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Problemas sociais do Brasil

Os problemas sociais do Brasil configuram uma série de fatores que impedem o seu desenvolvimento. Consideradas antigas e
de resolução difícil, as dificuldades do país remetem ao período colonial. À época da chegada dos portugueses, iniciou-se o
processo que originou as mazelas brasileiras: a colonização de exploração dos recursos naturais e da mão-de-obra.
Neste sentido percebe-se que os problemas sociais brasileiros tiveram origem com uma política voltada aos interesses
transnacionais. Com o extrativismo, o genocídio dos índios, a falta de políticas no sentido do desenvolvimento interno e da
formação de uma nação, ocorreu a gênese das contradições do Brasil, que afetaram todos os segmentos e originaram
praticamente todos os processos que tornam a nação brasileira subdesenvolvida.
Desigualdade de classe social: Um dos principais problemas brasileiros é a desigualdade social. O início desta assimetria entre
as classes tem início quando os portugueses começam a escravizar os negros de origem africana e os índios nativos. Com o
passar do tempo, os índios foram praticamente dizimados, e os negros não foram completamente integrados após o fim da
escravidão. Presentes aos milhões no território brasileiro, acabaram sendo utilizados como mão-de-obra barata, precarizada e
subempregada.
Adaptados às realidades de cada época, mas sempre marginalizados, são os formadores de grande parcela dos cidadãos na linha
de pobreza, a partir de fatores historicamente comprovados. Os negros brasileiros, juntamente com os brancos pobres e os
descendente de índios, caracterizam a maior e mais importante parcela do povo brasileiro: a classe trabalhadora. Este segmento,
apesar de servir como base a apoio e exploração para a camada dominante, abriga miseráveis, classes baixa, média e
protagoniza todo a construção e desenvolvimento material brasileiro desde o seu descobrimento.
Desemprego: O desemprego é um problema social brasileiro que afeta grande parte de sua população. A razão de sua
existência é um contradição do próprio sistema hegemônico capitalista que se agrava em países subdesenvolvidos com a falta
de capacidade de absorver toda a mão-de-obra. Além disso, o Brasil padece de uma falta de investimento público na formação
de um parque industrial capaz de empregar sua população de trabalhadores. Por outro lado, também não existe preocupação
com o fomento da agricultura familiar no campo e tampouco com a reforma agrária. Dessa forma, grande parte da população
que poderia exercer atividade profissional na lavoura continua na fila do desemprego.
Fome: Com o baixo investimento na pequena propriedade rural e a política historicamente voltada para a exportação de matéria
prima, o Brasil convive com um dos problemas sociais mais sérios: a fome. Mesmo possuindo um dos maiores continentes do
mundo e enorme quantidade de terras cultiváveis para o plantio de produção de alimentos em pequena e larga escala, o país
apresenta um alto índice de pessoas subnutridas. Com a ênfase no grande latifúndio, a nação deixa de oferecer alimento e
energia para o seu próprio povo e, dessa forma, torna-se cada vez mais pobre e atrasada.
Integração da Amazônia: Partindo-se do pressuposto de que o problema real da Amazônia é a falta de um projeto
desenvolvimentista de integração, com indústrias brasileiras fazendo uso consciente dos recursos naturais no sentido de criar
biotecnologia, gerando empregos, dignificando a vida dos moradores da região, assim como utilizando os recursos hídricos para
a produção de energia e construindo ferrovias e hidrovias que conectem o território amazônico de forma eficaz ao restante do
país, pode-se antever um possível desenvolvimento da Amazônia para o consequente crescimento do Brasil. O livro Uma
Geopolítica Pan-Amazônica, escrito pelo General Carlos de Meira Mattos, propõe que a principal ação a ser realizada na
Amazônia é fomentar o estreitamento de relações bilaterais com países sul-americanos fronteiriços. Com isso, seria fortalecida
a posição de poder em escala internacional, tirando o estigma de que a região amazônica pertence a uma comunidade global.
Apesar de ter atuado enfaticamente a favor do Golpe Militar de 1964, que visava a interferência dos EUA na política brasileira,
Mattos, contraditoriamente, reivindicava que somente com o desenvolvimento político e social brasileiro da região amazônica
existiria a possibilidade de industrializar os recursos naturais, fazendo uso de investimento em tecnologia e mão-de-obra
qualificada. Com isso, ocorreria um adensamento da população, elevando o padrão material de existência naquela área e
finalmente integrando a Amazônia de maneira eficaz ao Brasil.
Desindustrialização brasileira: Em meados dos anos 80 o Brasil dispunha de uma participação de cerca de 20% da atividade
industrial no Produto Interno Bruto (PIB), chegando em alguns momentos a 25%. Porém, ainda baseado em uma política de
exportação que prioriza os interesses transnacionais, o país entrou em um processo de diminuição de seu parque industrial.
Durante a década de 90 isso foi agravado com políticas de abertura comercial e valorização cambial.
Assim, o país gradualmente chegou à segunda década do século XXI com a representação de manufatura no PIB pela metade:
10%. Muito disso se deve à política neoliberal voltada somente à atividade de exportação, com investimento Estatal
praticamente nulo na economia nacional e falta de incentivo fiscal ao pequeno e ao médio empresário. Considerada prematura,
a desindustrialização do Brasil é um dos principais problemas sociais e econômicos e faz com que a nação retorne ao lugar de
colônia de exploração verificado do século XVI. Isso impede o seu desenvolvimento de tecnologia refinada, o que deixa suas
empresas fora do âmbito de concorrência internacional. Isso faz com que os trabalhadores mais qualificados - sem cargos
suficientes no mercado interno - deixam o país por oportunidades melhores no exterior.
Educação básica: Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2020 o Brasil apresentava 11 milhões
de analfabetos. Este número sintetiza na raiz os problemas sociais brasileiros e a falta de investimento do Estado em uma das
áreas mais básicas para o desenvolvimento do país. Sem a possibilidade de ler e escrever, a população não tem acesso aos seus
direitos e nem à cultura. Desta forma, cria-se uma massa de pessoas facilmente manipulada na direção dos interesses de uma
classe dominante e que se utiliza do analfabetismo como política, fazendo perpetuar por interesse próprio o analfabetismo de
geração em geração. Leonel Brizola, um dos políticos brasileiros mais atuantes na questão educacional brasileira, afirmava que
“a educação é o único caminho para emancipar o homem. Desenvolvimento sem educação é criação de riquezas apenas para
alguns privilegiados”.

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