje é reflexo de anos de desequilíbrio nas contas públicas - desde 2014, a União tem
apresentado rombos bilionários, acumulando déficit de R$ 550 bilhões em cinco anos. A previsão é de
novo resultado negativo neste ano.
Segundo o economista Manoel Pires, pesquisador do Ibre-FGV, isso reflete um crescimento acelerado
das despesas, puxado por gastos obrigatórios como as aposentadorias, ao mesmo tempo em que se vê
uma expansão menor da arrecadação devido ao fraco desempenho da economia.
Os dados do Tesouro Nacional mostram que as receitas federais cresceram acima das despesas por
cinco anos seguidos, de 2012 a 2016, período quase todo governado por Dilma Rousseff. A situação se
inverteu nos dois últimos anos do governo de Michel Temer, em que foi implementado um controle mais
rígido das despesas, mas não foi suficiente para trazer as contas para o azul.
"O que vemos hoje é reflexo da irresponsabilidade fiscal do governo Dilma", crítica Zeina Latif, a
economista-chefe da XP Investimentos.
Apesar do desequilíbrio por anos seguidos, algumas especificidades da regra de ouro brasileira
acabaram evitando que a trava no endividamento para cobrir despesas correntes fosse acionada antes,
destaca Manoel Pires.
Isso porque foram usadas receitas financeiras obtidas pela União, como lucros do Banco Central (por
exemplo, quando o dólar se valoriza elevando o valor das reservas internacionais em reais) ou o
pagamento de repasses concedidos no passado ao BNDES. "São operações que reduzem a necessidade
de emissão de dívida", explica o pesquisador do Ibre.
Novas regras aprovadas no Congresso, porém, vão reduzir bastante esse tipo de repasse do Banco
Central, enquanto os pagamentos do BNDES, que chegaram a R$ 130 bilhões em 2018, tendem a perder
fôlego.

4 - Como resolver o problema?


A Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI) projeta que o governo terá de pedir créditos
suplementares anualmente até 2026, quando finalmente a União deve voltar a ter saldo positivo nas
contas públicas.
"A gente é pródigo em criar regras fiscais, mas não em cumprir as regras. Cumprir significa fazer o
arroz com feijão, cortar gastos, aumentar receitas, ou fazer uma combinação dessas duas coisas", disse
aos parlamentares o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto.
A principal proposta do governo para controlar as contas é a reforma da Previdência, já que o
envelhecimento da população tem provocado aumento acelerado dos gastos com aposentadorias.
Essa medida, porém, tem impacto gradativo ao longo dos anos e não vai impactar imediatamente no
cumprimento da regra de ouro.
Para Manoel Pires, um ajuste deveria também passar por medidas que aumentem a receita, com
reversão de parte das renúncias fiscais, como as desonerações da Zona Franca de Manaus ou limitação
do Simples.
Ele também defende que seja aprovada uma emenda constitucional que modifica a regra de ouro.
Na sua avaliação, em vez de prever que o Congresso possa autorizar créditos suplementares, seria
melhor ter "gatilhos" automáticos para a redução dos gastos e aumento de despesas.
"É preciso dar instrumentos para que o governo, uma vez descumprida a regra de ouro, possa voltar
a controlar dívida e aumentar investimento", argumenta.
"Por exemplo, a Constituição poderia limitar o crescimento da folha de pessoal (gastos com
contratação e salário dos servidores) pela inflação enquanto a regra de ouro estiver sendo descumprida,
ou reverter as renúncias tributárias em 20%", exemplifica.

PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 201689

Não houve revisão do resultado do 4º trimestre, afastando a chance de o país já ter entrado em uma
recessão técnica. Segundo IBGE, consumo das famílias impediu PIB ainda pior.

89
Darlan Alvarenga. Daniel Silveira. PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 2016. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/30/pib-do-brasil-cai-02percent-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019.

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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,2% no 1º trimestre, na comparação com o último
trimestre do ano passado. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (30/05) pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,714 trilhão.
Trata-se da primeira queda desde o 4º trimestre de 2016 (-0,6%).
Apesar de decepcionante, o resultado veio dentro do esperado pelo mercado, confirmando a leitura de
maior fraqueza da atividade econômica neste começo de ano e piora das expectativas.
Além de representar uma interrupção da trajetória de recuperação, que já vinha em ritmo lento, o PIB
negativo no 1º trimestre traz novamente o risco de volta da recessão (caracterizada, tecnicamente, por
dois trimestres seguidos de queda).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da
economia.

Não houve revisão do resultado do 4º trimestre de 2018 (alta de 0,1% na comparação com os 3 meses
anteriores), afastando assim a chance de o país já ter entrado em uma recessão técnica como temia parte
dos analistas.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,5% entre janeiro e março,
pior resultado desde o 1º trimestre de 2017 (0,1%), representando uma desaceleração significativa em
relação aos meses anteriores (1,1% no 4º trimestre de 2018 e 1,3% no 3º trimestre de 2018).

PIB segue no patamar de 2012


De acordo com a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio, o resultado mantém a
economia brasileira em patamar semelhante ao que se encontrava no 1º semestre de 2012. “Em relação
ao pico, o ponto mais alto do PIB, atingido no primeiro trimestre de 2014, estamos 5,3% [abaixo]”,
destacou.
Segundo ela, a perda de fôlego da economia fica mais evidente quando se analisa a taxa acumulada
nos últimos quatro trimestres em relação ao mesmo período do ano anterior. Nessa base de comparação,
a alta foi de 0,9% no 1º trimestre, abaixo do avanço de 1,1% no 4º trimestre de 2018 e de 1,4% no 3º
trimestre de 2018.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que, para o Brasil atingir o "sonho do
crescimento", reformas estruturais, como a da previdência e a tributária, precisam ser aprovadas, e que
o governo não vai buscar implementar "truques, nem mágicas".
De acordo com ele, medidas artificiais de estímulo à economia, como uma "liberaçãozinha" de
recursos, ou corte artificial dos juros, já foram implementadas no passado sem sucesso, gerando o que
ele classificou como um padrão de "voo de galinha" na economia (crescimento baixo e inconsistente).

Consumo das famílias impede uma queda maior


O resultado só não foi pior porque o consumo das famílias, que representa 64,3% do PIB total, cresceu
0,3% no 1º trimestre, a 9ª alta seguida. "Se não fosse o consumo das famílias, o resultado poderia ter
sido um pouco pior", destacou Claudia Dionísio.
Embora no campo positivo, o consumo das famílias também perdeu fôlego, após avanço de 0,5% no
4º trimestre e 0,6% no 3º trimestre, pressionado por fatores como inflação mais alta, aumento do
desemprego e piora da confiança dos consumidores. Do lado da oferta, a principal contribuição positiva

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veio do setor de serviços, que manteve o ritmo de crescimento registrado no trimestre anterior (0,2%).
Apesar da alta, os segmentos de comércio (-0,1%) e transporte, armazenagem e correio (-0,6%)
registraram a segunda queda seguida.

Veja os principais destaques do PIB no 1º trimestre:


- Serviços: 0,2%
- Indústria: -0,7% (pior resultado desde o 4º tri de 2016, quando recuou -1,8%)
- Indústria extrativa: -6,3%
- Agropecuária: -0,5% (pior resultado desde o 3º tri de 2017, quando ficou em -2,2%)
- Consumo das famílias: 0,3% (pior desde o 2º tri de 2018, quando ficou em 0%)
- Consumo do governo: 0,4%
- Investimentos: -1,7%
- Construção civil: -2%
- Exportação: -1,9% (pior resultado desde o 2º tri de 2018, quando recuou 4,4%)
- Importação: 0,5%

Indústria puxa queda


Entre os principais setores, a maior queda foi da indústria (-0,7%), impactada principalmente pelo recuo
de 6,3% da indústria extrativa, refletindo os desdobramentos do rompimento da barragem da Vale em
Brumadinho (MG). Agropecuária caiu 0,5% na comparação com o trimestre anterior, enquanto os serviços
subiram 0,2%.
“Além de Brumadinho, outras barragens também foram paralisadas. Então, essa parte de extração de
minério foi muito prejudicada. Além disso, a extração de petróleo e gás também veio no campo negativo”,
ressaltou a pesquisadora do IBGE.
A Indústria de transformação teve retração (-0,5%), influenciada principalmente, segundo o IBGE, pela
queda da fabricação de equipamentos de transportes, indústria farmacêutica, fabricação de máquinas e
equipamentos e fabricação de produtos alimentícios. Já a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto,
atividades de gestão de resíduos cresceu 1,4%.

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Tombo nos investimentos
Pela ótica da despesa, os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) tiveram a segunda queda
trimestral seguida (-1,7%), enquanto o consumo do governo cresceu 0,4%, após queda de 0,3% no 4º
trimestre.
A coordenadora de Contas Nacionais, Rebeca de La Rocque Palis, destacou que, além da conjuntura
macroeconômica, os investimentos também foram prejudicados pelo menor impacto das mudanças no
regime de tributação no setor de óleo e gás (Repetro), que nos dois últimos trimestres do ano passado
alavancaram o indicador.
A taxa de investimento no primeiro trimestre de 2019 foi de 15,5% do PIB, abaixo do observado no
consolidado de 2018 (15,8%) e ainda bem longe do patamar acima de 21% registrado em 2013, antes da
recessão.
Já a taxa de poupança ficou em 13,9% no primeiro trimestre, ante 15,4% no mesmo período de 2018.
"Se o consumo cresceu mais que o PIB, é óbvio que a poupança vai diminuir", afirmou Rebeca.
No setor externo, as exportações de bens e serviços caíram (-1,9%), enquanto as importações
cresceram 0,5% em relação ao trimestre anterior. A economia brasileira fechou com 2018 com
necessidade de financiamento de R$ 32,3 bilhões ante R$ 23,9 bilhões no mesmo período do ano anterior.

5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE90

Desse total, 3,3 milhões estão desocupados há dois anos ou mais. Taxa de desemprego entre jovens
de 18 a 24 anos sobe para 27,3%.
Dados divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que 5,2 milhões de desempregados procuram emprego há mais de 1 ano. Esse universo
representa 38,9% dos desempregados no país.
Do total de pessoas na fila do desemprego, 3,3 milhões (24,8%) estão desocupados há dois anos ou
mais, uma alta de 9,8% na comparação com o 1º trimestre de 2018.
Ainda segundo o IBGE, 6 milhões de pessoas (45,4% do total) estão procurando emprego há mais de
1 mês e menos de 1 ano, e 2,1 milhões estão na fila do desemprego há menos de 1 mês.

90
Darlan Alvarenga. 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/16/52-milhoes-de-desempregados-procuram-trabalho-ha-mais-de-1-ano-aponta-ibge.ghtml. Acesso em 16 de maio
de 2019

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188
A taxa de desemprego média no país no 1º trimestre subiu para 12,7%, conforme já divulgado
anteriormente pelo órgão, atingindo 13,4 milhões de brasileiros. Trata-se do maior índice de desocupação
desde o trimestre terminado em maio de 2018.
"Dos 13 milhões de desempregado, 1/4 procura emprego há mais de dois anos. Isso acarreta uma
perda de qualificação, que afasta ainda mais as pessoas do mercado de trabalho, porque esse
conhecimento se torna obsoleto, e cria círculo vicioso no mercado", afirmou o coordenador de Trabalho
e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
"A desocupação é expressiva, a qualificação não avança e o que sustenta o mercado é o emprego por
conta própria e a informalidade. Isso denúncia um diagnóstico bastante grave", acrescentou.

Amapá tem 20% de desempregados, a maior taxa do país


Segundo o IBGE, o desemprego cresceu em 14 das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As
maiores taxas de desemprego foram observadas no Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e as
menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%).
Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram em 13,5% e 15,3%, respectivamente.
Além da alta do desemprego, a taxa de subutilização da força de trabalho atingiu 25% no 1º trimestre,
a maior já registrada pelo IBGE. Esse grupo reúne os desocupados, os subocupados com menos de 40
horas semanais e uma parcela de pessoas disponíveis para trabalhar, mas que não conseguem procurar
emprego por motivos diversos. Esta parcela da população alcançou o número recorde de 28,3 milhões
de pessoas.

Desemprego é maior entre jovens, mulheres e negros e pardos


Os dados do IBGE mostram que o desemprego continua maior entre jovens, mulheres e negros.
No 1º trimestre de 2019, a taxa de desemprego na faixa de idade entre 14 e 17 anos chegou a 44,5%.
Já na faixa de 18 a 24 anos, subiu para 27,3%, chegando a 31,9% na região Nordeste. Nas demais faixas
de idade, para todo o país a taxa ficou abaixo da média nacional (veja gráfico abaixo).

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O maior contingente de desempregados, entretanto, se concentra na faixa etária de 25 a 59 anos
(57,2%). Na sequência, estão os jovens de 18 a 24 anos (31,8%), os menores de idade (8,3%) e os idosos
(2,6%).
"A crise começou em 2014. Então, o jovem que há quatro anos entrou numa universidade e hoje com
22 anos está se formando, provavelmente nunca teve uma experiência de trabalho na sua área. É essa
qualificação está se perdendo porque ele vai em busca de um emprego mais básico", observou Azeredo.
As mulheres seguem como a maioria (52,6%) da população desocupada e da população fora da força
de trabalho (64,6%). Entre os homens, a taxa de desemprego ficou em 10,9% no 1º trimestre, ao passo
que entre as mulheres foi de 14,9%.
A taxa de desocupação entre os que se declararam brancos (10,2%) ficou abaixo da média nacional
(12,7%) no 1º trimestre. Porém, a dos pretos (16%) e a dos pardos (14,5%) ficaram acima. Do total de
13,4 milhões de desempregados, os pardos representaram a maior parcela (51,2%), seguidos dos
brancos (35,2%) e negros (10,2%).
Quanto ao nível de instrução, 56,4% dos desempregados no 1º trimestre tinham o ensino médio e
22,1% não tinham o ensino fundamental completo. Já os desempregados com nível superior completo
representaram 10,4%.
O coordenador da pesquisa destacou também um outro grupo fortemente afetado pela crise do
mercado de trabalho, o de homens adultos, preto ou pardo, e em especial nos estados do Nordeste.
"São pessoas menos qualificadas, arrimos de família, que eram chão de fábrica, de canteiros de obras,
ou da agricultura, e que foram empurrados para a informalidade. A mulher é quem sempre mais sofre nas
crises, mas essa crise acaba prejudicando principalmente os homens e a população no Nordeste",
destacou Azeredo.
Em meio ao aumento do desemprego e uma série de dados ruins no 1º trimestre, as projeções de
crescimento para o Brasil vêm sofrendo sucessivas reduções. A mais recente pesquisa Focus realizada
semanalmente pelo BC junto a uma centena de economistas mostrou que a estimativa para a atividade
neste ano é de crescimento de 1,45%, mas alguns analistas já veem uma taxa abaixo de 1%.
O ministro da Economia, Paulo Guedes afirmou em audiência pública na Comissão Mista de
Orçamento (CMO) do Congresso que a projeção de crescimento do governo para a economia neste
ano caiu para 1,5%.

Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%91

Outro levantamento mostra que os constrangimentos no mercado de trabalho por causa da


maternidade são motivo de queixa para mais da metade das mães.
Uma pesquisa divulgada pela Catho aponta que 30% das mulheres deixam o mercado de trabalho
para cuidar dos filhos. Entre os homens, essa proporção é quatro vezes menor, de 7%. O levantamento
foi feito em 2018 e ouviu 2,3 mil pessoas.
Outros estudos mostram as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que são mães no mercado de
trabalho. Entre as mães, 48% apontam que já tiveram problemas no trabalho por ter que se ausentar
porque o filho passou mal.
Outro motivo de conflito são pedidos para chegar mais tarde ao serviço em dias de reuniões escolares,
com 24% das respostas. Os números são de outra pesquisa da Catho, empresa especializada em
recrutamento de profissionais.

91
Karina Trevisan. Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/05/10/pesquisa-mostra-que-30percent-das-mulheres-deixam-trabalho-por-causa-dos-filhos-
homens-sao-7percent.ghtml. Acesso em 10 de maio de 2019.

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Dados também mostram que os constrangimentos no mercado de trabalho por causa da maternidade
são motivo de queixa para mais da metade das mães. Uma pesquisa da Vagas.com aponta que 52% das
mães que trabalham dizem ter passado por esse tipo de situação durante a gravidez ou no retorno da
licença-maternidade.
Entre elas, cerca de 20% relaram terem sido demitidas - apesar de a lei trabalhista vetar demissão
sem justa causa durante a gravidez e até 5 meses depois do parto. Outras queixas levantadas pela
pesquisa são comentários desagradáveis (especialmente de chefes), subestimação, redução de carga
horária e salário e exclusão de projetos por conta da maternidade.

Nas entrevistas de emprego, as perguntas às candidatas sobre maternidade são frequentes entre os
recrutadores. Segundo a pesquisa da Vagas.com, quase 71% das entrevistadas disseram ter sido
perguntadas sobre filhos e planos de engravidar em seu processo seletivo mais recente.

Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para
caminhoneiros92

Petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim do programa de


subsídios. No ano, preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de 18,48%.
A diretoria da Petrobras aprovou mudanças na periodicidade de reajuste nos preços do diesel vendido
para as refinarias. Os preços passarão a ser reajustados, no mínimo, a cada 15 dias, informou a estatal
nesta terça-feira (26/03) em comunicado ao mercado.
Desde então, a petroleira vinha reajustando o combustível em intervalos menores, desde o fim
do programa de subsídios lançado pelo governo após a greve dos caminhoneiros.
Somente em março, foram anunciados 5 reajustes no preço do diesel, sendo 4 aumentos e duas
reduções. No ano, o preço médio do diesel nas refinarias acumula alta de 18,48%.
Nos postos, o preço médio do litro do diesel no país subiu 0,1% na semana passada, para R$ 3,540,
segundo levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis
(ANP). No ano, entretanto, a alta é menor que o verificado nas refinarias, de 2,6%.
O repasse dos reajustes ao consumidor final, nos postos, depende de uma série de variáveis, como a
margem de revendedores e distribuidores, impostos e da mistura obrigatória de biocombustível.
Segundo a Petrobras, os preços do diesel nas refinarias correspondem a cerca de 54% do valor
cobrado na bomba ao consumidor final.

Cartão para caminhoneiros


Junto da medida, a Petrobras também informou que sua subsidiária Petrobras Distribuidora S.A. (BR)
está desenvolvendo, para daqui a 90 dias, um cartão de pagamentos que viabilizará a compra por
caminhoneiros de litros de diesel a preço fixo nos postos com a bandeira BR (Cartão Caminhoneiro).
"O cartão servirá como uma opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo assim a
estabilidade durante a realização de viagens", informou a estatal.

92
Taís Laporta. Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/26/petrobras-decide-que-preco-do-diesel-ficara-ate-15-dias-sem-reajuste.ghtml. Acesso em 27 de março de 2019

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Política de preços
A companhia pontuou que continuará a utilizar mecanismos de proteção financeira, como o hedge com
o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a rentabilidade de suas operações de refino.
"Ficam mantidos os princípios que balizam a prática de preços competitivos, como preço de paridade
internacional (PPI), margens para remuneração dos riscos inerentes à operação e nível de participação
no mercado", disse a empresa, em comunicado.

Segundo a companhia, a paridade internacional será mantida, evitando práticas que poderiam
caracterizar monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil.
Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a adoção de um mecanismo de proteção
financeira para aumentar os intervalos de reajustes nos preços da gasolina nas refinarias em até 15 dias.
O objetivo era dar mais flexibilidade à sua política de preços.

Programa de subsídio
O programa de subsídio ao diesel foi estabelecido em junho, após o governo fechar um acordo com
caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
O preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do programa, incluindo
alguns importadores, foi congelado naquele mês a R$ 2,0316 por litro.
Empresas como a Petrobras que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados pelo
governo e eram ressarcidas em até 30 centavos por litro, dependendo do cenário de preços externos.

Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE93

País aguarda uma resposta a seu pedido para tornar-se membro da organização; nesta terça, EUA
manifestaram apoio, mas exigem que país retire tratamento especial na OMC.
Há quase dois anos, o Brasil aguarda uma resposta sobre seu pedido para tornar-se membro da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”.
O país é "parceiro-chave" da organização desde 2007.
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer. Mas nada foi decidido por
falta de acordo entre os países membros – tendo os Estados Unidos como um dos maiores empecilhos.
Além do Brasil, outros cinco países também aguardam uma decisão para entrar na OCDE: Argentina,
Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Inicialmente, o governo americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e
queria que a Argentina tivesse preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos
atrapalharia o funcionamento da organização.

93
G1. Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/19/entenda-o-que-esta-em-jogo-na-relacao-
entre-o-brasil-e-a-ocde.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.

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Contudo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta terça-feira (19/03) que os EUA estão
dispostos a apoiar a entrada do Brasil na OCDE, desde que o país deixe a lista de países de tratamento
especial e diferenciado da OMC.
Em encontro na Casa Branca com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente dos EUA, Donald Trump,
afirmou que apoia o ingresso do Brasil na organização.

Benefícios para o Brasil


Os defensores da iniciativa brasileira argumentam que a adesão à OCDE pode favorecer investimentos
internacionais e as exportações, aumentar a confiança dos investidores e das empresas e ainda melhorar
a imagem do país no exterior, favorecendo o diálogo com economias desenvolvidas.
No caso de países emergentes, a entrada na OCDE pode possibilitar também a captação de recursos
no exterior a taxas de juros menores.

Requisitos para entrar na OCDE


Para entrar no acordo, é preciso implementar uma série de medidas econômicas liberais, como o
controle inflacionário e fiscal. Em troca, o país ganha um "selo" de investimento que pode atrair
investidores ao redor do globo.
Dos 238 instrumentos normativos da OCDE ao qual um país deve aderir para se tornar membro, o
Brasil havia assinado 39 e pedido para aderir a outros cerca de 70 até meados do ano passado.

Questões

01. (IDAF/AC – Técnico em Defesa Agropecuária e Florestal – IBADE – 2020) O presidente Jair
Bolsonaro assinou nesta sexta-feira, 20 de setembro de 2019, a medida provisória (...) que pretende
diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, focando em micro e pequenos negócios. Entre
as principais mudanças, a MP flexibiliza algumas regras trabalhistas, como o registro de ponto, e elimina
alvarás para atividades de baixo risco.
(Veja, 20/09/2019. Disponível em: < http:// http://bit.ly/2OBUSm1>. Adaptado)

A notícia refere-se à:
(A) Medida Provisória de Livre Mercado.
(B) Medida Provisória de Flexibilização das Leis Trabalhistas.
(C) Medida Provisória de Incentivo ao Emprego.
(D) Medida Provisória da Reforma Trabalhista.
(E) Medida Provisória da Liberdade Econômica.

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02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Em junho/2019, foi tomada uma decisão de
grande interesse para o governo, principalmente para o Ministério da Economia. Trata-se
(A) da liberação da venda de subsidiárias de estatais sem a necessidade de aval do Congresso,
facilitando as privatizações.
(B) do percentual de aumento do salário mínimo que deverá atingir 15% no ano de 2020, o que
garantirá reposição salarial.
(C) de nova sistemática de contagem da população desempregada para facilitar a criação de políticas
de geração de emprego.
(D) da disponibilização de recursos provenientes das exportações para ampliar programas
habitacionais.
(E) da criação de mecanismos legais que dificultem a saída de capitais estrangeiros do mercado
financeiro nacional.

03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do


Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Roberto Campos Neto.
(E) Michel Temer.

04. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) O presidente dos Estados Unidos afirmou em
março/2019, que irá apoiar a entrada do Brasil numa determinada instituição internacional, um pleito
brasileiro. "Eu estou apoiando o Brasil”, disse, no Salão Oval da Casa Branca, onde recebeu o presidente
brasileiro. O pleito é visto pelo Brasil como um selo de confiança internacional e tem sido defendido pelo
Ministro da Economia.
O Brasil pretende ser aceito
(A) na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
(B) no Conselho de Segurança da ONU.
(C) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
(D) no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).
(E) na Organização Mundial do Comércio (OMC).

05. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Os analistas do mercado financeiro analisaram


pela 20a semana consecutiva a previsão de crescimento da economia em 2019, segundo dados
divulgados pelo Banco Central (BC) em julho/2019.
Na previsão dos analistas, haverá
(A) aumento dos impostos para obter recursos e incentivar a produção.
(B) redução da inflação anual que deverá atingir de 10 a 12%.
(C) estabilização da taxa de juros entre 8 e 9%.
(D) equiparação entre o dólar e o euro no mercado cambial.
(E) fraco crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

Gabarito

01.E / 02.A / 03.D / 04.A / 05.E

Comentários

01. Resposta: E
De acordo com texto noticiado pelo Senado, “A lei é originada da MP 881/2019, aprovada pelo Senado
em 21 de agosto. A lei flexibiliza regras trabalhistas, como dispensa de registro de ponto para empresas
com até 20 empregados, e elimina alvarás para atividades consideradas de baixo risco.”.

02. Resposta: A
Em processo definido em junho de 2019, a maioria dos ministros do STF concordou com a flexibilização
das regras para a comercialização de estatais.

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Ficou claro que ainda é proibida a privatização de estatais sem a permissão do Congresso, porém
essa regra não se aplica às suas subsidiárias.

03. Resposta: D
O economista Roberto Campos Neto tomou posse como presidente do Banco Central (BC), em reunião
privada no Palácio do Planalto no dia 28 de fevereiro de 2019. Ele assume o lugar de Ilan Goldfajn, que
estava no comando da instituição desde junho de 2016.

04. Resposta: A
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer e inicialmente, o governo
americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e queria que a Argentina tivesse
preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos atrapalharia o funcionamento da
organização.

05. Resposta: E
De acordo com texto noticiado na Folha de SP, “A projeção do mercado financeiro para o PIB de 2019
é de 0,87%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. O governo prevê um crescimento ligeiramente
menor, de 0,85%.”.

Transporte
saúde
Bolsonaro sanciona lei que altera regras do Código de Trânsito94

Texto prevê CNH com até 40 pontos para alguns motoristas e estende validade do documento.
Bolsonaro vetou restrições à circulação de motos.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (13/10), com vetos, a lei que faz alterações no
Código de Trânsito Brasileiro, informou a Secretaria-Geral da Presidência. Entre outras mudanças,
o projeto amplia a validade e o número de pontos da carteira de habilitação
O texto foi publicado no "Diário Oficial da União" na madrugada desta quarta-feira (14/10). As novas
regras entrarão em vigor 180 dias após a publicação da lei.
Os trechos retirados por Bolsonaro serão reanalisados pelo Congresso Nacional, que pode restaurar
as medidas ou derrubá-las em definitivo. A Câmara aprovou a versão final do projeto no último dia 22, e
Bolsonaro tinha até esta quarta para concluir a análise.
Uma das principais mudanças feitas no Congresso prevê que em casos de lesão corporal e homicídio
causados por motorista embriagado, mesmo que sem intenção, a pena de reclusão não pode ser
substituída por outra mais branda, que restringe direitos.
Atualmente, a legislação diz que a prisão pode ser substituída por penas restritivas de direitos se o
crime for culposo (sem intenção). Dessa forma, se um motorista embriagado ou sob efeito de drogas
pratica lesão corporal e até homicídio, a condenação pode ser convertida em uma pena alternativa.
Pontos da proposta original enviada pelo governo, como a retirada da multa para quem transportar
criança sem a cadeirinha, nem chegaram a ser aprovados por deputados e senadores.
O projeto foi tratado como prioridade pelo governo. Em junho do ano passado, o próprio presidente
Jair Bolsonaro foi pessoalmente à Câmara para entregar o texto.

Validade da CNH
O texto sancionado amplia o prazo para a renovação da renovação da CNH e dos exames de aptidão
física e mental, de acordo com as seguintes situações:
- 10 anos para condutores com menos de 50 anos;
- 5 anos para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos;
- 3 anos para condutores com 70 anos ou mais.

O texto prevê, ainda, que, em caso de indícios de deficiência física ou mental ou de progressividade
de doença que diminua a capacidade de condução, o perito examinador pode diminuir os prazos para a
renovação da carteira.

94
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Bolsonaro sanciona lei que altera regras do Código de Trânsito. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/13/bolsonaro-sanciona-texto-que-altera-regras-do-codigo-de-transito.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2020.

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Atualmente, o Código de Trânsito prevê a renovação a cada cinco anos para a maioria dos motoristas
e a cada três anos para condutores com mais de 65 anos. O texto enviado pelo governo previa a
renovação dos exames a cada 10 anos e, para pessoas acima de 65 anos, a cada cinco anos.

Pontos na CNH
O projeto também prevê limites diferentes de pontuação na carteira de motorista, antes da suspensão,
no prazo de 12 meses:
- 40 pontos para quem não tiver infração gravíssima;
- 30 pontos para quem possuir uma gravíssima;
- 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo.

Os motoristas profissionais terão 40 pontos de teto, independentemente das infrações cometidas.


Esses condutores podem participar de curso preventivo de reciclagem quando atingirem 30 pontos. A
legislação atual prevê a suspensão da carteira sempre que o infrator atingir 20 pontos.
O projeto original do governo previa uma ampliação geral, de 40 pontos para todos os motoristas,
independentemente da vinculação por infração criada pelo relator.

Restrições para motos foram vetadas


Em uma transmissão em rede social, Bolsonaro comentou a versão da lei que foi aprovada no
Congresso e antecipou veto às regras que restringiam a circulação de motociclistas.
"Está no projeto, nós vetamos, que o motociclista apenas pudesse ultrapassar com filas, carros
parados e baixa velocidade. Nós vetamos isso. Continua valendo uma velocidade maior para o
motociclista poder seguir destino", declarou.
"Algumas coisas foram alteradas [no Congresso]. Não era aquilo que nós queríamos, mas houve algum
avanço. Com toda a certeza, ano que vem a gente pode apresentar um novo projeto buscando corrigir
mais alguma coisa. A intenção nossa é facilitar a vida do motorista", disse.

Avaliação psicológica de condutores


Segundo material divulgado pelo governo, Bolsonaro também vetou a exigência de avaliação
psicológica de parte dos condutores. Esse exame passaria a ser requerido quando o motorista:
- se envolvesse em acidente grave para o qual tivesse contribuído;
- fosse condenado judicialmente por delito de trânsito;
- estivesse colocando em risco a segurança do trânsito, por decisão da autoridade de trânsito.

Outras mudanças
Cadeirinha
O projeto aprovado determina também a obrigatoriedade do uso da cadeirinha para crianças de até 10
anos que ainda não atingiram 1,45 m de altura. A cadeirinha deve se adequar à idade, peso e altura da
criança.
Pelo texto, o descumprimento desta regra ocasionará uma multa correspondente a uma infração
gravíssima.
A proposta original do governo previa que a punição para o descumprimento fosse apenas uma
advertência por escrito, sem a multa. Pela proposta do Executivo, endurecida pelo relator, a cadeirinha
seria necessária para crianças de até 7 anos e meio.

Exames toxicológicos
Sobre a renovação da carteira de habilitação, o texto também mantém a obrigatoriedade de exames
toxicológicos para motoristas das categorias C, D e E.
O fim da obrigatoriedade do exame era um dos pontos polêmicos do texto e foi alvo de críticas de
parlamentares e entidades ligadas ao setor.
Segundo a proposta, quem tem idade inferior a 70 anos também terá que se submeter ao exame a
cada dois anos e meio, independentemente da validade da CNH. Objetivo é impedir que eventual
mudança do prazo da carteira implique em alteração na periodicidade do exame.

Recall
O projeto torna o recall das concessionárias – convocação de proprietários para reparar defeitos
constatados nos veículos – uma condição para o licenciamento anual do veículo a partir do segundo ano
após o chamamento.

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Segundo o relator, são frequentes os casos de descumprimento do procedimento, colocando em risco
a segurança dos condutores desses veículos e de outras pessoas.

Cadastro positivo
A proposta cria o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), em que serão cadastrados os
condutores que não tenham cometido infração de trânsito sujeita a pontuação nos últimos 12 meses.
O cadastro positivo vai possibilitar que estados e municípios concedam benefícios fiscais e tarifários
aos condutores cadastrados.
Inicialmente, o relatório previa que, na Semana Nacional de Trânsito, comemorada em setembro,
haveria um sorteio no valor de 1% do montante arrecadado com as multas para premiar os motoristas do
cadastro. Contudo, o deputado Juscelino Filho retirou essa parte ao acolher uma emenda de plenário.

Escolas de trânsito
O projeto prevê a criação de “escolas públicas de trânsito” para crianças e adolescentes com aulas
teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito.

Consulta pública
As propostas de normas regulamentares a serem editadas pelo Contran deverão ser submetidas a
consulta pública antes da entrada em vigor. O objetivo é dar mais transparência às decisões do conselho.

Multas administrativas
O parecer propõe a isenção de pontos na carteira de motorista em algumas situações de infrações de
natureza administrativa, por exemplo:
- conduzir veículo com a cor ou característica alterada;
- conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório;
- portar no veículo placas em desacordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo Contran;
- deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor.

Penalidade de advertência
O texto define, ainda, que para infrações leves ou médias deve ser imposta a penalidade de
advertência por escrito, em vez de multa, se infrator não tiver cometido nenhuma outra infração nos
últimos 12 meses.
Atualmente, a legislação já permite essa possibilidade se a autoridade de trânsito "entender esta
providência como mais educativa" e desde que o motorista não tenha cometido a mesma infração nos
últimos 12 meses.

Faróis
O texto determina a obrigatoriedade de manter os faróis acesos durante o dia, em túneis e sob chuva,
neblina ou cerração, e à noite.
O Senado fez uma alteração, mantida na Câmara, para restringir a obrigatoriedade do uso de faróis
baixos durante o dia em rodovias de pista simples apenas àquelas situadas fora dos perímetros urbanos.
Ao acolher essa mudança, Juscelino Filho diz que o uso de faróis nas cidades "poderia ter efeito
contrário, ao equiparar todos os demais veículos aos ônibus e às motos, que hoje já são obrigados a
transitar com farol acesso, para serem diferenciados e melhor percebidos no trânsito urbano."

Veja outros pontos do projeto:


Reprovação de exame: o projeto revoga dispositivo que determinava que o exame escrito sobre
legislação de trânsito ou de direção veicular só poderia ser refeito 15 dias depois da divulgação do
resultado, em caso de reprovação;
Capacete sem viseira: a proposta altera trecho do Código de Trânsito que trata da obrigatoriedade do
uso do capacete, retirando a menção sobre a viseira - o que, atualmente, é considerado infração
gravíssima. O não uso de viseira no capacete ou dos óculos de proteção ganhou um artigo separado na
lei, tornando-se infração média;
Aulas à noite: o projeto também retira a obrigatoriedade de que parte das aulas de direção sejam feitas
à noite;
Policiais legislativos: texto prevê que os policiais legislativos da Câmara dos Deputados e do Senado,
mediante convênio com o órgão ou entidade de trânsito local, poderão autuar os motoristas em caso de
infração cometida nas adjacências do Congresso Nacional quando estiverem comprometendo os serviços

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ou colocando em risco a segurança das pessoas ou o patrimônio do Legislativo. Os autos de infração
serão encaminhados ao órgão competente.

Demanda de voos domésticos cai 50% e de internacionais, 85%, diz Abear95

A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de covid-19. Aéreas comunicaram nos últimos
dias reduções de capacidade e suspensão de vários voos.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as empresas Gol, Latam, MAP,
VoePass e Two Flex, informou hoje que as suas associadas já registram, em média, uma queda de 50%
na demanda por voos domésticos e redução de 85% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo
período do ano passado. A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de Covid-19.
As companhias Gol e Latam comunicaram nos últimos dias reduções de capacidade e suspensão de
vários voos para enfrentar o que a associação classificou como "a maior crise da história da aviação
comercial".
A Gol anunciou a suspensão dos voos internacionais entre 23 de março e 30 de junho e redução da
malha doméstica entre 50% e 60%. A Latam Airlines, por sua vez, anunciou redução de 90% dos voos
internacionais e de 40% nos voos domésticos.
A Azul, que não é associada da Abear, anunciou redução de 20% a 25% na capacidade total em março
e entre 35% e 50% em abril e meses seguintes.

Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 3196

Depois de vários adiamentos, a partir do dia 31 de janeiro, será obrigatório o uso das placas do
Mercosul em todos os estados brasileiros. O prazo, portanto, atende ao estipulado na Resolução n°
780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho do ano passado. A determinação é de
que as unidades federativas do país devam utilizar o novo padrão de placas de identificação Veicular
(PIV).
Embora a adoção do sistema de placas do Mercosul tenha sido anunciada em 2014, e deveria ter
entrado em vigor em janeiro de 2016, a implantação do registro foi adiada seis vezes. Devido a disputas
judiciais, a implantação ficou para 2017. Depois foi adiada mais uma vez para que os órgãos estaduais
de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas.
Dos 26 estados do Brasil, já aderiram à nova PIV: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia.

Obrigatoriedade da nova placa


A nova placa é obrigatória em caso de primeiro emplacamento ou para o dono do veículo com a placa
antiga que vier a mudar de município ou unidade federativa. Além disso, também é obrigatória em casos
de roubo, furto, dano ou extravio da placa, e nos casos em que haja necessidade de instalação da
segunda placa traseira.

Padrão da nova placa


A nova placa apresenta o padrão com quatro letras e três número, que o inverso do modelo atual
adotado com três e quatro números. A cor de fundo também muda, que passará a ser totalmente branca.
A mudança também ocorre na fonte para diferenciar o tipo de veículo: preta para veículos de passeio,
vermelha para veículos em teste, dourado para automóveis diplomáticos e prateado para os veículos de
colecionadores.

Código QR
Todas as placas contarão com um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR
Code), com números de série e acesso às informações do banco de dados dos fabricantes e estampador
da placa. O objetivo disso é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos
respectivos veículos, além de verificar a autenticidade.

95
Valor Online. Demanda de voos domésticos cai 50% e de internacionais, 85%, diz Abear. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/18/demanda-de-voos-domesticos-cai-50percent-e-de-internacionais-85percent-diz-abear.ghtml. Acesso em 20 de
março de 2020.
96
Luiz Felipe Kessler. Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 31. https://seucreditodigital.com.br/novas-placas-
do-mercosul-vao-ser-obrigatorias/. Acesso em 22 de janeiro de 2020.

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Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual97

Com autorização, publicada no 'Diário Oficial da União' desta quinta, motoristas poderão recolher
tributos e ter direito a contar tempo para aposentadoria, entre outros benefícios.
Os motoristas de aplicativo independentes, profissão que vem ganhando adeptos nos últimos anos,
receberam autorização do governo, por meio de resolução publicada no "Diário Oficial da União" desta
quinta-feira (08/08), para serem considerados microempreendedores individuais.
Esse programa foi criado há dez anos atrás para incentivar a formalização de pequenos negócios e de
trabalhadores autônomos como vendedores, doceiros, manicures, cabeleireiros, eletricistas, entre outros,
a um baixo custo.
Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e
que têm no máximo um funcionário.
Atualmente, o custo mensal do registro é de R$ 49,90, que pode ser acrescido de R$ 1 se o ramo
exercido for comércio ou indústria (ICMS), ou de R$ 5, em ISS, se for do ramo de serviços - totalizando
R$ 54,90. Se o negócio envolver essas três atividades (comércio, indústria e serviços), o valor mensal é
de R$ 55,90.
Além de contribuir mensalmente, o microempreendedor também deve entregar anualmente a
Declaração Anual do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (DASN SIMEI), manter o controle
mensal do faturamento, emitir notas fiscais para pessoas jurídicas, guardar as notas fiscais de compra e
venda e realizar os recolhimentos obrigatórios (se tiver um funcionário).
Quando estão adimplentes, os pequenos empresários têm direito aos benefícios da chamada rede de
proteção social: salário-maternidade (a partir de 10 meses de contribuição); aposentadoria por invalidez
e auxílio-doença (após 12 meses de contribuição); de auxílio-reclusão e pensão por morte para seus
dependentes. Além disso, também não podem contar esse tempo para a aposentadoria por idade.
O registro de MEIs permite ao microempreendedor ter CNPJ, a emissão de notas fiscais, o aluguel de
máquinas de cartão e o acesso a empréstimos (com juros mais baratos). Além disso, também poderá
vender seus produtos, ou serviços, para o governo, além de ter acesso ao apoio técnico do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No Portal do Empreendedor, há quase 500 atividades listadas que podem ser exercidas por
microempreendedores individuais. Entre elas, carreiras mais tradicionais, como cabeleireiros e
açougueiros, algumas mais recentes, como "bikeboys", e outras exóticas, como comerciante de artigos
eróticos, de perucas e humorista e contador de histórias.
Nos últimos 5 anos, desde o período pré-recessão, o número de MEIs no país já cresceu mais de
120%. Segundo avaliação do Sebrae DF, o forte crescimento no número de microempreendedores nos
últimos anos tem relação com o fraco nível de atividade da economia, que registrou recessão em 2015 e
2016.

97
Alexandro Martello. Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual. G1.
https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2019/08/08/motorista-de-aplicativo-ganha-autorizacao-para-ser-microempreendedor-individual.ghtml. Acesso em 08 de
agosto de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


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Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi
em rodovias98

Anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista coletiva no Palácio do
Planalto. Dinheiro deverá ser usado para compra de pneus e manutenção dos veículos.
O governo federal anunciou nesta terça-feira (16/04) uma linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos. Também
anunciou o investimento de R$ 2 bilhões em rodoviais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"O governo anuncia neste momento uma linha de crédito específica para caminhoneiros autônomos
de até R$ 30 mil para compra de pneus e manutenção dos veículos", afirmou Onyx.
De acordo com o ministro, serão liberados R$ 500 milhões na linha de crédito, que poderá ser
acessada pelos caminhoneiros primeiro nos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, e depois nos
“demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil.”
Além disso, segundo Onyx, poderão tomar o empréstimo apenas caminhoneiros autônomos que
tenham até dois caminhões por CPF.

Rodovias
Onyx afirmou que, dos R$ 2 bilhões para as rodovias, cerca de R$ 900 milhões serão usados para
manutenção. Ele afirmou que as chuvas intensas do verão, aliadas ao transporte rodoviário,
prejudicaram estradas em todo o país.
"Historicamente, há muitos anos nós não tínhamos chuvas tão intensas e tão difusas no Brasil. Nós
já não tínhamos uma manutenção das rodovias brasileiras", afirmou Onyx.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, também presente à entrevista coletiva no Palácio do
Planalto, informou que, entre as obras previstas, está a pavimentação da BR-163, que liga o Centro-
Oeste ao Norte do país.
A via é muito usada para transporte de carga até o porto de Miritituba, no Pará, mas enfrenta
problemas como atoleiros, que geram filas de caminhões.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os investimentos vão para:
- BR-381/MG: conclusão de 66 km
- BR-116/RS: conclusão de 69 km de duplicação
- Entrega da Ponte do Guaíba, no Rio Grande do Sul
- BR-163/PA: pavimentação até o porto de Miritituba
- BR-101/BA: duplicação de 84 km
- BR-242/MT: licenciamento ambiental e construção de 8 pontes de concreto que substituirão pontes
de madeira
- BR-135/MA: complementação do trecho de Estiva a Bacabeira
De acordo com Onyx, o dinheiro a ser usado para as obras nas rodovias deverá ser compensado no
orçamento dos ministérios com cortes de despesas.

Preço do diesel
Onyx foi questionado sobre a política do governo para o preço do diesel. Ele afirmou que o tema é
uma das reivindicações dos caminhoneiros e será tratado em reunião na tarde desta terça entre o
presidente Jair Bolsonaro, a equipe econômica e representantes da Petrobras.
Na semana passada, Bolsonaro determinou que a estatal suspendesse um reajuste previsto para o
diesel. A ação do presidente foi vista pelo mercado como interferência política na Petrobras.
"Vai haver uma reunião agora à tarde, que já está anunciada, entre o presidente, o Ministério da
Economia, outros ministérios e a Petrobras, que vão discutir esse tema. Agora, o governo sempre disse
que a Petrobras tem a autonomia e a liberdade para exercitar aquilo que é necessário do ponto de vista
de política de combustível", disse Onyx.

14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 999

São Paulo já oferece também scooter e bicicletas elétricas nesse sistema. Aumento da circulação
desses veículos alternativos cria desafios de convivência: veja o que diz a lei.
98
Luiz Felipe Barbiéri. Elisa Clavery. Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi em rodovias. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/16/governo-anuncia-linha-de-credito-via-bndes-de-ate-r-30-mil-para-caminhoneiros-
autonomos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 17 de abril de 2019
99
Rafael Miotto. 14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 9. G1. https://g1.globo.com/carros/noticia/2019/03/24/14-
capitais-contam-com-servicos-de-compartilhamento-de-bicicletas-patinetes-chegam-a-9.ghtml. Acesso em 25 de março de 2019.

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200
O serviço de compartilhamento de bicicletas e patinetes está se espalhando por todo o Brasil. Um
levantamento do G1 aponta que 13 capitais, além de Brasília, já contam o serviço para bicicletas. Os
patinetes elétricos, mais recentes, já estão em ao menos 9 dessas cidades.
Maior centro de startups de mobilidade do país, São Paulo foi pioneira e agora oferece até scooters
e bicicletas elétricas nesse sistema, o que também deverá se expandir para outras localidades.
Mais concentrado em regiões planas das cidades e onde existem ciclovias, o aumento desses serviços
também tem gerado questões de convivência entre os que recorrem a esses veículos alternativos e os
motoristas, motociclistas e pedestres.
Não é incomum ver patinetes na rua, onde circulam carros e motos, e na calçada. Esses pequenos
veículos também dividem espaço com as bicicletas nas ciclovias. E, como parecem ser simples de usar,
atraem mesmo quem não tem experiência.

'Parece brinquedo', mas não é


"Estava na ciclofaixa, o acelerador do patinete travou, perdi o controle e fui arremessada para a pista",
conta a designer Carolina Araújo Torres, de 22 anos. O acidente foi na Avenida Paulista, um dos pontos
de São Paulo onde existe grande fluxo de bicicletas e patinetes na ciclovia.
A queda provocou escoriações, um dente quebrado e outro deslocado. Não era a primeira vez que
Carolina usava patinetes na cidade e ela nunca tinha tido nenhum problema.
"Acredito que nunca mais eu suba em um patinete. Acho que a manutenção deles precisa ser mais
assertiva", afirma Carolina. Para ela, o acidente foi causado por uma falha mecânica.
A designer guiava um veículo da Scoo, uma das pioneiras em patinetes compartilhados no país e que
tem os veículos de cor branca com detalhes amarelos.
"Nossa equipe técnica vistoriou o patinete e ele não apresentou nenhum defeito. Em 7 meses de
operação tivemos somente este acidente", explica Marcos Bigongiari, diretor de operações da empresa.
"A Scoo é a única a fornecer junto com o patinete um capacete para o usuário."
Ainda não existem números oficiais sobre acidentes com patinetes ou bicicletas compartilhadas no
Brasil. Como acontece com a Scoo, as empresas que oferecem patinetes possuem seguros para danos
físicos causados nos usuários. A HDI Seguros, que trabalha com a Grin, relatou casos de seguros
acionados em acidentes com patinetes, mas afirmou que "não foram graves".
Apesar de a velocidade nesses veículos ser inferior à de carros e motos, ela é suficiente para causar
estragos, alerta Marcos Leonhardt, do Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas de São Paulo.
"Um trauma a 20 km/h, com uma desaceleração brusca, é equivalente a uma queda de 3 metros",
aponta o médico.
Para o especialista, a aparência inofensiva desses veículos acaba dando uma falsa impressão para o
condutor. "Você anda descontraído, não leva tão a sério como uma moto, parece um brinquedo, algo
divertido, e baixa a guarda", acrescenta Leonhardt.

O que diz a lei de trânsito


O Código de Trânsito não tem um capítulo sobre os patinetes, por exemplo. Mas eles se encaixam em
uma categoria que tem suas restrições.
Veja mais sobre o que diz a lei sobre os principais veículos compartilhados no país.
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) diz que eles devem atender às regras para
"equipamentos de mobilidade autopropelidos" (com algum tipo de motorização e com as dimensões de
largura e comprimento iguais ou inferiores às de uma cadeira de rodas).
Esses veículos não podem rodar na rua, em meio aos carros e motos, mas estão liberados nas
calçadas e ciclovias desde que observem certos limites de velocidade.
Em áreas de circulação de pedestres, ciclovias e ciclofaixas, não podem passar de:
- 6 km/h em áreas de circulação de pedestres (calçadas, calçadões);
- 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas.

Também é obrigatório o patinete ter indicador de velocidade, campainha e sinalização noturna,


dianteira, traseira e lateral, no equipamento.
Diferente da bicicleta elétrica, os usuários de patinetes elétricos não são obrigados a utilizar capacetes,
mas o Denatran recomenda o uso.
De acordo com o órgão, fica a cargo de cada município e do Departamento de Trânsito (Detran) do
Distrito Federal regulamentar demais regras sobre a circulação e estacionamento dos patinetes.

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201
Bicicletas
Quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento ou não for possível a utilização destes, as
bicicletas devem rodar "nos bordos da pista de rolamento", no mesmo sentido dos outros veículos em
vias urbanas e rurais.
Ou seja: pode andar na rua, junto à calçada, mas nada de bicicleta na contramão.
E na calçada, pode? O Código de Trânsito informa que a circulação de bicicletas será permitida "nos
passeios" com a autorização dos órgãos responsáveis. Então, depende de cada cidade.
Diferente do que acontece com bicicletas elétricas, a lei não obriga o uso de capacete nas comuns.
Mas eles são recomendáveis.
Punições para ciclistas estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas ainda não
entraram em vigor. A aplicação de multas para usuários de bicicletas e pedestres deveria começar em
2019, mas o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) revogou a resolução que regulamentava as
penalidades.

Bicicletas elétricas
Desde 2012, quando um ciclista foi multado no Rio, existem regras específicas para as bicicletas
elétricas. Até então, elas eram equiparadas aos ciclomotores (por exemplo, as motos "cinquentinhas").
Depois, acabaram se enquadrando na nova categoria, desde que tenham:
- potência nominal máxima de até 350 Watts;
- velocidade máxima de 25 km/h;
- sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar;
- ausência de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência.

Toda bicicleta elétrica que se enquadre nas características acima pode circular no mesmo ambiente
das bicicletas comuns. Mas ela tem regras extras:
- é obrigatório usar capacete de ciclista;
- é obrigatório que a bicicleta elétrica tenha indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna
(dianteira, traseira e lateral), espelhos retrovisores em ambos os lados e pneus em condições mínimas
de segurança.

Bicicletas elétricas com acelerador continuam sendo consideradas ciclomotores e precisam seguir
todas a exigências para veículos motorizados, como emplacamento e ter habilitação.

Scooters
Os scooters elétricos devem seguir exatamente as mesmas regras de trânsito das motocicletas, ou
seja, podem rodar apenas nas vias de trânsito de veículos motorizados e estão proibidos de estar nas
ciclovias.
Eles devem estar emplacados e o usuário precisa ter carteira de habilitação na categoria A (para
motos) ou ACC (para ciclomotor ou 'cinquentinhas'), caso o scooter tenha potência máxima de 4kw. Sem
ela, não é possível se cadastrar no aplicativo.

Largados em qualquer lugar


Outra característica do crescimento dos serviços de compartilhamento é ver bicicletas e patinetes
"abandonados" pelas calçadas e canteiros. É que o compartilhamento acontece num sistema chamado
"dockless", no qual não é preciso levar o veículo em uma estação.
A bicicleta ou o patinete fica travado em qualquer lugar e é liberado pelo aplicativo. Normalmente, são
recolhidos à noite pelas empresas, para manutenção.
Mas pode deixar em qualquer lugar mesmo? As regras de onde se pode estacionar esses veículos
devem ser regulamentadas por cada prefeitura.
Em São Paulo, por exemplo, a administração já regularizou a situação das bicicletas e está discutindo
o caso dos patinetes. A prefeitura pede que os veículos sejam retirados e deixados em pontos em locais
privados indicados pela empresa. Caso isso não ocorra, podem ser apreendidas.
A polêmica sobre o uso de bicicletas e patinetes compartilhadas não acontece somente no Brasil.
Cidades americanas e europeias discutem como regular este tipo de veículo. Na China, milhares de
bicicletas compartilhadas acabaram fora de uso por estarem danificadas.
Apesar do uso recente, os veículos do tipo "dockless" também já foram alvo de vandalismo no país.
Em Ilhabela (SP), os veículos foram jogados ao mar logo após o início da sua operação.

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202
Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil; compare100
O Brasil é, entre os países de dimensões semelhantes, o que menos utiliza o sistema ferroviário para
o transporte de cargas.
Dados da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários) apontam que, de cada 100
quilos de carga transportados no país, só 15 trafegam em linhas de trem. Outros 65 quilos são levados
por rodovias e 20, por outros modais de transporte.
Os dados diferem de estudo apresentado em 2018 pela CNT (Confederação Nacional do Transporte),
que mostraram que as ferrovias transportam 20,7% das cargas no país, ante 61,1% do volume
transportado por meio de rodovias. A diferença, segundo a ANTF, é explicada pela metodologia.
Mas, independentemente do dado a ser utilizado, o índice é muito inferior aos percentuais registrados
em países como Rússia, Canadá, Austrália, EUA e China.
Na Rússia, 81% das cargas são transportadas em linhas férreas, muito à frente do índice canadense,
de 46%. Na sequência aparecem Austrália e EUA (ambos com 43%) e China (37%).
As rodovias só representam o principal meio de transporte no Brasil e na China – lá, com 50% do total.
EM ALTA
Apesar disso, de acordo com a ANTF, dados de 2017 mostram que a produção ferroviária atingiu 375
bilhões de toneladas por quilômetro no Brasil, alta de 170% em relação ao índice de 20 anos antes,
quando as ferrovias foram concedidas.
Embora o índice brasileiro de transporte de cargas por ferrovia seja baixo, mais de 40% das
commodities agrícolas chegam aos portos em trens. No caso de minérios, o índice chega a 95%.
Entre os obstáculos para que o percentual cresça está a tímida malha ferroviária, que hoje equivale à
existente na década de 1920 –cerca de 29 mil quilômetros. E nem toda a extensão é utilizada.
Um estudo da CNT feito há cinco anos indica que, em valores atualizados, são necessários R$ 1,25
trilhão para as obras de transporte com o presente e o futuro do setor no país. No total, são 2.045 projetos
de infraestrutura em aeroportos, ferrovias, rodovias e portos, cenário difícil de se imaginar quando
constatados os baixos investimentos em infraestrutura.
Questões
01. (Petrobras – Técnico de logística de transporte júnior – CESGRANRIO) O órgão diretamente
responsável pela fiscalização e elaboração de normas e padrões técnicos relacionados ao transporte de
produtos perigosos é o(a)
(A) Ministério da Justiça
(B) Ministério dos Transportes Terrestres
(C) ministério do Trabalho e Emprego
(D) Agência Nacional de Transportes Terrestres
(E) Agência Nacional de Planejamento de Transportes
Gabarito
01.D
Comentários
01. Resposta: D
A Lei 10.233, de 5 de junho de 2001, ao promover uma reestruturação no setor federal de transporte,
estabeleceu, em seu artigo 22, inciso VII, que compete à ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres) regulamentar o transporte de cargas e produtos perigosos em rodovias e ferrovias.
O transporte rodoviário, por via pública, de produtos que sejam perigosos, por representarem risco
para a saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, é submetido às regras e
aos procedimentos estabelecidos pelo Regulamento para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos, Resolução ANTT nº. 3665/11 e alterações, complementado pelas Instruções aprovadas pela
Resolução ANTT nº. 420/04 e suas alterações101.
Fonte: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/Produtos_Perigosos.html

100
Marcelo Toledo. Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil. Folha de São Paulo.
https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/paises-de-mesmo-porte-utilizam-muito-mais-as-ferrovias-que-o-brasil-compare/. Acesso em 11 de março de
2019.
101
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=transportes&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidad
e=&disciplina=&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gera
is=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=

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203
Sociedade
saúde
#NãoExisteEstuproCulposo: entenda o caso Mariana Ferrer, que mobilizou o país102

O tratamento recebido pela influencer Mariana Ferrer durante o julgamento do homem que ela acusou
de estupro, em Santa Catarina, provocou indignação e revolta no país, inclusive culminando na reação
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e críticas de ministros de tribunais superiores.
Nesta terça-feira (03/11), depois da divulgação de um vídeo pelo site The Intercept, no qual o advogado
do acusado aparece questionando a conduta da vítima, no julgamento on-line, o assunto explodiu,
ampliando as repercussões nas redes sociais.
A blogueira acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la dopado e estuprado em dezembro
de 2018, em um camarim privado, durante festa em um beach club em que ela atuava como promoter,
em Florianópolis. Na época, ela tinha 21 anos e era virgem.
Durante audiência, o promotor do caso disse que, no entender do MP, a instrução processual havia
demonstrado não haver provas de que Mariana estava dopada, e que Aranha não tinha como saber se
ela estava ou não capaz de consentir a relação sexual.
Em nota, o MP nega que o promotor tenha defendido a tese de “estupro culposo”, expressão utilizada
pelo site The Intercept Brasil para descrever a argumentação.
O texto do MP diz que “a manifestação pela absolvição do acusado por parte do Promotor de Justiça
não foi fundamentada na tese de ‘estupro culposo’, até porque tal tipo penal inexiste no ordenamento
jurídico brasileiro. O réu acabou sendo absolvido na Justiça de primeiro grau por falta de provas de
estupro de vulnerável”. O órgão acrescentou repudiar a conduta do advogado de defesa durante
audiência do caso.
A advogada criminalista e mestre em Direito Jacqueline Valles pondera que o defensor do acusado
cometeu “uma falta terrível”. Ela reforça que toda vítima precisa ser respeitada. “Tem que ser entendida
como vítima, por mais que se tenha alguma dúvida sobre as circunstâncias”.
Marcos Aurélio de Souza Santos, advogado criminalista e conselheiro da seccional Minas Gerais da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), reforça a fala de Valles e afirma que o juiz deveria ter
intervindo na audiência, “evitando o grande erro que foi a falta de urbanidade entre as partes”.
Além disso, Santos explica que o termo que gerou polêmica é equivocado, pois, além de não existir -
já que, juridicamente, um estupro pode ser tentado ou consumado, mas nunca culposo - ele não foi
utilizado, direta ou indiretamente, nos autos.
“Quem deu esse nome foi o site, que divulgou o termo e deu toda essa celeuma. Algumas pessoas,
artistas e clubes de futebol, embarcaram nisso sem conhecimento jurídico técnico”, disse.
“Ninguém está falando que a suposta vítima é mentirosa. O juiz analisou os autos e não havia
elementos para condenar [o acusado]. Para condenar, tem que haver provas inequívocas. Se ficar em
dúvida, o juiz aplica o 'in dubio pro reo', a absolvição”, completou o representante da OAB.
A reportagem do Hoje em Dia tentou ouvir o advogado do empresário, ligando em telefone celular
disponibilizado no site de seu escritório, em Florianópolis, mas não conseguiu contato nem obteve retorno.

Repercussão
Artistas conhecidos nacionalmente lideraram abaixo-assinados e campanhas, atraindo milhões de
apoiadores. A repercussão do caso é tamanha que Mariana Ferrer ganhou, inclusive, páginas de
defensores em diferentes redes sociais, com centenas de milhares de seguidores, e as hashstags
#NãoExisteEstuproCulposo e #JustiçaPorMariFerrer ganharam evidência.
Grupos organizam manifestações em apoio à influencer. Em Belo Horizonte, no sábado, haverá um
ato no Centro da cidade.
O Senado aprovou uma nota de repúdio contra a conduta do advogado, do promotor e do juiz
envolvidos no julgamento, “expondo a vítima a sofrimento e humilhação”, diz o texto.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também se manifestou sobre o caso
em sua conta no Twitter. Ele chamou as cenas da audiência de “estarrecedoras” e afirmou que o sistema
de Justiça não pode servir à “tortura e humilhação”.

102
Hoje em Dia. #NãoExisteEstuproCulposo: entenda o caso Mariana Ferrer, que mobilizou o país. https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-
plano/n%C3%A3oexisteestuproculposo-entenda-o-caso-mariana-ferrer-que-mobilizou-o-pa%C3%ADs-1.810359. Acesso em 05 de novembro de 2020.

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204
Mulheres em cargos de liderança ganham, em média, 23% a menos que homens, aponta
pesquisa103

Levantamento mostra ainda que mulheres com pós-graduação, MBA ou especialização chegam a
receber 47% a menos em relação aos homens.
Pesquisa da empresa de recrutamento online Catho mostra que mulheres em cargos de liderança
como gerentes e diretoras ganham, em média, 23% a menos do que homens.
A pesquisa, feita com 10 mil pessoas, aponta ainda que o salário é desigual em outros níveis
hierárquicos, como supervisor/coordenador (-15%) e analista (-35%). A exceção ocorre na posição de
assistente/auxiliar, na qual as mulheres costumam receber 2% a mais que os homens.

O levantamento mostra também que a remuneração é desigual em todos os níveis de escolaridade.


Profissionais do gênero feminino com maior grau, como pós-graduação, MBA ou especialização, chegam
a receber 47% a menos em relação aos homens.

“Os dados mostram que a desigualdade salarial entre os gêneros ainda é muito latente e requer
esforços genuínos das empresas. O caminho certamente começa pelo debate, mas precisamos de mais
ações e políticas concretas de inserção e de igualdade de condições, para que efetivamente seja possível
sanar esse grande problema social”, destaca Patricia Suzuki, diretora de Gente e Gestão da Catho.

103
G1. Mulheres em cargos de liderança ganham, em média, 23% a menos que homens, aponta pesquisa. G1. https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/2020/10/15/mulheres-em-cargos-de-lideranca-ganham-em-media-23percent-a-menos-que-homens-aponta-pesquisa.ghtml. Acesso em 15 de
outubro de 2020.

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205
Os dados foram divulgados às vésperas do Dia do Chefe, celebrado nesta sexta-feira (16/10). Também
conhecido como National Boss Day ou Bosses Day, o Dia do Chefe surgiu em 1958, nos Estados Unidos.
O objetivo da pesquisa neste momento, segundo a Catho, é discutir a importância da
representatividade feminina em cargos de alta liderança. “Embora o artigo feminino ‘a’ esteja cada vez
mais acompanhado da palavra chefe, graças aos avanços no debate sobre a equidade de gênero, o
equilíbrio de espaços e direitos no mercado de trabalho ainda estão longe do ideal”, destaca a empresa
de recrutamento.

Quase metade das mulheres já sofreu assédio sexual no trabalho; 15% delas pediram demissão,
diz pesquisa104

Pesquisa indica que o assédio sexual atinge mais negras e mulheres com rendimentos menores;
apenas 5% delas recorrem ao RH das empresas para reportar o caso.
Quase metade das mulheres já sofreu algum assédio sexual no trabalho, segundo pesquisa do
LinkedIn e da consultoria de inovação social Think Eva, que ouviu 414 profissionais em todo o país, de
forma online. Entre elas, 15% pediram demissão do trabalho após o assédio. E apenas 5% delas recorrem
ao RH das empresas para reportar o caso.
De acordo com o levantamento, a maioria das entrevistadas que já sofreram alguma forma de assédio
sexual no ambiente de trabalho são mulheres negras (52%) e que recebem entre dois e seis salários
mínimos (49%). Além disso, o Norte (63%) e Centro-Oeste (55%) têm uma concentração de relatos
superior às demais regiões.
A pesquisa mostra ainda que, mesmo entre as mulheres que ocupam posições hierárquicas mais altas,
o assédio não deixa de ser uma realidade. Entre as entrevistadas que declararam desempenhar a função
de gerente, 60% afirmaram terem sido vítimas de assédio. No caso de diretoras, o número chegou a 55%.
Mais de 95% das entrevistadas afirmam saber o que é assédio sexual no trabalho, mas pouco mais de
51% falam com frequência sobre o tema. Quanto maior o rendimento, maior a frequência com que as
discussões acontecem. Veja abaixo:
- 47%: até 2 salários mínimos
- 54%: de 2 a 6 salários mínimos
- 60%: 6 a mais de 8 salários mínimos

Entre as mulheres que mais falam sobre assédio, a maioria é de mulheres pretas ou pardas, ocupa
cargos de gerência e tem acima de 55 anos:
- 68% das mulheres declararam ocupar posições de gerência
- 67% das mulheres têm acima de 55 anos
- 57% das profissionais desempenham funções em nível pleno ou sênior
- 54% das mulheres são pardas e pretas

Impunidade e medo desencorajam denúncia


Apenas 5% das mulheres recorrem ao departamento de RH das empresas para reportar um caso. O
baixo índice de queixas está associado ao senso de impunidade, ineficiência de políticas internas e ao
medo, além do sentimento de culpa pelo assédio sofrido.
A sensação de impotência faz com que o silêncio e a solidão sejam os resultados mais recorrentes.
Metade delas prefere dividir o ocorrido apenas com pessoas próximas e 15% optam pela demissão:
- 50%: contei para pessoas próximas
- 33%: não fiz nada
- 15%: pedi demissão
- 14%: outros
- 8%: recorri a sistemas de denúncia anônimos da minha empresa
- 5%: recorri ao RH
- 4%: recorri a grupos de apoio de minha empresa
- 3%: recorri a grupos de apoio de fora da minha empresa

Apenas 15% das participantes que presenciaram uma situação de violência afirmaram ter auxiliado
diretamente a vítima. Outras 10% não fizeram nada e apenas 4,3% disseram ter avisado o departamento
de Recursos Humanos.

104
Marta Cavallini. Quase metade das mulheres já sofreu assédio sexual no trabalho; 15% delas pediram demissão, diz pesquisa. G1.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/10/08/quase-metade-das-mulheres-ja-sofreu-assedio-sexual-no-trabalho-15percent-delas-
pediram-demissao-diz-pesquisa.ghtml. Acesso em 08 de outubro de 2020.

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206
As participantes relataram que a maior barreira para a denúncia é a impunidade: 78,4% delas
acreditam que nada de fato acontecerá caso denunciem o crime dentro das corporações em que
trabalham.
Além disso, 64% afirmam que há um ciclo de descaso e que as pessoas diminuem os casos de assédio
sexual. Com um percentual exatamente igual, outro fator que faz com que as mulheres evitem denunciar
é o medo de serem expostas.
Maiores barreiras para a denúncia:
- 78%: impunidade - nada de fato acontecerá
- 64%: descaso - as pessoas diminuem o que aconteceu
- 64%: medo de ser exposta
- 60%: descrença - as pessoas dificilmente acreditam no que aconteceu
- 60%: medo de ser demitida
- 41%: colocariam a culpa em mim
- 27%: falta de certeza se foi um assédio sexual
- 16%: sentimento de que a culpa foi minha - eu mereci / eu pedi

Dificuldade para identificar o assédio


Ao mesmo tempo em que as mulheres conversam sobre o assunto, existe um desconhecimento sobre
as melhores formas de identificar situações de assédio sexual. Esse contexto aparece quando 10% das
entrevistadas dizem não saber se já passaram por algum episódio de assédio, assim como outros 10%
não sabem identificar situações correlatas em seus ambientes de trabalho.
As ações mais associadas ao assédio sexual são:
- 92%: solicitação de favores sexuais
- 91%: contato físico não solicitado
- 60%: abuso sexual

Nos casos em que a mulher reconhece ter sido vítima de um caso de assédio, existe uma distorção
entre a identificação e a reação. Os principais sentimentos que as vítimas relatam são raiva, nojo, medo,
impotência, vergonha, humilhação e culpa. Em 15% dos casos, sentem-se confusas e em dúvida. E 10%
acham que a culpa pela violência é delas.
A sensação de insegurança é maior entre mulheres com renda de até 2 salários mínimos (51%). Este
mesmo grupo, assim como as participantes pretas e pardas (54%), também são maioria em afirmar que
sentem vergonha por serem vítimas de assédio sexual. O índice chega a ser 10 pontos percentuais
superior à média de mulheres com outros perfis.
A perda da autoconfiança é outra consequência relatada com frequência, assim como um impacto
negativo na performance profissional, a sensação de que seriam culpabilizadas pelo que aconteceu ou
que provocaram o episódio. Em todos esses casos, mulheres com um rendimento financeiro menor
lideram os percentuais.
Além disso, as participantes afirmam terem sentimentos como cansaço (31,7%) e falta de confiança
em si e nos outros (30,3%). Sintomas de ansiedade e depressão também são comuns e aparecem em
quarto lugar no ranking:
- 35%: constante medo e dificuldade
- 32%: desânimo e cansaço
- 30%: diminuição da autoconfiança
- 28%: sintomas de ansiedade e/ou depressão
- 23%: afastamento de colegas de trabalho
- 22%: diminuição da autoestima

Para as entrevistadas, a construção de um ambiente profissional livre de assédio deve ter as seguintes
ações das empresas:
- Adotem um posicionamento oficial e público
- Desenvolvam ações preventivas
- Criem uma ouvidoria especializada para acolhimento das vítimas
- Façam um monitoramento constante para avaliação das políticas e práticas
- Adotem um processo de denúncia seguro e transparente
- Elaborem um protocolo de encaminhamento dos casos com a punição do agressor

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207
Assédio nas redes sociais
O LinkedIn também aplicou um questionário dentro da própria plataforma para analisar como as
usuárias são atingidas por casos de assédio sexual nas redes sociais.
O Facebook aparece em primeiro lugar entre as redes com maior possibilidade de ocorrer assédio
sexual, seguido pelo Instagram, Whatsapp, Twitter e LinkedIn.
Do total, 13,4% das mulheres afirmaram ter passado por casos de assédio no próprio LinkedIn. De 795
mulheres que usam o LinkedIn pelo menos uma vez ao dia, 29,8% dizem ter sido assediadas, 5,9% não
têm certeza se já passou por isso e 44% informaram ter presenciado um caso na rede.
A maior parte dos casos aconteceu de forma velada, por meio de mensagens privadas (61,4%) seguida
por comentários em artigos ou publicações (27,3%).
A maioria das mulheres não respondem às mensagens ou bloqueiam os contatos dos assediadores,
não tomando medidas formais para isso como os mecanismos de denúncia da plataforma. Outras
simplesmente abandonam a plataforma (18%).

Debate e mudança são necessários


De acordo com Maíra Liguori, diretora de impacto da Think Eva, o assédio sexual era, até pouco tempo,
naturalizado e legitimado no ambiente de trabalho, mas é uma violência de gênero que traz danos
profundos e traumas irreversíveis para as profissionais.
“O ambiente corporativo ainda encontra dificuldades em assumir sua parte nessa mudança cultural.
Ao fechar os olhos para este problema, reproduz os mesmos comportamentos que, direta ou
indiretamente, protegem o agressor e reforçam um cenário perverso em que ele, por sinal, é o único que
não sai perdendo. A vítima é revitimizada e excluída do mercado, a própria empresa perde talentos e a
diversidade de seu corpo de funcionários e a comunidade segue vendo a violência ser perpetuada",
destaca.
Para Ana Plihal, diretora de soluções de talentos e líder do Comitê de Mulheres para o LinkedIn Brasil,
é preciso trazer a discussão para um nível de consciência e de quebra de estruturas pouco eficazes em
casos de denúncia.
“Temos como objetivo chamar lideranças empresariais a assumirem um compromisso público e aberto
de combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho, conclamando para a adoção de ações
preventivas de contenção e proporcionando, assim, um ambiente mais seguro", afirma.

Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo
coronavírus, diz estudo105

Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Decode Pulse analisaram 52.513 menções no Twitter, das
quais 5.583 indicavam ocorrência de violência contra mulheres.
Os relatos de terceiros sobre brigas de casais na internet aumentaram 431% desde o início do
isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus, mostra um levantamento do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública (FSBP) em parceria com a empresa de pesquisas Decode Pulse.
No total, foram analisadas 52.315 menções no Twitter, das quais 5.583 indicavam a ocorrência de
violência doméstica contra mulheres.
Além do aumento de mensagens na rede social, o estudo verificou que:
- 25% dos relatos foram feitos às sextas-feiras;
- 53% foram publicados à noite ou na madrugada, entre 20h e 3h;
- 67% dos relatos foram de mulheres.

Segundo o Fórum, a pesquisa foi feita após vários países registrarem aumento nos casos de violência
contra as mulheres, desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo.
“A partir da análise exclusiva dos métodos tradicionais de pesquisa, às vezes é difícil obter uma
estimativa correta de casos, porque as mulheres têm medo de falar, ainda mais confinadas com seus
potenciais agressores. Por isso decidimos escutar o que seus vizinhos e parentes estavam dizendo nas
redes, e observamos a variação dos relatos”, afirma Renato Dolci, CEO da Decode Pulse.

105
G1. Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo coronavírus, diz estudo.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/20/relatos-de-briga-de-casais-aumentam-431percent-desde-o-inicio-do-isolamento-provocado-pelo-
coronavirus-diz-estudo.ghtml. Acesso em 20 de abril de 2020.

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208
Dificuldades para denunciar
O estudo verificou ainda que as vítimas confinadas em casa estão com dificuldades para denunciar
seus agressores, pois, em geral, os casos de lesões corporais dolosas demandam a presença física das
vítimas na hora de registrar o boletim de ocorrência (BO).
A pesquisa levantou números dos BOs em cinco estados e mostrou que somente no Rio Grande do
Norte houve um aumento dos registros. Entre março de 2019 e março de 2020, as denúncias de violência
doméstica contra mulheres tiveram a seguinte variação:
- Ceará (-29,1%);
- Acre (-28,6%);
- Mato Grosso (-21,9%);
- Rio Grande do Sul (-9,4%);
- Rio Grande do Norte (+34%).

“As mulheres que estão confinadas podem estar encontrando dificuldades para fazer o registro das
ocorrências, uma vez que a principal porta de entrada para denunciar esses crimes são as delegacias de
polícia”, observa a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno.
“Por isso é muito importante que governos e sociedade civil organizada atuem juntos diversificando os
canais de atendimento às mulheres em situação de violência”.
Homicídios de mulheres e feminicídios crescem
O FBSP também fez levantamento sobre feminicídio e homicídios de mulheres com dados fornecidos
pelas secretarias estaduais de Segurança de São Paulo, Pará, Acre, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e
Rio Grande do Norte.
A maioria dos números apresentou crescimento na comparação entre os meses de março de 2019 e
março de 2020, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão.
No Mato Grosso, os registros de feminicídio saltaram de 2 para 10, um aumento de 400%.
Em São Paulo, houve aumento de 46,2% dos feminicídios, de 13 para 19. Já as vítimas de homicídio
no estado foram de 38 para 41 mulheres, crescimento de 7,9%.
No Rio Grande do Norte, os homicídios de mulheres se mantiveram estáveis, com 7 casos em cada
mês, mas os feminicídios saltaram de 1 para 4 casos.
O Rio Grande do Sul enviou apenas os números de feminicídio, que se mantiveram estáveis em março,
com 11 casos.
No Pará, os feminicídios também se mantiveram estáveis em março, mas no primeiro trimestre o
crescimento foi de 185%, passando de 7 para 20 vítimas, entre 2019 e 2020.
Já no Acre ocorreu uma pequena redução dos homicídios de mulheres, de 3 para 2 casos, mas os
feminicídios passaram de 1 para 2.
“Os dados oficiais e a pesquisa digital indicam o aumento da violência doméstica e a dificuldade que
as mulheres têm tido em acessar os equipamentos públicos presencialmente. É fundamental que sejamos
capazes de inovar tanto nos mecanismos de denúncia, que podem ser feitos por terceiros, quanto no
atendimento e orientação a estas mulheres”, diz o estudo.

Após intervenção de Bolsonaro, uso de dados de celulares para monitorar isolamento é


suspenso106

Segundo Marcos Pontes, presidente pediu a ele 'prudência'. Ministro disse que estados têm autonomia
para negociar diretamente com operadoras.
O ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes, informou nesta segunda-feira
(13/04) em uma rede social que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o governo federal decidiu adiar o
uso de dados de celulares para monitorar o deslocamento das pessoas em meio à pandemia do novo
coronavírus.
Desde que reconheceu a pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, entre outras
medidas, o isolamento social. Alguns estados, como São Paulo, têm usado esses dados de celulares para
monitorar o respeito à determinação.
Segundo Marcos Pontes, Bolsonaro pediu a ele "prudência" no monitoramento e, em razão desse
pedido, a medida será adiada até a aprovação definitiva do tema pelo governo.
"Após avaliação da equipe e com base no precedente internacional, gravei vídeo sobre a ferramenta
a ser implementada. [...] Um dia depois, sábado, o presidente me ligou e solicitou prudência com esta

106
Laís Lis. Após intervenção de Bolsonaro, uso de dados de celulares para monitorar isolamento é suspenso.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/13/governo-adia-uso-dados-de-celulares-para-monitorar-deslocamento-das-pessoas.ghtml. Acesso em 14 de abril de
2020.

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209
iniciativa e que a ferramenta só fosse usada após análises extras pelo governo. Assim, determinei que o
vídeo e outros posts fossem retirados das redes sociais até o término das análises extras e aprovação
final do governo", publicou Marcos Pontes.
Marcos Pontes destacou que a ferramenta ainda está sob análise e que será usada "apenas se
análises garantirem a eficiência e a proteção da privacidade dos brasileiros."
Em resposta a alguns comentários feitos na postagem, o ministro afirmou que os dados pessoais não
serão analisados e que o sistema aponta aglomeração por mapa de calor.

Dados utilizados
No início do mês, o Sinditelebrasil, que representa as principais operadoras de telefonia do Brasil,
informou que as empresas que ofereceram ao governo os dados para monitoramento da movimentação
dos clientes.
Os dados poderiam ajudar, por exemplo, na identificação de situações de risco de contaminação pelo
novo coronavírus.
O que é disponibilizado, informou o sindicato, são os dados de mobilidade originados pelos celulares
ligados às suas redes e organizados de forma anônima.

Estados
Os dados de celular já são usados, por exemplo, pelo governo de São Paulo para monitorar a adesão
da população às medidas de isolamento social.
Sobre esse ponto, o ministro afirmou que os estados têm autonomia e que podem ter acordos diretos
com as operadoras. “O Governo Federal não tem controle ou participação nesses acordos”.

Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG107

Estudo divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial em Davos mostra que mulheres são as
mais afetadas pela desigualdade.
Em 2019, os 2.153 bilionários que havia no mundo tinham mais dinheiro do que o total somado de 60%
da população do planeta, denuncia a ONG Oxfam em um relatório que será publicado na segunda-feira
(20/01), e destaca a concentração da riqueza em detrimento, sobretudo das mulheres, primeiras vítimas
da desigualdade.
"Este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido e sexista, que valoriza mais a
riqueza de uma elite privilegiada, em sua maioria, homens", destaca a ONG.
O informe anual da Oxfam sobre as desigualdades mundiais é tradicionalmente publicado antes da
abertura do Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, na Suíça, ponto de encontro da elite política e
econômica global.
"Os governos de todo o mundo devem tomar medidas urgentes para construir uma economia mais
humana e feminista, que valorize o que realmente importa para a sociedade", aponta a Oxfam, que propõe
entre outras medidas a implantação de "um modelo fiscal progressivo no qual também se taxe a riqueza".
Segundo cifras da ONG, com base em dados publicados pela revista Forbes e o banco Crédit Suisse
— mas cuja metodologia foi criticada por alguns economistas —, 2.153 pessoas têm agora mais dinheiro
do que os 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.
Por outro lado, a fortuna do 1% mais rico do mundo corresponde a mais que o dobro da riqueza
acumulada dos 6,9 bilhões de pessoas menos ricas, ou seja, 92% da população do planeta.

'Mulheres na 1ª fila da desigualdade'


Segundo cálculos da Oxfam, 42% das mulheres no mundo não conseguem ter um trabalho
remunerado devido à carga grande demais de trabalho com cuidados nos âmbitos privado ou familiar
contra apenas 6% dos homens.
"As mulheres estão na primeira fila das desigualdades devido a um sistema econômico que as
discrimina e as aprisiona nos ofícios mais precários e menos remunerados, a começar pelo setor de
cuidados", afirmou Pauline Leclère, porta-voz da Oxfam France, citada em um comunicado.
Apesar de que cuidar dos demais, cozinhar ou limpar sejam tarefas essenciais, "a pesada e desigual
responsabilidade do trabalho de cuidados que recai nas mulheres perpetua tanto as desigualdades
econômicas quanto a desigualdade de gênero", diz a ONG.
A Oxfam estima o valor monetário do trabalho de cuidados não remunerado das mulheres com mais
de 15 anos em 10,8 trilhões de dólares a cada ano.
107
France Presse. Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/19/bilionarios-sao-mais-
ricos-do-que-60-da-populacao-mundial-diz-ong.ghtml. Acesso em 20 de janeiro de 2020.

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210
Fórum Econômico Mundial
O evento anual em Davos, na Suíça, começa nesta terça-feira — e deve contar com o presidente dos
EUA, Donald Trump, e a ativista ambiental Greta Thunberg. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro,
anunciou que não vai à reunião.
Desde 1971, o Fórum Econômico Mundial reúne empresários e líderes políticos na estação de esqui
na Suíça, com o objetivo de ser um "centro de reflexão" sobre o futuro. Como todos os grandes eventos
internacionais, é provável que reflita as múltiplas divisões globais.
É esperado que o meio ambiente seja um dos temas mais abordados no encontro de 2020.

Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE108

Índice que mede desigualdade subiu depois de permanecer estável por dois anos e foi o maior desde
2012. Rendimento do grupo de 1% mais ricos cresceu 8,4%, já o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
Num quadro de lenta retomada econômica e elevado desemprego, o Brasil colheu mais uma notícia
negativa no ano passado: a concentração de renda voltou a piorar e o índice que mede a desigualdade
foi o maior da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16/10) e têm como base a Pesquisa Mensal por Amostra
de Domicílios (Pnad) Contínua.
Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu
8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, subiu para
0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série
iniciada em 2012, e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.
O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de
renda de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o
melhor resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.
“Essas variações no índice de Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, afirmou
a analista do IBGE, Adriana Beringuy.

No recorte regional, apenas o Nordeste não registrou uma piora da desigualdade no ano passado. O
índice de Gini nordestino marcou 0,520, abaixo do 0,531 apurado em 2017. Segundo o IBGE, no entanto,
a desigualdade de rendimento no Nordeste só recuou porque os brasileiros com maior rendimento da
região tiveram perdas.
"Enquanto no Brasil aquele 1% aumentou seus rendimentos em 8,4%, no Nordeste houve uma
redução. Como é o local com um mercado de trabalho maior que o das outras regiões, lá observamos
essa redução em todas as camadas, não apenas entre os 30% mais pobres. Todos perderam", afirma a
gerente da Pnad Contínua, Maria Lúcia Vieira.
Apesar da melhora, a região nordestina seguiu ostentando os piores números de concentração de
renda do país. Depois do Nordeste, apareceram Norte (0,517), Sudeste (0,508), Centro-Oeste (0,486) e
Sul (0,448).

108
Luiz Guilherme Gerbelli. Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/16/concentracao-
de-renda-volta-a-crescer-no-brasil-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.

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211
A pesquisa divulgada pelo IBGE é mais uma a captar o aumento da concentração de renda no país
diante da deterioração do quadro econômico dos últimos anos. Em agosto, a Fundação Getúlio Vargas
divulgou um estudo que apontou que a desigualdade cresce há 17 trimestres seguidos.

1% mais rico ganha 33,8 vezes mais que os 50% mais pobres
A análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajuda a explicar a piora da desigualdade no
ano passado. Segundo o IBGE, houve queda em 2018 nos ganhos das classes que formam os 30% mais
pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
Entre os 1% mais ricos do país – ou seja, aqueles que ganham em média R$ 27.744 por mês –, o
rendimento médio avançou 8,4% na comparação com 2017. Na outra ponta, os brasileiros que fazem
parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da
renda.
Com o resultado de 2018, a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8
vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820). É a maior
distância já apurada pelo instituto. Em 2017, essa relação era de 31,2 vezes.
Em 2018, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.234, um ligeiro crescimento
em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).

10% da população concentram 43,1% da massa de rendimentos


Um outro indicador que ilustra o tamanho da concentração de renda no país pode ser mensurado pela
concentração da massa do rendimento médio mensal real domiciliar per capita - nesse quesito, levam-se
em conta as várias formas de renda, não apenas a obtida com trabalho. De 2017 para 2018, ela cresceu
de R$ 264,9 bilhões para R$ 277,7 bilhões.
Desse total de R$ 277,7 bilhões, a fatia de 10% da população com os rendimentos mais baixo
possuíam 0,8% da massa, enquanto os 10% com os maiores rendimentos concentravam 43,1%, segundo
o IBGE. Os rendimentos médios mensais dessa elite dos 10% mais ricos superou inclusive a proporção
detida por 80% da população (41,2%).

Aposentadoria e pensão ganham importância


A pesquisa do IBGE também apurou que a participação de aposentadoria e pensão ganhou
importância na composição do rendimento médio mensal domiciliar per capital. No ano passado,
a aposentadoria e pensão representaram 20,5% do rendimento médio mensal domiciliar. Em 2017, essa
fatia era de 19,9%.
A maior participação na composição do rendimento médio ainda vem do trabalho (72,4%), seguido por
outras fontes (27,6%). Também aparecem outros rendimentos (3,3%), aluguel e arrendamento (2,5%) e
pensão alimentícia (1,2%).

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212
“A proporção de pessoas com rendimento de trabalho caiu, e isso tem relação com a perda de
empregos. Já a proporção de aposentadorias vem aumentando, o que pode estar relacionado a mais
pessoas buscando o benefício e por componentes demográficos, tanto que é mais forte no Sul e Sudeste,
onde a população está mais envelhecida”, disse a gerente da PNAD Contínua, Maria Lucia Vieira.

Bolsa Família em queda


A quantidade de famílias que recebe o Bolsa Família diminuiu nos últimos anos. Em 2018, 13,7% dos
domicílios do país recebiam o benefício. Em 2012 e 2014, essa fatia era de 15,9% e 14,9%,
respectivamente.
No Nordeste e no Norte, 28,2% e 25,4% receberam o benefício, respectivamente, no ano passado.
Entre os brasileiros beneficiados com o Bolsa Família, o levantamento apurou que 71,7% tinham
abastecimento de água de rede em geral, 37,6% tinham tratamento de esgoto, 75,7% contavam com
coleta de lixo, e 99,3% possuíam energia elétrica.
Ainda segundo o IBGE, entre os domicílios que recebiam o Bolsa Família, 95,3% possuíam geladeira;
30,2% máquina de lavar; 95,2% televisão; e 13,3% microcomputador.

Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE109

População cresceu 0,79% em relação a 2018. Maior alta ocorreu em Roraima, de 5%. 1 em cada 3
brasileiros mora em 48 municípios com mais de 500 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 210,1 milhões de habitantes em 5.570 municípios, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa com o total de habitantes dos estados
e dos municípios se refere a 1° de julho de 2019 e foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-
feira (28/08).
O número representa um aumento de 0,79% na comparação com a população estimada do ano
passado. Em 2018, o IBGE estimou um total de 208,5 milhões pessoas.
O estado de Roraima teve o maior aumento populacional, de 5,1%. Ano passado, a população
estimada lá era de 576,5 mil habitantes, e este ano chegou a 605,7 mil — mais 29,1 mil pessoas. Segundo
o IBGE, Boa Vista também foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano: 6,35%.
De acordo com a gerente da pesquisa, Izabel Marri, o crescimento da população de Roraima acima do
resto do país é resultado do saldo imigratório no estado. "A gente fez um cenário de aumento da imigração
internacional para este estado especificamente. É uma situação atípica, de concentração de imigrantes
muito forte", explica.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem vivido uma onda de chegada de imigrantes
venezuelanos devido à crise econômica, política e social no país vizinho. Apesar de ter registrado o maior
aumento percentual, Roraima continua sendo o estado menos populoso, com 605,8 mil habitantes (0,3%
da população total).

109
G1. Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/28/brasil-atinge-210-milhoes-de-habitantes-diz-
ibge.ghtml. Acesso em 28 de agosto de 2019.

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213
São Paulo permanece na frente como a unidade da federação com mais habitantes: 45,9 milhões de
pessoas, concentrando 21,9% da população do país. Ano passado, a população paulista era de 45,5
milhões. Este ano, aumentou em mais 380,1 mil pessoas — ou 0,8%.
Segundo o IBGE, 66,5 milhões de brasileiros (31,7% ou cerca de 1 em cada 3) moram em 48
municípios com mais de 500 mil habitantes.
As estimativas populacionais são um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União para
o cálculo do Fundo de Participação de Estados e Municípios e são referência para vários indicadores
sociais, econômicos e demográficos.

Principais destaques
A população brasileira total cresceu 0,79% entre 2018 e 2019. Entre 2017 e 2018, havia crescido
0,82%;
A população de Roraima cresceu 5,1%, a maior alta entre todos os estados. Continua sendo a unidade
federativa menos populosa do país;
- São Paulo é o estado mais populoso, com 45,91 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais
(21,16 milhões), Rio de Janeiro (17,26 milhões) e Bahia (14,87 milhões);
- Entre os municípios, São Paulo segue como o mais populoso, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões);
- Serra da Saudade (MG) é a cidade com a menor população, 781 habitantes, seguida de Borá (SP),
com 837 pessoas, e Araguainha (MT), com 935;
- Mais da metade da população (57,4% ou 120,7 milhões de habitantes) vive em 324 cidades com mais
de 100 mil habitantes;
- 48 cidades possuem mais de 500 mil habitantes e concentram 31,7% da população (66,5 milhões);
- Boa Vista foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano (6,35%), e, Porto Alegre, a com
o menor de aumento populacional (0,32%);
- Dos 5.570 municípios do país, metade (49,6%) tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8%
(266 cidades) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.

17 cidades possuem mais de 1 milhão de habitantes


A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do país, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões).
Segundo o IBGE, 17 municípios possuem população superior a um milhão de habitantes e concentram
21,9% da população do país (46,08 milhões). Dos 17, 14 são capitais. Veja lista abaixo:
- São Paulo: 12.252.023
- Rio de Janeiro: 6.718.903
- Brasília: 3.015.268
- Salvador:2.872.347
- Fortaleza: 2.669.342
- Belo Horizonte: 2.512.070
- Manaus: 2.182.763
- Curitiba: 1.933.105
- Recife: 1.645.727
- Goiânia: 1.516.113
- Belém: 1.492.745
- Porto Alegre: 1.483.771
- Guarulhos (SP): 1.379.182
- Campinas (SP): 1.204.073
- São Luís: 1.101.884
- São Gonçalo (RJ): 1.084.839
- Maceió: 1.018.948

Reunidas, as 27 capitais reúnem mais de 50 milhões de habitantes, concentrando 23,86% da


população total.
Dos 5.570 municípios do país, 28,6% apresentaram redução populacional no último ano. Praticamente
metade (49,6%) das cidades tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8% (266 municípios)
apresentaram crescimento igual ou superior a 2%, segundo o IBGE.
"O grupo de municípios com até 20 mil habitantes apresentou, proporcionalmente, o maior número de
municípios com redução populacional. Já no grupo de municípios entre 100 mil e um milhão de habitantes,

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214
está presente a maior proporção de municípios com crescimento superior a 1% ao ano. Os municípios
com mais de um milhão de habitantes concentram crescimento entre zero e 1% ao ano", informou o IBGE.

MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano110

De 2014 a 2018, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou mais de 21 mil denúncias de trabalho
infantil. Foram ajuizadas 968 ações e firmados 5.990 termos de ajustamento de conduta, um instrumento
administrativo para impedir condutas irregulares. Para reforçar a luta contra esse tipo de trabalho, o MPT
lança nesta quarta-feira (12/06) a campanha nacional Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao
Trabalho Infantil.
A campanha, que conta com um filme de animação, questiona os adultos: “você acha difícil imaginar
o quanto é ruim para uma criança ficar vendendo coisas na rua? Comece imaginando que é o seu filho.”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 2,5 milhões de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil. Dados do Observatório Digital do Trabalho
Escravo, desenvolvido pelo MPT em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
mostram que entre 2003 e 2018, 938 crianças foram resgatadas de condições análogas à escravidão.
Para a coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da
Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, Patrícia Sanfelici, muitas vezes ao oferecer trabalho
para crianças e adolescentes, as pessoas acham que estão ajudando-os a sair da rua, a ter um futuro,
mas não é o que ocorre. “Na verdade, estão contribuindo para a perpetuação de um ciclo de miséria,
podendo até trazer prejuízos graves à formação física, intelectual e psicológica desse jovem ou criança”,
disse a coordenadora
O MPT reforça que só a partir dos 14 anos os jovens podem exercer atividades de formação
profissional, apenas em programas de aprendizagem, e com todas as proteções garantidas. A campanha
foi desenvolvida pelo MPT de São Paulo se estenderá às redes sociais do MPT em todo o país. O desenho
será divulgado as 9h no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital111

As crianças nascidas a partir de 2010 formam uma nova geração para quem o mundo analógico é um
passado distante e a tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
Se você pensa que ninguém seria capaz de superar os millennials e a geração Z em conhecimentos
sobre tecnologia, está equivocado. Chegou a hora de dar boas-vindas à geração alfa, a primeira que é
100% nativa digital.
Fazer recortes geracionais não é uma ciência exata. No entanto, segundo o instituto de pesquisa
americano Pew Research Center, analisar as gerações oferece "uma forma de entender como
acontecimentos globais, econômicos e sociais interagem entre si para definir a forma como vemos o
mundo".
E está claro como a próxima geração vê o mundo: através de uma tela.
"Antes, as gerações eram definidas a partir de acontecimentos históricos ou sociais importantes. Hoje,
são delimitadas pelo uso de determinada tecnologia", explica o psicólogo Roberto Balaguer, professor da
Universidade Católica do Uruguai e autor de diversos livros sobre educação e tecnologia.
Desta forma, diz Joe Nellis, professor da escola de negócios Cranfield, no Reino Unido, a geração alfa
é formada pelas "crianças nascidas desde 2010, o ano em que a Apple lançou o iPad".

Como são definidas as gerações


Depois dos chamados baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964, veio a geração X, nascida entre
1965 e 1979. Estas pessoas cresceram ouvindo falar de aparelhos eletrônicos, mas a tecnologia ainda
era algo distante de seu cotidiano.
Foi a vez então da geração Y, formada pelos chamados millennials, nascidos entre 1980 e 1996 e
caracterizados por um maior uso e familiaridade com meios de comunicação e tecnologias digitais.
Finalmente, veio a geração Z, integrada por pessoas nascidas entre 1997 e 2010 e que usam a internet
desde muito jovens e, portanto, se sentem muito confortáveis com a tecnologia e o mundo digital.

110
Agência Brasil. MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano. https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2019/06/12/mp-recebe-4-3-mil--denuncias-de-
trabalho-infantil-por-ano.html. O Povo. Acesso em 12 de junho de 2019.
111
BBC. O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital. G1. https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/29/o-que-e-a-geracao-alfa-a-1a-a-ser-100-
digital.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019

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215
Mas nenhuma geração até agora se compara à geração alfa - formada pelos filhos dos millennials -
neste aspecto. Ela será a primeira geração para qual muitos aspectos do mundo analógico parecem bem
distantes de sua realidade.
Nellis explica que, enquanto as outras gerações ainda aprendem a se adaptar ao mundo digital, as
crianças alfa representam a "primeira geração digital".

Quem são os filhos dos 'millennials'


Especialistas estimam que, a cada semana, nascem mais de 2,5 milhões de alfas no mundo. Isso
significa que, em 2025, quando nascerão os últimos integrantes dessa geração, este grupo poderá ser de
mais de 2 bilhões de pessoas.
"A grande maioria nascerá em países emergentes e em desenvolvimento, e é provável que tenham
melhores perspectivas que seus pais e avós à medida que os níveis de vida melhorem nos próximos
anos", diz Nellis.
O mundo ao redor dos alfas, começando por seus pais, está constantemente conectado a celulares e
à internet. A tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
"Os alfas são criados em famílias em que os papéis parentais tradicionais estão mais distribuídos do
que décadas atrás. As tarefas são compartilhadas como nunca antes, e há um cuidado com o equilíbrio
entre trabalho e vida pessoal como em nenhuma geração anterior", diz Balaguer.

O futuro que lhes espera


Os alfas viverão melhor do que seus pais? Nellis acredita que sim: "Não só em termos de renda, mas
também em qualidade de vida. Terão mais opções, mais oportunidades de educação, haverá um cuidado
maior com o outro".
Balaguer não enxerga exatamente desta forma. "Será uma geração que receberá mais cuidados do
que as anteriores, terá uma presença paterna maior, mas a tecnologia será onipresente em suas vidas e
de seus pais, o que, claramente, será um fator limitante na disponibilidade emocional e na qualidade do
cuidado parentais."
O psicólogo acrescenta que serão crianças que terão menos interações pessoais por meio de histórias
narrativas e menor intercâmbio de linguagem, o que provocará mais problemas de intercomunicação oral
do que há uma década, assim como maior incidência de transtornos oftalmológicos e de déficit de
atenção, causados pelo longo tempo dispendido em frente à tela de um monitor.
E, se sua característica principal é seu domínio do mundo digital, eles enfrentarão problemas ao ter de
lidar com uma situação analógica?
"O mundo analógico está cada vez menos presente em nossas vidas. Apesar de os pais quererem
'mais lama e menos tela' para seus filhos, ao mesmo tempo passam muitas horas do dia com seus
smartphones e modelam seus filhos a partir dos exemplos que dão", diz Balaguer.
"Hoje, a geração alfa tem muitos diálogos por grupos de WhatsApp, mas tem mais acidentes
domésticos que a geração anterior, por isso muitos falam de uma geração de pais distraídos, olhando
mais para suas telas do que para seus bebês ou monitorando seus bebês através de telas."
Para Nellis, o meio ambiente será uma grande preocupação para esta nova geração, mas sua
incompetência analógica importará bem pouco. "Não acho que haverá problema algum, porque as
situações analógicas serão uma minoria."

Maioria do STF decide que homofobia é crime112

Seis dos 11 ministros votam por criminalizar a homofobia, mas julgamento, que ocorre no dia seguinte
ao avanço no Senado de lei sobre mesmo tema, ainda não terminou
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considera que a homofobia é crime,
equiparando as penas por ofensas a homossexuais e a transexuais às previstas na lei contra o racismo.
Uma das principais reivindicações de militantes LGBT no país, o tema chegou à Corte por meio de duas
ações, movidas pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e
Intersexos (ABGLT) e o Partido Popular Socialista (PPS), em 2012 e 2013, respectivamente. O
julgamento foi iniciado em fevereiro e, embora seis dos onze ministros já tenham votado pela penalização
do crime com até três anos de prisão, a discussão foi suspensa antes de chegar ao fim, e deve ser
retomada no próximo dia 5 de junho.
Num país clivado pela polarização política e pela "guerra cultural" entre progressistas e bolsonaristas,
o debate no Supremo se transformou em mais um capítulo da disputa entre parte do Legislativo e a cúpula
112
Marina Rossi. Maioria do STF decide que homofobia é crime. El País. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/23/politica/1558635166_112275.html. Acesso em 24
de maio de 2019.

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216
do Judiciário. Expoentes da bancada conservadora no Congresso, empoderados com a chegada do
Governo ultradireitista de Bolsonaro ao Planalto, acusam a Corte de querer legislar em temas de
costumes, sem ter poder para tal, enquanto os magistrados argumentam que têm independência para
fazê-lo e que é dever do Judiciário proteger as minorias sociais. As ações em julgamento acabam tocando
diretamente no ponto: elas pedem a fixação de um prazo para que seja criada uma lei específica para os
crimes de homofobia. Ou seja: pedem que o STF inste o Parlamento a criar uma legislação e, até lá,
estabeleça uma tipificação provisória. Apesar da maioria formada sobre a criminalização da homofobia,
o STF ainda não deliberou sobre esse prazo.
A sessão desta quinta começou discutindo justamente se o Supremo deveria avançar no debate sobre
a homofobia ou esperar pelo Parlamento. O motivo é que o julgamento ocorreu justamente um dia depois
de avançar no Senado um projeto sobre o mesmo tema. Na quarta-feira, e tendo no horizonte a votação
na Corte, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o PL 672/2019, que prevê incluir na
Lei de Racismo a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero. Minutos antes da
retomada da discussão no Supremo, o Senado enviou ao tribunal uma petição demonstrando que o tema
já estava sendo apreciado no Congresso.
O presidente da Corte, Antonio Dias Toffoli, decidiu então colocar a questão em votação: julgar ou
esperar os congressistas? "A preservação da integridade física e moral das pessoas não deve esperar",
defendeu o ministro Luís Roberto Barroso. "Quem é atacado e discriminado tem pressa", completou. Já
Toffoli, a favor da interrupção do julgamento, defendeu inclusive que a discussão sobre homofobia já
havia causado efeito na redução da violência contra esse grupo. “Ao que tudo indica, já houve diminuição
nas agressões e na violência”, afirmou, sem citar números. A tentativa de Toffoli de não acirrar ainda mais
os ânimos com os conservadores do Congresso falhou. Por 9 a 2, o julgamento foi retomado.
Durante a sessão, o decano do STF, Celso de Mello, decidiu responder diretamente aos parlamentares
conservadores que pedem seu impeachment justamente porque ele e outros três magistrados votaram
para criminalizar a homofobia. O pedido de destituição foi feito pela deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL-
DF), uma das entusiastas da mobilização pró-Governo Bolsonaro marcada para o próximo domingo e que
tem como um alvo das críticas o próprio Supremo. Mello disse que o pedido de impeachment era
"manifestação de superlativa intolerância por parte dos denunciantes". “Sem juízes independentes não
há cidadãos livres", afirmou.
O embate está longe de ter fim. Além da questão LGBT, há ainda o tema da política antidrogas. Na
semana passada, o Senado aprovou lei que endurece a política antidrogas, às vésperas de o Supremo
retomar julgamento sobre a descriminalização do uso e porte de maconha, que está parado desde
2015.Tanto a criminalização da homofobia como o tema da maconha devem voltar ao plenário em 5 de
junho.

Caminho no Senado e religião


Boa parte do movimento LGBT comemorou a formação de maioria no Supremo para criminalizar a
homofobia —ainda que setores, especialmente ligados ao movimento negro, critiquem a abordagem
"punitivista" da legislação proposta, pelo seu potencial de acabar levando à cadeia mais negros e pobres,
como acontece em todos os demais crimes.
No Parlamento, como esperado, integrantes das bancadas mais conservadoras lamentaram em meio
a expectativa de que o PL 672/2019 aprovado na CCJ siga tramitando. O texto deve passar novamente
pela comissão antes de seguir para a Câmara dos Deputados, já que o projeto aprovado é diferente do
original apresentado aos deputados.
De acordo com o texto aprovado na CCJ do Senado, estão sujeitos a punição de até cinco anos de
prisão os crimes em decorrência de preconceito com identidade de gênero e/ou orientação sexual,
igualando-os aos crimes por preconceito de raça, cor, etnia, religião e procedência nacional. Também
ficou estabelecida pena de um a três anos de reclusão para quem "impedir o acesso ou recusar o
atendimento em restaurantes, bares, confeitarias ou locais semelhantes abertos ao público".
Às punições, foi acrescentada pena para quem impedir ou restringir "manifestação razoável de
afetividade de qualquer pessoa em local público ou privado aberto ao público", com uma ressalva a
templos religiosos. Mas não fica claro o que significa "manifestação razoável de afetividade".
A comunidade religiosa e principalmente a evangélica entrou na discussão argumentando temer pela
liberdade de expressão. As lideranças dizem se preocupar com a possibilidade de que a eventual
criminalização da homofobia os impeça de pregar que o relacionamento íntimo entre pessoas do mesmo
sexo constitui pecado. Ou mesmo que sejam obrigados a celebrar a união homoafetiva.

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217
Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil113

De 2012 a 2018, número de declarados pretos aumentou em quase 5 milhões no país. População
branca segue encolhendo e pardos seguem sendo maioria.
Em 2018, o Brasil tinha 19,2 milhões de pessoas que se declararam pretas – 4,7 milhões a mais que
em 2012, o que corresponde a uma alta de 32,2% no período. É o que revela um levantamento divulgado
nesta quarta-feira (22/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
À exceção de 2014, quando o número de pretos se manteve estável em relação ao ano anterior,
anualmente tem aumentado o percentual da população declarada da raça preta. Trata-se, portanto, de
uma tendência.
“O motivo específico para o aumento dessa declaração, de fato, a gente não tem. O que a gente
percebe é que nos últimos anos houve reforço das políticas afirmativas de cor ou raça”, apontou a analista
do IBGE, Adriana Beringuy.

A pesquisadora enfatizou que o levantamento, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD), é realizado a partir da percepção de cor e raça do entrevistado. “Não é o
entrevistador que determina a cor, é o informante que declara”, disse.
Na contramão, diminui ano a ano a população declarada branca, que em 2018 somava 89,7 milhões
de brasileiros, contra 92,2 milhões em 2012. Os brancos foram maioria no país até 2014. Desde 2015, os
pardos passaram a representar a maior parte da população – saltou de 89,6 milhões em 2012 para 96,7
milhões em 2018.
“Além da possível mudança na percepção da população quanto a cor e raça decorrente das políticas
afirmativas, temos que considerar o próprio processo de miscigenação no país, que faz que tenhamos
um maior percentual de pardos”, ponderou a pesquisadora.

113
Daniel Silveira. Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/em-sete-anos-
aumenta-em-32percent-a-populacao-que-se-declara-preta-no-brasil.ghtml. Acesso em 22 de maio de 2019.

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218
Questionada se tal tendência – de aumento das populações preta e parda e queda da branca – deve
se manter por mais tempo, a pesquisadora disse não ser possível afirmar.
“A gente não sabe se todo esse crescimento é baseado nas políticas afirmativas de cor e raça. Se for,
vai depender da continuidade dessas políticas. Cria-se uma cultura nas pessoas que foram atingidas
pelas referidas políticas e estas repassam o posicionamento delas em relação à própria cor para as
demais pessoas, mesmo que estas não sejam beneficiadas diretamente”, ponderou.

Mais idosos, menos jovens


Outra tendência enfatizada pela pesquisa é o de envelhecimento da população brasileira. Em 2018,
10,5% dos brasileiros tinham 65 anos ou mais. Em 2012, este grupo correspondia a 8,8% da população.
Em números absolutos, são 21,9 milhões de brasileiros idosos, 4,5 milhões a mais que em 2012. Este
quadro, segundo a analista do IBGE, aponta para a necessidade de se investir em políticas públicas
voltadas à população mais velha.
“Esse envelhecimento da população desperta na sociedade a necessidade, por exemplo, de um
atendimento de saúde voltado especificamente para as pessoas idosas. Ele denota a necessidade de se
estruturar, nem digo no longo prazo, mas já, um atendimento de saúde que tenha capacidade de
corresponder às necessidades dessas pessoas”, disse Adriana Beringuy.
No outro lado da pirâmide etária, 23,3% da população tinha menos de 13 anos de idade em 2018.
“É contingente muito significativo de pessoas que vão entrar daqui a pouco em idade para trabalhar.
Ou seja, é uma massa de pessoas que brevemente vai estar entrando no mercado. Qual a política pública
que está sendo feita para atender a essa população?”, questionou a pesquisadora.

SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos114

Grupo se manifestou por duas horas na Avenida Paulista. No Parque do Ibirapuera, manifestantes
realizaram 'Caminhada do Silêncio'.
Manifestantes realizam dois atos na cidade de São Paulo contra a ditadura militar neste domingo
(31/03), dia em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 55 anos.
O golpe de estado de 1964 precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta
para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e
houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo
regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados.
Nesta tarde, manifestantes protestaram por duas horas na Avenida Paulista, na região central da
capital. No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, a proposta foi uma "Caminhada do Silêncio". Outras
manifestações pró e contra a ditadura militar (1964-1985) ocorrem em várias cidades do Brasil.

114
G1 São Paulo. SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/03/31/sp-tem-atos-
contra-ditadura-militar-no-dia-em-que-golpe-completa-55-anos.ghtml. Acesso em 01 de abril de 2019

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219
Os protestos ocorrem dias após o presidente Jair Bolsonaro determinar ao Ministério da Defesa que
fizesse as “comemorações devidas” pelos 55 anos do golpe. Mais tarde, Bolsonaro esclareceu que a ideia
era "rememorar" a data, não comemorar o golpe.
Na Paulista, o grupo se concentrou em frente ao Masp das 14h30 às 16h30. Os manifestantes vestiram
camisetas vermelhas e ergueram bandeiras que pediam luta e liberdade. Um boneco em referência a
Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o DOI-CODI, foi incendiado no asfalto. Os manifestantes
dispersaram às 16h30.
De acordo com a deputada federal Carla Zambelli (PSL), seu assessor foi agredido quando passava
pela manifestação. Ela disse nas redes sociais que sua equipe vai "continuar comemorando o 31 de
março". A Polícia Militar (PM) registrou a ocorrência de uma agressão na altura da Rua Treze de Maio,
mas não confirmou se é o mesmo caso.
A manifestação no Ibirapuera, começou às 16 horas na Praça da Paz, saiu em passeata dentro do
parque às 18 horas, e terminou às 19h30 no portão 10, junto ao monumento em homenagem aos mortos
e desaparecidos na ditadura, obra projetada pelo arquiteto Ricardo Ohtake, que traz nomes de vítimas do
período.
O professor de espanhol Adilson Oliveira, de 57 anos, chegou cedo para acompanhar o ato. “Eu tinha
8 anos quando meu pai foi assassinato dentro de casa. Eu estava com minhas irmãs. Não deixar morrer
a memória é muito importante”, disse, carregando um desenho do pai.

Semana de manifestações
A orientação do presidente foi acatada pelo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que
participou de uma solenidade no Comando Militar do Planalto, em Brasília, em que foi feita a leitura da
Ordem do Dia em referência a 31 de março de 1964.
O pedido de Bolsonaro, no entanto, gerou diversas manifestações contrárias ao longo da semana.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal divulgou uma nota na
qual afirmou que a comemoração do golpe militar de 1964 merece "repúdio social e político" e podia
configurar improbidade administrativa.
A Justiça Federal em Brasília chegou a proibir, seguindo um pedido da Defensoria Pública da União,
que o golpe fosse celebrado pelas Forças Armadas. No entanto, outra decisão, também da Justiça
Federal, liberou as comemorações.
Parentes de vítimas da ditadura militar e o instituto Vladimir Herzog também pediram que a Justiça
concedesse liminar (decisão provisória) para impedir comemorações. O pedido foi negado pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
A ONG Human Rigths Watch criticou a determinação em uma nota com o título "Bolsonaro comemora
ditadura brutal".
Já o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que não considera que tenha havido um
"golpe" no país em 1964. Segundo ele, o que houve na ocasião foi um "movimento necessário" para que
o país não se tornasse uma "ditadura".

Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Por 8 votos a 3, o Supremo
Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 13 de junho de 2019, a Lei N° 7.716/89, que define os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, e também deve ser aplicada a
quem praticar condutas discriminatórias homofóbicas e transfóbicas. Com relação a essa Lei é correto
afirmar:
(A) A Lei do racismo, aprovada pelo Congresso Nacional, no dia 13 de junho de 2019 pune
definitivamente no país a discriminação contra os negros quilombolas.
(B) A Lei do racismo servirá para punir homotransfobia - discriminação contra homossexuais e
transexuais.
(C) A ação que foi julgada e transformada na Lei N° 7.716/89 foi provocada pela associação das
empregadas domésticas do Rio de Janeiro e pelo Partido Social dos Trabalhadores Unidos (PSTU).
(D) A Lei N° 7.716/89, de dia 13 de junho de 2019, define os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião pode ser vetada pelo executivo.
(E) O texto aprovado pelo Congresso agora vai ser votado no Senado Federal.

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02. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – Quadrix – 2019) O Diário Oficial da União (DOU)
trouxe, no dia 28 de agosto de 2019, a mais nova estimativa da população brasileira feita pelo IBGE. De
acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitantes. O número atualizado é de
210.147.125 de habitantes.
Internet: <https://exame.abril.com.br> (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a alternativa correta.
(A) Os quatro municípios mais populosos do País – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador –
concentram mais de 10% da população nacional.
(B) Em agosto de 2018, o Brasil ainda não havia superado a marca de 200 milhões de habitantes.
(C) São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nessa ordem, são os estados mais populosos do País.
(D) Na região Centro‐Oeste, Goiás e Distrito Federal são as unidades mais populosas, tendo superado,
respectivamente, as marcas de 10 e de 3 milhões de habitantes.
(E) A nova estimativa do IBGE serve apenas para políticas públicas destinadas à educação, à saúde
e a emprego.

03. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.

04. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”) encarregados
da contratação.
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.

05. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) O plenário do Supremo Tribunal


Federal (STF) reuniu-se pela quarta vez nesta quinta-feira [21.02.19], para julgar os dois requerimentos
que pedem que a Corte analise estas ações que têm sido amplamente discutidas pela sociedade
brasileira. As quatro sessões dedicadas ao assunto só comportaram, contudo, os votos de quatro dos 11
ministros, e o julgamento foi interrompido sem data para recomeçar. Segundo o presidente do STF, Dias
Toffolli, mais de 30 processos deixaram de ser votados pelo plenário nas duas últimas semanas.
(El Pais – https://bit.ly/2E4c516 – Acesso em 01.05.19. Adaptado)
O julgamento interrompido tratava
(A) da revisão e suspensão do foro privilegiado para ocupantes de cargos eletivos dos Legislativos
municipais e estaduais.

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221
(B) da criminalização da violência e da discriminação contra LGBTs, equiparando a homofobia e a
transfobia ao crime de racismo.
(C) da liberação e redução de impostos sobre produtos que são fabricados na Zona Franca de Manaus
e vendidos para o resto do Brasil.
(D) da análise e revogação da prisão domiciliar de presas por tráfico de drogas que estejam grávidas
ou que tenham filhos até 12 anos.
(E) da arbitrariedade e proibição da condução coercitiva relacionada a pessoas suspeitas de corrupção
ou qualquer outra acusação.

Gabarito

01.B / 02.A / 03.E / 04.D / 05.B

Comentários

01. Resposta: B
Chegou ao fim, nesta quinta-feira (13/06), o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
criminalização da homofobia. Por 8 votos a 3, os ministros do STF decidiram que o preconceito contra
homossexuais e transsexuais deve ser considerado um crime equivalente a racismo.

O processo teve como base duas ações – uma do Partido Popular Socialista (PPS) e outra da
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) – que pediam que a discriminação
contra esses grupos fosse enquadrada na lei 7.716/89, a Lei Antirracismo. Ela proíbe qualquer
discriminação contra raça, cor, etnia, religião ou procedência social. A punição para quem descumprir a
norma é de um a três anos de prisão, e a pena é inafiançável.
(https://super.abril.com.br/sociedade/5-paises-onde-a-homofobia-ja-e-crime/)

02. Resposta: A
A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do país, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões).

03. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

04. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações
< http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>

05. Resposta: B
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (23), por 9 votos a 2, que vai manter o julgamento de
dois processos sobre a criminalização da homofobia, mesmo com a aprovação pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ter aprovado ontem um projeto de lei sobre o tema.

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222
De autoria da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABLGT) e do PPS, os processos
pedem que a Corte reconheça a omissão do Congresso ao ter deixado de criminalizar a homofobia, e
estava, na pauta do plenário de hoje desde o mês passado.
Por volta das 16h30, o presidente da corte, Dias Toffoli, suspendeu a sessão para o intervalo.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/05/23/supremo-decide-continuar-julgando-criminalizacao-da-homofobia-mesmo-apos-avanco-de-projeto-no-
senado.ghtml)

Meio Ambiente e Sustentabilidade

Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.

Desenvolvimento sustentável115: é o modelo que prevê a integração entre economia, sociedade e


meio ambiente.

Responsabilidade Socioambiental116: Está ligada a ações que respeitam o meio ambiente e a


políticas que tenham como um dos principais objetivos a sustentabilidade. Todos são responsáveis pela
preservação ambiental: governos, empresas e cada cidadão.

Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.

Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.

Consumo racional117
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.

115
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
116
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.
117
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

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Aquecimento Global
É uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta. Diversas pesquisas confirmam o
aumento da temperatura média global. Conforme cientistas do Painel Intergovernamental em Mudança
do Clima (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), o século XX foi o mais quente dos últimos
cinco, com aumento de temperatura média entre 0,3°C e 0,6°C. Esse aumento pode parecer
insignificante, mas é suficiente para modificar todo clima de uma região e afetar profundamente a
biodiversidade, desencadeando vários desastres ambientais.
As causas do aquecimento global são muito pesquisadas. Existe uma parcela da comunidade científica
que atribui esse fenômeno como um processo natural, afirmando que o planeta Terra está numa fase de
transição natural, um processo longo e dinâmico, saindo da era glacial para a interglacial, sendo o
aumento da temperatura consequência desse fenômeno.
No entanto, as principais atribuições para o aquecimento global são relacionadas às atividades
humanas, que intensificam o efeito de estufa através do aumento na queima de gases de combustíveis
fósseis, como petróleo, carvão mineral e gás natural. A queima dessas substâncias produz gases como
o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), que retêm o calor proveniente das
radiações solares, como se funcionassem como o vidro de uma estufa de plantas, esse processo causa
o aumento da temperatura. Outros fatores que contribuem de forma significativa para as alterações
climáticas são os desmatamentos e a constante impermeabilização do solo.
Atualmente os principais emissores dos gases do efeito de estufa são respectivamente: China, Estados
Unidos, Rússia, Índia, Brasil, Japão, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Coreia do Sul. Em busca de
alternativas para minimizar o aquecimento global, 162 países assinaram o Protocolo de Kyoto em 1997.
Conforme o documento, as nações desenvolvidas comprometem-se a reduzir sua emissão de gases que
provocam o efeito de estufa, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Essa meta teve que ser
cumprida entre os anos de 2008 e 2012. Porém, vários países não fizeram nenhum esforço para que a
meta fosse atingida, o principal é os Estados Unidos.

Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância
do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo,
mercúrio e cianeto. A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia
pneumonia, problemas neurológicos, convulsões, coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas à países
em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares
de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal
e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo indicado no estudo é a criação de leis e
associações ou cooperativas de reciclagem.

Textos Noticiados:

Governo prorroga presença das Forças Armadas na Amazônia até abril de 2021, informa
Planalto118

Segundo Secretaria-Geral, decreto de Garantia da Lei e da Ordem já foi assinado e será publicado
nesta quinta; prorrogação vai até 30 de abril. Militares dão apoio a fiscais de órgãos ambientais.
A Secretaria-Geral da Presidência informou nesta quarta-feira (04/11) que o presidente Jair
Bolsonaro prorrogou a presença de tropas das Forças Armadas na Amazônia.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta
(05/11) e define que as tropas permanecerão na região até 30 de abril do ano que vem.

118
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Governo prorroga presença das Forças Armadas na Amazônia até abril de 2021, informa Planalto.
G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/11/04/governo-prorroga-presenca-das-forcas-armadas-na-amazonia-ate-abril-de-2021-informa-planalto.ghtml. Acesso
em 05 de novembro de 2020.

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Os militares estão na Amazônia Legal, por meio da Operação Verde Brasil, desde maio. O governo
decidiu enviar tropas para a região a fim de fazer ações preventivas e repressivas contra delitos
ambientais. A operação é direcionada ao combate ao desmatamento ilegal e a focos de incêndio.
O decreto de GLO previa que a operação acabaria em junho. Mas o prazo foi estendido para julho e,
depois, para novembro.
Na semana passada, o vice-presidente Hamilton Mourão, que comanda o Conselho Nacional da
Amazônia Legal, afirmou que o governo federal iria prorrogar novamente a presença das Forças Armadas
na Amazônia.
Segundo Mourão, foram alocados R$ 400 milhões para a operação e ainda há R$ 180 milhões. "Nós
estamos com recurso, e o recurso é suficiente para chegar até abril", declarou o vice-presidente na
ocasião.
O vice-presidente iniciou nesta quarta-feira uma viagem pela Amazônia com embaixadores de outros
países a fim de mostrar a situação da região.

Queimadas
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas na Amazônia em
2020 já ultrapassaram o total registrado de janeiro a dezembro de 2019.
Ao todo, segundo o Inpe, foram detectados pelos satélites 89.604 focos de calor até agora. No ano
passado, foram detectados 89.176.

Desmatamento
Ainda segundo Inpe, a Amazônia Legal registrou 964 km² de áreas sob alerta de desmatamento em
setembro deste ano. O número é o segundo maior em cinco anos.
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que
produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares, tanto para
áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal.

Ibama determina recolhimento de brigadas de combate a incêndios119

Decisão ocorre quase 2 meses após Salles anunciar a suspensão dos trabalhos e ser desautorizado
por Mourão.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) pediu aos agentes de
combate a incêndios que interrompam os trabalhos desde a meia-noite desta quinta-feira (22/10) em todo
o país.
A decisão ocorre quase dois meses após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmar que as
operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal seriam
suspensas por bloqueio de verbas. O Ibama é subordinado ao ministério comandado por Salles.
Horas após o anúncio feito por Salles no fim de agosto, no entanto, ele foi desautorizado pelo vice-
presidente da República, Hamilton Mourão, que afirmou que "o ministro teve uma precipitação" e a verba
não seria bloqueada.
A circular de quarta-feira (21/10) que determina a suspensão dos trabalhos é assinada pelo Chefe do
Centro Especializado Prevfogo/Dipro, Ricardo Vianna Barreto.
"Determino o recolhimento de todas as Brigadas de Incêndio Florestal do IBAMA para as suas
respectivas Bases de origem, a partir das 00:00H (zero hora) do dia 22 de outubro de 2020, onde deverão
permanecer aguardando ordens para atuação operacional em campo", diz o documento.

Queimadas na Amazônia e no Pantanal


A suspensão dos trabalhos de combate a incêndios ocorre logo após as queimadas na Amazônia e no
Pantanal atingirem marcas recordes neste ano.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o número de focos de incêndio
registrados na Amazônia de janeiro a setembro deste ano foi o maior desde 2010. Naquele ano, foram
102.409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro; em 2020, no mesmo período, foram
76.030.
No caso do Pantanal, também segundo o Inpe, 14% do bioma foi queimado apenas em setembro. Esta
também é a maior devastação anual do território causada pelo fogo desde o início das medições, em
2002, pelo governo federal. A área atingida no ano chega a quase 33 mil km², que equivale à soma do
território do Distrito Federal e de Alagoas.
119
G1. Ibama determina recolhimento de brigadas de combate a incêndios. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/10/22/ibama-determina-
recolhimento-de-brigadas-de-combate-a-incendios.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2020.

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Pantanal tem 8.106 pontos de incêndio em setembro; ano já tem o maior número de focos da
história120

Mês é o pior em número de focos de incêndio desde 1998, quando começou o monitoramento feito
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Amazônia teve alta de 61% no número de focos
em comparação a setembro de 2019.
O Pantanal teve, em setembro, 8.106 focos de incêndio, apontam dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês passado foi o pior já registrado em número de focos de incêndio no
bioma desde 1998, quando começou o monitoramento do instituto.
Três meses antes de terminar, 2020 também já é o ano com o maior número de focos de incêndio no
Pantanal: de 1º de janeiro até 30 de setembro, foram 18.259 focos. Antes disso, o maior número havia
sido registrado ao longo de todo o ano de 2005: 12.536. A alta é de cerca de 46% até agora

Alta na Amazônia
A Amazônia também teve alta no número de focos de incêndio: em setembro de 2019, foram 19.925
focos de calor; neste ano, o mesmo mês teve 32.017 focos, uma alta de 61%. O número ficou um pouco
abaixo da média histórica para o mês, que é de 32.812 focos. A maior alta para o mês foi em 2007, com
73.141.

Há, ainda, uma alta no total anual de focos de incêndio. De janeiro até 30 de setembro de 2019, haviam
sido registrados 66.749 pontos de fogo na floresta. Neste ano, eram 76.030, aumento de 14%.
Até 31 de agosto, dado do Inpe mais recente disponível, o Brasil perdeu 53.019 km² de mata nativa da
Amazônia e do Pantanal juntos. O número é equivalente a 34 cidades de São Paulo, ou quase a soma
das áreas dos estados de Sergipe e Alagoas.

Embates com governo


Os dados do Inpe têm causado embates com o governo federal.
Na quarta-feira (30/09), o presidente Jair Bolsonaro declarou, em um discurso gravado e apresentado
na cúpula sobre biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que organizações, em
parceria com “algumas ONGs", comandam "crimes ambientais" no Brasil e também no exterior. O
presidente não apresentou provas para as afirmações.
No sábado (26/09), a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República
(Secom) publicou informações incorretas sobre as queimadas registradas no país em 2020.
A mensagem da secretaria dizia que a área queimada em todo o território nacional era a menor dos
últimos 18 anos.
A afirmação, entretanto, desconsiderava um dado que aparecia na imagem postada pela própria
Secom junto com a mensagem: os números de 2020 se referiam aos oito primeiros meses do ano –
janeiro a agosto. Já os dados dos outros anos consideravam os doze meses.
Isso é importante porque a alta no número de focos de incêndio ocorre, justamente, no segundo
semestre do ano – mais especificamente nos meses de agosto, setembro e outubro, com o pico em
setembro.
Os dados usados pelo governo, que também são do Inpe, mostram que, de janeiro até agosto de 2020,
a área total queimada no Brasil era de 121.318 km².
Se o mesmo período – de janeiro a agosto – for considerado nos outros anos, é possível ver que, neste
ano, o Brasil teve uma área queimada maior que em 2008, 2009, 2011, 2013, 2014, 2015, 2017 e 2018.

Acusações
Investigações da Polícia Federal apontaram, no fim de setembro, que as queimadas no Pantanal de
Mato Grosso do Sul começaram em grandes fazendas.
Antes disso, no último dia 22, Bolsonaro disse em um discurso na Assembleia Geral da ONU que o
Brasil era "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. O
presidente disse que a floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas, e que os responsáveis
pelas queimadas são “índios” e “caboclos”. A declaração, entretanto, é falsa, conforme apuração
do G1 junto a especialistas no assunto.
No mesmo discurso, Bolsonaro disse, ainda, que "as grandes queimadas [no Pantanal] são
consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em

120
G1. Pantanal tem 8.106 pontos de incêndio em setembro; ano já tem o maior número de focos da história. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/pantanal/noticia/2020/10/01/pantanal-tem-8106-pontos-de-incendio-em-setembro-ano-ja-tem-o-maior-numero-de-focos-da-
historia.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.

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decomposição". Essa afirmação, no entanto, também é falsa, conforme checagem do G1 com
especialistas na questão.

Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia121

Medida assinada por Bolsonaro abre caminho para que terras públicas desmatadas até dezembro de
2018 passem para as mãos dos desmatadores; governo diz que objetivo é regularizar agricultores 'que
produzem e ocupam terras da União de forma mansa e pacífica'.
Menos de um mês após a divulgação do maior índice de desmatamento na Amazônia dos últimos dez
anos, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que abre o caminho para que parte das
áreas públicas desmatadas ilegalmente até dezembro de 2018 passe para as mãos dos desmatadores.
Assinada em 10 de dezembro de 2019, a Medida Provisória 910 permite que terras públicas
desmatadas com até 2,5 mil hectares (o equivalente a 2,5 mil campos de futebol) se tornem propriedade
de quem as ocupou irregularmente, desde que se cumpram alguns requisitos.
Críticos apelidaram a medida de "MP da grilagem" e dizem que premia desmatadores, além de
estimular a destruição de novas áreas de floresta.
Já o governo, que chama a iniciativa de "MP da Regularização Fundiária", diz que ela busca
desburocratizar a concessão de títulos a agricultores "que produzem e ocupam terras da União de forma
mansa e pacífica".

O que são terras públicas não destinadas


A Medida Provisória tem como alvo terras públicas não destinadas, áreas que pertencem à União mas
ainda não tiveram uma função definida, como, por exemplo, se tornarem parques nacionais ou reservas
extrativistas.
A medida vale para todo o Brasil, mas terá maior impacto na Amazônia Legal, região que engloba os
nove Estados onde há vegetação amazônica e que concentra as terras públicas não designadas no país.
Segundo o Ministério da Agricultura, na Amazônia, essas áreas somam cerca de 57 milhões de
hectares, ou pouco mais do que o território da França.
A medida já entrou em vigor, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para não
perder validade. A bancada ruralista apoia a iniciativa e está mobilizada em prol da aprovação.

Regularizações sucessivas
De toda a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, 35% são terras públicas
não destinadas, segundo uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
A prática de desmatar áreas públicas e fraudar documentos para simular a posse dos terrenos é
conhecida como grilagem. O objetivo principal dos grileiros é vender as terras, lucrando com a valorização
ocorrida após o desmatamento, uma vez que a área se torne apta para atividades agropecuárias. A
pecuária é a atividade preferencial.
A grilagem é apontada como uma das maiores causas do desmatamento na Amazônia. A prática
alimenta o mercado ilegal de terras na região, gerando uma corrida incessante por novas áreas de
floresta.
Essas áreas são visadas por desmatadores na expectativa de que venham a ser regularizadas
futuramente — o que de fato tem acontecido.
Em 2017, o então presidente Michel Temer assinou a Medida Provisória 759, que à época também foi
apelidada de "MP da grilagem" por críticos. A iniciativa flexibilizava os critérios para a concessão de áreas
públicas na Amazônia ocupadas até 2014. Tanto a MP 910, de Bolsonaro, quanto a MP 759, de Temer,
são vistas como atualizações e desdobramentos de uma iniciativa de 2009 do governo Luiz Inácio Lula
da Silva, a Medida Provisória 458, que deu origem ao Programa Terra Legal.
Na época, Lula também disse ter como objetivo regularizar posses de pequenos agricultores na
Amazônia. No entanto, o livro "Dono é quem desmata: conexões entre grilagem e desmatamento no
sudoeste paraense", dos pesquisadores Mauricio Torres, Juan Doblas e Daniela Alarcon, apontou outros
efeitos da iniciativa.
Segundo os autores, embora 90% do público-alvo do programa de fato ocupasse pequenas porções
de terra, essas áreas correspondiam a apenas 19% do território coberto pela iniciativa, enquanto 63%
das áreas ficariam nas mãos de 5,7% dos requerentes.

121
João Fellet. Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/13/como-a-mp-
da-grilagem-pode-mudar-o-mapa-de-regioes-da-amazonia.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.

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227
Dispensa de vistoria
Entre as condições definidas pela MP 910, de Bolsonaro, para que terras públicas sejam apropriadas
por indivíduos estão:
- o reivindicante não pode ter outros imóveis rurais;
- a área deve estar inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR) e ser georreferenciada (identificada
por coordenadas de satélite);
- não pode haver multas ou embargos ambientais sobre a área, que tampouco pode ser objeto de
disputas registradas na Ouvidoria Agrária Nacional;
- o reivindicante deve estar realizando atividades agropecuárias no território;
- o reivindicante não pode manter trabalhadores em condições análogas às de escravos.

A MP define que, para áreas que cumpram os requisitos e tenham até 15 módulos fiscais, o título será
concedido sem a necessidade de vistoria.
Módulos fiscais são uma unidade de medida que varia por município. Nos municípios da Amazônia, os
módulos fiscais costumam ter entre 70 e 110 hectares.
Em partes da Amazônia, portanto, a MP permitirá a concessão de títulos de áreas com até 1.650
hectares (1.650 campos de futebol) sem vistoria. Antes da MP, a dispensa de vistoria valia para áreas
com até quatro módulos fiscais (no máximo 440 hectares).
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que a dispensa da vistoria pode permitir que
grandes áreas desmatadas ilegalmente sejam apossadas por indivíduos.
Isso porque a MP só proíbe a regularização de áreas que tenham sido objeto de multas ou embargos
ambientais, e nem todas as violações ambientais são conhecidas e autuadas pelo poder público.
Dizem ainda que, sem vistoria, o governo não terá como checar se a área está realmente livre de
trabalho escravo e se o reclamante de fato vive e trabalha no local.
Já o governo afirma que fará "análise dos documentos, cruzamento de dados e checagem com
ferramentas" para confirmar se as informações são verídicas. A comprovação da ocupação da área, por
exemplo, poderá ser feita com imagens de satélite. Caso a análise aponte discrepâncias, haverá vistoria.

Comunidades tradicionais
Para Juliana Batista, advogada do Instituto Socioambiental, há ainda o risco de que indivíduos se
apossem de áreas reivindicadas por comunidades tradicionais nos casos em que as demandas dos
grupos não estejam registradas na Ouvidoria Agrária Nacional.
"A partir do momento em que o governo começa a regularizar terras sem considerar outras demandas,
isso vai gerar um conflito enorme", ela afirma à BBC News Brasil.
Já o governo afirma que áreas "tradicionalmente ocupadas" por indígenas, quilombolas ou outras
comunidades tradicionais não serão passíveis de concessão — embora não diga o que ocorrerá nos
casos de áreas reclamadas pelos grupos mas ainda não demarcadas nem em processo de demarcação.
Centenas de comunidades tradicionais brasileiras ainda aguardam o início do processo de
regularização de suas terras. É o caso dos quilombolas: cerca de 2,6 mil comunidades já foram
reconhecidas como quilombolas, mas apenas 1,7 mil tiveram seus processos de titulação de terra
iniciados ou concluídos.

Prêmio para grileiros


Para Paulo Moutinho, doutor em Ecologia e pesquisador do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da
Amazônia), a medida de Bolsonaro premia quem desmatou com o intuito de lucrar com a venda das
terras.
"Certamente há muitos pequenos produtores na Amazônia passíveis de regularização, mas há um
contingente substancial de gente que grilou a terra e vai obter benefício do governo", ele diz à BBC News
Brasil.
Moutinho cita o tamanho limite das áreas passíveis de regularização, 2,5 mil hectares, o que configura
uma grande propriedade rural em qualquer ponto do Brasil na classificação do Incra.
Ele diz que, para derrubar e limpar um hectare de floresta, são necessários R$ 1,2 mil. Portanto, donos
de áreas com 2,5 mil hectares na Amazônia que queiram desmatar 20% do território — limite definido
pelo Código Florestal — terão de desembolsar R$ 600 mil, quantia da qual pequenos proprietários não
costumam dispor.
Moutinho diz que grande parte das áreas desmatadas na Amazônia hoje se destina à "especulação":
os responsáveis contratam pessoas para desmatá-las sem ter a pretensão de ocupá-las, mas sim de
vendê-las para outros. "É uma lucratividade astronômica", afirma.

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Já o Ministério da Agricultura afirma que a MP se destina "àqueles que produzem e ocupam a terra de
forma mansa e pacífica há muitos anos e podem comprovar sua permanência e trabalho no local".
O governo estima que há cerca de 160 mil estabelecimentos rurais a serem regularizados na Amazônia
Legal. "Desde a criação do Incra, há 50 anos, foram implantados 9.469 assentamentos para 974.073
famílias. Desde então, apenas 5% dos assentamentos foram consolidados e só 6% das famílias
receberam seus títulos da terra", diz o ministério.
"Ao identificar quem está na terra, a MP permitirá maior controle, monitoramento e fiscalização das
áreas. Os que não atenderem às regras previstas sofrerão as sanções legais", segue o órgão.
O ministério cita um dispositivo da MP que define um prazo entre três e dez anos para a venda de
áreas regularizadas. "Foram criados, assim, obstáculos às tentativas de grilagem", afirma a pasta.
O ministério também rejeita o argumento de que a MP estimulará o desmatamento de novas áreas por
alimentar expectativas de regularizações futuras.
"A MP traz maior rigidez quanto à regularidade ambiental, colocando o interessado como um parceiro
na preservação do meio ambiente. Ele terá que se comprometer a aderir ao Cadastro Ambiental Rural
(CAR) e cumprir o que estabelece o Código Florestal Brasileiro. Ou seja, em determinadas regiões, como
na Amazônia Legal, terá que preservar 80% de sua propriedade", diz o órgão.

Perda de patrimônio
Outra crítica à MP diz respeito à perda de patrimônio público com as concessões dos títulos.
Para se apossar de áreas públicas desmatadas até 5 de maio de 2014, os reclamantes devem pagar
entre 10% a 50% da tabela de preços do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Já quem desmatou entre maio de 2014 e dezembro de 2018 deve pagar 100% do valor de tabela do
Incra — que, ainda assim, é menos da metade do valor de mercado, diz a advogada Brenda Brito, da
ONG Imazon.
Em junho de 2019, Brito publicou um artigo na revista científica "Environmental Research Letters" no
qual mediu possíveis efeitos da lei 13.465, de 2017, que também versou sobre a ocupação de terras
públicas e se baseou na MP 759, de Michel Temer.
Brito calculou quanto dinheiro o governo deixaria de arrecadar se os descontos fossem aplicados à
venda de todas as áreas públicas não destinadas que poderão ser privatizadas — áreas que, segundo a
Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, somam
19,6 milhões de hectares, o equivalente ao Estado do Paraná.
Segundo o estudo, a perda em receitas potenciais seria de até R$ 120,3 bilhões — 43 vezes o
orçamento aprovado para o Ministério do Meio Ambiente em 2019.
Brito diz que, como a MP de Bolsonaro manteve os percentuais de desconto, o cálculo segue válido.

Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação122

O clima seco, o vento e as altas temperaturas elevam os riscos de focos de incêndio na Austrália, que
podem começar com faíscas de diversas atividades humanas. Na Amazônia, as chamas são provocadas
pelo homem para limpar áreas desmatadas e ocupar terras públicas.
Os incêndios na Austrália já atingiram mais de 6,3 milhões de hectares, matando ao menos 25
pessoas e 480 milhões de animais. No Brasil, os incêndios na Amazônia chamaram a atenção em 2019,
com ápice em agosto. Mas, de acordo com especialistas, os focos registrados na Austrália são diferentes
daqueles que ocorreram na floresta amazônica.
Na Austrália, a vegetação, que é seca, fica mais suscetível às altas temperaturas da região – que
chegam a atingir marcas superiores a 40 ºC. O tempo seco, com pouca chuva, e os fortes ventos ajudam
a espalhar as chamas, que podem começar com qualquer faísca produzida por atividades humanas ou
naturais. Como a vegetação é adaptada a este tipo de ocorrência, ela se recupera após o incêndio. O
problema, neste ano, é a extensão da devastação.
Já na Amazônia, que é floresta úmida, os incêndios com maiores proporções não têm origem natural
– eles são provocados pela ação do homem e estão ligados ao desmatamento, que busca limpar a área
derrubada para tomar posse de terras públicas. Especialistas afirmam que a devastação da Amazônia
causa impacto até no derretimento do gelo nos Andes e no regime de chuvas do Brasil. A floresta leva
anos para se recompor, e a perda de biodiversidade é maior.

122
Elida Oliveira. Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/07/incendios-na-australia-e-na-amazonia-entenda-as-diferencas-na-devastacao.ghtml. Acesso em 08 de janeiro de
2020.

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229
"A gente está comparando um ecossistema dependente do fogo, com outro que é sensível ao fogo.
Austrália é dominada por tipos de vegetação – florestas e savanas – que necessitam do fogo para
rebrotar. Na Amazônia, o ecossistema é vulnerável ao fogo: existem trabalhos que mostram a mortalidade
de 40% das árvores após incêndios, mesmo os que não são tão intensos. O impacto na biodiversidade é
enorme", afirma Ane Alencar, diretora de ciência do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Ipam), em
entrevista ao G1.
Confira abaixo os principais pontos sobre os incêndios:

Amazônia
O auge dos incêndios na floresta Amazônica foi em agosto de 2019, quando houve o mais alto número
de ocorrências dos últimos nove anos. Foram 30.901 focos ativos na parte da floresta que cobre o Brasil,
contra 10.421 no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência.
O instituto não divulga a dimensão de hectares atingidos.
"A Amazônia é um ecossistema que não depende do fogo", afirma Ane Alencar, do Ipam. "Os caules
e cascas das árvores são finos e não resistem às chamas. Quando você tem fogo na Amazônia, essas
árvores são muito impactadas", diz.
A intensificação da destruição da floresta e a repercussão negativa do caso levaram o governo a enviar
as Forças Armadas para a região. Em outubro, o Inpe registrou o menor número de focos de incêndio da
série histórica, com o início da temporada de chuvas em algumas regiões.
Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Federal de São Paulo,
afirmou em setembro do ano passado que "há indícios de que o processo de savanização começou" em
mais da metade da floresta. Isso significa que a Amazônia pode deixar de ser úmida e passar a ser mais
parecida com o Cerrado.
Ele também afirma que a estação seca está ficando mais longa em 60% da Amazônia e que há uma
tendência maior na mortalidade de árvores que precisam de mais umidade. Ele lembrou que dois hectares
da Amazônia contêm mais espécies do que em toda a Europa, e que somente uma árvore amazônica
tem mais espécies de formigas do que vários países europeus.
Em setembro, o G1 ouviu especialistas para saber os impactos dos incêndios na Amazônia. Segundo
eles, os prejuízos ambientais são mais graves do que os verificados em países com outros biomas. Os
principais motivos são:
- Maior perda de biodiversidade: a floresta amazônica é o maior bioma do mundo e abriga a diversidade
mais rica do planeta, segundo o ICMBio.
- Maior emissão de carbono por hectare: por queimar mais biomassa, há maior emissão de gases que
contribuem para o efeito estufa.
- Maior dificuldade de recuperação da cobertura vegetal: o bioma amazônico é úmido e as espécies
são pouco ou nada resistentes ao fogo.
- Maior risco de afetar ciclos de chuva: a umidade produzida pela floresta produz chuvas no Brasil,
Paraguai e Argentina.

Austrália
Esse fenômeno natural das queimadas ocorre todos os anos na Austrália – entre o final da primavera,
no mês de novembro, e início do verão, no mês de dezembro. Porém, em 2019, os incêndios começaram
antes do previsto, e foram mais violentos.
Um dos motivos é a temperatura, que ultrapassa os 44ºC. Ao menos 1,2 mil casas foram destruídas
em todo o país.

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No dia 21 de dezembro, a primeira-ministra do estado de Nova Gales do Sul, Gladys Berejiklian,
afirmou que seria impossível controlar os incêndios na localidade “até que as chuvas comecem".
Nova Gales do Sul é o estado mais populoso do país – e também concentra 70% dos focos de incêndio.
É neste estado que está Sydney, a maior cidade da Austrália, com 5,2 milhões de habitantes. “Qualquer
foco de incêndio ativo pode se tornar muito perigoso rapidamente", afirmou Berejiklian.
Desde bitucas de cigarro mal descartadas, labaredas de outros incêndios, a queima de lixo, faíscas
produzidas em ferrovias e a limpeza de pequenas áreas de terra com fogo podem sair do controle e dar
origem a um grande incêndio florestal. Por causa desses riscos, há épocas do ano em que os governos
da Austrália proíbem a queima de materiais.
Os impactos na saúde da população também são sentidos. Mais de 460 mil hectares foram destruídos
somente em Nova Gales do Sul. O local está asfixiado pela fumaça dos incêndios que ardem ao norte,
ao sul e a oeste.
Médicos vêm alertando para um estado de "emergência em saúde pública" em consequência da
fumaça tóxica em Sydney. Centenas de pessoas foram forçadas a deixar suas casas – algumas delas
pela segunda vez em uma mesma semana. Muitas casas foram queimadas. A fauna do país também tem
sido severamente atingida.
De acordo com Ane Alencar, diretora de ciência do Ipam, a Austrália pode ter deixado de fazer o
combate controlado ao fogo. Este método preventivo consiste em queimar parte da vegetação para
eliminar o material combustível, de uma forma que as chamas possam ser apagadas ou extintas
naturalmente.
"A redução do uso controlado do fogo para manejar o material combustível pode ter levado aos
incêndios de grandes proporções que estão ocorrendo neste ano, por causa de um déficit hídrico que
vem se acumulando nos últimos três anos", afirma.

Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre
emissões em 2020123

Encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13/12), avançou pelo fim de semana com
negociações travadas. Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono
ficou para o ano que vem. Brasil protagonizou impasse e ministro Ricardo Salles disse que 'a COP 25
não deu em nada'.
A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou neste domingo
(15/12), em Madri, com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos
mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.
Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, realizada em
Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono também ficou para o
ano que vem.
Impasses nas negociações fizeram com que o encontro, que deveria terminar na sexta-feira (13/12),
se estendesse para o fim de semana. Esta foi a COP mais longa da história.
Alguns pontos de destaque sobre o evento, que tinha como objetivo estruturar decisões já tomadas
em 2015, no Acordo de Paris:
Depois de quase dois dias de atraso, os representantes conseguiram fechar um texto no qual se
comprometem a evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5° C neste século – em relação aos
níveis pré-industriais. Delegações prometem ampliar a mobilização global e adotar metas mais rígidas.
Porém, mesmo com o lema "Hora de Agir", a promessa dos países é apresentar só em 2020 as
propostas concretas para evitar as mudanças climáticas no planeta. O acordo foi definido por alguns
participantes como "minimalista". O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "decepcionado
com os resultados".
A adoção de metas mais ambiciosas teve a oposição de países como Brasil, Estados Unidos, Índia e
China. A União Europeia pressionou no sentido contrário e, nestes dias, se comprometeu a neutralizar as
emissões de carbono.
O conhecimento científico será "o eixo principal" que deve orientar as decisões climáticas dos países
para aumentar sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da
ciência.

123
G1. Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre emissões em 2020. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/15/em-fim-frustrante-da-cop-25-paises-prometem-apresentar-metas-mais-ambiciosas-sobre-emissoes-em-
2020.ghtml. Acesso em 16 de dezembro de 2019.

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231
O mercado de carbono, que é uma forma de países que não cumprem suas metas de emissão
compensarem isso pagando a países que fizeram sua parte, continua sem regulamentação até 2020. Os
debates sobre o artigo 6 do Acordo de Paris não foram conclusivos. E, no ano que vem, também expiram
os termos do Protocolo de Kyoto.
Os países concordaram em enviar verba para os países pobres mais prejudicados pelas mudanças
climáticas, como as ilhas do Pacífico, por exemplo. Mas não ficou claro como levantar os US$ 100 bilhões
por ano prometidos até 2020, conforme previa o Acordo de Paris.
O Brasil protagonizou um dos principais impasses do último dia de COP 25 e ajudou a travar a
assinatura do documento final. Os representantes brasileiros tentaram retirar um artigo que reconhece a
importância dos oceanos e os impactos do uso da terra nas mudanças climáticas. O texto prevê estímulos
a estudos nessas áreas. No fim, o país aderiu à maioria, pressionado por Chile, Rússia, Argentina,
Austrália, Tuvalu e Belize, além da União Europeia.

Frustração
Segundo fontes da agência Reuters, os maiores poluidores do mundo não demonstraram interesse
em ampliar seus esforços e travaram as negociações. Estados Unidos, China, Índia, Arábia Saudita,
Japão, Brasil e Austrália são apontados com alguns dos países dificultaram a inclusão de metas mais
ambiciosas.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada".
"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o
dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem",
afirma Salles, cuja atuação na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para
preservação no Brasil.
"O Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão de suas boas práticas
ambientais saíram perdendo." – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Cientistas dizem que a falta de metas mais ambiciosas pode levar a um aumento catastrófico das
temperaturas globais, muito acima do limite de 2º C almejado no Acordo de Paris.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, o resultado da conferência foi uma
"frustração". Segundo ele, as principais decisões ficaram para o próximo ano.
"É uma conferência em que o tema era a ambição, os níveis atuais (de ação) não conseguiram entregar
os objetivos do Acordo de Paris. Essa COP, que era a COP da ambição, deixou toda a chamada para
ação e toda a ambição para o próximo ano", explicou Rittl em entrevista à GloboNews.
Mais cedo, a ativista Greta Thunberg lamentava o caminho das negociações em Madri e disse que a
ciência não pode ser ignorada.
"Parece que #cop25 em Madri está desmoronando agora. A ciência é clara, mas a ciência está sendo
ignorada. Aconteça o que acontecer, nunca desistiremos. Nós apenas começamos", escreveu Greta no
Twitter.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "decepcionado com os resultados" da COP
25. Entretanto, ele afirma que "não podemos nos render" na luta contra a crise climática.
"A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante de mostrar uma maior ambição em
mitigação, adaptação e finanças para enfrentar a crise climática", declarou Gutérres.

Mercado de carbono
Dois temas que causaram os maiores impasses são a estruturação de um mercado de créditos de
carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris) e uma nova regulamentação do Fundo de Adaptação,
ou outro instrumento parecido que permita enviar ajuda financeira aos países mais vulneráveis.
Os quase 200 países que participam da COP 25 não chegaram a um acordo para a regulação dos
mercados de carbono, um dos principais pontos do Acordo de Paris, assinado há quatro anos.
Apesar de a negociação ter promovido avanços no sistema que deve controlar o comércio dos direitos
de emissão em todo o mundo, não houve consenso sobre a regulação deste mercado, ponto visto como
chave para parte das delegações.
Os impasses que já existiam antes da cúpula persistem. Alguns países querem evitar uma possível
dupla contabilidade que ocorreria após a regulação e outros querem manter, durante a transição para a
adoção do Acordo de Paris, os direitos de emissões previstos no Protocolo de Kyoto – segundo a agência
EFE.
O texto chamado "Chile-Madri. Hora de agir" afirma que em 2020 os países terão de apresentar
compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões para lidar com a emergência climática e não
incluíram seção de mercados de carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris), que deverá ser
discutida na próxima cúpula.

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Segundo ambientalistas, o mercado de carbono pode ser essencial para metas climáticas ainda mais
ambiciosas. Em Madri, foram discutidos pelo menos dois sistemas diferentes de comercialização de
carbono.
Um dos que estavam em discussão permitiria aos países que excederem suas metas climáticas vender
os excessos para as nações que enfrentam dificuldades em atingir seus próprios objetivos.
Por exemplo, se um país que estabeleceu como objetivo reduzir as emissões de CO2 a um total
equivalente a 100 toneladas conseguir fazer reduções reais de 110 toneladas, poderá vender as dez
excedentes a outro que não conseguiu atingir suas próprias metas.

Impasse envolvendo o Brasil


O responsável pelo último dos impasses foi o Brasil, que não aceitava inicialmente dois parágrafos
incluídos no documento final (30 e 31) que faziam referências expressas sobre o papel dos oceanos e do
uso da terra no clima global. As negociações duraram toda a madrugada.
Diversos estudos científicos demonstram os impactos do aquecimento global sobre os oceanos. Além
disso, o desmatamento é a principal fonte de emissões de carbono no Brasil.
O país tentou retirar do documento final a menção a estímulos a estudos sobre a relação entre os
oceanos e o solo com as mudanças climáticas, inclusive os impactos do uso da terra sobre o clima.
Em entrevista à GloboNews, o ministro Ricardo Salles disse que o objetivo do Brasil é "não desviar o
foco" das emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis das maiores economias do mundo.
Segundo o ministro, o Brasil já é modelo nesse sentido, por causa do etanol, produzido a partir da
cana-de-açúcar.
A intervenção do Brasil sobre esse ponto, de acordo com a agência EFE, foi criticada por delegações
de vários outros governos. Indonésia, Costa Rica, Tuvalu, Belize, Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Marshall,
Egito, Canadá, Butão, Suíça, Rússia e Argentina pediram para que o Brasil não bloqueasse o pacto final.
A ministra de Meio Ambiente do Chile, Carolina Schmidt, que ocupa a presidência da COP, também
interveio para pedir que o Brasil cedesse. "É algo muito importante e agradeceria a vocês se nos
permitissem aprovar esse documento", afirmou.

Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas124

Mecanismos para reduzir emissões de CO2 podem ajudar os países a estabelecer metas mais
ambiciosas a fim de deter o aumento do aquecimento global. Mas, segundo críticos, eles também podem
minar o Acordo de Paris.
Numa área rural do Camboja, as cascas do arroz são usadas para gerar eletricidade para as
comunidades locais, normalmente dependentes dos altamente poluidores geradores a diesel. O projeto
é financiado por indivíduos e empresas do outro lado do mundo que compram os assim chamados
créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de CO2, para compensar as emissões de em
seus países de origem.
Essa é apenas uma das maneiras como o CO2 é comercializado em todo o mundo, e um dos modelos
de mercado de carbono que será discutido pelos negociadores na Conferência da Organização das
Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), em Madri. O objetivo é chegar a um
quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono, uma questão complexa prevista no Artigo 6º
do Acordo de Paris sobre o Clima.
Para Ann-Kathrin Schneider, diretora de políticas internacionais da ONG ambientalista Federação
Alemã para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza (Bund, na sigla em inglês), o Artigo 6º impõe
um "grande risco ao Acordo de Paris". Ela acredita que o mercado de carbono poderia potencialmente
desviar o foco dos países do objetivo de reduzir as emissões. "Não diria que esta é uma questão técnica.
É um tema bastante político."
Quase 200 países ratificaram o histórico acordo sobre o clima que visa limitar o aquecimento global a
2ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século 21, sendo o nível ideal 1,5ºC.
Entretanto, as metas atuais de redução estabelecidas por cada país – chamadas de Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) – fazem com que ambos objetivos sejam
considerados irreais. Com base nos números atuais, especialistas projetam um aumento da temperatura
global de ao menos 3ºC.
Segundo seus defensores, contudo, o mercado de carbono pode ser essencial para metas climáticas
ainda mais ambiciosas. Em Madri, serão discutidos dois sistemas diferentes de comercialização de

124
Deutsche Welle. Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/02/mercados-de-carbono-serao-foco-das-discussoes-na-cop-25-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em 13 de
dezembro de 2019.

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carbono. O primeiro visa permitir aos países que excederem suas metas climáticas vender os excessos
para as nações que enfrentam dificuldades em atingir seus próprios objetivos.
Por exemplo, se um país que estabeleceu como objetivo reduzir as emissões de CO 2 a um total
equivalente a 100 toneladas conseguir fazer reduções reais de 110 toneladas, poderá vender as dez
excedentes a outro que não conseguiu atingir suas próprias metas.

Prós e contras do comércio de emissão


Stefano de Clara, diretor de políticas internacionais da ONG Associação Internacional de Comércio de
Emissões (Ieta, na sigla em inglês), dedicada a estabelecer um parâmetro comercial internacional para
as reduções, defende esquemas desse tipo como "ferramentas essenciais" para permitir aos países
honrarem os compromissos assumidos no Acordo de Paris.
"Idealmente, poderíamos ter um mercado global a pleno vapor, onde todos negociem entre si", afirmou
à DW, acrescentando que cada vez mais países consideram os mercados de carbono um mecanismo
para atingir seus objetivos nacionais.
Entretanto, os críticos se mostram preocupados com o interesse crescente nesses sistemas,
argumentando que poderia levar alguns países a estabelecer metas nacionais baixas para que possam
vender seus créditos excedentes.
"Atingir NDCs pouco ambiciosas não deveria bastar para participar de mecanismos baseados nos
mercados", afirmou Carsten Warnecke, cofundador do Instituto NewClimate.
A seu ver, todas as NDCs devem ser suficientemente ambiciosas para que se fique bem abaixo dos
2ºC, e apenas os países cujas metas estão alinhadas com o Acordo de Paris possam participar dos
sistemas de negociação de carbono: "Em teoria, apenas uns poucos países estariam aptos a vender seus
excedentes de redução de emissões."
Gilles Dufrasne, responsável pela política de preços de carbono do Carbon Market Watch, vai ainda
mais longe. Ao invés de os créditos de carbono excedentes das metas domésticas de emissão serem
vendidos a outras nações, o capital seria guardado para atingir outro alvo do Acordo de Paris: a criação
de um fundo anual de 100 bilhões de dólares para medidas de mitigação e adaptação nos países em
desenvolvimento, normalmente os mais afetados pelas mudanças climáticas.
"Assim, levam-se em conta as finanças, mas não se atribui a redução das emissões a si próprio, seja
um país ou uma empresa. "Passa a ser um acréscimo, que é o que os mercados, até a compra de créditos,
deveriam ser: um sistema para realmente aumentar as ambições para provocar maiores reduções das
emissões."
As regras para gerir o comércio através da compensação também farão parte das discussões sobre o
Artigo 6º em Madri, com negociadores desenvolvendo regras para o Mecanismo de Desenvolvimento
Sustentável, ferramenta que substitui o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM, na sigla em inglês),
criado há mais de uma década sob o Protocolo de Kyoto.
O CDM permitiu que países ricos compensassem suas emissões domésticas de CO2 financiando
programas de desenvolvimento sustentáveis para redução em nações emergentes. Entretanto, o Carbon
Market Watch calcula que 85% dos projetos financiados através desse mecanismo teriam prosseguido
de qualquer modo.
"Era para ser um sistema que permitisse aos países criarem metas mais ambiciosas", explica Dufrasne.
"Mas na verdade o que conseguiu foi tornar mais barato atingir as metas existentes, e ainda é possível
argumentar que enfraqueceu os objetivos de realmente reduzir emissões. Os países compravam créditos
que realmente não representam muita coisa."
Os críticos também afirmam que os créditos utilizados sob o CDM eram baratos demais, e não
deveriam ser incluídos em nenhum dos novos esquemas, ponto que gera polêmica entre os países que
detêm esses créditos.

Minando o Acordo de Paris?


Ambientalistas ressaltam que regras rígidas são essenciais ao êxito de qualquer esquema global de
comércio, e devem evitar dupla contagem, na qual ambos os países, os que vendem e compram,
reivindicam o mérito pelas reduções.
Stefano de Clara, da ONG Ieta, argumenta que, se os negociadores em Madri conseguirem assegurar
regulamentações rigorosas, o Artigo 6º fornecerá incentivo necessário a assegurar altos padrões no
mercado de emissões, o que acarretaria naturalmente metas ambiciosas.
"Se um país gasta o dinheiro dos contribuintes para fomentar reduções de emissões no exterior, então
não buscaria reduções ou créditos que não possam ser confiáveis. Sob essa lógica, esse poderia se
tornar um atrativo para os países."

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Entretanto, Ann-Kathrin Schneider ressalva que incluir os mercados de carbono no Acordo de Paris
poderia acabar por miná-lo: "Tememos que, se o Artigo 6º for decidido nesta conferência, desviará de
outros instrumentos, como o abandono gradual dos combustíveis fósseis; e que se tente uma saída fácil
das ambições climáticas, reduzindo-as, em vez de aumentá-las."
A subdiretora da ONG alemã Bund frisa que urgência no combate à crise do clima é mais necessária
agora do que nunca. Para ela, assim como para muitos de seus companheiros de causa, apenas ações
nacionais diretas poderão fazer a tão necessária diferença.

Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no
Brasil, aponta relatório125

No ranking mundial, Brasil está em 6º lugar entre os países mais poluentes, se excluído o bloco da
União Europeia. Os líderes são China e Estados Unidos.
O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões aumentaram 0,3%
em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela mudança de uso do solo,
responsável por 44% das emissões do Brasil.
Os dados são da 7ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG),
divulgados nesta terça-feira (05/11) pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de
40 membros.
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao
desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia em 2018
subiu 8,5%.
O aumento foi puxado pelo Pará. "O desmatamento explodiu, principalmente nas regiões da rodovia
BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (Ipam).
No comparativo nacional, entretanto, embora tenha havido aumento do desmatamento na Amazônia,
houve redução de 10,9% na taxa de desmatamento no Cerrado.
Já as atividades da agropecuária estão em segundo lugar no ranking de emissões do Brasil,
responsável por 25% da produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo
de dejetos de animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas.

Estados mais poluentes


No ranking de estados mais poluentes, Pará, Mato Grosso e Minas Gerais lideram o ranking, sendo
responsáveis por 12,3%, 11,9% e 9,9%, sucessivamente, também impulsionadas pelas emissões ligadas
ao uso da terra.
Se excluída esta área, São Paulo se torna o estado mais poluente, responsável por 14,1% das
emissões do país, impulsionada principalmente pelo setor de energia, seguido por Minas Gerais (10,9%)
e Rio Grande do Sul (7,2%).

Ranking mundial
Em relação aos países do mundo, o Brasil é a 6ª nação que mais emite gases do efeito estufa (2,9%),
se excluído os 28 países que compõem o bloco da União Europeia. Os dados mais recentes são do ano
de 2014.
O ranking é liderado pela China, responsável por 23% das emissões globais; seguida por Estados
Unidos (12,9%); Índia (6,5%); Indonésia (5,1%); e Rússia (4,2%)
Os dados são apresentados em toneladas de carbono equivalente (CO2e) e são calculados a partir
dos fatores de conversão presentes no relatório 5 do IPCC (IPCC- GWP AR5).

Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por
óleo126

De acordo com o comandante de Operações Navais, Leonardo Puntel, tem que se levar em conta que
o material é recolhido junto com areia.

125
Elida Oliveira. Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, aponta relatório. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-
relatorio.ghtml. Acesso em 06 de novembro de 2019.
126
Marina Meireles. Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por óleo. G1.
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/20/marinha-525-toneladas-de-residuos-foram-retiradas-de-praias-nordestinas-afetadas-por-oleo.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.

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235
Desde o dia 2 de setembro, foram recolhidas mais de 600 toneladas de resíduos das praias do litoral
nordestino, ao longo dos 2.250 quilômetros afetados pelo óleo. A informação foi confirmada pelo Grupo
de Acompanhamento e Avaliação (GAA), neste domingo (20/10).
Em entrevista coletiva concedida no Recife durante a tarde, o número divulgado pela Marinha era de
525 toneladas. Ao final do dia, o GAA atualizou para mais de 600 toneladas. O GAA é formado por
representantes da Marinha, Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
"O cálculo é muito relativo, porque é um material que é recolhido junto com areia", afirmou o
comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, durante a coletiva. A entrevista foi
concedida pela Marinha, Ibama e Governo de Pernambuco, na Capitania dos Portos, no Recife.
Desde o dia 2 de setembro até este domingo (20/10), o Ibama fez o registro de 67 animais com
manchas de óleo. "Isso não quer dizer que esses animais morreram. A gente imaginava que isso seria
pior, dada a magnitude do fato", diz o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo.
De acordo com o comandante de Operações Navais da Marinha, almirante Leonardo Puntel, essa é a
primeira vez que um problema dessa magnitude acontece na costa brasileira, o que leva à primeira
execução do Plano de Contingência. "O acidente é totalmente inédito no Brasil. Arrisco a dizer que no
mundo ocidental, também", afirma.
Puntel afirmou também que as investigações a respeito do óleo continuam. "A certeza que temos é de
que não é originário do Brasil. Nosso óleo é fino e a densidade desse material é maior. Sabemos que [o
derramamento] teve origem no Oceano Atlântico, entre 500 e 600 quilômetros da nossa costa", afirma.
A Marinha informou que neste domingo registra a presença de óleo apenas em Sergipe, na Praia do
Atalaia, em Aracaju, e em Pernambuco, na no entorno do Porto de Suape, no Cabo de Santo Agostinho,
e na Praia do Cupe, em Ipojuca.
Segundo o Ibama, equipes monitoram o avanço das manchas, mas o trabalho é dificultado devido à
densidade do óleo e à presença de corais. "Existe uma previsão, mas não é precisa por conta da extensão
da nossa costa e dos corais, que retêm parte do material", afirma o diretor de Proteção Ambiental do
Ibama, Olivaldi Azevedo.
"Não se consegue achar as manchas com a tecnologia que se tem. Optamos por aguardar as manchas
chegarem até a praia para fazermos a retirada".
A recomendação da Secretaria de Meio Ambiente e da Defesa Civil de Pernambuco é de que o óleo
não seja manuseado sem o uso de equipamentos de segurança. "Estamos providenciando a compra de
EPIs [equipamentos de proteção individual] e também pedimos reforço ao governo federal", afirma o
secretário de Meio Ambiente, José Bertotti.
Segundo o secretário-executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa, também
há prefeituras fazendo as reposições de EPIs para serem doados aos voluntários que se disponibilizam
a ajudar na retirada do óleo.

Divergências
Durante a entrevista coletiva, Bertotti solicitou ações coordenadas e equipamentos de contenção ao
governo federal. "Destaco a necessidade de materiais para que a gente possa fazer a coleta. Não temos
previsão do fim disso", afirmou. Ao final da entrevista, o almirante Puntel afirmou que todas as solicitações
serão atendidas pelo governo federal.
Bertotti também cobrou equipamentos como barreiras de contenção ao governo federal, mencionando
que espera aumento do apoio após a liminar concedida neste domingo pela Justiça Federal,
determinando a execução efetiva do Plano Nacional de Contingência à União e ao Ibama em
Pernambuco.
"Fizemos a conta e precisamos de três quilômetros de barreiras de contenção para cobrir todas as
entradas de estuário do litoral Sul. A gente sente ainda a necessidade de muitos equipamentos que não
estão chegando a tempo para a gente fazer ações mais efetivas", afirmou
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, afirmou, no entanto, que as barreiras não
têm demonstrado eficácia para combater o problema.
"Na maioria das vezes, dos locais, elas não têm efeito técnico positivo nenhum. É importante que se
entenda que a gente quer buscar uma tecnologia diferente, que resolva esse problema. O que resolve o
problema é monitorar como a gente está monitorando", disse.

Óleo em Pernambuco
Entre a quinta (17/10) e o domingo (20/10), Pernambuco recolheu 71 toneladas de óleo das praias do
estado. Na quinta, a substância chegou a São José da Coroa Grande.

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236
Na sexta-feira (18/10), o óleo chegou até praias de Tamandaré, como a Praia dos Carneiros, de
Sirinhaém e Barreiros. No sábado, praias de Ipojuca, vizinhas a Porto de Galinhas foram atingidas.
Neste domingo (20/10), o óleo chegou às praias de Suape, Calhetas, Itapuama, Xaréu e à Ilha de
Tatuoca, no Cabo de Santo Agostinho. Desde as 5h, voluntários e equipes se uniram para retirar o
material da água, da areia e do mangue.

20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo
estudo; Petrobras está na lista127

Produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de toneladas de
poluentes liberados na atmosfera desde 1965.
Um estudo do instituto de pesquisas Climate Accountability Institute, com sede nos Estados Unidos,
diz que um grupo de 20 empresas é responsável por mais de um terço das emissões de gases causadores
do efeito estufa em todo o mundo desde 1965. A estatal brasileira Petrobras aparece na lista, na 20ª
posição.
Segundo a análise, publicada inicialmente pelo jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira (09/10),
as 20 empresas produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono e metano liberados na atmosfera nesse período.
O montante representa 35% das emissões totais de combustíveis fósseis e cimento, que foram de 1,35
trilhão de toneladas.
O cálculo feito é baseado na produção anual de petróleo, gás natural e carvão relatada por cada
empresa, e leva em conta as emissões desde a extração até o uso final do combustível.
A lista tem 12 empresas estatais e oito privadas (confira a relação completa abaixo), e é encabeçada
pela estatal saudita Saudi Aramco, responsável pela emissão de 59,26 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente, o equivalente a 4,38% do total mundial no período analisado.
Em seguida aparecem a americana Chevron, com 3,20% do total, e a russa Gazprom, com 3,19%. A
Petrobras responde por 8,68 bilhões de toneladas de carbono equivalente, o que representa 0,64% do
total.
"Nós escolhemos 1965 como ponto inicial (da análise) porque pesquisas recentes revelaram que em
meados dos anos 1960 o impacto climático dos combustíveis fósseis era conhecido por líderes industriais
e políticos", diz o autor do estudo, Richard Heede.

Responsabilidade
O estudo atualiza uma análise anterior de Heede sobre o papel das principais empresas de
combustíveis fósseis nas mudanças climáticas. O pesquisador diz que essas empresas têm
responsabilidade "moral, financeira e legal" pela crise climática e responsabilidade de ajudar a combater
o problema.
"Apesar de consumidores globais, de indivíduos a empresas, serem os emissores finais de dióxido de
carbono, nós nos concentramos nas empresas de combustíveis fósseis que, em nossa opinião,
produziram e venderam esses combustíveis a bilhões de consumidores com o conhecimento de que seu
uso conforme previsto vai piorar a crise climática", diz o autor do estudo, Richard Heede.
O pesquisador diz que as empresas que "valorizam sua licença social para operar" devem respeitar a
ciência climática, gerenciar os riscos corporativos de acordo com isso e "se comprometer em reduzir a
produção futura de combustíveis fósseis e suas emissões" em alinhamento com o Acordo de Paris.
Esse acordo tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais.
Heede também diz que as empresas deveriam direcionar seus investimentos para combustíveis
renováveis e de baixo carbono. "As empresas liderando essa transição irão prosperar, e as que ficarem
para trás irão perecer", afirma.

Resposta das empresas


A Petrobras disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que tem buscado aplicar em suas
operações "tecnologias que têm como consequência direta a redução da intensidade de carbono, com
resultados significativos já alcançados" (confira a nota completa no final da matéria).

127
Alessandra Corrêa. 20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo estudo; Petrobras está na lista. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/20-maiores-poluidores-respondem-por-um-terco-de-toda-a-emissao-de-co2-no-mundo-segundo-estudo-petrobras-
esta-na-lista.ghtml. Acesso em 10 de outubro de 2019.

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237
Segundo comunicado da empresa, "desde 2008, já foram reinjetadas 9,8 milhões de toneladas de CO2
dos campos de pré-sal na Bacia de Santos", e até 2025, "a companhia projeta reinjetar cerca de 40
milhões de toneladas de CO2".
"Entre 2009 e 2018, foi evitada a emissão de mais de 120 milhões de toneladas de CO2, o que equivale
a dois anos de emissões totais da Petrobras", diz o comunicado.
No processo de reinjeção, o CO2 é separado do petróleo e do gás extraído do poço e reinjetado de
volta, aumentando também a pressão interna o que acaba por induzir uma produção maior.
"Atualmente, a Petrobras apresenta, dentre as grandes produtoras de óleo e gás natural, o segundo
melhor desempenho em emissões relativas (CO2/barril) nas atividades de exploração e produção", diz o
texto.
A empresa diz ainda que "assumiu o compromisso de crescimento zero das emissões operacionais no
horizonte até 2025 (ano base 2015), mesmo com o aumento da produção, firmando metas de redução de
intensidade de emissões de 32% na exploração e produção de petróleo e 16% no refino".
A BBC News Brasil também entrou em contato com a Saudi Aramco, a Chevron e a Gazprom, que
encabeçam a lista, mas até o fechamento desta reportagem as empresas não haviam se pronunciado.
Em resposta ao The Guardian, a Chevron disse que está "tomando medidas para enfrentar as
mudanças climáticas investindo em tecnologia e oportunidades de negócio de baixo carbono que podem
reduzir emissões de gases do efeito estufa enquanto continuam a produzir energia acessível, confiável e
cada vez mais limpa para sustentar o progresso econômico e social".
A empresa disse que apoia "um diálogo honesto" sobre como "equilibrar o fornecimento de energia
para um mundo em crescimento, desenvolvimento econômico e o meio ambiente".

Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta128

Há atos marcados contra o aquecimento global em 150 países, de acordo com os organizadores. Mais
de 5 mil protestos são esperados, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova
York, Estados Unidos.
A greve global pelo clima, marcada para esta sexta (20/09) em 150 países, deve atrair milhares de
manifestantes que exigem medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico e combater o
aquecimento global.
As manifestações ocorrem um dia antes de começar a Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações
Unidas, que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.
A Greve pelo Clima tem origem no "Fridays For Future" (Sextas-feiras pelo Futuro, em inglês), que
ganhou repercussão com a adolescente sueca de 16 anos Greta Thunberg. Desde 2018, Greta falta às
aulas nas sextas-feiras para protestar pelo clima. A iniciativa rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz
e fez com que diversas outras greves se espalhassem pelo mundo. No Brasil, ao menos duas
mobilizações tiveram repercussão nacional, uma em março e outra em maio.
Estão programados mais de 5 mil eventos em todo o mundo em 150 países, em uma sequência que
deve terminar com uma manifestação em Nova York, com a presença de mais de um milhão de
estudantes, informou a agência France Presse (AFP).
O líder espiritual dos budistas tibetanos, Dalai Lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do
Twitter apoiando as manifestações. "Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias
preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas
sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.", afirmou.
Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios
ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.
Na Austrália, crianças e jovens da região do Pacífico se reuniram nas ruas para se manifestar. De
acordo com a rede CNN, os organizadores disseram ter atraído mais de 300 mil pessoas em mais de 100
cidades. Melbourne teve o maior protesto, com 100 mil pessoas, segundo os organizadores citados pela
CNN. Em Sidney foram 80 mil e em Brisbane, 30 mil. Não há informações sobre números divulgados
pelas autoridades destes locais.
Na Alemanha, a manifestação atraiu cerca de 80 mil pessoas, segundo os organizadores.
Manifestantes subiram sobre blocos de gelo embaixo de uma forca improvisada para alertar sobre os
riscos do aquecimento global. O protesto ocorreu em frente ao portão de Brandemburgo, em Berlim.
De acordo com a AFP, nesta sexta os partidos da coalizão do governo da Angela Merkel chegaram a
um acordo sobre a estratégia climática, que inclui medidas para diminuir as emissões de gás carbônico e
uma verificação anual das taxas. A AFP informa que estão previstos investimentos de pelo menos 100
128
G1. Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/20/manifestantes-protestam-
em-greve-global-pelo-clima-nesta-sexta.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.

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238
bilhões de euros até 2030. Paralelamente, pretende-se acelerar o desenvolvimento de energias limpas
(solar, eólica ou biomassa), subindo a 65% em 2030 contra 40% atualmente.
Na Inglaterra, estudantes empunharam cartazes em Londres com mensagens contra políticos e em
apoio à greve. "Estamos perdendo aulas para te ensinar uma lição", dizia o cartaz de uma das jovens
manifestantes.
Na Polônia, ativistas fizeram uma performance enrolados em plásticos para criticar o consumo e a
ameaça que o atual modo de vida representa à natureza. O protesto ocorreu na capital do país, Warsaw.
Também houve registro de manifestação em Lodz, terceira maior cidade polonesa, e em Poznan.
Nesta quinta, Greta divulgou um vídeo em suas redes sociais convocando as manifestações. "É manhã
no Pacífico. Em breve o sol nascerá na sexta-feira, 20 de setembro de 2019. Boa sorte Austrália, Filipinas,
Japão e todas as nações das Ilhas do Pacífico. Vocês vão primeiro! Agora mostre o caminho! Boa
manifestação!", escreveu.
Nestas ilhas, as crianças e jovens estudantes cantaram "não estamos fugindo, estamos lutando",
informou a France Presse.
"Estamos aqui para mandar uma mensagem aos poderosos, aos políticos, para lhes mostrar que
estamos preocupados e que isto é realmente importante para nós", disse à AFP Will Connor, um jovem
de 16 anos de Sidney.

Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca129

Decreto foi editado nesta quarta-feira e publicado no 'Diário Oficial da União'. Medida foi anunciada em
meio à crise ambiental envolvendo as queimadas na Amazônia.
O governo federal decidiu proibir as queimadas em todo o país durante o período da seca.
Um decreto sobre a proibição foi editado nesta quarta-feira (28/08) e publicado na edição desta quinta-
feira (29/08) do “Diário Oficial da União”.
O decreto suspende a permissão do emprego do fogo por um período de 60 dias com o objetivo de
proteção ao meio ambiente.
O Código Florestal permite as queimadas somente em casos específicos e desde que autorizadas por
órgão ambiental. No caso dos povos indígenas, a prática é permitida na agricultura de subsistência.
De acordo com o texto, a suspensão não será aplicada em casos de controle fitossanitário autorizado
por órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência
de indígenas.
A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número
de queimadas e do desmatamento na Amazônia.
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro editou decreto autorizando o uso das Forças
Armadas no apoio aos estados da Amazônia Legal no combate ao fogo.

Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 2018130

As queimadas no Brasil aumentaram 82% em relação ao ano de 2018, se compararmos o mesmo


período de janeiro a agosto – foram 71.497 focos neste ano, contra 39.194 no ano passado. Esta é a
maior alta e também o maior número de registros em 7 anos no país. Os dados são do Programa
Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), gerados com base em imagens de
satélite.

129
Feliz Ortiz. Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/28/governo-decide-
proibir-queimadas-em-todo-o-brasil-no-periodo-da-seca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de 2019.
130
Carolina Dantas. Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 2018. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/queimadas-
aumentam-82percent-em-relacao-ao-mesmo-periodo-de-2018.ghtml. Acesso em 21 de agosto de 2019.

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239
Nesta segunda-feira (19/02), o "dia virou noite" em São Paulo, no Mato Grosso do Sul e no norte do
Paraná. Por volta das 15h, uma forte névoa escura cobriu a capital paulista, deixando a cidade no breu.
Especialistas ouvidos pelo G1 explicaram que uma frente fria com ventos marítimos originada do Sul do
Brasil trouxe uma nuvem do tipo stratus, mais baixa e carregada. Junto a isso, a fumaça originada das
queimadas da floresta amazônica nos estados do Norte foi potencializada com focos em outros países
da América Latina.
Cinco estados tiveram um maior aumento no número de queimadas no Brasil desde o início do ano,
em comparação com o mesmo período do ano passado: Mato Grosso do Sul, com uma alta de 260% em
relação a 2018; Rondônia, com 198%; Pará, com 188%; Acre, com 176%; e Rio de Janeiro, com 173%.
Se tomarmos como base apenas o número, Mato Grosso é líder, com 13.641 focos, o que representa
19% do total nacional.

Nas últimas 48h (contadas até 19 de agosto), o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo
sistema do Inpe. Bolívia, Peru e Paraguai seguem com 1.618, 1.166 e 465, respectivamente. No sábado
(17/08), o aeroporto internacional de Viru Viru, na Bolívia, chegou a ser fechado devido à baixa
visibilidade.
Alberto Setzer, pesquisador do Programa Queimadas do Inpe, disse que apesar da alta no número de
incêndios, a chegada da fumaça da região Norte ao Sudeste não é um fenômeno raro. Ele fala que o pôr
do sol um pouco mais avermelhado é um dos sinais, mas em menor intensidade do que foi visto nesta
segunda-feira.
O pesquisador também explica que o El Niño tem um efeito que aumenta a estiagem, mas não causa
o aumento das queimadas. O fenômeno ajuda a aumentar a "espalhar o fogo".
"Elas [queimadas] são todas de origem humana, umas propositais e outras acidentais, mas sempre
pela ação humana. Para você ter queimada natural você precisa da existência de raios. Só que toda essa
região do Brasil central, sul da Amazônia, está uma seca muito prolongada, tem lugares com quase três
meses sem uma gota d’água" - Alberto Setzer
"Não é a toa que o aeroporto lá na Bolívia fechou, que os hospitais estão lotados de gente com
problemas de respiração", disse Setzer. O pesquisador lembra um caso similar de descida da
fumaça ocorreu em 9 de agosto deste ano, mas que não atingiu tanto a cidade de São Paulo.
Os dados do Inpe também apontam o número de Unidades de Conservação e Terras Indígenas que
sofrem com as queimadas: são 32 e 36, respectivamente. Os incêndios florestais também atingiram outras

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240
parte do mundo em julho: a agência espacial americana (Nasa) aponta mais de 2,7 milhões de hectares
na Sibéria; na Espanha, o sistema de monitoramento Copernicus, apoiado pela agência espacial europeia
(ESA), registrou a pior série de incêndios florestais em 20 anos.

Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento131

Noruega, principal doadora do mecanismo, anunciou a suspensão de repasse de R$ 132,6 milhões


que estava previsto para 2019. Entre 2016 e 2018, verbas do fundo financiaram 466 vistorias que geraram
aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
O eventual fim do Fundo Amazônia pode impactar diretamente na realização de fiscalizações contra o
desmatamento ilegal na floresta.
Nesta quinta-feira (15/08), a Noruega, que entre 2009 e 2018 repassou 93,8% dos R$ 3,4 bilhões
doados para o fundo, anunciou a suspensão do repasse de R$ 132,6 milhões. A Alemanha também já
anunciou que suspenderia R$ 155 milhões. As medidas foram anunciadas após o aumento do
desmatamento na Amazônia e mudanças na gestão do fundo.
O risco para as fiscalizações após as suspensões se dá porque as verbas financiam, por exemplo,
meios de transporte especiais, como veículos 4x4 e helicópteros, que são necessários para a realização
das vistorias do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na
região.
O Fundo Amazônia contou, nos últimos 10 anos, com 93,8% de verba da Noruega e 5,7% da
Alemanha, além de 0,5% de recursos da Petrobras, para ações de combate ao desmatamento e
desenvolvimento sustentável. Quase 60% dos recursos são destinados a instituições do governo.
Desde 2016 o Ibama recebe recursos do fundo para bancar o aluguel de veículos especiais em
operações na Amazônia. De 2016 a 2018, pelo menos 466 missões de fiscalização do órgão foram
bancadas pelo fundo. Ao todo, essas ações geraram aplicação de mais de R$ 2,5 bilhões em multas.
“Simplesmente não vai ter viatura e helicópteros para fiscalização ano que vem. Toda essa estrutura
é financiada pelo Fundo Amazônia”, diz um servidor do Ibama que atua com fiscalizações. Ele não quis
se identificar por medo de represálias.
“Toda a logística de viaturas, incluindo de prevenção ao fogo, vai ser afetada diretamente com o fim
do fundo", diz.
"Os recursos do Fundo Amazônia vêm de doações e, portanto, são extraorçamentários. Não haverá
dinheiro ano que vem para o Ibama ir a campo", diz outro servidor do órgão.
Procurado, o Ministério do Meio Ambiente, responsável pelo Ibama, disse que "já há planejamento de
obtenção de recursos, inclusive internacionais, para suprir eventual falta de verba do Fundo Amazônia,
se houver necessidade".

Projetos do Ibama no Fundo Amazônia


Em abril de 2018 o Ibama assinou um contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES) para receber R$ 140 milhões do fundo. A verba seria repassada ao longo de três anos:
R$ 44 milhões em 2018, R$ 46 milhões em 2019 e R$ 48 milhões em 2020.
Até o momento, o instituto recebeu R$ 42 milhões, o equivalente a 30% do total do projeto. O último
repasse foi feito em março deste ano.
O projeto do Ibama apoiado pelo fundo, segundo a descrição oficial, é para bancar “o pagamento dos
meios de transporte adequados para as ações de fiscalização ambiental do Ibama”. Segundo o contrato,
a operação será efetivada por meio do aluguel de caminhonetes e helicópteros usados nas ações de
fiscalização em campo.
O instituto diz, na contextualização do projeto, que sempre contou com recursos próprios para esse
tipo de ação mas, com a crise, precisou recorrer às verbas do fundo.
"Historicamente, o Ibama dispunha desses meios e executava suas ações fiscalizatórias [na Amazônia]
com considerável sucesso. No entanto, nos últimos anos, o orçamento desse órgão ambiental vem sendo
contingenciado, em decorrência da situação fiscal do país", explica o Ibama na descrição do projeto.
Em 2016 um contrato semelhante entre Ibama e BNDES foi firmado. Com apoio de R$ 56 milhões, o
projeto financiou 466 missões de fiscalização, empregando 92.276 dias de servidores, que foram
responsáveis pela lavratura de 5.060 autos de infração contra a flora e aplicação de mais de R$ 2,5
bilhões em multas. Ao todo, foram executadas 3.116 horas de voo de helicóptero e disponibilizadas 175
viaturas para o instituto.

131
Patrícia Figueiredo. Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/16/fim-do-fundo-amazonia-pode-afetar-fiscalizacao-do-ibama-contra-o-desmatamento.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


241
Corte no orçamento do Ibama em 2019
Em abril, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, anunciou um corte de 24% no orçamento do
Ibama para 2019. O orçamento do Ibama, que seria de R$ 368,3 milhões, segundo a Lei Orçamentária
(LOA), caiu para R$ 279,4 milhões.
O corte de R$ 89,9 milhões equivale a cerca de três meses de gastos do Ibama. Só as despesas fixas
do órgão estão estimadas em R$ 285 milhões para o ano de 2019.

Fundo bilionário sem atividade


Na prática, as atividades do Fundo Amazônia estão paralisadas neste ano após o Ministério do Meio
Ambiente brasileiro decidir mudar a composição do comitê que integra o Fundo e o destino dos repasses.
Nenhum projeto foi aprovado para financiamento neste ano. No mesmo período do ano passado,
quatro haviam sido aprovados. Ao todo, 11 propostas foram apoiadas em 2018, com investimento total
de R$ 191,19 milhões.
O impasse sobre o futuro do Fundo se tornou público em maio, quando Ricardo Salles, titular do
Ministério do Meio Ambiente, anunciou a intenção de alterar seu funcionamento e destinar recursos para
indenizar proprietários de terras. Ele também disse haver indícios de irregularidades nos contratos
firmados com ONGs.
Os principais países doadores do fundo disseram, à época, que estavam satisfeitos com a gestão
prévia do fundo, feita pelo BNDES, e também com os resultados obtidos pelos projetos, e ressaltaram
que não foram encontradas irregularidades nas auditorias já realizadas.

Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês
de 2018132

Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km², de acordo com dados do Deter, do Inpe. Jair Bolsonaro disse nesta terça (06/08) que o novo
diretor do Inpe vai apresentar os dados para a presidência antes de divulgá-los.
As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento
de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados são do Deter, do Instituto de
Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em junho, Jair Bolsonaro questionou a veracidade dos dados e foi rebatido pelo então diretor do Inpe,
que acabou exonerado. Nesta terça (06/08), ele afirmou em Brasília que receberá com antecedência
dados "alarmantes" de desmatamento, antes que sejam divulgados. Os números estão públicos e
disponíveis na plataforma Terra Brasilis desde 2017.
"Ele [diretor interino do Inpe] vai apresentar os números para mim. Se forem alarmantes, a gente vai
tomar uma decisão. [...] Números, por exemplo, que tenha a ver, que saia do Inpe, tem que ser números
precisos. Tem a ver com áreas. Não pode áreas superpostas serem computadas. Não pode áreas que
podem ser desmatados, que podem, ao se desmatar entrar como desmatamento ilegal. Não é verdade
isso aí", afirmou Bolsonaro.
Os alertas servem para informar aos fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) onde há
sinais de devastação, que podem ou não ser comprovados posteriormente. Os dados oficiais de
desmatamento são feitos por outro sistema, o Prodes, que mede as taxas nos meses em que há seca,
para evitar que as nuvens cubram as áreas. Os dois sistemas usam o mesmo satélite para gerar as
imagens.

132
G1. Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/07/area-com-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-sobem-278percent-em-julho-comparado-ao-mesmo-mes-de-
2018.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2019.

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242
Alerta de desmatamento em julho

Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km² – quase quatro vezes mais. No mês anterior, a área com alerta de desmatamento foi de 931,6
km².
Os dados de julho de 2019 são os mais altos desde 2015, se considerados todos os meses de
monitoramento disponíveis para análise.
Antes, o recorde de área com alerta havia sido em agosto de 2016, com 1.025 km².

De acordo com um levantamento feito pelo Observatório do Clima no mesmo sistema, o desmatamento
na Amazônia cresceu 49,5% na série histórica 2018/2019, se comparado ao mesmo período de
2017/2018. Foram 6.833 km² com alerta de desmatamento, contra 4.532 km² no período anterior.
O coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo,
publicou uma imagem nesta terça (06/08) que mostra a degradação ambiental.
Segundo Azevedo, trata-se de uma área de 35 km² em Altamira, no Pará, para onde foram emitidos
20 alertas de desmatamento entre maio e julho de 2019. "Cerca de 1,5 milhão de árvores cortadas em
pouco mais de 90 dias", afirmou
A Amazônia Legal inclui o Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de
Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Críticas aos dados de desmatamento


Em julho, Jair Bolsonaro questionou os dados do Inpe sobre o aumento do desmatamento na
Amazônia. "Com toda a devastação que vocês nos acusam de estar fazendo e de ter feito no passado, a
Amazônia já teria se extinguido", afirmou. Ele também disse suspeitar que o diretor do Inpe estaria "a
serviço de alguma ONG". As declarações foram dadas durante uma entrevista a jornalistas estrangeiros.

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243
No dia seguinte, Ricardo Magnus Osório Galvão, então diretor do Inpe, negou as acusações de
Bolsonaro, reafirmou os dados sobre desmatamento e disse que não deixará cargo. O Inpe disse em nota
que sua política de transparência permite o acesso completo aos dados e acrescentou que a metodologia
do instituto é reconhecida internacionalmente.
Após a resposta de Galvão, Bolsonaro voltou a questionar os dados e disse que o então diretor deveria
avisar o ministro da Ciência, ao qual o Inpe é subordinado, antes de divulgar as informações. Os dados
do Deter estão públicos no portal Terra Brasilis desde 2017.
No início de agosto, Galvão foi exonerado. O oficial da Força Aérea Darcton Policarpo Damião foi
anunciado como o novo diretor interino.
Douglas Morton, diretor da Nasa, a agência espacial americana, disse que a demissão do diretor do
Inpe é 'significativamente alarmante'.
Um levantamento do G1 indica que mesmo as áreas da Amazônia que deveriam ter 'desmatamento
zero' já perderam o equivalente a 6 cidades de SP em três décadas. Fora das áreas protegidas, a
Amazônia perdeu 39,8 milhões de hectares em 30 anos, o que representa 19% sobre toda a floresta
natural não demarcada que existia em 1985, uma perda equivalente ao tamanho de 262 cidades de São
Paulo. Nas áreas protegidas, a perda acumulada foi de 0,5%.
Em junho, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que queria contratar uma empresa
privada para melhorar o monitoramento do desmatamento da Amazônia. Em matéria publicada no jornal
Folha de S. Paulo, o ministro culpou o monitoramento Inpe pela ineficácia no combate ao desmate. Ao
mesmo tempo, de acordo com a reportagem, "nos primeiros cinco meses do governo Jair Bolsonaro, o
Ibama registrou a menor proporção de autuações por alerta de desmatamento na Amazônia dos últimos
quatro anos".

Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%133

Novo marco regulatório é "forma de enganar a sociedade", segundo pesquisador; mudança também
impacta rótulo dos produtos.
A nova classificação de agrotóxicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada
esta semana no Diário Oficial da União, provocou uma redução drástica do número de produtos
considerados "extremamente tóxicos" no Brasil. Nos últimos estudos divulgados antes da mudança no
método de sistematização, 800 agrotóxicos, em média, pertenciam a essa categoria, em um universo de
cerca de 2300 – aproximadamente 34,7%. A nova tabela, divulgada pela Agência nesta quinta (01/08),
classifica apenas 43 como "extremamente tóxicos", o que equivale a 2,2% dos 1924 produtos analisados.
A sistematização dos produtos, até então regulada por uma legislação de 1989 que previa a existência
de quatro categorias segundo o nível de perigo oferecido pelos venenos, passou a ter cinco divisões, com
novos critérios.
As novas normas também permitem que produtos antes considerados “altamente tóxicos”, que
provocam irritação severa na pele, passem para a categoria de toxicidade moderada, enquanto os “pouco
tóxicos” – com risco de irritação leve na pele e nos olhos, por exemplo – fiquem liberados de classificação.
Com isso, eles não apresentarão advertências no rótulo para o consumidor.
Especialista no tema, o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, membro da Campanha
Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, criticou as novas regras em entrevista ao Brasil de Fato.
Ele considera que a metodologia que a Anvisa passa a adotar impõe riscos à saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em média, 193 mil mortes registradas ao ano no
planeta podem ter relação com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos.
“A informação de risco agora privilegia os casos de morte. Sobrevalorizar um veneno porque ele causa
morte e deixar de lado preocupações de longo prazo, como câncer, cegueira, problemas de raciocínio e
no sistema nervoso central, para nós, é uma forma de enganar a sociedade. Vai minimizar o cuidado que
as pessoas vão ter com venenos que não causam a morte, mas que trazem dramas que, para uma família,
são tão relevantes quanto a perda de um parente”, reflete o especialista.
A Anvisa argumenta que o novo marco regulatório é orientado por um padrão internacional, o Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized
System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), adotado na União Europeia e na Ásia, por
exemplo.
“Seria racional que nós tivéssemos um modelo semelhante, mas, na comunidade econômica europeia,
pelo que sabemos, são proibidos vários dos produtos que são autorizados aqui. Seria de se esperar que

133
Brasil de Fato. Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%. Redação Brasil de Fato.
https://www.brasildefato.com.br/2019/08/02/numero-de-agrotoxicos-que-anvisa-considera-extremamente-toxicos-cai-de-34-para-2/. Acesso em 02 de agosto de
2019.

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244
uma reclassificação que compatibilizasse a realidade brasileira com a europeia retirasse do mercado
esses produtos. No entanto, não há nenhuma sinalização nesse sentido”, pondera Melgarejo,
acrescentando que mais de 30% dos venenos que circulam nacionalmente são rejeitados por esses
países.

Desmatamento dispara no Xingu, um dos últimos 'escudos' da Amazônia134

Destruição em áreas protegidas da bacia – que abriga 26 povos indígenas e serve como corredor
ecológico para espécies amazônicas – cresceu 44,7% em maio e junho em comparação com mesmo
período de 2018; para zoólogo, preservação da região é crucial para que a ciência entenda como florestas
brasileiras se tornaram tão biodiversas.
O desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato
Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior,
reforçando a tendência de alta no desflorestamento da Amazônia e ampliando as pressões sobre um dos
principais corredores ecológicos do bioma.
Os dados são do Sirad X, boletim publicado a cada dois meses pela Rede Xingu+, que agrega 24
organizações ambientalistas e indígenas. Além de compilar imagens de satélite, o sistema usa radares
que permitem detectar o desmatamento mesmo em períodos chuvosos do ano.
O boletim diz que, entre janeiro e junho deste ano, a região perdeu 68.973 hectares de floresta – área
equivalente à cidade de Salvador. A bacia do Xingu abriga 26 povos indígenas e centenas de
comunidades ribeirinhas, que dependem do bom funcionamento dos ecossistemas locais para sobreviver.
A região tem tamanho comparável ao do Rio Grande do Sul.
Como mais da metade da bacia é composta por áreas protegidas, ela também serve como uma espécie
de escudo da Amazônia em sua porção oriental, dificultando o avanço do agronegócio pela floresta. E ela
é uma das últimas áreas do bioma amazônico em contato com o Cerrado, o que lhe confere papel central
em estudos sobre biodiversidade.
Quando se compara o desmatamento de maio e junho no Xingu com o do bimestre anterior, o aumento
foi de 81% para toda a bacia e de 405% para unidades de conservação.

Política ambiental de Bolsonaro


É normal que o índice de destruição cresça no meio do ano, quando o clima mais seco facilita as
derrubadas, mas o tamanho do aumento foi considerado alarmante pelos autores do estudo.
Para eles, o crescimento se explica por ações do governo Jair Bolsonaro que fragilizaram o combate
a crimes ambientais e por declarações do próprio presidente que estariam encorajando atividades ilícitas,
especialmente o garimpo.
Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, têm pregado uma mudança na política
ambiental que reduza a ênfase em punições e considere o impacto econômico de atividades nocivas à
natureza.
"O que acontece hoje no Brasil, infelizmente, é o resultado de anos e anos e anos de uma política
pública da produção de leis, regras, de regulamentos que nem sempre guardam relação com o mundo
real", disse Salles numa reunião com madeireiros em Rondônia, em julho.
Há duas semanas, a BBC News Brasil publicou uma reportagem sobre o avanço do garimpo ilegal em
terras indígenas da Amazônia em 2019. Uma das áreas mais impactadas pela atividade fica na bacia do
Xingu, a Terra Indígena Kayapó.
Bolsonaro defende liberar a mineração em terras indígenas e costuma dizer que "o índio não pode
continuar sendo pobre em cima de terra rica". A medida depende de aval do Congresso.
Várias das principais associações indígenas brasileiras são contrárias à atividade, temendo seus
impactos sociais e ambientais.
Segundo os autores do Sirad X, "o garimpo tem se destacado como o principal vetor do desmatamento"
em áreas protegidas do Xingu.

Quem desmatou mais


Altamira (PA), onde fica a hidrelétrica de Belo Monte, foi o município da bacia que mais desmatou, com
18 mil hectares de floresta destruídos em maio e junho.
O Pará foi responsável por 82% do desmatamento ocorrido na bacia no bimestre, enquanto o Mato
Grosso respondeu por 18%.

134
João Fellet, BBC. Desmatamento dispara no Xingu, um dos últimos 'escudos' da Amazônia. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/02/desmatamento-dispara-no-xingu-um-dos-ultimos-escudos-da-amazonia.ghtml. Acesso em 02 de agosto de 2019.

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245
A unidade de conservação mais impactada foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu,
no Pará, palco de 38% de todo o desmatamento ocorrido na bacia em maio e junho.
Segundo o boletim, a reserva já perdeu 36% de suas florestas, o que os autores atribuem à "ausência
de zoneamento que defina as áreas destinadas à conservação" e à "falta de operações de fiscalização e
monitoramento ambiental in loco".
A BBC questionou o Ibama e o ICMBio sobre o aumento nos índices de desmatamento no Xingu e
sobre as críticas à postura do governo quanto a crimes ambientais. Não houve respostas.
Questionada em 23 de julho sobre o aumento do garimpo em terras indígenas, a Funai respondeu oito
dias depois. Em nota, o órgão diz ter apoiado 444 ações preventivas ou de fiscalização em 241 terras
indígenas entre janeiro e julho de 2019 - e que tem buscado ampliar suas parcerias com órgãos
ambientais e policiais estaduais.
"Para tal, está sendo realizado um conjunto de reuniões junto ao Ibama, à Polícia Federal, às
Secretarias Estaduais de Segurança Pública, entre outros. Tais esforços já foram realizados nos Estados
de Rondônia, Roraima, Pará e Mato Grosso", diz a Funai.

Importância para zoologia


Para Miguel Trefaut Rodrigues, professor de zoologia da USP e um dos maiores especialistas em
répteis e anfíbios do mundo, a bacia do Xingu tem uma importância central nos estudos sobre a dispersão
e diferenciação de espécies que habitam as florestas brasileiras.
Isso porque a região engloba alguns dos últimos trechos preservados onde o bioma amazônico se
encontra com o Cerrado – áreas que no passado provavelmente serviram como corredores para espécies
que se deslocavam entre a Mata Atlântica e a Amazônia, tornando-as ambientes megadiversos.
Trefaut diz que entender como se deu esse deslocamento é um dos maiores desafios da zoologia
moderna - mas que os estudos, ainda incipientes, dependem da preservação da mata.
"Derrubar essa área vai acabar com os resquícios e evidências de contato (entre a Amazônia e a Mata
Atlântica) que houve no passado", ele afirma à BBC.
O zoólogo diz ainda que, quando um trecho da floresta é desmatado, há um impacto irreversível para
a fauna daquele ponto, pois a grande maioria das espécies não tolera as temperaturas mais altas de
ambientes sem cobertura vegetal.
"A fauna vai embora: desaparecem todos os roedores, lagartos, sapos, cobras e a maior parte das
aves. Um ou dois bichinhos podem tolerar ambientes abertos, mas a maior parte dos bichos amazônicos
some para sempre."

Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a
série histórica135

Índice é medido desde 1970. A partir desta segunda (29/07), humanidade entrará 'no vermelho' no uso
de recursos naturais, ou seja, usará mais do que a Terra consegue repor.
O Planeta Terra atinge nesta segunda-feira (29/07) o ponto máximo de uso de recursos naturais que
poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três
dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água, mineração,
extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros
pontos) entrarão em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.
A estimativa é da Global Footprint Network, organização internacional pioneira em calcular a pegada
ecológica, que contabiliza o quanto de recurso natural é usado para as necessidades de um indivíduo ou
população.
De acordo com a organização, 60% da pegada ecológica da humanidade é causada pela emissão de
carbono.
"Sublinhar que não podemos usar 1,75 Terras por muito tempo quando só temos uma é simplesmente
reconhecer o contexto da existência humana", disse Mathis Wackernagel, coinventor da Pegada
Ecológica e fundador da Global Footprint Network.
O planeta entrou em déficit de recursos naturais em 1970. Desde então, a humanidade tem consumido
mais do que o planeta consegue se regenerar. Nos últimos 20 anos, a data-limite tem chegado mais cedo.

135135
G1. Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a série histórica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-
historica.ghtml. Acesso em 29 de julho de 2019.

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246
"Os custos este excesso estão se tornando cada vez mais evidentes em todo o mundo, sob a forma
de desflorestação, erosão dos solos, perda de biodiversidade e acumulação de dióxido de carbono na
atmosfera, levando a alterações climáticas e a secas, incêndios e furacões cada vez mais graves", diz a
organização.

Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100136

Segundo o consórcio FishMIP, se as emissões de gases estufa seguirem o ritmo atual, diferentes
espécies de peixes, invertebrados e mamíferos serão extintas.
Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até
2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual - adverte uma avaliação internacional inédita
publicada na terça-feira (11/06) na revista americana PNAS.
A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a
pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.
Agrupados no consórcio "FishMIP" (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project),
35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global
nos recursos pesqueiros.
Se as emissões de gases causadores do efeito estufa mantiverem sua trajetória atual, a biomassa
global de animais será reduzida em 17% até 2100, em relação à média dos anos 1990-99, apontam os
cientistas.
Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta
o estudo.
"Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao
aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária", diz a pesquisa.
Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa
animal.

Futuro dos ecossistemas


Em 2015, em Paris, vários países se comprometeram a manter a temperatura abaixo de 2°C, em
relação à era pré-industrial. Em 2018, porém, as emissões e concentrações de gases causadores do
efeito estufa alcançaram um novo recorde mundial, antecipando um cenário futuro de +4°C.
Segundo o estudo, o impacto na fauna marinha será maior nas zonas temperadas e tropicais, onde os
homens dependem mais desses recursos, já muito debilitados.
Em muitas regiões polares, contudo, a biomassa marinha poderá aumentar, especialmente na
Antártica, onde haveria "até novas oportunidades de exploração", dizem os cientistas.
"O futuro dos ecossistemas marinhos dependerá em grande parte da mudança climática", resume
Yunne-Jai Shin, biólogo do Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD).
"Por isso, as medidas de preservação da biodiversidade e de gestão da pesca têm que ser
reconsideradas", frisou.

Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU137

Estudo envolveu 145 cientistas de 50 países e revisou mais de 15 mil pesquisas.


Um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da
Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema
(IPBES). A plataforma da Organização das Nações Unidas (ONU) contou com 145 cientistas de 50 países,
no que é o considerado o relatório mais extenso sobre perdas do meio ambiente.
O estudo, divulgado nesta segunda-feira (06/05), foi feito com base na revisão de mais de 15 mil
pesquisas científicas e fontes governamentais. Os cientistas destacam cinco principais causas de
mudanças de grande impacto na natureza nas últimas décadas:
- perda da habitat natural
- exploração das fontes naturais
- mudanças climáticas
- poluição
- espécies invasoras
136
France Presse. Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/06/13/pesquisa-estima-que-17percent-dos-animais-marinhos-podem-desaparecer-ate-2100.ghtml. Acesso em 13 de
junho de 2019.
137
G1. Um milhão de espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção, aponta ONU. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/05/06/um-
milhao-de-especies-de-plantas-e-animais-estao-ameacadas-de-extincao-segundo-relatorio-da-onu.ghtml. Acesso em 06 de maio de 2019

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247
Desde 1900, a média de espécies nativas na maioria dos principais habitats terrestres caiu em pelo
menos 20%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos
os mamíferos marinhos estão ameaçados. Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à
extinção desde o século 16.
“Ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais e raças de plantas e animais
domesticados estão diminuindo, deteriorando-se ou desaparecendo. A rede essencial e interconectada
da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada ”, disse o Prof. Settele.
“Esta perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar
humano em todas as regiões do mundo ”, disse o Prof. Settele, um dos participantes o estudo.
O relatório diz ainda que desde 1980 as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento
das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC.
Ainda de acordo com os cientistas, a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental,
mas também uma questão de desenvolvimento, econômica, de segurança, social e moral.
Segundo o relatório, as atuais tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima,
oceanos e terra.
Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente
alterados por ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas
mantidas ou gerenciadas por povos indígenas e comunidades locais.
Além disso, um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de
animais para alimentação. O valor da produção agrícola aumentou cerca de 300% desde 1970, a
derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos
renováveis e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.

Veja outros pontos destacados pelo relatório:


- A degradação da terra reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre global, até US$ 577
bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores
- Entre 100-300 milhões de pessoas estão em risco aumentado de enchentes e furacões devido à
perda de habitats e proteção da costa
- Em 2015, 33% da vida marinha estava sendo pescada em níveis insustentáveis
- Áreas urbanas dobraram desde 1992
- A poluição plástica aumentou dez vezes desde 1980. De 300 a 400 milhões de toneladas de metais
pesados, solventes, lamas tóxicas e outros resíduos de instalações industriais são despejados
anualmente nas águas do mundo
- Fertilizantes que entram nos ecossistemas costeiros produziram mais de 400 "zonas mortas"
oceânicas, totalizando mais de 245.000 km² - uma área combinada maior que a do Reino Unido

Ainda dá tempo
Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos
devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.
Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de
plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem as espécies nativas. Outras
sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.
Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de
áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.

Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta138

Iniciativa busca reflexão sobre o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas.
A Torre Eiffel parisiense, a Acrópole de Atenas, o Kremlin em Moscou e a Ópera de Sydney apagaram
suas luzes durante uma hora neste sábado, na chamada Hora do Planeta, para aumentar a
conscientização sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade. Para a 13ª edição da
Hora do Planeta, organizada pela ONG WWF, milhões de pessoas em 180 países vão apagar suas luzes
para refletir o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas e seu papel fundamental na
natureza. "Somos a primeira geração a ter consciência que estamos destruindo o mundo. E podemos ser

138
AFP. Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta. Correio do Povo. https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/mundo/mundo-apaga-suas-luzes-pela-
hora-do-planeta-1.329913. Acesso em 01 de abril de 2019

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248
os últimos capazes de fazer algo a respeito", diz a chamada da WWF. "Nós temos as soluções, só
precisamos que nossas vozes sejam ouvidas".
O presidente da WWF-Austrália, Dermot O'Gorman, disse à AFP que "a Hora do Planeta continua a
ser o maior movimento de base no mundo para que as pessoas adotem medidas contra as mudanças
climáticas". "Trata-se de incitar os indivíduos a realizar ações pessoais e, desta forma, se unir a centenas
de milhões de pessoas em todo o mundo para demonstrar que não precisamos apenas de ações urgentes
em relação às mudanças climáticas, mas também devemos proteger nosso planeta", acrescentou.
Dezenas de empresas em todo o mundo se comprometeram a aderir a essa iniciativa de desligar as
luzes por uma hora. Inúmeros monumentos e edifícios emblemáticos vão permanecer às escuras entre
20h30 e 21h30min, como a Torre de Xangai, o Porto Victoria de Hong Kong, a Torre Burj Khalifa de Dubai,
as pirâmides do Egito, a basílica de São Pedro de Roma, o Big Ben de Londres, o Corcovado do Rio de
Janeiro e a sede da ONU em Nova Iorque.
No ano passado, quase 7 mil cidades em 187 países apagaram as luzes de seus edifícios
emblemáticos, segundo WWF. Este ano, o apelo ocorre após a divulgação de relatórios globais com
advertências urgentes sobre o estado do habitat natural e das espécies na Terra. De acordo com o último
relatório "Planeta Vivo" publicado pela WWF em 2018, entre 1970 e 2014, o número de espécimes de
vertebrados - peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis -, caiu 60% em todo o mundo.
Um declínio que atingiu 89% nos trópicos, na América do Sul e Central. Enquanto esta ação, realizada
em várias cidades ao redor do mundo, é um gesto simbólico, a Hora do Planeta liderou campanhas bem-
sucedidas na última década para proibir, por exemplo, os plásticos nas Ilhas Galápagos e plantar 17
milhões de árvores no Cazaquistão.

Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo139

Relatório da ONU aponta que poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Falta de
acesso à água potável é responsável por 1,4 milhão de mortes nesse mesmo período.
Um quarto das mortes prematuras e das doenças que proliferam atualmente no mundo estão
relacionadas à poluição e a outros danos ao meio ambiente provocados pelo homem. O alerta é feito pela
ONU em um relatório sobre o estado do planeta, divulgado nesta quarta-feira (13/03) em Nairóbi, capital
do Quênia.
O relatório, chamado de GEO (Global Environement Outlook), é resultado do trabalho de 250 cientistas
de 70 países, durante seis anos. O documento utiliza uma base de dados gigantesca para calcular o
impacto da poluição sobre centenas de doenças, além de listar uma série de emergências sanitárias no
mundo.
Segundo o GEO, a poluição atmosférica, os produtos químicos que contaminam a água potável e a
destruição acelerada dos ecossistemas vitais para bilhões de pessoas estão provocando uma espécie de
epidemia mundial.
As condições ambientais "medíocres" são responsáveis por cerca de 25% das mortes prematuras e
doenças no planeta. A poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Já a falta de acesso
à água potável mata 1,4 milhão de pessoas a cada ano devido a doenças que poderiam ser evitadas,
como diarreias.
O relatório também indica que produtos químicos despejados no mar provocam efeitos negativos na
saúde de várias gerações. Além disso, 3,2 bilhões de pessoas vivem em terras destruídas pela agricultura
intensiva ou pelo desmatamento.
Já a utilização desenfreada de antibióticos na produção alimentar pode resultar no surgimento de
bactérias ultrarresistentes, que poderiam se tornar a primeira causa de mortes prematuras até a metade
do século.

Desigualdades entre Norte e Sul


O documento também revela outros problemas provocados pelas imensas desigualdades entre os
países ricos e pobres. O consumo excessivo, a poluição e o desperdício alimentar no Hemisfério Norte
resultam em fome, pobreza e doenças para o Sul.
"Ações urgentes e de uma amplitude sem precedentes são necessárias para pausar e inverter essa
situação", indica a conclusão do relatório. Para os autores do documento, sem uma reorganização da
economia mundial em direção a uma economia sustentável, até mesmo o conceito de crescimento
mundial pode ser questionado, diante da alta quantidade de mortes e custos dos tratamentos.

139
RFI. Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/13/poluicao-e-responsavel-
por-1-a-cada-4-mortes-prematuras-no-mundo.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


249
"A principal mensagem é que se você tem um planeta saudável, isso vai ter impacto positivo não
apenas no crescimento mundial, mas na vida dos pobres, que dependem do ar puro e da água limpa",
afirma Joyeeta Gupta, vice-presidente do GEO.

Apelo pela redução de CO2


O relatório aponta, no entanto, que a situação não é irremediável e pede, sobretudo, a redução das
emissões de CO2 e do uso de pesticidas. É o que prevê o Acordo de Paris de 2015, que aspira limitar o
aquecimento global a +2 ºC até 2100, e se possível a +1,5 ºC, na comparação com a era pré-industrial.
No entanto, os cientistas lembram que não existe nenhum acordo internacional equivalente sobre o
meio ambiente e os impactos sobre a saúde da poluição, do desmatamento e de uma cadeia alimentar
industrializada são menos conhecidos.
Segundo eles, o desperdício de alimentos também precisa ser reduzido: o mundo joga no lixo um terço
da comida produzida (56% nos países mais ricos).
"Em 2050, teremos que alimentar 10 bilhões de pessoas, mas isto não quer dizer que devemos dobrar
a produção", insistiu Gupta, defendendo, por exemplo, a redução do gado. "Mas isto levaria a uma
mudança do modo de vida", reconheceu.

Aquecimento global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica140

O mundo está no meio do que pode ser a década mais quente já registrada, de acordo com um estudo
do Met Office — o serviço meteorológico do governo britânico.
O serviço, cujos registros remontam a 1850, projeta que as temperaturas nos próximos cinco anos
estarão até 1°C mais altas do que aquelas observadas no período pré-revolução industrial.
Há também uma pequena chance de que um destes anos registre temperaturas até 1,5°C maiores.
Este patamar é visto como um limite crítico para o aquecimento global.
Se os dados realmente corresponderem às projeções do Met Office, o período de 2014 até 2023 será
a década mais quente nos 150 anos de dados da agência.

Como as projeções do Met Office podem impactar o Acordo de Paris?


Segundo o Met Office, o ano de 2015 foi o primeiro no qual a temperatura média global da superfície
da Terra atingiu 1°C acima dos níveis pré-revolução industrial — geralmente, este nível é calculado
levando em conta as temperaturas entre os anos de 1850 e 1900.
Em todos os anos desde 2015, a temperatura média global ficou próxima ou ligeiramente acima desta
marca de 1°C a mais. Agora, o Met Office afirma que esta tendência deve se manter ou até se fortalecer
nos próximos cinco anos.
"Acabamos de fazer as previsões deste ano e elas vão até 2023 e o que sugerem é um rápido
aquecimento global", disse o professor Adam Scaife, chefe de previsão de longo prazo do Met Office.
"Olhando individualmente para cada ano nessa previsão, podemos ver agora, pela primeira vez, que
há o risco de uma superação temporária, e repito, temporária, do limiar de 1,5°C estabelecido no acordo
climático de Paris."
Em outubro passado, cientistas da ONU publicaram um relatório sobre os impactos de longo prazo de
um aumento de temperatura de 1,5°C.
Eles concluíram que seria necessário um grande esforço de corte de carbono para impedir que o
mundo ultrapassasse esse limite até 2030. Agora, a análise do Met Office diz que há 10% de chance de
isso acontecer nos próximos cinco anos.
"É a primeira vez que as previsões mostram um risco significativo de superação - que é apenas
temporária. Estamos falando de anos individuais variando acima do nível de 1,5 grau", disse o professor
Scaife.
"Mas o fato de que isso possa acontecer nos próximos anos devido a uma combinação de aquecimento
geral e flutuações devido a eventos como os do El Niño significa que estamos chegando perto desse
limiar".

Quão confiante está o Met Office sobre sua previsão?


O serviço diz que tem um patamar de confiança de 90% nas previsões para os próximos anos.

140
BBC. Aquecimento Global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/02/07/aquecimento-global-decada-pode-ser-a-mais-quente-da-historia-diz-agencia-britanica.ghtml. Acesso em 07 de
fevereiro de 2019.

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250
Segundo o Met Office, de 2019 a 2023, veremos temperaturas variando de 1,03°C a 1,57°C acima do
nível de 1850-1900, com aumento do aquecimento em grande parte do globo, especialmente em áreas
como o Ártico.
A equipe de pesquisadores diz que está bastante segura de suas previsões por causa de experiências
passadas. Sua previsão anterior, feita em 2013, já havia mencionado a rápida taxa de aquecimento que
foi observada nos últimos cinco anos. Previu também alguns dos detalhes menos conhecidos, como a
mancha de resfriamento observada no Atlântico Norte e os pontos mais frios do Oceano Antártico.
Se as observações do Met Office para os próximos cinco anos corresponderem às expectativas, a
década entre 2014 e 2023 será a mais quente em mais de 150 anos de registros.

E o que disseram outras agências climáticas?


A previsão do Met Office vem ao mesmo tempo que várias agências publicam suas análises sobre as
temperaturas observadas em 2018, mostrando que o ano foi o quarto mais quente desde que os registros
começaram.
Dados divulgados nesta quarta pela Nasa e pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional
(Noaa, na sigla em inglês), instituição governamental dos Estados Unidos, ressaltam esse panorama e
informam que 2015, 2016 e 2017 foram os outros três anos mais quentes.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) publicou uma análise de cinco grandes conjuntos de
dados internacionais, mostrando que os 20 anos mais quentes já documentos aconteceram nos últimos
22 anos.
"As temperaturas são apenas parte da história. O clima extremo e de alto impacto afetou muitos países
e milhões de pessoas, com repercussões devastadoras para economias e ecossistemas em 2018", disse
o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
"Muitos dos eventos climáticos extremos são consistentes com o que esperamos de um clima em
transformação. Essa é uma realidade que precisamos encarar. A redução de emissões de gases do efeito
estufa e as medidas de adaptação ao clima devem ser uma prioridade global", afirmou.
Outros pesquisadores da área disseram que a nova previsão para os próximos cinco anos está
alinhada com as expectativas, dado o nível recorde de CO2 bombeado para a atmosfera em 2018.
"A previsão do Met Office, infelizmente, não é uma surpresa", disse Anna Jones, química do British
Antarctic Survey, órgão responsável pelos interesses do Reino Unido na Antártica.
"Temperaturas médias em todo o mundo estão em um recorde de alta, e tem sido assim por vários
anos. Elas são impulsionadas predominantemente pelo aumento das concentrações de gases do efeito
estufa, como o dióxido de carbono, que resultam do nosso uso contínuo de combustíveis fósseis", disse.
"Até reduzirmos as emissões de gases do efeito estufa, podemos esperar tendências de alta nas
temperaturas médias globais".

Brumadinho: O que se sabe sobre o rompimento de barragem que matou ao menos 60


pessoas em MG141

Até a noite de domingo, 60 corpos foram resgatados da região atingida pelo rompimento
da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, município na zona metropolitana de
Belo Horizonte.
Entre as 60 mortes confirmadas até o momento, 19 corpos foram identificados, de acordo com a Defesa
Civil de Minas Gerais. Pelo menos 292 pessoas continuam desaparecidas.
Desde sexta, 192 pessoas foram localizadas e resgatadas pelos bombeiros.
Em coletiva de imprensa na noite de domingo, o porta-voz da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-
coronel Flávio Godinho, disse que um ônibus foi localizado próximo à área administrativa da Vale e que
haveria mais corpos dentro dele. Dessa forma, o trabalho do Corpo de Bombeiros continuará noite adentro
e o número de vítimas deve subir.
As buscas haviam sido interrompidas na madrugada de domingo, quando técnicos da mineradora
informaram que havia "risco iminente de rompimento" da barragem B6, e foram retomadas por volta de
15 horas.
Ainda de acordo com o tenente-coronel, boa parte do material da represa, que acumulava entre 3
milhões e 4 milhões de metros cúbicos de água, já foi drenado e a estrutura não corre mais risco de
rompimento. Restariam apenas 140 mil metros cúbicos de água, que serão drenados nos próximos 10 a
15 dias.

141
BBC. Brumadinho: O que se sabe sobre o rompimento de barragem que matou ao menos 60 pessoas em MG. BBC Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-
47002609. Acesso em 28 de janeiro de 2019.

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251
Cerca de 3 mil pessoas chegaram a ser acionadas pelas autoridades para que deixassem suas casas,
que estariam em áreas de risco, segundo o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros. A
Defesa Civil já as liberou, contudo, para que elas voltassem para suas casas.
O juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Renan Chaves Carreira Machado, a pedido da
Advocacia Geral do Estado (AGE), determinou ainda na sexta-feira o bloqueio de R$ 1 bilhão das contas
da Vale.
A medida, proposta pelo Estado de Minas Gerais e decidida pela Justiça em caráter liminar, buscava
oferecer "imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências (...) e na redução do prejuízo
ambiental". A decisão determina, ainda, que a empresa apresente, em até 48 horas, "um relatório sobre
as ações de amparo às vítimas, adote medidas para evitar a contaminação de nascentes hidrográficas,
faça um planejamento de recomposição da área afetada e elabore, de imediato, um plano de controle
contra a proliferação de pragas e vetores de doenças diversas".
Desde então, outras duas liminares foram concedidas pela Justiça de Minas Gerais para que outros
R$ 10 bilhões da mineradora fossem bloqueados para mitigar os dados ambientais e prestar auxílio às
vítimas.

Ajuda externa
Ainda neste domingo, chega a Minas Gerais uma equipe de 136 soldados do Exército israelense,
especializada em operações de resgate em situações extremas, para auxiliar na busca por sobreviventes.
A informação, antecipada no sábado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi confirmada pelo governo de
Minas Gerais.
Na segunda-feira, a equipe fará um reconhecimento da área e iniciará em seguida os trabalhos. Além
de especialistas em salvamento, a equipe israelense conta com cães farejadores e 16 toneladas de
equipamentos, incluindo radares terrestres.

Bloqueio de bens da Vale


Até a tarde de domingo, a Justiça havia determinado o bloqueio de um total de R$ 11 bilhões da
mineradora Vale. Foram três decisões diferentes: uma ainda na noite do rompimento da barragem, no
valor de R$ 1 bilhão, e outras duas no valor de R$ 5 bilhões, em liminares deferidas pela juíza Perla Saliba
Brito.
Os recursos deverão ser usados para reparação dos danos ambientais e auxílio às vítimas.
A Vale foi multada pelo Ibama em R$ 250 milhões devido aos danos ao meio ambiente causados pelo
rompimento das barragens da mina do córrego do Feijão. Foram cinco infrações no valor de R$ 50 milhões
cada, o máximo previsto na Lei de Crimes Ambientais. A empresa também foi multada pela Secretaria
Estadual do Meio Ambiente em R$ 99 milhões, pelos danos causados. O valor seria usado para reparos
na região.
Em entrevista coletiva, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, afirmou que funcionários da empresa
compõem a maioria dos atingidos pelo rompimento da barragem.
Em nota divulgada logo após o rompimento, a mineradora informou que os rejeitos liberados pela
barragem atingiram a área administrativa da empresa no local, conhecido como Mina Córrego do Feijão.
A lama também atingiu parte da comunidade da Vila Ferteco, nas proximidades. Ambos ficam a 18 km do
centro de Brumadinho.
"O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e
Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente", disse a empresa.
"A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para
Barragens. A prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e
integrantes da comunidade", continuou o comunicado.
À BBC News Brasil o secretário adjunto de Saúde de Brumadinho, Geraldo Rodrigues do Carmo, disse
que funcionários da mineradora relataram ter visto a lama atingir a portaria e o refeitório da empresa no
horário do almoço. Ainda acordo com Carmo, além de concentrar a administração da Vale, a Vila Ferteco
abrigaria casas e sítios, mas não seria muito populosa.

Resposta do governo
Na manhã deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pelo rompimento da
barragem.
Bolsonaro não chegou a pousar na região e, portanto, não deu declarações no local. Ele já está de
volta a Brasília. Pelo Twitter, o presidente disse que é "difícil ficar diante de todo esse cenário e não se
emocionar" e acrescentou que o governo fará o que estiver ao seu alcance para atender as vítimas,
minimizar danos, apurar os fatos e prevenir novas tragédias, citando o desastre de Mariana, há três anos.

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252
Horas depois, na noite de sábado, o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional),
general Augusto Heleno, disse que o governo pretende realizar vistorias em todas as barragens do país
que "ofereçam maior risco". Heleno falou à imprensa depois de participar de uma reunião do gabinete de
crise criado por Bolsonaro para monitorar as consequências da tragédia.
"É importante e urgente que aquelas barragens, no Brasil inteiro, que ofereçam maior risco sejam
submetidas a uma nova vistoria, para que nós possamos nos antecipar, na medida do possível, a novos
desastres", declarou.
O ministro também afirmou que há a intenção de mudar o protocolo de licenciamento de barragens.
Ainda de acordo com o general, o governo deve oferecer ajuda financeira para as vítimas do desastre,
como adiatamentos de benefícios, mas ele disse que os valores ainda não estão definidos.
A ajuda, acrescentou o ministro, também deve vir de Israel, que enviará um avião com equipes e
equipamentos para reforçar as buscas.

A barragem
No cadastro nacional da Agência Nacional de Mineração, a barragem do Córrego do Feijão é
classificada como uma estrutura de pequeno porte com baixo risco e alto dano potencial.
A lei 12.334/10 explica que o risco é calculado "em função das características técnicas, do estado de
conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de Segurança da Barragem". Já o dano
potencial se refere ao "potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes da ruptura da barragem".
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informa que o
empreendimento e a barragem em Brumadinho estão devidamente licenciados.
Em dezembro de 2018, a Vale obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na
barragem e encerramento de atividades.
"A barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme
laudo elaborado em agosto de 2018. As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo
governo de Minas."
Em nota, a Vale afirmou que a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida
pela mineradora em 2001). Segundo a empresa, os rejeitos dispostos ocupavam um volume de 11,7
milhões de metros cúbicos.
A Vale disse ainda que a barragem possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela
empresa TUV SUD do Brasil em junho e setembro de 2018.
"A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da
referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança
física e hidráulica da barragem."
Segundo a companhia, a barragem passava por inspeções de campo quinzenais. "Todas estas
inspeções não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura."

Aquecimento dos oceanos bateu recorde em 2018, dizem cientistas142


Em estudo publicado nesta quarta (16/01), pesquisadores chineses e americanos afirmam que as
águas do planeta atingiram as temperaturas mais altas nos últimos 60 anos.
Pesquisadores chineses e americanos constataram que a temperatura dos oceanos em 2018 foi a
mais quente já registrada nos últimos 60 anos. O estudo, com base nos dados mais recentes do Instituto
de Física Atmosférica, na China, foi publicado nesta quarta (16/01) na revista científica "Advances in
Atmospheric Sciences".
A conclusão está de acordo com a tendência de aquecimento dos oceanos registrada nos últimos cinco
anos — que já eram os cinco mais quentes desde a década de 1950, dizem os cientistas. O aumento na
temperatura oceânica acontece desde então e se acelerou a partir da década de 1990.
“A tendência de longo prazo de aquecimento do oceano é uma grande preocupação tanto para a
comunidade científica quanto para o público em geral. As temperaturas mais altas causam a expansão
térmica da água e um aumento do nível do mar — o que expõe a água doce costeira à intrusão de água
salgada e torna comunidades mais suscetíveis ao aparecimento de tempestades”, dizem os
pesquisadores no estudo.

142
Lara Pinheiro. Aquecimento dos oceanos bateu recorde em 2018, dizem cientistas. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/01/16/aquecimento-dos-oceanos-
bateu-recorde-em-2018-dizem-cientistas.ghtml. Acesso em 17 de janeiro de 2018.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


253
Além do Instituto de Física Atmosférica, ligado à Academia de Ciências da China, a pesquisa envolveu
especialistas do Ministério de Recursos Naturais e da Universidade Hohai, também no país asiático, e do
Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica e da Universidade St. Thomas, nos Estados Unidos.
O aquecimento visto nos oceanos em 2018 resultou em um aumento médio de 1,4 mm no nível do mar
ao redor do globo em comparação à média de nível registrada em 2017. Os padrões associados ao nível
do mar atual devem continuar no futuro, segundo a pesquisa.
O aumento de calor no oceano também eleva as temperaturas e a umidade do ar — o que, por sua
vez, intensifica as tempestades e as chuvas fortes. Em 2018, foram registradas várias tempestades
tropicais no mundo, como os furacões Florence e Michael e os tufões Jebi, Maria, Mangkhut e Trami.
Entre outras consequências listadas pelos cientistas como decorrentes do aquecimento dos oceanos,
estão a diminuição no nível de oxigênio presente neles, o branqueamento e a morte de corais e o
derretimento de geleiras. Há também efeitos indiretos, como a intensidade de secas, ondas de calor, e
risco de incêndios.
“O aquecimento global é consequência do aprisionamento de gases de efeito estufa — que mantêm a
radiação do calor dentro do sistema terrestre. Devido à longevidade do dióxido de carbono e outros gases
desse tipo, mitigar as mudanças e os riscos de consequências socioeconômicas causadas pelo
aquecimento global e dos oceanos depende de adotar medidas para reduzir imediatamente as emissões
de gases estufa”, concluem os pesquisadores.

Salles diz que Brasil permanece no Acordo de Paris143

Ministro do Meio Ambiente afirma que pacto pode trazer recursos e que Bolsonaro concordou com a
posição.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Brasil continuará no Acordo de Paris e
que o presidente Jair Bolsonaro concordou com a posição. Ele argumentou que há pontos importantes
no acordo, que podem trazer recursos para o país, e que o problema está na internalização de princípios
para a legislação nacional. O acordo estabelece metas de para redução da emissão de gases que causam
o efeito estufa.

Questões

01. (Prefeitura de Aracaú/CE – Auxiliar Administrativo – CETREDE – 2019) Este termo surgiu a
partir de estudos das Organizações das nações unidas sobre as mudanças climáticas, também conhecida
como Comissão de Brundtland e foi firmado na Agenda 21, na Conferência “Rio 92”. Sendo descrito como
conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de
um sistema de consumo em massa no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-
prima é máxima, com isso sendo capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Esse é o conceito de:
(A) Créditos de Carbono.
(B) Desenvolvimento sustentável.
(C) Selos verdes.
(D) Certificação Ambiental.
(E) Capitalismo verde.

02. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Analise:


Os representantes de mais de 150 países que se reuniram na Conferência das Partes da Convenção
do Clima das Nações Unidas (COP24), na Polônia, definiram executar uma série de regras que permitem
a implementação do Acordo de Paris. A decisão foi unânime.
(Adaptado de: Agência Brasil. Disponível em: https://bit.ly/2ExWSIv)
A maior parte das regras a serem executadas tem relação com
(A) as políticas internacionais que criminalizam ações nefastas ao meio ambiente.
(B) a redução da emissão de gases do efeito estufa para controle do aquecimento global.
(C) o perdão aos países pobres que exaurem o meio ambiente como forma de sobrevivência.
(D) a extinção do comércio mundial de carbono, considerado prejudicial aos países pobres.
(E) a criação de novos mecanismos que efetivem as políticas de desenvolvimento sustentável.

143
Cleide Carvalho. Salles diz que Brasil permanece no Acordo de Paris. https://oglobo.globo.com/brasil/salles-diz-que-brasil-permanece-no-acordo-de-paris-
23371858. Acesso em 15 de janeiro de 2019.

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254
03. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) A série com dados oficiais de desmatamento da
Amazônia dos últimos três anos, compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostra
que os alertas preliminares de áreas com sinais de devastação na floresta vêm sendo confirmados ano a
ano.
(Adaptado de: https://glo.bo/2Z5KAAY)
A respeito do desmatamento da Amazônia considere as seguintes afirmações.
I. Vários estudos já mostram que uma das causas do aumento do desmatamento é a redução da
fiscalização.
II. Em vários locais da região observam-se queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado
ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja).
III. Embora expressivas, as áreas amazônicas desmatadas têm menor extensão do que as áreas em
desmatamento no cerrado e na caatinga.
Está correto o que consta APENAS em
(A) II e III
(B) I e III
(C) II
(D) I e II
(E) III

04. (Prefeitura de Várzea/PB – Técnico em Enfermagem – EDUCA/2019) A Amazônia brasileira é


a maior floresta tropical do planeta. Ela ocupa cerca de 50% do território brasileiro. Na região habitam
mais de 25 milhões de pessoas e a sua economia está baseada em grande parte na exploração de
recursos naturais e minerais e do agronegócio, que já levou ao desmatamento de cerca de 20% de sua
cobertura florestal original.
A verdadeira vocação econômica da Amazônia está ancorada no (a):
(A) Manejo Sustentável da Cafeicultura.
(B) Manejo Sustentável das Florestas.
(C) Manejo Sustentável do Algodão.
(D) Manejo Sustentável das Videiras.
(E) Manejo Sustentável das Laranjais.

05. (TRF-5ª Região – Analista Judiciário – FCC) Desenvolvimento Sustentável


(A) envolve iniciativas que concebem o meio ambiente de modo articulado com as questões sociais,
tais como: saúde, habitação e educação, e que estimulem uma visão acrítica da população acerca das
questões ambientais.
(B) e crescimento econômico são sinônimos, significando atividades de incentivo ao desenvolvimento
do país, seguindo modelos de avanço tecnológico e científico.
(C) significa crescimento da economia, demonstrado pelo aumento anual do Produto Nacional Bruto
(PNB) combinado com melhorias tecnológicas e ganhos sociais relevantes.
(D) pode ser alcançado somente através de políticas e diretrizes governamentais de estímulo à
redução do crescimento populacional do país, tendo em vista que a dinâmica demográfica exerce forte
impacto sobre o meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular.
(E) significa crescimento econômico com utilização dos recursos naturais, porém com respeito ao meio
ambiente, à preservação das espécies e à dignidade humana, de modo a garantir a satisfação das
necessidades das presentes e futuras gerações.

Gabarito

01.B / 02.B / 03.D / 04.B / 05.E

Comentários

01. Resposta: B
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

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02. Resposta: B
Ficou estabelecido que até o final do ano de 2024 um relatório deve ser entregue em que são
apresentadas as medidas tomadas (aprovada nessa reunião) por todas as nações para a redução das
emissões dos gases do efeito estufa.

03. Resposta: D
A terceira afirmação traz o cerrado e a caatinga como áreas de maior desmatamento em relação às
amazônicas. A afirmação está incorrera pela inclusão da caatinga. Além disso, as duas primeiras
afirmações mostram o entendimento de especialistas que afirmam que a falta de fiscalização e punição
está levando ao crescimento do desmatamento na região amazônica.

04. Resposta: B
O manejo florestal sustentável, é um modelo que permite a exploração racional com técnicas de
mínimo impacto ambiental sobre os elementos da natureza. Uma floresta manejada continuará
oferecendo suas riquezas para as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos
renováveis.

05. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
(http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/

Educação

Conselho Nacional de Educação aprova juntar anos letivos de 2020 e 2021 e ensino remoto até
fim do ano que vem144

Ministério da Educação precisa aprovar o texto, que inclui possibilidades de que estados e municípios
juntem os anos letivos de 2020 e 2021 e que estudantes do 3º ano do ensino médio tenham ano letivo
'suplementar'.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta terça-feira (06/10) a validade do ensino
remoto até dezembro de 2021, após os 6 meses de suspensão das aulas presenciais pela pandemia do
coronavírus, e a junção dos anos letivos de 2020 e 2021.
As diretrizes valem para todas as redes do país, desde a educação básica até o ensino superior, sejam
elas públicas, privadas ou comunitárias. No entanto, elas não são obrigatórias. O texto ainda deverá ser
homologado pelo Ministério da Educação (MEC) e, depois, as redes poderão aderir ou não à proposta.
O conselho é responsável por assessorar o MEC nas políticas educacionais federais.
O texto aprovado também torna possível:
- que estados e municípios optem pela fusão dos anos letivos de 2020 e 2021 por meio da adoção de
um continuum curricular de dois anos, na educação básica
- um ano letivo "suplementar" para estudantes do 3º ano do ensino médio

Avaliação
O documento flexibiliza a aprovação escolar ao permitir a "redefinição de critérios de avaliação" para
a "promoção" do estudante.
Recomenda também uma "especial atenção" à aprovação de estudantes dos anos finais do ensino
fundamental (5° ao 9º ano). Essa etapa de ensino registra alto índice de reprovação e abandono escolar.
O texto também destaca a possibilidade de um "continuum" curricular entre 2020 e 2021 para "evitar
o aumento da reprovação do final do ano letivo de 2020" - ou seja, os dois anos letivos viram um só.
O texto fala no "reordenamento curricular do que restar do ano letivo de 2020 e o do ano letivo seguinte,
pode ser reprogramado, aumentando-se os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para

144
Elida Oliveira. Conselho Nacional de Educação aprova juntar anos letivos de 2020 e 2021 e ensino remoto até fim do ano que vemG1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/10/06/cne-aprova-ensino-remoto-ate-dezembro-de-2021-e-fusao-de-anos-letivos.ghtml. Acesso em 07 de outubro de
2020.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


256
cumprir, de modo contínuo, os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento previstos no ano letivo
anterior".
A educação infantil está dispensada da "obrigatoriedade de observância do mínimo de dias de trabalho
educacional e do cumprimento da carga horaria mínima anual previstos" e no "Ensino Fundamental e no
Ensino Médio, da obrigatoriedade de observância do mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, desde
que cumprida a carga horária mínima anual", afirma o documento.

Ciclo único em São Paulo


Em São Paulo, o secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, anunciou nesta terça-feira
(06/10) que a rede estadual deverá adotar um ciclo único para o ano letivo de 2020 e 2021.
O secretário afirmou que a proposta será aplicada para os alunos que forem aprovados este ano. A
ideia é fazer a unificação em oito bimestres para diluir o ensino e ter a possibilidade de quem não
aprendeu conseguir recuperar.

Ensino remoto
Quando questionado sobre o papel do MEC durante a pandemia e as limitações para boa parte dos
estudantes em ter acesso ao ensino remoto, o ministro afirmou em entrevista recente ao jornal "O Estado
de S.Paulo" que as desigualdades foram apenas evidenciadas nesse período do coronavírus, mas não
foram criadas agora.
"Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por
meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais."
Os casos de alunos que não têm internet, computador ou celular em casa para acompanhar aulas on-
line devem ser resolvidos pelos estados e municípios, segundo Ribeiro. Nessa mesma entrevista,
o ministro disse que gays vinham de 'famílias desajustadas'.
Em outra entrevista, Ribeiro admitiu que o apoio do governo aos estudantes de baixa renda se
conectarem à internet durante a pandemia chegou tarde. "A gente demorou um pouquinho mais do
que aparentemente seria o razoável”, afirmou ele, em meados de agosto.

Entidades reagem à saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação145

Ministro permaneceu 14 meses e deixará MEC após sequência de crises com outras instituições;
entidades de Educação comentaram a gestão de Weintraub.

Entidades do setor reagiram ao anúncio da saída do ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta
quinta-feira (18). Ele deixa o cargo depois de uma série de desgastes e polêmicas à frente do ministério.
O nome do substituto não foi informado.
O movimento Todos Pela Educação disse em nota após o anúncio da saída de Weintraub que ele foi
o "pior ministro da Educação que o Brasil já teve". Eles consideraram a demissão "tardia" e disseram que
o ministro tinha "absoluto despreparo" e "falta de compromisso" com a busca efetiva por melhores
resultados educacionais.
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação compartilhou uma carta escrita pelo Daniel Cara,
professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e membro da campanha com
destaque para o trecho: “A educação no Brasil só vai respirar quando Bolsonaro deixar a presidência”.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG),
celebraram a saída do ministro por meio de postagens em uma rede social. Segundo as entidades, a
demissão seria uma "vitória" dos estudantes.
A UNE ainda classificou a gestão de Weintraub como "deplorável" e escreveu que ele sai "com a marca
de pior ministro da história". A entidade relembrou os cortes de verbas do Ministério da Educação, e disse
que o ministro "nunca teve compromisso com a educação".
A ANPG escreveu esperar que o sucessor de Weintraub retire a revogação de portaria do MEC sobre
políticas de inclusão na pós-graduações, como o acesso a negros, indígenas e pessoas com deficiência.
Além das postagens, as entidades estudantis disseram, por meio de um comunicado, que seguirão
atentas à nomeação do substituto de Weintraub. Além disso, disseram que com a saída do ministro,
Bolsonaro perde um “ferrenho defensor de sua agenda ideológica”.

145
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/18/entidades-reagem-a-saida-de-abraham-weintraub-do-ministerio-da-educacao.ghtml

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257
Saída anunciada em vídeo
A informação foi dada em um vídeo publicado pelo próprio Weintraub, em que o ministro aparece ao
lado do presidente Jair Bolsonaro e lê um texto de despedida.
"Sim, desta vez é verdade. Eu estou saindo do MEC e vou começar a transição agora. Nos próximos
dias, eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo", diz Weintraub.
Ele não quis falar sobre as razões da demissão. "Neste momento, eu não quero discutir os motivos da
minha saída, não cabe. O importante é dizer que eu recebi o convite para ser diretor de um banco. Já fui
diretor de um banco no passado. Volto ao mesmo cargo, porém no Banco Mundial".
Ainda lendo a carta de despedida, Weintraub diz estar preocupado com a segurança da família. Com
a ida para o Banco Mundial, o ministro deve se mudar para Washington, nos Estados Unidos.
"O presidente já referendou. Obrigado, presidente. E com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e
até a nossa cachorrinha Capitu, a gente vai poder ter a segurança que hoje me está deixando muito
preocupado", afirma.

"Estou fechando um ciclo, presidente, e começando outro. E é claro que eu sigo apoiando o senhor,
presidente Bolsonaro, como eu fiz nos últimos três anos."

No vídeo, o presidente Jair Bolsonaro diz a Weintraub que o momento é "difícil", mas "de confiança" e
que os compromissos de campanha estão mantidos.

"É um momento difícil. Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Busco
implementá-lo da melhor forma possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão
nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de
confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser", afirma Bolsonaro no
vídeo.

Educação se aproxima de colapso no orçamento146

Nota técnica da Fineduca e daCampanha Nacional pelo Direito à Educação projeta perda de R$ 52,4
bilhões de recursos
Queda de arrecadação, esforços de gastos com saúde e ausência da União em ações emergenciais
indicam a redução de recursos disponíveis para a educação. Projeções de perdas apontam para cenário
de colapso nos orçamentos de 2020 e 2021.
Na pandemia do coronavírus, o governo Jair Bolsonaro não criou medidas de apoio de financiamento
às redes de ensino. Elas já arcam com a maior parte dos gastos na educação básica.
O baixo recolhimento de tributos, sobretudo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), tem forte impacto no montante direcionado à educação.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) já constatou queda de 24% do tributo em abril. A
Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, trabalha com uma projeção de redução de
30% do ICMS no ano.
Neste cenário, nota técnica da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação
(Fineduca) e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação projeta perda de R$ 52,4 bilhões de
recursos da educação. O estudo é ancorado em dados de 2018 e leva em conta Estados e municípios.
Relatório do Movimento Todos Pela Educação e do Instituto Unibanco indica uma redução de R$ 28
bilhões somente nos recursos de Estados. O estudo considera uma retração de 25% da carga tributária
vinculada à educação.
Trata-se, nesse cenário, de perda de 25% dos R$ 101 bilhões disponíveis atualmente.
Procurado, o Ministério da Educação (MEC) não retornou. A pasta da Economia não respondeu por
que não há auxílio emergencial para a educação, mas disse em nota que analisa alternativas para
superação deste momento.
– Os estudos mostram que não temos recursos para fechar o ano – diz Salomão Ximenes, professor
da UFABC. – Sem programa emergencial, corre-se um grande risco de colapso do sistema, inclusive que
venha prejudicar qualquer implementação de plano de reabertura.
O Consed, conselho que reúne secretários estaduais de Educação, calculou custos extras com a
pandemia de R$ 1,9 bilhão. Para garantir reabertura segura, as secretarias terão de providenciar
distanciamento de alunos, materiais de higiene e continuidade da educação a distância - o que pressiona
mais os orçamentos.
146
https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/06/educacao-se-aproxima-de-colapso-no-orcamento-ckbevojyb000201jfxwrsr906.html - Acesso
em 17 de agosto de 2020

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258
– Os danos da pandemia não são só de curto prazo, vão persistir por alguns anos, aprofundar
desigualdade. Teremos de colocar mais recursos – diz Lucas Hoogerbrugge, gerente de Estratégia
Política do Todos Pela Educação.
As escolas públicas têm 39 milhões de estudantes, da creche ao ensino médio. As redes já vivem com
escassez de recursos e pouco apoio federal.

O apoio do União é visto como saída única.


– Tem de ser dessa forma, porque Estados e municípios não fazem política econômica, só gestão
fiscal – diz Hoogerbrugge.
O ICMS é ainda o principal tributo da cesta do Fundeb, mecanismo mais importante do financiamento
da educação básica. O fundo responde por R$ 4 de cada R$ 10 investidos em educação básica no país.
O Fundeb vence no fim deste ano e até agora não foi votado no Congresso.
A urgência de renovação do dispositivo, com aumento do papel da União, já era antes consenso entre
especialistas. Diante da pandemia e do cenário econômico para o próximo ano, se coloca com maior
gravidade.
Para o próximo ano, o teto de gastos levanta preocupações. Prevista na Constituição, a regra
determina que o crescimento das despesas federais no ano será limitado à inflação em 12 meses
acumulada até junho do ano anterior.

O recente anúncio de queda da inflação vai deixar o teto cerca de R$ 20 bilhões mais baixo em 2021.
A previsão de despesas discricionárias do MEC para 2021 é 18,2% inferior do contido na lei
orçamentária deste ano. A perda é de R$ 4,18 bilhões.
Especialista em finanças públicas, Elida Graziane defende a revogação do teto.
– Há grande risco de termos em 2021 situação de colapso nos serviços essenciais – diz ela, que é
procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo.
Se a própria manutenção do sistema é colocada em risco, o avanço em indicadores educacionais -
como a ampliação de alunos em tempo integral ou o acesso à creche- é visto com ainda mais
preocupação.
Graziane também insiste que as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) sejam atreladas a
medidas emergenciais, sob risco de retrocessos.
A meta do PNE é ter ao menos 25% dos alunos em tempo integral até 2024. O país registra menos de
15%. O Brasil tem 35,6% das crianças de até 3 anos matriculadas na pré-escola -a meta é de 50%.
Sem ter um projeto pronto para a educação infantil, o ministro Abraham Weintraub (Educação) deixou
de usar no ano passado R$ 1 bilhão recuperados pela operação Lava-Jato. Com o avanço da pandemia,
perdeu definitivamente o recurso para a Saúde.

Em meio a pandemia, governo Bolsonaro investe contra pesquisa em ciências humanas147

Em meio à pandemia de coronavírus, o governo Jair Bolsonaro faz uma investida contra as pesquisas
em ciências humanas.
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e o MEC (Ministério da
Educação) reduziram mecanismos de financiamento de pesquisas na área.
Uma portaria do MCTI de terça-feira (24/03) excluiu as ciências humanas das prioridades de projetos
de pesquisa no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) até 2023. Já a
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ligada ao MEC, alterou na
semana passada regras para concessão de bolsas que haviam sido publicadas em fevereiro.
As mudanças nas agências vão ao encontro da visão do governo de que o fomento à ciência tem de
dar retorno imediato.
No caso do MCTI, a portaria prevê que o CNPq promova as adequações nas linhas de financiamento
e fomento para incorporar as mudanças. Isso vai impactar bolsas de pesquisadores de humanas.
O texto é focado em tecnologias, classificadas como estratégicas (que vai de tecnologia espacial a
segurança pública), habilitadoras (inteligência artificial), de produção (indústria, agronegócio, serviços),
para o desenvolvimento sustentável e para qualidade de vida (saúde, saneamento básico, por exemplo).
Ao definir essas prioridades, a portaria do MCTI defende que o objetivo é a contribuição para alavancar
setores que teriam maiores potencialidades "para a aceleração do desenvolvimento econômico e social

147
Paulo Saldaña. Em meio a pandemia, governo Bolsonaro investe contra pesquisa em ciências humanas. GauchaZH.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2020/03/em-meio-a-pandemia-governo-bolsonaro-investe-contra-pesquisa-em-ciencias-humanas-
ck894bfyh025801o95138jr6s.html. Acesso em 27 de março de 2020.

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259
do país". Entre os objetivos da definição de prioridades está, também, o de "racionalizar o uso dos
recursos orçamentários e financeiros". Com isso, as humanidades deverão ter perda de recursos.
Até o ano passado, o CNPq financiava 84 mil pesquisadores com bolsas. Segundo dados fornecidos
de abril do ano passado, 10% dos R$ 1,1 bilhão pagos em bolsas órgão se referiam às ciências humanas.
Se também levadas em conta as áreas de ciências sociais aplicadas e linguística, letras e artes, esse
percentual chega a 20%. Mais da metade dos recursos era direcionada para ciências exatas, engenharias
e ciências biológicas.
"Defendemos que essas prioridades precisam ser revistas e ampliadas", diz nota do Sindicato Nacional
dos Servidores Públicos Federais da Carreira de Gestão, Planejamento e Infraestrutura em Ciência e
Tecnologia.
Em nota, o CNPq afirmou que projetos já contratados não serão afetados e que o órgão segue as
orientações do ministério. O MCTIC não respondeu à reportagem.
As mudanças das regras de concessão de bolsas na Capes também causam maior impacto negativo
nas humanidades. A publicação da semana passada foi seguida por reação de entidades ligadas à
pesquisa e pedido de sua revogação imediata.
A alteração ocorreu após intervenção do ministro Abraham Weintraub (Educação).
O ministro ficou insatisfeito porque as regras não atendiam sua visão de reduzir fomento para as áreas
de humanas, de acordo com apuração da reportagem. Bolsonaro também já criticou as humanas.
Em fevereiro, a Capes havia estipulado o novo sistema para concessão de bolsas de pesquisa. O
órgão é responsável pela organização e avaliação da pós-graduação no país.
O modelo criou critérios que passam pela qualidade dos programas, quantidade de titulados e IDHM
(Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do local do curso.
Havia, no entanto, uma trava para que nenhum programa perdesse mais do que 10% das bolsas. Esse
teto foi praticamente eliminado com a nova portaria, publicada no dia 18 de março.
Com a mudança, um programa nota máxima (em escala que vai a 7) pode perder até 20% dos
benefícios. Um programa nota 3, mínimo para funcionamento, pode ter redução de até 50%.
A concessão também se baseia nos chamados "quantitativos iniciais" de bolsas, organizados por
grandes áreas do conhecimento.
Cursos de doutorado com notas 4, por exemplo, têm como quantitativo inicial o número de 12 bolsas
nos colégios de ciências da vida e no de ciências exatas, tecnológicas e multidisciplinar.
Nas humanidades, esse quantitativo é de 10. Isso significa que, sem as travas de 10%, as humanas
perdem mais.
A área que reúne antropologia e arqueologia perdeu 16,3% de bolsas de mestrado e 10,5% de bolsas
de doutorado, segundo levantamento da Anpocs (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa
em Ciências Sociais). No total, a perda foi de 101 bolsas de um total de 743 bolsas.
"O violento corte de bolsas da Capes dirigida à área de ciências sociais e as diretrizes da portaria do
MCTI [CNPq] refletem o descaso do governo com um campo científico fundamental para a construção
das políticas públicas no país", diz a presidente da Anpocs, Miriam Grossi.
"Pesquisas desta área são vitais para se entender valores e práticas sociais para o enfrentamento
deste momento crítico global", afirma.
As humanas incluem áreas como direito, economia, administração e educação.
Mais de 60 entidades científicas endossam carta na qual a SBPC (Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência) externa "enorme preocupação" com a medida e pedem sua revogação.
A própria associação de servidores da Capes divulgou nota em que considera inadequado alterar as
regras em meio à pandemia de coronavírus.
"É preocupantes como as humanidades estão sendo tratadas pelo atual governo", diz o presidente do
Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Carlos Henrique de Carvalho.
"Um país é soberano na medida em que sua ciência é valorizada, e ciência não tem ideologia."
Carvalho diz que as novas regras trazem um "impacto nefasto" porque desestabiliza programas novos,
acabam com as travas e impedem uma implementação gradual do modelo.
A Capes não respondeu por que a nova portaria não foi discutida e por que as humanas foram mais
atingidas.
"De acordo com as portarias, os cursos de pós-graduação historicamente mal atendidos passam a
receber mais bolsas", diz texto divulgado pela agência. Não há previsão de corte de bolsas em
andamento.
A Capes financia 84,6 mil pesquisadores com bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, após
ter havido no ano passado um corte de 7.590 benefícios.
O órgão diz que, com o novo modelo de concessão, vai ampliar o número de bolsas, mas não
apresentou o quadro geral.

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260
Questionado sobre a intervenção de Weintraub, o MEC também não respondeu.

MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do
Enem148

Ministério Público Federal entrou nesta sexta-feira (24/01) com pedido de suspensão dos programas
de acesso ao ensino superior. Erro em notas afetou quase 6 mil estudantes.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (24/01) à Justiça Federal que suspenda as
inscrições do primeiro semestre de 2020 dos três programas de acesso ao ensino superior – Sistema de
Seleção Unificada (Sisu), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos
(Prouni).
O MPF informa ter solicitado que a suspensão seja aplicada até que seja feita uma auditoria no
resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sugerida por especialistas em avaliação
educacional.
O comunicado diz que "é solicitado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram
ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência
entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato".
Na segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que o erro nas notas do Enem
2019 já havia sido corrigido e que o problema afetou 5.974 estudantes. Eles representam 0,15% dos 3,9
milhões de inscritos que fizeram as provas em 3 e 10 de novembro. Uma falha já admitida pela gráfica
Valid fez com que essas provas fossem associadas a gabaritos trocados.
A ação do MPF – coordenada pela Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão (PRDC) em Minas
Gerais – pede ainda que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de revisão feitos pelos
estudantes, com eventual correção da nota final.
Além disso, o MPF prevê ainda multa diária no valor de R$ 10 milhões caso as medidas não sejam
cumpridas.

Questionamento judicial
Nesta quarta-feira (22/01), o MPF já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) que
as inscrições do Sisu 2020 fossem suspensas e que o cronograma da seleção unificada fosse modificado.
Questionado pelo G1 sobre as recomendações o Ministério afirmou que "já prestou esclarecimentos
ao Ministério Público Federal".
Além dessa recomendação, o MEC chegou a ser acionado diretamente na Justiça. De acordo com
levantamento feito pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU),
foram identificadas quatro ações referentes ao Enem 2019 ajuizadas desde 17 de janeiro em Goiás, no
Distrito Federal e no Maranhão.
Duas dessas ações são populares – ações ajuizadas por um conjunto de pessoas. Uma delas pede a
suspensão e a outra pede a prorrogação do prazo do Sisu, além de revisão das notas do Enem.
As outras duas são: uma ação individual que pede esclarecimentos sobre o gabarito e um mandado
de segurança pedindo nova correção e retificação da nota do Enem.

Erros nas notas do Enem


Na última sexta-feira (17/01), assim que as notas individuais do Enem 2019 foram divulgadas,
começaram a aparecer nas redes sociais relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o
mesmo número de acertos ou notas próximas a zero mesmo com número alto de acertos.
No sábado (18/01), Weintraub e Alexandre Lopes afirmaram que houve falhas na correção das provas
do segundo dia, o que atingia "um grupo muito pequeno". No domingo (19/01), o Inep informou que estava
revisando as notas dos dois dias de provas do Enem 2019.
Ao fim da revisão das notas, foram identificados problemas em 5.974 provas – 96,7% estavam
concentrados em 4 cidades: Alagoinhas (BA); Viçosa (MG); Ituiutaba (MG) e Iturama (MG).
Em entrevista na segunda, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que o erro ocorreu na
gráfica Valid Soluções S.A.
Lopes explicou que a gráfica imprime o caderno de questões do candidato, que é identificado com um
código de barras do aluno. Depois, imprime o cartão de respostas (gabarito), que também tem um código.
Outra máquina une estes dois documentos. O erro ocorreu nesta união e na geração do código de barras.

148
G1. MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do Enem. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/24/mpf-pede-suspensao-dos-calendarios-do-sisu-fies-e-prouni.ghtml. Acesso em 27 de janeiro de 2020.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


261
MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal149

Material nunca foi entregue aos alunos das escolas públicas e custou cerca de R$ 20 milhões. Edições
compradas em gestões anteriores estariam desatualizadas para uso.
O Ministério da Educação (MEC) pretende descartar 2,9 milhões de livros que nunca foram entregues
aos alunos de escolas públicas. As informações foram publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo”
neste sábado (11/01).
Comprado em gestões anteriores do MEC, o material tem edições que teriam vencido, entre 2005 e
2019, e estariam desatualizadas para o uso. O custo de todos esses livros seria de cerca de R$ 20
milhões.
O processo para se desfazer do material começou no fim do ano passado. Na época, o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) alertou para a necessidade de reduzir o estoque de livros, que
está armazenado em um depósito alugado dos Correios, em Cajamar, em São Paulo.
O FNDE não respondeu diretamente sobre o descarte. O órgão informou que publicará na semana
que vem uma norma sobre a chamada "reserva técnica" do Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD).

Leia a nota do FNDE:


"O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informa que a atual gestão da pasta
está desde o final de dezembro do ano passado analisando alternativas para otimizar a reserva técnica
do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD).
O texto de uma normativa sobre o assunto foi concluído na última sexta-feira, 10 de janeiro, e será
publicado na próxima semana. A portaria vai instituir uma comissão formada por técnicos do FNDE que
deverão levantar eventuais falhas nos processos de anos anteriores e discutir a futura destinação dos
livros didáticos. A reserva técnica é gerenciada pelo governo federal desde 2014. Antes, ficava a cargo
das secretarias de Educação.
O FNDE destaca ainda que todas as aquisições feitas em 2019 já levaram em consideração o
quantitativo da reserva técnica, a fim de permitir uma compra mais racional, ou seja, repondo apenas os
3% exigidos na legislação.
Além disso, vale ressaltar que em 2019 houve uma melhora no remanejamento das obras: 49% maior
do que em 2018. Isso possibilitou a redistribuição dos materiais de forma mais efetiva entre escolas do
país.".

Livros viram papel higiênico


Em dezembro de 2019, o Fantástico mostrou como os livros didáticos estão sendo descartados pelo
Brasil. Alguns são reciclados e acabam virando papel higiênico.

Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz
estudo150

Levantamento do Mapa da Aprendizagem, do Portal Iede, com dados do Pisa 2018 mostra que Brasil
tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados
ricos e pobres, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram
que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível
socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível
socioeconômico mais baixo.
Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta
maior em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências.
A análise dos dados foi feita pelo Mapa da Aprendizagem, mantido pelo Instituto Interdisciplinaridade
e Evidências no Debate Educacional (Portal Iede), pela Fundação Lemann e pelo Itaú BBA, e obtida com
exclusividade pelo G1.

149
G1. MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/11/mec-estuda-
descartar-29-milhoes-de-livros-didaticos-ainda-nao-utilizados-diz-jornal.ghtml. Acesso em 13 de janeiro de 2020.
150
Ana Carolina Moreno e Marcelo Valadares. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso
em 19 de dezembro de 2019.

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262
O Pisa é realizado a cada três anos. Os resultados da edição mais recente, que teve a participação de
80 países, foram divulgados em 3 de dezembro. Entre 2015 e 2018, o Brasil caiu no ranking mundial de
educação.

Metodologia
O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da
família dos estudantes. As comparações de desempenho do estudo foram feitas em três etapas:
Primeiramente, o Iede considerou o universo de participantes da prova em todo o mundo – cerca
de 600 mil estudantes de 15 anos;
Depois, esse universo foi dividido em três partes iguais, de acordo com o NSE de cada aluno. A
comparação considera o terço com NSE mais alto e o terço com o NSE mais baixos, cada um com cerca
de 200 mil estudantes. Países mais pobres, como o Brasil, ficaram com representação maior entre o
grupo dos mais pobres, e menor entre o grupo de mais ricos;
O próximo passo da análise foi separar esses dois grupos de estudantes por país. Então, eles foram
avaliados de acordo com uma série de características, como o índice de repetência e a nota média nas
provas de leitura, matemática e ciências.
Em todas elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos
brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou
o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas.
O estudo avaliou ainda a desigualdade de cada região brasileira – algumas delas tiveram disparidade
maior do que os países mais desiguais. Veja abaixo a comparação em cada uma das três provas:

Matemática
Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos,
enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas.
O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais.
Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica
(104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102).
Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107
pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7).
Mas Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Portal Iede, explica que uma desigualdade menor nem
sempre é um bom sinal. Nos casos da Região Norte e de alguns países com a menor desigualdade, essa
equidade é o resultado do baixo desempenho tanto dos estudantes pobres quanto dos mais ricos (veja
no gráfico abaixo). Ela não garante, segundo Faria, que todos os alunos, independentemente de sua
renda familiar, tenham o aprendizado adequado na escola.
Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China).

Leitura
Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de
alta e baixa renda (veja abaixo). A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas
(107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram
389,6 pontos em média.
Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença,
seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de
diferença entre as médias.

Ciências
Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de
Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram
em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e
na Bélgica, de 105,6.
Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido
por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2).
Por outro lado, os países ou regiões com menor diferença entre as notas médias foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Montenegro e Hong Kong (China):

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263
Os ricos e pobres no Brasil
Segundo Faria, no Brasil há uma elite muito pequena em relação à quantidade de pessoas pobres, e
que isso reflete a desigualdade do país na comparação internacional.
"É importante dizer que o Brasil tem conhecimentos e que temos boas escolas. Mas muito do nosso
conhecimento está destinado a uma pequena elite." – Ernesto Martins Faria (Portal Iede)
Faria defende que o país foque as políticas públicas de educação na redução dessa desigualdade. "A
condição social é muito determinante na formação do aluno. Poderíamos pensar como outros países, que
oferecem melhores escolas para alunos de baixa renda, e oferecem melhores salários para que
professores lecionem em escolas de baixa renda", ressaltou ele.

Repetência
O estudo do Mapa da Aprendizagem também comparou o índice de repetência, que avalia quantos
alunos nunca repetiram no ensino fundamental. O Brasil, neste quesito, ficou em 11º lugar na
desigualdade: 91% dos alunos com família de alta renda nunca repetiram de ano, contra 75% dos alunos
de baixa renda. A diferença entre os dois grupos foi de 16 pontos percentuais (p.p.).
O Marrocos foi o país com a maior diferença neste quesito, com 34,5 pontos percentuais separando
os alunos ricos e pobres.
Os demais países com desigualdade maior que o Brasil foram Espanha (31.2 p.p.), Bélgica (30,8 p.p.),
Luxemburgo (27,5 p.p.), Uruguai (25 p.p.), Argentina (23 p.p.), Portugal (21 p.p.), Líbano (20,6 p.p.),
França (18,8 p.p.) e Macau (18,6 p.p.).

Escolaridade das mães


Outro índice importante para avaliar a desigualdade entre os alunos de baixa e alta renda é o nível de
escolaridade das mães. Esse é um dos principais fatores do cálculo do nível socioeconômico. Segundo
especialistas, há uma forte relação indicando que, quanto maior é a escolaridade da mãe, melhor é o
desempenho escolar do filho ou filha.
Nesse quesito, o estudo mostra que o Brasil está na 28ª posição entre os 80 países do Pisa
2018. Apenas 38% dos alunos de baixa renda têm mães que concluíram o ensino médio, enquanto
91,19% dos alunos de famílias com rendas mais altas têm mães com o diploma. A diferença, nesse caso,
é de 52,6 pontos percentuais.
Portugal foi o país que teve a maior diferença neste índice: 16,32% dos alunos de baixa renda têm
mães com diploma do ensino médio, contra 92,29% dos alunos da elite do país.

Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em


leitura151

País teve novamente um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática no Pisa 2018, a
avaliação mundial de educação.
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em
matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (03/12)
aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10
colocados na prova de matemática.
O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira
foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80.
Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países
e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo
menos 65 participantes.

151
Ana Carolina Moreno e Elida Oliveira. Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml. Acesso
em 03 de dezembro de 2019.

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264
O que é o Pisa?
O Pisa é uma avaliação mundial feita em dezenas de países, com provas de leitura, matemática e
ciência, além de educação financeira e um questionário com estudantes, professores, diretores e escolas
e pais;
Ela é realizada a cada três anos – a mais recente foi aplicada em 2018 com uma amostra de 600 mil
estudantes de 15 anos de 80 países diferentes. Juntos, eles representam cerca de 32 milhões de pessoas
nessa idade;
A cada ano, uma das três disciplinas principais é o foco da avaliação – em 2018, o foco foi na leitura;
O Brasil participou de todas as edições do Pisa desde sua criação, em 2000, mas continua muito
abaixo da pontuação de países desenvolvidos e da média de países da OCDE, considerada uma
referência na qualidade de educação.

Tendência de estagnação
Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em
matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade
pelo Brasil e demais países.
A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de
sete edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias
tenham variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não
foi considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar.

Ampliação das matrículas sem queda


Apesar de se manter num patamar estável, a OCDE destacou que o Brasil foi um dos países que
conseguiu aumentar consideravelmente o número de adolescentes de 15 anos matriculados na escola,
sem que isso fizesse cair sua nota média no Pisa.
"Entre 2003 e 2018, Brasil, Indonésia, México, Turquia e Uruguai matricularam muito mais pessoas de
15 anos na educação secundária sem sacrificar a qualidade da educação oferecida", diz o relatório.

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265
Atualmente, o patamar do Brasil deve ser comparável em leitura com a Bulgária, a Jordânia, a Malásia
e a Colômbia. Em matemática, com a Argentina e a Indonésia. Já em ciências, os países que estão no
mesmo grupo do Brasil no ranking mundial são Peru, Argentina, Bósnia e Herzegovina e a região de
Baku, no Azerbaijão.

Regiões da China superam Singapura


Já no topo do ranking internacional, a China, embora não participe como um único país, mas sim
apenas com regiões específicas, conseguiu liderar o ranking nas três provas. A região compreendendo
Pequim-Xangai-Jiangsu-Guangdong (chamada de P-X-J-G pela OCDE) ficou nas primeiras colocações.
Mas Macau e o território semiautônomo de Hong Kong conseguiram entrar no top 10 em todas as provas,
e Taipei ficou entre os dez melhores em matemática e ciências.
Outras duas potências asiáticas, Coreia do Sul e Japão também figuram entre os melhores países do
mundo no Pisa 2018. As demais posições são ocupadas por países europeus e o Canadá

Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'152

Professores dizem que tema é 'inesperado', mas não necessariamente difícil. Eles dizem que
estudante pode abordar tanto a produção quanto o acesso da população.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) é "Democratização do acesso
ao cinema no Brasil".
Segundo professores ouvidos pelo G1, o tema não estava entre as principais apostas e discussões
nos cursinhos ou redes sociais durante o ano, e a área de cultura há anos não aparecia no Enem. Mas a
surpresa não chega a fazer do Enem 2019 uma prova difícil para os candidatos.
Já os cineastas ouvidos pelo G1 afirmaram que a democratização do acesso ao cinema no Brasil ainda
está longe da realidade. Eles citaram argumentos que poderiam ser usados pelos candidatos, como
diversidade de temas nas telas, variedade de produtores na execução dos projetos e até o valor do
ingresso, que em geral é caro no país.
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não
estarem entre os candidatos neste ano. Muitos perceberam que, há cinco dias, as redes sociais do
Ministério da Educação deram um "spoiler" do tema, anunciando uma parceria do ministério com a
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para que salas de cinema sejam adaptadas a pessoas com
deficiência.
Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio para compor a argumentação, como:
- um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet;
- um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind;
- um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam
as salas de cinema;
- um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine.

152
Ana Carolina Moreno. Elida Oliveira. Fabio Manzano. Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/redacao-do-enem-2019-e-sobre-democratizacao-do-acesso-ao-cinema-no-brasil.ghtml. Acesso em 04
de novembro de 2019.

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266
Análise dos professores
O professor de redação do Sistema de Ensino pH Thiago Braga, do Rio de Janeiro, disse ao G1 após
o anúncio que o tema é inesperado e não houve discussão tão grande sobre ele nesse ano.
"Mas é uma discussão importante porque a gente tem o cinema como uma arte que é muito deixada
de lado no Brasil, embora muito bem produzida no Brasil", afirmou Thiago Braga, do pH.
Segundo ele, sem os textos motivadores não é possível saber que enfoque o Enem vai dar ao tema.
Braga sugere algumas abordagens possíveis, desde a produção audiovisual no país até o acesso de
todos os setores da população ao audiovisual, inclusive as famílias de baixa renda.
A professora Isabela Arraes, do CPV Vestibulares, de São Paulo, afirmou que, apesar de inusitada, a
proposta da redação do Enem 2019 não pode ser considerada difícil.
"Foi compatível com o que o exame costuma cobrar dos candidatos, se considerarmos que o tema
sempre traz uma questão de viés social que deverá ser analisada criticamente pelos alunos. A questão
foi alvo de discussões na internet, principalmente devido aos últimos cenários envolvendo a Ancine e os
cortes na cultura do país" - Isabela Arraes, professora de redação
Ainda de acordo com Isabela, a democratização do acesso ao cinema é uma questão social muito
pertinente.
"Inclusive, dava margem a algumas análises polêmicas, na contramão do clima de tensão do momento
político que o país está vivendo: assim, o Enem optou por solicitar uma discussão extremamente
importante no que diz respeito à aquisição dos conhecimentos proporcionados pela indústria
cinematográfica", afirmou a professora.
Para o professor de redação Rogi Almeida, do Curso de Redação, em Teresina, o estudante pode se
surpreender porque o tema não foi abordado em provas mais recentes.
“Eles pegaram um eixo temático que há muito tempo não era abordado, que é cultura. O aluno tem
que fazer a problematização para o acesso à cultura e ao cinema e como a partir de um filme se tira várias
discussões sociais." - Rogi Almeida, professor de redação
Rogi Almeida ainda diz que é possível usar exemplos na abordagem. "Um exemplo é o Coringa, um
filme a partir do qual se discute a violência, as doenças psíquicas, entre outros temas.”

Argumentos de cineastas
Bruno Barreto, diretor de filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso, companheiro?",
que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, afirma que "estamos ainda muito longe da
democratização do acesso ao cinema brasileiro".
"A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar,
fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de
isso acontecer é nas plataformas e na televisão" – Bruno Barreto, cineasta
Para Marcelo Gomes, diretor de filmes como "Estou me guardando para quando o Carnaval chegar"
(2019) e "Cinema, Aspirina e Urubus" (2005), a democratização do cinema leva o país a construir uma
identidade.
"O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos.
A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings
com ingressos caros. Milhares e milhares de cidades do Brasil não têm cinema. É uma forma de as
pessoas acessarem mais conhecimentos, é fundamental ao país." – Marcelo Gomes, cineasta
A cineasta Laís Bodanzki afirma que a democratização do acesso ao cinema precisa incluir a
diversidade de temas abordados na tela e também ao ingresso à sala de exibição. Bodanzky é presidente
da SPCine – empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo fomento, estímulo e difusão do
audiovisual na cidade de São Paulo – e diretora de filmes como "Como nossos pais" (2017), "As melhores
coisas do Mundo" (2010), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), entre outros.
"Quando falamos de democracia do cinema, falamos também sobre o que está na tela, quem tem
direito de assistir a este filme e quem tem direito de fazer" - Lais Bodanzki, cineasta.

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267
Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da
Educação Superior153

Dados foram divulgados nesta quarta (18/09); tendência já era apontada em edições anteriores.
Metade dos alunos não chega ao diploma; 'desperdício de recursos', diz ministro.
O número de vagas ofertadas pelo ensino superior à distância (EAD) superou em 2018, pela primeira
vez, o número de oportunidades em cursos presenciais. No ano passado, foram 7.170.567 vagas remotas
contra 6.358.534 vagas locais, respectivamente.
O dado é do Censo do Ensino Superior, divulgado nesta quarta-feira (19/09) pelo Ministério da
Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O resultado das vagas em EAD é reflexo direto do aumento dos cursos de graduação a distância,
constatado em edições anteriores. Em 2018, por exemplo, o Censo do Ensino Superior mostrou uma alta
de 17,6% no número de alunos nesta modalidade.
“É a primeira vez que você tem um maior ensino a distância do que presencial. Acho que é uma
tendência nacional e mundial, só tende a se consolidar e ampliar”, declarou o ministro da Educação,
Abraham Weintraub.

Matrículas presenciais lideram


Apesar disso, a rede presencial ainda recebeu mais alunos novos, em 2018, que a rede a distância.
Segundo o censo, foram 2.072.614 matrículas em vagas presenciais (28,9% do total ofertado),
e 1.373.321 nas vagas à distância (21,5% do total ofertado).
Das vagas preenchidas em todas essas redes de ensino, 58% dos alunos se inscreveram em cursos
de bacharelado. Outros 21% iniciaram cursos de licenciatura (formação de professores), e os demais
21%, em cursos tecnológicos.
Ao todo, 8,4 milhões de alunos estavam matriculados em alguma modalidade de ensino superior em
2018. Desse total, 20% estudavam em instituições públicas, e o restante, na rede privada.

Alta desistência
Weintraub criticou, ao apresentar os dados, o elevado grau de desistência dos jovens que entram no
ensino superior. Dados dos últimos anos apontam que, em média, só um terço dos alunos termina o curso
“na época certa”, ou seja, no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a
faculdade sem concluir o curso.
“Qualquer atividade econômica, e o ensino, mesmo público, é uma atividade econômica, tem que ter
critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de
pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto”, declarou.
“A conclusão óbvia é que, se a gente reduzisse significativamente essa ineficiência, a gente
conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior completo no Brasil utilizando os mesmos
recursos disponíveis. Antes de investir mais, temos que olhar para eficiência. Não adianta jogar mais
dinheiro em lugar onde a gente tem tanto desperdício, público ou privado.”
Assim como nas últimas apresentações à imprensa, o ministro deixou o local do anúncio sem
responder às perguntas de jornalistas. O MEC não informou como pretende atuar para reverter esse
cenário.

Sem crise
Na apresentação, Weintraub também voltou a criticar o que chamou de “terrorismo da imprensa” sobre
a crise financeira no ministério. Segundo ele, tanto a coleta de dados do Censo, quanto a realização das
provas sob tutela do Inep (incluindo Enem e Encceja) vêm sendo concluídos sem problemas.
“A primeira conclusão que eu gostaria de chamar atenção, mais importante de todas, é que a despeito
de ilações que saíram em alguns veículos sobre risco de paralisia do Inep, a gente não vê nenhum
problema na prática”, disse.

Censo da Educação Superior


O Censo da Educação Superior é feito todos os anos pelo Inep para levantar dados sobre as
instituições de ensino, alunos e professores dos cursos de graduação e sequencias de formação
específica. A ideia é fornecer informações sobre o setor e as tendências desenhadas.

153
Matheus Rodrigues. Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da Educação Superior. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/09/19/ensino-superior-a-distancia-ofertou-mais-vagas-que-o-presencial-em-2018-aponta-censo-da-educacao-superior-
do-mec.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.

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268
Os dados abrangem também o número de vagas oferecidas, inscrições, matrículas, ingressantes e
concluintes e informações sobre os professores.

Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos
apologia à ideologia de gênero'154

Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'. Livro é destinado a alunos do 8º
ano do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) mandou recolher nesta terça-feira (03/09) o material escolar de
ciências para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo. A apostila explica
os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre
gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Alunos do 8º ano têm, em regra, 13 e 14 anos. "Fomos alertados de um erro inaceitável no material
escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato
recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à
ideologia de gênero", escreveu Doria pelo Twitter.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que o termo "identidade de gênero" estaria
em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular do MEC e com o Novo Currículo Paulista aprovado
em agosto, e que a apostila é complementar ao estudo dos alunos.
Em 2017, o Ministério da Educação tirou o termo "orientação sexual" da terceira e última versão da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e fundamental, que passou a valer em
2019.
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiria orientações
específicas sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Para a professora FGV Cláudia Costin e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas
Educacionais (CEIPE), “[A base] não só não menciona, mas ela não proíbe. Ao traduzir a base em
currículos estaduais, os currículos podem ou não introduzir uma questão sobre isso, o que não impede
que professores ou até escolas abordem o tema.”
“A base estabelece aprendizagens mínimas que todos os alunos brasileiros têm que ter na educação
básica", completa.
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países
desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. O documento define a linhas gerais
do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano.
Ainda segundo a secretaria da Educação, "as apostilas do 'São Paulo Faz Escola' são elaboradas por
servidores da rede estadual, desde 2009, que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso,
de manual do Ministério da Saúde".
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo do Ministério da Saúde: "A identidade
de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos
fornecidos por sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso quer dizer que não
há um elo imediato e inescapável entre os cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os
hormônios, enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a pessoa possui de ser homem
ou mulher".
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tema é pautado pela Constituição Federal, mas que
estados e municípios têm autonomia para implementar ações desde que não conflitem com disposições
nacionais.
"No âmbito do Ministério da Saúde, as temáticas da saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar
e direito à reprodução, se pautam pelo disposto na Constituição Federal de 1988, e nas Leis 8.080 e
8.142 de 1990, orientados para o acesso universal e igualitário para a atenção integral à saúde.
Cabe esclarecer que estados e municípios possuem autonomia para construírem, destituírem,
implementarem ou descontinuarem localmente ações, serviços e intervenções, desde que não conflitem
com as disposições nacionais e constitucionais.
Vale ressaltar ainda que ‘gênero’ é um termo que tem reunido discussões de amplo espectro, muitas
vezes diferentes entre si, e que comumente tratam sobre identidade, manifestação da afetividade,
discriminação, saúde sexual, direitos civis, desigualdade, principalmente no tratamento entre homens e
mulheres, além de aspectos culturais, tradicionais e sociais.

154
G1 SP. Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos apologia à ideologia de gênero'. G1 São Paulo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/doria-manda-recolher-livros-de-ciencia-que-fala-sobre-diversidade-sexual-nao-aceitamos-apologia-a-ideologia-
de-genero.ghtml. Acesso em 04 de setembro de 2019.

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269
Trata-se de um conjunto amplo de debates, normalmente transversais ao Estado brasileiro, não
situados especificamente em uma pasta ou setor, mas que demandam das políticas atenção para a
manutenção dos direitos sociais assegurados na Constituição Federal, principalmente, no caso da saúde,
na manutenção do direito ao acesso universal e igualitário para a atenção integral na Rede de Atenção à
Saúde", diz a nota.
Depois, em coletiva na tarde desta terça, Doria voltou a falar que seu governo "não faz ideologia de
gênero".
"Não é razoável que crianças e adolescentes tenham esse tipo de assunto na escola. Pela manhã fui
informado sobre a existência dessa cartilha. Entrei em contato com o secretário Rossieli Soares, que se
surpreendeu com o fato. Pedi que verificasse. Ele retornou dizendo que sim. Eu determinei que fosse
recolhidas todas as apostilas e verificasse quem autorizou a produção e a distribuição sem prévia consulta
ao secretário", afirmou.

Veja a nota da Secretaria:


"Nesta segunda-feira, a Secretaria da Educação tomou conhecimento de que os alunos do 8º ano do
Ensino Fundamental (menos de 10% da rede) receberam as apostilas de ciências do São Paulo Faz
Escola em que consta conteúdo impróprio para a respectiva idade e série e em desarranjo com as
diretrizes desta gestão. Diante disso, a Seduc-SP esclarece:
1- O tema de "identidade de gênero" está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular,
aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em
agosto de 2019. Assim, o assunto extrapola os dois documentos, que tratam do respeito às diferenças e
à multiplicidade de visões da nossa sociedade.
2- A Secretaria da Educação iniciou imediatamente o recolhimento dos exemplares das escolas, nesta
terça-feira, dia 3, assim como a apuração da responsabilidade pela aprovação do conteúdo.
3- As apostilas do São Paulo Faz Escola são elaboradas por servidores da rede estadual, desde 2009,
que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso, de manual do Ministério da Saúde.
4- Não houve prejuízo material para a secretaria, uma vez que se trata da apostila complementar
referente apenas ao 3º bimestre, além de se tratar de apostila consumível, ou seja, que já não seria
reaproveitada por outros alunos.
5- As apostilas são material complementar de apoio ao currículo e seu uso fica a critério de cada
professor.
6- A Seduc-SP decidiu reestruturar todo o processo de produção das apostilas e já está contratando
serviço de revisão externa para todos os materiais."

Sobre 'ideologia de gênero'


O termo "ideologia de gênero" surgiu entre meados da década de 1990 e início dos anos 2000 no
âmbito do Conselho Pontifício para a Família, da Congregação para a Doutrina da Fé, antigamente
conhecida como Santa Inquisição Romana e Universal, ala conservadora da Igreja Católica, segundo o
Centro de Estudos Multidisciplinares Avançados da Universidade de Brasília (UnB).
O termo foi formulado como uma reação ao feminismo por neofundamentalistas católicos, que
acreditam que a luta feminista atinge a tradicional família cristã. Mas, de acordo com a UNB, o termo
contraria, inclusive, disposições do Concílio Vaticano II, quando vários temas da Igreja Católica foram
regulamentados na década de 1960.
Depois, em 2000, a expressão apareceu em documento da Cúria Romana, com a publicação de
“Família, Matrimônio e Uniões de fato”.
A expressão "ideologia de gênero" não é reconhecida no mundo acadêmico e é usada por grupos
conservadores, como as igrejas evangélicas, contrários aos estudos de gênero iniciados nas décadas de
1960 e 1970 nos Estados Unidos e na Europa, que teorizam a diferença entre o sexo biológico e o gênero.
Para esses estudiosos, ser um homem ou uma mulher não depende apenas da genitália ou dos
cromossomos, mas de padrões culturais e comportamentais. Tais padrões, segundo os teóricos da área,
são adquiridos na vida em sociedade. Já acadêmicos conservadores acreditam que as conclusões desses
estudos sobre o gênero não obtiveram validação das ciências exatas e biológicas.
Em 1994, o conceito de gênero foi adotado, pela primeira vez, em documento intergovernamental na
Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU de 1994.
Em 2004, no Brasil, surgiu o movimento "Escola sem Partido" para combater uma suposta doutrinação
de esquerda que os professores praticariam nas escolas.
Em abril de 2017, o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU enviou uma carta à embaixadora
do Brasil na ONU, citando a exclusão do termo “orientação sexual” do currículo escolar após “membros

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


270
do grupo Escola Sem Partido terem acusado professores de encorajar alunos a entrar em contato com
sua natureza homossexual”.
A carta lembra que o Comitê de Direitos da Criança recomendou, em 2015, que o Brasil “fortalecesse
seus esforços para combater a discriminação e a estigmatização de crianças vivendo em situação de
pobreza em áreas urbanas marginalizadas, como favelas, além de crianças em situação de rua, meninas,
e crianças negras e indígenas. ”
O Comitê também recomendou a criação de leis proibindo a discriminação e o incitamento da violência
com base na orientação sexual e identidade de gênero.
Pricila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação, afirma que o termo “ideologia de gênero”
não existe na base da educação brasileira, mas sim, a discussão do tema.
“É importante diferenciar, porque tem um grupo que rotula. Isso é um rótulo de grupo.” Ela explica que
a discussão visa debater a construção de identidade e que um grupo de pessoas é a favor e outro é contra
abordar isso nas escolas.

USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo155

A Universidade de São Paulo (USP) agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, aparecia
no bloco seguinte, de 151 a 200.
A Universidade de São Paulo (USP), primeira universidade brasileira a aparecer na lista de melhores
instituições do mundo no ranking de Xangai, subiu posições no quadro divulgado nesta quinta-feira
(15/08), em relação ao ano passado. A USP agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018,
aparecia no bloco seguinte, de 151 a 200.
O Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), da consultoria chinesa
Shanghai Ranking Consulting, tem a particularidade de apresentar sequencialmente apenas as 100
primeiras colocadas. Depois, a partir de 101, a lista se divide em blocos de 50 ou 100, sem especificar o
lugar exato de cada uma.
Na sequência divulgada nesta quinta-feira, aparecem ainda outras cinco universidades brasileiras, que
não mudaram de colocação em relação ao ano passado. São elas: Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp),
entre a 301ª e a 400ª posição, e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bloco entre o 401° e o 500° lugar.
O ranking é um dos mais respeitados do mundo, ao analisar cerca de 1 mil instituições do planeta e
selecionar as 500 melhores. Na avaliação, seis critérios são considerados: o número de professores ou
diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o Nobel da matemática), o número de
pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature. A
classificação é criticada por excluir as ciências humanas e negligenciar os métodos de ensino, ao se
concentrar apenas em parâmetros quantitativos.

Americanas permanecem as melhores


As universidades americanas continuam a dominar o ranking, com oito entre as 10 primeiras posições.
A liderança é de Harvard, que ocupa a posição pelo 17º ano consecutivo. Vêm em seguida Stanford e a
britânica Oxford.
A primeira universidade francesa a aparecer é a Paris-Sud, na 37ª colocação, seguida pela Sorbonne,
em 44º lugar. No total, 21 estabelecimentos franceses são citados na lista.

MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais156

O Ministério da Educação lançou oficialmente, nesta quarta-feira (17/07), um programa para


reestruturar o financiamento do ensino superior público. A proposta, chamada “Future-se”, amplia a
participação de verbas privadas no orçamento universitário.
As instituições poderão fazer parcerias público-privadas (PPP's), ceder prédios, criar fundos com
doações e até vender nomes de campi e edifícios, como em estádios. Antes da adesão, haverá consulta
pública.

155
RFI. USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/08/15/usp-sobe-no-
ranking-de-xangai-das-melhores-universidades-do-mundo.ghtml. Acesso em 15 de agosto de 2019.
156
Mateus Ferreira. MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/07/17/mec-lanca-future-se-para-aumentar-verba-privada-no-orcamento-das-federais.ghtml. Acesso em 17 de julho de
2019.

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271
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou que alunos não terão de pagar mensalidade nas
universidades públicas, independentemente da faixa de renda. "Sem mensalidade, sem nada", disse o
ministro.
O lançamento ocorre em meio ao contingenciamento de verbas das universidades, anunciado no fim
de abril pelo governo. De acordo com a associação que representa os reitores das universidades federais,
a Andifes, a medida atinge de 15% a 54% dos recursos que podem ser cortados das universidades
federais.
Com o programa, as universidades poderão:
- celebrar contratos de gestão compartilhada do patrimônio imobiliário da universidade e da União. As
reitorias poderão fazer PPPs, comodato ou cessão dos prédios e lotes;
- criar fundos patrimoniais (endowment), com doações de empresas ou ex-alunos, para financiar
pesquisas ou investimentos de longo prazo;
- ceder os “naming rights” de campi e edifícios, assim como acontece nos estádios de futebol que
levam nomes de bancos ou seguradoras;
- criar ações de cultura que possam se inscrever em editais da Lei Rouanet ou outros de fomento.

Antes da adesão das universidades, o MEC fará uma consulta pública sobre o Future-se nos próximos
30 dias, pela internet. A área jurídica do ministério ainda estuda quais pontos terão de ser aprovados pelo
Congresso Nacional para entrarem em vigor.
“Às vezes, a crise, ela incomoda. Às vezes não, sempre. Ela incomoda, ela faz com que a gente
repense as estruturas, a forma de trabalhar, agir, pensar. Mas se ela for bem conduzida, ela permite
oportunidades, crescimento, desenvolvimento, revoluções”, declarou Weintraub.

Soluções do mercado financeiro


O Future-se, no modelo apresentado nesta quarta, se baseia em uma série de dispositivos do mercado
financeiro. Segundo o MEC, essa “carteira de ações” inclui:

Fundo de patrimônio imobiliário


O MEC diz ter recebido R$ 50 bilhões em lotes, imóveis e edifícios da União. Esse patrimônio será
convertido em um fundo, e os lotes, cedidos à iniciativa privada. A rentabilidade das construções volta
para o fundo, que ficaria disponível para o financiamento. Como exemplo, o MEC citou um lote de 65 mil
metros quadrados próximo à Ponte JK, um dos cartões-postais de Brasília.

Microcrédito para startups


O MEC quer incluir no financiamento universitário uma linha de “microcrédito produtivo orientado”.
Segundo Lima, hoje, 2% dos depósitos à vista ficam no Banco Central, e já há linhas de crédito para
microempreendedores e pessoas em vulnerabilidade. A ideia é estender o modelo para start-ups.

Fundo soberano do conhecimento


Segundo o MEC, todo esse dinheiro será gerido em um “fundo soberano do conhecimento”. O capital
privado, além do investimento direto em cada instituição, poderia entrar nesse fundo, de onde seria
redistribuído às universidades. Royalties, patentes, parques tecnológicos também aportariam dinheiro
nesse fundo.
“A gente quer falar pro empresário: ‘Você está preocupado com Amazônia? Não doe para uma ONG’.
A gente quer implantar a ideia do capitalismo social, que é explorar a imagem dos bons investidores que
têm preocupação com a educação, mas não querem rasgar dinheiro”, diz Lima.

‘Apex da educação’
“A gente quer se transformar na Apex da educação”, disse o secretário de Educação Superior do MEC,
Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, referindo-se à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, que organiza feiras e eventos ao redor do mundo para promover a produção industrial e
agrícola brasileira.
“A gente está querendo exportar a indústria de conhecimento que a gente tem. A educação brasileira
pode ser um produto de exportação”, afirmou.
“Queremos sair das amarras da Lei 8.666”, disse Lima, em referência à Lei de Licitações, que define
as regras para uma contratação pública e, em geral, é vista como “trava” pelo gestor público.

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272
Descontingenciamento
O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, interrompeu a cerimônia e,
sem microfone, fez reivindicações ao ministro.
“Precisamos debater como retomar os cortes que foram feitos, como devolver o dinheiro do
contingenciamento. Os estudantes estão dispostos a dialogar, mas queremos respostas para hoje (...) Os
estudantes estão nos procurando desesperados, porque não conseguem fazer suas pesquisas.
Precisamos de uma resposta imediata.”
“É importante que tenha parcerias, mas é importante sobretudo que tenha política pública para a
universidade. Nós precisamos salvar a universidade”, afirmou.
Em resposta, o secretário Arnaldo Barbosa disse que a consulta pública está aberta “para ouvir opinião
de pessoas como você, que muitas vezes carecem de muita informação.”

O que diz a lei?


O artigo 207 da Constituição Federal prevê que as universidades gozam de “autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial”. Isso significa que nem o MEC nem o setor
privado podem, em tese, interferir nos planos de ensino, pesquisa e extensão determinados pelas
reitorias.
Já o artigo 213 define que as atividades de pesquisa, extensão e inovação nas universidades “poderão”
receber apoio financeiro do poder público. Neste caso, o texto indica que o financiamento direto dessas
atividades não é obrigatório.

35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta
IBGE157

As regiões com menor índice de escolaridade são Norte e Nordeste.


O Brasil tem 35% de pessoas em idade de trabalhar que não concluíram o ensino fundamental. Os
dados foram divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do primeiro trimestre de
2019.
O ensino fundamental é a segunda etapa da educação básica, voltada à população de 6 a 14 anos, e
dura nove anos.
Norte e Nordeste são as regiões com menor índice de escolaridade, ou seja, mais pessoas não
concluíram esta etapa de ensino nesta parte do país.
No Norte, 44,1% daqueles com mais de 14 anos não tinham terminado o ensino fundamental. No
Nordeste, o índice é de 38,7%.
A região Sudeste é a que concentra maior índice de acesso aos estudos: 29,2% dos brasileiros com
mais de 14 anos não tinham concluíram o ensino fundamental, seguida por Centro-Oeste (33,5%) e Sul
(34%).

157
Elida Oliveira. 35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/16/35percent-dos-brasileiros-com-mais-de-14-anos-nao-completaram-o-ensino-fundamental-aponta-ibge.ghtml.
Acesso em 16 de maio de 2019

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273
Ocupação e escolaridade
Os dados ainda apontam que 48% de todos os brasileiros com idade acima de 14 anos no primeiro
trimestre de 2019 concluíram ao menos o ensino médio.
Entre a população empregada, a maior parte (60,3%) tinham concluído pelo menos o ensino médio,
20,7% tinham o nível superior e 25% apenas o nível fundamental.

Desemprego
A baixa escolaridade pode afetar as chances de emprego do brasileiro. Os dados do IBGE indicam
que 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano. O desemprego cresceu em 14
das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As maiores taxas de desemprego foram observadas no
Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do
Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram
em 13,5% e 15,3%, respectivamente.

Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação158

MEC anunciou contingenciamento total de R$ 1,7 bilhão. Escolas e instituições de ensino superior
fazem paralisação de um dia; os 26 estados e o DF tiveram protestos pacíficos.
Cidades brasileiras começaram, na manhã desta quarta-feira (15/05), a ter manifestações contra
o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo MEC. Os 26 estados e o Distrito Federal
registraram atos pacíficos. Universidades e escolas também tiveram paralisações.
Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a
população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do
presidente Jair Bolsonaro.
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam
bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas
discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz,
compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do
orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os
86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por
exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio
poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas
com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça
orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Em entrevista ao colunista Valdo Cruz na GloboNews, o ministro interino da Economia, Marcelo
Guaranys, afirmou que o contingenciamento pode ser revertido.
"Contingenciamento é um bloqueio temporário dos recursos que cada ministério tem. E, como no
primeiro bimestre nós percebemos que essas receitas estavam 2% abaixo do que era o previsto, a gente
precisou fazer um contingenciamento de várias pastas", informou o interino da Economia.
"Os protestos traduzem uma preocupação que você não realize o que você espera fazer na área de
educação. E a nossa ideia não é impedir que as coisas sejam feitas. Óbvio que todo mundo, se a gente
não tiver receitas necessárias, a gente vai precisar fazer ajustes no orçamento, nas nossas despesas.
Vamos ver onde que a gente pode cortar."

Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos
com educação159

Na média dos últimos 15 anos, universidades ficaram com R$ 0,18 de cada R$ 1 investido pela União,
estados e municípios. Governo Bolsonaro prevê destinar 'recursos futuros' federais do ensino superior
para a educação básica.

158
G1. Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/cidades-brasileiras-tem-atos-
contra-bloqueios-na-educacao.ghtml. Acesso em 15 de maio de 2019.
159
Ana Carolina Moreno. Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos com educação. G1 Educação. Acesso em
06 de maio de 2019.

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274
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou na terça-feira (30/04) que os "recursos futuros"
da educação superior "vão ser direcionados para a pré-escola ou para a educação básica". Ele justificou
a mudança de foco afirmando que, durante a campanha eleitoral, essa foi a prioridade defendida por Jair
Bolsonaro (PSL).
A mudança de foco em relação às outras gestões é criticada por especialistas. Dados compilados
pelo G1 mostram que as universidades recebem a menor parcela da verba quando considerado o gasto
total dos municípios, dos estados e da União; veja a seguir os principais pontos e, mais abaixo, os gráficos:
O gasto por aluno no ensino superior é mais alto do que o do aluno do ensino básico no Brasil, mas isso
também se repete em outros países
A diferença do gasto por aluno do ensino superior x educação básica teve queda de um terço desde
2000: enquanto o valor por universitário se manteve estável, o da educação básica triplicou
Comparando com a média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), o Brasil investe menos por aluno em todas as etapas do ensino
A Constituição determina que os municípios cuidem prioritariamente do ensino infantil e fundamental e
os estados cuidem do fundamental e do médio. Cabe à União manter a rede federal (atualmente de ensino
técnico e superior) e repassar dinheiro para municípios e estados cuidarem da educação básica
Por causa do pacto previsto na Constituição, a rede federal tem apenas 0,84% das matrículas da
educação básica. A União também desenvolve programas de construção de creches e pré-escolas, livros
didáticos, transporte e alimentação nas escolas
Segundo especialistas consultados pelo G1, tanto a educação básica (que vai da creche ao 3º ano do
ensino médio) quanto o ensino superior precisam de mais dinheiro, principalmente quando o Brasil é
comparado a outros países: o nível de investimento por aluno brasileiro ainda está abaixo da média das
nações desenvolvidas.
Dados mantidos pelo próprio governo federal mostram, ainda, que o MEC gasta mais todos os anos
com as universidades do que com as creches e pré-escolas, um fato que, para os especialistas, está em
linha com a divisão das responsabilidades educacionais entre redes municipais, estaduais e federal
determinada na Constituição, e também é uma realidade mundial.

Levantamento da média de gastos


O G1 analisou a média de gastos entre 2000 e 2015 de todas as esferas (federal, estadual e municipal)
para entender como o Brasil emprega seus recursos nas diferentes etapas do ensino. O levantamento
tomou como base dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep).
Considerando o gasto médio no período, a educação superior fica, com o equivalente a apenas R$
0,18 a cada R$ 1 investido na educação pública no Brasil.
O valor considerou investimentos diretos de municípios, estados e União, e não leva em conta os
gastos das escolas particulares. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE) usa o valor dos investimentos diretos para comparar o investimento feito pelo Brasil no setor com
o de outros países.

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275
Educação básica x superior
Segundo os dados apresentados pelo ministro da Educação, "um aluno na graduação custa R$ 30 mil
por ano", e "um aluno numa creche custa R$ 3 mil". Weintraub não esclareceu a fonte dos dados.
Entretanto, as informações mantidas pelo próprio Inep, que é uma autarquia do MEC, revelam que a
diferença era inferior em 2015 ao apontado pelo ministro, dado mais recente disponível. Além disso, ela
encolheu um terço desde 2000
Já os números mais detalhados sobre todas as esferas de governo demoram mais para serem
calculados. Por isso, os mais recentes vão até 2015.

'Inverter a pirâmide'
A divisão de recursos para a educação básica e para o ensino superior entrou em pauta após a posse
do presidente Jair Bolsonaro. Na campanha, o programa do então candidato mencionava o fato de que o
orçamento do governo federal se dedicava mais à educação superior.

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276
"Precisamos inverter a pirâmide: o maior esforço tem que ocorrer cedo, com a educação infantil,
fundamental e média. Quanto antes nossas crianças aprenderem a gostar de estudar, maior será seu
sucesso", dizia o documento.
Em fevereiro, o então ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, repetiu a ideia em uma
audiência no Senado Federal. Vélez foi demitido no começo de abril. Seu substituto, Abraham Weintraub,
já integrava o governo (era secretário-executivo da Casa Civil). Antes, havia participado tanto da equipe
de transição quanto do grupo que responsável pelo programa da campanha presidencial de Bolsonaro.
Nesta semana, ele voltou a citar o documento:
"No programa de governo que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, estava muito claro, estava explícito,
que a nossa prioridade era a educação básica, a pré-escola. Agora criou-se uma polêmica enorme porque
a gente está apresentando o nosso governo", diz Abraham Weintraub, ministro da Educação

A pirâmide existe?
Levando-se em conta apenas os investimentos do governo federal, sim. Mas, considerando o total
gasto pelo Brasil em educação, que inclui estados e municípios, a afirmação não procede.
Os dados usados pela campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foram retirados de uma página do
Orçamento Cidadão de 2018. O documento é uma versão simplificada do Projeto de Lei Orçamentária
Anual (Ploa). Ele não representa a realidade da lei orçamentária, porque sofre diversas alterações até
sua aprovação no Congresso.

Por exemplo, o Ploa cita o grupo "ensino superior" com 30%, mas esse percentual é acrescido de
outros itens. Os dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (Siop)
mostram os recursos do orçamento que foram, de fato, pagos pelo governo. No caso de 2018, a
subfunção "ensino superior" recebeu dois terços (66,5%) do total pago pela União em investimentos na
educação.

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277
Gasto federal com educação superior
A divisão das responsabilidades de cada esfera de governo consta na Constituição Federal. "No nosso
pacto federativo, trazemos as responsabilidades dos diferentes entes federados em relação às etapas da
educação", explicou ao G1 Edward Madureira, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) e vice-
presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
"A educação superior é de responsabilidade do governo federal. A básica é dos municípios, e a outra
etapa da educação básica, principalmente o ensino médio, é dos estados", afirma Madureira. "Essa dita
inversão, de fato, não existe."
Como a oferta de ensino básico não é de responsabilidade prioritária do governo federal, apenas 0,84%
das matrículas nesse nível estão em escolas ou institutos federais.

Verba atual é suficiente?


O Plano Nacional de Educação (PNE) colocou em lei a meta de atingir, até 2024, o investimento do
equivalente a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública. Em 2015, o percentual foi de
5,5% do PIB. Os indicadores do biênio 2017-2018 ainda não foram divulgados.
Pela Constituição, estados e municípios precisam direcionar pelo menos 25% de suas receitas para a
educação. Já o governo federal, até 2017, tinha de investir a partir de 18%. Desde o ano passado, por
causa da PEC do Teto dos Gastos, o valor está congelado – passou a ser apenas corrigido pela inflação,
segundo o IPCA.
O novo ministro da Educação defende que o Brasil já gasta o bastante em educação – e que precisa
melhorar a forma como esse valor é gasto. No início de abril, ao assumir o MEC, ele citou o orçamento
da pasta e declarou: "Com esses R$ 120 bilhões, a gente consegue entregar mais, deve entregar mais
que os indicadores atuais do Brasil, internacionais. Eles são ruins. O Brasil gasta como país rico, e tem
indicadores de país pobre per capita".

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278
Outros analistas, porém, levam em conta o gasto per capita para defender que o orçamento global de
educação siga aumentando conforme a meta do PNE.
Especialistas apontam, porém, que não adianta retirar dinheiro do ensino superior para aplicar no
básico. Segundo José Marcelino Rezende Pinto, professor da Universidade de São Paulo (USP)
especialista em financiamento da educação, as estimativas indicam que o Brasil deveria investir,
anualmente, pelo menos o dobro do que aplica na educação básica. Isso quer dizer que, mesmo que todo
o dinheiro do ensino superior fosse transferido para o básico, o problema continuaria.
"Se eu pegar todo o dinheiro da educação superior e jogar na educação básica, eu aumentaria em
25% o valor do gasto por aluno na educação básica. Ou seja, não resolve, seria insuficiente", afirmou
Marcelino, da USP. "E que país do mundo é louco de acabar com a educação superior pública? É um dos
poucos lugares em que você tem pesquisa."
Daniel Cara, coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), defende que
o governo federal aumente os repasses à educação básica ampliando o orçamento geral – sem, no
entanto, retirar verba do nível superior.
"Quando se fala em retirar do ensino superior e colocar na educação básica, o que se quer é uma
formação de baixo padrão, o ensino médio como terminativo. É a visão da mínima educação necessária
para um mercado de trabalho de baixo padrão."
Uma análise de 35 países com dados tabulados pela OCDE mostra que, em 34 deles, o gasto por
aluno no ensino superior é mais alto que o do ensino básico – a única exceção é a Grécia.

Mensalidade na universidade pública


Marcelino e Edward Madureira, da Andifes, explicam que passar a cobrar mensalidade nas
universidades públicas também não resolveria o problema do financiamento.
"Na verdade, as famílias já pagam pela universidade pública, está nos impostos que são recolhidos",
afirma Madureira. "E o perfil socioeconômico mostra claramente que o estudante do país hoje não tem a
mínima condição de pagar mensalidade. Se passassem a cobrar daqueles que poderiam pagar, essa
contribuição não seria suficiente para a manutenção das universidades."
Segundo Marcelino, mesmo as universidades americanas, que não são gratuitas e têm mensalidades
altas, não conseguem cobrir todo o orçamento só com as mensalidades – em alguns casos, as taxas
pagas pelos alunos chegam a apenas 14% do custo total da instituição.
Já Edward Madureira, da Andifes, afirma que o Brasil precisa olhar a educação como um todo, sem
"fatiá-la" em básica e superior.
"Começa na educação infantil e termina no pós-doutorado. Não há como fragmentar isso e, de repente,
querer investir em uma etapa em detrimento da outra. Nem na básica mais que na superior, e nem na
superior mais que na básica, porque vamos criar uma distorção, e a cadeia não vai fechar. Essa é uma
das razões da nossa fragilidade em relação ao resto do mundo na educação."

Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da
Educação160

Vélez enfrentava 'guerra' no MEC provocada por desentendimentos entre assessores. No período na
pasta, ele protagonizou uma série de polêmicas.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (08/04) a demissão do
ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será
Abraham Weintraub.
Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio
da demissão do agora ex-ministro.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação.
Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento
necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados", afirmou o
presidente.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e
enfrentava uma "guerra interna" no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores
do escritor Olavo de Carvalho.

160
G1. Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/08/planalto-anuncia-demissao-de-ricardo-velez-rodriguez-do-ministerio-da-educacao.ghtml. Acesso em 08 de abril de
2019.

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279
Na sexta-feira (05/04), em um café da manhã com jornalistas, o presidente Jair Bolsonaro disse que o
ministro poderia deixar o cargo nesta segunda-feira (08/04). "Segunda-feira vai ser o dia do 'fico ou não
fico'", disse o presidente na ocasião.
Pouco depois da declaração do presidente, Velez, que participava de um evento em Campos do Jordão
(SP) declarou que não entregaria o cargo.
No café, Bolsonaro também afirmou que não existe rivalidade entre a ala ideológica do governo –
influenciada pelo escritor Olavo de Carvalho – e a corrente militar, composta por generais que integram
altos cargos no Executivo federal.
Nos dois meses e meio à frente do Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez colecionou uma
série de polêmicas, entre as quais:
- Disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como tratam a ditadura militar e o
golpe de 1964.
- Anunciou a demissão do secretário-executivo da pasta diante da "guerra" no ministério. Depois trocou
os substitutos e também demitiu o presidente do Inep;
- Pediu a escolas que filmassem alunos cantando Hino Nacional e enviassem o vídeo ao MEC. Depois,
voltou atrás;
- Disse em entrevista que o brasileiro parece um "canibal" quando viaja ao exterior. Depois, disse ter
sido "infeliz" na declaração;
- Afirmou que a universidade não é para todos.

Além disso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos
importantes no Ministério da Educação.
A demissão de Vélez Rodríguez é a segunda baixa no ministério do governo Jair Bolsonaro.
Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em
uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.

Novo ministro
Weintraub, o novo ministro, já trabalhava no governo Bolsonaro. Ele era secretário-executivo da Casa
Civil, segundo cargo mais importante dentro da pasta.
Weintraub atuou na equipe do governo de transição. Junto com o irmão, Arthur Weintraub, foi
responsável pela área de previdência no período. Os dois foram indicados a Bolsonaro pelo ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

Ricardo Vélez Rodríguez


Nascido em Bogotá (Colômbia) e naturalizado brasileiro em 1997, o agora ex-ministro é autor de mais
de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
Vélez Rodríguez é mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro (PUC-RJ); doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho; e pós-doutor
pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron.

Em 7 de novembro, disse que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo escritor Olavo
de Carvalho.
"Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta
de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'", publicou à época.
Ainda no blog, Vélez chegou a escrever um texto intitulado "Um roteiro para o MEC" em que afirmava
que o Ministério da Educação tem como "tarefa essencial" recolocar os ensinos básico e fundamental "a
serviço das pessoas".
Na época em que o presidente Jair Bolsonaro estava fazendo as indicações aos ministérios, chegaram
a circular os nomes de Guilherme Schelb (procurador da República) e de Mozart Ramos (diretor do
Instituto Ayrton Senna) para o Ministério da Educação.

Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz
presidente161

Além do orçamento ter ficado menor neste ano, CNPq usou verba de 2019 para pagar as bolsas de
dezembro de 2018, afirmou o presidente do conselho em entrevista ao G1.

161
Carolina Moreno. Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz presidente. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/03/pesquisadores-financiados-pelo-cnpq-podem-ficar-sem-bolsas-a-partir-de-outubro-diz-presidente.ghtml. Acesso
em 03 de abril de 2019

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280
O orçamento confirmado para 2019 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) só garante dinheiro para pagar as bolsas de pesquisa até setembro, afirmou em
entrevista ao G1 João Luiz Filgueiras de Azevedo, presidente do órgão. Ele explica que, além de a verba
para este ano ter sofrido redução em comparação com o ano anterior, parte do dinheiro para 2019 foi
usada para o pagamento das bolsas referentes a dezembro de 2018.
Azevedo estima que o CNPq necessite de cerca de R$ 300 milhões para conseguir fechar as contas
de 2019, considerando tanto a redução orçamentária quanto os cerca de R$ 80 milhões do orçamento
deste ano que foram usados para pagar contas do ano anterior.
"Nesse momento, é correta a afirmação. [O orçamento] paga integralmente as bolsas até setembro.
De outubro em diante certamente não paga tudo, provavelmente paga muito pouco", disse o presidente
do CNPq.
O problema, porém, pode ser ainda pior, já que, na sexta-feira (29), o governo federal anunciou
um contingenciamento de R$ 2,13 bilhõesno Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações (MCTIC).
A pasta foi a sétima que mais perdeu recursos com o anúncio:

Alertas desde 2018


Desde a discussão da lei orçamentária anual, no segundo semestre de 2018, o valor abaixo do
esperado para 2019 já acendia sinais de alertas. Mas, segundo o atual presidente, os diferentes cenários
possíveis caso o dinheiro das bolsas de fato termine antes do fim do ano ainda não estão sendo
levantados.
Azevedo explicou que o CNPq conta com o apoio do ministro Marcos Pontes, para tentar reverter o
problema:
"O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações está plenamente consciente disso,
sabe do problema e, mais do que isso, está trabalhando para tentar reverter. Então não é um problema
do qual o CNPq está desesperado atrás, não estamos sozinhos. Nosso ministro está na luta." - João Luiz
Filgueiras de Azevedo, presidente do CNPq
Azevedo diz, porém, que ainda não recebeu notícias do MCTIC sobre como a pasta vai repassar o
contingenciamento anunciado pelo governo federal.

Quedas consecutivas do orçamento


Dados do CNPq mostram que esse é pelo menos o terceiro ano consecutivo de queda na verba
destinada ao pagamento de bolsas. De 2018 para 2019, nas demais áreas, como gastos de administração
e de fomento à pesquisa, houve um aumento no orçamento. Porém, o orçamento global do CNPq teve
uma perda em valores absolutos de R$ 142,6 milhões, considerando os valores do orçamento do ano
passado corrigidos pela inflação acumulada até janeiro deste ano.

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281
"Estou cautelosamente otimista de que a gente vai conseguir reverter a situação, porque existe um
empenho grande do nosso ministro. Mas concordo que em breve a gente vai ter que começar a ver o
cenário do que a gente faz se chegar nessa situação", resumiu Azevedo.

Quase 80 mil bolsistas


O G1 teve acesso a números do CNPq relativos a fevereiro deste ano, quando o conselho registrou
79.749 bolsistas – o número flutua conforme novos bolsistas são incorporados, ou antigos bolsistas
concluem suas pesquisas. Metade deles recebem bolsas de iniciação científica ou tecnológica, que têm
valores entre R$ 100 e R$ 400. Considerando o número de bolsistas nesses programas e o valor das
bolsas, o CNPq gastou cerca de R$ 13 milhões com 40.383 bolsas naquele mês.
O segundo maior grupo em número de bolsistas é o da pós-graduação (mestrado e doutorado no
Brasil). No total, 8.708 mestrandos recebem R$ 1.500, e 8.215 doutorados têm bolsa de R$ 2.200 por
mês. Em fevereiro, o CNPq repassou cerca de R$ 31 milhões a esses 16.293 pesquisadores.
Outros 15.232 pesquisadores recebem bolsas de produtividade e recebem entre R$ 1.100 e R$ 1.500
por mês.
Os demais bolsistas são das modalidades de pós-doutorado, bolsas tecnológicas ou de extensão,
apoio técnico à pesquisa, programa de capacitação institucional e outras bolsas, como atração de jovens
talentos e desenvolvimento tecnológico.
Há ainda 868 bolsistas do CNPq desenvolvendo pesquisas no exterior, mas o valor varia de acordo
com o país de destino.

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Valores defasados
Nem todas as modalidades têm valores definidos de forma detalhada no site do CNPq e, em alguns
casos, o valor varia de acordo com subgrupos. As modalidades detalhadas, como as de iniciação
científica, pós-graduação, produtividade, pós-doutorado e tecnológicas, somaram 77.106 bolsistas em
fevereiro. No caso dos bolsistas de produtividade e de alguns tipos de pós-doutorado e bolsas
tecnológicas, os valores pagos variam.
Um cálculo que considera que cada um deles recebeu apenas o valor mínimo estabelecido mostra que
o CNPq gastou em fevereiro pelo menos R$ 68,8 milhões para manter essas pesquisas.
Mesmo assim, esses valores estão defasados há anos. Um levantamento feito pela Associação
Nacional de Pós-Graduandos mostra que o último reajuste nas bolsas de mestrado e de doutrado
aconteceu em 2013.
Desde então, a inflação acumulada chegou a 42,6% até fevereiro de 2019, segundo o Índice de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Caso
fossem reajustadas de acordo com o índice, as bolsas de mestrado chegariam a R$ 2.139,77 e as de
doutorado, a R$ 3.138,33.
Segundo Azevedo, para este ano não é possível reajustar os valores das bolsas de pesquisa, já que
o orçamento, segundo ele, "está posto", ou seja, já foi sugerido pelo Executivo e debatido pelo Legislativo
durante o ano passado.

Novo secretário-executivo do MEC é militar162

Tenente-brigadeiro é o quarto nome anunciado em três meses. Antecessora, Lolene Lima foi
dispensada oficialmente na última quinta-feira (28/03).
Desocupado nos últimos dias, o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) foi
preenchido por Ricardo Machado Vieira. A nomeação foi publicada na edição desta sexta-feira (29/03) do
Diário Oficial da União (DOU).
Ricardo era assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) desde fevereiro de 2019. Ele é militar — segundo seu currículo, é tenente-brigadeiro e já ocupou
o posto de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (FAB).
Em três meses de gestão, é a quarta vez em que o governo anuncia um nome para o cargo de "número
dois" do MEC. Luiz Antônio Tozi permaneceu no posto até o dia 12 de março, quando foi demitido em um
ato de "reestruturação" promovido pelo ministro Vélez.
Com a saída dele, o nome de Rubens Barreto da Silva, que até então era secretário-executivo adjunto,
foi anunciado por rede social. A nomeação para o novo cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no
Diário Oficial.
Em seguida, Lolene Lima foi colocada no posto, também sem publicação no DOU. Ela foi demitida oito
dias depois.

162
G1. Novo secretário-executivo do MEC é militar. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/29/novo-secretario-executivo-do-mec-e-
nomeado.ghtml. Acesso em 29 de março de 2019

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283
Reunião de Bolsonaro com Vélez
O presidente Jair Bolsonaro marcou uma reunião para esta sexta-feira (29/03), às 10h30, no Palácio
do Planalto, com o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez.
Na noite de quinta (28/03), Bolsonaro foi questionado duas vezes sobre a permanência de Vélez no
MEC, mas ficou calado. A pasta enfrenta uma série de polêmicas e trocas de cargo.

Militares x seguidores de Olavo de Carvalho


Há uma disputa interna na área da educação sobre qual projeto de governo deve ser implementado.
Os grupos em conflito poderiam ser chamados de “pragmáticos” e “ideológicos”.
O primeiro é formado por militares — incluindo generais, que foram os primeiros a serem envolvidos
na campanha de Bolsonaro — e também por ao menos um coronel que tem afinidade com o ministro. A
escolha de Ricardo Machado Vieira, tenente-brigadeiro, reforçaria essa equipe.
O segundo grupo é constituído por seguidores do escritor de direita Olavo de Carvalho e por ex-alunos
do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Vale lembrar que o próprio Vélez foi indicado por
Carvalho.

O que quer cada um dos grupos?


A ala militar dentro do MEC pode ser considerada mais pragmática: parte dela ajudou na elaboração
das propostas de campanha de Bolsonaro, que incluíam a defesa da educação a distância, a criação de
colégios militares em capitais e a modernização da gestão na pasta.
Os olavistas chegaram à equipe sobretudo depois da vitória de Bolsonaro, causando atritos com os
que já estavam contribuindo nas discussões sobre educação desde a campanha. O principal ponto para
esse grupo “ideológico” é expulsar do MEC qualquer resquício do que chamam de “marxismo cultural” ou
“pensamentos esquerdistas”.
Isso inclui a defesa de projetos como o Escola Sem Partido, revisão de questões do Exame Nacional
do Ensino Médio (Enem) ou ensino que aborde questões de gênero nas escolas. De acordo com fontes
ouvidas pelo G1, que não quiseram ser identificadas, o grupo ideológico também tem restrições à atuação
do Conselho Nacional de Educação (CNE), à implementação da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e a pontos do Plano Nacional de Educação (PNE).

Antecessora não chegou a ser nomeada no Diário Oficial


A antecessora de Ricardo Machado Vieira, Lolene Lima, foi dispensada oficialmente do MEC na edição
desta quinta-feira (28/03) do Diário Oficial. Formalmente, ela ainda ocupava a posição de "substituta
eventual do cargo de Secretário da Educação Básica".
Ela havia sido nomeada como secretária-executiva no dia 14 de março. O anúncio não chegou a ser
oficializado no Diário Oficial, mas ela já seguia uma agenda pública ao lado do ministro Ricardo Vélez
Rodríguez.
Oito dias depois dessa nomeação informal, Lolene foi informada de que não seguiria mais no
ministério.
“Diante de um quadro bastante confuso na pasta, mesmo sem convite prévio, aceitei a nova função
dentro do ministério. Novamente me coloquei à disposição para trabalhar em prol de melhorias para o
setor. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do
grupo do MEC”, postou ela, em sua conta no Twitter.

Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização163

Metodologia que ensina a associar letras a seus sons ainda é amplamente adotada no Brasil e em
outros países, mas críticos a consideram ultrapassada e defendem mistura de métodos
A Política Nacional de Alfabetização, um dos projetos que o governo Bolsonaro pretende em seus 100
primeiros dias, erradicar o analfabetismo no Brasil apostando no método fônico (ou fonético) de
alfabetização.
Nele, a alfabetização se dá através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som
(o fonema). A criança aprende a reconhecer o som de cada letra para, a partir daí, ser capaz de combiná-
las de modo a formar sílabas e palavras.
O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons
mais simples para os mais complexos.

163
O Globo. Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização. https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/entenda-que-o-
metodo-fonico-que-mec-privilegia-em-sua-politica-de-alfabetizacao-23536565?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso em
22 de março de 2019

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284
Há registros formais do uso do método fônico desde 1719, na França. No Brasil, ele passou a ser
amplamente usado em substituição ao método da soletração (ou alfabético), que vigorou até a década de
1980.
Hoje, a metodologia fônica rivaliza com as técnicas associadas ao construtivismo — em que se parte
de textos e experiências sobre as funções da linguagem rumo a palavras, letras e sons—, considerado
mais moderno.
Educadores são praticamente unânimes em afirmar que não se deve eleger um único método de
alfabetização e há divergências sobre o alcance da técnica fônica.
O principal defensor do método é Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC. Mestre em
Educação e seguidor do escritor Olavo de Carvalho, ele já afirmou que o construtivismo foi um "erro" do
sistema educacional brasileiro.
A concepção fônica do ensino da leitura é uma recomendação de governo em Portugal, França, Chile,
Itália, Inglaterra e Estados Unidos. O método é adotado como padrão em países como Cuba, Israel,
Canadá, Bélgica e Alemanha.

Questões

01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA) Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM

02. (UFRR – Técnico em Contabilidade – UFRR – 2018) A “Escola sem Partido” tem provocado
exaltados debates desde o Congresso Nacional, passando pelas casas representativas nas esferas
estaduais e municipais até nas redes sociais. Nos últimos anos, diversos projetos de lei se espalharam
país afora, sob a alegação de restringir o "processo de doutrinação política" dentro da sala de aula.
Na Câmara dos Deputados, quem foi o autor do Projeto de Lei que inclui, entre as diretrizes e base
da educação nacional, o “Programa Escola sem Partido”?
(A) Senador Cristovam Buarque
(B) Deputado Jean Wyllys
(C) Deputado Marco Feliciano
(D) Senador Romero Jucá
(E) Deputado Izalci Lucas

03. (Prefeitura de Barretos/SP - Agente Administrativo - VUNESP - 2018) Após três anos de
discussões, mudanças e milhares de colaborações, o Ministério da Educação homologou nesta quarta-
feira (13 de dezembro) a chamada Base Nacional Comum Curricular.
(Folha de São Paulo, 20 dez. 18. Disponível em: <https://goo.gl/EBxwvA>. Adaptado)

A Base Nacional Comum Curricular determina


(A) um currículo unificado a ser abordado nas primeiras etapas da escolarização, em especial com as
crianças de até dez anos.
(B) os conteúdos específicos a serem ministrados nos diferentes cursos de Ensino Superior, a
depender da carreira escolhida.
(C) os direitos de aprendizagem dos alunos da educação básica, prevendo também espaço para
aspectos regionais do conteúdo.
(D) a fusão entre o ensino técnico e o regular, de forma a habilitar todo os alunos para o exercício de
uma profissão a partir dos 18 anos.
(E) a forma de ingresso no Ensino Superior por meio do acompanhamento do desempenho do aluno,
substituindo a prova do ENEM.

04. (UFRR – Técnico em Assuntos Educacionais – UFRR – 2019) De acordo com o sítio oficial do
Ministério da Educação (MEC), sua tarefa é promover o ensino de qualidade para todo o país. Sua
abrangência vai da educação em creches até o ensino superior, profissional e de pós-graduação. Um dos

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elementos do sistema que o ministério administra é o FUNDEB, que tem vigência até 2020 e tem por
objetivo:
(A) aumentar em dez vezes o volume de recursos federais para a educação básica.
(B) conceder financiamento a estudantes na educação superior não gratuita.
(C) sistematizar a oferta de vagas no ensino superior federal a participantes do Enem.
(D) coletar informações e fazer estatísticas da educação básica brasileira.
(E) expandir o ingresso de jovens e adultos de baixa renda à educação técnica.

Gabarito

01.A / 02.E / 03.C / 04.A

Comentários

01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação164.

02. Resposta: E
O projeto foi apresentado na Câmara no ano de 2015 pelo deputado Izalci Lucas
(http://www.escolasempartido.org/o-papel-do-governo-categoria/539-dia-historico-projeto-de-lei-que-institui-o-programa-escola-sem-partido-e-
apresentado-na-camara-dos-deputados).

03. Resposta: C
“A Base Nacional Comum Curricular define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do
Brasil. [...] A BNCC potencializa políticas e ações que, juntas, podem reduzir desigualdades
educacionais. Para as redes, ela é referência para a construção dos currículos. Para os professores,
ela é um instrumento fundamental para a prática em sala de aula. Para os pais, traz transparência ao
que seus filhos devem aprender.'' 165.

04. Resposta: A
Segundo o portal do MEC, o “É um importante compromisso da União com a educação básica, na
medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa
a visão sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos
para os programas direcionados a jovens e adultos”.

Saúde

Manifestantes protestam em São Paulo contra imunização obrigatória da Covid-19 e vacina


chinesa166

Mais de 300 pessoas se reuniram na Avenida Paulista neste domingo para protestar contra a defesa
do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), à imunização obrigatória contra a Covid-19
e contra a potencial vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, que será produzida pelo Instituto
Butantan.
Doria já defendeu tornar a vacinação obrigatória quando as vacinas estiverem disponíveis, o que levou
a críticas do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu que ela será voluntária. O presidente também vetou
um acordo por meio do qual o Ministério da Saúde iria comprar 46 milhões de doses da vacina da Sinovac,
a fim de ser incluída no Programa Nacional de Imunização.
O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), após a Rede Sustentabilidade pedir uma liminar
para obrigar o governo federal a comprar a vacina produzida pelo Butantan. Em outra ação, o PDT quer
que o Supremo garanta a competência de Estados e municípios de promover a vacinação obrigatória
contra a Covid-19.

164
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
165
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
166
Terra. Manifestantes protestam em São Paulo contra imunização obrigatória da Covid-19 e vacina chinesa. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/manifestantes-
protestam-em-sao-paulo-contra-imunizacao-obrigatoria-da-covid-19-e-vacina-chinesa,0d4d60dd744b32bb4cb279d28498476fu4iwsnbf.html. Acesso em 03 de
novembro de 2020.

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286
Em São Paulo, a vacina da Sinovac está sendo testada como parte da fase 3 dos testes clínicos com
suporte do governo de Doria e de instituições locais.
Os manifestantes em São Paulo se reuniram em defesa a Bolsonaro, com um deles usando uma
máscara com dizeres contrários à vacina.
Alguns manifestantes seguravam faixas em suporte ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
admirado por Bolsonaro.
"Contra o autoritário e embaixador chinês João Doria, ele quer implantar agora a vacina
compulsoriamente contra a nossa vontade", disse André Petros na manifestação.
"Isso não existe em lugar nenhum do mundo, nem na China essa vacina é compulsoriamente aplicada
nas pessoas", completou.
O Brasil tem o terceiro maior número de infecções por coronavírus com 5,5 milhões de casos, depois
de Estados Unidos e Índia.

Bolsonaro revoga decreto sobre privatização de postos de saúde do SUS167

Decisão foi anunciada em rede social e, depois, publicada em edição extra do 'Diário Oficial'. Entidades
criticaram possibilidade de privatização.
O presidente Jair Bolsonaro revogou nesta quarta-feira (28/10) o decreto que autorizava o Ministério
da Economia a realizar estudos sobre a inclusão das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dentro do
Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).
A revogação foi publicada em uma edição extra do "Diário Oficial da União". Antes, Bolsonaro anunciou
a decisão em uma rede social.
"Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto
Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de
equipamentos e contratação de pessoal", disse Bolsonaro na postagem.
"O espírito do Decreto 10.530, já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos
usuários buscar a rede privada com despesas pagas pela União", prosseguiu.
Meia hora depois, Bolsonaro editou a publicação e adicionou mais um trecho, em que fala de uma
possível reedição do decreto.
"A simples leitura do Decreto em momento algum sinalizava para a privatização do SUS. Em havendo
entendimento futuro dos benefícios propostos pelo Decreto o mesmo poderá ser reeditado", escreveu.

Decreto
O decreto sobre o tema foi publicado na terça (27/10), assinado por Bolsonaro e pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes. O texto permitia que a pasta fizesse estudos para incluir as Unidades Básicas
de Saúde (UBS) dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).
O PPI é o programa do governo que trata de privatizações, em projetos que incluem desde ferrovias
até empresas públicas.
O texto do decreto 10.530 afirmava que a "política de fomento ao setor de atenção primária à saúde"
estaria "qualificada" para participar do PPI.
Segundo o decreto, os estudos sobre as UBS deveriam avaliar "alternativas de parcerias com a
iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de Unidades Básicas de Saúde dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios".

Críticas
Especialistas ouvidos pelo G1 demonstraram preocupação com o decreto. "Obscuro", "apressado" e
"inconstitucional" foram alguns dos adjetivos usados para qualificar o texto.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, entendeu o decreto como um
caminho para a retirada de direitos da população.
"Precisamos fortalecer o SUS contra qualquer tipo de privatização e retirada de direitos", afirmou.
Para o pesquisador em saúde e direito Daniel Dourado, da Universidade de São Paulo (USP), a
Constituição não permite a privatização de serviços de saúde.
"Quando eles estão falando de modelo de negócio e de privatização e concessão, uma coisa tem que
ficar muito clara: ter a lógica da iniciativa privada dentro do SUS não pode, é inconstitucional", disse.
A pesquisadora Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas, lembra que a rede básica tem um papel
fundamental de organização da assistência à saúde.

167
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Bolsonaro revoga decreto sobre privatização de postos de saúde do SUS. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/28/bolsonaro-anuncia-revogacao-de-decreto-sobre-privatizacao-de-postos-de-saude-do-sus.ghtml. Acesso em 29 de
outubro de 2020.

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287
"Precisa tomar um cuidado muito grande para tentar evitar que isso [a parceria com o setor privado]
atenda interesses diferentes, que não sejam exatamente os de organizar o sistema de saúde", diz Malik.
A especialista em saúde pública Lígia Bahia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),
avaliou o decreto como "apressado".
"Essa inversão, essa chegada do Ministério da Economia na saúde é uma coisa extremamente
preocupante, é um desastre. O ministro Paulo Guedes não entende nada de saúde”, afirmou a
pesquisadora.

Ministério anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac e diz que imunização
começa no 1º semestre de 2021168

A União deve investir R$ 2,6 bilhões até janeiro. Vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto
Butantan será incluída no calendário nacional de vacinação e distribuída em todo o Brasil.
O governo federal anunciou em reunião com governadores nesta terça-feira (20/10) que a União vai
comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em
parceria com a empresa chinesa Sinovac. Com isso, o governo federal deve editar uma nova Medida
Provisória para disponibilizar R$ 2,6 bilhões até janeiro.
Assim como as demais vacinas testadas no Brasil, a CoronaVac está em fase de testes e sua eficácia
ainda precisa ser comprovada antes que o uso seja liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Nos testes, são aplicadas duas doses do imunizante por voluntário.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e mais 23 governadores participaram da reunião com
o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Segundo Pazuello, quando a vacina for aprovada, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio
do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que há décadas é responsável por campanhas nacionais
de vacinação. “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao
longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse Pazuello.
Até reunião realizada na semana passada com os secretários estaduais de Saúde, o governo federal
não havia incluído a CoronaVac no programa nacional de vacinação. Em entrevista ao G1, o secretário
estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse na ocasião que o ministério só havia investido
em Oxford, e tratava vacinas que estavam na mesma fase de testes de "maneira diferente".
Antes do anúncio desta terça-feira, a previsão do ministério era ter 140 milhões de doses no primeiro
semestre de 2021:
- 40 milhões via iniciativa COVAX Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
- 100 milhões de doses via AstraZeneca/Oxford (além dessas doses, no segundo semestre, o governo
pretende produzir 165 milhões de doses deste imunizante).

Agora, o Ministério da Saúde afirmou que "somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e Butantan-
Sinovac – representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de
2021".
O governo de São Paulo já havia fechado contrato com o laboratório chinês para a aquisição dessas
46 milhões de doses. A gestão João Doria (PSDB) buscava negociar com o governo federal para que
elas fossem distribuídas via Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar disso, o governador já chegou a afirmar que, caso não houvesse acordo com o Ministério da
Saúde, o governo estadual iria garantir a vacinação para "os brasileiros de São Paulo".

Segurança da vacina
A CoronaVac está na terceira fase de testes. Nesta segunda-feira (20/10), o governo de São Paulo
afirmou que 35% dos nove mil voluntários que participam dos testes no Brasil apresentaram reações
adversas leves. Segundo o governo, não houve registro de efeitos colaterais graves e a vacina pode ser
considerada segura.
A informação faz parte de um estudo parcialmente apresentado em entrevista coletiva. O estudo, no
entanto, não foi publicado em revista científica. Ainda não há dados sobre a eficácia da CoronaVac.
Segundo o governo, essas informações serão apresentadas até o fim do ano.
Embora Doria tenha garantido anteriormente que a vacina começaria a ser aplicada em profissionais
de saúde no dia 15 de dezembro, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta segunda que

168
César Tralli, TV Globo e G1 SP. Ministério anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac e diz que imunização começa no 1º semestre de 2021.
G1 São Paulo. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/10/20/governo-federal-anuncia-que-vai-comprar-46-milhoes-de-doses-da-vacina-chinesa-em-parceria-
com-o-butantan.ghtml. Acesso em 21 de outubro de 2020.

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a data para liberação ainda é incerta. Para ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa), é necessário que a eficácia da vacina também seja comprovada.
"As perspectivas da vacina são otimistas, mas não podemos dar uma data específica de quando isso
vai acontecer. Esperamos que até o final do ano essa vacina tenha o dossiê entregue na Anvisa, e que a
Anvisa possa proceder a análise e o registro", disse.

46 milhões de doses
O acordo para a compra de 46 milhões de doses com verba estadual foi assinado por Doria durante
coletiva de imprensa no final de setembro. Segundo Dimas Covas, a vacina começaria a ser envasada
no Brasil já em setembro e até o final do ano o Instituto teria 46 milhões de doses prontas. “Aí
aguardaremos o processo de registro”, disse o diretor do Butantan.
O contrato assinado pelo governo com o laboratório chinês tem o valor de 90 milhões de dólares e
prevê que a farmacêutica envie seis milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões
seriam envasadas em São Paulo até dezembro de 2020.
O governo estadual também anunciou a previsão de adquirir mais 15 milhões de doses até fevereiro
de 2021, chegando ao total de 61 milhões com verba própria. A expectativa era que, com o dinheiro do
governo federal, mais 40 milhões fossem adquiridas, chegando a 100 milhões até maio de 2021.
O acordo firmado nesta terça com o governo federal não contempla as 55 milhões de doses adicionais
que o governo do estado de SP anunciou até maio de 2021, apenas as 46 milhões de doses que já
estavam garantidas em contrato com a empresa chinesa.
Antes do indicativo de acordo com o governo federal, o secretário estadual de Saúde, Jean
Gorinchteyn, afirmou ao G1 que a compra de doses adicionais, além das 61 milhões já garantidas pelo
governo estadual, seria "inviável" sem recursos federais.

Estudo liderado pela OMS em mais de 30 países afirma ineficácia de 4 antivirais contra a
Covid-19169

'Solidarity Therapeutics Trial' foi feito em 405 hospitais e com 11.266 pacientes. Organização Mundial
da Saúde diz que resultados produzem 'evidências conclusivas'.
O "Solidarity Therapeutics Trial", estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em mais
de 30 países, apresentou os resultados em uma pré-publicação nesta quinta-feira (15/10). A pesquisa,
que aguarda a aprovação de revistas científicas e revisão por outros especialistas, afirma que quatro
antivirais utilizados contra a Covid-19 são ineficazes: remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir
(combinação) e interferon beta-1a.

Informações do estudo:
O "Solidarity" é um estudo global com mais de 30 países, feito em 405 hospitais;
É um ensaio randomizado, padrão ouro, que tem os mais rígidos padrões para coleta de evidências
científicas;
Participaram 11.266 adultos: 2.750 tomaram remdesivir; 954, hidroxicloroquina; 1.411, lopinavir; 651,
interferon mais lopinavir, 1.412, apenas Interferon; e 4.088 fizeram parte do grupo controle, que não
recebeu os medicamentos.
Resultado: 1.253 mortes foram relatadas durante a pesquisa. As evidências apontam que
os medicamentos desempenharam pouco ou nenhum papel na redução da mortalidade ou tempo de
internação da Covid-19.
De acordo com a OMS, mesmo que o ensaio ainda precise da análise de outros cientistas, ele
já produziu "evidências conclusivas" sobre os medicamentos.
"O progresso alcançado pelo 'Solidarity Therapeutics Trial' mostra que grandes ensaios internacionais
são possíveis mesmo durante uma pandemia, e oferecem a promessa de responder questões críticas de
saúde pública relativas ao tratamento de forma rápida e confiável", afirma o texto publicado pela
organização.

'Nenhum país fora de perigo'


Na segunda-feira (12/10), o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que dados
recentes mostram estabilização e queda dos casos de Covid-19 no Brasil, mas ele alertou que essa
tendência ocorre a partir de números "muito, muito altos".

169
G1. Estudo liderado pela OMS em mais de 30 países afirma ineficácia de 4 antivirais contra a Covid-19. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/10/15/estudo-liderado-pela-oms-em-mais-de-30-paises-afirma-ineficacia-de-4-antivirais-contra-a-covid-
19.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2020.

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289
"Nenhum país está fora de perigo ainda" - Michael Ryan, diretor na OMS
Na última semana, o Brasil passou das 150 mil mortes causadas pelo novo coronavírus e ainda bateu
os 5 milhões de casos de Covid. Apesar dos números altos, a média móvel de mortes ficou abaixo de 600
pela primeira vez desde maio, segundo o consórcio de veículos de imprensa.
O chefe de emergências lembrou que o Brasil é um país de proporções continentais e as autoridades
locais precisam estar atentas. "Dizer que a doença está caindo no Brasil é uma coisa positiva", disse
Ryan.
"(Mas) deve haver um alto índice de desconfiança conforme os números (gerais) caem para garantir
que sejam detectadas áreas em que eles possam estar aumentando", disse o diretor de emergências da
OMS.
"Como todos nós aprendemos sob duras penas nos últimos meses, o fato de a doença estar em
declínio não significa que ela não se agravará novamente. (...) Precisamos continuar vigilantes" - Michael
Ryan, diretor na OMS

Cientistas ganham Nobel de Medicina 2020 pela descoberta do vírus da hepatite C170

Prêmio aos americanos Harvey Alter e Charles Rice e ao britânico Michael Houghton foi anunciado
nesta segunda-feira em Estocolmo.
Os americanos Harvey Alter e Charles Rice e o britânico Michael Houghton ganharam o Prêmio Nobel
de Medicina pela descoberta do vírus da hepatite C. O anúncio foi feito em Estocolmo, nesta segunda-
feira (05/10).
Os três foram premiados por "sua contribuição decisiva na luta contra esta hepatite, um grande
problema de saúde global, que causa cirrose e câncer de fígado", explicou o júri do Nobel. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) calcula em quase 70 milhões o número de infecções por hepatite C, que provoca
400 mil mortes por ano.
No fim dos anos 1970, Harvey Alter identificou que, durante as transfusões, acontecia um contágio
hepático misterioso, e não era nem hepatite A nem hepatite B, recordou o júri. Anos mais tarde, em 1989,
Michael Houghton e sua equipe foram reconhecidos pela descoberta da sequência genética do vírus.
Charles Rice analisou durante anos a maneira como o vírus se replicava, pesquisas que levaram ao
surgimento de um novo tratamento revolucionário no início dos anos 2010.
— Seu trabalho é uma conquista histórica em nossa luta contínua contra as infecções virais — afirmou
Gunilla Karlsson Hedestam, integrante da Assembleia Nobel que decide os vencedores.
O prêmio é o primeiro diretamente relacionado a um vírus desde 2008. Depois do concedido a dois
virologistas em 1946 (de Química), este Nobel se une aos 17 prêmios direta, ou indiretamente, vinculados
a trabalhos sobre os vírus, de acordo com Erling Norrby, ex-secretário da Academia Sueca de Ciências.
Os vencedores do Prêmio Nobel serão anunciados esta semana, como estava previsto, mas cerimônia
presencial de entrega dos prêmios, em 10 de dezembro em Estocolmo, foi cancelada devido à pandemia
do coronavírus. Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas — o equivalente a cerca
de R$ 6,3 milhões.
No ano passado, o Nobel de Medicina foi concedido aos americanos Willial Kaelin e Gregg Semenza,
assim como ao britânico Peter Ratcliffe, por seus trabalhos sobre a adaptação das células aos níveis
variáveis de oxigênio no corpo, abrindo perspectivas no tratamento do câncer e da anemia.
Tradicionalmente, o Nobel de Medicina é sempre o primeiro a ser anunciado. Os prêmios de Física,
Química, Literatura e da Paz serão divulgados ao longo da semana, e, por fim, o de Economia será
anunciado na próxima segunda-feira (12/10).

Média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil fica abaixo de 700 pelo oitavo dia seguido171

País tem 143.886 óbitos registrados e 4.813.586 diagnósticos de Covid-19, segundo o consórcio dos
veículos de imprensa. Registro de infectados deixa tendência de queda e volta a estabilidade, um dia
após menor média móvel de casos desde junho.
O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de
coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta
quarta-feira (30/09).

170
Gaucha Zero Hora. Cientistas ganham Nobel de Medicina 2020 pela descoberta do vírus da hepatite C.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2020/10/cientistas-ganham-nobel-de-medicina-2020-pela-descoberta-do-virus-da-hepatite-c-
ckfwd8ea6000c012tv5tenyc2.html. Acesso em 05 de outubro de 2020.
171
G1. Média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil fica abaixo de 700 pelo oitavo dia seguido. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/google/amp/bemestar/coronavirus/noticia/2020/09/30/casos-e-mortes-por-coronavirus-no-brasil-em-30-de-setembro-segundo-consorcio-de-
veiculos-de-imprensa.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.

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290
O país registrou 876 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 143.886 óbitos
desde o começo da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de
689, uma variação de -12% em relação aos dados registrados em 14 dias.
É o 8º dia seguido que o país apresenta média móvel abaixo de 700. Uma sequência tão grande com
o número abaixo dessa marca só ocorreu antes em meados de maio.
Desde o dia 14 de setembro a tendência na média móvel de mortes segue em estabilidade, ou seja, o
número não apresentou alta nem queda representativa em comparação com os 14 dias anteriores. Antes
disso, o país passou por um período de uma semana seguida com tendência de queda no registro de
mortes por Covid.
Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 4.813.586 brasileiros já tiveram ou têm o novo
coronavírus, com 33.269 desses confirmados no último dia. A média móvel de novos casos foi de 26.544
por dia, uma variação de -15% em relação aos casos registrados em 14 dias. Um dia após a menor média
móvel de casos em 3 meses, os registro de infectados deixam a tendência de queda e voltam à
estabilidade.
No total, 2 estados apresentam alta de mortes: Roraima e Rio Grande do Norte.
Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações
percentuais. Em Roraima, por exemplo, a média saltou de 0 para 5 no intervalo de 14 dias, o que levou a
uma variação de 700%; e, no Rio Grande do Norte, a média passou de 4 para 5, que representou variação
de 16% em relação a duas semanas antes. A média é, em geral, em números decimais e arredondada
para facilitar a apresentação dos dados.
Brasil, 30 de setembro
Total de mortes: 143.886
Registro de mortes em 24 horas: 876
Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 689 por dia (variação em 14 dias: -12%)
Total de casos confirmados: 4.813.586
Registro de casos confirmados em 24 horas: 33.269
Média de novos casos nos últimos 7 dias: 26.544 por dia (variação em 14 dias: -15%)

Vacina chinesa contra o coronavírus não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários, diz
estudo172

Segundo dados divulgados pelo Governo de SP, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo
em 5,3% daqueles que foram imunizados, sendo os mais frequentes dores leves no local da aplicação
(3%), fadiga (1,5%) e febre moderada (0,2%).
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que 94,7% dos mais de 50 mil voluntários
que participam de teste na China não apresentaram efeito adverso à Coronavac, vacina contra o
coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O dado
faz parte de um estudo divulgado em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23/09).
"Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança e comprova
também a manifestação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando a Coronavac como
uma das 8 mais promissoras vacinas em desenvolvimento no seu estágio final em todo o mundo", disse
Doria.
A pesquisa testou a segurança da vacina em 50.027 voluntários na China. De acordo com os dados
divulgados pela gestão estadual, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo em 5,36% dos
participantes. As reações mais frequentes foram dores leves no local da aplicação (3,08%), fadiga (1,53%)
e febre moderada (0,21%). Os números foram divulgados em coletiva de imprensa.
"Os resultados dos estudos clínicos realizados na China mostraram baixo índice de efeitos adversos e
de baixa gravidade. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns em vacinas amplamente utilizadas.
A vacina da gripe, por exemplo, produzida pelo Instituto Butantan, apresenta efeitos pouco nocivos como
dor no local da aplicação, e não mais do que 10% dos que são vacinados apresentam reação dessa
natureza", disse o governador.
Crianças e idosos começaram a receber doses da vacina em setembro na China, mas o país só realiza
testes das fases 1 e 2. Segundo o estudo, até o momento foram vacinadas 422 pessoas maiores de 60
anos no país. Também foram vacinados 552 voluntários com idade entre 3 e 17 anos.
No Brasil, que está na fase 3 de testes da CoronaVac, dos 9 mil profissionais de saúde voluntários,
5.584 já receberam a dose até o último dia 21. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirma que os

172
Beatriz Borges, Marina Pinhoni, Patrícia Figueiredo e Vivian Souza. Vacina chinesa contra o coronavírus não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários, diz
estudo. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/09/23/governo-de-sp-diz-que-947percent-dos-50-mil-voluntarios-que-tomaram-a-coronavac-na-china-
nao-apresentaram-efeitos-colaterais.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.

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291
testes devem ser ampliados para 13 mil voluntários no país. A expansão, segundo o diretor, já foi
aprovada pela Anvisa. Deverão ser incluídos nesses testes grupos considerados de risco, como idosos e
crianças.
Nesta quarta-feira (23/09), o representante do laboratório Sinovac na América do Sul, Xing Han,
participou da entrevista coletiva, acompanhado de um tradutor, e disse que daqui "um ou dois meses" os
resultados finais da fase 3 devem ser divulgados.
Em estudo preliminar na China, com 24 mil voluntários, sendo 421 com mais de 60 anos, o governador
João Doria disse que a resposta imunológica dos idosos submetidos aos testes da vacina ficou entre 98%
e 99%. Nesta quarta-feira (23/09), o governador voltou a citar estudo, baseado nas fases de testes 1 e 2
na China.
"Além de segura a CoronaVac está se mostrando altamente eficiente. Na China, demostraram que a
CoronaVac apresentou 98% de eficiência na imunização das pessoas que foram lá testadas", disse Doria.
No entanto, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou que a eficácia da vacina só poderá
ser comprovada após a conclusão da fase 3, que está sendo realizada aqui no Brasil.
"Além de afirmarmos que não houve efeitos adversos graves, nós ainda não temos os dados
disponíveis em relação a eficácia. A eficácia será incluída uma vez que terminada a inclusão dos 9 mil
voluntários com duas doses vacinais. A partir do dia 15 de outubro poderemos ter o aparecimento dos
dados de eficácia que permitirá o registro da vacina na Anvisa. A Sinovac iniciou também um estudo de
fase 3 na Turquia e isso vai corroborar o processo de registro dessa vacina no mundo", afirmou.
Doria (PSDB) também afirmou nesta quarta-feira que a previsão é a de que a vacinação comece na
segunda quinzena de dezembro em médicos e paramédicos.
"Deveremos por óbvio aguardar a finalização desta terceira e última fase de testagem, os seus
resultados e a aprovação da Anvisa. Mas já em dezembro, na segunda quinzena, poderemos iniciar a
imunização de acordo com os critérios de vacinação adotados pela Secretaria da Saúde e dentro do
protocolo também do Ministério da Saúde. E os primeiros que receberam a vacina, obviamente, serão
médicos e paramédicos", disse Doria.

Promessa de vacina para São Paulo


Doria voltou afirmar nesta quarta-feira que a vacinação da população deve ir até fevereiro de 2021 e
que as doses do acordo com o laboratório chinês serão suficientes para imunizar toda a população de
São Paulo.
"Até 31 de dezembro teremos 46 milhões de doses da vacina Coronavac, e até 28 de fevereiro 60
milhões de doses desta vacina, o que é suficiente para a imunização de todos os brasileiros de São Paulo.
Já fizemos negociações com o Ministério da Saúde para que pudessem comprar mais 40 milhões de
doses desta mesma vacina para permitir a vacinação de brasileiros de outros estados. E esperamos
também que com o sucesso da vacina de Oxford e de outras vacinas o governo federal possa vacinar a
totalidade dos brasileiros no menor tempo possível", disse.
Na segunda-feira (21/09), o governador já havia prometido que toda a população do estado vai receber
a vacina contra a Covid-19 até fevereiro de 2021.
“Aos brasileiros de São Paulo, sim, garanto que teremos a vacina, a CoronaVac, para atender a
totalidade da população de São Paulo, já ao final deste ano e ao longo dos dois primeiros meses de 2021,
e vamos imunizá-los”, disse Doria nesta segunda.
O governador não explicou como será feita a distribuição das vacinas. O secretário da Saúde, Jean
Gorinchteyn, afirmou no último dia 10 que o cronograma dos testes está sendo respeitado e a expectativa
é a de que os resultados sejam enviados para a Anvisa no final de outubro. Com isso, ainda de acordo
com ele, a vacina será incluída no calendário de vacinação nacional no início de janeiro.
Em julho, o governador havia dito que a vacina seria distribuída pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) para milhões de brasileiros, não apenas em São Paulo.
“Nessas circunstâncias nós já poderemos iniciar a produção da vacina em dezembro e imediatamente
na sequência iniciar a vacinação, com o SUS, de milhões de brasileiros, não apenas em São Paulo como
também em outros estados", declarou Doria na época.
Ao apresentar o projeto desta vacina para o Ministério da Saúde, em agosto, Dimas Covas, diretor do
Butantan, também declarou que "a vacina é para brasileiros, não é para paulistas".
"O Butantan fornece vacinas, todas as vacinas que ele produz, ao Ministério da Saúde, o Programa
Nacional de Imunização, e esse é o projeto. Vamos oferecer essa vacina, esses 45 milhões de doses ao
Ministério da Saúde", disse Dimas Covas no dia 25 de agosto.
O acordo com o laboratório chinês prevê o envio de doses prontas da CoronaVac, fabricadas na China,
além da transferência de tecnologia para que o Butantan possa fabricá-las em território nacional no futuro.

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292
Até a última segunda-feira, o governo estadual afirmava que seriam 45 milhões doses ainda neste ano.
Neste domingo, Doria disse, pelas redes sociais, que o total de doses será de 46 milhões apenas em
2020.
O estado de São Paulo tem cerca de 44 milhões de habitantes, segundo o IBGE. Os testes da
CoronaVac em voluntários, no entanto, são feitos com duas doses da vacina por pessoa.

Plano alternativo
Questionado sobre como seria feita a imunização em SP, Doria afirmou nesta segunda-feira (21/09)
que o governo estadual já possui um plano alternativo de vacinação, caso a distribuição não seja feita
pelo SUS.
"Temos, sim, um plano alternativo, mas preferimos acreditar num plano nacional, num plano que
envolva o Ministério da Saúde. É nisso que nós temos trabalhado com o ministro Eduardo Pazuello. Não
faz sentido acreditar que o Ministério da Saúde com seriedade, imagine que não vá ter um tratamento
igual para todos os brasileiros", disse Doria.
"O que eu posso garantir é que os brasileiros que residem em São Paulo não vão ficar sem a vacina",
completou.
Doria também afirmou que não existirá preferência para alguns brasileiros em detrimento de outros na
distribuição da vacina.
"Entendo que a imunização de todos os brasileiros é fundamental. A meu ver, não existem brasileiros
de primeira classe, que tomam a vacina antes dos brasileiros de segunda classe, que tomam a vacina
depois. E no meu entendimento também a vacina deve ser obrigatória", disse o governador.

Vacina ainda em testes


Toda vacina precisa passar por etapas importantes de testes antes que sua distribuição em larga
escala seja autorizada. Os testes são necessários para verificar sua segurança e eficácia.
A CoronaVac está na terceira fase de testes. Essa etapa serve para avaliar se ela poderá ser
distribuída em massa. Esses testes com voluntários começaram no Brasil no dia 21 de julho, no Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
De acordo com Clinical Trials, que reúne informações sobre estudos clínicos de vacinas, o Instituto
Butantan informou que o último voluntário da CoronaVac será examinado em outubro de 2021. No
entanto, o governo planeja oferecer a vacina em janeiro de 2021.
Em agosto, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, admitiu, que vai buscar a aprovação da vacina
chinesa CoronaVac antes mesmo do fim dos estudos clínicos com os 9 mil voluntários brasileiros.
Metade dos voluntários recebem placebo e a outra metade a vacina. Esse tipo de estudo é denominado
de duplo cego, pois pesquisadores e pesquisados não sabem quem recebeu qual tipo de tratamento.
Após 14 dias da aplicação da primeira dose, os voluntários são submetidos a uma segunda.
Em 3 de julho, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou a nova etapa do projeto.
Dias depois, o governador João Doria (PSDB) anunciou que a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
(Conep) também aprovou a realização dos testes.
A vacina está sendo aplicada em doze centros de pesquisa selecionados no país e coordenados pelo
Instituto Butantan. Ao todo, 9 mil profissionais da saúde devem participar dos testes nos estados de São
Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília, durante a terceira fase de
testes da vacina chinesa.
Apenas profissionais de saúde que estejam atuando diretamente no combate à Covid-19 podem
participar. Outros pré-requisitos são que os voluntários não tenham se contaminado pela doença
anteriormente, mulheres não estejam grávidas ou planejem engravidar nos próximos três meses, e que
os voluntários morem perto de um dos 12 centros de pesquisa que conduzirão o projeto.

Número de doses
O acordo com o laboratório chinês Sinovac, que desenvolve a vacina, prevê o envio de doses prontas
da CoronaVac, fabricadas na China, além da transferência de tecnologia para que o Butantan possa
fabricá-las em território nacional no futuro. A íntegra do acordo, segundo o governo estadual, é sigilosa:
os números são divulgados pelo governador e por seus porta-vozes apenas em coletivas e comunicados
de imprensa.
Até a última segunda-feira, o governo estadual afirmava que seriam recebidas 45 milhões de doses
ainda neste ano. Neste domingo, Doria disse que o total de doses será de 46 milhões apenas em 2020.
Nesta quarta, Dimas Covas detalhou de onde virão essas doses: segundo eles, serão 6 milhões de
doses em frascos unidose, vindos da China, e outros 40 milhões de doses em frascos multidoses, que

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devem ser envasadas pelo Butantan. Outros 55 milhões de doses seriam produzidas no Butantan até
maio de 2021.

Recursos para o Butantan


Também nesta quarta Doria anunciou que o estado vai receber R$ 80 milhões em recursos do
Ministério da Saúde para reformar uma fábrica do Instituto Butantan que deve produzir a CoronaVac.
Em agosto, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto
Butantan, Dimas Covas, foram ao Ministério da Saúde pedir R$ 1,9 bilhão do governo federal. Esse valor
seria para a aquisição de mais insumos para a produção da vacina, para a continuidade dos estudos
clínicos e também para ampliação da fábrica.
Segundo Doria, o valor liberado nesta quarta é apenas para a fábrica do Butantan, e corresponde "à
primeira parte da liberação do recurso solicitado pelo governo de São Paulo". A liberação teria ocorrido
após reunião do secretário estadual da Saúde e o novo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em Brasília.
"Esses R$ 80 milhões são exclusivamente para a fábrica de vacinas do Butantan, fábrica que já está
sendo implantada, com investimento privado e agora também com a participação do governo federal, do
Ministério da Saúde. São exclusivamente para a nova fábrica da vacina CoronaVac do Butantan, a vacina
contra a Covid-19", disse Doria nesta quarta.
O valor liberado pela pasta supera o que o governo estadual ainda precisava arrecadar para a reforma
da fábrica, conforme anunciado por Doria na última segunda (14). Na ocasião, o governador disse que a
obra era estimada em R$ 160 milhões e que as doações de empresas do setor privado para a empreitada
já somavam R$ 97 milhões. Faltavam, portanto, R$ 63 milhões a serem arrecadados.

Brasil tem 30 mortes de profissionais de enfermagem por coronavírus, e mais de 4 mil


afastados pela doença173
Linha de frente no combate ao novo coronavírus, eles já registraram mais de 4,8 mil denúncias por
falta de equipamentos de proteção individual para trabalhar.
O Brasil registra ao menos 30 mortes de profissionais de enfermagem causadas pela Covid-19, de
acordo com balanço do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). Os dados retratam o impacto das
infecções do novo coronavírus entre enfermeiros, técnicos e assistentes até quarta-feira (15/04).
Outros 4 mil profissionais estão afastados pela doença, sendo 552 com diagnóstico confirmado e mais
de 3,5 mil em investigação. Ao todo, já são mais de 4,8 mil denúncias por falta de equipamentos de
proteção individual (EPIs) para trabalhar, de acordo com o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Os números chamam a atenção pela escalada de casos reportados por enfermeiros responsáveis ou
coordenadores das áreas de atendimento. Em 5 de abril, eram 230 casos suspeitos ou confirmados. Dez
dias depois, o número saltou para 4.089 – quase 18 vezes mais.
"Os dados refletem o avanço da pandemia e têm nos preocupado muito. O maior problema hoje na
enfermagem é a falta de equipamento de proteção individual (EPI). Há denúncias de reúso de máscara
N95 e outras que são feitas em material duvidoso. Se a pandemia avança, e não temos EPI, a tendência
é ter um maior número de profissionais contaminados e mais afastamentos", afirma Gilney Guerra,
conselheiro federal.

173
Elida Oliveira. Brasil tem 30 mortes de profissionais de enfermagem por coronavírus, e mais de 4 mil afastados pela doença. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/17/brasil-tem-30-mortes-de-profissionais-de-enfermagem-por-coronavirus-e-mais-de-4-mil-afastados-
pela-doenca.ghtml. Acesso em 17 de abril de 2020.

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Denúncias de falta de EPIs
Segundo Guerra, os profissionais de enfermagem estão na linha de frente no atendimento aos
pacientes com coronavírus. Ao todo, há 2.263.132 profissionais de enfermagem registrados nos
conselhos da profissão em todo o país, segundo o Cofen.
Guerra cita que, em tempos de pandemia, segue-se uma resolução da Anvisa que determina um
técnico de enfermagem para cada dois leitos de UTI e um enfermeiro para cada 10 leitos. São eles que
monitoram os equipamentos de ventilação mecânica para ajudar os casos graves da doença e
administram os medicamentos.
Nem sempre, de acordo com Guerra, fazem o trabalho com a segurança necessária. De 13 de março
a 16 de abril, o Cofen registrou 4.806 denúncias de falta de equipamentos de proteção individual,
proibição ao uso do material existente na instituição, pedidos de que os profissionais adquiram seus
próprios materiais de segurança e também que reutilizem de materiais descartáveis.
"Fala-se muito que os profissionais de saúde são heróis, mas é preciso lembrar que o herói adoece,
precisa de EPI para trabalhar, e precisa ser respeitado nas suas limitações", afirma Guerra.
De acordo com o Ministério da Saúde, o problema está no fornecimento dos produtos. Cerca de 90%
dos materiais são produzidos na China, que encerrou a produção devido à pandemia e, agora, os países
enfrentam uma disputa entre si na compra dos materiais.

Contratação emergencial
O conselheiro federal de enfermagem alerta que há profissionais de grupo de risco trabalhando na
linha de frente de combate ao Covid-19. De acordo com os dados do Cofen, entre os profissionais
afastados por suspeita ou confirmação do novo coronavírus, 38% têm entre 31 e 40 anos; 23% têm entre
41 e 50 anos; 7,95% têm entre 51 e 60 anos e 1% é acima de 60.
"Entendemos que estamos em uma pandemia, mas é preciso haver uma contratação emergencial e
remanejamento desta força de trabalho. Colocar um enfermeiro diabético, hipertenso, ou com mais de 60
para atuar não é correto. Temos um registro de 9% de desemprego na área, estes profissionais precisam
ser chamados porque, quando um enfermeiro se contamina, ele precisa ser afastado por 15 dias", alerta.
A importância do trabalho dos enfermeiros foi lembrado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson
neste fim de semana. Ao receber alta do hospital onde esteve internado por Covid-19, Johnson citou o
nome de vários enfermeiros e fez um agradecimento emocionado a dois, em especial, que estiveram com
ele nos momentos mais críticos da doença.
"A razão para o meu corpo voltar a ter oxigênio foi por eles estarem a todos os segundos da noite ao
meu lado, me olhando, eles estavam pensando como agir e cuidando de mim, fazendo as intervenções
que eu precisava", afirmou.

Saiba quem é Nelson Teich, novo ministro da Saúde174

Teich foi indicado ao cargo nesta quinta-feira em substituição a Luiz Henrique Mandetta. Ele defendeu
em artigo necessidade de isolamento social horizontal contra o coronavírus.
Indicado nesta quinta-feira (16/04) pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de ministro da Saúde,
em substituição a Luiz Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich defende a necessidade de
isolamento social horizontal no combate ao coronavírus.
Em artigo publicado em 2 de abril em uma rede social, Teich fala na importância de medidas como o
isolamento social, a testagem em massa e o uso de projeções matemáticas no enfrentamento da
pandemia.
"Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite
ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada
econômica do país".
Em pronunciamento no Palácio do Planalto na tarde desta quinta, Teich afirmou que não haverá
"definição brusca" sobre esse tema.
O presidente Jair Bolsonaro já defendeu publicamente o que chama de "isolamento vertical", menos
rigoroso por ser restrito a grupos de risco, como pessoas acima de 60 anos.
Em 24 de março, em outro artigo sobre o coronavírus, o médico destaca as dificuldades enfrentadas
pelo gestor de saúde em meio à pandemia e cita pontos que devem ser considerados nas tomadas de
decisão.
"Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode
existir lado. O fundamental é analisar criticamente e de forma contínua a situação e as projeções,
174
G1. Saiba quem é Nelson Teich, novo ministro da Saúde. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/16/nelson-teich-novo-ministro-da-saude-perfil.ghtml. Acesso
em 17 de abril de 2020.

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295
integrando continuadamente a nova informação na análise. A informação que chega a cada dia precisa
ser complexa, detalhada e em tempo real. É necessário rever diariamente a realidade, os cenários, as
projeções e as ações. Como comentado, projeções e posições radicais e emocionais só levam a mais
confusão e problema", diz.

Carreira
Teich foi responsável nos anos 1990 pela fundação do Centro de Oncologia Integrado (Grupo COI),
onde atuou até 2018. Segundo o perfil dele em uma rede social, trabalhava como consultor em gestão de
saúde.
De setembro do ano passado até janeiro deste ano, também de acordo com o perfil, Teich prestou
orientações à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério
da Saúde, comandada por Denizar Vianna.
O novo ministro é formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Teich foi
residente de Oncologia no Instituto Nacional do Câncer. Na sequência, focou sua formação na área de
gestão da saúde, ao cursar um MBA na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um mestrado
na Universidade de York (Reino Unido) voltados para o tema.
Em 2010 e 2011, ele prestou consultoria para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo,
também focada em gestão da saúde. Teich foi um dos sócios-fundadores do MDI Instituto de Educação
e Pesquisa, onde foi sócio do atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde
(SCTIE) do Ministério da Saúde, Denizar Vianna.

Coronavírus: Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia175

Atendimento à distância poderá ser utilizado em qualquer área da saúde. Pelo projeto, médico deverá
informar ao paciente 'todas as limitações' deste tipo de consulta.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25/03), em sessão remota, um projeto que
autoriza o uso da telemedicina durante a pandemia de coronavírus. O texto segue para o Senado.
O projeto foi apresentado na quarta-feira (18/03) por um grupo de deputados e define telemedicina
como: "Exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de
doenças e lesões e promoção de saúde".
O texto diz que a telemedicina poderá ser usada "em quaisquer atividades na área da saúde".
Na justificativa do projeto, os parlamentares argumentam que a situação "crítica e urgente" relacionada
à pandemia leva a uma maior demanda do serviço médico.
Por isso, na opinião dos deputados, seria necessário acabar com qualquer requisito burocrático que
poderia impedir a atendimento à distância.
"O mais importante é assegurar à nossa população a continuidade do atendimento", dizem os
parlamentares no documento.

Outros pontos
Segundo o projeto, o médico deverá informar ao paciente "todas as limitações inerentes ao uso da
telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta".
A proposta diz também que a prestação do serviço de telemedicina seguirá padrões normativos e
éticos usuais no atendimento presencial, inclusive no pagamento pelo serviço prestado.
Pelo texto, o poder público não vai custear ou pagar pelas consultas de telemedicina quando o serviço
não for prestado ao SUS.

Argumentos
Favorável à proposta, o deputado Doutor Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ) afirmou que a classe
médica vê na telemedicina “um grande instrumento neste momento da pandemia do coronavírus”.
“Uma classe que, junto com todos os profissionais de saúde, tem prestado um grande serviço à nação.
Os profissionais de saúde estão na ponta do atendimento, deixando as suas famílias, deixando os lares,
dedicando a vida à população brasileira”, declarou Teixeira Júnior.
Nesta terça-feira (24/03), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, havia dito que o travamento do país
seria “péssimo” para a saúde e criticou o fechamento de consultórios.
Para o ministro, medidas como "locaute", em que há interrupção da maioria das atividades, deveriam
ser tomadas com precaução.

175
Luiz Felipe Barbiéri, Elisa Clavery e Gustavo Garcia, G1 e TV Globo. Coronavírus: Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/25/coronavirus-camara-aprova-projeto-que-autoriza-telemedicina-durante-pandemia.ghtml. Acesso em 26 de março de
2020.

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296
Portaria
Na última segunda-feira (23/03), o Ministério da Saúde publicou portaria que autoriza e regulamenta o
uso da telemedicina para atendimentos durante a pandemia do coronavírus.
Dias antes, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já tinha encaminhado ofício à pasta informando
sua decisão de reconhecer a possibilidade do uso da telemedicina no Brasil, também de forma
excepcional, enquanto durar a crise do Covid-19.

Ministério da Saúde vai convocar médicos cubanos para trabalhar na pandemia do novo
coronavírus176

João Gabbardo explicou que mais de 5 mil novos médicos devem atuar na atenção básica de todo
país. Ele disse ainda que todos os médicos cubanos que estavam trabalhando no programa Mais Médicos
e estudantes de medicina serão chamados.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou em entrevista ao Jornal
GloboNews deste domingo (15/03) que o órgão vai convocar médicos cubanos que participaram do
programa Mais Médicos para ajudar a controlar a epidemia do novo coronavírus.
Também serão chamados estudantes de medicina— a partir do sexto ano de curso —, para atuar na
atenção básica de saúde.
De acordo com Gabbardo, a medida é para ajudar a repor parte da mão de obra médica que se perde
durante o trabalho, já que os médicos também sofrem com a contaminação.
“A gente perde no transcorrer da doença. Mesmo que os sintomas deles sejam leves, eles têm que ser
isolados para não ficar transmitindo a doença para os seus pacientes”, explicou.
“Esses cinco mil médicos que vão ser chamados, irão para a atenção básica de todo o país. E vamos
fazer mais do que isso: nós vamos chamar a partir de amanhã (segunda, 16), todos os médicos cubanos
que estavam trabalhando no programa inicialmente. Eles vão ser chamados. Assim como estudantes de
medicina a partir do sexto ano e um chamado para médicos aposentados. Com certeza mais de cinco mil
médicos”, afirmou.

Coronavírus: OMS declara pandemia177

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia de covid-19.


A informação foi confirmada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma
coletiva de imprensa nesta quarta-feira (11/03).
Durante a fala, ele destacou que há hoje 118 mil casos em 114 países e que 4.291 pessoas perderam
a vida por causa da doença.
"Os números de casos, de mortes e o número de países afetados deve ser ainda maior nos próximos
dias e nas próximas semanas."
Ghebreyesus afirmou ainda que a OMS está "profundamente preocupada" com o níveis "alarmantes"
de disseminação da doença e de "inação", mas que o fato de o surto global ter evoluído para uma
pandemia não significa que seja impossível reverter a situação atual.
"A palavra pandemia não deve ser usada de forma descuidada ou leviana. É uma palavra que, se mal
empregada, pode despertar medo irracional ou a aceitação injustificável de que a luta acabou, levando a
sofrimento e mortes desnecessárias."
Segundo ele, se os países trabalharem para detectar e rastrear a doença, isolar os casos e se
mobilizarem recursos humanos para responder à covid-19, é possível impedir que aqueles locais com
poucos casos se tornem centros de disseminação do vírus e, por consequência, que haja transmissão
comunitária sustentada.
"Todos os países devem encontrar um bom equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar problemas
econômicos e sociais e respeitar os direitos humanos."
O diretor-geral ressaltou ainda que as orientações da OMS aos países seguem as mesmas: ativar e
ampliar os mecanismos de resposta a emergências, comunicar-se com a população sobre os riscos e
sobre como se proteger, encontrar, isolar, testar e tratar todos os casos de covid-19, além e rastrear todos
os infectados.
"Estamos todos juntos, para fazer as coisas certas com calma e proteger os cidadãos em todo o
mundo. É factível", declarou.

176
GloboNews. Ministério da Saúde vai convocar médicos cubanos para trabalhar na pandemia do novo coronavírus. G1.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/03/15/ministerio-da-saude-vai-convocar-medicos-cubanos-para-trabalhar-na-pandemia-do-novo-
coronavirus.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=gnews&utm_content=post. Acesso em 17 de março de 2020.
177
BBC Brasil. Coronavírus: OMS declara pandemia. https://www.bbc.com/portuguese/geral-51842518. Acesso em 12 de março de 2020.

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297
O que é pandemia?
O termo é usado para descrever situações em que uma doença infecciosa ameaça muitas pessoas de
forma simultânea no mundo inteiro.
Um exemplo recente é o da gripe suína, em 2009, à qual é atribuída a morte de centenas de milhares
de pessoas, de acordo com a estimativa de especialistas.
As pandemias acontecem, em geral, quando há um vírus novo capaz de infectar seres humanos com
facilidade e de ser transmitido de uma pessoa a outra de forma eficiente e continuada.
O novo coronavírus, pelo que se sabe até agora, tem essas características.
Assim, sem uma vacina contra o agente patogênico ou tratamento que possa prevenir a doença, conter
a sua disseminação é crucial.
De acordo com a descrição da OMS, uma pandemia se caracteriza quando está se espalhando entre
seres humanos em uma série de países. Ela acontece quando há o aparecimento de surtos localizados
em diversas regiões do mundo ao mesmo tempo.
O novo coronavírus já chegou a 110 países e a todos os continentes, exceto a Antártida, e infectou
mais de 113,7 mil pessoas, levando cerca de 4 mil delas à morte.
A OMS estima que 3,4% dos pacientes morrem por causa de covid-19. Mas alguns especialistas
estimam que essa taxa de letalidade gire em torno de 2% ou menos.

Pandemias na história
A humanidade enfrenta pandemias pelo menos desde 1580, quando um vírus do tipo influenza, que
causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte.
Uma das pandemias mais graves já enfrentadas ocorreu entre 1918 e 1920. Estima-se que 50 milhões
de pessoas tenham morrido na pandemia da gripe espanhola, mais do que os 17 milhões de vítimas,
entre civis e militares, da 1ª Guerra Mundial.
O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia
da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado
centenas de milhares.
Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa.
"O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco", diz a infectologista
Rosana Ritchmann, do Instituto Emílio Ribas.
Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou
medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar
facilmente e de forma sustentada.
O novo coronavírus preenche todos estes requisitos, na opinião do ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, em declarações dadas antes da declaração de pandemia da OMS.

Entenda a diferença entre epidemia, pandemia, endemia e surto178

Preparamos um glossário para te ajudar a compreender a escala de cada uma dessas situações e
como organizações de saúde as classificam
Na última quarta-feira (11/03), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19,
causada pelo novo coronavírus que surgiu em Wuhan, na China, é uma pandemia. Mas, afinal, qual a
diferença entre a nova classificação e a antiga? Para te ajudar a entender melhor essas divergências,
preparamos um pequeno glossário. Confira:

Surto
É um aumento inesperado do número de infectados por determinada doença em uma região
específica. Um exemplo são os casos de dengue: quando muitos casos ocorrem no mesmo bairro de uma
cidade, por exemplo, as autoridades tratam esse crescimento como um surto.

Epidemia
Ocorre quando o número de surtos cresce, abrangendo várias regiões de determinada cidade, por
exemplo. Se isso acontecer, considera-se que há uma epidemia no município — mas um surto em escala
estadual.
Se o caso se espalhar para outras cidades, por sua vez, considera-se que há uma epidemia em
determinado estado —, mas um surto em escala regional, e assim por diante. Um exemplo é o ebola, que
passou a ser considerado uma epidemia em 2014, após atingir diversos países na África.
178
Redação Galileu. Entenda a diferença entre epidemia, pandemia, endemia e surto. Revista Galileu
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/entenda-diferenca-entre-epidemia-pandemia-endemia-e-surto.html. Acesso em 13 de março de 2020.

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298
Pandemia
É o pior dos cenários quando o assunto são áreas infectadas: acontece quando uma epidemia alcança
níveis mundiais, afetando várias regiões ao redor do globo terrestre. Para a OMS declarar a existência de
uma pandemia, países de todos os continentes precisam ter casos confirmados da doença.
Antes do Covid-19, a última vez que algo do tipo aconteceu foi em 2009, quando a gripe A (ou gripe
suína) foi declarada uma pandemia.

Endemia
Não está relacionada à quantidade, mas à grande frequência de casos de uma doença em determinada
região. Um exemplo disso é a febre amarela: o Norte do Brasil é considerado uma região endêmica da
infecção.

Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde179

Secretário-executivo da pasta diz que cobrança atualmente não é irregular. Procedimento será incluído
em lista definida pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse nesta terça-feira (10/03)
que os planos de saúde serão obrigados a bancar os testes para o novo coronavírus (Sars-Cov-2), vírus
causador da doença batizada de Covid-19.
Atualmente, os testes podem ser cobrados pelos planos de saúde, já que o exame não está no rol de
procedimentos de cobertura obrigatória definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
"(O teste) não faz parte da lista de procedimentos que os planos de saúde são obrigados a dar
cobertura e isso vai acontecer imediatamente. (...) Eu hoje já conversei com a ANS, deverá sair nos
próximos dias. Nós esperamos que saia até amanhã uma nova resolução incluindo o exame para
pesquisa do coronavírus na lista do rol de procedimentos de cobertura obrigatória", afirmou Gabbardo.
"No momento que isto estiver contemplado, ninguém que tenha plano de saúde poderá ser cobrado
para a realização do exame, está resolvido. Até o momento, não é irregular que haja a cobrança", explicou
Gabbardo.
Em nota, a ANS disse que foi realizada nesta tarde uma reunião com representantes de operadoras
de planos de saúde, de entidades representativas do setor e os diretores da agência reguladora.
"A Agência está detalhando os aspectos técnicos da medida, como o tipo de exame que deverá fazer
parte da cobertura obrigatória e as Diretrizes de Utilização (DUTs) que serão necessárias para adequação
aos protocolos do Ministério da Saúde e prazos necessários para que a medida seja implementada",
apontou a agência.
A agência ressaltou que o tratamento aos pacientes diagnosticados com o Covid-19 já é direito de
quem tem plano de saúde, de acordo com a segmentação de seus planos (ambulatorial ou hospitalar).

Brasil tem 930 casos suspeitos de novo coronavírus, diz ministério180

Balanço indica aumento de 40% no total de casos investigados. Após balanço do governo apontar 25
casos confirmados até 12h, Rio acrescentou mais 5 e país fechou o dia com 30 confirmados.
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (09/03) seu mais recente balanço sobre os casos
do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O vírus é o responsável pela epidemia da doença batizada de Covid-
19. Os números apontam:
- 930 casos suspeitos, eram 663 casos suspeitos no domingo (9), um aumento de 40%
- 25 casos confirmados até 12h, mesmo número do levantamento anterior
- 685 descartados

Depois do balanço federal, o Rio de Janeiro divulgou a confirmação de mais cinco casos, que só serão
considerados pelo Ministério da Saúde no balanço de terça. Com as novas confirmações, o Brasil passa
a ter 30 casos confirmados de Covid-19.

179
Larissa Passos. Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/10/teste-para-coronavirus-sera-incluido-na-lista-de-cobertura-obrigatoria-dos-planos-de-saude.ghtml.
Acesso em 11 de março de 2020.
180
Larissa Passos. Brasil tem 930 casos suspeitos de novo coronavírus, diz ministério. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/09/brasil-tem-930-casos-suspeitos-e-mantem-25-confirmados-de-novo-coronavirus-diz-ministerio.ghtml.
Acesso em 10 de março de 2020.

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299
Pacientes internados
Entre os 25 confirmados no balanço, quatro pacientes estão hospitalizados. O ministério apontou que
três pacientes têm hipertensão, um tem diabetes e um, doença pulmonar.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, explicou que novos casos
devem ser incluídos, mas eles não foram acrescentados já no atual balanço, que traz as informações
relatadas pelas secretarias estaduais de saúde somente até as 12h desta segunda.

Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019181

Comparação é com 2018. Considerando todas as doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti,
aumento é de 248%, segundo o Ministério da Saúde.
O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue em 2019, um aumento de 488% em relação a 2018,
segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.
No ano passado, o Brasil também registrou 10.708 casos de zika, com 3 mortes, e 132.205 ocorrências
de chikungunya, com 92 mortes, um aumento, respectivamente, de 52% e de 30% em relação aos casos
de 2018.
Juntando todos os casos de dengue, zika e chikungunya, houve um aumento de 248% no registro das
doenças transmitidas pelo mosquito do Aedes aegypti em 2019.
O Ministério da Saúde publicou um comunicado no dia 10 alertando a população que o "verão é o mais
propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época
de maior risco de infecção por essas doenças".
O Ministério da Saúde convoca a população brasileira a continuar, de forma permanente, com a
mobilização nacional pelo combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças
que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré, o 'Aedes aegypti', publicou o
órgão.

São Paulo
O estado de São Paulo foi responsável por mais de 33% dos casos de dengue seguidos de morte no
país, com 400.184 casos registrados, seguidos por 263 óbitos. Os dados são da Secretaria da Saúde
estadual.
Em nota, a Secretaria afirmou que o aumento dos casos pode ser explicado pela circulação no país de
um novo sorotipo de dengue, mais forte que o sorotipo em circulação até 2018. Veja a nota:
A dengue é uma doença sazonal, com oscilação de casos e aumento a cada três/quatro anos, em
média. Em 2015, por exemplo, houve um recorde de infecções. Desde 2019, devido a circulação do
sorotipo 2 de dengue, mesmo os pacientes que já tiveram dengue tipo 1, por exemplo, estão suscetíveis
a infecções, o que contribui para o aumento de casos e até mesmo para a ocorrência de quadros clínicos
mais graves.
O órgão também informou que cerca de 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão em
residências e, por isso, "o enfrentamento ao Aedes é uma tarefa contínua e coletiva".

Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce182

Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos sugere a ‘preservação’ como o único método ‘100%
eficaz’.
O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu uma nova frente nas políticas adotadas para prevenção
da gravidez precoce e sexo seguro entre adolescentes: a abstinência sexual. Os ministérios da Mulher,
Família e Direitos Humanos (MDH) e da Saúde elaboraram políticas para estimular jovens a deixarem de
fazer sexo, uma iniciativa considerada controversa e ineficaz por estudiosos do assunto.
O MDH, liderado pela ministra Damares Alves, passou a preparar eventos públicos para promover
a abstinência sexual, sob o pretexto de discutir iniciativas voltadas à prevenção da gravidez
na adolescência. Em um evento sobre gravidez precoce realizado em dezembro em um auditório
da Câmara dos Deputados, a pasta convidou apenas defensores da abstinência sexual. O público era
essencialmente religioso.
O ministério afirmou que usou como referência “estudos científicos e a normalização da espera como
alternativa para iniciação da vida sexual em idade apropriada, considerando as vantagens psicológicas,

181
G1. Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/13/brasil-teve-
aumento-de-488percent-nos-casos-de-dengue-em-2019.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
182
Vinicius Sassine. Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce. O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-defende-abstinencia-sexual-
contra-gravidez-precoce-1-24169206. Acesso em 06 de janeiro de 2020.

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300
emocionais, físicas, sociais e econômicas envolvidas, sem que isso implique em críticas aos demais
métodos de prevenção”.
Na entrada do auditório, dois cartazes criticavam o uso da camisinha como método de prevenção e
afirmavam — sem qualquer respaldo científico — que poros no preservativo permitem a passagem do
vírus HIV. Os responsáveis pelo evento negaram ter qualquer responsabilidade sobre os cartazes ou
endossar o conteúdo ali expresso. Um padre recolheu o material ao fim do evento.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem um índice de 56,4 nascimentos
a cada mil mulheres adolescentes na segunda metade da década — a taxa mundial é de 44 para cada
mil. Diante desse quadro, o MDH optou pelo que classifica de “preservação sexual”.
Em nota, a pasta nega a promoção da abstinência como política de governo: “A ideia é garantir o
empoderamento de meninas e meninos sobre o planejamento de vida e a consequência de suas
escolhas”, afirmou o ministério, em nota. “A ideia de promover a preservação sexual está sendo
considerada como estratégia para redução da gravidez na adolescência por ser o único método 100%
eficaz e em razão de sua abordagem não ter sido implementada pelos governos anteriores”.
O MDH acrescenta que “a prevenção do risco sexual já é política em outros países com resultados
exitosos em diversos indicadores sociais”. A pasta não menciona a que países se refere e quais são
esses indicadores.
Já o Ministério da Saúde decidiu acabar com a caderneta de saúde do adolescente — que, em cerca
de dez anos, distribuiu mais de 32 milhões de exemplares em unidades básicas de saúde. Nela há
informações sobre puberdade, sexo seguro e prevenção da gravidez precoce. A pedido de Bolsonaro, a
pasta publicou um ofício afirmando que o material “terá sua distribuição e uso descontinuado, até que se
concluam as avaliações”.
O GLOBO questionou a pasta sobre a razão do fim da caderneta e se ela será retomada ou se outro
material entrará em seu lugar. Por meio da assessoria de imprensa, o ministério afirmou que não
responderia as perguntas.

Reação de médicos
Em março, quando Bolsonaro manifestou-se contrário à caderneta, oito profissionais de saúde do
Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) assinaram uma nota
em defesa do material.
“Atender questões médicas e agravos de saúde de adolescentes é uma tarefa que impõe boa sintonia
com pessoas dessa faixa etária, desenvolver empatia de forma refinada, obter conhecimento técnico
sobre exame físico e as peculiaridades do desenvolvimento e do comportamento e se manter atualizado
com os avanços sociais”, assinalou a nota técnica. “Para o êxito de seu papel, pediatras e médicos da
família que atendem a população brasileira de adolescentes contam com a caderneta, considerada uma
ótima ferramenta”.
Para Mariana Franzoi, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília
(UnB), não se pode impor o modo como a sexualidade se manifesta:
— É preciso saber respeitar os adolescentes, que já têm autonomia. Trabalha-se com educação sexual
para que os adolescentes se cuidem e façam sexo seguro, quando eles quiserem — ressalta. — A postura
do governo é preocupante. Não se pode obrigar um adolescente a fazer sexo, nem a se preservar.
De acordo com a especialista, a caderneta era ilustrada com imagens equivalentes às presentes em
livros do ensino fundamental:
— Não tinha nada de pornográfico. Se for assim, será necessário recolher livros do ensino
fundamental. Adolescentes continuarão fazendo sexo, até pelas redes sociais. E essa exposição, por
exemplo, é que é preocupante.
Além disso, profissionais da saúde que atuam com o Programa Saúde na Escola, uma parceria entre
os ministérios da Saúde e da Educação, relatam um enfraquecimento do eixo do programa voltado a
infecções sexualmente transmissíveis e reprodução. As informações disponíveis on-line sobre o projeto
estão inacessíveis.

23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura183

Programa concluiu que 0,89% das amostras apresentaram potencial de risco à saúde para consumo
esporádico e nenhuma representou risco crônico.

183
Rafaella Vianna. 23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para cultura. G1.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/10/23percent-dos-alimentos-analisados-pela-anvisa-tem-residuos-de-agrotoxicos-acima-do-limite-
permitido-ou-proibidos-para-cultura.ghtml. Acesso em 10 de dezembro de 2019.

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301
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura em 23% dos alimentos avaliados entre 2017 e 2018.
Os resultados fazem parte do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos (Para) e foram
divulgados nesta terça-feira (10/12).
Em 77% das análises foi constatada ausência de resíduos de agrotóxicos ou a presença de
ingredientes ativos dentro do limite permitido pela agência, ou seja, seguras para consumo.
Das 23% onde foram vistas inconformidades, 17,3% das amostras tinham resíduos de ingredientes
ativos não permitidos para aquela cultura. As demais apresentaram ingrediente ativo acima do limite
permitido (2,3%), ingrediente ativo proibido no país (0,5%) ou amostras com mais de um tipo de
inconformidade (2,9%).

Na rodada anterior do programa, divulgada em 2016, de 12.051 amostras analisadas entre 2013 e
2015, o percentual das que foram consideradas insatisfatórias foi de 19,7%. A Anvisa diz que não é
possível a comparação porque a metodologia mudou.
Desta vez, a agência avaliou 4.616 amostras de 14 tipos de legumes, cereais e frutas encontrados em
supermercados de 77 municípios em todo o Brasil — exceto no Paraná, que optou por não fazer parte do
programa a partir de 2016.
Foram pesquisados 270 agrotóxicos em abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura,
chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Segundo a Anvisa, esses alimentos representam
cerca de 30% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira.

Avaliação de risco
A Anvisa também verificou o risco à saúde de acordo com dois critérios: agudo (para consumo
esporádico) e crônico (consumo prolongado).
Entre as amostras, 0,89% apresentaram potencial de risco agudo, ou seja, podem causar, em um
período de 24 horas, reações como dor de cabeça e náusea após o consumo de uma grande porção de
um alimento com nível elevado de resíduo de agrotóxico.
Os maiores percentuais apareceram em amostras de laranja, goiaba e uva.
Neste caso, a Anvisa fez a comparação com a rodada anterior, informando que, em 2016, esse índice
era de 1,11%.
Nenhum agrotóxico apresentou potencial de risco crônico para o consumidor, relatou a Anvisa. Foi a
primeira vez que o Para considerou esse tipo de dano. Neste caso, foram considerados os dados de mais
de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas no período de 2013 a 2018.

Como reduzir ingestão


"Não há nenhum alarde. Os alimentos estão seguros, dentro do que a gente esperava", diz Bruno Rios,
diretor adjunto da Anvisa. "O nosso monitoramento acontece desde 2001, então a gente vem
acompanhando e o principal foco da agência não está na dieta, no consumo dos alimentos, e sim no risco
ocupacional daquelas pessoas que aplicam os agrotóxicos no campo."
Rios sugere que o consumidor prefira alimentos cuja procedência é informada. "É importante que todos
exijam a origem desse alimento, do produtor, para que a gente consiga rastrear até o fim e isso garanta
a segurança de toda a cadeia", aconselha.

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302
"Também é importante que os alimentos sejam lavados e que seja usada uma bucha específica pra
essa finalidade, para retirar qualquer resíduo que porventura estejam na casca desses alimentos."
De acordo com a Anvisa, o agrotóxico carbofurano foi o principal responsável pelo risco agudo. O uso
deste agrotóxico está proibido pela Anvisa desde abril de 2018.
Segundo Rios, não há uma medida imediata a ser tomada com base nos novos resultados.
"Esses dados são públicos e essas informações são repassadas para todas as vigilâncias sanitárias
nos estados e municípios, no Ministério da Agricultura, e por serem dados de monitoramento, eles não
implicam de imediato em ação ou numa medida", afirma. "Mas eles servem para que a gente saiba onde
os problemas estão ocorrendo, para que a gente possa chegar até lá, e para que os próximos
monitoramentos possam ter resultados ainda melhores do que agora."
O Para existe desde 2003 e já monitorou mais de 35 mil alimentos, em ciclos. De 2013 a 2015 foram
25 tipos. No atual, que seguirá até 2020, serão 36%.

Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa184

A regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil foi aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (03/12). Com a decisão, produtos feitos com cannabis para
uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à
fiscalização da agência. O cultivo da planta em território brasileiro foi rejeitado.

Como era?
O paciente com indicação médica para o uso de produtos à base de maconha precisava de autorização
para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela
indústria internacional.
- O paciente precisava preencher um formulário no site da Anvisa;
- Apresentar um relatório médico e uma receita médica;
- Importar o produto;

Médicos ouvidos pelo G1 informam que o processo para o tratamento de epilepsia, por exemplo,
chegava a custar R$ 1 mil por mês.

Como ficou?
Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD,
substâncias presentes na planta, poderão comprar os medicamentos direto nas farmácias.
O regulamento exige que as empresas fabricantes tenham:
- Certificado de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa);
- Autorização especial para seu funcionamento;
- Conhecimento da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto;
- Documentação técnica da qualidade dos produtos;
- Condições operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território
brasileiro.

Empresas brasileiras poderão produzir?


Sim. Os fabricantes que optarem por importar o substrato da cannabis para fabricação do produto
deverão comprar matéria-prima estrangeira semielaborada, e não da planta ou parte dela.
A proposta submete a importação de produtos à base de cannabis para as farmácias às atuais regras
relacionadas ao controle de entrada e saída de qualquer outro entorpecente, psicotrópico ou precursor,
independentemente de se tratar de matéria-prima ou produto acabado.
Para viabilizar o monitoramento integral dos lotes de produtos e medicamentos à base de cannabis
importados, foram limitados os pontos de entrada em território nacional.

O plantio também está autorizado?


Não. O cultivo de maconha para fins medicinais no Brasil foi rejeitado. Por 3 votos a 1, proposta foi
arquivada pela agência reguladora. Com a decisão, fabricantes que desejarem entrar no mercado
precisarão importar o extrato da planta.

184
G1. Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/12/03/regulamentacao-de-produtos-a-base-de-cannabis-no-brasil.ghtml. Acesso em 04 de dezembro de 2019.

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303
Quando passa a valer a decisão?
A norma deve entrar em vigor 90 dias depois de ser publicada. Aprovada por unanimidade pelos
diretores da Anvisa, a regulamentação é temporária, com validade de três anos. Nesse período, a eficácia
e a segurança será testada e uma nova resolução deverá ser editada ao final do ciclo.

Produto ou medicamento?
A resolução da Anvisa cria uma nova classe de produto sujeito à vigilância sanitária: "produto à base
de cannabis". Ou seja, durante os três anos de validade, os produtos ainda não serão classificados como
medicamentos.
A medida aprovada diz que os produtos à base de cannabis ainda precisam passar por testes técnicos-
científicos que assegurem sua eficácia, segurança e possíveis danos, antes de serem elevados ao
patamar de medicamentos.
A delimitação do intervalo de três anos para validar a norma foi sugerida pelo diretor Fernando Mendes,
sob a justificativa de que ainda não há comprovação da eficácia dos tratamentos à base dos produtos.
"Não há qualquer evidência de baixo risco no uso desses produtos", afirmou ele.

Como será a prescrição médica?


O tipo de prescrição médica necessária vai depender da concentração de tetra-hidrocanabidiol (THC),
principal elemento tóxico e psicotrópico da planta Cannabis sativa, ao lado do canabidiol (CBD), que é
usado em terapias como analgésico ou relaxante.
O THC altera as funções cerebrais e é a substância que provoca os mais conhecidos efeitos do
consumo da maconha, droga ilegal no Brasil. Entretanto, estudos indicam que o THC também pode ser
usado como princípio ativo para fins medicinais.
Nas formulações com concentração de THC inferior a 0,2%, o produto deverá ser prescrito por meio
de receituário tipo B e renovação de receita em até 60 dias.
Já os produtos com concentração de THC superior a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes
terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Neste caso, o receituário
para prescrição será do tipo A, mais restrito, padrão semelhante ao da morfina.

Como serão os rótulos?


A embalagem dos produtos deve informar a concentração dos principais canabinoides presentes na
formulação, dentre eles o CBD e o THC, mas somente a concentração de THC é levada em conta para a
classificação dos rótulos.
Todos devem conter a frase "Venda sob prescrição médica", seguida de "Só pode ser vendido com
retenção de receita no caso de produtos com menos de 0,2% de THC" ou da frase "Uso desse produto
pode causar dependência física ou psíquica no caso de concentrações superiores a 0,2%".

Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE185

Dado foi divulgado nesta quinta-feira (28/11). É uma alta de mais de 3 meses em comparação com a
expectativa de vida observada em 2017, que era de 76 anos.
A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros era de 76,3 em 2018, de acordo com dados publicados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
São 76 anos, 3 meses e 18 dias. É uma alta de 0,4% em relação ao dado do ano anterior, que se
referia a 2017.
Esse número vem crescendo desde 1940: naquele ano, a expectativa de vida ao nascer era de apenas
45,5 anos.

185
G1. Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1 Bem Estar. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/11/28/expectativa-
de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de novembro de 2019.

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304
Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo186

Equipe de pesquisadores do hemocentro de Ribeirão Preto, no interior paulista, investiu verbas


públicas para dominar técnicas da terapia celular.
No dia do aniversário de 62 anos, Vamberto recebeu o diagnóstico: estava com o linfoma não Hodgkin
de alto risco. Foram quatro tratamentos diferentes, como químico, radioterapia. Nada funcionou. A
expectativa é que ele teria mais um ano de vida.
O filho dele descobriu, então, que nos Estados Unidos havia entrado no mercado um novo tratamento
contra linfoma, leucemia e melanoma, usando terapia celular. Mas que podia custar até R$ 5 milhões.
Sem descanso, o filho do seu Vamberto, que é dentista, continuou sua busca por alternativas e achou
uma esperança no interior de São Paulo.
Nos últimos onze anos, uma equipe de pesquisadores do hemocentro de Ribeirão Preto, no interior
paulista, investiu verbas públicas para formar pessoal, equipar laboratórios e dominar as técnicas desse
tratamento que pode ajudar o Seu Vamberto, a terapia celular.
Justamente aquela que custa milhões nos Estados Unidos e que está sendo aplicada por um hospital
público, experimentalmente, pela primeira vez na América Latina. Neste momento, a terapia celular está
literalmente salvando a vida de Vamberto.
“Eu cheguei a ter medo de morrer sim. Mas esse medo de morrer ele em nenhum momento foi maior
do que minha vontade de viver”, conta Vamberto.

Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da
Saúde187

O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (04/09) que os casos de sarampo no país
totalizam 2.753 desde junho, quando um novo surto da doença teve início. Os estados de São Paulo e
Pernambuco, juntos, registraram 4 mortes.
Foram três mortes no estado de São Paulo, sendo duas crianças e um adulto, e uma criança no estado
de Pernambuco.
Além disso, 98,37% dos casos (2.708) ocorreram no estado de São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Kleber
de Oliveira, em Brasília.

Indicações sobre vacinação


Já foram enviadas aos estados 1,6 milhão de doses extras da vacina contra sarampo. Mas o Ministério
da Saúde anunciou a compra de 28,7 milhões de doses adicionais, o que deve garantir o abastecimento
do país até 2020, segundo a pasta.
Estima-se que 39.927.094 brasileiros não estejam vacinados contra o sarampo, conforme dados da
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e do Ministério da Saúde.

186
Fantástico. Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/10/13/conquista-da-
ciencia-brasileira-reverte-quadro-de-paciente-com-cancer-agressivo.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2019.
187
Rafaella Vianna. Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da Saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/09/04/casos-de-sarampo-no-brasil-chegam-a-2753-desde-junho-diz-ministerio-da-saude.ghtml. Acesso em 04 de
setembro de 2019.

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305
Entretanto, Oliveira afirmou que não é necessário vacinar novamente pessoas que já receberam as
duas doses obrigatórias da vacina.
"As unidades de saúde não devem vacinar quem tiver tomado as duas doses da vacina", disse o
secretário. "Estamos tirando vacina de crianças porque adultos que receberam as duas doses chegam
nas unidades de saúde querendo tomar outra."

Medidas para menores de 6 meses


O Ministério da Saúde informou, ainda, que vai disponibilizar aos estados e ao Distrito Federal cápsulas
de vitamina A para casos suspeitos de sarampo em crianças menores de seis meses de idade. Cada
criança deve tomar duas doses da vitamina.
Isso ocorre porque a vacina contra o sarampo é contraindicada para bebês menores de seis meses de
idade.
A orientação é que a primeira dose do medicamento seja dada assim que surgir a suspeita de sarampo.
Para diminuir o risco de transmissão da doença, a segunda dose deverá ser aplicada no dia seguinte, em
casa.

Aumento dos casos


O último registro do ministério, de 24 de agosto de 2019, era de 2.331 casos de sarampo no país. O
aumento no número de ocorrências se deve principalmente à confirmação clínica de casos que estavam
em investigação, segundo a pasta.
De acordo com o ministério, nos primeiros meses de 2019, o governo conseguiu interromper a
transmissão do vírus do sarampo na região Norte. Alguns meses depois, novos casos foram importados
de Israel, Malta e Noruega, iniciando uma nova cadeia de transmissão dentro do país.
Deste modo, a chamada "transmissão ativa" se refere aos casos registrados desde o surto iniciado em
junho.

Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas188

A vacinação salva até 3 milhões de vidas por ano no mundo. Mas ainda é alvo de boatos que
prejudicam a imunização coletiva.
As vacinas salvaram dezenas de milhões de vidas no último século, mas mesmo assim especialistas
de saúde de diversos países têm identificado uma tendência de "hesitação em vacinar" - em outras
palavras, uma crescente recusa em aderir à imunização.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a questão tão preocupante que a listou como uma
das dez maiores ameaças à saúde global em 2019.
Abaixo, uma breve história da vacina, entre descobertas e desconfianças.

Como a vacinação foi inventada?


Antes que as vacinas existissem, o mundo era um lugar bem mais perigoso, no qual milhões de
pessoas morriam anualmente de doenças que hoje são evitáveis.
A China foi o primeiro país a descobrir uma forma rudimentar de vacinação, ainda no século 10º: a
prática da "variolação" consistia em expor pessoas saudáveis a tecidos das feridas causadas pelas
doenças para aumentar a imunidade dessa população.
Oito séculos mais tarde, o médico britânico Edward Jenner notou que mulheres que ordenhavam leite
costumavam pegar varíola bovina de baixa gravidade, mas raramente contraíam a versão mais mortífera
da varíola.
Na época, essa era uma doença infecciosa altamente contagiosa, que matava cerca de 30% das
pessoas infectadas. Os sobreviventes costumavam ter sequelas graves, como a cegueira.
Em 1796, Jenner fez um experimento com um menino de oito anos chamado James Phipps: inseriu
pus de uma ferida de varíola bovina no garoto, que rapidamente desenvolveu os sintomas.
Assim que James se recuperou da doença, Jenner infectou o garoto com o vírus mais mortal da varíola,
mas sua saúde permaneceu intacta. A exposição à varíola bovina havia feito com que ele se tornasse
imune.
Em 1798, os resultados foram publicados, e a palavra vacina - "vaccine", em inglês, originária de
"vacca", que é vaca em latim - foi cunhada.

188
BBC. Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/06/22/vacinas-
o-que-sao-como-sao-feitas-e-por-que-ha-quem-duvide-delas.ghtml. Acesso em 24 de junho de 2019.

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306
Quais foram os êxitos das vacinas?
No último século, a imunização ajudou a reduzir drasticamente o impacto de doenças.
Cerca de 2,6 milhões de pessoas morriam, a cada ano, de sarampo no mundo, até que a primeira
vacina contra a doença fosse criada, nos anos 1960. A vacinação levou à redução de 80% nas mortes
por sarampo entre 2000 e 2017 no planeta, segundo a OMS.
E não faz muito tempo que milhões de crianças corriam o risco real de morrerem ou sofrerem paralisia
por conta da poliomielite. Hoje em dia, essa doença foi praticamente extinta.

Por que algumas pessoas recusam a vacinação?


A desconfiança quanto a vacinas existe há quase tanto tempo quanto as próprias vacinas modernas.
No passado, as suspeitas eram relacionadas à religião, à percepção de que as vacinas eram anti-
higiênicas ou à sensação de restrição à liberdade de escolha.
No Brasil, por exemplo, a Revolta da Vacina de 1904, no Rio de Janeiro, se seguiu à campanha
obrigatória de vacina contra a varíola, implementada pelo epidemiologista e sanitarista Oswaldo Cruz.
Antes disso, ainda no século 19, surgiram no Reino Unido as chamadas ligas antivacina, que
pressionavam por medidas alternativas de controle de doenças, como o isolamento de pacientes.
Nos anos 1870, o movimento se espalhou aos EUA, após a visita do ativista britânico antivacina William
Tebb.
Mais recentemente, o britânico que mais marcou a história do movimento antivacina é Andrew
Wakefield.
Em 1998, em Londres, o médico publicou um estudo falsamente ligando o autismo e problemas
gastrointestinais à vacina MMR (que protege contra sarampo, caxumba e rubéola).
Em 2004, o Instituto de Medicina dos EUA concluiu que não havia provas de que o autismo tivesse
relação com os componentes da vacina. No mesmo ano, descobriu-se que, antes da publicação de seu
estudo, Wakefield havia feito um pedido de patente para uma vacina contra sarampo que concorreria com
a MMR, algo que foi visto como um conflito de interesses.
Além disso, um assistente de Wakefield afirmou que, em seu estudo, o médico manipulou informações
de crianças para forçar a ligação entre vacina e autismo. Em 2010, o Conselho Geral de Medicina do
Reino Unido julgou Wakefield "inapto para o exercício da profissão", qualificando seu comportamento
como "irresponsável", "antiético" e "enganoso". E a Lancet, periódico que havia tornado público seu
estudo, se retratou da publicação, dizendo que suas conclusões eram "totalmente falsas".
Em meio a isso, as taxas de vacinação caíram em vários países após a publicação do estudo de
Wakefield. Só em 2004, 100 mil crianças a menos receberam a vacina MMR no Reino Unido - o que
levaria a um aumento de casos de sarampo.

O tema ganha, também, contornos políticos.


O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, se alinhou a grupos antivacina, enquanto o presidente
americano, Donald Trump, traçou - sem oferecer provas - elos entre vacinação e autismo. Recentemente,
porém, ele instou os pais americanos a vacinarem seus filhos.
Um estudo internacional sobre comportamento perante vacinas identificou que, embora a confiança
geral na imunização fosse positiva, está em seu nível mais baixo na Europa, particularmente na França.

Quais são os riscos das vacinas?


Quando uma alta proporção da população está vacinada, o resultado é a prevenção da disseminação
da doença - algo que, por sua vez, dá proteção às pessoas que não desenvolveram imunidade ou que
não podem ser vacinadas.
Isso é chamado de imunidade de rebanho. Quando ela deixa de existir, surge um risco de
contaminação à população como um todo.
A proporção de uma população que precisa ser vacinada para que seja mantida a imunidade de
rebanho varia conforme a doença, mas, para sarampo, é de 95%. Para a polio, que é menos contagiosa,
é de 80%.
No ano passado, em uma comunidade ultraortodoxa do Brooklyn, em Nova York, foram distribuídos
panfletos com a falsa acusação de que há conexão entre vacinas e autismo. O resultado foi que, nessa
mesma comunidade, houve um surto de sarampo - um dos maiores registrados nos EUA nas últimas
décadas.
Na Inglaterra, cientistas alertam que muitas pessoas estão sendo enganadas por informações
mentirosas sobre vacinas sendo propagadas nas redes sociais, enquanto pesquisadores americanos
descobriram que bots russos estavam sendo usados para causar discórdia online, pelo intermédio de
falsos posts sobre imunização.

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307
A proporção de crianças do mundo que recebe as vacinas recomendadas permanece inalterada, em
torno de 85% nos últimos anos, segundo a OMS.
A organização atesta que as vacinas continuam a prevenir entre 2 milhões e 3 milhões de mortes a
cada ano.
Os maiores desafios à vacinação são os países com histórico de conflitos recentes e sistemas de
saúde frágeis, como Afeganistão, Angola e República Democrática do Congo, locais onde as taxas de
imunização estão entre as mais baixas do mundo.
Mas a OMS também identificou complacência como uma questão-chave para melhorar os índices de
vacinação em países mais estruturados (incluindo o Brasil) e desenvolvidos - para resumir, as pessoas
simplesmente deixam de vacinar porque se esquecem do mal que algumas doenças podem causar.

Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos189

Texto determina que internação depende de aval de médico e terá prazo máximo de 90 dias. Lei
também fortalece comunidades terapêuticas, mas determina que internações nessas instituições devem
ser voluntárias.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei aprovada pelo Congresso que autoriza a internação
involuntária (sem consentimento) de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial.
A medida ainda gera divergências entre profissionais responsáveis pelo tratamento. O texto foi publicado
nesta quinta-feira (05/06) no "Diário Oficial da União".
Além de endurecer a política nacional antidrogas, a lei fortalece as comunidades terapêuticas,
instituições normalmente ligadas a organizações religiosas.
A nova lei estabelece que:

- a internação involuntária só poderá ser feita em unidades de saúde e hospitais gerais.


- a internação voluntária dependerá do aval de um médico responsável e terá prazo máximo de 90
dias, tempo considerado necessário à desintoxicação.
- a solicitação para que o dependente seja internado poderá ser feita pela família ou pelo responsável
legal; não havendo nenhum dos dois, o pedido pode ser feito por um servidor da área da saúde,
assistência social ou de órgãos integrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
(Sisnad), exceto da segurança pública.

Proposto pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS), atual ministro da Cidadania, o projeto foi aprovado
pela Câmara em 2013 e encaminhado naquele ano ao Senado, onde só foi aprovado em 15 de maio.

Voluntária x involuntária
A Lei de Drogas em vigor não trata da internação involuntária de dependentes químicos. Com a nova
lei, que vale já a partir desta quinta-feira, passa a haver uma clara distinção da internação voluntária, com
consentimento do dependente, e da involuntária.
A lei sancionada por Bolsonaro também estabelece que a internação involuntária depende de
avaliação sobre o tipo de droga consumida pelo dependente e será indicada "na hipótese comprovada da
impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde".
Pelo texto, a família ou o representante legal do paciente poderão solicitar a interrupção do tratamento
"a qualquer tempo". Além disso, a lei determina que tanto a internação involuntária quanto a voluntária
devem ser indicadas somente quando "os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes".

Comunidades terapêuticas
A lei inclui as Comunidades Terapêuticas Acolhedoras no Sisnad. De acordo com o texto, a
permanência dos usuários de drogas nesses estabelecimentos de tratamento poderá ocorrer apenas de
forma voluntária. Para ingressar nessas casas, o paciente terá de formalizar por escrito seu desejo de se
internar.
O texto estabelece que esses locais devem servir de “etapa transitória para a reintegração social e
econômica do usuário de drogas”. Ainda que o paciente manifeste o desejo de aderir às comunidades,
será exigido uma avaliação médica prévia do dependente.
O acolhimento dos dependentes nessas comunidades deve ser dar em "ambiente residencial, propício
à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a
promoção do desenvolvimento da pessoa". Fica vedado o isolamento físico do usuário nesses locais.
189
G1. Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/bolsonaro-sanciona-lei-
que-permite-internacao-involuntaria-de-dependentes-quimicos.ghtml. Acesso em 06 de junho de 2019.

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308
O presidente, entretanto, vetou quatro itens que haviam sido aprovados pelo Congresso sobre as
comunidades terapêuticas. Os trechos barrados permitiam que:

- pessoas que não são médicas avaliassem o risco de morte de um dependente, para que o
acolhimento pudesse ser feito de imediato nessas comunidades.
- fosse dada prioridade absoluta no SUS para as pessoas que passam por atendimento em
comunidades terapêuticas.
- a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) definisse as regras de funcionamento das
comunidades terapêuticas.
- as comunidades não fossem caracterizadas como equipamentos de saúde.

Veto sobre redução de punição


Bolsonaro vetou dispositivos que permitiam a redução da pena para quem for pego com drogas, de
acordo com o volume apreendido. O trecho vetado estabelecia que a pena deveria ser reduzida se "as
circunstâncias do fato e a quantidade de droga apreendida demonstrarem o menor potencial lesivo da
conduta".
Pela proposta aprovada no Senado e encaminhada ao presidente, o texto estabelecia que a pena seria
reduzida de um sexto a dois terços caso seja comprovada uma das duas situações abaixo:

- a pessoa não for reincidente e não integrar organização criminosa


- as circunstâncias do fato e a quantidade de droga apreendida demonstrarem o menor potencial lesivo
da conduta
Trecho vetado também aumentava, de 5 para 8 anos de reclusão, a pena mínima para traficante que
comanda organização criminosa.
A justificativa do veto, também publicada no Diário Oficial da União, afirma que "a propositura
[aprovada no Senado] se mostra mais benéfica ao agente do crime de tráfico de drogas em comparação
com a redação original da norma que se pretende alterar".
"[O texto] acaba por permitir o tratamento mais favorável para agentes que não sejam primários, que
não tenham bons antecedentes ou que sejam integrantes de organizações criminosas, o que se coloca
em descompasso com as finalidades da reprimenda penal e com os princípios da lesividade e da proibição
da proteção deficiente", diz o a justificativa do veto.

Pesquisa censurada e site fora do ar


A lei foi sancionada após polêmicas envolvendo o governo federal e dados usados na criação de
políticas antidrogas. O ministro da Cidadania, Osmar Terra, autor do projeto sancionado nesta quinta pelo
presidente, vem contestando o resultado de uma pesquisa feita pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
que concluiu que não existe uma epidemia de drogas no Brasil.
O estudo acabou censurado pelo Ministério da Justiça, que alegou discordar da metodologia. A
pesquisa ouviu mais de 16 mil pessoas entre 2014 e 2017.
Além disso, o governo tirou do ar o site do Observatório Brasileiro de Políticas sobre Drogas (Obid),
com levantamentos nacionais sobre uso de drogas no país O Ministério da Cidadania informou que o site
ficou fora do ar porque está sendo "migrado e atualizado", após deixar a pasta da Justiça no início do
governo de Jair Bolsonaro.
A página do Obid é o único banco de dados oficiais com os levantamentos nacionais sobre o uso de
drogas e uma importante fonte de referência para pesquisadores e profissionais da área de saúde que
trabalham com dependentes químicos.

Novas regras de portabilidade para plano de saúde entram em vigor190

Beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais também podem migrar para outros planos ou
operadoras sem cumprir novas carências.
A partir deste mês, beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais já podem migrar para
outros planos ou operadoras, com a entrada em vigor das novas regras da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), anunciadas no final de 2018.
A portabilidade é o direito de trocar de plano de saúde por alguma insatisfação ou inadequação do
serviço, sem precisar cumprir carência (tempo mínimo) no plano novo.

190
G1. Novas regras de portabilidade para plano de saúde entram em vigor. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/03/novas-regras-de-portabilidade-para-
plano-de-saude-entram-em-vigor.ghtml. Acesso em 03 de junho de 2019.

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309
Com a mudança nas regras, todos os clientes de planos de saúde passaram a ter direito a ela. Até
agora, somente clientes de planos individuais ou familiares e beneficiários de planos coletivos por adesão
podiam fazer a portabilidade.
Agora, o cliente de um plano coletivo empresarial poderá migrar para um plano individual sem cumprir
carência, e vice-versa, desde que tenha a mesma faixa de preço e respeite o prazo mínimo de
permanência, que não mudou.
É preciso ficar no mínimo dois anos no plano de origem para pedir a primeira portabilidade e no mínimo
um ano para fazer novas portabilidades.
Mas há duas exceções: se o beneficiário tiver cumprido cobertura parcial temporária, o prazo mínimo
para a primeira portabilidade será de 3 anos; e se ele mudar para um plano com coberturas não previstas
no plano de origem, o prazo mínimo será de 2 anos.
Os planos empresariais representam quase 70% do mercado e dispõem da mesma cobertura
assistencial dos demais planos.

Demitidos e aposentados
A medida beneficia também os demitidos, que precisariam cumprir novos períodos de carência ao
mudar de plano de saúde.

Planos de pós-pagamento
Segundo a ANS, não será exigida compatibilidade de preço para os planos em pós-pagamento —
modalidade exclusiva dos planos coletivos onde a quitação dos custos é feita após a utilização do serviço
—, uma vez que o custo desse produto não é fixo.
Entenda abaixo o que muda com a nova resolução da ANS:

Planos coletivos
Como era: Pela norma em vigor até agora, apenas beneficiários de planos individuais ou familiares e
coletivos por adesão poderiam fazer a portabilidade.
Como fica: A norma amplia a portabilidade para beneficiários de planos coletivos empresariais.

Fim da 'janela'
Como era: O pedido de troca de plano devia obedecer uma carência de 120 dias (4 meses) contados
após o 1º dia do mês de aniversário do contrato.
Como fica: O beneficiário não precisa mais cumprir o tempo mínimo para mudar de plano, e poderá
fazer isso a qualquer momento.

Compatibilidade entre planos


Como era: A regra exigia que as coberturas entre o plano de origem e o plano de destino fossem
compatíveis.
Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47
310
Como fica: É possível mudar para planos com tipos de cobertura maiores que o de origem, sem
precisar cumprir carência para as coberturas já previstas no plano anterior. Com a mudança, quem possui
um plano ambulatorial poderá fazer portabilidade para um plano ambulatorial e hospitalar, por exemplo.

Orientações da ANS
É possível consultar os planos compatíveis por meio do Guia ANS de Planos de Saúde, ferramenta
disponível na página da agência.
A ANS preparou também uma cartilha para orientar os consumidores sobre esclarecimentos de prazos
e critérios para realização da portabilidade.

Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo
do Inca191

Imperial College of London e Centro Médico Erasmus da Holanda também assinam artigo. Pesquisa é
a primeira a analisar impacto da medida na saúde infantil em um país em desenvolvimento.
As medidas restritivas ao cigarro no Brasil evitaram a morte de 15 mil crianças entre 2000 e 2016. Os
dados foram divulgados nesta sexta-feira (31/05), data escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como "Dia Mundial sem Tabaco".
Este é o primeiro estudo que analisou o impacto na medida na saúde infantil brasileira – e também em
um país em desenvolvimento. O artigo é assinado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e por cientistas
do Imperial College of London e do Centro Médico Erasmus da Holanda.
Os autores reforçam a necessidade de a medida ser adotada por outros países – apenas 20% da
população mundial está protegida por medidas públicas de controle ao fumo. Ainda no útero, a exposição
do bebê às substâncias do cigarro podem causar problemas de desenvolvimento, um parto prematuro ou
um nascimento com peso abaixo da média.

191
G1. Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo do Inca. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/05/31/proibicao-de-cigarro-em-locais-publicos-evitou-a-morte-de-15-mil-criancas-no-brasil-diz-estudo-do-inca.ghtml. Acesso em 31 de maio de
2019

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Os bebês também são afetados após o parto, com um maior risco de infecções respiratórias, asma e
morte súbita. Para chegar aos resultados do estudo, os pesquisadores analisaram dados de todos os
nascidos vivos, óbitos infantis e mortes neonatais no Brasil entre 2000 e 2016.
"As crianças têm o direito de serem protegidas contra as doenças causadas pelo cigarro. Pedimos aos
governos do mundo que introduzam novas leis antifumo abrangentes para proteger a saúde infantil", disse
o médico André Szklo, do Inca.
A mudança mais drástica na legislação brasileira ocorreu em 2014, com a proibição do cigarro em
áreas públicas parcialmente ou completamente fechadas, incluindo bares e restaurantes. A medida,
segundo o estudo, reduziu em 5,2% a mortalidade infantil no país e em 3,4% a neonatal.
Os cientistas também analisaram os impactos de outras medidas menos drásticas aplicadas antes de
2014 no Brasil. Em anos anteriores, 17 estados aprovaram medidas parciais - como a criação de espaços
separados para fumantes em estabelecimentos e casas noturnas. Essas mudanças, de acordo com a
pesquisa, ajudaram uma redução de 3,3% na mortalidade infantil, mas nenhuma mudança significativa
na neonatal.

O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?192

Diferente do que afirmavam alguns defensores da lei, projeto não pode impedir julgamento do STF
sobre prisão de consumidores de drogas.
Um Projeto de Lei que faz mudanças na política nacional de drogas foi aprovado na quarta-feira,
(15/05), pelo Senado, após os parlamentares correrem para acelerar a votação.
O projeto endurece a política nacional antidrogas, facilita internações involuntárias e fortalece as
comunidades terapêuticas – instituições de tratamento normalmente ligadas a igrejas e que recentemente
estiveram sob holofotes após denúncias de abusos e violações de direitos.
As comunidades foram incluídas no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e
agora podem receber dinheiro de isenção fiscal – pessoas e empresas podem destinar até 30% do
Imposto de Renda para as instituições.
O PLC (Projeto de Lei da Câmara) 37, de 2013, já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora
segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto tramitava há seis anos no Senado e no último mês os senadores manobraram para avançar
seu processo de aprovação. A motivação foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá
descriminalizar o consumo de drogas no país - a votação está marcada para 5 de junho.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, disse na semana passada em um vídeo
que o PLC 37, se aprovado, poderia "acabar com a discussão" no STF.
No entanto, isso não é verdade. Apesar da fala do deputado e da pressa dos senadores em passar o
projeto, o PLC 37 não impede a descriminalização das drogas nem interfere no julgamento do Supremo.

192
BBC. O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/16/o-
que-muda-com-a-lei-sobre-drogas-que-o-senado-correu-para-aprovar.ghtml. Acesso em 17 de maio de 2019

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312
O que o STF deve analisar no dia 5 é a Lei 11.343/2006 – especificamente seu artigo 28, que torna crime
o porte de drogas para consumo próprio.
A Corte vai avaliar se a prisão de consumidores de drogas é constitucional - o questionamento foi
encaminhado pela Defensoria Pública de São Paulo.
Uma das bases do questionamento é o princípio do direito penal que determina que uma conduta, para
gerar pena de prisão, precisa lesionar um terceiro, explica Cristiano Maronna, ex-presidente do Instituto
Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim) e secretário executivo da Plataforma Brasileira de Política de
Drogas.
"Mas o consumo de drogas é uma conduta autolesiva, ou seja, que só pode fazer mal a quem pratica."
Se não interferem no julgamento do Supremo, quais as reais consequências das mudanças trazidas
pelo PLC 37, aprovado pelo Senado?

Comunidades terapêuticas
Uma das questões centrais da PLC 37 é o fortalecimento das comunidades terapêuticas. Embora
atendam a dependentes de drogas em recuperação, elas não são consideradas clínicas nem
estabelecimentos médicos, mas entidades filantrópicas.
No ano passado o Ministério Público Federal fez uma inspeção nacional em comunidades do Brasil
todo em parceria com o Conselho Federal de Psicologia e encontrou violações de direitos humanos em
todas as unidades visitadas.
Segundo o relatório da inspeção, foram encontrados até casos de trabalhos forçados – além de
instalações precárias, contenção de pessoas à força, falta de profissionais de saúde e agressões físicas.
O relatório apontou também violação da liberdade religiosa das pessoas tratadas, com pacientes que
se recusavam a participar da rotina de orações sendo punidos com trabalho forçado, chamado nas
comunidades de "laborterapia".
A nova legislação não apenas estabelece o atendimento do dependente químico nas comunidades,
mas prevê a possibilidade de as instituições receberem dinheiro público por meio de isenção fiscal.
Há mais de 1.800 comunidades do tipo no Brasil atualmente, segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
O PLC 37 transforma em lei uma política de dar prevalência às comunidades terapêuticas que já tinha
sido adotada pelo Executivo.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, anunciou em março o aumento de vagas nas comunidades
financiadas pelo governo federal – serão mais de R$ 153 milhões por ano repassados às instituições.
Terra é também o autor do PLC 37, elaborado por ele em 2010, quando ainda era deputado federal, e
encaminhado depois ao Senado. Ele diz que as comunidades "são decisivas para enfrentar a 'epidemia
das drogas'".
Para o ministro, o tratamento nas comunidades "é um dos mais eficazes" e a ideia é organizar esses
tratamentos. "Vamos ter um impacto grande e diminuir o número de pessoas em dependência", disse ele
nesta semana.
"Estamos vivendo uma nova etapa em que se consolidam programas, destinam-se recursos para as
comunidades terapêuticas e os pacientes passam a ficar em um regime de abstinência assistida e
voluntária. É um avanço importantíssimo."
Ao longo da tramitação do projeto do Senado, algumas mudanças haviam sido feitas, como o
acréscimo de que as comunidades terapêuticas respeitem a liberdade religiosa das pessoas internadas.
No entanto as mudanças foram retiradas do projeto que acabou aprovado.
O relator da matéria, Styvenson Valentim (Pode), disse que as mudanças foram descartadas para
evitar que o projeto precisasse passar novamente por aprovação da Câmara dos Deputados, onde já
havia sido aprovado com a redação anterior.

Endurecimento das políticas antidrogas


A nova legislação estabelece como meta no tratamento de dependência química a abstinência,
deixando de lado políticas de redução de danos – conjunto de práticas de saúde pública adotadas em
diversos países com o objetivo de diminuir os danos causados pelo uso de drogas em pessoas que não
conseguem ou não querem parar.
A mudança vai contra o entendimento de parte da comunidade médica e acadêmica de que as políticas
de redução de danos são medidas efetivas e necessárias quando em conjunto com tratamentos focados
em abstinência.
"O tratamento da dependência química é multifatorial e multidisciplinar, e não pode ser baseado
apenas em um modelo. A solução nunca será um serviço ou intervenção único", afirma Luís Fernando

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Tófoli, professor de psiquiatria da Unicamp e membro do Conselho Estadual de Políticas Sobre Drogas
de São Paulo.
O PLC 37 também facilita a internação involuntária, que poderá ser pedida por familiar ou servidor
públido da saúde ou da assistência social; determina que o paciente possa ficar internado contra sua
vontade por até três meses e estabelece a necessidade de autorização médica para que a internação
seja encerrada. Atualmente, a família pode escolher pela liberação do dependente.
O projeto também trata das penas para o tráfico - a pena mínima para quem "atue no comando de
organização criminosa" passa de 5 para 8 anos de prisão. Também há a determinação de que a pena
seja reduzida se o acusado não for reincidente e não integrar organização crimininosa ou se "as
circunstâncias do fato e a quantidade de droga" demonstrarem "menor potencial lesivo da conduta".
Para Maronna, essa medida não é suficiente para evitar a aplicação de pena de tráfico a usuários.
"Na prática, o que vai acontecer é a continuação da política de encarceramento de usuários e da
arbitrariedade das decisões", diz ele. "Se você é negro ou mora na favela tem chance muito maior de ser
considerado traficante com a mesma quantidade de drogas do que uma pessoa branca, rica, com ensino
superior."
Cerca de 50 entidades de saúde, direito e movimentos sociais publicaram uma nota pública se
posicionando contra a nova lei, entre elas a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SP, a Associação
Brasileira de Saúde Mental, o Conselho Federal de Psicologia, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
e a Pastoral Carcerária Nacional.
Eles criticam, entre outros pontos, a falta de um indicador de avaliação e monitoramento das ações de
prevenção, atenção e tratamento de pessoas que usam drogas e não inclusão da atenção psicossocial
extra-hospitalar, ao lado do tratamento ambulatorial, como forma prioritária de tratamento dos
dependentes de drogas.
Um dos senadores que aprovou a PLC 37, o senador Eduardo Girão (Pode) defendeu o projeto no
plenário, afirmando que sua "essência é a humanidade", já que "há famílias e famílias sofrendo com
dependentes químicos, chorando nas ruas, sem encontrar um caminho".

Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS193

Alta segue tendência de dois anos e 170 países reportaram casos da doença nos primeiros meses do
ano.
Os casos de sarampo registrados no mundo tiveram alta de 300% em 2019, informou a Organização
Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira (15/04). Segundo dados dos três primeiros meses do ano,
já foram reportados 112.163 casos da doença em 170 países diferentes. Em 2018, foram 28.124 casos
no mesmo período em 163 países.
Segundo a OMS, a alta segue uma tendência dos últimos dois anos. Os surtos atuais acontecem na
República Democrática do Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Madagascar, Mianmar,
Filipinas, Sudão, Tailândia e Ucrânia.
Nos últimos meses, altas nos números de casos também aconteceram em países com alta cobertura
de vacinação, como os Estados Unidos, Israel, Tailândia e Tunísia.
A OMS alerta que a taxa de cobertura vacinal global está abaixo da meta, em 85%, e que os números
de cobertura da segunda da dose da vacina são ainda menores: 67%.

Brasil perde certificado de erradicação


O Brasil perdeu o certificado de erradicação do sarampo após a confirmação de mais um caso
endêmico, ou seja, dentro do território brasileiro em 23 de fevereiro no Pará.
O país viveu um surto da doença em 2018 com mais de 10 mil casos registrados especialmente no
Amazonas e em Roraima.

Desafios do Brasil na luta contra o sarampo


Em janeiro de 2019, o Brasil tinha três estados com surto da doença: Amazonas, Roraima e Pará.
Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, o país registrou 10.374 casos. O pico foi atingido em julho
de 2018, com 3.950 casos.
Até 19 de março, houve confirmação laboratorial de 48 casos de sarampo no Brasil. Destes, 20 estão
relacionados a casos importados e 28 a casos endêmicos, sendo 23 no Pará e cinco no Amazonas.

193
G1. Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/15/casos-de-sarampo-no-mundo-crescem-
300percent-em-2019-diz-oms.ghtml. Acesso em 15 de abril de 2019.

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Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas194

Segundo o Ministério da Saúde, entre 10 e 18 de abril serão priorizadas as crianças e gestantes. Neste
ano, a campanha ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
A primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, voltada para crianças e gestantes, começa
nesta quarta-feira (10/04). O Ministério da Saúde informou que a meta é imunizar 58,6 milhões de
pessoas até o dia 31 de maio, quando encerra a campanha.
Este ano serão distribuídas 63,7 milhões de doses da vacina. Ao todo, 41,8 mil postos de vacinação
estarão funcionando no país, com o envolvimento de 196,5 mil profissionais e a utilização de 21,5 mil
veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
As vacinas são disponibilizadas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios
para o público-alvo.
Neste ano, a ação ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
De acordo com o ministério, esta medida incluirá 2,8 milhões de crianças. Além disso, as gestantes e
crianças também poderão atualizar as demais vacinas previstas na Caderneta de Vacinação.
A partir do dia 22 de abril começa a segunda etapa da campanha, voltada para trabalhadores de saúde,
idosos, indígenas, professores e pessoas com doenças crônicas.
O 'Dia D', mutirão para todos os grupos de risco, será no dia 04 de maio.

Podem ser imunizados gratuitamente:


- Crianças de 6 meses a 5 anos de idade;
- Gestantes e puérperas, isto é, mães que deram à luz há menos de 45 dias;
- Idosos;
- Profissionais de saúde, professores da rede pública ou privada, portadores de doenças crônicas,
povos indígenas e pessoas privadas de liberdade;
- Portadores de doenças crônicas (como HIV) que fazem acompanhamento pelo SUS também têm
direito à vacinação gratuita.

Meta
No ano passado, o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Segundo o Ministério da
Saúde, a meta este ano permanece 90% de cada um dos grupos prioritários e a escolha dos grupos que
receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Essa definição também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.

50 mortes em 2019
Até março deste ano já foram notificados 232 casos de influenza e a morte de 50 pessoas no país.
Alguns estados tiveram que antecipar o início da campanha por causa de surtos imprevistos de gripe. No
Amazonas, por exemplo, a vacinação começou em 20 de março.
A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no
inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São
maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do
contato com outras pessoas doentes.
A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em
casos extremos, pode levar à morte.
A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns
em circulação sem ficar doente.

Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos195

Programa teve início em janeiro após saída de médicos cubanos. Municípios relatam que médicos
deixam programa para fazer residência ou porque não se adaptam.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (04/04) que 1.052 profissionais desistiram do
programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas
preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.

194
G1. Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/10/campanha-de-
vacinacao-contra-gripe-tem-meta-de-imunizar-58-milhoes-de-pessoas.ghtml. Acesso em 10 de abril de 2019.
195
G1. Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/em-tres-meses-mais-de-mil-
profissionais-desistem-do-mais-medicos.ghtml. Acesso em 04 de abril de 2019.

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315
Um edital foi aberto ainda em novembro para ocupar as 8.517 vagas deixadas pelos cubanos no
programa. No total, 7.120 vagas foram preenchidas por brasileiros formados no Brasil. As vagas
remanescentes foram, então, oferecidas a médicos formados no exterior, que deveriam ter se
apresentado aos seus postos de trabalho entre os dias 28 e 29 de março.
As 8.517 vagas foram distribuídas por 2.824 municípios e 34 distritos indígenas. O salário é de R$
11.800.
Segundo o Ministério da Saúde, ainda está sob análise a oferta destas vagas em um novo edital. Do
total de 1.052 desistências, 14 foram em distritos indígenas. São Paulo é o estado com o maior número
de vagas abertas (181), seguindo de Bahia (11) e Minas Gerais (104).

Faltam médicos
Diversos estados relataram a desistência de profissionais do Mais Médicos. Em Santa Catarina, oito
médicos que atuavam nas unidades básicas de saúde pediram demissão. Muitos deixam o programa
para fazer residência.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, seis médicos pediram demissão pelo mesmo motivo e deixaram
de atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto,
o processo de contratação de novos médicos pode ser demorado.
"Esse processo demora um certo tempo, porque, primeiro, temos que esperar o programa 'Mais
Médicos' encaminhar mais profissionais; depois esses médicos têm que se apresentar com toda a
documentação e, num terceiro momento, lotarmos esses profissionais nas unidades", explicou.
Em Divinópolis, também em Minas, oito profissionais pediram para ser desligados do programa. A falta
de médicos prejudica o atendimento nos postos de saúde da região.
Em Alagoas, cerca de 20 médicos desistiram do programa. Segundo a coordenadora do Mais Médicos
no estado, Ivana Pitta, as saídas foram por diversos motivos: "Uns não se adaptam, outros o Exército
[Brasileiro] manda chamar ou [eles] passam em prova de residência".

Cronologia do Mais Médicos


- Em novembro de 2018, Cuba anuncia saída do programa
- No mesmo, mês governo publica edital com as vagas
- 8.517 vagas foram abertas
- No primeiro edital, todas as vagas foram ofertadas aos médicos com registro no CRM do Brasil
- Um segundo edital foi lançado para preencher 1.397 vagas remanescentes com brasileiros formados
no exterior
- Em janeiro de 2019, os médicos brasileiros começaram a se apresentar aos municípios
- No final de março de 2019, os médicos formados no exterior se apresentaram aos municípios

Questões

01. (CFBio - Agente Administrativo - Quadrix) O processo de degradação do quadro sanitário


nacional é longo, lento, mas se mostra inexorável. O primeiro sintoma grave foi a volta do mosquito Aedes
aegypti, muito depois de Oswaldo Cruz, no início do século XX, ter lançado uma campanha para sua
erradicação e, por consequência, da febre amarela urbana. O mosquito trouxe de volta a dengue. Não se
permite, impunemente, a ocupação desordenada das cidades e o falho saneamento básico. Da dengue
passou-se para outras doenças, incluindo a zika. E agora surge uma enorme ameaça à população,
principalmente às crianças, com a redução da cobertura de vacinas em níveis perigosos.
O Globo, 26/6/2018, p. 12 (com adaptações).

Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue o item a seguir.
(A) Certo
(B) Errado

02. (Prefeitura de Sonora/MS – Professor de Educação Infantil – MS Concursos2019) O BBC


News Brasil publicou em 18/08/2019 uma notícia sobre a utilização da maconha para fim medicinal, que
pode ser acessada através do link https://www.bbc.com/portuguese/brasil-4917342.
A proposta vem da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que pretende regulamentar o
cultivo da cannabis para pesquisa e produção de medicamentos.
Sobre tal notícia, responda à próxima questão.

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De acordo com as informações contidas na íntegra da notícia, é sabido que a Anvisa autoriza o uso
terapêutico de canabidiol (CBD), um dos principais componentes da maconha, desde janeiro de:
(A) 1995
(B) 2000
(C) 2005
(D) 2015

03. (Prefeitura de Teixeiras/MG – PEB I – FUNDEP/2019) O programa Mais Médicos alocava


médicos em locais onde havia carência de profissionais.
Esse programa tinha como objetivo expandir o atendimento de saúde aos municípios com alto
percentual de população em situação de extrema pobreza, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS),
além de
(A) ampliar a inserção do médico estrangeiro em formação nas unidades de atendimento do SUS,
desenvolvendo seu conhecimento sobre a realidade da saúde da população brasileira.
(B) fortalecer a política de educação permanente por meio da atuação das instituições de educação
superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos.
(C) promover a troca de conhecimentos e experiências entre profissionais da saúde e médicos
formados em instituições brasileiras.
(D) aperfeiçoar médicos estrangeiros para atuação nas políticas públicas de saúde brasileiras e na
organização e funcionamento do SUS.

Gabarito

01.A / 02.D / 03.B

Comentários

01. Resposta: A
O esgoto encanado é tão importante para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que
um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é reduzir pela metade o número de pessoas sem rede
de esgoto. Isso porque a ausência de tratamento de esgoto traz doenças que afetam pessoas de todas
as idades, mas as crianças são as mais prejudicadas. Estas doenças são causadas principalmente por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em água contaminada.
(https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/conheca-as-doencas-causadas-pelo-nao-tratamento-do-esgoto).

02. Resposta: D
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o serviço de autorização para
importação excepcional de produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, por
pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para
tratamento de saúde. Os critérios estão na RDC 17/2015. A autorização da Anvisa é requisito obrigatório
para importar esse tipo de produto196.

03. Resposta: B
O Programa Mais Médicos tem por base três eixos: provimento emergencial; educação e;
infraestrutura197.

Ciência e Tecnologia

Internet é ruim para 77 milhões na zona rural de América Latina e Caribe, diz estudo198

Estudo internacional revela diferença entre o acesso em áreas urbanas e áreas rurais. Segundo
levantamento, Brasil tem o melhor índice de conectividade na área rural.

196
http://portal.anvisa.gov.br/importacao-de-canabidiol
197
http://www.maismedicos.gov.br/conheca-programa
198
Laís Lis. Internet é ruim para 77 milhões na zona rural de América Latina e Caribe, diz estudo. G1.
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/10/29/internet-e-ruim-para-77-milhoes-na-zona-rural-de-america-latina-e-caribe-diz-estudo.ghtml. Acesso em
29 de outubro de 2020.

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317
Pelo menos 77 milhões de pessoas que vivem em territórios rurais da América Latina e do Caribe não
têm acesso à internet com padrões mínimos de qualidade, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira
(29/10) pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), pelo Banco Interamericano
de Desenvolvimento (BID) e pela Microsoft.
De acordo com o estudo, esse contingente representa 63% da população rural de 24 dos 33 países
latino-americanos e caribenhos.
O levantamento revela grande diferença entre o acesso à internet de qualidade em áreas rurais e
urbanas na América Latina e Caribe:
- na área urbana, 71% da população têm opções de conectividade;
- na área rural esse percentual cai para 37%.

Em toda a região, aponta o levantamento, 32% da população (244 milhões de pessoas), não têm
acesso a serviços de internet.
O Brasil integra o grupo com melhor qualidade de acesso na área rural, informa o estudo.
Segundo o levantamento, o país é o que apresenta melhor índice de conectividade, com 47% da
população rural com acesso a serviços de conectividade em padrões mínimos de qualidade.
O estudo classificou os países pesquisados em três categorias:
Baixa conectividade: Jamaica, El Salvador, Belize, Bolívia, Peru, Honduras, Venezuela, Guatemala,
Nicarágua e Guiana
Média conectividade: Trinidad e Tobago, México, Argentina, Uruguai, República Dominicana,
Equador e Paraguai
Alta conectividade: Brasil, Chile, Costa Rica, Bahamas, Barbados, Panamá e Colômbia
“Melhorar a conectividade e eliminar os hiatos digitais entre pessoas e entre territórios rurais e urbanos
deve ser de grande interesse e prioridade para o projeto de políticas, quando se reconhecem e evidenciam
seus benefícios”, afirma o estudo.
O levantamento ressalva, no entanto, que o desafio será grande, considerando a recessão provocada
pela pandemia da Covid-19, a maior registrada na história da América Latina e do Caribe.

Nobel de Química 2020 vai para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo
desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma199

É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel de Química.
Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna ganharam o Prêmio Nobel 2020 em Química, anunciou
a Academia Real de Ciências da Suécia nesta quarta-feira (07/10), pelo desenvolvimento do Crispr,
método de edição do genoma. É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel
de Química.
Emmanuelle Charpentier, francesa de 51 anos, é diretora do Instituto Max Planck de Biologia de
Infecções em Berlim.
Jennifer Doudna, americana de 56 anos, é professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos
Estados Unidos.
Charpentier falou com a imprensa logo após o anúncio do prêmio e respondeu a uma pergunta sobre
ela e Doudna serem as primeiras mulheres a levarem, conjuntamente, o Nobel.
"Eu gostaria de passar uma mensagem positiva a meninas que gostariam de seguir o caminho da
ciência. Acho que nós mostramos a elas que, em princípio, uma mulher na ciência pode ter impacto na
ciência que elas estão fazendo. Espero que Jennifer Doudna e eu possamos passar uma mensagem forte
às meninas", declarou.
As vencedoras dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Antes de Charpentier e Doudna, cinco mulheres já haviam ganhado o Nobel em Química: Marie Curie
(1911), Irène Joliot-Curie (1935), Dorothy Crowfoot Hodgkin (1964), Ada E. Yonath (2009) e Frances H.
Arnold (2018).
Para a geneticista brasileira Mayana Zatz, que usa o Crispr em seu laboratório, o Instituto do Genoma
da USP, a tecnologia descoberta por Charpentier e Doudna é "fantástica" (veja detalhes de como funciona
mais abaixo).
"É uma ferramenta absolutamente fantástica para estudar doenças genéticas, e que vai ter aplicação
terapêutica num futuro muito próximo – já está tendo, em doenças hematológicas e câncer", afirma a
cientista.

199
Lara Pinheiro. Nobel de Química 2020 vai para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma. G1
Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/07/nobel-de-quimica-2020-vai-para-emmanuelle-charpentier-e-jennifer-a-doudna.ghtml.
Acesso em 07 de outubro de 2020.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


318
Com a vitória das duas cientistas, o Prêmio Nobel já tem três laureadas mulheres neste ano. A primeira
foi Andrea Ghez, que foi premiada em física com dois cientistas por sua pesquisa em buracos negros.

Nobel de Física 2020 vai para Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas
sobre buracos negros200

Penrose ficará com metade do prêmio; Genzel e Ghez dividirão a outra metade. Ghez é a primeira
mulher premiada neste ano, e a quarta na categoria de Física da história do prêmio.
Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez são os ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Física,
anunciou a Academia Sueca nesta terça-feira (06/10), por descobertas sobre buracos negros, um lugar
no espaço onde a gravidade é tão forte tanto que nem a luz consegue escapar dela.
Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Roger Penrose, britânico de 89 anos, mostrou que a teoria geral da relatividade leva à formação de
buracos negros; ele ficará com metade do prêmio. Ele é professor da Universidade de Oxford, no Reino
Unido.
Reinhard Genzel, alemão de 68 anos, e Andrea Ghez, americana de 55 anos, ficarão com a outra
metade, pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. Um buraco
negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.
Ghez é a primeira mulher premiada neste ano e a quarta a ganhar um Nobel em Física na história do
prêmio (desde 1901). Ela leciona na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados
Unidos. Genzel é afiliado ao Instituto Max Planck para Física Extraterrestre em Garching, na Alemanha,
e à Universidade da Califórnia em Berkeley, também nos EUA.
O comitê do Nobel avaliou que o trabalho de Penrose "usou métodos matemáticos engenhosos em
sua prova de que os buracos negros são uma consequência direta da teoria geral da relatividade de
Einstein".
Já o trabalho de Genzel e Ghez "deu à ciência a evidência mais convincente de um buraco negro
supermassivo no centro da Via Láctea", considerou a Academia Sueca.
"Penrose mostra, pela teoria da relatividade, que é possível que esses objetos [buracos negros]
existam e a singularidade, no centro do buraco negro, em que toda a física se extingue. Ele prevê que
essas coisas podem existir", explica Eliade Ferreira Lima, astrofísica e professora da Universidade
Federal do Pampa (Unipampa), em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
"Já a outra descoberta, na verdade, é a observação do movimento das estrelas em torno de algo
extremamente massivo no centro da nossa galáxia. Tem uma comprovação da previsão. Tem a previsão
matemática e a observação de um movimento em torno de algo que tem todas as características de um
buraco negro. Ela [Ghez] só não afirma isso porque não viu o buraco negro – ela viu o movimento das
estrelas em torno dele", explica Lima.
"Só que a gente já observou buracos em galáxias parecidas com a nossa, então tudo leva a crer que
aqui tem um buraco negro", acrescenta a pesquisadora.
Logo após o anúncio do resultado, a cientista Andrea Ghez respondeu a uma pergunta sobre o que há
dentro de um buraco negro:
"Não temos nenhuma ideia do que há dentro do buraco negro – eles são o colapso do entendimento
das leis da física", disse.

Quarta mulher
Ghez foi questionada sobre como era ser a quarta mulher a vencer um Prêmio Nobel na história da
premiação – entregue pela primeira vez em 1901. Desde aquele ano, apenas Marie Curie (1903), Maria
Goeppert Mayer (1963) e Donna Strickland (2018) foram laureadas na categoria.
"Estou animada em receber o prêmio – levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a
ganhar o prêmio Nobel [em Física]. Espero poder inspirar outras jovens mulheres para uma área que tem
tantos prazeres, se você tem paixão pela ciência. Há muito para ser feito", declarou Ghez.
A láurea em Medicina foi a primeira a ser anunciada, na segunda (5). Harvey J. Alter, Michael Houghton
e Charles M. Rice ganharam o prêmio pela descoberta do vírus da hepatite C."

200
Lara Pinheiro. Nobel de Física 2020 vai para Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas sobre buracos negros. G1 Ciência e Saúde.
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/06/nobel-de-fisica-2020-vai-para-roger-penrose-reinhard-genzel-e-andrea-ghez.ghtml. Acesso em 06 de
outubro de 2020.

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319
Em uma corrida contra o tempo, ciência avança na busca da cura para o vírus201

Pesquisadores dão passos promissores para combater a Covid-19. Estudos envolvem desde
investigações sobre como o patógeno infecta as células à criação de terapias para casos mais graves

Há quatro meses, ninguém tinha ouvido falar. Há pouco mais de dois, foi declarada a pandemia. Agora,
já são quase 2 milhões de casos e mais de 130 mil mortes na peste negra do século 21. Em um curto
espaço de tempo, o Sars-Cov-2 fez estragos sem precedentes nos últimos 100 anos, parando o mundo
e trancafiando um terço da população em suas casas. Mas, nesse período, a Covid-19 não foi a única a
avançar.
A ciência responde à crise em um ritmo acelerado. Embora muito ainda tenha de ser descoberto sobre
o novo coronavírus, o conhecimento a respeito dele progride diariamente, em um esforço mundial inédito.
Conectados, pesquisadores ao redor do globo ; muitas vezes, de laboratórios concorrentes ; trabalham
juntos para desvendar um micro-organismo cujo diâmetro é de oitenta bilionésimos de 1m. Os avanços
têm levado a testes de vacinas e a ensaios clínicos de medicamentos. O que ainda não se sabe, porém,
é se o conhecimento já adquirido sobre o vírus será capaz de frear a pandemia ainda neste ano.
Logo no início da crise, duas importantes pesquisas revelaram a cara do inimigo. Em 11 de janeiro,
quando a Covid-19 estava longe de parecer uma ameaça mundial, cientistas do Centro de Saúde Pública
de Xangai, na China, deram um passo fundamental para saber com quem estavam lidando. Eles
realizaram o primeiro sequenciamento genético do Sars-Cov-2 e compartilharam os dados em um site
aberto, para que outros pesquisadores começassem a fazer estudos sobre o vírus.
Foi assim que o biólogo evolutivo Andrew Rambaut, da Universidade de Edimburgo, na Escócia,
descobriu se tratar de um coronavírus 90% semelhante ao Sars-Cov-1, micro-organismo que causou a
síndrome respiratória aguda grave (Sars) em 2003. Um mês depois do primeiro rascunho genético do
micro-organismo, pesquisadores da Universidade do Texas e do Instituto Nacional de Doenças
Infecciosas (Niaid) norte-americano deram mais um passo fundamental para tentar combater o vírus: eles
revelaram a estrutura atômica da proteína spike.

Vacinas e drogas
Essa proteína, em formato de T, é a chave que abre a fechadura da célula do hospedeiro, permitindo
que o Sars-Cov-2 se funda à membrana e entre no citoplasma de células humanas, onde libera seu
material genético e produz cópias dele mesmo, infectando o organismo. Em março, foi a vez desse
mesmo grupo de pesquisadores identificar a fechadura, ou seja, o receptor da spike. As duas descobertas
são fundamentais, pois apontam os principais alvos de bloqueio do mecanismo do vírus.
;Mapear a proteína spike foi um passo essencial para cientistas ao redor do mundo desenvolverem
vacinas e drogas antivirais para combater o Sars-Cov-2;, diz Jason McLellan, professor da Universidade
de Austin que participou da pesquisa. Esse trabalho levou ao primeiro ensaio clínico de uma imunização
contra o vírus, chefiada pelo Niaid, em instituições norte-americanas. O diretor do instituto, o infectologista
Antony Faucy, porém, disse, na época, que não se esperasse um produto antes de um ano.
Agora, segundo um levantamento da revista Nature, há 73 projetos de vacinas em estudos in vitro,
com animais e humanos, e 42 em desenvolvimento. Na semana passada, a China anunciou que está na
segunda fase de pesquisa clínica de uma imunização mais segura, pois não usa organismos vivos na
composição. Por enquanto, os estudos foram feitos com 108 pessoas. Com a segurança comprovada, é
o momento de assegurar se a substância é eficaz. Caso positivo, parte-se para a terceira e última etapa,
quando se examina novamente a eficiência da vacina, mas em um número grande de pessoas.
Alguns cientistas envolvidos em pesquisas de imunização acreditam que, até o início do próximo ano,
alguma vacina esteja disponível. Na sexta-feira, uma equipe da Universidade de Oxford, no Reino Unido,
que já vinha desenvolvendo uma imunização para o coronavírus que causa a Mers (síndrome respiratória
do Oriente Médio, que emergiu em 2012) afirmou que, até setembro, 1 milhão de doses disponíveis de
uma vacina para Covid-19 estarão disponíveis. A responsável pelo projeto, a infectologista Sarah Gilbert,
afirmou à BBC que a substância é segura e será oferecida antes dos resultados sobre eficácia.
Especialistas, porém, pedem cautela. ;De um ano a 18 meses é um prazo muito otimista. Normalmente,
uma vacina segura e eficaz levará de 10 a 15 anos para ser desenvolvida, se estiver começando do zero;,
aponta Supriya Munshaw, especialista em transferência de tecnologia da Universidade de John Hopkins,
nos Estados Unidos.
Munshaw lembra que não é esse o caso, pois as substâncias em testes já vinham sendo desenvolvidas
para outros coronavírus, como os causadores de Sars e Mers. Ainda assim, considera que, no próximo
201
Paloma Oliveto - https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2020/04/19/interna_ciencia_saude,846060/ciencia-avanca-na-busca-da-cura-
para-o-coronavirus.shtml

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320
ano, ainda não deverá existir uma vacina pronta no mercado. ;Mesmo depois da fase III, em que milhões
de pessoas são recrutadas, esses grandes testes de vacinas podem durar de um a cinco anos, porque
você está esperando para ver se o seu grupo vacinado tem uma incidência menor de doença que o grupo
do placebo.; A especialista destaca, porém, que diante da gravidade da Covid-19, é possível que algumas
dessas etapas sejam encurtadas.

Covid-19: ministro Marcos Pontes fala sobre pesquisas brasileiras202

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Marcos Pontes, participa na


manhã de hoje (15) de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto. O ministro vai falar sobre o andamento
de pesquisas brasileiras em busca de soluções de combate ao novo coronavírus.
Uma das linhas de pesquisa que conta com investimento do ministério está relacionada à vacina BCG,
usada contra a tuberculose. Para essa pesquisa, o ministério repassou R$600 mil que devem ser
investidos em estudos clínicos. A intenção é testar se vacinados são mais resistentes ao coronavírus. A
BCG é aplicada logo no nascimento para prevenir formas graves de tuberculose em crianças. Entretanto
alguns dados recentes têm demonstrado que países que mantem o uso da BCG apresentaram menores
proporções de covid-19 em comparação com países que suspenderam o uso da vacina como por exemplo
os EUA, a Espanha e a Itália.
Outra pesquisa em andamento foi aprovada recentemente pela Comissão Técnica Nacional em
Biossegurança (CTNBio), ligada ao MCTIC. O estudo busca uma vacina contra o novo coronavírus e é
realizado pelo Centro de Pesquisa René Rachou - Fiocruz. Para realização do estudo, os cientistas irão
manipular o vírus influenza com proteínas do vírus Sars-CoV2 (covid-19) para o desenvolvimento da
vacina para dupla prevenção da gripe sazonal e covid-19.

Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se
aproximar203

Em meio à pandemia do novo coronavírus, pessoas usam diferentes aplicativos para se manter
conectados aos amigos e à família, mesmo com distanciamento social.
Nos últimos dias, festas surpresa de aniversário, chás de revelação e até reuniões de brincadeiras
para crianças foram realizados com o uso de aplicativos de mensagens e vídeos.
Até o fim da tarde desta segunda-feira (23/03), o número de casos confirmados de pessoas infectadas
pelo novo coronavírus no Brasil havia passado de 1.800, com mais de 30 mortes.

Surpresa e ópera
No dia 16, o professor de Direito da Universidade Federal Fluminense Eder Fernandes foi surpreendido
por suas orientandas, que organizaram uma festa surpresa virtual para comemorar seu aniversário de 37
anos.
Atualmente morando em Espanha, onde frequenta um curso de pós-doutorado, ele estava triste pois
teve de cancelar a viagem para comemorar a data.
"Foi justamente o dia em que a ficha caiu sobre tudo o que estava acontecendo, pois foi quando
começou o estado de emergência no país. E o dia se desenrolou assim, com uma angústia forte no peito",
conta.
Ele já estava deitado na cama quando recebeu a mensagem de uma parceira de trabalho no aplicativo
de reuniões Jitsi, no qual costumam se falar.
"Achei estranho, porque ela nem me deu os parabéns", diz o professor. "Quando eu cliquei e a janela
abriu, levei um susto, porque havia várias carinhas lá. E abri um sorriso enorme ao entender que era uma
festa surpresa virtual."
Ao final do evento com sete pessoas, que envolveu o clássico "Parabéns a você", a leitura de um
poema e muita conversa, Fernandes ainda ganhou outro presente.
"Ao desligar, comecei a chorar e a vizinha começou a cantar."
Ele se refere à cantora de ópera Begoña Alberdi, que todas as noites canta na janela para a vizinhança
isolada em Barcelona.
"Dormi com uma esperança no peito, com a sensação de que serão dias ruins, muito difíceis, mas que
iremos vencer."

202
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/04/15/covid-19-ministro-marcos-pontes-fala-sobre-pesquisas-brasileiras.htm
203
Cesar Soto. Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se aproximar. G1, https://g1.globo.com/fique-em-
casa/noticia/2020/03/24/festa-surpresa-cha-de-revelacao-e-ate-casamento-isolados-usam-tecnologia-para-se-aproximar.ghtml. Acesso em 25 de março de 2020.

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321
Revelação virtual
Cerca de 240 pessoas participaram, neste domingo (23/03), de um chá de revelação virtual do sexo
do bebê do casal Gabriella de Oliveira Domingues e Willian Domingues.
Realizada em sua casa em São Paulo, a festa de 30 minutos contou presencialmente apenas com os
dois e sua filha, Clara. Os demais convidados estavam todos acompanhando, e comentando, através de
uma transmissão no Instagram.
"Fiquei muito apreensiva, muito chateada quando tive de cancelar, mas me surpreendeu muito a live,
porque eu senti muito essa conexão com as pessoas, senti o carinho. Foi muito melhor que eu imaginava",
diz Gabriella.
A decisão da transmissão aconteceu há alguns dias, quando as orientações de isolamento começaram
a ser passadas. Ela conta que ficou triste quando percebeu que o almoço com a família, que também
estava marcado para comemorar seus 31 anos, não ia ser realizado.
Mesmo assim, afirma que ficou feliz, até porque com a transmissão conseguiu atingir o dobro de
pessoas que tinham participado da revelação de Clara, dois anos antes.
"Na primeira filha foi uma festa grande, 120 pessoas, isso porque eram os mais íntimos. Temos uma
família muito grande", diz. Dessa vez, além de amigos e família, estiveram também seguidores e
conhecidos virtuais, que comemoraram a descoberta de que o casal vai ter um menino.
Eles ainda não decidiram o nome, mas contaram com sugestões enviadas pelos convidados.
"Até esqueci o caos do mundo. Foi muito legal mesmo."

Crianças conectadas
Um grupo de pais no Rio de Janeiro também têm realizado encontros virtuais com seus filhos. Além
de entreter as crianças e manter suas conexões pessoais, as atividades servem para que eles entendam
o que os adultos tanto fazem em frente aos computadores.
O primeiro deles aconteceu na quinta-feira (19/03), e reuniu oito crianças. A empresária Jessica Viana
conta que a ideia partiu da mãe de uma das colegas de escola da filha de 4 anos, Carolina.
"Foi muito legal, mataram a saudade. No primeiro momento havia algumas com muita timidez, sem
entender muito bem. Daí as mais desinibidas já começaram a mostrar as roupas que estavam usando,
os brinquedos com que estavam brincando", diz Jessica.
Segundo ela, os encontros duram cerca de 40 minutos, e já passaram por aplicativos como Zoom e
Jitsi.
"A gente tem usado bastante essas tecnologias para suprir essa carência da socialização. Ela está
com muita saudade da escola. Isso está doendo na gente. Não poder dar uma data de quando isso acaba
é muito complicado, mas está amenizando."

Sete horas de festa


Em Israel, país que baniu aglomerações de mais de dez pessoas no último dia 15, pessoas têm usado
a criatividade para manter seus casamentos marcados.
"Na religião judaica é proibido cancelar a cerimônia de casamento", diz a psicóloga brasileira Ita Perla
Wilde, que participou da festa de um casal de amigos, sem sair de sua casa em São Paulo, pelo Skype
no dia 12.
Fisicamente em Tel Aviv, estavam apenas os noivos, seus pais e o rabino. Virtualmente, cerca de 100
pessoas testemunharam a união. Mais do que isso, festejaram por mais de sete horas.
"Cada um em sua casa, brindando, tinha música, dançamos. Tomamos um vinho, comemoramos com
os noivos", afirma Wilde.
"Senti que foi um momento muito solidário. Fiquei muito emocionada. Foi uma experiência inédita de
solidariedade, de empatia, de comunhão, porque são datas que marcam pra vida inteira, e essa é uma
experiência que vai marcar a vida deles para sempre."

Paredão e jogos
Mas essas conexões não precisam ficar limitadas apenas a ocasiões especiais ou ensinamentos. Em
Florianópolis, amigos têm se encontrado para conversar, comemorar alguma eliminação no "BBB 20" ou
jogar alguma coisa.
No dia 17, a autora do blog "Uma vida sem lixo", Cristal Muniz, e alguns amigos assistiram "juntos" —
mas cada em sua casa — à despedida de Pyong Lee do reality show.
Ironicamente, um evento que não era exatamente um hábito. Os amigos comentavam o programa
através de um grupo no Whatsapp, mas nunca tinham se reunido só pra isso.

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"A gente tava falando do 'BBB', votando porque todo mundo ama o Babu, e tivemos a ideia de ligar pra
ver o programa", afirma ela. Para isso, tiveram de testar alguns aplicativos. Escolheram o Hangouts, do
Google, que permitia mais de quatro usuários ao mesmo tempo.
Desde então, a blogueira tem usado o app para outras atividades, como jogar Stop — ou adedonha —
e Gartic, um game brasileiro de desenhos, com os amigos.
Para ela, isso tem ajudado a criar uma aproximação nessa época de isolamento. "Esse dia dos jogos
eu fui dormir e até tinha esquecido do corona e tudo mais."

Cientistas do Brasil e de Oxford sequenciam genoma do novo coronavírus detectado em SP204

Uma análise preliminar da sequência já está disponível online. Enquanto outros países levam em
média 15 dias, caso brasileiro foi sequenciado em 2 dias.
Pesquisadores do Brasil e da Universidade de Oxford sequenciaram o genoma do vírus 2019 n-CoV
do primeiro caso confirmado da doença em São Paulo. O trabalho, geralmente feito em 15 dias pelos
cientistas, foi realizado em apenas dois dias, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de S. Paulo (Fapesp).
A primeira análise preliminar feita pelos cientistas mostra que o genoma do coronavírus diagnosticado
no Brasil difere em três pontos no código genético do vírus encontrado inicialmente em Wuhan, cidade
chinesa onde a doença surgiu. De acordo com uma das autoras do estudo, Ester Cerdeira Sabino, quanto
mais desvendarmos o RNA do vírus, mais podemos rastrear o caminho dele.
"Como o vírus do Brasil foi detectado da Itália, e vimos que é diferente do encontrado na Alemanha,
com duas mutações similares apenas, já dá para ver que mais de uma pessoa passou a transmitir a
doença na Europa", explicou Sabino.
Além disso, é possível fazer a associação das mudanças no RNA com alguma característica da
epidemia. Sabino dá o exemplo do Irã, que tem apresentado uma taxa de mortalidade maior.
"O que vamos estudar é se tem alguma influência [a mutação]. Por exemplo, no Irã está tendo um
avanço maior. É um exemplo teórico. Temos que sequenciar e pesquisar se a mutação tem alguma
influência nisso".
A análise genética do RNA de um vírus também é fundamental para o desenvolvimento de vacinas e
para a criação de testes diagnósticos. Uma análise preliminar da sequência já está disponível online para
consulta de outros pesquisadores do mundo.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Oxford.

Caso número 1
O primeiro caso brasileiro de Covid-19, doença causada pelo 2019 n-CoV, foi confirmado com
diagnóstico molecular pelo Instituto Adolfo Lutz em 26 de fevereiro. O paciente infectado com o vírus
esteve na região da Lombardia, no norte da Itália. O país europeu registrou 400 casos do novo
coronavírus até esta quinta-feira (27/02).
Até agora, apenas uma sequência genômica na Itália havia sido concluída. Os pesquisadores
analisaram amostras retiradas de um turista da província de Hubei que visitou Roma por volta de 31 de
janeiro de 2020, com o vírus originado na China.
"É uma velocidade incrível. Da mesma maneira como a Itália fez lá recentemente e publicaram. Isso
ajuda no desenvolvimento de testes de diagnóstico, ajuda em uma série de outros desenvolvimentos
tecnológicos, tem um peso muito importante", disse o secretário nacional de vigilância em Saúde,
Wanderson de Oliveira.

Brasil inaugura nova base científica na Antártica nesta terça-feira205

Projeto de sustentabilidade faz parte da construção, que ocupa uma área de aproximadamente 4,5 mil
m² na Ilha do Rei George. Estação Antártica Comandante Ferraz reabre para cientistas e pesquisadores,
em cerimônia oficial às 17h.
A nova estação brasileira na Antártica será inaugurada nesta terça-feira (14/01), em uma cerimônia
que tem início previsto para as 17h (horário de Brasília). O complexo de mais de 4,5 mil m² será entregue

204
Carolina Dantas. Cientistas do Brasil e de Oxford sequenciam genoma do novo coronavírus detectado em SP. G1 Bem estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/02/28/cientistas-do-brasil-e-de-oxford-sequenciam-genoma-do-novo-coronavirus-detectado-em-
sp.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1. Acesso em 03 de março de 2020.
205
G1. Brasil inaugura nova base científica na Antártica nesta terça-feira. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/14/brasil-
inaugura-nova-base-cientifica-na-antartica-nesta-terca-feira.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.

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323
quase oito anos após o incêndio que destruiu a base anterior. Pesquisadores brasileiros estão há mais
de três décadas no continente.
O vice-presidente Hamilton Mourão embarcou nesta segunda-feira (13/01) com destino à Antártica,
para participar da reinauguração como o principal representante do governo brasileiro. A base fica na Ilha
do Rei George.

Pouco impacto ambiental


A Estação Antártica Comandante Ferraz recebeu um investimento de US$ 99,6 milhões (cerca de R$
400 milhões), e vai conseguir acomodar até 64 profissionais do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
Um dos destaques do novo prédio é que ele tem diversas iniciativas sustentáveis.
O arquiteto João Gabriel Rosa, do Estúdio 41, um dos responsáveis pelo projeto da estação, contou
ao G1 que o prédio foi pensado desde a construção para ter o mínimo de impacto ambiental possível.
"A questão da sustentabilidade está muito ligada à responsabilidade de não intervir naquele espaço.
Pensamos em diminuir o impacto da construção e da logística", explicou ele.
Toda a estrutura usada na construção é desmontável e reciclável. Rosa explica que todos os módulos
foram feitos em contêineres fáceis de serem transportados por qualquer navio. Além disso, os
acabamentos e parte da montagem da estrutura foram feitos fora da Antártica, o que diminuiu o impacto
por transporte, otimizando a logística.
A questão energética também foi pensada no projeto para ser menos dependente de energias não
renováveis.
Por isso, foram instalados painéis fotovoltaicos e geradores eólicos que produzem cerca de 30% da
energia consumida na estação.
"Nos edifícios, há eficiência energética para garantir o conforto de quem estiver lá. As paredes
possuem um painel de 22 centímetros que exige menos energia para manter o local aquecido", explica
Rosa.
O projeto arquitetônico também pensou a captação da água, o tratamento de esgoto e a questão do
lixo produzido pela estação.
O arquiteto João Rosa diz que a captação da água é feita em duas lagoas próximas à estação. Tanto
o tratamento da água de consumo quanto a do esgoto foram planejados para gerar o menor impacto
ambiental possível.
A estação também tem um plano de gerenciamento de resíduos: todo o lixo produzido é separado para
a reciclagem e retorna ao Brasil.

Construção mais segura


Construído em um local inóspito, o continente antártico, o complexo consegue suportar temperaturas
negativas, nevascas e ventos de até 200 km por hora. A estrutura ainda tem sistemas de detecção, alarme
e combate a incêndios.
Os preparativos para reconstruir a estação tiveram início ainda em 2012, com a retirada dos escombros
da antiga base. Depois disso, a Marinha lançou um edital para a obra do novo complexo, que não recebeu
nenhuma proposta até 2014.
Uma nova licitação foi aberta em 2015, e a empresa chinesa Ceiec foi escolhida para realizar as obras.
Como só é possível trabalhar na Ilha Rei George durante os cinco meses do verão antártico, que vai
de outubro a março, a empresa executou a obra em diferentes etapas. Parte da estação foi preparada na
China, em módulos que só foram levados e montados após o fim do inverno.

Dividida em 3 módulos
O prédio principal da nova estação brasileira é dividido em três grandes blocos: o Leste, o Oeste e o
Técnico. Neles, se encontram a maior parte dos laboratórios, os dormitórios e os serviços básicos da
estação, divididos desta forma:
Bloco Leste: é o bloco das pesquisas, de convivência e serviços. É onde se concentram os
laboratórios. Dos 17 no total, 14 estão lá. Os outros 3 ficam em módulos separados. Além disso, é onde
ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.
Bloco Oeste: é uma área privada da base, onde moram os pesquisadores, além de concentrar as
áreas de convívio. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e auditório. Nas partes mais baixas
deste bloco estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.
Bloco Técnico: é onde fica o controle da rede elétrica, sanitária e de automação da estação. Também
é onde está a garagem. Além disso, há uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas,
geradores, e sistemas de aquecimento, bem como um incinerador de lixo.

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Centro de pesquisas
Criado em 1982, o Proantar leva ao continente gelado pesquisadores que atuam nas áreas
de oceanografia, biologia, glaciologia, química e meteorologia. Os trabalhos são desenvolvidos em
acampamentos, navios e estações.
A nova estação ficará no mesmo local da estrutura antiga, instalada em 1984 na Península Keller,
dentro da Ilha Rei George. A primeira base abrigou pesquisadores até fevereiro 2012. Um incêndio onde
ficavam os geradores de energia do complexo destruiu quase toda a estrutura e provocou a morte de dois
militares.
Apesar do incêndio, as pesquisas brasileiras na Antártica não pararam. Na Ilha Rei George, os
trabalhos foram desenvolvidos em uma estação provisória, montada ao lado da base consumida pelo
fogo. Os "módulos emergenciais" foram usados enquanto os pesquisadores aguardavam o final da
reconstrução.
"Essa nova base vai nos dar condições de trabalho e um salto qualitativo nas pesquisas científicas",
diz Paulo Câmara, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) que trabalha na estação.
Pesquisadores brasileiros estão há mais de três décadas desenvolvendo estudos no continente por
meio do Programa Antártico. Eles não ficam restritos à Ilha Rei George, onde foi instalada a estação. Há,
também, trabalhos sendo desenvolvidos no navio Almirante Maximiano e em acampamentos montados
em diferentes pontos da Antártica.
"São 14 milhões de km², uma das maiores reservas de gás e de água doce do mundo. 70% da água
doce do mundo está aqui", diz Câmara, que estuda a vegetação antártica.
Há, ainda, o módulo Criosfera 1, um contêiner que coleta dados e foi instalado a cerca de 2,5 mil km
de onde fica a estação.
As pesquisas realizadas em solo antártico são variadas e cobrem diferentes áreas do conhecimento.
De acordo com um dos editais mais recentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), de 2018, as propostas de projetos aprovados vão de geologia a medicina.
Veja abaixo as áreas de estudo:
- O papel da criosfera no sistema terrestre
- Dinâmica da alta atmosfera na Antártica
- Mudanças Climáticas e o Oceano Austral
- Biocomplexidade dos ecossistemas antárticos
- Geodinâmica e história geológica da Antártica
- Química dos oceanos, geoquímica marinha e poluição marinha
- Biologia Humana e Medicina Polar
- Inovação em novas tecnologias

O que é o Marco Civil da Internet?206

É uma lei (número 12.965/14) que regulamenta a utilização da internet, estabelecendo princípios e
garantias que tornam a rede livre e democrática no Brasil. Em vigor desde 23 de junho de 2014, ela
assegura os direitos e os deveres dos usuários e das empresas provedoras de acesso e serviços online.
Antes de virar lei, a proposta foi lançada pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
em outubro de 2009. Nessa fase, os temas abordados foram desenvolvidos com ajuda da população por
meio de audiências públicas em todo o Brasil. “Era possível opinar e comentar os artigos também pelo
blog Cultura Digital e pelos portais e-Democracia e e-Cidadania, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal”, explica o advogado Bernardo Meyer.

Internet neutra
Lei proíbe manipulação de velocidade.
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar o princípio da neutralidade, um dos temas mais polêmicos
do MCI. Ele garante a mesma qualidade de acesso à rede para todos, sem distinção, e proíbe provedores
de telecomunicações de restringirem conexão e velocidade, dependendo do conteúdo, origem, destino e
serviço acessado pelo internauta. Isso impede, entre outras coisas, que haja tarifas diferenciadas de
acordo com a qualidade do serviço prestado.

Não vale tudo


Conheça algumas garantias e responsabilidades relacionadas ao uso da Internet no Brasil

206
Super Interessante. O que é o Marco Civil da Internet? https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-marco-civil-da-internet/. Acesso em 23 de dezembro
de 2019.

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acontece por ordem judicial e responde ao delito quem produziu ou divulgou o material.
- A privacidade e a proteção de dados do usuário na internet, incluindo e-mails e chats, só podem ser
violadas em investigações criminais.
- Sites só podem coletar dados com consentimento do usuário (que deve ser informado com clareza
sobre como eles serão utilizados). É proibido passar essas informações adiante.
- As mesmas normas de proteção e defesa do Código do Consumidor valem para compras e vendas
feitas na internet.

DEVERES
- É proibido violar a intimidade ou vida privada de outros usuários e divulgar ou compartilhar
mensagens, vídeos ou imagens ofensivas.
- Reforçou o veto de negócios virtuais ilícitos, como comercialização de armas de fogo, drogas,
medicamentos etc., e venda de produtos sem nota fiscal ou manual de instruções.
- Respeitar os direitos autorais. A reprodução de conteúdo (musical, literário, audiovisual etc.) sem
autorização pode ser punida.
- Em caso de investigação, empresas de telecomunicações, portais e redes sociais devem identificar
usuários acusados por infringirem o MCI. Nesses casos, o direito à privacidade e à proteção de dados é
suspenso.

Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro207

Nova tecnologia — chamada 'prime editing' — é descrita como 'editor de texto genético' capaz de
reescrever o DNA de forma precisa.
Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que
causam doenças, dizem cientistas americanos.
A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita
como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.
Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças.
Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.
O método foi desenvolvido pela equipe do "Instituto Broad", ligado à universidade de Harvard e ao MIT
("Massachusetts Institute of Technology") nos Estados Unidos. A equipe de cientistas afirma que a
tecnologia é "muito versátil e precisa", mas destaca que a pesquisa está apenas começando.

Já podemos editar DNA?


O DNA é o "manual de instruções" para a construção e o desenvolvimento de cada corpo humano. Ele
está presente em quase todas as nossas células.
A capacidade de alterar o DNA através da edição de genes promete revolucionar a medicina — mas
traz também novos questionamentos morais e éticos, como a polêmica criação de bebês geneticamente
modificados para terem proteção contra o HIV.
O "prime editing" é o mais novo avanço no campo da engenharia genética, que está se desenvolvendo
em ritmo acelerado.
Uma das técnicas mais revolucionárias nesse campo — e que chamou grande atenção — foi a "Crispr-
Cas9", desenvolvida há sete anos.
Ela escaneia o DNA em busca do lugar certo para cortá-lo e permitir sua edição, ou seja, que um gene
seja deletado ou inserido. O problema é que as edições nem sempre são perfeitas e os cortes no DNA
podem ser feitos no lugar errado.
Isso limita o uso dessa tecnologia na medicina.
O avanço trazido pelo "prime editing" é justamente a precisão.

Como o 'prime editing' funciona?


Uma pesquisa publicada nesta semana na revista científica Nature mostra como os cientistas usaram
o método para inserir ou deletar seções de DNA. O "prime editing" também é capaz de corrigir seções
menores, como uma única "letra" das três bilhões que formam o código genético humano.

207
BBC. Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/10/22/nova-tecnica-de-edicao-de-dna-podera-curar-ate-89-das-doencas-geneticas-no-futuro.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2019.

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326
"Você pode imaginar os 'prime editors' como processadores de palavras, capazes de procurar por um
alvo entre as sequências de DNA e substituí-lo com precisão", afirma o bioquímico David Liu, um dos
pesquisadores.
"Os 'prime editors' oferecem mais flexibilidade para encontrar um alvo e maior precisão na edição."
O método pode ser ilustrado comparando-o com a edição de texto no computador: é algo como
pressionar Ctrl-F para encontrar uma parte do texto que você quer mudar e depois pressionar Crtl-V para
colar o texto novo que você quer inserir.
A tecnologia usa uma sequência de código genético feita em laboratório. Essa sequência tem duas
funções: uma, é encontrar a parte do DNA que você quer editar, e a outra, é introduzir as mudanças que
você quer fazer.
Essa sequência é combinada com uma enzima chamada transcriptase reversam, que "copia" as
edições para o DNA.

Como o método pode curar doenças?


O DNA tem quatro componentes básicos, as bases nitrogenadas: adenina, citosina, guanina e tiamina.
Elas são conhecidas por suas letras A, C, G e T.
Três bilhões dessas letras formam o nosso DNA, ou seja, o "manual completo" para desenvolvimento
e funcionamento do corpo. Mas erros minúsculos causam doenças e transtornos.
A forma mais comum de anemia falciforme (doença hereditária causada pela alteração anatômica dos
glóbulos vermelhos), por exemplo, é causada por uma mutação que torna um A específico em um T.
A doença de Tay-Sachs, que afeta os nervos e é fatal, com frequência é causada por uma mutação
que adiciona quatro letras extras de código no DNA.
O "prime editing" foi usado com sucesso para corrigir esses dois erros genéticos em experimentos
feitos em células humanas no laboratório.
Existem cerca de 75 mil mutações que causam doenças nos seres humanos. David Liu estima que o
"prime editing" tem o potencial para corrigir 89% delas.
Os outros 11% incluem situações em que a pessoa tem cópias demasiadas de um gene (uma seção
de DNA responsável por uma instrução específica) ou quando um gene inteiro está faltando.
"O 'prime editing' é o começo, em vez do fim da longa aspiração das ciências que lidam com vida
molecular por serem capazes de fazer qualquer mudança no DNA em qualquer posição em uma célula
viva ou um organismo, incluindo, em potencial, pacientes humanos com doenças genéticas", diz Liu.

Quanto tempo até a tecnologia estar disponível?


O grande desafio agora é conseguir viabilizar que o maquinário molecular capaz de fazer essas
edições possa acessar corretamente as partes certas do corpo humano de forma segura.
É provável que as primeiras aplicações sejam feitas em doenças em que seja possível retirar células
do corpo, editá-las, garantir que elas são seguras, e colocá-las de volta.
Isso é aplicável no tratamento de doenças do sangue, como anemia falciforme e as talassemias, em
que a medula óssea pode ser removida e colocada de volta.
"Nós somos capazes de 'corrigir' mutações humanas associadas com doenças, mas a habilidade de
fazer isso no tipo certo de célula e de uma forma que seja aplicável em um tratamento clínico vai demorar
algum tempo", diz a bióloga molecular Hilary Sheppard, da Universidade de Auckland.

Qual foi a repercussão dessa pesquisa?


O professor Robin Lovell-Badge, do instituto Francis Crick, em Londres, elogiou o estudo.
"Como a vasta maioria das doenças genéticas humanas são resultado de tipos de mutação que podem
ser corrigidos pelo 'prime editing', o método deve ser útil em terapias para esses tipos de doenças."
"Claro que será necessário muito mais trabalho para otimizar o método e encontrar formas de entregar
os componentes eficientemente antes de que eles possam ser usados para tratar pacientes. Mas com
certeza tem muito potencial."
A geneticista Helen O'Neill, da University College London, diz que os resultados são impressionantes.
"A pesquisa foi feita in vitro em células humanas com exemplos de 175 edições, incluindo algumas das
doenças mais difíceis de tratar."

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327
Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz
diretor208

Maior complexo científico do país recebeu, até setembro, repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1
milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Previsão agora é que conclusão de complexo seja só em
2021.
O principal projeto do governo federal de pesquisa científica, o Sirius, em Campinas, interior de São
Paulo, não ficará completamente pronto até o fim de 2020, conforme previsto inicialmente.
Com a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, o projeto recebeu até
setembro repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1 milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Do
valor repassado, R$ 50 milhões foram gastos.
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X
superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. Atualmente,
há apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equipamentos de 2ª geração, em funcionamento há
30 anos.
Apesar de garantir o início de operação no próximo ano, o diretor do projeto, Antônio José Roque da
Silva, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destaca que o
orçamento dotado pelo governo federal impede a conclusão no prazo inicial. Segundo ele, a entrega de
todas as 13 linhas de pesquisa previstas no Sirius deverá ficar para 2021.
"Se das 13 [linhas de pesquisa] vamos entregar sete, oito ou nove em 2020, tudo vai depender de
como as coisas andem. À medida que os recursos forem liberados, conseguimos programar as outras
linhas", diz o diretor.
"Não tem milagre. Você atrasa o escopo total do projeto, mas o ponto importante é que foi possível
fazer uma gestão para que o Sirius comece a dar retorno. Com a entrega da primeira linha de luz, ele
começa a ser utilizado", defende Silva.

Possibilidade de remanejar verba


No início deste mês, ao anunciar o remanejamento de R$ 82 milhões do orçamento do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o ministro da Ciência e Tecnologia,
Marcos Pontes, afirmou que umas das possibilidades de recursos adicionais da pasta para pagamentos
de bolsas do CNPq poderia ser remanejar verba inicialmente prevista para o Sirius.
O diretor do projeto, no entanto, afirmou que a entrega por etapas das 13 linhas de pesquisa não tem
relação com a fala do ministro Pontes. Em nota enviada nesta quarta-feira (11/09), o próprio ministério
negou que haverá "remanejamento de recursos das entidades vinculadas para pagamento de bolsas."
Sobre o atraso na conclusão do Sirius, a pasta informou que tem se empenhado, em um "cenário de
restrição orçamentária", para manter recursos para seus institutos de pesquisa e entidades vinculadas.

Obra 100% pública


Projetado para ser uma das estruturas de pesquisa mais modernas do mundo, o Sirius é uma obra
100% pública. O terreno onde está instalado foi desapropriado pelo governo do estado de São Paulo e
cedido ao CNPEM. Os recursos para a construção e funcionamento, são fornecidas pelo MCTIC.
Segundo informações obtidas pelo G1 via Lei de Acesso à Informação (LAI), desde 2012 o Ministério
de Ciência e Tecnologia fez dotação orçamentária de R$ 1,472 bilhão para o projeto, sendo que R$ 1,249
bilhão foram, de fato, pagos.
Os R$ 50 milhões gastos neste ano no projeto, do total de R$ 255,1 milhões previstos para este ano,
foram empregados principalmente na montagem do terceiro e principal acelerador e na instalação das
três primeiras linhas de luz.
"Vamos aguardar até o final de setembro, ver quanto dos R$ 255 milhões ainda vamos conseguir
empenhar e receber. O que recebemos priorizamos para garantir a primeira linha de luz. Já é um
entendimento que vamos ter de escalonar", diz o diretor.

208
Fernando Evans. Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz diretor. G1 Campinas e Região.
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/09/12/orcamento-previsto-para-sirius-impede-conclusao-do-projeto-para-2020-diz-diretor.ghtml. Acesso em 12
de setembro de 2019.

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328
Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno209

Segundo cientistas, fóssil achado em caverna nos anos 70 tem 210 mil anos, época em que Europa
era ocupada por neandertais; descoberta seria evidência de migração do homem moderno da África
anterior à de nossos ancestrais.
Pesquisadores encontraram o mais antigo exemplo da nossa espécie (humanos modernos) fora da
África.
Acredita-se que um crânio escavado na Grécia seja de 210 mil anos atrás, uma época em que a Europa
era ocupada pelos neandertais.
Por isso, a descoberta representa uma evidência de que houve uma migração anterior de pessoas
partindo da África, que não teriam deixado vestígios no DNA de pessoas vivas hoje. Os resultados foram
publicados na revista "Nature".
Pesquisadores descobriram dois fósseis significativos na caverna de Apidima, na Grécia, na década
de 1970, e estavam guardados em um museu do país, até serem reexaminados, mais recentemente.
Um deles estava muito danificado e o outro, incompleto. Foram necessários tomografia
computadorizada e exames com urânio para desvendar as informações contidas ali.

O crânio mais completo parece ser um neandertal, segundo os pesquisadores. Mas o outro mostra
características de humanos modernos.
E o principal: o crânio do neandertal era mais novo.
Isso pode mudar o entendimento sobre as teorias a respeito de migração para fora da África.
"Agora, trabalhamos com o cenário de que havia um grupo moderno na Grécia 210 mil anos atrás,
mas que foi posteriormente substituída por uma população neandertal (Apidima 2) há cerca de 170 mil
anos", disse o co-autor do estudo, professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.
As populações fora da África hoje traçam sua ancestralidade a uma migração que deixou o continente
africano há 60 mil anos.
À medida que esses humanos modernos se expandiram pela Eurásia (Europa e Ásia), eles
substituíram outras espécies que encontraram, como os neandertais e os denisovanos.
Mas essa não foi a primeira migração dos humanos modernos (Homo sapiens) da África.
Fósseis de Homo sapiens encontrados em Skhul e Qafzeh, em Israel, foram avaliados na década de
1990 e datados de 90 mil e 125 mil anos atrás. E, na época, foram vistos como uma anomalia, como se
tivesse acontecido uma breve incursão fora do continente africano.
No entanto, nos últimos anos passamos a entender que nossas espécies estiveram fora da África ainda
mais cedo do que imaginávamos e foram mais longe do que acreditávamos anteriormente.
Nos últimos anos, paleontologistas descobriram fósseis humanos modernos em Daoxian e Zhirendong,
na China, que datam de 80 mil e 120 mil anos atrás.
Estudos de DNA revelaram sinais de cruzamento entre os humanos africanos e os neandertais.
Evidências de neandertais alemães mostram que a mistura ocorreu entre 219 mil e 460 mil anos atrás -
embora não esteja claro se o Homo sapiens estava envolvido, ou outro grupo africano primitivo.

209
BBC. Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/07/11/cranio-encontrado-na-grecia-pode-reescrever-historia-do-homem-moderno.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.

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329
Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android210

Com decisão, smartphones novos da Huawei não poderão acessar vários aplicativos populares.
Empresa chinesa está sob pressão de Washington devido a supostos laços com o governo da China.
A Google anunciou a retirada da licença da Huawei para usar o sistema operacional Android do gigante
de tecnologia americano para telefones móveis – a medida obedece a uma diretriz emitida pelo presidente
dos EUA, Donald Trump, e força a empresa chinesa de telecomunicações a depender de uma versão de
código aberto do software.
Com a suspensão dos negócios, os novos smartphones da Huawei não terão mais acesso a serviços
como Gmail, Google Maps e YouTube, além de atualizações de segurança. Usuários que já possuem
aparelhos da companhia chinesa poderão seguir com o uso e a atualização de aplicativos baixados.
"Estamos cumprindo a ordem [presidencial] e analisando as implicações", limitou-se um porta-voz do
Google.
Na semana passada, Trump assinou uma ordem executiva após declarar "emergência tecnológica". A
ordem visa impedir que empresas americanas usem equipamentos de telecomunicações feitos por
"adversários estrangeiros" considerados de risco à segurança nacional.
A ordem executiva não impôs automaticamente restrições à compra e venda de equipamentos de
telecomunicações, mas deu ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, cinco meses para
estabelecer quais empresas deveriam estar sujeitas às novas restrições.
Os principais fabricantes de processadores, como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom,
informaram os seus funcionários que deixarão de fornecer equipamentos à Huawei até nova ordem.
A Huawei tem sofrido uma imensa pressão de Washington depois de alegações de que seus produtos
permitem que agências de inteligência chinesas usem supostos backdoors (porta dos fundos – método
de escapar de uma autenticação ou criptografia num sistema computacional) nos softwares, que poderiam
ser usadas para espionagem cibernética.

Pequim: "histeria do Ocidente"


O Ministério das Relações Exteriores da China classificou as alegações como "histeria do Ocidente".
O fundador e presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, recusou-se a ceder à pressão americana.
Na semana passada, Ren afirmou que sua empresa "já estava se preparando para isso".
"Não fizemos nada que viole a lei", disse Ren ao jornal japonês The Nikkei. "Espera-se que o
crescimento da Huawei possa diminuir, mas apenas ligeiramente."
A Huawei é pioneira na tecnologia 5G, mas depende bastante de fornecedores estrangeiros. A
empresa compra cerca de 67 bilhões de dólares em componentes a cada ano, incluindo cerca de 11
bilhões de dólares de fornecedores americanos, segundo dados publicados pelo The Nikkei.
A imprensa americana sugeriu que a Huawei desenvolveu um sistema operacional próprio caso perca
o acesso ao Google e aos serviços da Microsoft. Algumas destas tecnologias já estão em uso em produtos
vendidos na China, de acordo com a própria Huawei.
No entanto, a medida do Google pode ter um impacto negativo nas vendas da Huawei fora da China,
particularmente no Ocidente. O comércio da empresa chinesa em solo europeu – o segundo maior
mercado da Huawei – deve sofrer quedas, pois os chineses licenciam seus serviços do Google na Europa.
Mas a extensão a qual a Huawei será prejudicada pela lista negra do governo dos EUA ainda não tem
como ser mensurada, enquanto sua cadeia de fornecimento global avalia o impacto. Especialistas em
chips questionaram a capacidade da Huawei de continuar a operar sem a ajuda dos EUA.

Batalha por supremacia tecnológica


Ao mesmo tempo em que trava uma guerra comercial com Pequim, Washington tem liderado uma
campanha global para impedir que empresas chinesas – como a Huawei – assumam o controle das redes
5G.
A batalha comercial também tem tido desdobramentos políticos. Em dezembro, a diretora financeira
da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá. Ela teria violado o boicote comercial estipulado pelo
governo americano contra o Irã.
Depois da prisão da empresária, que também é filha do fundador da Huawei, dois cidadãos
canadenses foram detidos na China, no que foi considerado uma ação de retaliação por parte de
Pequim. Além disso, a sentença de um canadense encarcerado na China por contrabando de drogas foi
convertida em pena de morte.

210
DW. Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android. DW. https://www.dw.com/pt-br/google-suspende-parte-de-acesso-da-huawei-ao-android/a-
48801026. Acesso em 20 de maio de 2019.

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330
Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) As criptomoedas são moedas
virtuais, utilizadas para a realização de pagamentos em transações comerciais. Além de serem
completamente virtuais, existem três características que as diferenciam das moedas regulares:
descentralização, anonimato e baixo custo de transação
(Fonte: Politize!).
Qual das moedas abaixo não é uma criptomoeda?
(A) peso
(B) petro
(C) bitcoin
(D) monero
(E) dogecoin

02. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Maior e mais complexa infraestrutura
científica já construída no Brasil, o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, em Campinas (SP),
teve a primeira etapa inaugurada nesta quarta-feira (14.11.18), em cerimônia com a presença do
presidente da República, Michel Temer.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o laboratório que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) está com as obras civis concluídas e, nesta quarta (14.11.18), passará pelo primeiro
teste: uma volta de elétrons em dois dos três aceleradores que compõem o equipamento.
(G1 – https://glo.bo/2TevHX3 – Acesso em 27.04.19. Adaptado)

O novo acelerador permitirá aos pesquisadores desenvolverem tecnologias em setores considerados


estratégicos no CNPEM, dentre as quais cita-se, na área
(A) da agricultura, a pesquisa de novas sementes geneticamente modificadas que reduzirá a
dependência brasileira dos centros produtores de sementes norte- -americanos.
(B) da energia, o desenvolvimento de novos equipamentos que acelerem a produção de urânio
enriquecido, fundamental para o funcionamento das usinas Angra 1 e 2.
(C) do clima, o estudo dos elementos que compõem a alta atmosfera e que, uma vez controlados,
possibilitam a previsão de fenômenos meteorológicos como secas ou ciclones.
(D) da geologia, a pesquisa e o desenvolvimento da prospecção de recursos minerais no subsolo e na
plataforma continental, expandindo a exploração mineral do país.
(E) de saúde, o estudo do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos
para doenças como Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas.

03. (TRT - 7ª Região – CESPE) Um dos efeitos adversos da popularização da Internet e das redes
sociais virtuais é a superexposição da vida pessoal de usuários, a qual pode levar a situações de
constrangimento e de risco à segurança individual. Com isso, tem-se tornado cada dia mais premente
a necessidade de se criarem estratégias pessoais e ferramentas jurídicas que garantam o
(A) acesso irrestrito às ferramentas digitais.
(B) direito à intimidade e à vida privada.
(C) exercício pleno da liberdade de expressão.
(D) anonimato de todos os usuários.

04. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Meng Wanzhou, chefe de operações
financeiras da Huawei, gigante chinesa de telecomunicações, foi presa em Vancouver, no Canadá, e deve
ser extraditada para os Estados Unidos. Os detalhes da prisão, efetuada em 1° de dezembro de 2018,
não foram divulgados, mas a empresa chinesa virou alvo de desconfiança em vários países do mundo.
(BBC – https://bbc.in/2RF5KyG – Acesso em 29.04.19. Adaptado)
Com relação à gigante chinesa Huawei, foram levantadas suspeitas de que
(A) a empresa seria a grande fornecedora de equipamentos utilizados pela Coreia do Norte para
produzir mísseis de médio alcance.
(B) os acordos comerciais e financeiros que ela desenvolve com ditaduras africanas a tornariam hostil
às nações democráticas.
(C) a tecnologia utilizada na produção dos equipamentos 5G é resultado de espionagem industrial
contra o Reino Unido.

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331
(D) seus equipamentos seriam usados pelo governo da China para espionar as pessoas e instituições
ao redor do mundo.
(E) a empresa teria fraudado os estudos que mostram que a matéria-prima utilizada na produção de
seus equipamentos é cancerígena.

05. (Prefeitura de Itapevi – Auditor Fiscal Tributário – VUNESP – 2019) Em 14 de novembro, a


máquina mais cara e sofisticada da ciência brasileira começou a testar suas turbinas. O projeto já
consumiu cerca de R$ 1,3 bilhão (de um total previsto de R$ 1,8 bilhão) e, quando ficar pronto, colocará
o país na vanguarda das pesquisas que utilizam esse tipo de artefato, como as que envolvem a
visualização em altíssima resolução de estruturas de vírus e proteínas (em busca de novas vacinas), de
solo (com a ideia de aprimorar fertilizantes) e de rochas e de novos materiais (para melhorar a exploração
de gás e petróleo), entre outras. (Folha de S.Paulo. https://bit.ly/2G1oHbX. Acesso em 25.jan.2019. Adaptado)
O texto destaca a inauguração do acelerador de partículas que está sendo construído
(A) em Campinas (SP).
(B) na Base de Alcântara (MA).
(C) no Rio de Janeiro (RJ).
(D) em Curitiba (PR).
(E) em Porto Alegre (RS).

Gabarito

01.A / 02.E / 03.B / 04.D / 05.A

Comentários

01. Resposta: A
Peso é o nome da moeda de vários países, normalmente de colonização espanhola, como peso
mexicano, peso chileno ou peso argentino

02. Resposta: E
A base científica servirá de estudo em várias frentes, como “Na área de saúde, uma delas é o estudo
do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como
Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas. Também poderá melhorar o diagnóstico por
imagens, a eficácia de medicamentos e decifrar estruturas virais para desenvolvimento de vacinas.”211.

03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação específica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização212.
A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.

04. Resposta: D
A acusação que recai sobre Wanzhou é a de que ela participou de uma conspiração para fraudar várias
instituições financeiras. As investigações apontam que ela fez parte do conselho da Skycom, empresa
baseada em Hong Kong que teria feito negócios com o Irã entre 2009 e 2014.

211
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/11/13/sirius-1a-etapa-da-maior-estrutura-cientifica-do-pais-sera-inaugurada-nesta-quarta-veja-
numeros.ghtml
212
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017

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332
A empresa chinesa está sob escrutínio em diversos lugares depois que foram levantadas suspeitas de
que seus equipamentos seriam usados pelo governo da China para espionar as pessoas ao redor do
mundo. A Huawei nega com veemência essa acusação213.

05. Resposta: A
Sirius é um acelerador de partículas do tipo síncrotron localizado no município de Campinas, no interior
de São Paulo, Brasil. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que já administra o primeiro
acelerador de partículas do Brasil, o UVX, coordena também o projeto do Sirius.

Segurança

Proporção de negros nas prisões cresce 14% em 15 anos, enquanto a de brancos cai 19%,
mostra Anuário de Segurança Pública214

Dois em cada três presos são negros. Segundo a publicação, existe forte desigualdade racial no
sistema prisional, percebida na maior severidade de tratamento e de punições direcionadas aos negros.
Em 15 anos, a proporção de negros no sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos
diminuiu 19%. Hoje, de cada três presos, dois são negros. É o que revela o 14º Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, divulgado neste domingo (18/10) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Dos 657,8 mil presos em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%).
Os dados são referentes a 2019.

Segundo o Anuário, as prisões no país estão se tornando, ano a ano, espaços destinados a um perfil
populacional cada vez mais homogêneo. “No Brasil, se prende cada vez mais, mas, sobretudo, cada vez
mais pessoas negras.”
“Existe, dessa forma, uma forte desigualdade racial no sistema prisional, que pode ser percebida
concretamente na maior severidade de tratamento e sanções punitivas direcionadas aos negros”, afirma
a publicação.
“Aliado a isso, as chances diferenciais a que negros estão submetidos socialmente e as condições de
pobreza que enfrentam no cotidiano fazem com que se tornem os alvos preferenciais das políticas de
encarceramento do país.”

213
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/04/28/huawei-um-guia-simples-para-entender-por-que-a-gigante-chinesa-e-alvo-de-tanta-polemica.ghtml
214
Cíntia Acayaba e Thiago Reis. Proporção de negros nas prisões cresce 14% em 15 anos, enquanto a de brancos cai 19%, mostra Anuário de Segurança Pública.
G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/10/19/em-15-anos-proporcao-de-negros-nas-prisoes-aumenta-14percent-ja-a-de-brancos-diminui-19percent-
mostra-anuario-de-seguranca-publica.ghtml. Acesso em 19 de outubro de 2020.

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333
Amanda Pimentel, pesquisadora associada do Fórum, lembra que, além das condições que levam os
negros a serem mais presos do que não negros, existe também o tratamento desigual dentro do sistema
judiciário.
"As prisões dos negros acontecem em razão das condições sociais, não apenas das condições de
pobreza, mas das dificuldades de acesso aos direitos e a vivência em territórios de vulnerabilidade, que
fazem com que essas pessoas sejam mais cooptadas pelas organizações criminosas e o mundo do crime.
Mas essas pessoas também são tratadas diferencialmente dentro do sistema de justiça. Réus negros
sempre dependem mais de órgãos como a Defensoria Pública, sempre têm números muito menores de
testemunhas. Já os brancos não dependem tanto da Defensoria, conseguem apresentar mais advogados,
têm mais testemunhas. É um tratamento diferencial no sistema de justiça. Os réus negros têm muito
menos condições que os réus brancos", diz.
"Para cada não negro preso que adentrou ao sistema prisional, dois negros foram presos. Se você
comparar a entrada e a permanência no sistema prisional, você vê que é pouco mais do que o dobro das
pessoas não negras", completa Amanda.
De acordo com a pesquisadora, da maneira como a prisão é organizada, ela fica "extremamente
voltada para o encarceramento do negro, que normalmente comete mais crimes patrimoniais".
Amanda lembra que a política de encarceramento em massa dificulta ainda mais o combate à violência,
em razão do fortalecimento das organizações criminais. "Muitas pessoas que cometem crimes não
violentos e adentram ao sistema penal têm contato com diversas organizações e isso acaba fortalecendo
as facções, como o PCC e o Comando Vermelho."
O Anuário mostra que, historicamente, a população prisional do país segue um perfil muito semelhante
ao das vítimas de homicídios.
“Em geral, são homens jovens, negros e com baixa escolaridade. Apenas em 2019, os homens
representaram 95% do total da população encarcerada. No que se refere ao gênero, portanto, existe uma
sobrerrepresentação masculina na população prisional, explicada em grande parte pela intensa
associação existente entre ‘mundo do crime’ e valores viris, exercidos primordialmente por homens.”
A tendência de crescimento da população carcerária, porém, também atinge as mulheres. Em 2008,
havia 21.604 pessoas do sexo feminino no sistema prisional; 11 anos depois, esse número cresceu,
chegando a 36.926, um crescimento de 71% de prisões de mulheres.
Em relação aos jovens, chama a atenção que a principal faixa etária nas prisões seja a de 18 a 24
anos (26% do total). Logo em seguida aparecem os presos de 25 a 29 anos (24%).
Os dados do Anuário mostram ainda que há menos presos em carceragens de polícia, informação
revelada em levantamento feito pelo Monitor da Violência no início do ano.

Pandemia nos presídios


O Anuário também fez a coleta de dados referentes a mortes e casos de Covid-19 em 2020 nos
presídios do país. Houve 113 óbitos e 27.207 casos entre a população carcerária.
Segundo a publicação, dentro do sistema prisional brasileiro, a pandemia da Covid-19 e as medidas
tomadas para contê-la causaram um agravamento das condições de encarceramento da população e
aprofundaram as violações de direitos fundamentais.
Enquanto a incidência, fora das prisões, é de 2.245 casos de infecção para cada 100 mil habitantes,
dentro do sistema prisional a taxa salta para 3.637 casos a cada 100 mil pessoas presas, afirma o Anuário.
“Os altos índices de incidência da doença no ambiente prisional, infelizmente, contam a história de
uma tragédia anunciada. Desde os primeiros casos da doença registrados na China e na Europa, as
informações disseminadas pela comunidade científica mundial, por meio da Organização Mundial da
Saúde, dão conta de que o distanciamento físico é a medida mais adequada e eficaz para a contenção
do vírus e, consequentemente, da doença causada por esse agente biológico. Diante desta evidência,
como garantir distanciamento social entre as pessoas presas em um contexto de superlotação como o
registrado nos sistemas prisionais de todos os estados brasileiros? Como garantir a distância mínima de
um metro entre os quatro detentos que ocupam uma única vaga nas unidades prisionais do estado de
Roraima? A impossibilidade desta divisão se expressa na disseminação descontrolada da infecção pelo
coronavírus em grande parte dos estados.”

Chefe do PCC, André do Rap é solto após STF conceder habeas corpus215

André Oliveira Macedo, chefe de uma facção criminosa, cumpria prisão preventiva em Presidente
Venceslau
215
Agência O Globo. Chefe do PCC, André do Rap é solto após STF conceder habeas corpus. Ig. Crime Organizado. https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2020-
10-10/chefe-do-pcc-andre-do-rap-e-solto-apos-stf-conceder-habeas-corpus.html. Acesso em 13 de outubro de 2020.

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334
O traficante André Oliveira Macedo, também conhecido como André do Rap, um dos líderes
do PCC, foi solto no fim da manhã deste sábado em Presidente Venceslau após ter habeas corpus
concedido pelo ministro Marco Aurélio Melo, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Macedo é um dos chefes da facção criminosa paulista que tem presença dentro e fora dos presídios
em todo o Brasil. Ele cumpria prisão preventiva em uma penitenciária em Presidente Venceslau, interior
de São Paulo, mas já tinha condenação em primeira instância a 14 anos de prisão. A pena foi reduzida
na segunda instância a 10 anos de prisão.
André do Rap foi preso em 15 de setembro do ano passado em condomínio de luxo, em Angra dos
Reis. Ele é acusado de tráfico de drogas, associação para o tráfico, financiamento de narcotráfico. Na
ocasião, a operação Oversea apreendeu quatro toneladas de cocaína e chegou aos investigados por
meio de interceptação telefônica, vídeos, depoimentos e vigilância policial.
A operação buscava desaerticular a atuação de um grupo criminoso voltado ao tráfico internacional de
entorpecentes , com atuação no Porto de Santos, o maior do país.
O Superior Tribunal de Justiça já havia negado um pedido de habeas corpus feito pela defesa de
Macedo, que recorreu ao STF.
O ministro Marco Aurélio entendeu, na sexta-feira (09/10), que a prisão preventiva do traficante por
mais de um ano desrespeita o previsto na lei.
"O paciente [Macedo] está preso, sem culpa formada, desde 15 de dezembro de 2019, tendo sido a
custódia mantida, em 25 de junho de 2020, no julgamento da apelação. Uma vez não constatado ato
posterior sobre a indispensabilidade da medida, formalizado nos últimos 90 dias, tem-se desrespeitada a
previsão legal, surgindo o excesso de prazo", diz o ministro em sua decisão.
O ministro determinou a soltura de André do Rap e determinou que ele atenda a chamados judiciais e
informe à Justiça seu endereço, bem como qualquer mudança de casa.

Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo216

Segundo secretaria, detento gasta em média 88% mais água que cidadão em liberdade. Água nos
presídios poderá ser utilizada por seis horas diárias.
O racionamento de água em unidades prisionais do estado como uma medida para gerar economia
aos cofres públicos é adotada em Minas Gerais a partir deste domingo (01/12).
Atualmente, o estado tem 72 mil presos em 197 unidades.
A medida foi anunciada pelo governo do estado nesta sexta-feira (29).
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a água nos presídios
poderá ser utilizada por seis horas diárias. A medida foi definida, pois segundo a secretaria, dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento mostram que um detento gasta em média 88% a
mais de água do que um cidadão em liberdade.
“É uma medida de gestão que busca eficiência no setor público, sem desperdício do dinheiro do
contribuinte e com a garantia da manutenção dos direitos dos presos e da pessoa humana”, afirmou o
governo.
A Secretaria de Justiça garante que “a restrição do uso da água não trará prejuízos aos trabalhos de
humanização e ressocialização realizados dentro das unidades prisionais”.
Atualmente, o gasto médio mensal com água nas unidades prisionais de todo o estado é de R$ 7,5
milhões. O governo espera economizar 10% desde valor com o racionamento.
De acordo com a Sejusp, com outras ações implantadas já houve redução de R$ 500 mensais nos
gastos com água.
Em nota, a Defensoria Pública de Minas Gerais disse que discorda da medida e estuda ingressar com
ação extrajudicial ou judicial ainda no início da semana para evitar o racionamento.

Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia217

Governador disse que fronteiras deveriam ser fechadas e que vai pedir sanções aos países vizinhos
por venderem armas ao Brasil. Ele criticou a atuação da PF e do MPF: "estão neste momento em débito
com a sociedade".
O governador do RJ, Wilson Witzel, disse neste domingo (29/09) que vai recorrer à ONU para
combater a violência no RJ, que chamou de "genocídio". Em fala a jornalistas durante o Rock in Rio, ele

216
G1 Minas. Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo. G1 Minas Gerais. https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2019/12/01/governo-de-minas-gerais-adota-racionamento-de-agua-em-presidios-a-partir-deste-domingo.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
217
G1 Rio. Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-
rio/2019/noticia/2019/09/29/witzel-diz-que-ha-genocidio-no-rj-e-que-vai-a-onu-pedir-punicoes-a-paises-vizinhos.ghtml. Acesso em 30 de setembro de 2019.

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335
afirmou que vai pedir sanções aos países vizinhos que vendem armas ao Brasil,
como Paraguai, Bolívia e Colômbia.
"Todas essas ações. Trabalhando para tirar as armas...trabalhando agora junto às Nações
Unidas...levar realmente a causa do genocídio do Rio de Janeiro, que não é o governador", disse Witzel.
Witzel defendeu o fechamento de fronteiras e que a ONU deveria impor sanções aos países por
venderem armas ao Brasil.
"O próprio Conselho de Segurança da ONU pode tomar essa decisão: retaliar Paraguai, Bolívia e a
Colômbia no que diz respeito às armas em si. Ou seja, países que vendem armas para esses países têm
que ser proibidos de fazê-lo sob pena de continuar esse massacre essa situação sangrenta que nós
vivemos hoje nas comunidades do Rio de Janeiro. E fechar a fronteira."
O governador disse que já está em contato para levar o pleito à ONU. "Eu já pedi para que nós
entremos em contato agora nessa semana com o Conselho de Segurança da ONU para que eu possa
expor o que está acontecendo no Rio de Janeiro e pedir providências junto a esses países", afirmou.

Especialista contesta discurso


O professor de Política Internacional da UERJ Paulo Velasco contestou a fala de Witzel e afirmou que
a violência no RJ não pode ser classificada como genocídio e que o governo estadual não poderia fazer
diretamente este pedido à ONU. Segundo ele, essa demanda caberia ao governo federal.
"É difícil caracterizar como genocídio o que acontece aqui. Ele como juiz federal deveria saber. Até
para fazer concurso para juiz federal, uma das disciplinas é Direito Internacional", disse Velasco. "Existe
uma definição dada pelo Direito Internacional para entender o que é genocídio. Uma definição aprovada
em convenção da ONU em 1948. O genocídio é entendido como a violência com o objetivo de destruir no
todo ou em parte grupos étnicos, raciais, religiosos. Então, tem que haver uma violência praticada
deliberadamente contra um grupo com o objetivo de destruí-los."
"Não tem (condição de pedir diretamente ao Conselho de Segurança da ONU). Quem tem
representação na ONU é o estado brasileiro. Caso o estado do Rio de Janeiro estivesse em uma situação
de violência extrema e quisesse algum tipo de interação com a ONU teria que ser feito via governo
federal", explica Velasco.
"Muito embora exista a paradiplomacia, as unidades da federação terem atividades internacionais, isso
é mais para acordos culturais, questões comerciais. Nunca para questões que digam respeito a paz e a
segurança, muito menos a interação direta com o Conselho de Segurança."

Crítica à atuação federal na segurança


Witzel falou de forma incisiva contra a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no
combate ao tráfico de armas e drogas.
"Será que eu estou falando em outra língua? Eu fui juiz federal durante 17 anos. Quem investiga o
tráfico de armas e de drogas é a Polícia Federal. É o Ministério Público Federal. Então eles estão neste
momento em débito com a sociedade. É preciso explicar, mostrar os números, os promotores federais
têm que vir a público para dizer o que eles estão fazendo para impedir que essa quantidade de armas
chegue ao Rio de Janeiro."

Caso Ágatha
Em seu discurso, Witzel repetiu que o Rio de Janeiro é a segunda capital mais segura do Brasil e
criticou a imprensa por só mostrar o lado negativo da cidade. Ele rechaçou críticas de que adote uma
política de confronto, que promova a violência.
"Eu não quero celebrar a morte de ninguém. Muito pelo contrário, nós queremos celebrar a vida e
exatamente para que a vida seja celebrada é que nós vamos ter que agir de forma muito rigorosa contra
o tráfico de armas e drogas no nosso estado no Brasil", disse.
Questionado sobre o protesto da cantora Lellê, que lembrou a morte da menina Ágatha e da vereadora
Marielle Franco no primeiro dia de Rock in Rio, Witzel afirmou que estão "fazendo palanque" com a morte
de uma criança e que "quem embarca na história está falando contra quem está fazendo um bom
trabalho".
"Querer fazer palanque de uma criança ou quem quer que seja um palco político, isso para a oposição
é uma indecência. E quem embarca nessa história...nós temos que respeitar a diversidade, mas quem
embarca nessa história está dando eco a uma política perversa contra algo que está sendo bem feito."

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Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e
MP apuram o caso218

Quatro participantes da briga entre facções foram encontrados mortos com sinais de sufocamento,
segundo a Susipe. Eles pertenciam à facção que começou a briga e atacou rivais em prisão.
Quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram
mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62.
O governo do Pará apura as circunstâncias em que os crimes ocorreram. As mortes foram entre os
municípios de Novo Repartimento e Marabá, entre as 19h terça-feira (30/07) e 1h desta quarta (31/07).
Os presos eram levados algemados dentro de um caminhão, dividido em duas celas.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta (31/07) com sinais de sufocamento, conforme
informou a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe). O órgão não deu detalhes de como
ocorreu o sufocamento.
Por volta de 16h de quarta-feira, o governo divulgou o nome dos mortos:
- Dhenison de Souza Ferreira
- José Ítalo Meireles Oliveira
- Valdenildo Moreira Mendes
- Werik de Sousa Lima

De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma
cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Foi essa facção que atacou integrantes do
Comando Vermelho, facção rival. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para
a capital foram colocados em isolamento e serão ouvidos pela polícia.
O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos –no momento dos crimes, 30 eram
transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.
De acordo com a Segup, 21 presos já estão em Belém. Todos chegaram na terça-feira (30/07).
Dezesseis são líderes de facções e dez deles irão, posteriormente, para o regime federal, os demais
serão redistribuídos nas penitenciárias estaduais.
O governo do Estado confirmou a chegada de 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção
Penitenciária (FTIP) em Belém na tarde desta quarta, para atuarem em atividades de guarda, vigilância
e custódia de presos.

MP acompanha o caso
O Ministério Público do Pará (MPPA) divulgou uma nota informando que está acompanhando as
investigações sobre a rebelião e que instaurou um inquérito civil para apurar as mortes ocorridas no
presídio. A nota disse ainda que o MP passou a acompanhar as investigações sobre a morte dos quatro
detentos durante a transferência. "O MP reforça ainda que acompanha de perto todos os desdobramentos
e investigações necessários ao esclarecimento dos fatos e responsabilização criminal, cível e
administrativa conforme apurado", disse.

Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos.
Na segunda-feira (29/07), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos
do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará
(Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado
carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime
federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira
como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a
capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos
311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.

218
Thais Rezende. Gabriela Azevedo. Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e MP apuram o caso. G1 Pará.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2019/07/31/presos-de-altamira-sao-mortos-dentro-de-onibus-durante-transferencia-para-
belem.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.

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337
Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano
passado219

No mesmo período de 2018, houve 23.015 assassinatos. Índice nacional de homicídios criado pelo G1
acompanha os crimes violentos mês a mês. Queda nos assassinatos foi antecipada pelo Monitor da
Violência.
O Brasil registrou uma queda de 22% nas mortes violentas nos primeiros cinco meses deste ano em
comparação com o mesmo período de 2018. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado
pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Somente em maio, houve 3.521 assassinatos, contra 4.327 no mesmo mês do ano passado. Já no
período que engloba os cinco meses, foram 17.907 mortes violentas — 5,1 mil a menos que o registrado
nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2018.
A tendência de queda nos homicídios do país foi antecipada pelo G1 no balanço dos dois primeiros
meses do ano, que apresentaram redução de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e
no balanço das mortes violentas de 2018, que teve a maior queda dos últimos 11 anos da série histórica
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com 13%.
O número de assassinatos, porém, continua alto.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados apontam que:


- houve 5.108 mortes a menos nos primeiros cinco meses de 2019
- 23 estados e o DF apresentaram redução de assassinatos no período
- dois estados tiveram quedas superiores a 30%: Sergipe e Ceará
- apenas três estados registraram alta de assassinatos: Piauí, Tocantins e Roraima

219
G1. Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano passado. G1 Monitor da Violência. https://g1.globo.com/monitor-
da-violencia/noticia/2019/07/13/em-cinco-meses-brasil-registra-179-mil-mortes-violentas-queda-e-de-22percent-em-relacao-ao-ano-
passado.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 15 de julho de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


338
Três estados tiveram aumento de assassinatos nos primeiros cinco meses de 2019. Veja, abaixo, a
justificativa de cada um deles:

- Piauí: Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí diz que o aumento no número de crimes
em maio de 2019 "foi considerado atípico" por conta de casos no interior do estado e que, no mesmo
período, houve queda nos números na capital.
- Tocantins: A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins diz que em junho foi registrada uma
redução de 31,41% nos índices de CVLI, "o que representa uma estabilização nos índices destes tipos
criminais no primeiro semestre, sendo buscado por estratégias de integração entre as forças de
segurança locais, conforme preconizado no Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
(PESSE)". Segundo a pasta, trata-se de um enfrentamento sistemático e organizado da criminalidade
visando a sua efetiva redução. "A SSP-TO tem realizado estudos e mapeamento dos locais e causas
deste tipo de violência no estado, marcado, em especial, por ações típicas de execução de grupos
criminosos, instituindo uma Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DRACCO) para o fortalecimento
das ações de prevenção e repressão, além da intensificação das operações integradas, tanto no âmbito
de investigações qualificadas como no aumento do policiamento ostensivo, nos casos em que isso se
releve a medida mais adequada."
- Roraima: A Secretaria de Segurança Pública de Roraima não informa o motivo para o aumento da
violência e diz ainda que o setor de estatística vai rever os dados de violência do estado.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


339
Tendência de queda
Para entender o que pode estar por trás da tendência de queda, o G1 foi a fundo nos cenários de
segurança pública de três estados que se destacaram por suas reduções desde 2018: Acre, Ceará e Rio
Grande do Norte.
Especialistas, integrantes e ex-integrantes dos governos e entidades foram consultados para levantar
as principais medidas tomadas nos estados que podem ter resultado na queda da violência. Saiba mais.
Entre as medidas adotadas estão:

- ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implantação do Regime
Disciplinar Diferenciado (RDD)
- isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
- criação de secretaria exclusiva para lidar com a administração penitenciária
- criação de delegacia voltada à investigação de casos de homicídios
- integração entre as forças de segurança e justiça

Como o levantamento é feito


A ferramenta criada pelo G1 permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos
mês a mês no país. Estão contabilizadas as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios),
latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Juntos, estes casos compõem os chamados crimes
violentos letais e intencionais.
Jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados, via assessoria de imprensa e via Lei de
Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo fórum no Anuário Brasileiro de
Segurança Pública.
Em março, o governo federal anunciou a criação de um sistema similar. Os dados, no entanto, não
estão atualizados como os da ferramenta do G1. O último mês disponível é fevereiro de 2019 (e não há
números de todos os estados).
Os dados coletados mês a mês pelo G1 não incluem as mortes em decorrência de intervenção policial.
Isso porque é mais difícil obter números em tempo real e de forma sistemática com os governos
estaduais. O balanço de 2018 foi publicado pelo Monitor da Violência separadamente, em abril.

Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas220

Apenas 27% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa disseram já ter cogitado a compra de uma arma.
Aproximadamente três meses após a assinatura de decreto presidencial que flexibiliza a posse de
armas, levantamento do Instituto Datafolha concluiu que a maioria da população é contra a medida. Em
pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (11/04), pelo jornal Folha de S. Paulo, 64% dos entrevistados
concordam com a afirmação que “a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de
outras pessoas”. Já 34% concordam que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão
para se defender”.
O Datafolha ouviu 2.806 entrevistados em 130 municípios do país, nos dias 2 e 3 de abril. A pesquisa
tem margem de erro máxima de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de
confiança de 95%.

220
Veja. Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas. https://veja.abril.com.br/brasil/datafolha-64-dos-brasileiros-sao-contra-a-posse-de-armas/.
Acesso em 11 de abril de 2019

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340
Em relação à frase “a sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para
se proteger da violência”, 72% das pessoas ouvidas discordaram, enquanto 26% delas concordaram total
ou parcialmente.
Apenas 27% dos entrevistados disseram já ter cogitado a compra de uma arma. E 20% afirmaram que
podem considerar comprar armamentos após o governo ter flexibilizado a legislação.
O pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, também foi foco da pesquisa, abordando
pontos como a redução de penas a policiais que venham a matar em serviço, alegando legítima defesa.
No levantamento do Datafolha, para 81% dos brasileiros, a polícia não deve ter liberdade para atirar em
suspeitos sob o risco de atingir inocentes. Já 17% admitem esse tipo de ação.
Dentre os entrevistados, 79% afirmaram que policiais que matam devem ser investigados. Em outro
questionamento, 51% dos entrevistados dissera que têm “mais medo que confiança” da polícia, enquanto
47% declararam ter “mais confiança que medo”.

Polícia divulga nome dos assassinos de Suzano221

Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram escola na
Grande São Paulo e mataram 8.
A polícia divulgou os nomes dos assassinos que mataram 8 pessoas, sendo 4 adolescentes, na Escola
Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.
São eles: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Os dois
cometeram suicídio em seguida. Castro completaria 26 anos no próximo sábado.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13/03). Quatro dos mortos no local são alunos
do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas
são funcionárias da escola.

Resumo

- Os atiradores mataram 8 pessoas e se mataram em seguida


- As vítimas ainda não foram identificadas
- Os autores do crime são Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25 anos
- 23 pessoas foram levadas a hospitais. Entre elas, há pessoas que ficaram feridas e outras que
passaram mal após o ataque
- Ainda não se sabe o motivo do ataque e o vínculo dos atiradores com a escola
- Uma testemunha disse que viu um deles com arma de fogo e outro, com uma faca
- A PM encontrou no local um revólver 38, uma besta (um artefato com arco e flecha), objetos que
parecem ser coquetéis molotov e uma mala com fios
- Antes de os criminosos entrarem na escola, eles balearam um homem nas proximidades da escola

Ataque

Os autores do crime chegaram à escola em um carro branco. Eles entraram pela porta da escola, que
estava aberta.
"Eles ingressaram na escola, atiraram na coordenadora pedagógica, atiraram numa outra funcionária.
Estava na hora do lanche, eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio.
Nesse horário, só havia alunos do ensino médio, e [os autores do ataque] dirigiram-se ao centro de
línguas. Os alunos do centro de línguas se fecharam na sala com a professora e eles [criminosos] se
suicidaram no corredor", disse o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM.
O coronel Salles afirmou que, antes de entrar na escola, os criminosos balearam um homem em um
lava-rápido próximo à escola. Ele passa por cirurgia na Santa Casa de Suzano e está em estado
gravíssimo.

Arsenal
Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para
recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha
tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Guilherme, um dos autores do ataque, tinha
uma espécie de machado na cintura.

221
G1. Polícia divulga nomes dos assassinos de Suzano. G1 Mogi das Cruzes. https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/policia-divulga-
nome-dos-atiradores-de-suzano.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.

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341
Há ainda uma mala com fios. O esquadrão antibombas foi chamado, mas a polícia ainda não informou
se havia material explosivo no local.

Doria anuncia que vai privatizar novos presídios do estado de SP222

Modelo de PPP será adotado em quatro novas penitenciárias que já estão em fase de obras.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (18/01) que vai privatizar
os novos presídios construídos no estado com o modelo de parcerias público-privadas (PPPs).
De acordo com a gestão, a administração de quatro das 12 novas penitenciárias que já estão em fase
de obras será concedida à iniciativa privada em editais que devem ser lançados ainda neste ano. Outros
três complexos penitenciários que estão previstos também devem entrar no modelo. As unidades que
serão privatizadas não foram informadas.
Segundo Doria, o modelo PPP a ser adotado tem como referências o presídio da cidade de Ribeirão
das Neves, em Minas Gerais, e também o sistema norte-americano. Estão previstas viagens de
secretários tanto para Minas quanto para os EUA para reuniões de avaliações de formatos.
"Nós basearemos a gestão em critérios de qualidade, melhorando as condições do apenado,
oferecendo parque fabril interno capaz de ressocializar o apenado com trabalho", afirmou o secretário de
Administração Penitenciária, coronel Nivaldo Restivo.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse em nota que ainda é estudado "o modelo ou
modelos de PPP que serão adotados".

Informação corrigida
Durante o anúncio para a imprensa, Doria chegou a dizer que todos os 171 presídios do estado seriam
privatizados gradativamente ao longo da gestão, mas a informação foi corrigida posteriormente pelo vice-
governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia.
"Nós temos hoje 171 presídios em São Paulo funcionando com 230 mil presos. Esse sistema continua
assim. As melhorias nesse sistema serão de obras complementares. Ele é estatal”, disse Garcia.
“Temos hoje 12 presídios em obras, dos quais oito já têm funcionários públicos concursados
contratados. Não tem sentido racional desistimos disso. Os quatro que ainda não têm funcionários e
qualquer outra decisão de novo presídio é que serão via PPP", acrescentou o secretário.

Cartão de crédito
O governador também anunciou que, a partir de agora, todos os pagamentos de impostos do estado
poderão ser feitos por meio de cartão de crédito.

Questões

01. (CISAS/SC – Auxiliar Administrativo – PS Concursos/2019) O presidente Jair Bolsonaro


assinou, no dia 08 de maio de 2019, o decreto que altera as normas sobre o direito ao porte de armas e
munições, autorização para transportar arma fora de casa. As novas regras se somam às normas sobre
posse de armas, que tratam do direito de ter armas em casa e também foram flexibilizadas por meio de
decreto assinado no 15º dia do governo de Bolsonaro.
Com relação as mudanças nas regras, e de acordo com matéria publicada pelo portal G1 em 8 de
maio de 2019, assinale a alternativa INCORRETA:
(A) Entre as mudanças, está a inclusão, na lista de armas permitidas, daquelas que antes eram de uso
privativo de forças de segurança, como a pistola 9 mm e o revólver calibre .40, comumente utilizado por
policiais civis e militares.
(B) Com a mudança do novo decreto, o proprietário rural com posse de arma de fogo fica autorizado
a utilizar a arma, sem especificação de qual modelo, em todo o perímetro da propriedade.
(C) Antes deste novo decreto assinado dia 08/05/2019, o Certificado de Registro de Arma de Fogo só
autorizava, para os proprietários rurais, uso da arma no interior de casa ou nas dependências dela ou no
local de trabalho.
(D) O novo decreto também definiu que poderão ser adquiridas o valor máximo de 100 unidades de
munição por ano, tanto para munição convencional quanto para a de uso restrito. Antes, o valor máximo
era de apenas 50 unidades.
(E) Com as mudanças no decreto, o prazo de validade do Certificado de Registro de Arma de Fogo
passa para 10 anos. Assim, os documentos relativos à posse e ao porte terão o mesmo prazo de validade.
222
Marina Pinhoni. Doria anuncia que vai privatizar novos presídios do estado de SP. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/01/18/doria-anuncia-que-
vai-privatizar-novos-presidios-do-estado-de-sp.ghtml. Acesso em 21 de janeiro de 2019.

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342
02. (TER-AP – Analista Judiciário – CESPE) A segurança é um item de crescente preocupação da
população brasileira. Esta preocupação é resultante
(A) da descoberta, apenas recentemente, da existência de grupos econômicos e sociais envolvidos no
comércio ilícito das drogas.
(B) de uma onda episódica de acasos policiais que envolvem personalidades políticas nacionais.
(C) da percepção da sociedade brasileira da urgência do tema bem como de suas causas profundas
e imediatas, como a crise no próprio sistema de segurança do Estado.
(D) de uma visão passional e imediatista da população brasileira em relação a problema global que
atinge todo o mundo.
(E) de uma visão limitada do país e manipulada pelos grandes conglomerados da comunicação
nacional.

Gabarito

01.D / 02.C

Comentários

01. Resposta: D
No caso das armas para defesa pessoal liberadas pelas regras anteriores, o decreto nº 9.797/19
aumentou de 50 para 5.000 o limite de projéteis que podem ser adquiridos por ano.
Já no caso de armas de caçadores, atiradores e colecionadores, que têm um registro especial, o teto
cresceu de 500 para 1.000 balas por arma - dependendo do calibre, o limite também pode chegar a
5.000223.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo:
< https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>

Energia

Amapá entra no 4º dia de apagão que atinge 89% da população; postos e supermercados têm
filas224

Previsão de retomada de 60% a 70% do serviço segue até esta sexta-feira (06/11). Treze dos 16
municípios seguem sem luz, com exceção de hospitais.
O Amapá iniciou nesta sexta-feira (06/11) o 4º dia de apagão em 13 dos 16 municípios, que se
aproxima de 60 horas. Mesmo com o início do trabalho de reparo na subestação atingida por um incêndio
na noite de terça-feira (03/11), não houve retomada da eletricidade, prevista inicialmente na noite de
quinta-feira (05/11) e que se estenderia ao longo do dia.
Desde as primeiras horas da manhã, os postos de combustíveis que usam geradores para obter
energia estão com filas enormes. Até o momento não há informações sobre desabastecimento.
As filas também são registradas em supermercados e locais de revenda de água, principalmente na
capital Macapá, que concentra 60% da população do estado.
Em alguns bairros da capital - no Centro e Zona Sul - e no município de Santana, na Região
Metropolitana, têm energia, devido a serem abastecimentos pelos mesmos circuitos que serviços
essenciais como hospitais e o sistema de tratamento de água e esgoto. Mesmo assim, os locais encaram
oscilação no serviço.
Na quinta-feira (05/11), a prefeitura decretou estado de calamidade pública em Macapá. Também foi
autorizado o funcionamento 24 horas de postos de combustíveis.
A falha afeta o funcionamento das redes de telefonia fixo, móvel e de internet, que funcionam de
maneira limitada. Hospitais passaram a depender de geradores.

223
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48391614
224
Victor Vidigal. Amapá entra no 4º dia de apagão que atinge 89% da população; postos e supermercados têm filas. G1 Amapá.
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2020/11/06/amapa-entra-no-4o-dia-de-apagao-que-atinge-89percent-da-populacao-postos-e-supermercados-tem-filas.ghtml.
Acesso em 06 de novembro de 2020.

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343
Trabalhadores e empresas têm transtornos e prejuízos com o apagão. Além disso, macapaenses
vêm ocupando shoppings e aeroporto em busca de energia.

Preços do petróleo desabam e têm maior queda diária desde 1991225

Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços. Na sexta-
feira, Rússia se opôs aos amplos cortes de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços da
commodity.
Os preços dos contratos do petróleo recuavam ao redor de 20% nesta segunda-feira, depois que a
Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os
grandes produtores. Na abertura dos negócios no mercado asiático, ainda na noite de domingo (horário
de Brasília). O preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do
Golfo (1990 e 1991).
A decisão da Arábia Saudita vem na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume da produção da commodity.
A Rússia se opôs ao corte de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em
meio à epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a demanda por energia.
Perto das 8h, o barril de Brent caía 21,85%, em Londres, a US$ 35,38 na venda, enquanto que o barril
WTI, nos EUA, perdia 22,75%, a US$ 31,89.
Segundo a Reuters, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, planeja aumentar a
produção acima de 10 milhões de barris por dia (bpd) em abril, após o atual acordo para restringir a
produção entre a Opep e a Rússia – conhecida como OPEP + – expirar no fim de março.
A Arábia Saudita também reduziu o preço oficial de venda do barril para abril entre US$ 6 e US$ 8
dólar o barril.
"O avanço do coronavírus trouxe pânico para o mercado de petróleo", diz o sócio fundador do Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. "O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um
estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender de por quanto tempo os preços ficarão
nesse patamar."

Maior queda em 11 anos


Na sexta-feira (06/03), o petróleo Brent registrou a maior queda diária em mais de 11 anos com o
fracasso nas negociações entre a Opep e a Rússia.
Como resposta ao governo da Rússia, a Opep removeu todos os seus limites de bombeamento. Até
sexta-feira, os contratos de petróleo acumulavam queda de mais de 30% neste ano.

225
G1. Preços do petróleo desabam e têm maior queda diária desde 1991. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/08/precos-do-petroleo-
desabam-neste-domingo.ghtml. Acesso em 09 de março de 2020.

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344
A ideia da Opep, apoiada pela Arábia Saudita, consistia em diminuir a extração diária da commodity
em mais 1,5 milhão de barris até o fim do ano. A organização propôs inclusive que seus sócios de fora
do cartel tivessem apenas um terço do corte.

Impactos no Brasil
Na avaliação de Pires, a queda brusca dos preços do petróleo pode levar o Brasil para dois caminhos:
a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina e do diesel, mas com o risco de inviabilizar o etanol, ou o
governo pode aumentar a incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre
os combustíveis para preservar a geração de receita da estatal.
Desde a greve dos caminhoneiros, a Cide está zerada para o diesel. Na gasolina, a cobrança é de 10
centavos por litro. "A grande prejudicada com essa queda no preço pode ser a Petrobras. Vamos ver
como o governo vai agir", afirmou Pires.
Neste ano, a queda do preço do petróleo tem levado a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis
nas refinarias. A última redução ocorreu no fim de fevereiro. Os preços do diesel foram reduzidos em 5%
e os da gasolina em 4%.

Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019226

No ano passado, produção de petróleo avançou 7,78% e chegou a 1,018 bilhão de barris.
A produção de petróleo do Brasil avançou 7,78% no ano passado e ultrapassou a marca de 1 bilhão
de barris pela primeira vez na história, acumulando 1,018 bilhão de barris no período, informou a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira (22/01).
Já a produção de gás natural do país cresceu 9,46% no ano passado, somando 44,724 bilhões de
metros cúbicos.
Segundo a agência reguladora, o pré-sal foi responsável pela produção de 633,98 milhões de barris
no consolidado de 2019, além de 25,906 bilhões de metros cúbicos de gás natural - altas de 21,56% e
23,27% na comparação anual, respectivamente.
Dezembro representou um novo recorde mensal para a produção de petróleo no país, com
bombeamento médio de 3,106 milhões de barris por dia, alta de 15,44% ante igual período de 2018 e
0,52% acima do recorde verificado exatamente no mês anterior.
Já a produção média de gás natural atingiu no mês passado o recorde de 137,8 milhões de metros
cúbicos/dia, avanço de 21,19% no ano a ano e crescimento de 0,87% em relação a novembro, disse a
ANP.
A produção no pré-sal correspondeu a 66,82% da produção nacional em dezembro, com 2,655 milhões
de barris de óleo equivalente por dia. O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor no
período.

Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia227

Segundo a Aneel, das 166,5 mil unidades que compõem a Geração Distribuída, 117,5 mil estão nessas
regiões. Agência discute fim de incentivos para quem produz a própria energia.
As regiões Sudeste e Sul concentram 70% dos consumidores brasileiros que produzem a própria
energia, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Estão ligadas a esse sistema, chamado oficialmente de Geração Distribuída, 166.497 unidades em
todo o país. O número reúne casas, comércios, condomínios e fazendas (que normalmente produzem
energia para atender a grandes consumidores, como shoppings ou supermercados).
Desse total, 117,5 mil (70,6%) estão nos estados do Sudeste e do Sul país. As duas regiões abrigam
56,3% da população.
A região Centro-Oeste, que vem em terceiro lugar, abriga 23.105 unidades que produzem a própria
energia. No Nordeste e no Norte são 22.654 e 3.197 unidades, respectivamente.

Mudança nas regras


A Geração Distribuída se tornou o centro de uma polêmica desde que a Aneel anunciou, no ano
passado, a intenção de rever as regras para adesão a esse sistema.

226
Reuters. Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/producao-de-petroleo-do-brasil-alcanca-1-bilhao-de-barris-pela-1a-vez-na-historia-em-2019.ghtml. Acesso em 23
de janeiro de 2020.
227
Fábio Amato. Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/10/sul-
e-sudeste-concentram-70percent-dos-consumidores-que-geram-a-propria-energia.ghtml. Acesso em 10 de janeiro de 2020.

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345
Hoje, quem gera a própria energia fica isento de pagar algumas taxas pelo uso do sistema elétrico. A
Aneel defende a retirada desses incentivos sob dois argumentos:
- que os custos estão sendo suportados pelo restante dos consumidores, que não geram a própria
energia e têm renda menor, e
- que o investimento para entrar na Geração Distribuída já caiu consideravelmente.
Como na maioria dos casos (98%) essa geração própria é feita por meio de painéis solares, as
discussões passaram a abranger também as políticas públicas para o desenvolvimento de fontes
alternativas de energia no país, especialmente no caso do uso do sol.
A polêmica aumentou depois que o presidente Jair Bolsonaro anunciou que estava
"sepultada" qualquer possibilidade de retirada de incentivos e de aplicação de taxas sobre consumidores
que geram a própria energia por meio de painéis solares.
Bolsonaro anunciou ainda um acordo com os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP), para reverter no Congresso uma eventual decisão da Aneel no
sentido de taxar a geração própria.
Depois das declarações do presidente, a agência deve suspender as discussões sobre as novas
regras, que estavam previstas para entrar em vigor a partir deste ano.
"Liguei para o Rodrigo Maia, liguei para o Davi Alcolumbre. Como quem decide isso é a Aneel, por
acaso a Aneel viesse a taxar, se eles derrubariam via projeto de decreto legislativo essa decisão. O Davi
Alcolumbre topou, o Rodrigo Maia foi mais além: 'vamos até evitar, vamos pôr um ponto final nessa
novela, tá? Algum parlamentar deve apresentar um projeto para taxação zero e a gente bota para votar
em regime de urgência'", disse Bolsonaro a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada.
"Então está definido, está sepultado qualquer possibilidade de taxar energia solar", afirmou o
presidente, que disse ainda que a posição de seu governo é de "tarifa zero" para a geração própria de
energia.

Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia228

Mudanças devem entrar em vigor em 2020. Segundo relator, alterações poderão elevar de 4,5 para 7
anos o prazo para recuperação do investimento em painéis solares.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota nesta terça-feira (15/10) proposta para alteração
das regras da chamada geração distribuída, sistema pelo qual consumidores podem produzir sua própria
energia, normalmente por meio do uso de painéis solares.
Como já era esperado, o texto vai prever medidas que acabam por reduzir incentivos para a adesão a
esse sistema. O tema vem sendo tratado na agência desde o início deste ano.
A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem
gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores.
O relator da proposta é o diretor da Aneel Rodrigo Limp. Segundo ele, se as alterações forem
aprovadas, a expectativa é que o prazo médio para que um consumidor residencial recupere o
investimento na instalação de seu gerador aumentará dos atuais 4,5 anos para cerca de 7 anos.
Depois de votada pela diretoria da agência, a proposta vai passar por consulta pública e pode sofrer
alterações.
A agência espera que as mudanças comecem a valer em 2020. Entretanto, a nova regra proposta
prevê gatilhos para a retirada dos incentivos. Isso quer dizer que o aumento do prazo para recuperação
do investimento não será imediato.
Além disso, as mudanças vão atingir somente aqueles que aderirem à geração distribuída depois que
as novas regras começarem a valer.
Entretanto, para os consumidores da chamada geração remota, ou seja, que geram a própria energia
em um local distante do ponto em que consomem, a previsão é de que as mudanças serão mais rápidas
e, a perda de atratividade do investimento, maior.

Como funciona o incentivo


Quando um consumidor adere à geração distribuída, passa a produzir energia em casa ou no trabalho.
Essa energia pode ser consumida imediatamente ou então ser transmitida para a rede da distribuidora
e compensada depois. Nesse caso, a rede da distribuidora acaba funcionando como uma bateria.

228
Fábio Amato. Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/15/aneel-vota-nesta-terca-proposta-que-reduz-incentivo-para-quem-quer-gerar-a-propria-energia.ghtml. Acesso em
15 de outubro de 2019.

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346
A regra atual prevê incentivos para quem participa desse sistema, entre os quais a isenção do
pagamento de tarifas pelo uso do sistema elétrico. Porém, outros consumidores acabam bancando esses
incentivos.
"Clientes que não possuem painéis solares ou outras formas de fazer geração distribuída em suas
casas ou empresas pagam a conta por aqueles que fazem geração distribuída", informou, em nota, a
Aneel.
De acordo com a agência, o objetivo da mudança proposta nesta terça é justamente evitar que o custo
desses incentivos sejam repassados aos demais consumidores.
O reflexo disso é que a conta de luz de quem fizer parte da geração distribuída ficará mais cara e,
consequentemente, o prazo para reaver o investimento na instalação, por exemplo, de painéis solares,
vai ficar mais longo.

Governo tenta reduzir preço do gás natural com abertura de mercado

Expectativa é que a medida gere redução nos preços da energia elétrica, mas especialistas apontam
que sucesso do projeto depende de fatores como melhorar da infraestrutura.
O governo está discutindo medidas para mudar o mercado de gás natural no Brasil, com o objetivo de
baratear os preços. Na prática, a ideia é acabar com o monopólio da Petrobras nessa área, permitindo
assim a concorrência entre diversas empresas.
A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria
e o setor de energia termelétrica. Mas a expectativa do governo é que essa redução seja repassada ao
consumidor final.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o mercado de gás e as mudanças que estão sendo
analisadas:

O que é o gás natural?


O gás natural é um combustível fóssil normalmente encontrado em camadas profundas do subsolo,
associado (dissolvido) ou não ao petróleo. Ele é extraído por meio de perfurações, tanto em terra quanto
no mar. No Brasil, a maior parte da produção é associada ao petróleo.
O gás natural é usado como combustível no transporte e nas usinas termelétricas, bem como fonte de
energia em casas, fábricas e estabelecimentos comerciais. Também pode ser convertido em ureia,
amônia e outros produtos usados como matéria-prima em diversas indústrias.

Quanto o Brasil produz?


Segundo o dado mais recente da ANP, em abril o país produziu 113 milhões de metros cúbicos por
dia de gás natural. Em todo o ano de 2018, foram produzidos 40,8 bilhões de metros cúbicos, uma média
diária de 111 milhões de metros cúbicos ao dia - o que representa aumento de 1% na comparação com
2017.

Onde ele é usado? Por quem?


A grande consumidora de gás natural no país é a indústria, que usa 52% do total produzido. As fábricas
utilizam o gás como combustível para fornecimento de calor e geração de eletricidade, mas também como
matéria-prima nos setores químico e petroquímico, principalmente para a produção de metanol e de
fertilizantes. É usado ainda como redutor siderúrgico na fabricação de aço.
Em seguida, com 33%, está o setor de geração elétrica, com as termelétricas. Depois vem o uso como
combustível automotivo (GNV), com 9%. Outros 4% são utilizados por cogeração de energia, enquanto o
uso residencial (em fogões e para aquecimento de chuveiros, por exemplo) e o feito por estabelecimentos
comerciais respondem, cada um, por apenas 1% do consumo total.

Qual a diferença para o gás de cozinha?


O gás natural que chega à residência dos consumidores é o gás encanado. O chamado gás de cozinha,
vendido em botijões, é de outro tipo: o gás liquefeito de petróleo (GLP). O primeiro é composto
principalmente por metano e etano e é uma substância mais leve que o ar, enquanto o segundo é uma
mistura de hidrocarbonetos, entre eles os gases butano e propano, e é mais pesado do que o ar.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que, com a medida, "o país, em cima da energia barata,
vai acelerar o crescimento, vai se reindustrializar, e isso vai chegar também no botijão de gás" de cozinha.
No entanto, ainda não está claro como a medida pode baratear o gás de cozinha. Especialistas ouvidos
pelo G1 apontam que o processo de obtenção do gás de cozinha é diferente do gás natural.

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347
“São processos industriais diferentes, formas de distribuir diferentes”, diz Fernanda Delgado,
pesquisadora da FGV Energia. O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires,
aponta que o GLP “é um derivado [de petróleo], e quem fixa preço de derivado é o mercado internacional”.

Como o gás chega ao consumidor?


Depois de extraído, o gás natural precisa passar por unidades de processamento, onde é transformado
em produtos que servirão de combustível ou matéria-prima para a indústria. Ele também pode ser
importado de outros países na forma liquefeita, via navios – nesse caso, precisa passar por um processo
chamado "regaseificação", feito em terminais.
Já tratado, o gás é transportado por uma malha de gasodutos até as distribuidoras. As distribuidoras
fornecem o produto a casas, fábricas e estabelecimentos comerciais por meio de sua rede.

Quem produz gás natural no Brasil?


Além da Petrobras, o país tem cerca de 30 outras empresas que produzem gás natural. Mas a estatal
responde pela grande maioria da produção. Em abril, por exemplo, cerca de 98% do gás natural produzido
no Brasil veio da Petrobras. No mesmo mês, as empresas com maior produção depois da Petrobras foram
Total E&P do Brasil, Shell Brasil, Petro Rio Jaguar, Equinor Brasil e Queiroz Galvão, que produziram,
juntas, cerca de 1,5% do total nacional.

Quem distribui?
Em geral, a distribuição de gás natural é feita separadamente por estado, na maioria por empresas
estatais. Apenas o estado de São Paulo é abastecido por mais de uma companhia. Além da Petrobras,
que atua no ES, existem outras 26 distribuidoras no país. São elas:
Sulgás (RS), SCGÁS (SC), Compagas (PR), MSGÁS (MS), Goiasgás (GO), Rongas (RO), CEBGAS
(DF), MTGás (MT), Cigás (AM), Gás do Pará (PA), Gasap (AP), Gasmar (MA), Gaspisa (PI), Cegás (CE),
Copergás (PE), Potigas (RN), PBGÁS (PB), Bahiagás (BA), ALGÁS (AL), Sergas (SE), Gasmig (MG),
Comgas (SP) e GasBrasiliano (SP), Ceg (RJ), Ceg Rio (RJ) e Gas Natural Fenosa (SP) – as três últimas
compõem a Naturgy.
A Petrobras, por meio da Gaspetro, tem participação em 19 dessas companhias. Roraima, Tocantins
e Acre não têm distribuição de gás natural.

Qual o tamanho da Petrobras nesse mercado?


Segundo o governo, a estatal responde por 77% da produção nacional e por 100% do que é importado
de outros países. É sócia de 20 das 27 distribuidoras do país, e consome 40% da oferta total. A empresa
opera praticamente 100% das infraestruturas essenciais, e detém toda a capacidade da malha de
transporte, com participação em todos os dutos.

Quanto custa?
O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de cerca de US$ 13 por
metro cúbico. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximadamente US$ 3 e em países da
Europa, US$ 7.

O Brasil produz todo o gás natural que consome?


Não. O país não é autossuficiente na produção de gás e, portanto, ainda importa boa parte do gás que
consome.

Qual é a ideia do governo?


O objetivo do governo é aumentar o número de empresas atuantes no mercado de gás, rompendo
assim o monopólio da Petrobras. A ideia é que, com mais empresas competindo no mercado, o preço
seja reduzido.
Para isso, a ideia é que a Petrobras se comprometa a vender distribuidoras e transportadoras de gás
natural. A estatal também deve abrir mão da exclusividade de uso da capacidade dos dutos – atualmente,
essa exclusividade impede que outras empresas acessem a rede, obrigando-as a vender sua produção
para a Petrobras para que ela seja escoada.
O governo também vai incentivar os estados a abrirem mão do monopólio de distribuição, ou seja,
privatizarem as companhias que levam o gás até os consumidores.

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348
Qual a redução de preço esperada?
O ministro Paulo Guedes disse “pode ser que caia 40% em menos de dois anos até”. Já o ministro de
Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirma que o mercado vai regular o preço. “Não somos nós que
vamos dizer quanto que o valor do gás vai cair ou não. A expectativa é que em torno de dois ou três anos
o preço do gás tenha uma forte redução.”

Quanto o novo mercado deve movimentar?


Não é possível precisar o efeito exato da medida proposta pelo governo. Adriano Pires comenta que
“hoje o Brasil não tem mercado para tanto gás, porque há uma questão física muito importante que é a
infraestrutura”. Sobre esse ponto, o especialista cita a baixa quantidade de gasodutos e de unidades de
tratamento. “É um desafio muito grande.”
Porém, segundo o Valor Econômico, o Ministério de Minas e Energia, calcula que o programa pode
destravar investimentos da ordem de R$ 32,8 bilhões em infraestrutura para gás no país.

A energia pode ficar mais barata?


O governo diz que, com a abertura do mercado, o preço do gás natural poderá cair e,
consequentemente, o preço da energia elétrica, já que parte das usinas térmicas usam o combustível
para gerar eletricidade.
Para a pesquisadora da FGV Energia Fernanda Delgado, a maior oferta de gás no mercado tende a
reduzir o preço, mas não é suficiente se não houver infraestrutura para transporte e distribuição e se as
outras empresas não tiverem acesso a essa rede, hoje dominada pela Petrobras. “Tem várias etapas a
serem vencidas [para a abertura de mercado] e elas ainda não estão claras. Os desinvestimentos da
Petrobras vão ocorrer?", questiona Delgado.
Adriano Pires também comenta essa questão, e aponta que é preciso “esperar para ver como vai sair
o termo de compromisso da Petrobras com o Cade”.
“O primeiro grande desafio do governo para reduzir o preço é tentar criar uma diversidade de
produtores. Hoje, uma distribuidora só tem um fornecedor, que é a Petrobras. É preciso criar condições
para que outras empresas também possam vender, porque, na medida em que eu crio uma concorrência,
a tendência ao longo dos anos é o preço cair”, diz ele.

Pode haver queda de preços ao consumidor pela redução de custos à indústria?


A expectativa é que a redução de custos com energia na produção da indústria seja repassada ao
preço das mercadorias. No entanto, os especialistas apontam que isso depende uma série de fatores,
como uma infraestrutura que permita a redução efetiva do preço do gás.

O que dizem as empresas que operam gás natural?


Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) disse que
“vê com preocupação” a resolução publicada na segunda-feira. “Embora concordemos com boa parte das
premissas listadas pelo CNPE, entendemos que, conforme prevê a Constituição, a regulação do serviço
de distribuição de gás canalizado é de competência da agência reguladora de cada estado”.
A associação afirma ainda que “apoia a figura do mercado livre desde que os contratos de concessão
sejam respeitados e a remuneração dos serviços de movimentação de gás para o atendimento aos
consumidores livres tenha respeitada a sua devida remuneração para que, desse modo, sejam garantidas
a expansão e a universalização dos serviços locais de gás canalizado”.

Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão229

Adiantamento no relógio foi instituído pela primeira vez pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Segundo
Bolsonaro, fim do período vai aumentar produtividade do trabalhador.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (25/02) o decreto que revoga o horário de verão.
A assinatura ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, a medida segue
estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é
afetado.
Bolsonaro já havia anunciado no início do mês, em uma rede social, a decisão de acabar com o horário
de verão neste ano. Neste período do ano, que costumava durar entre outubro e fevereiro, parte dos
estados brasileiros adiantava o relógio em uma hora.

229
Laís Lis. Guilherme Mazui. Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão. G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/25/bolsonaro-assina-
decreto-que-acaba-com-o-horario-de-verao.ghtml. Acesso em 25 de abril de 2019

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349
Na cerimônia desta quarta-feira para anunciar o decreto, o presidente informou que a área técnica do
Ministério de Minas e Energia apresentou estudos sobre a economia de energia gerada pelo horário de
verão. Segundo Bolsonaro, “gente da área de saúde” também foi procurada para apontar como o horário
afeta o relógio biológico das pessoas.
“As conclusões foram coincidentes: questão de economia, o horário de pico era mais pra 15h, então
não tinha mais a razão de ser [da permanência do horário], não economizava mais energia; e na área de
saúde, mesmo sendo uma hora apenas, mexia com o relógio biológico das pessoas”, disse.
"Justo anseio da população brasileira [o fim do horário de verão]. Eu concordo que eu sempre reclamei
do horário de verão. E tive a oportunidade, agora, atendendo às pesquisas que fizemos, também, que
mais de 70% da população era favorável ao fim do horário de verão", afirmou Bolsonaro.
Para o presidente, se não se alterar o "relógio biológico, com toda certeza, a produtividade do
trabalhador aumentará".
No início do mês, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, informou que o
Ministério de Minas e Energia fez uma pesquisa segundo a qual 53% dos entrevistados pediram o fim do
horário de verão.
De acordo com a pasta, por outro lado, o Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 por
adotar o horário de verão.

Decreto
Bolsonaro falou, ainda, sobre o fato de a decisão ter sido tomada por meio de um decreto presidencial,
sem necessidade de aprovação do Parlamento.
Ele destacou a ”dificuldade de um parlamentar aprovar uma lei”, o que considera ser “muito difícil,
quase como ganhar na Mega Sena”.
"Muitas vezes, um decreto tem um poder enorme, como este assinado aqui, agora. A todos os
senhores [parlamentares], os demais que estão nos ouvindo, o governo está aberto. Quem tiver qualquer
contribuição para dar via decreto, via novo decreto ou via alteração de decreto, nós estamos à disposição
dos senhores”, completou.

Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então
Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de
1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não
consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.
O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o
horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países - atingindo cerca de um quarto da população
mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia,
Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida

Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil230

O crescimento vertiginoso da energia eólica no Brasil foi responsável pela quebra de um recorde
importante no mês passado. A força do vento ultrapassou em capacidade instalada a hidrelétrica de Itaipu,
alcançando a vice-liderança no ranking da matriz elétrica do país, atrás apenas da hidroeletricidade. A
informação obtida em primeira mão pelo blog leva em conta os dados apurados pela Associação Brasileira
de Energia Eólica (ABBEólica) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em números, apesar da eólica ser uma fonte intermitente de energia (a geração oscila de acordo com
a dinâmica dos ventos) os mais de 7 mil aerogeradores espalhados pelo país em 601 parques eólicos
somaram em abril 15 GW de capacidade instalada, superando os 14 GW da Itaipu, a segunda maior
hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Três Gargantas, na China (18 GW).
Para ilustrar a nova posição do vento na matriz elétrica do Brasil, a Associação Brasileira de Energia
Eólica produziu o gráfico abaixo onde se vê a contribuição de cada fonte de energia separada por fonte
primária, ou seja, de acordo com o recurso utilizado para a geração. Normalmente esse cálculo da matriz
elétrica reúne em um só grupo todas as diferentes fontes de combustível fóssil (petróleo, carvão mineral
e gás natural). Quando se dividem essas fontes, a energia eólica se destaca.
230
André Trigueiro. Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil. G1. https://g1.globo.com/natureza/blog/andre-trigueiro/noticia/2019/04/11/vento-alcanca-
segundo-lugar-na-matriz-eletrica-do-brasil.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.

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350
A hidroeletricidade lidera o ranking com 63,9% do total (104,5 GW), seguido do vento com 15,1 GW
(9,2%), biomassa com 14,8% (9 GW), gás natural com 13,4 GW (8,1%), petróleo com 9,9 GW (5,4%),
carvão mineral com 3,3 GW (2%), solar com 2,1 GW (1,3%) e nuclear com 2 GW (1,2%).

“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011, é um feito realmente
impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica”, disse Elbia Gannoum,
presidente executiva da ABEEólica.
Uma caprichosa combinação de ventos regulares com um modelo inovador de contratação de projetos
por leilão (quando o governo prioriza os preços mais baixos pela maior oferta de energia) explica o
sucesso da energia eólica no Brasil.
Além disso, a exuberância dos ventos na região Nordeste (que concentra 86% de toda a energia eólica
produzida no país) turbina os investimentos no setor. O blog já ouviu de diferentes investidores
estrangeiros a mesma explicação sobre o diferencial do litoral nordestino quando o assunto é energia
eólica: “É o melhor vento do mundo!”. A diferença está no chamado fator de capacidade, que é o
percentual médio de produção efetiva obtido pela conversão do vento em energia. Enquanto no mundo o
fato de capacidade está em 25%, no Brasil esse índice chegou no ano passado a 42%. No Nordeste, em
plena safra de vento que vai de junho a novembro, o fator de capacidade chega a ultrapassar os 80%.
Isso explica a predominância dos parques eólicos na região.

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351
Por vezes, a energia eólica produzida no Nordeste é suficiente para abastecer toda a região sozinha,
ou até mesmo gerar excedente, que é exportado para a rede. Foi o que aconteceu no último dia 13 de
novembro, um domingo, às 9:11h da manhã. Naquele momento os ventos nordestinos geraram 8.920
MW, superando a demanda de energia naquele momento de todos os 9 estados da região (104% da
demanda). Além do recorde instantâneo, registrou-se naquela data o pleno abastecimento de energia de
todo o Nordeste (pelo período de duas horas) apenas com os parques eólicos.
Segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o vento respondeu no
ano passado por 8,6% de toda a geração de energia do país injetada no Sistema Interligado Nacional,
um crescimento de 14,6% em relação ao ano anterior. Em termos de equivalência, essa energia seria
suficiente para abastecer 25,5 milhões de residências ou 80 milhões de pessoas. A expansão do setor -
garantida pelos contratos já assinados em leilões anteriores - projeta um cenário de 19,7 GW de
capacidade instalada para 2023, superando a hidrelétrica de Três Gargantas, na China, a maior do
mundo.
Note-se que o Brasil ainda nem se aventurou na exploração da energia eólica no mar, onde o fator de
capacidade é muito superior ao que se obtém em terra firme. Os investimentos em parques eólicos
offshore se multiplicam rapidamente pelos mares do mundo com a liderança da Grã-Bretanha, seguida
da Alemanha, China, Dinamarca e Holanda. O Brasil ainda não regulou esse mercado promissor, com
gigantesco potencial de investimentos produção em energia limpa e renovável. Quando isso acontecer,
os gringos provavelmente terão uma nova definição para o “melhor vento do mundo”.

Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás231

A promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir em até 50% o custo da energia para
promover a "reindustrialização" do país tem como pressuposto uma mudança radical no modelo de
exploração do gás natural.
A Petrobras tem o monopólio na exploração e também é proprietária da rede de dutos. Nessa cadeia
também entram as distribuidoras estatuais, que levam o insumo até o consumidor final.
A discussão da mudança no modelo já está avançada. Envolve os ministérios de Minas e Energia e da
Economia, a Petrobras e entidades do setor privado. Até mesmo um projeto de lei que propõe a alteração
das regras do setor e que estava paralisado na Câmara foi desengavetado.
O modelo se completa com a expansão da produção de gás projetada para os próximos anos, com o
avanço da exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Nos últimos 20 anos, as reservas totais de
gás do país saltaram 62%, segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e
de Consumidores Livres (Abrace).
A associação calcula que uma redução dos preços do gás pode significar um acréscimo de R$ 159
bilhões ao PIB até 2025. Atualmente, o Brasil paga quase três vezes mais pelo insumo do que países
como Estados Unidos.
A reivindicação da indústria é antiga, mas o cenário agora parece mais favorável. Dois entraves que
historicamente barravam as mudanças regulatórias no setor começam a ser resolvidos.
O primeiro era a própria Petrobras, que detém o monopólio do segmento e não estava disposta a
perdê-lo. Endividada, a estatal está focada atualmente em fazer desinvestimentos e já começou, inclusive,
a negociar parte da rede de gasodutos.
O segundo eram os governos dos estados que, por meio das concessionárias estaduais, ainda
dominam a distribuição do gás canalizado. Igualmente endividados e com o "pires na mão", os
governadores estão mais dispostos a negociar com a União.
O caminho para o corte nos preços será via Congresso. A meta é recolocar em votação um projeto
antigo – o PL 6407, de 2013, batizado de Lei do Gás. O texto foi desarquivado no fim de fevereiro e deve
voltar a ser debatido na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Coautor do projeto original, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) diz que quer fazer o texto
avançar:
"Nós precisamos, no meu entendimento, de uma abertura de mercado e mudança semelhante do que
ocorreu no passado com o setor da eletricidade. A geração, transmissão e distribuição de energia estava
na mão de um só. E aí o preço ficava impossível de ter concorrência. É preciso repensar a legislação de
gás no Brasil, dando maior abertura e possibilidade de concorrência. Com isso, vamos ter mais
investimento e preços menores", declarou.

231
João Borges. Lima, P. Bianca. Nathalia Toledo. Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás.
https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/03/15/para-baixar-custo-de-energia-paulo-guedes-quer-mudanca-radical-na-exploracao-de-gas.ghtml.
Acesso em 15 de março de 2019.

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352
Questões

01. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) Segundo o Presidente da República, estudos


técnicos apontam que os benefícios da mudança são pequenos e não valem para as regiões Norte e
Nordeste. Portanto, ficou decidido que em 2019 deixará de ocorrer, a partir de outubro:
(A) a criação de empresas isentas de impostos na Zona Franca de Manaus.
(B) a adoção do horário de verão nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
(C) a obrigatoriedade de carteira profissional exclusiva para trabalhadores no setor de tecnologia.
(D) o recolhimento do imposto sobre serviços em cidades com menos de 10 mil habitantes.
(E) a taxação de produtos manufaturados oriundos do Mercosul.

02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares

03. (SANASA Campinas – Técnico de Instrumentação – FCC/2019) É forte o ritmo do crescimento


desta fonte de energia no Brasil. Os investimentos no setor começaram por volta de 2005 e, menos de
10 anos após o primeiro leilão deste tipo de energia no país (realizado em 2009), o Brasil atingiu no início
de 2018 a potência instalada de 13 gigawatts (GW), quase a mesma da Hidrelétrica de Itaipu (14GWs).
Atualmente, o Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial da produção deste tipo de energia,
superando países desenvolvidos como Itália e Canadá. O salto foi dado nos últimos cinco anos, pois, até
2012, estava em 15° lugar.
(Disponível:https://www.em.com.br. Acesso em 26.mai.2019)

O texto descreve o avanço da energia


(A) solar
(B) eólica
(C) de biogás
(D) de biocombustível
(E) de biomassa

Gabarito

01.B / 02.B / 03.B

Comentários

01. Resposta: B
O presidente, alegou em seu anúncio motivos econômicos e de saúde para a medida. Sob sua
justificativa, a economia de energia durante o horário de verão era insignificante, considerando as 15h o
horário de pico de consumo, além do fato de que 1 hora de diferença desregulava o relógio biológico das
pessoas.

02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional.
(http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)

03. Resposta: B
O dois últimos anos foram especialmente positivos para a indústria da energia eólica no Brasil. Apenas
em 2017, a infraestrutura instalada gerou a quantidade recorde de 40,46 TWh de energia, o que significou
um crescimento de 26,2% em relação ao ano anterior e foi responsável pelo abastecimento de cerca de
22 milhões de residências, o equivalente a 67 milhões de pessoas. No cálculo que considera o período

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353
de setembro de 2017 até agosto de 2018, foram gerados 47 TWh de energia eólica – e abasteceu 25
milhões de casas232.

Relações Internacionais

5 pontos para entender por que a Etiópia está 'à beira de uma guerra civil' um ano depois que
seu primeiro-ministro ganhou o Prêmio Nobel da Paz233

Um ano depois de receber o Prêmio Nobel da Paz, Abiy Ahmed Ali, o primeiro-ministro da Etiópia,
agora vê seu país caminhando para uma guerra civil.
É o que temem analistas e observadores sobre o conflito armado que começou há mais de uma
semana no país da África Oriental e que até agora deixou centenas de mortos e milhares de deslocados
que buscam refúgio no Sudão.
Na Etiópia, o segundo país mais populoso da África, o Exército federal enfrenta tropas ligadas à Frente
de Libertação Popular (FLPT), partido nacionalista que governa a região do Tigray, no norte etíope.
As tensões entre o governo federal e a região do Tigray aumentaram nos últimos meses, mas as
hostilidades recentes alimentaram temores de que uma guerra civil ameace a estabilidade no chifre da
África, uma das áreas mais turbulentas e estratégicas do planeta.
Neste sábado (14/11), o confronto se agravou, com foguetes sendo disparados contra a Eritreia,
vizinha da Etiópia.
Segundo o líder do Tigray, Debretsion Gebremichael, suas forças lançaram os projéteis porque
soldados etíopes estavam usando um aeroporto da Eritreia para atacar a região separatista.
No Twitter, Abiy Ahmed negou as acusações.
Moradores de Asmara, capital da Eritreia, relataram ter ouvido fortes explosões. Não houve relatos de
vítimas por enquanto.
A BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, explica esse conflito em cinco pontos.

1. Como o conflito armado começou


Em 4 de novembro, Abiy Ahmed Ali anunciou uma ofensiva militar contra a Frente de Libertação
Popular do Tigray.
O primeiro-ministro justificou a ofensiva acusando as tropas do Tigray de atacar uma base militar
federal perto de Mekele, capital da região.
Desde então, ocorreram confrontos armados entre os dois lados, com ataques aéreos realizados pelo
Exército federal.
Na quinta-feira, a ONG Anistia Internacional informou sobre um massacre ocorrido na noite de 9 de
novembro, quando "dezenas ou provavelmente centenas de pessoas foram mortas a facadas e a
machadadas" em Mai-Kadra, a oeste do Tigray.
A Anistia Internacional não foi capaz de apontar os autores do massacre, mas tem testemunhos que
apontam para forças leais ao FLPT, após perderem uma batalha para as tropas federais.
O governo de Abiy Ahmed também culpou o Tigray pelos crimes, mas a região negou as acusações.
Por outro lado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou que está
colaborando com o Sudão para ajudar mais de 7 mil refugiados etíopes que em 11 de novembro haviam
fugido do Tigray.
Obter informações é difícil. As linhas telefônicas e a internet não funcionam e o acesso dos jornalistas
é restrito.

2. Qual é o pano de fundo do conflito


Durante décadas, o FLPT foi um partido dominante na Etiópia, mas tudo mudou com a chegada de
Abiy Ahmed ao poder, em 2018.
Eleito como um "líder reformista", o novo primeiro-ministro acusou ex-funcionários do governo de
corrupção e abusos aos direitos humanos e expulsou políticos importantes da FLPT do governo central.
Abiy Ahmed dissolveu a coalizão multiétnica que governava o país até então e criou o Partido da
Prosperidade (PP), o que aumentou a tensão política.
A FLPT se opôs, alegando que essa ação dividiria o país e se recusou a fazer parte da nova aliança.

232
https://bluevisionbraskem.com/inovacao/energia-eolica-sera-a-segunda-maior-fonte-energetica-do-brasil-em-2019/
233
José Carlos Cueto. 5 pontos para entender por que a Etiópia está 'à beira de uma guerra civil' um ano depois que seu primeiro-ministro ganhou o Prêmio Nobel
da Paz. BBC News. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54951328. Acesso em 16 de novembro de 2020.

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354
Tampouco ficou satisfeita com o resultado das negociações de paz entre a Etiópia e a Eritreia, após
20 anos de guerra, considerando que seus interesses haviam sido negligenciados.
As tensões se acentuaram em setembro passado, quando o Tigray realizou eleições regionais, apesar
de o pleito ter sido adiado pelo governo federal por causa da pandemia de covid-19.
"O governo de Abiy Ahmed não reconheceu a legitimidade das eleições do Tigray, cortou laços e
congelou orçamentos federais", diz Ahmed Soliman, especialista no chifre da África para Chatham House,
um think tank com sede em Londres, à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.
"Ele também os acusou de incitar à violência no país", acrescenta Soliman.
A FLPT até ameaçou se tornar independente, citando um artigo da Constituição federal que permite "o
direito incondicional à autodeterminação, incluindo a secessão".

3. Qual a probabilidade de uma guerra civil?


Um possível cessar-fogo não parece estar a caminho.
"Preparamos nosso Exército, milícias e forças especiais. Se tivermos que lutar, estamos prontos para
vencer", declarou Debretsion Gebremichael, presidente da FLPT, no início do confronto.
"Eles cruzaram a última linha vermelha", disse Abiy Ahmed antes de anunciar o ataque.
"O governo pode calcular que uma ofensiva militar intensa pressionará os líderes do Tigray, evitará um
conflito em larga escala no longo prazo e lhe dará uma vantagem nas negociações", explica Soliman.
No entanto, o especialista alerta para a "perspectiva assustadora" de que as intenções do governo são
eliminar os dirigentes da FLPT, já que dada "a grande, sofisticada e poderosa história militar deste partido
poderíamos estar caminhando para um conflito muito maior e prolongado", acrescenta.

4. Qual é a responsabilidade de Abiy Ahmed Ali no conflito?


Abiy Ahmed Ali recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2019 por seus esforços para encerrar 20 anos de
guerra entre a Etiópia e a Eritreia.
Ele chegou ao poder com a intenção de reformar, unificar e modernizar o país. Agora, se vê imerso
em um conflito armado com uma saída difícil.
"Acho que os dois lados podiam fazer mais para evitar essa escalada, principalmente no ano passado.
Nenhum deles adotou uma postura realmente aberta ao diálogo", diz Soliman.
"O fato de o governo federal não reconhecer as eleições do Tigray e cortar seu orçamento não
contribuiu para as negociações", acrescenta o especialista.
No entanto, Soliman alerta que os problemas estruturais e divisões políticas e étnicas que agora
emergem com o conflito são o produto de "situações históricas não resolvidas por anos, antes da chegada
de Abiy Ahmed ao poder".

5. Quais são as repercussões do conflito para a região


Várias potências mundiais, como os Estados Unidos e a China, mantêm bases militares no Chifre da
África devido ao seu histórico volátil e à sua localização estratégica como rota comercial.
E a paz na Etiópia é considerada pelos especialistas como essencial para a estabilidade desta região.
"A Eritreia, que faz fronteira com o Tigray e cujo presidente de facto, Isaias Afwerki é próximo de Abiy
Ahmed, também pode arrastá-los para um confronto contra a FLPT", analisa o think tank International
Crisis Group.
"A disputa pode afetar o Sudão, país que também passa por outra transição política", acrescenta
Soliman.
Especialistas temem que uma crise humanitária de maior conseqüência possa estar emergindo,
forçando os migrantes a viajar a outras partes do mundo, como a Europa.
"Ainda é possível evitar esse cenário se houver pressão sobre as partes para um cessar-fogo com
urgência. Elas devem se dar conta de que não há caminho para uma vitória rápida e devem dar início a
negociações mesmo que ambas se considerem ilegítimas", conclui o especialista.

Pandemia, recuperação da economia e Suprema Corte conservadora: veja os desafios de Biden


nos próximos 4 anos234

Democrata venceu Donald Trump no disputado pleito de 2020 e vai assumir país polarizado em meio
à pandemia, com desemprego em alta.

234
Lucas Sampaio. Pandemia, recuperação da economia e Suprema Corte conservadora: veja os desafios de Biden nos próximos 4 anos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2020/noticia/2020/11/08/pandemia-recuperacao-da-economia-e-suprema-corte-conservadora-veja-os-desafios-de-
biden-nos-proximos-4-anos.ghtml. Acesso em 09 de novembro de 2020.

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355
Eleito presidente dos Estados Unidos pelos próximos quatro anos, Joe Biden terá uma série de
desafios para lidar. O democrata venceu Donald Trump no disputado pleito de 2020, e o republicano se
tornou o primeiro presidente americano a não conseguir se reeleger desde George H. W. Bush, em 1992.
O maior desafio será a pandemia do novo coronavírus, que voltou a ganhar força nas últimas semanas.
Os EUA são o país com mais mortes e casos de Covid e concentram cerca de 20% de todos os óbitos e
infectados do mundo.
Desde quarta, os EUA registraram quatro dias consecutivos de recorde de casos da doença. Nos
últimos três dias foram mais 120 mil novos infectados.
Mas Biden terá desafios também na economia, na política externa e, provavelmente, no Senado e na
Suprema Corte (veja mais abaixo).

Combate à pandemia
Biden promete uma estratégia completamente diferente da adotada por Trump no combate à
pandemia, a começar garantir que as decisões de saúde pública sejam amparadas na ciência e
informadas por profissionais da área.
Ao contrário do governo republicano, que falou que os EUA não iam controlar a pandemia, mas sim
aprender a conviver com a Covid, assim como ocorre com a gripe, o democrata promete controlá-la.
Para isso, pretende fornecer testes regulares, confiáveis e gratuitos para todos os americanos, obrigar
o uso da máscara em todo o país e proteger os mais velhos e as pessoas do grupo risco.
Biden também diz que vai retomar o relacionamento com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em julho deste ano, Trump anunciou ao Congresso e às Nações Unidas que iniciou o processo para
retirar formalmente o país da OMS. No comunicado à época, a saída teria efeito a partir de 6 de julho de
2021.

Recuperação econômica
Na economia, para enfrentar os impactos da pandemia, o democrata promete um pacote fiscal de mais
US$ 3 trilhões e acelerar um plano de investimentos em infraestrutura previstos para os próximos 10
anos.
Mas terá de lidar com o país registrando centenas de milhares de pedidos de seguro-desemprego por
semana e uma taxa de desemprego que ainda é mais que o dobro da registrada antes da proliferação do
coronavírus.
Biden também promete reverter alguns dos cortes de impostos para empresas feitos por Trump e fazer
uma reforma fiscal para que os mais ricos paguem mais tributos.

Política externa e guerra comercial


O presidente eleito também terá que lidar com a guerra comercial que seu antecessor iniciou contra a
China.
O democrata deve manter o confronto contra o gigante asiático, mas dentro de instituições como a
OMC (Organização Mundial do Comércio), marcando uma importante diferença para a postura de Trump.
Apesar disso, Biden deve manter a tentativa dos EUA de impedir que a Huawei implemente a
tecnologia 5G em diversos países do mundo.
Reino Unido, Japão e Austrália já excluíram a empresa chinesa da disputa, e o próximo grande campo
de batalha entre EUA e China será o Brasil.

5G no Brasil
O Brasil, que deve fazer em 2021 um dos maiores leilões do mundo sobre a tecnologia 5G, tem a
China e os EUA como seus dois maiores parceiros comerciais.
Sob Trump, os EUA prometeram US$ 1 bilhão em crédito para financiar projetos no Brasil, incluindo o
5G, mas uma decisão contra a China pode trazer prejuízos ao país.
A postura de Bolsonaro, que era um grande aliado de Trump, pode mudar junto com a alternância de
poder. O presidente brasileiro já disse que será ele quem vai decidir sobre a questão da Huawei.

Agenda ambiental
O Brasil também pode sofrer pressão dos EUA por causa das queimadas e desmatamentos na
Amazônia. Biden citou a derrubada da floresta tropical no debate presidencial contra Trump e foi
prontamente rebatido pelo presidente brasileiro.
Ao contrário de Trump, Biden tem uma clara agenda ambiental, deve recolocar os EUA no Acordo de
Paris e adotar medidas contra o aquecimento global.

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356
Conflitos raciais
No cenário doméstico, o democrata terá de lidar com os conflitos raciais e protestos que voltaram a
eclodir nos EUA desde o assassinato de George Floyd. Negro, ele foi assassinado por um policial branco
após ser imobilizado e ter o pescoço pressionado pelo joelho do agente durante nove minutos.
A resposta de Trump à volta do movimento Black Lives Matter foi criticar e criminalizar as
manifestações e defender o discurso da lei e da ordem.
Biden escolheu a senadora negra Kamala Harris para ser sua vice de chapa e deve adotar uma postura
completamente oposta à do atual presidente.
Com isso, deve ter como desafio os movimentos supremacistas brancos. Durante a gestão de Trump,
o republicano lidou com os grupos de maneira dúbia e evitou condená-los por mais de uma vez.

Senado republicano?
Os democratas vão manter a maioria na Câmara, mas Biden pode enfrentar um importante obstáculo
para cumprir grande parte das suas promessas: um Senado de maioria republicana.
As pesquisas apontavam que os democratas conquistariam o domínio da casa, mas até o momento a
disputa está empatada (com cada 48 cadeiras para cada partido). E os republicanos estão na frente em
3 das últimas 4 vagas em disputa.
A esperança de Biden está na Geórgia: se conquistar as duas cadeiras em jogo, o placar ficaria
empatado em 50 a 50. E, quando há empate em votações na casa, é o vice-presidente americano (cargo
que será ocupado por Kamala Harris) que tem o "voto de minerva".

Suprema Corte conservadora


Biden também deve ter dificuldade com outro poder: o Judiciário.
Trump conseguiu fazer três nomeações de juízes para a Suprema Corte (Neil Gorsuch em 2017, Brett
Kavanaugh em 2018 e Amy Coney Barrett neste ano) e construiu uma sólida maioria conservadora no
tribunal.
Com 6 juízes conservadores e apenas 3 progressistas, a Corte pode decidir em breve temas como o
futuro do Obamacare, políticas de imigração do governo Trump, a proibição da discriminação de casais
do mesmo sexo e até aborto.
Por isso, já há democratas que defendem a ampliação do número de juízes na Suprema Corte. Sob
pressão do partido, Biden se comprometeu que, caso eleito, formaria uma comissão bipartidária para
estudar o assunto.

Chile aprova plebiscito histórico: por que é tão polêmica a Constituição que 78% dos chilenos
decidiram trocar235

A atual Constituição chilena remonta a 1980 e, embora alterada várias vezes, é criticada por ser uma
herança do regime militar de Augusto Pinochet e por dar um papel residual ao Estado na prestação de
serviços básicos, o que é justamente um dos motivos dos protestos que começaram em 18 de outubro
de 2019 e se estenderam até março de 2020, em um movimento que passou a ser conhecido
como estallido social (ou estouro social, em tradução literal).
Segundo o resultado das urnas, 78% dos eleitores votaram pela mudança da Carta atual e 22%
rejeitaram a proposta.
A Assembleia Constituinte será formada em um novo pleito em abril de 2021, com paridade de gênero
(50% mulheres e 50% homens). Na votação de domingo, os eleitores também decidiram que a
Constituinte não será mista, com metade dos assentos destinados a parlamentares em exercício, mas
sim inteiramente formada por novos membros eleitos, sem necessidade de filiação partidária.
Assim, representantes do Congresso não participarão da nova Constituinte e haverá uma cota de
assentos reservados para os povos indígenas, embora o Congresso chileno ainda não tenha definido
quantos e como serão eleitos.
Apenas normas aprovadas por dois terços dos futuros constituintes serão incorporadas à nova Carta
chilena.
"Até agora, a Constituição tem nos dividido. A partir de hoje, todos devemos colaborar para que a Nova
Constituição seja um grande marco de unidade, estabilidade e futuro", declarou o presidente chileno,
Sebastián Piñera.
No texto abaixo, a BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) analisa por que a Constituição foi
alvo de uma onda de protestos por meses e quais são as razões daqueles que defendem modificá-la.
235
Mar Pichel. Chile aprova plebiscito histórico: por que é tão polêmica a Constituição que 78% dos chilenos decidiram trocar. BBC News Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54689493. Acesso em 26 de outubro de 2020.

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Herança de Pinochet
Uma das principais razões pelas quais os manifestantes exigem mudar a Constituição tem a ver com
a origem dela.
"Uma das questões mais criticadas é sua ilegitimidade de origem: é precisamente o fato de ter sido
elaborada durante uma ditadura militar", disse à BBC News Mundo Miriam Henríquez Viñas, professora
de Direito Constitucional e Decana da Faculdade de Direito da Universidade Alberto Hurtado, de Santiago.
"A Constituição de 1980 foi obra do regime militar e, para um setor muito relevante da sociedade
chilena, tem uma origem ilegítima", concorda Gilberto Aranda, professor do Instituto de Estudos
Internacionais da Universidade do Chile.
Mas, como os dois especialistas apontam, o texto foi substancialmente modificado em 1989 e em 2005.
Por exemplo, em 1989, foi revogada a parte que estabelecia um pluralismo político limitado, que
supunha que certas ideologias políticas, como o marxismo, eram proibidas.
Mais tarde, em 2005, sob o governo de Ricardo Lagos, foi realizada uma importante reforma
constitucional que acabou com a figura dos senadores nomeados, eleitos por instituições como as Forças
Armadas ou o Supremo Tribunal.
"Eu diria que em 2005 (a Constituição) já havia sido expurgada de enclaves autoritários", diz Aranda.
"No entanto, ainda é a Constituição que foi preparada pelo regime militar e, portanto, nesse contexto,
uma parte muito importante da sociedade chilena diz que ela teria uma falta de legitimidade de origem."
Nas declarações dos manifestantes nota-se esse pensamento.
"Não vou parar de protestar até que uma nova Constituição seja criada e a herança de Pinochet acabe",
disse à BBC Nohlan Manquez, um fotógrafo que participou dos protestos massivos iniciados em 2019.
Mas além de sua origem, há também um questionamento sobre o conteúdo dela.

A rigidez e os 'enclaves autoritários'


Segundo Henríquez, a Constituição "foi originalmente concebida refletindo uma democracia protegida
da irracionalidade do povo".
"Existe uma desconfiança presente na Constituição quanto à possibilidade de o povo tomar decisões
razoáveis por si" e, de acordo com o constitucionalista, essa desconfiança é expressa por meio de uma
série de mecanismos, por exemplo, o fato de que o papel dos partidos políticos é mínimo nela.
Em termos de conteúdo, outra questão é que se trata de uma Constituição "muito rígida": modificá-la
requer maiorias de dois terços ou três quintos dos deputados e senadores em exercício.
Portanto, apesar das reformas de 1989 e 2005, a especialista discorda de Aranda e considera que a
Constituição "tem ainda os chamados enclaves autoritários, ou seja, existem certas regras que tornam
praticamente impossível, se não muito difícil, reformar certas disposições".
"Então, gerou um tipo de congelamento de questões como o direito à seguridade social e liberdade de
educação, que são precisamente os direitos sociais exigidos hoje."
Os cidadãos foram às ruas para protestar contra a desigualdade e exigir a implementação de profundas
reformas sociais.

Estado social
O outro questionamento da Constituição tem a ver com direitos sociais, uma vez que o texto
constitucional consagra um "Estado subsidiário" que não oferece diretamente benefícios relacionados a
saúde, educação ou previdência social, delegando isso ao setor privado.
"Este Estado subsidiário é um Estado mínimo que se limita apenas ao monitoramento ou supervisão
de como os indivíduos fornecem esses direitos", explica Henríquez.
A privatização foi um dos pilares do modelo de Pinochet: em sua Constituição, serviços básicos como
eletricidade e água potável passaram a mãos particulares.
Houve também uma forte privatização em áreas como educação e saúde.
Agora, a demanda dos manifestantes chilenos é que o Estado tenha uma maior participação e
envolvimento no fornecimento de serviços básicos.
Aranda concorda que a função social está "sub-representada" na Constituição, que atribui ao Estado
apenas "funções no que diz respeito à proteção da ordem pública, segurança, defesa, garantia de justiça
etc."
"Existe um número relevante de pessoas que exigem mudanças estruturais e profundas no Chile no
que diz respeito à declaração e garantia do exercício de certos direitos sociais, ou seja, incorporando
elementos de um Estado social à Constituição", explica o especialista.
Os analistas concordam que uma nova Constituição não resolveria todos os problemas, mas seria um
primeiro passo muito importante.

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Na guerra comercial da tecnologia 5G com chineses, EUA prometem investir US$ 1 bi no Brasil236

O governo brasileiro assinou acordos com os Estados Unidos de facilitação de comércio e de


investimentos em uma série de áreas, inclusive a rede 5G de internet móvel. Em uma guerra comercial
que o mundo inteiro está acompanhando, é uma tentativa dos americanos de convencer o Brasil a não
adotar a tecnologia chinesa.
O documento é uma carta de intenções assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes e a
presidente do EximBank, o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos, Kimberly Reed, em
cerimônia no Palácio do Itamaraty. Os Estados Unidos acenam com US$ 1 bilhão, mais de R$ 5,5 bilhões,
para financiar projetos no Brasil nas áreas de energia: nuclear, gás e óleo; infraestrutura; logística e
mineração; e, especialmente, para telecomunicações. E aí que está o interesse americano: a tecnologia
5G.
A internet móvel de quinta geração, o 5G, promete ser até dez vezes mais rápida do que o 4G. Além
da maior velocidade, conexões mais estáveis e consumo de energia 90% menor do que o 4G. A tecnologia
vai integrar diversas máquinas que utilizem o 5G, como celulares, notebooks, eletrodomésticos e veículos,
permitindo o desenvolvimento de casas e cidades inteligentes, com a interligação de sistema de
iluminação pública, tráfego, transporte público, por exemplo.
A empresa chinesa Huawei está no centro da disputa comercial e de influência política de Estados
Unidos e China. Em dezembro de 2018, a pedido da Justiça americana, o Canadá prendeu Meng
Wanzhou, filha do fundador da Huawei. Uma empresa ligada à Huawei teria feito negócios com o Irã,
violando sanções americanas. A Huawei negou as acuações. Wanzhou deixou a cadeia depois de pagar
fiança.
Sem apresentar provas, em abril de 2019, os Estados Unidos decidiram considerar a Huawei uma
ameaça à segurança nacional e proibiram órgãos do governo americano de comprar seus produtos. O
governo de Donald Trump alega, sem provas, que uma rede 5G desenvolvida pela Huawei poderia ser
usada pela espionagem da China. A empresa e o governo chinês negam as acusações.
A presença do conselheiro de Segurança dos Estados Unidos, Robert O'Brien, na cerimônia desta
terça reforça o interesse do governo Trump, a 15 dias da eleição americana. O’Brien disse na segunda
(19/10) a empresários brasileiros que a Huawei poderá ter acesso informações estratégicas de empresas
e do governo se for escolhida pelo Brasil.
Citando a China, o ministro da Economia defendeu as relações comerciais com todo o mundo, e
afirmou que a parceria com os Estados Unidos se dá por questões como geopolítica e segurança.
“Nós comercializamos com o mundo inteiro, como os americanos também, sempre comercializando
com a China, sempre abertos. Mas também sabemos geopoliticamente quem somos nós. Nós somos
uma democracia liberal do ocidente, nós somos a segunda ou a terceira, a segunda maior democracia do
ocidente, e possivelmente a terceira maior do mundo logo depois dos EUA e Índia. Então nós sabemos
quem são nossos parceiros geopolíticos e, ao mesmo tempo, praticamos comércio com todo mundo. A
nossa aproximação com os americanos foi sempre, está sendo, com base não só em resultado
econômico, mas também em segurança”, disse Guedes.
Em seu discurso, o presidente Jair Bolsonaro disse que não interfere nas eleições, mas que torce por
Trump.
Rubens Ricupero, que foi embaixador em Washington, alertou que o Brasil não deve tomar lado em
uma guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.
“Você não explicaria a presença na missão do assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, que
é um cargo muito alto. Ele nunca viria ao Brasil apenas para assinar um acordo de facilitação de comércio.
Uma questão de prudência elementar seria o Brasil esperar as eleições. Porque as eleições americanas
são daqui a... quantos? 16 dias, 17 dias. Melhor esperar as eleições e esperar para ver o que vai
acontecer”, avaliou.
Em nota, a embaixada da China no Brasil disse que “um pequeno número de políticos americanos,
desprezando os fatos e forjando uma série de mentiras, vem lançando ataques difamatórios contra o 5G
da Huawei”. E afirmou que " O lado chinês está disposto a expandir a parceria tanto nas áreas tradicionais
como nas emergentes, incluindo o 5G".
O diretor de Segurança Cibernética da Huawei, Marcelo Motta, disse que proteção de dados é
prioridade da empresa.
"Nós temos todo um cuidado com a segurança cibernética e proteção de privacidade. E são prioridades
máximas para a nossa companhia. Nós somos a empresa mais transparente e aberta, visto que nossas
soluções são as mais testadas no mundo todo."
236
Jornal Nacional. Na guerra comercial da tecnologia 5G com chineses, EUA prometem investir US$ 1 bi no Brasil. Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2020/10/20/na-guerra-comercial-da-tecnologia-5g-com-chineses-eua-prometem-investir-us-1bi-no-brasil.ghtml. Acesso em 21 de outubro de 2020.

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Por causa da pandemia, o leilão da Agência Nacional de Telecomunicações, a Anatel, para as novas
frequências onde vai entrar o 5G, ficou para 2021. Especialistas em tecnologia alertam que o Brasil não
deve se ater a questões políticas para definir os negócios.
“O Brasil, como qualquer outro país do mundo, tem que olhar para o 5G como uma tecnologia
estratégica. Então, é independente do parceiro comercial ou dos fornecedores que venham atuar no país,
é importante que o Brasil adote certas medidas de auditoria e certificação de equipamentos em termos
de segurança cibernética. Então, por mais que se tome decisões comerciais que visam aí atender algum
tipo de interesse nacional, a tecnologia em si é agnóstica a toda essa discussão política. Ela tem ali
componentes que vêm de todas as partes do globo”, afirmou Gustavo Correa Lima, consultor de
telecomunicações.

Programa Mundial de Alimentos da ONU ganha Nobel da Paz237

O programa da ONU foi laureado pelos seus esforços em combater a fome e por sua contribuição para
melhorar as condições de paz em zonas de conflito. Neste ano já foram concedidos os prêmios de
medicina, química, física e literatura.
O prêmio Nobel da Paz de 2020 foi concedido ao Programa Mundial de Alimentos da ONU, que
combate a fome no mundo, nesta sexta-feira (09/10).
Segundo a Academia Sueca, o programa foi premiado "pelos seus esforços para combater a fome,
pela sua contribuição para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar
como força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito".
A organização atua em situações de emergência e em países afetados por conflitos, onde há mais
risco de desnutrição.
O porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Tomson Phiri, disse que o prêmio para a agência "é
um momento de orgulho". Ele participava de um encontro semanal na sede das Nações Unidas em
Genebra quando foi surpreendido com o anúncio do Nobel.
"Este ano nós tivemos que atender a uma convocação para agir", disse Phiri, se referindo ao
atendimento às vítimas da fome durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo a organização do Nobel, o programa já seria um merecedor do prêmio sem a pandemia, mas
com a Covid-19 os motivos ficaram mais evidentes: a comida está menos disponível. Nesse cenário, "o
programa da ONU demonstrou uma habilidade impressionante de intensificar seus esforços", afirmou o
comitê.

Necessidade de cooperação multilateral


"A necessidade de solidariedade internacional e cooperação multilateral é mais evidente do que
nunca", disse a presidente do conselho do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em uma coletiva de imprensa
após o anúncio.
Para decidir o vencedor do prêmio, a organização levou em conta que a cooperação multilateral é
necessária para combater a fome.
"Aparentemente, há uma falta de respeito ao multilateralismo no passado recente", disse Reiss-
Andersen.

Milhões de pessoas em 88 países


O órgão ligado à ONU tem sede em Roma e é a maior entidade que combate os problemas de fome e
promove segurança alimentar no mundo a cada ano, o Programa de Alimentos deu auxílio a cerca de 97
milhões de pessoas, em 88 países, de acordo com sua página na internet.
A projeção feita pelo Programa é que em um ano pode haver até 265 milhões de pessoas ameaçadas
pela falta de comida, disse Reiss-Andersen. "Isso [a premiação] também é um apelo à comunidade
internacional para não deixar o Programa Mundial de Alimentos sem fundos", afirmou ela.
"Agradecemos ao comitê do prêmio por honrar o Programa Mundial de Alimentos com o Nobel da Paz
2020. Esse é um lembrete poderoso para o mundo de que a paz e o combate à fome caminham lado a
lado", afirmou o Programa em sua conta em uma rede social.
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu,
celebrou o prêmio para o programa. Em uma rede social, Dongyu agradeceu a comunidade internacional
pelo reconhecimento da importância da segurança alimentar.

237
G1. Programa Mundial de Alimentos da ONU ganha Nobel da Paz. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/09/programa-mundial-de-comida-da-
onu-ganha-nobel-da-paz.ghtml. Acesso em 09 de outubro de 2020.

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360
"Temos muito orgulho de ter trabalhado com o Programa, fundado em 1961 como uma subsidiária da
FAO para a assistência alimentar, e vem trabalhando há décadas para acabar com a fome", escreveu
Dongyu.
O vencedor do Nobel é decidido por um comitê eleito pelo parlamento da Noruega.

Vencedores de outros anos


Outras 134 pessoas ou instituições já receberam esse prêmio no passado. Em 2019, o vencedor foi
Abiy Ahmed, o primeiro-ministro da Etiópia. No ano anterior, Denis Mukwege, um congolês, e Nadia
Murad, uma iraquiana ganharam o Nobel da Paz (os dois são militantes que combatem o fim da violência
sexual em guerras e conflitos armados).
Juan Manuel Santos, o ex-presidente da Colômbia, foi o último latino-americano que levou o prêmio.
Houve outros anos em que os vencedores foram instituições: em 2012, foi a União Europeia; no ano
seguinte, a Organização para Proibir Armas Químicas e em 2017, a Campanha Internacional pra Abolir
Armas Nucleares.
Neste ano já foram entregues os seguintes prêmios:
Literatura: Louise Glück
Física: Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez
Química: Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna
Medicina: Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice

Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série
histórica238

Foi a primeira queda do PIB do país desde 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram
a ser publicados no país.
A economia da China registrou a primeira contração em quase 30 anos. O Produto Interno Bruto (PIB)
do gigante asiático desabou 6,8% no 1º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado,
confirmando os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus que parou o país no início de 2020.
É a primeira queda desde ao menos 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram a ser
publicados no país.
Em termos anuais, a última vez que a China registrou ma contração do PIB foi em 1976, no fim da
Revolução Cultural.
Na comparação com o trimestre anterior, o PIB caiu 9,8% nos três primeiros meses do ano, informou
a Agência Nacional de Estatísticas.
No último trimestre de 2019, o crescimento da segunda maior economia do mundo foi de 6% na
comparação anual.
O desempenho do PIB da China desperta interesse devido ao peso do país na economia global.
"Os dados do PIB do primeiro trimestre ainda estão amplamente dentro das expectativas, refletindo as
perdas da paralisação econômica quando toda a sociedade estava isolada", disse Lu Zhengwei,
economista-chefe do Industrial Bank.
Em um esforço para conter a propagação do vírus, que causou oficialmente mais de 3.300 mortes no
país, a China adotou medidas de contenção sem precedentes no final de janeiro que impediram a
movimentação de trabalhadores, fecharam fábricas e lojas e afetaram duramente a economia.
FMI ainda prevê alta do PIB chinês em 2020
Em 2019, a economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,1%, um resultado modesto
para um país acostumado a elevadas taxas de crescimento econômico nas últimas décadas.
Devido à incerteza associada à pandemia, a China ainda não divulgou a meta de crescimento para
2020. Nas últimas previsões, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 1,2%
para o PIB chinês este ano.
"Para a próxima fase, a falta de demanda geral é a preocupação. A demanda doméstica não se
recuperou totalmente uma vez que o consumo relacionado aos agrupamentos sociais ainda está proibido
enquanto a demanda externa deve ser prejudicada enquanto a pandemia se espalha", destacou Lu
Zhengwei.
O porta-voz da agência de estatísticas, Mao Shengyong, disse em entrevista à imprensa que o
desempenho econômico da China no segundo trimestre deve ser muito melhor do que no primeiro.
Entretanto, o consumo doméstico mais fraco, que tem sido o grande motor do crescimento, continua
sendo uma preocupação já que a renda desacelera e o resto do mundo cai em recessão.
238
G1. Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série histórica. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/16/pib-
na-china-tem-primeira-contracao-desde-1976.ghtml. Acesso em 17 de abril de 2020.

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361
A renda per capita disponível, após ajuste pela inflação, caiu 3,9% sobre o ano anterior no primeiro
trimestre, mostraram os dados.
As vendas no varejo caíram novamente em março, para 15,8% no comparativo anual. A produção
industrial, no entanto, caiu apenas 1,1%. Nos dois meses anteriores - a única estatística disponível -, as
vendas no varejo caíram 20,5% e a produção industrial, 13,5%.
Já o investimento em ativo fixo perdeu 16,1% entre janeiro e março sobre o ano anterior.

Medidas de estímulo
Os líderes chineses já prometeram mais medidas para combater as perdas mas estão cientes das
lições aprendidas em 2008-09, quando fortes estímulos pressionaram a economia com enormes dívidas.
No mês passado, o Politburo do Partido Comunista disse que está avaliando medidas como mais
títulos especiais de governos locais e bônus especiais do Tesouro.
O banco central já afrouxou a política monetária para ajudar a liberar crédito para a economia, mas
seu afrouxamento até agora tem sido menos agressivo do que durante a crise financeira.
O governo também contará com mais estímulo fiscal para alimentar o investimento em infraestrutura
e consumo, o que pode levar o déficit orçamentário de 2020 a uma máxima recorde.

Com mais de 700.000 infectados, mundo espera chegar ao pico da pandemia239

O coronavírus já provocou 34.000 mortes em todo mundo. Países passam adotar medidas mais duras
de quarentena diante do avanço da doença
As populações de Moscou e de Lagos se uniram nesta segunda-feira (30/03) às mais de três bilhões
de pessoas confinadas em suas casas para tentar conter a propagação do novo coronavírus, uma
pandemia que já deixou mais de 700.000 infectados no planeta e que o presidente americano, Donald
Trump, parou de minimizar.
A obrigatoriedade do confinamento para lutar contra a pandemia, que já provocou mais de 34.000
mortes, incluindo um bebê de menos de um ano nos Estados Unidos, é mais difícil de ser respeitada em
vários países da África e da América Latina.
“Fiquem em casa!”. Na Venezuela, a ordem repetida incessantemente na televisão estatal esbarra na
realidade do país, onde 60% dos 30 milhões habitantes enfrentam a escassez de água, segundo a ONU.
Em um bairro popular de Caracas, era possível observar até 200 pessoas reunidas na rua aguardando
para encher os baldes de água… em um hidrante.
Nos Estados Unidos, foram registrados 140.000 casos de contágio, dos mais de 700.000 declarados
no mundo. Depois de passar dias relutando em admitir a dimensão da epidemia, o presidente Trump
mudou totalmente de estratégia.
“Potencialmente 2,2 milhões de pessoas poderiam morrer de COVID-19, se não tivéssemos feito
nada”, admitiu no domingo (29/03).
De acordo com estimativas de seu conselheiro sobre a pandemia, o doutor Anthony Fauci, com quem
parece ter um entendimento melhor agora, o novo coronavírus pode provocar “entre 100.000 e 200.000”
mortes na maior potência mundial, contra quase 2.400 vítimas fatais até o momento.

“Como leprosos”
Com dois terços das vítimas fatais no mundo, a Europa continua sendo o continente mais afetado.
Em Moscou, onde aqueles que não respeitam as medidas de quarentena podem ser punidos com até
cinco anos de prisão, o prefeito Serguei Sobyanin ordenou o confinamento total.
A partir desta segunda-feira, os 12,5 milhões de moscovitas podem sair de casa apenas por uma
emergência médica, para ir ao trabalho em caso de necessidade, ao supermercado, ou à farmácia.
Espanha, segundo país com mais falecimentos pela COVID-19 depois da Itália, foram registradas 812
mortes nas últimas 24 horas, número um pouco menor depois do recorde registrado no domingo, de 838
óbitos.
Diante da situação alarmante, o governo espanhol endureceu o confinamento anunciado em 14 de
março. A partir desta segunda-feira, todas as atividades não essenciais serão suspensas por pelo menos
duas semanas.
Com quase 11.000 mortes, a Itália, país com o maior número de vítimas fatais, registra uma leve
desaceleração do avanço do vírus.

239
AFP. Com mais de 700.000 infectados, mundo espera chegar ao pico da pandemia. Exame. https://exame.abril.com.br/mundo/com-mais-de-700-000-infectados-
mundo-espera-chegar-ao-pico-da-pandemia/. Acesso em 31 de março de 2020.

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362
“Em todos os departamentos de emergência aconteceu uma redução da entrada de pacientes”,
declarou Giulio Gallera, secretário de Saúde da região da Lombardia, norte do país, a mais atingida do
território.
Na vizinha França (mais de 2.600 mortos), a escassez de material afeta os hospitais, e as autoridades
encomendaram um bilhão de máscaras, sobretudo da China.
Como acontece em outros países, a França começa a registrar uma crescente discriminação a respeito
dos profissionais da saúde, que se tornaram alvos de suspeitas e até de ataques de vizinhos e pacientes
que temem contrair a COVID-19.
“Estamos colocando nossas vidas em perigo para ajudar os demais e agora nos tratam como leprosos”,
lamenta Lucille, uma enfermeira que trabalha na região sudeste de Paris e que recebeu uma carta
anônima com a exigência de que passe a fazer as compras fora da cidade e pare de passear com seu
cão.
Com mais de 1.200 mortos e 20.000 casos confirmados, a epidemia também acelera no Reino Unido,
cujas autoridades advertiram no domingo que o país pode demorar seis meses, ou mais, para retomar a
vida normal após a pandemia.

Pico em duas semanas


Em Nova York, os bancos de alimentos estão recebendo cada vez mais pessoas que se encontram de
repente sem recursos.
No famoso Central Park, está sendo instalado um hospital de campanha para receber 68 pessoas.
Ontem, o presidente Trump declarou que “o pico na taxa de mortalidade provavelmente acontecerá
em duas semanas”.
Na América Latina, onde foram registradas 338 mortes e 14.462 casos, vários países decidiram
prorrogar as medidas de confinamento.
A Argentina prorrogou o isolamento social obrigatório até 12 de abril, e a Guatemala também prolongou
até a mesma data o toque de recolher parcial em vigor.
Em El Salvador, as restrições de deslocamento e de reunião prosseguirão até 13 de abril.
Nesta segunda-feira, dois cruzeiros com quatro mortos e várias pessoas infectadas pela COVID-19
atravessaram o Canal do Panamá com rumo incerto, depois que foram rejeitados em vários portos ante
a expansão do coronavírus.

Morrer de fome
Na África, as autoridades da Nigéria, país mais populoso do continente, decretaram o confinamento
total em Lagos, megalópole de 20 milhões de habitantes, assim como na capital Abuja, a partir desta
segunda-feira à noite.
Até o momento, o país registrou quase 100 casos da doença, mas o número pode disparar
rapidamente, advertiu o ministro da Informação, Lai Mohammed.
As medidas de confinamento provocam muita incompreensão e indignação na África subsaariana,
onde grande parte da população vive com menos de dois dólares ao dia e depende da economia
alternativa para sobreviver.
No Zimbábue, afetado por duas décadas de crise econômica, o confinamento de três semanas a partir
desta segunda-feira promete ser particularmente doloroso para os 16 milhões de habitantes.
“Poucas pessoas podem pagar por uma refeição diária em tempos normais, afirmou Prince Gwanza,
morador da capital. “Temo que as pessoas vão morrer de fome isoladas em casa”, desabafou.

Suprema corte da Alemanha permite suicídio assistido240

Tribunal Constitucional Federal declara inconstitucional lei que penalizava assistência ao suicídio 'em
caráter comercial'. Médicos e pacientes terminais saúdam decisão. Igrejas criticam.
"Se eu não aguentar mais a dor, gostaria que me deixassem ir", pede Melanie S. ao médico Lukas
Radbruch, no Hospital Universitário Bonn-Venusberg, na Alemanha. A mulher de 63 anos sofre de câncer
de pulmão em estágio avançado. Para ela, o que é particularmente preocupante é, repentinamente, não
ser capaz mais de engolir e morrer sufocada.
Ela diz não querer vivenciar isso com plena consciência. Após o veredito do Tribunal Constitucional
Federal desta quarta-feira (26/02), Melanie ousou falar abertamente sobre a possibilidade de suicídio
acompanhado por um médico.

240
Deutsche Welle. Suprema corte da Alemanha permite suicídio assistido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/26/suprema-corte-da-alemanha-
permite-suicidio-assistido.ghtml. Acesso em 27 de fevereiro de 2020.

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363
Essa assistência era, na prática, proibida pelo Parágrafo 217 do Código Penal Alemão. O Bundestag
criara a lei em dezembro de 2015 com a intenção de proibir associações ou indivíduos de "fazerem
negócios com a morte". Tais ofertas haviam vivenciado um verdadeiro boom nos anos anteriores, e os
legisladores quiseram dar uma resposta. A lei dizia: "Quem, tendo a intenção de promover o suicídio de
outrem, lhe garantir, obtiver ou intermediar essa oportunidade em caráter comercial, será punido com
pena de até três anos de prisão ou multa."
Desde então, os juristas discutiram acirradamente sobre o conceito de "caráter comercial". Afinal, o
"aconselhamento repetido" sobre a morte assistida já seria passível de punição. Mesmo uma referência
a um "jejum até a morte", por meio da abstenção de alimentos, já poderia ser punido. As consequências
dessa situação foram amplas.

Viagem para a morte


Pois, além de os prestadores de serviços de morte assistida terem retirado suas ofertas para o público,
também os médicos ou funcionários de hospitais alemães passaram a não mais dar aconselhamentos
sobre o tema morte assistida.
Assim, a única coisa que restava aos doentes terminais dispostos a morrer era uma viagem à Suíça,
à Holanda ou à Bélgica para encontrar ofertas adequadas. Nesses países, a assistência ao suicídio é
permitida.
Quem não pudesse realizar essas viagens devido à falta de condições físicas ou financeiras não tinha
outra opção a não ser pedir a um membro da família para que ajudasse no suicídio. Familiares que
concordassem em fazê-lo permaneceriam impunes. Mas que doentes terminais gostariam de
sobrecarregar seus parentes com esse pedido?
Deixados à sua própria sorte, muitos afetados viam isso como uma afronta. Pacientes, médicos e
associações para a morte assistida entraram com um recurso junto ao Tribunal Constitucional Federal. E
os juízes decidiram que a atual situação não poderia continuar.
"O Parágrafo 217 não é compatível com a Lei Fundamental [Constituição]", proferiu o presidente da
segunda turma do Tribunal Constitucional Federal nesta quarta-feira. Como a dita cláusula não tem mais
validade legal, a morte assistida passa a ser possível, como era antes de 2015, ou seja, dentro dos antigos
limites. Os médicos podem, portanto, fornecer informações sobre suicídio assistido e proporcionar
eutanásia passiva, ou seja, disponibilizar um medicamento mortal.

Medicina paliativa
O advogado especializado em direito medicinal Wolfgang Putz foi um dos envolvidos no caso. Ele falou
sobre condições insustentáveis que precisam ser urgentemente repensadas: "A influência das duas
grandes igrejas na Alemanha sobre os tomadores de decisão ainda é muito grande na política, mesmo
que sejamos, em tese, um Estado secular."
A Igreja Evangélica e a Igreja Católica são contra qualquer forma de eutanásia ou suicídio assistido.
Representantes se declararam decepcionados com a decisão.
Putz disse considerar positivo que o Tribunal Constitucional Federal, como a mais alta autoridade legal
na Alemanha, venha novamente regular o direito à autodeterminação das pessoas, assegurada na
Constituição.
O médico Lukas Radbruch, que há muito tempo ouve as preocupações e angústias de Melanie S.,
disse que agora é importante muita sensibilidade por parte dos médicos. Ele também é presidente da
Sociedade Alemã de Medicina Paliativa, ou seja, a medicina para aliviar a dor quando a cura não é mais
possível.
Ele disse ter constatado que a questão do suicídio assistido é frequentemente um pedido de ajuda,
uma esperança "de uma saída de emergência". Radbruch aponta que quando pôde ofertar um sedativo
como alternativa, isso foi aceito de bom grado na maioria dos casos.
"Se a atual decisão do Tribunal Constitucional Federal for percebida como um novo estímulo aos
prestadores de serviço de suicídio assistido, isso significa um desenvolvimento perigoso para a nossa
sociedade", alerta.
Ele teme que muitas pessoas com doenças terminais reiterem ainda mais que não querem ser um
fardo para os outros. Para ele, não se deve criar de forma alguma uma situação de pressão para os
doentes. E as barreiras para alguém acabar com a própria vida não devem ser reduzidas sob nenhuma
circunstância.
O Tribunal Constitucional Federal reconheceu que os objetivos da lei de 2015 eram legítimos. O
argumento de então era: o Estado deve proteger a vida, e o suicídio assistido por meio de associações
não deve se tornar a regra na sociedade alemã. Além disso, ninguém deve se sentir pressionado a morrer

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para não ser um peso para seus parentes. Mesmo que tudo isso seja legítimo, não se pode tornar retirar
de uma pessoa a decisão final sobre a própria vida, determinaram os juízes na decisão desta quarta-feira.

Decisão não esperada


Desde meados dos anos 1990, o médico Uwe-Christian Arnold, de Berlim, esteve envolvido ativamente
na prestação de suicídio assistido. Ele arriscou perder sua licença médica porque violou o juramento
profissional de sempre promover a vida.
No entanto, Arnold venceu todos os processos contra ele e, de acordo com suas próprias declarações,
acompanhou mais de cem pessoas em toda a Alemanha, após intensas pesquisas e conversas sobre o
estado mental de "seus pacientes", na morte que desejavam.
Ele foi um dos queixosos contra o parágrafo 217. Arnold deveria fazer uma declaração de cinco minutos
perante o Tribunal Constitucional Federal em abril de 2019 e relatar sobre sua prática profissional.
O presidente do Tribunal Constitucional Federal, Andreas Vosskuhle, engajou-se pessoalmente pelo
testemunho de Arnold e estava particularmente interessado na situação de vida dos pacientes que
expressam desejos de suicídio e como eles são tratados. Mas isso nunca aconteceu. Arnold sofria de
câncer nos ossos e morreu antes do julgamento. No entanto, o seu advogado foi autorizado a ler uma
declaração.
Arnold não contava que o Tribunal Constitucional Federal revogasse o Parágrafo 217. Mas foi o que
aconteceu.

Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit241

Referendo de 2016 aprovou a saída dos britânicos do bloco, mas ela só acontece 3 anos depois.
“Brexit” é a junção das palavras em inglês “British” e “exit” e significa “saída britânica”. O termo é usado
para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que se concretiza nesta sexta-feira
(29/01).
O processo teve origem em grupos da direita da Inglaterra inicialmente minoritários e ganhou força ao
longo dos anos 2010. A discussão ganhou contornos mais sólidos em 2016, após a proposta ser aprovada
em referendo com 52% de votos favoráveis dos britânicos, contra 48% que rechaçaram a saída da UE.

O que é a UE e o que motivou o Brexit


A União Europeia é um grupo até então formado por 28 países, contando com o Reino Unido, com
livre comércio entre si. O bloco também permite o trânsito de seus cidadãos para trabalhar e morar em
qualquer parte do território dos membros.
A defesa do Brexit inclui argumentos que apontam que a saída do Reino Unido do bloco é positiva
porque irá:
- restringir a entrada de imigrantes no país;
- aumentar a soberania dos britânicos para decidir sobre assuntos de interesse interno, como saúde,
emprego e segurança;
- aumentar os recursos públicos disponíveis exclusivamente para os britânicos, com o fim dos valores
repassados à UE;
- melhorar as possibilidades de negociação em acordos bilaterais com outros países.

No entanto, para quem era a favor da permanência dos britânicos no bloco, o Brexit vai:
- dificultar para cidadãos do Reino Unido viver em outros países da União Europeia;
- prejudicar negócios hoje favorecidos com regulamentação e burocracia comuns entre os países;
- reduzir lucros devido à cobrança de tarifas de exportação para os países europeus, destino de grande
parte dos produtos britânicos exportados;
- não ter qualquer garantia de que o dinheiro hoje repassado à UE será aplicado em demandas
internas, como serviços de saúde e segurança.

Acordo de 'divórcio'
Aprovado pela maioria dos eleitores britânicos em 2016, teve início o processo de fechar um acordo
com os termos do divórcio. Para isso, foi preciso que tanto parlamentares que representam o bloco
europeu quanto os legisladores do Reino Unido discutissem como ficam temas como:
- o valor a ser pago pelos britânico à UE por quebrar contrato de parceria;
- os britânicos residentes em outros países da UE e europeus que moram no Reino Unido;
241
G1. Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/31/do-referendo-a-saida-
efetiva-entenda-as-etapas-que-concretizaram-o-brexit.ghtml. Acesso em 31 de janeiro de 2020.

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- a situação da República Irlanda, país independente e membro da UE, mas situado na mesma ilha
que a Irlanda do Norte, parte integrante do Reino Unido. A polêmica gira em torno de como não criar uma
barreira física entre as duas Irlandas. Os dois países viveram anos de conflito, e um acordo de 1999 que
pôs fim à violência acabou com a “fronteira dura”, física, permitindo que cidadãos dos dois países possam
circular livremente, sem passar por controle de migração.

Acordos rejeitados e cronogramas


Até o início de dezembro de 2019, o acordo fechado com os membros do Parlamento Europeu pela
ex-primeira-ministra Theresa May havia sido levado para análise dos parlamentares britânicos três vezes,
tendo sido rejeitado em todas as ocasiões.
O último acordo, fechado em outubro pelo premiê Boris Johnson com os europeus, não chegou a ser
votado. O Parlamento britânico impôs uma derrota a Johnson e aprovou uma emenda que, na prática,
adiava a votação do acordo. O primeiro-ministro acabou convocando novas eleições, na tentativa de
ampliar o total de conservadores no Parlamento e garantir a aprovação de um acordo.
As datas programadas para a saída definitiva do país do bloco, que não depende necessariamente de
o acordo ser aprovado, também passaram por vários adiamentos. A partida da UE foi agendada,
originalmente, para 29 de março de 2019. Em seguida, adiada para 31 de outubro de 2019. Após nova
alteração, a previsão no início de dezembro era que a saída ocorresse até 31 de janeiro de 2020.
Os políticos britânicos ficaram divididos: alguns queriam que o Reino Unido saísse o mais rápido
possível do bloco, outros preferiam que fosse convocado um novo referendo sobre a saída, enquanto um
terceiro grupo defendia cancelamento completo do Brexit.

Três primeiros-ministros em três anos


Desde 2016, quando o Brexit foi aprovado em referendo, dois primeiros-ministros renunciaram. O
conservador David Cameron deixou o cargo logo após a aprovação do referendo. Ele próprio havia
convocado a votação, mas não concordava com a ideia de que o Reino Unido deixasse o bloco europeu.
Depois, foi a vez de Theresa May, que assumiu o cargo após a saída de Cameron. Foi ela quem
negociou com os líderes da União Europeia um acordo para o divórcio. May, no entanto, colocou o acordo
para ser votado pelos parlamentares britânicos três vezes, e desistiu de ocupar o posto após a última
tentativa frustrada.
Ao assumir como primeiro ministro em julho de 2019, depois da saída de May, Boris Johnson prometeu
um novo acordo com a União Europeia e afirmou que a saída do Reino Unido do bloco ocorreria em 31
de outubro.
Ele chegou a firmar um novo acordo com a União Europeia, mas acabou negociando - a contragosto -
novo prazo para que o país deixasse o bloco — 31 de janeiro. Depois disso, convocou eleições gerais
para garantir uma maioria forte dos conservadores e conseguir, finalmente, que o acordo possa ser
aprovado.
Em 12 de dezembro, seu partido, o Conservador, obteve uma ampla maioria no Parlamento, com
o melhor resultado em uma eleição desde a década de 1980, o que permitiu a aprovação do projeto de
Johnson e o cumprimento de sua promessa de deixar a UE no fim de janeiro.
Agora, durante 11 meses, as duas partes ainda terão um período de transição, em que vários detalhes
do relacionamento entre elas serão negociados. Entre os mais importantes estão:
- Circulação de cidadãos europeus e britânicos entre Reino Unido e União Europeia (incluindo regras
de habilitação e passaportes de animais)
- Permissões de residência e trabalho para europeus no Reino Unido e britânicos na UE
- Comércio entre Reino Unido e União Europeia, tarifas de importação, livre circulação de mercadorias
- Questões de segurança, compartilhamento de dados e segurança
- Licenciamento e regulamentação de medicamentos
- Circulação de alimentos

Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião242

Governo iraniano vê aumentar as tensões domésticas e internacionais após admitir ter abatido
acidentalmente Boeing ucraniano. Embaixador britânico detido temporariamente nega participação em
protesto antigovernamental.
Crescem as tensões domésticas e internacionais contra Teerã após o governo iraniano admitir ter
derrubado acidentalmente um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo. Neste domingo
242
Deutsche Welle. Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião. DW. https://www.dw.com/pt-br/teer%C3%A3-enfrenta-protestos-ap%C3%B3s-
reconhecer-derrubada-de-avi%C3%A3o/a-51973402. Acesso em 13 de janeiro de 2020.

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366
(12/01), o embaixador do Reino Unido em Teerã, Robert Macaire, negou ter participado de um protesto
antigovernamental. O diplomata foi detido temporariamente no dia anterior, acusado de incitar
manifestações contra o governo.
"Posso confirmar que não participei de nenhuma manifestação. Fui a um evento anunciado como uma
vigília para as vítimas da tragédia do voo PS 752", disse Macaire em uma mensagem no Twitter, referindo-
se ao Boeing abatido por engano pelo Irã.
O diplomata ficou detido por mais de uma hora, informou o Ministério do Exterior britânico, que repudiou
o ocorrido. "A prisão do nosso embaixador em Teerã sem motivo nem explicações é uma flagrante
violação da legislação internacional", afirmou em nota o ministro britânico do Exterior, Dominic Raab.
O reconhecimento da derrubada da aeronave pela Guarda Revolucionária do Irã ocorreu dias após a
tragédia, levantando questões sobre o motivo pelo qual o governo rejeitara as acusações de que o avião
havia sido alvejado logo após a decolagem do Aeroporto Internacional Iman Khomenei, em Teerã.
Também levanta questões sobre o porquê de o Irã não ter fechado o aeroporto e o espaço aéreo na
quarta-feira, quando se preparava para retaliar os EUA com um ataque de mísseis a uma base iraquiana
que abriga tropas americanas.
O general Amir Ali Hajizadeh, chefe da força aeroespacial da Guarda Revolucionária, disse no sábado
que o avião da Ukrainian International Airlines foi confundido com um míssil de cruzeiro dos EUA em um
momento em que as defesas aéreas do país estavam em alerta máximo.
Assumindo total responsabilidade pelo "erro humano", ele ressaltou que havia notificado as Forças
Armadas na quarta-feira, imediatamente após tomar conhecimento de que o Boeing 737 havia sido
abatido, mas ponderou que os militares precisavam de tempo para conduzir uma investigação.
"O atraso na divulgação de informações não teve como objetivo ocultar o problema, mas é
procedimento de rotina que a equipe geral analise o caso primeiro, e todas as informações foram
coletadas na manhã de sexta-feira após as apurações. E então, ficou claro o que havia acontecido", disse
Hajizadeh a repórteres, de acordo com a agência de notícias estatal Fars, em uma tentativa de dissipar
as especulações de que as Forças Armadas iranianas tentaram deliberadamente ocultar sua
responsabilidade.
Ele acrescentou que as autoridades da aviação civil não são as culpadas por negar que o avião tenha
sido derrubado por defesas aéreas porque não foram informadas pelos militares.

Protestos contra o governo


A derrubada do Boeing enfraquece a narrativa do governo iraniano de que demonstrou força ao
ameaçar as forças americanas na região, em resposta ao ataque de drone dos EUA em Bagdá que matou
o general iraniano Qassim Soleimani.
Também tira o fôlego do sentimento nacionalista que o governo procurava capitalizar após a morte de
Soleimani, com centenas de milhares de pessoas participando de cortejos em homenagem ao general.
Em outra tragédia, dezenas de pessoas foram mortas em um tumulto durante o funeral do militar.
Após militares e governo reconhecerem a derrubada e pedirem desculpas no sábado, milhares de
iranianos foram às ruas na capital, Teerã, e em cidades como Shiraz, Esfahan, Hamedan e Orumiyeh,
exigindo que os responsáveis pelo acidente sejam responsabilizados.
Vídeos postados no Twitter e cuja autenticidade não foi comprovada mostram manifestantes
queimando imagens de Soleimani e exigindo que o líder supremo, aiatolá Ali Khameini, deixe o cargo,
enquanto em outros filmes, policiais dispersam manifestantes com gás lacrimogêneo.
Mehdi Karroubi, um líder do chamado Movimento Verde, de 2009 e 2010, e que agora vive em prisão
domiciliar, pediu a Khamenei que renuncie devido ao gerenciamento da crise da derrubada do avião
ucraniano.
Em um comunicado publicado na internet, o ex-presidente do Parlamento e ex-candidato à presidência
questionou a respeito do momento em que Khamenei foi informado do incidente e da causa do atraso na
notificação ao público sobre as reais razões da tragédia.

EUA alertam contra repressão


Em sua primeira declaração pública após o Irã ter admitido a derrubada do avião, o secretário de
Estado dos EUA, Mike Pompeo, postou um vídeo no Twitter mostrando manifestantes em Teerã.
"A voz do povo iraniano é clara. Eles estão fartos das mentiras do regime, da corrupção, da inaptidão
e da brutalidade da IRGC [Guarda Revolucionária] sob a cleptocracia de Khamenei. Estamos do lado do
povo iraniano que merece um futuro melhor", escreveu.
A amplitude dos protestos do sábado é difícil de ser mensurada, mas ocorreu menos de dois meses
depois que as autoridades iranianas esmagaram brutalmente grandes manifestações
antigovernamentais, matando centenas de pessoas.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, alertou contra "outro massacre de manifestantes pacíficos",
avisando no Twitter: "O mundo está assistindo".
O republicano também enviou mensagens em inglês e em persa ao "povo corajoso e sofredor" do Irã.
"Estou ao seu lado desde o início de minha presidência e meu governo continuará ao seu lado", enfatizou.
"Estamos acompanhando de perto seus protestos e somos inspirados por sua coragem".

Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana243

Após ataque dos EUA matar 2º homem mais poderoso do Irã, Trump e iranianos trocaram ameaças,
funeral atraiu multidão, acordo nuclear foi rompido e outros líderes mundiais buscaram diálogo.
Veja abaixo os dez fatos mais importantes da escalada de tensão entre os EUA e o Irã entre a quinta-
feira (02/01) e o domingo (05/01):

1 - EUA matam general Soleimani


Qassem Soleimani, segundo homem mais poderoso do Irã, morreu em um ataque dos Estados
Unidos na quinta-feira (02/01). O ataque com drone em Bagdá, no Iraque, também matou Abu Mahdi al-
Mohandis, líder de uma milícia iraquiana pró-Irã .
Soleimani era chefe da unidade de elite do Exército Revolucionário do Irã. O ataque foi ordenado por
Donald Trump, presidente dos EUA, e considerado gravíssimo por Teerã. O ato aconteceu em meio a
diversos atos hostis de ambas as partes nos últimos dias.

2 - Irã promete vingança


O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, e o presidente Hassan Rouhani prometeram
vingança imediatamente após a morte do general.
"Se Deus quiser, sua obra e seu caminho não vão parar aqui e uma vingança implacável espera os
criminosos que encheram as mãos com seu sangue e a de outros mártires", afirmou o aiatolá Khamenei.

3 - Trump diz que objetivo foi 'parar uma guerra'


Na sexta (03/01), Donald Trump disse que o ataque foi necessário para "conter o terror" e que não
quer começar uma nova guerra no Oriente Médio. Soleimani articulou um eixo de alianças do Irã no
Oriente Médio, como na Síria e no Iraque. Para os EUA, ele promovia o terrorismo e planejava novos
ataques.
"Atuamos ontem à noite para parar uma guerra, não tomamos medidas para iniciar uma guerra",
afirmou Trump no primeiro pronunciamento público sobre a morte de Soleimani.

4 - Petróleo sobe
O preço do petróleo atingiu na sexta o maior nível desde abril de 2019. O óleo do tipo Brent subiu
3,6%, para US$ 68,60 o barril. O Iraque, centro da tensão, é o segundo maior produtor da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

5 - Funeral atrai multidão


Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas para o funeral de Soleimani, que começou no sábado
(04/01) e passa por seis cidades do Iraque e do Irã durante quatro dias. No sábado e no domingo, o
funeral teve comoção e gritos contra os EUA.

6 - Foguetes no Iraque
No sábado, ataques com foguetes atingiram uma base militar que abriga americanos no Iraque e a
Zona Verde de Bagdá, onde ficam as embaixadas, perto da representação dos EUA. No domingo, mais
foguetes atingiram a Zona Verde. Ninguém morreu.
Estes ataques têm efeito simbólico, mas são menores do que a reação que analistas acreditam ser
possível após morte de um dos maiores líderes do Irã.

7 - Trump ameaça com 'novos e lindos armamentos'


Trump subiu o tom na noite de sábado (04/01) e disse em uma rede social que tem na mira 52 alvos
no Irã e que não hesitará em atacá-los caso os iranianos atinjam algum americano.
Ele disse que os EUA têm os "maiores e melhores" equipamentos militares do mundo, "novos e lindos
armamentos", fruto de investimento de US$ 2 trilhões, e que, se necessário, atingirá o Irã "com mais força
243
G1. Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/06/veja-os-10-fatos-que-
marcaram-a-tensao-entre-eua-e-ira-no-fim-de-semana.ghtml. Acesso em 06 de janeiro de 2020.

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do que nunca". No domingo (05/01), ele voltou a fazer ameaças em uma rede social de um "ataque
desproporcional".

8 - Irã duvida de Trump e rompe compromisso nuclear


Por seu lado, o Irã disse duvidar de que Trump tenha coragem de cumprir suas ameaças e que, se
houver um conflito, irá atacar bases militares americanas. O governo do Irã também anunciou que não
cumprirá o acordo nuclear de restrição de enriquecimento de urânio.

9 - Parlamento do Iraque pede retirada das tropas


No domingo, o parlamento do Iraque aprovou resolução que pede a retirada de tropas estrangeiras no
país. Os americanos estão lá a pedido do próprio governo iraquiano para ajudar no combate ao Estado
Islâmico. Não há definição se o governo de Bagdá ordenará a saída de militares estrangeiros.
O Iraque também convocou o embaixador dos EUA e pediu à ONU que condene o ataque americano,
por considerar uma "violação da soberania do Iraque e de normas internacionais".
Trump reagiu e afirmou que os EUA só deixarão o Iraque se receberem pela base militar
bilionária construída no país.

10 - Líderes mundiais tentam evitar escalada


Líderes em diversos países pedem diálogo para evitar a escalada de ataques. Na missa do domingo,
o Papa rogou pelo afastamento da "sombra da hostilidade". A União Europeia convidou o ministro das
Relações Exteriores do Irã para conversar em Bruxelas.

'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara244

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou a aprovação do impeachment na


Câmara nesta quarta-feira (18/12). "O país está indo melhor do que nunca. Não fizemos nada de errado.
Temos um tremendo apoio no Partido Republicano como nunca tivemos antes", disse.
"Nem parece que estamos sofrendo impeachment", disse, em discurso de campanha no estado do
Michigan.
No discurso, segundo a Associated Press, Trump acusou os democratas — a quem chamou de
"esquerda radical no Congresso" — de "serem consumidos com inveja, ódio e fúria".
"Os democratas que não fazem nada declararam profundo ódio e desdém contra o povo americano.
Esse impeachment partidário e fora da lei é uma marcha do suicídio político do Partido Democrata", disse.
Trump ainda celebrou que todos os republicanos votaram contra o impeachment, sinalizando uma
união do partido.
"Cada republicano votou por nós. Nós não perdemos nenhum voto republicano", disse.
Nesta noite, a maioria dos deputados norte-americanos aprovou o impeachment — que leva o
processo ao Senado sem tirar o presidente do cargo. As duas acusações contra Trump são as seguintes:
- Abuso de poder ao pedir investigação contra a família de Joe Biden, o que os deputados
consideraram "interferência de um governo estrangeiro" em favor da reeleição de Trump em 2020;
- Obstrução ao Congresso por ignorar intimações e se recusar em entregar documentos aos
investigadores durante o inquérito.

Mais cedo, Trump disse que sequer assistiria à votação do impeachment na Câmara. Candidato à
reeleição nas eleições de 2020, Trump viajou a Battle Creek, no Michigan, para um comício com
apoiadores.

Casa Branca protesta


Em comunicado, a Casa Branca chamou o impeachment de "um dos episódios políticos mais
vergonhosos da história de nossa nação". "Sem receber nem mesmo um voto dos republicanos, e sem
prover nenhuma prova de irregularidade, os democratas forçaram os artigos de impeachment contra o
presidente por meio da câmara", diz o texto.
"Os democratas escolheram continuar com essa base partidária apesar do fato de que o presidente
não fez absolutamente nada de errado. Na verdade, semanas de audiências provaram que ele não fez
nada de errado."
Pelas redes sociais, a Casa Branca também defendeu Trump e disse que a decisão "não tem nenhum
apoio em provas e falha em descrever qualquer ofensa passível de impeachment".
244
G1. 'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/18/nem-
parece-que-estamos-sofrendo-impeachment-diz-trump-apos-camara-aprovar-acusacoes.ghtml. Acesso em 19 de dezembro de 2019.

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"O presidente está confiante de que o Senado vá restaurar a ordem, a justiça e o devido processo
legal; e vai continuar a trabalhar incansavelmente para responder às necessidades e prioridades do povo
americano, como tem feito desde que assumiu o cargo."

Brasil perde uma posição em ranking do IDH245

Relatório apontou que país tem 2ª maior concentração de renda do mundo, com 1/3 de todas as
riquezas nas mãos do 1% mais rico.
O Brasil ficou na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta segunda-feira (09/12).
Medido anualmente, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o país – e tem como base
indicadores de saúde, educação e renda. Neste ano, o Brasil alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena
melhora de 0,001 em relação ao ano passado.
Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desenvolvimento humano. A escala
classifica os países analisados com IDH muito alto, alto, médio e baixo.
Apesar do leve aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial em relação à publicação
anterior, passando da 78ª para 79ª.
O Pnud revisa os índices a cada nova edição do relatório. No relatório atual, a posição do Brasil no
ranking anterior foi alterada (de 79ª para 78ª).
Os dados do relatório publicado agora são de 2018. Dados deste ano serão divulgados na edição 2020
do levantamento.
Entre os países da América do Sul, Brasil e a Colômbia apareceram empatados na quarta posição. O
primeiro lugar ficou com Chile (42º, na colocação geral), seguido de Argentina (48º) e Uruguai (57º),
respectivamente.
Segundo o relatório, a taxa anual de crescimento do IDH brasileiro nos últimos 18 anos foi de 0,78%.
No mesmo período, a expectativa de vida foi de 66 para 75 anos.

Ranking de desenvolvimento humano

Desigualdade
O Pnud também avaliou, em 150 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a perda
do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH.
Nesta avaliação, o Brasil ficou com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. Na América do Sul, o país
foi o segundo que mais perdeu no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas
do Paraguai (que foi da posição 98, com 0,724, para a posição 112, com 0,545).
No relatório, a ONU defendeu que a desigualdade de renda precisa ser combatida, mas disse também
que é preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas
próximas gerações.
O levantamento apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população
de um país, são três: participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais
ricos e participação na renda dos 1% mais ricos.

245
G1. Brasil perde uma posição em ranking do IDH. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil-perde-uma-posicao-em-ranking-do-idh.ghtml.
Acesso em 09 de dezembro de 2019.

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370
Com esse dado, o relatório apontou que quase um terço de todas as riquezas do Brasil estão
concentradas nas mãos dos 1% mais ricos. É a segunda maior concentração de renda do mundo, ficando
atrás apenas do Catar.

Gênero
Para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher, o Pnud apresenta o Índice de
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação por sexo em 166
países. O IDH para mulheres mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e
educação que os homens, mas ficam abaixo quando o assunto é renda bruta.
No Brasil, as mulheres têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 frente a 15 dos homens) e
maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 nos homens), entretanto, a renda nacional bruta per
capita da mulher é 41,5% menor que a do homem. Em dólares, este valor equivale a US$ 10.432 contra
US$ 17.827 para os homens.
O índice é medido desde 2014 e mede as desigualdades de gênero em três dimensões básicas do
desenvolvimento humano: saúde, educação e renda com separação de sexo. No caso brasileiro, o IDH
dos homens foi de 0,761 e o das mulheres de 0,757.

Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre
aço e alumínio246

Sobretaxa sobre produtos foi adotada no ano passado em meio à guerra comercial com a China, mas
Brasil e Argentina tiveram 'alívio' da cobrança em agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (02/12), em uma rede
social, Brasil e Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as
tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para
nossos agricultores", escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as
tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".
"O Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são
muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna
muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa", disse ele.
Do início do ano até a última sexta-feira (29/11), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as
exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que
excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em
março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e
Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisavam pagar 25% a
mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.
O dólar fechou a R$ 4,2397 na sexta-feira, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no
mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.

Histórico
A sobretaxa do aço foi um dos primeiros capítulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir
sobretudo a China, o governo americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.
Em março do ano passado, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importações de aço e de
10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de
retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.
Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio, na ocasião,
como medida de 'injustificada e ilegal' e com potencial de provocar "dano significativo" para as
siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos
Estados Unidos.

246
G1. Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre aço e alumínio.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/trump-acusa-brasil-e-argentina-de-desvalorizarem-moedas-e-diz-que-vai-devolver-tarifas-sobre-aco-e-
aluminio.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.

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371
Entenda a onda de protestos no Chile247

Quase 10 mil integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos.
A capital chilena viveu o terceiro dia de distúrbios no domingo (20/10) com confrontos violentos entre
manifestantes e forças de policiais. Os protestos pela suspensão do aumento nas passagens de metrô
seguiram mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar no sábado (19/10) sua revogação.
Na noite de sábado (19/10), manifestantes atacaram vidraças de prédios, destruíram semáforos,
queimaram ônibus e invadiram e incendiaram um supermercado. O balanço oficial divulgado nesta
segunda-feira (21/10) aponta 11 mortes nos protestos.
Entenda em cinco pontos os distúrbios no Chile:

01. Aumento da tarifa do metrô


O preço da passagem do metrô de Santiago nos horários de pico subiu para 830 pesos – equivalente
a R$ 4,80 –, aumento de 3,75%. Não havia aumento nessa proporção desde 2010. O reajuste não afetou
o valor das passagens para estudantes e idosos, mas se soma ao aumento geral de 20 pesos nas tarifas
decretadas em janeiro passado.
Foi proposta uma política de preços variáveis para o transporte – a ideia era cobrar mais durante o
horário de pico, o que não foi bem recebido.
Em setembro, se anunciou que as contas de luz iriam subir em até 10%. A justificativa pela alta é que
houve uma alta do dólar em relação à moeda chilena.
Resultado: manifestantes foram em massa para as estações de metrô e forçaram a entrada sem pagar,
vandalizaram as estações e enfrentaram a polícia. A situação forçou o metrô de Santiago, que transporta
diariamente quase 3 milhões de pessoas, a fechar todas as estações na sexta-feira (18/10), o que levou
ao colapso do sistema de transporte da cidade.

02. Escalada da violência


Os protestos, que começaram há cerca de 15 dias, tornaram-se violentos a partir de sexta. Houve
confrontos entre manifestantes e policiais. Houve registro de incêndios que deixaram mortos em um
supermercado e uma fábrica. O balanço oficial indica que 11 pessoas morreram e 1.462 foram detidas no
país.
Manifestantes provocaram danos em 78 estações e trens. A empresa estatal que administra o serviço
do metrô avalia que o prejuízo deve chegar a mais de 300 milhões de dólares.

03. Estado de emergência e toque de recolher


O aumento da violência nos protestos fez o governo enviar tropas do Exército às ruas de partes de
Santiago. Foi a primeira vez que isso ocorreu desde 1990, quando o Chile voltou à democracia após a
ditadura de Augusto Pinochet.
Mais 9.500 integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos para
controlar pontos estratégicos como centrais de abastecimento e estações de metrô, que são alguns dos
alvos mais visados pelos manifestantes.
O governo do país andino decretou estado de emergência por 15 dias na capital e na região
metropolitana.
O general Javier Iturriaga decretou toque de recolher duas noites consecutivas, no sábado e no
domingo. A medida atingiu a região metropolitana de Santiago, Valparaíso (centro), Coquimbo, Biobío e
Antofagasta, entre outras regiões.

04. Suspensão na alta da tarifa


Os protestos contra o aumento nas passagens de metrô seguiram mesmo após o presidente Sebastián
Piñera anunciar no sábado (19/10) a suspensão do aumento de 30 pesos (R$ 0,20), que foi o estopim
dos protestos.
"Escutei com humildade a voz de meus compatriotas e não terei medo de seguir escutando esta voz.
Vamos suspender o aumento nas passagens do metrô", disse o presidente em uma transmissão.
No entanto, a medida não acalmou os manifestantes, que continuaram nas ruas com gritos de "basta
de abusos" e com o lema "Chile acordou".
As manifestações não têm um líder definido nem uma lista precisa de demandas. Até o momento
aparece como uma crítica generalizada a um sistema econômico neoliberal que, por trás do êxito aparente
dos índices macroeconômicos, esconde um profundo descontentamento social.
247
G1. Entenda a onda de protestos no Chile. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/20/entenda-a-onda-de-protestos-no-chile.ghtml. Acesso em 21
de outubro de 2019.

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372
No Chile, o acesso à saúde e à educação é praticamente privado, a desigualdade social é elevada, os
valores das pensões estão reduzidos e os preços dos serviços básicos estão em alta, de acordo com a
France Presse.

05. Voos suspensos


No aeroporto da capital chilena, centenas de pessoas ficaram retidas - muitas dormiram no chão - com
o cancelamento ou adiamento de voos.
Os voos operados pelas maiores companhias aéreas do Chile, a Latam e a Sky Airline, foram
suspensos por causa do toque de recolher.
A Latam Chile disse em uma rede social que, devido à situação da ordem pública, seus voos para
dentro e fora de Santiago estavam sendo afetados.

Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria248

Decisão de Donald Trump de retirar militares dos EUA se tornou um sinal verde para uma ofensiva da
Turquia contra militantes curdos no nordeste da Síria. Oposição alerta que a medida pode fortalecer o
Estado Islâmico.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar tropas norte-americanas do
nordeste da Síria abriu caminho para uma ofensiva da Turquia contra forças curdas na região. Poucas
horas depois do anúncio da medida, na segunda-feira (07/10), a televisão síria registrou imagens de
explosões atribuídas a militares turcos.
Após Trump anunciar a decisão, políticos dos Estados Unidos – inclusive aliados do presidente, como
o senador republicano Lindsey Graham – alertaram para as consequências da retirada dos militares norte-
americanos, como:
- Aumento da violência contra a população curda no norte da Síria;
- Sem apoio dos EUA, curdos poderiam buscar ajuda em rivais dos norte-americanos como o regime
de Bashar al-Assad, Rússia ou Irã;
- Possível retorno da ocupação territorial do Estado Islâmico.
"A consequência mais provável dessa decisão impulsiva é o domínio do Irã sobre a Síria", declarou
Graham no Twitter.
Todas essas consequências levantadas têm a ver com o papel da população curda no Oriente Médio.

Onde vivem os curdos?


Estima-se que cerca de 30 milhões de curdos vivam entre Turquia, Síria, Iraque, Irã e em uma pequena
parte da Armênia. Mesmo tão populosa, a área conhecida historicamente como Curdistão não é
propriamente um país: não há uma unidade territorial ou um governo único autônomo, explica Tanguy
Baghdadi, mestre em relações internacionais pela PUC-RJ e professor da Universidade Veiga de
Almeida.
"É o maior povo sem um Estado no mundo. Não há nenhuma outra população tão grande assim sem
um Estado."
Os governos do Oriente Médio temem que a criação de um território autônomo para os curdos em um
país influencie movimentos separatistas em outro. "Se você cria um Curdistão na Síria, abre espaço para
um Curdistão na Turquia", exemplifica Baghdadi.

248
Lucas Vidigal. Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/08/entenda-quem-sao-os-curdos-e-por-que-eles-estao-na-mira-de-uma-ofensiva-turca-na-siria.ghtml. Acesso em 18 de
outubro de 2019.

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373
Esse é um dos motivos pelos quais a Turquia pretende criar uma "zona livre" na fronteira com a Síria –
é lá onde se concentram as forças curdas. O governo de Recep Tayyip Erdogan alega que a milícia curda
YPG, que atua no nordeste sírio, atua de forma terrorista e está por trás de ataques em território turco
ligados ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A Turquia já fez ofensivas no norte da Síria, especialmente na região noroeste – área onde o regime
de Bashar al-Assad não encontrava resistência de tropas opositoras lideradas pelos curdos. Em
2018, militares turcos bombardearam posições do YPG na cidade de Afrin e tomaram controle da porção
oeste da fronteira.
Para o professor Baghdadi, a Turquia aguardava um sinal verde para uma ofensiva na parte leste da
fronteira com a Síria.
"Se os turcos atacassem, os EUA seriam atingidos. Agora não mais: com a retirada norte-americana,
a Turquia sabe que pode agir", afirma.

Como os curdos ganharam poder na Síria?


Muito antes da Guerra da Síria, os Estados Unidos apoiavam as ações curdas no Iraque na década de
1990 contra o regime de Saddam Hussein no Iraque. No caso sírio, o apoio norte-americano se deve ao
papel das forças curdas em duas frentes:
- Em conjunto com as Forças Democráticas da Síria, que se opõem ao regime de Bashar al-Assad,
inimigo dos EUA
- Na luta contra o Estado Islâmico, que criou um "califado" ocupando boa parte do leste sírio

Nessa segunda frente, o professor Baghdadi destaca que as forças curdas exerceram protagonismo
nas batalhas contra militantes extremistas do Estado Islâmico. Inclusive, tiveram papel central
na retomada de Raqqa, cidade síria libertada da facção terrorista em 2017.
"Se tem alguém que lutou 'olho no olho' contra o Estado Islâmico, esses foram os curdos", aponta.
Como o Estado Islâmico não teve nenhum governo no Oriente Médio dando respaldo oficial, os países
da região fizeram vista grossa para que os curdos combatessem os terroristas. Isso abriu caminho para
que os EUA financiassem os militantes do Curdistão sírio.

Por que Trump deixou os curdos de lado?


Por duas razões, segundo Baghdadi:
- Desejo em se reaproximar da Turquia, país integrante da Otan e que tem o segundo maior exército
da aliança;
- Intenção de retirar os EUA de conflitos antigos, cumprindo promessa de campanha tendo em vista
as eleições de 2020.

O afastamento entre Turquia e EUA se intensificou justamente com o apoio norte-americano aos
curdos, ainda que sob justificativa de combate ao Estado Islâmico. Isso ocorreu durante o governo
de Barack Obama, e, com a eleição de Trump, o novo presidente prometeu retirar o país de guerras "sem
sentido".
A Casa Branca considera que o Estado Islâmico foi completamente derrotado na Síria e perdeu
praticamente todo o poderio territorial que detinha em 2014 – uma das justificativas adotadas por Trump
para retirar os militares norte-americanos da região.

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374
"Os curdos lutaram conosco, mas gastamos enorme quantia de dinheiro e equipamento para isso. Eles
lutam contra a Turquia há décadas. Eu segurei essa luta por quase três anos, mas é hora de deixar essas
guerras ridículas sem fim, muitas delas tribais, e trazer nossos soldados de volta para casa", escreveu
Trump.
Dessa forma, o presidente dos EUA pode reconquistar o apoio da Turquia em um momento em que
Erdogan se aproximou da Rússia – país que é justamente o principal rival militar da Otan na Europa.
Mesmo assim, Trump alertou que "destruirá a economia da Turquia" caso Erdogan "ultrapasse os
limites" nas ofensivas na Síria. Porém, o norte-americano não detalhou quais seriam esses limites.

Como o Estado Islâmico pode voltar?


O risco apontado por críticos à decisão de Trump não é pequeno, explica Baghdadi. "O Estado Islâmico
perdeu domínio territorial, mas isso não quer dizer que o grupo tenha acabado", alerta. Segundo o
professor, a situação remete ao vazio no poder do nordeste da Síria no início da década.
"O Estado Islâmico surgiu em um momento de vácuo e de transição como esse", aponta.
Com os curdos enfraquecidos, sem apoio, e sob ataque turco, os remanescentes do Estado Islâmico
poderiam se aproveitar da situação e voltar a conquistar áreas no nordeste da Síria. "Eles [o Estado
Islâmico] devem ver esse cenário com muitos bons olhos", adverte Baghdadi.
Após anunciar a retirada dos militares, Trump justificou que os países da região deverão dar conta da
luta contra o grupo extremista. "Agora, Turquia, Europa, Síria, Irã, Iraque, Rússia e os curdos precisam
perceber a situação e decidir o que querem fazer com os militantes do Estado Islâmico nas suas
'vizinhanças'. Todos os odeiam o EI e têm sido inimigos por anos", escreveu.
"Estamos a mais de 11 mil quilômetros de distância e vamos destruir o Estado Islâmico de novo se
eles chegarem perto de nós!", disse Trump.

Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas249

Na terça-feira, 51 pessoas foram detidas e mais de 70 policiais ficaram feridos em várias cidades;
governo e a oposição da Espanha vão discutir medidas.
A Catalunha tem nesta quarta-feira (16/10) o terceiro dia de protestos contra sentença que condenou
de 9 a 13 anos de prisão os líderes do movimento fracassado de independência catalã de 2017. O governo
afirmou que 51 pessoas foram detidas nesta madrugada em várias cidades.
De acordo com o ministério do Interior, 29 pessoas foram detidas na província de Barcelona, 14 em
Tarragona e oito em Lleida.
Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram
fraturas, de acordo com o Ministério do Interior.
Na noite de terça-feira (16/10), um violento confronto entre manifestantes e policiais ocorrido no centro
de Barcelona. Cerca de 40 mil pessoas participaram de uma manifestação na cidade. À noite, policiais
tentaram dispersar a multidão e houve confronto.
Também foram registrados confrontos nas cidades de Tarragona, Lleida e Girona, onde foram
organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol. Nesta
manhã, grupos pró-independência caminhavam em uma estrada perto de Girona. Não havia registro de
confrontos violentos.

Governo espanhol e oposição se encontram para discutir tema


O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciou nesta quarta-feira (16/10) reuniões de
emergência com a oposição sobre as cenas de guerrilha urbana registradas na véspera em Barcelona e
que marcaram uma radicalização dos protestos na Catalunha após a condenação dos líderes pró-
independência.
O líder do Partido Popular conservador, Pablo Casado, pediu ao governo espanhol que tome uma série
de medidas excepcionais diante de uma "escalada de violência inadmissível" na Catalunha.
Entre essas medidas, Casado, chefe do principal partido opositor, pediu que seja "aplicada a Lei de
Segurança Nacional" para que o Estado assuma os poderes em termos de segurança na Catalunha e
garanta que o presidente pró-independência regional Quim Torra "não esteja em nenhum momento na
cadeia de comando".

249
G1. Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/16/catalunha-tem-3o-dia-de-
protestos-contra-pena-de-prisao-para-independentistas.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.

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375
Pena de prisão e início dos protestos
Na segunda (14/10), a Suprema Corte da Espanha condenou nove líderes da tentativa frustrada de
independência da Catalunha a penas de prisão que vão de 9 a 13 anos por sedição (uma forma mais
branda de rebelião contra autoridade). Outros três réus foram absolvidos da acusação de malversação
de dinheiro público e não foram condenados à prisão.
Lideranças do movimento pró-independência da Catalunha convocaram manifestantes e foram
prontamente atendidos. Confrontos com policiais deixaram 131 feridos. A maior parte deles, 115, estavam
no aeroporto El Prat, onde um manifestante perdeu o olho e um outro, parte dos testículos.

Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita250

Na abertura do mercado, cotação do barril saltou quase 20% em Londres, a maior alta durante uma
sessão desde a guerra do Golfo em 1991.
O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16/09) em Londres após os ataques do fim semana
contra instalações da petroleira Aramco, na Arábia Saudita, que cortaram pela metade a produção do
maior exportador mundial.
Às 9h30 GMT (6h30 de Brasília), o barril de Brent, referência na Europa, registrava alta de 9,52% na
comparação com sexta-feira, sendo negociado a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de
Londres. Nos Estados Unidos, o barril WTI subia 8,71%, negociado a US$ 59,63.
Na abertura do mercado, a cotação do barril disparou 19,5% em Londres, para US$ 71,95, a maior alta
intradia desde 14 de janeiro de 1991, durante a guerra do Golfo, segundo a agência Reuters. Nos EUA,
o barril chegou a subir 15,5%, para US$ 63,3, maior alta durante uma sessão desde 22 de junho de 1998.
Os preços caíram das máximas nesta segunda depois que o presidente norte-americano Donald
Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do
suprimento.
Os Estados Unidos acusaram o Irã pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram
do Iêmen. O Irã rebateu as acusações e acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar
o país.
Os ataques de drones no sábado provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do
mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais, provocando a redução da
produção da petroleira em cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do
suprimento global de petróleo.
"O ataque anulou quase metade da produção saudita, ou seja, 5% da produção mundial, o que
evidencia a vulnerabilidade destas infraestruturas aos ataques com drones", destacou Craig Erlam, da
corretora Oanda.
"Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada -- um volume que é maior que o crescimento
da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018 -- é altamente preocupante",
escreveram analistas do UBS em nota.
As autoridades sauditas anunciaram que os ataques não provocaram vítimas, mas ainda não
informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações.
Analistas acreditam que seriam necessárias várias semanas ou meses para o país voltar à normalidade.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está avaliando o impacto no mercado de
petróleo do ataque a instalações da Arábia Saudita, e considera muito cedo para os membros da entidade
tomarem medidas para aumentar a produção ou convocarem uma reunião.
Os preços do petróleo estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das
reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a
demanda. Na sexta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 60,22. Já os futuros do
petróleo dos EUA fecharam a US$ 54,85.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção
para tentar manter a faixa de preço. Mas os ataques demonstram a vulnerabilidade do país com maior
capacidade de produção mundial, apontou o analista Amarpreet Singh, do Barclays, e inclui um elemento
de risco geopolítico aos preços.
A redução da produção afeta também a confiança dos investidores na Aramco, que prepara sua
entrada na bolsa. O governo saudita quer lançar no mercado de ações cerca de 5% de sua petroleira
estatal em 2020 ou 2021.
Grandes importadores de petróleo saudita, como Índia, China e Indonésia, devem ser os mais
vulneráveis à interrupção na oferta, segundo a Reuters.
250
G1. Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/16/precos-do-petroleo-disparam-
apos-ataques-a-instalacoes-na-arabia-saudita.ghtml. Acesso em 16 de setembro de 2019.

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376
China pede moderação
A China fez um apelo nesta segunda-feira a Irã e Estados Unidos para que demonstrem "moderação"
após as acusações de Washington a Teerã pelos ataques contra instalações do grupo estatal saudita
Aramco, segundo a France Presse.
Os bombardeios foram reivindicados por rebeldes houthis do Iêmen, que enfrentam há cinco anos uma
coalizão militar liderada pela Arábia Saudita e contam com o apoio do Irã.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou no domingo (15/09) retaliar o ataque.
Trump também autorizou o uso do estoque emergencial de petróleo dos EUA para garantir um suprimento
estável após o ataque.
"Na ausência de uma investigação incontestável que permita tirar conclusões, talvez não seja sensato
imaginar quem deve ser responsabilizado por este ataque", afirmou Hua Chunying, porta-voz do ministério
das Relações Exteriores da China.
"Pedimos às partes envolvidas que se abstenham de adotar medidas que levariam a uma escalada
das tensões na região".
"Esperamos que as duas partes possam demonstrar moderação e, juntas, preservem a paz e a
estabilidade no Oriente Médio", completou Hua, cujo país é membro permanente do Conselho de
Segurança da ONU.

Tensão entre EUA e Irã


A tensão entre Estados Unidos e Irã aumentou desde que Washington abandonou de maneira
unilateral em 2018 o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015.
O governo americano restabeleceu sanções econômicas contra Teerã. Trump autorizou o uso das
reservas estratégicas americanas de petróleo, se necessário, para compensar a queda de produção na
Arábia Saudita.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou no sábado que não há provas de que o
ataque tenha procedido do Iêmen, apontando diretamente para o Irã, e acrescentou que Washington
"trabalhará" com seus parceiros para garantir o abastecimento.
O porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Mussavi, respondeu no domingo
que as acusações são "insensatas" e "incompreensíveis" e que só buscam justificar "futuras ações" contra
o Irã.
O príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, cujo país é o grande rival regional do Irã, assegurou
que Riad está "disposto e capacitado" responder a esta "agressão terrorista".

Para Angela Merkel, incêndios na Amazônia devem ser debatidos no G7251

Grupo com 7 das principais economias do mundo se reúne neste fim de semana. Boris Johnson, do
Reino Unido, Emmanuel Macron, da França, e Justin Trudeau, do Canadá, também querem que cúpula
discuta queimadas.
Os incêndios na Amazônia são uma situação urgente que deve ser debatida no encontro de cúpula do
G7, afirmou nesta sexta-feira (23/08) um porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.

251
G1. Para Angela Merkel, incêndios na Amazônia devem ser debatidos no G7. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/08/23/para-angela-merkel-
incendios-na-amazonia-devem-ser-debatidos-no-g7.ghtml. Acesso em 23 de agosto de 2019.

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377
A chanceler é a terceira líder do G7 que sinaliza que o grupo, que se reunirá neste fim de semana em
Biarritz, sudoeste francês, pretende discutir o fogo na floresta amazônica. Emmanuel Macron, da França,
e Justin Trudeau, do Canadá, já se pronunciaram na mesma linha de Merkel. Estados Unidos, Reino
Unido, Itália e Japão também compõem o grupo.
“A magnitude dos incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros países afetados, mas
também o mundo inteiro”, disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
As queimadas na Amazônia aumentaram 82% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo
período do ano passado, e se intensificaram nas últimas semanas. Na noite de quinta-feira (22/08), o
presidente Jair Bolsonaro fez reunião de emergência com ministros para discutir que medidas devem ser
tomadas.

Reino Unido manifesta preocupação


O Reino Unido também está preocupado com os incêndios na floresta amazônica. De acordo com o
gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson, ele vai dizer no encontro de cúpula do G7 que é preciso
renovar o foco na proteção da natureza.
"O primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de incêndios na floresta
amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse habitat", disse um porta-voz.

Macron, da França, diz que tema é urgente


O presidente da França, Emmanuel Macron, também afirmou em uma rede social na quinta-feira
(22/08) que é preciso discutir o tema na reunião.
"Nossa casa queima. Literalmente. A Amazônia, o pulmão de nosso planeta, que produz 20% de nosso
oxigênio, arde em chamas. É uma crise internacional. Membros do G7, vamos nos encontrar daqui a dois
dias para falar dessa urgência!", escreveu o francês.
Apesar da afirmação de Macron e de a Amazônia ser fundamental para o equilíbrio do planeta, a
floresta não pode ser considerada o pulmão do mundo, pois consome a maior parte do oxigênio que
produz, segundo estudos científicos. A maior parte do oxigênio da atmosfera é produzido pela flora
marítima.

Canadense também quer falar sobre Amazônia


O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, respondeu ao francês na mesma rede social.
"Eu não poderia concordar mais, Emmanuel Macron. Nós trabalhamos muito para proteger o ambiente
no G7 no ano passado em Charlevoix, e precisamos que isso continue neste fim de semana. Precisamos
agir pela Amazônia e agir pelo nosso planeta — nossos filhos e netos contam conosco."

Os países que participam do G7 são:


- Alemanha
- Canadá
- Estados Unidos
- França
- Itália
- Japão
- Reino Unido

Acordo entre o Mercosul e a União Europeia


O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, afirmou que o país vai buscar bloquear o acordo
comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE), a não ser que o Brasil proteja a floresta amazônica,
de acordo com jornais irlandeses.
O voto para ratificar o tratado comercial está agendado para dois anos, e nesse tempo o Brasil será
monitorado, segundo o irlandês.
Varadkar também comentou as afirmações, sem evidência, de Jair Bolsonaro de que ONGs podem
estar por trás de queimadas na Amazônia para 'chamar atenção' contra o governo.
O irlandês classificou essa alegação como "orwelliana", em uma referência ao romancista George
Orwell, que escreveu livros de temáticas distópicas.

Ativista também se manifesta


A ativista adolescente Greta Thunberg, da Suécia, também se pronunciou sobre o tema. "Até aqui no
meio do Oceano Atlântico eu escuto sobre o recorde de incêndios devastadores na Amazônia. Meus
pensamentos estão com os afetados. Nossa guerra contra a natureza precisa terminar", ela escreveu.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


378
Ela está no meio de uma viagem de veleiro entre o Reino Unido e Nova York, onde vai participar de
uma reunião da ONU.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quinta (22/08) estar profundamente
preocupado com os incêndios na floresta amazônica.

Resposta de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro respondeu ao francês Macron pelas redes sociais na quinta (22/08). Ele
disse lamentar que o presidente da França "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para
"ganhos políticos pessoais" e criticou o "tom sensacionalista" sobre a Amazônia.
Ele também disse que o francês se refere à Amazônia "apelando até para fotos falsas". A imagem que
Macron usou junto com seu texto na rede social é antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo americano Loren
McIntyre, que morreu em 2003.

Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina252

Representantes do bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai fazem reunião
de dois dias na cidade de Santa Fé, na Argentina.
O Brasil assume a presidência temporária do Mercosul durante o encontro entre representantes dos
países-membros do bloco na cidade argentina de Santa Fé, nesta quarta (16/07) e quinta (17/07). Jair
Bolsonaro e os outros líderes devem chegar no segundo dia.
O plano do Brasil é manter as prioridades que a Argentina, a atual líder do bloco, determinou. Cada
país fica à frente do Mercosul por seis meses.
A ideia é seguir com abertura de mercados (com assinatura de acordos comerciais) e revisar tarifas
externas comuns.
O bloco econômico assinou um tratado para aumentar o comércio com a União Europeia, conforme
anúncio feito no fim de junho. Isso deve ser comemorado na reunião de Santa Fé, mas não deverá haver
avanços –agora, os textos estão sendo revisados, de acordo com diplomatas brasileiros e argentinos.
Um outro tema na pauta da reunião de cúpula é um enxugamento da estrutura institucional do
Mercosul: “Ela é vasta, tem cerca de 200 órgãos”, afirma o diplomata brasileiro Daniel Leitão, chefe da
divisão de economia e assuntos comerciais do bloco.
Há ainda um quarto assunto, que são os regulamentos técnicos de produtos feitos nos países.
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai terão mais acesso a mercados de outras nações, mas precisarão
fazer com que os produtos que saem do continente tenham os mesmos padrões que o da Europa.
"São regras que estabelecem como um determinado bem precisa ser produzido, como deve ser o
rótulo etc.", afirma Leitão.

Mercosul vai passar a compartilhar rede de consulados


Uma outra ideia da presidência brasileira é ter projetos que mostrem aos cidadãos dos países membros
que o bloco econômico cumpre uma função –nas palavras dos diplomatas, políticas "palpáveis". Uma
delas é o uso compartilhado da rede de consulados.
Por exemplo, um brasileiro que está em uma cidade europeia sem representação brasileira, mas onde
a Argentina tem um consulado, poderá usar os serviços do país vizinho.
Além disso, os governos serão incentivados a compartilhar mais dados de segurança sobre pessoas
que atravessam fronteiras – não há novas obrigações entre as entidades policiais e de Justiça dos
membros, de acordo com diplomatas brasileiros.
Com isso, pretende-se facilitar o trânsito de turistas, tanto os de fora do bloco como os de cidadãos
dos países membros.

Eleições presidenciais no continente


Há previsão de eleições presidenciais na Argentina neste ano, e, por essa razão, os negociadores têm
sido mais cautelosos ao firmar compromissos – principalmente os que podem trazer algum prejuízo
eleitoral à candidatura de Maurício Macri, que quer ser reeleito.
O Uruguai também escolherá um novo presidente, mas na Argentina a disputa é maior, e por isso, o
governo pode ter mais receio de desagradar a algum setor da sociedade.

252
G1. Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/16/brasil-
assume-a-presidencia-do-mercosul-e-quer-dar-continuidade-a-gestao-argentina.ghtml. Acesso em 18 de julho de 2019.

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379
Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar
mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz CNI253

Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o 'passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional'.
O acordo para a área de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia terá dispositivos para a
indústria brasileira se "adaptar à competitividade da indústria europeia", informou nesta sexta-feira (28/06)
a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Para os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o acordo prevê um período de
mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria
europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre
em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos", informou.
Segundo a CNI, os dois blocos formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em
Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas.
"A depender do movimento europeu de abertura de seu mercado agrícola, o acordo pode agregar US$
9,9 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia. Um aumento de 23,6% em dez anos, com
potencial de gerar 778,4 mil empregos", informou a entidade.
Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as
exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou
leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens
industrializados.
Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o "passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional".
"Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo que
abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das
reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem
começar a se adaptar a essa nova realidade”, acrescentou ele.

Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos254

Proposta que permite extradição para a China inicialmente seria votada em 20 de junho, mas a líder
do governo anunciou a 'suspensão' do processo até novo aviso. Opositores da medida mantiveram a
manifestação convocada para este domingo (16/06).
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou neste sábado (15/06) a "suspensão" de
seu polêmico projeto de lei que permite extradições para a China. A proposta gerou uma grande oposição
nas ruas durante a última semana e a rejeição geral da sociedade.
Lam esclareceu em entrevista coletiva que a segunda leitura do projeto, que poderia permitir que a
China tenha acesso a "fugitivos" em Hong Kong, está "suspensa" até novo aviso, mas não estabeleceu
nenhum prazo específico para retomar o projeto.

Entenda a polêmica:
Ao contrário de outras regiões da China, Hong Kong, que até 1997 estava cedida ao Reino Unido,
funciona sob o princípio de "um país, dois sistemas", com seu próprio sistema de leis e fronteiras e maior
liberdade de expressão;
Por isso, a região virou o destino de muitos migrantes e dissidentes que deixaram a China continental
para fugir da pobreza ou da perseguição política;
O projeto de lei apresentado em fevereiro, porém, abre brecha para que pessoas acusadas de crimes
em Hong Kong possam ser extraditadas para o continente, uma medida vista com preocupação por
diversos grupos, que veem nela uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.

'Aceitamos as críticas'
No anúncio da suspensão do projeto neste sábado, Lam disse que sua ideia original era cobrir um
vácuo legal para "impedir que Hong Kong se tornasse um paraíso para os criminosos", um objetivo que
"não mudou".

253
Alexandro Martello. Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz CNI.
G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/28/acordo-entre-mercosul-e-ue-preve-prazo-de-adaptacao-para-industria-brasileira-e-pode-gerar-
mais-de-778-mil-empregos-em-10-anos-diz-cni.ghtml. Acesso em 01 de julho de 2019.
254
Agência EFE. Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/15/governo-de-hong-kong-adia-polemico-projeto-de-lei-apos-protestos.ghtml. Acesso em 17 de junho de 2019.

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380
"Nós criamos um grande conflito e muitas pessoas estão decepcionadas e tristes, eu também estou
triste e sinto muito por desencadear este conflito. Nós aceitamos as críticas com sinceridade e humildade,
e vamos melhorar. O governo escutará abertamente as opiniões sobre o projeto legislativo. Vamos nos
comunicar com a sociedade, vamos explicar mais e vamos ouvir mais", afirmou ela.
A decisão foi anunciada depois que Carrie Lam se reuniu com membros de seu conselho, na véspera
de uma nova manifestação marcada para este domingo (16/06) e depois de aliados pedirem o adiamento
do projeto.

Manifestação de domingo mantida


O anúncio do governo não demoveu os opositores da ideia de realizar uma nova manifestação neste
domingo (16/06). Segundo a agência de notícias EFE, a coalizão Civil Humans Rights Front convocou a
população de Hong Kong neste sábado para comparecer em peso no domingo. A demanda das
organizações civis da região é que o governo retire a proposta em caráter definitivo.
Na última quarta-feira (12/06), milhares de pessoas saíram às ruas para pedir o cancelamento do texto,
e conseguiram o adiamento da sua segunda leitura no Legislativo.
A polícia dispersou as manifestações na sede parlamentar utilizando a força – usando gás
lacrimogêneo e balas de borracha – deixando 81 feridos (dois deles em estado grave) e 11 detidos,
segundo as forças de segurança locais.
"Como governo responsável, devemos defender a lei e a ordem. Esta é a missão da polícia", indicou
Carrie, ressaltando que as câmeras de segurança mostram muitos manifestantes atacando os agentes.
"Mas também temos de ser racionais e proteger os melhores interesses de Hong Kong", disse a chefe do
Executivo.

Uso excessivo de força


Outra reivindicação dos manifestantes é que o governo condene o "excessivo uso da força" por parte
da polícia e "que liberte os presos nos protestos", disse neste sábado uma das organizações convocadas.
Por sua parte, Pequim reiterou durante toda a semana seu apoio à intervenção policial em Hong Kong
e a intenção do governo local de continuar com o processamento dessa legislação.
Proposta em fevereiro e com uma votação final que estava originalmente agendada para 20 de junho,
a lei permitiria que o governo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição, em
especial para a China e Taiwan, sem acordos prévios e sem supervisão legislativa.
No entanto, o projeto encontrou oposição de um amplo espectro social, de estudantes a empresários,
que expressaram preocupação com o risco de residentes de Hong Kong acusados de crimes serem
transferidos para a China continental.

Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU255

Levantamento socioeconômico entrevistou 487 pessoas do total de 10,5 mil imigrantes no país. Estudo
mostra ainda que 92% fala português.
Refugiados que vivem no Brasil têm escolaridade acima da média brasileira, mas são mais afetados
pelo desemprego e poucos conseguem revalidar o diploma no país, de acordo com um levantamento
inédito feito pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (30/05), entrevistou 487 imigrantes que foram forçados a deixar
seu país de origem e, agora, vivem em 14 cidades brasileiras. Juntos, esses municípios concentram 94%
dos refugiados sob proteção do governo federal. No Brasil, até o ano passado, o Ministério da Justiça
reconheceu 10,5 mil pessoas nessa condição.
Segundo o documento, 34% dos refugiados ouvidos na pesquisa concluíram o ensino superior, e 3%
já cursaram alguma pós-graduação – especialização, mestrado ou doutorado. Entre a população
brasileira acima de 25 anos, apenas 15% concluíram o mesmo nível de ensino.

255
Marília Marques. Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/30/mais-de-30percent-dos-refugiados-no-brasil-tem-ensino-superior-aponta-pesquisa-da-onu.ghtml. Acesso em 30 de
maio de 2019.

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381
"Os refugiados demonstram elevado capital linguístico e capital escolar acima da média brasileira, ou
muito acima se considerarmos apenas a população brasileira negra e parda", aponta o documento.
Apesar do número de diplomados vindos para o Brasil, os refugiados se deparam, contudo, com
dificuldades na revalidação dos diplomas. Entre os entrevistados – pessoas acima de 18 anos –, apenas
14 conseguiram aproveitamento dos anos de estudos, contra 133 que não conseguiram.
Além disso, 92% do total declarou falar português. Para os especialistas, a alta taxa de escolaridade
é um "estímulo à continuação dos estudos no Brasil". Para esta pesquisa, no entanto, foram excluídos
refugiados nascidos em Angola – por já falarem o português.

Mercado de trabalho
Os dados mostram ainda que mais da metade (57%) dos entrevistados estavam trabalhando entre
junho de 2018 e fevereiro de 2019. Neste grupo, 22% desempenham algum tipo de atividade empresarial,
o que revela que entre esse público, "o empreendedorismo não é apenas um sonho, mas uma realidade",
diz o documento.
Dentre 462 refugiados que responderam a respeito, 315 (68%) não atuavam em suas áreas de
formação. Para a ONU, o índice elevado pode ser resultado da "falta de informações ou pelo baixíssimo
número daqueles que conseguiram revalidar seus diplomas" – apenas 14 casos.
No outro extremo, 19%, ou 95 refugiados, estavam desempregados neste período. O índice é superior
à média nacional – de 12%, em março. Além disso, ficou constatado que 25% dos imigrantes forçados
recebidos pelo Brasil estão fora do mercado de trabalho, ou seja, desocupados e não procuraram
emprego.
Para a ONU, o número é "bastante preocupante" por se tratar de uma população vulnerável. "Trata-se
de população obrigada a deixar seu país de origem em condições de grande fragilidade e que não está
conseguindo gerar renda no país de destino", destaca o documento.
Por outro lado, 26 entrevistados (5%) declararam-se "ocupados com afazeres domésticos" e 3
refugiados (0,6%) são aposentados ou pensionistas. Por fim, 42 pessoas acima de 18 anos se
identificaram como estudantes e, por isso, não estavam trabalhando nem procurando emprego.

Renda média
Para medir a qualidade de vida dos entrevistados, a Acnur também analisou a renda domiciliar mensal
dos cerca de 500 refugiados que vivem em setes estados brasileiros e no Distrito Federal.
Sobre esse quesito, 79% dos imigrantes possuem renda inferior a R$ 3 mil, sendo que 30% deles
vivem com menos de R$ 1 mil por mês. Outros 20% recebem acima de R$ 3 mil.

Quem são?
A pesquisa entrevistou 497 refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas e no Distrito Federal.
Entre esses imigrantes, a origem configura em, majoritariamente, quatro países: Síria, República
Democrática do Congo, Angola e Colômbia. Em 83% dos casos, a autorização de refúgio foi concedida a
partir de 2010. Veja perfil:

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382
Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido256

Líder do Partido Conservador deixará governo em 7 de junho; escolha do novo líder deve ocorrer até
o fim de junho. May não resistiu ao fracasso na condução do processo do Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24/05) que vai deixar o cargo
em 7 de junho. A renúncia foi anunciada após a líder do Partido Conservador fracassar na condução do
Brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

256
G1. Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/24/theresa-may-
anuncia-sua-renuncia-ao-cargo.ghtml. Acesso em 24 de maio de 2019

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383
May, que vinha sofrendo uma forte pressão para deixar o cargo — inclusive dentro do seu próprio
partido —, declarou ao discursar que fez o seu melhor ao tentar implementar o Brexit. Agora, os
conservadores iniciarão um processo para escolher o novo líder do governo.
"Eu fiz tudo o que eu podia para convencer os parlamentares a apoiarem esse acordo [do Brexit].
Infelizmente, eu não fui capaz de fazer isso. Eu tentei três vezes. Então, hoje eu anuncio que estou
deixando a liderança do Partido Conservador e o governo na sexta-feira, 7 de junho. Então, um sucessor
pode ser escolhido", disse May.
A primeira-ministra britânica, que tem 62 anos e está há quase três anos no poder, afirmou que decidiu
deixar o cargo após o terceiro fracasso em aprovar no Parlamento Britânico o acordo costurado por ela
com a União Europeia sobre o Brexit.
"Sempre será motivo de profundo pesar para mim que eu não tenha sido capaz de entregar o Brexit”,
afirmou a premiê, que ficou com a voz embargada e chegou a chorar no fim do seu pronunciamento.
"Eu, em breve, vou deixar a função que foi a honra da minha vida: a segunda primeira-ministra mulher,
mas certamente não a última. Eu fiz isso sem ser obrigada, mas com uma gratidão enorme e duradoura
em ter tido a oportunidade de servir o país que eu amo.”
Agora, o favorito para ocupar o cargo que será deixado por May é o ex-ministro de Relações Exteriores
e ex-prefeito de Londres, Boris Johnson, que liderou a campanha em defesa do Brexit. Johnson já admitiu
ter a pretensão de assumir a liderança. Outros quatro políticos estão entre os que têm mais chances de
ocuparem o cargo.
O processo de sucessão deve começar em 10 de junho. A oposição pede eleições gerais. O processo
de escolha do novo líder deve ser concluído até o fim de junho, antes da folga de verão do Parlamento,
que tradicionalmente ocorre em julho.

May tinha prometido deixar cargo


May já tinha prometido que deixaria o governo assim que seu acordo com a UE fosse aprovado. No
início da semana, ela apresentou sua última proposta a ser submetida aos deputados britânicos. A premiê
propunha que os parlamentares votassem, após a aprovação da íntegra do texto, se o documento final
deveria ou não passar por um segundo referendo.
A proposta foi um fracasso e motivou, na última quarta-feira (22/05), a renúncia de outra figura
importante no Partido Conservador, a líder do governo na Câmara dos Comuns, Andrea Leadson —
contrária à ideia de um novo referendo.

Do poder à renúncia
A líder conservadora assumiu o governo nas semanas posteriores ao referendo de 2016, que decidiu
pelo Brexit. O resultado tinha levado à renúncia do também conservador David Cameron, de quem May
foi ministra do Interior por seis anos.
Apesar de ser considerada cética sobre a União Europeia, ela havia defendido a permanência do Reino
Unido no bloco. No entanto, May teve pouco envolvimento na campanha do referendo e insistiu na
necessidade de limitar a imigração — pauta dos defensores do Brexit.
Um ano após assumir o gabinete de governo em Downing Street, a primeira-ministra convocou
eleições legislativas para fortalecer sua posição, mas acabou perdendo a maioria absoluta. Desde então,
aumentaram os ataques contra ela dos eurocéticos e pró-europeus de seu próprio partido.
Diversos ministros abandonaram May, descontentes com a ideia dela de negociar um relacionamento
próximo com a União Europeia. Um deles foi o próprio Boris Johnson, que deixou o comando da
diplomacia britânica em julho do ano passado. Desde então, o apoio à gestão May só diminuiu.

Eleições Europeias
O anúncio da renúncia de May ocorre um dia após o início das eleições europeias. O Reino Unido não
queria participar do pleito, em que surge como favorito o Partido do Brexit, de Nigel Farage.
Os resultados serão conhecidos somente no domingo (26/05), quando termina a votação em todos os
28 países do bloco.
O Reino Unido determinou sua saída da União Europeia para o dia 31 de outubro, após solicitar um
adiamento da data que inicialmente estava estabelecida para 29 de março deste ano.

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384
Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo257

Em entrevista à rede televisiva Fox News neste domingo (19/05), ele defendeu guerra comercial contra
produtos chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (19/05), em entrevista à rede
de TV Fox News, que a China pretende se tornar a maior economia do mundo, mas que isso não vai
acontecer enquanto ele estiver no poder.
Os EUA e a China estão em uma escalada de protecionismo econômico. Os americanos elevaram
tarifas de importação de 5.000 produtos chineses, e Pequim retaliou com uma taxa em cerca de 2.500
itens americanos.
Para Trump, essa é parte de uma estratégia da China para se tornar a maior economia do mundo.
"Acredito que essa seja a intenção deles. Eles são ótimas pessoas, têm uma cultura incrível. Eu gosto
muito do presidente Xi [Jinping], mas ele está do lado da China e eu estou do nosso lado", afirmou ao
apresentador Steve Hilton, na Fox News.
Trump acusou seus antecessores de serem fracos demais com a China. "Com eles, nunca tiramos 10
centavos da China. Não culpo os chineses, mas todos os nossos presidentes, e não só Obama. Eles
deixaram isso acontecer", disse o presidente norte-americano.
"Estou muito feliz, pois a China não está tão bem quanto nós [na economia]. Se Hillary Clinton tivesse
virado presidente, a China hoje seria uma economia maior do que a nossa." - Donald Trump
O presidente disse, ainda, que muitas empresas estão saindo da China e se mudando para outros
países asiáticos, como o Vietnã, por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
"É a maior realocação da atualidade. E você vai ver muitas empresas americanas fazendo mais
produtos nos Estados Unidos. Podem até comprar da China, mas tiraremos deles com tarifas. Isso não é
tão ruim. Mas vou tirar deles e dar para os nossos agricultores."
Ele acrescentou que nenhum acordo com a China chegará a "50%" para cada um. "Tínhamos um
acordo muito forte, tínhamos um bom acordo, mas eles mudaram [o acordo]. Então eu disse, OK, vamos
tarifar os produtos deles", contou.

Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país258

Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa nesta quinta-feira (11/04). Kamal Abdel Maaruf afirmou que
haverá eleições após o período de transição previsto para durar dois anos.
O ministro da Defesa do Sudão anunciou nesta quinta-feira que o presidente Omar al-Bashir, que
ocupava o poder há 30 anos, foi deposto e detido "em um lugar seguro". Kamal Abdel Maaruf também
afirmou que um conselho militar administrará o Sudão por um período de transição de dois anos.
Em um comunicado transmitido pela TV estatal, o ministro afirmou que haverá eleições no final do
período de transição e que o espaço aéreo do país foi fechado por 24 horas. Ele também anunciou três
meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.
Nesta quinta, milhares de pessoas anti-governo saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-
Bashir. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram
que não querem uma administração liderada por militares.

Mandados de prisão por genocídio


Bashir comanda o Sudão com mão de ferro desde 1989, quando deu um golpe de Estado com a ajuda
de militantes islâmicos, de acordo com a Deutsche Welle. Ele é alvo de dois mandados internacionais de
prisão por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, emitidos pelo Tribunal Penal
Internacional, em Haia, por causa de crimes cometidos em Darfur.
Nessa região do oeste sudanês, 300 mil pessoas foram mortas desde 2003, segundo contagem das
Nações Unidas, num conflito que opõe o governo e milícias árabes, de um lado, e rebeldes não árabes
separatistas, do outro.
As manifestações contra Bashir foram motivadas pela forte crise econômica que afeta o país há anos
– principalmente depois da secessão do Sudão do Sul, em 2011. O Sudão é um dos 25 países mais
pobres do mundo, com uma população de 41 milhões de pessoas.

257
G1. Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/19/trump-diz-que-nao-vai-
deixar-china-se-tornar-maior-economia-do-mundo.ghtml. Acesso em 20 de maio de 2019
258
G1. Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/11/presidente-do-sudao-e-
deposto.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.

Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47


385
Até a independência do Sudão do Sul, a economia era fortemente dependente do petróleo, que era
responsável por 95% das exportações e metade da arrecadação do governo. Em 2001, o Sudão perdeu
a maior parte dos campos petrolíferos, que ficaram com o Sudão do Sul.

Questões

01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) A crise econômica e política
venezuelana criou uma nova liderança que se auto declarou o novo presidente do país, e que foi
reconhecido por mais de 30 países. Seu nome é?
(A) Ruan Francisco Guaidó
(B) Hugo Chaves
(C) Juan Guaidó
(D) Nicolás Maduro
(E) Fidel Castro

02. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Leia a manchete a seguir,
atentando-se para as informações mais relevantes e responda a pergunta apresentada em seguida.
União Europeia concorda em adiar brexit, mas indefinição permanece Saída estava programada
para 29 de março; May pediu prorrogação para 30 de junho; mas UE fixou 22 de maio como data-
limite.
(Folha de S. Paulo - mundo - 21/03/2019)
O brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia, é um processo político decidido
pela sociedade britânica por meio de:
(A) uma eleição
(B) um concurso
(C) uma alienação
(D) um debate
(E) um plebiscito

03. (Prefeitura de Salvador/BA – Analista – FGV – 2019) Nos últimos anos, acirrou-se a guerra
comercial entre EUA e China, com a imposição mútua de tarifas e restrições.
Com relação aos possíveis impactos dessa guerra comercial sobre a economia global, assinale V para
a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O conflito tende a afetar a economia de outros países, pois as cadeias de produção e consumo
estão interligadas.
( ) A guerra pode aumentar os custos das exportações e gerar um ciclo de diminuição do comércio
internacional.
( ) A disputa afeta o mercado financeiro, porque grandes empresas mundiais têm bases produtivas na
China.
As afirmativas são, respectivamente,
(A) F – V – F.
(B) F – V – V.
(C) V – F – F.
(D) V – V – F.
(E) V – V – V.

04. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) A história do território brasileiro
é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um
ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas
funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que
permitiram explicar as diversidades regionais.
Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com adaptações).
Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.
A recente descentralização industrial brasileira é explicada e entendida por intermédio das relações
bilaterais e do fortalecimento do MERCOSUL.
(A) Certo
(B) Errado

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05. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) O Oriente Médio é a região de
confluência de três continentes (Europa, Ásia e África), berço das primeiras civilizações (egípcia, suméria
e babilônica) e das religiões monoteístas (cristianismo, judaísmo e islamismo). Além de rivalidades
interimperialistas no passado, com tentativas tardias de renascimento e modernização, a região foi alvo
de rivalidades também das megacorporações petrolíferas. Além disso, em pequenos Estados fracos —
de fácil controle —, essa região foi afetada pela fragmentação promovida pelos ingleses e, em menor
escala, pelos franceses. No século XXI, voltou a ser palco de disputas entre potências industrializadas do
Atlântico Norte e em acelerada industrialização da Ásia Oriental e Meridional. Esse conjunto de países
abrange o essencial do mundo árabe e muçulmano, interagindo em um único cenário histórico e
geopolítico.
Paulo Fagundes Visentini. O grande Oriente Médio. Campus, 2014, p. 4-5 (com adaptações).
Tendo como referência o assunto abordado no texto, julgue o item a seguir, dentro de um contexto
geopolítico contemporâneo.
A estabilidade da governabilidade venezuelana tem como resultado a legitimidade do poder social de
oposição.
(A) Certo
(B) Errado

06. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – QUADRIX – 2019) De acordo com a imprensa
britânica, o primeiro‐ministro britânico, Boris Johnson, pediu à rainha Elizabeth II a suspensão do
Parlamento até 14 de outubro. A medida reduziria o tempo disponível para que os parlamentares
bloqueassem a saída do Reino Unido da União Europeia, que está prevista para acontecer em 31 de
outubro.
Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).
Com relação ao assunto em tela, assinale a alternativa correta.
(A) Em plebiscito realizado em julho último, a maioria da população britânica recusou o apoio ao Brexit.
(B) Boris Johnson chegou ao poder defendendo a retirada do Reino Unido do bloco europeu.
(C) Boris Johnson integra os quadros do Partido Democrata, considerado de esquerda no espectro
político britânico.
(D) Sendo o Reino Unido a maior economia da União Europeia, sua possível saída reduzirá
substancialmente o poder econômico e político do bloco.
(E) A Rainha Elizabeth II é a chefe de governo do Reino Unido, enquanto o primeiro‐ministro Boris
Johnson é o chefe de Estado.

07. (Prefeitura de São José/SC – Agente de Fiscalização em Posturas – IESES/2019) O G7 é o


grupo dos países economicamente mais poderosos do mundo. Os países membros possuem alto nível
de industrialização e são estruturados enquanto governos democráticos. O G7 surgiu na década de 1970.
A ideia era realizar um encontro informal entre as nações que dominavam os mercados ocidentais para
coordenar movimentos em direção ao crescimento econômico e bloquear o avanço dos blocos
comunistas. Anualmente os chefes de estado dos países membros G7 reúnem-se para discutir os rumos
financeiros de seus países, e consequentemente da economia mundial.
Assinale a alternativa correta que contém os países membros do G7 na atualidade.
(A) Alemanha, Canadá, Rússia, EUA, Franca, Japão e Reino Unido.
(B) Alemanha, Canada, EUA, Franca, Itália, Japão e Reino Unido.
(C) Brasil, Alemanha, Canada, EUA, Japão, Rússia e Itália.
(D) Rússia, Reino Unido, Franca, Espanha, Canada, Itália e China.

08. (TJ/PR – Técnico Judiciário – CESPE/2019) Em reunião ministerial realizada em Bruxelas, em


junho de 2019, foi concluída a negociação da parte comercial do Acordo de Associação. Segundo
estimativas do Ministério da Economia, esse acordo incrementará o PIB brasileiro em US$ 87,5 bilhões
em 15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução das barreiras não tarifárias
e o incremento esperado na produtividade total dos fatores de produção. O aumento de investimentos no
Brasil, no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao comércio bilateral, as
exportações brasileiras apresentarão ganhos de quase US$ 100 bilhões até 2035.
Internet:<www.itamaraty.gov.br> (com adaptações).

O texto anterior descreve projeções de resultados do acordo de livre-comércio negociado entre o


(A) Brasil e os Estados Unidos da América.
(B) Brasil e a China.
(C) MERCOSUL e os Estados Unidos da América.

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(D) MERCOSUL e a União Europeia.
(E) Brasil, a União Europeia e a China.

Gabarito

01.C / 02.E / 03.E / 04.B / 05.B / 06.B / 07.B / 08.D

Comentários

01. Resposta: C
Seis meses após o opositor Juan Guaidó ter se autoproclamado "presidente em exercício" da
Venezuela, seu trajeto político acumulou mais sombras do que luz, tendo perdido popularidade e a
atenção do exterior.
Segundo o analista venezuelano Basem Tajeldine, Guaidó criou um "governo virtual, apoiado por
países aliados dos EUA e aplicou uma estratégia conhecida de longa data: derrotar o governo legítimo
da Venezuela custe o que custar, por meios ilegais”.
(https://br.sputniknews.com/opiniao/2019072514274090-seis-meses-apos-sua-autoproclamacao-fim-de-guaido-se-aproxima/)

02. Resposta: E
O plebiscito foi apenas o começo de um processo. Desde então, negociações foram feitas entre o
Reino Unido e os outros países da União Europeia. As discussões se centraram nos termos desse
"divórcio", que definiriam como seria essa saída do Reino Unido, não no que ocorreria após essa
separação". A proposta apresentada por May é conhecida como "acordo de retirada". A primeira-ministra
apresentou ao Parlamento britânico planos que definiriam as regras para a saída, mas eles foram
rejeitados três vezes.
(https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46335938)

03. Resposta: E
A guerra comercial tem sido travada por China e Estados Unidos, mas os efeitos recaem sobre todos
os países, inclusive o Brasil. Afinal, quando se trata das duas maiores economias do mundo, cada subida
de tom, ameaça ou nova tarifa imposta a reverberação é sentida quase que imediatamente no mercado
de ações, no comércio, e na sequência da cadeia, no bolso dos consumidores do mundo todo.
(https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/23/guerra-comercial-eua-x-china-como-disputa-pode-atingir-em-cheio-o-brasil.ghtml)

04. Resposta: B
Descentralização industrial é o processo através do qual as industrias migram dos grandes polos
industriais para cidades menores com condições favoráveis para a produção.
(https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/descentraliza%C3%A7%C3%A3o%20industrial/polo%20industrial/)

05. Resposta: B
Apenas o termo “estabilidade” coloca a questão em xeque. O que ocorre na Venezuela é um processo
de instabilidade do governo.

06. Resposta: B
Boris Johnson ocupou o cargo de Primeiro Ministro após a posição ser deixada por May. O ex-ministro
das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres foi um dos líderes da campanha em defesa do Brexit,
posição de defende ainda.

07. Resposta: B
O Grupo dos Sete é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja
representada.

08. Resposta: D
Apesar do começo promissor, há ainda um longo caminho que Mercosul e UE vão ter de percorrer
para implementação total do tratado. Não há prazo definido para a total conclusão do acordo. Em média,
os europeus levaram de sete meses a três anos para assinar documentos do mesmo tipo.
O acordo entre os blocos representa 25% do PIB mundial e engloba 750 milhões de pessoas259.

259
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/acordo-mercosul-e-uniao-europeia-quais-os-proximos-passos.ghtml

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