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conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você
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Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47
Realidade Étnica, Social, Histórica, Geográfica, Cultural, Política e Econômica de
Goiás, Formação econômica de Goiás: A mineração no século XVIII, A
agropecuária nos séculos XIX e XX, A estrada de ferro e a modernização da
economia goiana, As transformações econômicas com a construção de Goiânia
e de Brasília: industrialização, infraestrutura e planejamento
Mineração
A necessidade de escravos para o trabalho nos canaviais e a busca de almas para a catequese, levou
muitos paulistas e jesuítas a adentrarem o interior da colônia para a obtenção de mão-de-obra.
Juntamente com a busca por escravos, as expedições que partiam para interior do Brasil buscavam ouro
e pedras preciosas.
Com a descoberta de jazidas auríferas na região das Minas Gerais e de Cuiabá, o interesse em
encontrar novos locais de exploração aumentou, incentivando a formação de novas expedições. Em 1722
o bandeirante Bartolomeu Bueno, conhecido como Anhanguera, partiu em busca de novas minas,
encontrando jazidas nas margens do rio Vermelho, em Goiás.
O ouro encontrado em Goiás, de aluvião, era proveniente de jazidas sedimentares e se encontrava
misturado ao cascalho no fundo dos rios, e às vezes nas margens, por isso era de fácil extração, não
exigindo muitas técnicas e equipamentos. A descoberta das minas deu origem ao povoamento, que
ocorreu de maneira bastante acentuada. A busca pelo ouro direcionou o fluxo migratório para a região, já
que no litoral havia certa pressão socioeconômica no sentido de deslocar contingentes populacionais para
as áreas interioranas. Os novos habitantes se estabeleceram às margens do Rio Vermelho.
Com o objetivo de novas descobertas auríferas, retorna Bueno ao território goiano em 1726 e detém-
se na confluência dos rios Vermelho e Bugre, onde é levantada a primeira povoação goiana, o arraial da
Barra.
As descobertas auríferas se sucedem, próximas à Barra: Santana, origem de Vila Boa (1727). Na
região dos Pireneus e junto ao rio das Almas afloram as minas de Meia Ponte (1731), atual Pirenópolis.
As incursões se aprofundam pelo território e a zona do Tocantins é explorada, vindo à descoberta as mais
ricas minas de Goiás: Maranhão (1730), Água Quente (1732), Traíras (1735) e Cachoeira (1736).
Anteriormente, Domingos Rodrigues do Prado descobrira minas quase tão ricas quanto as do Tocantins,
em Crixás (1734). No final da década de 1730, ainda se descobrem ricos veios na região montanhosa
localizada entre o Tocantins e o sertão da Bahia: São Luís (Natividade) em 1734, São Félix (1736), Pontal,
Porto Real (1738), Arraias, Cavalcanti (1740) e Pilar. Entre os anos de 1740 e 1750 ainda ocorrem alguns
achados de expressão: Carmo (1746), Santa Luzia, Conceição, Bonfim, Caldas novas e Cocai (1749).
O único critério direcionador do fluxo populacional era a descoberta de minas auríferas, elas atraiam
as populações alucinadas pela ânsia de obter enriquecimento fácil e rápido de uma forma espetacular.
Com a grande quantidade de ouro que foi extraído das minas, o Arraial, por sua importância econômica
para a Coroa Portuguesa, foi elevado à categoria de Vila, e em meados de 1750 foi denominado de Vila
Boa de Goiás.
Até o ano de 1749, Goiás não existia, o território pertencia à capitania de São Paulo, somente a partir
dessa data que surgiu a capitania de Goiás. Os principais povoados e arraiais surgiram no momento da
mineração, no século XVII, constituíam-se de núcleos urbanos instáveis e irregulares, o primeiro
governante enviado à nova capitania foi Dom Marcos de Noronha (Conde dos Arcos).
A mineração em Goiás teve o seu ápice em 1750, de 1751 a 1770 a extração e exploração do ouro foi
diminuindo drasticamente, do ano de 1770 adiante a mineração entrou em decadência, o que provocou
o abandono de muitos povoados goianos.
No fim do século XVIII, a capitania responde por cerca de 20% da produção de ouro da colônia, o que
representa uma média anual de 500 arrobas (entre 6 e 7,5 t), exportadas do Rio de Janeiro.
Agropecuária
A decadência do ciclo da mineração desencadeou fluxos e refluxos de correntes migratórias e de
capital em escravos. O campo começa a ser povoado e as vilas despovoadas, sugerindo uma herança
do sistema mercantil colonial, em que a decadência do sistema mercantil possibilitou o surgimento de
uma nova economia agropecuária, assentada em uma produção diversificada de produtos agrícolas
exportáveis, fortalecendo as atividades comerciais.
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. A Província de Goiás recebeu correntes
migratórias oriundas, principalmente, dos Estados do Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais. Novas
Apostila gerada especialmente para: Cleicia neves da silva 045.811.365-47
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cidades surgiram: no sudoeste goiano, Rio Verde, Jataí, Mineiros, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis
(Capelinha), entre outras. No norte (hoje Estado do Tocantins), além do surgimento de novas cidades, as
que já existiam, como Imperatriz, Palma, São José do Duro, São Domingos, Carolina e Arraias, ganharam
novo impulso.
Durante todo século XIX, a atividade produtiva dominante foi a pecuária bovina, principalmente porque
dispensava maior volume de mão de obra. O gado era criado solto, em grandes invernadas, sendo que
um só vaqueiro podia tomar conta de um grande número de animais
Mesmo sabendo que a agricultura e pecuária caminharam juntas por todo o século XIX e boa parte do
século XX, a pecuária esteve sempre à frente por algumas razões: era o principal e único produto possível
de ser exportado na época, pois o gado andava com suas próprias pernas, ou seja, mesmo de forma
muito lenta dispensava o uso de transporte.
Já os produtos de origem agrícola dependiam de transporte que não existia nesse período. O gado
poderia ser comercializado a qualquer momento, portanto não existiam intervalos na produção, até
porque, naquele momento, não existia a preocupação dos produtores em engordar os animais para
comercializá-los, seria inútil devido à distância que os animais teriam que percorrer para chegar até o
mercado consumidor.
A partir do início da década de 1960 que começou realmente uma transformação mais profunda na
estrutura produtiva da agropecuária goiana. Nessa época, segundo estimativas do IBGE, apenas 44% de
toda a extensão do território goiano estava explorada pela produção agropecuária.
Na década de 1960, Goiás experimentou um período onde a produção extensiva e sem capital dava
lugar à produção mecanizada, tecnológica e com farto capital.
Na esfera estadual, o Governador Mauro Borges criou o Plano de Desenvolvimento Econômico de
Goiás e a Reforma Administrativa para dar dinamismo ao plano.
Só para fomentar a agricultura e pecuária, o plano estabelecia investimentos da ordem de 15,4% do
orçamento para criação de estações experimentais, zootécnicas; postos de sementes; equipar escritórios
de extensão rural; incentivar a criação de reservas e conservação de forragens; incentivar estudos sobre
criação e conservação de pastagens; instalar a Escola Agrotécnica de Goiânia; criar escolas agrícolas;
instalar postos de mecanização e escritórios de irrigação; construir e equipar rede de armazéns e silos;
construir fábricas de rações balanceadas; instalar fábricas de produtos de correção do solo e fazer
estudos agrogeológicos do território goiano.
No final do século XIX e início do século XX, Goiás estava isolado, posicionado na porção central do
Brasil e desprovido de meios que possibilitassem maiores relações interestaduais. A implantação de
redes de transportes, principalmente as ferrovias, foi um elemento fundante para a emergência da
modernização em Goiás. Os caminhos no período em que foi proclamada a república, em 1889, eram
muito sinuosos. Os longos trechos com relevo irregular eram vencidos por dois meios de transportes:
pelas tropas e pelo carro de bois. As viagens até Araguari-MG, ponta de linha da Estrada de Ferro
Mogiana, duravam dias, excluindo a possibilidade de transporte de mercadorias perecíveis e tornando
impraticável a produção de artigos agrícolas para o mercado. Pela ausência de infraestrutura de
transportes, os fretes do sertão goiano para o Rio de Janeiro às vezes tinham valores iguais àqueles
cobrados da Europa ao Brasil.
Apesar das dificuldades encontradas tanto no campo político e econômico e também pela localização
de Goiás, os trilhos começaram a ser construídos em direção às terras goianas na primeira década do
século XX. A Companhia Estrada de Ferro Goiás foi criada em março de 1906 com capital privado e apoio
do governo federal. A sua construção teve início em 1909 no município de Araguari-MG, e em 1911 o
primeiro trecho da Estrada de Ferro Goiás foi inaugurado. Ele ligava a estação de Araguari, onde os trilhos
da Mogiana haviam alcançado desde o ano de 1896, à localidade onde viria a ser construída a Estação
Engenheiro Bethout (inaugurada em 1922), às margens do rio Paranaíba, na divisa de Minas Gerais com
Goiás. Nesse mesmo ano foi inaugurada, já em solo goiano, a estação de Anhanguera e em 1913 as
estações de Cumari, Veríssimo, Goiandira, Engenheiro Raul Gonçalves e Ipameri. Em 1914 outras
estações foram inauguradas nos trechos seguintes da ferrovia, como exemplo de Inajá, Urutaí e
Roncador. A estação de Roncador foi ponta de linha até 1922, ano em que se inaugurou a estação em
Pires do Rio após a conclusão da ponte Epitácio Pessoa sobre o rio Corumbá. Durante oito anos as
intermediações da estação de Roncador foram muito dinamizadas pelas atividades de um porto fluvial,
que perdeu sua função com a conclusão da ponte.
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Adaptado de Castilho, Denis
A construção de Goiânia deve ser compreendida dentro do contexto do governo Vargas, ou seja, a
busca da unidade nacional, diminuindo as particularidades regionais e fortalecendo o sentimento de
nação brasileira. Ainda, o desejo regional de destituir a antiga capital Goiás correspondia aos novos
tempos, uma vez que essa cidade era símbolo da aristocracia rural. Além disso, permitiu condições para
o avanço de novas fronteiras agrícolas em direção ao Centro-Oeste.
Após os anos 1930, o estado de Goiás experimentou uma verdadeira transformação econômica com
a construção da ferrovia em Goiânia e a construção de Brasília (no governo de Juscelino Kubitschek, na
década de 1950), e posteriormente com a implantação de rodovias importantes, como Belém-Brasília e a
BR-153. A construção de rodovias e ferrovias ligavam a região ao restante do país, integrando-a
definitivamente ao mercado consumidor e fornecedor do Sul e Sudeste.
Junto a isso, o governo Vargas incentivou a articulação entre o campo e a indústria, integrando ao
sistema capitalista de produção. O setor agropecuário era percebido como atrasado. Para tanto, investiu-
se na formação de um mercado interno, na racionalização da pecuária com investimentos na melhoria
genética das raças, no financiamento agropecuarista para a modernização da produção e vinculação aos
grandes frigoríficos. Esses grandes frigoríficos, estabelecidos entre os anos 1910 e 1950, principalmente
na cidade de Barretos (SP), eram os grandes compradores de gado do Planalto Central, estabelecendo
uma relação cada vez mais estreita entre campo e a indústria.
O incentivo à nacionalização do capital da indústria frigorífica, com a isenção de impostos, por exemplo,
levou à instalação de inúmeras empresas de capital nacional na região do Centro-Oeste, em especial, em
Goiás. Esse fato ajudou o desenvolvimento da região.
As intervenções do Estado brasileiro para o desenvolvimento do interior do país levaram à expansão
das pastagens plantadas e da agricultura comercial.
Ancorada na soja, essa agricultura trouxe riquezas para Goiás, transformando-se em um grande
produtor nacional, ajudando a elevar o país a maior produtor mundial de soja.
O período que vai de 1889, data da Proclamação da República, até 1930, quando Getúlio Vargas
assumiu o poder, é conhecido como Primeira República. O período é marcado pela dominação de poucos
grupos políticos, conhecidos como oligarquias, pela alternância de poder entre os estados de São Paulo
e Minas Gerais (política do café-com-leite), e pelo poder local exercido pelos Coronéis.
Com a saída dos militares do governo em 1894, teve início o período chamado República das
Oligarquias. A palavra Oligarquia vem do grego oligarkhía, que significa “governo de poucos”. Os grupos
dominantes, em geral ligados ao café e ao gado, impunham sua vontade sobre o governo, seja pela via
legal, seja através de fraudes nas votações e criação de leis específicas para beneficiar o grupo
dominante.
O Coronelismo
Durante o período regencial, espaço entre a abdicação de D. Pedro I e a coroação de D. Pedro II,
diversas revoltas e tentativas de separação e instalação de uma república aconteceram no Brasil. Sem
condições de controlar todas as revoltas, o governo regencial, pela sugestão de Diogo Feijó, criou a
Guarda Nacional, com o propósito de defender a constituição, a integridade, a liberdade e a
independência do Império Brasileiro. Sua criação desorganiza o Exército, e começa a se constituir no país
uma força armada vinculada diretamente à aristocracia rural, com organização descentralizada, composta
por membros da elite agrária e seus agregados. Para compor os quadros da Guarda nacional era
necessário possuir amplos direitos políticos, ou seja, pelas determinações constitucionais, poderiam fazer
parte dela apenas aqueles que dispusessem de altos ganhos anuais.
Com a criação da Guarda e suas exigências para participação, surgiram os coronéis, que eram
grandes proprietários rurais que compravam suas patentes militares do Estado. Na prática, eles foram
responsáveis pela organização de milícias locais, responsáveis por manter a ordem pública e proteger os
interesses privados daqueles que as comandavam. O coronelismo esteve profundamente enraizado no
cenário político brasileiro do século XIX e início do século XX.
Após o fim da República da Espada, os grupos ligados ao setor agrário ganharam força na política
nacional, gerando uma maior relevância para os coronéis no controle dos interesses e na manutenção da
ordem social. Como comandantes de forças policiais locais, os coronéis configuravam-se como uma
autoridade quase inquestionável nas áreas rurais.
A autoridade do coronel, além de usada para manter a ordem social, era exercida principalmente
durante as eleições, para garantir que o candidato ou grupo político que ele representasse saísse
vencedor. A oposição ao comando do coronel poderia resultar em violência física, ameaças e
perseguições, o que fazia com que muitos votassem a contragosto, para evitar as consequências de
discordar da autoridade local, gerando uma prática conhecida como Voto de Cabresto.
A charge do gaúcho Alfredo Storni feita em 1927 critica uma prática bastante utilizada durante a República Velha, conhecida como voto de cabresto. Na
imagem, a mulher, identificada como soberania, pergunta ao político se o eleitor, caracterizado como burro de carga e preso a um cabresto, trata-se do “Zé Besta”,
ao passo em que o político que o conduz responde que na verdade é o “Zé Burro”.
Essa engrenagem é apoiada no sistema eleitoral; através dela, os grupos políticos, cada qual ao seu
tempo, manipularam o poder político estadual.
À Comissão Executiva, que era eleita por uma convenção, competia, entre outras funções, a indicação
de todos os cargos eletivos. Incluía-se entre seus membros o Presidente do Estado. Esta comissão era
um elemento muito importante no sistema político estadual, pois detinha um “poder paralelo”, não
constitucional. O número de membros era reduzido, (de sete a nove) o que facilitava o acordo quanto aos
nomes indicados para a composição de chapas e a própria manipulação política dos cargos, por um grupo
do poder. É através dela que os políticos firmavam seu domínio.
No Estado de Goiás, esta Comissão Executiva foi controlada e dominada em todo o período da
República Velha por três líderes: José Leopoldo de Bulhões, José Xavier de Almeida, Antônio Ramos
Caiado, conhecido como Totó Caiado.
José Leopoldo de Bulhões (1856-1928) era advogado, político e financista. Foi o criador do clã
“Bulhões” no Estado de Goiás. Foi diretor do Banco do Brasil, Ministro da Fazenda, Senador da República,
Deputado Federal, Presidente da Câmara Municipal, Vereador por diversas vezes e Prefeito de
Petrópolis. Dá nome a um município em Goiás.
José Xavier de Almeida (1871-1956) também foi advogado e político brasileiro. Formou-se na mesma
universidade de José Leopoldo de Bulhões (Faculdade de Direito de São Paulo). Foi membro do Partido
Republicano Federal de Goiás, Secretário do Interior e Justiça (1895-1899) e Presidente de Goiás (1901-
1905). Esteve ligado ao clã dos Bulhões, mas rompeu em 1904. O período de sua influência direta no
Estado de Goiás encerrou-se 1909, após a revolução que depôs o último presidente xavierista, período
este que ficou caracterizado por tendências democráticas e progressistas.
Antônio Ramos Caiado, conhecido como Totó Caiado, foi um dos coronéis mais emblemáticos da
época. Nasceu na cidade de Goiás em 15 de maio de 1874 e faleceu em Goiânia em 1967. Foi também
Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de São Paulo, além de intendente municipal, Secretário do
Interior e Justiça e Segurança Pública, Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador da República.
No ano de 1929, a Bolsa de Valores de Nova Iorque quebrou, causando sérios efeitos para a economia
mundial. A economia norte-americana fica arruinada, com pesadas quedas na produção, além da
ampliação do desemprego.
A crise econômica nos EUA fez-se sentir em todo o mundo. Os efeitos da crise de 1929, para o Brasil,
fizeram-se sentir com a queda brutal nos preços do café. Os fazendeiros de café pediram auxílio ao
governo federal, que rejeitou, alegando que a queda nos preços do café seria compensada pelo aumento
no volume das exportações, o que, aliás, não ocorreu. No plano interno, em 1930, ocorriam eleições
presidenciais. Washington Luís indicou um candidato paulista - Júlio Prestes, rompendo o pacto
estabelecido na política do café-com-leite. Os mineiros não aceitaram (Washington Luís representava os
paulistas e, seguindo a regra, o próximo presidente deveria ser um mineiro, aliás, o governador de Minas
Gerais, Antônio Carlos de Andrada). O rompimento da política do café-com-leite vai fortalecer a oposição,
organizada na chamada Aliança Liberal.
A Aliança Liberal era uma chapa de oposição, tendo Getúlio Vargas para presidente e João Pessoa
para vice-presidente. Esta chapa contava com o apoio das oligarquias do Rio Grande do Sul, Paraíba e
de Minas Gerais, além do Partido Democrático, formado por dissidentes do Partido Republicano Paulista
(PRP). O programa da Aliança Liberal vai de encontro aos interesses das classes dominantes
marginalizadas pelo setor cafeeiro e, aumentando sua base de apoio, defendia a regulamentação das leis
trabalhistas, a instituição do voto secreto e do voto feminino. Reivindicava a expansão da industrialização
e uma maior centralização política. De quebra, propunha a anistia aos tenentes condenados,
sensibilizando o setor militar. Porém, mediante as tradicionais fraudes eleitorais, o candidato da situação,
Júlio Prestes, venceu as eleições.
A vitória do candidato situacionista provocou insatisfação das oligarquias marginalizadas, dos tenentes
e da camada média urbana. Alguns tenentes, como Juarez Távora e João Alberto, iniciaram uma
conspiração para evitar a posse de Júlio Prestes. Temendo que a conspiração pudesse contar com a
participação popular, os líderes oligárquicos tomaram o comando do processo. "Façamos a revolução
antes que o povo a faça", esta fala de Antônio Carlos Andrade, governador de Minas, sintetiza tudo. O
estopim do movimento foi o assassinato de João Pessoa. Em 03 de outubro, sob o comando de Góes
Monteiro eclode a revolta no Rio Grande do Sul; em 04 de outubro foi a vez de Juarez Távora iniciar a
rebelião na Paraíba. Por fim. Em 24 de outubro de 1930, temendo-se uma guerra civil, o alto-comando
das Forças Armadas no Rio de Janeiro desencadeou o golpe, depondo Washington Luís, impedindo a
posse de Júlio Prestes e formando uma junta pacificadora, composta pelos generais Mena Barreto, Tasso
Fragoso e pelo almirante Isaías Noronha. No dia 03 de novembro Getúlio Vargas era empossado, de
forma provisória, como presidente da República.
Significado da Revolução de 30
O movimento de 1930, apesar de sua complexa base social (oligarquias dissidentes, tenentes,
camadas médias urbanas) não deve ser visto como uma ruptura na estrutura social, política e econômica
do Brasil. A revolução não rompeu com o sistema oligárquico, houve tão somente uma substituição de
oligarquias no poder. A revolução de 30 colocou um novo governo compromissado com diversos grupos
sociais. Sob este ponto de vista, pode-se dizer que o movimento de 1930 patrocinou uma nova política
do Estado brasileiro.
República Nova
Às 3 horas da tarde de 3 de novembro de 1930, a junta militar passou o poder, no Palácio do Catete,
a Getúlio Vargas, (que vestiu farda militar pela primeira vez na vida, por sugestão de seus assessores,
para incutir no povo a “aura revolucionária”), encerrando a chamada república velha. Na mesma hora, no
centro do Rio de Janeiro, os soldados gaúchos cumpriam a promessa de amarrar os cavalos no obelisco
da Avenida Rio Brancos, marcando simbolicamente o triunfo da Revolução de 1930. Getúlio tornou-se
chefe do Governo Provisório com amplos poderes.
A constituição de 1891 foi revogada e Getúlio passou a governar por decretos. Getúlio nomeou
interventores para todos os Governos Estaduais, com exceção de Minas Gerais. Esses interventores
eram na maioria tenentes que participaram da Revolução de 1930. Os efeitos da Revolução demoram a
aparecer. A nova Constituição só é aprovada em 1934, depois de forte pressão social, como a Revolução
Constitucionalista de 1932. Mas a estrutura do Estado brasileiro modifica-se profundamente depois de
1930, tornando-se mais ajustada às necessidades econômicas e sociais do país.
Os partidos fundados por Getúlio Vargas, o PSD (partido dos ex-interventores no Estado Novo e
intervencionista na economia) e o antigo PTB, dominaram a cena política de 1946 até 1964. Os maiores
partidos políticos daquele período, eram liderados por mineiros (PSD e UDN) e por gaúchos (o PTB).
Apesar de quinze anos (1930-1945) não serem um período longo, em se tratando de carreira política,
raríssimos foram os políticos da República Velha que conseguiram retomar suas carreiras políticas depois
da queda de Getúlio em 1945. A renovação do quadro político foi quase total. Renovação tanto de
pessoas quanto da maneira de se fazer política.
Getúlio foi o primeiro a fazer no Brasil propaganda pessoal em larga escala chamada “culto à
personalidade”, típica do fascismo e do stalinismo e ancestral do marketing político moderno. A aliança
elite-proletariado, criada por Getúlio, tornou-se típica no Brasil, como a Aliança PTB-PSD apoiada pelo
clandestino PCB na fase de 1946-1964, e atualmente com a aliança PT-PP-PMDB-PL. O estilo conciliador
de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer política dos brasileiros, e teve seu maior adepto no ex-
ministro da Justiça de Getúlio, Tancredo Neves. O maior momento desse estilo conciliador foi a grande
aliança política que se formou visando as diretas-já e, em seguida, uma aliança maior ainda em torno de.
Tancredo, visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984 - 1985.
A política trabalhista foi taxada de “paternalista” por intelectuais de esquerda, que acusavam Getúlio
de tentar anular a influência desta sobre o proletariado, desejando transformar a classe operária num
setor sob seu controle nos moldes da Carta del Lavoro do fascista italiano Benito Mussolini. Os defensores
de Getúlio Vargas diziam que em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços
comparáveis nos direitos dos trabalhadores. Os expoentes máximos dessa posição foram João Goulart
e Leonel Brizola, sendo Brizola considerado o último herdeiro político do “Getulismo”, ou da “Era Vargas”,
na linguagem dos brasileiros.
A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, em longo prazo, as leis trabalhistas prejudicam os
trabalhadores porque aumentam o chamado “custo Brasil”, onerando muito as empresas e gerando a
inflação que corrói o valor real dos salários. Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas
brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade e faz que as empresas
estrangeiras se tornem receosas de investirem no Brasil. Assim, segundo a crítica liberal, as leis
trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e subemprego entre os trabalhadores.
O Governo Provisório
Com Washingtom Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo
provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover uma centralização política
e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o controle efetivo do país. Em
outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra. Para atingir esse objetivo, foram
nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de confiança, normalmente oriundos
do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir, em cada estado, as determinações do governo provisório.
Esse fato e mais o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no estado de São Paulo. As
eleições dariam ao país uma nova constituição, um presidente eleito pela população e um governo com
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na
Revolução de 30.
Com o fim do governo militar, a redemocratização iniciou-se com as eleições de 1982. Íris Rezende,
do PMDB, foi o primeiro a se tornar governador.
Os anos de 1982 a 1998 foram marcados pelo domínio do partido de Íris no governo. Seu grupo político
somente foi derrotado em 1998, com a ascensão de Marconi Perillo, do PSDB.
O grupo de Perillo conseguiu eleger seu sucessor em 2006, com a eleição de Alcides Rodrigues Filho.
No entanto, em 2008, Íris Rezende conseguiu sua reeleição na capital goiana. Outras lideranças políticas
foram Demóstenes Torres do DEM, Henrique Meirelles do PMDB e Rubens Ottoni do PT.
O estado de Goiás possui uma população de 7.113.540 habitantes, segundo estimativas do IBGE para
20202, sendo o estado mais populoso da região centro-oeste. O crescimento demográfico aumentou após
construção da cidade de Goiânia, intensificado com a construção de Brasília. Entre 1991 a 2000,
apresentou uma taxa de crescimento de 2,5% ao ano.
Entre 1890 e 1920 a população teve expressivo crescimento, e ultrapassou meio milhão de habitantes,
acompanhando o desenvolvimento da atividade agropecuária dedicada à criação de gado e à agricultura
de arroz e café.
Em 1937 a cidade de Goiânia tornou-se a capital do estado, que até então era o município de Goiás.
Existiam planos para a mudança da capital desde o século XVIII.
Seu planejamento efetivo iniciou-se após o interventor federal nomeado com a Revolução de 1930,
Pedro Ludovico Teixeira, criar uma comissão para estudo do local de construção da nova capital. A pedra
fundamental da construção foi colocada em 24 de outubro de 1933. Em 1935, foi criado o município de
Goiânia e, em 1937, ocorreu a efetiva transferência da capital, sendo a inauguração oficial da cidade em
1942.
A cidade de Goiás foi tombada pelo Patrimônio Histórico Mundial. Está localizada na mesorregião do
Nordeste Goiano e na microrregião do rio Vermelho. Sua população, segundo dados de 2010, era de
24.727 habitantes. Entre os atrativos turísticos estão sua arquitetura barroca, como a Igreja da Boa Morte
e o Palácio Conde dos Arcos.
A densidade demográfica do estado é de 19,4 hab. por Km² (2015). As regiões mais populosas do
estado são Região Metropolitana de Goiânia (mais de 2 milhões de habitantes) e a Região do Entorno de
Brasília com mais de um milhão de habitantes.
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.
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IBGE Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/panorama.
Questão Indígena
A questão indígena transformou-se em um “problema” nos fins do século XVIII, pois a crise da
mineração levou a uma busca de novas terras no interior para a formação de fazendas. Evidentemente,
terras estas ocupadas por indígenas.
Essas populações iniciaram, como resposta, ataques contra as vilas e povoados dos colonizadores.
Esses ataques ocorriam desde o início da ocupação das terras brasileiras. O Sertão goiano, por
exemplo, passou a ser explorado pelos caçadores de índios e mineiros a partir do século XVII. E assim,
visando apaziguar a relação com os povos nativos, o governo luso enviou para a região padres da
Companhia de Jesus e capuchinhos da Ordem de São Francisco. O objetivo era de “civilizar e catequizar”
as populações indígenas, além de ensiná-las a prática da agricultura e criação de gado, atendendo, dessa
forma, a necessidade de mão de obra.
O padre Cristóvão de Lisboa fundou a primeira das Missões, em 1625.
Esse povoamento foi marcado por um confronto entre o branco (“colonizador”) e o índio. Nesse
contexto, a força da espada acabou por impor o domínio do branco, levando à dizimação do nativo de
várias formas:
Principais Tribos
A maioria dos grupos que viviam em Goiás pertencia ao tronco linguístico Macro-Jê, família Jê (grupos
Akuen, Kayapó, Timbira e Karajá). Outros três grupos pertenciam ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-
Guarani (Avá-Canoeiro, Tapirapé e Guajajara). A ausência de documentação confiável, no entanto,
dificulta precisar com exatidão a classificação linguística dos povos Goyá, Araé, Crixá e Araxá.
Goyá
Segundo a tradição, os Goyá foram os primeiros índios que a expedição de Bartolomeu Bueno da Silva
Filho encontrou ao iniciar a exploração aurífera e foram eles, também, que indicaram o lugar – Arraial do
Ferreiro – no qual Bartolomeu Bueno estabeleceu seu primeiro arranchamento. Habitavam a região da
Serra Dourada, próximo a Vila Boa, e quatro décadas após o início do povoamento desapareceram
Krixá
Seus limites iam da região de Crixás até a área do rio Tesouras. Como os Goyá, também
desapareceram no início da colonização do Estado e não se sabe ao certo seu destino, sua cultura e sua
língua.
Araé
Também não há muitos registros a respeito dos Araé. Possivelmente teriam habitado a região do rio
das Mortes.
Araxá
Habitavam o local onde se fundou a cidade de Araxá, que pertencia a Goiás e atualmente faz parte do
território de Minas Gerais.
Kayapó
Filiados à família linguística Jê, subdividiam-se em Kayapó do Sul, ou Kayapó Meridionais, e Kayapó
Setentrionais. Os Kayapó dominavam todo o sul da capitania de Goiás. Havia aldeias na região de rio
Claro, na Serra dos Caiapós, em Caiapônia, no alto curso do rio Araguaia e a sudeste, próximo ao
caminho de Goiás a São Paulo. Seu território estendia-se além dos limites da capitania de Goiás: a oeste,
em Camapuã, no Mato Grosso do Sul; a norte, na região entre o Xingu e o Araguaia, em terras do Pará;
a leste, na beira do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais; e ao sul, entre os rios Paranaíba e
Pardo, em São Paulo. Dedicavam-se à horticultura, à caça e à pesca, além de serem conhecidos como
povo guerreiro. Fizeram ampla resistência à invasão de suas terras e foram registrados vários conflitos
entre eles e os colonos. Vítimas de perseguições e massacres, foram também extintos no Estado de
Goiás.
Akwen
Os Akwen pertencem à família Jê e subdividem-se em Akroá, Xacriabá, Xavante e Xerente:
- Akroá e Xacriabá: habitavam extenso território entre a Serra Geral e o rio Tocantins, as margens do
rio do Sono e terras banhadas pelo rio Manoel Alves Grande. Estabeleceram-se, também, além da Serra
Geral, em solo baiano e nas ribeiras do rio São Francisco, nos distritos de Minas Gerais. Depois de vários
conflitos com os colonos que se estabeleceram em suas terras, foram levados para o aldeamento oficial
de São Francisco Xavier do Duro, construído em 1750. Os Akroá foram dizimados mais tarde e os
Xacriabá encontram-se atualmente em Minas Gerais, sob os cuidados da Funai.
- Xavante: Seu território compreendia regiões do alto e médio rio Tocantins e médio rio Araguaia.
Tinham suas aldeias distribuídas nas margens do Tocantins, desde Porto Imperial até depois de Carolina,
e a leste, de Porto Imperial até a Serra Geral, limites das províncias de Goiás (antes da divisão) e
Maranhão. Havia também aldeias na bacia do rio Araguaia, na região do rio Tesouras, nos distritos de
Crixás e Pilar, e na margem direita do rio Araguaia. Na primeira metade do século XIX entraram em
conflito com as frentes agropastoris que invadiam seus territórios e, após intensas guerras, migraram para
o Mato Grosso, na região do rio das Mortes, onde vivem atualmente.
- Xerente: Este grupo possuía costumes e língua semelhante aos Xavantes e há pesquisadores que
acreditam que os Xerentes são uma subdivisão do grupo Xavante. Os Xerentes habitavam os territórios
da margem direita do rio Tocantins, ao norte, no território banhado pelo rio Manoel Alves Grande, e ao
sul, nas margens dos rios do Sono e Balsas. Também viviam nas proximidades de Lageado, no rio
Tocantins, e no sertão do Duro, nas proximidades dos distritos de Natividade, Porto Imperial e Serra
Geral. Seus domínios alcançavam as terras do Maranhão, na região de Carolina até Pastos Bons. Como
os Xavante, também entraram em intenso conflito com as frentes agropastoris do século XIX e,
atualmente, os Xerente vivem no Estado de Tocantins.
Karajá
Os grupos indígenas Karajá, Javaé e Xambioá pertencem ao tronco linguístico Macro-Jê, família
Karajá, compartilhando a mesma língua e cultura. Viviam nas margens do rio Araguaia, próximo à Ilha do
Bananal. Ao longo do século XIX, entraram em conflito com as guarnições militares sediadas no presídio
de Santa Maria, sendo que os Karajá de Aruanã são a única aldeia do grupo que atualmente vivem no
Estado de Goiás.
Tapirapés
Pertencem ao tronco linguístico Tupi, família Tupi-Guarani. Este grupo inicialmente habitava a oeste
do rio Araguaia e eventualmente frequentavam a ilha do Bananal. Com o passar do tempo, se
estabeleceram ao longo do rio Tapirapés, onde atualmente ainda vivem os remanescentes do grupo.
Avá-Canoeiro
Pertencentes ao tronco linguístico Tupi, os Avá-Canoeiro habitavam as margens e ilhas dos rios
Maranhão e Tocantins, desde Uruaçu até a cidade de Peixe, em Tocantins. Entre meados do século XVIII
e ao longo do século XIX, entraram em graves conflitos com as frentes agropastoris que invadiam suas
terras. Atualmente, os Avá-Canoeiro do Araguaia vivem na Ilha do Bananal, na aldeia Canoanã, dos índios
Javaés, e os Avá-Canoeiro do Tocantins vivem na Serra da Mesa, município de Minaçu.
Escravidão
Em Goiás foi utilizado, na mineração, a mão de obra indígena (no início) e a negra. Normalmente a
estimativa de vida útil de um escravo nas minas não ultrapassava 7 anos de trabalho. Além do mais, a
má alimentação, os maus tratos (as vezes os escravos dormiam em pé dentro d’água), as arbitrariedade
e os castigos eram a forma usual de sujeição do escravo, como descreveu Debret: “fazendo poucos
exercícios, passa a mulher quase o dia inteiro sentada à moda asiática, com a parte superior do corpo
inclinado para frente e apoiada nos rins, da imobilidade dessa posição resulta um adiposidade que se
manifesta pela inchação excessiva das partes inferiores, o que visível principalmente os tornozelos...”
Com o declínio da mineração, os senhores de escravos não tinham mais como mantê-los e nem
recursos para adquirir novas peças. Tal fato levou ao abrandamento da escravidão, via a miscigenação,
fugas, deslocamento para outras regiões e da compra da liberdade. A criação de gado, nova atividade
econômica, por suas próprias características, levou a um controle menos rigoroso do trabalho escravo.
Portanto, quando foi assinada a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888, quase não havia escravos para serem
libertos em Goiás.
Quilombolas
Ligados diretamente à história da ocupação do território brasileiro, os quilombos surgiram a partir do
início do ciclo da mineração no Brasil, quando a mão de obra escrava negra passou a ser utilizada nas
minas, especialmente de ouro, espalhadas pelo interior do Brasil. Em Goiás, esse processo teve início
com a chegada de Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, nas minas dos Goyazes. Segundo relatos dos
antigos quilombolas, o trabalho na mineração era difícil e a condição de escravidão na qual viviam
tornavam a vida ainda mais dura. As fugas eram constantes e àqueles recapturados restavam castigos
muito severos, o que impelia-os a procurar refúgios em lugares cada vez mais isolados, dando origem
aos quilombolos.
Os Kalungas são os maiores representantes desses grupos em Goiás. Na língua banto, a palavra
kalunga significa lugar sagrado, de proteção, e foi nesse refúgio, localizado no norte da Chapada dos
Veadeiros, que os descendentes desses escravos se refugiaram passando a viver em relativo isolamento.
Com identidade e cultura próprias, os quilombolas construíram sua tradição em uma mistura de elementos
africanos, europeus e forte presença do catolicismo tradicional do meio rural.
A área ocupada pela comunidade Kalunga foi reconhecida pelo Governo do Estado de Goiás, desde
1991, como sítio histórico que abriga o Patrimônio Cultural Kalunga. Com mais de 230 mil hectares de
Cerrado protegido, abriga cerca de quatro mil pessoas em um território que estende pelos municípios de
Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás. Seu patrimônio cultural celebra festas santas repletas de
rituais cerimoniosos, como a Festa do Império e o Levantamento do mastro, que atraem turistas todos os
anos para a região.
Acaba Vida: na mesma região de Niquelândia, ocupavam terras férteis e era conhecido localmente,
sendo citado em 1879.
Ambrósio: existiu na região do Triângulo Mineiro, que, até 1816, pertencia a Goiás. Teve mais de mil
moradores e foi destruído por massacre.
Cedro: localizado no atual município de Mineiros, tinha cerca de 250 moradores que praticam a
agricultura de subsistência. Sobreviveu até hoje.
Forte: localizado no nordeste de Goiás, sobreviveu até hoje, tornando-se povoado do município de
São João d'Aliança.
Kalunga: localizado no Vão do Paranã, no nordeste de Goiás, existe há 250 anos, tendo sido
descoberto pela sociedade nacional somente em fins do anos 1960. Tem 5 mil habitantes, distribuídos
em vários núcleos na mesma região.
Mesquita: próximo à atual cidade de Luziânia, estendia sua população para diversas localidades no
seu entorno.
Muquém: próximo à atual cidade de Niquelândia e junto ao povoado de mesmo nome, foi notório, mas
deixou poucas informações a seu respeito.
Papuã: na mesma região do Muquém, foi descoberto em 1741 e destruído anos depois pelos
colonizadores.
Pilar: próximo à cidade de mesmo nome, foi destruído em lutas. Seus 300 integrantes chegaram a
planejar a morte de todos os brancos do local, mas o plano foi descoberto antes.
Tesouras: no arraial de mesmo nome, tinha até atividades de mineração e um córrego inclusive
chamado Quilombo.
Três Barras: tinha 60 integrantes, conhecidos pelos insultos e provocações ao viajantes.
São Gonçalo: próxima à cidade de Goiás, então capital, seus integrantes atacavam roças e rebanhos
das fazendas vizinhas.
Com a queda da ditadura getulista, trazendo ao Brasil um breve período de democracia que duraria
até 1964, a emergência de ligas camponesas, de “associações”, de uniões trouxeram à cena política a
luta dos trabalhadores rurais, que impuseram seu reconhecimento à sociedade, principalmente a partir
do início dos anos 1950. Embora ainda localizadas e dispersas, essas lutas repercutiram fortemente nos
centros de poder, fazendo da reforma agrária um importante eixo de discussão política.
Em Goiás, ao longo da rodovia Belém-Brasília, desde a década de 50 já vinha ocorrendo uma
colonização espontânea, com a ocupação de terras devolutas, ainda abundantes no norte do Estado.
Porém, à medida que a frente pioneira ia avançando e obtendo a propriedade jurídica da terra, estes
migrantes, que tinham a posse precária, tornaram-se vítimas da expansão do capital e do latifúndio.
Diante do violento processo de expulsão de posseiros que se instalou no norte de Goiás, com o avanço
do capital, os ocupantes expulsos tiveram poucas opções: migrar para áreas novas; trabalhar como
assalariado nas fazendas; ou migrar para a cidade. Mesmo possuindo direitos sobre as terras devolutas,
que foram ocupadas e trabalhadas com a finalidade de proporcionar os meios de sobrevivência à sua
família, os posseiros não se preocupavam ou não tiveram condições de legalizarem suas terras. Acontece
que o posseiro tem interesse apenas pela "terra de trabalho" e pouco se importa com a propriedade legal.
Os posseiros, que abriram as matas com seu trabalho e que sempre tiveram suas posses respeitadas
pelo vizinho, não se preocupavam em documentar as terras. Tornaram-se, portanto, vítimas fáceis dos
grileiros, investidores e especuladores. Quando o governo estadual iniciou as ações discriminatórias das
terras devolutas, por intermédio do Instituto do Desenvolvimento Agrário de Goiás (Idago), autarquia
estadual criada em 1962, e da Procuradoria Geral do Estado, os grileiros se apressaram em falsificar
títulos para se apoderarem das terras, mesmo que estivessem com posseiros.
Nas regiões das chamadas “fronteiras agrícolas”, ou seja, regiões onde a floresta vinha sendo
derrubada e novas áreas vinham sendo ocupadas ou transformadas em latifúndios, foram muitos os
conflitos, opondo posseiros a grileiros que, com base em títulos por vezes falsificados, procuravam dar
novo destino às terras, um destino que excluía a presença dos ocupantes como produtores autônomos e
visava a produção através do sistema de monocultura. Essas tensões normalmente vieram na esteira da
valorização das áreas e da transformação da terra em mercadoria. Alguns desses conflitos ganharam
grande dimensão política no final dos anos 50, com destaque para a revolta de Formoso e Trombas.
3
Adaptado de Leonilde Sérvolo de Medeiros.
O desenvolvimento das técnicas agrícolas, feita através de políticas públicas de incentivos fiscais,
gerou intensas modificações no campo após a década de 1960. O Estado de Goiás foi uma das regiões
que mais sofreu alterações em sua base agrícola.
O desenvolvimento de Goiás, nos últimos anos, é expressivo, principalmente da região Sudoeste, que
tem o seu principal setor de crescimento na agricultura. O desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser
analisado juntamente com o processo de crescimento da Região Centro-Oeste, que até as décadas de
1950 e 1960 era vista como “celeiro” na qual sua função era produzir matérias-primas e produtos de
necessidade básica para o restante do país.
A partir da década de 1960, através da Revolução Verde e com o novo pacote tecnológico, que
agricultura brasileira vinha consolidando em função do novo alcance das fronteiras agrícolas e pela
utilização de novas tecnologias como maquinário, fertilizantes e defensivos, é que a Região Centro-Oeste
inicia seu processo de crescimento através das políticas públicas, tendo o Estado como importante
definidor de fundos necessários para sua execução. Esse crescimento fez com que a Região Centro-
Oeste deixasse de ser uma região tipicamente de fronteira para se tornar uma área de produção
agroindustrial e se integrar na nova dinâmica econômica do país.
O recente desenvolvimento do Estado de Goiás deve ser compreendido dentro do próprio processo de
crescimento da região Centro–Oeste, que desde a década de 60 sofreu uma forte e acelerada mudança
em sua base produtiva. Para gerar o desenvolvimento, a presença do Estado mostrou-se fundamental
como provedor das políticas públicas e dos fundos necessários para a sua execução, através do Plano
de Desenvolvimento Econômico e Social do Centro-Oeste (PLADESCO), Programa de Desenvolvimento
do Cerrado (POLOCENTRO), Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e outros
programas.
Cultura5
Das tochas flamejantes dos farricocos da cidade de Goiás aos mantos brilhantes de mouros e cristãos
das Cavalhadas pirenopolinas, Goiás festeja suas tradições. Do traçado da escrita de Bernardo Élis à arte
4
Adaptado de Silva, Antenor
5
http://www.goias.gov.br/paginas/conheca-goias/cultura/
Artes
Goiás é pleno em artes. O Estado conjuga sob sua tutela manifestações artísticas variadas, que
englobam do traço primitivo até o mais moderno desenho. Contemplado com nomes de peso no cenário
regional, Goiás é expressivo quanto aos artistas que contaram em prosa e verso as belezas do Cerrado
ou o ritmo de um Estado em crescimento e mesmo as nuances de ritos cotidianos.
Na escultura, José Joaquim da Veiga Valle é unanimidade. Natural de Pirenópolis, esculpia imagens,
na maioria em cedro, sendo considerado um dos grandes “santeiros” do século XIX. Suas madonas são
as mais representativas e na época eram expressadas conforme a devoção de cada pessoa que a
encomendava. Já a pintura é honrada pelas técnicas e pincéis de Siron Franco e Antônio Poteiro, artistas
renomados e reconhecidos mundialmente em pinturas, monumentos e instalações, que vão do
primitivismo de Poteiro até o temas atuais na mãos de Siron Franco. Isso sem contar a arte inigualável
de Goiandira do Couto, expressa por seus quadros pintados não com tinta, mas com areia colorida
retirada da Serra Dourada.
A literatura goiana é destaque à parte. Destacam-se os nomes de Hugo de Carvalho Ramos,
com Tropas e Boiadas; Basileu Toledo França e os romances históricos Pioneiros e
Jagunços e Capangueiros; Bernardo Élis e as obras Apenas um Violão, O Tronco eErmos Gerais; Carmo
Bernardes com Jurubatuba e Selva-Bichos e Gente; Gilberto Mendonça Teles, considerado o escritor
goiano mais famoso na Europa, com A Raiz da Fala e Hora Aberta; Yêda Schmaltz com Baco e Anas
Brasileiras; Pio Vargas e Anatomia do Gesto e Os Novelos do Acaso; e Leo Lynce, um dos precursores
do modernismo, com seu livro Ontem.
Cora Coralina
Ana Lins Guimarães Peixoto Bretas tinha quase 76 anos quando publicou seu primeiro livro, Poemas
dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Conhecida pelo pseudônimo de Cora Coralina foi poetisa e contista,
sendo considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Também era conhecida por seus
dotes culinários, especialmente na feitura dos típicos doces da cidade de Goiás, onde morava – motivo
do qual é evidente a presença do cotidiano interiorano brasileiro, em especial dos becos e ruas de pedras
históricas, em sua obra.
Festas e festivais
O Estado de Goiás promove, constantemente, manifestações artísticas conjuntas de forma a
apresentar novos nomes do cenário regional. Três festivais têm espaço garantido no calendário de
eventos estadual, dando repercussão à cultura audiovisual, dramaturgia e à música. Na cidade de Goiás,
é realizado o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, o Fica; em Porangatu, a Mostra de
Teatro Nacional de Porangatu, o Tenpo; e o Festival Canto da Primavera, em Pirenópolis.
Festas religiosas
Resultado do processo de formação da chamada gente goiana, o legado religioso no Estado de Goiás
está intimamente ligado ao processo de colonização portuguesa registrado por quase toda a extensão do
território brasileiro. Reflexo dessa realidade é a forte presença de elementos cristãos nas manifestações
populares, que a exemplo da formação do sertanejo se consolidavam como uma das poucas opções de
entretenimento da época. Por todo o Estado, são costumeiras as distribuições das cidades no espaço
geográfico partindo de uma igreja católica como ponto central do município, o que lhes atribuía também
o direcionamento das festas populares.
Pirenópolis e cidade de Goiás talvez sejam as maiores expressões desse tradicionalismo cristão
imbuído em festejos tradicionais. São famosas as Festas do Divino Espírito Santo, Cavalhadas e
comemorações da Semana Santa, como a Procissão do Fogaréu. No entanto, de norte a sul, fervilham
expressões populares, quer seja em vilarejos, como a tradicional Romaria de Nossa Senhora do Muquém,
no distrito de Niquelândia, ou próximo a grandes centros urbanos, caso da cidade de Trindade, próximo
à Goiânia, e o Santuário do Divino Pai Eterno.
Mesmo no interior, esses valores persistem e são comuns no começo do ano as Folias de Reis que
dão o tom de festa e oração firmes no intuito de retribuir graças recebidas, como uma boa colheita ou
recuperação de enfermidades. Na adoração ao menino Jesus, segundo a saga dos três santos reis
magos, os festeiros arrecadam alimentos, animais e até dinheiro para cobrir as despesas da festa
popularizando a fé e promovendo a socialização entre comunidades.
Gastronomia
Em Goiás, comer é um ato social. A comida carrega traços da identidade e da memória do povo goiano,
tanto que a cozinha típica goiana é geralmente grande e uma das partes mais importantes da casa, por
agregar ritos e hábitos do ato de fazer a comida. Historicamente, a culinária goiana se desenvolveu
carregada de influências e misturas que, em virtude da colonização e da escassez de alimentos vindos
de outras capitanias, teve que buscar adaptações de acordo com a realidade local, em especial a do
Cerrado. O folclorista Bariani Ortêncio, em seu livro Cozinha goiana: histórico e receituário, resumiu essa
ideia ao ressaltar essas substituições. Se não havia a batatinha inglesa, havia a mandioca e o inhame
nativos, a serralha entrava no lugar do almeirão e a taioba substituía a couve. E assim, foram introduzidos
na panela goiana, o pequi, a guariroba, além dos diversos frutos do Cerrado, como o cajá-manga e a
mangaba, consumidos também em sucos, compotas, geléias, doces e sorvetes.
Do fogão caipira até as mais modernas cozinhas industriais é costumeiro se ouvir falar no tradicional
arroz com pequi, cujo cheiro característico anuncia de longe o cardápio da próxima refeição. O pequi,
aliás, é figura tão certa na tradição goiana, quanto os cuidados ministrados àqueles que se aventuram a
experimentá-lo pela primeira vez. A quem não sabe, não se morde, nem se parte o pequi. O fruto é roído
com os dentes incisivos e qualquer menção no sentido de mordê-lo pode resultar em uma boca recheada
de dolorosos espinhos.
Também se inclui no cardápio típico goiano a paçoca de pilão, o peixe assado na telha e a galinhada.
A galinhada, por sinal, não se resume ao frango com arroz. É mais, acompanhada de açafrão, milho e
cheiro verde, rendendo uma mistura que agrada a ambos, olfato e paladar. Sem contar a infinidade de
doces típicos interioranos, visto na leveza de alfenins, pastelinhos, ambrosias, entre outras guloseimas.
A Pamonha
Iguaria feita à base de milho verde, a pamonha está ligada diretamente à tradição goiana. Encontrada
em diversos sabores, salgados, doces, apimentados e com os mais diferentes recheios, que incluem até
jiló e guariroba, a pamonha é quase unanimidade no prato do goiano, frita, cozida ou assada,
especialmente em dias chuvosos. Difícil mesmo encontrar algum goiano que não goste de comê-la e,
principalmente, de fazê-la. É comum, especialmente no interior, reunir familiares e amigos para preparar
caldeirões imensos da pamonhada, como forma de integração social. Homens, mulheres, crianças, jovens
e adultos – todos participam. E é, em geral, coisa de amigos íntimos, ditos “de dentro de casa”.
Manifestações Populares
O desenrolar da história de Goiás propiciou o aparecimento de diversas atividades culturais no Estado,
das quais originaram legítimas manifestações do folclore goiano. Apesar de boa parte delas estar
relacionada ao legado religioso introduzido pelos portugueses, o movimento cultural que floresceu no
Estado agregou tradições indígenas, africanas e europeias de maneira a abrigar um sincretismo não
apenas religioso, mas de tradições, ritmos e manifestações que tornaram a cultura goiana um mix de
sensações que vão da batida do tambor da Congada e dos mantras entoados nas orações ao Divino, até
a cadência da viola sertaneja ou o samba e o rock que por aqui também fizeram morada.
As Cavalhadas talvez sejam uma das manifestações populares mais dinâmicas e expressivas do
Estado de Goiás. A encenação épica da luta entre mouros e cristãos na Península Ibérica é apresentada
tradicionalmente por diversas cidades goianas, tendo seu ápice no município de Pirenópolis, quinze dias
após a realização da Festa do Divino. Toda a cidade se prepara para a apresentação, travestida no
esforço popular em carregar o estandarte que representa sua milícia. O azul cristão trava a batalha contra
o rubro mouro, ornados ambos de luxuosos mantos, plumas, pedras incrustadas e elmos metálicos,
desenhando, por conseguinte, símbolos da cristandade como o peixe ou a pomba branca – símbolo do
Divino – e do lado muçulmano o dragão e a lua crescente. Paralelamente, os mascarados quebram a
solenidade junto ao público, introduzindo o sarcástico e profano, em meio a um dos maiores espetáculos
do Centro-Oeste.
As Congadas dão outro show à parte. Realizadas tradicionalmente no município de Catalão, reúnem
milhares de pessoas no desenrolar do desfile dos ternos de Congo que homenageiam o escravo Chico
A Raiz e o Sertanejo
Nem só de manifestações religiosas vive a tradicional cultura goiana. Uma dança bastante antiga e
muito representativa do Estado também faz as vezes em apresentar Goiás aos olhos dos visitantes. A
Catira que tem seus primeiros registros desde o tempo colonial não tem origem certeira. Há relatos de
caráter europeu, africano e até mesmo indígena, com resquícios do processo catequizador como forma
de introduzir cantos cristãos na possível dança indígena. No entanto, seu modo de reprodução
compassado entre batidas de mãos e pés, permeados por cantigas de violeiros perfaz a beleza
cadenciada pela dança.
A viola, aliás, está presente em boa parte do cancioneiro popular goiano, especialmente nos gêneros
caipira e sertanejo, que em conjunto com sanfonas e gaitas têm sido bastante divulgados, geralmente por
duplas de cantores. Diferenças, no entanto, podem ser notadas quanto à temática, uma vez que o
sertanejo tem se apresentado majoritariamente enquanto produto da indústria cultural e a música de raiz
ou caipira se inspirado nas belezas do campo e do cotidiano do sertanejo.
Pluralidade de ritmos
Nem só de sertanejo vive o Estado de Goiás. Na verdade, ritmos antes considerados característicos
de eixos do Sudeste do país têm demarcado cada vez mais seu espaço dentro do território goiano. Bons
exemplos são a cena alternativa e do rock, divulgados em peso por festivais de renome como o Bananada
e o Vaca Amarela, enquanto que, por outro lado, rodas de samba e apresentações de chorinho também
têm angariado novos adeptos, dentre outros tantos ritmos encontrados na cultura goiana.
Símbolos de Goiás
Bandeira
Brasão
Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus
Louvor, louvor a Goiás!
Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus
Louvor, louvor a Goiás!
Terra Querida
Fruto da vida
Recanto da Paz
Cantemos aos céus
Regência de Deus
Questões
6
https://www.letras.mus.br/hinos-de-estados/126608/
02. Entre 1920-1929, o gado vivo significou quase a metade de todas as exportações e 27,69% da
arrecadação total do Estado.
MORAES, Maria Augusta de Sant’Anna; PALACIN, Luis. História de Goiás. Goiânia: Editora da UCG. p. 92.
Sobre a economia goiana, marque a alternativa CORRETA.
(A) A grande importância da pecuária em Goiás, na década de 1920, deve-se principalmente à adoção
da pecuária intensiva por parte dos criadores, aumentando, com isso, a produtividade.
(B) O predomínio da pecuária na economia goiana no século XIX e parte do XX foi acompanhado de
relações de trabalho arcaicos no campo, com predomínio do clientelismo.
(C) A pavimentação das rodovias na década de 1920 contribuiu para incrementar as exportações
goianas de carne bovina.
(D) Ainda hoje, o gado vivo, principalmente do sudoeste, é o principal produto de exportação de Goiás.
04. “[...] a mudança da capital não é apenas um problema na vida de Goiás. É também a chave, o
começo da solução de todos os demais problemas. Mudando a sede de Governo para um local que reúna
os requisitos de cuja ausência absoluta se [ressente] a cidade de Goiás, teremos andado meio caminho
na direção da grandeza desta maravilhosa unidade Central”.
(Relatório apresentado por Pedro Ludovico Teixeira ao presidente Getúlio Vargas em 1934. In: PALACIN, Luis. Fundação de Goiânia e desenvolvimento de
Goiás. Goiânia: Oriente, 1976. p. 44)
Com relação à mudança da capital de Goiás na década de 1930, marque a alternativa INCORRETA:
(A) De acordo com o texto citado, para Pedro Ludovico o objetivo explícito da mudança da Capital era
promover o desenvolvimento de Goiás. No entanto, implicitamente, visava criar um novo centro de poder,
afastando-se de seus adversários políticos.
(B) Em termos econômicos, a construção de Goiânia foi uma estratégia utilizada por Pedro Ludovico
Teixeira para promover o desenvolvimento socioeconômico do Estado de Goiás.
(C) Ao afirmar que a cidade de Goiás não reunia condições para propiciar o desenvolvimento
econômico de Goiás, Pedro Ludovico Teixeira equivocou-se. No século XIX, graças à exploração aurífera,
Goiás era um dos estados mais desenvolvidos do Brasil.
(D) A construção de Goiânia expressou o desejo renovador advindo com a Revolução de 1930. Os
revolucionários aspiravam romper com o passado, com as tradições e com o atraso representado pela
cidade de Goiás.
05. O coronelismo foi a expressão do poder local na Primeira República. Sobre a estrutura de poder
nesse período analise as assertivas abaixo e escolha a alternativa CORRETA:
I. O coronelismo apresentava-se como uma resposta à ausência do Estado. O poder familiar e pessoal
assegurava a dominação tradicional, uma vez que inexistia uma ordem, propriamente, republicana.
II. A partir de 1912, o poder em Goiás esteve concentrado nas mãos do domínio familiar (Caiados),
que gerava, além de deputados e senadores, leis que atendiam, sobretudo, aos interesses particulares.
III. A partir de 1937, iniciou-se uma renovação política que afirmou a primazia do Estado diante dos
interesses particulares, mas sob um regime político ditatorial, incapaz, portanto, de afirmar o sentido
democrático do ideário republicano.
(A) São corretas apenas as assertivas I e II.
(B) São corretas apenas as assertivas II e III.
07. A historiografia goiana considera que na década de 1970 houve uma modernização das atividades
agrícolas em Goiás. Como decorrência dessa modernização, constata-se uma crescente mecanização e
utilização de insumos agrícolas, significando a expansão e consolidação do capitalismo no meio rural. É
CORRETO identificar como consequência desse processo:
(A) o aumento da repressão autoritária por parte do Estado aos movimentos sociais que lutavam por
terra.
(B) modificações na estrutura fundiária de Goiás, com a consolidação da pequena propriedade rural,
no estado.
(C) a implantação de um programa de reforma agrária, como a Colônia Agrícola de Ceres, para atender
aos trabalhadores imigrantes.
(D) o desenvolvimento do populismo nos anos 70 como forma de conciliação de interesses
contraditórios no quadro político e econômico de Goiás.
O trecho do poema acima faz referência ao intenso processo de crescimento demográfico ocorrido em
Goiás com a mudança da capital e a inauguração de Goiânia. Outro fator que fomentou o crescimento
demográfico de Goiás no século XX foi a
(A) descoberta de ouro por Bartolomeu Bueno da Silva.
(B) fundação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).
(C) construção de Brasília.
(D) Revolução de 1930, comandada por Pedro Ludovico Teixeira.
Gabarito
01.C / 02.B / 03.A / 04.C / 05.D / 06.B / 07.A / 08.C / 09.E / 10.E
Comentários
01. Resposta: C
Goiás era conhecido e percorrido pelas bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil. Mas
seu povoamento só ocorreu em virtude do descobrimento das minas de ouro (século XIII). Esta povoação,
como todo povoamento aurífero, foi irregular e instável.
02. Resposta: B
A expansão da pecuária em Goiás, nas três primeiras décadas do século XIX, que alcançou relativo
êxito, trouxe como consequência o aumento da população. O Clientelismo é um sub-sistema de relação
política - em geral ligado ao coronelismo, onde se reedita uma relação análoga àquela entre suserano e
vassalo do Sistema Feudal, com uma pessoa recebendo de outra a proteção em troca do apoio político.
03. Resposta: A
Goiânia foi planejada por Attilio Corrêa Lima. Após desentendimentos com as autoridades, Lima
abandona o projeto, que é então entregue para Armando Augusto de Godói.
04. Resposta: C
A cidade de Goiás estava afastada das rotas do desenvolvimento econômico, e a exploração aurífera
vinha enfrentado um período de decadência. Além disso, a mudança da capital atendia ao desejo político
do governo de Getúlio Vargas de enfraquecer as oligarquias locais, fortalecendo o governo central.
05. Resposta: D
Com vinda da Republica, os coronéis passam a exercer grande influência no cenário político brasileiro.
A manipulação de resultados de eleições era uma pratica constante. A consolidação da república ocorre
sob o poder dos grandes proprietários rurais, por isso a república velha até a revolução de 30 (fim da
república do café com leite e o início da Era Vargas) é conhecida como República Oligárquica.
O Coronelismo no Estado de Goiás diferenciou-se de outras regiões pela situação de isolamento
geográfico, político, social, econômico e de comunicação do estado com o centro hegemônico do poder
nacional. Mesmo assim, manteve as características básicas da política oligárquica feita por poucos, para
poucos.
06. Resposta: B
Desde o início da ocupação, a agricultura foi, e ainda é, a base econômica da região, e vem
apresentando algumas fortes características. Uma primeira é, a constante queda do emprego agrícola,
07. Resposta: A
Segundo o professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cláudio Maia, diante do conflito agrário,
o Estado agiu na garantia do latifúndio e da exploração, reprimindo os movimentos sociais que buscavam
redistribuição de terras.
08. Resposta: C
Desde a sua fundação, a cidade de Goiânia apresentou um grande crescimento demográfico e uma
significativa expansão urbana. Com a transferência do Distrito Federal e a inauguração de Brasília,
distante 180 Km de Goiânia, a expansão urbana e demográfica tornou-se muito mais expressiva.
09. Resposta: E
O processo de aldeamentos indígenas na Capitania de Goiás ocorreu entre os anos de 1749 e 1811,
portanto, entre os séculos XVIII e XIX.
10. Resposta: E
A transferência da capital para Goiânia foi muito importante para o desenvolvimento do estado. Desde
a sua fundação, a cidade desempenhou papel decisivo na projeção de Goiás na esfera da modernização
agrícola e, por conseguinte, da integração econômica nacional. Contudo, nas décadas seguintes, esse
desenvolvimento tornou-se ainda mais exponencial, garantindo uma inserção decisiva de Goiás na
economia do país.
GOIÂNIA7
Dados Geográficos
Capital do Estado de Goiás, Goiânia figura entre as cidades com melhor índice de qualidade de vida
do país.
Município brasileiro com maior área verde por habitante (94 m²) e detentor do segundo maior
quantitativo proporcional do mundo (precedido apenas de Edmonton, no Canadá, com taxa de 100 m²),
a cidade, de apenas 80 anos, destaca-se por implementar um modelo de desenvolvimento urbano aliado
à consistente política de responsabilidade ambiental.
Além do grande número de áreas verdes, que supera em quase oito vezes a taxa preconizada pela
Organização das Nações Unidas (12 m²), a capital goiana é a cidade brasileira com maior quantitativo de
árvores em vias públicas.
Possui a melhor infraestrutura urbana do Brasil (IBGE/2012), o maior parque de diversões público da
América Latina e, em breve, terá o maior parque linear do mundo: o Programa Urbano Ambiental
Macambira Anicuns (Puama).
Audaciosos projetos socioambientais contribuíram para que a Comissão Europeia e Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID) escolhessem o município como um dos integrantes da lista de
cidades mundialmente sustentáveis.
Desde 2011, Goiânia faz parte da Rede Urbelac de Cidades Sustentáveis, destinada ao
desenvolvimento de programas que visam a melhoria da qualidade de vida e promovam a colaboração
entre cidades de porte intermediário. Assim como a italiana Florença e a espanhola Bilbao, a Capital de
Goiás comunica experiências de trabalho e serve de referência prática para outras localidades que visam
o desenvolvimento aliado à responsabilidade ambiental.
A rede da qual Goiânia faz parte é composta por municípios que têm população estimada entre 300
mil e dois milhões de habitantes, situadas na América Latina, Caribe e Europa. Também a integram as
cidades de Bilbao (Espanha), Florença (Itália), Trujillo (Peru), Bucaramanga (Colômbia) e Manaus (Brasil).
Todas se articulam para identificar estratégias e programas inovadores de desenvolvimento urbano
sustentável e integrado, com ações específicas para as áreas de meio ambiente, requalificação urbana,
geração de renda e gestão.
7
Encontra Goiás. Disponível em: http://www.encontragoias.com.br/sobre-goiania.htm.
Repórter Independente. Disponível em: http://reporterindependente.com.br/goiania-capital-verde-do-brasil/.
Prefeitura de Goiânia. Disponível em: http://www4.goiania.go.gov.br/portal/goiania.shtml.
Do ponto de vista hidrográfico, Goiânia e sua região metropolitana se localizam numa região onde há
22 sub-bacias hidrográficas, as quais deságuam nos ribeirões Anicuns, Dourados e João Leite. Todas as
sub-bacias pertencem à bacia hidrográfica do rio Meia Ponte, afluente direto do rio Paranaíba.
Hidrograficamente, Goiânia possui 85 cursos d'água, sendo oitenta córregos, quatro ribeirões e um único
rio.
Desde sua fundação, a cidade teve um crescimento populacional desordenado que trouxe problemas
ambientais como consequência, com destaque para as erosões, principalmente a fluvial, que vem
comprometendo a qualidade de seus cursos d'água.
Geologia e Geomorfologia
Goiânia está em uma região de dobramentos formados no período neoproterozoico, cujo relevo do
local é composto por planaltos com pequenos declives, o que dá ao território paisagens aplanainadas.
O solo da cidade é do tipo terra roxa.
Geomorfologicamente, Goiânia está dividida em cinco categorias: Planalto dissecado de Goiânia,
Chapadões de Goiânia, Planalto embutido de Goiânia, Terraços e Planícies da Bacia do rio Meia Ponte
e os Fundos de Vales.
As características geomorfológicas de tais categorias contribuem para que Goiânia tenha uma
topografia relativamente aplainada, apresentando poucos declives, onde os maiores se localizam em
locais isolados, com erosões ou próximos a cursos d'água e vales. Tais declives fizeram com que Goiânia
tivesse uma altitude baixa em relação à cidades vizinhas, se tornando um degrau em pleno planalto.
Relevo e Vegetação
Localizada na região central do Brasil, Goiânia possui uma altitude de 749 metros.
Mesmo tendo uma topografia aplainada, a cidade contém regiões altas ou baixas, como o Morro do
Mendanha, que possui 841 metros de altitude, e é nele que se localizam torres que pertencem à
emissoras de televisões locais. Há também o Morro da Serrinha, tendo 816 metros de altura.
Goiânia se localiza num estado onde o cerrado é a vegetação predominante de 70% de seu território.
A cidade contém um solo arenoso e ácido, formado por duas estações distintas. Há várias tipologias
florestais na cidade de regiões de savana.
Clima
Goiânia é um município brasileiro, capital do estado de Goiás, distando 209 km de Brasília, a capital
nacional, sendo assim, a capital estadual mais próxima da capital federal.
Localizada no centro do seu estado, foi planejada e construída para ser a capital política e
administrativa de Goiás sob influência da Marcha para o Oeste, política desenvolvida pelo governo Vargas
para acelerar o desenvolvimento e incentivar a ocupação do Centro-Oeste brasileiro.
Os estreitos laços de amizade e inteirações políticas entre Pedro Ludovico Teixeira e Vargas
contribuíram bastante para essa empreitada. Sofreu um acelerado crescimento populacional desde a
década de 1960, atingindo um milhão de habitantes em 1996. Desde seu início, a sua arquitetura teve
influência do Art Déco, que definiu a fisionomia dos primeiros prédios da cidade.
8
IBGE. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?codmun=520870.
Trânsito10
Goiás é um dos estados brasileiros que mais reduziram o número de mortos no trânsito. O índice caiu
de 32,5 mortos por 100 mil habitantes em 2014 para 27,7 mil mortos a cada 100 mil habitantes no
levantamento de 2015. Os dados foram apurados pelo programa Trânsito com Vida, do Goiás Mais
Competitivo e Inovador. O recuo alcançado 4,5 pontos percentuais é o quarto maior do País, ficando atrás
apenas de Mato Grosso do Sul (-7,7), Rio de Janeiro (-5,6) e Amazonas (-5,5).
Em 2014, a imprudência e imperícia fizeram 2.110 vítimas fatais no trânsito. No ano seguinte, o número
caiu para 1.837 mortos, segundo dados preliminares do Datasus.
Goiânia (32,27%), Anápolis (7,2%) e Aparecida de Goiânia (4,36%) concentram 43,83% das
fatalidades. Por isso, o Detran-GO tem intensificado a fiscalização nesses municípios, especialmente, no
que se refere à aplicação da Lei Seca.
Apesar do avanço, o condutor que transita pelo Estado é o sexto que mais mata do Brasil, depois do
Piauí (36,5), Tocantins (35,3), Roraima (31,4) e Rondônia (28,3).
Distâncias
http://www4.goiania.go.gov.br/portal/goiania.asp?s=2&tt=con&cd=1628.
9
IBGE. Cidades e Estados. Goiânia. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/go/goiania.html.
10
Goiás Agora. Disponível em: http://www.goiasagora.go.gov.br/cai-o-numero-de-mortes-no-transito-em-goias/.
Cidades Polo:
Itumbiara: 204 km;
Jaraguá: 84 km;
Jataí: 332 km;
Luziânia: 255 km;
Mineiros: 420 km;
Rio Verde: 241 km.
Desigualdade Social
Segundo dados do IBGE, em 2011 Goiânia possuía sete aglomerados subnormais, que são: Emílio
Póvoa, Quebra Caixote, Rocinha, a primeira e segunda etapa do Jardim Botânico, a área I do Jardim
Goiás e uma invasão numa parte do Jardim Guanabara, e somavam uma população de 3.495 pessoas
em 1.066 domicílios.
Goiânia é a metrópole brasileira com o menor número de favelas do país. Embora o termo favela não
seja bem visto pelas autoridades da cidade por não haver muitos morros no município, em 2009 existiam
141 áreas irregulares, chamadas de invasões.
Segundo especialistas, tal situação é maquiada em Goiânia, já que as famílias moradoras em locais
como esses são retiradas dos locais e colocadas nas periferias da cidade.
Em 2010, Goiânia foi considerada pela Organização das Nações Unidas como a cidade mais desigual
do Brasil e a décima do mundo.
O município de Goiânia era anteriormente divido em doze administrações regionais, sendo que hoje
são sete (Centro, Sul, Sudoeste, Leste, Noroeste, Norte, Oeste), cada uma delas, por sua vez, dividida
em vários bairros.
Criadas em 2009, a jurisdição das unidades administrativas regionais leva em conta aspectos
históricos e culturais. O modelo utilizado na capital é o mesmo de Curitiba, onde as administrações não
possuem uma autonomia financeira.
Aspectos Históricos
11
Prefeitura de Goiânia. História de Goiânia. https://www12.goiania.go.gov.br/sobre-goiania/historia-de-goiania/.
Em 2010, de acordo com dados do IBGE, a população de Goiás era composta por 6.003.788
habitantes, sendo a densidade demográfica de 17,65 (hab./km²).
Já em 2020, a População estimada foi de 7.113.540 habitantes, numa Área de 340.106,492 (km²)12.
A construção de Goiânia, capital de Goiás, e de Brasília, capital Federal, atraiu pessoas de diferentes
partes do país, em especial de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí. A expansão
da fronteira agrícola e o desenvolvimento econômico registrado em Goiás também contribuíram para esse
processo.
No aspecto social, a população de Goiás enfrenta alguns problemas, como, por exemplo, o déficit nos
serviços de saneamento ambiental: menos de 50% têm acesso à rede de esgoto.
A taxa de mortalidade infantil é de 18,3 óbitos a cada mil nascidos vivos, abaixo da média nacional,
que é de 22.
Goiás ocupa 9° lugar no ranking nacional de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).13
O povoamento do estado de Goiás intensificou-se em decorrência de uma série de políticas públicas
para a ocupação e desenvolvimento econômico da porção oeste do território brasileiro, a chamada
Marcha para o Oeste. Houve a expansão da fronteira agrícola e maiores investimentos em infraestrutura
no estado, além da construção da nova capital, Goiânia, e da capital Federal, Brasília. Fatos estes que
desencadearam grandes fluxos migratórios para Goiás.
Como resultado dessa política de incentivo à ocupação do oeste brasileiro, a população de Goiás teve
um aumento significativo, principalmente após o ano de 1950.
De acordo com dados do IBGE, cerca de 25% da população de Goiás é formada por imigrantes, ou
seja, pessoas oriundas de outros estados. Esse fluxo migratório é resultado de algumas políticas públicas
para ocupação da porção oeste do território brasileiro, fato que se intensificou a partir da década de 1950.
Pardos: 50,9%.
Brancos: 43,6%.
Negros: 5,3%
Indígenas: 0,2%.
Questões
12
IBGE. Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/panorama.
13
Wagner de Cerqueira e Francisco. Disponível em: http://alunosonline.uol.com.br/geografia/populacao-goias.html.
03. (PC/GO – Agente de Polícia – UEG) Embora Goiás esteja situado no core do domínio dos
cerrados, este não é o seu único tipo de vegetação. Sobre seu território projeta-se também outro tipo
específico de vegetação, que ocupa a segunda maior área em extensão. Esse tipo fitofisionômico é
denominado
(A) Mato Grosso Goiano, situado na região central do estado.
(B) Floresta Amazônica, no norte e oeste goiano, na divisa com Mato Grosso.
(C) Mata de cocais, nas proximidades de Minaçu até o estado de Tocantins.
(D) Mata Atlântica, no sul goiano próximo à divisa com Minas Gerais.
06. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG) A geomorfologia do território goiano resulta de três
processos naturais, sendo eles: o aplainamento do relevo primitivo por meio de sucessivos ciclos erosivos,
a intensa deposição de sedimentos que formou as nossas bacias sedimentares e o entalhamento dos
diferentes níveis de relevo mediante a rede de drenagem instalada no modelado.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia:
Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004. 2. ed. p. 151.
Nesse sentido observa-se que o relevo goiano é caracterizado por
(A) apresentar diferenciações altimétricas bruscas, com cotas que variam entre 400 e 2000 metros.
(B) constituir-se por cristas de estrutura inclinada relativas a escarpas suaves de um lado e encostas
abruptas do outro.
(C) apresentar como área mais extensa a Planície do Araguaia, onde se encontra a Ilha do Bananal.
(D) constituir-se das seguintes unidades geomorfológicas: o Planalto Central Goiano, a Depressão do
Araguaia e o Chapadão de Rio Verde.
07. (PC/GO – Delegado de Polícia – UEG) O bioma do cerrado distribuído pelo território nacional (1/3
da biota brasileira), no contexto da globalização da economia, está sofrendo violento processo de
impactos ambientais em termos de degradação e destruição de significativos ecossistemas do território
do país.
BARBOSA, A. S.; TEIXEIRA NETTO, A.; GOMES, H. Geografia:
Goiás-Tocantins. Goiânia: Editora da UFG, 2004, 2. ed. p. 144.
Os impactos ambientais nas áreas de vegetação natural dos cerrados goianos são causados pela
08. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA) O sudoeste goiano, região onde
se situa Rio Verde,
(A) viveu um processo de povoamento e desenvolvimento muito recente, intensificado apenas na
década de 1990, com elevadíssimo crescimento populacional.
(B) está distante das vias de acesso às grandes regiões agropecuaristas do Centro-Oeste.
(C) não possui municípios com IDHM abaixo de 0,6, o que contribuiu para que o estado de Goiás
estivesse, em 2010, entre as dez melhores unidades da Federação, nesse aspecto.
(D) é conhecido também como a região da “Estrada de Ferro”.
(E) tem a indústria de bens de produção como base da economia regional.
09. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA). Assinale a alternativa correta com relação à dinâmica
da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A). Verificou-se maior densidade demográfica nos seguintes municípios: Valparaíso de Goiás,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de Goiás.
(B) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(C) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(D) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(E) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.
10. (UEG – Analista de Gestão – FUNIVERSA). Assinale a alternativa correta com relação à dinâmica
da população goiana segundo o último censo demográfico nacional realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) em 2010.
(A) A população goiana era, à época, ligeiramente inferior a 6 milhões de habitantes.
(B) Pessoas nascidas em unidades da Federação fora da região Centro-Oeste compõem a maioria da
população goiana, o que torna o estado o maior receptor de migrantes no Brasil.
(C) Goiás foi o estado brasileiro que mais perdeu população para o exterior, especialmente rumo à
América do Norte, tendo a emigração de homens predominado sobre o êxodo de mulheres.
(D) A densidade demográfica do estado de Goiás era, à época, igual a 17,65 hab./km², superior,
portanto, à média nacional.
(E). Verificou-se maior densidade demográfica nos seguintes municípios: Valparaíso de Goiás,
Goiânia, Aparecida de Goiânia e Águas Lindas de Goiás.
Gabarito
01.A / 02.A / 03.A / 04.C / 05.A / 06.C / 07.A / 08.C / 09. A / 10.E
Comentários
01. Resposta: A.
De acordo com o IBGE (2015) as cidades que possuem mais de 100 mil/hab. na RMG são: Aparecida
de Goiânia com 521 910 mil/hab. e Trindade com 117 454/hab., seguidas de Senador Canedo (100
367/hab.), Inhumas (51 543/hab.), Nerópolis com 27341/hab. e Aragoiânia com 7.895/hab.
03. Resposta: A.
Com exceção da região do Mato Grosso Goiano, onde domina uma pequena área de floresta tropical
em que existem árvores de grande porte aproveitadas pela indústria, como o mogno, jequitibá e peroba,
o território goiano apresenta a típica vegetação do Cerrado. Arbustos altos e árvores de galhos retorcidos
de folha e casca grossas com raízes profundas formam boa parte da vegetação. Municípios como Goiânia
e Anápolis, bem como diversos outros localizados no sul do estado possuem estreitas faixas de floresta
atlântica, as quais, na maioria das vezes, cobre margens de rios e grandes serras.
Ao contrário das áreas de caatinga do Nordeste brasileiro, o subsolo do cerrado apresenta água em
abundância, embora o solo seja ácido, com alto teor de alumínio, e pouco fértil. Por esse motivo, na
estação seca, parte das árvores perde as folhas para que suas raízes possam buscar a água presente
no subsolo.
04. Resposta: C.
Segundo o site do governo de Goiás, cerca de 65% da superfície de Goiás são formados por terras
relativamente planas (chapadões), que configuram 4 Superfícies Regionais de Aplainamento: I entre
1.100 e 1.600m de altitude, II entre 900 e 1.000m, III entre 650 e 1.000m e IV entre 250 e 550. Encontram-
se separadas uma das outras por áreas de colinas suaves ou por escarpas de maior declividade (Zonas
de Erosão Recuante); as superfícies mais altas são as mais antigas.
05. Resposta: A.
A territorialização da agricultura moderna no Sudeste Goiano metamorfoseou, o espaço agrário de
muitos municípios em consequência das “novas lógicas” que se instalaram, marcadas pelo uso intenso
da ciência e da tecnologia, pela especialização produtiva, principalmente a produção de grãos, voltados
para agroindústria e para mercado externo. Somam-se a isso, a concentração de terras, os impactos
ambientais e a substituição de produtores tradicionais, em muitos casos camponeses, por empresários
rurais. Assim, com a territorialização do agronegócio, constituem-se novos usos do território pelas
empresas rurais e pelas agroindústrias, criando novas territorialidades no campo e nada cidade e
consequentemente disputas pelo uso do território.
06. Resposta: C.
A maior parte do relevo de Goiás é caracterizada por terrenos relativamente planos. Nas regiões
próximas aos rios Tocantins e Araguaia, predominam suaves ondulações. Os pontos mais elevados estão
localizados na Chapada dos Veadeiros, atingindo até 1.921 metros acima do nível do mar, no Morro Alto,
que é o ponto mais alto do estado.
07. Resposta: A.
A pecuária é a principal responsável pelo desmatamento e destruição do cerrado, destruindo esse
ecossistema e provocando erosões. As criações de suínos e de aves também são significativas no estado.
08. Resposta: C.
Em 2010 o município de Rio Verde registrou o maior crescimento na agropecuária do país, saltando
do 12º lugar para o topo do ranking nacional.
09. Resposta: A.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².
10. Resposta: E.
Densidade demográfica de Valparaíso de Goiás: 2.197,14 hab./km²;
Densidade demográfica de Goiânia: 1.776,75 hab./km²;
Densidade demográfica de Aparecida de Goiânia: 1.580,27 hab./km²;
Densidade demográfica de Águas Lindas de Goiás: 846,03 hab./km².
Aspectos Físicos14
Centralizado no coração do território brasileiro, o Estado de Goiás apresenta vasta diversidade de
paisagens e nuances que o tornam único. Em seu solo estão as bases do desenvolvimento, explicado
em parte pela distribuição mineral, requisito do desenvolvimento extrativista, e mais além pela
caracterização do principal bioma que o compõe, o Cerrado. O clima, nesse sentido é propício ao
desenvolvimento, visto pela alternância entre quente e úmido ou frio e seco, e suas águas abrigam a
centelha das principais bacias hidrográficas que alimentam a agricultura e propiciam o desenvolvimento
econômico de boa parte do país.
Clima
O clima goiano é predominantemente tropical, com a divisão marcante de duas estações bem definidas
durante o ano: verão úmido, nos meses de dezembro a março, e inverno seco, predominante no período
de junho a agosto. De acordo com o Sistema de Meteorologia e Hidrologia da Secretaria de Ciência e
Tecnologia (Simehgo/Sectec), a temperatura média varia entre 18ºC e 26ºC, com amplitude térmica
significativa, variando segundo o regime dominante no Planalto Central.
Estações
No mês de setembro, com o início da primavera, as chuvas passam a ser mais intensas e frequentes,
marcando o período de transição entre as duas estações protagonistas. As pancadas de chuva, no final
da tarde ou noite, ocorrem em decorrência do aumento do calor e da umidade que se intensificam e que
podem ocasionar raios, ventos fortes e queda de granizo.
No verão, coincidente a alta temporada de férias no Brasil, há a ocorrência de dias mais longos e
mudanças rápidas nas condições diárias do tempo, com chuvas de curta duração e forte intensidade,
acompanhadas de trovoadas e rajadas de vento. Há ainda o registro de veranicos com períodos de
estiagem com duração de 7 a 15 dias. Há registros do índice pluviométrico oscilando entre 1.200 e 2.500
mm entre os meses de setembro a abril.
No outono, assim como na primavera, há o registro de transição entre estações o que representa
mudanças rápidas nas condições de tempo com redução do período chuvoso. As temperaturas tornam-
se mais amenas devido à entrada de massas de ar frio, com temperaturas mínimas variando entre 12ºC
e 18º C e máximas de 18º C e 28º C. A umidade relativa do ar é alta com valores alcançando até 98%.
Já o inverno traz o clima tipicamente seco do Cerrado, com baixos teores de umidade, chegando a
valores extremos e níveis de alerta em algumas partes do Estado. Há o registro da entrada de algumas
massas de ar frio que, dependendo da sua trajetória e intensidade, provocam quedas acentuadas de
temperatura, especialmente à noite, apesar dos dias serem quentes, propícios à alta temporada de férias
no Rio Araguaia.
Hidrografia
Engana-se quem pensa que as características de vegetação de savana, típicas do Cerrado, são
reflexos de escassez de água na região. Pelo contrário, Goiás é rico em recursos hídricos, sendo
considerado um dos mais peculiares e abundantes Estados brasileiros quanto à hidrografia. Graças ao
seu histórico geológico constituído durante milhões de anos, foram depositadas várias rochas
sedimentares, entre elas o arenito de alta porosidade e alta permeabilidade, que permitiram a formação
14
Fonte: Superintendência de Estatísticas, Pesquisa e Informações Socioeconômicas – Secretaria de Gestão e Planejamento (Sepin/Segplan).
Serra da Mesa
Em Goiás também está localizado o lago artificial da Usina de Serra da Mesa, no Noroeste do Estado.
Considerado o quinto maior lago do Brasil (1.784 km² de área inundada), é o primeiro em volume de água
(54,4 bilhões de m³) e, formado pelos rios Tocantins, Traíras e Maranhão, atrai importantes atrativos
turísticos para a região, com a realização de torneios esportivos e de pesca, além da geração de energia
elétrica.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos visa à definição de objetivos e metas a serem atingidas para
a preservação da quantidade e qualidade dos recursos hídricos e para a manutenção do equilíbrio entre
essas disponibilidades e os diversos usos existentes no Estado. Os problemas e situações identificadas
neste diagnóstico, ou aquelas projetadas durante a próxima fase de estudos prospectivos (cenários),
serão objeto de intervenções estruturais e não estruturais.
Como em todo Plano, as intervenções estruturais e não estruturais serão organizadas em programas
de investimentos que deverão ser compatibilizados com os sempre limitados recursos disponíveis. Para
isso é importante a definição de prioridades, estabelecidas a partir de critérios de avaliação da relação
entre disponibilidade e utilização dos recursos hídricos, e resultando em diretrizes quanto a usos
prioritários em diferentes trechos do Estado.
Tais critérios de avaliação, por sua vez, devem contemplar um panorama geral do Estado e também
identificar situações particulares, de forma a produzir um conjunto coerente de percepções a respeito da
situação atual e das projeções para o horizonte do Plano. Esta, portanto, é a finalidade específica de um
estudo de diagnóstico dirigido: o estabelecimento de um quadro referencial geral que permita aos diversos
decisores envolvidos com a gestão de recursos hídricos no Estado uma percepção abrangente e um foco
adequado sobre a sua realidade.
Localizado no Centro-Oeste do Brasil, o Estado de Goiás faz parte do Planalto Central brasileiro e, de
acordo com o IBGE, ocupa uma área de 340.086 km², o que representa cerca de 4% do território nacional.
(Observar a atualização visto que o Plano Estadual de Recursos Hídricos é de 2015, em 2016, a evolução da área para 340.106,492 (km²)).
Devido à sua localização privilegiada no centro-oeste, o coração do território brasileiro, sua influência
em todo país tem grandes proporções, além disso, a proximidade da capital federal é outro fator que
contribui diretamente para a importância do estado em território nacional.
Tem sua malha hidrográfica considerada uma das mais ricas do país. Os principais rios do Estado,
quais sejam: Paranaíba, Tocantins e Araguaia, caracterizaram-se desde meados do século passado
como fundamentais para o desenvolvimento do setor elétrico do país. Neles foram construídas grandes
hidrelétricas que impactaram de forma definitiva as características físicas e biológicas dos rios, com a
regularização das vazões proporcionada pelos reservatórios criados. Hoje, além desse desenvolvimento
histórico, o Estado de Goiás passa a abrigar o mais vigoroso vetor de crescimento das últimas décadas
no país: o agronegócio e a agroindústria, principalmente ligados à pecuária e ao setor de grãos e
sucroalcooleiro. Ele também se caracteriza por importantes centros urbanos associados a este setor,
além da Capital Federal. A intensificação da utilização de água como recurso fundamental para a
viabilização desse desenvolvimento, apesar da abundância de recursos naturais, traz também riscos.
15
Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Goiás. Disponível em:
http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2016-01/p05_plano_estadual_de_recursos_hidricos_revfinal2016.pdf.
Esta UPGRH faz a divisa do estado de Goiás com o estado do Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Nela estão localizados os municípios de Chapadão do Céu, Jataí, Mineiros, São Simão, Quirinópolis,
Caçu, Itajá, Itarumã, Serranópolis, Cachoeira Alta, Paranaiguara e Portelândia (parcialmente), além do
Parque Nacional das Emas, que preserva amostras representativas dos ecossistemas do Cerrado.
A agricultura é intensa, com destaque para os municípios de Jataí, Mineiros e Chapadão do Céu, o
setor sucroalcooleiro predomina em grande parte nesta unidade. Também são observadas algumas UHEs
e PCHs na área desta UPGRH. Vale destacar que uma dessas UHEs, a Espora, teve sua barragem
rompida em janeiro de 2008, o que provocou a deterioração do leito do Rio Corrente, deixando suas
margens com pouca mata ciliar.
Esta UPGRH tem suas nascentes no município de Americano do Brasil e sua foz no reservatório da
UHE São Simão, na margem direita do rio Paranaíba. Destacam-se na UPGRH os rios Turvo e Verde,
ambos na margem direita do rio dos Bois.
Estão localizados nesta UPGRH Santa Helena, Rio Verde, Acreúna, Jandaia e Indiara.
Em diversos pontos da UPGRH, verifica-se o despejo de efluentes urbanos e dejetos de pecuária no
leito dos rios, o que acarreta a deterioração da qualidade de suas águas. Outra característica marcante
desta UPGRH é o cultivo de cana-de-açúcar, intenso na região.
O rio Corumbá é um dos três principais contribuintes do rio Paranaíba e suas águas servem ao
abastecimento de cidades, à geração de energia e à irrigação de lavouras. Sua nascente está localizada
na Serra dos Pirineus, a uma altitude de 1.100 m.
A divisa entre os estados de Goiás e Minas Gerais é feita pelo rio São Marcos. Nesta bacia, a
agricultura irrigada ocorre de maneira intensa, por conta das condições do solo em determinadas regiões,
como é o caso do município de Cristalina.
O destaque da UPGRH é o turismo na região dos municípios de Caldas Novas e Rio Quente. Podemos
ressaltar também a presença das UHEs Corumbá I, III e IV.
Também é importante destacar o crescimento acelerado destas regiões tem rebatimento direto na
infraestrutura de saneamento da região, que sofre com problemas de disposição de esgoto in natura em
muitos afluentes. Além da ocupação urbana, também merecem destaque nesta UPGRH as Unidades de
Conservação (UCs) e a agricultura.
A Unidade dos Afluentes Goianos do Rio São Francisco está restrita ao território de dois municípios
banhados pelo Alto Rio Preto: Formosa e Cabeceiras. Parte desta área, no município de Formosa, fica o
6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes e Campo de Instrução do Exército Brasileiro (6º GLMF).
Nas dependências da unidade, serão construídas outras duas, especializadas em mísseis e foguetes
estratégicos no processo de modernização da força terrestre do Exército.
Ainda no município de Formosa destacam-se as atividades de mineração, principalmente de água
mineral, mas também de Brita e Calcário, este último produto também explorado no município de
Cabeceiras, o qual, por sua vez, destaca-se também pelas atividades agropecuárias.
Como continuidade desta UPGRH, no território do Distrito Federal, a margem direita do Rio Preto é
fortemente utilizada pela agricultura irrigada, no trecho à montante da UHE Queimados.
Este UPGRH corresponde às nascentes do curso Principal do Rio Araguaia, a porção goiana das terras
altas meridionais da Região Hidrográfica do Araguaia-Tocantins. A maior parte da Unidade está inserida
em APCBs de relevância muito alta, para o MMA em 2010. No entanto, ainda não foram criadas unidades
de conservação federais ou estaduais na unidade.
Os municípios de Aragarças, Baliza, Bom Jardim de Goiás, Caiapônia, Piranhas e Santa Rita do
Araguaia, por serem banhados pelos principais afluentes ou pelo próprio alto curso principal do Rio
Araguaia, merecem destaque, quanto ao Ecoturismo, ao Turismo Náutico e de Aventura, principalmente
o potencial de desenvolvimento destes setores.
A mineração também tem destaque nesta UPGRH com a Vermiculita em São Luís dos Montes Belos
e Sanclerlândia e o Calcário em Mossâmedes, Piranhas e Caiapônia, além do Titânio em Iporá e de Argila,
Areia e Rochas Ornamentais em outros municípios. A Agricultura é forte em Portelândia e Mineiros e a
Indústria de Curtume e de Laticínios em São Luís dos Montes Belos.
A UPGRH do Rio Vermelho, interposta entre as unidades do alto e do médio Araguaia goiano, destaca-
se em primeiro lugar pela importância histórica e cultural da antiga capital do estado cravada entre as
nascentes do Rio Vermelho e a Serra Dourada, imortalizados pelos versos da poetisa Cora Coralina.
Além do turismo histórico e cultural da Cidade de Goiás, dos banhos nos córregos e rios, o turismo náutico
e de aventura, além do ecoturismo tem muita força devido à grandiosidade das paisagens do rio Araguaia.
Destaque para o município de Aruanã. A agricultura irrigada é muito forte na UPGRH, com destaque
para os municípios de Jussara e Britânia. Associada à forte pecuária do Médio Araguaia, a indústria de
destaque é a do setor frigorífico, principalmente no município de Santa Fé de Goiás.
No setor da Mineração, destaque para a água mineral e o calcário no município de Goiás, e de rochas
ornamentais, areia e argila em outros municípios.
Os afluentes goianos do médio Rio Araguaia, formam uma região de baixa altitude, de alta relevância
para a conservação da biodiversidade e com grande potencial turístico de aventura, ecológico e náutico.
A UPGRH é marcada por pastagens, ocupadas por grande rebanho de bovino, que pode competir com
outros usos das águas, no período seco, inclusive com o abastecimento humano. Na agricultura o
destaque é para o cultivo de arroz em projetos de irrigação no município de São Miguel do Araguaia.
A mineração e a indústria associada a ela são os maiores destaques nesta unidade. As minas de cobre
e ouro de Alto Horizonte e de ouro em Crixás movimentam um mercado milionário. Também é explorado
o calcário, a brita, a argila e a areia, nos municípios que compõem a UPGRH.
O Rio das Almas e o Rio Maranhão formam as mais altas cabeceiras do Rio Tocantins. As nascentes
do Rio das Almas na Serra dos Pireneus são protegidas pelo Parque Estadual da Serra dos Pireneus, no
município de Pirenópolis, antiga cidade goiana que atrai muitos turistas em busca de suas belezas
histórico-culturais e naturais.
No setor agrícola, destaca-se o município de Água Fria de Goiás. A UPGRH tem forte destaque no
setor de mineração, representada principalmente pela extração de níquel e alumínio em Barro Alto e pela
exploração da brita e do calcário em Padre Bernardo e Vila Propício, além das rochas ornamentais de
Pirenópolis.
Dentre todas as UPGRHs do Estado, a do Rio Paranã é a que apresenta a maior área remanescente
do bioma Cerrado, seguida pela unidade do Médio Tocantins. Devido ao Parque Nacional da Chapada
dos Veadeiros, nos municípios de Alto Paraíso e Cavalcante, e ao Parque Estadual do Terra Ronca, em
São Domingos, é a UPGRH com a maior área de proteção da biodiversidade.
Compondo a Reserva da Biosfera do Cerrado articuladas às áreas protegidas do Distrito Federal, a
região é um polo de turismo cultural e ecológico, de aventura e esportes radicais. O Parque Estadual de
Terra Ronca protege uma cavidade no solo de rara beleza, tema de pesquisas espeleológicas, cujas
águas e estruturas se encontram pressionadas pela intensa atividade de agricultura desenvolvida na
região do Oeste Baiano.
Apesar do município de Posse constituir um polo de serviços para o atendimento ao agronegócio, as
atividades de agricultura em grande escala ocorrem no Cerrado Baiano, nas bacias afluentes do São
Francisco, Rio Corrente e Rio Grande. A agricultura desenvolvida na unidade do Rio Paranã acontece,
principalmente, no projeto de irrigação de arroz e fruticultura no município de Flores de Goiás. No setor
de minerário, é relevante a extração de ouro em Cavalcante e de calcário em Guarani de Goiás.
Relevo
Goiás está situado sobre o Planalto Central Brasileiro e abriga em suas terras um mosaico de
formações rochosas distintas quanto à idade e à composição. Resultado de um processo de milhões de
anos da evolução de seus substratos, o solo goiano foi favorecido com a distribuição de regiões planas,
o que favoreceu a ocupação do território, além da acumulação de metais básicos e de ouro, bem como
gemas (esmeraldas, ametistas e diamantes, entre outros) e metais diversos, que contribuíram para a
exploração mineral propulsora da colonização e do desenvolvimento dos núcleos urbanos na primeira
metade do século XVIII.
O processo de formação do relevo e de decomposição de rochas explica, ainda, a formação de solos
de fertilidade natural baixa e média (latossolos) predominantes na maior parte do Estado, e de solos
podzólicos vermelho-amarelo, terra roxa estruturada, brunizém avermelhado e latossolo roxo, que
apresentam alta fertilidade e se concentram nas regiões Sul e Sudoeste do Estado, além do Mato Grosso
Goiano. A distribuição de ligeiras ondulações e o relevo esculpido entre rochas salientaram ainda a
caracterização do curso de rios, formadores de aquíferos importantes das bacias hidrográficas sul-
americanas e que fazem do Estado um dos mais abundantes em recursos hídricos. Associados a esses
processos, a vegetação rala do Cerrado também contribui para o processo de erosão e da formação de
O Cerrado
É praticamente impossível visitar Goiás e não ouvir falar nele. Considerado o segundo maior bioma
brasileiro, atrás apenas da Floresta Amazônica, o Cerrado tem grande representatividade no território
goiano. Apesar do elevado nível de desmatamento registrado no Estado desde a criação de Brasília e a
abertura de estradas, na década de 1960, e da expansão da fronteira agrícola, décadas de 1970 e 1980,
Goiás conseguiu manter reservas da mata nativa em algumas regiões, até hoje alvo de discussões entre
fazendeiros e ambientalistas. No entanto, o velho argumento utilizado para sua derrubada de que os
troncos retorcidos e pequenos arbustos são sinais de pobreza da biodiversidade finalmente caiu por terra.
Na totalidade, incluindo as zonas de transição com outros biomas, o Cerrado abrange 2.036.448 km²,
o equivalente a 23,92% do território brasileiro, ou à soma das áreas de Espanha, França, Alemanha, Itália
e Reino Unido (Fonte: WWF Brasil). E se considerada sua diversidade de ecossistemas, é notório o título
de formação com savanas mais rica em vida a nível mundial, uma vez que sua área protege 5% de todas
as espécies do planeta e três em cada dez espécies brasileiras, muitas delas só encontradas aqui.
Formação do Terciário ou Cachoeirinha: local onde ocorriam os campos limpos, formados por
gramíneas, chamados também de chapadão. Localizava-se na região de Jataí, Mineiros e Chapadão do
Céu e sua vegetação original, hoje, encontra-se totalmente substituída por campos de soja;
Grupo Bauru: de solo arenoso de média fertilidade, é onde aparece o chapadão. De solo relativamente
plano, também foi transformado em lavoura, em geral de cana ou pastagens, e corresponde às áreas que
vão de Jataí e do canal de São Simão até o Aporé;
Formação Botucatu: o Cerrado propriamente dito é encontrado neste tipo de formação, rico em frutos
e animais silvestres. Apresenta baixa fertilidade e boa parte de sua área foi subjugada por criadores de
gado. É encontrada às margens do Rio Verde, entre Mineiros e Serranópolis, e do Rio Paraíso, em Jataí;
Formação de Irati: vegetação de solos acidentados, é em geral bem fértil, cedendo lugar a matas de
peroba-rosa de onde se retira calcário para correção de solos. Pode ser encontrada em Montividiu,
Perolândia e Portelândia;
Formação Aquidauana: Cerrado ralo de árvores altas, solos rasos e arenosos. Era encontrada na
Serra do Caiapó e adjacências antes de ser transformado em pastagens;
Formação Furnas: Cerrado intercalado com matas de aroeira. De solo acidentado, é arenoso e de
média fertilidade.
Vegetação/Flora
A vegetação típica do Cerrado possui troncos retorcidos, de baixo porte, com cascas espessas e folhas
grossas. Em geral, as raízes de suas árvores são pivotantes, ligadas ao lençol freático o que pode
propiciar seu desenvolvimento para até 15 metros de profundidade.
É comum, assim, ouvir dizer que o Cerrado é uma floresta invertida. Isso deve a essa característica
subterrânea de boa parte do corpo das plantas, explicada pela adaptação das espécies às queimadas
naturais verificadas no inverno seco de Goiás. Além disso, seus ramos exteriores apresentam um ciclo
de dormência, no qual as folhas se desprendem e também resguardam a planta do fogo para depois
renascerem, com chuva ou não. Em geral a florescência é registrada nos meses de maio a julho, com o
aparecimento de frutos ou vagens até agosto.
Diversidade
Em todo o Cerrado já foram registradas em torno de 11,6 mil tipos de plantas, com mais de cinco mil
espécies endêmicas da área. Destacam-se no Estado a presença do pequi (Caryocar brasiliense), do
jatobá-do-cerrado (Hymenaea stigonocarpa), do buriti (Mauritia flexuosa), do cajueiro-do-campo
(Anacardium humile) e da canela-de-ema (Vellozia flavicans). Também aparecem no rol das espécies
características do bioma a cagaita (Eugenia dysenterica), a mangaba (Hancornia speciosa), o ipê-amarelo
(Tabebuia ochracea) e do baruzeiro (Dipteryx alata), entre várias outras.
Patrimônio Histórico-Cultural16
O reconhecimento de Goiás (antiga Vila Boa) como Patrimônio Cultural Mundial, pela Unesco, em
dezembro de 2001, fez jus à história, arquitetura e cultura do primeiro núcleo urbano fundado no território
goiano, no início do século XVIII. Na década de 1950, o Iphan classificou alguns de seus monumentos e
prédios isoladamente e, em 1978, tombou o seu conjunto arquitetônico e urbanístico.
Esse extraordinário conjunto conserva mais de 90% de sua arquitetura barroco-colonial original,
tornando-se, assim, um magnífico mostruário do Brasil oitocentista e um dos patrimônios arquitetônicos
e culturais mais ricos do país.
16
http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/362/
Turismo
O turismo é uma atividade de fundamental importância para a economia goiana. As cidades de Caldas
Novas e Rio Quente, principais estâncias hidrotermais do país, atraem milhares de visitantes.
O turismo histórico é cultuado na Cidade de Goiás (Goiás Velho), Corumbá e Pirenópolis. Na região
da Chapada dos Veadeiros e do Rio Araguaia, o turismo ecológico é proporcionado. Além do turismo
religioso, como a Festa do Divino de Pirenópolis e o folclórico, como as cavalhadas de Pirenópolis.
Questões
01. (UEG – Docente – UEG/2019) Sobre aspectos físicos do território goiano: vegetação, hidrografia,
clima e relevo. É incorreto afirmar que
(A) O Cerrado é considerado o segundo maior bioma brasileiro, atrás apenas da Floresta Amazônica,
possui representatividade no território goiano. Mesmo com elevado nível de desmatamento registrado
desde a década de 1960, Goiás conseguiu manter reservas da mata nativa em algumas regiões, o que
gera discussões entre fazendeiros e ambientalistas.
(B) O Estado de Goiás tem apenas duas estações sazonais que são a seca e a chuvosa. A “estação
seca” tem seu início no mês de abril e estende-se até a primeira quinzena de outubro. Já a “estação
03. (Saneago/GO – Agente de Saneamento – CS/UFG/2018) O Rio Meia Ponte é um dos rios mais
importantes de Goiás porque
(A) abriga barragens que geram energia elétrica para as regiões mais populosas do estado.
(B) permite o transporte da produção agrícola do interior para as regiões centrais do estado.
(C) recebe o esgoto sem tratamento produzido pelas fábricas do entorno da capital do estado.
(D) garante o abastecimento de água de alguns municípios e das três maiores cidades do estado.
04. (Saneago/GO – Assistente de Informática – CS/UFG/2018) O Rio Paranaíba é um dos rios mais
importantes do estado de Goiás porque é utilizado para
(A) a geração de energia elétrica, abrigando grandes barragens.
(B) o abastecimento de mais de trinta cidades, incluindo a capital.
(C) as atividades de turismo, formando praias no período de estiagem.
(D) o desenvolvimento da aquicultura, diversificando a economia regional.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
O Estado de Goiás possui clima predominante tropical semiúmido, características que apresentam
estações distintas: uma seca e uma chuvosa.
02. Resposta: B
O estado de Goiás tem dois patrimônios históricos culturais tombados pela Unesco. Um deles é o
Parque Nacional das Emas, o outro é o centro histórico da cidade de Goiás (2001).
04. Resposta: A
De acordo com dados do CEMIG, o Rio Paranaíba é responsável pela geração de grande parte da
energia de Minas e Goiás. As oito principais usinas em operação geram 7.165 MW, segundo estudos da
EPE (Empresa de Pesquisa Energética).
05. Resposta: E
Todas as alternativas se mostraram corretas.
ABADIA DE GOIÁS
História
Abadia de Goiás situa-se na região do centro goiano à 18 km da capital. A principal via de acesso ao
município é através da BR-060/GO que o corta a cidade, onde é cortada também pela GO-469. Em um
raio em torno de 209Km do município encontram-se algumas das principais cidades do interior de Goiânia
– Anápolis, Trindade, Rio Verde, entre outras - sendo o acesso facilitado pela qualidade das rodovias18.
Até a sua emancipação, parte de Abadia era um distrito de Goiânia e parte era do município de
Trindade, isto porque a principal avenida dividia os dois municípios. Nessa época sua população era
maioria da zona rural com excelente produção de hortaliças, tais como abobrinha, jiló, quiabo, maxixe e
outros. A tradição ainda continua, vários produtores rurais abastece o comércio local e a CEASA-GO.
O município possui bons indicadores sociais (saúde, educação e saneamento), uma localização
privilegiada, próxima a capital de Goiânia. Os limites deste município encontram-se distribuídos da
seguinte maneira: A Leste, Goiânia, a Oeste, Guapó, ao Norte, Trindade e a Sul, Aragoiânia.
Em meados de 1956, chega a essa região o Sr. Paulino Inácio Rosa, e sua família, composta pela sua
esposa Salma Jorge Rosa, e filhos: Inácio Rosa e Alberto Inácio. Inácio Rosa, mais conhecido como
Badico Rosa, foi submetido a uma cirurgia no Rio de Janeiro de alta complexidade. Sua mãe, focada na
fé, fez uma promessa de construir uma capela em seu nome caso tudo ocorresse bem. Bons ventos
sopraram, diante disso passou a procurar o lugar ideal para construir a capela, honrando as graças
recebidas. E o local hoje é Abadia de Goiás. O Sr. Paulino Inácio Rosa comprou parte de um terreno,
posteriormente aumentou as suas instalações, mas veio a falecer.
Em julho de 1960, o Senhor Badico e dona Salma foram à busca para a concretização do sonho,
“construção da capela”. Após várias peregrinações o sonho foi possível, isto graças a parceiros que se
prontificaram em ajudá-los.
Manoel Libânio da Silva, dono da maior parte de terras da região, fez a primeira doação de terras para
ser levantada uma capela em louvor a Nossa Senhora da Abadia. Vale ressaltar que muitos dos que
trabalharam pelo progresso da cidade também são considerados fundadores. Entre eles estão as famílias
dos FORTE, dos QUEIROZ, dos OLIVEIRA, dos CARVALHO, dos GALVÃO, entre outros.
O lançamento da pedra fundamental foi realizado no dia, 10 (dez) de março de 1963 e a inauguração
da igreja no dia 15 (quinze) de agosto, com a chegada da imagem de Nossa Senhora da Abadia. Através
da lei de n° 23, de 24 de junho de 1997 foi designado o feriado municipal em homenagem à padroeira da
cidade. Após a inauguração da igreja, foi dado o nome ao povoado. A princípio o nome seria Abadia dos
Dourados em virtude do Ribeirão Dourados que se encontra próximo da região, mas a sugestão de Abadia
de Goiás prevaleceu. E assim o povoado foi ganhando força, loteamentos foram surgindo como, Vila
17
http://www.mpgo.mp.br/portal/conteudo/meia-ponte-vivo#.XlkhqqhKiW8
18
Prefeitura de Abadia de Goiás. Histórico. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=1.
Símbolos Municipais19
Brasão
Bandeira
19
Prefeitura de Abadia de Goiás. Símbolos. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=2.
Perfil da Cidade
Abadia de Goiás possui bons indicadores sociais (saúde, educação e saneamento), uma localização
privilegiada, próxima a capital de Goiânia21.
Agricultura
Os excelentes indicadores econômicos e sociais do município ancoram-se em uma estrutura
econômica forte e diversificada tanto no município como na região. Em primeiro lugar deve-se destacar o
desempenho da agricultura. A qualidade dos solos e do clima faz do município referência no plantio,
caracterizando-se por uma grande produção com destaque para o plantio de milho, soja, limoeiros,
hortaliças em geral entre outros.
Percebe-se, portanto, que Abadia de Goiás está dando um salto no desempenho econômico, assim
fortalece e amplia as chances de sucesso dos negócios aqui instalados e a qualidade de vida dos que
aqui residem.
Saúde
Abadia de Goiás possui aproximadamente 6.868 habitantes de acordo com o IBGE realizado em 2010,
a partir desta data novas famílias estão chegando e o município só está crescendo e os atendimentos na
saúde já tem marco histórico.
Saneamento
A cidade de Abadia de Goiás possui 70% de rede de tratamento de esgoto, o levantamento para a
conclusão da rede já foi feito, a meta é chegar a 100% de tratamento até o ano 201822.
Á água fluoretada e clorada é distribuída pela Saneago. Quanto aos resíduos sólidos, o município
conta com um aterro sanitário.
Educação
Quando se fala em educação Abadia de Goiás é referência, prova disto é o Índice do Desenvolvimento
Escolar (IDEB), o município atingiu este ano, a nota de 5.0, meta estabelecida para o ano de 2013. São
ao todos jovens matriculados no ensino fundamental da rede pública municipal 1602, e 546 na rede
estadual.
A infraestrutura escolar possui 06(seis) estabelecimentos de ensino fundamental, sendo 05(cinco)
municipais e 01(uma) estadual, além de um CMEI.
20
Prefeitura de Abadia de Goiás. Histórico. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=1.
21
Prefeitura de Abadia de Goiás. Perfil da Cidade. http://www.abadiadegoias.go.gov.br/Texto.asp?T=3.
22
Candidato(a). Mesmo que os dados sejam relativos à 2018, essas são as informações que a Prefeitura Municipal fornece, não havendo informações mais recentes.
Localização e Acesso
Abadia de Goiás situa-se na região do centro goiano à 18 km da capital. A principal via de acesso ao
município é através da BR-060/GO que o corta a cidade. Em um raio em torno de 209Km do município
encontram-se algumas das principais cidades do interior de Goiânia – Anápolis, Trindade, Rio Verde,
entre outras - sendo o acesso facilitado pela qualidade das rodovias.
Estas informações servem para ilustrar a boa localização do município que ainda possui a vantagem
de situar-se no caminho que liga a Capital.
Aspectos Geográficos
Latitude: 16º 45' 26" S.
Longitude: 49º 26' 15" W.
Altitude: 898m.
Área: 136,9 Km2.
Clima
O clima é tropical semiúmido, com verão chuvoso e inverno seco. Temperatura média no inverno 18
C° e no Verão 22° C. O solo é constituído de terreno do tipo latoso, vermelho e amarelo, com textura
média argilosa e baixas propriedades de fósforo, heterogêneo e potássio. Seus principais rios são o Rio
dos Dourados e Rio Santa Maria.
Área do Município
Área Total: 147 km2.
População: 6.876 habitantes (2010).
População estimada: 8.958 habitantes (2020)23.
Bioma: Cerrado.
Questões
01. Oficialmente a autonomia de Abadia de Goiás foi concedida em 1995. Em qual ano essa autonomia
passou a ser exercida?
(A) 1995;
(B) 1996;
(C) 1997;
(D) 1998.
03. A fundação do núcleo que viria a se tornar o município de Abadia de Goiás ocorreu no ano de:
(A) 1956;
(B) 1960;
(C) 1970;
(D) 1957.
23
IBGE. Abadia de Goiás. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/abadia-de-goias/panorama.
Comentários
01. Resposta: C
Embora a emancipação de Abadia de Goiás tenha ocorrido em 27/12/1995, quando o Governador do
Estado Luiz Alberto Maguito Vilela, sancionou a Lei de criação do novo Município sob o número a lei
n°12799/95. Apenas em 01/01/1997, com a posse da primeira prefeita Maria Telma Miranda Ortegal e
dos nove vereadores é que esse direito passou a ser exercido.
02. Resposta: D
O IBGE traz dois dados a respeito da população de Abadia de Goiás: os dados do último censo oficial
(2010) e os dados da estimativa mais recente. A questão pede os números oficiais, portanto, 6.876
habitantes.
03. Resposta: A
Em meados de 1956, chegou a região o Sr. Paulino Inácio Rosa, e sua família.
Sua mãe, focada na fé, fez uma promessa de construir uma capela em seu nome caso tudo ocorresse
bem. Bons ventos sopraram e diante disso passou a procurar o lugar ideal para construir a capela,
honrando as graças recebidas. O local em torno da capela é hoje o município de Abadia de Goiás segundo
dados histórico da Prefeitura Municipal de Abadia de Goiás.
A questão ética é um fator imprescindível para uma sociedade e por isso sempre encontramos diversos
autores tentando definir o que vem a ser ética e como ela se interfere em uma sociedade.
O tema “Ética” é por si só polêmico, entretanto causa ainda mais inquietação quando falamos sobre a
Ética na Administração Pública, pois logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc., porém na
realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública
em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos em seguida julgar a atuação dos
servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja
padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo.
Assim, Ética Pública seria a moral incorporada ao Direito, consolidando o valor do justo. Diante da
relevância social de que a Ética se faça presente no exercício das atividades públicas, as regras éticas
para a vida pública são mais do que regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos
diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso de infração por parte daqueles que
desempenham a função pública.
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor público partem da Constituição Federal
(CF)24, que estabelece alguns princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras palavras,
é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa parte do
conteúdo das leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais
da administração pública. Estabelece a Constituição Federal:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]25
24
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm - Acesso: 17.11.2020.
25
Idem
CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)
Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante
demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao
administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele
somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo
5º, II, da Constituição Federal de 1988.
Para o particular, legalidade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, como
a administração pública representa os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de
subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera estatal,
é preciso lei anterior editando a matéria para que seja preservado o princípio da legalidade). A origem
deste princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve respeitar
as leis que dita.27
Princípio da Impessoalidade
Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade. Este
princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das
atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o
interesse particular.
De acordo com Di Pietro28, o princípio da impessoalidade estaria intimamente relacionado com a
finalidade pública, a autora ainda afirma que “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou
beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu
comportamento”.29
26
Idem
27
SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
28
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
29
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
Princípio da Publicidade
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração Pública,
obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes
Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos
externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em geral, através
dos meios constitucionais...”.32
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº
12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
dá outras providências).
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel
enquanto garantias de concretização da transparência.
30
SPITZCOVSKY, Celso. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
31
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
32
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
Princípio da Eficiência
A administração pública deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de gastos.
Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao
exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público
por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste
princípio é a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os serviços
administrativos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes.34
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência.
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia
ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública.
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo
agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno
princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade,
exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da
comunidade e de seus membros”.35
Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode
ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor
desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação
ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo
de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.36
Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de
cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele
em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil,
por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros,
cunhados, enteados e filhos dos enteados).
O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe
o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos,
enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da
União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançava apenas os
parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público
utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em
comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele.
A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e
isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de
agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos,
previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal.
Neste contexto, podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de
comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político. O ser humano elaborou as leis para
orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio
social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro
ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de
conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função
social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto
fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública.
33
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
34
SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011.
35
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.
36
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.
Meirelles38 entende que o ato discricionário, editado sob os limites da Lei, confere ao administrador
uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a
motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da
doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual
o caminho adotado pelo administrador. Gasparini39, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta
inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos
os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os vinculados.
Questões
01. (IF/CE - Administrador - IF/CE) Em relação à ética na administração pública, é correto afirmar-se
que
(A) o funcionário público deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando
atentamente por seu cumprimento e evitando a conduta prudente. Os inúmeros erros e o acúmulo de
desvios tornam-se difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo prudência no desempenho da atividade
pública.
(B) a função pública deve ser tida como exercício profissional, portanto não se integra na vida particular
do servidor público.
(C) inclusive nos casos de segurança nacional, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui
requisito de eficácia, eficiência, moralidade e legalidade, ensejando sua omissão e comprometimento
ético contra o senso comum, imputável a quem denegá-lo.
(D) toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço
público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.
(E) o funcionário público não deve falsear a verdade, apenas omiti-la quando contrária aos interesses
da administração.
37
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
38
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993.
39
GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
03. (TRF 4ª REGIÃO - Analista Judiciário Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC) O princípio
que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações,
benéficas ou peculiares denomina-se princípio da:
(A) responsabilidade.
(B) moralidade.
(C) publicidade.
(D) supremacia do interesse público.
(E) impessoalidade.
06. (ANS - Técnico em Regulação em Saúde Complementar - FUNCAB) Com relação à ética no
setor público, e de acordo com os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é correto afirmar que:
(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como
acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse
trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir
apenas entre a legal e o ilegal.
(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas
da defesa da vida e da segurança coletiva.
(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e
da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e
moralidade.
(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal.
07. (CREA/SP - Analista Advogado - NR) A administração pública, a teor do que dispõe o art. 37 da
Constituição Federal, deve atender aos seguintes princípios nele contidos:
Gabarito
Comentários
01. Resposta: D.
Regras Deontológicas, XII, Decr. 1171/94. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas
relações humanas.
02. Resposta: A.
a) Certo. Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão,
integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
03. Resposta: E.
O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o
interesse social e não o interesse particular.
04. Resposta: B.
Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
05. Resposta: A.
O princípio da moralidade revela-se intimamente ligado à ideia de honestidade, de probidade
administrativa, de ética. Na linha do exposto, confira-se a seguinte lição de José dos Santos Carvalho
Filho:
"O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que
devem estar presentes em sua conduta." (Manual de Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 21)
06. Resposta: A.
a) Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade
deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da
sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
07. Resposta: C.
Segundo o caput do art. 37, da CF/88, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Título I
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL
Capítulo I
DO MUNICÍPIO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 1º. O município de Abadia de Goiás, parte integrante do Estado de Goiás, com personalidade
jurídica de direito público interno e autônomo, nos termos assegurados pela Constituição Federal, rege-
se por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar, respeitados os princípios constitucionais estabelecidos.
Art. 2º. São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o Executivo.
Art. 3º. São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e
história.
Art. 6º. O município de Abadia de Goiás buscará de forma permanente a integração econômica,
política, social e cultural com os municípios que integram a mesma região.
Seção II
Da Divisão Administrativa do Município
Art. 8º. O Município poderá dividir-se, para fins administrativos, em distritos a serem criados,
organizados, suprimidos ou fundidos por lei municipal, nos termos da Lei Complementar de que trata o
art. 83 da Constituição Estadual.
Parágrafo único. O distrito terá o nome da respectiva sede, cuja a categoria será a de vila.
Capítulo II
DA COMPETÊNCIA
Seção I
Da Competência Privativa
Art. 9º. Ao município de Abadia de Goiás compete prover a tudo quanto diga respeito ao interesse local
e ao bem-estar de sua população, cabendo-lhe privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições:
40
Disponível em: http://www.abadiadegoias.go.gov.br/LeisOrganica.asp - acesso em 17.11.2020.
Seção II
Da Competência Comum
Art. 10. É da competência administrativa comum do Município, da União e do Estado, observada a lei
complementar federal, o exercício das seguintes medidas:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio
público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os
monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Seção III
Da Competência Suplementar
Art. 11. Ao Município compete suplementar a legislação federal e a estadual no que couber e naquilo
que disser respeito ao seu peculiar interesse.
Capítulo III
DAS VEDAÇÕES
Art. 12. Ao município de Abadia de Goiás aplicam-se as vedações estabelecidas pelo artigo 19, incisos
de I a III da Constituição Federal, e as proibições de que trata o artigo 66, incisos I a V da Constituição
Estadual.
Título II
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
Capítulo I
DO PODER LEGISLATIVO
Seção I
Da Câmara Municipal
Art. 13. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, com cada legislatura
durando quatro anos, compreendendo cada ano uma sessão legislativa.
§1º. A composição da Câmara será feita por Vereadores eleitos por voto direto e secreto, através do
sistema proporcional, como representantes do povo, com mandatos de quatro anos a iniciar-se a primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da eleição.
I - a elegibilidade para o mandato de Vereador, depende das seguinte condições, na forma da Lei
Federal:
a) a nacionalidade brasileira;
b) a idade mínima de dezoito anos;
c) o pleno exercício dos direitos políticos;
d) o alistamento eleitoral;
e) o domicílio eleitoral na circunscrição;
f) a filiação partidária;
g) ser alfabetizado;
h) ter residência no Município.
§2º - O número de Vereadores da Câmara Municipal será proporcional à população do Município,
observados os limites estabelecidos na Constituição Federal, artigo 29, inciso IV e Constituição Estadual,
artigo 67.
Seção II
Das Atribuições da Câmara
Art. 14. Cabe à Câmara, com a sanção do Prefeito, legislar sobre todas as matérias de competência
do Município e, especialmente, sobre:
Seção III
Dos Vereadores
Art. 16. No primeiro ano de cada legislatura, no dia primeiro de janeiro, às 09:00 horas, em sessão
solene de instalação, independentemente do número, sob a presidência do mais votado dentre os
presentes, os Vereadores prestarão compromisso na forma estabelecida para o Prefeito Municipal e
tomarão posse.
§1º. O Vereador que não tomar posse na sessão prevista neste artigo, deverá fazê-lo no prazo de
quinze dias, salvo motivo justo aceito pela Câmara, por maioria absoluta, sob pena de perda de mandato.
§2º. No ato da posse, os Vereadores deverão desincompatibilizar-se e apresentar declaração de seus
bens renovando-a quando do término do mandato, sendo ambas transcritas em livro próprio, resumidas
em ata e dispostas ao conhecimento público.
Art. 17. O mandato de Vereador será remunerado na forma fixada pela Câmara Municipal em cada
legislatura, para a subsequente, com a observância dos artigos 29, V, 37, XI, 150, II, 153, III e 153, §2º, I
da Constituição Federal e art. 68 da Constituição Estadual e as seguintes disposições.
§1º. A remuneração dos vereadores terá como limite mínimo 5% (cinco por cento) da remuneração
dos Deputados Estaduais, e não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da remuneração do Prefeito
Municipal.
§ 2. O gasto com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o limite de 5% (cinco por
cento) da receita do Município.
Art. 19. Os Vereadores gozam de inviolabilidade por opiniões, palavras e votos, no exercício do
mandato, na circunscrição do Município.
Parágrafo único. Aplicam-se à inviolabilidade dos Vereadores, as regras contidas na Constituição
Estadual, para os Deputados.
Art. 22. O Suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas nesta Lei
Orgânica ou de licença.
§1º. O Suplente convocado deverá tomar posse dentro do prazo e nas mesmas condições fixadas para
o titular.
§2º. Ocorrendo vaga e não havendo Suplente, o Presidente comunicará o fato, dentro de quarenta e
oito horas, ao Tribunal Regional Eleitoral.
§3º. Enquanto a vaga a que se refere o caput deste artigo não for preenchida, calcular-se-á o quorum
em função dos Vereadores remanescentes.
Art. 23. Imediatamente depois da posse, os Vereadores, sob a presidência do mais votado dentre os
presentes, reunir-se-ão e, havendo maioria absoluta dos membros da Câmara, elegerão os componentes
da Mesa, que ficarão automaticamente empossados.
Parágrafo único. Não havendo número legal, o Vereador mais votado dentre os presentes
permanecerá na Presidência, e convocará sessões diárias, até que seja eleita a Mesa.
Art. 24. A eleição para renovação da Mesa realizar-se-á sempre às nove horas do dia 15 de dezembro
do segundo ano do primeiro biênio, e os eleitos tomarão posse, em sessão solene, às 09:00 horas do dia
01 de janeiro subsequente.
Parágrafo único. O Regimento Interno disporá sobre a forma de eleição e a composição da Mesa, que
contará, no mínimo, com um Presidente, um Vice-Presidente e dois Secretários.
Art. 25. O mandato dos membros da Mesa será de dois anos, proibida a reeleição de qualquer de seus
membros para o mesmo cargo.
§1º. Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído, pelo voto de dois terços dos membros da
Câmara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de suas atribuições regimentais,
elegendo-se outro Vereador para complementar o mandato.
§2º. Na constituição da Mesa será assegurada, tanto quanto possível, a representação partidária,
respeitada a proporcionalidade dos partidos que participem da Casa.
§3º. havendo vaga na Mesa Diretora, a Câmara realizará, dentro de 15 (quinze) dias, a eleição do
substituto, para completar o mandato.
Seção V
Da Sessão Legislativa Ordinária
Art. 30. As sessões da Câmara serão públicas, salvo deliberação em contrário, tomada pela maioria
de dois terços de seus membros, quando ocorrer motivo relevante de preservação do decoro parlamentar.
Art. 31. As sessões só poderão ser abertas com a presença de, no mínimo, um terço dos membros da
Câmara.
Seção VI
Da Sessão Legislativa Extraordinária
Art. 32. A sessão legislativa extraordinária será convocada com três dias de antecedência pelo Prefeito,
pelo Presidente da Câmara ou pela maioria dos Vereadores, em caso de urgência ou interesse público
relevante, devendo nela ser tratada somente a matéria que tiver motivado a convocação.
Art. 33. Poderá ser prevista remuneração para as sessões extraordinárias, desde que observados os
limites da remuneração do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores.
Art. 34. A Câmara terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no seu Regimento Interno ou no ato que resultar a sua criação.
§1º. Em cada comissão será assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos
partidos ou dos blocos parlamentares que participem da Câmara.
§2º. Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:
I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do Regimento Interno, a competência do
plenário, salvo se houver recurso de um quinto dos membros da Casa;
II - realizar audiências públicas, de ofício ou a requerimento, com entidades da sociedade civil ou
partidos políticos;
III - convocar Secretários Municipais ou ocupantes de cargos da mesma natureza para prestarem
informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições;
IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou
omissões das autoridades ou entidades públicas, no âmbito de sua competência;
V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
VI - apreciar ações, políticas, planos, programas e projetos inerentes às suas atribuições e sobre eles
emitir parecer;
VII - acompanhar junto a Prefeitura Municipal a elaboração da proposta orçamentária, bem como a sua
posterior execução.
VIII - exercer no âmbito de sua competência, a fiscalização dos atos do Executivo e da administração
indireta e entidades subsidiadas, consorciadas ou conveniadas, favorecidas pelo erário municipal.
Art. 35. As comissões parlamentares de inquérito, terão poderes de investigações próprios das
autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Casa, e serão criadas pela
Câmara mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e
por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que
promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
§1º. As comissões parlamentares de inquérito, no interesse da investigação, poderão:
a) proceder vistorias e levantamentos nas repartições públicas municipais e entidades
descentralizadas, onde terão livre acesso e permanência;
b) requisitar dos responsáveis pelas repartições públicas a exibição de documentos e a prestação dos
esclarecimentos necessários;
c) transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença, ali realizando os atos que lhes
competirem;
§2º. No exercício de suas atribuições poderão, ainda, as comissões parlamentares de inquérito, por
intermédio de seu Presidente:
a) determinar as diligências que reputarem necessárias;
b) requerer a convocação de Secretário Municipal;
c) tomar o depoimento de quaisquer autoridades, intimar testemunhas e inquiri-Ias sob compromisso;
d) proceder a verificações contábeis em livros, papéis e documentos de órgãos da administração direta
ou indireta.
§3º. Nos termos do artigo 3 da Lei Federal n° 1.579, de 18 de março de 1952, as testemunhas serão
intimadas de acordo com as prescrições estabelecidas na legislação penal e, em caso de não
comparecimento, sem motivo justificado, a intimação será solicitada ao Juiz Criminal da localidade onde
residem ou se encontrem, na forma do artigo 218 do Código de Processo Penal.
Art. 36. Durante o recesso, haverá uma comissão representativa da Câmara, eleita na última sessão
ordinária do período legislativo, com atribuições fixadas no artigo seguinte, cuja composição reproduzirá,
tanto quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária.
Art. 37. A comissão representativa funciona nos interregnos das sessões legislativas ordinárias da
Câmara Municipal e tem as seguintes atribuições:
I - zelar pelas prerrogativas da Câmara Municipal;
II - velar pela observância da Lei Orgânica;
III - autorizar o Prefeito ou o Presidente da Câmara a se ausentarem do Município;
IV - convocar Secretários Municipais ou titulares de Diretorias;
V - convocar, extraordinariamente, a Câmara;
Art. 38. A comissão representativa, constituída por número ímpar de Vereadores, é composta pelo
Presidente da Mesa e pelos demais membros eleitos com os respectivos suplentes.
§1º. A Presidência da comissão representativa cabe ao Presidente da Câmara, cuja substituição se faz
na forma regimental.
Seção VIII
Do Processo Legislativo
Subseção I
Disposições Gerais
Subseção II
Das Emendas à Lei Orgânica
Art. 40. A Lei Orgânica Municipal poderá ser emendada mediante proposta:
I- de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Municipal;
II - do Prefeito Municipal;
III - dos cidadãos, subscrita por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
§1º. A Lei Orgânica Municipal não poderá ser emendada na vigência de estado de defesa, estado de
sítio ou de intervenção no Município.
§2º. A proposta será discutida e votada em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, dois terços dos votos dos membros da Casa.
§3º. A emenda à Lei Orgânica do Município será promulgada pela Mesa da Câmara com o respectivo
número de ordem.
§4º. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - integração do Município à federação brasileira;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos poderes.
§5º. A matéria constante de emenda rejeitada ou havida por prejudicada, não pode ser objeto de nova
propositura na mesma sessão legislativa, salvo proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Subseção III
Das Leis
Art. 41. As leis complementares exigem, para a sua aprovação, o voto favorável da maioria absoluta
dos membros da Câmara.
Parágrafo único. São leis complementares as concernentes às seguintes matérias:
I - código tributário do município;
II - código de obras ou de edificações;
III - código de posturas;
IV- regime jurídico dos servidores municipais;
V- plano de cargos e salários;
VI- lei orgânica instituidora da guarda municipal;
VII - plano diretor do Município;
VIII - zoneamento urbano e direitos suplementares de uso e ocupação do solo;
Art. 42. As leis ordinárias exigem, para a sua aprovação, o voto favorável da maioria simples dos
membros da Câmara.
Art. 44. A votação e a discussão da matéria constante da ordem do dia só poderão ser efetuadas com
a presença da maioria absoluta dos membros, quando se tratar de lei delegada.
Art. 45. A iniciativa das leis cabe ao Prefeito, a qualquer membro ou comissão da Câmara e aos
cidadãos, observado o disposto nesta Lei Orgânica.
Art. 46. Compete privativamente ao Prefeito a iniciativa dos projetos de lei, que disponham sobre:
I - criação, extinção ou transformação de cargos, funções ou empregos 20 públicos na administração
direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
II - regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores;
III – organização administrativa, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da
administração;
IV - criação, estruturação e atribuições dos órgãos da administração pública municipal.
Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva
do Prefeito.
Art. 47. É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a iniciativa dos projetos que disponham sobre:
I - organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, transformação ou extinção de cargos,
funções ou empregos e fixação da respectiva remuneração;
II - autorização para abertura de crédito suplementar ou especial, através do aproveitamento total ou
parcial das consignações orçamentárias da Câmara.
Parágrafo único. Não será admitido aumento da despesa prevista nos projetos de iniciativa exclusiva
da Mesa Diretora.
Art. 48. A iniciativa popular poderá ser exercida pela apresentação à Câmara Municipal de projetos de
lei subscritos por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado municipal.
§1º. A proposta popular deverá ser articulada, exigindo-se para seu recebimento a identificação dos
assinantes, mediante indicação do número e zona do respectivo título eleitoral.
§2º. A tramitação dos projetos de lei de iniciativa popular obedecerá às normas relativas ao processo
legislativo estabelecido nesta Lei.
Art. 49. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa, considerados
relevantes, os quais deverão ser apreciados no prazo máximo de quarenta e cinco dias.
§1º. Decorrido, sem deliberação, o prazo fixado no "caput" deste artigo, o projeto será,
obrigatoriamente, incluído na ordem do dia, para que se ultime sua votação, sobrestando-se a deliberação
quanto aos demais assuntos, com exceção do disposto no §4º do artigo 51.
§2º. O prazo referido neste artigo não corre nos períodos de recesso da Câmara e não se aplica aos
projetos de codificação.
Art. 50. O projeto aprovado em dois turnos de votação será, no prazo de dez dias úteis, enviado pelo
Presidente da Câmara ao Prefeito que, concordando, o sancionará e promulgará, no prazo de quinze dias
úteis.
Parágrafo único. Decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Prefeito importará em sanção.
Art. 51. Se o Prefeito julgar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse
público, vetá-lo-á, total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento
e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente da Câmara os motivos do veto.
§1º. O veto deverá ser sempre justificado e, quando parcial, abrangerá o texto integral do artigo, de
parágrafo, de inciso ou alínea.
Art. 52. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto,
na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos projetos de iniciativa do Prefeito, que serão
sempre submetidos à deliberação da Câmara.
Subseção IV
Dos Decretos Legislativos e das Resoluções
Art. 53. O projeto de decreto legislativo é a proposição destinada a regular a matéria de competência
exclusiva da Câmara, que produz efeitos externos, não dependendo, porém, de sanção do Prefeito.
Parágrafo único. O decreto legislativo aprovado pelo Plenário, em dois turnos de votação, será
promulgado pelo Presidente da Câmara.
Subseção V
Da Fiscalização Contábil, Financeira, Orçamentária, Operacional e Patrimonial
Art. 55. Observados os princípios e as normas das Constituições Federal e Estadual, no que se refere
ao Orçamento Público, a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, patrimonial e operacional do
Município e das entidades de sua administração direta, indireta e fundacional, será exercida mediante
controle externo da Câmara Municipal, e pelo sistema de controle interno de cada Poder, na forma da lei.
§1º. O controle externo a cargo da Câmara Municipal, será exercido com auxílio do Tribunal de Contas,
que emitirá parecer prévio, sobre as contas anuais e mensais apresentadas pelo Município.
§2º. Somente por decisão de dois terços dos membros da Câmara, deixará de prevalecer o parecer
prévio emitido pelo Tribunal de Contas, sobre as contas do Município.
§4º. As contas anuais do Município ficarão no recinto da Câmara
Municipal, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame, o
qual poderá questionar a legitimidade das mesmas, nos termos da lei.
§5º. A Câmara Municipal não julgará as contas antes do parecer do Tribunal de Contas, nem antes de
escoado o prazo para exame pelos contribuintes.
§6º. As contas da Câmara Municipal integram, obrigatoriamente as contas do Município.
Art. 56. A comissão permanente a que a Câmara Municipal atribuir competência fiscalizadora, diante
de indícios de despesas não autorizada, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, solicitará à autoridade municipal responsável que, no prazo de cinco dias,
preste os esclarecimentos necessários.
Art.57. Os Poderes Legislativo e Executivo manterão, de forma integrada, sistema de controle interno
com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no Plano Plurianual e a execução dos programas de
governo e dos orçamentos do Município;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração municipal, bem como da
aplicação dos recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e deveres
do Município;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo controle interno ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilidade
solidária.
Capítulo II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
Do Prefeito e do Vice-Prefeito
Art. 58. O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito auxiliado pelos Secretários ou Diretores
equivalentes.
Art. 60. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia 1 de janeiro do ano subsequente ao da
eleição, em sessão solene da Câmara Municipal, prestando o seguinte compromisso: "Prometo manter,
defender e cumprir a Constituição da República, a Constituição do Estado e a Lei Orgânica do Município
de Abadia de Goiás, observando as leis, promovendo o bem-estar geral, sustentando a união, a
integridade e o desenvolvimento do Município, sob a inspiração democrática. "
§1º. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse e salvo motivo de força maior comprovada, o
Prefeito ou o Vice-Prefeito que não tiver assumido o cargo, será este declarado vago pela Câmara
Municipal.
§2º. Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o Vice-Prefeito, e, na falta ou impedimento
deste, serão chamados ao exercício interino da chefia do Poder Executivo, sucessivamente, o Presidente
e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.
§3º. Ocorrendo a interinidade por mais de quarenta e oito horas, aquele que tiver em exercício na
chefia do Poder Executivo comunicará o fato, imediatamente, ao Tribunal Regional Eleitoral.
§4º. No ato da posse e ao término do mandato, o Prefeito e o Vice-Prefeito, farão declarações públicas
de seus bens, as quais serão arquivadas na Câmara Municipal.
§5º. O Prefeito quando remunerado em outro cargo deverá desincompatibilizar-se no ato da posse. O
Vice-Prefeito cumprirá esta exigência apenas quando tiver que assumir a chefia do Poder Executivo
Municipal.
§6º. O Presidente da Câmara recusando-se a assumir o cargo de Prefeito será automaticamente
considerado destituído da função, assumindo imediatamente o Vice-Presidente que, na condição de
Presidente da Câmara, assumirá a chefia do Poder Executivo.
Art. 62. Será de quatro anos o mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, a iniciar-se no dia 1 de janeiro
do ano seguinte ao da eleição.
Art. 63. Quanto as inelegibilidades aplicam-se as regras contidas na Constituição Federal e leis
específicas.
Art. 64. Para concorrer a outros cargos eletivos, o Prefeito deverá renunciar ao mandatos até seis
meses antes do pleito.
Art. 65. O Vice-Prefeito substitui o Prefeito em caso de licença ou impedimento, e o sucede no caso
de vaga ocorrida após a diplomação.
§1º. O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito
sempre que por ele for convocado para missões específicas.
§2º. O Vice-Prefeito pode, sem perda de mandato, aceitar e exercer o cargo de Secretário ou diretorias
municipal, estadual ou federal.
§3º. O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o Prefeito, sob pena de extinção do mandato.
Art. 66. Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, serão chamados ao exercício do Poder
Executivo, sucessivamente, o Presidente e o Vice-Presidente da Câmara Municipal.
Art. 67. Vagando os cargos de Prefeito e de Vice-Prefeito far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga para completar o período dos antecessores.
§1º. Ocorrendo a vacância no terceiro ano do período de governo a eleição para ambos os cargos será
feita pela Câmara Municipal, trinta dias após a abertura da última vaga, na forma da lei.
§2º. Ocorrendo a vacância no último ano do período de governo, serão, sucessivamente, chamados,
para exercer o cargo de Prefeito, o Presidente e o Vice-Presidente da Câmara.
Art. 68. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando em exercício do mandato, não poderão ausentar-se do
Município ou afastar-se do cargo sem licença da Câmara Municipal, sob pena de perda do cargo, salvo
por período não superior a quinze dias.
Art. 70. A remuneração do Prefeito será fixada pela Câmara Municipal, até trinta dias antes da eleição,
para vigorar na legislatura subsequente, atendidas as seguintes disposições:
Art. 71. Ao Vice-Prefeito poderá ser fixada verba de representação que não exceda a do Prefeito e a
qual fará jus o servidor estadual ou municipal investido no cargo.
Art. 72. A extinção ou a cassação do mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito, bem como a apuração
dos crimes de responsabilidade do Prefeito ou de seu substituto, ocorrerão na forma e nos casos previstos
nesta Lei Orgânica e na legislação Federal.
Seção II
Das Atribuições do Prefeito
Seção III
Da Responsabilidade do Prefeito
Art. 74. Perderá o mandato, o Prefeito, se assumir outro cargo ou função na administração pública,
ressalvada a posse em virtude de Concurso Público, conforme estabelece o artigo 76 da Constituição
Estadual, ou que se ausentar do Município, sem licença da Câmara Municipal, por período superior a
quinze dias.
Art. 75. São crimes de responsabilidade do Prefeito os previstos na Constituição Estadual para o
Governador, os definidos em lei federal, aplicando-se no que couber, ao processo de perda do mandato
do Prefeito e do Vice-Prefeito, as regras da Constituição Estadual para a do Governador de Estado.
Parágrafo único. São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas a julgamento pela Câmara
de Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:
I- impedir o funcionamento regular da Câmara;
II - impedir o exame de livros, folhas de pagamento, e demais documentos que devam constar dos
arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída;
III - desatender sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara, quando
feitos a tempo e em forma regular;
IV - retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade;
V - deixar de apresentar a Câmara no devido tempo, em forma regular, a proposta orçamentária;
VI - descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;
VII - praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática;
VIII- omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos
à administração da Prefeitura;
IX - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido por lei, ou afastar-se da Prefeitura, sem
autorização da Câmara de Vereadores;
X - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decorro do cargo.
Art. 76. Depois que a Câmara Municipal declarar a admissibilidade da acusação contra o Prefeito, pelo
voto de dois terços de seus membros, em escrutínio secreto, será ele submetido a julgamento perante o
Tribunal de Justiça do Estado.
Art. 78. O Prefeito será julgado, pela prática de crime de responsabilidade, perante o Tribunal de
Justiça do Estado e, pela prática de infrações político-administrativas, perante a Câmara Municipal.
Art. 79. Extingue-se o mandato de Prefeito e, assim, deve ser declarado pelo Presidente da Câmara
de Vereadores quando:
I - ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos, ou condenação por crime
funcional ou eleitoral;
II - deixar de tomar posse, sem motivo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido por lei;
III - incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei, e não desincompatibilizar-
se até a posse, e nos casos supervenientes, no prazo que a lei fixar.
Parágrafo único. A extinção do mandato, independente da deliberação do Plenário, se tornará efetiva
desde a declaração do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata.
Seção IV
Dos Secretários Municipais
Art. 80. Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores, residentes no
Município, e no exercício dos direitos políticos.
Art. 81. A lei disporá sobre a criação, estruturação e atribuições das Secretarias.
Art. 82. Compete aos Secretários Municipais, além de outras atribuições estabelecidas nesta Lei
Orgânica e demais leis:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da administração municipal,
na área de sua competência;
II - referendar os atos e Decretos assinados pelo Prefeito, pertinentes à sua área de competência;
III - apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços realizados na Secretaria;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas pelo Prefeito;
V - expedir instruções para a execução das leis, regulamentos e Decretos.
VI - prestar, pessoalmente ou por escrito, à Câmara ou a qualquer de suas comissões, quando
convocado e na forma da convocação, informações sobre assunto previamente determinado, importando
crime de responsabilidade à ausência, a recusa ou o não atendimento, no prazo de 15 (quinze) dias úteis,
bem como o fornecimento de informações falsas.
Art. 83. A competência dos Secretários Municipais abrangerá todo o território do Município nos
assuntos pertinentes às respectivas Secretarias.
Art. 84. Os Secretários serão sempre nomeados em comissão, farão declaração pública de bens no
ato de suas posses e no término do exercício do cargo, e terão os mesmos impedimentos dos Vereadores
e do Prefeito, enquanto nele permanecerem.
§1º. Os Secretários são solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assinarem,
ordenarem ou praticarem.
§2º. As disposições desta seção aplicam-se aos Diretores cujos cargos são equivalentes aos de
Secretários e aos Subprefeitos.
§3º. A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distrito para o qual foi nomeado.
I - ao Subprefeito, como delegado do Executivo, compete:
Seção V
Dos Conselhos Municipais
Art. 85. Os conselhos municipais são órgãos de cooperação governamental, que têm por finalidade
auxiliar a administração, na orientação, planejamento, interpretação e julgamento das matérias de sua
competência.
Art. 86. Lei especifica criará e definirá as atribuições de cada conselho, sua organização, composição,
funcionamento, forma de nomeação de seus membros e prazo de duração de mandato, que não será
remunerado a qualquer título.
Art. 87. Os conselhos municipais serão compostos por um número ímpar de membros, integrados
paritariamente por representantes dos poderes Executivo e Legislativo e representantes da sociedade
civil, usuários, contribuintes.
Seção VI
Da Procuradoria do Município
Título III
DA ORGANIZAÇÃO DO GOVERNO MUNICIPAL
Capítulo I
DO PLANEJAMENTO MUNICIPAL
Art. 89. O Município deverá organizar a sua administração, exercer suas atividades e promover sua
política de desenvolvimento, dentro de um processo de planejamento permanente, atendendo aos
objetivos e diretrizes estabelecidas em lei, mediante adequado Sistema de Planejamento e atendidos os
seguintes princípios básicos:
I - democracia e transparência às informações disponíveis;
II - eficiência e eficácia na utilização dos recursos financeiros, técnicos e humanos disponíveis;
III - complementariedade e integração de políticas, planos e programas setoriais;
IV - viabilidade técnica e econômica das proposições, avaliada a partir do interesse social da solução
e dos benefícios públicos;
V - respeito e adequação à realidade local e regional em consonância com os planos e programas
estaduais e federais existentes;
VI - preservação e recuperação dos espaços públicos da cidade e de seus logradouros;
VII - promoção e desenvolvimento da função social da cidade, do espaço urbano, da propriedade e do
uso do solo.
§1º. O plano diretor é o instrumento orientador e básico dos processos de transformação do espaço
urbano e de sua estrutura territorial, servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que
atuam na cidade.
Capítulo II
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Art. 92. A administração municipal, direta ou indireta, obedecerá, dentre outros princípios de direito
público, os da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, e, ainda, o que consta do artigo 37
da Constituição Federal.
Art. 93. A publicação das leis e atos municipais será feita pela imprensa oficial do Município e, enquanto
não existir, por fixação no átrio da Prefeitura ou da Câmara Municipal, conforme exigir o caso.
Capítulo III
DO REGISTRO E DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Art. 94. O Município manterá os livros que forem necessários ao registro de seus atos e atividades.
Parágrafo Único. Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelos Prefeito ou pelo Presidente
da Câmara, conforme o caso, ou por funcionário designado para tal fim, podendo ser substituído por
fichas ou outros sistemas, convenientemente autenticado ou informatizado.
Art. 95. Os atos administrativos de competência do Prefeito devem ser expedidos obedecidas as
seguintes normas:
I - decreto numerado em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) regulamentação de lei;
b) instituição, modificação ou extinção de atribuições diversas, não constantes em lei;
c) regulamentação interna dos órgãos;
d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o limite autorizado por lei, assim como de
créditos extraordinários;
e) declaração de desapropriação ou de servidão administrativa;
f) aprovação de regulamento ou de regimento das entidades que compõem a administração municipal;
g) permissão de uso dos bens municipais;
h) medidas executórias do Plano Diretor;
i) normas de efeitos externos, não privativas de lei;
j) fixação e alteração de preços;
I) provimento e vacância dos cargos públicos.
II - portaria numerada em ordem cronológica, nos seguintes casos:
a) lotação , relotação e demais atos de efeito individual nos quadros de pessoal;
b) abertura de sindicância, processos administrativos, aplicação de penalidades e demais atos
individuais de caráter interno;
c) concessão de diárias e autorização de viagens;
d) outros casos previstos em lei.
III - contrato, nos seguintes casos, além de outros que a lei especificar:
a) admissão de servidores para serviços de caráter temporário;
b) execução de obras e serviços municipais, nos termos da lei.
Parágrafo único. Os atos constantes nos incisos II e III, deste artigo, poderão ser delegados.
Art. 96. Nenhum empreendimento e serviços do Município poderá ter início sem prévia elaboração do
plano respectivo, no qual, obrigatoriamente conste:
I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e oportunidade para o interesse comum;
II - os pormenores para a sua execução;
III - os recursos para o atendimento das respectivas despesas;
IV - os prazos para o seu início e conclusão, acompanhado da respectiva justificação.
Parágrafo único. Nenhuma obra serviço ou melhoramento, salvo casos de extrema urgência, será
executada sem prévio orçamento de seu custo.
Art. 99. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações
serão contratados mediante processo de licitação que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam as obrigações efetivas.
Art. 100. O Município poderá realizar obras e serviços de interesse comum, mediante convênio com o
Estado, a União ou entidades particulares, ou mediante consórcio com outros Municípios.
Capítulo V
DAS CERTIDÕES
Art. 102. Os órgãos públicos municipais são obrigados a fornecerem, no prazo máximo de 15 (quinze)
dias, certidões dos atos, contratos e decisões, desde que requeridas para fim de direito determinado, sob
pena de responsabilidade da autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição.
§1º. No mesmo prazo deverão ser atendidas as requisições judiciais, se outro não for fixado pelo Juiz.
§2º. As certidões relativas ao Poder Executivo serão fornecidas pelo Secretário ou Diretor da
Administração da Prefeitura, exceto as declaratórias de efetivo exercício do Prefeito, que serão fornecidas
pelo Presidente da Câmara.
§3º. As certidões destinadas a defesa de direito e esclarecimento de situações de interesse pessoal,
independem do pagamento de taxas.
Art. 103. Constituem bens municipais todas as coisas móveis e imóveis, direitos e ações que, a
qualquer título, pertençam ao Município.
Art. 104. Caberá ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência da
Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.
Art. 105. A alienação de bens municipais, subordina-se à existência de interesse público devidamente
justificado e será sempre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e
entidades autárquicas e fundacionais e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de
avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada está nos seguintes casos:
a) dação em pagamento;
b) doação, permitida apenas para outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer
esfera de governo;
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X, do artigo 24, da Lei
Federal n.º 8.666/93 com suas alterações;
d) investidura;
e) venda a outro órgão ou entidade da Administração Pública, de qualquer esfera de governo;
f) alienação, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis
construídos e destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais de interesse
social, por órgãos ou entidades da Administração Pública especificamente criadas para esse fim;
II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta na forma da lei
federal que rege a matéria.
Parágrafo único. É vedada a alienação de bens da administração direta, indireta, fundacional, em
qualquer hipótese, nos últimos três meses do mandato do Prefeito.
Art. 106. Não convindo ao Município à venda ou doação de bens imóveis, outorgará concessão de
direito real de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência pública.
§1º. A concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando o uso destinar-se a concessionária de
serviço público, a entidades assistenciais, ou quando houver interesse público devidamente justificado.
§2º. A venda aos proprietários lindeiros de áreas urbanas remanescentes ou inaproveitáveis para
edificações, resultante de obras públicas, dependerá apenas de prévia avaliação e autorização legislativa,
dispensada a licitação.
§3º. A alienação das áreas resultantes de modificações de alinhamento, quer sejam aproveitáveis ou
não, obedecerão às mesmas normas contidas neste artigo.
Art. 107. A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, dependerá de prévia avaliação e
autorização legislativa.
Art. 108. É proibida a doação, venda ou concessão de uso de qualquer fração dos parques, praças,
jardins ou largos públicos, salvo pequenos espaços destinados à venda de jornais e revistas ou
refrigerantes.
Art. 109. O uso de bens municipais, por terceiros, só poderá ser feito mediante concessão ou
permissão a título precário e por tempo determinado, conforme o interesse público o exigir.
§1º. A concessão de uso dos bens públicos de uso especial e dominicais dependerá de lei e
concorrência e será feita mediante contrato sob pena de nulidade do ato, ressalvada a hipótese do § 1 do
art. 106 desta Lei Orgânica.
§2º. A concessão administrativa de bens públicos de uso comum somente poderá ser outorgada para
finalidades escolares, de assistência social ou turística, mediante autorização legislativa.
§3º. A permissão de uso, que poderá incidir sobre qualquer bem público, será feita, a título precário,
por ato unilateral do Prefeito, através de decreto.
§4º. As máquinas e operadores da Prefeitura poderão ser cedidos a particulares, para serviços
transitórios, desde que não haja prejuízos para os trabalhos do Município e o interessado recolha,
previamente, a remuneração arbitrada e assine termo de responsabilidade pela conservação e devolução
dos bens cedidos.
Art. 110. O Município poderá constituir Guarda Municipal, força destinada à proteção de seus bens,
instalações e serviços, inclusive os de trânsito, conforme dispuser a lei complementar.
Parágrafo único. A lei complementar de criação da guarda municipal disporá sobre acesso, direitos,
deveres, vantagens e regime de trabalho, com base na hierarquia e disciplina.
Capítulo VIII
DOS SERVIDORES MUNICIPAIS
Art. 111. O Município estabelecerá em lei regime jurídico e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas, atendendo às disposições, aos
princípios e aos direitos que lhes são aplicáveis pelas Constituição Federal, especialmente o disposto no
art. 39.
Parágrafo único. Quando a admissão se der em caráter transitório, para serviços de natureza
temporária, serão asseguradas todas as garantias trabalhistas constantes na Consolidação das Leis do
Trabalho.
Art. 112. A investidura em emprego ou cargo público depende sempre de aprovação prévia em
concurso público de provas ou de provas e títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão,
assim declarado em lei, que será de livre nomeação e exoneração.
Parágrafo único. O prazo de validade do concurso será de até dois anos, prorrogável por uma vez, por
igual período.
Art. 112. Será convocado para assumir cargo ou emprego público, aquele que for aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos, com prioridade sobre novos concursados, durante o
prazo improrrogável previsto no Edital de convocação.
Art. 113. Quanto à estabilidade dos servidores, aplicar-se-á o que dispuser a legislação federal.
§1º. O servidor público só perderá o cargo em virtude de sentença judicial, ou mediante processo
administrativo, em que lhe seja assegurada ampla defesa.
§2º. Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor, será ele reintegrado, nos termos do §2º
do artigo 41 da Constituição Federal.
§3º. Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor ficará em disponibilidade
remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Art. 114. Os cargos em comissão e funções de confiança na administração pública serão exercidos,
preferencialmente, por servidores ocupantes de cargos de carreira, nos casos e condições previstos em
lei.
Art. 115. Lei específica estabelecerá o percentual dos empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência, definirá os critérios destas admissões, bem como os casos de contratação por tempo
determinado, para atender necessidade temporária de excepcional interesse público.
Art. 116. O servidor será aposentado conforme determina a Constituição Federal, no artigo 40.
Art. 117. A lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre a maior e a menor remuneração dos
servidores públicos, observados, como limite máximo, os valores percebidos como remuneração, em
espécie, pelo Prefeito.
Art. 118. Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo não poderão ser superiores aos pagos pelo
Poder Executivo.
Art. 119. A lei assegurará aos servidores públicos municipais, quer da administração direta quer da
indireta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder
ou entre servidores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as vantagens de caráter individual
e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
Art. 121. É vedada a acumulação remunerada de cargos público, exceto quando houver
compatibilidade de horários:
I - a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
II - a de dois cargos privativos de médico.
Parágrafo único. A proibição de acumular estende-se a empregos, cargos e funções, e abrange
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.
Art. 122. Os acréscimos pecuniários percebidos pelo servidor público municipal, não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sobre o mesmo título ou idêntico
fundamento.
Art. 123. Os cargos públicos serão criados por lei, que fixará sua denominação, padrão de vencimento
e condições de provimento.
Parágrafo único. A criação e extinção dos cargos da Câmara, bem como a fixação e alteração de seus
vencimentos, dependerão de resolução de iniciativa da Mesa Diretora.
Art. 124. Os cargos públicos são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, sem quaisquer distinções.
Art. 125. O servidor público municipal será responsável civil, criminal e administrativamente pelos atos
que praticar no exercício do cargo ou função, ou a pretexto de exercê-lo.
Parágrafo único. Caberá ao Prefeito Municipal e ao Presidente da Câmara decretar a prisão
administrativa dos servidores que lhe sejam subordinados, omissos ou remissos na prestação de contas
de dinheiro públicos sujeitos à sua guarda.
Art. 126. O servidor municipal poderá exercer mandato eletivo, obedecidas as disposições legais
vigentes.
Art. 127. Os titulares de órgãos da administração municipal deverão atender convocação da Câmara
Municipal para prestar esclarecimentos sobre assuntos de sua competência.
Art. 128. O Município estabelecerá, por lei, o regime de previdência e assistência de seus servidores.
Título IV
DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA
Capítulo I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS
Art. 130. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Parágrafo único. Ao Município é lícito realizar programas de asfaltamento comunitário, compensados
com a taxa de contribuição de melhoria, nas condições alcançadas em procedimento licitatório
necessário, exceto nos casos de dispensa ou inexigibilidade, legalmente contemplados, quando as
condições serão determinadas em ato próprio anterior aos contratos.
Capítulo II
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
Art. 131. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Município:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II - instituir tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situação equivalente,
observada a proibição constante do artigo 150, inciso II, da Constituição Federal;
III - cobrar tributos:
a) relativamente a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
IV - utilizar tributo com efeito de confisco;
V- estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público.
VI - instituir imposto sobre:
a) patrimônio, renda e serviços da União e dos Estados;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos,
atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
VII - conceder qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária ou previdenciária, senão
mediante a edição de lei municipal específica.
VIII - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua
procedência ou destino;
IX - instituir taxas que atentem contra:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas para defesa de direitos e esclarecimentos de
situações de interesse pessoal.
Capítulo III
DA PARTICIPAÇÃO DO MUNICÍPIO NAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS
Art. 132. Pertencem ao Município, além dos impostos e taxas que instituírem e arrecadarem, todos os
constantes no artigo 106 da Constituição Estadual.
Art. 133. Ao Município pertencem as receitas previstas nos artigos 158 e 159 da Constituição Federal
e outras instituídas por lei.
Capítulo IV
DOS ORÇAMENTOS
Art. 137. Os projetos de lei relativos ao orçamento anual, ao plano plurianual, às diretrizes
orçamentárias e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara Municipal na forma de seu
Regimento Interno.
§1º. As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou de crédito adicionais somente poderão ser
aprovadas quando:
I - compatíveis com o plano plurianual e com lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes 45 de anulação de despesas,
excluídos os que incidem sobre:
a) dotação para pessoal e seus encargos;
b) serviços da dívida.
III - relacionados com dispositivos do texto do projeto de lei.
§2º. O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara para propor modificações nos projetos a
que se referem este artigo enquanto não iniciada a votação, na comissão específica, da parte cuja
alteração é proposta.
§3º. Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o artigo 165, § 2, I e II da Constituição
Federal, serão obedecidas as seguintes normas:
Art. 138. O Município incorre nas mesmas proibições impostas ao Estado de Goiás, especificadas no
artigo 111 da Constituição Estadual.
Art. 140. As despesas com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder aos limites
estabelecidos em lei complementar.
Parágrafo único. A Concessão de qualquer vantagem ou aumento de Remuneração, a criação de
cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem como à admissão de pessoal, a qualquer título, pelos
órgãos e entidades da administração Direta ou Indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, só poderão ser feitas:
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal
e aos acréscimos dela decorrentes;
II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas
públicas e as sociedades de economia mista.
Título V
DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 141. O Município, observados os princípios estabelecidos na Constituição Federal, buscará realizar
o desenvolvimento econômico e a justiça social, valorizando o trabalho e as atividades produtivas, com a
finalidade de assegurar a elevação do nível de vida da população.
Art. 142. A intervenção do Município no domínio econômico, terá por objetivo estimular e orientar a
produção, defender os interesses do povo e promover a justiça e a solidariedade social.
Art. 143. O trabalho é obrigação social, garantindo a todos o direito ao emprego e a justa remuneração,
que proporcione existência digna na família e na sociedade.
Art. 144. O Município assistirá os trabalhadores rurais e suas organizações legais, procurando
proporcionar-lhes, entre outros benefícios, meios de produção e de trabalho, crédito fácil e preço justo,
saúde e bem-estar social.
Parágrafo único. São isentas de impostos as respectivas cooperativas.
Art. 145. A lei disporá sobre a promoção e o estímulo aos pequenos agricultores e, especialmente,
sobre programas de lavouras e hortas comunitárias.
Art. 146. O Município dispensará à microempresa e à empresa de pequeno porte, assim definidas em
lei federal, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
Art. 147. O Município manterá órgãos especializados, incumbidos de exercer ampla fiscalização dos
serviços públicos por ele concedido, e da revisão de suas tarifas.
Parágrafo único. A fiscalização de que trata este artigo compreende o exame contábil e as perícias
necessárias à apuração das inversões de capital e dos lucros auferidos pelas empresas concessionárias.
Art. 148. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos veículos
de transporte coletivo, quando for o caso, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de
deficiência.
Art. 149. Ao ex-combatente, que tenha participado, efetivamente, de operações bélicas durante a
Segunda Guerra Mundial, residentes no Município, dedicará a administração atenção especial, além de
respeitar os direitos legais e constitucionais estatuídos.
Capítulo II
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
Art. 150. O Município prestará assistência social a quem dela necessitar, com o objetivo de promover
a integração ao mercado de trabalho, reconhecendo a maternidade e a paternidade como relevantes
funções sociais, colaborando, na medida do possível, com os pais, utilizando-se meios disponíveis para
promover o crescimento integral das crianças e adolescentes.
Art. 151. O Município formará com a União e o Estado, mediante a celebração de convênios ou outros
meios, um conjunto integrado de ações destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.
Art. 152. O Município, dentro de sua competência, regulará o serviço social, favorecendo as iniciativas
particulares que visem a este objetivo.
Parágrafo único - O plano de assistência social do Município, nos termos que a lei estabelecer, terá
por objeto a correção dos desequilíbrios do sistema social e a recuperação dos elementos desajustados,
visando a um desenvolvimento social e harmônico, consoante o previsto no artigo 203 da Constituição
Federal.
Art. 153. O Município poderá instituir sistema próprio de previdência e assistência destinada a atender
os seus associados, mediante contribuição.
Art. 154. É vedada subvenção ou auxílio do Poder Público a entidades de previdência privada com fins
lucrativos.
Art. 155. O ato de doação de lotes ou casas construídas através de programas habitacionais
implementados pelo Município deverá, obrigatoriamente, constar os gravames de inalienabilidade,
impenhorabilidade e proibição de permuta e locação, sob pena de nulidade do ato.
§1º. Os gravames constantes do caput deste artigo serão estabelecidos pelo prazo de 20 (vinte) anos.
§ 2. Só poderão ser beneficiárias dos programas de que trata este artigo:
I - famílias carentes;
II - que não possuam outro imóvel onde quer que seja;
III - que residam no Município por mais de 5 (cinco) anos.
§3º. Em caso de desobediência aos ditames deste artigo, o bem doado retorna, automaticamente, ao
domínio público, sem quaisquer indenizações, que o destinará a outra família.
Capítulo III
DA SAÚDE
Art. 156. Compete ao Município prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado,
serviços de atendimento à saúde da população, assegurada mediante políticas sociais e econômicas que
visem à eliminação do risco de doenças, à prevenção de deficiências e a outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 158. As ações e os serviços públicos de saúde do Município, integram a rede regionalizada e
hierarquizada, constituindo o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, organizado segundo
diretrizes de descentralização, com direção única na esfera municipal, realizando atendimento integral,
com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais e participação da
comunidade.
§1º. O Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde, será financiado com os recursos dos
orçamentos da União, do Estado e do Município, que serão aplicados exclusivamente na área da saúde,
vedada a concessão de auxílio e subvenções, com recursos públicos, a instituições privadas com fins
lucrativos.
§2º. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada, sendo facultado às instituições privadas de saúde
participar de forma complementar do Sistema Único de Saúde, de acordo com as diretrizes deste,
mediante contrato de direito público, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fim lucrativo.
Art. 159. A inspeção médica, nos estabelecimentos de ensino municipal, terá caráter obrigatório,
devendo a municipalidade realizar campanhas preventivas a cada semestre.
Art. 160. O conjunto de recursos destinados às ações e serviços de saúde do Município, constituem o
Fundo Municipal de Saúde, administrado pela Secretaria Municipal de Saúde e subordinado ao
planejamento e controle do Conselho Municipal de Saúde.
Art. 162. Os ocupantes de cargos diretivos no Sistema Único de Saúde não poderão ser proprietários,
sócios ou consultores do setor privado contratado.
Parágrafo único. Os cargos de direção dos órgãos de saúde do Município são privativos de
profissionais da área.
Capítulo IV
DA EDUCAÇÃO DA CULTURA, DO DESPORTO E LAZER
Seção I
Da Educação
Art. 163. O dever do município com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que não tiveram acesso na idade
própria;
II - atendimento educacional especializado aos portadores de necessidades especiais;
III - acesso aos níveis mais elevados do ensino, de pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
IV - oferta de ensino fundamental gratuito aos jovens e adultos que não puderam efetuar os estudos
na idade regular, em condições adequadas as características dos educandos;
V - atendimento em creches e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
Art. 164. O sistema de ensino municipal assegurará, aos alunos vindos de famílias de baixa renda
participação nas atividades escolares.
Art. 165. O ensino oficial do Município será gratuito em todos os graus e atuará prioritariamente no
ensino fundamental e pré-escolar.
§1º. O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa.
§2º. O Município orientará e estimulará por todos os meios a Educação Física, que será obrigatória,
nos termos da lei.
§3º. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação
básica comum com respeito aos valores culturais, ambientais, nacionais, regionais e municipais, com
atenção ao desenvolvimento artístico;
§4º. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas
pública de ensino fundamental, sendo oferecido sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as
preferências manifestadas pêlos alunos ou por seus responsáveis.
Art. 166. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as condições impostas pelas legislações
federais, estadual e municipais.
Art. 167. Os recursos do Município serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas que:
I - comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;
II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional,
ou ao Município, no caso de encerramento de suas atividades.
Art. 168. O Município auxiliará, pelos meios que dispuser, as organizações beneficentes, culturais e
amadorísticas, nos termos da lei, sendo que estas últimas e as colegiais terão prioridade no uso de
estádios, campos e instalações de propriedade do Município.
Art. 169. O Município manterá o professorado Municipal em nível econômico, social e moral a altura
de suas funções, garantindo-lhes:
I - ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para
esse fim;
III - piso salarial profissional;
IV - progressão funcional baseada na titulação ou habilitação e na avaliação do desempenho;
V- período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga horária de trabalho;
VI - condições adequadas de trabalho.
Art. 170. O orçamento anual do Município deverá prever a aplicação de pelo menos vinte e cinco por
cento da receita de impostos, incluindo a proveniente de transferências, na manutenção e no
desenvolvimento do ensino público, preferencialmente no fundamental.
Parágrafo único. As diferenças entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que
resultem no não atendimento do percentual mínimo obrigatório, serão apuradas e corrigidas a cada
trimestre do exercício financeiro.
Art. 171. A verba destinada a manutenção e ao desenvolvimento do ensino público será aplicada na:
I - remuneração e aperfeiçoamento do pessoal docente e demais profissionais da educação;
II - aquisição, manutenção, construção e conservação de instalações e equipamentos necessários ao
ensino;
III - uso e manutenção de bens e serviços vinculados ao ensino;
Art. 172. O Município promoverá, pelo menos uma vez por ano, cursos de aperfeiçoamento para o
professorado, realizados por coordenadores pedagógicos ou outros profissionais de notória capacidade.
Art. 173. Quanto ao fundo de manutenção e valorização do magistério, observar-se-á o que dispõe a
Constituição Federal e a lei federal n.° 9.424/96 (LDB).
Art. 174. Os estabelecimentos de ensino municipal serão dirigidos por docentes de comprovada
experiência no magistério de, pelo menos, três anos.
Seção II
Da Cultura do, do Desporto e do Lazer
Art. 175. O Município estimulará o desenvolvimento das ciências, das artes, das letras e da cultura em
geral, observado o disposto na Constituição Federal.
§1º. Ao Município compete suplementar, quando necessário, a legislação federal e estadual dispondo
sobre a cultura.
§2º. A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para o Município.
§3º. Ao Município cumpre proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico
e cultural, os monumentos, as paisagens naturais e os sítios arqueológicos.
§4º. Ao Município caberá criar e manter o seu arquivo do acervo histórico e cultural, inclusive
estruturando biblioteca pública.
Art. 176. O Município estimulará as atividades desportivas nas suas diferentes manifestações,
observando o disposto no artigo 164 e 165 da Constituição Estadual.
Art. 179. O Poder Público incentivará o lazer como forma de promoção social.
Capítulo V
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Capítulo VI
DA POLÍTICA URBANA
Art. 181. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público Municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
§1º. O plano diretor é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§2º. A propriedade urbana cumpre a sua função social quando atende às exigências fundamentais de
ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§3º. As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
Art. 182. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§1º. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos,
independentemente do estado civil.
§2º. Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. §3º. Os imóveis públicos
não serão adquiridos por usucapião.
Art. 183. As áreas próximas à sede do Município, especialmente as inclusas no perímetro urbano da
cidade, constituem áreas as quais a Administração tem interesse para fins de expansão da cidade,
podendo o Poder Executivo desapropriá-las quando julgar conveniente.
Capítulo VII
DO MEIO AMBIENTE
Art. 184. Todos têm direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e à coletividade o dever de
recuperá-lo, defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações, conforme preceitua a
Constituição Estadual.
§1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies
e ecossistemas ;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades
dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a
alteração e supressão permitida somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.
V - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a
preservação do meio ambiente;
VI - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade;
VII - aquele que causar degradação ao meio ambiente fica obrigado a recuperá-lo, de acordo com a
solução técnica exigida pelo órgão público competente.
§2º. As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, à sanção penal e administrativa, independentemente da obrigação de reparar os
danos causados.
§3º. As reservas ecológicas existentes protegidas por legislação federal ou estadual receberão,
suplementarmente, proteção municipal.
Art. 185. Os imóveis rurais manterão pelo menos vinte por cento de sua área total com cobertura
vegetal nativa, para preservação da fauna e flora autóctones, obedecido o seguinte:
I- as reservas deverão ser delimitadas e registradas junto a órgão do Executivo, na forma da lei, vedada
a redução e o remanejamento, mesmo no caso de parcelamento do imóvel.
II - o Poder Público realizará inventários e mapeamentos necessários para atender às medidas
preconizadas neste artigo.
Art. 187. Todo cidadão tem livre acesso aos pontos turísticos estabelecidos pela municipalidade;
§1º. Os pontos turísticos, terão especial atenção do Poder Público Municipal, que estabelecerá as
condições de uso, evitando a degradação do meio ambiente, respeitados os legítimos direitos de
propriedade e a legislação federal que disciplina a ocupação de áreas ribeirinhas.
§2º. Lei específica fixará os pontos turísticos do Município.
Art. 188. Os resíduos radioativos, as embalagens de produtos tóxicos, o lixo hospitalar e demais
rejeitos perigosos deverão ter destino definido em lei, respeitados os critérios científicos.
Art. 189. Fica proibido a instalação de usinas nucleares, bem como a produção, armazenamento,
transporte e remanejamento de quaisquer elementos nucleares na circunscrição do Município, salvo os
destinados às instalações médicas.
Capítulo VIII
DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DO DEFICIENTE
Art. 191. É dever da administração municipal, em conjunto com a sociedade, amparar as pessoas
deficientes e idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar, e garantindo-lhes o direito à vida, notadamente conscientizando suas famílias, no sentido de mantê-
las em seu seio.
Capítulo IX
DA POLÍTICA AGRÍCOLA
Art. 192. O Município, mediante autorização legislativa, poderá celebrar convênios e contratos com o
Estado, com outros municípios e demais instituições ou empresas, para, na forma da Constituição
Estadual e desta Lei Orgânica, instituir o projeto cinturão verde destinado ao abastecimento alimentar.
Art. 193. Para o fomento da produção na zona rural, o Município utilizará a assistência técnica, a
extensão rural, o associativismo e a divulgação das oportunidades de crédito e incentivos fiscais.
Art. 194. O Município oferecerá meios para assegurar ao pequeno produtor e ao trabalhador rural
condições de trabalho, de escoamento e mercado para os seus produtos.
Capítulo X
DA POLÍTICA DE INDUSTRIA E COMÉRCIO
Art. 195. O Município adotará uma política de fomento às atividades industriais, comerciais e de
serviços, por meio de planos e programas de desenvolvimento integrado, tendo como princípios:
I - a livre concorrência
Il - a geração de empregos;
Art. 196. Cabe ao Município dar tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas,
proporcionando tratamento jurídico diferenciado, visando incentivar sua criação, preservação e
desenvolvimento, pela simplificação ou redução de suas obrigações administrativas e tributárias, na forma
da lei.
Título VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 1º. O Município, em cooperação com Estado, e a União participará de programas de erradicação
do analfabetismo.
Art. 2º. O Município não poderá dar nome de pessoas vivas a bens públicos de qualquer natureza.
Art. 3º. Até a promulgação da lei complementar referida no artigo 169 da Constituição Federal, é
vedado ao Município despender, com pessoal, mais do que sessenta por cento do valor da receita
corrente.
Art. 4º. A Câmara Municipal elaborará, no prazo de 06(meses) meses, a contar da promulgação desta
Lei Orgânica, seu Regimento Interno e enquanto não entrar em vigor o novo regimento aplicar-se-á, no
que couber, o Regimento Interno da Câmara Municipal de Goiânia.
Art. 5º. Poderá o Município, proporcionar recursos materiais aos integrantes de destacamentos
policiais a serviço na municipalidade, inclusive no que se refere a habitação e alimentação.
Parágrafo único. Os benefícios de que trata este artigo poderão ser destinados, também a outros
servidores de esferas distintas de poder, a critério do Chefe do Poder Executivo Municipal.
Art. 6º. O Município disporá em leis especificas o dia do seu aniversário, do(a) padroeiro(a) e demais
feriados municipais.
Art. 7º. Todos os atos praticados pelos Poderes Executivo e Legislativo de conformidade e na vigência
da Lei Orgânica de Goiânia, até então vigente nesta municipalidade, ficam convalidados.
Art. 8º. O Prefeito Municipal remeterá mensagem à Câmara disciplinando os Conselhos Municipais.
Art. 9º. Os atuais detentores de mandato eletivo deverão prestar juramento a presente lei, no ato de
promulgação da mesma.
Art. 10. O Município empreenderá esforços no sentido de legalizar as áreas urbanas, principalmente
os loteamentos, sendo que de já fica proibido a abertura de novos loteamentos no prazo de dois anos, a
contar da publicação da presente lei.
Parágrafo único. Para aprovação de novos loteamentos deverá ser observado, além do que dispõe a
lei federal própria:
I - rede de água;
II - energia elétrica;
III - asfalto e meio fio;
IV – com aprovação do Poder Legislativo (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica 001/2006).
Art. 11. Os cemitérios, no Município, terão sempre caráter secular, e serão administrados pela
autoridade municipal, sendo permitido a todos de qualquer confissão religiosa praticar neles os seus
cultos.
Parágrafo único. As associações religiosas e os particulares poderão, na forma da lei, manter
cemitérios próprios, autorizados e fiscalizados pelo Município.
Art. 13. Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos integrantes da Câmara Municipal, será
promulgada pela Mesa e entrará em vigor da data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Questões
01. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:
São símbolos do Município a bandeira, o hino e o brasão, representativos de sua cultura e história.
( ) Certo ( ) Errado
02. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:
O Vereador poderá licenciar-se para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que,
neste caso, a licença não seja inferior a 30 (trinta) dias, e superior a 180 (cento e oitenta) dias por sessão
legislativa.
( ) Certo ( ) Errado
03. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:
O Prefeito não poderá, desde a expedição do diploma, firmar ou manter contrato com o Município, com
suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de econômica mista ou com empresas
concessionárias de serviço público municipal, salvo quando o contrato estabelecer cláusulas uniformes.
( ) Certo ( ) Errado
04. Nos termos da Lei Orgânica do Município de Abadia de Goiás/GO, julgue o item abaixo:
A aquisição de bens imóveis, por compra ou permuta, independe de prévia avaliação e autorização
legislativa.
( ) Certo ( ) Errado
Gabarito
Comentários
Institui Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás, e dá outras
providências
O Prefeito Municipal de Abadia de Goiás, no uso de suas atribuições conferidas pelas Constituições
Federal (Art. 39), estadual, e ainda, baseada no que dispõe a Lei Orgânica do Município em vigor, FAZ
SABER que, a Câmara Municipal de Abadia de Goiás, através de seus membros, APROVOU, e eu
Prefeito, SANCIONO a seguinte lei:
TÍTULO
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS DO MUNICÍPIO DE ABADIA DE GOIÁS
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º - Esta lei cria o Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás.
Art. 3°- Para efeito desta lei, serão observadas as seguintes definições:
I- CARGO - é o posto de trabalho instituído na organização do funcionalismo, caracterizado por deveres
e responsabilidades com estabelecimento de jornada de trabalho prevista na lei, com denominação
própria, número certo e remuneração pelos cofres públicos.
II- FUNÇÃO - é a atribuição ou conjunto de especificações que devem ser executadas por um
funcionário na estrutura organizacional, fornecendo elementos para a caracterização, descrição,
classificação e avaliação do cargo.
III- CLASSE - é o agrupamento de cargos de mesmo vencimentos e responsabilidades, para os quais
sejam exigidos os mesmos requisitos gerais de instrução e experiência para o provimento.
IV- CLASSE ESPECIAL - é aquela em que serão enquadrados os servidores beneficiados através de
leis de benefícios específicos, bem como aqueles que tiverem os funcionários integrados através de
cargos comissionados ou funções gratificadas.
V- SÉRIE - é o conjunto de classes do mesmo grau profissional, disposto hierarquicamente, de acordo
com a complexidade, constituindo a linha natural de promoção do funcionário.
41
Disponível em: http://www.abadiadegoias.go.gov.br/LeisMunicipais.asp - acesso em 17.11.2020.
Art. 4°- São vedadas aos funcionários atribuições diferentes das de seu cargo, salvo, quando o
interesse público exigir, e quando designados para função especial e para participação em comissões ou
grupos trabalhos específicos, estritamente de interesse do município.
TÍTULO II
DO CONCURSO, DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA
Art. 5°- O concurso público será de provas ou de provas e títulos, e, em casos especiais, poderá exigir
aprovação em curso específico de formação profissional mantido por instituição oficial do Estado, sem
prejuízo de outros requisitos.
§ 1°- pessoa deficiente é assegurado o direito de candidatar-se ao ingresso no serviço público
municipal, para o exercício de cargos cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é
portadora.
§ 2°- No caso de empate para efeito de nomeação, terá prioridade, sem prejuízo de outros critérios, o
candidato que já for funcionário municipal, persistindo o empate, será nomeado o mais idoso.
§ 3° - O concurso público terá validade de até 02 (dois) anos, conforme for fixado no edital, podendo
ser prorrogado uma única vez, por igual período.
I - Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo
de validade não expirado, salvo se para preenchimento de outros cargos e vagas, não tratados no
concurso anterior.
Art. 6°- O concurso para provimento de cargos será realizado pela Secretaria de Administração e
Finanças, através da divisão de administração geral e pessoal.
§ 1 °- Para efeito deste artigo, a Secretaria de Administração e Finanças:
I- Publicará relação de cargos e das vagas;
II- elaborará os editais que deverão conter os critérios, os programas e demais elementos
indispensáveis;
III- dará publicidade à relação dos candidatos concorrentes, cujas inscrições tiverem sido deferidas ou
indeferidas;
VI- decidirá sobre os assuntos relativos às inscrições;
V- publicará a relação de candidatos aprovados, obedecendo a ordem de classificação, até 60 dias.
§ 2°- Em casos especiais, o titular da pasta de Administração e Finanças, sem prejuízo de sua
supervisão , poderá delegar competência para a realização de concursos público.
§ 3°- Os concursos para provimento de cargos que, pela especialidade de suas atribuições, sejam
privativos de determinado órgão, serão realizados sob a direção do respectivo titular, com a supervisão e
homologação do Secretário da Administração e Finanças.
§ 4° - Cabe ao Prefeito Municipal a homologação dos resultados dos concurso público realizados para
preenchimento de vagas existentes na municipalidade.
Art. 7°- São requisitos para inscrição em concurso, além de outros que as especificações exigirem:
I- ser brasileiro;
II- estar em dia com suas obrigações eleitorais e militares;
III- idade mínima de 18 anos e máxima a que for estipulada no regulamento do concurso, se for o caso;
IV- não estar condenado criminalmente, por sentença transitada em julgado;
V- ter nível de escolaridade ou habilitação legal para exercício do cargo.
CAPÍTULO II
Seção I
Do provimento
Art. 9°- Compete ao Chefe do Poder Executivo prover por portarias os cargos públicos.
Seção II
Da nomeação
Art. 12 - Dentre os candidatos aprovados, os classificados até o limite das vagas publicadas terão
direito assegurado à nomeação, no prazo de validade do concurso.
Parágrafo único - A convocação será feita por edital publicado regularmente.
Seção III
Da posse
Art. 13 - Posse é a aceitação formal das atribuições, dever e responsabilidade inerentes ao cargo e
será dada pela Secretaria de Administração e Finanças.
Art. 14 - Além dos requisitos exigidos quando da inscrição ao Concurso Público, o nomeado deverá
apresentar no ato da posse, atestado de saúde física e mental e prestar declaração de não acumulação
de cargos de acordo com a Constituição Federal.
Art. 16 - A posse deverá ser tomada no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação, sem
prorrogação.
Seção IV
Do exercício
Art. 17 - Exercício é a efetiva entrada do funcionário em serviço público, caracterizada pela frequência
e execução de atividades atribuídas ao cargo.
Art. 19 - O funcionário nomeado terá exercício na repartição em que houver vaga de lotação.
Art. 20 - O exercício do cargo terá início dentro do prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da:
I- data da posse;
II- publicação oficial do ato, nos demais casos;
§ 1°- A promoção e o acesso não interrompem o exercício que contado na nova classe a partir da data
da publicação dos respectivos atos.
§ 2°- O funcionário que não entrar em exercício no prazo legal perderá o direito ao cargo.
Art. 22 - Somente em casos especiais e mediante prévia e expressa autorização do chefe do poder
executivo o funcionário poderá:
I- ter exercício fora do órgão de sua lotação;
II- ausentar-se do município para estudo ou missão de qualquer natureza, com ou sem ônus para os
cofres públicos.
Art. 23 - Considera-se efetivo o exercício, além dos dias feriados ou em que o ponto for facultativo, o
afastamento motivado por:
I- férias;
II- casamento, (oito) dias consecutivos;
III- luto, pelo falecimento de cônjuge, filho, pais ou de irmão, até 08 (oito) dias consecutivos;
IV- convocação para serviço militar;
V- júri e outros serviços obrigatórios;
VI- exercício de cargo de provimento em comissão na administração;
VII- licença-prêmio;
VIII - licença para o tratamento de saúde até o período de 24 (vinte e quatro) meses;
IX-licença a funcionária gestante até 120 (cento e vinte) dias;
X- licença por motivo de doença em pessoa da família, sem remuneração;
XI- licença por acidente em serviço, ou ocorrência de doença profissional;
XII-doença de notificação compulsória;
XIII- participação em programa de treinamento regularmente e instituído;
XIV- exercício de mandato eletivo;
XV- licença-paternidade;
Art. 24 - O funcionária será afastado do exercício de seu cargo, até decisão final, quando preso
preventivamente, pronunciado por crime Comum ou condenado por crime inafiançável em processo no
qual não haja pronuncia, o funcionário será afastado do exercício ate decisão final.
Parágrafo único- No caso de condenação que não determine a demissão do funcionário, continuará
ele afastado do exercício.
Art. 25- Salvo os casos expressamente previstos neste Estatuto, o funcionário que interromper o
exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos ou 45 (quarenta e cinco) intercalados, sem justa causa,
dentro do período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, será demitido por abandono do cargo, sendo
necessário a publicação de edital em jornal de relevância, para chamamento final.
Parágrafo único- Verificada a hipótese prevista neste artigo, compete ao superior imediato do faltoso,
sob pena de responsabilidade civil e funcional, comunicar o fato à autoridade competente para imposição
da penalidade ali preconizada.
Art. 26- A autoridade que irregularmente conceder exercício a funcionário responderá civil e
criminalmente pelo ato e ficará pessoalmente responsável por quaisquer pagamentos em decorrência
dessa situação.
Seção V
Do estágio probatório
Seção VI
Da estabilidade
Art. 30- O funcionário estável somente perderá o cargo em virtude de sentença judicial ou mediante
processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa.
Parágrafo único - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o funcionário estável ficará em
disponibilidade remunerada, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Seção VII
Da Remoção
Art. 32- Sendo ambos funcionários, a remoção de oficio de um dos cônjuges assegurará a do outro
para serviço na mesma localidade.
Seção VIII
Do regime de trabalho
Art. 33- O período normal de trabalho do funcionário é de 08 (oito) horas diárias, totalizando 40
(quarenta ) horas semanais.
Art. 34- Os órgãos cujos serviços se fizerem necessário diuturnamente e/ou aos sábados, domingos e
feriados civis ou religiosos, funcionarão nesses dias em regime de plantão fixado pelos respectivos
dirigentes.
Art. 35- Os ocupantes de cargos em comissão ou de função: gratificadas por encargos de chefia,
assessoramento, secretariado ou inspeção, estão sujeitos, qualquer que seja seu cargo ou emprego de
origem, à jornada mencionada no Art.34.
Art. 36- A jornada de trabalho dos médicos, cirurgiões e professores municipais, é fixada de acordo
com a legislação especifica.
Art. 38- Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, a entrada e a saída do funcionário em
serviço.
§1°- No registro do ponto deverão ser lançados todos os elementos necessários à apuração da
frequência.
§ 2°- Para o registro do ponto serão usados, preferencialmente, meios mecânicos ou eletrônicos.
§3°- Salvo nos casos expressamente previstos neste Estatuto, é vedado dispensar do registro do ponto
e abonar faltas ao serviço.
§ 4°- As autoridades e os funcionários que de qualquer forma contribuírem para o descumprimento do
disposto no parágrafo anterior serão obrigados a repor, aos cofres públicos, a importância indevidamente
paga aos servidores faltosos, sem prejuízos da ação disciplinar cabível.
§ 5°- A dispensa da marcação do ponto, quando assim o exigir o serviço, não desobriga o funcionário
por ela atingido do comparecimento à repartição durante os horários de expediente, para o cumprimento
de suas obrigações funcionais.
§ 6°- As fraudes praticadas no registro de frequência, ou a prática de quaisquer outros atos para
justificar ausência indevida no local de trabalho, acarretarão ao seu autor, se por força das circunstâncias
não houver cominação de outra maior, a pena de:
I - repreensão, na primeira ocorrência;
II - suspensão por até 30 (trinta) dias na segunda ocorrência; -
III - demissão, na terceira ocorrência.
§ 7°- Recebendo o autor a conivência de terceiros, a estes será aplicada a mesma pena. Se o conivente
for encarregado do ponto, ser-lhe-á, aplicada a primeira ocorrência, suspensão por 30 até (trinta) dias, e,
na segunda, a pena de demissão.
Art. 39 - Excetuados os ocupantes de cargos de direção superior, todos os funcionários estão sujeitos
à prova de pontualidade e frequência mediante o sistema de marcação de ponto.
Parágrafo único- O disposto neste artigo não se aplica ao funcionário que, necessariamente,
desempenhe suas atividades em serviços externos, bem assim, ao que pela natureza de suas atribuições
quando comprovadamente no exercício delas tenha de deslocar-se da repartição em que estiver lotado.
Art. 42- Nos dias úteis, só determinação contida em decreto poderão deixar de funcionar as repartições
integrantes do Poder Executivo ou deixar suspenso seus trabalhos.
Art. 44- A prestação de serviço em regime de dedicação exclusiva será permitida mediante opção às
seguintes categorias funcionais:
I - médicos, quando em exercício nos serviços de atendimento de urgência ou em unidade hospitalares
do Município;
II - vigilância sanitária;
III - enfermeiro de curso superior;
IV - professor.
§ 1°- A prestação de serviço no regime que trata este artigo, quando se tratar das categorias
mencionadas nos seus incisos I e III, dependerá de regulamento a ser baixado pelo Chefe do Poder
Executivo.
2°- Com a manifestação do titular do órgão em que for lotado o funcionário, compete ao Chefe do
Poder Executivo decidir sobre a opção de que se trata este artigo.
Art. 45 - O candidato ao regime de dedicação exclusiva deverá apresentar, por ocasião da opção,
declaração de não acumulação de cargos, funções ou empregos na administração direta ou indireta,
inclusive nas esferas Estadual e Federal, e não de exercer atividade particular.
§1°- Uma vez deferida a opção que trata este artigo, somente poderá ser retratada:
I- por descumprimento das condições estabelecidas no artigo precedente, devidamente comprovado.
II- por conveniência de qualquer das partes.
§2°- Verificada a invericidade da declaração a que se refere este artigo ou ficando ela
descaracterizada, o funcionário faltoso ficará obrigado restituir os danos causados, e de uma vez no prazo
de 30 dias, contados à partir d infração prevista, sem prejuízo de outras sanções.
Art. 48 - O disposto nesta seção não se aplica aos titulares de cargos que, por sua natureza, exijam a
prestação de serviço em regime de tempo integral.
Seção X
Da recondução
Seção XI
Da promoção
Art. 50 - Promoção é o provimento da referência inicial de cargo vago de classe imediatamente superior
à categoria funcional a que pertence, de funcionário efetivo ou estável que esteja ocupando a última
referência horizontal de sua classe.
Art. 52 - Os requisitos para a promoção serão estabelecidos por ato do Chefe do Poder Executivo ao
regulamentar a presente lei.
Seção XII
Do acesso
(Dispositivo não recepcionado pela CF/88)
Art. 57 - O funcionário elevado por acesso passará a integrar a nova classe e poderá ser lotado em
outro órgão no interesse do serviço público.
Art. 58 - Outros requisitos para o acesso serão estabelecidos em regulamento a ser expedido pelo
Chefe do Poder Executivo.
Seção XIII
Da readmissão
(Dispositivo não recepcionado pela CF/88)
Art. 60 - Não haverá readmissão em cargo para o qual haja candidato habilitado em concurso público
ou teste de avaliação para promoção e acesso.
Art. 62 - O tempo de serviço público do readmitido será computado para os efeitos previstos em lei.
Seção XIV
Da Reintegração
Art. 65 - Invalidada por sentença a demissão, o funcionário será reintegrado e o eventual ocupante da
vaga se estável retornará ao cargo de origem, sem direito de indenização.
Parágrafo único - Se extinto ou transformado o cargo, dar-se-á o retorno no restante de transformação
ou em outro de mesmo vencimento e atribuições equivalentes, observada a habilitação legal.
Seção XV
Do aproveitamento
Art. 69 - Será tornado sem efeito o aproveitamento e cessada a disponibilidade se o funcionário não
tomar posse no prazo legal, salvo por motivo de doença comprovada em inspeção médica por órgão
oficial, ou exercício de mandato eletivo, casos em que ficará adiada até 05 (cinco) dias úteis após a
cessação do impedimento.
Seção XVI
Da reversão
Art. 72 - Não poderá reverter a aposentadoria quem estiver completando 70 (setenta) anos de idade.
Seção XVII
Da readaptação
Art. 73- Readaptação é a investidura do funcionário em outro cargo mais compatível com a sua
capacidade física, intelectual ou quando comprovadamente revelar-se inapto para o exercício das
Art. 74 - Invalidada por sentença a demissão, o funcionário será reintegrado e o eventual ocupante da
vaga se estável retornará ao cargo de origem, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em
disponibilidade remunerada.
I - quando ficar comprovada a modificação do estado físico ou das condições de saúde do funcionário,
que lhe diminuam a eficiência para a função;
II - quando se apurar que o funcionário não possui a habilidade profissional exigida por lei para o cargo
que ocupa;
III - Quando o nível de desenvolviment4 mental do funcionário não corresponder às exigências da
função.
Art. 75 - O processo de readaptação baseado nos incisos I e II do artigo anterior será iniciado mediante
laudo firmado por médico indicado da Prefeitura e, nos demais casos, por proposta fundamentada da
autoridade competente.
Art. 77 - Não fará readaptação para o cargo o qual haja candidato aprovado em concurso ou teste de
avaliação e acesso.
Art. 78 - O funcionário readaptado que não se ajustar às condições de trabalho e atribuições do novo
cargo será submetido a nova avaliação médica feita por profissional indicado pela Prefeitura.
CAPÍTULO III
DA VACÂNCIA
TÍTULO III
DOS DIREITOS E VANTAGENS
CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO E DAS VANTAGENS
Seção I
Disposições preliminares
Seção II
Do vencimento e da remuneração
Art. 84 - Vencimento é a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo público, com valor fixado
em lei.
Art. 88 - O servidor pertencente ao quadro efetivo da Prefeitura, nomeado para cargo em comissão ou
designado para função de confiança, perceberá sua remuneração da seguinte forma:
I- nomeado para cargo em comissão, perceberá seus vencimentos dos cargos efetivo acrescido da
diferença do vencimento do cargo para o qual foi nomeado;
II- designado para função de confiança, perceberá seus vencimentos do cargo efetivo mais o valor
correspondente à gratificação de função-FG, para a qual foi designada, desde que essa gratificação não
ultrapasse de 50% (cinquenta por cento) dos referidos vencimentos.
Parágrafo único - Não tendo o servidor vínculo com o Município, receberá apenas a remuneração
correspondente ao cargo em comissão ou função gratificada, para qual foi nomeado ou designado.
Art. 89 - Ao servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal, e de outros Municípios, inclusive das
respectivas entidades autárquicas fundacionais e paraestatais à disposição da municipalidade, quando
sem Ônus para o Município fará jus, apenas, a gratificação do cargo a que estiver ocupando. Art.90 - O
funcionário perderá:
I - 2/3 (dois terços) do vencimento ou da remuneração durante o período de afastamento em virtude
de condenação por sentença definitiva a pena que não determina a demissão.
II - O vencimento ou remuneração no dia em que, não sendo feriado ou ponto facultativo, deixar de
comparecer ao serviço, salvo motivo legal ou falta abonada, até três em cada mês.
Art. 92 - A indenização ou restituição devida pelo funcionário à fazenda municipal será descontada em
parcelas mensais não excedentes a décima parte do valor dos vencimentos ou remuneração.
§ 1 °- O funcionário que se aposentar ou passar a condição de disponível continuará a responder pelas
parcelas remanescentes a indenização, na mesma proporção.
§ 2°- O saldo devedor do funcionário demitido, ou exonerado será resgatado de uma só vez, no prazo
de 60 (sessenta) dias, respondendo da mesma forma o espólio, em caso de morte.
§ 3°- Após o prazo previsto no parágrafo anterior, o remanescente será inscrito na dívida ativa e
cobrado por ação executiva.
Seção III
Das Indenizações
Subseção I
Da ajuda de custo
Art.94 - Não se concederá ajuda de custo ao funcionário removido a pedido ou por conveniência da
disciplina.
Subseções II
Das diárias
Art.96 - O funcionário que a serviço da prefeitura se deslocar da sede em caráter eventual e transitório
fará jus às diárias compensatórias das despesas de alimentação e pousada.
§ 1°- Entende-se por sede da repartição a cidade ou localidade onde o funcionário tem exercício
habitualmente.
Art.98 - O funcionário que indevidamente receber diárias será obrigado a restituir, de uma só vez, a
importância recebida, ficando ainda sujeito a punição prevista no artigo seguinte.
Art.99 - É vedada a concessão de diárias com o objetivo de remunerar outros serviços ou encargos,
sob pena de responsabilidade.
Subseções III
Das despesas de transporte
Art. 100 - Conceder-se-á indenização de transporte ao funcionário que realizar despesas de serviços
externos por força das atribuições normais de seu cargo.
Parágrafo único - O valor das indenizações de que trata este artigo e as condições para a sua
concessão será estabelecido pela Secreta a da Administração e Finanças.
Subseções IV
Do auxílio - reclusão
Art.101 - Á família do servidor efetivo e que estiver na ativa é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes
valores:
I - metade da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em fragrante ou preventivamente,
determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão;
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo.
§1° - Nos casos previstos no inciso 1 deste artigo, o servidor terá direito a integralização da
remuneração, desde que absolvido.
§ 2° - O pagamento do auxílio - reclusão cessará a partir do dia imediato àquele que o servidor for
posto em liberdade, ainda que condicional.
Art. 102 - O salário será concedido ao funcionário ativo, inativo ou em disponibilidade que tiver
dependentes.
Parágrafo Único: O valor do salário família corresponderá a 5% (cinco por cento) do salário mínimo de
referência
Art. 104 - O ato de concessão terá por base as declarações do próprio funcionário que responderá
funcional e financeiramente por quaisquer incorreções.
Art. 105- Quando o pai e a mãe forem funcionários municipais e viverem em comum, o salário-família
será concedido à apenas um.
§ 1°- Se não viverem em comum, será concedido ao que tiver os dependentes sob sua guarda, com a
distribuições dos dependentes.
§ 2°- Se ambos os tiverem, será concedida a um e outro, de acordo com a distribuição dos
dependentes.
§ 3°- Ao pai e a mãe, na falta do padrasto e madrasta, equipara-se os representantes legais dos
incapazes.
Art.106 - O salário-família relativo a cada dependente será devido a partir do mês em que tiver ocorrido
o fato ou ato que lhe der origem, ainda que verificada no último dia do mês.
Art.107 - O salário-família será pago mesmo nos casos em que o funcionário deixar de perceber
temporariamente vencimento ou proventos.
Art.108 - O salário-família não será sujeito a nenhum tributo, nem servirá de base para quaisquer
contribuições ainda que para fim de previdência social.
Subseção II
Do auxílio-saúde
Art. 110 - O auxílio-saúde é devido ao funcionário licenciado por motivo de acidente em serviço, doença
profissional ou moléstia grave, especificada em lei, com base nas conclusões de Médico indicado pela
Prefeitura.
Parágrafo único - O auxílio de que trata este artigo será concedido a cada seis meses consecutivos de
licença, até o máximo de 24 (vinte e quatro) meses, em importância equivalente e um mês da
remuneração do cargo.
Art. 111 - A família do funcionário que falecer, ainda que aposentado ou em disponibilidade, será pago
o auxílio funeral correspondente a um mês de vencimento, remuneração ou proventos, conforme o caso,
não podendo, em hipótese alguma, ser inferior a 03 (três) e excedente a 10 (dez) salário mínimos.
§ 2°- O auxílio-funeral será pago ao cônjuge que, ao tempo de morte, não esteja legalmente separada
e em sua falta sucessivamente, ao descendente, ascendente e colateral, consanguíneo ou afim, é o
segundo grau do funcionário, ou a quem promover o enterro.
§ 3°- A despesa decorrente Ï o auxílio-funeral correrá a conta da dotação orçamentária própria.
§ 4°- O pagamento o auxílio-funeral será efetuado mediante folha especial, organizada pelo setor
competente, a uma das pessoas pela ordem indicada do parágrafo 2° deste artigo •u seus procuradores
legais, obedecido o processo sumaríssimo, concluído no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas de
apresentação da certidão de óbito, incorrendo pena disciplinar o responsável pelo retardamento.
§ 5°- Quando o pagamento tiver de ser feito a pessoa estranha a família do funcionário, além da
certidão de óbito, apresentará o interessado os comprovantes das despesas realizadas om a importância
do auxílio- funeral
Seção V
Das gratificações
Subseção I
Da gratificação adicional por tempo de serviço
Art. 112 - Ao funcionário sairá concedida, por quinquênio de efetivo serviço público, gratificação
adicional de 05% (cinco por cento) sobre os vencimentos ou a remuneração do respectivo cargo de
provimento efetivo, vedada a sua computação para fins de novos cálculos de idêntico benefício.
§ 1°- O funcionário fará justiça a percepção da gratificação adicional a partir do dia em que completar
cada quinquênio.
§ 2°- A gratificação adicional será sempre atualizada acompanhando automaticamente as
modificações do vencimento ou remuneração do fracionário.
§ 3°- A apuração do quinquênio será feita em dias e o total convertido em anos, considerando-se este
sempre como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
§ 4°- Quando da passagem do funcionário a inatividade, a incorporação da gratificação adicional será
integral, se decretada a aposentadoria com proventos correspondentes a totalidade de vencimento ou da
remuneração e proporcional ao tempo de serviço, na hipótese de assim ser ela concedida cessando a
contagem de tempo a partir da data da inatividade.
§ 5°. Entende-se por efetivo tempo de serviço, para efeito deste artigo, o que tiver sido prestado ao
Município de Abadia de Goiás em exercício de cargo efetivo. (Redação dada pela Lei 638/2016).
Art. 113 - A concessão da gratificação adicional ter-se-á à vista das informações prestadas pelo órgão
de pessoal que centralizar o assentamento individual do funcionário, através de processo formal.
Art.114 - O funcionário que exercer cumulativamente mais de um cargo terá direito a gratificação
adicional em relação à aquele de vencimento mais elevado.
Art115 - Não será concedida gratificação adicional, qualquer que seja o tempo de serviço, a funcionário
comissionado, salvo o tempo de serviço, a funcionários comissionados, salvo em relação ao cargo de que
for titular efetivo.
Art116 - A gratificação adicional não será devida enquanto o funcionário, por qualquer motivo, deixar
de receber o vencimento do cargo, exceto na hipótese do artigo anterior.
Parágrafo único - Toda vez que o funcionário sofrer corte em seu vencimento será também feita,
automática e, proporcionalmente, a redução correspondente em sua gratificação adicional.
Art. 117- A título de incentivo funcional, será concedida uma gratificação mensal de até 10% (dez por
cento) sobre o vencimento ou a remuneração do funcionário portador de certificado de curso de
aperfeiçoamento ou especialização ministrado:
I- treinamento do Núcleo de Recursos Humanos da Secretaria de Administração, ou por ele aceito, se
o curso for reconhecido;
II- por entidade de ensino superior;
III - por instituição de ensino mantido pelo Poder Público e destinada a treinamento de funcionários.
§ 1°- Os cursos de que trata este artigo deverão obrigatoriamente versar sobre disciplinas relacionadas
co as atribuições de cargo ocupado pelo funcionário.
§ 2°- Será garantida a todos os funcionários igualdade de condições para ingresso nos cursos a que
se referem os incisos I e III deste artigo.
§ 3°- Caso o número de pretendentes a determinado curso supere o número de vagas, serão eles
selecionadas à base de 50% (cinquenta por cento) mediante provas, e 50' 3/0 (cinquenta por cento) por
merecimento.
Art. 118 - Compete ao titular do órgão de lotação de funcionário o pedido da gratificação disciplinada
nesta subseção, observados os seguintes critérios:
I- para cursos de duração igual ou superior a 06 (seis) meses ou 260 (duzentos e sessenta) a 520
(quinhentos e vinte) horas-aulas, 5% (cinco por cento).
II- para curso de duração igual ou superior a um ano letivo ou 600 (seiscentas) horas-aulas, 10% (dez
por cento).
Parágrafo único - A gratificação prevista nesta subseção incorporar-se-á ao vencimento ou a
remuneração para efeito de aposentadoria e disponibilidade.
Art. 119 - Não se concederá a gratificação prevista nesta subseção quando o curso constituir requisito
exigido para a nomeação, promoção ou acesso, bem como quando se tratar de curso vago de frequência
não obrigatória.
Subseção III
Da gratificação de representação
Art. 120 - A gratificação de representação será concedida, individualmente, por ato do Chefe do Poder
Executivo a quem, a seu juízo, julgar conveniente, para prestação de encargos de confiança junto ao
gabinete da Prefeita.
Art. 121. A gratificação de representação de que trata o Art. 120, poderá atingir o percentual de até
100% (cem por cento). (Redação dada pela Lei 510/2014)
Parágrafo único: Os servidores efetivos sujeitos ao presente regime jurídico, incluindo os da Câmara
Municipal que perceberem a mesma gratificação, inclusive aquelas estabelecidas na Lei 434/2012, pelo
período de 5 (cinco) anos intercalados ou 3 (três) ininterruptos fará jus a sua incorporação ao vencimento
para todos os efeitos legais, no percentual recebido nos últimos doze meses e sendo percentual variado
a média do período de aquisição do referido direito. (Redação dada pela Lei 548/2015).
Subseção IV
Da gratificação especial de localidade e por atividade insalubres ou perigosas
Art. 122 - Pelo exercício em determinadas zonas ou locais e pela execução de atividades insalubres
ou perigosas o funcionário terá direito a adicional de insalubridade de 40%, 30%, 20% e 10% da
remuneração, dependendo do grau.
Parágrafo único - Se o funcionário trabalhar em serviço insalubre e perigoso, deverá optar pelo
adicional de um dos dois.
Art. 123 - A remuneração pela prestação de serviço extraordinário se destina a remunerar os serviços
prestados fora da jornada normal de trabalho a que estiver sujeito o funcionário no desempenho das
atribuições do seu cargo.
Parágrafo único - A remuneração pela prestação de serviço extraordinário será paga por hora de
trabalho antecipado ou prorrogado, calculada na mesma base percebida pelo funcionário por hora de
período normal de expediente, acrescida de 50%.
Art. 124 - É vedado conceder remuneração pela prestação de serviço extraordinário com o objetivo de
remunerar outros serviços, encargos ou a título de complementação de vencimento.
§ 1°- O funcionário que receber importância relativa a serviço extraordinário que não prestou será
obrigado a restituí-la de uma só vez, sujeito ainda a punição disciplinar.
§ 2°- Será responsabilizada a autoridade que infringir o disposto neste artigo.
Art. 125 - Será punido com a pena de suspensão e, na reincidência, com a demissão, o funcionário
que atestar falsamente em seu favor ou de outrem a prestação de serviço extraordinário.
Art. 126 - O funcionário que exercer cargo gratificação não poderá perceber a vantagem prevista nesta
subseção.
Subseção VI
Da gratificação pelo exercício de encargo de chefia assessoramento, secretariado e inspeção
Art. 127 - A função gratificada será instituída pelo Chefe do Poder Executivo para atender encargos de
chefia, assessoramento, secretariado e inspeção, previstos em regulamento ou regimento e que não
justifiquem a criação de cargo.
Parágrafo único - A vantagem de que trata este artigo:
I- não constituir situação permanente e os valores e critérios para fixação de seus níveis ou símbolos
serão definidos em ato da autoridade mencionada neste artigo;
II- será percebida pelo funcionário cumulativamente com respectivo vencimento ou remuneração.
Art. 128 - Não perderá o encargo gratificado o funcionário que se ausentar em virtude de férias, luto,
casamento e licença para tratar de saúde.
Parágrafo único - Somente será permitida a substituição nos termos dos arts. 22 e 24 deste Estatuto.
Art. 129 - O funcionário investido em encargo gratificado ficará sujeito a prestação de serviço em
regime de dedicação exclusiva.
Art. 129A - O servidor que receber a mesma gratificação, de representação e de função, por três anos
ininterruptos terá direito a sua incorporação, percebida de forma ininterrupta por período não inferior a 01
(um) ano e sendo de forma variável pela média aritmética dos últimos 3 (três) anos. (Acrescentado pela
Lei 656/2017)
Subseção VII
Da gratificação de incentivo no serviço de regência de classe
Art.130 - Ao professor efetivamente em regência de classe será concedida uma gratificação de 20%
(vinte por cento) sobre o respectivo vencimento, e/ou hora, aula, desde que permaneça em atividade e
enquanto perdurar tal situação.
Parágrafo único - A gratificação de que se trata este artigo não se incorporarão ao vencimento para
qualquer efeito e nenhum beneficiário poderá percebe-lo quando deixar a regência de classe primária.
Art. 131 - Considera-se em regência de classe para efeito de percepção da gratificação disciplinada
nesta subseção o (a) professor (a) que se encontrar em unidades de ensino de prática em sala de aula.
Art. 133 - A progressão por merecimento poderá efetivar-se a cada 02 (dois) anos, reabrindo-se o
prazo para progressões posteriores.
Art. 134 - A progressão horizontal será concedida por ato do Chefe do Poder Executivo aos
funcionários que preencham os requisitos estabelecidos nesta seção, mediante processo formalizado no
órgão em que tiverem exercício.
Seção IX
O décimo terceiro salário
Art. 135 - Até o dia 20 de dezembro de cada ano será pago o décimo terceiro salário a todos os
servidores independentemente da remuneração a que fizerem justiça.
§ 1°- O décimo terceiro salário corresponderá a 1/12 (uns doze avos) da remuneração devida; em
dezembro, por mês de serviços do ano correspondente, ou a média aritmética da remuneração do
Executivo, no caso de ser esta maior.
§ 2°- A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havido como mês integral para os
efeitos do parágrafo anterior.
§ 3°- As faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins previstos no parágrafo
1 °.
Art. 136 - O décimo terceiro salário é extensivo ao inativo e será pago até o dia 20 de dezembro de
cada ano, tomando-se por base o valor dos proventos devidos.
Art. 137 - O décimo terceiro salário não será considerado no cálculo de qualquer outra vantagem
pecuniária.
CAPÍTULO II
DAS FÉRIAS
Art. 138 - O funcionário fará justiça anualmente a 30 (trinta) dias consecutivos de férias, que não
poderão ser acumuladas em dois períodos.
§ 1°- Para o primeiro período aquisitivo serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
§ 2°- Os professores, desde que em regência de classe deverão gozar férias fora do período letivo.
§ 3°- De acordo com a necessidade do serviço e interesse do bem-estar público, os órgãos da
Prefeitura poderão estabelecer períodos de férias coletivas que serão deduzidas das férias normais.
§ 4°- O abono pecuniário será concedido desde que haja interesse de ambas as partes.
§ 5°- A remuneração das férias será acrescida de 1/3.
Art. 140 - Para efeitos de aposentadoria, será contado em dobro o período de férias não gozado por
motivo de comprova de necessidade do serviço.
Art.142 - Ao funcionário ocupante de cargo em comissão só poderá ser concedida licença para
tratamento de saúde, licença a gestante, por motivo de doença em pessoa da família, e licença
paternidade.
Art. 143 - O funcionário deverá aguardar em exercício a concessão da licença, salvo doença
comprovada que o impeça de comparecer ao serviço, hipótese em que o prazo começará a correr a partir
do impedimento.
Art. 144 - A licença dependente de inspeção médica será concedida pelo prazo indicado no laudo ou
atestado, a partir de cuja data terá início o afastamento, ressalvada a hipótese prevista na parte final do
artigo anterior.
Art. 145 - A licença dependente de inspeção médica poderá ser prorrogada de oficio ou a requerimento
do funcionário.
Parágrafo único - O pedido de prorrogação deverá ser apresentado pelo menos 02 (dois) dias antes
do findo o prazo de licença; se indeferido, contar-se-á como de licença e período compreendido entre seu
término e a data do conhecimento do despacho denegatório.
Art. 146 - O funcionário não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e quatro)
meses, exceto os casos previstos nos itens IV, V e VI do art. 141.
§ 1°- Terminada a licença, o funcionário reassumirá imediatamente o exercício do cargo, salvo pedido
de prorrogação.
§ 2°- O não cumprimento do disposto no parágrafo anterior importará na perda total do vencimento e,
se a ausência perdurar por mais de 30 (trinta) dias sem causa justificada, na demissão por abandono de
cargo.
Art. 147 - Decorrido o prazo de 24 (vinte e quatro) meses de licença para tratamento de saúde, o
funcionário será submetido a nova inspeção médica e aposentado, se for julgado total e definitivamente
inválido para o serviço público.
Art. 148 - O funcionário licenciado nos termos dos itens I, II e IX do art. 178, não poderá dedicar-se a
qualquer atividade remunerada, sob pena de ser cassada a licença e de ser multado ou demitido por
abandono de cargo.
Art. 149 - O funcionário em gozo de licença comunicará ao seu chefe imediato o local onde poderá ser
encontrado.
Seção I
Da licença para tratamento de saúde
Art. 150 - A licença para tratar de saúde será concedida de oficio ou a pedido do funcionário.
§ 1°- Em qualquer das hipóteses, será indispensável a inspeção médica que poderá realizar, caso as
circunstâncias a exigirem, no local onde se encontrar o funcionário
Art. 152 - Será licenciado o funcionário acometido de moléstia grave, contagiosa ou incurável,
especificada em lei, quando a inspeção médica não concluir pela imediata aposentadoria.
Seção II
Da licença por motivo de doença em pessoa da família
Art. 153 - Ao funcionário poderá ser deferida licença por motivo de doença de ascendente,
descendente, colateral, consanguíneo ou afim até o segundo grau civil e do cônjuge, ou companheiro (a)
de fato, reconhecido (a).
§ 1°- São condições indispensáveis para a concessão da licença prevista nesta seção:
I- prova de doença em inspeção médica verificada na forma dos parágrafo 1° e 3° do art. 187;
II- ser indispensável a assistência pessoal do funcionário e que esta seja incompatível com o exercício
simultâneo do cargo.
§ 2°- A licença a que se refere este artigo será com vencimento integral no primeiro mês;
Seção III
Da licença à gestante
Art. 154. À funcionária gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença por 150 (cento e
cinquenta) dias, com o vencimento e vantagens do cargo. (Redação dada pela Lei 698/2018)
§ 1°-Salvo prescrição médica em contrário, a licença será concedida a partir do início do oitavo mês
de gestação.
§ 2°- No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do dia do parto.
§ 3°- No caso de natimorto, decorrido 30 (trinta) dias do evento, a funcionária será submetida a exame
médico e, se julgada apta, reassumirá o exercício, se ela não dispuser ao retomo espontaneamente.
Art. 155 - A funcionária gestante, quando ocupante de cargo cujas atribuições exijam esforço físico
considerável, será deslocada para função mais compatível com o seu estado, a partir do quinto Mês de
gestação.
Art. 156. Em caso de adoção ou guarda judicial de criança até 03 (três) anos de idade, à servidora
efetiva será concedida 150 (cento e cinquenta) de licença remunerada, mediante apresentação de
documento oficial comprobatório da adoção ou de guarda. (Redação dada pela Lei 698/2018)
Art. 157. Em qualquer dos casos previstos neste capítulo, após o término da licença, a funcionária
disporá de 02 (duas) horas por para amamentação do filho. (Redação dada pela Lei 506/2014)
Art. 158 - Ao funcionário convocado para o serviço militar ou outros encargos de segurança nacional
será concedida licença pelo prazo previsto em legislação específica.
Parágrafo único - A licença será concedida mediante apresentação de documento oficial que comprove
a incorporação ou chamada.
Art. 159 - Ao funcionário desincorporado conceder-se prazo não superior a 30 (trinta) dias para que
reassuma o exercício, sob pena de demissão por abandono de cargo.
Art. 160 - Ao funcionário oficial de reserva das forças Armadas será concedida licença com o
vencimento do cargo durante o período de estágios de serviço militar não remunerados e previstos em
regulamento militares.
Parágrafo único - Quando o estágio for remunerado, fica-lhe assegurado o direito de opção.
Seção V
Da licença por motivo de afastamento do Cônjuge
Art. 161 - A licença será concedida mediante pedido devidamente instruído, pelo prazo de 30 (trinta)
dias, sem vencimentos.
Art. 162 - Finda a causa da licença, o funcionário deverá reassumir o exercício dentro de 30 (trinta)
dias, a partir dos quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho.
Art. 163 - O funcionário poderá reassumir o exercício do seu cargo a qualquer tempo,
independentemente de finda a causa da licença, não podendo, porém nesta hipótese, renovar o pedido.
Art. 164 - O disposto nesta seção aplica-se aos funcionários que vivam maritalmente e que tenham
convivência comprovada por mais de 05 (cinco) anos.
Seção VI
Da licença para atividades Políticas
Art.165 - Ao funcionário poderá ser concedida licença sem remuneração durante o período que mediar
entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de
sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
Parágrafo único - A partir do registro de candidatura até o 10° (décimo) dia seguinte ao da eleição, o
funcionário fará justiça à licença sem remuneração.
Seção VII
Da licença para tratar de interesses particulares
Art.166 - O funcionário poderá obter licença sem vencimentos para tratar de interesses particulares, a
juízo da Administração.
§ 1° - O funcionário aguardará em exercício a concessão da licença.
§2º - A licença poderá ser concedida pelo prazo de até 4 (quatro) anos, prorrogável por igual período.
(Redação dada pela Lei 698/2018).
§ 3° - O disposto nesta seção não se aplica ao funcionário em estágio probatório.
Art. 168 - Em caso de interesse público comprovado, a licença poderá ser interrompida, devendo o
funcionário ser notificado do fato.
Art. 169 - A cada quinquênio de efetivo exercício prestado na condição de titular de cargo de
provimento efetivo, o funcionário terá direito a licença-prêmio de 03 (três) meses, a ser usufruída
ininterruptamente, com todos os direitos e vantagens do cargo.
Art.170 - Em caso de acumulação de cargos, a licença-prêmio será concedida a um deles, por opção
do funcionário.
Art. 171 - Suspende a contagem de tempo de serviço para efeito de apuração do quinquênio:
I - licença para tratamento da própria saúde, até 60 (sessenta) dias consecutivos ou não;
II - licença por motivo de doença de pessoa da família até 30 (trinta) dias, consecutivos ou não;
III- falta injustificada não superior a 30 (trinta) dias no quinquênio.
Parágrafo único - Para os efeitos deste artigo, suspensão é a cessação temporária da computação do
tempo, e reiniciando-se a sua contagem a partir do cumprimento do disposto nos itens acima.
Art.173 - Para efeito de aposentadoria, será conta o em dobro o tempo de licença-prêmio que o
funcionário não houver gozado.
Seção IX
Da licença para frequentar a Curso de Doutorado, Mestrado, Especialização, Treinamento ou
Aperfeiçoamento
Art.174 - Para a consecução dos objetivos de que tratam os capítulos II e III do Título V deste Estatuto,
poderá ser concedida licença ao funcionário matriculado em curso de doutorado, mestrado, de
especialização, treinamento ou aperfeiçoamento profissional, a se realizar fora de sede de sua lotação,
desde que autorizado previamente pelo Prefeito, a quem caberá decidir quanto à ser ou não remunerado
o período de licença.
Seção X
Da licença - paternidade
Art.175 - Pelo nascimento de filhos, o servidor terá direito à licença - paternidade de 05 (cinco) dias
consecutivos.
CAPÍTULO IV
DO TEMPO DE SERVIÇO
Art. 178- Será contado integralmente, para efeito de aposentadoria e disponibilidade, o tempo de
serviço prestado:
I- como contratado ou sob qualquer outra forma de admissão, desde que remunerado pelos cofres
municipais;
II- a União, aos Estados, aos Territórios, aos Municípios e ao Distrito Federal;
III- as autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista sob o controle
acionários do Município;
IV- as Forças Armadas;
V- em atividades vinculadas ao regime de Sistema da Previdência Federal.
§ 1°- O tempo de serviço somente será contado uma vez para cada efeito vedada a acumulação do
que tiver sido prestado concomitantemente.
§ 2°- Não será contado o tempo de serviço que já tenha sido base para concessão de aposentadoria
por outro sistema.
Art. 180 - O cômputo do tempo de serviço público, à medida que flui, somente será feito no momento
em que dele necessitar o funcionário para comprovação de direitos assegurados em lei.
Parágrafo único - A contagem de tempo de serviço público reger-se-á pela lei em vigor na ocasião em
que o serviço haja sido prestado.
CAPÍTULO V
DA DISPONIBILIDADE
Art. 182 - Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o funcionário ficará em disponibilidade
remunerada, com vencimento proporcional ao seu tempo de serviço.
Art.183 - Qualquer alteração de vencimento concedida em caráter geral aos funcionários em atividade,
será extensiva, na mesma a época e proporção ao provento do disponível.
Art.184 - O período relativo a disponibilidade será considerada como de efetivo exercício para efeito
de aposentadoria e gratificação adicional.
CAPÍTULO VI
DA APOSENTADORIA
Art.187- É automática a aposentadoria compulsória, que será declarada com efeito a partir do dia
seguinte aquele em que o funcionário completar a idade limite.
Parágrafo único - O retardamento do ato declaratório a que se refere este artigo não evitará o
afastamento do funcionário, nem servirá de base ao reconhecimento de qualquer direito ou vantagem.
Art.188 - A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para tratamento de saúde, por
período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses, salvo, quando o laudo médico oficial concluir pela
incapacidade definitiva do funcionário para o serviço público.
§ 1° - Após o período de licença, e não estando em condições de assumir o cargo ou ser readaptado
em outro mais compatível com a sua capacidade, o funcionário será declarado aposentado.
§ 2° - A declaração de aposentadoria na hipótese do parágrafo anterior, será precedida de perícia
realizada por médico oficial, em que se verifique relate a ocorrência de incapacidade do funcionário para
o serviço público.
Art. 189 - O funcionário em disponibilidade poderá ser aposentado nos termos do art. 222 deste
Estatuto.
Art. 191 - O cálculo dos proventos terá por base o vencimento do cargo acrescido de gratificação
adicional por tempo de serviço e outras vantagens pecuniárias, incorporáveis na forma desta Lei.
Parágrafo único - Em nenhuma hipótese o provento será fixado em valor inferior ao Piso Nacional de
salário, vigente a época de aposentadoria.
Art.192 - Os proventos da inatividade serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre
que se modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.
Art. 193 - O funcionário que contar tempo de serviço suficiente para se aposentar voluntariamente
passará a inatividade;
I - Com o vencimento do cargo efetivo acrescido além de outros benefícios previstos nesta Lei, da
gratificação de função ou de representação que houver exercido, em qualquer época, por no mínimo de
05 (cinco) anos ininterruptos;
II - Com iguais vantagens, desde que o exercício referido no inciso anterior tenha compreendido um
período, pelo menos, 10 (dez) anos intercalados.
§ 10 - Quando mais de um cargo ou função haja sido exercido, será atribuída a vantagem de maior
valor desde que lhe corresponde um exercício não inferior a 12 (doze) meses. Fora dessa hipótese,
atribuir-se-á vantagem do de valor imediatamente inferior dentre os exercícios por igual período.
§ 2°- O período de prestação de serviços em regime em tempo integral para efeito do interstício a que
se referem os incisos I e II deste artigo.
Art. 194 - O chefe do Órgão em que o funcionário estiver lotado determinará o seu afastamento do
exercício do cargo, comunicando o fato à autoridade competente para a decretação da respectiva
aposentadoria, através do Secretário da Administração e Finanças, no dia imediato ao em que:
I- For considerado, por laudo médico, definitivamente incapaz para o serviço público;
II completar idade limite para a aposentadoria compulsória.
Parágrafo único - O procedimento que trata a parte inicial do "caput" deste artigo deverá ser adotado
pelo Secretário da Administração Finanças quando for publicado o decreto de aposentadoria voluntária
do funcionário.
CAPÍTULO VII
DO DIREITO DE PETIÇÃO
Art. 196 - O requerimento é cabível para defesa de direito ou de interesse legítimo e a representação,
contra abuso de autoridade ou desvio de poder.
§ 1°- O direito de requerer será exercido perante a autoridade competente, em razão de matéria e
sempre por intermédio daquele a que estiver imediatamente subordinado o funcionário.
§ 2°- A representação deverá ser encaminhada pela via hierárquica e será obrigatoriamente apreciada
pela autoridade superior àquela contra a qual é interposta;
§ 3°- O funcionário poderá ser representado pela via de procuração.
CAPÍTULO VIII
DA ACUMULAÇÃO
Art.198 - É vedado a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicas, exceto nos
casos previstos na Constituição Federal ou em lei complementar, obedecidos os critérios de
compatibilidade de horários e correlação de funções.
Parágrafo único - A proibição de acumular a que se refere este artigo estende-se a cargos, empregos
e funções em autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas.
TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
CAPÍTULO II
DO APERFEIÇOAMENTO E DA ESPECIALIZAÇÃO
Art. 201 - O funcionário tem por dever frequentar, salvo motivos relevantes que o impeçam, cursos de
especialização, treinamento e aperfeiçoamento profissional, para os quais seja expressamente designado
e convocado.
Art. 202 - Para que o funcionário possa ampliar sua capacidade profissional, a Prefeitura promoverá
cursos de especialização e aperfeiçoamento.
Art. 203 - A Prefeitura manterá em caráter permanente, no orçamento de cada exercício, dotação
suficiente destinada a garantir a consecução dos objetivos dispostos neste Capítulo.
Art. 204 - Os diplomas, certificados de aproveitamento e atestado de frequência, fornecidos pelo órgão
responsável pela administração de cursos influem como títulos nos concursos em geral e nas promoções
e acessos dg classe em que esteja interessado seu portador.
CAPÍTULO III
DO TREINAMENTO
Art. 205 - A Prefeitura manterá na esfera da Secretaria da Administração e Finanças, através do Núcleo
de Recrutamento, Seleção e Treinamento de Pessoal de outras entidades de ensino conveniadas, curso
de especialização, aperfeiçoamento e treinamento para os funcionários regidos por este Estatuto.
Art. 206 - Constitui, dentre outros, objetivo dos cursos referidos no artigo anterior:
I- de especialização:
a)- ministrar conhecimentos técnicos especializados, tendo em vista o aprimoramento do funcionário
rio campo de sua atividade profissional;
b)- propiciar ao funcionário condições de aprimoramento técnico através de palestras, conclaves,
seminários ou simpósios relativos ao campo de sua especialização.
II- de aperfeiçoamento e treinamento:
a)- fornecer ao servidor elementos gerais de instrução;
b)- ministrar técnicas especificadas de: administração, particularmente nos setores de planejamento
administrativo; lançamento de arrecadação de tributos; elaboração e execução de material, organização
e métodos; relações públicas e atividades de chefia;
Art. 207 - Para efeitos do disposto neste capítulo, aplicam-se aos funcionários regidos por este Estatuto
os disciplinamentos dos parágrafos segundo e terceiro do art. 117.
CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 209- Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde civil, penal e
administrativamente.
Art. 210 - A responsabilidade civil decorre do procedimento omissivo ou comissivo, doloso ou culposo,
que importa em prejuízo da Fazenda Pública ou de terceiros.
Art. 211- A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputados ao funcionário como
tal.
Art. 212 - A responsabilidade administrativa resulta da pratica de qualquer uma das transgressões ou
proibições previstas no capítulo anterior.
Art. 213 - As sanções civis, penais e disciplinares poderão acumular-se, sendo umas e outras
independentes entre si, bem assim as instâncias civil, penal e administrativa.
CAPÍTULO VI
DAS PENALIDADES
Art. 216- Para imposição da pena disciplinar no âmbito de suas respectivas atribuições, são
competentes:
I- O chefe do Poder Executivo, em quaisquer dos casos enumerados no artigo anterior;
II- Os Secretários do Município, os dirigentes de autarquias, as mesmas penas a que se refere o item
anterior, exceto as de demissão, cassação de aposentadoria e disponibilidade, de exclusiva competência
do Prefeito Municipal.
§ 1°- A pena de destituição de função por encargos de chefia caberá à autoridade que houver
designado o funcionário.
§ 2° - A autoridade que tiver ciência da falta praticada pelo funcionário sob sua subordinação, se
punível, ela independentemente de processo disciplinar, aplicará desde logo a pena que seja de sua
alçada e, quanto à que escapar aos limites de sua atribuição, representará à autoridade competente.
Art. 218 - A pena de repreensão, que será sempre aplicada por escrito e deverá constar do
assentamento individual do servidor, destina-se a punição de falta que, não sendo expressamente objeto
de qualquer outra sanção, sejam a critério da Administração, consideradas de natureza leve.
§ 1° - O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo
durante a suspensão.
§ 2° - Havendo conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na
base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, obrigando-se neste caso o a
funcionário permanecer no serviço.
§ 3° - A imposição da pena será sempre precedida de sindicância realizada em 05 (cinco) dias,
contados do conhecimento da infração.
§ 4° A aplicação das penas de repreensão e suspensão até 30 (trinta) dias independem de processo
administrativo.
§ 5° - A aplicação da pena de suspensão por mais de 30 (trinta) dias dependerá, em qualquer caso,
de apuração da falta em processo disciplinar em que se assegure ao funcionário ampla defesa.
Art. 219 - As penas de repreensão e as de suspensão serão canceladas após o decurso de 05 (cinco)
a 10 (dez) anos de efetivo exercício respectivamente, se o funcionário não houver, neste período,
praticado qualquer nova infração disciplinar.
Parágrafo único - O cancelamento será efetivado pelo chefe do órgão encarregado do controle dos
assentamentos individuais do pessoal e não produzirá efeito retroativo, ressalvada a contagem dos dias
de suspensão para aposentadoria e disponibilidade.
Art. 222 - A aplicação de penalidades pelas transgressões disciplinares constantes deste Estatuto não
exime o funcionário da obrigação de indenizar o Município pelos danos causados.
Art. 223- Cessará a incompatibilidade de que trata o art. 249 se for declarada a reabilitação do punido
em revisão do processo disciplinar mediante sentença judicial.
CAPÍTULO VII
DA SUSPENSÃO PREVENTIVA
Art. 225 - Cabe a suspensão preventiva ao funcionário em qualquer fase do processo disciplinar a que
esteja sujeito pelo prazo de 30 (trinta) dias e a ser aplicada pela autoridade instauradora do processo,
desde que sua permanência em exercício possa prejudicar a apuração dos fatos.
TÍTULO VI
DO PROCESSO DISCIPLINAR E SUA REVISÃO
CAPITULO I
DO PROCESSO
Art. 227 - A autoridade que tiver ciência de irregularidade de serviço público é obrigada a promover-
lhe a imediata apuração em processo disciplinar, assegurando-se ao indiciado ampla defesa.
§ 1°- O processo disciplinar precederá a aplicação da pena de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
destituição de função, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ressalvada a hipótese
de penalidade decorrente de sentença judicial.
Art. 228- São competentes para determinar a abertura do processo disciplinar, no âmbito de suas
respectivas atribuições às autoridades a que se referem os itens e II art. 216 - deste Estatuto.
Art. 229- O processo disciplinar será promovido por unia comissão composta de três funcionários,
designada pela autoridade quando o houver determinado, que escolherá, dentre os membros, o
respectivo presidente.
§ 1°- O presidente da comissão designará um de seu membro para secretariar os trabalhos;
§ 2°- Sem prejuízos do disposto neste artigo, os Secretários Município, dirigentes das autarquias e
autoridades equivalentes poderão institui processo disciplinar junto aos órgãos específicos.
§3. A comissão de que trata esse artigo será permanente e deverá ser integrada por representante da
procuradoria, sendo que seus membros poderão ser substituídos por ato do prefeito. (Acrescentado pela
Lei 656/2017)
§4. Todos que integram à comissão devem ser servidores efetivos. (Acrescentado pela Lei 656/2017)
§5. Os integrantes da comissão receberão Adicional de Processo Administrativo (Adicional de PA)
correspondente a 30% (trinta por cento) de seu salário base, que se incorpora após três anos de
recebimento. (Acrescentado pela Lei 656/2017)
§6. Aos membros da comissão instituída pelo Decreto n2 738/2016, com suas alterações posteriores,
incluindo a nova composição imposta por essa Lei, o prazo de que trata o parágrafo anterior será de dois
anos. (Acrescentado pela Lei 656/2017)
Art. 230 - Sempre que necessário, a comissão dedicará todo o seu tempo de trabalho ao processo
disciplinar, ficando os seus membros, em tal caso, dispensados do serviço normal de repartição durante
o curso das diligências e elaboração do relatório.
Art. 231 - Recebida a denúncia, a comissão instaurará processo disciplinar dentro de 24 (vinte e quatro)
horas, determinando a citação do acusado para interrogatório a ser realizado, no máximo até 05 (cinco)
dias contados da citação.
§ 1°- Não sendo encontrado o acusado, por se achar em lugar incerto e não sabido, ou por se ocultar
para não receber a citação, está se fará por edital, com prazo de 15 (quinze) dias, publicado 03 (três)
vezes.
§ 2°- Após o interrogatório que deverá ser feito na presença das partes, abrir-se-á o prazo de 03 (três)
dias para a apresentação de defesa prévia, na qual o acusado terá oportunidade de requerer as provas
a serem produzidas na instrução que deverá estar concluída no prazo de 30 (trinta) dias.
§ 3°- Se o acusado não comparecer para interrogatório para se ver processar, ser-lhe-á nomeado
defensor, conforme determina as regras do Código de Processo Penal.
§ 4°- Igual providência tomará a comissão quando o acusado, embora presente, não tenha constituído
defensor.
§ 5°- Apresentada a defesa prévia, a comissão marcará sucessivamente audiência para a inquisição
das testemunhas arroladas pela acusação e defesa, determinando posteriormente a produção de outras
provas requeridas pelas partes.
§ 6°- Na produção de provas, a comissão poderá recorrer, sempre que a natureza do fato o exigir, a
peritos ou técnicos especializados, requisitando à autoridade competente o pessoal, material e
documentos necessários.
§ 7°- As partes serão intimadas para todos os atos procedimentais, assegurando-se lhes o direito de
participação plena no processo, inclusive de requerimento de perguntas às testemunhas e formulação de
quesitos, quando se tratar de prova pericial.
§ 8°- No caso do não comparecimento do acusado e seu defensor ou de qualquer deles, e por motivo
justificado, será suspensa a audiência e designada outra data, fato que somente ocorrerá uma vez, por
Art. 232- A comissão, quando não permanente, após elaborar seu relatório se dissolverá, porém, seus
membros prestarão a qualquer tempo á autoridade competente os esclarecimentos que lhe forem
solicitados a respeito do processo.
Art. 233 - Recebido o processo, a autoridade que determinou sua instauração o julgará no prazo de 30
(trinta) dias, a contar de seu recebimento.
§ 1°- A autoridade referida neste artigo poderá solicitar parecer de qualquer órgão ou funcionário sobre
o processo, desde que o julgamento seja proferido no prazo legal.
§ 2°- O julgamento deverá ser fundamentado, promovendo ainda a autoridade a expedição dos atos
decorrentes as providências necessárias execução, inclusive a aplicação da penalidade.
Art. 234- Quando escaparem a sua alçada as penalidades providências que lhe parecerem cabíveis,
a autoridade as proporá a instância competentes.
Parágrafo único - No caso deste artigo, o prazo p julgamento final será acrescido de mais 15 (quinze)
dias;
Art. 235 - As decisões serão sempre publicadas em lugar C próprio, dentro do prazo de 10 (dez)
dias.
Art. 236 - Quando a infração disciplinar constituir ilícito penal, a autoridade competente providenciará
também a instauração do inquérito policial ou da ação penal, mediante queixa-crime, pela Procuradoria,
como será nos casos logo no início considerados graves.
Art. 237 - No caso de abandono de cargo, a autoridade competente determinará ao órgão encarregado
do controle de pessoal a instauração de processo sumaríssimo iniciado com a publicação no órgão oficial,
por 03 (três) vezes do edital de chamamento, pelo prazo de 20 (vinte) dias, que será contado a partir da
terceira publicação.
§ 1°- Findo este prazo e não comparecendo o acusado ser-lhe-á nomeado defensor para, em 10 (dez)
dias, a contar da ciência da nomeação, apresentar defesa.
§ 2°- Apresentada a defesa e realizada as diligências necessárias à colheita de provas, o processo
será concluso ao Secretário ou autoridade equivalente para julgamento.
CAPÍTULO II
DA REVISÃO
Art. 238 - Até 02 (dois) anos da aplicação da pena disciplinar poderá ser requerida a revisão do
processo disciplinar de que resultou aplicação de pena, desde que se acusam fatos ou circunstâncias
suscetíveis de justificar a inocência do requerente.
Parágrafo Único- Tratando-se de funcionário falecido ou desaparecido, a revisão poderá ser requerida
por qualquer dos seus sucessores ou das pessoas constantes do seu assentamento individual.
Art. 240 - O requerimento será dirigido a mesma autoridade que houver imposto a pena disciplinar.
§ 1°- Na inicial, o requerente fará uma exposição dos fatos e circunstâncias capazes de modificar o
julgamento originário e pedirá a designação do dia hora para inquirição de testemunhas que arrolar.
§ 2°- Será considerada informante a testemunha que, residindo fora da sede de funcionamento da
comissão, prestar depoimento por escrito com fama reconhecida.
§ 3°- Até a véspera da leitura do relatório será licito ao requerente apresentar documentos que lhe
pareçam úteis ao deferimento de seu pedido.
Art. 241 - Recebido o requerimento, a autoridade designará comissão especial composta de 03 (três)
membros, um dos quais desde logo designado como Presidente, não podendo integrá-la qualquer dos
membros da comissão do processo disciplinar originário.
Parágrafo único - O Presidente da comissão designará por portaria o membro que deverá servir como
secretário, comunicando este fato ao órgão de pessoal.
Art. 242 - A comissão concluirá os seus trabalhos em 60 (sessenta) dias, permitida a prorrogação a
critério da autoridade a que se refere o artigo anterior, por mais de 30 (trinta) dias, remeterá o processo
a este, com relatório.
Art. 243 - O prazo para julgamento do pedido revisório será 40 (quarenta) dias, podendo antes a
autoridade determinar diligências, concluídos as quais proferirá a decisão dentro do prazo de 15 (quinze)
dias.
Parágrafo único - Caberá ao Chefe do Poder Executivo o julgamento, quando do processo revisto
houver resultado pena de demissão, cassação, aposentadoria e disponibilidade.
Art. 244 - A decisão poderá simplesmente desclassificar a infração para aplicação de penalidades mais
branda.
Art. 245 - Julgada a revisão do processo disciplinar tornar-se á sem efeito a penalidade imposta,
restabelecendo-se todos os direitos por e atingidos.
TÍTULO VII
DOS FUNCIONÁRIOS DA CÂMARA MUNICIPAL
CAPÍTULO I
Art. 246 - O presente Estatuto se aplica aos funcionários da Câmara Municipal, cabendo ao Presidente
desta, atribuições reservadas nesta lei ao Prefeito, quando for o caso.
CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 247 - A decretação de luto oficial não determinará a paralisação dos trabalhos das repartições
públicas municipais.
Art. 248 - O Chefe do Poder Executivo baixará os regulamentos que se fizerem necessários a execução
deste Estatuto.
Art. 250 - Todos os funcionários serão regidos por este Estatuto, ficando ressalvados os direitos
adquiridos até a data da opção.
Art. 251 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação revogadas todas e quaisquer disposições
em contrário.
Questões
01. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:
A gratificação de representação será concedida, individualmente, por ato do Chefe do Poder Executivo
a quem, a seu juízo, julgar conveniente, para prestação de encargos de confiança junto ao gabinete do
Prefeito.
( ) Certo ( ) Errado
02. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:
Pelo exercício irregular de suas atribuições, o funcionário responde apenas civil e administrativamente.
( ) Certo ( ) Errado
03. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:
04. Nos termos do Regime Jurídico Único dos Funcionários do Município de Abadia de Goiás/GO,
julgue o item abaixo:
Gabarito
Comentários
Política
saúde
Senador Chico Rodrigues tinha R$ 33 mil na cueca; delegado desconfiou ao 'ver volume
retangular na parte traseira'42
Detalhes da apreensão ocorrida constam de decisão do ministro Luís Roberto Barroso (STF), que
nesta quinta determinou o afastamento do parlamentar por 90 dias. Barroso ordenou que um dos vídeos
deve ser mantido em cofre da PF 'em absoluto sigilo' porque 'exibe demasiadamente a intimidade do
investigado'.
O dinheiro escondido na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) foi encontrado nesta quarta-
feira (14/10) pela Polícia Federal após ele pedir para ir ao banheiro e o delegado perceber um "volume
estranho na parte traseira da roupa" do político.
A operação foi deflagrada para combater um suposto esquema criminoso de desvio de recursos
públicos para o combate ao coronavírus em Roraima. Em nota divulgada nesta quarta, Chico Rodrigues
– que até então era vice-líder do governo no Senado – afirmou que não tem envolvimento com qualquer
ato ilícito.
Detalhes da apreensão dos R$ 33.150 nas partes íntimas do parlamentar constam da decisão do
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, que nesta quinta-feira
(15/10) determinou afastamento de senador por 90 dias em razão da "gravidade concreta" do caso. O
flagrante dos policiais foi registrado em vídeos.
Barroso determinou ainda a retirada do sigilo de parte das investigações, mas manteve em reserva
vídeos das buscas. O ministro ordenou que um desses registros "deve ser mantido em cofre da própria
Polícia Federal, em absoluto sigilo" porque "exibe demasiadamente a intimidade do investigado e não
produz acréscimo significativo à investigação".
"Se comprovada a culpabilidade do investigado, estará justificada a sua punição, mas não sua
desnecessária humilhação pública”, disse Barroso.
O documento cita que o senador "insistentemente, ocultava valores em suas vestes íntimas".
Ainda de acordo com o relatório, o senador pediu para ir ao banheiro após as buscas no quarto do filho
dele. O delegado autorizou, mas disse que o acompanharia. "Nesta hora, o Delegado Wedson percebeu
que havia um grande volume, em formato retangular, na parte traseira das vestes do senador", diz o
documento.
Desconfiado do volume que "destoava completamente do pijama utilizado pelo senador", o delegado
fez a busca pessoal e achou R$ 15 mil. O montante estava "no interior de sua cueca, próximo às suas
nádegas".
Já na sala da casa, o senador foi questionado por três vezes se ainda havia mais valores em espécie.
Na última delas, com bastante raiva, Chico Rodrigues "enfiou a mão em sua cueca, e sacou outros maços
de dinheiro" que totalizaram a quantia de R$ 17,9 mil. Os outros R$ 250 foram apreendidos na última
busca pessoal.
42
Valéria Oliveira. Senador Chico Rodrigues tinha R$ 33 mil na cueca; delegado desconfiou ao 'ver volume retangular na parte traseira'. G1 Roraima.
https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2020/10/15/senador-tinha-r-33-mil-na-cueca-delegado-desconfiou-ao-ver-volume-retangular-na-parte-traseira.ghtml. Acesso
em 16 de outubro de 2020.
43
Pedro Henrique Gomes. Transparência Internacional aponta em relatórios 'retrocessos' no combate à corrupção no Brasil. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/13/transparencia-internacional-aponta-em-relatorios-retrocessos-no-combate-a-corrupcao-no-brasil.ghtml. Acesso em
14 de outubro de 2020.
Corrupção transnacional
De acordo com o relatório internacional “Exporting Corruption”, não houve avanço do Brasil no combate
à corrupção transnacional, principal objeto do estudo.
O Brasil foi classificado na categoria de implementação moderada das regras da Convenção sobre o
Combate à Corrupção de Funcionários Públicos Estrangeiros, tendo como motivo principal a ausência de
casos e sanções específicas e substanciais envolvendo atos de corrupção cometidos por indivíduos e
empresas brasileiras no exterior.
O documento também critica a falta de transparência dos acordos de leniência. Segundo o texto,
manter parte dos acordos sob sigilo impede que autoridades e a sociedade civil tenham acesso a
informações sobre as condutas ilícitas. O acesso a tais informações, diz o relatório, ajudaria na resolução
de outros casos.
Organismos internacionais
Segundo a Transparência Internacional, os relatórios lançados nesta terça (13/10) foram enviados para
o Grupo de Trabalho Anti-Suborno da OCDE, responsável por monitorar o cumprimento da Convenção
contra o Suborno Transnacional, que se reúne entre terça-feira (13/10) e sexta-feira (16/10).
De acordo com a organização, os documentos também foram encaminhados para o Grupo de Ação
Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi), cuja reunião plenária
ocorrerá entre 21 e 23 de outubro.
A Transparência Internacional afirma que o Brasil será avaliado durante a reunião desta semana do
Grupo Anti-Suborno da OCDE e, no próximo ano, passará pelas revisões periódicas do Gafi e da
Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. Segundo a ONG, outros organismos internacionais
também receberam os relatórios.
Bolsonaro diz que 'acabou' com operação Lava Jato porque governo 'não tem mais corrupção'44
Presidente deu declaração enquanto elogiava o próprio governo. Ao deixar ministério, Sergio Moro,
ex-juiz da Lava Jato, acusou Bolsonaro de 'interferência' na Polícia Federal.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (07/10), durante pronunciamento no Palácio do
Planalto, que "acabou" com a operação Lava Jato porque, no governo atual, não há corrupção a ser
investigada.
Bolsonaro deu a declaração em cerimônia sobre medidas para a aviação civil, no Palácio do Planalto,
enquanto elogiava a própria gestão – na qual, segundo ele, as pessoas são confiáveis e não há
interessados em "criar dificuldade para vender facilidade".
"Eu desconheço um lobby para criar dificuldade para vender facilidade. Não existe. É um orgulho, é
uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava
Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é
virtude, é obrigação”, afirmou.
44
G1 e TV Globo. Bolsonaro diz que 'acabou' com operação Lava Jato porque governo 'não tem mais corrupção'. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/07/bolsonaro-diz-que-acabou-com-a-operacao-lava-jato-porque-governo-nao-tem-mais-corrupcao.ghtml. Acesso em 08
de outubro de 2020.
Outras críticas
Em agosto, o filho de Jair Bolsonaro e senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) fez críticas à
operação Lava Jato em entrevista ao jornal "O Globo".
O parlamentar defendeu a atuação de Augusto Aras, que também teceu críticas à Lava Jato e chegou
a falar em uma necessidade de "corrigir rumos".
"[Augusto] Aras [procurador-geral da República] tem feito um trabalho de fazer com que a lei valha
para todos. Embora não ache que a Lava-Jato seja esse corpo homogêneo, considero que pontualmente
algumas pessoas ali têm interesse político ou financeiro. Se tivesse desmonte das investigações no Brasil,
não íamos estar presenciando essa quantidade toda de operações", disse Flávio.
O que se sabe sobre o Renda Cidadã, apontado como substituto do Bolsa Família45
Benefício será incluído na proposta de emenda Constitucional (PEC) emergencial, que tramita no
Congresso
Anunciado pelo governo federal na segunda-feira (28/09), o Renda Cidadã ainda gera algumas
dúvidas, principalmente sobre valores e eventual início do programa. O benefício elencado como
substituto do Bolsa Família no âmbito da transferência de renda no país deverá ser incluído na proposta
de emenda Constitucional (PEC) emergencial, que tramita no Congresso Nacional.
Relator do texto no Senado, Márcio Bittar (MDB-AC), adiantou que a verba para viabilizar o novo
benefício estará calçada em três frentes: dinheiro previsto para bancar o Bolsa Família, dinheiro de
precatórios e percentual dos recursos do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Bolsonaro sanciona lei com pena maior, de até cinco anos, para maus-tratos contra cães ou
gatos46
Texto altera legislação de crimes ambientais; hoje, punição máxima é multa e um ano de detenção.
Lei foi sancionada em cerimônia com ministros e pets no Palácio do Planalto.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (29/09), sem vetos, a lei que estabelece pena
de dois a cinco anos de reclusão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra cães
e gatos.
A lei foi assinada em cerimônia no Palácio do Planalto com a presença de ministros e de animais de
estimação. O texto segue para publicação no “Diário Oficial da União”.
O texto também prevê multa e proibição da guarda para quem praticar os atos contra esses animais.
A legislação é resultado de uma proposta de autoria do deputado Fred Costa (Patriota-MG).
No Senado, foi relatada pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES) e aprovada no último dia 09/09.
A alteração será feita na Lei de Crimes Ambientais. Hoje, a legislação prevê pena menor, de três meses
a um ano de detenção, para quem pratica os atos contra animais silvestres, domésticos ou domesticados,
nativos ou exóticos.
A pena é aumentada de um sexto a um terço se o crime causa a morte do animal – o que foi mantido
no novo projeto. O termo "reclusão" indica que a punição pode ser cumprida em regime inicial fechado ou
semiaberto, a depender do tempo total da condenação e dos antecedentes do réu.
De acordo com o Planalto, a “mudança faz com que o crime deixe de ser considerado de menor
potencial ofensivo, possibilitando que a autoridade policial chegue mais rápido à ocorrência".
46
Gustavo Garcia e Roniara Castilhos. Bolsonaro sanciona lei com pena maior, de até cinco anos, para maus-tratos contra cães ou gatos. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/09/29/bolsonaro-sanciona-lei-com-pena-maior-de-ate-cinco-anos-para-maus-tratos-contra-caes-ou-gatos.ghtml. Acesso
em 01 de outubro de 2020.
Senado
Quando o texto foi aprovado no Senado, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) manifestou apoio à
proposta, mas explicou que não necessariamente o texto levará os agressores de animais à cadeia.
“Esses fatos terão uma responsabilidade penal que não comportará juizado especial, não comportará
composição civil de danos, não comportará transação penal, não comportará suspensão condicional do
processo. Aquelas medidas despenalizadoras, pela natureza da pena, não estarão previstas para esse
tipo de acontecimento”, afirmou.
“Significa que todos esses fatos gerarão cadeia? Não necessariamente. Cada caso será avaliado à luz
de circunstâncias judiciais, de provas, de elementos do processo para se chegar a uma conclusão. Pode
ensejar uma privação da liberdade, mas pode ensejar também uma substituição da privação de liberdade
por penas restritivas de direitos”, acrescentou o parlamentar de Minas Gerais.
Relator da proposta no Senado, Fabiano Contarato (Rede-ES) diz que a atual legislação provoca, na
sociedade, uma sensação de impunidade de atos cometidos contra cães e gatos “em razão da pena
máxima para tal crime ser de um ano, com a consequente aplicação do instituto da suspensão condicional
do processo”.
Mendonça era titular da AGU. Ramagem é próximo aos Bolsonaro: ele foi segurança do então
candidato na campanha eleitoral.
O governo federal anunciou na madrugada desta terça-feira (28/04) o advogado André Luiz Mendonça,
atual titular da Advocacia-Geral da União como novo ministro da Justiça. Também foi confirmado que
Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e próximo da família
Bolsonaro, vai ser o diretor-geral da Polícia Federal (PF).
As nomeações de Mendonça e Ramagem foram publicadas nesta terça no "Diário Oficial da União", e
são assinadas apenas pelo presidente Jair Bolsonaro. Jose Levi Mello do Amaral Júnior foi nomeado para
o cargo de Advogado-Geral da União.
As vagas no Ministério da Justiça e no comando da Polícia Federal ficaram abertas após a saída do
ex-ministro Sergio Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo. Moro decidiu deixar o governo depois
de Bolsonaro exonerar Valeixo. O ex-ministro alegou que o presidente tenta interferir politicamente na
PF – o que Bolsonaro nega.
47
Delis Ortiz. Governo confirma André Mendonça no Ministério da Justiça e Alexandre Ramagem no comando da PF. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/28/governo-confirma-andre-mendonca-no-ministerio-da-justica-e-alexandre-ramagem-no-comando-da-pf.ghtml. Acesso
em 28 de abril de 2020.
Perfis
Alexandre Ramagem
Delegado da Polícia Federal, Ramagem entrou na corporação em 2005. Na PF, ele comandou as
divisões de Administração de Recursos Humanos e de Estudos, Legislações e Pareceres.
Ainda na PF, ele também atuou na área de coordenação de eventos como a Copa do Mundo de 2014,
a Olimpíada de 2016 e a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
Em 2018, Ramagem foi segurança de Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Ele assumiu o
comando da segurança depois de o então candidato ter sido vítima, em setembro, de um atentado a faca
em Juiz de Fora (MG). Desde a campanha, a relação de amizade dele com a família Bolsonaro se
intensificou.
Em julho de 2019, foi nomeado para a direção da Abin. Antes, trabalhou com o ex-ministro Santos
Cruz, chefe da Secretaria de Governo na gestão Bolsonaro nos primeiros meses do mandato.
Segundo o texto, medida vale para pedidos a órgãos cujos servidores estejam em quarentena,
teletrabalho, ou que dependam de acesso presencial para elaboração da resposta.
O presidente Jair Bolsonaro editou uma Medida Provisória (MP) que suspende prazos de pedidos feitos
via Lei de Acesso à Informação (LAI).
Segundo o texto, a suspensão vale para demandas feitas a órgãos ou entidades da administração
pública cujos servidores estejam sujeitos a regime de quarentena, teletrabalho ou equivalentes e que,
necessariamente, dependam de:
- acesso presencial de agentes públicos encarregados da resposta; ou
- agente público ou setor prioritariamente envolvido com as medidas de enfrentamento da pandemia
do novo coronavírus.
O texto foi publicado nesta segunda-feira (23/03) em edição extra do "Diário Oficial da União" (DOU)
e também é assinado pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner de Campos Rosário,
e pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.
Por se tratar de Medida Provisória, assim que é publicado no Diário Oficial, o texto já começa a valer.
Porém, perde a validade se não for aprovado pelo Congresso Nacional em até 120 dias.
A MP estabelece que os pedidos de acesso à informação pendentes de resposta por conta da
suspensão devem ser reiterados no prazo de dez dias, a partir da data de encerramento do estado de
calamidade pública no qual o país se encontra.
No mesmo texto, o governo suspendeu o atendimento presencial para realização de pedidos de
informacão. Enquanto vigorar a suspensão, todos os pedidos via LAI devem ser feitos exclusivamente
pela internet.
A medida também determina que não serão conhecidos os recursos apresentados diante de negativa
de pedido de informação e que usem como argumento os critérios utilizados pelo governo para suspender
os prazos.
Pela MP, a lei que estabeleceu medidas de combate ao coronavírus, sancionda em 6 de fevereiro,
passa a prever que serão atendidos prioritariamente os pedidos de acesso à informação relacionados às
medidas de enfrentamento da pandemia.
Além disso, o texto publicado nesta segunda-feira fixa que "não correrão os prazos processuais em
desfavor dos acusados e entes privados processados em processos administrativos enquanto perdurar o
estado de calamidade".
Suspensão de contratos
Na mesma MP o governo aproveitou para incluir a revogação do dispositivo que permitia a suspensão
dos contratos de trabalho por 4 meses durante a crise do coronavírus.
O dispositivo fazia parte de uma outra medida editada no último domingo (22/03), com a justificativa
de manutenção dos níveis de emprego no país. O texto foi alvo de críticas de políticos e entidades e
provocou um grande debate.
A MP, além da suspensão dos contratos, flexibilizava regras trabalhistas. Entre os pontos estavam os
que autorizavam o trabalho a distância, inclusive de aprendizes e estagiários; a suspensão de férias para
trabalhadores da área de saúde e de serviços considerados essenciais como segurança pública e privada,
transporte de passageiros, transporte e entrega de cargas em geral, produção, distribuição e
comercialização de combustíveis e derivados, distribuição de água e energia, telecomunicação e internet,
e imprensa; e a antecipação de férias individuais, mesmo para quem ainda não tem tempo adquirido.
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, afirmou na
segunda-feira (23/03), após a polêmica sobre o tema, que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão
da "má interpretação" do dispositivo.
Em São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Fortaleza e outros municípios, pessoas
bateram panelas pelo segundo dia seguido contra o presidente. Também houve, em número bem menor,
manifestações a favor de Bolsonaro.
48
G1. Bolsonaro edita MP que suspende prazos de respostas via Lei de Acesso à Informação. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/24/bolsonaro-
edita-mp-que-suspende-prazos-de-respostas-a-lei-de-acesso-a-informacao.ghtml. Acesso em 24 de março de 2020.
49
G1. Cidades registram panelaços contra Bolsonaro durante e depois de pronunciamento. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/18/sao-paulo-rio-recife-belo-
horizonte-e-fortaleza-registram-panelacos-durante-pronunciamento-de-jair-bolsonaro.ghtml. Acesso em 19 de março de 2020.
Presidente de CPI pede à polícia que apure uso da rede do Senado na divulgação de conteúdo
falso50
'O Globo' noticiou que página 'snapnaro' foi editada a partir da rede de internet da Casa e atacava
adversários de Bolsonaro.
O senador Angelo Coronel (PSD-BA), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que
investiga a disseminação de conteúdo falso na internet, informou nesta terça-feira (10/03) ter pedido à
Polícia Legislativa que apure o uso da rede de internet do Senado para a divulgação das chamadas "fake
news" e de agressões virtuais.
O jornal "O Globo" noticiou que documentos sigilosos encaminhados à CPI mostram que, entre
fevereiro e maio de 2019, a página "snapnaro", apontada como uma conta utilizada para a divulgação de
notícias falsas e ataques virtuais, foi editada a partir da rede do Senado, cujo IP é 201.54.48.198. Durante
os quatro meses, foram feitos 95 acessos ao perfil por meio da rede da Casa.
"O Globo" também notificou que o perfil, já apagado, divulgava publicações favoráveis ao presidente
Jair Bolsonaro e atacava adversários políticos do presidente da República.
O jornal também informou que a conta, criada em 2017, foi apagada horas depois do depoimento da
deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), ex-líder do governo no Congresso, à comissão, em dezembro do
ano passado. A parlamentar citou o perfil durante participação na CPI.
O documento ao qual "O Globo" teve acesso foi encaminhado à CPI pelo Facebook, empresa à qual
o Instagram pertence.
O documento, conforme o jornal, também diz que o perfil foi acessado de outras cidades, como São
Paulo (SP), São Luís (MA), Saquarema (RJ) e Alegre (ES).
'Criminosos digitais'
Em fala divulgada pela assessoria, o presidente da CPMI, senador Angelo Coronel, disse que as
investigações serão aprofundadas para que os "criminosos digitais" que transitam pelo Senado sejam
descobertos.
"Imagine em uma Casa como o Senado, uma Casa pública, uma pessoa utilizar de suas máquinas
para atacar alvos, depreciar imagens e a honra de pessoas, isso é inconcebível", disse Angelo Coronel.
"Vou pedir rapidez para que a gente descubra e encaminhe os culpados para o Ministério Público, para
que possa tomar as devidas providências já que a CPMI não tem caráter punitivo. Vamos nos aprofundar
50
G1. Presidente de CPI pede à polícia que apure uso da rede do Senado na divulgação de conteúdo falso. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/10/presidente-de-cpi-pede-a-policia-que-apure-uso-da-rede-do-senado-na-divulgacao-de-conteudo-falso.ghtml. Acesso
em 01 de outubro de 2020.
Íntegra
Leia a íntegra da nota divulgada pelo presidente da CPI:
O presidente da CPMI das fake News, senador Angelo Coronel (PSD-BA), acionou a Polícia Legislativa
para identificar os computadores do Senado que foram usados para editar a página snapnaro no
Instagram. De acordo com o jornal O Globo, a informação consta em documentos sigilosos enviados pela
rede social à CPMI.
Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo51
Números foram divulgados pelo Ministério da Economia. Governo encaminhou três projetos de lei ao
Congresso Nacional na terça; Alcolumbre anunciou votação na próxima semana.
Os projetos de lei orçamentária enviados pelo governo ao Congresso Nacional nesta terça-feira (03/03)
reduzem, em R$ 9,6 bilhões, o total disponível para emendas parlamentares no Orçamento 2020. Os
números foram divulgados nesta quarta (04/03) pelo Ministério da Economia.
Com as mudanças, as emendas totais dos deputados e senadores passariam de R$ 46,2 bilhões,
incluindo a reserva de contingência para as desonerações da MP Verde e Amarela, para R$ 36,6 bilhões
– uma redução de 20,7%.
O ajuste foi feito nas chamadas "emendas de relator", incluídas no orçamento pelo relator do texto
após sugestões de deputados e senadores. Elas passariam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações
do Programa Verde e Amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões, uma queda de 31,8%.
O secretário-especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse que esses
projetos de lei trazem uma reorganização do processo orçamentário do orçamento impositivo.
As chamadas de emendas do relator passam de R$ 30,1 bilhões (incluindo desonerações do programa
verde e amarelo, no valor de R$ 1,5 bilhão) para R$ 20,5 bilhões – R$ 9,6 bilhões a menos.
- As emendas individuais são mantidas em R$ 9,5 bilhões.
- O mesmo acontece com as emendas de bancada, que somam 5,9 bilhões.
- As emendas de comissão permanecem em R$ 700 milhões.
O secretário-especial-adjunto de Fazenda do Ministério da Economia, Esteves Colnago, explicou que
a área econômica busca, com essas propostas, manter os gastos discricionários (não obrigatórios) no
mesmo patamar do ano passado, de R$ 94,5 bilhões. A cifra inclui R$ 1,5 bilhão em reserva de
contingência, para imprevistos ou calamidades.
"É uma referência natural buscar um nível de discricionariedade [liberdade para alocar recursos] que
fosse equivalente ao ano anterior. Mesmo em nova situação, em um novo ambiente, entendemos que
temos segurança, dado o que aconteceu no ano passado, de transcorrermos esse ano sem dificuldades",
explicou.
Segundo ele, o orçamento impositivo original, com um patamar elevado de emendas impositivas, gera
uma "insegurança grande na execução" das despesas. "Como é que eu pago restos a pagar de anos
anteriores, se o orçamento deste ano é todo impositivo", questionou Colnago.
'Empoçamento' de recursos
O secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Otavio Ladeira, diz que os projetos enviados ao Legislativo
permitirão que os ministérios definam como vão usar os recursos previstos: quitando restos a pagar de
anos anteriores, ou executando os projetos de 2020.
A mudança diminui, segundo ele, a possibilidade de "empoçamento" dos recursos, ou seja, que valores
autorizados não sejam gastos efetivamente. No ano passado, de acordo com o Tesouro, isso aconteceu
com R$ 17,4 bilhões do orçamento.
Esse dinheiro ficou represado e, com isso, ajudou a diminuir o déficit primário nas contas do governo.
Apesar de ajudar a fechar as planilhas, ele representa investimentos que poderiam ter acontecido, mas
foram cancelados ou adiados por falta de programação.
"Os dispositivos dos projetos de lei permitem, aos ministérios, demonstrar que não precisarão de
recursos financeiros, destinando a outros [ministérios] para evitar o empoçamento. Também permitem a
criação de uma reserva ao longo do ano, que terá de ser zerada ao final. Para atender a um ou outro
ministério que precise", disse Ladeira a jornalistas.
51
Alexandro Martello. Projetos reduzem em R$ 9,6 bilhões emendas parlamentares no Orçamento 2020, diz governo. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/04/projetos-reduzem-em-r-96-bilhoes-emendas-parlamentares-no-orcamento-2020-diz-governo.ghtml. Acesso em 05
de março de 2020.
País ficou em 106º lugar no estudo da Transparência Internacional, e teve a mesma pontuação de
2018: 35 pontos.
O Brasil caiu uma posição no ranking mundial de percepção da corrupção em 2019 e repetiu sua pior
nota no estudo elaborado pela organização Transparência Internacional, divulgado na madrugada desta
quinta-feira (23/01).
O país teve o 5º recuo seguido e passou a ocupar 106ª posição no Índice de Percepção da Corrupção
(IPC), o que representa o pior resultado desde 2012. Quanto melhor a posição no ranking, menos o país
é considerado corrupto.
A nota brasileira foi a mesma do ranking de 2018: 35 pontos, a pior pontuação da série histórica, que
começou há 7 anos. A nota é a mesma de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e
Mongólia.
Entre os países da América do Sul, o Brasil está atrás de Uruguai, Chile e Argentina, e à frente de
Bolívia, Paraguai e Venezuela.
Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia lideram as primeiras posições do ranking e são os países
considerados mais íntegros, com notas mais próximas de 100.
Com as notas mais próximas de zero, e considerados os países mais corruptos, estão: Síria, Sudão
do Sul e Somália.
O IPC pontua e classifica os países com base no quão corrupto o setor público é percebido por
executivos, investidores, acadêmicos e estudiosos da área da transparência.
O índice analisa aspectos como propina, desvio de recursos públicos, burocracia excessiva, nepotismo
e habilidade dos governos em conter a corrupção.
O Brasil vem caindo no ranking desde 2014. Em 2016, o Brasil ficou em 79º. Em 2017, o país estava
na 96ª colocação.
52
G1. Brasil repete nota e piora em ranking de corrupção em 2019. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/23/brasil-repete-pior-nota-em-2019-e-cai-
em-ranking-de-corrupcao.ghtml. Acesso em 23 de janeiro de 2020.
Vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o conselho. Presidente criou ainda uma Força
Nacional para atuar na proteção do meio ambiente da região.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional
para atuar na proteção do meio ambiente da região. O vice-presidente Hamilton Mourão vai coordenar o
conselho.
O colegiado vai concentrar as ações de todos os ministérios voltadas para a proteção, defesa e
desenvolvimento sustentável da Amazônia.
A Força Nacional Ambiental vai atuar nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública para
proteger a região, segundo o governo.
Em entrevista à jornalista Cristiana Lôbo, da GloboNews, o vice-presidente Hamilton Mourão falou que
o governo vai ser mais proativo na preservação da Amazônia.
"A Amazônia desperta o interesse e visões de todas as pessoas do resto do mundo, nós temos que
ter uma atitude, digamos assim, mais incisiva em relação ao que lá acontece", disse o vice-presidente.
O blog do jornalista João Borges no G1 destacou que "gestores de grandes fundos de investimentos
estrangeiros avisaram o governo brasileiro que não mais aplicariam dinheiro no país por causa da política
ambiental para a Amazônia."
O ministro do Meio Ambiente explicou que o conselho vai coordenar todas as estruturas que já atuam
no combate ao desmatamento e incorporar temas como a regularização fundiária. Ricardo Salles disse
que não há prazo para a implementação do conselho ou para a convocação da Força Nacional, nem qual
será o custo.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro acabou por decreto com dois órgãos que tinham
atribuições semelhantes ao Conselho da Amazônia. Reuniam e integravam ministérios para ações
voltadas ao combate do desmatamento, mas com a participação da sociedade civil.
53
Jornal Nacional. Bolsonaro anuncia criação do Conselho da Amazônia. G1 Jornal Nacional. https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2020/01/21/bolsonaro-
anuncia-criacao-do-conselho-da-amazonia.ghtml. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de
ministro de Hitler54
Em vídeo para divulgar concurso, Roberto Alvim disse que a arte deve ser 'heroica' e 'imperativa', 'ou
não será nada', assim como Goebbels. Secretário disse que caso foi 'coincidência retórica'.
O presidente Jair Bolsonaro exonerou nesta sexta-feira (17/01) o secretário nacional da Cultura,
Roberto Alvim, que fez um discurso no qual usou frases semelhantes às usadas por Joseph Goebbels,
ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista. Goebbels era antissemita radical e foi
um dos idealizadores do nazismo.
Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a "arte alemã da próxima década
será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e
“imperativa”.
Em nota, Bolsonaro afirmou que a permanência de Alvim no governo ficou "insustentável".
"Comunico o desligamento de Roberto Alvim da Secretaria de Cultura do Governo. Um
pronunciamento infeliz, ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência", afirmou
Bolsonaro.
O presidente disse ainda que repudia ideologias "totalitárias e genocidas".
"Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às
mesmas.Manifestamos também nosso total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos
amigos e compartilhamos valores em comum", completou o presidente.
Fala do secretário
O discurso do secretário, divulgado em uma rede social na quinta (16/01), se referia ao lançamento de
um concurso de projetos de arte.
O vídeo de Alvim ganhou grande repercussão nas redes sociais e tanto o nome do secretário quanto
o de Goebbels foram parar entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil.
A fala dele também gerou forte repercussão nos meios artístico e político. O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediram a demissão
imediata do secretário.
Nesta manhã, Alvim afirmou em post no Facebook que a semelhança entre as frases foi "apenas uma
frase do meu discurso na qual havia uma coincidência retórica".
Além da fala semelhante à de Goebbels, o vídeo de Alvim apresenta, ao fundo, uma música do
compositor alemão Richard Wagner (1813-1883), extraída da ópera Lohengrin. O artista escreveu ensaios
nacionalistas e antissemitas, e foi tomado pelos nazistas como exemplo de superioridade musical e
intelecto.
Compare os discursos:
Roberto Alvim:
“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade
de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às
aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”
Joseph Goebbels:
“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de
sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não
será nada".
54
Luiz Felipe Barbiéri. Bolsonaro exonera secretário da Cultura, que fez discurso com frases semelhantes às de ministro de Hitler. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/01/17/bolsonaro-exonera-secretario-da-cultura-que-fez-discurso-com-frases-semelhantes-as-de-ministro-de-hitler.ghtml.
Acesso em 17 de janeiro de 2020.
Justificativa do secretário
Em seu esclarecimento no Facebook sobre as declarações semelhantes às de Goebbels, Alvim
afirmou que "o trecho fala de uma arte heroica e profundamente vinculada às aspirações do povo
brasileiro". "Não há nada de errado com a frase", argumentou.
"Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência
com UMA frase de um discurso de Goebbles... Não o citei e JAMAIS o faria. Foi, como eu disse, uma
coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo. É o que queremos ver
na Arte nacional", disse Alvim.
Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido
de Bolsonaro55
A 1ª Convenção Nacional do Aliança pelo Brasil foi realizada na manhã desta quinta-feira (21/11), em
Brasília. O lançamento oficial da nova legenda, que ainda se encontra em fase de criação, contou com a
presença do presidente Jair Bolsonaro, que já assinou a sua desfiliação do PSL.
Durante o evento, foram lidos os cinco princípios da nova sigla. Destacam-se o respeito a Deus, a
lealdade à pátria, à defesa da vida desde a concepção, o combate ao socialismo e a defesa do livre
comércio.
Confira os principais trechos do documento apresentado nesta quinta e reproduzidos abaixo:
1º- Respeito a Deus e a religião: em primeiro lugar a Aliança pelo Brasil reconhece o lugar de Deus
perante a vida. (...) Povo educado na base do cristianismo, em suas variadas expressões. Contra fatos,
não há argumentos, o primeiro ato em terras brasileiras foi uma missa. (...) lei natural como norteadores.
Combate à hostilidade e ao menosprezo a religião.
2º - Respeito à memória, identidade e cultura do povo brasileiro: o partido compreende que uma
aliança é um elo de lealdade e fidelidade por amor, por isso reconhece como seus predecessores todos
aqueles que amaram e lutaram pelo Brasil. (...) São, aliás, dos compatriotas do passado, do presente e
do futuro, unidos por um vínculo: moral e de lealdade à pátria. (...) Unidade de tradição, de língua e de
cultura. O partido se compromete em lutar pela cultura, pela restauração dos valores tradicionais do Brasil,
consolidados pelo pensamento de grandes mulheres e homens do passado. (...) Podem ser chamados
de fundadores do Brasil. Reconhecimento a tudo de bom que herdamos de outras nações, a exemplo das
tradições luso-hispânicas, do direito romano, da filosofia grega, da moral judaico-cristã e ainda aquilo que
pode aprender com os pivôs. Examinai-vos todas as coisas. A Aliança também se compromete com a
restauração da língua portuguesa e oposição a qualquer iniciativa que vise a sua desconfiguração. (...) O
partido se esforçará por divulgar as verdades sobre os males e os crimes das mais várias faces do
movimento revolucionário: o socialismo, o comunismo, o nazifascismo e o globalismo. Ideologias nefastas
que causaram mal ao Brasil e ainda causam. O partido busca estabelecer bases com países que
venceram o comunismo, como o leste europeu. (...)
3º - Defesa da vida, da legítima defesa, da família e da infância: o partido está convicto de que
nenhum progresso seria obtido sem a defesa da vida humana, desde a concepção. A vida é o primeiro
dos efeitos, sem vida, não há mais o que defender, pois a morte já terá encerrado a possibilidade de
qualquer outro direito. Todas as propostas do partido relacionadas à saúde deverão ter como norte a
defesa da vida humana, em todas as suas fases. (...) A Aliança pelo Brasil defende também o valor da
maternidade como um dos fundamentos da sociedade, para que todas as mulheres gestantes e mães
tenham condições dignas de vida, de gestação e criação de seus filhos. Outrossim, o partido se
compromete a lutar incansavelmente até que todos os brasileiros tenham o direito de possuir e portar
armas para sua defesa e a dos seus. (...) Defesa da família como núcleo fundamental da sociedade. (...)
Combaterá a pedofilia e o tráfico de crianças. (...) Combaterá ainda a erotização da infância e a ideologia
de gênero. (...) tirar o Brasil dos índice de analfabetismo.
4º- Garantia da ordem, da representação da política e da segurança: nunca um país poderá se
dizer próspero enquanto bandidos estiverem no poder, bandidos de armas ou de canetas. (...) Para
garantia da ordem se emprenharam para criar um ambiente de segurança jurídica no Brasil. Não será
55
GaúchaZH. Respeito a Deus, combate à ideologia de gênero e defesa da vida: os princípios do novo partido de Bolsonaro. Gaúcha ZH. Política.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2019/11/respeito-a-deus-combate-a-ideologia-de-genero-e-defesa-da-vida-os-principios-do-novo-partido-de-
bolsonaro-ck38vs5bg03jo01ph13svdht2.html. Acesso em 26 de novembro de 2019.
O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou nesta quinta-feira a possibilidade de iniciar a
execução da pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs
à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que pode levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva.
Coube ao presidente do STF, Dias Toffoli, o voto de desempate, ao se posicionar a favor da execução
da pena somente após esgotados todos os recursos cabíveis, o chamado trânsito em julgado.
O voto de Toffoli definiu o julgamento com o placar de 6 votos a 5 e pode beneficiar cerca de 4,8 mil
pessoas, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Entre eles, Lula, o mais expressivo
condenado nos processos movidos pela Lava Jato, que cumpre pena de prisão desde abril do ano
passado após ter confirmada sua condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no
processo do tríplex do Guarujá (SP).
O julgamento, um dos mais aguardados do ano na corte, representa a maior derrota da Lava Jato
desde que foi iniciada há 5 anos. Os membros da força-tarefa da operação vinham se valendo da
mudança do entendimento do STF de 2016, que permitia a prisão em segunda instância, para garantir a
detenção de investigados na operação e acelerar delações premiadas de réus que buscavam evitar serem
encarcerados.
Conforme reportagem da Reuters do dia 17 de outubro, antes do julgamento, a corte tendia a alterar
sua posição na esteira de derrotas que a própria operação tem sofrido este ano no STF, após reportagens
feitas pelo site The Intercept Brasil que têm mostrado, desde junho, supostas articulações do ex-juiz e
atual ministro da Justiça, Sergio Moro, com procuradores da força-tarefa da Lava Jato. Os dois lados
negam irregularidades.
Essas revelações - nas quais ministros do STF chegaram a ser nominalmente citados - enfraqueceram
o apoio à Lava Jato, maior investigação de corrupção no país, no Supremo.
A análise do caso demandou cinco sessões para ser concluída e foi envolto de pressão pública - os
ministros contrários à mudança do entendimento atual chegaram a ser pressionados pessoalmente e em
redes sociais.
Durante as sessões, ministros esforçaram-se a argumentar que o julgamento era impessoal e que não
era para beneficiar Lula, vez por outra citado em intervenções.
A maioria do STF seguiu o voto do relator, ministro Marco Aurélio Mello, favorável à execução da pena
apenas ao fim de todos os recursos. Na prática, a corte entendeu que é compatível com a Constituição
de 1988 um artigo do Código de Processo Penal de 1941 que ninguém pode ser preso até antes da
condenação transitada em julgado.
Acompanharam Marco Aurélio os ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso
de Mello e Toffoli. Foram contrários - e vencidos - Alexandre de Moraes, Edson Fachin (relator da Lava
Jato no STF), Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Cármen Lúcia.
Em seu voto decisivo, Toffoli disse que, para se executar a pena de prisão após condenação em
segunda instância, é preciso que o Congresso aprove uma legislação nesse sentido, o que não há
atualmente.
Ele fez um paralelo ao que ocorreu com a Lei da Ficha Limpa, que só passou a vigorar após a
aprovação de norma pelo Legislativo. Ela garantiu barrar candidaturas de condenados por órgão
colegiado de tribunal.
56
Estadão Conteúdo. Por 6 a 5, STF derruba prisão após segunda instância. Terra. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/politica/por-6-a-5-stf-derruba-prisao-apos-
segunda-instancia,559b4530c2f29b1690bc4fb1cf7fd42cvnxghf9h.html. Acesso em 08 de novembro de 2019.
CRÍTICAS
Durante o voto de Toffoli, Gilmar Mendes pediu a palavra fez duras críticas à atuação da Lava Jato.
Segundo ele, há uma "técnica de amedrontamento" da operação e que o grupo virou um "partido político"
porque, destacou, teriam chegado a sugerir candidaturas. Ele chegou a chamar de "bagunça" e "festival
de abusos" a atuação do MPF em casos de investigação.
Cármen Lúcia foi a única a votar pela manutenção da prisão em segunda instância na sessão desta
quinta, destacando que tem adotado essa posição ao menos desde 2009 - quando estava na corrente
minoritária.
Após votar em 2016 a favor da prisão em segunda instância, Gilmar Mendes justificou sua mudança
de posição alegando que tribunais de segundo grau começaram a aplicar essa detenção de forma
automática, desvirtuando o entendimento do STF.
O ministro disse que a discussão foi contaminada pela possibilidade de um eventual benefício a Lula.
Disse que chegou a ser chamado recentemente de "corifeu do petismo" por defender que a pena de
prisão só pode ser executada após o esgotamento dos recursos.
Durante o voto de Mendes, o presidente do Supremo chegou a pedir a palavra e destacou que é o
próprio Ministério Público Federal que agora pede que Lula saia do regime fechado de cumprimento da
pena de prisão.
Órgão, criado após a extinção do Ministério da Cultura, ficava sob a pasta da Cidadania. Filho do pastor
RR Soares é um dos nomes avaliados para assumir o posto.
O presidente Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para
o Ministério do Turismo, comandada Marcelo Álvaro Antônio. A mudança é feita por decreto publicado
nesta quinta-feira (07/11) no "Diário Oficial da União".
A Secretaria de Cultura foi criada para substituir o Ministério da Cultura (MinC), que foi extinto no início
da gestão do presidente.
Com a mudança, passam a ser de responsabilidade do Ministério do Turismo a política nacional de
cultura; a regulação dos direitos autorais; a proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural; o apoio
ao Ministério da Agricultura para a preservação da identidade cultural de comunidades quilombolas; e o
desenvolvimento de políticas de acessibilidade cultural e do setor de museus.
O decreto também transfere para o Ministério do Turismo a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura,
responsável por emitir pareceres sobre os pedidos de artistas que buscam financiamento por meio da Lei
de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet.
Também são transferidos para o Turismo o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do
Fundo Nacional de Cultura, outras seis secretarias não especificadas.
57
Vitor Sorano. Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/07/bolsonaro-transfere-
secretaria-de-cultura-para-ministerio-do-turismo.ghtml. Acesso em 07 de novembro de 2019.
Questões
01. (Prefeitura de Vila Velha/ES – Analista Ambiental – IBADE – 2020) Composta por 16 Senadores
e 16 deputados e os suplentes, uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito – CPMI sobre Fake News
no processo eleitoral, foi instalada no Congresso Nacional em 04/09/2019.
Sua finalidade é investigar, no prazo de 180 dias:
I - os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público.
II - a utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018.
III - a prática de cyberbullying sobre os usuários mais vulneráveis da rede de computadores, bem como
sobre agentes públicos.
IV - o uso de postagens de qualquer conteúdo nas redes sociais nacionais e internacionais.
V - o aliciamento e orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. Estão
corretas:
(A) somente I, II e III.
(B) somente II, III e IV.
(C) somente II, III, IV e V.
(D) somente I, II, III e IV.
(E) somente I, II, III e V.
02. (Câmara de Piracicaba/SP – Jornalista – VUNESP – 2019) Em derrota para a Lava Jato, a
decisão do Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira, 14.03.19, teve um placar apertado, por 6 votos
a 5, e marcada por duras críticas a membros do Ministério Público Federal, que são contrários ao
entendimento firmado pela maioria da Corte.
(Estadão – https://bit.ly/2TBHBhH – Acesso em 01.05.19. Adaptado)
(A) os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, quando relacionados ao caixa 2 de campanha,
devem ser julgados pela Justiça Eleitoral.
(B) a perda de foro privilegiado por membros do Legislativo acusados de corrupção deverá ser julgada
em Tribunais de Primeira Instância de Brasília.
(C) os casos de corrupção para a formação de caixa 2 de campanha deixarão de ser de análise
exclusiva de Curitiba e passarão a ser descentralizados.
(D) os procuradores e subprocuradores da República devem se remeter à Justiça Eleitoral para
denunciar casos de desvios de recursos públicos.
(E) a Procuradoria Geral da República é o locus legal para julgar casos que envolvam políticos e
empresas em esquemas de caixa 2 de campanha.
05. (SAAE Linhares/ES – Oficial Administrativo – IDCAP) Com base na notícia abaixo e utilizando
seus conhecimentos sobre o assunto, analise o trecho e assinale a alternativa que completa corretamente
a lacuna:
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, anunciou (11/06/2019) que o ministro da Justiça, Sergio
Moro, vai comparecer à Comissão de Constituição e Justiça da Casa para falar sobre o vazamento de
mensagens trocadas entre ele e o coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, procurador
___________.
(Fonte adaptada: https://g1.globo.com/>acesso em 11 de junho de 2019)
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
Listada de acordo com o Senado, a CPI das Fake News tem a finalidade de “Investigar, no prazo de
180 dias, os ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público; a utilização de
perfis falsos para influenciar os resultados das eleições 2018; a prática de cyberbullying sobre os usuários
mais vulneráveis da rede de computadores, bem como sobre agentes públicos; e o aliciamento e
orientação de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio.”.
02. Resposta: A
“O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta 5ª feira (14.mar.2019), por 6 votos a 5, que
processos de crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, ligados a crimes eleitorais, como
caixa 2, devem ser enviados para a Justiça Eleitoral”.
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/03/14/supremo-decide-que-casos-de-caixa-2-ligados-a-outros-crimes-devem-ser-enviados-a-justica-eleitoral.ghtml)
03. Resposta: A
Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto
Araújo, já haviam anunciado no Twitter que o país deixaria o pacto. Araújo o classificou como um
"instrumento inadequado para lidar com o problema (migratório)", defendendo que "imigração não deve
ser tratada como questão global, mas sim de acordo com a realidade e a soberania de cada país".
(https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/01/08/em-comunicado-a-diplomatas-governo-bolsonaro-confirma-saida-de-pacto-de-migracao-da-onu.ghtml)
04. Resposta: D
A afirmação na alternativa D corresponde exatamente ao item IV do Art 44 a respeito do Fundo
Partidário (aplicação dos recursos). Ela segue como a questão apresentou: “na criação e manutenção de
instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação política, sendo esta aplicação de, no
mínimo, vinte por cento do total recebido”58.
05. Resposta: E
Deltan Martinazzo Dallagnol é um jurista brasileiro. É procurador da República desde 2003 e ganhou
notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato, que investiga crimes de
corrupção na Petrobras e em outras estatais.
58
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9096compilado.htm
Nova possibilidade permite que se invista em companhias de capital aberto fora do país – como Apple,
Amazon, Google e outras – sem a necessidade de abrir conta em corretoras no exterior.
A B3, bolsa de valores de São Paulo, abre nesta quinta-feira (22/10) a possibilidade de que investidores
comuns negociem BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Tratam-se de títulos lastreados em ETFs e
ações de empresas estrangeiras negociadas dentro do Brasil.
Essa nova possibilidade permite que se invista em companhias de capital aberto fora do país – como
Apple, Amazon, Google e outras – sem a necessidade de abrir conta em corretoras no exterior. Antes da
mudança, apenas investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em investimentos) tinham acesso
a esse produto financeiro. Saiba mais sobre BDRs no podcast Educação Financeira.
A B3 determinou que só serão acessíveis os BDRs não patrocinados e de "mercados reconhecidos".
Inicialmente, foram assim classificados a Nyse (New York Stock Exchange) e da Nasdaq Stock Market
(“Nasdaq”). Segundo a B3, serão avaliados posteriormente a inclusão de outras bolsas estrangeiras.
O acesso aos BDRs era um pedido antigo de entidades do mercado, em especial depois que empresas
brasileiras muito esperadas na bolsa decidiram abrir capital fora do país, como a XP Inc, PagSeguro e
Stone. A Comissão de Valores Mobiliários havia aprovado a abertura de negociação de BDRs em agosto,
mas a B3 pediu mais tempo para criar um regulamento próprio.
O intervalo também serviu para que corretoras adaptassem os seus canais para que os serviços de
home brokers pudessem oferecer a alternativa ao público de varejo.
Nesta terça-feira (20/10), a CVM deu aval à alteração do Regulamento para Listagem e do Manual do
Emissor da B3, permitindo que se abram as negociações.
Em nota, a B3 afirma que a expectativa é "fomentar o mercado nacional, aumentando a diversidade
de produtos disponíveis ao investidor local, incluindo o varejo, que demanda uma crescente diversificação
de portfólio e exposição a ativos estrangeiros, e também incrementar as oportunidades de captação de
recursos pelos emissores”.
Serviço não adiciona novas camadas ao monitoramento de transações bancárias, que continua
exatamente como é em DOCs, TEDs e pagamentos por cartões de débito e crédito.
O papel primário do Banco Central no desenvolvimento do PIX, novo sistema de pagamentos
instantâneos brasileiro, gerou dúvidas sobre o grau de acesso que o BC passaria a ter sobre transações
financeiras de clientes.
Desde que as instituições financeiras começaram a cadastrar as chamadas Chaves PIX, muitas
pessoas têm externado desconfiança e preocupação com a privacidade de seus gastos e o possível
monitoramento de suas transações pelos órgãos oficiais do governo.
Para especialistas consultados pelo G1, contudo, a teoria não tem fundamento. O PIX não adiciona
camadas de acesso a dados financeiros além dos que o BC já tem. Transações financeiras eletrônicas,
como DOCs, TEDs e pagamentos por cartões, sempre geraram informações que o BC recebe.
A questão é que não era permitido – e continua sem ser – repassar essas informações adiante,
inclusive para outros órgãos do governo. É o que estabelece a lei complementar 105/2001, conhecida por
Lei do Sigilo Bancário.
"O BC não pode pegar as informações, analisar atividade de CNPJs ou CPFs, e passar isso para a
Receita, por exemplo. Isso é violação do sigilo bancário", diz Fabio Braga, sócio da área de direito
bancário e financeiro do escritório Demarest.
"Se você tem dinheiro fora do sistema financeiro, dependendo da origem, já é um problema. Não é o
PIX que vai transformar em um", afirma
Bruno Diniz, professor de novas soluções financeiras da USP, afirma que, apesar de os instrumentos
atuais do sistema financeiro já fazerem rastreamento e cruzamento de dados de informações bancárias,
as informações só são repassadas em situações especiais. É o caso de quebras de sigilo fiscal ou
59
G1. BDRs são liberados para pequenos investidores nesta quinta-feira. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/10/22/bdrs-sao-liberados-para-
pequenos-investidores-nesta-quinta-feira.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2020.
60
Raphael Martins. Entenda como será a confidencialidade das transações feitas pelo PIX. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/pix/noticia/2020/10/20/entenda-como-sera-a-confidencialidade-das-transacoes-feitas-pelo-pix.ghtml. Acesso em 20 de outubro de
2020.
Economistas norte-americanos receberam o prêmio por seus trabalhos em novos formatos de leilões;
cerimônias de entrega dos prêmios serão virtuais neste ano.
Os norte-americanos Paul R. Milgrom, de 72 anos, e Robert B. Wilson, de 83 anos, professores na
Universidade Stanford, foram premiados nesta segunda-feira (12/10) com o Nobel de Economia por seus
trabalhos na melhoria da teoria e invenções de novos formatos de leilões.
"Os vencedores deste ano estudaram como funcionam os leilões. Eles também usaram seus insights
para criar um novo leilão e formatos para bens e serviços que são difíceis de vender de uma forma
tradicional, como frequências de rádio. Suas descobertas beneficiaram vendedores, compradores e
contribuintes de todo o mundo. Os leilões estão por toda a parte e afetam o nosso dia a dia", disse a Real
Academia de Ciências da Suécia.
Uma das descobertas de Milfrom e Wilson é que a oferta feita de forma racional tende a ser abaixo da
melhor estimativa sobre o valor comum por causa da preocupação com a chamada “maldição do
vencedor”, ou seja, pagar em excesso e, por isso, ter prejuízo.
Milgrom e Wilson criaram formatos para vender itens inter-relacionados simultaneamente. Em 1994,
as autoridades dos EUA usaram um de seus projetos de leilão para vender frequências de rádio a
operadoras de telecomunicações, um movimento desde então copiado em outros países. Além disso,
trabalharam nos mecanismos de alocação de slots de pouso em aeroportos.
Robert Wilson mostrou, entre outras coisas, que participantes racionais em um leilão tendem a dar
lances menores por medo de pagar demais.
Paul Milgrom formulou uma teoria mais geral dos leilões, que mostra, entre outras coisas, que um leilão
gera preços mais altos quando os compradores obtêm informações sobre os lances planejados por outros
licitantes durante o processo de licitação.
Os vencedores vão dividir o prêmio de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
A modalidade de leilões ganhou impulso na internet tanto em sites de compra e venda como em
transações financeiras, disse Wilson, em entrevista coletiva após receber o prêmio. Mas ele confidenciou
que nunca havia participado de um leilão.
"Eu mesmo nunca participei de um leilão (...) Minha esposa me lembrou que temos botas de esqui
compradas no eBay, acho que foi em leilão", declarou.
Robert Wilson afirmou que guardará o prêmio recebido para a família, já que, com a pandemia, “não
há muito o que fazer, não se pode viajar".
Paul Milgrom disse à Reuters que Wilson, que mora do outro lado da rua em Stanford, Califórnia, veio
bater em sua porta na madrugada para lhe contar sobre o prêmio compartilhado porque seu telefone
estava no modo silencioso para que ele pudesse dormir.
Mesmo com todos os dados disponíveis hoje, os licitantes geralmente pagam pela incerteza, disse
Milgrom.
"Por exemplo, se você estivesse fazendo uma licitação para petróleo em alguma área e não sabe
quanto petróleo está lá embaixo. Os dados não estarão disponíveis até que você perfure ou licite para
rádio espectro e você deseja saber o valor dele, depende de qual será a demanda futura ou o que vai
61
G1. Paul Milgrom e Robert Wilson ganham Nobel de Economia 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/10/12/paul-milgrom-e-robert-
wilson-ganham-nobel-de-economia-2020.ghtml. Acesso em 13 de outubro de 2020.
O prêmio
O prêmio de Economia, oficialmente chamado de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências
Econômicas em memória de Alfred Nobel", foi criado em 1968 e concedido pela primeira vez em 1969.
A homenagem não fazia parte do grupo original de cinco prêmios estabelecidos pelo testamento do
industrialista sueco Alfred Nobel, criador da dinamite. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física,
Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vez em 1901.
O Nobel de Economia é o último concedido este ano. Os prêmios de Medicina, Física, Química,
Literatura e Paz foram anunciados na semana passada.
Embora seja o prêmio de maior prestígio para um pesquisador em economia, o prêmio não adquiriu o
mesmo status das disciplinas escolhidas por Alfred Nobel em seu testamento de fundação (Medicina,
Física, Química, Paz e Literatura), seus detratores zombam dele como um "falso Nobel" que representa
economistas ortodoxos e liberais.
Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz
FMI62
Para o Brasil, o FMI estima que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Se a nova previsão do Fundo se
confirmar, o país deve colher o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
A pandemia de coronavírus vai levar a economia mundial a registrar em 2020 o pior desempenho
desde a Grande Depressão de 1929, segundo relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional
(FMI) nesta terça-feira (14/04). O órgão passou a estimar que o Produto Interno Bruto (PIB) global deve
recuar 3% - a previsão anterior era de alta de 3,3%.
No caso do Brasil, o FMI prevê que o PIB deste ano vai encolher 5,3%. Antes, a expectativa era de
alta de 2,2%. Se a nova previsão do Fundo se confirmar, a economia brasileira também vai alcançar uma
marca bastante negativa: será o pior desempenho econômico desde 1901, pelo menos.
Por ora, as projeções do FMI para a economia brasileira estão mais pessimistas que as do mercado
financeiro local. No relatório Focus, do Banco Central, divulgado na segunda-feira, os analistas estimam
uma queda de 1,96%.
62
Luiz Guilherme Gerbelli. Com coronavírus, economia global deve ter pior desempenho desde a Grande Depressão, diz FMI. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/14/com-coronavirus-economia-global-deve-ter-pior-desempenho-desde-a-grande-depressao-diz-fmi.ghtml. Acesso
em 15 de abril de 2020.
A crise deve ser mais severa nas economias desenvolvidas, segundo o FMI. A projeção é a de que os
país mais ricos tenham uma retração na atividade de 6,1%, enquanto a atividade dos países emergentes
e das economias em desenvolvimento deve recuar 1%.
Nesse período de crise provocada pelo coronavírus, o Fundo ressalta que são necessárias medidas
de estímulo fiscal e monetário para manter a estrutural financeira global e, dessa forma, garantir que os
trabalhadores tenham acesso a bens e que as empresas possam superar a recessão.
“A magnitude e a velocidade do colapso da atividade econômica que se seguiu à pandemia de covid-
19 é diferente de tudo o que ocorreu em nossas vidas. E há uma incerteza substancial sobre seu impacto
na vida e nos empregos das pessoas”, afirmou a economista-chefe do Fundo Monetário Internacional
(FMI), Gita Gopinath.
Expectativa é de retomada
Embora o quadro para a economia seja bastante negativo neste ano, o FMI projeta uma recuperação
no próximo ano com a expectativa de que a pandemia do coronavírus seja superada. O PIB global deve
avançar 5,8%.
A melhora deve ser liderada pelas economias em desenvolvimento. No ano que vem, o Fundo estima
que o PIB dos emergentes vai aumentar 6,6%, enquanto as economias emergentes devem avançar 4,5%.
MP reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e pessoas acima de 55
anos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14/04) o texto da medida provisória do trabalho
Verde e Amarelo, que reduz encargos para patrões que contratarem jovens no primeiro emprego e
pessoas acima de 55 anos que estavam fora do mercado formal.
O texto-base foi aprovado por 322 votos a 153, com duas abstenções. Agora, os deputados vão votar
propostas de alterações ao projeto.
Agora, segue ao Senado. Caso seja mantido, vai à sanção ou a veto presidencial.
Se for alterado, volta à Câmara, e só depois será enviado para sanção ou veto do presidente Jair
Bolsonaro.
O conjunto de ações para combater o desemprego e a informalidade precisa do aval das duas Casas
até 20 de abril para não perder a validade.
O texto contou com resistência da oposição. O líder do PSB, Alessandro Molon (RJ), tentou barrar a
votação, afirmando que as sessões remotas deveriam priorizar matérias relativas ao combate ao novo
coronavírus.
“A inclusão da 905 na ordem do dia não me parece adequada ao PSB, meu partido, para o momento
em que vivemos, por se tratar de matéria extremamente polêmica, portanto muito distante do consenso
necessário”, afirmou.
Chamado de trabalho Verde e Amarelo, o programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento
para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com
remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50).
O relator do texto, deputado Christino Aureo (PP-RJ), ampliou o programa, permitindo que patrões
também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam
fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses.
De acordo com o texto, a parcela de empregados que podem ser contratados na modalidade Verde e
Amarelo é de 25%.
A jornada de trabalho nos contratos Verde e Amarelo só poderá ser negociada por acordos ou
convenções coletivas.
Os funcionários poderão ser contratados duas vezes na nova modalidade, desde que o primeiro
vínculo empregatício tenha durado menos de 180 dias.
As empresas que optarem por esse tipo de contrato ficam temporariamente isentas da contribuição
patronal para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de contribuições para o Sistema S.
O repasse ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) será de 8%, mesmo percentual dos
contratos de trabalho por tempo indeterminado.
Os deputados mudaram alguns trechos do texto-base. Incluíram, por exemplo, a possibilidade de
antecipação mensal de verbas trabalhistas, como 13º salário e férias, desde que haja acordo. O mínimo
mensal a ser adiantado é de 20% da verba.
No mesmo destaque, do PSL, aprovaram a redução de 30% para 20% da multa do FGTS em caso de
demissão sem justa causa, percentual abaixo dos 40% dos outros funcionários que seguem o regime
atual. A mudança será efetivada mediante acordo.
O governo queria bancar o programa Verde e Amarelo com a taxação sobre o seguro desemprego,
que poderia variar de 7,5% a 9%, dependendo do valor a ser recebido.
63
Danielle Brant. Thiago Resende. Deputados aprovam MP do emprego Verde e Amarelo. Folha de São Paulo.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/deputados-aprovam-texto-base-da-mp-do-emprego-verde-e-amarelo.shtml. Acesso em 15 de abril de 2020.
Projeto aprovado no Congresso prevê pagamento de benefício para até duas pessoas da mesma
família, por três meses. Auxílio é voltado para quem teve a renda mais afetada pelo coronavírus.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou com vetos, nesta quarta-feira (01/04), a lei que estabelece um
auxílio de R$ 600 mensais, por três meses, a trabalhadores informais.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, anunciou a sanção em rede social. A
medida não tinha sido publicada no "Diário Oficial da União" até o início da manhã desta quinta-feira
(02/04). A publicação é necessária para oficializar o auxílio e permitir que o benefício seja concedido.
O auxílio tem o objetivo de diminuir o impacto da pandemia do coronavírus na renda dessas pessoas
– que não têm carteira assinada e, por isso, foram mais afetadas pelas medidas de isolamento social.
Pela manhã, Bolsonaro anunciou em pronunciamento que sancionaria o texto ainda nesta quarta.
Segundo ele, o auxílio deverá beneficiar 54 milhões de pessoas, com custo aproximado de R$ 98 bilhões.
O governo ainda não anunciou o calendário oficial de pagamento.
No início da noite, o presidente da República afirmou que já tinha assinado a sanção da lei, mas só
enviaria o texto à publicação junto com uma medida provisória (MP) para indicar a fonte dos R$ 98 bilhões.
A MP deve criar um crédito extraordinário nesse valor.
"Para publicar, eu preciso de uma outra medida provisória com crédito. Se não, fica um cheque sem
fundo na praça. Está certo? Daí, sim, deve terminar, deve terminar. Aí talvez traz em casa e eu assino,
publico. No caso, agora não adianta publicar em Diário [Oficial da União] extra. Eu público no Diário
ordinário de amanhã", declarou.
Enviado ao Congresso Nacional pelo governo, o projeto foi aprovado pela Câmara na semana passada
e pelo Senado na última (30/04). A proposta original previa um auxílio de R$ 200 mas os parlamentares,
com o aval do Executivo, aumentaram o valor para R$ 600.
64
Guilherme Mazui e Nilson Klava, G1 e Globonews. Bolsonaro sanciona com vetos auxílio de R$ 600 mensais a trabalhadores informais. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/01/bolsonaro-sanciona-lei-que-preve-auxilio-de-r-600-mensais-a-trabalhadores-informais-diz-planalto.ghtml. Acesso em
02 de abril de 2020.
Vetos ao texto
O presidente Jair Bolsonaro vetou três itens do texto aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo o
Planalto, esses vetos foram orientados pelos ministérios da Economia e da Cidadania.
Com o veto, essas condições ficam excluídas do texto que entrará em vigor. Os vetos serão analisados
pelo Congresso, que pode derrubar os trechos em definitivo ou restaurar a validade dessas regras.
Ampliação do BPC
O principal trecho vetado é o que garantia, na nova lei, a ampliação do Benefício de Prestação
Continuada (BPC) definida pelo Congresso no início de março. Essa ampliação, segundo o governo
federal, tem impacto de R$ 20 bilhões ao ano nas contas públicas.
A extensão do BPC foi definida quando o Congresso derrubou um veto de Bolsonaro ao tema. O
ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), chegou a adiar a mudança nas regras até
a definição de medidas "compensatórias" para esse custo extra.
Dias depois, Dantas mudou de ideia e suspendeu todas as decisões por 15 dias. Segundo o ministro,
a flexibilização das regras fiscais e de austeridade no contexto da pandemia do coronavírus poderia ser
aproveitada, também, para garantir a inclusão de novos beneficiários no BPC.
Enquanto não há resposta definitiva, os parlamentares voltaram a incluir o tema na lei do auxílio
emergencial. E, na análise final, Bolsonaro voltou a vetar o dispositivo. Segundo o governo, a medida fere
a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Requisitos
A lei sancionada estabelece uma série de requisitos para que o autônomo tenha direito ao auxílio,
apelidado por alguns parlamentares de "coronavoucher".
Segundo o texto aprovado no Congresso, o trabalhador precisa ter mais de 18 anos, cumprir critérios
de renda familiar e não pode receber benefícios previdenciários, seguro desemprego nem participar de
programas de transferência de renda do governo federal, com exceção do Bolsa Família.
Bolsonaro editou MP neste domingo que, entre outros pontos, permitia suspensão dos contratos de
trabalho por 4 meses. Trecho foi criticado por políticos, partidos e entidades.
O "Diário Oficial da União" publicou na noite desta segunda-feira (23/03), em edição extra, a revogação
de dispositivo de uma medida provisória que previa a suspensão dos contratos de trabalho por 4 meses.
A MP foi editada neste domingo (22/03) pelo presidente Jair Bolsonaro, mas o trecho sobre os
contratos foi alvo de críticas por parte de políticos, partidos e entidades. Bolsonaro, então, anunciou nesta
segunda a revogação do trecho.
Mais cedo, nesta segunda-feira, o secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, Bruno Bianco, afirmou que Bolsonaro decidiu revogar o trecho em razão da "má interpretação"
sobre o tema.
'Contraprestação'
De acordo com Bruno Bianco, a MP não deixou claro que haveria "contraprestação" por parte do
empregador que suspendesse o contrato do empregado por quatro meses.
Diante disso, afirmou o secretário, a próxima medida provisória a ser editada preverá a possibilidade
de o contrato ser suspenso e a contraprestação do empregador.
Segundo Bianco, a nova MP será assinada "o quanto antes". Medidas provisórias têm força de lei
assim que publicadas no "Diário Oficial da União", mas precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional
em até 120 dias para virar leis em definitivo.
Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para mostrar avanço econômico66
Na tentativa de mostrar que a economia do país vai bem, a Secom (Secretaria de Comunicação) da
Presidência da República apresentou em suas redes sociais um recorte do PIB (Produto Interno Bruto)
que não é usado pelo IBGE.
A estratégia é questionada por especialistas. A Presidência afirma que o PIB privado cresceu 2,75%,
enquanto o PIB público recuou 2,25%.
A publicação, que cita o Ministério da Economia como fonte, afirma que no modelo adotado pelo
presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o Estado deixa de ser protagonista e dá espaço à iniciativa
privada.
Nesta semana, o IBGE divulgou o resultado do PIB do ano passado, que teve alta de 1,1%. O dado
veio menor do que o projetado inicialmente pelo mercado e pelo governo e consolidou 2019 como o
terceiro ano seguido de fraco crescimento da economia.
A publicação da Secom afirma que o resultado "fica abaixo do índice de mentiras de quem torce contra
o Brasil" e que o recuo do PIB público é "bom pro Brasil".
De acordo com a professora de Economia da USP (Universidade de São Paulo) Laura Carvalho, a
conta feita pelo governo não é reconhecida pelo IBGE e não é feita por outros órgãos estatísticos no
mundo. "Isso fere os princípios básicos do conceito de PIB, que exige que se trate a economia como um
todo", disse.
A economista afirma que a conta é ideológica e traz problemas metodológicos.
Essa separação cria distorções, segundo ela, porque, muitas vezes, bens produzidos pelo governo
são consumidos pelas famílias. Produtos de empresas também são usados pelo governo, como na
compra de medicamentos pelo SUS, por exemplo.
Outro problema, para a pesquisadora, estaria no fato de o cálculo do governo incluir investimentos de
estatais na conta do setor privado.
A professora também questiona o argumento do governo de que o crescimento privado está
substituindo o setor público.
"Não é que houve uma alocação melhor de recursos. É simplesmente que o governo está com menos
recursos e está investindo menos, gastando menos com infraestrutura. Isso não tem de ser celebrado",
afirmou.
O cálculo também foi criticado pelo economista da FGV e ex-secretário de Política Econômica Manoel
Carlos Pires. Para ele, a divisão entre PIB público e privado não faz sentido.
65
Felipe Matoso e Guilherme Mazui. 'Diário Oficial' publica revogação de dispositivo que permitia suspender salários. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/23/diario-oficial-publica-revogacao-de-dispositivo-que-permitia-suspender-salarios.ghtml. Acesso em 24 de março de
2020.
66
Bernardo Caram e Ricardo Della Coletta. Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para mostrar avanço econômico. GaúchaZH. Economia.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2020/03/governo-separa-pib-publico-e-pib-privado-para-mostrar-avanco-economico-
ck7gmhc2201b101msk8u4gh0s.html. Acesso em 09 de março de 2020.
Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo67
Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, economia brasileira acumula crescimento médio de 0,7%
entre 2011 e 2019 e caminha para pior década em 120 anos.
A economia brasileira deve encerrar a década atual com o pior desempenho já registrado em 120 anos.
Para fugir dessa marca, o país tem de conseguir algo bastante raro na sua história: um avanço do Produto
Interno Bruto (PIB) de 10% em 2020 – a última vez que o país registrou uma expansão nessa faixa foi em
1976, quando cresceu 10,26%.
Com o resultado do PIB de 1,1% em 2019, o país acumula um crescimento médio de 0,7% ao ano
desde 2011, mostra um levantamento do economista Marcel Balassiano, pesquisador do Instituto
Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Se o Brasil conseguir crescer 2,17%
neste ano, como apontam os analistas consultados pelo relatório Focus, do Banco Central, a média do
período deve subir para 0,8%.
67
Luiz Guilherme Gerbelli. Para evitar 'década perdida', PIB tem de crescer 10% neste ano, mostra estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/05/para-evitar-decada-perdida-pib-tem-de-crescer-10percent-neste-ano-mostra-estudo.ghtml. Acesso em 05 de
março de 2020.
Riqueza estagnada
Nesse cenário de baixo crescimento, o levantamento também aponta que a riqueza do brasileiro deve
ficar estagnada na década. No recorte histórico, o resultado só vai ser melhor do que os anos 1980,
quando o PIB per capita (indicador que mede toda a riqueza produzida por um país e a divide pela
quantidade de habitantes) caiu 0,6%.
A década de 1980 foi marcada por uma combinação perversa. No cenário internacional, houve uma
piora das condições financeiras, com alta de juros pelas principais economias. Internamente, o Brasil
passava pelo período de redemocratização, lidando com um quadro de baixo crescimento, descontrole
fiscal e aumento da inflação - o país enfrentou vários planos de estabilização.
Tensão global
O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais
e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas
cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da
economia global.
Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados
na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o
fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades
também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália.
Por conta de fluxos elevados de capitais para mercados de menor risco, o dólar segue se valorizando
frente a outras moedas, em especial moedas de países emergentes como o real.
68
G1. Dólar opera em alta e chega a bater R$ 4,50 com temores de recessão. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/dolar.ghtml. Acesso
em 28 de fevereiro de 2020.
Informalidade cai, mas ainda atinge 40,7% da população ocupada, ou 38,3 milhões de brasileiros.
Outros 26,4 milhões seguem subutilizados.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (28/02) os primeiros
números do ano sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,2% no
trimestre encerrado em janeiro, atingindo 11,9 milhões de pessoas, segundo a Pesquisa Nacional Por
Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).
Em relação trimestre encerrado em janeiro de 2019, quando a taxa foi de 12%, houve queda de 0,8
ponto percentual. Já em relação ao trimestre encerrado em outubro, o recuo foi de 0,4 ponto percentual.
Na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, entretanto, quando a taxa foi de 11%, houve
alta de 0,2 ponto percentual – o primeiro avanço desde o trimestre encerrado em março do ano passado.
O IBGE, no entanto, só considera comparáveis os resultados de um mesmo trimestre e de 3 meses de
intervalo.
Tanto na comparação com o trimestre anterior, terminado em outubro, quanto com o mesmo trimestre
do ano passado, houve queda da população desocupada. Eram 12,625 milhões em janeiro e 12,367
milhões em outubro. Agora, o número de desempregados foi estimado em 11,913 milhões. No trimestre
encerrado em dezembro, o número de desempregados, no entanto, foi de 11,6 milhões.
69
Darlan Alvarenga e Daniel Silveira. Desemprego fica em 11,2% em janeiro, e atinge 11,9 milhões, diz IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/02/28/desemprego-fica-em-112percent-em-janeiro-e-atinge-119-milhoes-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de fevereiro de
2020.
Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo70
Brasil ocupa 60ª posição em ranking de países com maior mobilidade social.
Brasileiros nascidos em famílias de baixa renda levariam, em média, nove gerações para atingir a
renda média do país, segundo um relatório divulgado esta semana pelo Fórum Econômico Mundial. O
dado ilustra a baixa mobilidade social do país, isto é, a baixa probabilidade de um indivíduo melhorar de
vida financeiramente em relação aos seus pais.
"Em termos absolutos, é a habilidade de uma criança de ter uma vida melhor que a dos seus pais",
explica o documento.
Na Dinamarca, país apontado como o de maior mobilidade social no ranking, a estimativa é de que
seriam necessárias duas gerações para que uma pessoa nascida na classe mais baixa alcance a renda
média.
"Olhando para todas as economias e níveis de renda médios, as crianças nascidas em famílias menos
ricas tipicamente enfrentam maiores barreiras ao sucesso que as nascidas em famílias com mais
recursos. Além disso, as desigualdades estão crescendo mesmo em países que tiveram crescimento
rápido", alerta o estudo.
70
G1. Brasileiros de baixa renda levariam nove gerações para chegar à renda média, aponta estudo. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/brasileiros-de-baixa-renda-levariam-nove-geracoes-para-chegar-a-renda-media-aponta-estudo.ghtml. Acesso em
23 de janeiro de 2020.
Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT71
71
France Presse. Número de desempregados no mundo deve alcançar 190,5 milhões neste ano, diz OIT. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/20/numero-de-desempregados-no-mundo-deve-alcancar-1905-milhoes-neste-ano-diz-oit.ghtml. Acesso em 21 de
janeiro de 2020.
Desemprego no Brasil
Para o Brasil, a OIT estimou o país deve encerrar o ano com 12,9 milhões de desempregados. Se essa
previsão se confirmar, haverá uma pequena redução em relação ao observado em 2019. A organização
estima que o pais encerrou o ano passado com 13 milhões de desempregados.
Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios72
Há dois anos, o país vê startups atingirem valor de mercado de US$ 1 bilhão, com cenário econômico
que estimula investimento no setor.
O Brasil tem 12.700 startups, segundo a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) — crescimento
de 27% em relação a 2018, quando eram 10 mil empresas. E 20 vezes mais do que em 2011, ano de
fundação da Abstartups, que contabilizou 600 negócios à época.
Startups são empresas de base tecnológica que têm crescimento rápido e escalável — com aumento
de ganhos sem inflar os custos.
“As startups viraram o jogo, estão muito presentes no nosso dia a dia, nos smartphones, nas
ferramentas que a gente usa para se comunicar, na forma como a gente compra e contrata. O nosso
universo contextual está tendo participação efetiva das startups”, avalia o presidente da Abstartups,
Amure Pinho.
E as brasileiras estão cada vez mais na mira dos investidores, pelas soluções inovadoras e pelo
cenário econômico, de juros baixos que estimulam investimento de risco.
Amure destaca a redução na taxa básica de juros como um dos impulsionadores dos investimentos no
setor: “Tivemos uma entrada muito forte de capital externo no Brasil. Pode-se ver com a entrada do
SoftBank (conglomerado japonês de telecomunicações) investindo em vários unicórnios. Isso aconteceu,
em grande parte, porque a gente teve uma queda da taxa de juros e essa queda faz os investidores
saírem dos bancos e investimentos mais conservadores para investimentos um pouco mais arriscados, e
as startups acabam se beneficiando disso. O resultado que a gente tem é que, a cada ano, as startups
vão ganhando muito espaço na economia brasileira, redesenhando, de certa forma, parte da economia
através da inovação”.
72
Danuza Mattiazzi. Número de startups no Brasil aumentou 20 vezes nos últimos oito anos; 11 já são unicórnios. GloboNews.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/01/15/numero-de-startups-no-brasil-aumentou-20-vezes-nos-ultimos-oito-anos-11-ja-sao-unicornios.ghtml. Acesso em
16 de janeiro de 2020.
UNICÓRNIOS
2019 foi o segundo ano em que o país teve startups alcançando valor de mercado de US$ 1
bilhão. Quando atingem esse patamar, são chamadas de “unicórnios”. Os primeiros cinco foram
registrados em 2018. No ano seguinte, outras seis empresas atingiram o posto.
Um deles é a Gympass, uma plataforma que conecta academias e empresas que querem incentivar
os funcionários a terem uma vida mais saudável. Nasceu em São Paulo, em 2012.
“Em 2015, começou nossa expansão internacional. Não tinha ninguém fazendo bem feito aquilo que a
gente fazia no Brasil. E agora em 2019, a gente atingiu a marca de unicórnio, com um investimento
importante de US$ 300 milhões, que a gente vai usar, principalmente, para melhorar a experiência dos
nossos usuários, academias e empresas”, conta Leandro Caldeira, CEO da Gympass no Brasil. A
empresa atua em 14 países e, no fim do ano passado, adquiriu uma empresa de inteligência artificial em
Portugal.
E as perspectivas do setor para este ano seguem otimistas. Leandro revela as apostas para a empresa
em 2020: “muito investimento em tecnologia, novos países para a gente abrir, a gente está supermotivado
com as perspectivas” .
“Os próximos cinco anos são muito favoráveis para os empreendedores brasileiros”, aposta Alfredo.
Para Amure, as previsões também são otimistas: “É de se esperar que nos próximos anos continuemos
tendo esse protagonismo de alocação de capital para novos negócios.”
Os unicórnios brasileiros de 2018 e 2019 (fonte: Abstartups):
- iFood – entregas de comida pela internet
- 99 – transporte de passageiros
- Nubank – serviços financeiros
- Pagseguro – serviços financeiros
- Stone – métodos de pagamento
- Ebanx – métodos de pagamento online
- Wildlife – desenvolvedora de jogos
- Gympass – plataforma de academias e planos corporativos
- Quinto Andar – aluguel de imóveis
- Loggi – serviços de logística
- Arco Educação – soluções educacionais
Além do novo valor do salário mínimo, entram em vigor regras que elevam as alíquotas do INSS e
estabelecem um teto para os juros do cheque especial.
O ano de 2020 começa com várias novidades para o bolso dos brasileiros. Além do novo valor do
salário mínimo, entram em vigor as regras que estabelecem um teto para os juros do cheque especial –
mas que também permitem que os bancos cobrem pelo limite mesmo se o cliente não usar.
73
G1. O que muda no seu bolso em 2020. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/educacao-financeira/noticia/2019/12/31/o-que-muda-no-seu-bolso-em-
2020.ghtml. Acesso em 02 de janeiro de 2020.
Salário Mínimo
O salário mínimo será de R$ 1.039 em 2020, conforme estabelecido em medida provisória assinada
pelo presidente Jair Bolsonaro.
O valor ficou um pouco abaixo do proposto pelo governo em abril no projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias, de R$ 1.040, mas ficou acima do valor aprovado no orçamento de 2020 pelo Legislativo
– de R$ 1.031.
O novo salário mínimo não contempla ganho real, já que o valor foi apenas corrigido pela inflação
medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), segundo o Ministério da Economia.
Alíquotas do INSS
Com a aprovação da reforma da Previdência, o valor descontado do salário de cada trabalhador para
a aposentadoria vai mudar. Em resumo, quem ganha menos vai contribuir menos para o INSS, e quem
ganha mais, vai contribuir mais.
No dia 1º de março de 2020, entram em vigor as novas alíquotas de contribuição ao INSS. As novas
alíquotas valerão para os salários de fevereiro, pagos em março.
Hoje, quem trabalha com carteira assinada no setor privado contribui com um percentual que vai de
8% a 11% do salário para a Previdência. No novo sistema, as alíquotas vão de 7,5% a 14% para os
trabalhadores do setor privado e, para o setor público, podem chegar a 22%.
Mas essas taxas são progressivas, ou seja, cobradas apenas sobre a parcela do salário que se
enquadrar em cada faixa, o que faz com que o percentual de fato descontado do total dos ganhos (a
alíquota efetiva) seja menor.
Texto destina R$ 2 bilhões para o fundo eleitoral; prevê R$ 1.031 para o salário mínimo; e estima em
até R$ 124 bilhões o déficit das contas públicas.
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (17/12) o Orçamento da União para 2020. Com a
aprovação, o texto segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
74
Fernanda Vivas e Gustavo Garcia. Congresso aprova Orçamento de 2020; saiba o que está previsto. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/12/17/congresso-aprova-texto-base-orcamento-de-2020-saiba-o-que-esta-previsto.ghtml. Acesso em 18 de dezembro de
2019.
Fundo eleitoral
O relator do Orçamento, deputado Domingos Neto (PSD-CE), que inicialmente havia proposto R$ 3,8
bilhões, decidiu manter a proposta do governo, prevendo R$ 2 bilhões para o fundo.
Este fundo, chamado Fundo Especial para o Financiamento de Campanhas (FEFC) foi criado em uma
reforma política, realizada em 2017.
Os parlamentares rejeitaram um destaque do partido Novo, que visava reduzir o valor do fundo para
R$ 700 milhões. Foram 242 votos pela derrubada do destaque, e 167 contrários.
Fundo partidário
O relator também manteve o valor previsto pelo governo para o fundo partidário. Diferente do fundo
eleitoral, o fundo partidário é usado para despesas de partidos políticos.
Recentemente, o Congresso aprovou uma proposta que amplia as possibilidades de utilização deste
fundo. O fundo partidário contará com R$ 959 bilhões.
Salário mínimo
Conforme o texto-base, o valor estimado é de R$ 1.031. De acordo com o relator, o valor ainda
precisará ser estabelecido por uma nova legislação, já que a política nacional de valorização em vigor
desde 2015 não terá efeitos em 2020. O relator espera que o governo fixe o valor do mínimo por uma
medida provisória no começo de 2020.
'PEC emergencial'
O relator estimou economia de R$ 6 bilhões no Orçamento caso seja aprovada a chamada "PEC
Emergencial", que estabelece uma série de medidas para o controle do crescimento de despesas
obrigatórias (como redução da jornada de trabalho e de salários de servidores públicos) se houver
descumprimento à chamada regra de ouro.
Esse valor se refere à economia com gastos de pessoal. O relator fez uma alteração, ao longo desta
terça-feira, para deixar claro que, se a economia não se realizar, o valor das despesas com pessoal
poderá ser recomposto com o cancelamento de despesas.
Bolsa Família
O programa contará com R$ 29,5 bilhões no Orçamento.
Outros poderes
O projeto também determina os recursos previstos para outros Poderes da República – o Legislativo
e o Judiciário. Para Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal, o parecer manteve as propostas
originais de orçamento.
Câmara dos Deputados – R$ 6,2 bilhões.
Senado – R$ 4,5 bilhões.
Supremo Tribunal Federal – R$ 686,7 milhões
Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria75
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior, já que câmbio influencia tanto gastos em dólar quanto
preços de passagens e combustíveis.
Na noite de segunda-feira (25/11), uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, gerou
pessimismo no mercado financeiro. "É bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e
com o câmbio mais alto por um bom tempo", afirmou o ministro, em entrevista em Washington, capital
dos Estados Unidos.
A reação veio rápida: o real fechou o dia de ontem cotado R$ 4,239. No dia, chegou a bater R$ 4,27,
o maior valor nominal da história sobre o real.
Mas, na memória econômica do brasileiro, o sobe-e-desce da moeda tende a preocupar. A inflação vai
subir? Os juros vão aumentar? Como essa alta pode afetar os planos financeiros para o ano que vem?
Para economistas ouvidos pela BBC News Brasil, os efeitos mais imediatos no bolso do consumidor
tendem a ser no preço das viagens ao exterior — já que o câmbio influencia tanto nos gastos em dólar
quanto no preço das passagens, e no preço dos combustíveis. Mas, se a alta persistir e se transformar
em tendência permanente, os efeitos podem ser mais amplos, como, por exemplo, na inflação e nos
custos para as empresas.
Segundo os analistas, a alta recente do dólar reflete a preocupação de investidores e gestores de
recursos com as turbulências na América Latina, como os protestos no Chile e a incerteza política na
Bolívia.
"Os gestores trabalham por blocos. Para ele, real e peso argentino não têm grande diferença. [A
variação cambial] é um processo que vem acompanhado de algum nível de volatilidade e incertezas na
região", diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
75
BBC. Quem ganha e quem perde com a alta do dólar: o impacto do câmbio do turismo à indústria. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/27/quem-ganha-e-quem-perde-com-a-alta-do-dolar-o-impacto-do-cambio-do-turismo-a-industria.ghtml. Acesso em 27
de novembro de 2019.
Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil
habitantes76
Seriam afetados municípios com menos de 5 mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da
receita total. Ministro Paulo Guedes afirmou que a decisão é política.
As mudanças no pacto federativo propostas em uma das três PECs enviadas nesta terça-feira (05/11)
pelo governo ao Congresso preveem a incorporação a municípios vizinhos das cidades com menos de 5
mil habitantes e arrecadação própria menor que 10% da receita total.
De acordo com o Ministério da Economia, há, atualmente, 1.254 municípios que seriam incorporados
pelos vizinhos, de acordo com as mudanças propostas.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que esse foi um tema levado ao governo por
lideranças políticas, em conversas neste primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Seguramente não foi um economista do nosso grupo que lançou isso lá. Normalmente, é sempre uma
liderança política que chega e fala: 'Está acontecendo um negócio aqui'. E são lideranças políticas
experientes, e eles têm lá os combates deles. Nós vamos assistir isso ai", declarou.
Questionado se esse tema não pode gerar confusão, já que em 2020 haverá eleições municipais,
Guedes afirmou que a discussão é política.
Segundo ele, quem deve decidir se os municípios devem ter 5 mil, 3 mil ou 10 mil habitantes não é o
ministro da Economia.
"Não tem nada mais oportuno do que deixar o Congresso decidir isso. A gente vai, estimula, e eles
têm total decisão de falar: tira isso ou deixa isso", afirmou.
Falando de forma genérica sobre a proposta de pacto federativo, o ministro da Economia afirmou que
o Estado brasileiro está sendo "redesenhado".
"O presidente [Bolsonaro] foi eleito para mudar, e o Congresso também. Estou bastante confiante
nesse trabalho", disse.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que essas propostas terão um "longo
período de discussão" no Legislativo.
76
Alexandro Martello e Laís Lis. Pacto federativo: proposta prevê incorporar a municípios vizinhos cidades com até 5 mil habitantes. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/05/pacto-federativo-proposta-preve-incorporar-a-municipios-vizinhos-cidades-com-ate-5-mil-habitantes.ghtml.
Acesso em 07 de novembro de 2019.
Fabricação cabe à Casa da Moeda e, segundo o governo, outras empresas poderão ser habilitadas
pela Receita e disputar o serviço. MP foi assinada em ato de 300 dias do governo.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira (05/06) uma medida provisória (MP) que põe fim
ao monopólio da Casa da Moeda na fabricação de dinheiro (papel moeda e moeda metálica) e
passaportes.
A MP foi assinada em uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual foram comemorados 300 dias de
governo. No mesmo evento, Bolsonaro assinou o projeto que viabiliza a privatização da Eletrobras.
Por se tratar de medida provisória, o ato do presidente relativo à Casa da Moeda terá força de lei assim
que publicado no "Diário Oficial da União".
Para se tornar uma lei em definitivo, porém, o texto precisará ser aprovado pelo Congresso Nacional.
O que prevê a MP
O texto com a íntegra da MP não havia sido divulgado pela Presidência até a publicação desta
reportagem.
O governo federal já informou, contudo, que a medida provisória permitirá a habilitação de empresas
pela Receita Federal para que outras companhias possam disputar a oferta do serviço de confecção de
dinheiro e passaporte.
Segundo um texto divulgado pelo Palácio do Planalto à imprensa, a Casa da Moeda e as empresas
privadas poderão disputar, com base no menor preço, a fabricação e a impressão de:
- papel moeda;
- moeda metálica;
- cadernetas de passaporte;
- selos postais federais;
- selos fiscais federais.
De acordo com o Planalto, "para evitar a interrupção dos serviços", a Casa da Moeda seguirá habilitada
provisoriamente até dezembro de 2021 para essas impressões. Neste período, entretanto, empresas do
setor já poderão ser habilitadas e concorrer com a estatal.
A MP prevê um segundo prazo para que os selos postais e os passaportes entrem em produção
compartilhada, após dezembro de 2023.
Controle de produção
O texto da MP, segundo a assessoria da Presidência, prevê que empresas privadas poderão prestar
serviços de "integração, instalação e manutenção preventiva e corretiva de equipamentos envolvidos na
produção de cigarros".
"Há um aumento de oferta daqueles que podem fornecer o produto e, obviamente, isso vai gerar uma
redução de custos. O objetivo é dar maior competitividade, reduzir o Estado brasileiro, permitir o
empreendedorismo", declarou Jorge Oliveira.
77
Mateus Rodrigues e Guilherme Mazui. Bolsonaro edita MP que põe fim ao monopólio na confecção de dinheiro e passaporte. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/11/05/bolsonaro-edita-mp-que-poe-fim-ao-monopolio-na-confeccao-de-dinheiro-e-passaporte.ghtml. Acesso em 06 de
novembro de 2019.
Privatização
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o projeto de privatização da Casa da Moeda
segue em análise no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), mas a "modelagem" ainda será
definida.
“Uma coisa é quebrar o monopólio, outra é estar no PPI. Ela segue no PPI, os estudos continuam”,
disse.
Governo prevê arrecadar até R$ 106,5 bilhões e irá dividir parte dos recursos com Petrobras, estados
e municípios. Entenda como será dividido os recursos e a importância do leilão em 8 pontos.
O megaleilão do excedente da cessão onerosa, marcado para esta quarta-feira (06/11), foi anunciado
pelo governo como o maior leilão de óleo e gás já feito no mundo em termos de potencial de exploração
de petróleo e de arrecadação.
A importância do leilão se deve não só aos bilhões de reais envolvidos e à quantidade gigantesca de
reservas de petróleo que estão sendo oferecidas, mas também ao alívio que esse dinheiro extra poderá
trazer para os cofres do governo federal, dos estados e dos municípios.
O governo espera arrecadar R$ 106,5 bilhões com a oferta de quatro áreas do pré-sal, na Bacia de
Santos. Se todos os blocos forem arrematados, será o maior valor já arrecadado em uma rodada de
licitações de petróleo no país e também no mundo em termos de pagamento de bônus de assinatura (o
valor que as empresas pagam pelo direito de exploração).
Até agora, a maior arrecadação com um leilão na área de petróleo no país foi a da 16ª Rodada da
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada em 10 de outubro, que
garantiu à União R$ 8,915 bilhões.
No megaleilão desta quarta, serão definidas as empresas que vão retirar óleo de reservas do pré-sal
chamadas de excedente da cessão onerosa. Recebem esse nome porque o petróleo dessas reservas
excede os 5 bilhões de barris garantidos pelo governo à Petrobras na operação da cessão onerosa,
realizada em 2010.
78
Darlan Alvarenga. Karina Trevizan. Luíza Melo. Cessão onerosa: o que é e o que está em jogo no megaleilão do pré-sal. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/11/04/cessao-onerosa-o-que-e-e-o-que-esta-em-jogo-no-megaleilao-do-pre-sal.ghtml. Acesso em 04 de novembro de
2019.
A área da cessão onerosa – que inclui a parte da Petrobras e a que será leiloada – é uma zona de
aproximadamente 2,8 mil km² ao largo da costa sudeste do Brasil, situada entre 175 km e 375 km ao sul
da cidade do Rio de Janeiro (veja no mapa mais abaixo). A área total dos quatro campos ofertados no
leilão é de 1.385 km².
A maior área é a de Búzios, com 852,21 km² e a maior concentração de petróleo. "A grande expectativa
é em relação ao leilão de Búzios, que representa cerca de 70% de tudo", disse ao G1 o diretor-geral da
ANP, Décio Oddone.
A Petrobras já mantém plataformas nestas áreas e já manifestou interesse em manter o direito de
preferência nos campos de Búzios e Itapu no leilão.
O campo de Búzios, por exemplo, já é o segundo maior em produção de petróleo no Brasil.
Até agora, a Petrobras extraiu 120,9 milhões de barris na região, o equivalente a apenas 2,42% dos 5
bilhões de barris a que tem direito, segundo dados da ANP.
Em setembro, a produção na área da cessão onerosa foi de 478 mil barris de petróleo e gás por dia.
A ANP estima um pico de produção de 1,2 milhão de barris diários na área após o leilão.
O texto aprovado pelo Congresso assegura também que, do total previsto para ser destinado aos
estados e municípios, R$ 5,9 bilhões sejam encaminhados ainda em 2019. O restante do valor previsto
(R$ 15,7 bilhões) ainda será analisado pelo Congresso, em outro projeto a ser enviado pelo governo.
O dinheiro que vai para estados e municípios precisa ser usado para pagar dívidas com Previdência
ou investimentos.
8) Impactos na economia
O ministro da Economia, Paulo Guedes, prevê que com as receitas extraordinárias dos leilões de
petróleo o déficit primário da União fechará o ano em R$ 80 bilhões, bem abaixo da meta fiscal proposta
pelo governo e aprovada pelo Congresso Nacional, de R$ 139 bilhões.
Caso a previsão se confirme, será o menor déficit desde 2014, quando o rombo das contas públicas
da União ficou em R$ 23,5 bilhões.
A exploração de petróleo nas áreas leiloadas também deverá aumentar a arrecadação com royalties
e impostos nos próximos anos. A ANP prevê que o valor repassado pelas petroleiras ao governo também
poderá mais que dobrar na próxima década, subindo dos atuais cerca de R$ 60 bilhões por ano para
cerca de R$ 70 bilhões a partir de 2024, chegando a R$ 300 bilhões até 2030.
O IBP projeta um crescimento na criação de postos de trabalho, com um pico de 388 mil novas vagas
em 2025.
Além dos impactos no volume de investimentos e na geração de empregos, o megaleilão pode ajudar
até a baratear o preço do dólar neste final de ano, segundo o Banco Central. Isso porque há uma
perspectiva de ingresso bilhões de dólares no país para pagar os bônus de assinatura, com possível
impacto no câmbio, uma vez que quanto mais dólar houver no mercado interno, mais ele tende a se
desvalorizar em relação à moeda local.
Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios79
País passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. Ministério da Economia avalia que
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo Bolsonaro.
Levantamento do Banco Mundial aponta que o Brasil caiu no ranking que mede a facilidade para fazer
negócios. O país passou da 109ª posição em 2018 para a 124º neste ano. O levantamento considera o
período entre os meses de maio dos dois anos.
O relatório anual "Doing Business" mede o impacto das leis e regulações e da burocracia no
funcionamento das empresas. Entre os itens avaliados estão o número de dias gastos na abertura de
empresas, no pagamento de impostos, na obtenção de alvarás de construção, na conexão com a rede
elétrica e no registro de uma propriedade, na obtenção de crédito e na execução de contratos e resolução
de insolvência.
O país melhorou em 3 dos 10 itens avaliados: abertura de empresas, registro de propriedades e
resolução de insolvências na Justiça.
79
Laís Lis. Brasil cai em ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/24/brasil-
cai-em-ranking-do-banco-mundial-que-mede-a-facilidade-para-fazer-negocios.ghtml. Acesso em 24 de outubro de 2019.
Avaliação
O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos
da Costa, afirmou que o resultado do ranking "Doing Business" é algo para se lamentar, mas que o
resultado não traduz as medidas implementadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.
Costa afirmou que se o relatório fosse feito hoje o país já teria uma melhora significativa no ranking.
"Os formulários foram preenchidos de fevereiro a início de março e, portanto, não traduzem ainda as
medidas implementadas por esse governo", afirmou.
Segundo Costa, a equipe econômica trabalha para entrar na lista dos 50 melhores resultados já no
final do mandato do presidente Jair Bolsonaro.
"Isso não é algo impossível. É algo factível e pé no chão. A Índia avançou mais de 60 posições nos
últimos 3 anos. É algo factível, o que precisa é de determinação, foco e vontade política", disse.
Pedido de revisão
O indicador que sofreu a maior queda de 2019 para 2020 foi o de obtenção de eletricidades que caiu
58 posições. Segundo Costa, a maior redução ocorreu no custo para instalação do serviço de energia
elétrica, quando o Banco Mundial levou em consideração um caso padrão ocorrido em uma empresa de
São Paulo.
Segundo o secretário especial de Modernização do Estado, José Ricardo da Veiga, o aumento de
custo para a instalação do serviço de energia foi muito grande e, como o serviço de energia elétrica é
regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), eles acreditam que pode ter havido um erro.
Essa revisão, no entanto, pode não alterar a posição do Brasil, mas, segundo o secretário, o que o
governo quer é a verdade sobre o tema.
Pagamento de impostos
O Brasil manteve a mesma pontuação do ano passado e aparece na 184ª posição no ranking de
pagamento de impostos. O Brasil continua sendo o país onde as empresas gastam mais tempo para
calcular e pagar impostos: 1.501 horas por ano em média.
Segundo o estudo, atualmente, o total da taxa tributária – valor dos impostos e das contribuições
obrigatórias – representa no Brasil 64,7% dos lucros. O melhor desempenho do estudo ficou em 26,1%
em 33 economias entre elas, Canadá, Dinamarca e Singapura.
Alvarás de construção
Já no aspecto da obtenção de alvarás para construção o Brasil piorou. Um dos motivos é o fato de
outras economias terem avançado mais. Segundo o levantamento do Banco Mundial, um grupo de dez
países realizou 20% das reformas econômicas registradas no ano em todo o mundo.
2018
A posição do país piorou com relação ao levantamento divulgado em outubro do ano passado quando
o Brasil avançou 16 posições, passando da 125º para o 109º lugar.
Segundo os dados do ano passado, Brasil facilitou o ambiente de negócios ao criar sistemas on-line
para simplificar o registro de empresas e foi o país que obteve o maior avanço no ranking entre as
economias da América Latina e Caribe.
Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a
economia?80
"O Parlamento brasileiro aprova a maior reforma da Previdência da história", disse o presidente do
Senado, Davi Alcolumbre, antes de anunciar o resultado da votação principal, em discurso que também
registrou a presença em Plenário do ministro da Economia, Paulo Guedes.
"O Parlamento mostra maturidade política, mostra responsabilidade. O Congresso Nacional cumpre
com as suas responsabilidades. O Parlamento brasileiro entrega a maior reforma da Previdência da
80
Ligia Guimarães. Reforma da Previdência: na versão final aprovada no Senado, quais mudanças podem ajudar a economia? BBC Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50148479. Acesso em 23 de outubro de 2019.
Menos desigualdade
Pela regra atual, podem aposentar-se os segurados do INSS que comprovarem um tempo mínimo de
contribuição, fixado em 35 anos para o homem e em 30 anos para a mulher, independentemente da idade.
"O Brasil não tem uma idade mínima para se aposentar, na média as pessoas se aposentam
precocemente, aos 55 anos de idade. O cara trabalha 35 anos, se aposenta com 55 anos e vive mais 30
anos como aposentado", diz Camargo, que explica que a idade mínima de aposentadoria não existe
apenas em poucos países, como Equador, Iraque, Síria, Argélia e Egito.
A criação de uma idade mínima é também a medida mais importante do texto para reduzir a
desigualdade social, defendem os economistas ouvidos pela BBC, já que, pela regra atual, quem se
aposentava mais cedo eram justamente os trabalhadores do setor formal e mais escolarizados, parte
menos vulnerável da sociedade.
"Quem se aposentava cedo? Quem tem nível superior, pouco risco de perder emprego e que ganha
mais — e que, se perder emprego, se recoloca mais rápido. É uma medida importante no aspecto da
justiça social", diz o economista Paulo Tafner, especialista em Previdência Social, doutor em ciência
política e pesquisador da Fipe/USP.
Outra mudança muito relevante dessa reforma, na avaliação de Tafner, é a que estabelece idade
mínima para a aposentadorias também dos servidores públicos, especialmente os que ingressaram antes
de 2003, e que atualmente têm regras mais privilegiadas e benefícios mais generosos para a
aposentadoria integral. Pelo texto aprovado nesta terça-feira, o benefício mínimo de aposentadoria para
servidores públicos será de 60% com 20 anos de contribuição, tanto para homens quanto para mulheres,
subindo 2 pontos percentuais para cada ano a mais de contribuição.
A regra, porém, valerá apenas para quem ingressou após 2003. Para aqueles que ingressaram até 31
de dezembro de 2003, a integralidade da aposentadoria (valor do último salário) será mantida para quem
se aposentar aos 65 anos (homens) ou 62 (mulheres).
Com uma tramitação marcada por disputas e discussões acaloradas sobre quem seriam os
privilegiados ou injustiçados pelas mudanças, as novas regras para aposentadorias foram alvo de críticas
até do próprio presidente Bolsonaro, que chegou a pedir aos parlamentares que os policiais tivessem
regras especiais para as aposentadorias, dizendo que foi um "erro" incluir a categoria, "aliada" do governo,
nas novas regras mais rígidas.
Esperança em Maia
Embora o governo Bolsonaro venha enfrentando uma série de crises internas - como a ruptura com os
próprios aliados do PSL e o vaivém de declarações em torno da indicação do filho, Eduardo Bolsonaro,
Destaques rejeitados
Em votações no painel eletrônico, os senadores rejeitaram dois destaques apresentados por partidos
da oposição para modificar o texto da reforma, segundo informações da Agência Senado. Outros dois
não foram votados.
Por 57 votos a 20, o Plenário rejeitou o destaque apresentado pelo senador Weverton (PDT-MA) que
retiraria da reforma a revogação de regimes de transição que ainda existem frutos de reformas de
governos anteriores.
Já o destaque do senador Telmário Mota (Pros-RR) foi rejeitado por 57 votos a 19. A intenção era
beneficiar trabalhadores na comprovação de tempo de serviço com insalubridade.
O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal81
81
Ana Luiza de Carvalho. O que é deflação e por que a queda de preços pode não ser bom sinal. Terra Economia. https://www.terra.com.br/economia/o-que-e-
deflacao-e-por-que-a-queda-de-precos-nao-e-bom-sinal,598898cf5309606fd2d8691c487b658a0mjfx1pp.html. Acesso em 10 de outubro de 2019.
Redução já era esperada pelo mercado financeiro e acontece em meio ao fraco desempenho da
economia brasileira. Nova taxa é a menor da série histórica do Banco Central.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (18/09), por
unanimidade, reduzir a Selic, taxa básica de juros da economia, de 6% ao ano para 5,5% ao ano.
O percentual, que já era esperado pelo mercado financeiro, é o menor desde o início do regime de
metas de inflação, em 1999. É também o menor da série histórica do Banco Central, que começou em
1986.
A Selic se manteve em 6,5% de março de 2018 a julho de 2019, quando recuou para 6%. A expectativa
de economistas é que, para a próxima reunião do comitê, no fim de outubro, haja mais um corte de 0,5
ponto percentual na taxa, caindo para 5% e permanecendo neste percentual até o fim de 2020.
O recuo na Selic acontece mesmo diante da recente alta no preço do petróleo, impulsionada por
ataques a instalações da petroleira estatal Aramco, na Arábia Saudita, no último sábado (14/09).
Segundo economistas, a disparada no petróleo pode aumentar o preço dos combustíveis e pressionar
a inflação nos próximos meses, mas a previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) ainda está abaixo da meta central de inflação para este ano.
Retomada gradual
Na nota explicativa para a redução, o Copom afirma que indicadores da atividade econômica
divulgados na última reunião, que aconteceu no dia 31 de julho, "sugerem retomada do processo de
recuperação da economia brasileira" e que "cenário do Copom supõe que essa retomada ocorrerá em
ritmo gradual".
O comitê afirma, porém, que em seu cenário básico para a inflação "permanecem fatores de risco em
ambas as direções". Entre os pontos elencados pelo comitê, estão o "nível de ociosidade elevado", que
poderia continuar produzindo "trajetória prospectiva abaixo do esperado".
Por outro lado, a nota fala em uma "eventual frustração" em relação às reformas e aos ajustes
necessários na economia brasileira, o que poderia "afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação
no horizonte relevante para a política monetária". Este risco, segundo o Copom, se intensifica em caso
de deterioração do cenário externo para economias emergentes.
"O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem
avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para a queda da taxa de juros
estrutural e para a recuperação sustentável da economia", diz a nota.
Para o comitê, os avanços na agenda de reforma "são fundamentais para consolidação do cenário
benigno para a inflação prospectiva".
82
Elisa Clavery. Copom reduz taxa básica de juros de 6% para 5,5% ao ano. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/18/copom-reduz-taxa-
basica-de-juros-de-6percent-para-55percent-ao-ano.ghtml. Acesso em 19 de setembro de 2019.
Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista83
Anúncio foi feito no Palácio do Planalto após reunião do presidente Bolsonaro com o conselho do
Programa de Parcerias de Investimentos. Viabilidade do plano será analisada pelo BNDES.
O governo federal anunciou nesta quarta-feira (21/08) um plano para privatizar nove empresas
estatais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto após uma reunião do presidente Jair Bolsonaro com o
conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Segundo a secretária especial do PPI, Martha Seillier, e o secretário de Desestatização, Salim Mattar,
o plano do governo envolve as seguintes empresas:
- Telecomunicações Brasileiras S/A (Telebras);
- Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios);
- Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp);
- Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev);
- Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro);
- Empresa Gestora de Ativos (Emgea);
- Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec);
- Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp);
- Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF).
Durante a apresentação do plano, o governo falou em também incluir creches, presídios e parques no
programa de privatizações, mas não explicou quais seriam os projetos. O G1 procurou a assessoria do
PPI e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
O governo prevê a concessão dos parques nacionais de Lençóis Maranhenses (MA) e Jericoacoara
(CE); e a renovação, em 2020, da concessão do Parque Nacional do Iguaçu (PR).
Próximos passos
A viabilidade do plano ainda depende de análise do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES).
Por decisão do Supremo Tribunal Federal, é proibida a privatização de estatais sem aprovação do
Congresso. Pela mesma decisão, o governo só pode vender as subsidiárias.
De acordo com o governo, esses estudos vão indicar se há condições de mercado para concretizar a
venda das estatais. As análises também poderão recomendar a manutenção da estatal ou a extinção da
empresa.
Segundo o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a carteira atual do PPI conta com 18 ativos e está
estimada em R$ 1,3 trilhão. A estimativa do governo, acrescentou o ministro, é passar para R$ 2 trilhões
com o anúncio desta quarta-feira.
Entre os 18 ativos da carteira, estão a Eletrobras, a Trensurb, a CBTU e a Casa da Moeda.
Eletrobras
Mais cedo, nesta quarta-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia(DEM-RJ), afirmou que
a Eletrobras deverá ser privatizada "o mais rápido possível". A privatização da estatal depende de aval
do Congresso.
Nesta terça-feira (20/08), a Câmara derrubou uma medida provisória (MP) que previa aporte de R$ 3,5
bilhões para a empresa.
A privatização da Eletrobras é um assunto que vem sendo debatido desde o governo Michel Temer.
Correios
Em entrevista nesta quarta, Bolsonaro antecipou que os Correios estariam na lista de privatizações.
83
Gustavo Garcia. Mateus Rodrigues e Yvna Souza. Governo anuncia plano para privatizar nove empresas estatais; veja lista. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/21/governo-anuncia-plano-para-privatizar-nove-empresas-estatais.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2019.
EBC
De acordo com o ministro Onyx Lorenzoni, não houve definição na reunião desta quarta-feira sobre o
que será feito com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela Agência Brasil e pela TV
Brasil.
Petrobras
Durante a coletiva, Onyx Lorenzoni disse que o governo ainda não tem uma definição sobre a
possibilidade de se privatizar a Petrobras.
“Nós ainda não temos uma definição do ministério, nem do governo nem da empresa no sentido de
colocá-la como um todo dentro do PPI”, afirmou o ministro da Casa Civil
Ações do BB
De acordo com o governo, um dos ativos que poderá ser vendido é um conjunto de ações do Banco
do Brasil que a União detém, o que pode gerar um faturamento de cerca de R$ 1 bilhão.
Senado aprova MP da liberdade econômica e retira trecho sobre trabalho aos domingos84
O Senado aprovou nesta quarta-feira (21/08) a medida provisória conhecida como MP da liberdade
econômica.
O texto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados e seguirá para o presidente Jair Bolsonaro decidir
se sanciona, veta parcialmente ou veta a íntegra da proposta.
Durante a votação desta quarta-feira, os senadores decidiram retirar da MP o trecho aprovado pela
Câmara que permitia trabalho aos domingos e feriados. Segundo o presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (DEM-AP), o tema será discutido posteriormente via projeto de lei.
A CLT prevê que o descanso "deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte", e a proposta
aprovada pela Câmara previa o descanso "preferencialmente aos domingos", abrindo espaço para a
concessão do benefício em outros dias da semana.
Quando o Senado muda um projeto enviado pela Câmara, a proposta é submetida a uma nova votação
pelos deputados.
No caso da MP da liberdade econômica, porém, os senadores consideraram o trecho sobre trabalho
aos domingos como "matéria estranha". Com isso, o projeto seguirá para sanção sem ter de voltar à
Câmara.
O texto altera o Código Civil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro e modifica as regras de direito civil, administrativo, empresarial e trabalhista,
entre outros.
Substituição do e-Social
O Sistema de Escrituração Digital de Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, que unifica o
envio de dados sobre trabalhadores, será substituído por um sistema de informações digitais de
obrigações previdenciárias e trabalhistas.
'Abuso regulatório'
A proposta cria a figura do "abuso regulatório", infração cometida pela administração pública quando
editar norma que "afete ou possa afetar a exploração da atividade econômica". O texto estabelece as
situações que poderão ser enquadradas como "abuso regulatório" e determina que normas ou atos
administrativos estarão inválidos:
- criar reservas de mercado para favorecer um grupo econômico em prejuízo de concorrentes;
- redigir normas que impeçam a entrada de novos competidores nacionais ou estrangeiros no mercado;
- exigir especificação técnica desnecessária para o objetivo da atividade econômica;
- criar demanda artificial ou compulsória de produto, serviço ou atividade profissional, "inclusive de uso
de cartórios, registros ou cadastros";
- colocar limites à livre formação de sociedades empresariais ou atividades econômicas não proibidas
em lei federal.
Negócios jurídicos
O texto também muda o trecho do Código Civil que trata dos negócios jurídicos – acordos celebrados
entre partes, com um objetivo determinado, com consequências jurídicas. A proposta inclui um dispositivo
no Código Civil que prevê que as partes de um negócio poderão pactuar regras de interpretação das
regras oficializadas no acordo, mesmo que diferentes das previstas em lei.
Registros públicos
A MP prevê que registros públicos, realizados em cartório, podem ser escriturados, publicados e
conservados em meio eletrônico. Entre os registros que podem atender às novas regras estão o registro
civil de pessoas naturais; o de constituição de pessoas jurídicas; e o registro de imóveis.
Segundo estudo, Brasil vive o mais longo aumento contínuo da concentração de renda já registrado.
A desigualdade de renda no Brasil aumentou no 2º trimestre de 2019 pelo 17º trimestre consecutivo,
o que representa o ciclo mais longo já registrado no país, segundo pesquisa da FGV Social, a partir de
dados da PNAD Contínua do IBGE.
De acordo com o estudo "Escalada da Desigualdade", do economista Marcelo Neri, trata-se de um
recorde de duração nas séries históricas brasileiras: 4 anos e 3 meses.
"Nem mesmo em 1989 que constitui o pico do nosso piso histórico de desigualdade brasileira houve
um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos".
O chamado índice Gini, que mede a concentração de renda, passou de 0,6003 no 4º trimestre de 2014
para 0,6291 no 2º trimestre de 2019.
De 2014 a 2019, a renda do trabalho da metade mais pobre da população caiu 17,1%, segundo o
estudo. Já a renda dos 1% mais rico subiu 10,11% nesse período. Já a renda da fatia da população
considerada de classe média (posicionada entre os 40% intermediários) teve queda de 4,16%.
85
G1. Desigualdade de renda cresce há 17 trimestres consecutivos no país, aponta FGV. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/16/desigualdade-de-renda-cresce-ha-17-trimestres-consecutivos-no-pais-aponta-fgv.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.
6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma
recessão86
Mercado de títulos atingiu um patamar incomum que muitas vezes antecede uma recessão ou pelo
menos uma desaceleração significativa no crescimento econômico.
O pânico tomou conta das bolsas de valores nesta quarta-feira (14/08) em meio a temores envolvendo
a guerra comercial entre China e Estados Unidos e a saúde da economia global.
Os três principais mercados de ações americanos fecharam em queda de 3%, e analistas apontam
sinais de que os EUA podem estar em recessão.
No Brasil, a Bovespa despencou, fechando o dia em queda de 2,94%. O dólar avançou e fechou em
4,038 frente ao real brasileiro.
Os mercados europeus já estavam assustados com as notícias de que o PIB da Alemanha recuou no
segundo trimestre e que o crescimento industrial da China em julho atingiu o menor patamar em 17 anos.
O FTSE 100 (índice com cem papéis importantes negociados na Bolsa de Londres) fechou em queda
de 1,5%, enquanto Bolsas na Alemanha e na França perderam mais de 2%.
E mais um novo ataque ao Banco Central americano feito pelo presidente Donald Trump ajudou a
alimentar a corrida por ativos mais seguros, a exemplo do ouro - que subiu mais de 1%.
Mas um dos maiores temores veio dos sinais emitidos pelo mercado americano de títulos. O
rendimento dos títulos do Tesouro de 2 anos e de 10 anos inverteu-se pela primeira vez desde junho de
2007.
Esse estranho fenômeno, chamado de inversão da curva de juros, é visto como um indicador confiável
de uma recessão ou forte desaceleração.
O índice de volatilidade CBOE - o chamado "índice do medo" - saltou 4,26 pontos, para 21,78. Todos
os 11 setores principais do índice S&P 500 estavam no vermelho, com os segmentos de energia e de
financiamento sofrendo a maior perda percentual.
Bancos também caíram fortemente, como o Citigroup (mais de 5%).
86
BBC. 6 perguntas sobre o pânico global que fez as bolsas de valores despencarem temendo uma recessão. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/14/6-perguntas-sobre-o-panico-global-que-fez-as-bolsas-de-valores-despencarem-temendo-uma-recessao.ghtml.
Acesso em 15 de agosto de 2019.
10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT87
No Brasil, essa fatia da população recebe cerca de 41% do total; desigualdade vinha caindo, mas
tendência foi interrompida pela crise. Dados são de 2017.
A concentração da renda do trabalho mostrou leve queda em 2017, segundo dados divulgados nesta
quinta-feira (04/07) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Apesar do recuo, os 10% mais
ricos continuam recebendo quase 50% de toda a renda do trabalho gerada.
O relatório, que abrange 189 países, mostra que, naquele ano, os 10% mais ricos do mundo receberam
48,95% da renda do trabalho – no ano anterior, esse percentual havia sido levemente maior, de 49,23%.
Já os 10% mais pobres receberam 0,15% da renda, mesmo patamar registrado desde 2014. Mesmo a
fatia dos 50% mais pobres ainda é muito pequena: representa apenas 6,4% do total.
"Ainda que os níveis de desigualdade de renda sigam muito altos, eles mostraram uma redução
substancial entre 2004 e 2017", diz OIT.
Um trabalhador entre os 10% mais ricos recebeu, em média, US$ 7.445 por mês em 2017. Já os que
estão entre os 10% mais pobres tiveram uma renda média mensal de apenas US$ 22. Considerando
todos os 50% mais pobres, a renda foi de US$ 198, segundo a OIT.
A OIT destaca, ainda que a renda do trabalho corresponde a 51,4% de toda a renda gerada. Os outros
48,6% se referem à renda do capital – ou seja, remuneraram os proprietários do dinheiro. "É importante
ressaltar que a participação do capital aumentou nos últimos anos", aponta a entidade.
87
G1. 10% mais ricos recebem quase 50% da renda do trabalho no mundo, diz OIT. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/10percent-
mais-ricos-recebem-quase-50percent-da-renda-do-trabalho-no-mundo-diz-oit.ghtml. Acesso em 04 de julho de 2019.
"Os dados mostram que, em termos relativos, os aumentos nos rendimentos da mão-de-obra estão
associados a perdas para todos os outros, com trabalhadores de classe média e baixa renda observando
sua participação no declínio da renda", explica o diretor de produção de dados da Unidade de Análise da
OIT, Steven Kapsos, por meio de comunicado obtido pelo Valor.
Governo precisa de autorização do Congresso para emitir R$ 248,9 bilhões em dívidas e não
interromper Bolsa Família, Plano Safra e pagamento de aposentadorias.
Com as contas públicas desequilibradas, o governo Jair Bolsonaro pode ficar sem dinheiro já nas
próximas semanas para oferecer crédito barato aos produtores rurais e pagar despesas cruciais como
Bolsa Família e aposentadorias do INSS.
Para evitar esse problema, o Planalto precisa que o Congresso aprove em até duas semanas
autorização para emitir quase R$ 249 bilhões em dívida.
Se o Congresso não autorizar a União a fazer essa captação de recursos se endividando, o presidente
terá uma escolha difícil na ponta da caneta: cancelar as despesas e agravar a crise econômica do país
ou mantê-las e correr o risco de sofrer um processo de impeachment.
Por trás desse possível dilema está a chamada "regra de ouro" - norma constitucional que proíbe o
governo de fazer dívidas para bancar despesas correntes (gastos com administração e serviços públicos,
como salários de servidores, benefícios sociais, vacinas, material escolar, contas de luz, etc), salvo se
houver autorização expressa do Congresso.
O objetivo da restrição é evitar um descontrole da dívida pública e garantir que gerações futuras não
tenham de arcar com despesas feitas no passado.
"Pode até não aprovar (o crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões), mas aí você está diante de um
quadro que é eventualmente de colapso social e econômico", alertou o secretário de Macroavaliação
Governamental do Tribunal de Contas da União (TCU), Leonardo Albernaz, durante audiência na
Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso há duas semanas.
O relator do Projeto de Lei que trata do tema, deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), apresentará na
quarta-feira (05/06) seu texto para votação na CMO, recomendando a liberação do crédito.
A expectativa é de que o valor seja aprovado e, no mesmo dia, a matéria seja votada em sessão
conjunta do Senado e da Câmara convocada pelo presidente do Congresso, senador David Alcolumbre
(DEM-AP).
88
BBC. Entenda a regra que pode congelar os recursos do governo Bolsonaro nas próximas semanas. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/04/entenda-a-regra-que-pode-congelar-os-recursos-do-governo-bolsonaro-nas-proximas-
semanas.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 05 de junho de 2019.
PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 201689
Não houve revisão do resultado do 4º trimestre, afastando a chance de o país já ter entrado em uma
recessão técnica. Segundo IBGE, consumo das famílias impediu PIB ainda pior.
89
Darlan Alvarenga. Daniel Silveira. PIB do Brasil cai 0,2% no 1º trimestre e tem primeira retração desde 2016. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/30/pib-do-brasil-cai-02percent-no-1o-trimestre-diz-ibge.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019.
Não houve revisão do resultado do 4º trimestre de 2018 (alta de 0,1% na comparação com os 3 meses
anteriores), afastando assim a chance de o país já ter entrado em uma recessão técnica como temia parte
dos analistas.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 0,5% entre janeiro e março,
pior resultado desde o 1º trimestre de 2017 (0,1%), representando uma desaceleração significativa em
relação aos meses anteriores (1,1% no 4º trimestre de 2018 e 1,3% no 3º trimestre de 2018).
Desse total, 3,3 milhões estão desocupados há dois anos ou mais. Taxa de desemprego entre jovens
de 18 a 24 anos sobe para 27,3%.
Dados divulgados nesta quinta-feira (16/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) mostram que 5,2 milhões de desempregados procuram emprego há mais de 1 ano. Esse universo
representa 38,9% dos desempregados no país.
Do total de pessoas na fila do desemprego, 3,3 milhões (24,8%) estão desocupados há dois anos ou
mais, uma alta de 9,8% na comparação com o 1º trimestre de 2018.
Ainda segundo o IBGE, 6 milhões de pessoas (45,4% do total) estão procurando emprego há mais de
1 mês e menos de 1 ano, e 2,1 milhões estão na fila do desemprego há menos de 1 mês.
90
Darlan Alvarenga. 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano, aponta IBGE. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/16/52-milhoes-de-desempregados-procuram-trabalho-ha-mais-de-1-ano-aponta-ibge.ghtml. Acesso em 16 de maio
de 2019
Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%91
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Karina Trevisan. Pesquisa mostra que 30% das mulheres deixam trabalho por causa dos filhos; homens são 7%. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/05/10/pesquisa-mostra-que-30percent-das-mulheres-deixam-trabalho-por-causa-dos-filhos-
homens-sao-7percent.ghtml. Acesso em 10 de maio de 2019.
Nas entrevistas de emprego, as perguntas às candidatas sobre maternidade são frequentes entre os
recrutadores. Segundo a pesquisa da Vagas.com, quase 71% das entrevistadas disseram ter sido
perguntadas sobre filhos e planos de engravidar em seu processo seletivo mais recente.
Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para
caminhoneiros92
92
Taís Laporta. Petrobras vai reajustar diesel com intervalo mínimo de 15 dias e anuncia cartão para caminhoneiros.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/26/petrobras-decide-que-preco-do-diesel-ficara-ate-15-dias-sem-reajuste.ghtml. Acesso em 27 de março de 2019
Segundo a companhia, a paridade internacional será mantida, evitando práticas que poderiam
caracterizar monopólio, já que possui 98% da capacidade de refino do Brasil.
Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a adoção de um mecanismo de proteção
financeira para aumentar os intervalos de reajustes nos preços da gasolina nas refinarias em até 15 dias.
O objetivo era dar mais flexibilidade à sua política de preços.
Programa de subsídio
O programa de subsídio ao diesel foi estabelecido em junho, após o governo fechar um acordo com
caminhoneiros para encerrar os protestos que paralisaram o país.
O preço de comercialização para a Petrobras e outros agentes que participam do programa, incluindo
alguns importadores, foi congelado naquele mês a R$ 2,0316 por litro.
Empresas como a Petrobras que aderiram ao plano precisavam praticar preços estipulados pelo
governo e eram ressarcidas em até 30 centavos por litro, dependendo do cenário de preços externos.
País aguarda uma resposta a seu pedido para tornar-se membro da organização; nesta terça, EUA
manifestaram apoio, mas exigem que país retire tratamento especial na OMC.
Há quase dois anos, o Brasil aguarda uma resposta sobre seu pedido para tornar-se membro da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o chamado “clube dos ricos”.
O país é "parceiro-chave" da organização desde 2007.
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer. Mas nada foi decidido por
falta de acordo entre os países membros – tendo os Estados Unidos como um dos maiores empecilhos.
Além do Brasil, outros cinco países também aguardam uma decisão para entrar na OCDE: Argentina,
Peru, Croácia, Bulgária e Romênia. O Brasil foi o último a solicitar o ingresso.
Inicialmente, o governo americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e
queria que a Argentina tivesse preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos
atrapalharia o funcionamento da organização.
93
G1. Entenda o que está em jogo na relação entre o Brasil e a OCDE. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/03/19/entenda-o-que-esta-em-jogo-na-relacao-
entre-o-brasil-e-a-ocde.ghtml. Acesso em 20 de março de 2019.
Questões
01. (IDAF/AC – Técnico em Defesa Agropecuária e Florestal – IBADE – 2020) O presidente Jair
Bolsonaro assinou nesta sexta-feira, 20 de setembro de 2019, a medida provisória (...) que pretende
diminuir a burocracia e facilitar a abertura de empresas, focando em micro e pequenos negócios. Entre
as principais mudanças, a MP flexibiliza algumas regras trabalhistas, como o registro de ponto, e elimina
alvarás para atividades de baixo risco.
(Veja, 20/09/2019. Disponível em: < http:// http://bit.ly/2OBUSm1>. Adaptado)
A notícia refere-se à:
(A) Medida Provisória de Livre Mercado.
(B) Medida Provisória de Flexibilização das Leis Trabalhistas.
(C) Medida Provisória de Incentivo ao Emprego.
(D) Medida Provisória da Reforma Trabalhista.
(E) Medida Provisória da Liberdade Econômica.
04. (Metrô/SP – Agente de Segurança – FCC/2019) O presidente dos Estados Unidos afirmou em
março/2019, que irá apoiar a entrada do Brasil numa determinada instituição internacional, um pleito
brasileiro. "Eu estou apoiando o Brasil”, disse, no Salão Oval da Casa Branca, onde recebeu o presidente
brasileiro. O pleito é visto pelo Brasil como um selo de confiança internacional e tem sido defendido pelo
Ministro da Economia.
O Brasil pretende ser aceito
(A) na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
(B) no Conselho de Segurança da ONU.
(C) na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
(D) no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD).
(E) na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Gabarito
Comentários
01. Resposta: E
De acordo com texto noticiado pelo Senado, “A lei é originada da MP 881/2019, aprovada pelo Senado
em 21 de agosto. A lei flexibiliza regras trabalhistas, como dispensa de registro de ponto para empresas
com até 20 empregados, e elimina alvarás para atividades consideradas de baixo risco.”.
02. Resposta: A
Em processo definido em junho de 2019, a maioria dos ministros do STF concordou com a flexibilização
das regras para a comercialização de estatais.
03. Resposta: D
O economista Roberto Campos Neto tomou posse como presidente do Banco Central (BC), em reunião
privada no Palácio do Planalto no dia 28 de fevereiro de 2019. Ele assume o lugar de Ilan Goldfajn, que
estava no comando da instituição desde junho de 2016.
04. Resposta: A
A OCDE é uma organização que visa promover a cooperação e discussão de políticas públicas e
econômicas para guiar os países que dela fazem parte.
O pedido do Brasil foi feito pelo governo do então presidente Michel Temer e inicialmente, o governo
americano relutou em permitir a entrada simultânea de vários postulantes e queria que a Argentina tivesse
preferência sobre o Brasil, alegando que a análise de vários pedidos atrapalharia o funcionamento da
organização.
05. Resposta: E
De acordo com texto noticiado na Folha de SP, “A projeção do mercado financeiro para o PIB de 2019
é de 0,87%, segundo o Boletim Focus do Banco Central. O governo prevê um crescimento ligeiramente
menor, de 0,85%.”.
Transporte
saúde
Bolsonaro sanciona lei que altera regras do Código de Trânsito94
Texto prevê CNH com até 40 pontos para alguns motoristas e estende validade do documento.
Bolsonaro vetou restrições à circulação de motos.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta terça-feira (13/10), com vetos, a lei que faz alterações no
Código de Trânsito Brasileiro, informou a Secretaria-Geral da Presidência. Entre outras mudanças,
o projeto amplia a validade e o número de pontos da carteira de habilitação
O texto foi publicado no "Diário Oficial da União" na madrugada desta quarta-feira (14/10). As novas
regras entrarão em vigor 180 dias após a publicação da lei.
Os trechos retirados por Bolsonaro serão reanalisados pelo Congresso Nacional, que pode restaurar
as medidas ou derrubá-las em definitivo. A Câmara aprovou a versão final do projeto no último dia 22, e
Bolsonaro tinha até esta quarta para concluir a análise.
Uma das principais mudanças feitas no Congresso prevê que em casos de lesão corporal e homicídio
causados por motorista embriagado, mesmo que sem intenção, a pena de reclusão não pode ser
substituída por outra mais branda, que restringe direitos.
Atualmente, a legislação diz que a prisão pode ser substituída por penas restritivas de direitos se o
crime for culposo (sem intenção). Dessa forma, se um motorista embriagado ou sob efeito de drogas
pratica lesão corporal e até homicídio, a condenação pode ser convertida em uma pena alternativa.
Pontos da proposta original enviada pelo governo, como a retirada da multa para quem transportar
criança sem a cadeirinha, nem chegaram a ser aprovados por deputados e senadores.
O projeto foi tratado como prioridade pelo governo. Em junho do ano passado, o próprio presidente
Jair Bolsonaro foi pessoalmente à Câmara para entregar o texto.
Validade da CNH
O texto sancionado amplia o prazo para a renovação da renovação da CNH e dos exames de aptidão
física e mental, de acordo com as seguintes situações:
- 10 anos para condutores com menos de 50 anos;
- 5 anos para condutores com idade igual ou superior a 50 anos e inferior a 70 anos;
- 3 anos para condutores com 70 anos ou mais.
O texto prevê, ainda, que, em caso de indícios de deficiência física ou mental ou de progressividade
de doença que diminua a capacidade de condução, o perito examinador pode diminuir os prazos para a
renovação da carteira.
94
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Bolsonaro sanciona lei que altera regras do Código de Trânsito. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/13/bolsonaro-sanciona-texto-que-altera-regras-do-codigo-de-transito.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2020.
Pontos na CNH
O projeto também prevê limites diferentes de pontuação na carteira de motorista, antes da suspensão,
no prazo de 12 meses:
- 40 pontos para quem não tiver infração gravíssima;
- 30 pontos para quem possuir uma gravíssima;
- 20 pontos para quem tiver duas ou mais infrações do tipo.
Outras mudanças
Cadeirinha
O projeto aprovado determina também a obrigatoriedade do uso da cadeirinha para crianças de até 10
anos que ainda não atingiram 1,45 m de altura. A cadeirinha deve se adequar à idade, peso e altura da
criança.
Pelo texto, o descumprimento desta regra ocasionará uma multa correspondente a uma infração
gravíssima.
A proposta original do governo previa que a punição para o descumprimento fosse apenas uma
advertência por escrito, sem a multa. Pela proposta do Executivo, endurecida pelo relator, a cadeirinha
seria necessária para crianças de até 7 anos e meio.
Exames toxicológicos
Sobre a renovação da carteira de habilitação, o texto também mantém a obrigatoriedade de exames
toxicológicos para motoristas das categorias C, D e E.
O fim da obrigatoriedade do exame era um dos pontos polêmicos do texto e foi alvo de críticas de
parlamentares e entidades ligadas ao setor.
Segundo a proposta, quem tem idade inferior a 70 anos também terá que se submeter ao exame a
cada dois anos e meio, independentemente da validade da CNH. Objetivo é impedir que eventual
mudança do prazo da carteira implique em alteração na periodicidade do exame.
Recall
O projeto torna o recall das concessionárias – convocação de proprietários para reparar defeitos
constatados nos veículos – uma condição para o licenciamento anual do veículo a partir do segundo ano
após o chamamento.
Cadastro positivo
A proposta cria o Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), em que serão cadastrados os
condutores que não tenham cometido infração de trânsito sujeita a pontuação nos últimos 12 meses.
O cadastro positivo vai possibilitar que estados e municípios concedam benefícios fiscais e tarifários
aos condutores cadastrados.
Inicialmente, o relatório previa que, na Semana Nacional de Trânsito, comemorada em setembro,
haveria um sorteio no valor de 1% do montante arrecadado com as multas para premiar os motoristas do
cadastro. Contudo, o deputado Juscelino Filho retirou essa parte ao acolher uma emenda de plenário.
Escolas de trânsito
O projeto prevê a criação de “escolas públicas de trânsito” para crianças e adolescentes com aulas
teóricas e práticas sobre legislação, sinalização e comportamento no trânsito.
Consulta pública
As propostas de normas regulamentares a serem editadas pelo Contran deverão ser submetidas a
consulta pública antes da entrada em vigor. O objetivo é dar mais transparência às decisões do conselho.
Multas administrativas
O parecer propõe a isenção de pontos na carteira de motorista em algumas situações de infrações de
natureza administrativa, por exemplo:
- conduzir veículo com a cor ou característica alterada;
- conduzir veículo sem os documentos de porte obrigatório;
- portar no veículo placas em desacordo com as especificações e modelos estabelecidos pelo Contran;
- deixar de atualizar o cadastro de registro do veículo ou de habilitação do condutor.
Penalidade de advertência
O texto define, ainda, que para infrações leves ou médias deve ser imposta a penalidade de
advertência por escrito, em vez de multa, se infrator não tiver cometido nenhuma outra infração nos
últimos 12 meses.
Atualmente, a legislação já permite essa possibilidade se a autoridade de trânsito "entender esta
providência como mais educativa" e desde que o motorista não tenha cometido a mesma infração nos
últimos 12 meses.
Faróis
O texto determina a obrigatoriedade de manter os faróis acesos durante o dia, em túneis e sob chuva,
neblina ou cerração, e à noite.
O Senado fez uma alteração, mantida na Câmara, para restringir a obrigatoriedade do uso de faróis
baixos durante o dia em rodovias de pista simples apenas àquelas situadas fora dos perímetros urbanos.
Ao acolher essa mudança, Juscelino Filho diz que o uso de faróis nas cidades "poderia ter efeito
contrário, ao equiparar todos os demais veículos aos ônibus e às motos, que hoje já são obrigados a
transitar com farol acesso, para serem diferenciados e melhor percebidos no trânsito urbano."
A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de covid-19. Aéreas comunicaram nos últimos
dias reduções de capacidade e suspensão de vários voos.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as empresas Gol, Latam, MAP,
VoePass e Two Flex, informou hoje que as suas associadas já registram, em média, uma queda de 50%
na demanda por voos domésticos e redução de 85% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo
período do ano passado. A queda é associada ao rápido avanço da pandemia de Covid-19.
As companhias Gol e Latam comunicaram nos últimos dias reduções de capacidade e suspensão de
vários voos para enfrentar o que a associação classificou como "a maior crise da história da aviação
comercial".
A Gol anunciou a suspensão dos voos internacionais entre 23 de março e 30 de junho e redução da
malha doméstica entre 50% e 60%. A Latam Airlines, por sua vez, anunciou redução de 90% dos voos
internacionais e de 40% nos voos domésticos.
A Azul, que não é associada da Abear, anunciou redução de 20% a 25% na capacidade total em março
e entre 35% e 50% em abril e meses seguintes.
Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 3196
Depois de vários adiamentos, a partir do dia 31 de janeiro, será obrigatório o uso das placas do
Mercosul em todos os estados brasileiros. O prazo, portanto, atende ao estipulado na Resolução n°
780/2019 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), de julho do ano passado. A determinação é de
que as unidades federativas do país devam utilizar o novo padrão de placas de identificação Veicular
(PIV).
Embora a adoção do sistema de placas do Mercosul tenha sido anunciada em 2014, e deveria ter
entrado em vigor em janeiro de 2016, a implantação do registro foi adiada seis vezes. Devido a disputas
judiciais, a implantação ficou para 2017. Depois foi adiada mais uma vez para que os órgãos estaduais
de trânsito pudessem se adaptar ao novo modelo e credenciar as fabricantes das placas.
Dos 26 estados do Brasil, já aderiram à nova PIV: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia.
Código QR
Todas as placas contarão com um código de barras dinâmico do tipo Quick Response Code (QR
Code), com números de série e acesso às informações do banco de dados dos fabricantes e estampador
da placa. O objetivo disso é controlar a produção, logística, estampagem e instalação das placas nos
respectivos veículos, além de verificar a autenticidade.
95
Valor Online. Demanda de voos domésticos cai 50% e de internacionais, 85%, diz Abear. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/18/demanda-de-voos-domesticos-cai-50percent-e-de-internacionais-85percent-diz-abear.ghtml. Acesso em 20 de
março de 2020.
96
Luiz Felipe Kessler. Cuidado com a multa: novas placas do Mercosul vão passar a ser obrigatórias a partir do dia 31. https://seucreditodigital.com.br/novas-placas-
do-mercosul-vao-ser-obrigatorias/. Acesso em 22 de janeiro de 2020.
Com autorização, publicada no 'Diário Oficial da União' desta quinta, motoristas poderão recolher
tributos e ter direito a contar tempo para aposentadoria, entre outros benefícios.
Os motoristas de aplicativo independentes, profissão que vem ganhando adeptos nos últimos anos,
receberam autorização do governo, por meio de resolução publicada no "Diário Oficial da União" desta
quinta-feira (08/08), para serem considerados microempreendedores individuais.
Esse programa foi criado há dez anos atrás para incentivar a formalização de pequenos negócios e de
trabalhadores autônomos como vendedores, doceiros, manicures, cabeleireiros, eletricistas, entre outros,
a um baixo custo.
Podem aderir ao programa os negócios que faturam até R$ 81 mil por ano (ou R$ 6,7 mil por mês) e
que têm no máximo um funcionário.
Atualmente, o custo mensal do registro é de R$ 49,90, que pode ser acrescido de R$ 1 se o ramo
exercido for comércio ou indústria (ICMS), ou de R$ 5, em ISS, se for do ramo de serviços - totalizando
R$ 54,90. Se o negócio envolver essas três atividades (comércio, indústria e serviços), o valor mensal é
de R$ 55,90.
Além de contribuir mensalmente, o microempreendedor também deve entregar anualmente a
Declaração Anual do Simples Nacional – Microempreendedor Individual (DASN SIMEI), manter o controle
mensal do faturamento, emitir notas fiscais para pessoas jurídicas, guardar as notas fiscais de compra e
venda e realizar os recolhimentos obrigatórios (se tiver um funcionário).
Quando estão adimplentes, os pequenos empresários têm direito aos benefícios da chamada rede de
proteção social: salário-maternidade (a partir de 10 meses de contribuição); aposentadoria por invalidez
e auxílio-doença (após 12 meses de contribuição); de auxílio-reclusão e pensão por morte para seus
dependentes. Além disso, também não podem contar esse tempo para a aposentadoria por idade.
O registro de MEIs permite ao microempreendedor ter CNPJ, a emissão de notas fiscais, o aluguel de
máquinas de cartão e o acesso a empréstimos (com juros mais baratos). Além disso, também poderá
vender seus produtos, ou serviços, para o governo, além de ter acesso ao apoio técnico do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
No Portal do Empreendedor, há quase 500 atividades listadas que podem ser exercidas por
microempreendedores individuais. Entre elas, carreiras mais tradicionais, como cabeleireiros e
açougueiros, algumas mais recentes, como "bikeboys", e outras exóticas, como comerciante de artigos
eróticos, de perucas e humorista e contador de histórias.
Nos últimos 5 anos, desde o período pré-recessão, o número de MEIs no país já cresceu mais de
120%. Segundo avaliação do Sebrae DF, o forte crescimento no número de microempreendedores nos
últimos anos tem relação com o fraco nível de atividade da economia, que registrou recessão em 2015 e
2016.
97
Alexandro Martello. Motorista de aplicativo poderá aderir a programa de microempreendedor individual. G1.
https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2019/08/08/motorista-de-aplicativo-ganha-autorizacao-para-ser-microempreendedor-individual.ghtml. Acesso em 08 de
agosto de 2019.
Anúncio foi feito pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista coletiva no Palácio do
Planalto. Dinheiro deverá ser usado para compra de pneus e manutenção dos veículos.
O governo federal anunciou nesta terça-feira (16/04) uma linha de crédito de até R$ 30 mil, via Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para caminhoneiros autônomos. Também
anunciou o investimento de R$ 2 bilhões em rodoviais.
O anúncio foi feito no Palácio do Planalto pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
"O governo anuncia neste momento uma linha de crédito específica para caminhoneiros autônomos
de até R$ 30 mil para compra de pneus e manutenção dos veículos", afirmou Onyx.
De acordo com o ministro, serão liberados R$ 500 milhões na linha de crédito, que poderá ser
acessada pelos caminhoneiros primeiro nos bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, e depois nos
“demais bancos e cooperativas de crédito de todo o Brasil.”
Além disso, segundo Onyx, poderão tomar o empréstimo apenas caminhoneiros autônomos que
tenham até dois caminhões por CPF.
Rodovias
Onyx afirmou que, dos R$ 2 bilhões para as rodovias, cerca de R$ 900 milhões serão usados para
manutenção. Ele afirmou que as chuvas intensas do verão, aliadas ao transporte rodoviário,
prejudicaram estradas em todo o país.
"Historicamente, há muitos anos nós não tínhamos chuvas tão intensas e tão difusas no Brasil. Nós
já não tínhamos uma manutenção das rodovias brasileiras", afirmou Onyx.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, também presente à entrevista coletiva no Palácio do
Planalto, informou que, entre as obras previstas, está a pavimentação da BR-163, que liga o Centro-
Oeste ao Norte do país.
A via é muito usada para transporte de carga até o porto de Miritituba, no Pará, mas enfrenta
problemas como atoleiros, que geram filas de caminhões.
De acordo com o Ministério da Infraestrutura, os investimentos vão para:
- BR-381/MG: conclusão de 66 km
- BR-116/RS: conclusão de 69 km de duplicação
- Entrega da Ponte do Guaíba, no Rio Grande do Sul
- BR-163/PA: pavimentação até o porto de Miritituba
- BR-101/BA: duplicação de 84 km
- BR-242/MT: licenciamento ambiental e construção de 8 pontes de concreto que substituirão pontes
de madeira
- BR-135/MA: complementação do trecho de Estiva a Bacabeira
De acordo com Onyx, o dinheiro a ser usado para as obras nas rodovias deverá ser compensado no
orçamento dos ministérios com cortes de despesas.
Preço do diesel
Onyx foi questionado sobre a política do governo para o preço do diesel. Ele afirmou que o tema é
uma das reivindicações dos caminhoneiros e será tratado em reunião na tarde desta terça entre o
presidente Jair Bolsonaro, a equipe econômica e representantes da Petrobras.
Na semana passada, Bolsonaro determinou que a estatal suspendesse um reajuste previsto para o
diesel. A ação do presidente foi vista pelo mercado como interferência política na Petrobras.
"Vai haver uma reunião agora à tarde, que já está anunciada, entre o presidente, o Ministério da
Economia, outros ministérios e a Petrobras, que vão discutir esse tema. Agora, o governo sempre disse
que a Petrobras tem a autonomia e a liberdade para exercitar aquilo que é necessário do ponto de vista
de política de combustível", disse Onyx.
São Paulo já oferece também scooter e bicicletas elétricas nesse sistema. Aumento da circulação
desses veículos alternativos cria desafios de convivência: veja o que diz a lei.
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Luiz Felipe Barbiéri. Elisa Clavery. Governo anuncia crédito de R$ 30 mil para caminhoneiros autônomos e investimento de R$ 2 bi em rodovias. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/16/governo-anuncia-linha-de-credito-via-bndes-de-ate-r-30-mil-para-caminhoneiros-
autonomos.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 17 de abril de 2019
99
Rafael Miotto. 14 capitais contam com serviços de compartilhamento de bicicletas; patinetes chegam a 9. G1. https://g1.globo.com/carros/noticia/2019/03/24/14-
capitais-contam-com-servicos-de-compartilhamento-de-bicicletas-patinetes-chegam-a-9.ghtml. Acesso em 25 de março de 2019.
Bicicletas elétricas
Desde 2012, quando um ciclista foi multado no Rio, existem regras específicas para as bicicletas
elétricas. Até então, elas eram equiparadas aos ciclomotores (por exemplo, as motos "cinquentinhas").
Depois, acabaram se enquadrando na nova categoria, desde que tenham:
- potência nominal máxima de até 350 Watts;
- velocidade máxima de 25 km/h;
- sistema que garanta o funcionamento do motor somente quando o condutor pedalar;
- ausência de acelerador ou de qualquer outro dispositivo de variação manual de potência.
Toda bicicleta elétrica que se enquadre nas características acima pode circular no mesmo ambiente
das bicicletas comuns. Mas ela tem regras extras:
- é obrigatório usar capacete de ciclista;
- é obrigatório que a bicicleta elétrica tenha indicador de velocidade, campainha, sinalização noturna
(dianteira, traseira e lateral), espelhos retrovisores em ambos os lados e pneus em condições mínimas
de segurança.
Bicicletas elétricas com acelerador continuam sendo consideradas ciclomotores e precisam seguir
todas a exigências para veículos motorizados, como emplacamento e ter habilitação.
Scooters
Os scooters elétricos devem seguir exatamente as mesmas regras de trânsito das motocicletas, ou
seja, podem rodar apenas nas vias de trânsito de veículos motorizados e estão proibidos de estar nas
ciclovias.
Eles devem estar emplacados e o usuário precisa ter carteira de habilitação na categoria A (para
motos) ou ACC (para ciclomotor ou 'cinquentinhas'), caso o scooter tenha potência máxima de 4kw. Sem
ela, não é possível se cadastrar no aplicativo.
100
Marcelo Toledo. Países de mesmo porte utilizam muito mais as ferrovias que o Brasil. Folha de São Paulo.
https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2019/03/11/paises-de-mesmo-porte-utilizam-muito-mais-as-ferrovias-que-o-brasil-compare/. Acesso em 11 de março de
2019.
101
https://www.qconcursos.com/questoes-de-
concursos/questoes/search?utf8=%E2%9C%93&todas=on&q=transportes&instituto=&organizadora=&prova=&ano_publicacao=&cargo=&escolaridade=&modalidad
e=&disciplina=&assunto=&esfera=&area=&nivel_dificuldade=&periodo_de=&periodo_ate=&possui_gabarito_comentado_texto_e_video=&possui_comentarios_gera
is=true&possui_comentarios=&possui_anotacoes=&sem_dos_meus_cadernos=&sem_anuladas=&sem_desatualizadas=&sem_anuladas_impressao=&sem_desatu
alizadas_impressao=&caderno_id=&migalha=&data_comentario_texto=&data=&minissimulado_id=&resolvidas=&resolvidas_certas=&resolvidas_erradas=&nao_res
olvidas=
O tratamento recebido pela influencer Mariana Ferrer durante o julgamento do homem que ela acusou
de estupro, em Santa Catarina, provocou indignação e revolta no país, inclusive culminando na reação
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e críticas de ministros de tribunais superiores.
Nesta terça-feira (03/11), depois da divulgação de um vídeo pelo site The Intercept, no qual o advogado
do acusado aparece questionando a conduta da vítima, no julgamento on-line, o assunto explodiu,
ampliando as repercussões nas redes sociais.
A blogueira acusa o empresário André de Camargo Aranha de tê-la dopado e estuprado em dezembro
de 2018, em um camarim privado, durante festa em um beach club em que ela atuava como promoter,
em Florianópolis. Na época, ela tinha 21 anos e era virgem.
Durante audiência, o promotor do caso disse que, no entender do MP, a instrução processual havia
demonstrado não haver provas de que Mariana estava dopada, e que Aranha não tinha como saber se
ela estava ou não capaz de consentir a relação sexual.
Em nota, o MP nega que o promotor tenha defendido a tese de “estupro culposo”, expressão utilizada
pelo site The Intercept Brasil para descrever a argumentação.
O texto do MP diz que “a manifestação pela absolvição do acusado por parte do Promotor de Justiça
não foi fundamentada na tese de ‘estupro culposo’, até porque tal tipo penal inexiste no ordenamento
jurídico brasileiro. O réu acabou sendo absolvido na Justiça de primeiro grau por falta de provas de
estupro de vulnerável”. O órgão acrescentou repudiar a conduta do advogado de defesa durante
audiência do caso.
A advogada criminalista e mestre em Direito Jacqueline Valles pondera que o defensor do acusado
cometeu “uma falta terrível”. Ela reforça que toda vítima precisa ser respeitada. “Tem que ser entendida
como vítima, por mais que se tenha alguma dúvida sobre as circunstâncias”.
Marcos Aurélio de Souza Santos, advogado criminalista e conselheiro da seccional Minas Gerais da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), reforça a fala de Valles e afirma que o juiz deveria ter
intervindo na audiência, “evitando o grande erro que foi a falta de urbanidade entre as partes”.
Além disso, Santos explica que o termo que gerou polêmica é equivocado, pois, além de não existir -
já que, juridicamente, um estupro pode ser tentado ou consumado, mas nunca culposo - ele não foi
utilizado, direta ou indiretamente, nos autos.
“Quem deu esse nome foi o site, que divulgou o termo e deu toda essa celeuma. Algumas pessoas,
artistas e clubes de futebol, embarcaram nisso sem conhecimento jurídico técnico”, disse.
“Ninguém está falando que a suposta vítima é mentirosa. O juiz analisou os autos e não havia
elementos para condenar [o acusado]. Para condenar, tem que haver provas inequívocas. Se ficar em
dúvida, o juiz aplica o 'in dubio pro reo', a absolvição”, completou o representante da OAB.
A reportagem do Hoje em Dia tentou ouvir o advogado do empresário, ligando em telefone celular
disponibilizado no site de seu escritório, em Florianópolis, mas não conseguiu contato nem obteve retorno.
Repercussão
Artistas conhecidos nacionalmente lideraram abaixo-assinados e campanhas, atraindo milhões de
apoiadores. A repercussão do caso é tamanha que Mariana Ferrer ganhou, inclusive, páginas de
defensores em diferentes redes sociais, com centenas de milhares de seguidores, e as hashstags
#NãoExisteEstuproCulposo e #JustiçaPorMariFerrer ganharam evidência.
Grupos organizam manifestações em apoio à influencer. Em Belo Horizonte, no sábado, haverá um
ato no Centro da cidade.
O Senado aprovou uma nota de repúdio contra a conduta do advogado, do promotor e do juiz
envolvidos no julgamento, “expondo a vítima a sofrimento e humilhação”, diz o texto.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também se manifestou sobre o caso
em sua conta no Twitter. Ele chamou as cenas da audiência de “estarrecedoras” e afirmou que o sistema
de Justiça não pode servir à “tortura e humilhação”.
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Hoje em Dia. #NãoExisteEstuproCulposo: entenda o caso Mariana Ferrer, que mobilizou o país. https://www.hojeemdia.com.br/primeiro-
plano/n%C3%A3oexisteestuproculposo-entenda-o-caso-mariana-ferrer-que-mobilizou-o-pa%C3%ADs-1.810359. Acesso em 05 de novembro de 2020.
Levantamento mostra ainda que mulheres com pós-graduação, MBA ou especialização chegam a
receber 47% a menos em relação aos homens.
Pesquisa da empresa de recrutamento online Catho mostra que mulheres em cargos de liderança
como gerentes e diretoras ganham, em média, 23% a menos do que homens.
A pesquisa, feita com 10 mil pessoas, aponta ainda que o salário é desigual em outros níveis
hierárquicos, como supervisor/coordenador (-15%) e analista (-35%). A exceção ocorre na posição de
assistente/auxiliar, na qual as mulheres costumam receber 2% a mais que os homens.
“Os dados mostram que a desigualdade salarial entre os gêneros ainda é muito latente e requer
esforços genuínos das empresas. O caminho certamente começa pelo debate, mas precisamos de mais
ações e políticas concretas de inserção e de igualdade de condições, para que efetivamente seja possível
sanar esse grande problema social”, destaca Patricia Suzuki, diretora de Gente e Gestão da Catho.
103
G1. Mulheres em cargos de liderança ganham, em média, 23% a menos que homens, aponta pesquisa. G1. https://g1.globo.com/economia/concursos-e-
emprego/noticia/2020/10/15/mulheres-em-cargos-de-lideranca-ganham-em-media-23percent-a-menos-que-homens-aponta-pesquisa.ghtml. Acesso em 15 de
outubro de 2020.
Quase metade das mulheres já sofreu assédio sexual no trabalho; 15% delas pediram demissão,
diz pesquisa104
Pesquisa indica que o assédio sexual atinge mais negras e mulheres com rendimentos menores;
apenas 5% delas recorrem ao RH das empresas para reportar o caso.
Quase metade das mulheres já sofreu algum assédio sexual no trabalho, segundo pesquisa do
LinkedIn e da consultoria de inovação social Think Eva, que ouviu 414 profissionais em todo o país, de
forma online. Entre elas, 15% pediram demissão do trabalho após o assédio. E apenas 5% delas recorrem
ao RH das empresas para reportar o caso.
De acordo com o levantamento, a maioria das entrevistadas que já sofreram alguma forma de assédio
sexual no ambiente de trabalho são mulheres negras (52%) e que recebem entre dois e seis salários
mínimos (49%). Além disso, o Norte (63%) e Centro-Oeste (55%) têm uma concentração de relatos
superior às demais regiões.
A pesquisa mostra ainda que, mesmo entre as mulheres que ocupam posições hierárquicas mais altas,
o assédio não deixa de ser uma realidade. Entre as entrevistadas que declararam desempenhar a função
de gerente, 60% afirmaram terem sido vítimas de assédio. No caso de diretoras, o número chegou a 55%.
Mais de 95% das entrevistadas afirmam saber o que é assédio sexual no trabalho, mas pouco mais de
51% falam com frequência sobre o tema. Quanto maior o rendimento, maior a frequência com que as
discussões acontecem. Veja abaixo:
- 47%: até 2 salários mínimos
- 54%: de 2 a 6 salários mínimos
- 60%: 6 a mais de 8 salários mínimos
Entre as mulheres que mais falam sobre assédio, a maioria é de mulheres pretas ou pardas, ocupa
cargos de gerência e tem acima de 55 anos:
- 68% das mulheres declararam ocupar posições de gerência
- 67% das mulheres têm acima de 55 anos
- 57% das profissionais desempenham funções em nível pleno ou sênior
- 54% das mulheres são pardas e pretas
Apenas 15% das participantes que presenciaram uma situação de violência afirmaram ter auxiliado
diretamente a vítima. Outras 10% não fizeram nada e apenas 4,3% disseram ter avisado o departamento
de Recursos Humanos.
104
Marta Cavallini. Quase metade das mulheres já sofreu assédio sexual no trabalho; 15% delas pediram demissão, diz pesquisa. G1.
https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/10/08/quase-metade-das-mulheres-ja-sofreu-assedio-sexual-no-trabalho-15percent-delas-
pediram-demissao-diz-pesquisa.ghtml. Acesso em 08 de outubro de 2020.
Nos casos em que a mulher reconhece ter sido vítima de um caso de assédio, existe uma distorção
entre a identificação e a reação. Os principais sentimentos que as vítimas relatam são raiva, nojo, medo,
impotência, vergonha, humilhação e culpa. Em 15% dos casos, sentem-se confusas e em dúvida. E 10%
acham que a culpa pela violência é delas.
A sensação de insegurança é maior entre mulheres com renda de até 2 salários mínimos (51%). Este
mesmo grupo, assim como as participantes pretas e pardas (54%), também são maioria em afirmar que
sentem vergonha por serem vítimas de assédio sexual. O índice chega a ser 10 pontos percentuais
superior à média de mulheres com outros perfis.
A perda da autoconfiança é outra consequência relatada com frequência, assim como um impacto
negativo na performance profissional, a sensação de que seriam culpabilizadas pelo que aconteceu ou
que provocaram o episódio. Em todos esses casos, mulheres com um rendimento financeiro menor
lideram os percentuais.
Além disso, as participantes afirmam terem sentimentos como cansaço (31,7%) e falta de confiança
em si e nos outros (30,3%). Sintomas de ansiedade e depressão também são comuns e aparecem em
quarto lugar no ranking:
- 35%: constante medo e dificuldade
- 32%: desânimo e cansaço
- 30%: diminuição da autoconfiança
- 28%: sintomas de ansiedade e/ou depressão
- 23%: afastamento de colegas de trabalho
- 22%: diminuição da autoestima
Para as entrevistadas, a construção de um ambiente profissional livre de assédio deve ter as seguintes
ações das empresas:
- Adotem um posicionamento oficial e público
- Desenvolvam ações preventivas
- Criem uma ouvidoria especializada para acolhimento das vítimas
- Façam um monitoramento constante para avaliação das políticas e práticas
- Adotem um processo de denúncia seguro e transparente
- Elaborem um protocolo de encaminhamento dos casos com a punição do agressor
Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo
coronavírus, diz estudo105
Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Decode Pulse analisaram 52.513 menções no Twitter, das
quais 5.583 indicavam ocorrência de violência contra mulheres.
Os relatos de terceiros sobre brigas de casais na internet aumentaram 431% desde o início do
isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus, mostra um levantamento do Fórum Brasileiro
de Segurança Pública (FSBP) em parceria com a empresa de pesquisas Decode Pulse.
No total, foram analisadas 52.315 menções no Twitter, das quais 5.583 indicavam a ocorrência de
violência doméstica contra mulheres.
Além do aumento de mensagens na rede social, o estudo verificou que:
- 25% dos relatos foram feitos às sextas-feiras;
- 53% foram publicados à noite ou na madrugada, entre 20h e 3h;
- 67% dos relatos foram de mulheres.
Segundo o Fórum, a pesquisa foi feita após vários países registrarem aumento nos casos de violência
contra as mulheres, desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo.
“A partir da análise exclusiva dos métodos tradicionais de pesquisa, às vezes é difícil obter uma
estimativa correta de casos, porque as mulheres têm medo de falar, ainda mais confinadas com seus
potenciais agressores. Por isso decidimos escutar o que seus vizinhos e parentes estavam dizendo nas
redes, e observamos a variação dos relatos”, afirma Renato Dolci, CEO da Decode Pulse.
105
G1. Relatos de briga de casais aumentam 431% desde o início do isolamento provocado pelo coronavírus, diz estudo.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/20/relatos-de-briga-de-casais-aumentam-431percent-desde-o-inicio-do-isolamento-provocado-pelo-
coronavirus-diz-estudo.ghtml. Acesso em 20 de abril de 2020.
“As mulheres que estão confinadas podem estar encontrando dificuldades para fazer o registro das
ocorrências, uma vez que a principal porta de entrada para denunciar esses crimes são as delegacias de
polícia”, observa a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno.
“Por isso é muito importante que governos e sociedade civil organizada atuem juntos diversificando os
canais de atendimento às mulheres em situação de violência”.
Homicídios de mulheres e feminicídios crescem
O FBSP também fez levantamento sobre feminicídio e homicídios de mulheres com dados fornecidos
pelas secretarias estaduais de Segurança de São Paulo, Pará, Acre, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e
Rio Grande do Norte.
A maioria dos números apresentou crescimento na comparação entre os meses de março de 2019 e
março de 2020, indicando que a violência doméstica e familiar está em ascensão.
No Mato Grosso, os registros de feminicídio saltaram de 2 para 10, um aumento de 400%.
Em São Paulo, houve aumento de 46,2% dos feminicídios, de 13 para 19. Já as vítimas de homicídio
no estado foram de 38 para 41 mulheres, crescimento de 7,9%.
No Rio Grande do Norte, os homicídios de mulheres se mantiveram estáveis, com 7 casos em cada
mês, mas os feminicídios saltaram de 1 para 4 casos.
O Rio Grande do Sul enviou apenas os números de feminicídio, que se mantiveram estáveis em março,
com 11 casos.
No Pará, os feminicídios também se mantiveram estáveis em março, mas no primeiro trimestre o
crescimento foi de 185%, passando de 7 para 20 vítimas, entre 2019 e 2020.
Já no Acre ocorreu uma pequena redução dos homicídios de mulheres, de 3 para 2 casos, mas os
feminicídios passaram de 1 para 2.
“Os dados oficiais e a pesquisa digital indicam o aumento da violência doméstica e a dificuldade que
as mulheres têm tido em acessar os equipamentos públicos presencialmente. É fundamental que sejamos
capazes de inovar tanto nos mecanismos de denúncia, que podem ser feitos por terceiros, quanto no
atendimento e orientação a estas mulheres”, diz o estudo.
Segundo Marcos Pontes, presidente pediu a ele 'prudência'. Ministro disse que estados têm autonomia
para negociar diretamente com operadoras.
O ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Marcos Pontes, informou nesta segunda-feira
(13/04) em uma rede social que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, o governo federal decidiu adiar o
uso de dados de celulares para monitorar o deslocamento das pessoas em meio à pandemia do novo
coronavírus.
Desde que reconheceu a pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda, entre outras
medidas, o isolamento social. Alguns estados, como São Paulo, têm usado esses dados de celulares para
monitorar o respeito à determinação.
Segundo Marcos Pontes, Bolsonaro pediu a ele "prudência" no monitoramento e, em razão desse
pedido, a medida será adiada até a aprovação definitiva do tema pelo governo.
"Após avaliação da equipe e com base no precedente internacional, gravei vídeo sobre a ferramenta
a ser implementada. [...] Um dia depois, sábado, o presidente me ligou e solicitou prudência com esta
106
Laís Lis. Após intervenção de Bolsonaro, uso de dados de celulares para monitorar isolamento é suspenso.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/13/governo-adia-uso-dados-de-celulares-para-monitorar-deslocamento-das-pessoas.ghtml. Acesso em 14 de abril de
2020.
Dados utilizados
No início do mês, o Sinditelebrasil, que representa as principais operadoras de telefonia do Brasil,
informou que as empresas que ofereceram ao governo os dados para monitoramento da movimentação
dos clientes.
Os dados poderiam ajudar, por exemplo, na identificação de situações de risco de contaminação pelo
novo coronavírus.
O que é disponibilizado, informou o sindicato, são os dados de mobilidade originados pelos celulares
ligados às suas redes e organizados de forma anônima.
Estados
Os dados de celular já são usados, por exemplo, pelo governo de São Paulo para monitorar a adesão
da população às medidas de isolamento social.
Sobre esse ponto, o ministro afirmou que os estados têm autonomia e que podem ter acordos diretos
com as operadoras. “O Governo Federal não tem controle ou participação nesses acordos”.
Bilionários são mais ricos do que 60% da população mundial, diz ONG107
Estudo divulgado às vésperas do Fórum Econômico Mundial em Davos mostra que mulheres são as
mais afetadas pela desigualdade.
Em 2019, os 2.153 bilionários que havia no mundo tinham mais dinheiro do que o total somado de 60%
da população do planeta, denuncia a ONG Oxfam em um relatório que será publicado na segunda-feira
(20/01), e destaca a concentração da riqueza em detrimento, sobretudo das mulheres, primeiras vítimas
da desigualdade.
"Este enorme abismo é consequência de um sistema econômico falido e sexista, que valoriza mais a
riqueza de uma elite privilegiada, em sua maioria, homens", destaca a ONG.
O informe anual da Oxfam sobre as desigualdades mundiais é tradicionalmente publicado antes da
abertura do Fórum Econômico Mundial (WEF) de Davos, na Suíça, ponto de encontro da elite política e
econômica global.
"Os governos de todo o mundo devem tomar medidas urgentes para construir uma economia mais
humana e feminista, que valorize o que realmente importa para a sociedade", aponta a Oxfam, que propõe
entre outras medidas a implantação de "um modelo fiscal progressivo no qual também se taxe a riqueza".
Segundo cifras da ONG, com base em dados publicados pela revista Forbes e o banco Crédit Suisse
— mas cuja metodologia foi criticada por alguns economistas —, 2.153 pessoas têm agora mais dinheiro
do que os 4,6 bilhões de pessoas mais pobres do planeta.
Por outro lado, a fortuna do 1% mais rico do mundo corresponde a mais que o dobro da riqueza
acumulada dos 6,9 bilhões de pessoas menos ricas, ou seja, 92% da população do planeta.
Índice que mede desigualdade subiu depois de permanecer estável por dois anos e foi o maior desde
2012. Rendimento do grupo de 1% mais ricos cresceu 8,4%, já o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
Num quadro de lenta retomada econômica e elevado desemprego, o Brasil colheu mais uma notícia
negativa no ano passado: a concentração de renda voltou a piorar e o índice que mede a desigualdade
foi o maior da série histórica, iniciada em 2012. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16/10) e têm como base a Pesquisa Mensal por Amostra
de Domicílios (Pnad) Contínua.
Os números do IBGE mostram que o rendimento médio do grupo de 1% mais ricos do país cresceu
8,4% em 2018, enquanto o dos 5% mais pobres caiu 3,2%.
No ano passado, o índice de Gini, que mede a concentração e desigualdade de renda, subiu para
0,509, depois de ficar estável nos dois anos anteriores, quando foi de 0,501. O número é o maior da série
iniciada em 2012, e leva em conta o rendimento médio dos brasileiros para todos os trabalhos.
O índice de Gini varia de zero a 1. Quanto mais próximo de zero, mais perfeita é a distribuição de
renda de um país. Quanto mais perto de 1, mais desigual é uma economia. Ao longo dos últimos anos, o
melhor resultado para o índice de Gini foi observado em 2015, quando marcou 0,494.
“Essas variações no índice de Gini têm muito a ver com as flutuações na renda dos mais ricos”, afirmou
a analista do IBGE, Adriana Beringuy.
No recorte regional, apenas o Nordeste não registrou uma piora da desigualdade no ano passado. O
índice de Gini nordestino marcou 0,520, abaixo do 0,531 apurado em 2017. Segundo o IBGE, no entanto,
a desigualdade de rendimento no Nordeste só recuou porque os brasileiros com maior rendimento da
região tiveram perdas.
"Enquanto no Brasil aquele 1% aumentou seus rendimentos em 8,4%, no Nordeste houve uma
redução. Como é o local com um mercado de trabalho maior que o das outras regiões, lá observamos
essa redução em todas as camadas, não apenas entre os 30% mais pobres. Todos perderam", afirma a
gerente da Pnad Contínua, Maria Lúcia Vieira.
Apesar da melhora, a região nordestina seguiu ostentando os piores números de concentração de
renda do país. Depois do Nordeste, apareceram Norte (0,517), Sudeste (0,508), Centro-Oeste (0,486) e
Sul (0,448).
108
Luiz Guilherme Gerbelli. Concentração de renda volta a crescer no Brasil em 2018, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/16/concentracao-
de-renda-volta-a-crescer-no-brasil-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.
1% mais rico ganha 33,8 vezes mais que os 50% mais pobres
A análise detalhada do rendimento de todos os trabalhos ajuda a explicar a piora da desigualdade no
ano passado. Segundo o IBGE, houve queda em 2018 nos ganhos das classes que formam os 30% mais
pobres, enquanto que nas classes de cima houve alta.
Entre os 1% mais ricos do país – ou seja, aqueles que ganham em média R$ 27.744 por mês –, o
rendimento médio avançou 8,4% na comparação com 2017. Na outra ponta, os brasileiros que fazem
parte da faixa dos 5% mais pobres – com rendimento médio de R$ 158 por mês – perderam 3,2% da
renda.
Com o resultado de 2018, a renda da elite econômica do país, segundo o IBGE, corresponde a 33,8
vezes o rendimento dos 50% que integram a população de menor rendimento (R$ 820). É a maior
distância já apurada pelo instituto. Em 2017, essa relação era de 31,2 vezes.
Em 2018, o rendimento médio mensal de todos os trabalhos foi de R$ 2.234, um ligeiro crescimento
em relação ao observado em 2017 (R$ 2.107).
População cresceu 0,79% em relação a 2018. Maior alta ocorreu em Roraima, de 5%. 1 em cada 3
brasileiros mora em 48 municípios com mais de 500 mil habitantes.
A população brasileira foi estimada em 210,1 milhões de habitantes em 5.570 municípios, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A estimativa com o total de habitantes dos estados
e dos municípios se refere a 1° de julho de 2019 e foi publicada no “Diário Oficial da União” desta quarta-
feira (28/08).
O número representa um aumento de 0,79% na comparação com a população estimada do ano
passado. Em 2018, o IBGE estimou um total de 208,5 milhões pessoas.
O estado de Roraima teve o maior aumento populacional, de 5,1%. Ano passado, a população
estimada lá era de 576,5 mil habitantes, e este ano chegou a 605,7 mil — mais 29,1 mil pessoas. Segundo
o IBGE, Boa Vista também foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano: 6,35%.
De acordo com a gerente da pesquisa, Izabel Marri, o crescimento da população de Roraima acima do
resto do país é resultado do saldo imigratório no estado. "A gente fez um cenário de aumento da imigração
internacional para este estado especificamente. É uma situação atípica, de concentração de imigrantes
muito forte", explica.
Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, tem vivido uma onda de chegada de imigrantes
venezuelanos devido à crise econômica, política e social no país vizinho. Apesar de ter registrado o maior
aumento percentual, Roraima continua sendo o estado menos populoso, com 605,8 mil habitantes (0,3%
da população total).
109
G1. Brasil atinge 210 milhões de habitantes, diz IBGE. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/08/28/brasil-atinge-210-milhoes-de-habitantes-diz-
ibge.ghtml. Acesso em 28 de agosto de 2019.
Principais destaques
A população brasileira total cresceu 0,79% entre 2018 e 2019. Entre 2017 e 2018, havia crescido
0,82%;
A população de Roraima cresceu 5,1%, a maior alta entre todos os estados. Continua sendo a unidade
federativa menos populosa do país;
- São Paulo é o estado mais populoso, com 45,91 milhões de pessoas, seguido por Minas Gerais
(21,16 milhões), Rio de Janeiro (17,26 milhões) e Bahia (14,87 milhões);
- Entre os municípios, São Paulo segue como o mais populoso, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões);
- Serra da Saudade (MG) é a cidade com a menor população, 781 habitantes, seguida de Borá (SP),
com 837 pessoas, e Araguainha (MT), com 935;
- Mais da metade da população (57,4% ou 120,7 milhões de habitantes) vive em 324 cidades com mais
de 100 mil habitantes;
- 48 cidades possuem mais de 500 mil habitantes e concentram 31,7% da população (66,5 milhões);
- Boa Vista foi a capital com maior taxa de crescimento no último ano (6,35%), e, Porto Alegre, a com
o menor de aumento populacional (0,32%);
- Dos 5.570 municípios do país, metade (49,6%) tiveram crescimento entre zero e 1% e apenas 4,8%
(266 cidades) apresentaram crescimento igual ou superior a 2%.
De 2014 a 2018, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou mais de 21 mil denúncias de trabalho
infantil. Foram ajuizadas 968 ações e firmados 5.990 termos de ajustamento de conduta, um instrumento
administrativo para impedir condutas irregulares. Para reforçar a luta contra esse tipo de trabalho, o MPT
lança nesta quarta-feira (12/06) a campanha nacional Toda Criança é Nossa Criança. Diga Não ao
Trabalho Infantil.
A campanha, que conta com um filme de animação, questiona os adultos: “você acha difícil imaginar
o quanto é ruim para uma criança ficar vendendo coisas na rua? Comece imaginando que é o seu filho.”
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 2,5 milhões de crianças e
adolescentes entre 5 e 17 anos estão trabalhando no Brasil. Dados do Observatório Digital do Trabalho
Escravo, desenvolvido pelo MPT em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT),
mostram que entre 2003 e 2018, 938 crianças foram resgatadas de condições análogas à escravidão.
Para a coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da
Criança e do Adolescente (Coordinfância) do MPT, Patrícia Sanfelici, muitas vezes ao oferecer trabalho
para crianças e adolescentes, as pessoas acham que estão ajudando-os a sair da rua, a ter um futuro,
mas não é o que ocorre. “Na verdade, estão contribuindo para a perpetuação de um ciclo de miséria,
podendo até trazer prejuízos graves à formação física, intelectual e psicológica desse jovem ou criança”,
disse a coordenadora
O MPT reforça que só a partir dos 14 anos os jovens podem exercer atividades de formação
profissional, apenas em programas de aprendizagem, e com todas as proteções garantidas. A campanha
foi desenvolvida pelo MPT de São Paulo se estenderá às redes sociais do MPT em todo o país. O desenho
será divulgado as 9h no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
As crianças nascidas a partir de 2010 formam uma nova geração para quem o mundo analógico é um
passado distante e a tecnologia é uma extensão de sua forma de conhecer o mundo.
Se você pensa que ninguém seria capaz de superar os millennials e a geração Z em conhecimentos
sobre tecnologia, está equivocado. Chegou a hora de dar boas-vindas à geração alfa, a primeira que é
100% nativa digital.
Fazer recortes geracionais não é uma ciência exata. No entanto, segundo o instituto de pesquisa
americano Pew Research Center, analisar as gerações oferece "uma forma de entender como
acontecimentos globais, econômicos e sociais interagem entre si para definir a forma como vemos o
mundo".
E está claro como a próxima geração vê o mundo: através de uma tela.
"Antes, as gerações eram definidas a partir de acontecimentos históricos ou sociais importantes. Hoje,
são delimitadas pelo uso de determinada tecnologia", explica o psicólogo Roberto Balaguer, professor da
Universidade Católica do Uruguai e autor de diversos livros sobre educação e tecnologia.
Desta forma, diz Joe Nellis, professor da escola de negócios Cranfield, no Reino Unido, a geração alfa
é formada pelas "crianças nascidas desde 2010, o ano em que a Apple lançou o iPad".
110
Agência Brasil. MP recebe 4,3 mil denúncias de trabalho infantil por ano. https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2019/06/12/mp-recebe-4-3-mil--denuncias-de-
trabalho-infantil-por-ano.html. O Povo. Acesso em 12 de junho de 2019.
111
BBC. O que é a geração alfa, a 1ª a ser 100% digital. G1. https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/05/29/o-que-e-a-geracao-alfa-a-1a-a-ser-100-
digital.ghtml. Acesso em 30 de maio de 2019
Seis dos 11 ministros votam por criminalizar a homofobia, mas julgamento, que ocorre no dia seguinte
ao avanço no Senado de lei sobre mesmo tema, ainda não terminou
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) considera que a homofobia é crime,
equiparando as penas por ofensas a homossexuais e a transexuais às previstas na lei contra o racismo.
Uma das principais reivindicações de militantes LGBT no país, o tema chegou à Corte por meio de duas
ações, movidas pela Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transgêneros e
Intersexos (ABGLT) e o Partido Popular Socialista (PPS), em 2012 e 2013, respectivamente. O
julgamento foi iniciado em fevereiro e, embora seis dos onze ministros já tenham votado pela penalização
do crime com até três anos de prisão, a discussão foi suspensa antes de chegar ao fim, e deve ser
retomada no próximo dia 5 de junho.
Num país clivado pela polarização política e pela "guerra cultural" entre progressistas e bolsonaristas,
o debate no Supremo se transformou em mais um capítulo da disputa entre parte do Legislativo e a cúpula
112
Marina Rossi. Maioria do STF decide que homofobia é crime. El País. https://brasil.elpais.com/brasil/2019/05/23/politica/1558635166_112275.html. Acesso em 24
de maio de 2019.
De 2012 a 2018, número de declarados pretos aumentou em quase 5 milhões no país. População
branca segue encolhendo e pardos seguem sendo maioria.
Em 2018, o Brasil tinha 19,2 milhões de pessoas que se declararam pretas – 4,7 milhões a mais que
em 2012, o que corresponde a uma alta de 32,2% no período. É o que revela um levantamento divulgado
nesta quarta-feira (22/05) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
À exceção de 2014, quando o número de pretos se manteve estável em relação ao ano anterior,
anualmente tem aumentado o percentual da população declarada da raça preta. Trata-se, portanto, de
uma tendência.
“O motivo específico para o aumento dessa declaração, de fato, a gente não tem. O que a gente
percebe é que nos últimos anos houve reforço das políticas afirmativas de cor ou raça”, apontou a analista
do IBGE, Adriana Beringuy.
A pesquisadora enfatizou que o levantamento, feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua (PNAD), é realizado a partir da percepção de cor e raça do entrevistado. “Não é o
entrevistador que determina a cor, é o informante que declara”, disse.
Na contramão, diminui ano a ano a população declarada branca, que em 2018 somava 89,7 milhões
de brasileiros, contra 92,2 milhões em 2012. Os brancos foram maioria no país até 2014. Desde 2015, os
pardos passaram a representar a maior parte da população – saltou de 89,6 milhões em 2012 para 96,7
milhões em 2018.
“Além da possível mudança na percepção da população quanto a cor e raça decorrente das políticas
afirmativas, temos que considerar o próprio processo de miscigenação no país, que faz que tenhamos
um maior percentual de pardos”, ponderou a pesquisadora.
113
Daniel Silveira. Em sete anos, aumenta em 32% a população que se declara preta no Brasil. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/22/em-sete-anos-
aumenta-em-32percent-a-populacao-que-se-declara-preta-no-brasil.ghtml. Acesso em 22 de maio de 2019.
SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos114
Grupo se manifestou por duas horas na Avenida Paulista. No Parque do Ibirapuera, manifestantes
realizaram 'Caminhada do Silêncio'.
Manifestantes realizam dois atos na cidade de São Paulo contra a ditadura militar neste domingo
(31/03), dia em que o golpe que instaurou a ditadura militar no Brasil completa 55 anos.
O golpe de estado de 1964 precedeu um período de ditadura militar em que não houve eleição direta
para presidente no Brasil. O Congresso Nacional chegou a ser fechado, mandatos foram cassados e
houve censura à imprensa. De acordo com a Comissão da Verdade, 434 pessoas foram mortas pelo
regime ou desapareceram – somente 33 corpos foram localizados.
Nesta tarde, manifestantes protestaram por duas horas na Avenida Paulista, na região central da
capital. No Parque do Ibirapuera, na Zona Sul, a proposta foi uma "Caminhada do Silêncio". Outras
manifestações pró e contra a ditadura militar (1964-1985) ocorrem em várias cidades do Brasil.
114
G1 São Paulo. SP tem atos contra ditadura militar no dia em que golpe completa 55 anos. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/03/31/sp-tem-atos-
contra-ditadura-militar-no-dia-em-que-golpe-completa-55-anos.ghtml. Acesso em 01 de abril de 2019
Semana de manifestações
A orientação do presidente foi acatada pelo comandante do Exército, general Edson Leal Pujol, que
participou de uma solenidade no Comando Militar do Planalto, em Brasília, em que foi feita a leitura da
Ordem do Dia em referência a 31 de março de 1964.
O pedido de Bolsonaro, no entanto, gerou diversas manifestações contrárias ao longo da semana.
A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal divulgou uma nota na
qual afirmou que a comemoração do golpe militar de 1964 merece "repúdio social e político" e podia
configurar improbidade administrativa.
A Justiça Federal em Brasília chegou a proibir, seguindo um pedido da Defensoria Pública da União,
que o golpe fosse celebrado pelas Forças Armadas. No entanto, outra decisão, também da Justiça
Federal, liberou as comemorações.
Parentes de vítimas da ditadura militar e o instituto Vladimir Herzog também pediram que a Justiça
concedesse liminar (decisão provisória) para impedir comemorações. O pedido foi negado pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
A ONG Human Rigths Watch criticou a determinação em uma nota com o título "Bolsonaro comemora
ditadura brutal".
Já o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que não considera que tenha havido um
"golpe" no país em 1964. Segundo ele, o que houve na ocasião foi um "movimento necessário" para que
o país não se tornasse uma "ditadura".
Questões
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Por 8 votos a 3, o Supremo
Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 13 de junho de 2019, a Lei N° 7.716/89, que define os crimes
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, e também deve ser aplicada a
quem praticar condutas discriminatórias homofóbicas e transfóbicas. Com relação a essa Lei é correto
afirmar:
(A) A Lei do racismo, aprovada pelo Congresso Nacional, no dia 13 de junho de 2019 pune
definitivamente no país a discriminação contra os negros quilombolas.
(B) A Lei do racismo servirá para punir homotransfobia - discriminação contra homossexuais e
transexuais.
(C) A ação que foi julgada e transformada na Lei N° 7.716/89 foi provocada pela associação das
empregadas domésticas do Rio de Janeiro e pelo Partido Social dos Trabalhadores Unidos (PSTU).
(D) A Lei N° 7.716/89, de dia 13 de junho de 2019, define os crimes resultantes de discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião pode ser vetada pelo executivo.
(E) O texto aprovado pelo Congresso agora vai ser votado no Senado Federal.
03. (CRQ – 5ª Região (RS) – Auxiliar Administrativo – FUNDATEC) A Declaração Universal dos
Direitos Humanos (DUDH) foi aprovada em 10 de dezembro de 1948 na Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU). O documento é a base de uma luta universal que visa a
igualdade e a dignidade de todas as pessoas e o combate à opressão e à discriminação. Os direitos
humanos são essenciais a todos os seres humanos e garantem as liberdades fundamentais que devem
ser aplicadas a cada cidadão do planeta. Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO consta como um direito
proclamado no documento assinado pela maioria dos países do mundo?
(A) Direito à propriedade.
(B) Direito de tomar parte na direção dos negócios públicos do seu país; diretamente ou por intermédio
de representantes livremente escolhidos.
(C) Pagamento de salário igual por trabalho igual sem discriminação alguma.
(D) Direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu.
(E) Direito à legítima defesa.
04. (ESAF – Planejamento e Orçamento – ESAF) No Século XXI, o Trabalho Forçado, Trabalho
análogo ao Escravo e o Trabalho Infantil ainda são uma realidade no mundo e o Brasil não é uma exceção.
Existem inúmeras razões para a persistência do Trabalho Forçado e Trabalho análogo ao Escravo no
Brasil.
Não é uma das razões para persistência do Trabalho Forçado no Brasil.
(A) Sentimento de Impunidade para os promotores do Trabalho Forçado ou Trabalho análogo ao
Escravo, na maioria dos casos praticado em áreas distantes e/ ou desconhecidas dos trabalhadores
recrutados.
(B) São raros os casos de condenação criminal por Trabalho Forçado no Brasil. A lei tem dificuldade
em atingir o promotor do trabalho escravo, devido a existência de intermediários (“os gatos”) encarregados
da contratação.
(C) No Brasil, a lei penal é inadequada para a responsabilização dos infratores. Falta clareza ao
qualificar como crime de condição análoga à escravidão a submissão do empregado a uma jornada
exaustiva ou em situação degradante.
(D) A legislação penal brasileira está em descompasso com o conceito universal de trabalho escravo
em razão da não adesão pelo Brasil as Convenções Internacionais que tratam do tema.
(E) Dificuldade de fiscalizar um país com as dimensões territoriais do Brasil.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
Chegou ao fim, nesta quinta-feira (13/06), o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a
criminalização da homofobia. Por 8 votos a 3, os ministros do STF decidiram que o preconceito contra
homossexuais e transsexuais deve ser considerado um crime equivalente a racismo.
O processo teve como base duas ações – uma do Partido Popular Socialista (PPS) e outra da
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) – que pediam que a discriminação
contra esses grupos fosse enquadrada na lei 7.716/89, a Lei Antirracismo. Ela proíbe qualquer
discriminação contra raça, cor, etnia, religião ou procedência social. A punição para quem descumprir a
norma é de um a três anos de prisão, e a pena é inafiançável.
(https://super.abril.com.br/sociedade/5-paises-onde-a-homofobia-ja-e-crime/)
02. Resposta: A
A cidade de São Paulo segue como a mais populosa do país, com 12,25 milhões de habitantes,
seguido pelo Rio de Janeiro (6,72 milhões), Brasília (3,0 milhões) e Salvador (2,9 milhões).
03. Resposta: E
De acordo com a Declaração Universal dos Diretos Humanos:
Artigo 13°
1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no interior de um
Estado.
2.Toda a pessoa tem o direito de abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de
regressar ao seu país.
Artigo 17°
1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à propriedade.
2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade.
Artigo 21°
1.Toda a pessoa tem o direito de tomar parte na direção dos negócios, públicos do seu país, quer
diretamente, quer por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Artigo 23°
1.Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a condições equitativas e
satisfatórias de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2.Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.
04. Resposta: D
O Brasil trata o conceito de trabalho escravo com parâmetros próprios e seguindo as instituições
internacionais. Mas que fique claro, apesar de seguir alguns aspectos, a legislação brasileira referente ao
tema ainda é própria. Segue o link exemplificando que é usado ambos as situações
< http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/governo-publica-nova-portaria-sobre-trabalho-escravo>
05. Resposta: B
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (23), por 9 votos a 2, que vai manter o julgamento de
dois processos sobre a criminalização da homofobia, mesmo com a aprovação pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado ter aprovado ontem um projeto de lei sobre o tema.
Olá candidato(a). No conteúdo a respeito de Meio Ambiente dentro dos tópicos de atualidades,
teremos uma ordem um pouco diferente. Antes dos textos noticiados no período estipulado, traremos
alguns conceitos e explicações que normalmente são cobrados independente de ser um conteúdo
veiculado através de meios de comunicação ou não. Envolvem definições de desenvolvimento
sustentável e créditos de carbono por exemplo. Caso tenha alguma dúvida, por favor entre em contato
conosco.
Gestão do Lixo
O lixo ainda é um dos principais desafios dos governos na área de gestão sustentável. No entanto, na
última década, o Brasil deu um salto importante no avanço para a gestão correta dos resíduos sólidos.
Para regulamentar a coleta e tratamento de resíduos urbanos, perigosos e industriais, além de
determinar o destino final correto do lixo, o Governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (Lei n° 12.305/10), aprovada em agosto de 2010.
Créditos de Carbono
No mercado de carbono, cada tonelada de carbono que deixa de ser emitida é transformada em
crédito, que pode ser negociado livremente entre países ou empresas.
O sistema funciona como um mercado, só que ao invés das ações de compra e venda serem
mensuradas em dinheiro, elas valem créditos de carbono.
Para isso é usado o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), que prevê a redução certificada
das emissões de gases de efeito estufa. Uma vez conquistada essa certificação, quem promove a redução
dos gases poluentes tem direito a comercializar os créditos.
Por exemplo, um país que reduziu suas emissões e acumulou muitos créditos pode vender este
excedente para outro que esteja emitindo muitos poluentes e precise compensar suas emissões.
O Brasil ocupa a terceira posição mundial entre os países que participam desse mercado, com cerca
de 5% do total mundial e 268 projetos.
Consumo racional117
É um modo de consumir capaz de garantir não só a satisfação das necessidades das gerações atuais,
como também das futuras gerações. Isso significa optar pelo consumo de bens produzidos com tecnologia
e materiais menos ofensivos ao meio ambiente, utilização racional dos bens de consumo, evitando-se o
desperdício e o excesso e ainda, após o consumo, cuidar para que os eventuais resíduos não provoquem
degradação ao meio ambiente. Principalmente: ações no sentido de rever padrões insustentáveis de
consumo e diminuir as desigualdades sociais.
Adotar a prática dos três 'erres':
Redução, que recomenda evitar o consumo de produtos desnecessários;
Reutilização, que sugere que se reaproveite diversos materiais; e
Reciclagem, que orienta reaproveitar materiais, transformando-os e lhes dando nova utilidade.
115
Fonte: http://www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/desenvolvimento-sustentavel.html
116
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental.
117
Texto adaptado de http://www.wwf.org.br/natureza_
brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
Lixo Eletrônico
Um estudo da Organização Internacional do Trabalho, OIT, destaca que 40 milhões de toneladas de
lixo eletrônico são produzidas todos os anos. O descarte envolve vários tipos de equipamentos, como
geladeiras, máquinas de lavar roupa, televisões, celulares e computadores. Países desenvolvidos enviam
80% do seu lixo eletrônico para ser reciclado em nações em desenvolvimento, como China, Índia, Gana
e Nigéria. Segundo a OIT, muitas vezes, as remessas são ilegais e acabam sendo recicladas por
trabalhadores informais.
Saúde - O estudo Impacto Global do Lixo Eletrônico, publicado em dezembro, destaca a importância
do manejo seguro do material, devido à exposição dos trabalhadores a substâncias tóxicas como chumbo,
mercúrio e cianeto. A OIT cita vários riscos para a saúde, como dificuldades para respirar, asfixia
pneumonia, problemas neurológicos, convulsões, coma e até a morte.
Orientações - Segundo agência, simplesmente banir as remessas de lixo eletrônico enviadas à países
em desenvolvimento não é solução, já que a reciclagem desse material promove emprego para milhares
de pessoas que vivem na pobreza. A OIT sugere integrar sistemas informais de reciclagem ao setor formal
e melhorar métodos e condições de trabalho. Outro passo indicado no estudo é a criação de leis e
associações ou cooperativas de reciclagem.
Textos Noticiados:
Governo prorroga presença das Forças Armadas na Amazônia até abril de 2021, informa
Planalto118
Segundo Secretaria-Geral, decreto de Garantia da Lei e da Ordem já foi assinado e será publicado
nesta quinta; prorrogação vai até 30 de abril. Militares dão apoio a fiscais de órgãos ambientais.
A Secretaria-Geral da Presidência informou nesta quarta-feira (04/11) que o presidente Jair
Bolsonaro prorrogou a presença de tropas das Forças Armadas na Amazônia.
O decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi publicado no "Diário Oficial da União" desta quinta
(05/11) e define que as tropas permanecerão na região até 30 de abril do ano que vem.
118
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Governo prorroga presença das Forças Armadas na Amazônia até abril de 2021, informa Planalto.
G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/11/04/governo-prorroga-presenca-das-forcas-armadas-na-amazonia-ate-abril-de-2021-informa-planalto.ghtml. Acesso
em 05 de novembro de 2020.
Queimadas
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas na Amazônia em
2020 já ultrapassaram o total registrado de janeiro a dezembro de 2019.
Ao todo, segundo o Inpe, foram detectados pelos satélites 89.604 focos de calor até agora. No ano
passado, foram detectados 89.176.
Desmatamento
Ainda segundo Inpe, a Amazônia Legal registrou 964 km² de áreas sob alerta de desmatamento em
setembro deste ano. O número é o segundo maior em cinco anos.
Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que
produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares, tanto para
áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal.
Decisão ocorre quase 2 meses após Salles anunciar a suspensão dos trabalhos e ser desautorizado
por Mourão.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) pediu aos agentes de
combate a incêndios que interrompam os trabalhos desde a meia-noite desta quinta-feira (22/10) em todo
o país.
A decisão ocorre quase dois meses após o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmar que as
operações de combate ao desmatamento ilegal na Amazônia e às queimadas no Pantanal seriam
suspensas por bloqueio de verbas. O Ibama é subordinado ao ministério comandado por Salles.
Horas após o anúncio feito por Salles no fim de agosto, no entanto, ele foi desautorizado pelo vice-
presidente da República, Hamilton Mourão, que afirmou que "o ministro teve uma precipitação" e a verba
não seria bloqueada.
A circular de quarta-feira (21/10) que determina a suspensão dos trabalhos é assinada pelo Chefe do
Centro Especializado Prevfogo/Dipro, Ricardo Vianna Barreto.
"Determino o recolhimento de todas as Brigadas de Incêndio Florestal do IBAMA para as suas
respectivas Bases de origem, a partir das 00:00H (zero hora) do dia 22 de outubro de 2020, onde deverão
permanecer aguardando ordens para atuação operacional em campo", diz o documento.
Mês é o pior em número de focos de incêndio desde 1998, quando começou o monitoramento feito
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Amazônia teve alta de 61% no número de focos
em comparação a setembro de 2019.
O Pantanal teve, em setembro, 8.106 focos de incêndio, apontam dados do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês passado foi o pior já registrado em número de focos de incêndio no
bioma desde 1998, quando começou o monitoramento do instituto.
Três meses antes de terminar, 2020 também já é o ano com o maior número de focos de incêndio no
Pantanal: de 1º de janeiro até 30 de setembro, foram 18.259 focos. Antes disso, o maior número havia
sido registrado ao longo de todo o ano de 2005: 12.536. A alta é de cerca de 46% até agora
Alta na Amazônia
A Amazônia também teve alta no número de focos de incêndio: em setembro de 2019, foram 19.925
focos de calor; neste ano, o mesmo mês teve 32.017 focos, uma alta de 61%. O número ficou um pouco
abaixo da média histórica para o mês, que é de 32.812 focos. A maior alta para o mês foi em 2007, com
73.141.
Há, ainda, uma alta no total anual de focos de incêndio. De janeiro até 30 de setembro de 2019, haviam
sido registrados 66.749 pontos de fogo na floresta. Neste ano, eram 76.030, aumento de 14%.
Até 31 de agosto, dado do Inpe mais recente disponível, o Brasil perdeu 53.019 km² de mata nativa da
Amazônia e do Pantanal juntos. O número é equivalente a 34 cidades de São Paulo, ou quase a soma
das áreas dos estados de Sergipe e Alagoas.
Acusações
Investigações da Polícia Federal apontaram, no fim de setembro, que as queimadas no Pantanal de
Mato Grosso do Sul começaram em grandes fazendas.
Antes disso, no último dia 22, Bolsonaro disse em um discurso na Assembleia Geral da ONU que o
Brasil era "vítima" de uma campanha "brutal" de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. O
presidente disse que a floresta amazônica é úmida e só pega fogo nas bordas, e que os responsáveis
pelas queimadas são “índios” e “caboclos”. A declaração, entretanto, é falsa, conforme apuração
do G1 junto a especialistas no assunto.
No mesmo discurso, Bolsonaro disse, ainda, que "as grandes queimadas [no Pantanal] são
consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em
120
G1. Pantanal tem 8.106 pontos de incêndio em setembro; ano já tem o maior número de focos da história. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/pantanal/noticia/2020/10/01/pantanal-tem-8106-pontos-de-incendio-em-setembro-ano-ja-tem-o-maior-numero-de-focos-da-
historia.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.
Medida assinada por Bolsonaro abre caminho para que terras públicas desmatadas até dezembro de
2018 passem para as mãos dos desmatadores; governo diz que objetivo é regularizar agricultores 'que
produzem e ocupam terras da União de forma mansa e pacífica'.
Menos de um mês após a divulgação do maior índice de desmatamento na Amazônia dos últimos dez
anos, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma Medida Provisória que abre o caminho para que parte das
áreas públicas desmatadas ilegalmente até dezembro de 2018 passe para as mãos dos desmatadores.
Assinada em 10 de dezembro de 2019, a Medida Provisória 910 permite que terras públicas
desmatadas com até 2,5 mil hectares (o equivalente a 2,5 mil campos de futebol) se tornem propriedade
de quem as ocupou irregularmente, desde que se cumpram alguns requisitos.
Críticos apelidaram a medida de "MP da grilagem" e dizem que premia desmatadores, além de
estimular a destruição de novas áreas de floresta.
Já o governo, que chama a iniciativa de "MP da Regularização Fundiária", diz que ela busca
desburocratizar a concessão de títulos a agricultores "que produzem e ocupam terras da União de forma
mansa e pacífica".
Regularizações sucessivas
De toda a área desmatada na Amazônia entre agosto de 2018 e julho de 2019, 35% são terras públicas
não destinadas, segundo uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
A prática de desmatar áreas públicas e fraudar documentos para simular a posse dos terrenos é
conhecida como grilagem. O objetivo principal dos grileiros é vender as terras, lucrando com a valorização
ocorrida após o desmatamento, uma vez que a área se torne apta para atividades agropecuárias. A
pecuária é a atividade preferencial.
A grilagem é apontada como uma das maiores causas do desmatamento na Amazônia. A prática
alimenta o mercado ilegal de terras na região, gerando uma corrida incessante por novas áreas de
floresta.
Essas áreas são visadas por desmatadores na expectativa de que venham a ser regularizadas
futuramente — o que de fato tem acontecido.
Em 2017, o então presidente Michel Temer assinou a Medida Provisória 759, que à época também foi
apelidada de "MP da grilagem" por críticos. A iniciativa flexibilizava os critérios para a concessão de áreas
públicas na Amazônia ocupadas até 2014. Tanto a MP 910, de Bolsonaro, quanto a MP 759, de Temer,
são vistas como atualizações e desdobramentos de uma iniciativa de 2009 do governo Luiz Inácio Lula
da Silva, a Medida Provisória 458, que deu origem ao Programa Terra Legal.
Na época, Lula também disse ter como objetivo regularizar posses de pequenos agricultores na
Amazônia. No entanto, o livro "Dono é quem desmata: conexões entre grilagem e desmatamento no
sudoeste paraense", dos pesquisadores Mauricio Torres, Juan Doblas e Daniela Alarcon, apontou outros
efeitos da iniciativa.
Segundo os autores, embora 90% do público-alvo do programa de fato ocupasse pequenas porções
de terra, essas áreas correspondiam a apenas 19% do território coberto pela iniciativa, enquanto 63%
das áreas ficariam nas mãos de 5,7% dos requerentes.
121
João Fellet. Como a 'MP da grilagem' pode mudar o mapa de regiões da Amazônia. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/13/como-a-mp-
da-grilagem-pode-mudar-o-mapa-de-regioes-da-amazonia.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
A MP define que, para áreas que cumpram os requisitos e tenham até 15 módulos fiscais, o título será
concedido sem a necessidade de vistoria.
Módulos fiscais são uma unidade de medida que varia por município. Nos municípios da Amazônia, os
módulos fiscais costumam ter entre 70 e 110 hectares.
Em partes da Amazônia, portanto, a MP permitirá a concessão de títulos de áreas com até 1.650
hectares (1.650 campos de futebol) sem vistoria. Antes da MP, a dispensa de vistoria valia para áreas
com até quatro módulos fiscais (no máximo 440 hectares).
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que a dispensa da vistoria pode permitir que
grandes áreas desmatadas ilegalmente sejam apossadas por indivíduos.
Isso porque a MP só proíbe a regularização de áreas que tenham sido objeto de multas ou embargos
ambientais, e nem todas as violações ambientais são conhecidas e autuadas pelo poder público.
Dizem ainda que, sem vistoria, o governo não terá como checar se a área está realmente livre de
trabalho escravo e se o reclamante de fato vive e trabalha no local.
Já o governo afirma que fará "análise dos documentos, cruzamento de dados e checagem com
ferramentas" para confirmar se as informações são verídicas. A comprovação da ocupação da área, por
exemplo, poderá ser feita com imagens de satélite. Caso a análise aponte discrepâncias, haverá vistoria.
Comunidades tradicionais
Para Juliana Batista, advogada do Instituto Socioambiental, há ainda o risco de que indivíduos se
apossem de áreas reivindicadas por comunidades tradicionais nos casos em que as demandas dos
grupos não estejam registradas na Ouvidoria Agrária Nacional.
"A partir do momento em que o governo começa a regularizar terras sem considerar outras demandas,
isso vai gerar um conflito enorme", ela afirma à BBC News Brasil.
Já o governo afirma que áreas "tradicionalmente ocupadas" por indígenas, quilombolas ou outras
comunidades tradicionais não serão passíveis de concessão — embora não diga o que ocorrerá nos
casos de áreas reclamadas pelos grupos mas ainda não demarcadas nem em processo de demarcação.
Centenas de comunidades tradicionais brasileiras ainda aguardam o início do processo de
regularização de suas terras. É o caso dos quilombolas: cerca de 2,6 mil comunidades já foram
reconhecidas como quilombolas, mas apenas 1,7 mil tiveram seus processos de titulação de terra
iniciados ou concluídos.
Perda de patrimônio
Outra crítica à MP diz respeito à perda de patrimônio público com as concessões dos títulos.
Para se apossar de áreas públicas desmatadas até 5 de maio de 2014, os reclamantes devem pagar
entre 10% a 50% da tabela de preços do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Já quem desmatou entre maio de 2014 e dezembro de 2018 deve pagar 100% do valor de tabela do
Incra — que, ainda assim, é menos da metade do valor de mercado, diz a advogada Brenda Brito, da
ONG Imazon.
Em junho de 2019, Brito publicou um artigo na revista científica "Environmental Research Letters" no
qual mediu possíveis efeitos da lei 13.465, de 2017, que também versou sobre a ocupação de terras
públicas e se baseou na MP 759, de Michel Temer.
Brito calculou quanto dinheiro o governo deixaria de arrecadar se os descontos fossem aplicados à
venda de todas as áreas públicas não destinadas que poderão ser privatizadas — áreas que, segundo a
Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal, somam
19,6 milhões de hectares, o equivalente ao Estado do Paraná.
Segundo o estudo, a perda em receitas potenciais seria de até R$ 120,3 bilhões — 43 vezes o
orçamento aprovado para o Ministério do Meio Ambiente em 2019.
Brito diz que, como a MP de Bolsonaro manteve os percentuais de desconto, o cálculo segue válido.
O clima seco, o vento e as altas temperaturas elevam os riscos de focos de incêndio na Austrália, que
podem começar com faíscas de diversas atividades humanas. Na Amazônia, as chamas são provocadas
pelo homem para limpar áreas desmatadas e ocupar terras públicas.
Os incêndios na Austrália já atingiram mais de 6,3 milhões de hectares, matando ao menos 25
pessoas e 480 milhões de animais. No Brasil, os incêndios na Amazônia chamaram a atenção em 2019,
com ápice em agosto. Mas, de acordo com especialistas, os focos registrados na Austrália são diferentes
daqueles que ocorreram na floresta amazônica.
Na Austrália, a vegetação, que é seca, fica mais suscetível às altas temperaturas da região – que
chegam a atingir marcas superiores a 40 ºC. O tempo seco, com pouca chuva, e os fortes ventos ajudam
a espalhar as chamas, que podem começar com qualquer faísca produzida por atividades humanas ou
naturais. Como a vegetação é adaptada a este tipo de ocorrência, ela se recupera após o incêndio. O
problema, neste ano, é a extensão da devastação.
Já na Amazônia, que é floresta úmida, os incêndios com maiores proporções não têm origem natural
– eles são provocados pela ação do homem e estão ligados ao desmatamento, que busca limpar a área
derrubada para tomar posse de terras públicas. Especialistas afirmam que a devastação da Amazônia
causa impacto até no derretimento do gelo nos Andes e no regime de chuvas do Brasil. A floresta leva
anos para se recompor, e a perda de biodiversidade é maior.
122
Elida Oliveira. Incêndios na Austrália e na Amazônia: entenda as diferenças na devastação. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2020/01/07/incendios-na-australia-e-na-amazonia-entenda-as-diferencas-na-devastacao.ghtml. Acesso em 08 de janeiro de
2020.
Amazônia
O auge dos incêndios na floresta Amazônica foi em agosto de 2019, quando houve o mais alto número
de ocorrências dos últimos nove anos. Foram 30.901 focos ativos na parte da floresta que cobre o Brasil,
contra 10.421 no mesmo mês de 2018, de acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência.
O instituto não divulga a dimensão de hectares atingidos.
"A Amazônia é um ecossistema que não depende do fogo", afirma Ane Alencar, do Ipam. "Os caules
e cascas das árvores são finos e não resistem às chamas. Quando você tem fogo na Amazônia, essas
árvores são muito impactadas", diz.
A intensificação da destruição da floresta e a repercussão negativa do caso levaram o governo a enviar
as Forças Armadas para a região. Em outubro, o Inpe registrou o menor número de focos de incêndio da
série histórica, com o início da temporada de chuvas em algumas regiões.
Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade Federal de São Paulo,
afirmou em setembro do ano passado que "há indícios de que o processo de savanização começou" em
mais da metade da floresta. Isso significa que a Amazônia pode deixar de ser úmida e passar a ser mais
parecida com o Cerrado.
Ele também afirma que a estação seca está ficando mais longa em 60% da Amazônia e que há uma
tendência maior na mortalidade de árvores que precisam de mais umidade. Ele lembrou que dois hectares
da Amazônia contêm mais espécies do que em toda a Europa, e que somente uma árvore amazônica
tem mais espécies de formigas do que vários países europeus.
Em setembro, o G1 ouviu especialistas para saber os impactos dos incêndios na Amazônia. Segundo
eles, os prejuízos ambientais são mais graves do que os verificados em países com outros biomas. Os
principais motivos são:
- Maior perda de biodiversidade: a floresta amazônica é o maior bioma do mundo e abriga a diversidade
mais rica do planeta, segundo o ICMBio.
- Maior emissão de carbono por hectare: por queimar mais biomassa, há maior emissão de gases que
contribuem para o efeito estufa.
- Maior dificuldade de recuperação da cobertura vegetal: o bioma amazônico é úmido e as espécies
são pouco ou nada resistentes ao fogo.
- Maior risco de afetar ciclos de chuva: a umidade produzida pela floresta produz chuvas no Brasil,
Paraguai e Argentina.
Austrália
Esse fenômeno natural das queimadas ocorre todos os anos na Austrália – entre o final da primavera,
no mês de novembro, e início do verão, no mês de dezembro. Porém, em 2019, os incêndios começaram
antes do previsto, e foram mais violentos.
Um dos motivos é a temperatura, que ultrapassa os 44ºC. Ao menos 1,2 mil casas foram destruídas
em todo o país.
Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre
emissões em 2020123
Encontro, que deveria ter sido encerrado na sexta-feira (13/12), avançou pelo fim de semana com
negociações travadas. Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono
ficou para o ano que vem. Brasil protagonizou impasse e ministro Ricardo Salles disse que 'a COP 25
não deu em nada'.
A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou neste domingo
(15/12), em Madri, com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos
mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.
Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, realizada em
Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono também ficou para o
ano que vem.
Impasses nas negociações fizeram com que o encontro, que deveria terminar na sexta-feira (13/12),
se estendesse para o fim de semana. Esta foi a COP mais longa da história.
Alguns pontos de destaque sobre o evento, que tinha como objetivo estruturar decisões já tomadas
em 2015, no Acordo de Paris:
Depois de quase dois dias de atraso, os representantes conseguiram fechar um texto no qual se
comprometem a evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5° C neste século – em relação aos
níveis pré-industriais. Delegações prometem ampliar a mobilização global e adotar metas mais rígidas.
Porém, mesmo com o lema "Hora de Agir", a promessa dos países é apresentar só em 2020 as
propostas concretas para evitar as mudanças climáticas no planeta. O acordo foi definido por alguns
participantes como "minimalista". O secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse "decepcionado
com os resultados".
A adoção de metas mais ambiciosas teve a oposição de países como Brasil, Estados Unidos, Índia e
China. A União Europeia pressionou no sentido contrário e, nestes dias, se comprometeu a neutralizar as
emissões de carbono.
O conhecimento científico será "o eixo principal" que deve orientar as decisões climáticas dos países
para aumentar sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da
ciência.
123
G1. Em fim 'frustrante' da COP 25, países prometem apresentar metas mais ambiciosas sobre emissões em 2020. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/15/em-fim-frustrante-da-cop-25-paises-prometem-apresentar-metas-mais-ambiciosas-sobre-emissoes-em-
2020.ghtml. Acesso em 16 de dezembro de 2019.
Frustração
Segundo fontes da agência Reuters, os maiores poluidores do mundo não demonstraram interesse
em ampliar seus esforços e travaram as negociações. Estados Unidos, China, Índia, Arábia Saudita,
Japão, Brasil e Austrália são apontados com alguns dos países dificultaram a inclusão de metas mais
ambiciosas.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada".
"Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o
dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem",
afirma Salles, cuja atuação na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para
preservação no Brasil.
"O Brasil e outros países que poderiam fornecer créditos de carbono em razão de suas boas práticas
ambientais saíram perdendo." – Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Cientistas dizem que a falta de metas mais ambiciosas pode levar a um aumento catastrófico das
temperaturas globais, muito acima do limite de 2º C almejado no Acordo de Paris.
Para o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, o resultado da conferência foi uma
"frustração". Segundo ele, as principais decisões ficaram para o próximo ano.
"É uma conferência em que o tema era a ambição, os níveis atuais (de ação) não conseguiram entregar
os objetivos do Acordo de Paris. Essa COP, que era a COP da ambição, deixou toda a chamada para
ação e toda a ambição para o próximo ano", explicou Rittl em entrevista à GloboNews.
Mais cedo, a ativista Greta Thunberg lamentava o caminho das negociações em Madri e disse que a
ciência não pode ser ignorada.
"Parece que #cop25 em Madri está desmoronando agora. A ciência é clara, mas a ciência está sendo
ignorada. Aconteça o que acontecer, nunca desistiremos. Nós apenas começamos", escreveu Greta no
Twitter.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "decepcionado com os resultados" da COP
25. Entretanto, ele afirma que "não podemos nos render" na luta contra a crise climática.
"A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante de mostrar uma maior ambição em
mitigação, adaptação e finanças para enfrentar a crise climática", declarou Gutérres.
Mercado de carbono
Dois temas que causaram os maiores impasses são a estruturação de um mercado de créditos de
carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris) e uma nova regulamentação do Fundo de Adaptação,
ou outro instrumento parecido que permita enviar ajuda financeira aos países mais vulneráveis.
Os quase 200 países que participam da COP 25 não chegaram a um acordo para a regulação dos
mercados de carbono, um dos principais pontos do Acordo de Paris, assinado há quatro anos.
Apesar de a negociação ter promovido avanços no sistema que deve controlar o comércio dos direitos
de emissão em todo o mundo, não houve consenso sobre a regulação deste mercado, ponto visto como
chave para parte das delegações.
Os impasses que já existiam antes da cúpula persistem. Alguns países querem evitar uma possível
dupla contabilidade que ocorreria após a regulação e outros querem manter, durante a transição para a
adoção do Acordo de Paris, os direitos de emissões previstos no Protocolo de Kyoto – segundo a agência
EFE.
O texto chamado "Chile-Madri. Hora de agir" afirma que em 2020 os países terão de apresentar
compromissos mais ambiciosos para reduzir as emissões para lidar com a emergência climática e não
incluíram seção de mercados de carbono (contido no artigo 6 do Acordo de Paris), que deverá ser
discutida na próxima cúpula.
Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas124
Mecanismos para reduzir emissões de CO2 podem ajudar os países a estabelecer metas mais
ambiciosas a fim de deter o aumento do aquecimento global. Mas, segundo críticos, eles também podem
minar o Acordo de Paris.
Numa área rural do Camboja, as cascas do arroz são usadas para gerar eletricidade para as
comunidades locais, normalmente dependentes dos altamente poluidores geradores a diesel. O projeto
é financiado por indivíduos e empresas do outro lado do mundo que compram os assim chamados
créditos de carbono, cada um equivalente a uma tonelada de CO2, para compensar as emissões de em
seus países de origem.
Essa é apenas uma das maneiras como o CO2 é comercializado em todo o mundo, e um dos modelos
de mercado de carbono que será discutido pelos negociadores na Conferência da Organização das
Nações Unidas (ONU) sobre as Mudanças Climáticas (COP 25), em Madri. O objetivo é chegar a um
quadro regulatório para um sistema de mercado de carbono, uma questão complexa prevista no Artigo 6º
do Acordo de Paris sobre o Clima.
Para Ann-Kathrin Schneider, diretora de políticas internacionais da ONG ambientalista Federação
Alemã para o Meio Ambiente e Conservação da Natureza (Bund, na sigla em inglês), o Artigo 6º impõe
um "grande risco ao Acordo de Paris". Ela acredita que o mercado de carbono poderia potencialmente
desviar o foco dos países do objetivo de reduzir as emissões. "Não diria que esta é uma questão técnica.
É um tema bastante político."
Quase 200 países ratificaram o histórico acordo sobre o clima que visa limitar o aquecimento global a
2ºC acima dos níveis pré-industriais até o final do século 21, sendo o nível ideal 1,5ºC.
Entretanto, as metas atuais de redução estabelecidas por cada país – chamadas de Contribuições
Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) – fazem com que ambos objetivos sejam
considerados irreais. Com base nos números atuais, especialistas projetam um aumento da temperatura
global de ao menos 3ºC.
Segundo seus defensores, contudo, o mercado de carbono pode ser essencial para metas climáticas
ainda mais ambiciosas. Em Madri, serão discutidos dois sistemas diferentes de comercialização de
124
Deutsche Welle. Mercados de carbono serão foco das discussões na COP 25, dizem especialistas. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/12/02/mercados-de-carbono-serao-foco-das-discussoes-na-cop-25-dizem-especialistas.ghtml. Acesso em 13 de
dezembro de 2019.
Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no
Brasil, aponta relatório125
No ranking mundial, Brasil está em 6º lugar entre os países mais poluentes, se excluído o bloco da
União Europeia. Os líderes são China e Estados Unidos.
O Brasil é o 6º país que mais emite gases do efeito estufa no mundo. As emissões aumentaram 0,3%
em 2018 após dois anos de quedas sucessivas. O índice foi puxado pela mudança de uso do solo,
responsável por 44% das emissões do Brasil.
Os dados são da 7ª edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG),
divulgados nesta terça-feira (05/11) pelo Observatório do Clima, uma rede de organizações com mais de
40 membros.
Isso significa que 44% das emissões de gases poluentes do país no ano passado estão ligadas ao
desmatamento (mudança de floresta para área degradada), degradação de solo, entre outros.
Segundo Tasso Azevedo, coordenador-geral do Mapbiomas, o desmatamento na Amazônia em 2018
subiu 8,5%.
O aumento foi puxado pelo Pará. "O desmatamento explodiu, principalmente nas regiões da rodovia
BR-163 e na Terra do Meio”, afirmou Anne Alencar, diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (Ipam).
No comparativo nacional, entretanto, embora tenha havido aumento do desmatamento na Amazônia,
houve redução de 10,9% na taxa de desmatamento no Cerrado.
Já as atividades da agropecuária estão em segundo lugar no ranking de emissões do Brasil,
responsável por 25% da produção dos gases poluentes, ligadas à fermentação, solos agrícolas, manejo
de dejetos de animais, cultivo de arroz e queima de resíduos agrícolas.
Ranking mundial
Em relação aos países do mundo, o Brasil é a 6ª nação que mais emite gases do efeito estufa (2,9%),
se excluído os 28 países que compõem o bloco da União Europeia. Os dados mais recentes são do ano
de 2014.
O ranking é liderado pela China, responsável por 23% das emissões globais; seguida por Estados
Unidos (12,9%); Índia (6,5%); Indonésia (5,1%); e Rússia (4,2%)
Os dados são apresentados em toneladas de carbono equivalente (CO2e) e são calculados a partir
dos fatores de conversão presentes no relatório 5 do IPCC (IPCC- GWP AR5).
Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por
óleo126
De acordo com o comandante de Operações Navais, Leonardo Puntel, tem que se levar em conta que
o material é recolhido junto com areia.
125
Elida Oliveira. Mudança de uso do solo é responsável por 44% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil, aponta relatório. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/11/05/mudanca-de-uso-do-solo-e-responsavel-por-44percent-das-emissoes-de-gases-do-efeito-estufa-no-brasil-aponta-
relatorio.ghtml. Acesso em 06 de novembro de 2019.
126
Marina Meireles. Marinha: mais de 600 toneladas de resíduos foram retiradas de praias nordestinas afetadas por óleo. G1.
https://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/2019/10/20/marinha-525-toneladas-de-residuos-foram-retiradas-de-praias-nordestinas-afetadas-por-oleo.ghtml. Acesso
em 21 de outubro de 2019.
Divergências
Durante a entrevista coletiva, Bertotti solicitou ações coordenadas e equipamentos de contenção ao
governo federal. "Destaco a necessidade de materiais para que a gente possa fazer a coleta. Não temos
previsão do fim disso", afirmou. Ao final da entrevista, o almirante Puntel afirmou que todas as solicitações
serão atendidas pelo governo federal.
Bertotti também cobrou equipamentos como barreiras de contenção ao governo federal, mencionando
que espera aumento do apoio após a liminar concedida neste domingo pela Justiça Federal,
determinando a execução efetiva do Plano Nacional de Contingência à União e ao Ibama em
Pernambuco.
"Fizemos a conta e precisamos de três quilômetros de barreiras de contenção para cobrir todas as
entradas de estuário do litoral Sul. A gente sente ainda a necessidade de muitos equipamentos que não
estão chegando a tempo para a gente fazer ações mais efetivas", afirmou
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, afirmou, no entanto, que as barreiras não
têm demonstrado eficácia para combater o problema.
"Na maioria das vezes, dos locais, elas não têm efeito técnico positivo nenhum. É importante que se
entenda que a gente quer buscar uma tecnologia diferente, que resolva esse problema. O que resolve o
problema é monitorar como a gente está monitorando", disse.
Óleo em Pernambuco
Entre a quinta (17/10) e o domingo (20/10), Pernambuco recolheu 71 toneladas de óleo das praias do
estado. Na quinta, a substância chegou a São José da Coroa Grande.
20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo
estudo; Petrobras está na lista127
Produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de toneladas de
poluentes liberados na atmosfera desde 1965.
Um estudo do instituto de pesquisas Climate Accountability Institute, com sede nos Estados Unidos,
diz que um grupo de 20 empresas é responsável por mais de um terço das emissões de gases causadores
do efeito estufa em todo o mundo desde 1965. A estatal brasileira Petrobras aparece na lista, na 20ª
posição.
Segundo a análise, publicada inicialmente pelo jornal britânico The Guardian nesta quarta-feira (09/10),
as 20 empresas produtoras de petróleo, gás natural e carvão foram responsáveis por 480,16 bilhões de
toneladas de dióxido de carbono e metano liberados na atmosfera nesse período.
O montante representa 35% das emissões totais de combustíveis fósseis e cimento, que foram de 1,35
trilhão de toneladas.
O cálculo feito é baseado na produção anual de petróleo, gás natural e carvão relatada por cada
empresa, e leva em conta as emissões desde a extração até o uso final do combustível.
A lista tem 12 empresas estatais e oito privadas (confira a relação completa abaixo), e é encabeçada
pela estatal saudita Saudi Aramco, responsável pela emissão de 59,26 bilhões de toneladas de dióxido
de carbono equivalente, o equivalente a 4,38% do total mundial no período analisado.
Em seguida aparecem a americana Chevron, com 3,20% do total, e a russa Gazprom, com 3,19%. A
Petrobras responde por 8,68 bilhões de toneladas de carbono equivalente, o que representa 0,64% do
total.
"Nós escolhemos 1965 como ponto inicial (da análise) porque pesquisas recentes revelaram que em
meados dos anos 1960 o impacto climático dos combustíveis fósseis era conhecido por líderes industriais
e políticos", diz o autor do estudo, Richard Heede.
Responsabilidade
O estudo atualiza uma análise anterior de Heede sobre o papel das principais empresas de
combustíveis fósseis nas mudanças climáticas. O pesquisador diz que essas empresas têm
responsabilidade "moral, financeira e legal" pela crise climática e responsabilidade de ajudar a combater
o problema.
"Apesar de consumidores globais, de indivíduos a empresas, serem os emissores finais de dióxido de
carbono, nós nos concentramos nas empresas de combustíveis fósseis que, em nossa opinião,
produziram e venderam esses combustíveis a bilhões de consumidores com o conhecimento de que seu
uso conforme previsto vai piorar a crise climática", diz o autor do estudo, Richard Heede.
O pesquisador diz que as empresas que "valorizam sua licença social para operar" devem respeitar a
ciência climática, gerenciar os riscos corporativos de acordo com isso e "se comprometer em reduzir a
produção futura de combustíveis fósseis e suas emissões" em alinhamento com o Acordo de Paris.
Esse acordo tem o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C acima dos níveis pré-
industriais.
Heede também diz que as empresas deveriam direcionar seus investimentos para combustíveis
renováveis e de baixo carbono. "As empresas liderando essa transição irão prosperar, e as que ficarem
para trás irão perecer", afirma.
127
Alessandra Corrêa. 20 maiores poluidores respondem por um terço de toda a emissão de CO2 no mundo, segundo estudo; Petrobras está na lista. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/10/10/20-maiores-poluidores-respondem-por-um-terco-de-toda-a-emissao-de-co2-no-mundo-segundo-estudo-petrobras-
esta-na-lista.ghtml. Acesso em 10 de outubro de 2019.
Há atos marcados contra o aquecimento global em 150 países, de acordo com os organizadores. Mais
de 5 mil protestos são esperados, em uma sequência que deve terminar com uma manifestação em Nova
York, Estados Unidos.
A greve global pelo clima, marcada para esta sexta (20/09) em 150 países, deve atrair milhares de
manifestantes que exigem medidas concretas para frear as emissões de gás carbônico e combater o
aquecimento global.
As manifestações ocorrem um dia antes de começar a Cúpula pelo Clima, da Organização das Nações
Unidas, que deverá ocorrer de 21 a 23 de setembro, em Nova York.
A Greve pelo Clima tem origem no "Fridays For Future" (Sextas-feiras pelo Futuro, em inglês), que
ganhou repercussão com a adolescente sueca de 16 anos Greta Thunberg. Desde 2018, Greta falta às
aulas nas sextas-feiras para protestar pelo clima. A iniciativa rendeu a indicação ao Prêmio Nobel da Paz
e fez com que diversas outras greves se espalhassem pelo mundo. No Brasil, ao menos duas
mobilizações tiveram repercussão nacional, uma em março e outra em maio.
Estão programados mais de 5 mil eventos em todo o mundo em 150 países, em uma sequência que
deve terminar com uma manifestação em Nova York, com a presença de mais de um milhão de
estudantes, informou a agência France Presse (AFP).
O líder espiritual dos budistas tibetanos, Dalai Lama, publicou uma mensagem na sua conta oficial do
Twitter apoiando as manifestações. "Esta é provavelmente a geração mais jovem que tem sérias
preocupações com a crise climática e seus efeitos no meio ambiente. Eles estão sendo muito realistas
sobre o futuro. Eles veem que precisamos ouvir os cientistas. Nós devemos encorajá-los.", afirmou.
Os primeiros eventos da greve aconteceram nas ilhas Vanuatu, Salomão e Kiribati, territórios
ameaçados pela elevação do nível do mar devido ao aquecimento climático.
Na Austrália, crianças e jovens da região do Pacífico se reuniram nas ruas para se manifestar. De
acordo com a rede CNN, os organizadores disseram ter atraído mais de 300 mil pessoas em mais de 100
cidades. Melbourne teve o maior protesto, com 100 mil pessoas, segundo os organizadores citados pela
CNN. Em Sidney foram 80 mil e em Brisbane, 30 mil. Não há informações sobre números divulgados
pelas autoridades destes locais.
Na Alemanha, a manifestação atraiu cerca de 80 mil pessoas, segundo os organizadores.
Manifestantes subiram sobre blocos de gelo embaixo de uma forca improvisada para alertar sobre os
riscos do aquecimento global. O protesto ocorreu em frente ao portão de Brandemburgo, em Berlim.
De acordo com a AFP, nesta sexta os partidos da coalizão do governo da Angela Merkel chegaram a
um acordo sobre a estratégia climática, que inclui medidas para diminuir as emissões de gás carbônico e
uma verificação anual das taxas. A AFP informa que estão previstos investimentos de pelo menos 100
128
G1. Manifestantes protestam em greve global pelo clima nesta sexta. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/20/manifestantes-protestam-
em-greve-global-pelo-clima-nesta-sexta.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.
Decreto foi editado nesta quarta-feira e publicado no 'Diário Oficial da União'. Medida foi anunciada em
meio à crise ambiental envolvendo as queimadas na Amazônia.
O governo federal decidiu proibir as queimadas em todo o país durante o período da seca.
Um decreto sobre a proibição foi editado nesta quarta-feira (28/08) e publicado na edição desta quinta-
feira (29/08) do “Diário Oficial da União”.
O decreto suspende a permissão do emprego do fogo por um período de 60 dias com o objetivo de
proteção ao meio ambiente.
O Código Florestal permite as queimadas somente em casos específicos e desde que autorizadas por
órgão ambiental. No caso dos povos indígenas, a prática é permitida na agricultura de subsistência.
De acordo com o texto, a suspensão não será aplicada em casos de controle fitossanitário autorizado
por órgão ambiental, em práticas de prevenção e combate a incêndios e na agricultura de subsistência
de indígenas.
A medida foi anunciada em meio à crise ambiental e diplomática provocada pela escalada do número
de queimadas e do desmatamento na Amazônia.
Na semana passada o presidente Jair Bolsonaro editou decreto autorizando o uso das Forças
Armadas no apoio aos estados da Amazônia Legal no combate ao fogo.
129
Feliz Ortiz. Governo decide proibir queimadas em todo o Brasil no período da seca. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/08/28/governo-decide-
proibir-queimadas-em-todo-o-brasil-no-periodo-da-seca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de 2019.
130
Carolina Dantas. Queimadas aumentam 82% em relação ao mesmo período de 2018. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/19/queimadas-
aumentam-82percent-em-relacao-ao-mesmo-periodo-de-2018.ghtml. Acesso em 21 de agosto de 2019.
Nas últimas 48h (contadas até 19 de agosto), o Brasil teve 5.253 focos de queimadas detectados pelo
sistema do Inpe. Bolívia, Peru e Paraguai seguem com 1.618, 1.166 e 465, respectivamente. No sábado
(17/08), o aeroporto internacional de Viru Viru, na Bolívia, chegou a ser fechado devido à baixa
visibilidade.
Alberto Setzer, pesquisador do Programa Queimadas do Inpe, disse que apesar da alta no número de
incêndios, a chegada da fumaça da região Norte ao Sudeste não é um fenômeno raro. Ele fala que o pôr
do sol um pouco mais avermelhado é um dos sinais, mas em menor intensidade do que foi visto nesta
segunda-feira.
O pesquisador também explica que o El Niño tem um efeito que aumenta a estiagem, mas não causa
o aumento das queimadas. O fenômeno ajuda a aumentar a "espalhar o fogo".
"Elas [queimadas] são todas de origem humana, umas propositais e outras acidentais, mas sempre
pela ação humana. Para você ter queimada natural você precisa da existência de raios. Só que toda essa
região do Brasil central, sul da Amazônia, está uma seca muito prolongada, tem lugares com quase três
meses sem uma gota d’água" - Alberto Setzer
"Não é a toa que o aeroporto lá na Bolívia fechou, que os hospitais estão lotados de gente com
problemas de respiração", disse Setzer. O pesquisador lembra um caso similar de descida da
fumaça ocorreu em 9 de agosto deste ano, mas que não atingiu tanto a cidade de São Paulo.
Os dados do Inpe também apontam o número de Unidades de Conservação e Terras Indígenas que
sofrem com as queimadas: são 32 e 36, respectivamente. Os incêndios florestais também atingiram outras
131
Patrícia Figueiredo. Fim do Fundo Amazônia pode afetar fiscalização do Ibama contra o desmatamento. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/16/fim-do-fundo-amazonia-pode-afetar-fiscalizacao-do-ibama-contra-o-desmatamento.ghtml. Acesso em 16 de agosto
de 2019.
Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês
de 2018132
Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km², de acordo com dados do Deter, do Inpe. Jair Bolsonaro disse nesta terça (06/08) que o novo
diretor do Inpe vai apresentar os dados para a presidência antes de divulgá-los.
As áreas com alerta de desmatamento na Amazônia Legal, que inclui 9 estados, tiveram um aumento
de 278% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2018. Os dados são do Deter, do Instituto de
Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
Em junho, Jair Bolsonaro questionou a veracidade dos dados e foi rebatido pelo então diretor do Inpe,
que acabou exonerado. Nesta terça (06/08), ele afirmou em Brasília que receberá com antecedência
dados "alarmantes" de desmatamento, antes que sejam divulgados. Os números estão públicos e
disponíveis na plataforma Terra Brasilis desde 2017.
"Ele [diretor interino do Inpe] vai apresentar os números para mim. Se forem alarmantes, a gente vai
tomar uma decisão. [...] Números, por exemplo, que tenha a ver, que saia do Inpe, tem que ser números
precisos. Tem a ver com áreas. Não pode áreas superpostas serem computadas. Não pode áreas que
podem ser desmatados, que podem, ao se desmatar entrar como desmatamento ilegal. Não é verdade
isso aí", afirmou Bolsonaro.
Os alertas servem para informar aos fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) onde há
sinais de devastação, que podem ou não ser comprovados posteriormente. Os dados oficiais de
desmatamento são feitos por outro sistema, o Prodes, que mede as taxas nos meses em que há seca,
para evitar que as nuvens cubram as áreas. Os dois sistemas usam o mesmo satélite para gerar as
imagens.
132
G1. Área da Amazônia com alerta de desmatamento sobe 278% em julho, comparada ao mesmo mês de 2018. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/07/area-com-alertas-de-desmatamento-na-amazonia-sobem-278percent-em-julho-comparado-ao-mesmo-mes-de-
2018.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2019.
Em julho de 2018, houve alerta em 596,6 km² na Amazônia. Em julho de 2019, este número foi de
2.254,9 km² – quase quatro vezes mais. No mês anterior, a área com alerta de desmatamento foi de 931,6
km².
Os dados de julho de 2019 são os mais altos desde 2015, se considerados todos os meses de
monitoramento disponíveis para análise.
Antes, o recorde de área com alerta havia sido em agosto de 2016, com 1.025 km².
De acordo com um levantamento feito pelo Observatório do Clima no mesmo sistema, o desmatamento
na Amazônia cresceu 49,5% na série histórica 2018/2019, se comparado ao mesmo período de
2017/2018. Foram 6.833 km² com alerta de desmatamento, contra 4.532 km² no período anterior.
O coordenador técnico do Observatório do Clima e coordenador geral do MapBiomas, Tasso Azevedo,
publicou uma imagem nesta terça (06/08) que mostra a degradação ambiental.
Segundo Azevedo, trata-se de uma área de 35 km² em Altamira, no Pará, para onde foram emitidos
20 alertas de desmatamento entre maio e julho de 2019. "Cerca de 1,5 milhão de árvores cortadas em
pouco mais de 90 dias", afirmou
A Amazônia Legal inclui o Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados de
Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.
Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%133
Novo marco regulatório é "forma de enganar a sociedade", segundo pesquisador; mudança também
impacta rótulo dos produtos.
A nova classificação de agrotóxicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada
esta semana no Diário Oficial da União, provocou uma redução drástica do número de produtos
considerados "extremamente tóxicos" no Brasil. Nos últimos estudos divulgados antes da mudança no
método de sistematização, 800 agrotóxicos, em média, pertenciam a essa categoria, em um universo de
cerca de 2300 – aproximadamente 34,7%. A nova tabela, divulgada pela Agência nesta quinta (01/08),
classifica apenas 43 como "extremamente tóxicos", o que equivale a 2,2% dos 1924 produtos analisados.
A sistematização dos produtos, até então regulada por uma legislação de 1989 que previa a existência
de quatro categorias segundo o nível de perigo oferecido pelos venenos, passou a ter cinco divisões, com
novos critérios.
As novas normas também permitem que produtos antes considerados “altamente tóxicos”, que
provocam irritação severa na pele, passem para a categoria de toxicidade moderada, enquanto os “pouco
tóxicos” – com risco de irritação leve na pele e nos olhos, por exemplo – fiquem liberados de classificação.
Com isso, eles não apresentarão advertências no rótulo para o consumidor.
Especialista no tema, o engenheiro agrônomo Leonardo Melgarejo, membro da Campanha
Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida, criticou as novas regras em entrevista ao Brasil de Fato.
Ele considera que a metodologia que a Anvisa passa a adotar impõe riscos à saúde humana.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, em média, 193 mil mortes registradas ao ano no
planeta podem ter relação com o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos.
“A informação de risco agora privilegia os casos de morte. Sobrevalorizar um veneno porque ele causa
morte e deixar de lado preocupações de longo prazo, como câncer, cegueira, problemas de raciocínio e
no sistema nervoso central, para nós, é uma forma de enganar a sociedade. Vai minimizar o cuidado que
as pessoas vão ter com venenos que não causam a morte, mas que trazem dramas que, para uma família,
são tão relevantes quanto a perda de um parente”, reflete o especialista.
A Anvisa argumenta que o novo marco regulatório é orientado por um padrão internacional, o Sistema
Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (Globally Harmonized
System of Classification and Labelling of Chemicals – GHS), adotado na União Europeia e na Ásia, por
exemplo.
“Seria racional que nós tivéssemos um modelo semelhante, mas, na comunidade econômica europeia,
pelo que sabemos, são proibidos vários dos produtos que são autorizados aqui. Seria de se esperar que
133
Brasil de Fato. Número de agrotóxicos que Anvisa considera "extremamente tóxicos" cai de 34% para 2%. Redação Brasil de Fato.
https://www.brasildefato.com.br/2019/08/02/numero-de-agrotoxicos-que-anvisa-considera-extremamente-toxicos-cai-de-34-para-2/. Acesso em 02 de agosto de
2019.
Destruição em áreas protegidas da bacia – que abriga 26 povos indígenas e serve como corredor
ecológico para espécies amazônicas – cresceu 44,7% em maio e junho em comparação com mesmo
período de 2018; para zoólogo, preservação da região é crucial para que a ciência entenda como florestas
brasileiras se tornaram tão biodiversas.
O desmatamento em unidades de conservação na bacia do rio Xingu, nos estados do Pará e Mato
Grosso, cresceu 44,7% em maio e junho de 2019 em comparação com o mesmo período do ano anterior,
reforçando a tendência de alta no desflorestamento da Amazônia e ampliando as pressões sobre um dos
principais corredores ecológicos do bioma.
Os dados são do Sirad X, boletim publicado a cada dois meses pela Rede Xingu+, que agrega 24
organizações ambientalistas e indígenas. Além de compilar imagens de satélite, o sistema usa radares
que permitem detectar o desmatamento mesmo em períodos chuvosos do ano.
O boletim diz que, entre janeiro e junho deste ano, a região perdeu 68.973 hectares de floresta – área
equivalente à cidade de Salvador. A bacia do Xingu abriga 26 povos indígenas e centenas de
comunidades ribeirinhas, que dependem do bom funcionamento dos ecossistemas locais para sobreviver.
A região tem tamanho comparável ao do Rio Grande do Sul.
Como mais da metade da bacia é composta por áreas protegidas, ela também serve como uma espécie
de escudo da Amazônia em sua porção oriental, dificultando o avanço do agronegócio pela floresta. E ela
é uma das últimas áreas do bioma amazônico em contato com o Cerrado, o que lhe confere papel central
em estudos sobre biodiversidade.
Quando se compara o desmatamento de maio e junho no Xingu com o do bimestre anterior, o aumento
foi de 81% para toda a bacia e de 405% para unidades de conservação.
134
João Fellet, BBC. Desmatamento dispara no Xingu, um dos últimos 'escudos' da Amazônia. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/08/02/desmatamento-dispara-no-xingu-um-dos-ultimos-escudos-da-amazonia.ghtml. Acesso em 02 de agosto de 2019.
Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a
série histórica135
Índice é medido desde 1970. A partir desta segunda (29/07), humanidade entrará 'no vermelho' no uso
de recursos naturais, ou seja, usará mais do que a Terra consegue repor.
O Planeta Terra atinge nesta segunda-feira (29/07) o ponto máximo de uso de recursos naturais que
poderiam ser renovados sem ônus ao meio ambiente. Em 2019, a humanidade atingiu a data limite três
dias antes que em 2018 – e mais cedo do que em toda a série histórica, medida desde 1970.
Isso significa que, a partir de agora, todos os recursos usados para a sobrevivência (água, mineração,
extração de petróleo, consumo de animais, plantio de alimentos com esgotamento do solo, entre outros
pontos) entrarão em uma espécie de "crédito negativo" para a humanidade.
Para manter o mesmo padrão de consumo atual, seria necessário 1,75 planeta Terra.
A estimativa é da Global Footprint Network, organização internacional pioneira em calcular a pegada
ecológica, que contabiliza o quanto de recurso natural é usado para as necessidades de um indivíduo ou
população.
De acordo com a organização, 60% da pegada ecológica da humanidade é causada pela emissão de
carbono.
"Sublinhar que não podemos usar 1,75 Terras por muito tempo quando só temos uma é simplesmente
reconhecer o contexto da existência humana", disse Mathis Wackernagel, coinventor da Pegada
Ecológica e fundador da Global Footprint Network.
O planeta entrou em déficit de recursos naturais em 1970. Desde então, a humanidade tem consumido
mais do que o planeta consegue se regenerar. Nos últimos 20 anos, a data-limite tem chegado mais cedo.
135135
G1. Sobrecarga da Terra 2019: Planeta atinge esgotamento de recursos naturais mais cedo em toda a série histórica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/07/29/sobrecarga-da-terra-2019-planeta-atinge-esgotamento-de-recursos-naturais-mais-cedo-em-toda-a-serie-
historica.ghtml. Acesso em 29 de julho de 2019.
Pesquisa estima que 17% dos animais marinhos podem desaparecer até 2100136
Segundo o consórcio FishMIP, se as emissões de gases estufa seguirem o ritmo atual, diferentes
espécies de peixes, invertebrados e mamíferos serão extintas.
Cerca de 17% dos animais marinhos (peixes, invertebrados, mamíferos) poderão desaparecer até
2100, se as emissões de CO2 seguirem o ritmo atual - adverte uma avaliação internacional inédita
publicada na terça-feira (11/06) na revista americana PNAS.
A perda, que já começou, considera apenas os efeitos do clima, sem incluir outros fatores como a
pesca predatória e a poluição, e teria grande impacto na biodiversidade e na segurança alimentar.
Agrupados no consórcio "FishMIP" (Fisheries and Marine Ecosystem Model Intercomparison Project),
35 pesquisadores de quatro continentes fizeram uma avaliação global dos efeitos do aquecimento global
nos recursos pesqueiros.
Se as emissões de gases causadores do efeito estufa mantiverem sua trajetória atual, a biomassa
global de animais será reduzida em 17% até 2100, em relação à média dos anos 1990-99, apontam os
cientistas.
Se o mundo conseguir manter o aquecimento abaixo de 2°C, a queda pode ser limitar a 5%, acrescenta
o estudo.
"Seja qual for a hipótese das emissões, a biomassa global dos animais marinhos vai cair, devido ao
aumento da temperatura e ao retrocesso da produção primária", diz a pesquisa.
Para cada grau de aquecimento acumulado, o oceano perderá cerca de 5% adicional de biomassa
animal.
Ainda dá tempo
Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos
devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.
Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de
plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem as espécies nativas. Outras
sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.
Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de
áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.
Iniciativa busca reflexão sobre o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas.
A Torre Eiffel parisiense, a Acrópole de Atenas, o Kremlin em Moscou e a Ópera de Sydney apagaram
suas luzes durante uma hora neste sábado, na chamada Hora do Planeta, para aumentar a
conscientização sobre as mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade. Para a 13ª edição da
Hora do Planeta, organizada pela ONG WWF, milhões de pessoas em 180 países vão apagar suas luzes
para refletir o impacto do gasto energético sobre as mudanças climáticas e seu papel fundamental na
natureza. "Somos a primeira geração a ter consciência que estamos destruindo o mundo. E podemos ser
138
AFP. Mundo apaga suas luzes pela Hora do Planeta. Correio do Povo. https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/mundo/mundo-apaga-suas-luzes-pela-
hora-do-planeta-1.329913. Acesso em 01 de abril de 2019
Relatório da ONU aponta que poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Falta de
acesso à água potável é responsável por 1,4 milhão de mortes nesse mesmo período.
Um quarto das mortes prematuras e das doenças que proliferam atualmente no mundo estão
relacionadas à poluição e a outros danos ao meio ambiente provocados pelo homem. O alerta é feito pela
ONU em um relatório sobre o estado do planeta, divulgado nesta quarta-feira (13/03) em Nairóbi, capital
do Quênia.
O relatório, chamado de GEO (Global Environement Outlook), é resultado do trabalho de 250 cientistas
de 70 países, durante seis anos. O documento utiliza uma base de dados gigantesca para calcular o
impacto da poluição sobre centenas de doenças, além de listar uma série de emergências sanitárias no
mundo.
Segundo o GEO, a poluição atmosférica, os produtos químicos que contaminam a água potável e a
destruição acelerada dos ecossistemas vitais para bilhões de pessoas estão provocando uma espécie de
epidemia mundial.
As condições ambientais "medíocres" são responsáveis por cerca de 25% das mortes prematuras e
doenças no planeta. A poluição do ar mata entre 6 e 7 milhões de pessoas por ano. Já a falta de acesso
à água potável mata 1,4 milhão de pessoas a cada ano devido a doenças que poderiam ser evitadas,
como diarreias.
O relatório também indica que produtos químicos despejados no mar provocam efeitos negativos na
saúde de várias gerações. Além disso, 3,2 bilhões de pessoas vivem em terras destruídas pela agricultura
intensiva ou pelo desmatamento.
Já a utilização desenfreada de antibióticos na produção alimentar pode resultar no surgimento de
bactérias ultrarresistentes, que poderiam se tornar a primeira causa de mortes prematuras até a metade
do século.
139
RFI. Poluição é responsável por 1 a cada 4 mortes prematuras no mundo. G1 Natureza. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/13/poluicao-e-responsavel-
por-1-a-cada-4-mortes-prematuras-no-mundo.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.
Aquecimento global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica140
O mundo está no meio do que pode ser a década mais quente já registrada, de acordo com um estudo
do Met Office — o serviço meteorológico do governo britânico.
O serviço, cujos registros remontam a 1850, projeta que as temperaturas nos próximos cinco anos
estarão até 1°C mais altas do que aquelas observadas no período pré-revolução industrial.
Há também uma pequena chance de que um destes anos registre temperaturas até 1,5°C maiores.
Este patamar é visto como um limite crítico para o aquecimento global.
Se os dados realmente corresponderem às projeções do Met Office, o período de 2014 até 2023 será
a década mais quente nos 150 anos de dados da agência.
140
BBC. Aquecimento Global: década pode ser a mais quente da história, diz agência britânica. G1 Natureza.
https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/02/07/aquecimento-global-decada-pode-ser-a-mais-quente-da-historia-diz-agencia-britanica.ghtml. Acesso em 07 de
fevereiro de 2019.
Até a noite de domingo, 60 corpos foram resgatados da região atingida pelo rompimento
da barragem da Vale na Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, município na zona metropolitana de
Belo Horizonte.
Entre as 60 mortes confirmadas até o momento, 19 corpos foram identificados, de acordo com a Defesa
Civil de Minas Gerais. Pelo menos 292 pessoas continuam desaparecidas.
Desde sexta, 192 pessoas foram localizadas e resgatadas pelos bombeiros.
Em coletiva de imprensa na noite de domingo, o porta-voz da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-
coronel Flávio Godinho, disse que um ônibus foi localizado próximo à área administrativa da Vale e que
haveria mais corpos dentro dele. Dessa forma, o trabalho do Corpo de Bombeiros continuará noite adentro
e o número de vítimas deve subir.
As buscas haviam sido interrompidas na madrugada de domingo, quando técnicos da mineradora
informaram que havia "risco iminente de rompimento" da barragem B6, e foram retomadas por volta de
15 horas.
Ainda de acordo com o tenente-coronel, boa parte do material da represa, que acumulava entre 3
milhões e 4 milhões de metros cúbicos de água, já foi drenado e a estrutura não corre mais risco de
rompimento. Restariam apenas 140 mil metros cúbicos de água, que serão drenados nos próximos 10 a
15 dias.
141
BBC. Brumadinho: O que se sabe sobre o rompimento de barragem que matou ao menos 60 pessoas em MG. BBC Brasil. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-
47002609. Acesso em 28 de janeiro de 2019.
Ajuda externa
Ainda neste domingo, chega a Minas Gerais uma equipe de 136 soldados do Exército israelense,
especializada em operações de resgate em situações extremas, para auxiliar na busca por sobreviventes.
A informação, antecipada no sábado pelo presidente Jair Bolsonaro, foi confirmada pelo governo de
Minas Gerais.
Na segunda-feira, a equipe fará um reconhecimento da área e iniciará em seguida os trabalhos. Além
de especialistas em salvamento, a equipe israelense conta com cães farejadores e 16 toneladas de
equipamentos, incluindo radares terrestres.
Resposta do governo
Na manhã deste sábado, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou a área atingida pelo rompimento da
barragem.
Bolsonaro não chegou a pousar na região e, portanto, não deu declarações no local. Ele já está de
volta a Brasília. Pelo Twitter, o presidente disse que é "difícil ficar diante de todo esse cenário e não se
emocionar" e acrescentou que o governo fará o que estiver ao seu alcance para atender as vítimas,
minimizar danos, apurar os fatos e prevenir novas tragédias, citando o desastre de Mariana, há três anos.
A barragem
No cadastro nacional da Agência Nacional de Mineração, a barragem do Córrego do Feijão é
classificada como uma estrutura de pequeno porte com baixo risco e alto dano potencial.
A lei 12.334/10 explica que o risco é calculado "em função das características técnicas, do estado de
conservação do empreendimento e do atendimento ao Plano de Segurança da Barragem". Já o dano
potencial se refere ao "potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos, sociais e
ambientais decorrentes da ruptura da barragem".
Em nota, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável informa que o
empreendimento e a barragem em Brumadinho estão devidamente licenciados.
Em dezembro de 2018, a Vale obteve licença para o reaproveitamento dos rejeitos dispostos na
barragem e encerramento de atividades.
"A barragem não recebia rejeitos desde 2014 e tinha estabilidade garantida pelo auditor, conforme
laudo elaborado em agosto de 2018. As causas e responsabilidades pelo ocorrido serão apuradas pelo
governo de Minas."
Em nota, a Vale afirmou que a barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida
pela mineradora em 2001). Segundo a empresa, os rejeitos dispostos ocupavam um volume de 11,7
milhões de metros cúbicos.
A Vale disse ainda que a barragem possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela
empresa TUV SUD do Brasil em junho e setembro de 2018.
"A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da
referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança
física e hidráulica da barragem."
Segundo a companhia, a barragem passava por inspeções de campo quinzenais. "Todas estas
inspeções não detectaram nenhuma alteração no estado de conservação da estrutura."
142
Lara Pinheiro. Aquecimento dos oceanos bateu recorde em 2018, dizem cientistas. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/01/16/aquecimento-dos-oceanos-
bateu-recorde-em-2018-dizem-cientistas.ghtml. Acesso em 17 de janeiro de 2018.
Ministro do Meio Ambiente afirma que pacto pode trazer recursos e que Bolsonaro concordou com a
posição.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que o Brasil continuará no Acordo de Paris e
que o presidente Jair Bolsonaro concordou com a posição. Ele argumentou que há pontos importantes
no acordo, que podem trazer recursos para o país, e que o problema está na internalização de princípios
para a legislação nacional. O acordo estabelece metas de para redução da emissão de gases que causam
o efeito estufa.
Questões
01. (Prefeitura de Aracaú/CE – Auxiliar Administrativo – CETREDE – 2019) Este termo surgiu a
partir de estudos das Organizações das nações unidas sobre as mudanças climáticas, também conhecida
como Comissão de Brundtland e foi firmado na Agenda 21, na Conferência “Rio 92”. Sendo descrito como
conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de
um sistema de consumo em massa no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-
prima é máxima, com isso sendo capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a
capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Esse é o conceito de:
(A) Créditos de Carbono.
(B) Desenvolvimento sustentável.
(C) Selos verdes.
(D) Certificação Ambiental.
(E) Capitalismo verde.
143
Cleide Carvalho. Salles diz que Brasil permanece no Acordo de Paris. https://oglobo.globo.com/brasil/salles-diz-que-brasil-permanece-no-acordo-de-paris-
23371858. Acesso em 15 de janeiro de 2019.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
03. Resposta: D
A terceira afirmação traz o cerrado e a caatinga como áreas de maior desmatamento em relação às
amazônicas. A afirmação está incorrera pela inclusão da caatinga. Além disso, as duas primeiras
afirmações mostram o entendimento de especialistas que afirmam que a falta de fiscalização e punição
está levando ao crescimento do desmatamento na região amazônica.
04. Resposta: B
O manejo florestal sustentável, é um modelo que permite a exploração racional com técnicas de
mínimo impacto ambiental sobre os elementos da natureza. Uma floresta manejada continuará
oferecendo suas riquezas para as gerações futuras, pois a madeira e seus outros produtos são recursos
renováveis.
05. Resposta: E
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as
necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
(http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/
Educação
Conselho Nacional de Educação aprova juntar anos letivos de 2020 e 2021 e ensino remoto até
fim do ano que vem144
Ministério da Educação precisa aprovar o texto, que inclui possibilidades de que estados e municípios
juntem os anos letivos de 2020 e 2021 e que estudantes do 3º ano do ensino médio tenham ano letivo
'suplementar'.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta terça-feira (06/10) a validade do ensino
remoto até dezembro de 2021, após os 6 meses de suspensão das aulas presenciais pela pandemia do
coronavírus, e a junção dos anos letivos de 2020 e 2021.
As diretrizes valem para todas as redes do país, desde a educação básica até o ensino superior, sejam
elas públicas, privadas ou comunitárias. No entanto, elas não são obrigatórias. O texto ainda deverá ser
homologado pelo Ministério da Educação (MEC) e, depois, as redes poderão aderir ou não à proposta.
O conselho é responsável por assessorar o MEC nas políticas educacionais federais.
O texto aprovado também torna possível:
- que estados e municípios optem pela fusão dos anos letivos de 2020 e 2021 por meio da adoção de
um continuum curricular de dois anos, na educação básica
- um ano letivo "suplementar" para estudantes do 3º ano do ensino médio
Avaliação
O documento flexibiliza a aprovação escolar ao permitir a "redefinição de critérios de avaliação" para
a "promoção" do estudante.
Recomenda também uma "especial atenção" à aprovação de estudantes dos anos finais do ensino
fundamental (5° ao 9º ano). Essa etapa de ensino registra alto índice de reprovação e abandono escolar.
O texto também destaca a possibilidade de um "continuum" curricular entre 2020 e 2021 para "evitar
o aumento da reprovação do final do ano letivo de 2020" - ou seja, os dois anos letivos viram um só.
O texto fala no "reordenamento curricular do que restar do ano letivo de 2020 e o do ano letivo seguinte,
pode ser reprogramado, aumentando-se os dias letivos e a carga horária do ano letivo de 2021 para
144
Elida Oliveira. Conselho Nacional de Educação aprova juntar anos letivos de 2020 e 2021 e ensino remoto até fim do ano que vemG1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/10/06/cne-aprova-ensino-remoto-ate-dezembro-de-2021-e-fusao-de-anos-letivos.ghtml. Acesso em 07 de outubro de
2020.
Ensino remoto
Quando questionado sobre o papel do MEC durante a pandemia e as limitações para boa parte dos
estudantes em ter acesso ao ensino remoto, o ministro afirmou em entrevista recente ao jornal "O Estado
de S.Paulo" que as desigualdades foram apenas evidenciadas nesse período do coronavírus, mas não
foram criadas agora.
"Não foi um problema criado por nós. A sociedade brasileira é desigual e não é agora que a gente, por
meio do MEC, que vamos conseguir deixar todos iguais."
Os casos de alunos que não têm internet, computador ou celular em casa para acompanhar aulas on-
line devem ser resolvidos pelos estados e municípios, segundo Ribeiro. Nessa mesma entrevista,
o ministro disse que gays vinham de 'famílias desajustadas'.
Em outra entrevista, Ribeiro admitiu que o apoio do governo aos estudantes de baixa renda se
conectarem à internet durante a pandemia chegou tarde. "A gente demorou um pouquinho mais do
que aparentemente seria o razoável”, afirmou ele, em meados de agosto.
Ministro permaneceu 14 meses e deixará MEC após sequência de crises com outras instituições;
entidades de Educação comentaram a gestão de Weintraub.
Entidades do setor reagiram ao anúncio da saída do ministro da Educação, Abraham Weintraub, nesta
quinta-feira (18). Ele deixa o cargo depois de uma série de desgastes e polêmicas à frente do ministério.
O nome do substituto não foi informado.
O movimento Todos Pela Educação disse em nota após o anúncio da saída de Weintraub que ele foi
o "pior ministro da Educação que o Brasil já teve". Eles consideraram a demissão "tardia" e disseram que
o ministro tinha "absoluto despreparo" e "falta de compromisso" com a busca efetiva por melhores
resultados educacionais.
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação compartilhou uma carta escrita pelo Daniel Cara,
professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e membro da campanha com
destaque para o trecho: “A educação no Brasil só vai respirar quando Bolsonaro deixar a presidência”.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG),
celebraram a saída do ministro por meio de postagens em uma rede social. Segundo as entidades, a
demissão seria uma "vitória" dos estudantes.
A UNE ainda classificou a gestão de Weintraub como "deplorável" e escreveu que ele sai "com a marca
de pior ministro da história". A entidade relembrou os cortes de verbas do Ministério da Educação, e disse
que o ministro "nunca teve compromisso com a educação".
A ANPG escreveu esperar que o sucessor de Weintraub retire a revogação de portaria do MEC sobre
políticas de inclusão na pós-graduações, como o acesso a negros, indígenas e pessoas com deficiência.
Além das postagens, as entidades estudantis disseram, por meio de um comunicado, que seguirão
atentas à nomeação do substituto de Weintraub. Além disso, disseram que com a saída do ministro,
Bolsonaro perde um “ferrenho defensor de sua agenda ideológica”.
145
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/06/18/entidades-reagem-a-saida-de-abraham-weintraub-do-ministerio-da-educacao.ghtml
"Estou fechando um ciclo, presidente, e começando outro. E é claro que eu sigo apoiando o senhor,
presidente Bolsonaro, como eu fiz nos últimos três anos."
No vídeo, o presidente Jair Bolsonaro diz a Weintraub que o momento é "difícil", mas "de confiança" e
que os compromissos de campanha estão mantidos.
"É um momento difícil. Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Busco
implementá-lo da melhor forma possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão
nos ouvindo agora são maiores de idade, sabem o que o Brasil está passando. E o momento é de
confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade. Eu faço o que o povo quiser", afirma Bolsonaro no
vídeo.
Nota técnica da Fineduca e daCampanha Nacional pelo Direito à Educação projeta perda de R$ 52,4
bilhões de recursos
Queda de arrecadação, esforços de gastos com saúde e ausência da União em ações emergenciais
indicam a redução de recursos disponíveis para a educação. Projeções de perdas apontam para cenário
de colapso nos orçamentos de 2020 e 2021.
Na pandemia do coronavírus, o governo Jair Bolsonaro não criou medidas de apoio de financiamento
às redes de ensino. Elas já arcam com a maior parte dos gastos na educação básica.
O baixo recolhimento de tributos, sobretudo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS), tem forte impacto no montante direcionado à educação.
A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) já constatou queda de 24% do tributo em abril. A
Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado, trabalha com uma projeção de redução de
30% do ICMS no ano.
Neste cenário, nota técnica da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação
(Fineduca) e da Campanha Nacional pelo Direito à Educação projeta perda de R$ 52,4 bilhões de
recursos da educação. O estudo é ancorado em dados de 2018 e leva em conta Estados e municípios.
Relatório do Movimento Todos Pela Educação e do Instituto Unibanco indica uma redução de R$ 28
bilhões somente nos recursos de Estados. O estudo considera uma retração de 25% da carga tributária
vinculada à educação.
Trata-se, nesse cenário, de perda de 25% dos R$ 101 bilhões disponíveis atualmente.
Procurado, o Ministério da Educação (MEC) não retornou. A pasta da Economia não respondeu por
que não há auxílio emergencial para a educação, mas disse em nota que analisa alternativas para
superação deste momento.
– Os estudos mostram que não temos recursos para fechar o ano – diz Salomão Ximenes, professor
da UFABC. – Sem programa emergencial, corre-se um grande risco de colapso do sistema, inclusive que
venha prejudicar qualquer implementação de plano de reabertura.
O Consed, conselho que reúne secretários estaduais de Educação, calculou custos extras com a
pandemia de R$ 1,9 bilhão. Para garantir reabertura segura, as secretarias terão de providenciar
distanciamento de alunos, materiais de higiene e continuidade da educação a distância - o que pressiona
mais os orçamentos.
146
https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2020/06/educacao-se-aproxima-de-colapso-no-orcamento-ckbevojyb000201jfxwrsr906.html - Acesso
em 17 de agosto de 2020
O recente anúncio de queda da inflação vai deixar o teto cerca de R$ 20 bilhões mais baixo em 2021.
A previsão de despesas discricionárias do MEC para 2021 é 18,2% inferior do contido na lei
orçamentária deste ano. A perda é de R$ 4,18 bilhões.
Especialista em finanças públicas, Elida Graziane defende a revogação do teto.
– Há grande risco de termos em 2021 situação de colapso nos serviços essenciais – diz ela, que é
procuradora do Ministério Público de Contas de São Paulo.
Se a própria manutenção do sistema é colocada em risco, o avanço em indicadores educacionais -
como a ampliação de alunos em tempo integral ou o acesso à creche- é visto com ainda mais
preocupação.
Graziane também insiste que as metas do Plano Nacional de Educação (PNE) sejam atreladas a
medidas emergenciais, sob risco de retrocessos.
A meta do PNE é ter ao menos 25% dos alunos em tempo integral até 2024. O país registra menos de
15%. O Brasil tem 35,6% das crianças de até 3 anos matriculadas na pré-escola -a meta é de 50%.
Sem ter um projeto pronto para a educação infantil, o ministro Abraham Weintraub (Educação) deixou
de usar no ano passado R$ 1 bilhão recuperados pela operação Lava-Jato. Com o avanço da pandemia,
perdeu definitivamente o recurso para a Saúde.
Em meio à pandemia de coronavírus, o governo Jair Bolsonaro faz uma investida contra as pesquisas
em ciências humanas.
O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) e o MEC (Ministério da
Educação) reduziram mecanismos de financiamento de pesquisas na área.
Uma portaria do MCTI de terça-feira (24/03) excluiu as ciências humanas das prioridades de projetos
de pesquisa no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) até 2023. Já a
Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ligada ao MEC, alterou na
semana passada regras para concessão de bolsas que haviam sido publicadas em fevereiro.
As mudanças nas agências vão ao encontro da visão do governo de que o fomento à ciência tem de
dar retorno imediato.
No caso do MCTI, a portaria prevê que o CNPq promova as adequações nas linhas de financiamento
e fomento para incorporar as mudanças. Isso vai impactar bolsas de pesquisadores de humanas.
O texto é focado em tecnologias, classificadas como estratégicas (que vai de tecnologia espacial a
segurança pública), habilitadoras (inteligência artificial), de produção (indústria, agronegócio, serviços),
para o desenvolvimento sustentável e para qualidade de vida (saúde, saneamento básico, por exemplo).
Ao definir essas prioridades, a portaria do MCTI defende que o objetivo é a contribuição para alavancar
setores que teriam maiores potencialidades "para a aceleração do desenvolvimento econômico e social
147
Paulo Saldaña. Em meio a pandemia, governo Bolsonaro investe contra pesquisa em ciências humanas. GauchaZH.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/geral/noticia/2020/03/em-meio-a-pandemia-governo-bolsonaro-investe-contra-pesquisa-em-ciencias-humanas-
ck894bfyh025801o95138jr6s.html. Acesso em 27 de março de 2020.
MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do
Enem148
Ministério Público Federal entrou nesta sexta-feira (24/01) com pedido de suspensão dos programas
de acesso ao ensino superior. Erro em notas afetou quase 6 mil estudantes.
O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta sexta-feira (24/01) à Justiça Federal que suspenda as
inscrições do primeiro semestre de 2020 dos três programas de acesso ao ensino superior – Sistema de
Seleção Unificada (Sisu), Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos
(Prouni).
O MPF informa ter solicitado que a suspensão seja aplicada até que seja feita uma auditoria no
resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019, sugerida por especialistas em avaliação
educacional.
O comunicado diz que "é solicitado que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (Inep) realize nova conferência dos gabaritos de todos os candidatos que compareceram
ao Enem 2019, de forma a garantir a idoneidade, a correção do resultado do exame e a correspondência
entre o gabarito utilizado e a prova realizada pelo candidato".
Na segunda-feira (20), o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que o erro nas notas do Enem
2019 já havia sido corrigido e que o problema afetou 5.974 estudantes. Eles representam 0,15% dos 3,9
milhões de inscritos que fizeram as provas em 3 e 10 de novembro. Uma falha já admitida pela gráfica
Valid fez com que essas provas fossem associadas a gabaritos trocados.
A ação do MPF – coordenada pela Procuradoria Regional dos Diretos do Cidadão (PRDC) em Minas
Gerais – pede ainda que seja apresentada resposta formal a todos os pedidos de revisão feitos pelos
estudantes, com eventual correção da nota final.
Além disso, o MPF prevê ainda multa diária no valor de R$ 10 milhões caso as medidas não sejam
cumpridas.
Questionamento judicial
Nesta quarta-feira (22/01), o MPF já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) que
as inscrições do Sisu 2020 fossem suspensas e que o cronograma da seleção unificada fosse modificado.
Questionado pelo G1 sobre as recomendações o Ministério afirmou que "já prestou esclarecimentos
ao Ministério Público Federal".
Além dessa recomendação, o MEC chegou a ser acionado diretamente na Justiça. De acordo com
levantamento feito pela Procuradoria-Geral Federal (PGF), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU),
foram identificadas quatro ações referentes ao Enem 2019 ajuizadas desde 17 de janeiro em Goiás, no
Distrito Federal e no Maranhão.
Duas dessas ações são populares – ações ajuizadas por um conjunto de pessoas. Uma delas pede a
suspensão e a outra pede a prorrogação do prazo do Sisu, além de revisão das notas do Enem.
As outras duas são: uma ação individual que pede esclarecimentos sobre o gabarito e um mandado
de segurança pedindo nova correção e retificação da nota do Enem.
148
G1. MPF pede suspensão dos calendários do Sisu, Fies e Prouni e revisão de todas as notas do Enem. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/24/mpf-pede-suspensao-dos-calendarios-do-sisu-fies-e-prouni.ghtml. Acesso em 27 de janeiro de 2020.
Material nunca foi entregue aos alunos das escolas públicas e custou cerca de R$ 20 milhões. Edições
compradas em gestões anteriores estariam desatualizadas para uso.
O Ministério da Educação (MEC) pretende descartar 2,9 milhões de livros que nunca foram entregues
aos alunos de escolas públicas. As informações foram publicadas pelo jornal “O Estado de São Paulo”
neste sábado (11/01).
Comprado em gestões anteriores do MEC, o material tem edições que teriam vencido, entre 2005 e
2019, e estariam desatualizadas para o uso. O custo de todos esses livros seria de cerca de R$ 20
milhões.
O processo para se desfazer do material começou no fim do ano passado. Na época, o Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) alertou para a necessidade de reduzir o estoque de livros, que
está armazenado em um depósito alugado dos Correios, em Cajamar, em São Paulo.
O FNDE não respondeu diretamente sobre o descarte. O órgão informou que publicará na semana
que vem uma norma sobre a chamada "reserva técnica" do Programa Nacional do Livro e do Material
Didático (PNLD).
Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz
estudo150
Levantamento do Mapa da Aprendizagem, do Portal Iede, com dados do Pisa 2018 mostra que Brasil
tem a quinta maior desigualdade em matemática e a terceira maior em leitura e em ciências.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados
ricos e pobres, segundo os critérios da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE). Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram
que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível
socieconômico (NSE) mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível
socioeconômico mais baixo.
Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta
maior em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências.
A análise dos dados foi feita pelo Mapa da Aprendizagem, mantido pelo Instituto Interdisciplinaridade
e Evidências no Debate Educacional (Portal Iede), pela Fundação Lemann e pelo Itaú BBA, e obtida com
exclusividade pelo G1.
149
G1. MEC estuda descartar 2,9 milhões de livros didáticos nunca usados, diz jornal. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/01/11/mec-estuda-
descartar-29-milhoes-de-livros-didaticos-ainda-nao-utilizados-diz-jornal.ghtml. Acesso em 13 de janeiro de 2020.
150
Ana Carolina Moreno e Marcelo Valadares. Desigualdade entre alunos ricos e pobres no Brasil está entre as maiores do mundo, diz estudo. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/19/desigualdade-entre-alunos-ricos-e-pobres-no-brasil-esta-entre-as-maiores-do-mundo-diz-estudo.ghtml. Acesso
em 19 de dezembro de 2019.
Metodologia
O nível socioeconômico (NSE) é determinado segundo diversos critérios de renda e escolaridade da
família dos estudantes. As comparações de desempenho do estudo foram feitas em três etapas:
Primeiramente, o Iede considerou o universo de participantes da prova em todo o mundo – cerca
de 600 mil estudantes de 15 anos;
Depois, esse universo foi dividido em três partes iguais, de acordo com o NSE de cada aluno. A
comparação considera o terço com NSE mais alto e o terço com o NSE mais baixos, cada um com cerca
de 200 mil estudantes. Países mais pobres, como o Brasil, ficaram com representação maior entre o
grupo dos mais pobres, e menor entre o grupo de mais ricos;
O próximo passo da análise foi separar esses dois grupos de estudantes por país. Então, eles foram
avaliados de acordo com uma série de características, como o índice de repetência e a nota média nas
provas de leitura, matemática e ciências.
Em todas elas, os estudantes da elite brasileira tiveram média de mais de 100 pontos acima dos
brasileiros classificados como o terço mais pobre entre os participantes do Pisa. Esse resultado colocou
o Brasil no "top 5" da desigualdade mundial nas três disciplinas.
O estudo avaliou ainda a desigualdade de cada região brasileira – algumas delas tiveram disparidade
maior do que os países mais desiguais. Veja abaixo a comparação em cada uma das três provas:
Matemática
Em matemática, os estudantes com nível socioeconômico baixo apresentaram média de 360,8 pontos,
enquanto os de alta renda tiveram média de 461,8. A diferença foi de 101 pontos entre elas.
O Brasil é o quinto pais do ranking com maior diferença entre alunos dos extremos dos níveis sociais.
Neste quesito, o país com mais desigualdade é Israel, com 112 pontos de diferença, seguido por Bélgica
(104 pontos), Hungria (102) e Eslováquia (102).
Quando avaliadas as regiões do Brasil, o Nordeste é a que apresenta a maior desigualdade, com 107
pontos de diferença, seguida pela região Centro-Oeste (104); Sul (103,9); Sudeste (91,6) e Norte (81,7).
Mas Ernesto Martins Faria, diretor-fundador do Portal Iede, explica que uma desigualdade menor nem
sempre é um bom sinal. Nos casos da Região Norte e de alguns países com a menor desigualdade, essa
equidade é o resultado do baixo desempenho tanto dos estudantes pobres quanto dos mais ricos (veja
no gráfico abaixo). Ela não garante, segundo Faria, que todos os alunos, independentemente de sua
renda familiar, tenham o aprendizado adequado na escola.
Do outro lado da lista, os países ou regiões com menor desigualdade foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Albânia e Hong Kong (China).
Leitura
Em leitura, o Brasil ficou em terceiro lugar na lista de países mais desiguais entre alunos de família de
alta e baixa renda (veja abaixo). A diferença foi de 102,6 pontos, abaixo apenas de Israel (121) e Filipinas
(107). Os alunos brasileiros de alta renda, tiveram média de 492,2 pontos, enquanto os de baixa tiveram
389,6 pontos em média.
Nas regiões brasileiras, o Nordeste apresentou a maior desigualdade, com 112,2 pontos de diferença,
seguido pelo Sul, com 107,5; Centro-Oeste, com 101,2; Sudeste, com 89,9 e Norte, com 83,9 pontos de
diferença entre as médias.
Ciências
Na disciplina de ciências, o Brasil é novamente o terceiro país mais desigual, ficando atrás apenas de
Israel e Bélgica. Assim como em leitura, os alunos com altos índices socioeconômicos também tiveram
em média 102,6 pontos a mais que os com NSE baixo. Em Israel, essa diferença foi de 107,6 pontos e
na Bélgica, de 105,6.
Nas regiões brasileiras, o Centro-Oeste foi o mais desigual, com 110,5 pontos de diferença, seguido
por Nordeste (108), Sul (107,5), Sudeste (92,3) e Norte (78,2).
Por outro lado, os países ou regiões com menor diferença entre as notas médias foram Macau (China),
Cazaquistão, Kosovo, Montenegro e Hong Kong (China):
Repetência
O estudo do Mapa da Aprendizagem também comparou o índice de repetência, que avalia quantos
alunos nunca repetiram no ensino fundamental. O Brasil, neste quesito, ficou em 11º lugar na
desigualdade: 91% dos alunos com família de alta renda nunca repetiram de ano, contra 75% dos alunos
de baixa renda. A diferença entre os dois grupos foi de 16 pontos percentuais (p.p.).
O Marrocos foi o país com a maior diferença neste quesito, com 34,5 pontos percentuais separando
os alunos ricos e pobres.
Os demais países com desigualdade maior que o Brasil foram Espanha (31.2 p.p.), Bélgica (30,8 p.p.),
Luxemburgo (27,5 p.p.), Uruguai (25 p.p.), Argentina (23 p.p.), Portugal (21 p.p.), Líbano (20,6 p.p.),
França (18,8 p.p.) e Macau (18,6 p.p.).
País teve novamente um dos 10 piores desempenhos do mundo em matemática no Pisa 2018, a
avaliação mundial de educação.
O Brasil não conseguiu registrar avanços significativos no desempenho dos estudantes em leitura, em
matemática e em ciências no mais importante ranking mundial de educação. O resultado do Programa
Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (03/12)
aponta ligeiro aumento da nota média, mas os estudantes brasileiros seguem entre os últimos 10
colocados na prova de matemática.
O exame, cujas provas foram aplicadas no ano passado, é realizado pela Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Os resultados negativos para a educação brasileira
foram verificados mesmo com a expansão da lista dos países participantes, que passaram de 70 para 80.
Em leitura, o Brasil conseguiu manter sua posição de 2015, mas ainda está atrás de mais de 50 países
e regiões econômicas. Já em ciência, o país caiu algumas posições, para uma colocação abaixo de pelo
menos 65 participantes.
151
Ana Carolina Moreno e Elida Oliveira. Brasil cai em ranking mundial de educação em matemática e ciências; e fica estagnado em leitura. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/12/03/brasil-cai-em-ranking-mundial-de-educacao-em-matematica-e-ciencias-e-fica-estagnado-em-leitura.ghtml. Acesso
em 03 de dezembro de 2019.
Tendência de estagnação
Os resultados seguem muito abaixo da média dos países da OCDE, que foi de 487 em leitura, 489 em
matemática e 489 em ciências. Esses valores são usados como referência de educação de qualidade
pelo Brasil e demais países.
A OCDE concluiu que o Brasil mantém uma tendência de estagnação ao analisar os resultados de
sete edições do Pisa em leitura, seis em matemática e cinco em ciências. Embora as notas médias
tenham variado alguns pontos para cima e para baixo, no decorrer da última década essa variação não
foi considerada estatisticamente relevante para ser considerada uma evolução de patamar.
Professores dizem que tema é 'inesperado', mas não necessariamente difícil. Eles dizem que
estudante pode abordar tanto a produção quanto o acesso da população.
O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2019) é "Democratização do acesso
ao cinema no Brasil".
Segundo professores ouvidos pelo G1, o tema não estava entre as principais apostas e discussões
nos cursinhos ou redes sociais durante o ano, e a área de cultura há anos não aparecia no Enem. Mas a
surpresa não chega a fazer do Enem 2019 uma prova difícil para os candidatos.
Já os cineastas ouvidos pelo G1 afirmaram que a democratização do acesso ao cinema no Brasil ainda
está longe da realidade. Eles citaram argumentos que poderiam ser usados pelos candidatos, como
diversidade de temas nas telas, variedade de produtores na execução dos projetos e até o valor do
ingresso, que em geral é caro no país.
Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram o tema, enquanto outros ficaram felizes de não
estarem entre os candidatos neste ano. Muitos perceberam que, há cinco dias, as redes sociais do
Ministério da Educação deram um "spoiler" do tema, anunciando uma parceria do ministério com a
Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) para que salas de cinema sejam adaptadas a pessoas com
deficiência.
Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio para compor a argumentação, como:
- um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet;
- um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind;
- um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam
as salas de cinema;
- um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine.
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Ana Carolina Moreno. Elida Oliveira. Fabio Manzano. Tema da redação do Enem 2019 é 'Democratização do acesso ao cinema no Brasil'. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/enem/2019/noticia/2019/11/03/redacao-do-enem-2019-e-sobre-democratizacao-do-acesso-ao-cinema-no-brasil.ghtml. Acesso em 04
de novembro de 2019.
Argumentos de cineastas
Bruno Barreto, diretor de filmes como "Dona Flor e seus dois maridos" e "O que é isso, companheiro?",
que foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, afirma que "estamos ainda muito longe da
democratização do acesso ao cinema brasileiro".
"A arte precisa de dinheiro, mas também de mecanismos para facilitar o acesso, para democratizar,
fazer com que pessoas com baixo poder aquisitivo tenham acesso ao audiovisual. A maneira realista de
isso acontecer é nas plataformas e na televisão" – Bruno Barreto, cineasta
Para Marcelo Gomes, diretor de filmes como "Estou me guardando para quando o Carnaval chegar"
(2019) e "Cinema, Aspirina e Urubus" (2005), a democratização do cinema leva o país a construir uma
identidade.
"O cinema é o espelho da nossa cultura. Já foi dito que um país sem cinema é uma casa sem espelhos.
A gente tem que democratizar, fazer chegar a todas as camadas da população, não apenas em shoppings
com ingressos caros. Milhares e milhares de cidades do Brasil não têm cinema. É uma forma de as
pessoas acessarem mais conhecimentos, é fundamental ao país." – Marcelo Gomes, cineasta
A cineasta Laís Bodanzki afirma que a democratização do acesso ao cinema precisa incluir a
diversidade de temas abordados na tela e também ao ingresso à sala de exibição. Bodanzky é presidente
da SPCine – empresa da prefeitura de São Paulo responsável pelo fomento, estímulo e difusão do
audiovisual na cidade de São Paulo – e diretora de filmes como "Como nossos pais" (2017), "As melhores
coisas do Mundo" (2010), "Bicho de Sete Cabeças" (2000), entre outros.
"Quando falamos de democracia do cinema, falamos também sobre o que está na tela, quem tem
direito de assistir a este filme e quem tem direito de fazer" - Lais Bodanzki, cineasta.
Dados foram divulgados nesta quarta (18/09); tendência já era apontada em edições anteriores.
Metade dos alunos não chega ao diploma; 'desperdício de recursos', diz ministro.
O número de vagas ofertadas pelo ensino superior à distância (EAD) superou em 2018, pela primeira
vez, o número de oportunidades em cursos presenciais. No ano passado, foram 7.170.567 vagas remotas
contra 6.358.534 vagas locais, respectivamente.
O dado é do Censo do Ensino Superior, divulgado nesta quarta-feira (19/09) pelo Ministério da
Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O resultado das vagas em EAD é reflexo direto do aumento dos cursos de graduação a distância,
constatado em edições anteriores. Em 2018, por exemplo, o Censo do Ensino Superior mostrou uma alta
de 17,6% no número de alunos nesta modalidade.
“É a primeira vez que você tem um maior ensino a distância do que presencial. Acho que é uma
tendência nacional e mundial, só tende a se consolidar e ampliar”, declarou o ministro da Educação,
Abraham Weintraub.
Alta desistência
Weintraub criticou, ao apresentar os dados, o elevado grau de desistência dos jovens que entram no
ensino superior. Dados dos últimos anos apontam que, em média, só um terço dos alunos termina o curso
“na época certa”, ou seja, no número de semestres previsto. Metade dos matriculados abandona a
faculdade sem concluir o curso.
“Qualquer atividade econômica, e o ensino, mesmo público, é uma atividade econômica, tem que ter
critérios de eficiência. A gente é muito ineficiente no Brasil, sendo que há um elevado grau também de
pessoas que ficam muito mais tempo que o previsto”, declarou.
“A conclusão óbvia é que, se a gente reduzisse significativamente essa ineficiência, a gente
conseguiria dobrar o número de pessoas com ensino superior completo no Brasil utilizando os mesmos
recursos disponíveis. Antes de investir mais, temos que olhar para eficiência. Não adianta jogar mais
dinheiro em lugar onde a gente tem tanto desperdício, público ou privado.”
Assim como nas últimas apresentações à imprensa, o ministro deixou o local do anúncio sem
responder às perguntas de jornalistas. O MEC não informou como pretende atuar para reverter esse
cenário.
Sem crise
Na apresentação, Weintraub também voltou a criticar o que chamou de “terrorismo da imprensa” sobre
a crise financeira no ministério. Segundo ele, tanto a coleta de dados do Censo, quanto a realização das
provas sob tutela do Inep (incluindo Enem e Encceja) vêm sendo concluídos sem problemas.
“A primeira conclusão que eu gostaria de chamar atenção, mais importante de todas, é que a despeito
de ilações que saíram em alguns veículos sobre risco de paralisia do Inep, a gente não vê nenhum
problema na prática”, disse.
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Matheus Rodrigues. Ensino superior a distância ofertou mais vagas que o presencial em 2018, aponta Censo da Educação Superior. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/09/19/ensino-superior-a-distancia-ofertou-mais-vagas-que-o-presencial-em-2018-aponta-censo-da-educacao-superior-
do-mec.ghtml. Acesso em 20 de setembro de 2019.
Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos
apologia à ideologia de gênero'154
Governador fala em 'erro inaceitável' e 'apuração dos responsáveis'. Livro é destinado a alunos do 8º
ano do ensino fundamental das escolas estaduais de São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) mandou recolher nesta terça-feira (03/09) o material escolar de
ciências para alunos do 8º ano do Ensino Fundamental da rede estadual de São Paulo. A apostila explica
os conceitos de sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual. Também traz orientações sobre
gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
Alunos do 8º ano têm, em regra, 13 e 14 anos. "Fomos alertados de um erro inaceitável no material
escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato
recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à
ideologia de gênero", escreveu Doria pelo Twitter.
Em nota, a Secretaria da Educação de São Paulo afirma que o termo "identidade de gênero" estaria
em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular do MEC e com o Novo Currículo Paulista aprovado
em agosto, e que a apostila é complementar ao estudo dos alunos.
Em 2017, o Ministério da Educação tirou o termo "orientação sexual" da terceira e última versão da
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino infantil e fundamental, que passou a valer em
2019.
De acordo com o documento, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiria orientações
específicas sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Para a professora FGV Cláudia Costin e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas
Educacionais (CEIPE), “[A base] não só não menciona, mas ela não proíbe. Ao traduzir a base em
currículos estaduais, os currículos podem ou não introduzir uma questão sobre isso, o que não impede
que professores ou até escolas abordem o tema.”
“A base estabelece aprendizagens mínimas que todos os alunos brasileiros têm que ter na educação
básica", completa.
A BNCC é considerada fundamental para reduzir desigualdades na educação no Brasil e países
desenvolvidos já organizam o ensino por meio de bases nacionais. O documento define a linhas gerais
do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano.
Ainda segundo a secretaria da Educação, "as apostilas do 'São Paulo Faz Escola' são elaboradas por
servidores da rede estadual, desde 2009, que se utilizaram das fontes abertas que dispunham, no caso,
de manual do Ministério da Saúde".
Ao falar da identidade de gênero, a apostila reproduz conteúdo do Ministério da Saúde: "A identidade
de gênero refere-se a algo que não é dado e, sim, construído por cada indivíduo a partir dos elementos
fornecidos por sua cultura: o fato de alguém se sentir masculino e/ou feminino. Isso quer dizer que não
há um elo imediato e inescapável entre os cromossomos, o órgão genital, o aparelho reprodutor, os
hormônios, enfim o corpo biológico em sua totalidade, e o sentimento que a pessoa possui de ser homem
ou mulher".
Procurado, o Ministério da Saúde afirmou que o tema é pautado pela Constituição Federal, mas que
estados e municípios têm autonomia para implementar ações desde que não conflitem com disposições
nacionais.
"No âmbito do Ministério da Saúde, as temáticas da saúde sexual, reprodutiva, planejamento familiar
e direito à reprodução, se pautam pelo disposto na Constituição Federal de 1988, e nas Leis 8.080 e
8.142 de 1990, orientados para o acesso universal e igualitário para a atenção integral à saúde.
Cabe esclarecer que estados e municípios possuem autonomia para construírem, destituírem,
implementarem ou descontinuarem localmente ações, serviços e intervenções, desde que não conflitem
com as disposições nacionais e constitucionais.
Vale ressaltar ainda que ‘gênero’ é um termo que tem reunido discussões de amplo espectro, muitas
vezes diferentes entre si, e que comumente tratam sobre identidade, manifestação da afetividade,
discriminação, saúde sexual, direitos civis, desigualdade, principalmente no tratamento entre homens e
mulheres, além de aspectos culturais, tradicionais e sociais.
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G1 SP. Doria manda recolher apostila de ciência que fala sobre diversidade sexual: 'Não aceitamos apologia à ideologia de gênero'. G1 São Paulo.
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/09/03/doria-manda-recolher-livros-de-ciencia-que-fala-sobre-diversidade-sexual-nao-aceitamos-apologia-a-ideologia-
de-genero.ghtml. Acesso em 04 de setembro de 2019.
A Universidade de São Paulo (USP) agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018, aparecia
no bloco seguinte, de 151 a 200.
A Universidade de São Paulo (USP), primeira universidade brasileira a aparecer na lista de melhores
instituições do mundo no ranking de Xangai, subiu posições no quadro divulgado nesta quinta-feira
(15/08), em relação ao ano passado. A USP agora está entre as 150 mais bem avaliadas - em 2018,
aparecia no bloco seguinte, de 151 a 200.
O Ranking Mundial Acadêmico de Universidades (ARWU, na sigla em inglês), da consultoria chinesa
Shanghai Ranking Consulting, tem a particularidade de apresentar sequencialmente apenas as 100
primeiras colocadas. Depois, a partir de 101, a lista se divide em blocos de 50 ou 100, sem especificar o
lugar exato de cada uma.
Na sequência divulgada nesta quinta-feira, aparecem ainda outras cinco universidades brasileiras, que
não mudaram de colocação em relação ao ano passado. São elas: Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp),
entre a 301ª e a 400ª posição, e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), no bloco entre o 401° e o 500° lugar.
O ranking é um dos mais respeitados do mundo, ao analisar cerca de 1 mil instituições do planeta e
selecionar as 500 melhores. Na avaliação, seis critérios são considerados: o número de professores ou
diplomados que venceram prêmios Nobel ou medalhas Fields (o Nobel da matemática), o número de
pesquisadores mais citados nas suas áreas e as publicações nas revistas científicas Science e Nature. A
classificação é criticada por excluir as ciências humanas e negligenciar os métodos de ensino, ao se
concentrar apenas em parâmetros quantitativos.
MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais156
155
RFI. USP sobe no ranking de Xangai das melhores universidades do mundo. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/08/15/usp-sobe-no-
ranking-de-xangai-das-melhores-universidades-do-mundo.ghtml. Acesso em 15 de agosto de 2019.
156
Mateus Ferreira. MEC lança 'Future-se', programa para aumentar verba privada no orçamento das federais. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/07/17/mec-lanca-future-se-para-aumentar-verba-privada-no-orcamento-das-federais.ghtml. Acesso em 17 de julho de
2019.
Antes da adesão das universidades, o MEC fará uma consulta pública sobre o Future-se nos próximos
30 dias, pela internet. A área jurídica do ministério ainda estuda quais pontos terão de ser aprovados pelo
Congresso Nacional para entrarem em vigor.
“Às vezes, a crise, ela incomoda. Às vezes não, sempre. Ela incomoda, ela faz com que a gente
repense as estruturas, a forma de trabalhar, agir, pensar. Mas se ela for bem conduzida, ela permite
oportunidades, crescimento, desenvolvimento, revoluções”, declarou Weintraub.
‘Apex da educação’
“A gente quer se transformar na Apex da educação”, disse o secretário de Educação Superior do MEC,
Arnaldo Barbosa de Lima Júnior, referindo-se à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, que organiza feiras e eventos ao redor do mundo para promover a produção industrial e
agrícola brasileira.
“A gente está querendo exportar a indústria de conhecimento que a gente tem. A educação brasileira
pode ser um produto de exportação”, afirmou.
“Queremos sair das amarras da Lei 8.666”, disse Lima, em referência à Lei de Licitações, que define
as regras para uma contratação pública e, em geral, é vista como “trava” pelo gestor público.
35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta
IBGE157
157
Elida Oliveira. 35% dos brasileiros com mais de 14 anos não completaram o ensino fundamental, aponta IBGE. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/16/35percent-dos-brasileiros-com-mais-de-14-anos-nao-completaram-o-ensino-fundamental-aponta-ibge.ghtml.
Acesso em 16 de maio de 2019
Desemprego
A baixa escolaridade pode afetar as chances de emprego do brasileiro. Os dados do IBGE indicam
que 5,2 milhões de desempregados procuram trabalho há mais de 1 ano. O desemprego cresceu em 14
das 27 unidades da federação no 1º trimestre. As maiores taxas de desemprego foram observadas no
Amapá (20,2%), Bahia (18,3%) e Acre (18,0%), e a menores, em Santa Catarina (7,2%), Rio Grande do
Sul (8,0%) e Paraná e Rondônia (ambos com 8,9%). Em São Paulo e no Rio de Janeiro, as taxas ficaram
em 13,5% e 15,3%, respectivamente.
MEC anunciou contingenciamento total de R$ 1,7 bilhão. Escolas e instituições de ensino superior
fazem paralisação de um dia; os 26 estados e o DF tiveram protestos pacíficos.
Cidades brasileiras começaram, na manhã desta quarta-feira (15/05), a ter manifestações contra
o bloqueio de recursos para a educação anunciado pelo MEC. Os 26 estados e o Distrito Federal
registraram atos pacíficos. Universidades e escolas também tiveram paralisações.
Entidades ligadas a movimentos estudantis, sociais e a partidos políticos e sindicatos convocaram a
população para uma greve de um dia contra as medidas na educação anunciadas pelo governo do
presidente Jair Bolsonaro.
Em abril, o Ministério da Educação divulgou que todas as universidades e institutos federais teriam
bloqueio de recursos. Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado.
De acordo com o Ministério da Educação, o bloqueio é de 24,84% das chamadas despesas
discricionárias — aquelas consideradas não obrigatórias, que incluem gastos como contas de água, luz,
compra de material básico, contratação de terceirizados e realização de pesquisas.
O valor total contingenciado, considerando todas as universidades, é de R$ 1,7 bilhão, ou 3,43% do
orçamento completo — incluindo despesas obrigatórias.
Em 2019, as verbas discricionárias representam 13,83% do orçamento total das universidades. Os
86,17% restantes são as chamadas verbas obrigatórias, que não serão afetadas. Elas correspondem, por
exemplo, aos pagamentos de salários de professores, funcionários e das aposentadorias e pensões.
Segundo o governo federal, a queda na arrecadação obrigou a contenção de recursos. O bloqueio
poderá ser reavaliado posteriormente caso a arrecadação volte a subir. O contingenciamento, apenas
com despesas não obrigatórias, é um mecanismo para retardar ou deixar de executar parte da peça
orçamentária devido à insuficiência de receitas e já ocorreu em outros governos.
Em entrevista ao colunista Valdo Cruz na GloboNews, o ministro interino da Economia, Marcelo
Guaranys, afirmou que o contingenciamento pode ser revertido.
"Contingenciamento é um bloqueio temporário dos recursos que cada ministério tem. E, como no
primeiro bimestre nós percebemos que essas receitas estavam 2% abaixo do que era o previsto, a gente
precisou fazer um contingenciamento de várias pastas", informou o interino da Economia.
"Os protestos traduzem uma preocupação que você não realize o que você espera fazer na área de
educação. E a nossa ideia não é impedir que as coisas sejam feitas. Óbvio que todo mundo, se a gente
não tiver receitas necessárias, a gente vai precisar fazer ajustes no orçamento, nas nossas despesas.
Vamos ver onde que a gente pode cortar."
Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos
com educação159
Na média dos últimos 15 anos, universidades ficaram com R$ 0,18 de cada R$ 1 investido pela União,
estados e municípios. Governo Bolsonaro prevê destinar 'recursos futuros' federais do ensino superior
para a educação básica.
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G1. Cidades brasileiras têm atos contra bloqueios na educação. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/05/15/cidades-brasileiras-tem-atos-
contra-bloqueios-na-educacao.ghtml. Acesso em 15 de maio de 2019.
159
Ana Carolina Moreno. Constituição prevê que ensino básico é prioridade de estados e municípios; entenda os gastos com educação. G1 Educação. Acesso em
06 de maio de 2019.
'Inverter a pirâmide'
A divisão de recursos para a educação básica e para o ensino superior entrou em pauta após a posse
do presidente Jair Bolsonaro. Na campanha, o programa do então candidato mencionava o fato de que o
orçamento do governo federal se dedicava mais à educação superior.
A pirâmide existe?
Levando-se em conta apenas os investimentos do governo federal, sim. Mas, considerando o total
gasto pelo Brasil em educação, que inclui estados e municípios, a afirmação não procede.
Os dados usados pela campanha eleitoral de Jair Bolsonaro foram retirados de uma página do
Orçamento Cidadão de 2018. O documento é uma versão simplificada do Projeto de Lei Orçamentária
Anual (Ploa). Ele não representa a realidade da lei orçamentária, porque sofre diversas alterações até
sua aprovação no Congresso.
Por exemplo, o Ploa cita o grupo "ensino superior" com 30%, mas esse percentual é acrescido de
outros itens. Os dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (Siop)
mostram os recursos do orçamento que foram, de fato, pagos pelo governo. No caso de 2018, a
subfunção "ensino superior" recebeu dois terços (66,5%) do total pago pela União em investimentos na
educação.
Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da
Educação160
Vélez enfrentava 'guerra' no MEC provocada por desentendimentos entre assessores. No período na
pasta, ele protagonizou uma série de polêmicas.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou em uma rede social nesta segunda-feira (08/04) a demissão do
ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Bolsonaro informou também que o novo ministro será
Abraham Weintraub.
Bolsonaro e Vélez tiveram uma reunião no Palácio do Planalto nesta segunda, pouco antes do anúncio
da demissão do agora ex-ministro.
"Comunico a todos a indicação do Professor Abraham Weintraub ao cargo de Ministro da Educação.
Abraham é doutor, professor universitário e possui ampla experiência em gestão e o conhecimento
necessário para a pasta. Aproveito para agradecer ao prof. Velez pelos serviços prestados", afirmou o
presidente.
Colombiano naturalizado brasileiro, Vélez Rodríguez tomou posse no cargo em 1º de janeiro e
enfrentava uma "guerra interna" no MEC provocada por desentendimentos entre militares e seguidores
do escritor Olavo de Carvalho.
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G1. Bolsonaro anuncia demissão de Vélez e diz que Abraham Weintraub será o novo ministro da Educação.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/08/planalto-anuncia-demissao-de-ricardo-velez-rodriguez-do-ministerio-da-educacao.ghtml. Acesso em 08 de abril de
2019.
Além disso, desde o início da sua gestão, em janeiro, houve pelo menos 14 trocas em cargos
importantes no Ministério da Educação.
A demissão de Vélez Rodríguez é a segunda baixa no ministério do governo Jair Bolsonaro.
Há cerca de um mês, o advogado Gustavo Bebianno deixou a Secretaria-Geral após se envolver em
uma crise com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Bolsonaro.
Novo ministro
Weintraub, o novo ministro, já trabalhava no governo Bolsonaro. Ele era secretário-executivo da Casa
Civil, segundo cargo mais importante dentro da pasta.
Weintraub atuou na equipe do governo de transição. Junto com o irmão, Arthur Weintraub, foi
responsável pela área de previdência no período. Os dois foram indicados a Bolsonaro pelo ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Em 7 de novembro, disse que havia sido indicado para o Ministério da Educação pelo escritor Olavo
de Carvalho.
"Aceitei a indicação movido unicamente por um motivo: tornar realidade, no terreno do MEC, a proposta
de governo externada pelo candidato Jair Bolsonaro, de 'Mais Brasil, menos Brasília'", publicou à época.
Ainda no blog, Vélez chegou a escrever um texto intitulado "Um roteiro para o MEC" em que afirmava
que o Ministério da Educação tem como "tarefa essencial" recolocar os ensinos básico e fundamental "a
serviço das pessoas".
Na época em que o presidente Jair Bolsonaro estava fazendo as indicações aos ministérios, chegaram
a circular os nomes de Guilherme Schelb (procurador da República) e de Mozart Ramos (diretor do
Instituto Ayrton Senna) para o Ministério da Educação.
Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz
presidente161
Além do orçamento ter ficado menor neste ano, CNPq usou verba de 2019 para pagar as bolsas de
dezembro de 2018, afirmou o presidente do conselho em entrevista ao G1.
161
Carolina Moreno. Pesquisadores financiados pelo CNPq podem ficar sem bolsas a partir de outubro, diz presidente. G1 Educação.
https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/03/pesquisadores-financiados-pelo-cnpq-podem-ficar-sem-bolsas-a-partir-de-outubro-diz-presidente.ghtml. Acesso
em 03 de abril de 2019
Tenente-brigadeiro é o quarto nome anunciado em três meses. Antecessora, Lolene Lima foi
dispensada oficialmente na última quinta-feira (28/03).
Desocupado nos últimos dias, o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) foi
preenchido por Ricardo Machado Vieira. A nomeação foi publicada na edição desta sexta-feira (29/03) do
Diário Oficial da União (DOU).
Ricardo era assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) desde fevereiro de 2019. Ele é militar — segundo seu currículo, é tenente-brigadeiro e já ocupou
o posto de chefe do Estado-Maior da Aeronáutica (FAB).
Em três meses de gestão, é a quarta vez em que o governo anuncia um nome para o cargo de "número
dois" do MEC. Luiz Antônio Tozi permaneceu no posto até o dia 12 de março, quando foi demitido em um
ato de "reestruturação" promovido pelo ministro Vélez.
Com a saída dele, o nome de Rubens Barreto da Silva, que até então era secretário-executivo adjunto,
foi anunciado por rede social. A nomeação para o novo cargo, no entanto, não chegou a ser publicada no
Diário Oficial.
Em seguida, Lolene Lima foi colocada no posto, também sem publicação no DOU. Ela foi demitida oito
dias depois.
162
G1. Novo secretário-executivo do MEC é militar. G1 Educação. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/29/novo-secretario-executivo-do-mec-e-
nomeado.ghtml. Acesso em 29 de março de 2019
Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização163
Metodologia que ensina a associar letras a seus sons ainda é amplamente adotada no Brasil e em
outros países, mas críticos a consideram ultrapassada e defendem mistura de métodos
A Política Nacional de Alfabetização, um dos projetos que o governo Bolsonaro pretende em seus 100
primeiros dias, erradicar o analfabetismo no Brasil apostando no método fônico (ou fonético) de
alfabetização.
Nele, a alfabetização se dá através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som
(o fonema). A criança aprende a reconhecer o som de cada letra para, a partir daí, ser capaz de combiná-
las de modo a formar sílabas e palavras.
O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons
mais simples para os mais complexos.
163
O Globo. Entenda o que é o método fônico, que o MEC privilegia em sua política de alfabetização. https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/entenda-que-o-
metodo-fonico-que-mec-privilegia-em-sua-politica-de-alfabetizacao-23536565?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo. Acesso em
22 de março de 2019
Questões
01. (UFFS – Farmacêutico – FAFIPA) Os estudantes brasileiros de nível superior podem contar
com o financiamento das anuidades como forma de estimular a permanência e a conclusão de curso
de graduação em instituições não gratuitas. O programa do Ministério da Educação (MEC) destinado
à concessão deste financiamento chama-se:
(A) FIES
(B) FNDE
(C) ENADE
(D) PROUNI
(E) ENEM
02. (UFRR – Técnico em Contabilidade – UFRR – 2018) A “Escola sem Partido” tem provocado
exaltados debates desde o Congresso Nacional, passando pelas casas representativas nas esferas
estaduais e municipais até nas redes sociais. Nos últimos anos, diversos projetos de lei se espalharam
país afora, sob a alegação de restringir o "processo de doutrinação política" dentro da sala de aula.
Na Câmara dos Deputados, quem foi o autor do Projeto de Lei que inclui, entre as diretrizes e base
da educação nacional, o “Programa Escola sem Partido”?
(A) Senador Cristovam Buarque
(B) Deputado Jean Wyllys
(C) Deputado Marco Feliciano
(D) Senador Romero Jucá
(E) Deputado Izalci Lucas
03. (Prefeitura de Barretos/SP - Agente Administrativo - VUNESP - 2018) Após três anos de
discussões, mudanças e milhares de colaborações, o Ministério da Educação homologou nesta quarta-
feira (13 de dezembro) a chamada Base Nacional Comum Curricular.
(Folha de São Paulo, 20 dez. 18. Disponível em: <https://goo.gl/EBxwvA>. Adaptado)
04. (UFRR – Técnico em Assuntos Educacionais – UFRR – 2019) De acordo com o sítio oficial do
Ministério da Educação (MEC), sua tarefa é promover o ensino de qualidade para todo o país. Sua
abrangência vai da educação em creches até o ensino superior, profissional e de pós-graduação. Um dos
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O FIES é um programa do Governo criado em 1999 para substituir o Programa de Crédito Educativo
– PCE/CREDUC. Destina-se a financiar a graduação no Ensino Superior de estudantes que não possuem
condições de arcar com os custos de sua formação164.
02. Resposta: E
O projeto foi apresentado na Câmara no ano de 2015 pelo deputado Izalci Lucas
(http://www.escolasempartido.org/o-papel-do-governo-categoria/539-dia-historico-projeto-de-lei-que-institui-o-programa-escola-sem-partido-e-
apresentado-na-camara-dos-deputados).
03. Resposta: C
“A Base Nacional Comum Curricular define os direitos de aprendizagens de todos os alunos do
Brasil. [...] A BNCC potencializa políticas e ações que, juntas, podem reduzir desigualdades
educacionais. Para as redes, ela é referência para a construção dos currículos. Para os professores,
ela é um instrumento fundamental para a prática em sala de aula. Para os pais, traz transparência ao
que seus filhos devem aprender.'' 165.
04. Resposta: A
Segundo o portal do MEC, o “É um importante compromisso da União com a educação básica, na
medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais. Além disso, materializa
a visão sistêmica da educação, pois financia todas as etapas da educação básica e reserva recursos
para os programas direcionados a jovens e adultos”.
Saúde
Mais de 300 pessoas se reuniram na Avenida Paulista neste domingo para protestar contra a defesa
do governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), à imunização obrigatória contra a Covid-19
e contra a potencial vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac, que será produzida pelo Instituto
Butantan.
Doria já defendeu tornar a vacinação obrigatória quando as vacinas estiverem disponíveis, o que levou
a críticas do presidente Jair Bolsonaro, que prometeu que ela será voluntária. O presidente também vetou
um acordo por meio do qual o Ministério da Saúde iria comprar 46 milhões de doses da vacina da Sinovac,
a fim de ser incluída no Programa Nacional de Imunização.
O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), após a Rede Sustentabilidade pedir uma liminar
para obrigar o governo federal a comprar a vacina produzida pelo Butantan. Em outra ação, o PDT quer
que o Supremo garanta a competência de Estados e municípios de promover a vacinação obrigatória
contra a Covid-19.
164
https://guiadoestudante.abril.com.br/fies-prouni/o-que-e-e-como-funciona-o-fies-financiamento-estudantil/
165
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
166
Terra. Manifestantes protestam em São Paulo contra imunização obrigatória da Covid-19 e vacina chinesa. https://www.terra.com.br/noticias/brasil/manifestantes-
protestam-em-sao-paulo-contra-imunizacao-obrigatoria-da-covid-19-e-vacina-chinesa,0d4d60dd744b32bb4cb279d28498476fu4iwsnbf.html. Acesso em 03 de
novembro de 2020.
Decisão foi anunciada em rede social e, depois, publicada em edição extra do 'Diário Oficial'. Entidades
criticaram possibilidade de privatização.
O presidente Jair Bolsonaro revogou nesta quarta-feira (28/10) o decreto que autorizava o Ministério
da Economia a realizar estudos sobre a inclusão das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dentro do
Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).
A revogação foi publicada em uma edição extra do "Diário Oficial da União". Antes, Bolsonaro anunciou
a decisão em uma rede social.
"Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto
Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de
equipamentos e contratação de pessoal", disse Bolsonaro na postagem.
"O espírito do Decreto 10.530, já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos
usuários buscar a rede privada com despesas pagas pela União", prosseguiu.
Meia hora depois, Bolsonaro editou a publicação e adicionou mais um trecho, em que fala de uma
possível reedição do decreto.
"A simples leitura do Decreto em momento algum sinalizava para a privatização do SUS. Em havendo
entendimento futuro dos benefícios propostos pelo Decreto o mesmo poderá ser reeditado", escreveu.
Decreto
O decreto sobre o tema foi publicado na terça (27/10), assinado por Bolsonaro e pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes. O texto permitia que a pasta fizesse estudos para incluir as Unidades Básicas
de Saúde (UBS) dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI).
O PPI é o programa do governo que trata de privatizações, em projetos que incluem desde ferrovias
até empresas públicas.
O texto do decreto 10.530 afirmava que a "política de fomento ao setor de atenção primária à saúde"
estaria "qualificada" para participar do PPI.
Segundo o decreto, os estudos sobre as UBS deveriam avaliar "alternativas de parcerias com a
iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de Unidades Básicas de Saúde dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios".
Críticas
Especialistas ouvidos pelo G1 demonstraram preocupação com o decreto. "Obscuro", "apressado" e
"inconstitucional" foram alguns dos adjetivos usados para qualificar o texto.
O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, entendeu o decreto como um
caminho para a retirada de direitos da população.
"Precisamos fortalecer o SUS contra qualquer tipo de privatização e retirada de direitos", afirmou.
Para o pesquisador em saúde e direito Daniel Dourado, da Universidade de São Paulo (USP), a
Constituição não permite a privatização de serviços de saúde.
"Quando eles estão falando de modelo de negócio e de privatização e concessão, uma coisa tem que
ficar muito clara: ter a lógica da iniciativa privada dentro do SUS não pode, é inconstitucional", disse.
A pesquisadora Ana Maria Malik, da Fundação Getúlio Vargas, lembra que a rede básica tem um papel
fundamental de organização da assistência à saúde.
167
Pedro Henrique Gomes e Roniara Castilhos, G1 e TV Globo. Bolsonaro revoga decreto sobre privatização de postos de saúde do SUS. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/10/28/bolsonaro-anuncia-revogacao-de-decreto-sobre-privatizacao-de-postos-de-saude-do-sus.ghtml. Acesso em 29 de
outubro de 2020.
Ministério anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac e diz que imunização
começa no 1º semestre de 2021168
A União deve investir R$ 2,6 bilhões até janeiro. Vacina chinesa produzida em parceria com o Instituto
Butantan será incluída no calendário nacional de vacinação e distribuída em todo o Brasil.
O governo federal anunciou em reunião com governadores nesta terça-feira (20/10) que a União vai
comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em
parceria com a empresa chinesa Sinovac. Com isso, o governo federal deve editar uma nova Medida
Provisória para disponibilizar R$ 2,6 bilhões até janeiro.
Assim como as demais vacinas testadas no Brasil, a CoronaVac está em fase de testes e sua eficácia
ainda precisa ser comprovada antes que o uso seja liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa). Nos testes, são aplicadas duas doses do imunizante por voluntário.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e mais 23 governadores participaram da reunião com
o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Segundo Pazuello, quando a vacina for aprovada, as doses serão distribuídas a todo o Brasil por meio
do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que há décadas é responsável por campanhas nacionais
de vacinação. “Temos a expertise de todos os processos que envolvem esta logística, conquistada ao
longo de 47 anos de PNI. As vacinas vão chegar aos brasileiros de todos os estados”, disse Pazuello.
Até reunião realizada na semana passada com os secretários estaduais de Saúde, o governo federal
não havia incluído a CoronaVac no programa nacional de vacinação. Em entrevista ao G1, o secretário
estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse na ocasião que o ministério só havia investido
em Oxford, e tratava vacinas que estavam na mesma fase de testes de "maneira diferente".
Antes do anúncio desta terça-feira, a previsão do ministério era ter 140 milhões de doses no primeiro
semestre de 2021:
- 40 milhões via iniciativa COVAX Facility, liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
- 100 milhões de doses via AstraZeneca/Oxford (além dessas doses, no segundo semestre, o governo
pretende produzir 165 milhões de doses deste imunizante).
Agora, o Ministério da Saúde afirmou que "somadas, as três vacinas – AstraZeneca, Covax e Butantan-
Sinovac – representam 186 milhões de doses, a serem disponibilizadas ainda no primeiro semestre de
2021".
O governo de São Paulo já havia fechado contrato com o laboratório chinês para a aquisição dessas
46 milhões de doses. A gestão João Doria (PSDB) buscava negociar com o governo federal para que
elas fossem distribuídas via Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar disso, o governador já chegou a afirmar que, caso não houvesse acordo com o Ministério da
Saúde, o governo estadual iria garantir a vacinação para "os brasileiros de São Paulo".
Segurança da vacina
A CoronaVac está na terceira fase de testes. Nesta segunda-feira (20/10), o governo de São Paulo
afirmou que 35% dos nove mil voluntários que participam dos testes no Brasil apresentaram reações
adversas leves. Segundo o governo, não houve registro de efeitos colaterais graves e a vacina pode ser
considerada segura.
A informação faz parte de um estudo parcialmente apresentado em entrevista coletiva. O estudo, no
entanto, não foi publicado em revista científica. Ainda não há dados sobre a eficácia da CoronaVac.
Segundo o governo, essas informações serão apresentadas até o fim do ano.
Embora Doria tenha garantido anteriormente que a vacina começaria a ser aplicada em profissionais
de saúde no dia 15 de dezembro, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse nesta segunda que
168
César Tralli, TV Globo e G1 SP. Ministério anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac e diz que imunização começa no 1º semestre de 2021.
G1 São Paulo. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/10/20/governo-federal-anuncia-que-vai-comprar-46-milhoes-de-doses-da-vacina-chinesa-em-parceria-
com-o-butantan.ghtml. Acesso em 21 de outubro de 2020.
46 milhões de doses
O acordo para a compra de 46 milhões de doses com verba estadual foi assinado por Doria durante
coletiva de imprensa no final de setembro. Segundo Dimas Covas, a vacina começaria a ser envasada
no Brasil já em setembro e até o final do ano o Instituto teria 46 milhões de doses prontas. “Aí
aguardaremos o processo de registro”, disse o diretor do Butantan.
O contrato assinado pelo governo com o laboratório chinês tem o valor de 90 milhões de dólares e
prevê que a farmacêutica envie seis milhões de doses da vacina já prontas, enquanto outras 40 milhões
seriam envasadas em São Paulo até dezembro de 2020.
O governo estadual também anunciou a previsão de adquirir mais 15 milhões de doses até fevereiro
de 2021, chegando ao total de 61 milhões com verba própria. A expectativa era que, com o dinheiro do
governo federal, mais 40 milhões fossem adquiridas, chegando a 100 milhões até maio de 2021.
O acordo firmado nesta terça com o governo federal não contempla as 55 milhões de doses adicionais
que o governo do estado de SP anunciou até maio de 2021, apenas as 46 milhões de doses que já
estavam garantidas em contrato com a empresa chinesa.
Antes do indicativo de acordo com o governo federal, o secretário estadual de Saúde, Jean
Gorinchteyn, afirmou ao G1 que a compra de doses adicionais, além das 61 milhões já garantidas pelo
governo estadual, seria "inviável" sem recursos federais.
Estudo liderado pela OMS em mais de 30 países afirma ineficácia de 4 antivirais contra a
Covid-19169
'Solidarity Therapeutics Trial' foi feito em 405 hospitais e com 11.266 pacientes. Organização Mundial
da Saúde diz que resultados produzem 'evidências conclusivas'.
O "Solidarity Therapeutics Trial", estudo liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em mais
de 30 países, apresentou os resultados em uma pré-publicação nesta quinta-feira (15/10). A pesquisa,
que aguarda a aprovação de revistas científicas e revisão por outros especialistas, afirma que quatro
antivirais utilizados contra a Covid-19 são ineficazes: remdesivir, hidroxicloroquina, lopinavir/ritonavir
(combinação) e interferon beta-1a.
Informações do estudo:
O "Solidarity" é um estudo global com mais de 30 países, feito em 405 hospitais;
É um ensaio randomizado, padrão ouro, que tem os mais rígidos padrões para coleta de evidências
científicas;
Participaram 11.266 adultos: 2.750 tomaram remdesivir; 954, hidroxicloroquina; 1.411, lopinavir; 651,
interferon mais lopinavir, 1.412, apenas Interferon; e 4.088 fizeram parte do grupo controle, que não
recebeu os medicamentos.
Resultado: 1.253 mortes foram relatadas durante a pesquisa. As evidências apontam que
os medicamentos desempenharam pouco ou nenhum papel na redução da mortalidade ou tempo de
internação da Covid-19.
De acordo com a OMS, mesmo que o ensaio ainda precise da análise de outros cientistas, ele
já produziu "evidências conclusivas" sobre os medicamentos.
"O progresso alcançado pelo 'Solidarity Therapeutics Trial' mostra que grandes ensaios internacionais
são possíveis mesmo durante uma pandemia, e oferecem a promessa de responder questões críticas de
saúde pública relativas ao tratamento de forma rápida e confiável", afirma o texto publicado pela
organização.
169
G1. Estudo liderado pela OMS em mais de 30 países afirma ineficácia de 4 antivirais contra a Covid-19. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/10/15/estudo-liderado-pela-oms-em-mais-de-30-paises-afirma-ineficacia-de-4-antivirais-contra-a-covid-
19.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2020.
Cientistas ganham Nobel de Medicina 2020 pela descoberta do vírus da hepatite C170
Prêmio aos americanos Harvey Alter e Charles Rice e ao britânico Michael Houghton foi anunciado
nesta segunda-feira em Estocolmo.
Os americanos Harvey Alter e Charles Rice e o britânico Michael Houghton ganharam o Prêmio Nobel
de Medicina pela descoberta do vírus da hepatite C. O anúncio foi feito em Estocolmo, nesta segunda-
feira (05/10).
Os três foram premiados por "sua contribuição decisiva na luta contra esta hepatite, um grande
problema de saúde global, que causa cirrose e câncer de fígado", explicou o júri do Nobel. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) calcula em quase 70 milhões o número de infecções por hepatite C, que provoca
400 mil mortes por ano.
No fim dos anos 1970, Harvey Alter identificou que, durante as transfusões, acontecia um contágio
hepático misterioso, e não era nem hepatite A nem hepatite B, recordou o júri. Anos mais tarde, em 1989,
Michael Houghton e sua equipe foram reconhecidos pela descoberta da sequência genética do vírus.
Charles Rice analisou durante anos a maneira como o vírus se replicava, pesquisas que levaram ao
surgimento de um novo tratamento revolucionário no início dos anos 2010.
— Seu trabalho é uma conquista histórica em nossa luta contínua contra as infecções virais — afirmou
Gunilla Karlsson Hedestam, integrante da Assembleia Nobel que decide os vencedores.
O prêmio é o primeiro diretamente relacionado a um vírus desde 2008. Depois do concedido a dois
virologistas em 1946 (de Química), este Nobel se une aos 17 prêmios direta, ou indiretamente, vinculados
a trabalhos sobre os vírus, de acordo com Erling Norrby, ex-secretário da Academia Sueca de Ciências.
Os vencedores do Prêmio Nobel serão anunciados esta semana, como estava previsto, mas cerimônia
presencial de entrega dos prêmios, em 10 de dezembro em Estocolmo, foi cancelada devido à pandemia
do coronavírus. Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas — o equivalente a cerca
de R$ 6,3 milhões.
No ano passado, o Nobel de Medicina foi concedido aos americanos Willial Kaelin e Gregg Semenza,
assim como ao britânico Peter Ratcliffe, por seus trabalhos sobre a adaptação das células aos níveis
variáveis de oxigênio no corpo, abrindo perspectivas no tratamento do câncer e da anemia.
Tradicionalmente, o Nobel de Medicina é sempre o primeiro a ser anunciado. Os prêmios de Física,
Química, Literatura e da Paz serão divulgados ao longo da semana, e, por fim, o de Economia será
anunciado na próxima segunda-feira (12/10).
Média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil fica abaixo de 700 pelo oitavo dia seguido171
País tem 143.886 óbitos registrados e 4.813.586 diagnósticos de Covid-19, segundo o consórcio dos
veículos de imprensa. Registro de infectados deixa tendência de queda e volta a estabilidade, um dia
após menor média móvel de casos desde junho.
O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da pandemia de
coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta
quarta-feira (30/09).
170
Gaucha Zero Hora. Cientistas ganham Nobel de Medicina 2020 pela descoberta do vírus da hepatite C.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2020/10/cientistas-ganham-nobel-de-medicina-2020-pela-descoberta-do-virus-da-hepatite-c-
ckfwd8ea6000c012tv5tenyc2.html. Acesso em 05 de outubro de 2020.
171
G1. Média móvel de mortes por Covid-19 no Brasil fica abaixo de 700 pelo oitavo dia seguido. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/google/amp/bemestar/coronavirus/noticia/2020/09/30/casos-e-mortes-por-coronavirus-no-brasil-em-30-de-setembro-segundo-consorcio-de-
veiculos-de-imprensa.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.
Vacina chinesa contra o coronavírus não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários, diz
estudo172
Segundo dados divulgados pelo Governo de SP, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo
em 5,3% daqueles que foram imunizados, sendo os mais frequentes dores leves no local da aplicação
(3%), fadiga (1,5%) e febre moderada (0,2%).
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que 94,7% dos mais de 50 mil voluntários
que participam de teste na China não apresentaram efeito adverso à Coronavac, vacina contra o
coronavírus desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O dado
faz parte de um estudo divulgado em entrevista coletiva nesta quarta-feira (23/09).
"Esses resultados comprovam que a Coronavac tem um excelente perfil de segurança e comprova
também a manifestação feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indicando a Coronavac como
uma das 8 mais promissoras vacinas em desenvolvimento no seu estágio final em todo o mundo", disse
Doria.
A pesquisa testou a segurança da vacina em 50.027 voluntários na China. De acordo com os dados
divulgados pela gestão estadual, só foram percebidos efeitos adversos de grau baixo em 5,36% dos
participantes. As reações mais frequentes foram dores leves no local da aplicação (3,08%), fadiga (1,53%)
e febre moderada (0,21%). Os números foram divulgados em coletiva de imprensa.
"Os resultados dos estudos clínicos realizados na China mostraram baixo índice de efeitos adversos e
de baixa gravidade. Efeitos adversos de baixa gravidade são comuns em vacinas amplamente utilizadas.
A vacina da gripe, por exemplo, produzida pelo Instituto Butantan, apresenta efeitos pouco nocivos como
dor no local da aplicação, e não mais do que 10% dos que são vacinados apresentam reação dessa
natureza", disse o governador.
Crianças e idosos começaram a receber doses da vacina em setembro na China, mas o país só realiza
testes das fases 1 e 2. Segundo o estudo, até o momento foram vacinadas 422 pessoas maiores de 60
anos no país. Também foram vacinados 552 voluntários com idade entre 3 e 17 anos.
No Brasil, que está na fase 3 de testes da CoronaVac, dos 9 mil profissionais de saúde voluntários,
5.584 já receberam a dose até o último dia 21. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirma que os
172
Beatriz Borges, Marina Pinhoni, Patrícia Figueiredo e Vivian Souza. Vacina chinesa contra o coronavírus não deu efeito colateral em 94,7% dos voluntários, diz
estudo. G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/09/23/governo-de-sp-diz-que-947percent-dos-50-mil-voluntarios-que-tomaram-a-coronavac-na-china-
nao-apresentaram-efeitos-colaterais.ghtml. Acesso em 01 de outubro de 2020.
Plano alternativo
Questionado sobre como seria feita a imunização em SP, Doria afirmou nesta segunda-feira (21/09)
que o governo estadual já possui um plano alternativo de vacinação, caso a distribuição não seja feita
pelo SUS.
"Temos, sim, um plano alternativo, mas preferimos acreditar num plano nacional, num plano que
envolva o Ministério da Saúde. É nisso que nós temos trabalhado com o ministro Eduardo Pazuello. Não
faz sentido acreditar que o Ministério da Saúde com seriedade, imagine que não vá ter um tratamento
igual para todos os brasileiros", disse Doria.
"O que eu posso garantir é que os brasileiros que residem em São Paulo não vão ficar sem a vacina",
completou.
Doria também afirmou que não existirá preferência para alguns brasileiros em detrimento de outros na
distribuição da vacina.
"Entendo que a imunização de todos os brasileiros é fundamental. A meu ver, não existem brasileiros
de primeira classe, que tomam a vacina antes dos brasileiros de segunda classe, que tomam a vacina
depois. E no meu entendimento também a vacina deve ser obrigatória", disse o governador.
Número de doses
O acordo com o laboratório chinês Sinovac, que desenvolve a vacina, prevê o envio de doses prontas
da CoronaVac, fabricadas na China, além da transferência de tecnologia para que o Butantan possa
fabricá-las em território nacional no futuro. A íntegra do acordo, segundo o governo estadual, é sigilosa:
os números são divulgados pelo governador e por seus porta-vozes apenas em coletivas e comunicados
de imprensa.
Até a última segunda-feira, o governo estadual afirmava que seriam recebidas 45 milhões de doses
ainda neste ano. Neste domingo, Doria disse que o total de doses será de 46 milhões apenas em 2020.
Nesta quarta, Dimas Covas detalhou de onde virão essas doses: segundo eles, serão 6 milhões de
doses em frascos unidose, vindos da China, e outros 40 milhões de doses em frascos multidoses, que
173
Elida Oliveira. Brasil tem 30 mortes de profissionais de enfermagem por coronavírus, e mais de 4 mil afastados pela doença. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/17/brasil-tem-30-mortes-de-profissionais-de-enfermagem-por-coronavirus-e-mais-de-4-mil-afastados-
pela-doenca.ghtml. Acesso em 17 de abril de 2020.
Contratação emergencial
O conselheiro federal de enfermagem alerta que há profissionais de grupo de risco trabalhando na
linha de frente de combate ao Covid-19. De acordo com os dados do Cofen, entre os profissionais
afastados por suspeita ou confirmação do novo coronavírus, 38% têm entre 31 e 40 anos; 23% têm entre
41 e 50 anos; 7,95% têm entre 51 e 60 anos e 1% é acima de 60.
"Entendemos que estamos em uma pandemia, mas é preciso haver uma contratação emergencial e
remanejamento desta força de trabalho. Colocar um enfermeiro diabético, hipertenso, ou com mais de 60
para atuar não é correto. Temos um registro de 9% de desemprego na área, estes profissionais precisam
ser chamados porque, quando um enfermeiro se contamina, ele precisa ser afastado por 15 dias", alerta.
A importância do trabalho dos enfermeiros foi lembrado pelo primeiro-ministro britânico Boris Johnson
neste fim de semana. Ao receber alta do hospital onde esteve internado por Covid-19, Johnson citou o
nome de vários enfermeiros e fez um agradecimento emocionado a dois, em especial, que estiveram com
ele nos momentos mais críticos da doença.
"A razão para o meu corpo voltar a ter oxigênio foi por eles estarem a todos os segundos da noite ao
meu lado, me olhando, eles estavam pensando como agir e cuidando de mim, fazendo as intervenções
que eu precisava", afirmou.
Teich foi indicado ao cargo nesta quinta-feira em substituição a Luiz Henrique Mandetta. Ele defendeu
em artigo necessidade de isolamento social horizontal contra o coronavírus.
Indicado nesta quinta-feira (16/04) pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de ministro da Saúde,
em substituição a Luiz Henrique Mandetta, o oncologista Nelson Teich defende a necessidade de
isolamento social horizontal no combate ao coronavírus.
Em artigo publicado em 2 de abril em uma rede social, Teich fala na importância de medidas como o
isolamento social, a testagem em massa e o uso de projeções matemáticas no enfrentamento da
pandemia.
"Além do impacto no cuidado dos pacientes, o isolamento horizontal é uma estratégia que permite
ganhar tempo para entender melhor a doença e para implantar medidas que permitam a retomada
econômica do país".
Em pronunciamento no Palácio do Planalto na tarde desta quinta, Teich afirmou que não haverá
"definição brusca" sobre esse tema.
O presidente Jair Bolsonaro já defendeu publicamente o que chama de "isolamento vertical", menos
rigoroso por ser restrito a grupos de risco, como pessoas acima de 60 anos.
Em 24 de março, em outro artigo sobre o coronavírus, o médico destaca as dificuldades enfrentadas
pelo gestor de saúde em meio à pandemia e cita pontos que devem ser considerados nas tomadas de
decisão.
"Não me coloco aqui como alguém que defende um lado ou outro, na verdade é o oposto, não pode
existir lado. O fundamental é analisar criticamente e de forma contínua a situação e as projeções,
174
G1. Saiba quem é Nelson Teich, novo ministro da Saúde. https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/04/16/nelson-teich-novo-ministro-da-saude-perfil.ghtml. Acesso
em 17 de abril de 2020.
Carreira
Teich foi responsável nos anos 1990 pela fundação do Centro de Oncologia Integrado (Grupo COI),
onde atuou até 2018. Segundo o perfil dele em uma rede social, trabalhava como consultor em gestão de
saúde.
De setembro do ano passado até janeiro deste ano, também de acordo com o perfil, Teich prestou
orientações à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE) do Ministério
da Saúde, comandada por Denizar Vianna.
O novo ministro é formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Teich foi
residente de Oncologia no Instituto Nacional do Câncer. Na sequência, focou sua formação na área de
gestão da saúde, ao cursar um MBA na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um mestrado
na Universidade de York (Reino Unido) voltados para o tema.
Em 2010 e 2011, ele prestou consultoria para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo,
também focada em gestão da saúde. Teich foi um dos sócios-fundadores do MDI Instituto de Educação
e Pesquisa, onde foi sócio do atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde
(SCTIE) do Ministério da Saúde, Denizar Vianna.
Atendimento à distância poderá ser utilizado em qualquer área da saúde. Pelo projeto, médico deverá
informar ao paciente 'todas as limitações' deste tipo de consulta.
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (25/03), em sessão remota, um projeto que
autoriza o uso da telemedicina durante a pandemia de coronavírus. O texto segue para o Senado.
O projeto foi apresentado na quarta-feira (18/03) por um grupo de deputados e define telemedicina
como: "Exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, pesquisa, prevenção de
doenças e lesões e promoção de saúde".
O texto diz que a telemedicina poderá ser usada "em quaisquer atividades na área da saúde".
Na justificativa do projeto, os parlamentares argumentam que a situação "crítica e urgente" relacionada
à pandemia leva a uma maior demanda do serviço médico.
Por isso, na opinião dos deputados, seria necessário acabar com qualquer requisito burocrático que
poderia impedir a atendimento à distância.
"O mais importante é assegurar à nossa população a continuidade do atendimento", dizem os
parlamentares no documento.
Outros pontos
Segundo o projeto, o médico deverá informar ao paciente "todas as limitações inerentes ao uso da
telemedicina, tendo em vista a impossibilidade de realização de exame físico durante a consulta".
A proposta diz também que a prestação do serviço de telemedicina seguirá padrões normativos e
éticos usuais no atendimento presencial, inclusive no pagamento pelo serviço prestado.
Pelo texto, o poder público não vai custear ou pagar pelas consultas de telemedicina quando o serviço
não for prestado ao SUS.
Argumentos
Favorável à proposta, o deputado Doutor Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ) afirmou que a classe
médica vê na telemedicina “um grande instrumento neste momento da pandemia do coronavírus”.
“Uma classe que, junto com todos os profissionais de saúde, tem prestado um grande serviço à nação.
Os profissionais de saúde estão na ponta do atendimento, deixando as suas famílias, deixando os lares,
dedicando a vida à população brasileira”, declarou Teixeira Júnior.
Nesta terça-feira (24/03), o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, havia dito que o travamento do país
seria “péssimo” para a saúde e criticou o fechamento de consultórios.
Para o ministro, medidas como "locaute", em que há interrupção da maioria das atividades, deveriam
ser tomadas com precaução.
175
Luiz Felipe Barbiéri, Elisa Clavery e Gustavo Garcia, G1 e TV Globo. Coronavírus: Câmara aprova projeto que autoriza telemedicina durante pandemia. G1.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2020/03/25/coronavirus-camara-aprova-projeto-que-autoriza-telemedicina-durante-pandemia.ghtml. Acesso em 26 de março de
2020.
Ministério da Saúde vai convocar médicos cubanos para trabalhar na pandemia do novo
coronavírus176
João Gabbardo explicou que mais de 5 mil novos médicos devem atuar na atenção básica de todo
país. Ele disse ainda que todos os médicos cubanos que estavam trabalhando no programa Mais Médicos
e estudantes de medicina serão chamados.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou em entrevista ao Jornal
GloboNews deste domingo (15/03) que o órgão vai convocar médicos cubanos que participaram do
programa Mais Médicos para ajudar a controlar a epidemia do novo coronavírus.
Também serão chamados estudantes de medicina— a partir do sexto ano de curso —, para atuar na
atenção básica de saúde.
De acordo com Gabbardo, a medida é para ajudar a repor parte da mão de obra médica que se perde
durante o trabalho, já que os médicos também sofrem com a contaminação.
“A gente perde no transcorrer da doença. Mesmo que os sintomas deles sejam leves, eles têm que ser
isolados para não ficar transmitindo a doença para os seus pacientes”, explicou.
“Esses cinco mil médicos que vão ser chamados, irão para a atenção básica de todo o país. E vamos
fazer mais do que isso: nós vamos chamar a partir de amanhã (segunda, 16), todos os médicos cubanos
que estavam trabalhando no programa inicialmente. Eles vão ser chamados. Assim como estudantes de
medicina a partir do sexto ano e um chamado para médicos aposentados. Com certeza mais de cinco mil
médicos”, afirmou.
176
GloboNews. Ministério da Saúde vai convocar médicos cubanos para trabalhar na pandemia do novo coronavírus. G1.
https://g1.globo.com/globonews/noticia/2020/03/15/ministerio-da-saude-vai-convocar-medicos-cubanos-para-trabalhar-na-pandemia-do-novo-
coronavirus.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=gnews&utm_content=post. Acesso em 17 de março de 2020.
177
BBC Brasil. Coronavírus: OMS declara pandemia. https://www.bbc.com/portuguese/geral-51842518. Acesso em 12 de março de 2020.
Pandemias na história
A humanidade enfrenta pandemias pelo menos desde 1580, quando um vírus do tipo influenza, que
causa gripes, surgiu na Ásia e se espalhou para a África, Europa e América do Norte.
Uma das pandemias mais graves já enfrentadas ocorreu entre 1918 e 1920. Estima-se que 50 milhões
de pessoas tenham morrido na pandemia da gripe espanhola, mais do que os 17 milhões de vítimas,
entre civis e militares, da 1ª Guerra Mundial.
O exemplo mais recente foi a disseminação global do vírus influenza H1N1, que causou a pandemia
da gripe suína, em 2009. Especialistas acreditam que ele tenha infectado milhões de pessoas e matado
centenas de milhares.
Mas uma pandemia não se caracteriza pela gravidade da doença que ela causa.
"O principal fator é o geográfico, quando todas as pessoas no mundo correm risco", diz a infectologista
Rosana Ritchmann, do Instituto Emílio Ribas.
Pandemias são mais prováveis com novos vírus. Como não temos defesas naturais contra eles ou
medicamentos e vacinas para nos proteger, eles conseguem infectar muitas pessoas e se espalhar
facilmente e de forma sustentada.
O novo coronavírus preenche todos estes requisitos, na opinião do ministro da Saúde, Luiz Henrique
Mandetta, em declarações dadas antes da declaração de pandemia da OMS.
Preparamos um glossário para te ajudar a compreender a escala de cada uma dessas situações e
como organizações de saúde as classificam
Na última quarta-feira (11/03), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19,
causada pelo novo coronavírus que surgiu em Wuhan, na China, é uma pandemia. Mas, afinal, qual a
diferença entre a nova classificação e a antiga? Para te ajudar a entender melhor essas divergências,
preparamos um pequeno glossário. Confira:
Surto
É um aumento inesperado do número de infectados por determinada doença em uma região
específica. Um exemplo são os casos de dengue: quando muitos casos ocorrem no mesmo bairro de uma
cidade, por exemplo, as autoridades tratam esse crescimento como um surto.
Epidemia
Ocorre quando o número de surtos cresce, abrangendo várias regiões de determinada cidade, por
exemplo. Se isso acontecer, considera-se que há uma epidemia no município — mas um surto em escala
estadual.
Se o caso se espalhar para outras cidades, por sua vez, considera-se que há uma epidemia em
determinado estado —, mas um surto em escala regional, e assim por diante. Um exemplo é o ebola, que
passou a ser considerado uma epidemia em 2014, após atingir diversos países na África.
178
Redação Galileu. Entenda a diferença entre epidemia, pandemia, endemia e surto. Revista Galileu
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/entenda-diferenca-entre-epidemia-pandemia-endemia-e-surto.html. Acesso em 13 de março de 2020.
Endemia
Não está relacionada à quantidade, mas à grande frequência de casos de uma doença em determinada
região. Um exemplo disso é a febre amarela: o Norte do Brasil é considerado uma região endêmica da
infecção.
Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde179
Secretário-executivo da pasta diz que cobrança atualmente não é irregular. Procedimento será incluído
em lista definida pela Agência Nacional de Saúde (ANS).
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse nesta terça-feira (10/03)
que os planos de saúde serão obrigados a bancar os testes para o novo coronavírus (Sars-Cov-2), vírus
causador da doença batizada de Covid-19.
Atualmente, os testes podem ser cobrados pelos planos de saúde, já que o exame não está no rol de
procedimentos de cobertura obrigatória definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
"(O teste) não faz parte da lista de procedimentos que os planos de saúde são obrigados a dar
cobertura e isso vai acontecer imediatamente. (...) Eu hoje já conversei com a ANS, deverá sair nos
próximos dias. Nós esperamos que saia até amanhã uma nova resolução incluindo o exame para
pesquisa do coronavírus na lista do rol de procedimentos de cobertura obrigatória", afirmou Gabbardo.
"No momento que isto estiver contemplado, ninguém que tenha plano de saúde poderá ser cobrado
para a realização do exame, está resolvido. Até o momento, não é irregular que haja a cobrança", explicou
Gabbardo.
Em nota, a ANS disse que foi realizada nesta tarde uma reunião com representantes de operadoras
de planos de saúde, de entidades representativas do setor e os diretores da agência reguladora.
"A Agência está detalhando os aspectos técnicos da medida, como o tipo de exame que deverá fazer
parte da cobertura obrigatória e as Diretrizes de Utilização (DUTs) que serão necessárias para adequação
aos protocolos do Ministério da Saúde e prazos necessários para que a medida seja implementada",
apontou a agência.
A agência ressaltou que o tratamento aos pacientes diagnosticados com o Covid-19 já é direito de
quem tem plano de saúde, de acordo com a segmentação de seus planos (ambulatorial ou hospitalar).
Balanço indica aumento de 40% no total de casos investigados. Após balanço do governo apontar 25
casos confirmados até 12h, Rio acrescentou mais 5 e país fechou o dia com 30 confirmados.
O Ministério da Saúde divulgou nesta segunda-feira (09/03) seu mais recente balanço sobre os casos
do novo coronavírus (Sars-Cov-2). O vírus é o responsável pela epidemia da doença batizada de Covid-
19. Os números apontam:
- 930 casos suspeitos, eram 663 casos suspeitos no domingo (9), um aumento de 40%
- 25 casos confirmados até 12h, mesmo número do levantamento anterior
- 685 descartados
Depois do balanço federal, o Rio de Janeiro divulgou a confirmação de mais cinco casos, que só serão
considerados pelo Ministério da Saúde no balanço de terça. Com as novas confirmações, o Brasil passa
a ter 30 casos confirmados de Covid-19.
179
Larissa Passos. Ministério diz que teste para coronavírus será coberto pelos planos de saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/10/teste-para-coronavirus-sera-incluido-na-lista-de-cobertura-obrigatoria-dos-planos-de-saude.ghtml.
Acesso em 11 de março de 2020.
180
Larissa Passos. Brasil tem 930 casos suspeitos de novo coronavírus, diz ministério. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/03/09/brasil-tem-930-casos-suspeitos-e-mantem-25-confirmados-de-novo-coronavirus-diz-ministerio.ghtml.
Acesso em 10 de março de 2020.
Comparação é com 2018. Considerando todas as doenças ligadas ao mosquito Aedes aegypti,
aumento é de 248%, segundo o Ministério da Saúde.
O Brasil registrou 1.544.987 casos de dengue em 2019, um aumento de 488% em relação a 2018,
segundo dados do Ministério da Saúde. Desse total, 782 pessoas morreram em todo o país.
No ano passado, o Brasil também registrou 10.708 casos de zika, com 3 mortes, e 132.205 ocorrências
de chikungunya, com 92 mortes, um aumento, respectivamente, de 52% e de 30% em relação aos casos
de 2018.
Juntando todos os casos de dengue, zika e chikungunya, houve um aumento de 248% no registro das
doenças transmitidas pelo mosquito do Aedes aegypti em 2019.
O Ministério da Saúde publicou um comunicado no dia 10 alertando a população que o "verão é o mais
propício à proliferação do mosquito Aedes aegypti, por causa das chuvas, e consequentemente é a época
de maior risco de infecção por essas doenças".
O Ministério da Saúde convoca a população brasileira a continuar, de forma permanente, com a
mobilização nacional pelo combate ao mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças
que podem gerar outras enfermidades, como microcefalia e Guillain-Barré, o 'Aedes aegypti', publicou o
órgão.
São Paulo
O estado de São Paulo foi responsável por mais de 33% dos casos de dengue seguidos de morte no
país, com 400.184 casos registrados, seguidos por 263 óbitos. Os dados são da Secretaria da Saúde
estadual.
Em nota, a Secretaria afirmou que o aumento dos casos pode ser explicado pela circulação no país de
um novo sorotipo de dengue, mais forte que o sorotipo em circulação até 2018. Veja a nota:
A dengue é uma doença sazonal, com oscilação de casos e aumento a cada três/quatro anos, em
média. Em 2015, por exemplo, houve um recorde de infecções. Desde 2019, devido a circulação do
sorotipo 2 de dengue, mesmo os pacientes que já tiveram dengue tipo 1, por exemplo, estão suscetíveis
a infecções, o que contribui para o aumento de casos e até mesmo para a ocorrência de quadros clínicos
mais graves.
O órgão também informou que cerca de 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão em
residências e, por isso, "o enfrentamento ao Aedes é uma tarefa contínua e coletiva".
Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos sugere a ‘preservação’ como o único método ‘100%
eficaz’.
O governo do presidente Jair Bolsonaro incluiu uma nova frente nas políticas adotadas para prevenção
da gravidez precoce e sexo seguro entre adolescentes: a abstinência sexual. Os ministérios da Mulher,
Família e Direitos Humanos (MDH) e da Saúde elaboraram políticas para estimular jovens a deixarem de
fazer sexo, uma iniciativa considerada controversa e ineficaz por estudiosos do assunto.
O MDH, liderado pela ministra Damares Alves, passou a preparar eventos públicos para promover
a abstinência sexual, sob o pretexto de discutir iniciativas voltadas à prevenção da gravidez
na adolescência. Em um evento sobre gravidez precoce realizado em dezembro em um auditório
da Câmara dos Deputados, a pasta convidou apenas defensores da abstinência sexual. O público era
essencialmente religioso.
O ministério afirmou que usou como referência “estudos científicos e a normalização da espera como
alternativa para iniciação da vida sexual em idade apropriada, considerando as vantagens psicológicas,
181
G1. Brasil teve aumento de 488% nos casos de dengue em 2019. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/13/brasil-teve-
aumento-de-488percent-nos-casos-de-dengue-em-2019.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
182
Vinicius Sassine. Governo defende abstinência sexual contra gravidez precoce. O Globo. https://oglobo.globo.com/sociedade/governo-defende-abstinencia-sexual-
contra-gravidez-precoce-1-24169206. Acesso em 06 de janeiro de 2020.
Reação de médicos
Em março, quando Bolsonaro manifestou-se contrário à caderneta, oito profissionais de saúde do
Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) assinaram uma nota
em defesa do material.
“Atender questões médicas e agravos de saúde de adolescentes é uma tarefa que impõe boa sintonia
com pessoas dessa faixa etária, desenvolver empatia de forma refinada, obter conhecimento técnico
sobre exame físico e as peculiaridades do desenvolvimento e do comportamento e se manter atualizado
com os avanços sociais”, assinalou a nota técnica. “Para o êxito de seu papel, pediatras e médicos da
família que atendem a população brasileira de adolescentes contam com a caderneta, considerada uma
ótima ferramenta”.
Para Mariana Franzoi, professora do Departamento de Enfermagem da Universidade de Brasília
(UnB), não se pode impor o modo como a sexualidade se manifesta:
— É preciso saber respeitar os adolescentes, que já têm autonomia. Trabalha-se com educação sexual
para que os adolescentes se cuidem e façam sexo seguro, quando eles quiserem — ressalta. — A postura
do governo é preocupante. Não se pode obrigar um adolescente a fazer sexo, nem a se preservar.
De acordo com a especialista, a caderneta era ilustrada com imagens equivalentes às presentes em
livros do ensino fundamental:
— Não tinha nada de pornográfico. Se for assim, será necessário recolher livros do ensino
fundamental. Adolescentes continuarão fazendo sexo, até pelas redes sociais. E essa exposição, por
exemplo, é que é preocupante.
Além disso, profissionais da saúde que atuam com o Programa Saúde na Escola, uma parceria entre
os ministérios da Saúde e da Educação, relatam um enfraquecimento do eixo do programa voltado a
infecções sexualmente transmissíveis e reprodução. As informações disponíveis on-line sobre o projeto
estão inacessíveis.
23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite
permitido ou proibidos para cultura183
Programa concluiu que 0,89% das amostras apresentaram potencial de risco à saúde para consumo
esporádico e nenhuma representou risco crônico.
183
Rafaella Vianna. 23% dos alimentos analisados pela Anvisa têm resíduos de agrotóxicos acima do limite permitido ou proibidos para cultura. G1.
https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/12/10/23percent-dos-alimentos-analisados-pela-anvisa-tem-residuos-de-agrotoxicos-acima-do-limite-
permitido-ou-proibidos-para-cultura.ghtml. Acesso em 10 de dezembro de 2019.
Na rodada anterior do programa, divulgada em 2016, de 12.051 amostras analisadas entre 2013 e
2015, o percentual das que foram consideradas insatisfatórias foi de 19,7%. A Anvisa diz que não é
possível a comparação porque a metodologia mudou.
Desta vez, a agência avaliou 4.616 amostras de 14 tipos de legumes, cereais e frutas encontrados em
supermercados de 77 municípios em todo o Brasil — exceto no Paraná, que optou por não fazer parte do
programa a partir de 2016.
Foram pesquisados 270 agrotóxicos em abacaxi, alface, arroz, alho, batata-doce, beterraba, cenoura,
chuchu, goiaba, laranja, manga, pimentão, tomate e uva. Segundo a Anvisa, esses alimentos representam
cerca de 30% dos alimentos de origem vegetal consumidos pela população brasileira.
Avaliação de risco
A Anvisa também verificou o risco à saúde de acordo com dois critérios: agudo (para consumo
esporádico) e crônico (consumo prolongado).
Entre as amostras, 0,89% apresentaram potencial de risco agudo, ou seja, podem causar, em um
período de 24 horas, reações como dor de cabeça e náusea após o consumo de uma grande porção de
um alimento com nível elevado de resíduo de agrotóxico.
Os maiores percentuais apareceram em amostras de laranja, goiaba e uva.
Neste caso, a Anvisa fez a comparação com a rodada anterior, informando que, em 2016, esse índice
era de 1,11%.
Nenhum agrotóxico apresentou potencial de risco crônico para o consumidor, relatou a Anvisa. Foi a
primeira vez que o Para considerou esse tipo de dano. Neste caso, foram considerados os dados de mais
de 15 mil amostras de 28 alimentos, coletadas no período de 2013 a 2018.
Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa184
A regulamentação de produtos à base de maconha no Brasil foi aprovada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta terça-feira (03/12). Com a decisão, produtos feitos com cannabis para
uso medicinal podem ser vendidos em farmácias, mediante prescrição médica, e ficam sujeitos à
fiscalização da agência. O cultivo da planta em território brasileiro foi rejeitado.
Como era?
O paciente com indicação médica para o uso de produtos à base de maconha precisava de autorização
para importação. As farmácias não podiam vender os medicamentos, mesmo que produzidos pela
indústria internacional.
- O paciente precisava preencher um formulário no site da Anvisa;
- Apresentar um relatório médico e uma receita médica;
- Importar o produto;
Médicos ouvidos pelo G1 informam que o processo para o tratamento de epilepsia, por exemplo,
chegava a custar R$ 1 mil por mês.
Como ficou?
Pacientes com recomendação e receita médica para o uso de produtos com THC e/ou CBD,
substâncias presentes na planta, poderão comprar os medicamentos direto nas farmácias.
O regulamento exige que as empresas fabricantes tenham:
- Certificado de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa);
- Autorização especial para seu funcionamento;
- Conhecimento da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto;
- Documentação técnica da qualidade dos produtos;
- Condições operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em território
brasileiro.
184
G1. Cannabis medicinal no Brasil: veja o que muda com as novas regras da Anvisa. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/12/03/regulamentacao-de-produtos-a-base-de-cannabis-no-brasil.ghtml. Acesso em 04 de dezembro de 2019.
Produto ou medicamento?
A resolução da Anvisa cria uma nova classe de produto sujeito à vigilância sanitária: "produto à base
de cannabis". Ou seja, durante os três anos de validade, os produtos ainda não serão classificados como
medicamentos.
A medida aprovada diz que os produtos à base de cannabis ainda precisam passar por testes técnicos-
científicos que assegurem sua eficácia, segurança e possíveis danos, antes de serem elevados ao
patamar de medicamentos.
A delimitação do intervalo de três anos para validar a norma foi sugerida pelo diretor Fernando Mendes,
sob a justificativa de que ainda não há comprovação da eficácia dos tratamentos à base dos produtos.
"Não há qualquer evidência de baixo risco no uso desses produtos", afirmou ele.
Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE185
Dado foi divulgado nesta quinta-feira (28/11). É uma alta de mais de 3 meses em comparação com a
expectativa de vida observada em 2017, que era de 76 anos.
A expectativa de vida ao nascer dos brasileiros era de 76,3 em 2018, de acordo com dados publicados
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
São 76 anos, 3 meses e 18 dias. É uma alta de 0,4% em relação ao dado do ano anterior, que se
referia a 2017.
Esse número vem crescendo desde 1940: naquele ano, a expectativa de vida ao nascer era de apenas
45,5 anos.
185
G1. Expectativa de vida do brasileiro ao nascer foi de 76,3 anos em 2018, diz IBGE. G1 Bem Estar. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/11/28/expectativa-
de-vida-do-brasileiro-ao-nascer-foi-de-763-anos-em-2018-diz-ibge.ghtml. Acesso em 28 de novembro de 2019.
Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da
Saúde187
O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira (04/09) que os casos de sarampo no país
totalizam 2.753 desde junho, quando um novo surto da doença teve início. Os estados de São Paulo e
Pernambuco, juntos, registraram 4 mortes.
Foram três mortes no estado de São Paulo, sendo duas crianças e um adulto, e uma criança no estado
de Pernambuco.
Além disso, 98,37% dos casos (2.708) ocorreram no estado de São Paulo.
As informações foram divulgadas pelo secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson Kleber
de Oliveira, em Brasília.
186
Fantástico. Conquista da ciência brasileira reverte quadro de paciente com câncer agressivo. https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/10/13/conquista-da-
ciencia-brasileira-reverte-quadro-de-paciente-com-cancer-agressivo.ghtml. Acesso em 14 de outubro de 2019.
187
Rafaella Vianna. Casos de sarampo no Brasil chegam a 2.753 desde junho, com 4 mortes, diz Ministério da Saúde. G1 Bem Estar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/09/04/casos-de-sarampo-no-brasil-chegam-a-2753-desde-junho-diz-ministerio-da-saude.ghtml. Acesso em 04 de
setembro de 2019.
Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas188
A vacinação salva até 3 milhões de vidas por ano no mundo. Mas ainda é alvo de boatos que
prejudicam a imunização coletiva.
As vacinas salvaram dezenas de milhões de vidas no último século, mas mesmo assim especialistas
de saúde de diversos países têm identificado uma tendência de "hesitação em vacinar" - em outras
palavras, uma crescente recusa em aderir à imunização.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a questão tão preocupante que a listou como uma
das dez maiores ameaças à saúde global em 2019.
Abaixo, uma breve história da vacina, entre descobertas e desconfianças.
188
BBC. Vacinas: o que são, como são feitas e por que há quem duvide delas. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/06/22/vacinas-
o-que-sao-como-sao-feitas-e-por-que-ha-quem-duvide-delas.ghtml. Acesso em 24 de junho de 2019.
Texto determina que internação depende de aval de médico e terá prazo máximo de 90 dias. Lei
também fortalece comunidades terapêuticas, mas determina que internações nessas instituições devem
ser voluntárias.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou a lei aprovada pelo Congresso que autoriza a internação
involuntária (sem consentimento) de dependentes químicos sem a necessidade de autorização judicial.
A medida ainda gera divergências entre profissionais responsáveis pelo tratamento. O texto foi publicado
nesta quinta-feira (05/06) no "Diário Oficial da União".
Além de endurecer a política nacional antidrogas, a lei fortalece as comunidades terapêuticas,
instituições normalmente ligadas a organizações religiosas.
A nova lei estabelece que:
Proposto pelo deputado Osmar Terra (MDB-RS), atual ministro da Cidadania, o projeto foi aprovado
pela Câmara em 2013 e encaminhado naquele ano ao Senado, onde só foi aprovado em 15 de maio.
Voluntária x involuntária
A Lei de Drogas em vigor não trata da internação involuntária de dependentes químicos. Com a nova
lei, que vale já a partir desta quinta-feira, passa a haver uma clara distinção da internação voluntária, com
consentimento do dependente, e da involuntária.
A lei sancionada por Bolsonaro também estabelece que a internação involuntária depende de
avaliação sobre o tipo de droga consumida pelo dependente e será indicada "na hipótese comprovada da
impossibilidade de utilização de outras alternativas terapêuticas previstas na rede de atenção à saúde".
Pelo texto, a família ou o representante legal do paciente poderão solicitar a interrupção do tratamento
"a qualquer tempo". Além disso, a lei determina que tanto a internação involuntária quanto a voluntária
devem ser indicadas somente quando "os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes".
Comunidades terapêuticas
A lei inclui as Comunidades Terapêuticas Acolhedoras no Sisnad. De acordo com o texto, a
permanência dos usuários de drogas nesses estabelecimentos de tratamento poderá ocorrer apenas de
forma voluntária. Para ingressar nessas casas, o paciente terá de formalizar por escrito seu desejo de se
internar.
O texto estabelece que esses locais devem servir de “etapa transitória para a reintegração social e
econômica do usuário de drogas”. Ainda que o paciente manifeste o desejo de aderir às comunidades,
será exigido uma avaliação médica prévia do dependente.
O acolhimento dos dependentes nessas comunidades deve ser dar em "ambiente residencial, propício
à formação de vínculos, com a convivência entre os pares, atividades práticas de valor educativo e a
promoção do desenvolvimento da pessoa". Fica vedado o isolamento físico do usuário nesses locais.
189
G1. Bolsonaro sanciona lei que permite internação involuntária de dependentes químicos. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/06/06/bolsonaro-sanciona-lei-
que-permite-internacao-involuntaria-de-dependentes-quimicos.ghtml. Acesso em 06 de junho de 2019.
- pessoas que não são médicas avaliassem o risco de morte de um dependente, para que o
acolhimento pudesse ser feito de imediato nessas comunidades.
- fosse dada prioridade absoluta no SUS para as pessoas que passam por atendimento em
comunidades terapêuticas.
- a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) definisse as regras de funcionamento das
comunidades terapêuticas.
- as comunidades não fossem caracterizadas como equipamentos de saúde.
Beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais também podem migrar para outros planos ou
operadoras sem cumprir novas carências.
A partir deste mês, beneficiários de planos de saúde coletivos empresariais já podem migrar para
outros planos ou operadoras, com a entrada em vigor das novas regras da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), anunciadas no final de 2018.
A portabilidade é o direito de trocar de plano de saúde por alguma insatisfação ou inadequação do
serviço, sem precisar cumprir carência (tempo mínimo) no plano novo.
190
G1. Novas regras de portabilidade para plano de saúde entram em vigor. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/03/novas-regras-de-portabilidade-para-
plano-de-saude-entram-em-vigor.ghtml. Acesso em 03 de junho de 2019.
Demitidos e aposentados
A medida beneficia também os demitidos, que precisariam cumprir novos períodos de carência ao
mudar de plano de saúde.
Planos de pós-pagamento
Segundo a ANS, não será exigida compatibilidade de preço para os planos em pós-pagamento —
modalidade exclusiva dos planos coletivos onde a quitação dos custos é feita após a utilização do serviço
—, uma vez que o custo desse produto não é fixo.
Entenda abaixo o que muda com a nova resolução da ANS:
Planos coletivos
Como era: Pela norma em vigor até agora, apenas beneficiários de planos individuais ou familiares e
coletivos por adesão poderiam fazer a portabilidade.
Como fica: A norma amplia a portabilidade para beneficiários de planos coletivos empresariais.
Fim da 'janela'
Como era: O pedido de troca de plano devia obedecer uma carência de 120 dias (4 meses) contados
após o 1º dia do mês de aniversário do contrato.
Como fica: O beneficiário não precisa mais cumprir o tempo mínimo para mudar de plano, e poderá
fazer isso a qualquer momento.
Orientações da ANS
É possível consultar os planos compatíveis por meio do Guia ANS de Planos de Saúde, ferramenta
disponível na página da agência.
A ANS preparou também uma cartilha para orientar os consumidores sobre esclarecimentos de prazos
e critérios para realização da portabilidade.
Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo
do Inca191
Imperial College of London e Centro Médico Erasmus da Holanda também assinam artigo. Pesquisa é
a primeira a analisar impacto da medida na saúde infantil em um país em desenvolvimento.
As medidas restritivas ao cigarro no Brasil evitaram a morte de 15 mil crianças entre 2000 e 2016. Os
dados foram divulgados nesta sexta-feira (31/05), data escolhida pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como "Dia Mundial sem Tabaco".
Este é o primeiro estudo que analisou o impacto na medida na saúde infantil brasileira – e também em
um país em desenvolvimento. O artigo é assinado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e por cientistas
do Imperial College of London e do Centro Médico Erasmus da Holanda.
Os autores reforçam a necessidade de a medida ser adotada por outros países – apenas 20% da
população mundial está protegida por medidas públicas de controle ao fumo. Ainda no útero, a exposição
do bebê às substâncias do cigarro podem causar problemas de desenvolvimento, um parto prematuro ou
um nascimento com peso abaixo da média.
191
G1. Proibição de cigarro em locais públicos evitou a morte de 15 mil crianças no Brasil, diz estudo do Inca. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/05/31/proibicao-de-cigarro-em-locais-publicos-evitou-a-morte-de-15-mil-criancas-no-brasil-diz-estudo-do-inca.ghtml. Acesso em 31 de maio de
2019
O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?192
Diferente do que afirmavam alguns defensores da lei, projeto não pode impedir julgamento do STF
sobre prisão de consumidores de drogas.
Um Projeto de Lei que faz mudanças na política nacional de drogas foi aprovado na quarta-feira,
(15/05), pelo Senado, após os parlamentares correrem para acelerar a votação.
O projeto endurece a política nacional antidrogas, facilita internações involuntárias e fortalece as
comunidades terapêuticas – instituições de tratamento normalmente ligadas a igrejas e que recentemente
estiveram sob holofotes após denúncias de abusos e violações de direitos.
As comunidades foram incluídas no Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad) e
agora podem receber dinheiro de isenção fiscal – pessoas e empresas podem destinar até 30% do
Imposto de Renda para as instituições.
O PLC (Projeto de Lei da Câmara) 37, de 2013, já havia passado pela Câmara dos Deputados e agora
segue para sanção do presidente Jair Bolsonaro.
O projeto tramitava há seis anos no Senado e no último mês os senadores manobraram para avançar
seu processo de aprovação. A motivação foi o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que poderá
descriminalizar o consumo de drogas no país - a votação está marcada para 5 de junho.
O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, disse na semana passada em um vídeo
que o PLC 37, se aprovado, poderia "acabar com a discussão" no STF.
No entanto, isso não é verdade. Apesar da fala do deputado e da pressa dos senadores em passar o
projeto, o PLC 37 não impede a descriminalização das drogas nem interfere no julgamento do Supremo.
192
BBC. O que muda com a lei sobre drogas que o Senado correu para aprovar?. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/05/16/o-
que-muda-com-a-lei-sobre-drogas-que-o-senado-correu-para-aprovar.ghtml. Acesso em 17 de maio de 2019
Comunidades terapêuticas
Uma das questões centrais da PLC 37 é o fortalecimento das comunidades terapêuticas. Embora
atendam a dependentes de drogas em recuperação, elas não são consideradas clínicas nem
estabelecimentos médicos, mas entidades filantrópicas.
No ano passado o Ministério Público Federal fez uma inspeção nacional em comunidades do Brasil
todo em parceria com o Conselho Federal de Psicologia e encontrou violações de direitos humanos em
todas as unidades visitadas.
Segundo o relatório da inspeção, foram encontrados até casos de trabalhos forçados – além de
instalações precárias, contenção de pessoas à força, falta de profissionais de saúde e agressões físicas.
O relatório apontou também violação da liberdade religiosa das pessoas tratadas, com pacientes que
se recusavam a participar da rotina de orações sendo punidos com trabalho forçado, chamado nas
comunidades de "laborterapia".
A nova legislação não apenas estabelece o atendimento do dependente químico nas comunidades,
mas prevê a possibilidade de as instituições receberem dinheiro público por meio de isenção fiscal.
Há mais de 1.800 comunidades do tipo no Brasil atualmente, segundo o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea).
O PLC 37 transforma em lei uma política de dar prevalência às comunidades terapêuticas que já tinha
sido adotada pelo Executivo.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, anunciou em março o aumento de vagas nas comunidades
financiadas pelo governo federal – serão mais de R$ 153 milhões por ano repassados às instituições.
Terra é também o autor do PLC 37, elaborado por ele em 2010, quando ainda era deputado federal, e
encaminhado depois ao Senado. Ele diz que as comunidades "são decisivas para enfrentar a 'epidemia
das drogas'".
Para o ministro, o tratamento nas comunidades "é um dos mais eficazes" e a ideia é organizar esses
tratamentos. "Vamos ter um impacto grande e diminuir o número de pessoas em dependência", disse ele
nesta semana.
"Estamos vivendo uma nova etapa em que se consolidam programas, destinam-se recursos para as
comunidades terapêuticas e os pacientes passam a ficar em um regime de abstinência assistida e
voluntária. É um avanço importantíssimo."
Ao longo da tramitação do projeto do Senado, algumas mudanças haviam sido feitas, como o
acréscimo de que as comunidades terapêuticas respeitem a liberdade religiosa das pessoas internadas.
No entanto as mudanças foram retiradas do projeto que acabou aprovado.
O relator da matéria, Styvenson Valentim (Pode), disse que as mudanças foram descartadas para
evitar que o projeto precisasse passar novamente por aprovação da Câmara dos Deputados, onde já
havia sido aprovado com a redação anterior.
Alta segue tendência de dois anos e 170 países reportaram casos da doença nos primeiros meses do
ano.
Os casos de sarampo registrados no mundo tiveram alta de 300% em 2019, informou a Organização
Mundial de Saúde (OMS) nesta segunda-feira (15/04). Segundo dados dos três primeiros meses do ano,
já foram reportados 112.163 casos da doença em 170 países diferentes. Em 2018, foram 28.124 casos
no mesmo período em 163 países.
Segundo a OMS, a alta segue uma tendência dos últimos dois anos. Os surtos atuais acontecem na
República Democrática do Congo, Etiópia, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Madagascar, Mianmar,
Filipinas, Sudão, Tailândia e Ucrânia.
Nos últimos meses, altas nos números de casos também aconteceram em países com alta cobertura
de vacinação, como os Estados Unidos, Israel, Tailândia e Tunísia.
A OMS alerta que a taxa de cobertura vacinal global está abaixo da meta, em 85%, e que os números
de cobertura da segunda da dose da vacina são ainda menores: 67%.
193
G1. Casos de sarampo no mundo crescem 300% em 2019, diz OMS. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/15/casos-de-sarampo-no-mundo-crescem-
300percent-em-2019-diz-oms.ghtml. Acesso em 15 de abril de 2019.
Segundo o Ministério da Saúde, entre 10 e 18 de abril serão priorizadas as crianças e gestantes. Neste
ano, a campanha ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
A primeira fase da campanha de vacinação contra a gripe, voltada para crianças e gestantes, começa
nesta quarta-feira (10/04). O Ministério da Saúde informou que a meta é imunizar 58,6 milhões de
pessoas até o dia 31 de maio, quando encerra a campanha.
Este ano serão distribuídas 63,7 milhões de doses da vacina. Ao todo, 41,8 mil postos de vacinação
estarão funcionando no país, com o envolvimento de 196,5 mil profissionais e a utilização de 21,5 mil
veículos (terrestres, marítimos e fluviais).
As vacinas são disponibilizadas gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) dos municípios
para o público-alvo.
Neste ano, a ação ampliou a faixa-etária do público infantil de até 5 anos para até menores de 6 anos.
De acordo com o ministério, esta medida incluirá 2,8 milhões de crianças. Além disso, as gestantes e
crianças também poderão atualizar as demais vacinas previstas na Caderneta de Vacinação.
A partir do dia 22 de abril começa a segunda etapa da campanha, voltada para trabalhadores de saúde,
idosos, indígenas, professores e pessoas com doenças crônicas.
O 'Dia D', mutirão para todos os grupos de risco, será no dia 04 de maio.
Meta
No ano passado, o grupo prioritário não atingiu a meta de 90% de cobertura. Segundo o Ministério da
Saúde, a meta este ano permanece 90% de cada um dos grupos prioritários e a escolha dos grupos que
receberão a vacina segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Essa definição também é baseada em estudos epidemiológicos e no comportamento das infecções
respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe.
50 mortes em 2019
Até março deste ano já foram notificados 232 casos de influenza e a morte de 50 pessoas no país.
Alguns estados tiveram que antecipar o início da campanha por causa de surtos imprevistos de gripe. No
Amazonas, por exemplo, a vacinação começou em 20 de março.
A campanha se concentra neste período do ano porque a queda das temperaturas no outono e no
inverno tende a aumentar as aglomerações de pessoas em lugares fechados e sem ventilação. São
maiores também os riscos de se pegar a doença, pois a contaminação ocorre principalmente por meio do
contato com outras pessoas doentes.
A gripe diminui a imunidade da pessoa gripada e pode levar a infecções virais ou bacterianas. Em
casos extremos, pode levar à morte.
A vacina não causa a gripe. Ela permite que o paciente fique imune aos tipos de vírus mais comuns
em circulação sem ficar doente.
Programa teve início em janeiro após saída de médicos cubanos. Municípios relatam que médicos
deixam programa para fazer residência ou porque não se adaptam.
O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (04/04) que 1.052 profissionais desistiram do
programa Mais Médicos nos primeiros três meses do ano. O número representa 15% das vagas
preenchidas por médicos brasileiros após a saída de Cuba do programa em novembro de 2018.
194
G1. Campanha de vacinação contra gripe tem meta de imunizar 58 milhões de pessoas. https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2019/04/10/campanha-de-
vacinacao-contra-gripe-tem-meta-de-imunizar-58-milhoes-de-pessoas.ghtml. Acesso em 10 de abril de 2019.
195
G1. Em três meses, mais de mil profissionais desistem do Mais Médicos. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/04/04/em-tres-meses-mais-de-mil-
profissionais-desistem-do-mais-medicos.ghtml. Acesso em 04 de abril de 2019.
Faltam médicos
Diversos estados relataram a desistência de profissionais do Mais Médicos. Em Santa Catarina, oito
médicos que atuavam nas unidades básicas de saúde pediram demissão. Muitos deixam o programa
para fazer residência.
Em Uberaba, no Triângulo Mineiro, seis médicos pediram demissão pelo mesmo motivo e deixaram
de atender as Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Segundo o secretário municipal de Saúde, Iraci Neto,
o processo de contratação de novos médicos pode ser demorado.
"Esse processo demora um certo tempo, porque, primeiro, temos que esperar o programa 'Mais
Médicos' encaminhar mais profissionais; depois esses médicos têm que se apresentar com toda a
documentação e, num terceiro momento, lotarmos esses profissionais nas unidades", explicou.
Em Divinópolis, também em Minas, oito profissionais pediram para ser desligados do programa. A falta
de médicos prejudica o atendimento nos postos de saúde da região.
Em Alagoas, cerca de 20 médicos desistiram do programa. Segundo a coordenadora do Mais Médicos
no estado, Ivana Pitta, as saídas foram por diversos motivos: "Uns não se adaptam, outros o Exército
[Brasileiro] manda chamar ou [eles] passam em prova de residência".
Questões
Tendo o fragmento de texto acima como referência inicial e considerando as múltiplas implicações do
tema por ele abordado, julgue o item a seguir.
(A) Certo
(B) Errado
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
O esgoto encanado é tão importante para melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que
um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é reduzir pela metade o número de pessoas sem rede
de esgoto. Isso porque a ausência de tratamento de esgoto traz doenças que afetam pessoas de todas
as idades, mas as crianças são as mais prejudicadas. Estas doenças são causadas principalmente por
microrganismos patogênicos de origem entérica, animal ou humana, presentes em água contaminada.
(https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/conheca-as-doencas-causadas-pelo-nao-tratamento-do-esgoto).
02. Resposta: D
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibiliza o serviço de autorização para
importação excepcional de produtos à base de Canabidiol, em associação com outros canabinóides, por
pessoa física, para uso próprio, mediante prescrição de profissional legalmente habilitado, para
tratamento de saúde. Os critérios estão na RDC 17/2015. A autorização da Anvisa é requisito obrigatório
para importar esse tipo de produto196.
03. Resposta: B
O Programa Mais Médicos tem por base três eixos: provimento emergencial; educação e;
infraestrutura197.
Ciência e Tecnologia
Internet é ruim para 77 milhões na zona rural de América Latina e Caribe, diz estudo198
Estudo internacional revela diferença entre o acesso em áreas urbanas e áreas rurais. Segundo
levantamento, Brasil tem o melhor índice de conectividade na área rural.
196
http://portal.anvisa.gov.br/importacao-de-canabidiol
197
http://www.maismedicos.gov.br/conheca-programa
198
Laís Lis. Internet é ruim para 77 milhões na zona rural de América Latina e Caribe, diz estudo. G1.
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2020/10/29/internet-e-ruim-para-77-milhoes-na-zona-rural-de-america-latina-e-caribe-diz-estudo.ghtml. Acesso em
29 de outubro de 2020.
Em toda a região, aponta o levantamento, 32% da população (244 milhões de pessoas), não têm
acesso a serviços de internet.
O Brasil integra o grupo com melhor qualidade de acesso na área rural, informa o estudo.
Segundo o levantamento, o país é o que apresenta melhor índice de conectividade, com 47% da
população rural com acesso a serviços de conectividade em padrões mínimos de qualidade.
O estudo classificou os países pesquisados em três categorias:
Baixa conectividade: Jamaica, El Salvador, Belize, Bolívia, Peru, Honduras, Venezuela, Guatemala,
Nicarágua e Guiana
Média conectividade: Trinidad e Tobago, México, Argentina, Uruguai, República Dominicana,
Equador e Paraguai
Alta conectividade: Brasil, Chile, Costa Rica, Bahamas, Barbados, Panamá e Colômbia
“Melhorar a conectividade e eliminar os hiatos digitais entre pessoas e entre territórios rurais e urbanos
deve ser de grande interesse e prioridade para o projeto de políticas, quando se reconhecem e evidenciam
seus benefícios”, afirma o estudo.
O levantamento ressalva, no entanto, que o desafio será grande, considerando a recessão provocada
pela pandemia da Covid-19, a maior registrada na história da América Latina e do Caribe.
Nobel de Química 2020 vai para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo
desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma199
É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel de Química.
Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna ganharam o Prêmio Nobel 2020 em Química, anunciou
a Academia Real de Ciências da Suécia nesta quarta-feira (07/10), pelo desenvolvimento do Crispr,
método de edição do genoma. É a primeira vez na história que duas mulheres ganham, juntas, o Nobel
de Química.
Emmanuelle Charpentier, francesa de 51 anos, é diretora do Instituto Max Planck de Biologia de
Infecções em Berlim.
Jennifer Doudna, americana de 56 anos, é professora da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos
Estados Unidos.
Charpentier falou com a imprensa logo após o anúncio do prêmio e respondeu a uma pergunta sobre
ela e Doudna serem as primeiras mulheres a levarem, conjuntamente, o Nobel.
"Eu gostaria de passar uma mensagem positiva a meninas que gostariam de seguir o caminho da
ciência. Acho que nós mostramos a elas que, em princípio, uma mulher na ciência pode ter impacto na
ciência que elas estão fazendo. Espero que Jennifer Doudna e eu possamos passar uma mensagem forte
às meninas", declarou.
As vencedoras dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Antes de Charpentier e Doudna, cinco mulheres já haviam ganhado o Nobel em Química: Marie Curie
(1911), Irène Joliot-Curie (1935), Dorothy Crowfoot Hodgkin (1964), Ada E. Yonath (2009) e Frances H.
Arnold (2018).
Para a geneticista brasileira Mayana Zatz, que usa o Crispr em seu laboratório, o Instituto do Genoma
da USP, a tecnologia descoberta por Charpentier e Doudna é "fantástica" (veja detalhes de como funciona
mais abaixo).
"É uma ferramenta absolutamente fantástica para estudar doenças genéticas, e que vai ter aplicação
terapêutica num futuro muito próximo – já está tendo, em doenças hematológicas e câncer", afirma a
cientista.
199
Lara Pinheiro. Nobel de Química 2020 vai para Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna pelo desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma. G1
Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/07/nobel-de-quimica-2020-vai-para-emmanuelle-charpentier-e-jennifer-a-doudna.ghtml.
Acesso em 07 de outubro de 2020.
Nobel de Física 2020 vai para Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas
sobre buracos negros200
Penrose ficará com metade do prêmio; Genzel e Ghez dividirão a outra metade. Ghez é a primeira
mulher premiada neste ano, e a quarta na categoria de Física da história do prêmio.
Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez são os ganhadores do Prêmio Nobel 2020 em Física,
anunciou a Academia Sueca nesta terça-feira (06/10), por descobertas sobre buracos negros, um lugar
no espaço onde a gravidade é tão forte tanto que nem a luz consegue escapar dela.
Os vencedores dividirão o valor de 10 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,3 milhões).
Roger Penrose, britânico de 89 anos, mostrou que a teoria geral da relatividade leva à formação de
buracos negros; ele ficará com metade do prêmio. Ele é professor da Universidade de Oxford, no Reino
Unido.
Reinhard Genzel, alemão de 68 anos, e Andrea Ghez, americana de 55 anos, ficarão com a outra
metade, pela descoberta de um objeto compacto supermassivo no centro de nossa galáxia. Um buraco
negro supermassivo é, hoje, a única explicação conhecida para isso.
Ghez é a primeira mulher premiada neste ano e a quarta a ganhar um Nobel em Física na história do
prêmio (desde 1901). Ela leciona na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados
Unidos. Genzel é afiliado ao Instituto Max Planck para Física Extraterrestre em Garching, na Alemanha,
e à Universidade da Califórnia em Berkeley, também nos EUA.
O comitê do Nobel avaliou que o trabalho de Penrose "usou métodos matemáticos engenhosos em
sua prova de que os buracos negros são uma consequência direta da teoria geral da relatividade de
Einstein".
Já o trabalho de Genzel e Ghez "deu à ciência a evidência mais convincente de um buraco negro
supermassivo no centro da Via Láctea", considerou a Academia Sueca.
"Penrose mostra, pela teoria da relatividade, que é possível que esses objetos [buracos negros]
existam e a singularidade, no centro do buraco negro, em que toda a física se extingue. Ele prevê que
essas coisas podem existir", explica Eliade Ferreira Lima, astrofísica e professora da Universidade
Federal do Pampa (Unipampa), em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
"Já a outra descoberta, na verdade, é a observação do movimento das estrelas em torno de algo
extremamente massivo no centro da nossa galáxia. Tem uma comprovação da previsão. Tem a previsão
matemática e a observação de um movimento em torno de algo que tem todas as características de um
buraco negro. Ela [Ghez] só não afirma isso porque não viu o buraco negro – ela viu o movimento das
estrelas em torno dele", explica Lima.
"Só que a gente já observou buracos em galáxias parecidas com a nossa, então tudo leva a crer que
aqui tem um buraco negro", acrescenta a pesquisadora.
Logo após o anúncio do resultado, a cientista Andrea Ghez respondeu a uma pergunta sobre o que há
dentro de um buraco negro:
"Não temos nenhuma ideia do que há dentro do buraco negro – eles são o colapso do entendimento
das leis da física", disse.
Quarta mulher
Ghez foi questionada sobre como era ser a quarta mulher a vencer um Prêmio Nobel na história da
premiação – entregue pela primeira vez em 1901. Desde aquele ano, apenas Marie Curie (1903), Maria
Goeppert Mayer (1963) e Donna Strickland (2018) foram laureadas na categoria.
"Estou animada em receber o prêmio – levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a
ganhar o prêmio Nobel [em Física]. Espero poder inspirar outras jovens mulheres para uma área que tem
tantos prazeres, se você tem paixão pela ciência. Há muito para ser feito", declarou Ghez.
A láurea em Medicina foi a primeira a ser anunciada, na segunda (5). Harvey J. Alter, Michael Houghton
e Charles M. Rice ganharam o prêmio pela descoberta do vírus da hepatite C."
200
Lara Pinheiro. Nobel de Física 2020 vai para Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas sobre buracos negros. G1 Ciência e Saúde.
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/06/nobel-de-fisica-2020-vai-para-roger-penrose-reinhard-genzel-e-andrea-ghez.ghtml. Acesso em 06 de
outubro de 2020.
Pesquisadores dão passos promissores para combater a Covid-19. Estudos envolvem desde
investigações sobre como o patógeno infecta as células à criação de terapias para casos mais graves
Há quatro meses, ninguém tinha ouvido falar. Há pouco mais de dois, foi declarada a pandemia. Agora,
já são quase 2 milhões de casos e mais de 130 mil mortes na peste negra do século 21. Em um curto
espaço de tempo, o Sars-Cov-2 fez estragos sem precedentes nos últimos 100 anos, parando o mundo
e trancafiando um terço da população em suas casas. Mas, nesse período, a Covid-19 não foi a única a
avançar.
A ciência responde à crise em um ritmo acelerado. Embora muito ainda tenha de ser descoberto sobre
o novo coronavírus, o conhecimento a respeito dele progride diariamente, em um esforço mundial inédito.
Conectados, pesquisadores ao redor do globo ; muitas vezes, de laboratórios concorrentes ; trabalham
juntos para desvendar um micro-organismo cujo diâmetro é de oitenta bilionésimos de 1m. Os avanços
têm levado a testes de vacinas e a ensaios clínicos de medicamentos. O que ainda não se sabe, porém,
é se o conhecimento já adquirido sobre o vírus será capaz de frear a pandemia ainda neste ano.
Logo no início da crise, duas importantes pesquisas revelaram a cara do inimigo. Em 11 de janeiro,
quando a Covid-19 estava longe de parecer uma ameaça mundial, cientistas do Centro de Saúde Pública
de Xangai, na China, deram um passo fundamental para saber com quem estavam lidando. Eles
realizaram o primeiro sequenciamento genético do Sars-Cov-2 e compartilharam os dados em um site
aberto, para que outros pesquisadores começassem a fazer estudos sobre o vírus.
Foi assim que o biólogo evolutivo Andrew Rambaut, da Universidade de Edimburgo, na Escócia,
descobriu se tratar de um coronavírus 90% semelhante ao Sars-Cov-1, micro-organismo que causou a
síndrome respiratória aguda grave (Sars) em 2003. Um mês depois do primeiro rascunho genético do
micro-organismo, pesquisadores da Universidade do Texas e do Instituto Nacional de Doenças
Infecciosas (Niaid) norte-americano deram mais um passo fundamental para tentar combater o vírus: eles
revelaram a estrutura atômica da proteína spike.
Vacinas e drogas
Essa proteína, em formato de T, é a chave que abre a fechadura da célula do hospedeiro, permitindo
que o Sars-Cov-2 se funda à membrana e entre no citoplasma de células humanas, onde libera seu
material genético e produz cópias dele mesmo, infectando o organismo. Em março, foi a vez desse
mesmo grupo de pesquisadores identificar a fechadura, ou seja, o receptor da spike. As duas descobertas
são fundamentais, pois apontam os principais alvos de bloqueio do mecanismo do vírus.
;Mapear a proteína spike foi um passo essencial para cientistas ao redor do mundo desenvolverem
vacinas e drogas antivirais para combater o Sars-Cov-2;, diz Jason McLellan, professor da Universidade
de Austin que participou da pesquisa. Esse trabalho levou ao primeiro ensaio clínico de uma imunização
contra o vírus, chefiada pelo Niaid, em instituições norte-americanas. O diretor do instituto, o infectologista
Antony Faucy, porém, disse, na época, que não se esperasse um produto antes de um ano.
Agora, segundo um levantamento da revista Nature, há 73 projetos de vacinas em estudos in vitro,
com animais e humanos, e 42 em desenvolvimento. Na semana passada, a China anunciou que está na
segunda fase de pesquisa clínica de uma imunização mais segura, pois não usa organismos vivos na
composição. Por enquanto, os estudos foram feitos com 108 pessoas. Com a segurança comprovada, é
o momento de assegurar se a substância é eficaz. Caso positivo, parte-se para a terceira e última etapa,
quando se examina novamente a eficiência da vacina, mas em um número grande de pessoas.
Alguns cientistas envolvidos em pesquisas de imunização acreditam que, até o início do próximo ano,
alguma vacina esteja disponível. Na sexta-feira, uma equipe da Universidade de Oxford, no Reino Unido,
que já vinha desenvolvendo uma imunização para o coronavírus que causa a Mers (síndrome respiratória
do Oriente Médio, que emergiu em 2012) afirmou que, até setembro, 1 milhão de doses disponíveis de
uma vacina para Covid-19 estarão disponíveis. A responsável pelo projeto, a infectologista Sarah Gilbert,
afirmou à BBC que a substância é segura e será oferecida antes dos resultados sobre eficácia.
Especialistas, porém, pedem cautela. ;De um ano a 18 meses é um prazo muito otimista. Normalmente,
uma vacina segura e eficaz levará de 10 a 15 anos para ser desenvolvida, se estiver começando do zero;,
aponta Supriya Munshaw, especialista em transferência de tecnologia da Universidade de John Hopkins,
nos Estados Unidos.
Munshaw lembra que não é esse o caso, pois as substâncias em testes já vinham sendo desenvolvidas
para outros coronavírus, como os causadores de Sars e Mers. Ainda assim, considera que, no próximo
201
Paloma Oliveto - https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2020/04/19/interna_ciencia_saude,846060/ciencia-avanca-na-busca-da-cura-
para-o-coronavirus.shtml
Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se
aproximar203
Em meio à pandemia do novo coronavírus, pessoas usam diferentes aplicativos para se manter
conectados aos amigos e à família, mesmo com distanciamento social.
Nos últimos dias, festas surpresa de aniversário, chás de revelação e até reuniões de brincadeiras
para crianças foram realizados com o uso de aplicativos de mensagens e vídeos.
Até o fim da tarde desta segunda-feira (23/03), o número de casos confirmados de pessoas infectadas
pelo novo coronavírus no Brasil havia passado de 1.800, com mais de 30 mortes.
Surpresa e ópera
No dia 16, o professor de Direito da Universidade Federal Fluminense Eder Fernandes foi surpreendido
por suas orientandas, que organizaram uma festa surpresa virtual para comemorar seu aniversário de 37
anos.
Atualmente morando em Espanha, onde frequenta um curso de pós-doutorado, ele estava triste pois
teve de cancelar a viagem para comemorar a data.
"Foi justamente o dia em que a ficha caiu sobre tudo o que estava acontecendo, pois foi quando
começou o estado de emergência no país. E o dia se desenrolou assim, com uma angústia forte no peito",
conta.
Ele já estava deitado na cama quando recebeu a mensagem de uma parceira de trabalho no aplicativo
de reuniões Jitsi, no qual costumam se falar.
"Achei estranho, porque ela nem me deu os parabéns", diz o professor. "Quando eu cliquei e a janela
abriu, levei um susto, porque havia várias carinhas lá. E abri um sorriso enorme ao entender que era uma
festa surpresa virtual."
Ao final do evento com sete pessoas, que envolveu o clássico "Parabéns a você", a leitura de um
poema e muita conversa, Fernandes ainda ganhou outro presente.
"Ao desligar, comecei a chorar e a vizinha começou a cantar."
Ele se refere à cantora de ópera Begoña Alberdi, que todas as noites canta na janela para a vizinhança
isolada em Barcelona.
"Dormi com uma esperança no peito, com a sensação de que serão dias ruins, muito difíceis, mas que
iremos vencer."
202
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2020/04/15/covid-19-ministro-marcos-pontes-fala-sobre-pesquisas-brasileiras.htm
203
Cesar Soto. Festa surpresa, chá de revelação e até casamento: isolados usam tecnologia para se aproximar. G1, https://g1.globo.com/fique-em-
casa/noticia/2020/03/24/festa-surpresa-cha-de-revelacao-e-ate-casamento-isolados-usam-tecnologia-para-se-aproximar.ghtml. Acesso em 25 de março de 2020.
Crianças conectadas
Um grupo de pais no Rio de Janeiro também têm realizado encontros virtuais com seus filhos. Além
de entreter as crianças e manter suas conexões pessoais, as atividades servem para que eles entendam
o que os adultos tanto fazem em frente aos computadores.
O primeiro deles aconteceu na quinta-feira (19/03), e reuniu oito crianças. A empresária Jessica Viana
conta que a ideia partiu da mãe de uma das colegas de escola da filha de 4 anos, Carolina.
"Foi muito legal, mataram a saudade. No primeiro momento havia algumas com muita timidez, sem
entender muito bem. Daí as mais desinibidas já começaram a mostrar as roupas que estavam usando,
os brinquedos com que estavam brincando", diz Jessica.
Segundo ela, os encontros duram cerca de 40 minutos, e já passaram por aplicativos como Zoom e
Jitsi.
"A gente tem usado bastante essas tecnologias para suprir essa carência da socialização. Ela está
com muita saudade da escola. Isso está doendo na gente. Não poder dar uma data de quando isso acaba
é muito complicado, mas está amenizando."
Paredão e jogos
Mas essas conexões não precisam ficar limitadas apenas a ocasiões especiais ou ensinamentos. Em
Florianópolis, amigos têm se encontrado para conversar, comemorar alguma eliminação no "BBB 20" ou
jogar alguma coisa.
No dia 17, a autora do blog "Uma vida sem lixo", Cristal Muniz, e alguns amigos assistiram "juntos" —
mas cada em sua casa — à despedida de Pyong Lee do reality show.
Ironicamente, um evento que não era exatamente um hábito. Os amigos comentavam o programa
através de um grupo no Whatsapp, mas nunca tinham se reunido só pra isso.
Uma análise preliminar da sequência já está disponível online. Enquanto outros países levam em
média 15 dias, caso brasileiro foi sequenciado em 2 dias.
Pesquisadores do Brasil e da Universidade de Oxford sequenciaram o genoma do vírus 2019 n-CoV
do primeiro caso confirmado da doença em São Paulo. O trabalho, geralmente feito em 15 dias pelos
cientistas, foi realizado em apenas dois dias, de acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de S. Paulo (Fapesp).
A primeira análise preliminar feita pelos cientistas mostra que o genoma do coronavírus diagnosticado
no Brasil difere em três pontos no código genético do vírus encontrado inicialmente em Wuhan, cidade
chinesa onde a doença surgiu. De acordo com uma das autoras do estudo, Ester Cerdeira Sabino, quanto
mais desvendarmos o RNA do vírus, mais podemos rastrear o caminho dele.
"Como o vírus do Brasil foi detectado da Itália, e vimos que é diferente do encontrado na Alemanha,
com duas mutações similares apenas, já dá para ver que mais de uma pessoa passou a transmitir a
doença na Europa", explicou Sabino.
Além disso, é possível fazer a associação das mudanças no RNA com alguma característica da
epidemia. Sabino dá o exemplo do Irã, que tem apresentado uma taxa de mortalidade maior.
"O que vamos estudar é se tem alguma influência [a mutação]. Por exemplo, no Irã está tendo um
avanço maior. É um exemplo teórico. Temos que sequenciar e pesquisar se a mutação tem alguma
influência nisso".
A análise genética do RNA de um vírus também é fundamental para o desenvolvimento de vacinas e
para a criação de testes diagnósticos. Uma análise preliminar da sequência já está disponível online para
consulta de outros pesquisadores do mundo.
A pesquisa foi realizada pelo Instituto Adolfo Lutz em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e com a Universidade de Oxford.
Caso número 1
O primeiro caso brasileiro de Covid-19, doença causada pelo 2019 n-CoV, foi confirmado com
diagnóstico molecular pelo Instituto Adolfo Lutz em 26 de fevereiro. O paciente infectado com o vírus
esteve na região da Lombardia, no norte da Itália. O país europeu registrou 400 casos do novo
coronavírus até esta quinta-feira (27/02).
Até agora, apenas uma sequência genômica na Itália havia sido concluída. Os pesquisadores
analisaram amostras retiradas de um turista da província de Hubei que visitou Roma por volta de 31 de
janeiro de 2020, com o vírus originado na China.
"É uma velocidade incrível. Da mesma maneira como a Itália fez lá recentemente e publicaram. Isso
ajuda no desenvolvimento de testes de diagnóstico, ajuda em uma série de outros desenvolvimentos
tecnológicos, tem um peso muito importante", disse o secretário nacional de vigilância em Saúde,
Wanderson de Oliveira.
Projeto de sustentabilidade faz parte da construção, que ocupa uma área de aproximadamente 4,5 mil
m² na Ilha do Rei George. Estação Antártica Comandante Ferraz reabre para cientistas e pesquisadores,
em cerimônia oficial às 17h.
A nova estação brasileira na Antártica será inaugurada nesta terça-feira (14/01), em uma cerimônia
que tem início previsto para as 17h (horário de Brasília). O complexo de mais de 4,5 mil m² será entregue
204
Carolina Dantas. Cientistas do Brasil e de Oxford sequenciam genoma do novo coronavírus detectado em SP. G1 Bem estar.
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/02/28/cientistas-do-brasil-e-de-oxford-sequenciam-genoma-do-novo-coronavirus-detectado-em-
sp.ghtml?utm_source=push&utm_medium=app&utm_campaign=pushg1. Acesso em 03 de março de 2020.
205
G1. Brasil inaugura nova base científica na Antártica nesta terça-feira. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/01/14/brasil-
inaugura-nova-base-cientifica-na-antartica-nesta-terca-feira.ghtml. Acesso em 14 de janeiro de 2020.
Dividida em 3 módulos
O prédio principal da nova estação brasileira é dividido em três grandes blocos: o Leste, o Oeste e o
Técnico. Neles, se encontram a maior parte dos laboratórios, os dormitórios e os serviços básicos da
estação, divididos desta forma:
Bloco Leste: é o bloco das pesquisas, de convivência e serviços. É onde se concentram os
laboratórios. Dos 17 no total, 14 estão lá. Os outros 3 ficam em módulos separados. Além disso, é onde
ficam os refeitórios, a cozinha, a ala de saúde, a sala de secagem e as oficinas.
Bloco Oeste: é uma área privada da base, onde moram os pesquisadores, além de concentrar as
áreas de convívio. Há 32 quartos, uma biblioteca, uma academia e auditório. Nas partes mais baixas
deste bloco estão os depósitos de mantimento e reservatórios de água.
Bloco Técnico: é onde fica o controle da rede elétrica, sanitária e de automação da estação. Também
é onde está a garagem. Além disso, há uma estação de tratamento de água e esgoto, casa de máquinas,
geradores, e sistemas de aquecimento, bem como um incinerador de lixo.
É uma lei (número 12.965/14) que regulamenta a utilização da internet, estabelecendo princípios e
garantias que tornam a rede livre e democrática no Brasil. Em vigor desde 23 de junho de 2014, ela
assegura os direitos e os deveres dos usuários e das empresas provedoras de acesso e serviços online.
Antes de virar lei, a proposta foi lançada pela Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça,
em outubro de 2009. Nessa fase, os temas abordados foram desenvolvidos com ajuda da população por
meio de audiências públicas em todo o Brasil. “Era possível opinar e comentar os artigos também pelo
blog Cultura Digital e pelos portais e-Democracia e e-Cidadania, da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal”, explica o advogado Bernardo Meyer.
Internet neutra
Lei proíbe manipulação de velocidade.
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar o princípio da neutralidade, um dos temas mais polêmicos
do MCI. Ele garante a mesma qualidade de acesso à rede para todos, sem distinção, e proíbe provedores
de telecomunicações de restringirem conexão e velocidade, dependendo do conteúdo, origem, destino e
serviço acessado pelo internauta. Isso impede, entre outras coisas, que haja tarifas diferenciadas de
acordo com a qualidade do serviço prestado.
206
Super Interessante. O que é o Marco Civil da Internet? https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-e-o-marco-civil-da-internet/. Acesso em 23 de dezembro
de 2019.
DEVERES
- É proibido violar a intimidade ou vida privada de outros usuários e divulgar ou compartilhar
mensagens, vídeos ou imagens ofensivas.
- Reforçou o veto de negócios virtuais ilícitos, como comercialização de armas de fogo, drogas,
medicamentos etc., e venda de produtos sem nota fiscal ou manual de instruções.
- Respeitar os direitos autorais. A reprodução de conteúdo (musical, literário, audiovisual etc.) sem
autorização pode ser punida.
- Em caso de investigação, empresas de telecomunicações, portais e redes sociais devem identificar
usuários acusados por infringirem o MCI. Nesses casos, o direito à privacidade e à proteção de dados é
suspenso.
Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro207
Nova tecnologia — chamada 'prime editing' — é descrita como 'editor de texto genético' capaz de
reescrever o DNA de forma precisa.
Uma nova forma de editar o código genético humano pode corrigir até 89% de erros no DNA que
causam doenças, dizem cientistas americanos.
A tecnologia, conhecida como "prime editing" ("edição de qualidade", em tradução livre), foi descrita
como uma espécie de "editor de texto genético" capaz de reescrever o DNA com precisão.
Em teste de laboratórios, a nova tecnologia foi usada para corrigir mutações que causam doenças.
Uma das mutações que a técnica conseguiu corrigir foi a da anemia falciforme.
O método foi desenvolvido pela equipe do "Instituto Broad", ligado à universidade de Harvard e ao MIT
("Massachusetts Institute of Technology") nos Estados Unidos. A equipe de cientistas afirma que a
tecnologia é "muito versátil e precisa", mas destaca que a pesquisa está apenas começando.
207
BBC. Nova técnica de edição de DNA poderá curar até '89% das doenças genéticas' no futuro. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/10/22/nova-tecnica-de-edicao-de-dna-podera-curar-ate-89-das-doencas-geneticas-no-futuro.ghtml. Acesso em 22 de outubro de 2019.
Maior complexo científico do país recebeu, até setembro, repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1
milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Previsão agora é que conclusão de complexo seja só em
2021.
O principal projeto do governo federal de pesquisa científica, o Sirius, em Campinas, interior de São
Paulo, não ficará completamente pronto até o fim de 2020, conforme previsto inicialmente.
Com a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil, o projeto recebeu até
setembro repasse de R$ 75 milhões dos R$ 255,1 milhões previstos para 2019 — 29,4% do total. Do
valor repassado, R$ 50 milhões foram gastos.
O Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de "raio X
superpotente" que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. Atualmente,
há apenas um laboratório de 4ª geração de luz síncrotron operando no mundo: o MAX-IV, na Suécia.
No Brasil, essa tecnologia só está disponível em equipamentos de 2ª geração, em funcionamento há
30 anos.
Apesar de garantir o início de operação no próximo ano, o diretor do projeto, Antônio José Roque da
Silva, diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), destaca que o
orçamento dotado pelo governo federal impede a conclusão no prazo inicial. Segundo ele, a entrega de
todas as 13 linhas de pesquisa previstas no Sirius deverá ficar para 2021.
"Se das 13 [linhas de pesquisa] vamos entregar sete, oito ou nove em 2020, tudo vai depender de
como as coisas andem. À medida que os recursos forem liberados, conseguimos programar as outras
linhas", diz o diretor.
"Não tem milagre. Você atrasa o escopo total do projeto, mas o ponto importante é que foi possível
fazer uma gestão para que o Sirius comece a dar retorno. Com a entrega da primeira linha de luz, ele
começa a ser utilizado", defende Silva.
208
Fernando Evans. Orçamento repassado ao Sirius impede concluir centro de pesquisa científica em 2020, diz diretor. G1 Campinas e Região.
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/09/12/orcamento-previsto-para-sirius-impede-conclusao-do-projeto-para-2020-diz-diretor.ghtml. Acesso em 12
de setembro de 2019.
Segundo cientistas, fóssil achado em caverna nos anos 70 tem 210 mil anos, época em que Europa
era ocupada por neandertais; descoberta seria evidência de migração do homem moderno da África
anterior à de nossos ancestrais.
Pesquisadores encontraram o mais antigo exemplo da nossa espécie (humanos modernos) fora da
África.
Acredita-se que um crânio escavado na Grécia seja de 210 mil anos atrás, uma época em que a Europa
era ocupada pelos neandertais.
Por isso, a descoberta representa uma evidência de que houve uma migração anterior de pessoas
partindo da África, que não teriam deixado vestígios no DNA de pessoas vivas hoje. Os resultados foram
publicados na revista "Nature".
Pesquisadores descobriram dois fósseis significativos na caverna de Apidima, na Grécia, na década
de 1970, e estavam guardados em um museu do país, até serem reexaminados, mais recentemente.
Um deles estava muito danificado e o outro, incompleto. Foram necessários tomografia
computadorizada e exames com urânio para desvendar as informações contidas ali.
O crânio mais completo parece ser um neandertal, segundo os pesquisadores. Mas o outro mostra
características de humanos modernos.
E o principal: o crânio do neandertal era mais novo.
Isso pode mudar o entendimento sobre as teorias a respeito de migração para fora da África.
"Agora, trabalhamos com o cenário de que havia um grupo moderno na Grécia 210 mil anos atrás,
mas que foi posteriormente substituída por uma população neandertal (Apidima 2) há cerca de 170 mil
anos", disse o co-autor do estudo, professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres.
As populações fora da África hoje traçam sua ancestralidade a uma migração que deixou o continente
africano há 60 mil anos.
À medida que esses humanos modernos se expandiram pela Eurásia (Europa e Ásia), eles
substituíram outras espécies que encontraram, como os neandertais e os denisovanos.
Mas essa não foi a primeira migração dos humanos modernos (Homo sapiens) da África.
Fósseis de Homo sapiens encontrados em Skhul e Qafzeh, em Israel, foram avaliados na década de
1990 e datados de 90 mil e 125 mil anos atrás. E, na época, foram vistos como uma anomalia, como se
tivesse acontecido uma breve incursão fora do continente africano.
No entanto, nos últimos anos passamos a entender que nossas espécies estiveram fora da África ainda
mais cedo do que imaginávamos e foram mais longe do que acreditávamos anteriormente.
Nos últimos anos, paleontologistas descobriram fósseis humanos modernos em Daoxian e Zhirendong,
na China, que datam de 80 mil e 120 mil anos atrás.
Estudos de DNA revelaram sinais de cruzamento entre os humanos africanos e os neandertais.
Evidências de neandertais alemães mostram que a mistura ocorreu entre 219 mil e 460 mil anos atrás -
embora não esteja claro se o Homo sapiens estava envolvido, ou outro grupo africano primitivo.
209
BBC. Crânio encontrado na Grécia pode reescrever história do homem moderno. G1 Ciência e Saúde. https://g1.globo.com/ciencia-e-
saude/noticia/2019/07/11/cranio-encontrado-na-grecia-pode-reescrever-historia-do-homem-moderno.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2019.
Com decisão, smartphones novos da Huawei não poderão acessar vários aplicativos populares.
Empresa chinesa está sob pressão de Washington devido a supostos laços com o governo da China.
A Google anunciou a retirada da licença da Huawei para usar o sistema operacional Android do gigante
de tecnologia americano para telefones móveis – a medida obedece a uma diretriz emitida pelo presidente
dos EUA, Donald Trump, e força a empresa chinesa de telecomunicações a depender de uma versão de
código aberto do software.
Com a suspensão dos negócios, os novos smartphones da Huawei não terão mais acesso a serviços
como Gmail, Google Maps e YouTube, além de atualizações de segurança. Usuários que já possuem
aparelhos da companhia chinesa poderão seguir com o uso e a atualização de aplicativos baixados.
"Estamos cumprindo a ordem [presidencial] e analisando as implicações", limitou-se um porta-voz do
Google.
Na semana passada, Trump assinou uma ordem executiva após declarar "emergência tecnológica". A
ordem visa impedir que empresas americanas usem equipamentos de telecomunicações feitos por
"adversários estrangeiros" considerados de risco à segurança nacional.
A ordem executiva não impôs automaticamente restrições à compra e venda de equipamentos de
telecomunicações, mas deu ao secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, cinco meses para
estabelecer quais empresas deveriam estar sujeitas às novas restrições.
Os principais fabricantes de processadores, como a Intel, Qualcomm, Xilinx Inc e Broadcom,
informaram os seus funcionários que deixarão de fornecer equipamentos à Huawei até nova ordem.
A Huawei tem sofrido uma imensa pressão de Washington depois de alegações de que seus produtos
permitem que agências de inteligência chinesas usem supostos backdoors (porta dos fundos – método
de escapar de uma autenticação ou criptografia num sistema computacional) nos softwares, que poderiam
ser usadas para espionagem cibernética.
210
DW. Google suspende parte de acesso da Huawei ao Android. DW. https://www.dw.com/pt-br/google-suspende-parte-de-acesso-da-huawei-ao-android/a-
48801026. Acesso em 20 de maio de 2019.
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) As criptomoedas são moedas
virtuais, utilizadas para a realização de pagamentos em transações comerciais. Além de serem
completamente virtuais, existem três características que as diferenciam das moedas regulares:
descentralização, anonimato e baixo custo de transação
(Fonte: Politize!).
Qual das moedas abaixo não é uma criptomoeda?
(A) peso
(B) petro
(C) bitcoin
(D) monero
(E) dogecoin
02. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Maior e mais complexa infraestrutura
científica já construída no Brasil, o Sirius, laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, em Campinas (SP),
teve a primeira etapa inaugurada nesta quarta-feira (14.11.18), em cerimônia com a presença do
presidente da República, Michel Temer.
Orçado em R$ 1,8 bilhão, o laboratório que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM) está com as obras civis concluídas e, nesta quarta (14.11.18), passará pelo primeiro
teste: uma volta de elétrons em dois dos três aceleradores que compõem o equipamento.
(G1 – https://glo.bo/2TevHX3 – Acesso em 27.04.19. Adaptado)
03. (TRT - 7ª Região – CESPE) Um dos efeitos adversos da popularização da Internet e das redes
sociais virtuais é a superexposição da vida pessoal de usuários, a qual pode levar a situações de
constrangimento e de risco à segurança individual. Com isso, tem-se tornado cada dia mais premente
a necessidade de se criarem estratégias pessoais e ferramentas jurídicas que garantam o
(A) acesso irrestrito às ferramentas digitais.
(B) direito à intimidade e à vida privada.
(C) exercício pleno da liberdade de expressão.
(D) anonimato de todos os usuários.
04. (Câmara de Piracicaba – Jornalista – VUNESP – 2019) Meng Wanzhou, chefe de operações
financeiras da Huawei, gigante chinesa de telecomunicações, foi presa em Vancouver, no Canadá, e deve
ser extraditada para os Estados Unidos. Os detalhes da prisão, efetuada em 1° de dezembro de 2018,
não foram divulgados, mas a empresa chinesa virou alvo de desconfiança em vários países do mundo.
(BBC – https://bbc.in/2RF5KyG – Acesso em 29.04.19. Adaptado)
Com relação à gigante chinesa Huawei, foram levantadas suspeitas de que
(A) a empresa seria a grande fornecedora de equipamentos utilizados pela Coreia do Norte para
produzir mísseis de médio alcance.
(B) os acordos comerciais e financeiros que ela desenvolve com ditaduras africanas a tornariam hostil
às nações democráticas.
(C) a tecnologia utilizada na produção dos equipamentos 5G é resultado de espionagem industrial
contra o Reino Unido.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: A
Peso é o nome da moeda de vários países, normalmente de colonização espanhola, como peso
mexicano, peso chileno ou peso argentino
02. Resposta: E
A base científica servirá de estudo em várias frentes, como “Na área de saúde, uma delas é o estudo
do cérebro humano, o que permitirá desenvolver tratamentos e medicamentos para doenças como
Alzheimer, Parkinson e outras doenças degenerativas. Também poderá melhorar o diagnóstico por
imagens, a eficácia de medicamentos e decifrar estruturas virais para desenvolvimento de vacinas.”211.
03. Resposta: B
O exemplo para esse caso foi o vazamento das fotos da atriz Carolina Dieckman: o Projeto de Lei que
resultou na “Lei Carolina Dieckmann” foi proposto em referência e diante de situação específica
experimentada pela atriz, em maio de 2012, que supostamente teve copiadas de seu computador pessoal,
36 (trinta e seis) fotos em situação íntima e conversas, que acabaram divulgadas na Internet sem
autorização212.
A Lei Carolina Dieckmann foi como ficou conhecida a Lei Brasileira 12.737/2012, tipificando os
chamados delitos ou crimes informáticos.
Os delitos previstos na Lei Carolina Dieckmann são:
1) Art. 154-A - Invasão de dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores,
mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados
ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades
para obter vantagem ilícita. Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
2) Art. 266 - Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico, telefônico, informático, telemático ou de
informação de utilidade pública - Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
3) Art. 298 - Falsificação de documento particular/cartão - Pena - reclusão, de um a cinco anos e multa.
04. Resposta: D
A acusação que recai sobre Wanzhou é a de que ela participou de uma conspiração para fraudar várias
instituições financeiras. As investigações apontam que ela fez parte do conselho da Skycom, empresa
baseada em Hong Kong que teria feito negócios com o Irã entre 2009 e 2014.
211
https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/11/13/sirius-1a-etapa-da-maior-estrutura-cientifica-do-pais-sera-inaugurada-nesta-quarta-veja-
numeros.ghtml
212
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/disciplinas/historia-atualidades/atualidades-do-ano-de-2017
05. Resposta: A
Sirius é um acelerador de partículas do tipo síncrotron localizado no município de Campinas, no interior
de São Paulo, Brasil. O Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), que já administra o primeiro
acelerador de partículas do Brasil, o UVX, coordena também o projeto do Sirius.
Segurança
Proporção de negros nas prisões cresce 14% em 15 anos, enquanto a de brancos cai 19%,
mostra Anuário de Segurança Pública214
Dois em cada três presos são negros. Segundo a publicação, existe forte desigualdade racial no
sistema prisional, percebida na maior severidade de tratamento e de punições direcionadas aos negros.
Em 15 anos, a proporção de negros no sistema carcerário cresceu 14%, enquanto a de brancos
diminuiu 19%. Hoje, de cada três presos, dois são negros. É o que revela o 14º Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, divulgado neste domingo (18/10) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Dos 657,8 mil presos em que há a informação da cor/raça disponível, 438,7 mil são negros (ou 66,7%).
Os dados são referentes a 2019.
Segundo o Anuário, as prisões no país estão se tornando, ano a ano, espaços destinados a um perfil
populacional cada vez mais homogêneo. “No Brasil, se prende cada vez mais, mas, sobretudo, cada vez
mais pessoas negras.”
“Existe, dessa forma, uma forte desigualdade racial no sistema prisional, que pode ser percebida
concretamente na maior severidade de tratamento e sanções punitivas direcionadas aos negros”, afirma
a publicação.
“Aliado a isso, as chances diferenciais a que negros estão submetidos socialmente e as condições de
pobreza que enfrentam no cotidiano fazem com que se tornem os alvos preferenciais das políticas de
encarceramento do país.”
213
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2019/04/28/huawei-um-guia-simples-para-entender-por-que-a-gigante-chinesa-e-alvo-de-tanta-polemica.ghtml
214
Cíntia Acayaba e Thiago Reis. Proporção de negros nas prisões cresce 14% em 15 anos, enquanto a de brancos cai 19%, mostra Anuário de Segurança Pública.
G1. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/10/19/em-15-anos-proporcao-de-negros-nas-prisoes-aumenta-14percent-ja-a-de-brancos-diminui-19percent-
mostra-anuario-de-seguranca-publica.ghtml. Acesso em 19 de outubro de 2020.
Chefe do PCC, André do Rap é solto após STF conceder habeas corpus215
André Oliveira Macedo, chefe de uma facção criminosa, cumpria prisão preventiva em Presidente
Venceslau
215
Agência O Globo. Chefe do PCC, André do Rap é solto após STF conceder habeas corpus. Ig. Crime Organizado. https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2020-
10-10/chefe-do-pcc-andre-do-rap-e-solto-apos-stf-conceder-habeas-corpus.html. Acesso em 13 de outubro de 2020.
Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo216
Segundo secretaria, detento gasta em média 88% mais água que cidadão em liberdade. Água nos
presídios poderá ser utilizada por seis horas diárias.
O racionamento de água em unidades prisionais do estado como uma medida para gerar economia
aos cofres públicos é adotada em Minas Gerais a partir deste domingo (01/12).
Atualmente, o estado tem 72 mil presos em 197 unidades.
A medida foi anunciada pelo governo do estado nesta sexta-feira (29).
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), a água nos presídios
poderá ser utilizada por seis horas diárias. A medida foi definida, pois segundo a secretaria, dados do
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento mostram que um detento gasta em média 88% a
mais de água do que um cidadão em liberdade.
“É uma medida de gestão que busca eficiência no setor público, sem desperdício do dinheiro do
contribuinte e com a garantia da manutenção dos direitos dos presos e da pessoa humana”, afirmou o
governo.
A Secretaria de Justiça garante que “a restrição do uso da água não trará prejuízos aos trabalhos de
humanização e ressocialização realizados dentro das unidades prisionais”.
Atualmente, o gasto médio mensal com água nas unidades prisionais de todo o estado é de R$ 7,5
milhões. O governo espera economizar 10% desde valor com o racionamento.
De acordo com a Sejusp, com outras ações implantadas já houve redução de R$ 500 mensais nos
gastos com água.
Em nota, a Defensoria Pública de Minas Gerais disse que discorda da medida e estuda ingressar com
ação extrajudicial ou judicial ainda no início da semana para evitar o racionamento.
Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia217
Governador disse que fronteiras deveriam ser fechadas e que vai pedir sanções aos países vizinhos
por venderem armas ao Brasil. Ele criticou a atuação da PF e do MPF: "estão neste momento em débito
com a sociedade".
O governador do RJ, Wilson Witzel, disse neste domingo (29/09) que vai recorrer à ONU para
combater a violência no RJ, que chamou de "genocídio". Em fala a jornalistas durante o Rock in Rio, ele
216
G1 Minas. Governo de Minas Gerais adota racionamento de água em presídios a partir deste domingo. G1 Minas Gerais. https://g1.globo.com/mg/minas-
gerais/noticia/2019/12/01/governo-de-minas-gerais-adota-racionamento-de-agua-em-presidios-a-partir-deste-domingo.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
217
G1 Rio. Witzel cita 'genocídio' no RJ e diz que vai à ONU pedir punições a Paraguai, Bolívia e Colômbia. https://g1.globo.com/pop-arte/musica/rock-in-
rio/2019/noticia/2019/09/29/witzel-diz-que-ha-genocidio-no-rj-e-que-vai-a-onu-pedir-punicoes-a-paises-vizinhos.ghtml. Acesso em 30 de setembro de 2019.
Caso Ágatha
Em seu discurso, Witzel repetiu que o Rio de Janeiro é a segunda capital mais segura do Brasil e
criticou a imprensa por só mostrar o lado negativo da cidade. Ele rechaçou críticas de que adote uma
política de confronto, que promova a violência.
"Eu não quero celebrar a morte de ninguém. Muito pelo contrário, nós queremos celebrar a vida e
exatamente para que a vida seja celebrada é que nós vamos ter que agir de forma muito rigorosa contra
o tráfico de armas e drogas no nosso estado no Brasil", disse.
Questionado sobre o protesto da cantora Lellê, que lembrou a morte da menina Ágatha e da vereadora
Marielle Franco no primeiro dia de Rock in Rio, Witzel afirmou que estão "fazendo palanque" com a morte
de uma criança e que "quem embarca na história está falando contra quem está fazendo um bom
trabalho".
"Querer fazer palanque de uma criança ou quem quer que seja um palco político, isso para a oposição
é uma indecência. E quem embarca nessa história...nós temos que respeitar a diversidade, mas quem
embarca nessa história está dando eco a uma política perversa contra algo que está sendo bem feito."
Quatro participantes da briga entre facções foram encontrados mortos com sinais de sufocamento,
segundo a Susipe. Eles pertenciam à facção que começou a briga e atacou rivais em prisão.
Quatro envolvidos na briga entre facções que resultou no massacre do presídio de Altamira foram
mortos durante o transporte para Belém, segundo a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup).
Com isso, o número de mortos no confronto chega a 62.
O governo do Pará apura as circunstâncias em que os crimes ocorreram. As mortes foram entre os
municípios de Novo Repartimento e Marabá, entre as 19h terça-feira (30/07) e 1h desta quarta (31/07).
Os presos eram levados algemados dentro de um caminhão, dividido em duas celas.
Os corpos foram encontrados na manhã desta quarta (31/07) com sinais de sufocamento, conforme
informou a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe). O órgão não deu detalhes de como
ocorreu o sufocamento.
Por volta de 16h de quarta-feira, o governo divulgou o nome dos mortos:
- Dhenison de Souza Ferreira
- José Ítalo Meireles Oliveira
- Valdenildo Moreira Mendes
- Werik de Sousa Lima
De acordo com a Segup, os mortos são da mesma facção (Comando Classe A) e ocupavam a mesma
cela no Centro de Recuperação Regional de Altamira. Foi essa facção que atacou integrantes do
Comando Vermelho, facção rival. Os outros 26 presos que estavam no veículo e que seriam levados para
a capital foram colocados em isolamento e serão ouvidos pela polícia.
O caminhão tem quatro celas e a capacidade para até 40 presos –no momento dos crimes, 30 eram
transportados. O Estado informou que não possui caminhão com celas individuais.
De acordo com a Segup, 21 presos já estão em Belém. Todos chegaram na terça-feira (30/07).
Dezesseis são líderes de facções e dez deles irão, posteriormente, para o regime federal, os demais
serão redistribuídos nas penitenciárias estaduais.
O governo do Estado confirmou a chegada de 40 agentes da Força-Tarefa de Intervenção
Penitenciária (FTIP) em Belém na tarde desta quarta, para atuarem em atividades de guarda, vigilância
e custódia de presos.
MP acompanha o caso
O Ministério Público do Pará (MPPA) divulgou uma nota informando que está acompanhando as
investigações sobre a rebelião e que instaurou um inquérito civil para apurar as mortes ocorridas no
presídio. A nota disse ainda que o MP passou a acompanhar as investigações sobre a morte dos quatro
detentos durante a transferência. "O MP reforça ainda que acompanha de perto todos os desdobramentos
e investigações necessários ao esclarecimento dos fatos e responsabilização criminal, cível e
administrativa conforme apurado", disse.
Massacre no presídio
Um confronto entre facções criminosas dentro do presídio de Altamira causou a morte de 58 detentos.
Na segunda-feira (29/07), líderes do Comando Classe A (CCA) incendiaram cela onde estavam internos
do Comando Vermelho (CV). De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará
(Susipe), 41 morreram asfixiados e 16 foram decapitados. Na terça, mais um corpo foi encontrado
carbonizado nos escombros do prédio.
Após as mortes, o governo do estado determinou a transferência imediata de dez presos para o regime
federal. Outros 36 seriam redistribuídos pelos presídios paraenses.
Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) considera o presídio de Altamira
como superlotado e em péssimas condições. No dia do massacre, havia 311 custodiados, mas a
capacidade máxima é de 200 internos. Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Pará, dos
311 presos, 145 ainda aguardavam julgamento.
218
Thais Rezende. Gabriela Azevedo. Presos de Altamira são mortos dentro de caminhão durante transferência para Belém; Segup e MP apuram o caso. G1 Pará.
https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2019/07/31/presos-de-altamira-sao-mortos-dentro-de-onibus-durante-transferencia-para-
belem.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 01 de agosto de 2019.
No mesmo período de 2018, houve 23.015 assassinatos. Índice nacional de homicídios criado pelo G1
acompanha os crimes violentos mês a mês. Queda nos assassinatos foi antecipada pelo Monitor da
Violência.
O Brasil registrou uma queda de 22% nas mortes violentas nos primeiros cinco meses deste ano em
comparação com o mesmo período de 2018. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado
pelo G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Somente em maio, houve 3.521 assassinatos, contra 4.327 no mesmo mês do ano passado. Já no
período que engloba os cinco meses, foram 17.907 mortes violentas — 5,1 mil a menos que o registrado
nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio de 2018.
A tendência de queda nos homicídios do país foi antecipada pelo G1 no balanço dos dois primeiros
meses do ano, que apresentaram redução de 25% em relação ao mesmo período do ano passado, e
no balanço das mortes violentas de 2018, que teve a maior queda dos últimos 11 anos da série histórica
do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com 13%.
O número de assassinatos, porém, continua alto.
O levantamento faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1com o Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
219
G1. Em cinco meses, Brasil registra 17,9 mil mortes violentas; queda é de 22% em relação ao ano passado. G1 Monitor da Violência. https://g1.globo.com/monitor-
da-violencia/noticia/2019/07/13/em-cinco-meses-brasil-registra-179-mil-mortes-violentas-queda-e-de-22percent-em-relacao-ao-ano-
passado.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 15 de julho de 2019.
- Piauí: Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí diz que o aumento no número de crimes
em maio de 2019 "foi considerado atípico" por conta de casos no interior do estado e que, no mesmo
período, houve queda nos números na capital.
- Tocantins: A Secretaria da Segurança Pública do Tocantins diz que em junho foi registrada uma
redução de 31,41% nos índices de CVLI, "o que representa uma estabilização nos índices destes tipos
criminais no primeiro semestre, sendo buscado por estratégias de integração entre as forças de
segurança locais, conforme preconizado no Plano Estadual de Segurança Pública e Defesa Social
(PESSE)". Segundo a pasta, trata-se de um enfrentamento sistemático e organizado da criminalidade
visando a sua efetiva redução. "A SSP-TO tem realizado estudos e mapeamento dos locais e causas
deste tipo de violência no estado, marcado, em especial, por ações típicas de execução de grupos
criminosos, instituindo uma Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DRACCO) para o fortalecimento
das ações de prevenção e repressão, além da intensificação das operações integradas, tanto no âmbito
de investigações qualificadas como no aumento do policiamento ostensivo, nos casos em que isso se
releve a medida mais adequada."
- Roraima: A Secretaria de Segurança Pública de Roraima não informa o motivo para o aumento da
violência e diz ainda que o setor de estatística vai rever os dados de violência do estado.
- ações mais rígidas em prisões, como constantes operações de revistas e implantação do Regime
Disciplinar Diferenciado (RDD)
- isolamento ou transferência de chefes de grupos criminosos para presídios de segurança máxima
- criação de secretaria exclusiva para lidar com a administração penitenciária
- criação de delegacia voltada à investigação de casos de homicídios
- integração entre as forças de segurança e justiça
Apenas 27% dos entrevistados ouvidos pela pesquisa disseram já ter cogitado a compra de uma arma.
Aproximadamente três meses após a assinatura de decreto presidencial que flexibiliza a posse de
armas, levantamento do Instituto Datafolha concluiu que a maioria da população é contra a medida. Em
pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (11/04), pelo jornal Folha de S. Paulo, 64% dos entrevistados
concordam com a afirmação que “a posse de armas deve ser proibida, pois representa ameaça à vida de
outras pessoas”. Já 34% concordam que “possuir uma arma legalizada deveria ser um direito do cidadão
para se defender”.
O Datafolha ouviu 2.806 entrevistados em 130 municípios do país, nos dias 2 e 3 de abril. A pesquisa
tem margem de erro máxima de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de
confiança de 95%.
220
Veja. Datafolha: 64% dos brasileiros são contra a posse de armas. https://veja.abril.com.br/brasil/datafolha-64-dos-brasileiros-sao-contra-a-posse-de-armas/.
Acesso em 11 de abril de 2019
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, invadiram escola na
Grande São Paulo e mataram 8.
A polícia divulgou os nomes dos assassinos que mataram 8 pessoas, sendo 4 adolescentes, na Escola
Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo.
São eles: Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos. Os dois
cometeram suicídio em seguida. Castro completaria 26 anos no próximo sábado.
O ataque ocorreu por volta das 9h30 desta quarta-feira (13/03). Quatro dos mortos no local são alunos
do ensino médio. Outros dois adolescentes foram socorridos, mas morreram no hospital. Duas das vítimas
são funcionárias da escola.
Resumo
Ataque
Os autores do crime chegaram à escola em um carro branco. Eles entraram pela porta da escola, que
estava aberta.
"Eles ingressaram na escola, atiraram na coordenadora pedagógica, atiraram numa outra funcionária.
Estava na hora do lanche, eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio.
Nesse horário, só havia alunos do ensino médio, e [os autores do ataque] dirigiram-se ao centro de
línguas. Os alunos do centro de línguas se fecharam na sala com a professora e eles [criminosos] se
suicidaram no corredor", disse o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM.
O coronel Salles afirmou que, antes de entrar na escola, os criminosos balearam um homem em um
lava-rápido próximo à escola. Ele passa por cirurgia na Santa Casa de Suzano e está em estado
gravíssimo.
Arsenal
Dentro da escola, a polícia encontrou um revólver 38, quatro jet luders, que são plástico para
recarregamento de arma, uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal), um arco e flecha
tradicional e garrafas que aparentam ser coquetéis molotov. Guilherme, um dos autores do ataque, tinha
uma espécie de machado na cintura.
221
G1. Polícia divulga nomes dos assassinos de Suzano. G1 Mogi das Cruzes. https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/policia-divulga-
nome-dos-atiradores-de-suzano.ghtml. Acesso em 13 de março de 2019.
Modelo de PPP será adotado em quatro novas penitenciárias que já estão em fase de obras.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (18/01) que vai privatizar
os novos presídios construídos no estado com o modelo de parcerias público-privadas (PPPs).
De acordo com a gestão, a administração de quatro das 12 novas penitenciárias que já estão em fase
de obras será concedida à iniciativa privada em editais que devem ser lançados ainda neste ano. Outros
três complexos penitenciários que estão previstos também devem entrar no modelo. As unidades que
serão privatizadas não foram informadas.
Segundo Doria, o modelo PPP a ser adotado tem como referências o presídio da cidade de Ribeirão
das Neves, em Minas Gerais, e também o sistema norte-americano. Estão previstas viagens de
secretários tanto para Minas quanto para os EUA para reuniões de avaliações de formatos.
"Nós basearemos a gestão em critérios de qualidade, melhorando as condições do apenado,
oferecendo parque fabril interno capaz de ressocializar o apenado com trabalho", afirmou o secretário de
Administração Penitenciária, coronel Nivaldo Restivo.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse em nota que ainda é estudado "o modelo ou
modelos de PPP que serão adotados".
Informação corrigida
Durante o anúncio para a imprensa, Doria chegou a dizer que todos os 171 presídios do estado seriam
privatizados gradativamente ao longo da gestão, mas a informação foi corrigida posteriormente pelo vice-
governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia.
"Nós temos hoje 171 presídios em São Paulo funcionando com 230 mil presos. Esse sistema continua
assim. As melhorias nesse sistema serão de obras complementares. Ele é estatal”, disse Garcia.
“Temos hoje 12 presídios em obras, dos quais oito já têm funcionários públicos concursados
contratados. Não tem sentido racional desistimos disso. Os quatro que ainda não têm funcionários e
qualquer outra decisão de novo presídio é que serão via PPP", acrescentou o secretário.
Cartão de crédito
O governador também anunciou que, a partir de agora, todos os pagamentos de impostos do estado
poderão ser feitos por meio de cartão de crédito.
Questões
Gabarito
01.D / 02.C
Comentários
01. Resposta: D
No caso das armas para defesa pessoal liberadas pelas regras anteriores, o decreto nº 9.797/19
aumentou de 50 para 5.000 o limite de projéteis que podem ser adquiridos por ano.
Já no caso de armas de caçadores, atiradores e colecionadores, que têm um registro especial, o teto
cresceu de 500 para 1.000 balas por arma - dependendo do calibre, o limite também pode chegar a
5.000223.
02. Resposta: C
A percepção da sociedade da ausência do Estado em determinadas regiões já ultrapassa apenas as
grandes cidades. A percepção do fracasso das instituições oficiais só é aumentada pelas notícias
recorrentes a respeito dos problemas de segurança enfrentados no país, vide o exemplo:
< https://oglobo.globo.com/rio/crise-da-seguranca-no-estado-tambem-marcada-por-falhas-na-comunicacao-21849743>
Energia
Amapá entra no 4º dia de apagão que atinge 89% da população; postos e supermercados têm
filas224
Previsão de retomada de 60% a 70% do serviço segue até esta sexta-feira (06/11). Treze dos 16
municípios seguem sem luz, com exceção de hospitais.
O Amapá iniciou nesta sexta-feira (06/11) o 4º dia de apagão em 13 dos 16 municípios, que se
aproxima de 60 horas. Mesmo com o início do trabalho de reparo na subestação atingida por um incêndio
na noite de terça-feira (03/11), não houve retomada da eletricidade, prevista inicialmente na noite de
quinta-feira (05/11) e que se estenderia ao longo do dia.
Desde as primeiras horas da manhã, os postos de combustíveis que usam geradores para obter
energia estão com filas enormes. Até o momento não há informações sobre desabastecimento.
As filas também são registradas em supermercados e locais de revenda de água, principalmente na
capital Macapá, que concentra 60% da população do estado.
Em alguns bairros da capital - no Centro e Zona Sul - e no município de Santana, na Região
Metropolitana, têm energia, devido a serem abastecimentos pelos mesmos circuitos que serviços
essenciais como hospitais e o sistema de tratamento de água e esgoto. Mesmo assim, os locais encaram
oscilação no serviço.
Na quinta-feira (05/11), a prefeitura decretou estado de calamidade pública em Macapá. Também foi
autorizado o funcionamento 24 horas de postos de combustíveis.
A falha afeta o funcionamento das redes de telefonia fixo, móvel e de internet, que funcionam de
maneira limitada. Hospitais passaram a depender de geradores.
223
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48391614
224
Victor Vidigal. Amapá entra no 4º dia de apagão que atinge 89% da população; postos e supermercados têm filas. G1 Amapá.
https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2020/11/06/amapa-entra-no-4o-dia-de-apagao-que-atinge-89percent-da-populacao-postos-e-supermercados-tem-filas.ghtml.
Acesso em 06 de novembro de 2020.
Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços. Na sexta-
feira, Rússia se opôs aos amplos cortes de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços da
commodity.
Os preços dos contratos do petróleo recuavam ao redor de 20% nesta segunda-feira, depois que a
Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os
grandes produtores. Na abertura dos negócios no mercado asiático, ainda na noite de domingo (horário
de Brasília). O preço do petróleo do tipo Brent chegou a recuar 31%, no maior tombo desde a Guerra do
Golfo (1990 e 1991).
A decisão da Arábia Saudita vem na esteira do fracasso das negociações entre a Organização dos
Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia sobre o volume da produção da commodity.
A Rússia se opôs ao corte de produção sugeridos pela Opep para estabilizar os preços do petróleo em
meio à epidemia de coronavírus, que desacelera a economia global e afeta a demanda por energia.
Perto das 8h, o barril de Brent caía 21,85%, em Londres, a US$ 35,38 na venda, enquanto que o barril
WTI, nos EUA, perdia 22,75%, a US$ 31,89.
Segundo a Reuters, a Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, planeja aumentar a
produção acima de 10 milhões de barris por dia (bpd) em abril, após o atual acordo para restringir a
produção entre a Opep e a Rússia – conhecida como OPEP + – expirar no fim de março.
A Arábia Saudita também reduziu o preço oficial de venda do barril para abril entre US$ 6 e US$ 8
dólar o barril.
"O avanço do coronavírus trouxe pânico para o mercado de petróleo", diz o sócio fundador do Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. "O preço do petróleo nesse patamar deve provocar um
estrago nas economias. O tamanho desse estrago vai depender de por quanto tempo os preços ficarão
nesse patamar."
225
G1. Preços do petróleo desabam e têm maior queda diária desde 1991. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/03/08/precos-do-petroleo-
desabam-neste-domingo.ghtml. Acesso em 09 de março de 2020.
Impactos no Brasil
Na avaliação de Pires, a queda brusca dos preços do petróleo pode levar o Brasil para dois caminhos:
a Petrobras pode reduzir o preço da gasolina e do diesel, mas com o risco de inviabilizar o etanol, ou o
governo pode aumentar a incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) sobre
os combustíveis para preservar a geração de receita da estatal.
Desde a greve dos caminhoneiros, a Cide está zerada para o diesel. Na gasolina, a cobrança é de 10
centavos por litro. "A grande prejudicada com essa queda no preço pode ser a Petrobras. Vamos ver
como o governo vai agir", afirmou Pires.
Neste ano, a queda do preço do petróleo tem levado a Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis
nas refinarias. A última redução ocorreu no fim de fevereiro. Os preços do diesel foram reduzidos em 5%
e os da gasolina em 4%.
Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019226
No ano passado, produção de petróleo avançou 7,78% e chegou a 1,018 bilhão de barris.
A produção de petróleo do Brasil avançou 7,78% no ano passado e ultrapassou a marca de 1 bilhão
de barris pela primeira vez na história, acumulando 1,018 bilhão de barris no período, informou a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta quarta-feira (22/01).
Já a produção de gás natural do país cresceu 9,46% no ano passado, somando 44,724 bilhões de
metros cúbicos.
Segundo a agência reguladora, o pré-sal foi responsável pela produção de 633,98 milhões de barris
no consolidado de 2019, além de 25,906 bilhões de metros cúbicos de gás natural - altas de 21,56% e
23,27% na comparação anual, respectivamente.
Dezembro representou um novo recorde mensal para a produção de petróleo no país, com
bombeamento médio de 3,106 milhões de barris por dia, alta de 15,44% ante igual período de 2018 e
0,52% acima do recorde verificado exatamente no mês anterior.
Já a produção média de gás natural atingiu no mês passado o recorde de 137,8 milhões de metros
cúbicos/dia, avanço de 21,19% no ano a ano e crescimento de 0,87% em relação a novembro, disse a
ANP.
A produção no pré-sal correspondeu a 66,82% da produção nacional em dezembro, com 2,655 milhões
de barris de óleo equivalente por dia. O campo de Lula, na Bacia de Santos, foi o maior produtor no
período.
Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia227
Segundo a Aneel, das 166,5 mil unidades que compõem a Geração Distribuída, 117,5 mil estão nessas
regiões. Agência discute fim de incentivos para quem produz a própria energia.
As regiões Sudeste e Sul concentram 70% dos consumidores brasileiros que produzem a própria
energia, apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Estão ligadas a esse sistema, chamado oficialmente de Geração Distribuída, 166.497 unidades em
todo o país. O número reúne casas, comércios, condomínios e fazendas (que normalmente produzem
energia para atender a grandes consumidores, como shoppings ou supermercados).
Desse total, 117,5 mil (70,6%) estão nos estados do Sudeste e do Sul país. As duas regiões abrigam
56,3% da população.
A região Centro-Oeste, que vem em terceiro lugar, abriga 23.105 unidades que produzem a própria
energia. No Nordeste e no Norte são 22.654 e 3.197 unidades, respectivamente.
226
Reuters. Produção de petróleo do Brasil alcança 1 bilhão de barris pela 1ª vez na história em 2019. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/22/producao-de-petroleo-do-brasil-alcanca-1-bilhao-de-barris-pela-1a-vez-na-historia-em-2019.ghtml. Acesso em 23
de janeiro de 2020.
227
Fábio Amato. Sul e Sudeste concentram 70% dos consumidores que geram a própria energia. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/01/10/sul-
e-sudeste-concentram-70percent-dos-consumidores-que-geram-a-propria-energia.ghtml. Acesso em 10 de janeiro de 2020.
Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia228
Mudanças devem entrar em vigor em 2020. Segundo relator, alterações poderão elevar de 4,5 para 7
anos o prazo para recuperação do investimento em painéis solares.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vota nesta terça-feira (15/10) proposta para alteração
das regras da chamada geração distribuída, sistema pelo qual consumidores podem produzir sua própria
energia, normalmente por meio do uso de painéis solares.
Como já era esperado, o texto vai prever medidas que acabam por reduzir incentivos para a adesão a
esse sistema. O tema vem sendo tratado na agência desde o início deste ano.
A Aneel vem defendendo a mudança sob o argumento de que os custos dos incentivos para quem
gera a própria energia acabam sendo pagos depois pelos demais consumidores.
O relator da proposta é o diretor da Aneel Rodrigo Limp. Segundo ele, se as alterações forem
aprovadas, a expectativa é que o prazo médio para que um consumidor residencial recupere o
investimento na instalação de seu gerador aumentará dos atuais 4,5 anos para cerca de 7 anos.
Depois de votada pela diretoria da agência, a proposta vai passar por consulta pública e pode sofrer
alterações.
A agência espera que as mudanças comecem a valer em 2020. Entretanto, a nova regra proposta
prevê gatilhos para a retirada dos incentivos. Isso quer dizer que o aumento do prazo para recuperação
do investimento não será imediato.
Além disso, as mudanças vão atingir somente aqueles que aderirem à geração distribuída depois que
as novas regras começarem a valer.
Entretanto, para os consumidores da chamada geração remota, ou seja, que geram a própria energia
em um local distante do ponto em que consomem, a previsão é de que as mudanças serão mais rápidas
e, a perda de atratividade do investimento, maior.
228
Fábio Amato. Aneel vota nesta terça proposta que reduz incentivo para quem quer gerar a própria energia. G1.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/10/15/aneel-vota-nesta-terca-proposta-que-reduz-incentivo-para-quem-quer-gerar-a-propria-energia.ghtml. Acesso em
15 de outubro de 2019.
Expectativa é que a medida gere redução nos preços da energia elétrica, mas especialistas apontam
que sucesso do projeto depende de fatores como melhorar da infraestrutura.
O governo está discutindo medidas para mudar o mercado de gás natural no Brasil, com o objetivo de
baratear os preços. Na prática, a ideia é acabar com o monopólio da Petrobras nessa área, permitindo
assim a concorrência entre diversas empresas.
A queda de custo deve atingir principalmente os principais consumidores do gás natural – a indústria
e o setor de energia termelétrica. Mas a expectativa do governo é que essa redução seja repassada ao
consumidor final.
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o mercado de gás e as mudanças que estão sendo
analisadas:
Quem distribui?
Em geral, a distribuição de gás natural é feita separadamente por estado, na maioria por empresas
estatais. Apenas o estado de São Paulo é abastecido por mais de uma companhia. Além da Petrobras,
que atua no ES, existem outras 26 distribuidoras no país. São elas:
Sulgás (RS), SCGÁS (SC), Compagas (PR), MSGÁS (MS), Goiasgás (GO), Rongas (RO), CEBGAS
(DF), MTGás (MT), Cigás (AM), Gás do Pará (PA), Gasap (AP), Gasmar (MA), Gaspisa (PI), Cegás (CE),
Copergás (PE), Potigas (RN), PBGÁS (PB), Bahiagás (BA), ALGÁS (AL), Sergas (SE), Gasmig (MG),
Comgas (SP) e GasBrasiliano (SP), Ceg (RJ), Ceg Rio (RJ) e Gas Natural Fenosa (SP) – as três últimas
compõem a Naturgy.
A Petrobras, por meio da Gaspetro, tem participação em 19 dessas companhias. Roraima, Tocantins
e Acre não têm distribuição de gás natural.
Quanto custa?
O preço do gás natural do Brasil é alto na comparação com outros países, de cerca de US$ 13 por
metro cúbico. Nos Estados Unidos, por exemplo, o preço é de aproximadamente US$ 3 e em países da
Europa, US$ 7.
Adiantamento no relógio foi instituído pela primeira vez pelo ex-presidente Getúlio Vargas. Segundo
Bolsonaro, fim do período vai aumentar produtividade do trabalhador.
O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quinta-feira (25/02) o decreto que revoga o horário de verão.
A assinatura ocorreu durante cerimônia no Palácio do Planalto. Segundo o presidente, a medida segue
estudos que analisaram a economia de energia no período e como o relógio biológico da população é
afetado.
Bolsonaro já havia anunciado no início do mês, em uma rede social, a decisão de acabar com o horário
de verão neste ano. Neste período do ano, que costumava durar entre outubro e fevereiro, parte dos
estados brasileiros adiantava o relógio em uma hora.
229
Laís Lis. Guilherme Mazui. Bolsonaro assina decreto que acaba com o horário de verão. G1. https://g1.globo.com/politica/noticia/2019/04/25/bolsonaro-assina-
decreto-que-acaba-com-o-horario-de-verao.ghtml. Acesso em 25 de abril de 2019
Decreto
Bolsonaro falou, ainda, sobre o fato de a decisão ter sido tomada por meio de um decreto presidencial,
sem necessidade de aprovação do Parlamento.
Ele destacou a ”dificuldade de um parlamentar aprovar uma lei”, o que considera ser “muito difícil,
quase como ganhar na Mega Sena”.
"Muitas vezes, um decreto tem um poder enorme, como este assinado aqui, agora. A todos os
senhores [parlamentares], os demais que estão nos ouvindo, o governo está aberto. Quem tiver qualquer
contribuição para dar via decreto, via novo decreto ou via alteração de decreto, nós estamos à disposição
dos senhores”, completou.
Horário de verão
No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez no verão de 1931/1932, pelo então
Presidente Getúlio Vargas. Sua versão de estreia durou quase seis meses, vigorando de 3 de outubro de
1931 a 31 de março de 1932.
No verão seguinte, a medida foi novamente adotada, mas, depois, começou a ser em períodos não
consecutivos. Primeiro, entre 1949 e 1953, depois, de 1963 a 1968, voltando em 1985 até agora.
O período de vigência do horário de verão é variável, mas, em média, dura 120 dias. Em 2008, o
horário de verão passou a ter caráter permanente.
No mundo, o horário diferenciado é adotado em 70 países - atingindo cerca de um quarto da população
mundial.
O horário de verão é adotado em países como Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia,
Chile, Paraguai e Uruguai. Rússia, China e Japão, por exemplo, não implementam esta medida
O crescimento vertiginoso da energia eólica no Brasil foi responsável pela quebra de um recorde
importante no mês passado. A força do vento ultrapassou em capacidade instalada a hidrelétrica de Itaipu,
alcançando a vice-liderança no ranking da matriz elétrica do país, atrás apenas da hidroeletricidade. A
informação obtida em primeira mão pelo blog leva em conta os dados apurados pela Associação Brasileira
de Energia Eólica (ABBEólica) e Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Em números, apesar da eólica ser uma fonte intermitente de energia (a geração oscila de acordo com
a dinâmica dos ventos) os mais de 7 mil aerogeradores espalhados pelo país em 601 parques eólicos
somaram em abril 15 GW de capacidade instalada, superando os 14 GW da Itaipu, a segunda maior
hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Três Gargantas, na China (18 GW).
Para ilustrar a nova posição do vento na matriz elétrica do Brasil, a Associação Brasileira de Energia
Eólica produziu o gráfico abaixo onde se vê a contribuição de cada fonte de energia separada por fonte
primária, ou seja, de acordo com o recurso utilizado para a geração. Normalmente esse cálculo da matriz
elétrica reúne em um só grupo todas as diferentes fontes de combustível fóssil (petróleo, carvão mineral
e gás natural). Quando se dividem essas fontes, a energia eólica se destaca.
230
André Trigueiro. Vento alcança segundo lugar na matriz elétrica do Brasil. G1. https://g1.globo.com/natureza/blog/andre-trigueiro/noticia/2019/04/11/vento-alcanca-
segundo-lugar-na-matriz-eletrica-do-brasil.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
“Se considerarmos que a energia eólica tinha cerca de 1 GW instalado em 2011, é um feito realmente
impressionante chegarmos a ocupar este lugar de destaque na matriz elétrica”, disse Elbia Gannoum,
presidente executiva da ABEEólica.
Uma caprichosa combinação de ventos regulares com um modelo inovador de contratação de projetos
por leilão (quando o governo prioriza os preços mais baixos pela maior oferta de energia) explica o
sucesso da energia eólica no Brasil.
Além disso, a exuberância dos ventos na região Nordeste (que concentra 86% de toda a energia eólica
produzida no país) turbina os investimentos no setor. O blog já ouviu de diferentes investidores
estrangeiros a mesma explicação sobre o diferencial do litoral nordestino quando o assunto é energia
eólica: “É o melhor vento do mundo!”. A diferença está no chamado fator de capacidade, que é o
percentual médio de produção efetiva obtido pela conversão do vento em energia. Enquanto no mundo o
fato de capacidade está em 25%, no Brasil esse índice chegou no ano passado a 42%. No Nordeste, em
plena safra de vento que vai de junho a novembro, o fator de capacidade chega a ultrapassar os 80%.
Isso explica a predominância dos parques eólicos na região.
Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás231
A promessa do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir em até 50% o custo da energia para
promover a "reindustrialização" do país tem como pressuposto uma mudança radical no modelo de
exploração do gás natural.
A Petrobras tem o monopólio na exploração e também é proprietária da rede de dutos. Nessa cadeia
também entram as distribuidoras estatuais, que levam o insumo até o consumidor final.
A discussão da mudança no modelo já está avançada. Envolve os ministérios de Minas e Energia e da
Economia, a Petrobras e entidades do setor privado. Até mesmo um projeto de lei que propõe a alteração
das regras do setor e que estava paralisado na Câmara foi desengavetado.
O modelo se completa com a expansão da produção de gás projetada para os próximos anos, com o
avanço da exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Nos últimos 20 anos, as reservas totais de
gás do país saltaram 62%, segundo a Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e
de Consumidores Livres (Abrace).
A associação calcula que uma redução dos preços do gás pode significar um acréscimo de R$ 159
bilhões ao PIB até 2025. Atualmente, o Brasil paga quase três vezes mais pelo insumo do que países
como Estados Unidos.
A reivindicação da indústria é antiga, mas o cenário agora parece mais favorável. Dois entraves que
historicamente barravam as mudanças regulatórias no setor começam a ser resolvidos.
O primeiro era a própria Petrobras, que detém o monopólio do segmento e não estava disposta a
perdê-lo. Endividada, a estatal está focada atualmente em fazer desinvestimentos e já começou, inclusive,
a negociar parte da rede de gasodutos.
O segundo eram os governos dos estados que, por meio das concessionárias estaduais, ainda
dominam a distribuição do gás canalizado. Igualmente endividados e com o "pires na mão", os
governadores estão mais dispostos a negociar com a União.
O caminho para o corte nos preços será via Congresso. A meta é recolocar em votação um projeto
antigo – o PL 6407, de 2013, batizado de Lei do Gás. O texto foi desarquivado no fim de fevereiro e deve
voltar a ser debatido na Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Coautor do projeto original, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) diz que quer fazer o texto
avançar:
"Nós precisamos, no meu entendimento, de uma abertura de mercado e mudança semelhante do que
ocorreu no passado com o setor da eletricidade. A geração, transmissão e distribuição de energia estava
na mão de um só. E aí o preço ficava impossível de ter concorrência. É preciso repensar a legislação de
gás no Brasil, dando maior abertura e possibilidade de concorrência. Com isso, vamos ter mais
investimento e preços menores", declarou.
231
João Borges. Lima, P. Bianca. Nathalia Toledo. Para baixar custo de energia, Paulo Guedes quer mudança radical na exploração de gás.
https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/2019/03/15/para-baixar-custo-de-energia-paulo-guedes-quer-mudanca-radical-na-exploracao-de-gas.ghtml.
Acesso em 15 de março de 2019.
02. (CELESC – Assistente Administrativo – FEPESE) A maior parte da energia elétrica consumida
no Brasil é produzida em usinas:
(A) Eólicas
(B) Hidrelétricas
(C) Termonucleares
(D) Nucleares
(E) Solares
Gabarito
Comentários
01. Resposta: B
O presidente, alegou em seu anúncio motivos econômicos e de saúde para a medida. Sob sua
justificativa, a economia de energia durante o horário de verão era insignificante, considerando as 15h o
horário de pico de consumo, além do fato de que 1 hora de diferença desregulava o relógio biológico das
pessoas.
02. Resposta: B
O Brasil ainda conta como principal fonte de energia a energia hidráulica. Termoelétricas e nucleares
ocupam apenas 10% da produção nacional.
(http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agua/recursos_hidricos/hidreletricas_no_brasil.html)
03. Resposta: B
O dois últimos anos foram especialmente positivos para a indústria da energia eólica no Brasil. Apenas
em 2017, a infraestrutura instalada gerou a quantidade recorde de 40,46 TWh de energia, o que significou
um crescimento de 26,2% em relação ao ano anterior e foi responsável pelo abastecimento de cerca de
22 milhões de residências, o equivalente a 67 milhões de pessoas. No cálculo que considera o período
Relações Internacionais
5 pontos para entender por que a Etiópia está 'à beira de uma guerra civil' um ano depois que
seu primeiro-ministro ganhou o Prêmio Nobel da Paz233
Um ano depois de receber o Prêmio Nobel da Paz, Abiy Ahmed Ali, o primeiro-ministro da Etiópia,
agora vê seu país caminhando para uma guerra civil.
É o que temem analistas e observadores sobre o conflito armado que começou há mais de uma
semana no país da África Oriental e que até agora deixou centenas de mortos e milhares de deslocados
que buscam refúgio no Sudão.
Na Etiópia, o segundo país mais populoso da África, o Exército federal enfrenta tropas ligadas à Frente
de Libertação Popular (FLPT), partido nacionalista que governa a região do Tigray, no norte etíope.
As tensões entre o governo federal e a região do Tigray aumentaram nos últimos meses, mas as
hostilidades recentes alimentaram temores de que uma guerra civil ameace a estabilidade no chifre da
África, uma das áreas mais turbulentas e estratégicas do planeta.
Neste sábado (14/11), o confronto se agravou, com foguetes sendo disparados contra a Eritreia,
vizinha da Etiópia.
Segundo o líder do Tigray, Debretsion Gebremichael, suas forças lançaram os projéteis porque
soldados etíopes estavam usando um aeroporto da Eritreia para atacar a região separatista.
No Twitter, Abiy Ahmed negou as acusações.
Moradores de Asmara, capital da Eritreia, relataram ter ouvido fortes explosões. Não houve relatos de
vítimas por enquanto.
A BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC, explica esse conflito em cinco pontos.
232
https://bluevisionbraskem.com/inovacao/energia-eolica-sera-a-segunda-maior-fonte-energetica-do-brasil-em-2019/
233
José Carlos Cueto. 5 pontos para entender por que a Etiópia está 'à beira de uma guerra civil' um ano depois que seu primeiro-ministro ganhou o Prêmio Nobel
da Paz. BBC News. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54951328. Acesso em 16 de novembro de 2020.
Democrata venceu Donald Trump no disputado pleito de 2020 e vai assumir país polarizado em meio
à pandemia, com desemprego em alta.
234
Lucas Sampaio. Pandemia, recuperação da economia e Suprema Corte conservadora: veja os desafios de Biden nos próximos 4 anos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/eleicoes-nos-eua/2020/noticia/2020/11/08/pandemia-recuperacao-da-economia-e-suprema-corte-conservadora-veja-os-desafios-de-
biden-nos-proximos-4-anos.ghtml. Acesso em 09 de novembro de 2020.
Combate à pandemia
Biden promete uma estratégia completamente diferente da adotada por Trump no combate à
pandemia, a começar garantir que as decisões de saúde pública sejam amparadas na ciência e
informadas por profissionais da área.
Ao contrário do governo republicano, que falou que os EUA não iam controlar a pandemia, mas sim
aprender a conviver com a Covid, assim como ocorre com a gripe, o democrata promete controlá-la.
Para isso, pretende fornecer testes regulares, confiáveis e gratuitos para todos os americanos, obrigar
o uso da máscara em todo o país e proteger os mais velhos e as pessoas do grupo risco.
Biden também diz que vai retomar o relacionamento com a OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em julho deste ano, Trump anunciou ao Congresso e às Nações Unidas que iniciou o processo para
retirar formalmente o país da OMS. No comunicado à época, a saída teria efeito a partir de 6 de julho de
2021.
Recuperação econômica
Na economia, para enfrentar os impactos da pandemia, o democrata promete um pacote fiscal de mais
US$ 3 trilhões e acelerar um plano de investimentos em infraestrutura previstos para os próximos 10
anos.
Mas terá de lidar com o país registrando centenas de milhares de pedidos de seguro-desemprego por
semana e uma taxa de desemprego que ainda é mais que o dobro da registrada antes da proliferação do
coronavírus.
Biden também promete reverter alguns dos cortes de impostos para empresas feitos por Trump e fazer
uma reforma fiscal para que os mais ricos paguem mais tributos.
5G no Brasil
O Brasil, que deve fazer em 2021 um dos maiores leilões do mundo sobre a tecnologia 5G, tem a
China e os EUA como seus dois maiores parceiros comerciais.
Sob Trump, os EUA prometeram US$ 1 bilhão em crédito para financiar projetos no Brasil, incluindo o
5G, mas uma decisão contra a China pode trazer prejuízos ao país.
A postura de Bolsonaro, que era um grande aliado de Trump, pode mudar junto com a alternância de
poder. O presidente brasileiro já disse que será ele quem vai decidir sobre a questão da Huawei.
Agenda ambiental
O Brasil também pode sofrer pressão dos EUA por causa das queimadas e desmatamentos na
Amazônia. Biden citou a derrubada da floresta tropical no debate presidencial contra Trump e foi
prontamente rebatido pelo presidente brasileiro.
Ao contrário de Trump, Biden tem uma clara agenda ambiental, deve recolocar os EUA no Acordo de
Paris e adotar medidas contra o aquecimento global.
Senado republicano?
Os democratas vão manter a maioria na Câmara, mas Biden pode enfrentar um importante obstáculo
para cumprir grande parte das suas promessas: um Senado de maioria republicana.
As pesquisas apontavam que os democratas conquistariam o domínio da casa, mas até o momento a
disputa está empatada (com cada 48 cadeiras para cada partido). E os republicanos estão na frente em
3 das últimas 4 vagas em disputa.
A esperança de Biden está na Geórgia: se conquistar as duas cadeiras em jogo, o placar ficaria
empatado em 50 a 50. E, quando há empate em votações na casa, é o vice-presidente americano (cargo
que será ocupado por Kamala Harris) que tem o "voto de minerva".
Chile aprova plebiscito histórico: por que é tão polêmica a Constituição que 78% dos chilenos
decidiram trocar235
A atual Constituição chilena remonta a 1980 e, embora alterada várias vezes, é criticada por ser uma
herança do regime militar de Augusto Pinochet e por dar um papel residual ao Estado na prestação de
serviços básicos, o que é justamente um dos motivos dos protestos que começaram em 18 de outubro
de 2019 e se estenderam até março de 2020, em um movimento que passou a ser conhecido
como estallido social (ou estouro social, em tradução literal).
Segundo o resultado das urnas, 78% dos eleitores votaram pela mudança da Carta atual e 22%
rejeitaram a proposta.
A Assembleia Constituinte será formada em um novo pleito em abril de 2021, com paridade de gênero
(50% mulheres e 50% homens). Na votação de domingo, os eleitores também decidiram que a
Constituinte não será mista, com metade dos assentos destinados a parlamentares em exercício, mas
sim inteiramente formada por novos membros eleitos, sem necessidade de filiação partidária.
Assim, representantes do Congresso não participarão da nova Constituinte e haverá uma cota de
assentos reservados para os povos indígenas, embora o Congresso chileno ainda não tenha definido
quantos e como serão eleitos.
Apenas normas aprovadas por dois terços dos futuros constituintes serão incorporadas à nova Carta
chilena.
"Até agora, a Constituição tem nos dividido. A partir de hoje, todos devemos colaborar para que a Nova
Constituição seja um grande marco de unidade, estabilidade e futuro", declarou o presidente chileno,
Sebastián Piñera.
No texto abaixo, a BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC) analisa por que a Constituição foi
alvo de uma onda de protestos por meses e quais são as razões daqueles que defendem modificá-la.
235
Mar Pichel. Chile aprova plebiscito histórico: por que é tão polêmica a Constituição que 78% dos chilenos decidiram trocar. BBC News Brasil.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54689493. Acesso em 26 de outubro de 2020.
Estado social
O outro questionamento da Constituição tem a ver com direitos sociais, uma vez que o texto
constitucional consagra um "Estado subsidiário" que não oferece diretamente benefícios relacionados a
saúde, educação ou previdência social, delegando isso ao setor privado.
"Este Estado subsidiário é um Estado mínimo que se limita apenas ao monitoramento ou supervisão
de como os indivíduos fornecem esses direitos", explica Henríquez.
A privatização foi um dos pilares do modelo de Pinochet: em sua Constituição, serviços básicos como
eletricidade e água potável passaram a mãos particulares.
Houve também uma forte privatização em áreas como educação e saúde.
Agora, a demanda dos manifestantes chilenos é que o Estado tenha uma maior participação e
envolvimento no fornecimento de serviços básicos.
Aranda concorda que a função social está "sub-representada" na Constituição, que atribui ao Estado
apenas "funções no que diz respeito à proteção da ordem pública, segurança, defesa, garantia de justiça
etc."
"Existe um número relevante de pessoas que exigem mudanças estruturais e profundas no Chile no
que diz respeito à declaração e garantia do exercício de certos direitos sociais, ou seja, incorporando
elementos de um Estado social à Constituição", explica o especialista.
Os analistas concordam que uma nova Constituição não resolveria todos os problemas, mas seria um
primeiro passo muito importante.
O programa da ONU foi laureado pelos seus esforços em combater a fome e por sua contribuição para
melhorar as condições de paz em zonas de conflito. Neste ano já foram concedidos os prêmios de
medicina, química, física e literatura.
O prêmio Nobel da Paz de 2020 foi concedido ao Programa Mundial de Alimentos da ONU, que
combate a fome no mundo, nesta sexta-feira (09/10).
Segundo a Academia Sueca, o programa foi premiado "pelos seus esforços para combater a fome,
pela sua contribuição para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por atuar
como força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflito".
A organização atua em situações de emergência e em países afetados por conflitos, onde há mais
risco de desnutrição.
O porta-voz do Programa Mundial de Alimentos, Tomson Phiri, disse que o prêmio para a agência "é
um momento de orgulho". Ele participava de um encontro semanal na sede das Nações Unidas em
Genebra quando foi surpreendido com o anúncio do Nobel.
"Este ano nós tivemos que atender a uma convocação para agir", disse Phiri, se referindo ao
atendimento às vítimas da fome durante a pandemia do novo coronavírus.
Segundo a organização do Nobel, o programa já seria um merecedor do prêmio sem a pandemia, mas
com a Covid-19 os motivos ficaram mais evidentes: a comida está menos disponível. Nesse cenário, "o
programa da ONU demonstrou uma habilidade impressionante de intensificar seus esforços", afirmou o
comitê.
237
G1. Programa Mundial de Alimentos da ONU ganha Nobel da Paz. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/09/programa-mundial-de-comida-da-
onu-ganha-nobel-da-paz.ghtml. Acesso em 09 de outubro de 2020.
Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série
histórica238
Foi a primeira queda do PIB do país desde 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram
a ser publicados no país.
A economia da China registrou a primeira contração em quase 30 anos. O Produto Interno Bruto (PIB)
do gigante asiático desabou 6,8% no 1º trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado,
confirmando os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus que parou o país no início de 2020.
É a primeira queda desde ao menos 1992, quando dados trimestrais oficiais do PIB começaram a ser
publicados no país.
Em termos anuais, a última vez que a China registrou ma contração do PIB foi em 1976, no fim da
Revolução Cultural.
Na comparação com o trimestre anterior, o PIB caiu 9,8% nos três primeiros meses do ano, informou
a Agência Nacional de Estatísticas.
No último trimestre de 2019, o crescimento da segunda maior economia do mundo foi de 6% na
comparação anual.
O desempenho do PIB da China desperta interesse devido ao peso do país na economia global.
"Os dados do PIB do primeiro trimestre ainda estão amplamente dentro das expectativas, refletindo as
perdas da paralisação econômica quando toda a sociedade estava isolada", disse Lu Zhengwei,
economista-chefe do Industrial Bank.
Em um esforço para conter a propagação do vírus, que causou oficialmente mais de 3.300 mortes no
país, a China adotou medidas de contenção sem precedentes no final de janeiro que impediram a
movimentação de trabalhadores, fecharam fábricas e lojas e afetaram duramente a economia.
FMI ainda prevê alta do PIB chinês em 2020
Em 2019, a economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,1%, um resultado modesto
para um país acostumado a elevadas taxas de crescimento econômico nas últimas décadas.
Devido à incerteza associada à pandemia, a China ainda não divulgou a meta de crescimento para
2020. Nas últimas previsões, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou um crescimento de 1,2%
para o PIB chinês este ano.
"Para a próxima fase, a falta de demanda geral é a preocupação. A demanda doméstica não se
recuperou totalmente uma vez que o consumo relacionado aos agrupamentos sociais ainda está proibido
enquanto a demanda externa deve ser prejudicada enquanto a pandemia se espalha", destacou Lu
Zhengwei.
O porta-voz da agência de estatísticas, Mao Shengyong, disse em entrevista à imprensa que o
desempenho econômico da China no segundo trimestre deve ser muito melhor do que no primeiro.
Entretanto, o consumo doméstico mais fraco, que tem sido o grande motor do crescimento, continua
sendo uma preocupação já que a renda desacelera e o resto do mundo cai em recessão.
238
G1. Com pandemia, economia da China encolhe 6,8% no 1º trimestre, primeira queda da série histórica. G1. https://g1.globo.com/economia/noticia/2020/04/16/pib-
na-china-tem-primeira-contracao-desde-1976.ghtml. Acesso em 17 de abril de 2020.
Medidas de estímulo
Os líderes chineses já prometeram mais medidas para combater as perdas mas estão cientes das
lições aprendidas em 2008-09, quando fortes estímulos pressionaram a economia com enormes dívidas.
No mês passado, o Politburo do Partido Comunista disse que está avaliando medidas como mais
títulos especiais de governos locais e bônus especiais do Tesouro.
O banco central já afrouxou a política monetária para ajudar a liberar crédito para a economia, mas
seu afrouxamento até agora tem sido menos agressivo do que durante a crise financeira.
O governo também contará com mais estímulo fiscal para alimentar o investimento em infraestrutura
e consumo, o que pode levar o déficit orçamentário de 2020 a uma máxima recorde.
O coronavírus já provocou 34.000 mortes em todo mundo. Países passam adotar medidas mais duras
de quarentena diante do avanço da doença
As populações de Moscou e de Lagos se uniram nesta segunda-feira (30/03) às mais de três bilhões
de pessoas confinadas em suas casas para tentar conter a propagação do novo coronavírus, uma
pandemia que já deixou mais de 700.000 infectados no planeta e que o presidente americano, Donald
Trump, parou de minimizar.
A obrigatoriedade do confinamento para lutar contra a pandemia, que já provocou mais de 34.000
mortes, incluindo um bebê de menos de um ano nos Estados Unidos, é mais difícil de ser respeitada em
vários países da África e da América Latina.
“Fiquem em casa!”. Na Venezuela, a ordem repetida incessantemente na televisão estatal esbarra na
realidade do país, onde 60% dos 30 milhões habitantes enfrentam a escassez de água, segundo a ONU.
Em um bairro popular de Caracas, era possível observar até 200 pessoas reunidas na rua aguardando
para encher os baldes de água… em um hidrante.
Nos Estados Unidos, foram registrados 140.000 casos de contágio, dos mais de 700.000 declarados
no mundo. Depois de passar dias relutando em admitir a dimensão da epidemia, o presidente Trump
mudou totalmente de estratégia.
“Potencialmente 2,2 milhões de pessoas poderiam morrer de COVID-19, se não tivéssemos feito
nada”, admitiu no domingo (29/03).
De acordo com estimativas de seu conselheiro sobre a pandemia, o doutor Anthony Fauci, com quem
parece ter um entendimento melhor agora, o novo coronavírus pode provocar “entre 100.000 e 200.000”
mortes na maior potência mundial, contra quase 2.400 vítimas fatais até o momento.
“Como leprosos”
Com dois terços das vítimas fatais no mundo, a Europa continua sendo o continente mais afetado.
Em Moscou, onde aqueles que não respeitam as medidas de quarentena podem ser punidos com até
cinco anos de prisão, o prefeito Serguei Sobyanin ordenou o confinamento total.
A partir desta segunda-feira, os 12,5 milhões de moscovitas podem sair de casa apenas por uma
emergência médica, para ir ao trabalho em caso de necessidade, ao supermercado, ou à farmácia.
Espanha, segundo país com mais falecimentos pela COVID-19 depois da Itália, foram registradas 812
mortes nas últimas 24 horas, número um pouco menor depois do recorde registrado no domingo, de 838
óbitos.
Diante da situação alarmante, o governo espanhol endureceu o confinamento anunciado em 14 de
março. A partir desta segunda-feira, todas as atividades não essenciais serão suspensas por pelo menos
duas semanas.
Com quase 11.000 mortes, a Itália, país com o maior número de vítimas fatais, registra uma leve
desaceleração do avanço do vírus.
239
AFP. Com mais de 700.000 infectados, mundo espera chegar ao pico da pandemia. Exame. https://exame.abril.com.br/mundo/com-mais-de-700-000-infectados-
mundo-espera-chegar-ao-pico-da-pandemia/. Acesso em 31 de março de 2020.
Morrer de fome
Na África, as autoridades da Nigéria, país mais populoso do continente, decretaram o confinamento
total em Lagos, megalópole de 20 milhões de habitantes, assim como na capital Abuja, a partir desta
segunda-feira à noite.
Até o momento, o país registrou quase 100 casos da doença, mas o número pode disparar
rapidamente, advertiu o ministro da Informação, Lai Mohammed.
As medidas de confinamento provocam muita incompreensão e indignação na África subsaariana,
onde grande parte da população vive com menos de dois dólares ao dia e depende da economia
alternativa para sobreviver.
No Zimbábue, afetado por duas décadas de crise econômica, o confinamento de três semanas a partir
desta segunda-feira promete ser particularmente doloroso para os 16 milhões de habitantes.
“Poucas pessoas podem pagar por uma refeição diária em tempos normais, afirmou Prince Gwanza,
morador da capital. “Temo que as pessoas vão morrer de fome isoladas em casa”, desabafou.
Tribunal Constitucional Federal declara inconstitucional lei que penalizava assistência ao suicídio 'em
caráter comercial'. Médicos e pacientes terminais saúdam decisão. Igrejas criticam.
"Se eu não aguentar mais a dor, gostaria que me deixassem ir", pede Melanie S. ao médico Lukas
Radbruch, no Hospital Universitário Bonn-Venusberg, na Alemanha. A mulher de 63 anos sofre de câncer
de pulmão em estágio avançado. Para ela, o que é particularmente preocupante é, repentinamente, não
ser capaz mais de engolir e morrer sufocada.
Ela diz não querer vivenciar isso com plena consciência. Após o veredito do Tribunal Constitucional
Federal desta quarta-feira (26/02), Melanie ousou falar abertamente sobre a possibilidade de suicídio
acompanhado por um médico.
240
Deutsche Welle. Suprema corte da Alemanha permite suicídio assistido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/26/suprema-corte-da-alemanha-
permite-suicidio-assistido.ghtml. Acesso em 27 de fevereiro de 2020.
Medicina paliativa
O advogado especializado em direito medicinal Wolfgang Putz foi um dos envolvidos no caso. Ele falou
sobre condições insustentáveis que precisam ser urgentemente repensadas: "A influência das duas
grandes igrejas na Alemanha sobre os tomadores de decisão ainda é muito grande na política, mesmo
que sejamos, em tese, um Estado secular."
A Igreja Evangélica e a Igreja Católica são contra qualquer forma de eutanásia ou suicídio assistido.
Representantes se declararam decepcionados com a decisão.
Putz disse considerar positivo que o Tribunal Constitucional Federal, como a mais alta autoridade legal
na Alemanha, venha novamente regular o direito à autodeterminação das pessoas, assegurada na
Constituição.
O médico Lukas Radbruch, que há muito tempo ouve as preocupações e angústias de Melanie S.,
disse que agora é importante muita sensibilidade por parte dos médicos. Ele também é presidente da
Sociedade Alemã de Medicina Paliativa, ou seja, a medicina para aliviar a dor quando a cura não é mais
possível.
Ele disse ter constatado que a questão do suicídio assistido é frequentemente um pedido de ajuda,
uma esperança "de uma saída de emergência". Radbruch aponta que quando pôde ofertar um sedativo
como alternativa, isso foi aceito de bom grado na maioria dos casos.
"Se a atual decisão do Tribunal Constitucional Federal for percebida como um novo estímulo aos
prestadores de serviço de suicídio assistido, isso significa um desenvolvimento perigoso para a nossa
sociedade", alerta.
Ele teme que muitas pessoas com doenças terminais reiterem ainda mais que não querem ser um
fardo para os outros. Para ele, não se deve criar de forma alguma uma situação de pressão para os
doentes. E as barreiras para alguém acabar com a própria vida não devem ser reduzidas sob nenhuma
circunstância.
O Tribunal Constitucional Federal reconheceu que os objetivos da lei de 2015 eram legítimos. O
argumento de então era: o Estado deve proteger a vida, e o suicídio assistido por meio de associações
não deve se tornar a regra na sociedade alemã. Além disso, ninguém deve se sentir pressionado a morrer
Referendo de 2016 aprovou a saída dos britânicos do bloco, mas ela só acontece 3 anos depois.
“Brexit” é a junção das palavras em inglês “British” e “exit” e significa “saída britânica”. O termo é usado
para se referir à saída do Reino Unido da União Europeia (UE), que se concretiza nesta sexta-feira
(29/01).
O processo teve origem em grupos da direita da Inglaterra inicialmente minoritários e ganhou força ao
longo dos anos 2010. A discussão ganhou contornos mais sólidos em 2016, após a proposta ser aprovada
em referendo com 52% de votos favoráveis dos britânicos, contra 48% que rechaçaram a saída da UE.
No entanto, para quem era a favor da permanência dos britânicos no bloco, o Brexit vai:
- dificultar para cidadãos do Reino Unido viver em outros países da União Europeia;
- prejudicar negócios hoje favorecidos com regulamentação e burocracia comuns entre os países;
- reduzir lucros devido à cobrança de tarifas de exportação para os países europeus, destino de grande
parte dos produtos britânicos exportados;
- não ter qualquer garantia de que o dinheiro hoje repassado à UE será aplicado em demandas
internas, como serviços de saúde e segurança.
Acordo de 'divórcio'
Aprovado pela maioria dos eleitores britânicos em 2016, teve início o processo de fechar um acordo
com os termos do divórcio. Para isso, foi preciso que tanto parlamentares que representam o bloco
europeu quanto os legisladores do Reino Unido discutissem como ficam temas como:
- o valor a ser pago pelos britânico à UE por quebrar contrato de parceria;
- os britânicos residentes em outros países da UE e europeus que moram no Reino Unido;
241
G1. Do referendo à saída efetiva, entenda as etapas que concretizaram o Brexit. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/01/31/do-referendo-a-saida-
efetiva-entenda-as-etapas-que-concretizaram-o-brexit.ghtml. Acesso em 31 de janeiro de 2020.
Governo iraniano vê aumentar as tensões domésticas e internacionais após admitir ter abatido
acidentalmente Boeing ucraniano. Embaixador britânico detido temporariamente nega participação em
protesto antigovernamental.
Crescem as tensões domésticas e internacionais contra Teerã após o governo iraniano admitir ter
derrubado acidentalmente um avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo. Neste domingo
242
Deutsche Welle. Teerã enfrenta protestos após reconhecer derrubada de avião. DW. https://www.dw.com/pt-br/teer%C3%A3-enfrenta-protestos-ap%C3%B3s-
reconhecer-derrubada-de-avi%C3%A3o/a-51973402. Acesso em 13 de janeiro de 2020.
Veja os 10 fatos que marcaram a tensão entre EUA e Irã no fim de semana243
Após ataque dos EUA matar 2º homem mais poderoso do Irã, Trump e iranianos trocaram ameaças,
funeral atraiu multidão, acordo nuclear foi rompido e outros líderes mundiais buscaram diálogo.
Veja abaixo os dez fatos mais importantes da escalada de tensão entre os EUA e o Irã entre a quinta-
feira (02/01) e o domingo (05/01):
4 - Petróleo sobe
O preço do petróleo atingiu na sexta o maior nível desde abril de 2019. O óleo do tipo Brent subiu
3,6%, para US$ 68,60 o barril. O Iraque, centro da tensão, é o segundo maior produtor da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
6 - Foguetes no Iraque
No sábado, ataques com foguetes atingiram uma base militar que abriga americanos no Iraque e a
Zona Verde de Bagdá, onde ficam as embaixadas, perto da representação dos EUA. No domingo, mais
foguetes atingiram a Zona Verde. Ninguém morreu.
Estes ataques têm efeito simbólico, mas são menores do que a reação que analistas acreditam ser
possível após morte de um dos maiores líderes do Irã.
'Nem parece que estamos sofrendo impeachment', diz Trump sobre decisão da Câmara244
Mais cedo, Trump disse que sequer assistiria à votação do impeachment na Câmara. Candidato à
reeleição nas eleições de 2020, Trump viajou a Battle Creek, no Michigan, para um comício com
apoiadores.
Relatório apontou que país tem 2ª maior concentração de renda do mundo, com 1/3 de todas as
riquezas nas mãos do 1% mais rico.
O Brasil ficou na 79ª posição no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) nesta segunda-feira (09/12).
Medido anualmente, o IDH vai de 0 a 1 – quanto maior, mais desenvolvido o país – e tem como base
indicadores de saúde, educação e renda. Neste ano, o Brasil alcançou o IDH de 0,761, com uma pequena
melhora de 0,001 em relação ao ano passado.
Na classificação da ONU, o Brasil segue no grupo dos que têm alto desenvolvimento humano. A escala
classifica os países analisados com IDH muito alto, alto, médio e baixo.
Apesar do leve aumento, o Brasil caiu uma posição no ranking mundial em relação à publicação
anterior, passando da 78ª para 79ª.
O Pnud revisa os índices a cada nova edição do relatório. No relatório atual, a posição do Brasil no
ranking anterior foi alterada (de 79ª para 78ª).
Os dados do relatório publicado agora são de 2018. Dados deste ano serão divulgados na edição 2020
do levantamento.
Entre os países da América do Sul, Brasil e a Colômbia apareceram empatados na quarta posição. O
primeiro lugar ficou com Chile (42º, na colocação geral), seguido de Argentina (48º) e Uruguai (57º),
respectivamente.
Segundo o relatório, a taxa anual de crescimento do IDH brasileiro nos últimos 18 anos foi de 0,78%.
No mesmo período, a expectativa de vida foi de 66 para 75 anos.
Desigualdade
O Pnud também avaliou, em 150 países, o IDH “ajustado às desigualdades”. Este índice mede a perda
do desenvolvimento humano devido à distribuição desigual dos ganhos do IDH.
Nesta avaliação, o Brasil ficou com o índice 0,574 e ocupou a 102ª posição. Na América do Sul, o país
foi o segundo que mais perdeu no IDH devido ao ajuste realizado pela desigualdade, ficando atrás apenas
do Paraguai (que foi da posição 98, com 0,724, para a posição 112, com 0,545).
No relatório, a ONU defendeu que a desigualdade de renda precisa ser combatida, mas disse também
que é preciso ter atenção à desigualdade de acesso à tecnologia e de formação, que pode ter efeito nas
próximas gerações.
O levantamento apresentou também indicadores para medir a distribuição de renda entre a população
de um país, são três: participação na renda dos 40% mais pobres, participação na renda dos 10% mais
ricos e participação na renda dos 1% mais ricos.
245
G1. Brasil perde uma posição em ranking do IDH. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil-perde-uma-posicao-em-ranking-do-idh.ghtml.
Acesso em 09 de dezembro de 2019.
Gênero
Para avaliar as disparidades e desigualdades entre homem e mulher, o Pnud apresenta o Índice de
Desenvolvimento de Gênero, que traz os mesmos indicadores do IDH com separação por sexo em 166
países. O IDH para mulheres mostrou que as brasileiras estão em melhores condições de saúde e
educação que os homens, mas ficam abaixo quando o assunto é renda bruta.
No Brasil, as mulheres têm mais anos esperados de escolaridade (15,8 frente a 15 dos homens) e
maior média de anos de estudo (8,1 anos contra 7,6 nos homens), entretanto, a renda nacional bruta per
capita da mulher é 41,5% menor que a do homem. Em dólares, este valor equivale a US$ 10.432 contra
US$ 17.827 para os homens.
O índice é medido desde 2014 e mede as desigualdades de gênero em três dimensões básicas do
desenvolvimento humano: saúde, educação e renda com separação de sexo. No caso brasileiro, o IDH
dos homens foi de 0,761 e o das mulheres de 0,757.
Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre
aço e alumínio246
Sobretaxa sobre produtos foi adotada no ano passado em meio à guerra comercial com a China, mas
Brasil e Argentina tiveram 'alívio' da cobrança em agosto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (02/12), em uma rede
social, Brasil e Argentina de desvalorizarem "maciçamente" suas moedas, e afirmou que vai reinstalar as
tarifas de importação sobre o aço e o alumínio dos dois países.
"Brasil e Argentina têm presidido uma desvalorização maciça de suas moedas. O que não é bom para
nossos agricultores", escreveu Trump em uma rede social. Portanto, com efeito imediato, restaurarei as
tarifas de todos os aços e alumínio enviados para os EUA a partir desses países".
"O Federal Reserve [banco central dos EUA] deveria agir da mesma forma, para que países, que são
muitos, não se aproveitem mais nosso dólar forte, desvalorizando ainda mais suas moedas. Isso torna
muito difícil para nossos fabricantes e agricultores exportarem seus produtos de maneira justa", disse ele.
Do início do ano até a última sexta-feira (29/11), o dólar já subiu 9,43% frente ao real, barateando as
exportações brasileiras e aumentando a competitividade dos produtos do país lá fora.
Em agosto de 2018, Trump anunciou um alívio nas cotas de importação de aço e alumínio que
excedam as cotas livres do pagamento das sobretaxas impostas pelo governo dos Estados Unidos em
março do mesmo ano. A decisão de flexibilizar a tarifa atingiu as cotas de aço da Coreia do Sul, Brasil e
Argentina e do alumínio da Argentina.
Desde então, as empresas americanas que comprarem aço do Brasil não precisavam pagar 25% a
mais sobre o preço original, caso comprovem falta de matéria-prima no mercado interno.
O dólar fechou a R$ 4,2397 na sexta-feira, em alta de 0,57%, acumulando valorização de 5,73% no
mês de novembro. No ano, tem alta de 9,43% frente ao real.
Histórico
A sobretaxa do aço foi um dos primeiros capítulos da guerra comercial de Trump. Visando a atingir
sobretudo a China, o governo americano impôs uma regra geral e, aos poucos, renegocia com cada país.
Em março do ano passado, o presidente americano impôs tarifa de 25% às importações de aço e de
10% às de alumínio alegando questões de segurança nacional. A decisão desencadeou uma série de
retaliações pelo mundo e adoção de salvaguardas por outros países e blocos.
Na ocasião, a indústria brasileira classificou a sobretaxa à importação de aço e alumínio, na ocasião,
como medida de 'injustificada e ilegal' e com potencial de provocar "dano significativo" para as
siderúrgicas instaladas no Brasil, uma vez que o Brasil é o segundo maior fornecedor de ferro e aço dos
Estados Unidos.
246
G1. Trump acusa Brasil e Argentina de desvalorizarem moedas e diz que vai restaurar tarifas sobre aço e alumínio.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/12/02/trump-acusa-brasil-e-argentina-de-desvalorizarem-moedas-e-diz-que-vai-devolver-tarifas-sobre-aco-e-
aluminio.ghtml. Acesso em 02 de dezembro de 2019.
Quase 10 mil integrantes das Forças Armadas foram mobilizados para atuar contra os protestos.
A capital chilena viveu o terceiro dia de distúrbios no domingo (20/10) com confrontos violentos entre
manifestantes e forças de policiais. Os protestos pela suspensão do aumento nas passagens de metrô
seguiram mesmo após o presidente Sebastián Piñera anunciar no sábado (19/10) sua revogação.
Na noite de sábado (19/10), manifestantes atacaram vidraças de prédios, destruíram semáforos,
queimaram ônibus e invadiram e incendiaram um supermercado. O balanço oficial divulgado nesta
segunda-feira (21/10) aponta 11 mortes nos protestos.
Entenda em cinco pontos os distúrbios no Chile:
Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria248
Decisão de Donald Trump de retirar militares dos EUA se tornou um sinal verde para uma ofensiva da
Turquia contra militantes curdos no nordeste da Síria. Oposição alerta que a medida pode fortalecer o
Estado Islâmico.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar tropas norte-americanas do
nordeste da Síria abriu caminho para uma ofensiva da Turquia contra forças curdas na região. Poucas
horas depois do anúncio da medida, na segunda-feira (07/10), a televisão síria registrou imagens de
explosões atribuídas a militares turcos.
Após Trump anunciar a decisão, políticos dos Estados Unidos – inclusive aliados do presidente, como
o senador republicano Lindsey Graham – alertaram para as consequências da retirada dos militares norte-
americanos, como:
- Aumento da violência contra a população curda no norte da Síria;
- Sem apoio dos EUA, curdos poderiam buscar ajuda em rivais dos norte-americanos como o regime
de Bashar al-Assad, Rússia ou Irã;
- Possível retorno da ocupação territorial do Estado Islâmico.
"A consequência mais provável dessa decisão impulsiva é o domínio do Irã sobre a Síria", declarou
Graham no Twitter.
Todas essas consequências levantadas têm a ver com o papel da população curda no Oriente Médio.
248
Lucas Vidigal. Entenda quem são os curdos e por que eles estão na mira de uma ofensiva turca na Síria. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/08/entenda-quem-sao-os-curdos-e-por-que-eles-estao-na-mira-de-uma-ofensiva-turca-na-siria.ghtml. Acesso em 18 de
outubro de 2019.
Nessa segunda frente, o professor Baghdadi destaca que as forças curdas exerceram protagonismo
nas batalhas contra militantes extremistas do Estado Islâmico. Inclusive, tiveram papel central
na retomada de Raqqa, cidade síria libertada da facção terrorista em 2017.
"Se tem alguém que lutou 'olho no olho' contra o Estado Islâmico, esses foram os curdos", aponta.
Como o Estado Islâmico não teve nenhum governo no Oriente Médio dando respaldo oficial, os países
da região fizeram vista grossa para que os curdos combatessem os terroristas. Isso abriu caminho para
que os EUA financiassem os militantes do Curdistão sírio.
O afastamento entre Turquia e EUA se intensificou justamente com o apoio norte-americano aos
curdos, ainda que sob justificativa de combate ao Estado Islâmico. Isso ocorreu durante o governo
de Barack Obama, e, com a eleição de Trump, o novo presidente prometeu retirar o país de guerras "sem
sentido".
A Casa Branca considera que o Estado Islâmico foi completamente derrotado na Síria e perdeu
praticamente todo o poderio territorial que detinha em 2014 – uma das justificativas adotadas por Trump
para retirar os militares norte-americanos da região.
Na terça-feira, 51 pessoas foram detidas e mais de 70 policiais ficaram feridos em várias cidades;
governo e a oposição da Espanha vão discutir medidas.
A Catalunha tem nesta quarta-feira (16/10) o terceiro dia de protestos contra sentença que condenou
de 9 a 13 anos de prisão os líderes do movimento fracassado de independência catalã de 2017. O governo
afirmou que 51 pessoas foram detidas nesta madrugada em várias cidades.
De acordo com o ministério do Interior, 29 pessoas foram detidas na província de Barcelona, 14 em
Tarragona e oito em Lleida.
Além disso, 54 policiais regionais e 18 policiais nacionais ficaram feridos. Alguns deles sofreram
fraturas, de acordo com o Ministério do Interior.
Na noite de terça-feira (16/10), um violento confronto entre manifestantes e policiais ocorrido no centro
de Barcelona. Cerca de 40 mil pessoas participaram de uma manifestação na cidade. À noite, policiais
tentaram dispersar a multidão e houve confronto.
Também foram registrados confrontos nas cidades de Tarragona, Lleida e Girona, onde foram
organizadas concentrações diante das respectivas sedes das delegações do governo espanhol. Nesta
manhã, grupos pró-independência caminhavam em uma estrada perto de Girona. Não havia registro de
confrontos violentos.
249
G1. Catalunha tem 3º dia de protestos contra pena de prisão para independentistas. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/16/catalunha-tem-3o-dia-de-
protestos-contra-pena-de-prisao-para-independentistas.ghtml. Acesso em 16 de outubro de 2019.
Na abertura do mercado, cotação do barril saltou quase 20% em Londres, a maior alta durante uma
sessão desde a guerra do Golfo em 1991.
O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (16/09) em Londres após os ataques do fim semana
contra instalações da petroleira Aramco, na Arábia Saudita, que cortaram pela metade a produção do
maior exportador mundial.
Às 9h30 GMT (6h30 de Brasília), o barril de Brent, referência na Europa, registrava alta de 9,52% na
comparação com sexta-feira, sendo negociado a US$ 65,97 no Intercontinental Exchange (ICE) de
Londres. Nos Estados Unidos, o barril WTI subia 8,71%, negociado a US$ 59,63.
Na abertura do mercado, a cotação do barril disparou 19,5% em Londres, para US$ 71,95, a maior alta
intradia desde 14 de janeiro de 1991, durante a guerra do Golfo, segundo a agência Reuters. Nos EUA,
o barril chegou a subir 15,5%, para US$ 63,3, maior alta durante uma sessão desde 22 de junho de 1998.
Os preços caíram das máximas nesta segunda depois que o presidente norte-americano Donald
Trump autorizou o uso de estoques de emergência de seu país para assegurar a estabilidade do
suprimento.
Os Estados Unidos acusaram o Irã pelo ataque, dizendo que não há evidências de que eles partiram
do Iêmen. O Irã rebateu as acusações e acusou os Estados Unidos de buscarem um pretexto para retaliar
o país.
Os ataques de drones no sábado provocaram incêndios na unidade saudita de Abqaiq, a maior do
mundo dedicada ao processamento de petróleo, e na instalação de Khurais, provocando a redução da
produção da petroleira em cerca de 5,7 milhões de barris por dia, o que representa mais de 5% do
suprimento global de petróleo.
"O ataque anulou quase metade da produção saudita, ou seja, 5% da produção mundial, o que
evidencia a vulnerabilidade destas infraestruturas aos ataques com drones", destacou Craig Erlam, da
corretora Oanda.
"Retirar mais de 5% da oferta global de uma única tacada -- um volume que é maior que o crescimento
da oferta acumulado em países de fora da Opep entre 2014 e 2018 -- é altamente preocupante",
escreveram analistas do UBS em nota.
As autoridades sauditas anunciaram que os ataques não provocaram vítimas, mas ainda não
informaram quanto tempo será necessário para restabelecer plenamente a produção nas instalações.
Analistas acreditam que seriam necessárias várias semanas ou meses para o país voltar à normalidade.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está avaliando o impacto no mercado de
petróleo do ataque a instalações da Arábia Saudita, e considera muito cedo para os membros da entidade
tomarem medidas para aumentar a produção ou convocarem uma reunião.
Os preços do petróleo estavam relativamente reduzidos nos últimos meses, uma consequência das
reservas abundantes e dos temores de desaceleração da economia mundial, fatores que afetavam a
demanda. Na sexta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 60,22. Já os futuros do
petróleo dos EUA fecharam a US$ 54,85.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) chegou a estabelecer limites de produção
para tentar manter a faixa de preço. Mas os ataques demonstram a vulnerabilidade do país com maior
capacidade de produção mundial, apontou o analista Amarpreet Singh, do Barclays, e inclui um elemento
de risco geopolítico aos preços.
A redução da produção afeta também a confiança dos investidores na Aramco, que prepara sua
entrada na bolsa. O governo saudita quer lançar no mercado de ações cerca de 5% de sua petroleira
estatal em 2020 ou 2021.
Grandes importadores de petróleo saudita, como Índia, China e Indonésia, devem ser os mais
vulneráveis à interrupção na oferta, segundo a Reuters.
250
G1. Preços do petróleo disparam após ataques a instalações na Arábia Saudita. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/09/16/precos-do-petroleo-disparam-
apos-ataques-a-instalacoes-na-arabia-saudita.ghtml. Acesso em 16 de setembro de 2019.
Grupo com 7 das principais economias do mundo se reúne neste fim de semana. Boris Johnson, do
Reino Unido, Emmanuel Macron, da França, e Justin Trudeau, do Canadá, também querem que cúpula
discuta queimadas.
Os incêndios na Amazônia são uma situação urgente que deve ser debatida no encontro de cúpula do
G7, afirmou nesta sexta-feira (23/08) um porta-voz da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel.
251
G1. Para Angela Merkel, incêndios na Amazônia devem ser debatidos no G7. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/08/23/para-angela-merkel-
incendios-na-amazonia-devem-ser-debatidos-no-g7.ghtml. Acesso em 23 de agosto de 2019.
Resposta de Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro respondeu ao francês Macron pelas redes sociais na quinta (22/08). Ele
disse lamentar que o presidente da França "busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil" para
"ganhos políticos pessoais" e criticou o "tom sensacionalista" sobre a Amazônia.
Ele também disse que o francês se refere à Amazônia "apelando até para fotos falsas". A imagem que
Macron usou junto com seu texto na rede social é antiga. Ela foi feita pelo fotógrafo americano Loren
McIntyre, que morreu em 2003.
Representantes do bloco econômico formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai fazem reunião
de dois dias na cidade de Santa Fé, na Argentina.
O Brasil assume a presidência temporária do Mercosul durante o encontro entre representantes dos
países-membros do bloco na cidade argentina de Santa Fé, nesta quarta (16/07) e quinta (17/07). Jair
Bolsonaro e os outros líderes devem chegar no segundo dia.
O plano do Brasil é manter as prioridades que a Argentina, a atual líder do bloco, determinou. Cada
país fica à frente do Mercosul por seis meses.
A ideia é seguir com abertura de mercados (com assinatura de acordos comerciais) e revisar tarifas
externas comuns.
O bloco econômico assinou um tratado para aumentar o comércio com a União Europeia, conforme
anúncio feito no fim de junho. Isso deve ser comemorado na reunião de Santa Fé, mas não deverá haver
avanços –agora, os textos estão sendo revisados, de acordo com diplomatas brasileiros e argentinos.
Um outro tema na pauta da reunião de cúpula é um enxugamento da estrutura institucional do
Mercosul: “Ela é vasta, tem cerca de 200 órgãos”, afirma o diplomata brasileiro Daniel Leitão, chefe da
divisão de economia e assuntos comerciais do bloco.
Há ainda um quarto assunto, que são os regulamentos técnicos de produtos feitos nos países.
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai terão mais acesso a mercados de outras nações, mas precisarão
fazer com que os produtos que saem do continente tenham os mesmos padrões que o da Europa.
"São regras que estabelecem como um determinado bem precisa ser produzido, como deve ser o
rótulo etc.", afirma Leitão.
252
G1. Brasil assume a presidência do Mercosul e quer dar continuidade à gestão argentina. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/07/16/brasil-
assume-a-presidencia-do-mercosul-e-quer-dar-continuidade-a-gestao-argentina.ghtml. Acesso em 18 de julho de 2019.
Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o 'passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional'.
O acordo para a área de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia terá dispositivos para a
indústria brasileira se "adaptar à competitividade da indústria europeia", informou nesta sexta-feira (28/06)
a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
"Para os países do Mercosul, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, o acordo prevê um período de
mais de uma década de redução de tarifas para produtos mais sensíveis à competitividade da indústria
europeia. No caso europeu, a maior parte do imposto de importação será zerada tão logo o tratado entre
em vigor. O acordo cobre 90% do comércio entre os blocos", informou.
Segundo a CNI, os dois blocos formarão uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em
Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas.
"A depender do movimento europeu de abertura de seu mercado agrícola, o acordo pode agregar US$
9,9 bilhões às exportações do Brasil para a União Europeia. Um aumento de 23,6% em dez anos, com
potencial de gerar 778,4 mil empregos", informou a entidade.
Na avaliação da indústria, esse aumento nas exportações não é trivial. Entre 2012 e 2016, as
exportações brasileiras para os europeus caíram de US$ 49,1 bilhões para US$ 33,4 bilhões. Registrou
leve recuperação em 2017 e encerrou 2018 em US$ 42,1 bilhões. Desse total, 56% foram de bens
industrializados.
Para o presidente da CNI, Robson Braga, esse acordo pode representar o "passaporte para o Brasil
entrar na liga das grandes economias do comércio internacional".
"Cria novas oportunidades de exportação devido à redução de tarifas europeias, ao mesmo tempo que
abre o mercado brasileiro para produtos e serviços europeus, o que exigirá do Brasil aprofundamento das
reformas domésticas. O importante é que essa mudança será gradual, mesmo assim as empresas devem
começar a se adaptar a essa nova realidade”, acrescentou ele.
Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos254
Proposta que permite extradição para a China inicialmente seria votada em 20 de junho, mas a líder
do governo anunciou a 'suspensão' do processo até novo aviso. Opositores da medida mantiveram a
manifestação convocada para este domingo (16/06).
A chefe do governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou neste sábado (15/06) a "suspensão" de
seu polêmico projeto de lei que permite extradições para a China. A proposta gerou uma grande oposição
nas ruas durante a última semana e a rejeição geral da sociedade.
Lam esclareceu em entrevista coletiva que a segunda leitura do projeto, que poderia permitir que a
China tenha acesso a "fugitivos" em Hong Kong, está "suspensa" até novo aviso, mas não estabeleceu
nenhum prazo específico para retomar o projeto.
Entenda a polêmica:
Ao contrário de outras regiões da China, Hong Kong, que até 1997 estava cedida ao Reino Unido,
funciona sob o princípio de "um país, dois sistemas", com seu próprio sistema de leis e fronteiras e maior
liberdade de expressão;
Por isso, a região virou o destino de muitos migrantes e dissidentes que deixaram a China continental
para fugir da pobreza ou da perseguição política;
O projeto de lei apresentado em fevereiro, porém, abre brecha para que pessoas acusadas de crimes
em Hong Kong possam ser extraditadas para o continente, uma medida vista com preocupação por
diversos grupos, que veem nela uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.
'Aceitamos as críticas'
No anúncio da suspensão do projeto neste sábado, Lam disse que sua ideia original era cobrir um
vácuo legal para "impedir que Hong Kong se tornasse um paraíso para os criminosos", um objetivo que
"não mudou".
253
Alexandro Martello. Acordo entre Mercosul e UE prevê prazo de adaptação para indústria brasileira e pode gerar mais de 778 mil empregos em 10 anos, diz CNI.
G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/06/28/acordo-entre-mercosul-e-ue-preve-prazo-de-adaptacao-para-industria-brasileira-e-pode-gerar-
mais-de-778-mil-empregos-em-10-anos-diz-cni.ghtml. Acesso em 01 de julho de 2019.
254
Agência EFE. Governo de Hong Kong suspende polêmico projeto de lei de extradição após protestos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/06/15/governo-de-hong-kong-adia-polemico-projeto-de-lei-apos-protestos.ghtml. Acesso em 17 de junho de 2019.
Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU255
Levantamento socioeconômico entrevistou 487 pessoas do total de 10,5 mil imigrantes no país. Estudo
mostra ainda que 92% fala português.
Refugiados que vivem no Brasil têm escolaridade acima da média brasileira, mas são mais afetados
pelo desemprego e poucos conseguem revalidar o diploma no país, de acordo com um levantamento
inédito feito pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O relatório, divulgado nesta quinta-feira (30/05), entrevistou 487 imigrantes que foram forçados a deixar
seu país de origem e, agora, vivem em 14 cidades brasileiras. Juntos, esses municípios concentram 94%
dos refugiados sob proteção do governo federal. No Brasil, até o ano passado, o Ministério da Justiça
reconheceu 10,5 mil pessoas nessa condição.
Segundo o documento, 34% dos refugiados ouvidos na pesquisa concluíram o ensino superior, e 3%
já cursaram alguma pós-graduação – especialização, mestrado ou doutorado. Entre a população
brasileira acima de 25 anos, apenas 15% concluíram o mesmo nível de ensino.
255
Marília Marques. Mais de 30% dos refugiados no Brasil têm ensino superior, aponta pesquisa da ONU. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/30/mais-de-30percent-dos-refugiados-no-brasil-tem-ensino-superior-aponta-pesquisa-da-onu.ghtml. Acesso em 30 de
maio de 2019.
Mercado de trabalho
Os dados mostram ainda que mais da metade (57%) dos entrevistados estavam trabalhando entre
junho de 2018 e fevereiro de 2019. Neste grupo, 22% desempenham algum tipo de atividade empresarial,
o que revela que entre esse público, "o empreendedorismo não é apenas um sonho, mas uma realidade",
diz o documento.
Dentre 462 refugiados que responderam a respeito, 315 (68%) não atuavam em suas áreas de
formação. Para a ONU, o índice elevado pode ser resultado da "falta de informações ou pelo baixíssimo
número daqueles que conseguiram revalidar seus diplomas" – apenas 14 casos.
No outro extremo, 19%, ou 95 refugiados, estavam desempregados neste período. O índice é superior
à média nacional – de 12%, em março. Além disso, ficou constatado que 25% dos imigrantes forçados
recebidos pelo Brasil estão fora do mercado de trabalho, ou seja, desocupados e não procuraram
emprego.
Para a ONU, o número é "bastante preocupante" por se tratar de uma população vulnerável. "Trata-se
de população obrigada a deixar seu país de origem em condições de grande fragilidade e que não está
conseguindo gerar renda no país de destino", destaca o documento.
Por outro lado, 26 entrevistados (5%) declararam-se "ocupados com afazeres domésticos" e 3
refugiados (0,6%) são aposentados ou pensionistas. Por fim, 42 pessoas acima de 18 anos se
identificaram como estudantes e, por isso, não estavam trabalhando nem procurando emprego.
Renda média
Para medir a qualidade de vida dos entrevistados, a Acnur também analisou a renda domiciliar mensal
dos cerca de 500 refugiados que vivem em setes estados brasileiros e no Distrito Federal.
Sobre esse quesito, 79% dos imigrantes possuem renda inferior a R$ 3 mil, sendo que 30% deles
vivem com menos de R$ 1 mil por mês. Outros 20% recebem acima de R$ 3 mil.
Quem são?
A pesquisa entrevistou 497 refugiados que vivem no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Amazonas e no Distrito Federal.
Entre esses imigrantes, a origem configura em, majoritariamente, quatro países: Síria, República
Democrática do Congo, Angola e Colômbia. Em 83% dos casos, a autorização de refúgio foi concedida a
partir de 2010. Veja perfil:
Líder do Partido Conservador deixará governo em 7 de junho; escolha do novo líder deve ocorrer até
o fim de junho. May não resistiu ao fracasso na condução do processo do Brexit.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou nesta sexta-feira (24/05) que vai deixar o cargo
em 7 de junho. A renúncia foi anunciada após a líder do Partido Conservador fracassar na condução do
Brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
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G1. Theresa May anuncia renúncia ao cargo de primeira-ministra do Reino Unido. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/24/theresa-may-
anuncia-sua-renuncia-ao-cargo.ghtml. Acesso em 24 de maio de 2019
Do poder à renúncia
A líder conservadora assumiu o governo nas semanas posteriores ao referendo de 2016, que decidiu
pelo Brexit. O resultado tinha levado à renúncia do também conservador David Cameron, de quem May
foi ministra do Interior por seis anos.
Apesar de ser considerada cética sobre a União Europeia, ela havia defendido a permanência do Reino
Unido no bloco. No entanto, May teve pouco envolvimento na campanha do referendo e insistiu na
necessidade de limitar a imigração — pauta dos defensores do Brexit.
Um ano após assumir o gabinete de governo em Downing Street, a primeira-ministra convocou
eleições legislativas para fortalecer sua posição, mas acabou perdendo a maioria absoluta. Desde então,
aumentaram os ataques contra ela dos eurocéticos e pró-europeus de seu próprio partido.
Diversos ministros abandonaram May, descontentes com a ideia dela de negociar um relacionamento
próximo com a União Europeia. Um deles foi o próprio Boris Johnson, que deixou o comando da
diplomacia britânica em julho do ano passado. Desde então, o apoio à gestão May só diminuiu.
Eleições Europeias
O anúncio da renúncia de May ocorre um dia após o início das eleições europeias. O Reino Unido não
queria participar do pleito, em que surge como favorito o Partido do Brexit, de Nigel Farage.
Os resultados serão conhecidos somente no domingo (26/05), quando termina a votação em todos os
28 países do bloco.
O Reino Unido determinou sua saída da União Europeia para o dia 31 de outubro, após solicitar um
adiamento da data que inicialmente estava estabelecida para 29 de março deste ano.
Em entrevista à rede televisiva Fox News neste domingo (19/05), ele defendeu guerra comercial contra
produtos chineses.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo (19/05), em entrevista à rede
de TV Fox News, que a China pretende se tornar a maior economia do mundo, mas que isso não vai
acontecer enquanto ele estiver no poder.
Os EUA e a China estão em uma escalada de protecionismo econômico. Os americanos elevaram
tarifas de importação de 5.000 produtos chineses, e Pequim retaliou com uma taxa em cerca de 2.500
itens americanos.
Para Trump, essa é parte de uma estratégia da China para se tornar a maior economia do mundo.
"Acredito que essa seja a intenção deles. Eles são ótimas pessoas, têm uma cultura incrível. Eu gosto
muito do presidente Xi [Jinping], mas ele está do lado da China e eu estou do nosso lado", afirmou ao
apresentador Steve Hilton, na Fox News.
Trump acusou seus antecessores de serem fracos demais com a China. "Com eles, nunca tiramos 10
centavos da China. Não culpo os chineses, mas todos os nossos presidentes, e não só Obama. Eles
deixaram isso acontecer", disse o presidente norte-americano.
"Estou muito feliz, pois a China não está tão bem quanto nós [na economia]. Se Hillary Clinton tivesse
virado presidente, a China hoje seria uma economia maior do que a nossa." - Donald Trump
O presidente disse, ainda, que muitas empresas estão saindo da China e se mudando para outros
países asiáticos, como o Vietnã, por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos.
"É a maior realocação da atualidade. E você vai ver muitas empresas americanas fazendo mais
produtos nos Estados Unidos. Podem até comprar da China, mas tiraremos deles com tarifas. Isso não é
tão ruim. Mas vou tirar deles e dar para os nossos agricultores."
Ele acrescentou que nenhum acordo com a China chegará a "50%" para cada um. "Tínhamos um
acordo muito forte, tínhamos um bom acordo, mas eles mudaram [o acordo]. Então eu disse, OK, vamos
tarifar os produtos deles", contou.
Anúncio foi feito pelo ministro da Defesa nesta quinta-feira (11/04). Kamal Abdel Maaruf afirmou que
haverá eleições após o período de transição previsto para durar dois anos.
O ministro da Defesa do Sudão anunciou nesta quinta-feira que o presidente Omar al-Bashir, que
ocupava o poder há 30 anos, foi deposto e detido "em um lugar seguro". Kamal Abdel Maaruf também
afirmou que um conselho militar administrará o Sudão por um período de transição de dois anos.
Em um comunicado transmitido pela TV estatal, o ministro afirmou que haverá eleições no final do
período de transição e que o espaço aéreo do país foi fechado por 24 horas. Ele também anunciou três
meses de estado de emergência, um cessar-fogo nacional e a suspensão da constituição.
Nesta quinta, milhares de pessoas anti-governo saíram às ruas para comemorar a queda de Omar al-
Bashir. Grande parte dos manifestantes, apesar de comemorar, pediram por um governo civil e disseram
que não querem uma administração liderada por militares.
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G1. Trump diz que não vai deixar China se tornar maior economia do mundo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/05/19/trump-diz-que-nao-vai-
deixar-china-se-tornar-maior-economia-do-mundo.ghtml. Acesso em 20 de maio de 2019
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G1. Presidente do Sudão é deposto e conselho militar vai assumir comando do país. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/11/presidente-do-sudao-e-
deposto.ghtml. Acesso em 11 de abril de 2019.
Questões
01. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) A crise econômica e política
venezuelana criou uma nova liderança que se auto declarou o novo presidente do país, e que foi
reconhecido por mais de 30 países. Seu nome é?
(A) Ruan Francisco Guaidó
(B) Hugo Chaves
(C) Juan Guaidó
(D) Nicolás Maduro
(E) Fidel Castro
02. (UFRR – Técnico de Tecnologia da Informação – UFRR – 2019) Leia a manchete a seguir,
atentando-se para as informações mais relevantes e responda a pergunta apresentada em seguida.
União Europeia concorda em adiar brexit, mas indefinição permanece Saída estava programada
para 29 de março; May pediu prorrogação para 30 de junho; mas UE fixou 22 de maio como data-
limite.
(Folha de S. Paulo - mundo - 21/03/2019)
O brexit, processo de saída do Reino Unido da União Europeia, é um processo político decidido
pela sociedade britânica por meio de:
(A) uma eleição
(B) um concurso
(C) uma alienação
(D) um debate
(E) um plebiscito
03. (Prefeitura de Salvador/BA – Analista – FGV – 2019) Nos últimos anos, acirrou-se a guerra
comercial entre EUA e China, com a imposição mútua de tarifas e restrições.
Com relação aos possíveis impactos dessa guerra comercial sobre a economia global, assinale V para
a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) O conflito tende a afetar a economia de outros países, pois as cadeias de produção e consumo
estão interligadas.
( ) A guerra pode aumentar os custos das exportações e gerar um ciclo de diminuição do comércio
internacional.
( ) A disputa afeta o mercado financeiro, porque grandes empresas mundiais têm bases produtivas na
China.
As afirmativas são, respectivamente,
(A) F – V – F.
(B) F – V – V.
(C) V – F – F.
(D) V – V – F.
(E) V – V – V.
04. (PGE/PE – Analista Judiciário de Procuradoria – CESPE – 2019) A história do território brasileiro
é, a um só tempo, una e diversa, pois é também a soma e a síntese das histórias de suas regiões. De um
ponto de vista genético, as variáveis do espaço brasileiro são assincrônicas, mas em cada lugar elas
funcionam sincronicamente e tendem a ser assim também quanto ao todo. Daí as descontinuidades que
permitiram explicar as diversidades regionais.
Milton Santos e Maria Silveira. Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Record, 2005, p. 23 (com adaptações).
Tendo como referência o texto antecedente, julgue o item que segue, acerca dos fenômenos políticos,
econômicos e sociais atuais no Brasil.
A recente descentralização industrial brasileira é explicada e entendida por intermédio das relações
bilaterais e do fortalecimento do MERCOSUL.
(A) Certo
(B) Errado
06. (CRECI/5ª Região – Suporte Administrativo – QUADRIX – 2019) De acordo com a imprensa
britânica, o primeiro‐ministro britânico, Boris Johnson, pediu à rainha Elizabeth II a suspensão do
Parlamento até 14 de outubro. A medida reduziria o tempo disponível para que os parlamentares
bloqueassem a saída do Reino Unido da União Europeia, que está prevista para acontecer em 31 de
outubro.
Internet: <https://g1.globo.com> (com adaptações).
Com relação ao assunto em tela, assinale a alternativa correta.
(A) Em plebiscito realizado em julho último, a maioria da população britânica recusou o apoio ao Brexit.
(B) Boris Johnson chegou ao poder defendendo a retirada do Reino Unido do bloco europeu.
(C) Boris Johnson integra os quadros do Partido Democrata, considerado de esquerda no espectro
político britânico.
(D) Sendo o Reino Unido a maior economia da União Europeia, sua possível saída reduzirá
substancialmente o poder econômico e político do bloco.
(E) A Rainha Elizabeth II é a chefe de governo do Reino Unido, enquanto o primeiro‐ministro Boris
Johnson é o chefe de Estado.
Gabarito
Comentários
01. Resposta: C
Seis meses após o opositor Juan Guaidó ter se autoproclamado "presidente em exercício" da
Venezuela, seu trajeto político acumulou mais sombras do que luz, tendo perdido popularidade e a
atenção do exterior.
Segundo o analista venezuelano Basem Tajeldine, Guaidó criou um "governo virtual, apoiado por
países aliados dos EUA e aplicou uma estratégia conhecida de longa data: derrotar o governo legítimo
da Venezuela custe o que custar, por meios ilegais”.
(https://br.sputniknews.com/opiniao/2019072514274090-seis-meses-apos-sua-autoproclamacao-fim-de-guaido-se-aproxima/)
02. Resposta: E
O plebiscito foi apenas o começo de um processo. Desde então, negociações foram feitas entre o
Reino Unido e os outros países da União Europeia. As discussões se centraram nos termos desse
"divórcio", que definiriam como seria essa saída do Reino Unido, não no que ocorreria após essa
separação". A proposta apresentada por May é conhecida como "acordo de retirada". A primeira-ministra
apresentou ao Parlamento britânico planos que definiriam as regras para a saída, mas eles foram
rejeitados três vezes.
(https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46335938)
03. Resposta: E
A guerra comercial tem sido travada por China e Estados Unidos, mas os efeitos recaem sobre todos
os países, inclusive o Brasil. Afinal, quando se trata das duas maiores economias do mundo, cada subida
de tom, ameaça ou nova tarifa imposta a reverberação é sentida quase que imediatamente no mercado
de ações, no comércio, e na sequência da cadeia, no bolso dos consumidores do mundo todo.
(https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/05/23/guerra-comercial-eua-x-china-como-disputa-pode-atingir-em-cheio-o-brasil.ghtml)
04. Resposta: B
Descentralização industrial é o processo através do qual as industrias migram dos grandes polos
industriais para cidades menores com condições favoráveis para a produção.
(https://www.dicionarioinformal.com.br/diferenca-entre/descentraliza%C3%A7%C3%A3o%20industrial/polo%20industrial/)
05. Resposta: B
Apenas o termo “estabilidade” coloca a questão em xeque. O que ocorre na Venezuela é um processo
de instabilidade do governo.
06. Resposta: B
Boris Johnson ocupou o cargo de Primeiro Ministro após a posição ser deixada por May. O ex-ministro
das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres foi um dos líderes da campanha em defesa do Brexit,
posição de defende ainda.
07. Resposta: B
O Grupo dos Sete é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja
representada.
08. Resposta: D
Apesar do começo promissor, há ainda um longo caminho que Mercosul e UE vão ter de percorrer
para implementação total do tratado. Não há prazo definido para a total conclusão do acordo. Em média,
os europeus levaram de sete meses a três anos para assinar documentos do mesmo tipo.
O acordo entre os blocos representa 25% do PIB mundial e engloba 750 milhões de pessoas259.
259
https://g1.globo.com/economia/noticia/2019/07/04/acordo-mercosul-e-uniao-europeia-quais-os-proximos-passos.ghtml